Gênesis 1 1. No princípio, criou Deus os céus e a terra. 2. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. 3. E disse Deus: Haja luz. E houve luz. 4. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 5. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro. 6. E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. 7. E fez Deus a expansão e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi. 8. E chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo. 9. E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi. 10. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era bom. 11. E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. 12. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. 13. E foi a tarde e a manhã: o dia terceiro. 14. E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. 15. E sejam para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi. 16. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. 17. E Deus os pôs na expansão dos céus para alumiar a terra, 18. e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom. 19. E foi a tarde e a manhã: o dia quarto. 20. E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. 21. E Deus criou as grandes baleias, e todo réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies, e toda ave de asas conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. 22. E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra. 23. E foi a tarde e a manhã: o dia quinto. 24. E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-feras da terra conforme a sua espécie. E assim foi. 25. E fez Deus as bestas-feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. 26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. 27. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. 28. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. 29. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento. 30. E a todo animal da terra, e a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde lhes será para mantimento. E assim foi. 31. E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto. Gênesis 2 1. Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados. 2. E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. 3. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera. 4. Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus. 5. Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. 6. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra. 7. E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. 8. E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado. 9. E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal. 10. E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços. 11. O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. 12. E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio e a pedra sardônica. 13. E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe. 14. E o nome do terceiro rio é Hidéquel; este é o que vai para a banda do oriente da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates. 15. E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. 16. E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, 17. mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. 18. E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele. 19. Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. 20. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele. 21. Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. 22. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. 23. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. 24. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. 25. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam. Gênesis 3 1. Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2. E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3. mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4. Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. 6. E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7. Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. 8. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. 9. E chamou o SENHOR Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? 10. E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. 11. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? 12. Então, disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. 13. E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. 14. Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida. 15. E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 16. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. 17. E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. 18. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. 19. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás. 20. E chamou Adão o nome de sua mulher Eva, porquanto ela era a mãe de todos os viventes. 21. E fez o SENHOR Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os vestiu. 22. Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente, 23. o SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado. 24. E, havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida. Gênesis 4 1. E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão. 2. E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 3. E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. 5. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 6. E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 7. Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás. 8. E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. 9. E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 10. E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. 11. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. 12. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra. 13. Então, disse Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. 14. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará. 15. O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto, qualquer que matar a Caim sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse. 16. E saiu Caim de diante da face do SENHOR e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden. 17. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque; e ele edificou uma cidade e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoque. 18. E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael, e Metusael gerou a Lameque. 19. E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. 20. E Ada teve a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. 21. E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. 22. E Zilá também teve a Tubalcaim, mestre de toda obra de cobre e de ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Naamá. 23. E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. 24. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete. 25. E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel; porquanto Caim o matou. 26. E a Sete mesmo também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então, se começou a invocar o nome do SENHOR. Gênesis 5 1. Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez. 2. Macho e fêmea os criou, e os abençoou, e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram criados. 3. E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e chamou o seu nome Sete. 4. E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou filhos e filhas. 5. E foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos; e morreu. 6. E viveu Sete cento e cinco anos e gerou a Enos. 7. E viveu Sete, depois que gerou a Enos, oitocentos e sete anos e gerou filhos e filhas. 8. E foram todos os dias de Sete novecentos e doze anos; e morreu. 9. E viveu Enos noventa anos; e gerou a Cainã. 10. E viveu Enos, depois que gerou a Cainã, oitocentos e quinze anos e gerou filhos e filhas. 11. E foram todos os dias de Enos novecentos e cinco anos; e morreu. 12. E viveu Cainã setenta anos e gerou a Maalalel. 13. E viveu Cainã, depois que gerou a Maalalel, oitocentos e quarenta anos e gerou filhos e filhas. 14. E foram todos os dias de Cainã novecentos e dez anos; e morreu. 15. E viveu Maalalel sessenta e cinco anos e gerou a Jarede. 16. E viveu Maalalel, depois que gerou a Jarede, oitocentos e trinta anos e gerou filhos e filhas. 17. E foram todos os dias de Maalalel oitocentos e noventa e cinco anos; e morreu. 18. E viveu Jarede cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque. 19. E viveu Jarede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos e gerou filhos e filhas. 20. E foram todos os dias de Jarede novecentos e sessenta e dois anos; e morreu. 21. E viveu Enoque sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. 22. E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Metusalém, trezentos anos e gerou filhos e filhas. 23. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. 24. E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou. 25. E viveu Metusalém cento e oitenta e sete anos e gerou a Lameque. 26. E viveu Metusalém, depois que gerou a Lameque, setecentos e oitenta e dois anos e gerou filhos e filhas. 27. E foram todos os dias de Metusalém novecentos e sessenta e nove anos; e morreu. 28. E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos e gerou um filho. 29. E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou. 30. E viveu Lameque, depois que gerou a Noé, quinhentos e noventa e cinco anos e gerou filhos e filhas. 31. E foram todos os dias de Lameque setecentos e setenta e sete anos; e morreu. 32. E era Noé da idade de quinhentos anos e gerou Noé a Sem, Cam e Jafé. Gênesis 6 1. E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, 2. viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. 3. Então, disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. 4. Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama. 5. E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6. Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. 7. E disse o SENHOR: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. 8. Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR. 9. Estas são as gerações de Noé: Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus. 10. E gerou Noé três filhos: Sem, Cam e Jafé. 11. A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. 12. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. 13. Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra. 14. Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. 15. E desta maneira farás: de trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinqüenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura. 16. Farás na arca uma janela e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares baixos, segundos e terceiros. 17. Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda carne em que há espírito de vida debaixo dos céus: tudo o que há na terra expirará. 18. Mas contigo estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, e a tua mulher, e as mulheres de teus filhos contigo. 19. E de tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie meterás na arca, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea serão. 20. Das aves conforme a sua espécie, dos animais conforme a sua espécie, de todo réptil da terra conforme a sua espécie, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida. 21. E tu toma para ti de toda comida que se come e ajunta-a para ti; e te será para mantimento, para ti e para eles. 22. Assim fez Noé; conforme tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez. Gênesis 7 1. Depois, disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração. 2. De todo animal limpo tomarás para ti sete e sete: o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois: o macho e sua fêmea. 3. Também das aves dos céus sete e sete: macho e fêmea, para se conservar em vida a semente sobre a face de toda a terra. 4. Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda substância que fiz. 5. E fez Noé conforme tudo o que o SENHOR lhe ordenara. 6. E era Noé da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra. 7. E entrou Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele na arca, por causa das águas do dilúvio. 8. Dos animais limpos, e dos animais que não são limpos, e das aves, e de todo o réptil sobre a terra, 9. entraram de dois em dois para Noé na arca, macho e fêmea, como Deus ordenara a Noé. 10. E aconteceu que, passados sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio. 11. No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia, se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, 12. e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites. 13. E, no mesmo dia, entrou Noé, e Sem, e Cam, e Jafé, os filhos de Noé, como também a mulher de Noé, e as três mulheres de seus filhos, com ele na arca; 14. eles, e todo animal conforme a sua espécie, e todo gado conforme a sua espécie, e todo réptil que se roja sobre a terra conforme a sua espécie, e toda ave conforme a sua espécie, todo pássaro de toda qualidade. 15. E de toda carne, em que havia espírito de vida, entraram de dois em dois para Noé na arca. 16. E os que entraram, macho e fêmea de toda carne entraram, como Deus lhe tinha ordenado; e o SENHOR a fechou por fora. 17. E esteve o dilúvio quarenta dias sobre a terra; e cresceram as águas e levantaram a arca, e ela se elevou sobre a terra. 18. E prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca andava sobre as águas. 19. E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos. 20. Quinze côvados acima prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos. 21. E expirou toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado, e de feras, e de todo o réptil que se roja sobre a terra, e de todo homem. 22. Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco, morreu. 23. Assim, foi desfeita toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca. 24. E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinqüenta dias. Gênesis 8 1. E lembrou-se Deus de Noé, e de todo animal, e de toda rês que com ele estava na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas. 2. Cerraram-se também as fontes do abismo e as janelas dos céus, e a chuva dos céus deteve-se. 3. E as águas tornaram de sobre a terra continuamente e, ao cabo de cento e cinqüenta dias, as águas minguaram. 4. E a arca repousou, no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate. 5. E foram as águas indo e minguando até ao décimo mês; no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes. 6. E aconteceu que, ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da arca que tinha feito. 7. E soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra. 8. Depois, soltou uma pomba, a ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra. 9. A pomba, porém, não achou repouso para a planta de seu pé e voltou a ele para a arca; porque as águas estavam sobre a face de toda a terra; e ele estendeu a sua mão, e tomou-a, e meteu-a consigo na arca. 10. E esperou ainda outros sete dias e tornou a enviar a pomba fora da arca. 11. E a pomba voltou a ele sobre a tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico; e conheceu Noé que as águas tinham minguado sobre a terra. 12. Então, esperou ainda outros sete dias e enviou fora a pomba; mas não tornou mais a ele. 13. E aconteceu que, no ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, as águas se secaram de sobre a terra. Então, Noé tirou a cobertura da arca e olhou, e eis que a face da terra estava enxuta. 14. E, no segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca. 15. Então, falou Deus a Noé, dizendo: 16. Sai da arca tu, e tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de teus filhos contigo. 17. Todo animal que está contigo, de toda carne, de ave, e de gado, e de todo réptil que se roja sobre a terra, traze fora contigo; e povoem abundantemente a terra, e frutifiquem, e se multipliquem sobre a terra. 18. Então, saiu Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele; 19. todo animal, todo réptil, toda ave, tudo o que se move sobre a terra, conforme as suas famílias, saiu para fora da arca. 20. E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar. 21. E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. 22. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão. Gênesis 9 1. E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra. 2. E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues. 3. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde. 4. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. 5. E certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da mão de todo animal o requererei, como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. 6. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem. 7. Mas vós, frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra e multiplicai-vos nela. 8. E falou Deus a Noé e a seus filhos com ele, dizendo: 9. E eu, eis que estabeleço o meu concerto convosco, e com a vossa semente depois de vós, 10. e com toda alma vivente, que convosco está, de aves, de reses, e de todo animal da terra convosco; desde todos que saíram da arca, até todo animal da terra. 11. E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra. 12. E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre mim e vós e entre toda alma vivente, que está convosco, por gerações eternas. 13. O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra. 14. E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens. 15. Então, me lembrarei do meu concerto, que está entre mim e vós e ainda toda alma vivente de toda carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio, para destruir toda carne. 16. E estará o arco nas nuvens, e eu o verei, para me lembrar do concerto eterno entre Deus e toda alma vivente de toda carne, que está sobre a terra. 17. E disse Deus a Noé: Este é o sinal do concerto que tenho estabelecido entre mim e toda a carne que está sobre a terra. 18. E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram Sem, e Cam, e Jafé; e Cam é o pai de Canaã. 19. Estes três foram os filhos de Noé; e destes se povoou toda a terra. 20. E começou Noé a ser lavrador da terra e plantou uma vinha. 21. E bebeu do vinho e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. 22. E viu Cam, o pai de Canaã, a nudez de seu pai e fê-lo saber a ambos seus irmãos, fora. 23. Então, tomaram Sem e Jafé uma capa, puseram-na sobre ambos os seus ombros e, indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai; e os seus rostos eram virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. 24. E despertou Noé do seu vinho e soube o que seu filho menor lhe fizera. 25. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. 26. E disse: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. 27. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. 28. E viveu Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinqüenta anos. 29. E foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos, e morreu. Gênesis 10 1. Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé; e nasceram-lhes filhos depois do dilúvio. 2. Os filhos de Jafé são: Gomer, e Magogue, e Madai, e Javã, e Tubal, e Meseque, e Tiras. 3. E os filhos de Gomer são: Asquenaz, e Rifate, e Togarma. 4. E os filhos de Javã são: Elisá, e Társis, e Quitim, e Dodanim. 5. Por estes, foram repartidas as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações. 6. E os filhos de Cam são: Cuxe, e Mizraim, e Pute, e Canaã. 7. E os filhos de Cuxe são: Sebá, e Havilá, e Sabtá, e Raamá, e Sabtecá; e os filhos de Raamá são: Sabá e Dedã. 8. E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. 9. E este foi poderoso caçador diante da face do SENHOR; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do SENHOR. 10. E o princípio do seu reino foi Babel, e Ereque, e Acade, e Calné, na terra de Sinar. 11. Desta mesma terra saiu ele à Assíria e edificou a Nínive, e Reobote-Ir, e Calá, 12. e Resém, entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade). 13. E Mizraim gerou a Ludim, e a Anamim, e a Leabim, e a Naftuim, 14. e a Patrusim, e a Casluim (donde saíram os filisteus), e a Caftorim. 15. E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete, 16. e ao jebuseu, e ao amorreu, e ao girgaseu, 17. e ao heveu, e ao arqueu, e ao sineu, 18. e ao arvadeu, e ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus. 19. E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma, e Gomorra, e Admá, e Zeboim, até Lasa. 20. Estes são os filhos de Cam, segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações. 21. E a Sem nasceram filhos, e ele é o pai de todos os filhos de Éber e o irmão mais velho de Jafé. 22. Os filhos de Sem são: Elão, e Assur, e Arfaxade, e Lude, e Arã. 23. E os filhos de Arã são: Uz, e Hul, e Geter, e Más. 24. E Arfaxade gerou a Salá; e Salá gerou a Éber. 25. E a Éber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra; e o nome do seu irmão foi Joctã. 26. E Joctã gerou a Almodá, e a Selefe, e a Hazar-Mavé, e a Jerá, 27. e a Hadorão, e a Uzal, e a Dicla, 28. e a Obal, e a Abimael, e a Sabá, 29. e a Ofir, e a Havilá, e a Jobabe; todos estes foram filhos de Joctã. 30. E foi a sua habitação desde Messa, indo para Sefar, montanha do Oriente. 31. Estes são os filhos de Sem, segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações. 32. Estas são as famílias dos filhos de Noé, segundo as suas gerações, em suas nações; e destes foram divididas as nações na terra, depois do dilúvio. Gênesis 11 1. E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. 2. E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. 3. E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal. 4. E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. 5. Então, desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; 6. e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. 7. Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. 8. Assim, o SENHOR os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. 9. Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra. 10. Estas são as gerações de Sem: Sem era da idade de cem anos e gerou a Arfaxade, dois anos depois do dilúvio. 11. E viveu Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos anos; e gerou filhos e filhas. 12. E viveu Arfaxade trinta e cinco anos e gerou a Salá. 13. E viveu Arfaxade, depois que gerou a Salá, quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas. 14. E viveu Salá trinta anos e gerou a Éber. 15. E viveu Salá, depois que gerou a Éber, quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas. 16. E viveu Éber trinta e quatro anos e gerou a Pelegue. 17. E viveu Éber, depois que gerou a Pelegue, quatrocentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas. 18. E viveu Pelegue trinta anos e gerou a Reú. 19. E viveu Pelegue, depois que gerou a Reú, duzentos e nove anos; e gerou filhos e filhas. 20. E viveu Reú trinta e dois anos e gerou a Serugue. 21. E viveu Reú, depois que gerou a Serugue, duzentos e sete anos; e gerou filhos e filhas. 22. E viveu Serugue trinta anos e gerou a Naor. 23. E viveu Serugue, depois que gerou a Naor, duzentos anos; e gerou filhos e filhas. 24. E viveu Naor vinte e nove anos e gerou a Tera. 25. E viveu Naor, depois que gerou a Tera, cento e dezenove anos; e gerou filhos e filhas. 26. E viveu Tera setenta anos e gerou a Abrão, a Naor e a Harã. 27. E estas são as gerações de Tera: Tera gerou a Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló. 28. E morreu Harã, estando seu pai Tera ainda vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos caldeus. 29. E tomaram Abrão e Naor mulheres para si; o nome da mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher de Naor era Milca, filha de Harã, pai de Milca e pai de Iscá. 30. E Sarai foi estéril e não tinha filhos. 31. E tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã e habitaram ali. 32. E foram os dias de Tera duzentos e cinco anos; e morreu Tera em Harã. Gênesis 12 1. Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. 2. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. 3. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. 4. Assim, partiu Abrão, como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. 5. E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã. 6. E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; e estavam, então, os cananeus na terra. 7. E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera. 8. E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR. 9. Depois, caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do Sul. 10. E havia fome naquela terra; e desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande na terra. 11. E aconteceu que, chegando ele para entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista; 12. e será que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é a sua mulher. E matar-me-ão a mim e a ti te guardarão em vida. 13. Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma por amor de ti. 14. E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios a mulher, que era mui formosa. 15. E viram-na os príncipes de Faraó e gabaram-na diante de Faraó; e foi a mulher tomada para a casa de Faraó. 16. E fez bem a Abrão por amor dela; e ele teve ovelhas, e vacas, e jumentos, e servos, e servas, e jumentas, e camelos. 17. Feriu, porém, o SENHOR a Faraó com grandes pragas e a sua casa, por causa de Sarai, mulher de Abrão. 18. Então, chamou Faraó a Abrão e disse: Que é isto que me fizeste? Por que não me disseste que ela era tua mulher? 19. Por que disseste: É minha irmã? De maneira que a houvera tomado por minha mulher; agora, pois, eis aqui tua mulher; toma- a e vai-te. 20. E Faraó deu ordens aos seus varões a seu respeito, e acompanharam-no a ele, e a sua mulher, e a tudo o que tinha. Gênesis 13 1. Subiu, pois, Abrão do Egito para a banda do Sul, ele, e sua mulher, e tudo o que tinha, e com ele Ló. 2. E ia Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro. 3. E fez as suas jornadas do Sul até Betel, até ao lugar onde, ao princípio, estivera a sua tenda, entre Betel e Ai; 4. até ao lugar do altar que, dantes, ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do SENHOR. 5. E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, e vacas, e tendas. 6. E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos, porque a sua fazenda era muita; de maneira que não podiam habitar juntos. 7. E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló; e os cananeus e os ferezeus habitavam, então, na terra. 8. E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos. 9. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda. 10. E levantou Ló os seus olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes de o SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. 11. Então, Ló escolheu para si toda a campina do Jordão e partiu Ló para o Oriente; e apartaram-se um do outro. 12. Habitou Abrão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da campina e armou as suas tendas até Sodoma. 13. Ora, eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o SENHOR. 14. E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta, agora, os teus olhos e olha desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; 15. porque toda esta terra que vês te hei de dar a ti e à tua semente, para sempre. 16. E farei a tua semente como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, também a tua semente será contada. 17. Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei. 18. E Abrão armou as suas tendas, e veio, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR. Gênesis 14 1. E aconteceu, nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, 2. que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Bela (esta é Zoar). 3. Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o mar de Sal). 4. Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas, ao décimo-terceiro ano, rebelaram-se. 5. E, ao décimo-quarto ano, veio Quedorlaomer e os reis que estavam com ele e feriram aos refains em Asterote-Carnaim, e aos zuzins em Hã, e aos emins em Savé-Quiriataim, 6. e aos horeus no seu monte Seir, até à campina de Parã, que está junto ao deserto. 7. Depois, tornaram, e vieram a En-Mispate (que é Cades), e feriram toda a terra dos amalequitas e também os amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar. 8. Então, saiu o rei de Sodoma, e o rei de Gomorra, e o rei de Admá, e o rei de Zeboim, e o rei de Bela (esta é Zoar) e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim, 9. contra Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, e Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra cinco. 10. E o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra e caíram ali; e os restantes fugiram para um monte. 11. E tomaram toda a fazenda de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento e foram-se. 12. Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda e foram-se. 13. Então, veio um que escapara e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão. 14. Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã. 15. E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. 16. E tornou a trazer toda a fazenda e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e a sua fazenda, e também as mulheres, e o povo. 17. E o rei de Sodoma saiu-lhes ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) no vale de Savé, que é o vale do Rei. 18. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. 19. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; 20. e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo. 21. E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti. 22. Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, 23. e juro que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; 24. salvo tão-somente o que os jovens comeram e a parte que toca aos varões que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte. Gênesis 15 1. D epois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão. 2. Então, disse Abrão: Senhor JEOVÁ, que me hás de dar? Pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer. 3. Disse mais Abrão: Eis que me não tens dado semente, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro. 4. E eis que veio a palavra do SENHOR a ele, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro. 5. Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. 6. E creu ele no SENHOR, e foi-lhe imputado isto por justiça. 7. Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para a herdares. 8. E disse ele: Senhor JEOVÁ, como saberei que hei de herdá-la? 9. E disse-lhe: Toma-me uma bezerra de três anos, e uma cabra de três anos, e um carneiro de três anos, e uma rola, e um pombinho. 10. E trouxe-lhe todos estes, e partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu. 11. E as aves desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava. 12. E, pondo-se o sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e grande escuridão caíram sobre ele. 13. Então, disse a Abrão: Saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua; e servi-los-á e afligi-la-ão quatrocentos anos. 14. Mas também eu julgarei a gente à qual servirão, e depois sairão com grande fazenda. 15. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. 16. E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia. 17. E sucedeu que, posto o sol, houve escuridão; e eis um forno de fumaça e uma tocha de fogo que passou por aquelas metades. 18. Naquele mesmo dia, fez o SENHOR um concerto com Abrão, dizendo: À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates, 19. e o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu, 20. e o heteu, e o ferezeu, e os refains, 21. e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu. Gênesis 16 1. Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe gerava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era Agar. 2. E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de gerar; entra, pois, à minha serva; porventura, terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai. 3. Assim, tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar, egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão, seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã. 4. E ele entrou a Agar, e ela concebeu; e, vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos. 5. Então, disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti. Minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela, agora, que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos. O SENHOR julgue entre mim e ti. 6. E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face. 7. E o Anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur. 8. E disse: Agar, serva de Sarai, de onde vens e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora. 9. Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora e humilha-te debaixo de suas mãos. 10. Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua semente, que não será contada, por numerosa que será. 11. Disse-lhe também o Anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e terás um filho, e chamarás o seu nome Ismael, porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição. 12. E ele será homem bravo; e a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos. 13. E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus da vista, porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê? 14. Por isso, se chama aquele poço de Laai-Roi; eis que está entre Cades e Berede. 15. E Agar deu um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que tivera Agar, Ismael. 16. E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu Ismael a Abrão. Gênesis 17 1. Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito. 2. E porei o meu concerto entre mim e ti e te multiplicarei grandissimamente. 3. Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele, dizendo: 4. Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações. 5. E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto. 6. E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti. 7. E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus e à tua semente depois de ti. 8. E te darei a ti e à tua semente depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu Deus. 9. Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu e a tua semente depois de ti, nas suas gerações. 10. Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: Que todo macho será circuncidado. 11. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós. 12. O filho de oito dias, pois, será circuncidado; todo macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. 13. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. 14. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto. 15. Disse Deus mais a Abraão: a Sarai, tua mulher, não chamarás mais pelo nome de Sarai, mas Sara será o seu nome. 16. Porque eu a hei de abençoar e te hei de dar a ti dela um filho; e a abençoarei, e será mãe das nações; reis de povos sairão dela. 17. Então, caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E conceberá Sara na idade de noventa anos? 18. E disse Abraão a Deus: Tomara que viva Ismael diante de teu rosto! 19. E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque; e com ele estabelecerei o meu concerto, por concerto perpétuo para a sua semente depois dele. 20. E, quanto a Ismael, também te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação. 21. O meu concerto, porém, estabelecerei com Isaque, o qual Sara te dará neste tempo determinado, no ano seguinte. 22. E acabou de falar com ele e subiu Deus de Abraão. 23. Então, tomou Abraão a seu filho Ismael, e a todos os nascidos na sua casa, e a todos os comprados por seu dinheiro, todo macho entre os homens da casa de Abraão; e circuncidou a carne do seu prepúcio, naquele mesmo dia, como Deus falara com ele. 24. E era Abraão da idade de noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. 25. E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. 26. Neste mesmo dia, foi circuncidado Abraão e Ismael, seu filho. 27. E todos os homens da sua casa, o nascido em casa e o comprado por dinheiro do estrangeiro, foram circuncidados com ele. Gênesis 18 1. Depois, apareceu-lhe o SENHOR nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, quando tinha aquecido o dia. 2. E levantou os olhos e olhou, e eis três varões estavam em pé junto a ele. E, vendo- os, correu da porta da tenda ao seu encontro, e inclinou-se à terra, 3. e disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo. 4. Traga-se, agora, um pouco de água; e lavai os vossos pés e recostai-vos debaixo desta árvore; 5. e trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois, passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim, faze como tens dito. 6. E Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha e faze bolos. 7. E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu- a ao moço, que se apressou em prepará-la. 8. E tomou manteiga e leite e a vitela que tinha preparado e pôs tudo diante deles; e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram. 9. E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la, aí está na tenda. 10. E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara, tua mulher, terá um filho. E ouviu- o Sara à porta da tenda, que estava atrás dele. 11. E eram Abraão e Sara já velhos e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres. 12. Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho? 13. E disse o SENHOR a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Na verdade, gerarei eu ainda, havendo já envelhecido? 14. Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR? Ao tempo determinado, tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho. 15. E Sara negou, dizendo: Não me ri, porquanto temeu. E ele disse: Não digas isso, porque te riste. 16. E levantaram-se aqueles varões dali e olharam para a banda de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os. 17. E disse o SENHOR: Ocultarei eu a Abraão o que faço, 18. visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? 19. Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agirem com justiça e juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado. 20. Disse mais o SENHOR: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito, 21. descerei agora e verei se, com efeito, têm praticado segundo este clamor que é vindo até mim; e, se não, sabê-lo-ei. 22. Então, viraram aqueles varões o rosto dali e foram-se para Sodoma; mas Abraão ficou ainda em pé diante da face do SENHOR. 23. E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio? 24. Se, porventura, houver cinqüenta justos na cidade, destruí-los-ás também e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela? 25. Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? 26. Então, disse o SENHOR: Se eu em Sodoma achar cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei todo o lugar por amor deles. 27. E respondeu Abraão, dizendo: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza. 28. Se, porventura, faltarem de cinqüenta justos cinco, destruirás por aqueles cinco toda a cidade? E disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco. 29. E continuou ainda a falar-lhe e disse: Se, porventura, acharem ali quarenta? E disse: Não o farei, por amor dos quarenta. 30. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar: se, porventura, se acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta. 31. E disse: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor: se, porventura, se acharem ali vinte? E disse: Não a destruirei, por amor dos vinte. 32. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez. 33. E foi-se o SENHOR, quando acabou de falar a Abraão; e Abraão tornou ao seu lugar. Gênesis 19 1. E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma; e, vendo- os Ló, levantou-se ao seu encontro e inclinou-se com o rosto à terra. 2. E disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos, em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os vossos pés; e de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. E eles disseram: Não! Antes, na rua passaremos a noite. 3. E porfiou com eles muito, e vieram com ele e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete e cozeu bolos sem levedura, e comeram. 4. E, antes que se deitassem, cercaram a casa os varões daquela cidade, os varões de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. 5. E chamaram Ló e disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos. 6. Então, saiu Ló a eles à porta, e fechou a porta atrás de si, 7. e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal. 8. Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada façais a estes varões, porque por isso vieram à sombra do meu telhado. 9. Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Como estrangeiro, este indivíduo veio aqui habitar e quereria ser juiz em tudo? Agora, te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o varão, sobre Ló, e aproximaram-se para arrombar a porta. 10. Aqueles varões, porém, estenderam a sua mão, e fizeram entrar a Ló consigo na casa, e fecharam a porta; 11. e feriram de cegueira os varões que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se cansaram para achar a porta. 12. Então, disseram aqueles varões a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; 13. pois nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem engrossado diante da face do SENHOR, e o SENHOR nos enviou a destruí-lo. 14. Então, saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos; saí deste lugar, porque o SENHOR há de destruir a cidade. Foi tido, porém, por zombador aos olhos de seus genros. 15. E, ao amanhecer, os anjos apertaram com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na injustiça desta cidade. 16. Ele, porém, demorava-se, e aqueles varões lhe pegaram pela mão, e pela mão de sua mulher, e pela mão de suas duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e tiraram-no, e puseram-no fora da cidade. 17. E aconteceu que, tirando-os fora, disse: Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças. 18. E Ló disse-lhe: Assim, não, Senhor! 19. Eis que, agora, o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e engrandeceste a tua misericórdia que a mim me fizeste, para guardar a minha alma em vida; mas não posso escapar no monte, pois que tenho medo que me apanhe este mal, e eu morra. 20. Eis, agora, aquela cidade está perto, para fugir para lá, e é pequena; ora, para ali me escaparei (não é pequena?), para que minha alma viva. 21. E disse-lhe: Eis aqui, tenho-te aceitado também neste negócio, para não derribar esta cidade de que falaste. 22. Apressa-te, escapa-te para ali; porque nada poderei fazer, enquanto não tiveres ali chegado. Por isso, se chamou o nome da cidade Zoar. 23. Saiu o sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar. 24. Então, o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra. 25. E derribou aquelas cidades, e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra. 26. E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal. 27. E Abraão levantou-se aquela mesma manhã de madrugada e foi para aquele lugar onde estivera diante da face do SENHOR. 28. E olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a terra da campina; e viu, e eis que a fumaça da terra subia, como a fumaça duma fornalha. 29. E aconteceu que, destruindo Deus as cidades da campina, Deus se lembrou de Abraão e tirou Ló do meio da destruição, derribando aquelas cidades em que Ló habitara. 30. E subiu Ló de Zoar e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele, porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas. 31. Então, a primogênita disse à menor: Nosso pai é já velho, e não há varão na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra. 32. Vem, demos a beber vinho a nosso pai e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos semente de nosso pai. 33. E deram a beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. 34. E sucedeu, no outro dia, que a primogênita disse à menor: Vês aqui, eu já ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe a beber vinho também esta noite, e então entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos semente de nosso pai. 35. E deram a beber vinho a seu pai, também naquela noite; e levantou-se a menor e deitou-se com ele; e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. 36. E conceberam as duas filhas de Ló de seu pai. 37. E teve a primogênita um filho e chamou o seu nome Moabe; este é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje. 38. E a menor também teve um filho e chamou o seu nome Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom, até o dia de hoje. Gênesis 20 1. E partiu Abraão dali para a terra do Sul e habitou entre Cades e Sur; e peregrinou em Gerar. 2. E, havendo Abraão dito de Sara, sua mulher: É minha irmã, enviou Abimeleque, rei de Gerar, e tomou a Sara. 3. Deus, porém, veio a Abimeleque em sonhos de noite e disse-lhe: Eis que morto és por causa da mulher que tomaste; porque ela está casada com marido. 4. Mas Abimeleque ainda não se tinha chegado a ela; por isso, disse: Senhor, matarás também uma nação justa? 5. Não me disse ele mesmo: É minha irmã? E ela também disse: É meu irmão. Em sinceridade do coração e em pureza das minhas mãos, tenho feito isto. 6. E disse-lhe Deus em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso, te não permiti tocá-la. 7. Agora, pois, restitui a mulher ao seu marido, porque profeta é e rogará por ti, para que vivas; porém, se não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu. 8. E levantou-se Abimeleque pela manhã, de madrugada, chamou todos os seus servos e falou todas estas palavras em seus ouvidos; e temeram muito aqueles varões. 9. Então, chamou Abimeleque a Abraão e disse-lhe: Que nos fizeste? E em que pequei contra ti, para trazeres sobre mim e meu reino tamanho pecado? Tu me fizeste aquilo que não deverias ter feito. 10. Disse mais Abimeleque a Abraão: Que tens visto, para fazeres tal coisa? 11. E disse Abraão: Porque eu dizia comigo: Certamente não há temor de Deus neste lugar, e eles me matarão por amor da minha mulher. 12. E, na verdade, é ela também minha irmã, filha de meu pai, mas não filha da minha mãe; e veio a ser minha mulher. 13. E aconteceu que, fazendo-me Deus sair errante da casa de meu pai, eu lhe disse: Seja esta a graça que me farás em todo o lugar aonde viermos: dize de mim: É meu irmão. 14. Então, tomou Abimeleque ovelhas, e vacas, e servos, e servas e os deu a Abraão; e restituiu-lhe Sara, sua mulher. 15. E disse Abimeleque: Eis que a minha terra está diante da tua face; habita onde bom for aos teus olhos. 16. E a Sara disse: Vês que tenho dado ao teu irmão mil moedas de prata; eis que elas te sejam por véu dos olhos para com todos os que contigo estão e até para com todos os outros; e estás advertida. 17. E orou Abraão a Deus, e sarou Deus a Abimeleque, e a sua mulher, e as suas servas, de maneira que tiveram filhos; 18. porque o SENHOR havia fechado totalmente todas as madres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão. Gênesis 21 1. E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado. 2. E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha dito. 3. E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque. 4. E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como Deus lhe tinha ordenado. 5. E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho. 6. E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo. 7. Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice? 8. E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado. 9. E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava. 10. E disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com meu filho, com Isaque. 11. E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho. 12. Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua semente. 13. Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua semente. 14. Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e tomou pão e um odre de água, e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela foi-se, andando errante no deserto de Berseba. 15. E, consumida a água do odre, lançou o menino debaixo de uma das árvores. 16. E foi-se e assentou-se em frente, afastando-se a distância de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. E assentou-se em frente, e levantou a sua voz, e chorou. 17. E ouviu Deus a voz do menino, e bradou o Anjo de Deus a Agar desde os céus e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do rapaz desde o lugar onde está. 18. Ergue-te, levanta o moço e pega-lhe pela mão, porque dele farei uma grande nação. 19. E abriu-lhe Deus os olhos; e viu um poço de água, e foi-se, e encheu o odre de água, e deu de beber ao moço. 20. E era Deus com o moço, que cresceu, e habitou no deserto, e foi flecheiro. 21. E habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe mulher da terra do Egito. 22. E aconteceu, naquele mesmo tempo, que Abimeleque, com Ficol, príncipe do seu exército, falou com Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo o que fazes; 23. agora, pois, jura-me aqui por Deus que me não mentirás a mim, nem a meu filho, nem a meu neto; segundo a beneficência que te fiz, me farás a mim e à terra onde peregrinaste. 24. E disse Abraão: Eu jurarei. 25. Abraão, porém, repreendeu a Abimeleque por causa de um poço de água que os servos de Abimeleque haviam tomado por força. 26. Então, disse Abimeleque: Eu não sei quem fez isto; e também tu mo não fizeste saber, nem eu o ouvi senão hoje. 27. E tomou Abraão ovelhas e vacas e deu-as a Abimeleque; e fizeram ambos concerto. 28. Pôs Abraão, porém, à parte sete cordeiras do rebanho. 29. E Abimeleque disse a Abraão: Para que estão aqui estas sete cordeiras, que puseste à parte? 30. E disse: Tomarás estas sete cordeiras de minha mão, para que sejam em testemunho que eu cavei este poço. 31. Por isso, se chamou aquele lugar Berseba, porquanto ambos juraram ali. 32. Assim, fizeram concerto em Berseba. Depois, se levantou Abimeleque e Ficol, príncipe do seu exército, e tornaram para a terra dos filisteus. 33. E plantou um bosque em Berseba e invocou lá o nome do SENHOR, Deus eterno. 34. E peregrinou Abraão na terra dos filisteus muitos dias. Gênesis 22 1. E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. 2. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. 3. Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. 4. Ao terceiro dia, levantou Abraão os seus olhos e viu o lugar de longe. 5. E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós. 6. E tomou Abraão a lenha do holocausto e pô-la sobre Isaque, seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão. E foram ambos juntos. 7. Então, falou Isaque a Abraão, seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? 8. E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos juntos. 9. E vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha. 10. E estendeu Abraão a sua mão e tomou o cutelo para imolar o seu filho. 11. Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. 12. Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único. 13. Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho. 14. E chamou Abraão o nome daquele lugar o SENHOR proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá. 15. Então, o Anjo do SENHOR bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus 16. e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único, 17. que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos. 18. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz. 19. Então, Abraão tornou aos seus moços, e levantaram-se e foram juntos para Berseba; e Abraão habitou em Berseba. 20. E sucedeu, depois destas coisas, que anunciaram a Abraão, dizendo: Eis que também Milca deu filhos a Naor, teu irmão: 21. Uz, o seu primogênito, e Buz, seu irmão, e Quemuel, pai de Arã, 22. e Quésede, e Hazo, e Pildas, e Jidlafe, e Betuel. 23. E Betuel gerou Rebeca. Estes oito deu Milca a Naor, irmão de Abraão. 24. E a sua concubina, cujo nome era Reumá, lhe deu também Teba, e Gaã, e Taás, e Maaca. Gênesis 23 1. E foi a vida de Sara cento e vinte e sete anos; estes foram os anos da vida de Sara. 2. E morreu Sara em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; e veio Abraão lamentar a Sara e chorar por ela. 3. Depois, se levantou Abraão de diante do seu morto e falou aos filhos de Hete, dizendo: 4. Estrangeiro e peregrino sou entre vós; dai-me possessão de sepultura convosco, para que eu sepulte o meu morto de diante da minha face. 5. E responderam os filhos de Hete a Abraão, dizendo-lhe: 6. Ouve-nos, meu senhor: príncipe de Deus és no meio de nós; enterra o teu morto na mais escolhida de nossas sepulturas; nenhum de nós te vedará a sua sepultura, para enterrares o teu morto. 7. Então, se levantou Abraão e inclinou-se diante do povo da terra, diante dos filhos de Hete. 8. E falou com eles, dizendo: Se é de vossa vontade que eu sepulte o meu morto de diante de minha face, ouvi-me e falai por mim a Efrom, filho de Zoar. 9. Que ele me dê a cova de Macpela, que tem no fim do seu campo; que ma dê pelo devido preço em posse de sepulcro no meio de vós. 10. Ora, Efrom estava no meio dos filhos de Hete; e respondeu Efrom, heteu, a Abraão, aos ouvidos dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da sua cidade, dizendo: 11. Não, meu senhor; ouve-me: o campo te dou, também te dou a cova que nele está; diante dos olhos dos filhos do meu povo ta dou; sepulta o teu morto. 12. Então, Abraão se inclinou diante da face do povo da terra 13. e falou a Efrom, aos ouvidos do povo da terra, dizendo: Mas, se tu estás por isto, ouve-me, peço-te: o preço do campo o darei; toma-o de mim, e sepultarei ali o meu morto. 14. E respondeu Efrom a Abraão, dizendo-lhe: 15. Meu senhor, ouve-me: a terra é de quatrocentos siclos de prata; que é isto entre mim e ti? Sepulta o teu morto. 16. E Abraão deu ouvidos a Efrom e Abraão pesou a Efrom a prata de que tinha falado aos ouvidos dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata, correntes entre mercadores. 17. Assim, o campo de Efrom, que estava em Macpela, em frente de Manre, o campo e a cova que nele estava, e todo o arvoredo que no campo havia, que estava em todo o seu contorno ao redor, 18. se confirmaram a Abraão em possessão diante dos olhos dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da sua cidade. 19. E, depois, sepultou Abraão a Sara, sua mulher, na cova do campo de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã. 20. Assim, o campo e a cova que nele estava se confirmaram a Abraão, em possessão de sepultura pelos filhos de Hete. Gênesis 24 1. E era Abraão já velho e adiantado em idade, e o SENHOR havia abençoado a Abraão em tudo. 2. E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa, 3. para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito, 4. mas que irás à minha terra e à minha parentela e daí tomarás mulher para meu filho Isaque. 5. E disse-lhe o servo: Porventura não quererá seguir-me a mulher a esta terra. Farei, pois, tornar o teu filho à terra de onde saíste? 6. E Abraão lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu filho. 7. O SENHOR, Deus dos céus, que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra, ele enviará o seu Anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho. 8. Se a mulher, porém, não quiser seguir-te, serás livre deste meu juramento; somente não faças lá tornar a meu filho. 9. Então, pôs o servo a sua mão debaixo da coxa de Abraão, seu senhor, e jurou-lhe sobre este negócio. 10. E o servo tomou dez camelos, dos camelos do seu senhor, e partiu, pois que toda a fazenda de seu senhor estava em sua mão; e levantou-se e partiu para a Mesopotâmia, para a cidade de Naor. 11. E fez ajoelhar os camelos fora da cidade, junto a um poço de água, pela tarde, ao tempo em que as moças saíam a tirar água. 12. E disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, dá-me, hoje, bom encontro e faze beneficência ao meu senhor Abraão! 13. Eis que eu estou em pé junto à fonte de água, e as filhas dos varões desta cidade saem para tirar água; 14. Seja, pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque; e que eu conheça nisso que fizeste beneficência a meu senhor. 15. E sucedeu que, antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, que havia nascido a Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, saía com o seu cântaro sobre o seu ombro. 16. E a donzela era mui formosa à vista, virgem, a quem varão não havia conhecido; e desceu à fonte, e encheu o seu cântaro, e subiu. 17. Então, o servo correu-lhe ao encontro e disse: Ora, deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro. 18. E ela disse: Bebe, meu senhor. E apressou-se, e abaixou o seu cântaro sobre a sua mão, e deu-lhe de beber. 19. E, acabando ela de lhe dar de beber, disse: Tirarei também água para os teus camelos, até que acabem de beber. 20. E apressou-se, e vazou o seu cântaro na pia, e correu outra vez ao poço para tirar água, e tirou para todos os seus camelos. 21. E o varão estava admirado de vê-la, calando-se, para saber se o SENHOR havia prosperado a sua jornada ou não. 22. E aconteceu que, acabando os camelos de beber, tomou o varão um pendente de ouro de meio siclo de peso e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de dez siclos de ouro, 23. e disse: De quem és filha? Faze-mo saber, peço-te; há também em casa de teu pai lugar para nós pousarmos? 24. E ela disse: Eu sou filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Naor. 25. Disse-lhe mais: Também temos palha, e muito pasto, e lugar para passar a noite. 26. Então, inclinou-se aquele varão, e adorou ao SENHOR, 27. e disse: Bendito seja o SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, que não retirou a sua beneficência e a sua verdade de meu senhor; quanto a mim, o SENHOR me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor. 28. E a donzela correu e fez saber estas coisas na casa de sua mãe. 29. E Rebeca tinha um irmão cujo nome era Labão; e Labão correu ao encontro daquele varão à fonte. 30. E aconteceu que, quando ele viu o pendente e as pulseiras sobre as mãos de sua irmã e quando ouviu as palavras de sua irmã Rebeca, que dizia: Assim me falou aquele varão, veio ao varão, e eis que estava em pé junto aos camelos, junto à fonte. 31. E disse: Entra, bendito do SENHOR, por que estarás fora? Pois eu já preparei a casa e o lugar para os camelos. 32. Então, veio aquele varão à casa, e desataram os camelos e deram palha e pasto aos camelos e água para lavar os pés dele e os pés dos varões que estavam com ele. 33. Depois, puseram de comer diante dele. Ele, porém, disse: Não comerei, até que tenha dito as minhas palavras. E ele disse: Fala. 34. Então, disse: Eu sou o servo de Abraão. 35. O SENHOR abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido; e deu-lhe ovelhas e vacas, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentos. 36. E Sara, a mulher do meu senhor, gerou um filho a meu senhor depois da sua velhice; e ele deu-lhe tudo quanto tem. 37. E meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás mulher para meu filho das filhas dos cananeus, em cuja terra habito; 38. irás, porém, à casa de meu pai e à minha família e tomarás mulher para meu filho. 39. Então, disse eu ao meu senhor: Porventura não me seguirá a mulher. 40. E ele me disse: O SENHOR, em cuja presença tenho andado, enviará o seu Anjo contigo e prosperará o teu caminho, para que tomes mulher para meu filho da minha família e da casa de meu pai. 41. Então, serás livre do meu juramento, quando fores à minha família; e, se não ta derem, livre serás do meu juramento. 42. E hoje cheguei à fonte e disse: Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, se tu, agora, prosperas o meu caminho, no qual eu ando, 43. eis que estou junto à fonte de água; seja, pois, que a donzela que sair para tirar água e à qual eu disser: Ora, dá-me um pouco de água do teu cântaro, 44. e ela me disser: Bebe tu também e também tirarei água para os teus camelos, esta seja a mulher que o SENHOR designou ao filho de meu senhor. 45. E, antes que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía com seu cântaro sobre o seu ombro, e desceu à fonte, e tirou água; e eu lhe disse: Ora, dá-me de beber. 46. E ela se apressou, e abaixou o seu cântaro de sobre si, e disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; e bebi, e ela deu também de beber aos camelos. 47. Então, lhe perguntei e disse: De quem és filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Naor, que lhe gerou Milca. Então, eu pus o pendente no seu rosto e as pulseiras sobre as suas mãos. 48. E, inclinando-me, adorei ao SENHOR e bendisse ao SENHOR, Deus do meu senhor Abraão, que me havia encaminhado pelo caminho da verdade, para tomar a filha do irmão de meu senhor para seu filho. 49. Agora, pois, se vós haveis de mostrar beneficência e verdade a meu senhor, fazei-mo saber; e, se não, também mo fazei saber, para que eu olhe à mão direita ou à esquerda. 50. Então, responderam Labão e Betuel e disseram: Do SENHOR procedeu este negócio; não podemos falar-te mal ou bem. 51. Eis que Rebeca está diante da tua face; toma-a e vai-te; seja a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o SENHOR. 52. E aconteceu que o servo de Abraão, ouvindo as suas palavras, inclinou-se à terra diante do SENHOR; 53. e tirou o servo vasos de prata, e vasos de ouro, e vestes e deu-os a Rebeca; também deu coisas preciosas a seu irmão e a sua mãe. 54. Então, comeram, e beberam, ele e os varões que com ele estavam, e passaram a noite. E levantaram-se pela manhã, e disse: Deixai-me ir a meu senhor. 55. Então, disseram seu irmão e sua mãe: Fique a donzela conosco alguns dias ou pelo menos dez dias; e depois irá. 56. Ele, porém, lhes disse: Não me detenhais, pois o SENHOR tem prosperado o meu caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor. 57. E disseram: Chamemos a donzela e perguntemos-lho. 58. E chamaram Rebeca e disseram-lhe: Irás tu com este varão? Ela respondeu: Irei. 59. Então, despediram Rebeca, sua irmã, e a sua ama, e o servo de Abraão, e os seus varões. 60. E abençoaram Rebeca e disseram-lhe: Ó nossa irmã, sejas tu em milhares de milhares, e que a tua semente possua a porta de seus aborrecedores! 61. E Rebeca se levantou com as suas moças, e subiram sobre os camelos e seguiram o varão; e tomou aquele servo a Rebeca e partiu. 62. Ora, Isaque vinha do caminho do poço de Laai-Roi, porque habitava na terra do Sul. 63. E Isaque saíra a orar no campo, sobre a tarde; e levantou os olhos, e olhou e eis que os camelos vinham. 64. Rebeca também levantou os olhos, e viu a Isaque, e lançou-se do camelo, 65. e disse ao servo: Quem é aquele varão que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu senhor. Então, tomou ela o véu e cobriu-se. 66. E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera. 67. E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe, Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe. Gênesis 25 1. E Abraão tomou outra mulher; o seu nome era Quetura. 2. E gerou-lhe Zinrã, e Jocsã, e Medã, e Midiã, e Isbaque, e Suá. 3. E Jocsã gerou a Seba e a Dedã; e os filhos de Dedã foram Assurim, e Letusim, e Leumim. 4. E os filhos de Midiã foram Efá, e Efer, e Enoque, e Abida, e Elda; estes todos foram filhos de Quetura. 5. Porém Abraão deu tudo o que tinha a Isaque. 6. Mas, aos filhos das concubinas que Abraão tinha, deu Abraão presentes e, vivendo ele ainda, despediu-os do seu filho Isaque, ao Oriente, para a terra oriental. 7. Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que viveu cento e setenta e cinco anos. 8. E Abraão expirou e morreu em boa velhice, velho e farto de dias; e foi congregado ao seu povo. 9. E sepultaram-no Isaque e Ismael, seus filhos, na cova de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, heteu, que estava em frente de Manre, 10. o campo que Abraão comprara aos filhos de Hete. Ali está sepultado Abraão e Sara, sua mulher. 11. E aconteceu, depois da morte de Abraão, que Deus abençoou a Isaque, seu filho; e habitava Isaque junto ao poço Laai-Roi. 12. Estas, porém, são as gerações de Ismael, filho de Abraão, que a serva de Sara, Agar, egípcia, deu a Abraão. 13. E estes são os nomes dos filhos de Ismael pelos seus nomes, segundo as suas gerações: o primogênito de Ismael era Nebaiote, depois Quedar, e Abdeel, e Mibsão, 14. e Misma, e Dumá, e Massá, 15. e Hadade, e Tema, e Jetur, e Nafis, e Quedemá. 16. Estes são os filhos de Ismael, e estes são os seus nomes pelas suas vilas e pelos seus castelos: doze príncipes segundo as suas famílias. 17. E estes são os anos da vida de Ismael, que viveu cento e trinta e sete anos; e ele expirou, e morreu, e foi congregado ao seu povo. 18. E habitaram desde Havilá até Sur, que está em frente do Egito, indo para Assur; e Ismael fez o seu assento diante da face de todos os seus irmãos. 19. E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque; 20. e era Isaque da idade de quarenta anos, quando tomou a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de Labão, arameu, por sua mulher. 21. E Isaque orou instantemente ao SENHOR por sua mulher, porquanto era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu. 22. E os filhos lutavam dentro dela; então, disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao SENHOR. 23. E o SENHOR lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor. 24. E, cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre. 25. E saiu o primeiro, ruivo e todo como uma veste cabeluda; por isso, chamaram o seu nome Esaú. 26. E, depois, saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso, se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou. 27. E cresceram os meninos. E Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacó era varão simples, habitando em tendas. 28. E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó. 29. E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado. 30. E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom. 31. Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. 32. E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? 33. Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. 34. E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura. Gênesis 26 1. E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso, foi-se Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar. 2. E apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não desças ao Egito. Habita na terra que eu te disser; 3. peregrina nesta terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai. 4. E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, 5. porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. 6. Assim, habitou Isaque em Gerar. 7. E, perguntando-lhe os varões daquele lugar acerca de sua mulher, disse: É minha irmã; porque temia dizer: É minha mulher; para que porventura (dizia ele) me não matem os varões daquele lugar por amor de Rebeca; porque era formosa à vista. 8. E aconteceu que, como ele esteve ali muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou por uma janela e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca, sua mulher. 9. Então, chamou Abimeleque a Isaque e disse: Eis que, na verdade, é tua mulher; como, pois, disseste: É minha irmã? E disse-lhe Isaque: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por causa dela. 10. E disse Abimeleque: Que é isto que nos fizeste? Facilmente se teria deitado alguém deste povo com a tua mulher, e tu terias trazido sobre nós um delito. 11. E mandou Abimeleque a todo o povo, dizendo: Qualquer que tocar neste varão ou em sua mulher certamente morrerá. 12. E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava. 13. E engrandeceu-se o varão e ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande; 14. e tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam. 15. E todos os poços que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de Abraão, seu pai, os filisteus entulharam e encheram de terra. 16. Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque muito mais poderoso te tens feito do que nós. 17. Então, Isaque foi-se dali, e fez o seu assento no vale de Gerar, e habitou lá. 18. E tornou Isaque, e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão, seu pai, e que os filisteus taparam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai. 19. Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale e acharam ali um poço de águas vivas. 20. E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o nome daquele poço Eseque, porque contenderam com ele. 21. Então, cavaram outro poço e também porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Sitna. 22. E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o SENHOR, e crescemos nesta terra. 23. Depois, subiu dali a Berseba, 24. e apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo. 25. Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço. 26. E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Ausate, seu amigo, e Ficol, príncipe do seu exército. 27. E disse-lhe Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me aborreceis e me enviastes de vós? 28. E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo; pelo que dissemos: Haja, agora, juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos concerto contigo. 29. Que nos não faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora, tu és o bendito do SENHOR. 30. Então, lhes fez um banquete, e comeram e beberam. 31. E levantaram-se de madrugada e juraram um ao outro; depois, os despediu Isaque, e despediram-se dele, em paz. 32. E aconteceu, naquele mesmo dia, que vieram os servos de Isaque, e anunciaram-lhe acerca do negócio do poço, que tinham cavado, e disseram-lhe: Temos achado água. 33. E chamou-o Seba. Por isso, é o nome daquela cidade Berseba até o dia de hoje. 34. Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. 35. E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito. Gênesis 27 1. E aconteceu que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho! E ele lhe disse: Eis-me aqui! 2. E ele disse: Eis que já agora estou velho e não sei o dia da minha morte. 3. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, 4. e faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma, e para que minha alma te abençoe, antes que morra. 5. E Rebeca escutou quando Isaque falava ao seu filho Esaú; e foi-se Esaú ao campo, para apanhar caça que havia de trazer. 6. Então, falou Rebeca a Jacó, seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pai que falava com Esaú, teu irmão, dizendo: 7. Traze-me caça e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma e te abençoe diante da face do SENHOR, antes da minha morte. 8. Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te mando. 9. Vai, agora, ao rebanho e traze-me de lá dois bons cabritos; e eu farei deles um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta; 10. e levá-lo-ás a teu pai, para que o coma e para que te abençoe antes da sua morte. 11. Então, disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú, meu irmão, é varão cabeludo, e eu, varão liso. 12. Porventura, me apalpará o meu pai, e serei, a seus olhos, enganador; assim, trarei eu sobre mim maldição e não bênção. 13. E disse-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, e traze-m os. 14. E foi, e tomou-os, e trouxe-os à sua mãe; e sua mãe fez um guisado saboroso, como seu pai gostava. 15. Depois, tomou Rebeca as vestes de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho menor. 16. E, com as peles dos cabritos, cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço 17. e deu o guisado saboroso e o pão que tinha preparado na mão de Jacó, seu filho. 18. E veio ele a seu pai e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui. Quem és tu, meu filho? 19. E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito. Tenho feito como me disseste. Levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe. 20. Então, disse Isaque a seu filho: Como é isto, que tão cedo a achaste, filho meu? E ele disse: Porque o SENHOR, teu Deus, a mandou ao meu encontro. 21. E disse Isaque a Jacó: Chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se és meu filho Esaú mesmo ou não. 22. Então, se chegou Jacó a Isaque, seu pai, que o apalpou e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú. 23. E não o conheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos de Esaú, seu irmão. E abençoou-o. 24. E disse: És tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou. 25. Então, disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lho, e comeu; trouxe-lhe também vinho, e bebeu. 26. E disse-lhe Isaque, seu pai: Ora, chega-te e beija-me, filho meu. 27. E chegou-se e beijou-o. Então, cheirou o cheiro das suas vestes, e abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o SENHOR abençoou. 28. Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. 29. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem. 30. E aconteceu que, acabando Isaque de abençoar a Jacó, apenas Jacó acabava de sair da face de Isaque, seu pai, veio Esaú, seu irmão, da sua caça. 31. E fez também ele um guisado saboroso, e trouxe-o a seu pai, e disse a seu pai: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoe a tua alma. 32. E disse-lhe Isaque, seu pai: Quem és tu? E ele disse: Eu sou teu filho, o teu primogênito, Esaú. 33. Então, estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou a caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o; também será bendito. 34. Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai. 35. E ele disse: Veio o teu irmão com sutileza e tomou a tua bênção. 36. Então, disse ele: Não foi o seu nome justamente chamado Jacó? Por isso, que já duas vezes me enganou: a minha primogenitura me tomou e eis que agora me tomou a minha bênção. E disse mais: Não reservaste, pois, para mim bênção alguma? 37. Então, respondeu Isaque e disse a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho? 38. E disse Esaú a seu pai: Tens uma só bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a sua voz e chorou. 39. Então, respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será longe das gorduras da terra e sem orvalho dos céus. 40. E pela tua espada viverás e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que, quando te libertares, então, sacudirás o seu jugo do teu pescoço. 41. E aborreceu Esaú a Jacó por causa daquela bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-ão os dias de luto de meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão. 42. E foram denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho; e ela enviou, e chamou a Jacó, seu filho menor, e disse-lhe: Eis que Esaú, teu irmão, se consola a teu respeito, propondo-se matar-te. 43. Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz: levanta-te e acolhe-te a Labão, meu irmão, em Harã; 44. e mora com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão, 45. até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste. Então, enviarei e te farei vir de lá. Por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia? 46. E disse Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de Hete; se Jacó tomar mulher das filhas de Hete, como estas são das filhas desta terra, para que me será a vida? Gênesis 28 1. E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã. 2. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe. 3. E Deus Todo-poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; 4. e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua semente contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão. 5. Assim, enviou Isaque a Jacó, o qual se foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú. 6. Vendo, pois, Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar mulher para si dali, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher das filhas de Canaã; 7. e que Jacó obedecera a seu pai e a sua mãe e se fora a Padã-Arã; 8. vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque, seu pai, 9. foi-se Esaú a Ismael e tomou para si por mulher, além das suas mulheres, a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, e irmã de Nebaiote. 10. Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi-se a Harã. 11. E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar. 12. E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela. 13. E eis que o SENHOR estava em cima dela e disse: Eu sou o SENHOR, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente. 14. E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra. 15. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito. 16. Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia. 17. E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus. 18. Então, levantou-se Jacó pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela. 19. E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, porém, daquela cidade, dantes, era Luz. 20. E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, 21. e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus; 22. e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. Gênesis 29 1. Então, pôs-se Jacó a pé e foi-se à terra dos filhos do Oriente. 2. E olhou, e eis um poço no campo, e eis três rebanhos de ovelhas que estavam deitados junto a ele; porque daquele poço davam de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca do poço. 3. E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a pedra de sobre a boca do poço, e davam de beber às ovelhas, e tornavam a pôr a pedra sobre a boca do poço, no seu lugar. 4. E disse-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? E disseram: Somos de Harã. 5. E ele lhes disse: Conheceis a Labão, filho de Naor? E disseram: Conhecemos. 6. Disse-lhes mais: Está ele bem? E disseram: Está bem, e eis aqui Raquel, sua filha, que vem com as ovelhas. 7. E ele disse: Eis que ainda é muito dia, não é tempo de ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide, e apascentai- as. 8. E disseram: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e removam a pedra de sobre a boca do poço, para que demos de beber às ovelhas. 9. Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora. 10. E aconteceu que, vendo Jacó a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço, e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe. 11. E Jacó beijou a Raquel, e levantou a sua voz, e chorou. 12. E Jacó anunciou a Raquel que era irmão de seu pai e que era filho de Rebeca. Então, ela correu e o anunciou a seu pai. 13. E aconteceu que, ouvindo Labão as novas de Jacó, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e beijou-o, e levou-o à sua casa. E contou ele a Labão todas estas coisas. 14. Então, Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e a minha carne. E ficou com ele um mês inteiro. 15. Depois, disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário. 16. E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Léia, e o nome da menor, Raquel. 17. Léia, porém, tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista. 18. E Jacó amava a Raquel e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor. 19. Então, disse Labão: Melhor é que eu ta dê do que a dê a outro varão; fica comigo. 20. Assim, serviu Jacó sete anos por Raquel; e foram aos seus olhos como poucos dias, pelo muito que a amava. 21. E disse Jacó a Labão: Dá- me minha mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu entre a ela. 22. Então, ajuntou Labão todos os varões daquele lugar e fez um banquete. 23. E aconteceu, à tarde, que tomou Léia, sua filha, e trouxe-lha. E entrou a ela. 24. E Labão deu sua serva Zilpa por serva a Léia, sua filha. 25. E aconteceu pela manhã ver que era Léia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que, pois, me enganaste? 26. E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita. 27. Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete anos servires comigo. 28. E Jacó fez assim e cumpriu a semana desta; então, lhe deu por mulher Raquel, sua filha. 29. E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha. 30. E entrou também a Raquel e amou também a Raquel mais do que a Léia; e serviu com ele ainda outros sete anos. 31. Vendo, pois, o SENHOR que Léia era aborrecida, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril. 32. E concebeu Léia, e teve um filho, e chamou o seu nome Rúben, dizendo: Porque o SENHOR atendeu à minha aflição. Por isso, agora me amará o meu marido. 33. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Porquanto o SENHOR ouviu que eu era aborrecida, me deu também este; e chamou o seu nome Simeão. 34. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Agora, esta vez se ajuntará meu marido comigo, porque três filhos lhe tenho dado; por isso, chamou o seu nome Levi. 35. E concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao SENHOR. Por isso, chamou o seu nome Judá; e cessou de ter filhos. Gênesis 30 1. Vendo, pois, Raquel que não dava filhos a Jacó, teve Raquel inveja de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morro. 2. Então, se acendeu a ira de Jacó contra Raquel e disse: Estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre? 3. E ela disse: Eis aqui minha serva Bila; entra a ela, para que tenha filhos sobre os meus joelhos, e eu assim receba filhos por ela. 4. Assim, lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó entrou a ela. 5. E concebeu Bila e deu a Jacó um filho. 6. Então, disse Raquel: Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso, chamou o seu nome Dã. 7. E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez e deu a Jacó o segundo filho. 8. Então, disse Raquel: Com lutas de Deus, tenho lutado com minha irmã e também venci; e chamou o seu nome Naftali. 9. Vendo, pois, Léia que cessava de gerar, tomou também a Zilpa, sua serva, e deu-a a Jacó por mulher. 10. E deu Zilpa, serva de Léia, um filho a Jacó. 11. Então, disse Léia: Vem uma turba; e chamou o seu nome de Gade. 12. Depois, deu Zilpa, serva de Léia, um segundo filho a Jacó. 13. Então, disse Léia: Para minha ventura, porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou o seu nome Aser. 14. E foi Rúben, nos dias da sega do trigo, e achou mandrágoras no campo. E trouxe-as a Léia, sua mãe. Então, disse Raquel a Léia: Ora, dá-me das mandrágoras do teu filho. 15. E ela lhe disse: É já pouco que hajas tomado o meu marido? Tomarás também as mandrágoras do meu filho? Então, disse Raquel: Por isso, se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho. 16. Vindo, pois, Jacó, à tarde, do campo, saiu-lhe Léia ao encontro e disse: A mim entrarás, porque certamente te aluguei com as mandrágoras do meu filho. E deitou-se com ela aquela noite. 17. E ouviu Deus a Léia, e concebeu e teve um quinto filho. 18. Então, disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou o seu nome Issacar. 19. E Léia concebeu outra vez e deu a Jacó um sexto filho. 20. E disse Léia: Deus me deu a mim uma boa dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou o seu nome Zebulom. 21. E, depois, teve uma filha e chamou o seu nome Diná. 22. E lembrou-se Deus de Raquel, e Deus a ouviu, e abriu a sua madre. 23. E ela concebeu, e teve um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha. 24. E chamou o seu nome José, dizendo: O SENHOR me acrescente outro filho. 25. E aconteceu que, quando Raquel teve a José, disse Jacó a Labão: Deixa-me ir; que me vá ao meu lugar e à minha terra. 26. Dá- me os meus filhos e as minhas mulheres, pelas quais te tenho servido, e ir-me-ei; pois tu sabes o meu serviço, que te tenho feito. 27. Então, lhe disse Labão: Se, agora, tenho achado graça a teus olhos, fica comigo. Tenho experimentado que o SENHOR me abençoou por amor de ti. 28. E disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei. 29. Então, lhe disse: Tu sabes como te tenho servido e como passou o teu gado comigo. 30. Porque o pouco que tinhas antes de mim é aumentado até uma multidão; e o SENHOR te tem abençoado por meu trabalho. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por minha casa? 31. E disse ele: Que te darei? Então, disse Jacó: Nada me darás; tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho, se me fizeres isto: 32. passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos os salpicados e malhados, e todos os morenos entre os cordeiros, e o que é malhado e salpicado entre as cabras; e isto será o meu salário. 33. Assim, testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres e o meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros ser-me-á por furto. 34. Então, disse Labão: Tomara que seja conforme a tua palavra. 35. E separou, naquele mesmo dia, os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, tudo em que havia brancura e todo o moreno entre os cordeiros; e deu-os nas mãos dos seus filhos. 36. E pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava o resto dos rebanhos de Labão. 37. Então, tomou Jacó varas verdes de álamo, e de aveleira, e de castanheiro e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas varas havia, 38. e pôs estas varas, que tinha descascado, em frente do rebanho, nos canos e nas pias de água, aonde o rebanho vinha a beber, e conceberam vindo a beber. 39. E concebia o rebanho diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas. 40. Então, separou Jacó os cordeiros e pôs as faces do rebanho para os listrados e todo moreno entre o rebanho de Labão; e pôs o seu rebanho à parte e não o pôs com o rebanho de Labão. 41. E sucedia que, cada vez que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas diante dos olhos do rebanho nos canos, para que concebessem diante das varas. 42. Mas, quando enfraqueceu o rebanho, não as pôs. Assim, as fracas eram de Labão, e as fortes, de Jacó. 43. E cresceu o varão em grande maneira; e teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos, e jumentos. Gênesis 31 1. Então, ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem tomado tudo o que era de nosso pai e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória. 2. Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como dantes. 3. E disse o SENHOR a Jacó: Torna à terra dos teus pais e à tua parentela, e eu serei contigo. 4. Então, enviou Jacó e chamou a Raquel e a Léia ao campo, ao seu rebanho. 5. E disse-lhes: Vejo que o rosto de vosso pai para comigo não é como anteriormente; porém o Deus de meu pai esteve comigo. 6. E vós mesmas sabeis que, com todo o meu poder, tenho servido a vosso pai; 7. mas vosso pai me enganou e mudou o salário dez vezes; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal. 8. Quando ele dizia assim: Os salpicados serão o teu salário, então, todos os rebanhos davam salpicados. E, quando ele dizia assim: Os listrados serão o teu salário, então, todos os rebanhos davam listrados. 9. Assim, Deus tirou o gado de vosso pai e mo deu a mim. 10. E sucedeu que, ao tempo em que o rebanho concebia, eu levantei os meus olhos e vi em sonhos que os bodes que cobriam as ovelhas eram listrados, salpicados e malhados. 11. E disse-me o Anjo de Deus, em sonhos: Jacó! E eu disse: Eis-me aqui. 12. E disse ele: Levanta, agora, os teus olhos e vê que todos os bodes que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados; porque tenho visto tudo o que Labão te fez. 13. Eu sou o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde me tens feito o voto; levanta-te agora, sai-te desta terra e torna-te à terra da tua parentela. 14. Então, responderam Raquel e Léia e disseram-lhe: Há ainda para nós parte ou herança na casa de nosso pai? 15. Não nos considera ele como estranhas? Pois vendeu-nos e comeu todo o nosso dinheiro. 16. Porque toda a riqueza que Deus tirou de nosso pai é nossa e de nossos filhos; agora, pois, faze tudo o que Deus te tem dito. 17. Então, se levantou Jacó, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos, 18. e levou todo o seu gado e toda a sua fazenda que havia adquirido, o gado que possuía, que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã. 19. E, havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos que seu pai tinha. 20. E esquivou-se Jacó de Labão, o arameu, porque não lhe fez saber que fugia. 21. E fugiu ele com tudo o que tinha; e levantou-se, e passou o rio, e pôs o seu rosto para a montanha de Gileade. 22. E, no terceiro dia, foi anunciado a Labão que Jacó tinha fugido. 23. Então, tomou consigo os seus irmãos e atrás dele seguiu o seu caminho por sete dias; e alcançou-o na montanha de Gileade. 24. Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal. 25. Alcançou, pois, Labão a Jacó. E armara Jacó a sua tenda naquela montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua na montanha de Gileade. 26. Então, disse Labão a Jacó: Que fizeste, que te esquivaste de mim e levaste as minhas filhas como cativas pela espada? 27. Por que fugiste ocultamente, e te esquivaste de mim, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril, e com harpa? 28. Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente, pois, agora andaste, fazendo assim. 29. Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal. 30. E agora, se te querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses? 31. Então, respondeu Jacó e disse a Labão: Porque temia; pois que dizia comigo se porventura me não arrebatarias as tuas filhas. 32. Com quem achares os teus deuses, esse não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo e toma-o para ti. Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado. 33. Então, entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Léia, e na tenda de ambas as servas e não os achou; e, saindo da tenda de Léia, entrou na tenda de Raquel. 34. Mas tinha tomado Raquel os ídolos, e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda e não os achou. 35. E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. E ele procurou, mas não achou os ídolos. 36. Então, irou-se Jacó e contendeu com Labão. E respondeu Jacó e disse a Labão: Qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido? 37. Havendo apalpado todos os meus móveis, que achaste de todos os móveis da tua casa? Põe-no aqui diante dos meus irmãos e teus irmãos; e que julguem entre nós ambos. 38. Estes vinte anos eu estive contigo, as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e não comi os carneiros do teu rebanho. 39. Não te trouxe eu o despedaçado; eu o pagava; o furtado de dia e o furtado de noite da minha mão o requerias. 40. Estava eu de sorte que de dia me consumia o calor, e, de noite, a geada; e o meu sono foi-se dos meus olhos. 41. Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze te servi por tuas duas filhas e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes. 42. Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque, não fora comigo, por certo me enviarias agora vazio. Deus atendeu à minha aflição e ao trabalho das minhas mãos e repreendeu- te ontem à noite. 43. Então, respondeu Labão e disse a Jacó: Estas filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é o meu rebanho, e tudo o que vês meu é; e que farei, hoje, a estas minhas filhas ou aos filhos que tiveram? 44. Agora, pois, vem, e façamos concerto, eu e tu, que seja por testemunho entre mim e ti. 45. Então, tomou Jacó uma pedra e erigiu-a por coluna. 46. E disse Jacó a seus irmãos: Ajuntai pedras. E tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre aquele montão. 47. E chamou-lhe Labão Jegar-Saaduta; porém Jacó chamou-lhe Galeede. 48. Então, disse Labão: Este montão seja, hoje, por testemunha entre mim e ti; por isso, se chamou o seu nome Galeede 49. e Mispa, porquanto disse: Atente o SENHOR entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um do outro. 50. Se afligires as minhas filhas e se tomares mulheres além das minhas filhas, mesmo que ninguém esteja conosco, atenta que Deus é testemunha entre mim e ti. 51. Disse mais Labão a Jacó: Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui esta coluna que levantei entre mim e ti. 52. Este montão seja testemunha, e esta coluna seja testemunha de que eu não passarei este montão para lá e que tu não passarás este montão e esta coluna para cá, para mal. 53. O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus de seu pai, julguem entre nós. E jurou Jacó pelo Temor de Isaque, seu pai. 54. E sacrificou Jacó um sacrifício na montanha e convidou seus irmãos para comerem pão; e comeram pão e passaram a noite na montanha. 55. E levantou-se Labão pela manhã, de madrugada, e beijou seus filhos e suas filhas, e abençoou-os; e partiu e voltou Labão ao seu lugar. Gênesis 32 1. E foi também Jacó o seu caminho, e encontraram-no os anjos de Deus. 2. E Jacó disse, quando os viu: Este é o exército de Deus. E chamou o nome daquele lugar Maanaim. 3. E enviou Jacó mensageiros diante da sua face a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, território de Edom. 4. E ordenou-lhes, dizendo: Assim direis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como peregrino morei com Labão e me detive lá até agora. 5. E tenho bois, e jumentos, e ovelhas, e servos, e servas; e enviei para o anunciar a meu senhor, para que ache graça a teus olhos. 6. E os mensageiros tornaram a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; e também ele vem a encontrar-te, e quatrocentos varões com ele. 7. Então, Jacó temeu muito e angustiou-se; e repartiu em dois bandos o povo que com ele estava, e as ovelhas, e as vacas, e os camelos. 8. Porque dizia: Se Esaú vier a um bando e o ferir, o outro bando escapará. 9. Disse mais Jacó: Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó SENHOR, que me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e far-te-ei bem; 10. menor sou eu que todas as beneficências e que toda a fidelidade que tiveste com teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão e, agora, me tornei em dois bandos. 11. Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú, porque o temo, para que porventura não venha e me fira e a mãe com os filhos. 12. E tu o disseste: Certamente te farei bem e farei a tua semente como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar. 13. E passou ali aquela noite; e tomou, do que lhe veio à sua mão, um presente para seu irmão Esaú: 14. duzentas cabras e vinte bodes; duzentas ovelhas e vinte carneiros; 15. trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez novilhos; vinte jumentas e dez jumentinhos. 16. E deu-o na mão dos seus servos, cada rebanho à parte, e disse a seus servos: Passai adiante da minha face e ponde espaço entre rebanho e rebanho. 17. E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar e te perguntar, dizendo: De quem és, para onde vais, de quem são estes diante da tua face? 18. Então, dirás: São de teu servo Jacó, presente que envia a meu senhor, a Esaú; e eis que ele mesmo vem também atrás de nós. 19. E ordenou também ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atrás dos rebanhos, dizendo: Conforme esta mesma palavra, falareis a Esaú, quando o achardes. 20. E direis também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de nós. Porque dizia: Eu o aplacarei com o presente que vai diante de mim e, depois, verei a sua face; porventura aceitará a minha face. 21. Assim, passou o presente diante da sua face; ele, porém, passou aquela noite no arraial. 22. E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas mulheres, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque. 23. E tomou-os e fê-los passar o ribeiro; e fez passar tudo o que tinha. 24. Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia. 25. E, vendo que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa; e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. 26. E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se me não abençoares. 27. E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. 28. Então, disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel, pois, como príncipe, lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste. 29. E Jacó lhe perguntou e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. 30. E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva. 31. E saiu-lhe o sol, quando passou a Peniel; e manquejava da sua coxa. 32. Por isso, os filhos de Israel não comem o nervo encolhido, que está sobre a juntura da coxa, até o dia de hoje, porquanto ele tocara a juntura da coxa de Jacó no nervo encolhido. Gênesis 33 1. E levantou Jacó os olhos e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então, repartiu os filhos entre Léia, e Raquel, e as duas servas. 2. E pôs as servas e seus filhos na frente e a Léia e a seus filhos, atrás; porém a Raquel e José, os derradeiros. 3. E ele mesmo passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até que chegou a seu irmão. 4. Então, Esaú correu-lhe ao encontro e abraçou-o; e lançou-se sobre o seu pescoço e beijou-o; e choraram. 5. Depois, levantou os seus olhos, e viu as mulheres e os meninos, e disse: Quem são estes contigo? E ele disse: Os filhos que Deus graciosamente tem dado a teu servo. 6. Então, chegaram as servas, elas e os seus filhos, e inclinaram-se. 7. E chegou também Léia com seus filhos, e inclinaram-se; e, depois, chegaram José e Raquel e inclinaram-se. 8. E disse Esaú: De que te serve todo este bando que tenho encontrado? E ele disse: Para achar graça aos olhos de meu senhor. 9. Mas Esaú disse: Eu tenho bastante, meu irmão; seja para ti o que tens. 10. Então, disse Jacó: Não! Se, agora, tenho achado graça a teus olhos, peço-te que tomes o meu presente da minha mão, porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus; e tomaste contentamento em mim. 11. Toma, peço-te, a minha bênção, que te foi trazida; porque Deus graciosamente ma tem dado, e porque tenho de tudo. E instou com ele, até que a tomou. 12. E disse: Caminhemos, e andemos; e eu partirei adiante de ti. 13. Porém ele lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá. 14. Ora, passe o meu senhor diante da face de seu servo; e eu irei como guia pouco a pouco, conforme o passo do gado que está diante da minha face e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor, em Seir. 15. E Esaú disse: Deixarei logo contigo desta gente que está comigo. E ele disse: Para que é isso? Basta que eu ache graça aos olhos de meu senhor. 16. Assim, tornou Esaú aquele dia pelo seu caminho a Seir. 17. Jacó, porém, partiu para Sucote, e edificou para si uma casa, e fez cabanas para o seu gado; por isso, chamou o nome daquele lugar Sucote. 18. E chegou Jacó salvo à cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando vinha de Padã-Arã; e fez o seu assento diante da cidade. 19. E comprou uma parte do campo, em que estendera a sua tenda, da mão dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro. 20. E levantou ali um altar e chamou-lhe Deus, o Deus de Israel. Gênesis 34 1. E saiu Diná, filha de Léia, que esta dera a Jacó, a ver as filhas da terra. 2. E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a. 3. E apegou-se a sua alma com Diná, filha de Jacó, e amou a moça, e falou afetuosamente à moça. 4. Falou também Siquém a Hamor, seu pai, dizendo: Toma-me esta por mulher. 5. Quando Jacó ouviu que fora contaminada Diná, sua filha, estavam os seus filhos no campo com o gado; e calou-se Jacó até que viessem. 6. E saiu Hamor, pai de Siquém, a Jacó, para falar com ele. 7. E vieram os filhos de Jacó do campo; e, ouvindo isso, entristeceram-se os varões e iraram-se muito, pois aquele fizera doidice em Israel, deitando-se com a filha de Jacó, o que não se devia fazer assim. 8. Então, falou Hamor com eles, dizendo: A alma de Siquém, meu filho, está namorada da vossa filha; dai-lha, peço-vos, por mulher. 9. Aparentai-vos conosco, dai-nos as vossas filhas e tomai as nossas filhas para vós; 10. e habitareis conosco; e a terra estará diante da vossa face; habitai, e negociai nela, e tomai possessão nela. 11. E disse Siquém ao pai dela e aos irmãos dela: Ache eu graça a vossos olhos e darei o que me disserdes. 12. Aumentai muito sobre mim o dote e a dádiva, e darei o que me disserdes; dai-me somente a moça por mulher. 13. Então, responderam os filhos de Jacó a Siquém e a Hamor, seu pai, enganosamente, e falaram, porquanto havia contaminado a Diná, sua irmã. 14. E disseram-lhes: Não podemos fazer isso, que déssemos a nossa irmã a um varão não-circuncidado; porque isso seria uma vergonha para nós. 15. Nisso, porém, consentiremos a vós: se fordes como nós, que se circuncide todo macho entre vós; 16. então, dar-vos-emos as nossas filhas, e tomaremos nós as vossas filhas, e habitaremos convosco, e seremos um só povo. 17. Mas, se não nos ouvirdes e não vos circuncidardes, tomaremos a nossa filha e ir-nos-emos. 18. E suas palavras foram boas aos olhos de Hamor e aos olhos de Siquém, filho de Hamor. 19. E não tardou o jovem em fazer isto; porque a filha de Jacó lhe agradava, e ele era o mais honrado de toda a casa de seu pai. 20. Vieram, pois, Hamor e Siquém, seu filho, à porta da sua cidade e falaram aos varões da sua cidade, dizendo: 21. Estes varões são pacíficos conosco; portanto, habitarão nesta terra e negociarão nela; eis que a terra é larga de espaço diante da sua face; tomaremos nós as suas filhas por mulheres e lhes daremos as nossas filhas. 22. Mas somente consentirão aqueles varões habitar conosco, para que sejamos um só povo, se todo macho entre nós se circuncidar, como eles são circuncidados. 23. O seu gado, e as suas possessões, e todos os seus animais não serão nossos? Consintamos somente com eles, e habitarão conosco. 24. E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo macho, de todos os que saíam pela porta da sua cidade. 25. E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todo macho. 26. Mataram também a fio de espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram Diná da casa de Siquém e saíram. 27. Vieram os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade, porquanto haviam contaminado a sua irmã. 28. As suas ovelhas, e as suas vacas, e os seus jumentos, e o que na cidade e o que no campo havia tomaram; 29. e toda a sua fazenda, e todos os seus meninos, e as suas mulheres levaram presos e despojaram-nos de tudo o que havia em casa. 30. Então, disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra, entre os cananeus e ferezeus; sendo eu pouco povo em número, ajuntar-se-ão, e ficarei destruído, eu e minha casa. 31. E eles disseram: Faria, pois, ele a nossa irmã, como a uma prostituta? Gênesis 35 1. Depois, disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão. 2. Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes. 3. E levantemo-nos e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e que foi comigo no caminho que tenho andado. 4. Então, deram a Jacó todos os deuses estranhos que tinham em suas mãos e as arrecadas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém. 5. E partiram; e o terror de Deus foi sobre as cidades que estavam ao redor deles, e não seguiram após os filhos de Jacó. 6. Assim, chegou Jacó a Luz, que está na terra de Canaã (esta é Betel), ele e todo o povo que com ele havia. 7. E edificou ali um altar e chamou aquele lugar El-Betel, porquanto Deus ali se lhe tinha manifestado quando fugia diante da face de seu irmão. 8. E morreu Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada ao pé de Betel, debaixo do carvalho cujo nome chamou Alom-Bacute. 9. E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o. 10. E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou o seu nome Israel. 11. Disse-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação e multidão de nações sairão de ti, e reis procederão de ti. 12. E te darei a ti a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque e à tua semente depois de ti darei a terra. 13. E Deus subiu dele, do lugar onde falara com ele. 14. E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação e deitou sobre ela azeite. 15. E chamou Jacó o nome daquele lugar, onde Deus falara com ele, Betel. 16. Partiram de Betel, e, havendo ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, teve um filho Raquel e teve trabalho em seu parto. 17. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás. 18. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou o seu nome Benoni; mas seu pai o chamou Benjamim. 19. Assim, morreu Raquel e foi sepultada no caminho de Efrata; esta é Belém. 20. E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje. 21. Então, partiu Israel e estendeu a sua tenda além de Migdal-Éder. 22. E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel soube-o. E eram doze os filhos de Jacó: 23. os filhos de Léia: Rúben, o primogênito de Jacó, depois Simeão e Levi, Judá, Issacar e Zebulom; 24. os filhos de Raquel: José e Benjamim; 25. os filhos de Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali; 26. os filhos de Zilpa, serva de Léia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã. 27. E Jacó veio a Isaque, seu pai, a Manre, a Quiriate-Arba (que é Hebrom), onde peregrinaram Abraão e Isaque. 28. E foram os dias de Isaque cento e oitenta anos. 29. E Isaque expirou, e morreu, e foi recolhido aos seus povos, velho e farto de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram. Gênesis 36 1. E estas são as gerações de Esaú (que é Edom). 2. Esaú tomou suas mulheres das filhas de Canaã: Ada, filha de Elom, heteu; Oolibama, filha de Aná, filho de Zibeão, heveu; 3. e Basemate, filha de Ismael, irmã de Nebaiote. 4. E Ada teve de Esaú a Elifaz; e Basemate teve a Reuel; 5. e Oolibama teve a Jeús, e Jalão, e Corá; estes são os filhos de Esaú, que lhe nasceram na terra de Canaã. 6. E Esaú tomou suas mulheres, e seus filhos, e suas filhas, e todas as almas de sua casa, e seu gado, e todos os seus animais, e toda a sua fazenda, que havia adquirido na terra de Canaã; e foi-se a outra terra de diante da face de Jacó, seu irmão. 7. Porque a fazenda deles era muita para habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia sustentar por causa de seu gado. 8. Portanto, Esaú habitou na montanha de Seir; Esaú é Edom. 9. Estas, pois, são as gerações de Esaú, pai dos edomitas, na montanha de Seir. 10. Estes são os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, mulher de Esaú; Reuel, filho de Basemate, mulher de Esaú. 11. E os filhos de Elifaz foram: Temã, Omar, Zefô, Gaetã e Quenaz. 12. E Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e teve de Elifaz a Amaleque; estes são os filhos de Ada, mulher de Esaú. 13. E estes foram os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá; estes foram os filhos de Basemate, mulher de Esaú. 14. E estes foram os filhos de Oolibama, filha de Aná, filho de Zibeão, mulher de Esaú; e deu a Esaú: Jeús, Jalão e Corá. 15. Estes são os príncipes dos filhos de Esaú; os filhos de Elifaz, o primogênito de Esaú, foram: o príncipe Temã, o príncipe Omar, o príncipe Zefô, o príncipe Quenaz, 16. o príncipe Corá, o príncipe Gaetã, o príncipe Amaleque; estes são os príncipes de Elifaz, na terra de Edom; estes são os filhos de Ada. 17. E estes são os filhos de Reuel, filho de Esaú: o príncipe Naate, o príncipe Zerá, o príncipe Samá, o príncipe Mizá; estes são os príncipes de Reuel, na terra de Edom; estes são os filhos de Basemate, mulher de Esaú. 18. E estes são os filhos de Oolibama, mulher de Esaú: o príncipe Jeús, o príncipe Jalão, o príncipe Corá; estes são os príncipes de Oolibama, filha de Aná e mulher de Esaú. 19. Estes são os filhos de Esaú, e estes são seus príncipes; ele é Edom. 20. Estes são os filhos de Seir, horeu, moradores daquela terra: Lotã, Sobal, Zibeão, Aná, 21. Disom, Eser e Disã; estes são os príncipes dos horeus, filhos de Seir, na terra de Edom. 22. E os filhos de Lotã foram: Hori e Homã; e a irmã de Lotã era Timna. 23. Estes são os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefô e Onã. 24. E estes são os filhos de Zibeão: Aiá e Aná; este é o Aná que achou as caldas no deserto, quando apascentava os jumentos de Zibeão, seu pai. 25. E estes são os filhos de Aná: Disom e Oolibama, a filha de Aná. 26. E estes são os filhos de Disom: Hendã, Esbã, Itrã e Querã. 27. Estes são os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Acã. 28. Estes são os filhos de Disã: Uz e Arã. 29. Estes são os príncipes dos horeus: o príncipe Lotã, o príncipe Sobal, o príncipe Zibeão, o príncipe Aná, 30. o príncipe Disom, o príncipe Eser, o príncipe Disã; estes são os príncipes dos horeus, segundo seus príncipes, na terra de Seir. 31. E estes são os reis que reinaram na terra de Edom, antes que reinasse rei algum sobre os filhos de Israel. 32. Reinou, pois, em Edom Belá, filho de Beor, e o nome da sua cidade foi Dinabá. 33. E morreu Belá; e Jobabe, filho de Zerá, de Bozra, reinou em seu lugar. 34. E morreu Jobabe; e Husão, da terra dos temanitas, reinou em seu lugar. 35. E morreu Husão, e em seu lugar reinou Hadade, filho de Bedade, o que feriu a Midiã no campo de Moabe; e o nome da sua cidade foi Avite. 36. E morreu Hadade; e Samlá, de Masreca, reinou em seu lugar. 37. E morreu Samlá; e Saul, de Reobote do rio, reinou em seu lugar. 38. E morreu Saul; e Baal-Hanã, filho de Acbor, reinou em seu lugar. 39. E morreu Baal-Hanã, filho de Acbor; e Hadar reinou em seu lugar; o nome da sua cidade foi Paú; e o nome de sua mulher foi Meetabel, filha de Matrede, filha de Me-Zaabe. 40. E estes são os nomes dos príncipes de Esaú, segundo as suas gerações, segundo os seus lugares, pelos seus nomes: o príncipe Timna, o príncipe Alva, o príncipe Jetete, 41. o príncipe Oolibama, o príncipe Elá, o príncipe Pinom, 42. o príncipe Quenaz, o príncipe Temã, o príncipe Mibzar, 43. o príncipe Magdiel, o príncipe Irã; estes são os príncipes de Edom, segundo as suas habitações, na terra da sua possessão; este é Esaú, pai de Edom. Gênesis 37 1. E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã. 2. Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este jovem com os filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai. 3. E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. 4. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente. 5. Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais. 6. E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: 7. Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho. 8. Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso, tanto mais o aborreciam por seus sonhos e por suas palavras. 9. E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. 10. E, contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra? 11. Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração. 12. E seus irmãos foram apascentar o rebanho de seu pai, junto de Siquém. 13. Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele lhe disse: Eis-me aqui. 14. E ele lhe disse: Ora, vai, e vê como estão teus irmãos e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim, o enviou do vale de Hebrom, e José veio a Siquém. 15. E achou-o um varão, porque ele andava errado pelo campo, e perguntou-lhe o varão, dizendo: Que procuras? 16. E ele disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam. 17. E disse aquele varão: Foram-se daqui, porque ouvi-lhes dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu seus irmãos e achou-os em Dotã. 18. E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele, para o matarem. 19. E disseram uns aos outros: Eis lá vem o sonhador-mor! 20. Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma besta-fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. 21. E, ouvindo-o Rúben, livrou-o das suas mãos e disse: Não lhe tiremos a vida. 22. Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova que está no deserto e não lanceis mãos nele; para livrá-lo das suas mãos e para torná-lo a seu pai. 23. E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram a José a sua túnica, a túnica de várias cores que trazia. 24. E tomaram-no e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela. 25. Depois, assentaram-se a comer pão, e levantaram os olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias, e bálsamo, e mirra; e iam levar isso ao Egito. 26. Então, Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá em que matemos a nosso irmão e escondamos a sua morte? 27. Vinde, e vendamo-lo a estes ismaelitas; e não seja nossa mão sobre ele, porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram. 28. Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram, e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito. 29. Tornando, pois, Rúben à cova, eis que José não estava na cova; então, rasgou as suas vestes, 30. e tornou a seus irmãos, e disse: O moço não aparece; e, eu, aonde irei? 31. Então, tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue. 32. E enviaram a túnica de várias cores, e fizeram levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho. 33. E conheceu-a e disse: É a túnica de meu filho; uma besta-fera o comeu, certamente foi despedaçado José. 34. Então, Jacó rasgou as suas vestes, e pôs pano de saco sobre os seus lombos, e lamentou a seu filho muitos dias. 35. E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou, porém, ser consolado e disse: Na verdade, com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura. Assim, o chorou seu pai. 36. E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda. Gênesis 38 1. E aconteceu, no mesmo tempo, que Judá desceu de entre seus irmãos e entrou na casa de um varão de Adulão, cujo nome era Hira. 2. E viu Judá ali a filha de um varão cananeu, cujo nome era Sua; e tomou-a e entrou a ela. 3. E ela concebeu e teve um filho; e chamou o seu nome Er. 4. E tornou a conceber, e teve um filho, e chamou o seu nome Onã. 5. E continuou ainda, e teve um filho, e chamou o seu nome Selá; e ele estava em Quezibe quando ela o teve. 6. Judá, pois, tomou uma mulher para Er, o seu primogênito; e o seu nome era Tamar. 7. Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do SENHOR, pelo que o SENHOR o matou. 8. Então, disse Judá a Onã: Entra à mulher do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita semente a teu irmão. 9. Onã, porém, soube que essa semente não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando entrava à mulher de seu irmão, derramava- a na terra, para não dar semente a seu irmão. 10. E o que fazia era mau aos olhos do SENHOR, pelo que também o matou. 11. Então, disse Judá a Tamar, sua nora: Fica-te viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que, porventura, não morra também este, como seus irmãos. Assim, foi-se Tamar e ficou-se na casa de seu pai. 12. Passando-se, pois, muitos dias, morreu a filha de Sua, mulher de Judá; e, depois, se consolou Judá e subiu aos tosquiadores das suas ovelhas, em Timna, ele e Hira, seu amigo, o adulamita. 13. E deram aviso a Tamar, dizendo: Eis que teu sogro sobe a Timna, a tosquiar as suas ovelhas. 14. Então, ela tirou de sobre si as vestes da sua viuvez, e cobriu-se com o véu, e disfarçou-se, e assentou-se à entrada das duas fontes que estão no caminho de Timna; porque via que Selá já era grande, e ela lhe não fora dada por mulher. 15. E, vendo-a Judá, teve-a por uma prostituta; porque ela havia coberto o seu rosto. 16. E dirigiu-se para ela no caminho e disse: Vem, peço-te, deixa-me entrar a ti. Porquanto não sabia que era sua nora; e ela disse: Que darás, para que entres a mim? 17. E ele disse: Eu te enviarei um cabrito do rebanho. E ela disse: Dás-me penhor até que o envies? 18. Então, ele disse: Que penhor é que te darei? E ela disse: O teu selo, e o teu lenço, e o cajado que está em tua mão. O que ele lhe deu, e entrou a ela; e ela concebeu dele. 19. E ela levantou-se, e foi-se, e tirou de sobre si o seu véu, e vestiu as vestes da sua viuvez. 20. E Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo, o adulamita, para tomar o penhor da mão da mulher; porém não a achou. 21. E perguntou aos homens daquele lugar, dizendo: Onde está a prostituta que estava no caminho junto às duas fontes? E disseram: Aqui não esteve prostituta alguma. 22. E voltou a Judá e disse: Não a achei; e também disseram os homens daquele lugar: Aqui não esteve prostituta. 23. Então, disse Judá: Tome- o ela, para que porventura não venhamos a cair em desprezo; eis que tenho enviado este cabrito, mas tu não a achaste. 24. E aconteceu que, quase três meses depois, deram aviso a Judá, dizendo: Tamar, tua nora, adulterou e eis que está pejada do adultério. Então, disse Judá: Tirai-a fora para que seja queimada. 25. E, tirando-a fora, ela mandou dizer a seu sogro: Do varão de quem são estas coisas eu concebi. E ela disse mais: Conhece, peço-te, de quem é este selo, e estes lenços, e este cajado. 26. E conheceu-os Judá e disse: Mais justa é ela do que eu, porquanto não a tenho dado a Selá, meu filho. E nunca mais a conheceu. 27. E aconteceu, ao tempo de dar à luz, que havia gêmeos em seu ventre. 28. E aconteceu, dando à luz, que um pôs fora a mão, e a parteira tomou-a e atou em sua mão um fio roxo, dizendo: Este saiu primeiro. 29. Mas aconteceu que, tornando ele a recolher a sua mão, eis que saiu o seu irmão; e ela disse: Como tens tu rompido? Sobre ti é a rotura. E chamaram o seu nome Perez. 30. E depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio roxo; e chamaram o seu nome Zerá. Gênesis 39 1. E José foi levado ao Egito, e Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda, varão egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá. 2. E o SENHOR estava com José, e foi varão próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. 3. Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em sua mão, 4. José achou graça a seus olhos e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa e entregou na sua mão tudo o que tinha. 5. E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do SENHOR foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo. 6. E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que de nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de aparência e formoso à vista. 7. E aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e disse: Deita-te comigo. 8. Porém ele recusou e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo e entregou em minha mão tudo o que tem. 9. Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus? 10. E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos para deitar-se com ela e estar com ela, 11. sucedeu, num certo dia, que veio à casa para fazer o seu serviço; e nenhum dos da casa estava ali. 12. E ela lhe pegou pela sua veste, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua veste na mão dela, e fugiu, e saiu para fora. 13. E aconteceu que, vendo ela que deixara a sua veste em sua mão e fugira para fora, 14. chamou os homens de sua casa e falou-lhes, dizendo: Vede, trouxe-nos o varão hebreu para escarnecer de nós; entrou até mim para deitar-se comigo, e eu gritei com grande voz. 15. E aconteceu que, ouvindo ele que eu levantava a minha voz e gritava, deixou a sua veste comigo, e fugiu, e saiu para fora. 16. E ela pôs a sua veste perto de si, até que o seu senhor veio à sua casa. 17. Então, falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: Veio a mim o servo hebreu, que nos trouxeste para escarnecer de mim. 18. E aconteceu que, levantando eu a minha voz e gritando, ele deixou a sua veste comigo e fugiu para fora. 19. E aconteceu que, ouvindo o seu senhor as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Conforme estas mesmas palavras me fez teu servo, a sua ira se acendeu. 20. E o senhor de José o tomou e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam presos; assim, esteve ali na casa do cárcere. 21. O SENHOR, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor. 22. E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere; e ele fazia tudo o que se fazia ali. 23. E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o SENHOR estava com ele; e tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava. Gênesis 40 1. E aconteceu, depois destas coisas, que pecaram o copeiro do rei do Egito e o padeiro contra o seu senhor, o rei do Egito. 2. E indignou-se Faraó muito contra os seus dois eunucos, contra o copeiro-mor e contra o padeiro-mor. 3. E entregou-os à prisão, na casa do capitão da guarda, na casa do cárcere, no lugar onde José estava preso. 4. E o capitão da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e estiveram muitos dias na prisão. 5. E ambos sonharam um sonho, cada um seu sonho na mesma noite; cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que estavam presos na casa do cárcere. 6. E veio José a eles pela manhã e olhou para eles, e eis que estavam turbados. 7. Então, perguntou aos eunucos de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa de seu senhor, dizendo: Por que estão, hoje, tristes os vossos semblantes? 8. E eles lhe disseram: Temos sonhado um sonho, e ninguém há que o interprete. E José disse-lhes: Não são de Deus as interpretações? Contai-mo, peço-vos. 9. Então, contou o copeiro-mor o seu sonho a José e disse-lhe: Eis que em meu sonho havia uma vide diante da minha face. 10. E, na vide, três sarmentos, e ela estava como que brotando; a sua flor saía, e os seus cachos amadureciam em uvas. 11. E o copo de Faraó estava na minha mão; e eu tomava as uvas, e as espremia no copo de Faraó, e dava o copo na mão de Faraó. 12. Então, disse-lhe José: Esta é a sua interpretação: os três sarmentos são três dias; 13. dentro ainda de três dias, Faraó levantará a tua cabeça e te restaurará ao teu estado, e darás o copo de Faraó na sua mão, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro. 14. Porém lembra-te de mim, quando te for bem; e rogo-te que uses comigo de compaixão, e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me sair desta casa; 15. porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e tampouco aqui nada tenho feito, para que me pusessem nesta cova. 16. Vendo, então, o padeiro-mor que tinha interpretado bem, disse a José: Eu também sonhava, e eis que três cestos brancos estavam sobre a minha cabeça; 17. e, no cesto mais alto, havia de todos os manjares de Faraó, obra de padeiro; e as aves os comiam do cesto de sobre a minha cabeça. 18. Então, respondeu José e disse: Esta é a sua interpretação: os três cestos são três dias; 19. dentro ainda de três dias, Faraó levantará a tua cabeça sobre ti e te pendurará num madeiro, e as aves comerão a tua carne de sobre ti. 20. E aconteceu, ao terceiro dia, o dia do nascimento de Faraó, que fez um banquete a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mor e a cabeça do padeiro-mor, no meio dos seus servos. 21. E fez tornar o copeiro-mor ao seu ofício de copeiro, e este deu o copo na mão de Faraó. 22. Mas ao padeiro-mor enforcou, como José havia interpretado. 23. O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José; antes, se esqueceu dele. Gênesis 41 1. E aconteceu que, ao fim de dois anos inteiros, Faraó sonhou e eis que estava em pé junto ao rio. 2. E eis que subiam do rio sete vacas, formosas à vista e gordas de carne, e pastavam no prado. 3. E eis que subiam do rio após elas outras sete vacas, feias à vista e magras de carne, e paravam junto às outras vacas na praia do rio. 4. E as vacas feias à vista e magras de carne comiam as sete vacas formosas à vista e gordas. Então, acordou Faraó. 5. Depois, dormiu e sonhou outra vez, e eis que brotavam de um mesmo pé sete espigas cheias e boas. 6. E eis que sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental brotavam após elas. 7. E as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então, acordou Faraó, e eis que era um sonho. 8. E aconteceu que, pela manhã, o seu espírito perturbou-se, e enviou e chamou todos os adivinhadores do Egito e todos os seus sábios; e Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas ninguém havia que os interpretasse a Faraó. 9. Então, falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Dos meus pecados me lembro hoje. 10. Estando Faraó mui indignado contra os seus servos e pondo-me sob prisão na casa da guarda, a mim e ao padeiro-mor, 11. então, sonhamos um sonho na mesma noite, eu e ele, cada um conforme a interpretação do seu sonho sonhamos. 12. E estava ali conosco um jovem hebreu, servo do capitão da guarda, e contamos-lhos, e interpretou-nos os nossos sonhos, a cada um interpretou conforme o seu sonho. 13. E como ele nos interpretou, assim mesmo foi feito: a mim me fez tornar ao meu estado, e a ele fez enforcar. 14. Então, enviou Faraó e chamou a José, e o fizeram sair logo da cova; e barbeou-se, e mudou as suas vestes, e veio a Faraó. 15. E Faraó disse a José: Eu sonhei um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ti ouvi dizer que, quando ouves um sonho, o interpretas. 16. E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó. 17. Então, disse Faraó a José: Eis que em meu sonho estava eu em pé na praia do rio. 18. E eis que subiam do rio sete vacas gordas de carne e formosas à vista e pastavam no prado. 19. E eis que outras sete vacas subiam após estas, muito feias à vista e magras de carne; não tenho visto outras tais, quanto à fealdade, em toda a terra do Egito. 20. E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas; 21. e entravam em suas entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado em suas entranhas, porque o seu aspecto era feio como no princípio. Então, acordei. 22. Depois, vi em meu sonho, e eis que de um mesmo pé subiam sete espigas cheias e boas. 23. E eis que sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental brotavam após elas. 24. E as sete espigas miúdas devoravam as sete espigas boas. E eu disse-o aos magos, mas ninguém houve que mo interpretasse. 25. Então, disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó. 26. As sete vacas formosas são sete anos; as sete espigas formosas também são sete anos; o sonho é um só. 27. E as sete vacas magras e feias à vista, que subiam depois delas, são sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental; serão sete anos de fome. 28. Esta é a palavra que tenho dito a Faraó; o que Deus há de fazer, mostrou-o a Faraó. 29. E eis que vêm sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito. 30. E, depois deles, levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra; 31. e não será conhecida a abundância na terra, por causa daquela fome que haverá depois, porquanto será gravíssima. 32. E o sonho foi duplicado duas vezes a Faraó é porque esta coisa é determinada de Deus, e Deus se apressa a fazê-la. 33. Portanto, Faraó se proveja agora de um varão inteligente e sábio e o ponha sobre a terra do Egito. 34. Faça isso Faraó, e ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte da terra do Egito nos sete anos de fartura. 35. E ajuntem toda a comida destes bons anos, que vêm, e amontoem trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem. 36. Assim, será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome. 37. E esta palavra foi boa aos olhos de Faraó e aos olhos de todos os seus servos. 38. E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus? 39. Depois, disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão inteligente e sábio como tu. 40. Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu. 41. Disse mais Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito. 42. E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de vestes de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço. 43. E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: Ajoelhai. Assim, o pôs sobre toda a terra do Egito. 44. E disse Faraó a José: Eu sou Faraó; porém sem ti ninguém levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egito. 45. E chamou Faraó o nome de José Zafenate-Panéia e deu-lhe por mulher a Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e saiu José por toda a terra do Egito. 46. E José era da idade de trinta anos quando esteve diante da face de Faraó, rei do Egito. E saiu José da face de Faraó e passou por toda a terra do Egito. 47. E a terra produziu nos sete anos de fartura a mãos-cheias. 48. E ajuntou todo o mantimento dos sete anos que houve na terra do Egito; e guardou o mantimento nas cidades, pondo nas cidades o mantimento do campo que estava ao redor de cada cidade. 49. Assim, ajuntou José muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar, porquanto não havia numeração. 50. E nasceram a José dois filhos (antes que viesse o ano de fome), que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. 51. E chamou José o nome do primogênito Manassés, porque disse: Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho e de toda a casa de meu pai. 52. E o nome do segundo chamou Efraim, porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição. 53. Então, acabaram-se os sete anos de fartura que havia na terra do Egito, 54. e começaram a vir os sete anos de fome, como José tinha dito; e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão. 55. E, tendo toda a terra do Egito fome, clamou o povo a Faraó por pão; e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser fazei. 56. Havendo, pois, fome sobre toda a terra, abriu José tudo em que havia mantimento e vendeu aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito. 57. E todas as terras vinham ao Egito, para comprar de José, porquanto a fome prevaleceu em todas as terras. Gênesis 42 1. Vendo, então, Jacó que havia mantimento no Egito, disse Jacó a seus filhos: Por que estais olhando uns para os outros? 2. Disse mais: Eis que tenho ouvido que há mantimento no Egito; descei até lá e comprai-nos trigo, para que vivamos e não morramos. 3. Então, desceram os dez irmãos de José, para comprarem trigo no Egito. 4. A Benjamim, porém, irmão de José, não enviou Jacó com os seus irmãos, porque dizia: Para que lhe não suceda, porventura, algum desastre. 5. Assim, vieram os filhos de Israel para comprar, entre os que vinham lá; porque havia fome na terra de Canaã. 6. José, pois, era o governador daquela terra; ele vendia a todo o povo da terra; e os irmãos de José vieram e inclinaram-se ante ele com a face na terra. 7. E José, vendo os seus irmãos, conheceu-os; porém mostrou-se estranho para com eles, e falou com eles asperamente, e disse-lhes: Donde vindes? E eles disseram: Da terra de Canaã, para comprarmos mantimento. 8. José, pois, conheceu os seus irmãos; mas eles não o conheceram. 9. Então, José lembrou-se dos sonhos que havia sonhado deles e disse-lhes: Vós sois espias e viestes para ver a nudez da terra. 10. E eles lhe disseram: Não, senhor meu; mas teus servos vieram a comprar mantimento. 11. Todos nós somos filhos de um varão; somos homens de retidão; os teus servos não são espias. 12. E ele lhes disse: Não; antes, viestes para ver a nudez da terra. 13. E eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um varão da terra de Canaã; e eis que o mais novo está com nosso pai, hoje; mas um já não existe. 14. Então, lhes disse José: Isso é o que vos tenho dito, dizendo que sois espias. 15. Nisto sereis provados: pela vida de Faraó, não saireis daqui senão quando vosso irmão mais novo vier aqui. 16. Enviai um dentre vós, que traga vosso irmão; mas vós ficareis presos, e vossas palavras serão provadas, se há verdade convosco; e, se não, pela vida de Faraó, vós sois espias. 17. E pô-los juntos em guarda três dias. 18. E, ao terceiro dia, disse-lhes José: Fazei isso e vivereis, porque eu temo a Deus. 19. Se sois homens de retidão, que fique um de vossos irmãos preso na casa de vossa prisão; e, vós, ide, levai trigo para a fome de vossa casa. 20. E trazei-me o vosso irmão mais novo, e serão verificadas vossas palavras, e não morrereis. E eles assim fizeram. 21. Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia de sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos; por isso, vem sobre nós esta angústia. 22. E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu, dizendo: Não pequeis contra o moço? Mas não ouvistes; e, vedes aqui, o seu sangue também é requerido. 23. E eles não sabiam que José os entendia, porque havia intérprete entre eles. 24. E retirou-se deles e chorou. Depois, tornou a eles, falou-lhes, tomou a Simeão dentre eles e amarrou-o perante os seus olhos. 25. E ordenou José que enchessem os seus sacos de trigo, e que lhes restituíssem o seu dinheiro, a cada um no seu saco, e lhes dessem comida para o caminho; e fizeram-lhes assim. 26. E carregaram o seu trigo sobre os seus jumentos e partiram dali. 27. E, abrindo um deles o seu saco, para dar pasto ao seu jumento na venda, viu o seu dinheiro; porque eis que estava na boca do seu saco. 28. E disse a seus irmãos: Devolveram o meu dinheiro, e ei-lo mesmo aqui no meu saco. Então, lhes desfaleceu o coração, e pasmavam, dizendo um ao outro: Que é isto que Deus nos tem feito? 29. E vieram para Jacó, seu pai, na terra de Canaã; e contaram-lhe tudo o que lhes aconteceu, dizendo: 30. O varão, o senhor da terra, falou conosco asperamente e tratou-nos como espias da terra. 31. Mas dissemos-lhe: Somos homens de retidão; não somos espias; 32. somos doze irmãos, filhos de nosso pai; um não é mais, e o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã. 33. E aquele varão, o senhor da terra, nos disse: Nisto conhecerei que vós sois homens de retidão: deixai comigo um de vossos irmãos, e tomai para a fome de vossas casas, e parti; 34. e trazei-me vosso irmão mais novo; assim, saberei que não sois espias, mas homens de retidão; então, vos darei o vosso irmão, e negociareis na terra. 35. E aconteceu que, despejando eles os seus sacos, eis que cada um tinha a trouxinha com seu dinheiro no seu saco; e viram as trouxinhas com seu dinheiro, eles e seu pai, e temeram. 36. Então, Jacó, seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado: José já não existe, e Simeão não está aqui, e, agora, levareis a Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim. 37. Mas Rúben falou a seu pai, dizendo: Mata os meus dois filhos, se to não tornar a trazer; dá-mo em minha mão, e to tornarei a trazer. 38. Ele, porém, disse: Não descerá meu filho convosco, porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe sucede algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura. Gênesis 43 1. E a fome era gravíssima na terra. 2. E aconteceu que, como acabaram de comer o mantimento que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: Tornai, comprai-nos um pouco de alimento. 3. Mas Judá respondeu-lhe, dizendo: Fortemente nos protestou aquele varão, dizendo: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não vier convosco. 4. Se enviares conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos alimento; 5. mas, se não o enviares, não desceremos, porquanto aquele varão nos disse: Não vereis a minha face, se o vosso irmão não vier convosco. 6. E disse Israel: Por que me fizestes tal mal, fazendo saber àquele varão que tínheis ainda outro irmão? 7. E eles disseram: Aquele varão particularmente nos perguntou por nós e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes mais um irmão? E respondemos-lhe conforme as mesmas palavras. Podíamos nós saber que diria: Trazei vosso irmão? 8. Então, disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e levantar-nos-emos e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhos. 9. Eu serei fiador por ele, da minha mão o requererás; se eu não to trouxer e não o puser perante a tua face, serei réu de crime para contigo para sempre. 10. E, se nós não nos tivéssemos detido, certamente já estaríamos segunda vez de volta. 11. Então, disse-lhes Israel, seu pai: Pois que assim é, fazei isso; tomai do mais precioso desta terra em vossos sacos e levai ao varão um presente: um pouco de bálsamo, um pouco de mel, especiarias, mirra, terebinto e amêndoas. 12. E tomai em vossas mãos dinheiro dobrado; e o dinheiro que tornou na boca dos vossos sacos tornai a levar em vossas mãos; bem pode ser que fosse erro. 13. Tomai também a vosso irmão, e levantai-vos, e voltai àquele varão. 14. E Deus Todo-poderoso vos dê misericórdia diante do varão, para que deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei. 15. E os varões tomaram aquele presente e tomaram dinheiro dobrado em suas mãos e a Benjamim; e levantaram-se, e desceram ao Egito, e apresentaram-se diante da face de José. 16. Vendo, pois, José a Benjamim com eles, disse ao que estava sobre a sua casa: Leva estes varões à casa, e mata reses, e prepara tudo; porque estes varões comerão comigo ao meio-dia. 17. E o varão fez como José dissera e o varão levou aqueles varões à casa de José. 18. Então, temeram aqueles varões, porquanto foram levados à casa de José e diziam: Por causa do dinheiro que da outra vez voltou nos nossos sacos, fomos trazidos aqui, para nos criminar e cair sobre nós, para que nos tome por servos e a nossos jumentos. 19. Por isso, chegaram-se ao varão que estava sobre a casa de José, e falaram com ele à porta da casa. 20. E disseram: Ai! Senhor meu, certamente descemos, dantes, a comprar mantimento; 21. e aconteceu que, chegando nós à venda e abrindo os nossos sacos, eis que o dinheiro de cada varão estava na boca do seu saco, nosso dinheiro por seu peso; e tornamos a trazê-lo em nossas mãos. 22. Também trouxemos outro dinheiro em nossas mãos, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos nossos sacos. 23. E ele disse: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, vos tem dado um tesouro nos vossos sacos; o vosso dinheiro me chegou a mim. E trouxe-lhes fora a Simeão. 24. Depois, levou o varão aqueles varões à casa de José e deu- lhes água, e lavaram os seus pés; também deu pasto aos seus jumentos. 25. E prepararam o presente, para quando José viesse ao meio-dia; porque tinham ouvido que ali haviam de comer pão. 26. Vindo, pois, José à casa, trouxeram-lhe ali o presente que estava na sua mão; e inclinaram-se a ele até à terra. 27. E ele lhes perguntou como estavam e disse: Vosso pai, o velho de quem falastes, está bem? Ainda vive? 28. E eles disseram: Bem está o teu servo, nosso pai vive ainda. E abaixaram a cabeça e inclinaram-se. 29. E ele levantou os olhos, e viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: Este é o vosso irmão mais novo, de quem me falastes? Depois, ele disse: Deus te abençoe, meu filho. 30. E José apressou-se, porque o seu íntimo moveu-se para o seu irmão; e procurou onde chorar, e entrou na câmara, e chorou ali. 31. Depois, lavou o rosto e saiu; e conteve-se e disse: Ponde pão. 32. E puseram-lhe a ele à parte, e a eles à parte, e aos egípcios que comiam com ele à parte; porque os egípcios não podem comer pão com os hebreus, porquanto é abominação para os egípcios. 33. E assentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura e o menor segundo a sua menoridade; do que os varões se maravilhavam entre si. 34. E apresentou-lhe as porções que estavam diante dele; porém a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a de qualquer deles. E eles beberam e se regalaram com ele. Gênesis 44 1. E deu ordem ao que estava sobre a sua casa, dizendo: Enche de mantimento os sacos destes varões, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada varão na boca do seu saco. 2. E o meu copo, o copo de prata, porás na boca do saco do mais novo, com o dinheiro do seu trigo. E fez conforme a palavra de José, que tinha dito. 3. Vinda a luz da manhã, despediram-se estes varões, eles com os seus jumentos. 4. Saindo eles da cidade e não se havendo ainda distanciado, disse José ao que estava sobre a sua casa: Levanta-te e persegue aqueles varões; e, alcançando-os, lhes dirás: Por que pagastes mal por bem? 5. Não é este o copo por que bebe meu senhor? E em que ele bem adivinha? Fizestes mal no que fizestes. 6. E alcançou-os e falou-lhes as mesmas palavras. 7. E eles disseram-lhe: Por que diz meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de fazerem semelhante coisa. 8. Eis que o dinheiro que temos achado na boca dos nossos sacos te tornamos a trazer desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro? 9. Aquele dos teus servos, com quem for achado, morra; e ainda nós seremos escravos do meu senhor. 10. E ele disse: Ora, seja também assim conforme as vossas palavras; aquele com quem se achar será meu escravo, porém vós sereis desculpados. 11. E eles apressaram-se, e cada um pôs em terra o seu saco, e cada um abriu o seu saco. 12. E buscou, começando no maior e acabando no mais novo; e achou-se o copo no saco de Benjamim. 13. Então, rasgaram as suas vestes, e carregou cada um o seu jumento, e tornaram à cidade. 14. E veio Judá com os seus irmãos à casa de José, porque ele ainda estava ali; e prostraram-se diante dele em terra. 15. E disse-lhes José: Que é isto que fizestes? Não sabeis vós que tal homem como eu bem adivinha? 16. Então, disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achado o copo. 17. Mas ele disse: Longe de mim que eu tal faça; o varão em cuja mão o copo foi achado, aquele será meu servo; porém vós subi em paz para vosso pai. 18. Então, Judá se chegou a ele e disse: Ai! Senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como Faraó. 19. Meu senhor perguntou a seus servos, dizendo: Tendes vós pai ou irmão? 20. E dissemos a meu senhor: Temos um velho pai e um moço da sua velhice, o mais novo, cujo irmão é morto; e só ele ficou de sua mãe, e seu pai o ama. 21. Então, tu disseste a teus servos: Trazei-mo a mim, e porei os meus olhos sobre ele. 22. E nós dissemos a meu senhor: Aquele moço não poderá deixar a seu pai; se deixar a seu pai, este morrerá. 23. Então, tu disseste a teus servos: Se vosso irmão mais novo não descer convosco, nunca mais vereis a minha face. 24. E aconteceu que, subindo nós a teu servo, meu pai, e contando-lhe as palavras de meu senhor, 25. disse nosso pai: Tornai, comprai-nos um pouco de mantimento. 26. E nós dissemos: Não poderemos descer; mas, se nosso irmão menor for conosco, desceremos; pois não poderemos ver a face do varão, se este nosso irmão menor não estiver conosco. 27. Então, disse-nos teu servo, meu pai: Vós sabeis que minha mulher me deu dois filhos; 28. um ausentou-se de mim, e eu disse: Certamente foi despedaçado, e não o tenho visto até agora; 29. se agora também tirardes a este da minha face, e lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com dor à sepultura. 30. Agora, pois, indo eu a teu servo, meu pai, e o moço não indo conosco, como a sua alma está atada com a alma dele, 31. acontecerá que, vendo ele que o moço ali não está, morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pai, com tristeza à sepultura. 32. Porque teu servo se deu por fiador por este moço para com meu pai, dizendo: Se não to tornar, eu serei culpado a meu pai todos os dias. 33. Agora, pois, fique teu servo em lugar deste moço por escravo de meu senhor, e que suba o moço com os seus irmãos. 34. Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que sobrevirá a meu pai. Gênesis 45 1. Então, José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei sair daqui a todo varão; e ninguém ficou com ele quando José se deu a conhecer a seus irmãos. 2. E levantou a sua voz com choro, de maneira que os egípcios o ouviam, e a casa de Faraó o ouviu. 3. E disse José a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque estavam pasmados diante da sua face. 4. E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse ele: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. 5. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face. 6. Porque já houve dois anos de fome no meio da terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem sega. 7. Pelo que Deus me enviou diante da vossa face, para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento. 8. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito. 9. Apressai-vos, e subi a meu pai, e dizei-lhe: Assim tem dito o teu filho José: Deus me tem posto por senhor em toda a terra do Egito; desce a mim e não te demores. 10. E habitarás na terra de Gósen e estarás perto de mim, tu e os teus filhos, e os filhos dos teus filhos, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas, e tudo o que tens. 11. E ali te sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome, para que não pereças de pobreza, tu, e tua casa, e tudo o que tens. 12. E eis que vossos olhos vêem, e os olhos de meu irmão Benjamim, que é minha boca que vos fala. 13. E fazei saber a meu pai toda a minha glória no Egito e tudo o que tendes visto; e apressai-vos a fazer descer meu pai para cá. 14. E lançou-se ao pescoço de Benjamim, seu irmão, e chorou; e Benjamim chorou também ao seu pescoço. 15. E beijou todos os seus irmãos e chorou sobre eles; e, depois, seus irmãos falaram com ele. 16. E a nova ouviu-se na casa de Faraó, dizendo: Os irmãos de José são vindos; e pareceu bem aos olhos de Faraó e aos olhos de seus servos. 17. E disse Faraó a José: Dize a teus irmãos: Fazei isto: carregai os vossos animais, e parti, e tornai à terra de Canaã, 18. e tornai a vosso pai e a vossas famílias, e vinde a mim; e eu vos darei o melhor da terra do Egito, e comereis a fartura da terra. 19. A ti, pois, é ordenado; fazei isto: tomai vós da terra do Egito carros para vossos meninos, para vossas mulheres e para vosso pai e vinde. 20. E não vos pese coisa alguma das vossas alfaias; porque o melhor de toda a terra do Egito será vosso. 21. E os filhos de Israel fizeram assim. E José deu-lhes carros, conforme o mandado de Faraó; também lhes deu comida para o caminho. 22. A todos lhes deu, a cada um, mudas de vestes; mas a Benjamim deu trezentas peças de prata e cinco mudas de vestes. 23. E a seu pai enviou semelhantemente dez jumentos carregados do melhor do Egito, e dez jumentos carregados de trigo, e pão, e comida para seu pai, para o caminho. 24. E despediu os seus irmãos, e partiram; e disse-lhes: Não contendais pelo caminho. 25. E subiram do Egito e vieram à terra de Canaã, a Jacó, seu pai. 26. Então, lhe anunciaram, dizendo: José ainda vive e ele também é regente em toda a terra do Egito. E o seu coração desmaiou, porque não os acreditava. 27. Porém, havendo-lhe eles contado todas as palavras de José que ele lhes falara, e vendo ele os carros que José enviara para levá-lo, reviveu o espírito de Jacó, seu pai. 28. E disse Israel: Basta; ainda vive meu filho José; eu irei e o verei antes que eu morra. Gênesis 46 1. E partiu Israel com tudo quanto tinha, e veio a Berseba, e ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai. 2. E falou Deus a Israel em visões, de noite, e disse: Jacó! Jacó! E ele disse: Eis-me aqui. 3. E disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação. 4. E descerei contigo ao Egito e certamente te farei tornar a subir; e José porá a sua mão sobre os teus olhos. 5. Então, levantou-se Jacó de Berseba; e os filhos de Israel levaram Jacó, seu pai, e seus meninos, e as suas mulheres, nos carros que Faraó enviara para o levar. 6. E tomaram o seu gado e a sua fazenda que tinham adquirido na terra de Canaã e vieram ao Egito, Jacó e toda a sua semente com ele. 7. Os seus filhos, e os filhos de seus filhos com ele, as suas filhas, e as filhas de seus filhos, e toda a sua semente levou consigo ao Egito. 8. E estes são os nomes dos filhos de Israel, que vieram ao Egito, Jacó e seus filhos: Rúben, o primogênito de Jacó, 9. e os filhos de Rúben: Enoque, e Palu, e Hezrom, e Carmi. 10. E os filhos de Simeão: Jemuel, e Jamim, e Oade, e Jaquim, e Zoar, e Saul, filho de uma mulher cananéia. 11. E os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari. 12. E os filhos de Judá: Er, e Onã, e Selá, e Perez, e Zerá. Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã; e os filhos de Perez foram Esrom e Hamul. 13. E os filhos de Issacar: Tola, e Puva, e Jó, e Sinrom. 14. E os filhos de Zebulom: Serede, e Elom, e Jaleel. 15. Estes são os filhos de Léia, que deu a Jacó em Padã-Arã, com Diná, sua filha; todas as almas de seus filhos e de suas filhas foram trinta e três. 16. E os filhos de Gade: Zifiom, e Hagi, e Suni, e Esbom, e Eri, e Arodi, e Areli. 17. E os filhos de Aser: Imna, e Isvá, e Isvi, e Berias, e Será, a irmã deles; e os filhos de Berias: Héber e Malquiel. 18. Estes são os filhos de Zilpa, a qual Labão deu à sua filha Léia e que deu a Jacó estas dezesseis almas. 19. Os filhos de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim. 20. E nasceram a José na terra do Egito Manassés e Efraim, que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. 21. E os filhos de Benjamim: Belá, e Bequer, e Asbel, e Gera, e Naamã, e Eí, e Rôs, e Mupim, e Hupim, e Arde. 22. Estes são os filhos de Raquel, que nasceram a Jacó, ao todo catorze almas. 23. E o filho de Dã: Husim. 24. E os filhos de Naftali: Jazeel, e Guni, e Jezer, e Silém. 25. Estes são os filhos de Bila, a qual Labão deu à sua filha Raquel e que deu estes a Jacó; todas as almas foram sete. 26. Todas as almas que vieram com Jacó ao Egito, que descenderam dele, fora as mulheres dos filhos de Jacó, todas foram sessenta e seis almas. 27. E os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas da casa de Jacó, que vieram ao Egito, foram setenta. 28. E Jacó enviou Judá diante da sua face a José, para o encaminhar a Gósen; e chegaram à terra de Gósen. 29. Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. E, mostrando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço e chorou sobre o seu pescoço, longo tempo. 30. E Israel disse a José: Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives. 31. Depois, disse José a seus irmãos e à casa de seu pai: Eu subirei, e anunciarei a Faraó, e lhe direi: Meus irmãos e a casa de meu pai, que estavam na terra de Canaã, vieram a mim. 32. E os varões são pastores de ovelhas, porque são homens de gado, e trouxeram consigo as suas ovelhas, e as suas vacas, e tudo o que têm. 33. Quando, pois, acontecer que Faraó vos chamar e disser: Qual é o vosso negócio? 34. Então, direis: Teus servos foram homens de gado desde a nossa mocidade até agora, tanto nós como os nossos pais; para que habiteis na terra de Gósen, porque todo o pastor de ovelhas é abominação para os egípcios. Gênesis 47 1. Então, veio José, e anunciou a Faraó, e disse: Meu pai, e os meus irmãos, e as suas ovelhas, e as suas vacas, com tudo o que têm, chegaram da terra de Canaã, e eis que estão na terra de Gósen. 2. E tomou uma parte de seus irmãos, a saber, cinco varões, e os pôs diante de Faraó. 3. Então, disse Faraó a seus irmãos: Qual é o vosso negócio? E eles disseram a Faraó: Teus servos são pastores de ovelhas, tanto nós como nossos pais. 4. Disseram mais a Faraó: Viemos para peregrinar nesta terra; porque não há pasto para as ovelhas de teus servos, porquanto a fome é grave na terra de Canaã; agora, pois, rogamos-te que teus servos habitem na terra de Gósen. 5. Então, falou Faraó a José, dizendo: Teu pai e teus irmãos vieram a ti. 6. A terra do Egito está diante da tua face; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen; e, se sabes que entre eles há homens valentes, os porás por maiorais do gado, sobre o que eu tenho. 7. E trouxe José a Jacó, seu pai, e o pôs diante de Faraó; e Jacó abençoou a Faraó. 8. E Faraó disse a Jacó: Quantos são os dias dos anos de tua vida? 9. E Jacó disse a Faraó: Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações. 10. E Jacó abençoou a Faraó e saiu de diante da face de Faraó. 11. E José fez habitar a seu pai e seus irmãos e deu-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara. 12. E José sustentou de pão a seu pai, e a seus irmãos, e a toda a casa de seu pai, segundo as suas famílias. 13. E não havia pão em toda a terra, porque a fome era mui grave; de maneira que a terra do Egito e a terra de Canaã desfaleciam por causa da fome. 14. Então, José recolheu todo o dinheiro que se achou na terra do Egito e na terra de Canaã, pelo trigo que compravam; e José trouxe o dinheiro à casa de Faraó. 15. Acabando-se, pois, o dinheiro na terra do Egito e na terra de Canaã, vieram todos os egípcios a José, dizendo: Dá-nos pão; por que morreremos em tua presença? Porquanto o dinheiro nos falta. 16. E José disse: Dai o vosso gado, e eu vo-lo darei por vosso gado, se falta o dinheiro. 17. Então, trouxeram o seu gado a José; e José deu-lhes pão em troca de cavalos, e das ovelhas, e das vacas, e dos jumentos; e os sustentou de pão aquele ano por todo o seu gado. 18. E, acabado aquele ano, vieram a ele no segundo ano e disseram-lhe: Não ocultaremos ao meu senhor que o dinheiro é acabado, e meu senhor possui os animais; nenhuma outra coisa nos ficou diante da face de meu senhor, senão o nosso corpo e a nossa terra. 19. Por que morreremos diante dos teus olhos, tanto nós como a nossa terra? Compra-nos a nós e à nossa terra por pão, e nós e a nossa terra seremos servos de Faraó; dá semente para que vivamos e não morramos, e a terra não se desole. 20. Assim, José comprou toda a terra do Egito para Faraó, porque os egípcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome era extrema sobre eles; e a terra ficou sendo de Faraó. 21. E, quanto ao povo, fê-lo passar às cidades, desde uma extremidade da terra do Egito até à outra extremidade. 22. Somente a terra dos sacerdotes não a comprou, porquanto os sacerdotes tinham porção de Faraó e eles comiam a sua porção que Faraó lhes tinha dado; por isso, não venderam a sua terra. 23. Então, disse José ao povo: Eis que hoje vos tenho comprado a vós e a vossa terra para Faraó; eis aí tendes semente para vós, para que semeeis a terra. 24. Há de ser, porém, que das colheitas dareis o quinto a Faraó, e as quatro partes serão vossas, para semente do campo, e para o vosso mantimento, e dos que estão nas vossas casas, e para que comam vossos meninos. 25. E disseram: A vida nos tens dado; achemos graça aos olhos de meu senhor e seremos servos de Faraó. 26. José, pois, pôs isto por estatuto, até ao dia de hoje, sobre a terra do Egito: que Faraó tirasse o quinto; só a terra dos sacerdotes não ficou sendo de Faraó. 27. Assim, habitou Israel na terra do Egito, na terra de Gósen, e nela tomaram possessão, e frutificaram, e multiplicaram-se muito. 28. E Jacó viveu na terra do Egito dezessete anos; de sorte que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos. 29. Chegando-se, pois, o tempo da morte de Israel, chamou a José, seu filho, e disse-lhe: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que ponhas a tua mão debaixo da minha coxa, e usa comigo de beneficência e verdade; rogo-te que me não enterres no Egito, 30. mas que eu jaza com os meus pais; por isso, me levarás do Egito e me sepultarás na sepultura deles. E ele disse: Farei conforme a tua palavra. 31. E disse ele: Jura-me. E ele jurou-lhe; e Israel inclinou-se sobre a cabeceira da cama. Gênesis 48 1. E aconteceu, depois destas coisas, que disseram a José: Eis que teu pai está enfermo. Então, tomou consigo os seus dois filhos, Manassés e Efraim. 2. E um deu parte a Jacó e disse: Eis que José, teu filho, vem a ti. E esforçou-se Israel e assentou-se sobre a cama. 3. E Jacó disse a José: O Deus Todo-poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou, 4. e me disse: Eis que te farei frutificar e multiplicar, e te porei por multidão de povos, e darei esta terra à tua semente depois de ti, em possessão perpétua. 5. Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse a ti no Egito, são meus; Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão. 6. Mas a tua geração, que gerarás depois deles, será tua; segundo o nome de seus irmãos serão chamados na sua herança. 7. Vindo, pois, eu de Padã, me morreu Raquel na terra de Canaã, no caminho, quando ainda ficava um pequeno espaço de terra para vir a Efrata; e eu a sepultei ali, no caminho de Efrata, que é Belém. 8. E Israel viu os filhos de José e disse: Quem são estes? 9. E José disse a seu pai: Eles são meus filhos, que Deus me tem dado aqui. E ele disse: Peço-te, traze-mos aqui, para que os abençoe. 10. Os olhos, porém, de Israel eram carregados de velhice, já não podia ver bem; e fê-los chegar a ele, e beijou-os e abraçou-os. 11. E Israel disse a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus me fez ver a tua semente também. 12. Então, José os tirou de seus joelhos e inclinou-se à terra diante da sua face. 13. E tomou José a ambos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e a Manassés na sua mão esquerda, à direita de Israel, e fê-los chegar a ele. 14. Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, ainda que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos avisadamente, ainda que Manassés era o primogênito. 15. E abençoou a José e disse: O Deus, em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia, 16. o Anjo que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes; e seja chamado neles o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e multipliquem-se, como peixes em multidão, no meio da terra. 17. Vendo, pois, José que seu pai punha a sua mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi mau aos seus olhos; e tomou a mão de seu pai, para a transpor de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de Manassés. 18. E José disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça. 19. Mas seu pai o recusou e disse: Eu o sei, filho meu, eu o sei; também ele será um povo e também ele será grande; contudo, o seu irmão menor será maior que ele, e a sua semente será uma multidão de nações. 20. Assim, os abençoou naquele dia, dizendo: Em ti Israel abençoará, dizendo: Deus te ponha como a Efraim e como a Manassés. E pôs a Efraim diante de Manassés. 21. Depois, disse Israel a José: Eis que eu morro, mas Deus será convosco e vos fará tornar à terra de vossos pais. 22. E eu te tenho dado a ti um pedaço de terra mais que a teus irmãos, o qual tomei com a minha espada e com o meu arco da mão dos amorreus. Gênesis 49 1. Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos derradeiros dias; 2. ajuntai-vos e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel, vosso pai: 3. Rúben, tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais excelente em alteza e o mais excelente em poder. 4. Inconstante como a água, não serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então, o contaminaste; subiste à minha cama. 5. Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. 6. No seu secreto conselho, não entre minha alma; com a sua congregação, minha glória não se ajunte; porque, no seu furor, mataram varões e, na sua teima, arrebataram bois. 7. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Jacó e os espalharei em Israel. 8. Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de seus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. 9. Judá é um leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como um leão e como um leão velho; quem o despertará? 10. O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. 11. Ele amarrará o seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta, à cepa mais excelente; ele lavará a sua veste no vinho e a sua capa, em sangue de uvas. 12. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes, brancos de leite. 13. Zebulom habitará no porto dos mares e será como porto dos navios; e o seu termo será em Sidom. 14. Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. 15. E viu ele que o descanso era bom e que a terra era deliciosa, e abaixou o seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo. 16. Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. 17. Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo e faz cair o seu cavaleiro por detrás. 18. A tua salvação espero, ó SENHOR! 19. Quanto a Gade, uma tropa o acometerá; mas ele a acometerá por fim. 20. De Aser, o seu pão será abundante e ele dará delícias reais. 21. Naftali é uma cerva solta; ele dá palavras formosas. 22. José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro. 23. Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam, e o aborreceram. 24. O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó (donde é o Pastor e a Pedra de Israel), 25. pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos céus de cima, com bênçãos do abismo que está debaixo, com bênçãos dos peitos e da madre. 26. As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais, até à extremidade dos outeiros eternos; elas estarão sobre a cabeça de José e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos. 27. Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã, comerá a presa e, à tarde, repartirá o despojo. 28. Todas estas são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção. 29. Depois, ordenou-lhes e disse-lhes: Eu me congrego ao meu povo; sepultai-me, com meus pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu, 30. na cova que está no campo de Macpela, que está em frente de Manre, na terra de Canaã, a qual Abraão comprou com aquele campo de Efrom, o heteu, por herança de sepultura. 31. Ali, sepultaram Abraão e Sara, sua mulher; ali, sepultaram Isaque e Rebeca, sua mulher; e, ali, eu sepultei Léia. 32. O campo e a cova que está nele foram comprados aos filhos de Hete. 33. Acabando, pois, Jacó de dar mandamentos a seus filhos, encolheu os seus pés na cama, e expirou, e foi congregado ao seu povo. Gênesis 50 1. Então, José se lançou sobre o rosto de seu pai, e chorou sobre ele, e o beijou. 2. E José ordenou aos seus servos, os médicos, que embalsamassem o seu pai; e os médicos embalsamaram Israel. 3. E cumpriram-se-lhe quarenta dias, porque assim se cumprem os dias daqueles que se embalsamam; e os egípcios o choraram setenta dias. 4. Passados os dias de seu choro, falou José à casa de Faraó, dizendo: Se agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos que faleis aos ouvidos de Faraó, dizendo: 5. Meu pai me fez jurar, dizendo: Eis que eu morro; em meu sepulcro, que cavei para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás. Agora, pois, te peço, que eu suba, para que sepulte o meu pai; então, voltarei. 6. E Faraó disse: Sobe e sepulta o teu pai, como ele te fez jurar. 7. E José subiu para sepultar o seu pai; e subiram com ele todos os servos de Faraó, os anciãos da sua casa e todos os anciãos da terra do Egito, 8. como também toda a casa de José, e seus irmãos, e a casa de seu pai; somente deixaram na terra de Gósen os seus meninos, e as suas ovelhas, e as suas vacas. 9. E subiram também com ele tanto carros como gente a cavalo; e o concurso foi grandíssimo. 10. Chegando eles, pois, à eira do espinhal, que está além do Jordão, fizeram um grande e gravíssimo pranto; e fez a seu pai um grande pranto por sete dias. 11. E, vendo os moradores da terra, os cananeus, o luto na eira do espinhal, disseram: É este o pranto grande dos egípcios. Por isso, chamou-se o seu nome Abel-Mizraim, que está além do Jordão. 12. E fizeram-lhe os seus filhos assim como ele lhes ordenara, 13. pois os seus filhos o levaram à terra de Canaã e o sepultaram na cova do campo de Macpela, que Abraão tinha comprado com o campo, por herança de sepultura, a Efrom, o heteu, em frente de Manre. 14. Depois, tornou José para o Egito, ele, e seus irmãos, e todos os que com ele subiram a sepultar o seu pai, depois de haver sepultado o seu pai. 15. Vendo, então, os irmãos de José que o seu pai já estava morto, disseram: Porventura, nos aborrecerá José e nos pagará certamente todo o mal que lhe fizemos. 16. Portanto, enviaram a José, dizendo: Teu pai mandou, antes da sua morte, dizendo: 17. Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a transgressão de teus irmãos e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam. 18. Depois, vieram também seus irmãos, e prostraram-se diante dele, e disseram: Eis-nos aqui por teus servos. 19. E José lhes disse: Não temais; porque, porventura, estou eu em lugar de Deus? 20. Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande. 21. Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos meninos. Assim, os consolou e falou segundo o coração deles. 22. José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu José cento e dez anos. 23. E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José. 24. E disse José a seus irmãos: Eu morro, mas Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. 25. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui. 26. E morreu José da idade de cento e dez anos; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito. Êxodo 1 1. Estes, pois, são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito com Jacó; cada um entrou com sua casa: 2. Rúben, Simeão, Levi e Judá; 3. Issacar, Zebulom e Benjamim; 4. Dã, Naftali, Gade e Aser. 5. Todas as almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta almas; José, porém, estava no Egito. 6. Sendo, pois, José falecido, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração, 7. os filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles. 8. Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, 9. o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. 10. Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra. 11. E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramessés. 12. Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. 13. E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza; 14. assim, lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em que os serviam com dureza. 15. E o rei do Egito falou às parteiras das hebréias (das quais o nome de uma era Sifrá, e o nome da outra, Puá) 16. e disse: Quando ajudardes no parto as hebréias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva. 17. As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera; antes, conservavam os meninos com vida. 18. Então, o rei do Egito chamou as parteiras e disse-lhes: Por que fizestes isto, que guardastes os meninos com vida? 19. E as parteiras disseram a Faraó: É que as mulheres hebréias não são como as egípcias; porque são vivas e já têm dado à luz os filhos antes que a parteira venha a elas. 20. Portanto, Deus fez bem às parteiras. E o povo se aumentou e se fortaleceu muito. 21. E aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, estabeleceu-lhes casas. 22. Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida. Êxodo 2 1. E foi-se um varão da casa de Levi e casou com uma filha de Levi. 2. E a mulher concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses. 3. Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos e a betumou com betume e pez; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à borda do rio. 4. E a irmã do menino postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer. 5. E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela borda do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, e a tomou. 6. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este. 7. Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Irei eu a chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti? 8. E a filha de Faraó disse-lhe: Vai. E foi-se a moça e chamou a mãe do menino. 9. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino e criou-o. 10. E, sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado. 11. E aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já grande, saiu a seus irmãos e atentou nas suas cargas; e viu que um varão egípcio feria a um varão hebreu, de seus irmãos. 12. E olhou a uma e a outra banda, e, vendo que ninguém ali havia, feriu ao egípcio, e escondeu-o na areia. 13. E tornou a sair no dia seguinte, e eis que dois varões hebreus contendiam; e disse ao injusto: Por que feres o teu próximo? 14. O qual disse: Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Então, temeu Moisés e disse: Certamente este negócio foi descoberto. 15. Ouvindo, pois, Faraó este caso, procurou matar a Moisés; mas Moisés fugiu de diante da face de Faraó, e habitou na terra de Midiã, e assentou-se junto a um poço. 16. E o sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram a tirar água, e encheram as pias para dar de beber ao rebanho de seu pai. 17. Então, vieram os pastores e lançaram-nas dali; Moisés, porém, levantou-se, e defendeu-as, e abeberou-lhes o rebanho. 18. E, vindo elas a Reuel, seu pai, ele disse: Por que tornastes hoje tão depressa? 19. E elas disseram: Um homem egípcio nos livrou da mão dos pastores; e também nos tirou água em abundância e abeberou o rebanho. 20. E disse a suas filhas: E onde está ele? Por que deixastes o homem? Chamai-o para que coma pão. 21. E Moisés consentiu em morar com aquele homem; e ele deu a Moisés sua filha Zípora, 22. a qual teve um filho, e ele chamou o seu nome Gérson, porque disse: Peregrino fui em terra estranha. 23. E aconteceu, depois de muitos destes dias, morrendo o rei do Egito, que os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão e clamaram; e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão. 24. E ouviu Deus o seu gemido e lembrou-se Deus do seu concerto com Abraão, com Isaque e com Jacó; 25. e atentou Deus para os filhos de Israel e conheceu- os Deus. Êxodo 3 1. E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe. 2. E apareceu-lhe o Anjo do SENHOR em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. 3. E Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima. 4. E, vendo o SENHOR que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça e disse: Moisés! Moisés! E ele disse: Eis-me aqui. 5. E disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. 6. Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. 7. E disse o SENHOR: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. 8. Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do ferezeu, e do heveu, e do jebuseu. 9. E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel chegou a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem. 10. Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. 11. Então, Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? 12. E Deus disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte. 13. Então, disse Moisés a Deus: Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? 14. E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. 15. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração. 16. Vai, e ajunta os anciãos de Israel, e dize-lhes: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, me apareceu, dizendo: Certamente vos tenho visitado e visto o que vos é feito no Egito. 17. Portanto, eu disse: Far-vos-ei subir da aflição do Egito à terra do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do ferezeu, e do heveu, e do jebuseu, a uma terra que mana leite e mel. 18. E ouvirão a tua voz; e irás, tu e os anciãos de Israel, ao rei do Egito, e dir-lhe-eis: O SENHOR, o Deus dos hebreus, nos encontrou; agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, para que sacrifiquemos ao SENHOR, nosso Deus. 19. Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, nem ainda por uma mão forte. 20. Porque eu estenderei a minha mão e ferirei ao Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele; depois, vos deixará ir. 21. E eu darei graça a esse povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios, 22. porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda vasos de prata, e vasos de ouro, e vestes, os quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis ao Egito. Êxodo 4 1. Então, respondeu Moisés e disse: Mas eis que me não crerão, nem ouvirão a minha voz, porque dirão: O SENHOR não te apareceu. 2. E o SENHOR disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara. 3. E ele disse: Lança-a na terra. Ele a lançou na terra, e tornou-se em cobra; e Moisés fugia dela. 4. Então, disse o SENHOR a Moisés: Estende a mão e pega-lhe pela cauda (E estendeu a mão e pegou-lhe pela cauda, e tornou-se em vara na sua mão.); 5. para que creiam que te apareceu o SENHOR, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. 6. E disse-lhe mais o SENHOR: Mete agora a mão no peito. E, tirando-a, eis que sua mão estava leprosa, branca como a neve. 7. E disse: Torna a meter a mão no peito. E tornou a meter a mão no peito; depois, tirou-a do peito, e eis que se tornara como a sua outra carne. 8. E acontecerá que, se eles te não crerem, nem ouvirem a voz do primeiro sinal, crerão a voz do derradeiro sinal; 9. e, se acontecer que ainda não creiam a estes dois sinais, nem ouçam a tua voz, tomarás das águas do rio e as derramarás na terra seca; e as águas que tomarás do rio tornar-se-ão em sangue sobre a terra seca. 10. Então, disse Moisés ao SENHOR: Ah! Senhor! Eu não sou homem eloqüente, nem de ontem, nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua. 11. E disse-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR? 12. Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar. 13. Ele, porém, disse: Ah! Senhor! Envia por mão daquele a quem tu hás de enviar. 14. Então, se acendeu a ira do SENHOR contra Moisés, e disse: Não é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele falará muito bem; e eis que ele também sai ao teu encontro; e, vendo-te, se alegrará em seu coração. 15. E tu lhe falarás e porás as palavras na sua boca; e eu serei com a tua boca e com a sua boca, ensinando-vos o que haveis de fazer. 16. E ele falará por ti ao povo; e acontecerá que ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus. 17. Toma, pois, esta vara na tua mão, com que farás os sinais. 18. Então, foi-se Moisés, e voltou para Jetro, seu sogro, e disse-lhe: Eu irei agora e tornarei a meus irmãos que estão no Egito, para ver se ainda vivem. Disse, pois, Jetro a Moisés: Vai em paz. 19. Disse também o SENHOR a Moisés em Midiã: Vai, volta para o Egito; porque todos os que buscavam a tua alma morreram. 20. Tomou, pois, Moisés sua mulher e seus filhos, e os levou sobre um jumento, e tornou à terra do Egito; e Moisés tomou a vara de Deus na sua mão. 21. E disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei o seu coração, para que não deixe ir o povo. 22. Então, dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito. 23. E eu te tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que me sirva; mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei a teu filho, o teu primogênito. 24. E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o SENHOR o encontrou e o quis matar. 25. Então, Zípora tomou uma pedra aguda, e circuncidou o prepúcio de seu filho, e o lançou a seus pés, e disse: Certamente me és um esposo sanguinário. 26. E desviou-se dele. Então, ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão. 27. Disse também o SENHOR a Arão: Vai ao encontro de Moisés, ao deserto. E ele foi, encontrou-o no monte de Deus e o beijou. 28. E anunciou Moisés a Arão todas as palavras do SENHOR, que o enviara, e todos os sinais que lhe mandara. 29. Então, foram Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de Israel. 30. E Arão falou todas as palavras que o SENHOR falara a Moisés e fez os sinais perante os olhos do povo. 31. E o povo creu; e ouviram que o SENHOR visitava aos filhos de Israel e que via a sua aflição; e inclinaram-se e adoraram. Êxodo 5 1. E, depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. 2. Mas Faraó disse: Quem é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir Israel. 3. E eles disseram: O Deus dos hebreus nos encontrou; portanto, deixa-nos agora ir caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao SENHOR e ele não venha sobre nós com pestilência ou com espada. 4. Então, disse-lhes o rei do Egito: Moisés e Arão, por que fazeis cessar o povo das suas obras? Ide a vossas cargas. 5. E disse também Faraó: Eis que o povo da terra já é muito, e vós os fazeis abandonar as suas cargas. 6. Portanto, deu ordem Faraó naquele mesmo dia aos exatores do povo e aos seus oficiais, dizendo: 7. Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como fizestes ontem e anteontem; vão eles mesmos e colham palha para si. 8. E lhes imporeis a conta dos tijolos que fizeram ontem e anteontem; nada diminuireis dela, porque eles estão ociosos; por isso, clamam, dizendo: Vamos, sacrifiquemos ao nosso Deus. 9. Agrave-se o serviço sobre estes homens, para que se ocupem nele e não confiem em palavras de mentira. 10. Então, saíram os exatores do povo, e seus oficiais, e falaram ao povo, dizendo: Assim diz Faraó: Eu não vos darei palha; 11. ide vós mesmos, e tomai vós palha de onde a achardes; porque nada se diminuirá de vosso serviço. 12. Então, o povo se espalhou por toda a terra do Egito, a colher restolho em lugar de palha. 13. E os exatores os apertavam, dizendo: Acabai vossa obra, a tarefa de cada dia, como quando havia palha. 14. E foram açoitados os oficiais dos filhos de Israel, que os exatores de Faraó tinham posto sobre eles, dizendo estes: Por que não acabastes vossa tarefa ontem e hoje, fazendo tijolos como antes? 15. Pelo que se foram os oficiais dos filhos de Israel e clamaram a Faraó, dizendo: Por que fazes assim a teus servos? 16. Palha não se dá a teus servos, e nos dizem: Fazei tijolos; e eis que teus servos são açoitados; porém o teu povo tem a culpa. 17. Mas ele disse: Vós sois ociosos; vós sois ociosos; por isso, dizeis: Vamos, sacrifiquemos ao SENHOR. 18. Ide, pois, agora, trabalhai; palha, porém, não se vos dará; contudo, dareis a conta dos tijolos. 19. Então, os oficiais dos filhos de Israel viram-se em aflição, porquanto se dizia: Nada diminuireis de vossos tijolos, da tarefa do dia no seu dia. 20. E encontraram a Moisés e a Arão, que estavam defronte deles, quando saíram de Faraó. 21. E disseram-lhes: O SENHOR atente sobre vós e julgue isso, porquanto fizestes o nosso cheiro repelente diante de Faraó e diante de seus servos, dando-lhes a espada nas mãos, para nos matar. 22. Então, tornou Moisés ao SENHOR e disse: Senhor! Por que fizeste mal a este povo? Por que me enviaste? 23. Porque, desde que entrei a Faraó para falar em teu nome, ele maltratou a este povo; e, de nenhuma maneira, livraste o teu povo. Êxodo 6 1. Então, disse o SENHOR a Moisés: Agora verás o que hei de fazer a Faraó; porque, por mão poderosa, os deixará ir; sim, por mão poderosa, os lançará de sua terra. 2. Falou mais Deus a Moisés e disse: Eu sou o SENHOR. 3. E eu apareci a Abraão, e a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-poderoso; mas pelo meu nome, o SENHOR, não lhes fui perfeitamente conhecido. 4. E também estabeleci o meu concerto com eles, para dar-lhes a terra de Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram peregrinos. 5. E também tenho ouvido o gemido dos filhos de Israel, aos quais os egípcios escravizam, e me lembrei do meu concerto. 6. Portanto, dize aos filhos de Israel: Eu sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, vos livrarei da sua servidão e vos resgatarei com braço estendido e com juízos grandes. 7. E eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios; 8. e eu vos levarei à terra, acerca da qual levantei a mão, que a daria a Abraão, e a Isaque, e a Jacó, e vo-la darei por herança, eu, o SENHOR. 9. Deste modo falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não ouviram a Moisés, por causa da ânsia do espírito e da dura servidão. 10. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 11. Entra e fala a Faraó, rei do Egito, que deixe sair os filhos de Israel da sua terra. 12. Moisés, porém, falou perante o SENHOR, dizendo: Eis que os filhos de Israel me não têm ouvido; como, pois, me ouvirá Faraó? Também eu sou incircunciso de lábios. 13. Todavia, o SENHOR falou a Moisés e a Arão e deu-lhes mandamento para os filhos de Israel e para Faraó, rei do Egito, para que tirassem os filhos de Israel da terra do Egito. 14. Estas são as cabeças das casas de seus pais: Os filhos de Rúben, o primogênito de Israel: Enoque e Palu, Hezrom e Carmi; estas são as famílias de Rúben. 15. E os filhos de Simeão: Jemuel, e Jamim, e Oade, e Jaquim, e Zoar, e Saul, filho de uma cananéia; estas são as famílias de Simeão. 16. E estes são os nomes dos filhos de Levi, segundo as suas gerações: Gérson, e Coate, e Merari; e os anos da vida de Levi foram cento e trinta e sete anos. 17. Os filhos de Gérson: Libni e Simei, segundo as suas famílias; 18. e os filhos de Coate: Anrão, e Isar, e Hebrom, e Uziel; e os anos da vida de Coate foram cento e trinta e três anos. 19. E os filhos de Merari: Mali e Musi; estas são as famílias de Levi, segundo as suas gerações. 20. E Anrão tomou por mulher a Joquebede, sua tia, e ela gerou-lhe a Arão e a Moisés; e os anos da vida de Anrão foram cento e trinta e sete anos. 21. E os filhos de Isar: Corá, e Nefegue, e Zicri. 22. E os filhos de Uziel: Misael, e Elzafã, e Sitri. 23. E Arão tomou por mulher a Eliseba, filha de Aminadabe, irmã de Naassom; e ela gerou-lhe a Nadabe, e Abiú, e Eleazar, e Itamar. 24. E os filhos de Corá: Assir, e Elcana, e Abiasafe; estas são as famílias dos coraítas. 25. E Eleazar, filho de Arão, tomou para si por mulher uma das filhas de Putiel, e ela gerou-lhe a Finéias; estas são as cabeças dos pais dos levitas, segundo as suas famílias. 26. Estes são Arão e Moisés, aos quais o SENHOR disse: Tirai os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos. 27. Estes são os que falaram a Faraó, rei do Egito, para que tirassem do Egito os filhos de Israel; estes são Moisés e Arão. 28. E aconteceu que, naquele dia, quando o SENHOR falou a Moisés na terra do Egito, 29. falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Eu sou o SENHOR; dize a Faraó, rei do Egito, tudo quanto eu te digo a ti. 30. Então, disse Moisés perante o SENHOR: Eis que eu sou incircunciso de lábios; como, pois, me ouvirá Faraó? Êxodo 7 1. Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó; e Arão, teu irmão, será o teu profeta. 2. Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó que deixe ir os filhos de Israel da sua terra. 3. Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó, e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas. 4. Faraó, porém, não vos ouvirá; e eu porei a mão sobre o Egito e tirarei os meus exércitos, o meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito com grandes juízos. 5. Então, os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando estender a mão sobre o Egito e tirar os filhos de Israel do meio deles. 6. Então, fez assim Moisés e Arão; como o SENHOR lhes ordenara, assim fizeram. 7. E Moisés era da idade de oitenta anos, e Arão, da idade de oitenta e três anos, quando falaram a Faraó. 8. E o SENHOR falou a Moisés e a Arão, dizendo: 9. Quando Faraó vos falar, dizendo: Fazei por vós algum milagre; dirás a Arão: Toma a tua vara e lança-a diante de Faraó; e se tornará em serpente. 10. Então, Moisés e Arão entraram a Faraó e fizeram assim como o SENHOR ordenara; e lançou Arão a sua vara diante de Faraó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente. 11. E Faraó também chamou os sábios e encantadores; e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos. 12. Porque cada um lançou sua vara, e tornaram-se em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas deles. 13. Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito. 14. Então, disse o SENHOR a Moisés: O coração de Faraó está obstinado; recusa deixar ir o povo. 15. Vai pela manhã a Faraó; eis que ele sairá às águas; põe-te em frente dele na praia do rio e tomarás em tua mão a vara que se tornou em cobra. 16. E lhe dirás: O SENHOR, o Deus dos hebreus, me tem enviado a ti, dizendo: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto; porém eis que até agora não tens ouvido. 17. Assim diz o SENHOR: Nisto saberás que eu sou o SENHOR: Eis que eu com esta vara, que tenho em minha mão, ferirei as águas que estão no rio, e tornar-se-ão em sangue. 18. E os peixes que estão no rio morrerão, e o rio cheirará mal; e os egípcios nausear-se-ão, bebendo a água do rio. 19. Disse mais o SENHOR a Moisés: Dize a Arão: Toma tua vara e estende a mão sobre as águas do Egito, sobre as suas correntes, sobre os seus rios, sobre os seus tanques e sobre todo o ajuntamento das suas águas, para que se tornem em sangue; e haja sangue em toda a terra do Egito, assim nos vasos de madeira como nos de pedra. 20. E Moisés e Arão fizeram assim como o SENHOR tinha mandado; e levantou a vara e feriu as águas que estavam no rio, diante dos olhos de Faraó e diante dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se tornaram em sangue. 21. E os peixes que estavam no rio morreram, e o rio fedeu, e os egípcios não podiam beber a água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito. 22. Porém os magos do Egito também fizeram o mesmo com os seus encantamentos; de maneira que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito. 23. E virou-se Faraó e foi para sua casa; nem ainda nisto pôs seu coração. 24. E todos os egípcios cavaram poços junto ao rio, para beberem água; porquanto não podiam beber das águas do rio. 25. Assim, se cumpriram sete dias, depois que o SENHOR ferira o rio. Êxodo 7 1. Depois, disse o SENHOR a Moisés: Entra a Faraó e dize-lhe: Assim diz o SENHOR: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. 2. E, se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos. 3. E o rio criará rãs, que subirão e virão à tua casa, e ao teu dormitório, e sobre a tua cama, e às casas dos teus servos, e sobre o teu povo, e aos teus fornos, e às tuas amassadeiras. 4. E as rãs subirão sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre todos os teus servos. 5. Disse mais o SENHOR a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua mão com tua vara sobre as correntes, e sobre os rios, e sobre os tanques, e faze subir rãs sobre a terra do Egito. 6. E Arão estendeu a mão sobre as águas do Egito, e subiram rãs e cobriram a terra do Egito. 7. Então, os magos fizeram o mesmo com os seus encantamentos; e fizeram subir rãs sobre a terra do Egito. 8. E Faraó chamou a Moisés e a Arão e disse: Rogai ao SENHOR que tire as rãs de mim e do meu povo; depois, deixarei ir o povo, para que sacrifiquem ao SENHOR. 9. E Moisés disse a Faraó: Tu tenhas glórias sobre mim. Quando orarei por ti, e pelos teus servos, e por teu povo, para tirar as rãs de ti e das suas casas, de sorte que somente fiquem no rio? 10. E ele disse: Amanhã. E Moisés disse: Seja conforme a tua palavra, para que saibas que ninguém há como o SENHOR, nosso Deus. 11. E as rãs apartar-se-ão de ti, e das tuas casas, e dos teus servos, e do teu povo; somente ficarão no rio. 12. Então, saiu Moisés e Arão de Faraó; e Moisés clamou ao SENHOR por causa das rãs que tinha posto sobre Faraó. 13. E o SENHOR fez conforme a palavra de Moisés; e as rãs morreram nas casas, nos pátios e nos campos. 14. E ajuntaram-nas em montões, e a terra cheirou mal. 15. Vendo, pois, Faraó que havia descanso, agravou o seu coração e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito. 16. Disse mais o SENHOR a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua vara e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito. 17. E fizeram assim; porque Arão estendeu a mão com a sua vara e feriu o pó da terra, e havia muitos piolhos nos homens e no gado; todo o pó da terra se tornou em piolhos em toda a terra do Egito. 18. E os magos fizeram também assim com os seus encantamentos para produzirem piolhos, mas não puderam; e havia piolhos nos homens e no gado. 19. Então, disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus. Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouvia, como o SENHOR tinha dito. 20. Disse mais o SENHOR a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, e põe-te diante de Faraó; eis que ele sairá às águas, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. 21. Porque, se não deixares ir o meu povo, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e às tuas casas; e as casas dos egípcios se encherão destes enxames, e também a terra em que eles estiverem. 22. E, naquele dia, eu separarei a terra de Gósen, em que meu povo habita, a fim de que nela não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o SENHOR no meio desta terra. 23. E porei separação entre o meu povo e o teu povo; amanhã será este sinal. 24. E o SENHOR fez assim; e vieram grandes enxames de moscas à casa de Faraó, e às casas dos seus servos, e sobre toda a terra do Egito; a terra foi corrompida destes enxames. 25. Então, chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra. 26. E Moisés disse: Não convém que façamos assim, porque sacrificaríamos ao SENHOR, nosso Deus, a abominação dos egípcios; eis que, se sacrificássemos a abominação dos egípcios perante os seus olhos, não nos apedrejariam eles? 27. Deixa-nos ir caminho de três dias ao deserto, para que sacrifiquemos ao SENHOR, nosso Deus, como ele nos dirá. 28. Então, disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao SENHOR, vosso Deus, no deserto; somente que indo, não vades longe; orai também por mim. 29. E Moisés disse: Eis que saio de ti e orarei ao SENHOR, que estes enxames de moscas se retirem amanhã de Faraó, dos seus servos e do seu povo; somente que Faraó não mais me engane, não deixando ir a este povo para sacrificar ao SENHOR. 30. Então, saiu Moisés de Faraó e orou ao SENHOR. 31. E fez o SENHOR conforme a palavra de Moisés, e os enxames de moscas se retiraram de Faraó, dos seus servos e do seu povo; não ficou uma só. 32. Mas endureceu Faraó ainda esta vez seu coração e não deixou ir o povo. Êxodo 9 1. Depois, o SENHOR disse a Moisés: Entra a Faraó e dize-lhe: Assim diz o SENHOR, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. 2. Porque, se recusares deixá-los ir e ainda por força os detiveres, 3. eis que a mão do SENHOR será sobre teu gado, que está no campo, sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois e sobre as ovelhas, com pestilência gravíssima. 4. E o SENHOR fará separação entre o gado dos israelitas e o gado dos egípcios, para que nada morra de tudo o que for dos filhos de Israel. 5. E o SENHOR assinalou certo tempo, dizendo: Amanhã fará o SENHOR esta coisa na terra. 6. E o SENHOR fez esta coisa no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu; porém, do gado dos filhos de Israel, não morreu nenhum. 7. E Faraó enviou a ver, e eis que, do gado de Israel, não morrera nenhum; porém o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir o povo. 8. Então, disse o SENHOR a Moisés e a Arão: Tomai os punhos cheios da cinza do forno, e Moisés a espalhe para o céu diante dos olhos de Faraó; 9. e tornar-se-á em pó miúdo sobre toda a terra do Egito, e se tornará em sarna, que arrebente em úlceras nos homens e no gado, por toda a terra do Egito. 10. E eles tomaram a cinza do forno e puseram-se diante de Faraó, e Moisés a espalhou para o céu; e tornou-se em sarna, que arrebentava em úlceras nos homens e no gado; 11. de maneira que os magos não podiam parar diante de Moisés, por causa da sarna; porque havia sarna nos magos e em todos os egípcios. 12. Porém o SENHOR endureceu o coração de Faraó, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito a Moisés. 13. Então, disse o SENHOR a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, e põe-te diante de Faraó, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. 14. Porque esta vez enviarei todas as minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra. 15. Porque agora tenho estendido a mão, para te ferir a ti e ao teu povo com pestilência e para que sejas destruído da terra; 16. mas deveras para isto te mantive, para mostrar o meu poder em ti e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. 17. Tu ainda te levantas contra o meu povo, para não os deixar ir? 18. Eis que amanhã, por este tempo, farei chover saraiva mui grave, qual nunca houve no Egito, desde o dia em que foi fundado até agora. 19. Agora, pois, envia, recolhe o teu gado e tudo o que tens no campo; todo homem e animal que for achado no campo e não for recolhido à casa, a saraiva cairá sobre eles, e morrerão. 20. Quem, dos servos de Faraó, temia a palavra do SENHOR fez fugir os seus servos e o seu gado para as casas; 21. mas aquele que não tinha aplicado a palavra do SENHOR ao seu coração deixou os seus servos e o seu gado no campo. 22. Então, disse o SENHOR a Moisés: Estende a mão para o céu, e haverá saraiva em toda a terra do Egito, sobre os homens, e sobre o gado, e sobre toda a erva do campo na terra do Egito. 23. E Moisés estendeu a sua vara para o céu, e o SENHOR deu trovões e saraiva, e fogo corria pela terra; e o SENHOR fez chover saraiva sobre a terra do Egito. 24. E havia saraiva e fogo misturado entre a saraiva, mui grave, qual nunca houve em toda a terra do Egito, desde que veio a ser uma nação. 25. E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, desde os homens até aos animais; também a saraiva feriu toda a erva do campo e quebrou todas as árvores do campo. 26. Somente na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel, não havia saraiva. 27. Então, Faraó mandou chamar a Moisés e a Arão e disse-lhes: Esta vez pequei; o SENHOR é justo, mas eu e o meu povo, ímpios. 28. Orai ao SENHOR (pois que basta) para que não haja mais trovões de Deus nem saraiva; e eu vos deixarei ir, e não ficareis mais aqui. 29. Então, lhe disse Moisés: Em saindo da cidade, estenderei as mãos ao SENHOR; os trovões cessarão, e não haverá mais saraiva; para que saibas que a terra é do SENHOR. 30. Todavia, quanto a ti e aos teus servos, eu sei que ainda não temereis diante do SENHOR Deus. 31. E o linho e a cevada foram feridos, porque a cevada já estava na espiga, e o linho, na cana; 32. mas o trigo e o centeio não foram feridos, porque estavam cobertos. 33. Saiu, pois, Moisés de Faraó, da cidade, e estendeu as mãos ao SENHOR; e cessaram os trovões e a saraiva, e a chuva não caiu mais sobre a terra. 34. Vendo Faraó que cessou a chuva, e a saraiva, e os trovões, continuou a pecar; e agravou o seu coração, ele e os seus servos. 35. Assim, o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir os filhos de Israel, como o SENHOR tinha dito por Moisés. Êxodo 10 1. Depois, disse o SENHOR a Moisés: Entra a Faraó, porque tenho agravado o seu coração e o coração de seus servos, para fazer estes meus sinais no meio deles, 2. e para que contes aos ouvidos de teus filhos e dos filhos de teus filhos as coisas que fiz no Egito e os meus sinais que tenho feito entre eles; para que saibais que eu sou o SENHOR. 3. Assim, foram Moisés e Arão a Faraó e disseram-lhe: Assim diz o SENHOR, o Deus dos hebreus: Até quando recusas humilhar-te diante de mim? Deixa ir o meu povo, para que me sirva. 4. Porque, se ainda recusares deixar ir o meu povo, eis que trarei amanhã gafanhotos aos teus termos, 5. e cobrirão a face da terra, que a terra não se poderá ver; e eles comerão o resto do que escapou, o que ficou da saraiva; também comerão toda árvore que vos cresce no campo; 6. e encherão as tuas casas, e as casas de todos os teus servos, e as casas de todos os egípcios, como nunca viram teus pais, nem os pais de teus pais, desde o dia em que eles foram sobre a terra até o dia de hoje. E virou-se e saiu da presença de Faraó. 7. E os servos de Faraó disseram-lhe: Até quando este nos dá de ser por laço? Deixa ir os homens, para que sirvam ao SENHOR, seu Deus; ainda não sabes que o Egito está destruído? 8. Então, Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele disse-lhes: Ide, servi ao SENHOR, vosso Deus. Quais são os que hão de ir? 9. E Moisés disse: Havemos de ir com nossos meninos e com os nossos velhos; com os nossos filhos, e com as nossas filhas, e com as nossas ovelhas, e com os nossos bois havemos de ir; porque festa do SENHOR temos. 10. Então, ele lhes disse: Seja o SENHOR assim convosco, como eu vos deixarei ir a vós e a vossos filhos; olhai que há mal diante da vossa face. 11. Não será assim; andai agora vós, varões, e servi ao SENHOR; pois isso é o que pedistes. E os lançaram da face de Faraó. 12. Então, disse o SENHOR a Moisés: Estende a tua mão sobre a terra do Egito, para que os gafanhotos venham sobre a terra do Egito e comam toda a erva da terra, tudo o que deixou a saraiva. 13. Então, estendeu Moisés sua vara sobre a terra do Egito, e o SENHOR trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e aconteceu que pela manhã o vento oriental trouxe os gafanhotos. 14. E vieram os gafanhotos sobre toda a terra do Egito e assentaram-se sobre todos os ermos do Egito; mui gravosos foram; antes destes nunca houve tais gafanhotos, nem depois deles virão outros tais. 15. Porque cobriram a face de toda a terra, de modo que a terra se escureceu; e comeram toda a erva da terra e todo o fruto das árvores, que deixara a saraiva; e não ficou verdura alguma nas árvores, nem erva do campo, em toda a terra do Egito. 16. Então, Faraó se apressou a chamar a Moisés e a Arão e disse: Pequei contra o SENHOR, vosso Deus, e contra vós. 17. Agora, pois, peço-vos que perdoeis o meu pecado somente desta vez e que oreis ao SENHOR, vosso Deus, que tire de mim somente esta morte. 18. E saiu da presença de Faraó e orou ao SENHOR. 19. Então, o SENHOR trouxe um vento ocidental fortíssimo, o qual levantou os gafanhotos e os lançou no mar Vermelho; nem ainda um gafanhoto ficou em todos os termos do Egito. 20. O SENHOR, porém, endureceu o coraçao de Faraó, e este não deixou ir os filhos de Israel. 21. Então, disse o SENHOR a Moisés: Estende a tua mão para o céu, e virão trevas sobre a terra do Egito, trevas que se apalpem. 22. E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. 23. Não viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações. 24. Então, Faraó chamou a Moisés e disse: Ide, servi ao SENHOR; somente fiquem vossas ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas crianças. 25. Moisés, porém, disse: Tu também darás em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao SENHOR, nosso Deus. 26. E também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar para servir ao SENHOR, nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao SENHOR, até que cheguemos lá. 27. O SENHOR, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não os quis deixar ir. 28. E disse-lhe Faraó: Vai-te de mim e guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque, no dia em que vires o meu rosto, morrerás. 29. E disse Moisés: Bem disseste; eu nunca mais verei o teu rosto. Êxodo 11 1. E o SENHOR disse a Moisés: Ainda uma praga trarei sobre Faraó e sobre o Egito; depois, vos deixará ir daqui; e, quando vos deixar ir totalmente, a toda a pressa vos lançará daqui. 2. Fala agora aos ouvidos do povo, que cada varão peça ao seu vizinho, e cada mulher à sua vizinha, vasos de prata e vasos de ouro. 3. E o SENHOR deu graça ao povo aos olhos dos egípcios; também o varão Moisés era mui grande na terra do Egito, aos olhos dos servos de Faraó e aos olhos do povo. 4. Disse mais Moisés: Assim o SENHOR tem dito: À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; 5. e todo primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó, e todo primogênito dos animais. 6. E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá; 7. mas contra todos os filhos de Israel nem ainda um cão moverá a sua língua, desde os homens até aos animais, para que saibais que o SENHOR fez diferença entre os egípcios e os israelitas. 8. Então, todos estes teus servos descerão a mim e se inclinarão diante de mim, dizendo: Sai tu e todo o povo que te segue as pisadas; e, depois, eu sairei. E saiu de Faraó em ardor de ira. 9. O SENHOR dissera a Moisés: Faraó vos não ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito. 10. E Moisés e Arão fizeram todas estas maravilhas diante de Faraó; mas o SENHOR endureceu o coração de Faraó, que não deixou ir os filhos de Israel da sua terra. Êxodo 12 1. E falou o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: 2. Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. 3. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada casa. 4. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; conforme o comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro. 5. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras 6. e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. 7. E tomarão do sangue e pô-lo-ão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem. 8. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães asmos; com ervas amargosas a comerão. 9. Não comereis dele nada cru, nem cozido em água, senão assado ao fogo; a cabeça com os pés e com a fressura. 10. E nada dele deixareis até pela manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimareis no fogo. 11. Assim, pois, o comereis: os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a Páscoa do SENHOR. 12. E eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR. 13. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. 14. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. 15. Sete dias comereis pães asmos; ao primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. 16. E, ao primeiro dia, haverá santa convocação; também, ao sétimo dia, tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. 17. Guardai, pois, a Festa dos Pães Asmos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. 18. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães asmos até vinte e um do mês à tarde. 19. Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. 20. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães asmos. 21. Chamou, pois, Moisés a todos os anciãos de Israel e disse-lhes: Escolhei, e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a Páscoa. 22. Então, tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e lançai na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã. 23. Porque o SENHOR passará para ferir aos egípcios, porém, quando vir o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, o SENHOR passará aquela porta e não deixará ao destruidor entrar em vossas casas para vos ferir. 24. Portanto, guardai isto por estatuto para vós e para vossos filhos, para sempre. 25. E acontecerá que, quando entrardes na terra que o SENHOR vos dará, como tem dito, guardareis este culto. 26. E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este vosso? 27. Então, direis: Este é o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo inclinou-se e adorou. 28. E foram os filhos de Israel e fizeram isso; como o SENHOR ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram. 29. E aconteceu, à meia-noite, que o SENHOR feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. 30. E Faraó levantou-se de noite, ele, e todos os seus servos, e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto. 31. Então, chamou a Moisés e a Arão de noite e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, servi ao SENHOR, como tendes dito. 32. Levai também convosco vossas ovelhas e vossas vacas, como tendes dito; e ide e abençoai-me também a mim. 33. E os egípcios apertavam ao povo, apressando-se para lançá-los da terra; porque diziam: Todos seremos mortos. 34. E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse, e as suas amassadeiras atadas em suas vestes, sobre seus ombros. 35. Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios vasos de prata, e vasos de ouro, e vestes. 36. E o SENHOR deu graça ao povo em os olhos dos egípcios, e estes emprestavam-lhes, e eles despojavam os egípcios. 37. Assim, partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, coisa de seiscentos mil de pé, somente de varões, sem contar os meninos. 38. E subiu também com eles uma mistura de gente, e ovelhas, e vacas, uma grande multidão de gado. 39. E cozeram bolos asmos da massa que levaram do Egito, porque não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não se puderam deter, nem prepararam comida. 40. O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. 41. E aconteceu que, passados os quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do SENHOR saíram da terra do Egito. 42. Esta noite se guardará ao SENHOR, porque nela os tirou da terra do Egito; esta é a noite do SENHOR, que devem guardar todos os filhos de Israel nas suas gerações. 43. Disse mais o SENHOR a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da Páscoa; nenhum filho de estrangeiro comerá dela. 44. Porém todo servo de qualquer, comprado por dinheiro, depois que o houveres circuncidado, então, comerá dela. 45. O estrangeiro e o assalariado não comerão dela. 46. Numa casa se comerá; não levarás daquela carne fora da casa, nem dela quebrareis osso. 47. Toda a congregação de Israel o fará. 48. Porém, se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a Páscoa ao SENHOR, seja-lhe circuncidado todo macho, e, então, chegará a celebrá-la, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela. 49. Uma mesma lei haja para o natural e para o estrangeiro que peregrinar entre vós. 50. E todos os filhos de Israel o fizeram; como o SENHOR ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram. 51. E aconteceu, naquele mesmo dia, que o SENHOR tirou os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos. Êxodo 13 1. Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Santifica-me todo primogênito, o que abrir toda madre entre os filhos de Israel, de homens e de animais; porque meu é. 3. E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois, com mão forte, o SENHOR vos tirou daqui; portanto, não comereis pão levedado. 4. Hoje, no mês de abibe, vós saís. 5. E acontecerá que, quando o SENHOR te houver metido na terra dos cananeus, e dos heteus, e dos amorreus, e dos heveus, e dos jebuseus, a qual jurou a teus pais que ta daria, terra que mana leite e mel, guardarás este culto neste mês. 6. Sete dias comerás pães asmos; e ao sétimo dia haverá festa ao SENHOR. 7. Sete dias se comerão pães asmos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos. 8. E, naquele mesmo dia, farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o SENHOR me tem feito, quando eu saí do Egito. 9. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos; para que a lei do SENHOR esteja em tua boca; porquanto, com mão forte, o SENHOR te tirou do Egito. 10. Portanto, tu guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano. 11. Também acontecerá que, quando o SENHOR te houver metido na terra dos cananeus, como jurou a ti e a teus pais, quando te houver dado, 12. apartarás para o SENHOR tudo o que abrir a madre e tudo o que abrir a madre do fruto dos animais que tiveres; os machos serão do SENHOR. 13. Porém tudo o que abrir a madre da jumenta resgatarás com cordeiro; e, se o não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça; mas todo primogênito do homem entre teus filhos resgatarás. 14. Se acontecer que teu filho no tempo futuro te pergunte, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O SENHOR nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão. 15. Porque sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, o SENHOR matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até ao primogênito dos animais; por isso, eu sacrifico ao SENHOR os machos de tudo o que abre a madre; porém, a todo primogênito de meus filhos, eu resgato. 16. E será por sinal sobre tua mão e por frontais entre os teus olhos; porque o SENHOR nos tirou do Egito com mão forte. 17. E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito. 18. Mas Deus fez rodear o povo pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho; e subiram os filhos de Israel da terra do Egito armados. 19. E tomou Moisés os ossos de José consigo, porquanto havia este estreitamente ajuramentado aos filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco. 20. Assim, partiram de Sucote e acamparam em Etã, à entrada do deserto. 21. E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. 22. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite. Êxodo 14 1. Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel que voltem e que acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o campo junto ao mar. 3. Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou. 4. E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. E eles fizeram assim. 5. Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus servos contra o povo, e disseram: Por que fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, para que nos não sirva? 6. E aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo; 7. e tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos. 8. Porque o SENHOR endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão. 9. E os egípcios perseguiram-nos, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros, e o seu exército e alcançaram-nos acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom. 10. E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR. 11. E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egito? 12. Não é esta a palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto. 13. Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos e vede o livramento do SENHOR, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. 14. O SENHOR pelejará por vós, e vos calareis. 15. Então, disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. 16. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. 17. E eis que endurecerei o coração dos egípcios para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, e nos seus carros, e nos cavaleiros, 18. e os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando for glorificado em Faraó, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros. 19. E o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás deles. 20. E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era escuridade para aqueles e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro. 21. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o SENHOR fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. 22. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita e à sua esquerda. 23. E os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. 24. E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o SENHOR, na coluna de fogo e de nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios, 25. e tirou-lhes as rodas dos seus carros, e fê-los andar dificultosamente. Então, disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o SENHOR por eles peleja contra os egípcios. 26. E disse o SENHOR a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros. 27. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro; e o SENHOR derribou os egípcios no meio do mar, 28. porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. 29. Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar em seco: e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda. 30. Assim, o SENHOR salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. 31. E viu Israel a grande mão que o SENHOR mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR e em Moisés, seu servo. Êxodo 15 1. Então, cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR; e falaram, dizendo: Cantarei ao SENHOR, porque sumamente se exaltou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. 2. O SENHOR é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei. 3. O SENHOR é varão de guerra; SENHOR é o seu nome. 4. Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus escolhidos príncipes afogaram-se no mar Vermelho. 5. Os abismos os cobriram; desceram às profundezas como pedra. 6. A tua destra, ó SENHOR, se tem glorificado em potência; a tua destra, ó SENHOR, tem despedaçado o inimigo; 7. e, com a grandeza da tua excelência, derribaste os que se levantaram contra ti; enviaste o teu furor, que os consumiu como restolho. 8. E, com o sopro dos teus narizes, amontoaram-se as águas; as correntes pararam como montão; os abismos coalharam-se no coração do mar. 9. O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; fartar-se-á a minha alma deles, arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá. 10. Sopraste com o teu vento, o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em veementes águas. 11. Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas? 12. Estendeste a tua mão direita; a terra os tragou. 13. Tu, com a tua beneficência, guiaste este povo, que salvaste; com a tua força o levaste à habitação da tua santidade. 14. Os povos o ouvirão, eles estremecerão; apoderar-se-á uma dor dos habitantes da Filístia. 15. Então, os príncipes de Edom se pasmarão, dos poderosos dos moabitas apoderar-se-á um tremor, derreter-se-ão todos os habitantes de Canaã. 16. Espanto e pavor cairá sobre eles; pela grandeza do teu braço emudecerão como pedra; até que o teu povo haja passado, ó SENHOR, até que passe este povo que adquiriste. 17. Tu os introduzirás e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó SENHOR, aparelhaste para a tua habitação; no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram. 18. O SENHOR reinará eterna e perpetuamente. 19. Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o SENHOR fez tornar as águas do mar sobre eles; mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar. 20. Então, Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. 21. E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque sumamente se exaltou e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro. 22. Depois, fez Moisés partir os israelitas do mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto e não acharam água. 23. Então, chegaram a Mara; mas não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se o seu nome Mara. 24. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? 25. E ele clamou ao SENHOR, e o SENHOR mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces; ali lhes deu estatutos e uma ordenação e ali os provou. 26. E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara. 27. Então, vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas. Êxodo 16 1. E, partidos de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito. 2. E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto. 3. E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos por mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão. 4. Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não. 5. E acontecerá, ao sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia. 6. Então, disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o SENHOR vos tirou da terra do Egito, 7. e amanhã vereis a glória do SENHOR, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o SENHOR; porque quem somos nós para que murmureis contra nós? 8. Disse mais Moisés: Isso será quando o SENHOR, à tarde, vos der carne para comer e, pela manhã, pão a fartar, porquanto o SENHOR ouviu as vossas murmurações, com que murmurais contra ele (porque quem somos nós?). As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o SENHOR. 9. Depois, disse Moisés a Arão: Dize a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos para diante do SENHOR, porque ouviu as vossas murmurações. 10. E aconteceu que, quando falou Arão a toda a congregação dos filhos de Israel, e eles se viraram para o deserto, eis que a glória do SENHOR apareceu na nuvem. 11. E o SENHOR falou a Moisés, dizendo: 12. Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel; fala-lhes, dizendo: Entre as duas tardes, comereis carne, e, pela manhã, vos fartareis de pão, e sabereis que eu sou o SENHOR, vosso Deus. 13. E aconteceu que, à tarde, subiram codornizes e cobriram o arraial; e, pela manhã, jazia o orvalho ao redor do arraial. 14. E, alçando-se o orvalho caído, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra. 15. E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Porque não sabiam o que era. Disse-lhes, pois, Moisés: Este é o pão que o SENHOR vos deu para comer. 16. Esta é a palavra que o SENHOR tem mandado: Colhei dele cada um conforme o que pode comer, um gômer por cabeça, segundo o número das vossas almas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda. 17. E os filhos de Israel fizeram assim; e colheram, uns, mais, e outros, menos. 18. Porém, medindo-o com o gômer, não sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco; cada um colheu tanto quanto podia comer. 19. E disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã. 20. Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés; antes, alguns deles deixaram dele para o dia seguinte; e aquele criou bichos e cheirava mal; por isso, indignou-se Moisés contra eles. 21. Eles, pois, o colhiam cada manhã; cada um, conforme ao que podia comer; porque, aquecendo o sol, derretia-se. 22. E aconteceu que, ao sexto dia, colheram pão em dobro, dois gômeres para cada um; e todos os príncipes da congregação vieram e contaram- no a Moisés. 23. E ele disse-lhes: Isto é o que o SENHOR tem dito: Amanhã é repouso, o santo sábado do SENHOR; o que quiserdes cozer no forno, cozei-o; e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar ponde em guarda para vós até amanhã. 24. E guardaram-no até pela manhã, como Moisés tinha ordenado; e não cheirou mal, nem nele houve algum bicho. 25. Então, disse Moisés: Comei-o hoje, porquanto hoje é o sábado do SENHOR; hoje não o achareis no campo. 26. Seis dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele não haverá. 27. E aconteceu, ao sétimo dia, que alguns do povo saíram para colher, mas não o acharam. 28. Então, disse o SENHOR a Moisés: Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis? 29. Vede, visto que o SENHOR vos deu o sábado, por isso ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias; cada um fique no seu lugar, que ninguém saia do seu lugar no sétimo dia. 30. Assim, repousou o povo no sétimo dia. 31. E chamou a casa de Israel o seu nome Maná; e era como semente de coentro; era branco, e o seu sabor, como bolos de mel. 32. E disse Moisés: Esta é a palavra que o SENHOR tem mandado: Encherás um gômer dele e o guardarás para as vossas gerações, para que vejam o pão que vos tenho dado a comer neste deserto, quando eu vos tirei da terra do Egito. 33. Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, e mete nele um gômer cheio de maná, e põe-no diante do SENHOR, em guarda para as vossas gerações. 34. Como o SENHOR tinha ordenado a Moisés, assim Arão o pôs diante do Testemunho em guarda. 35. E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã. 36. E um gômer é a décima parte do efa. Êxodo 17 1. Depois, toda a congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento do SENHOR, e acamparam em Refidim; e não havia ali água para o povo beber. 2. Então, contendeu o povo com Moisés e disse: Dá-nos água para beber. E Moisés lhes disse: Por que contendeis comigo? Por que tentais ao SENHOR? 3. Tendo, pois, ali o povo sede de água, o povo murmurou contra Moisés e disse: Por que nos fizeste subir do Egito para nos matares de sede, a nós, e aos nossos filhos, e ao nosso gado? 4. E clamou Moisés ao SENHOR, dizendo: Que farei a este povo? Daqui a pouco me apedrejarão. 5. Então, disse o SENHOR a Moisés: Passa diante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai. 6. Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas, e o povo beberá. E Moisés assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel. 7. E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não? 8. Então, veio Amaleque e pelejou contra Israel em Refidim. 9. Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, e peleja contra Amaleque; amanhã, eu estarei no cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão. 10. E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão e Hur subiram ao cume do outeiro. 11. E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas, quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. 12. Porém as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado, e o outro, do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs. 13. E, assim, Josué desfez a Amaleque e a seu povo a fio de espada. 14. Então disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué: que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus. 15. E Moisés edificou um altar e chamou o seu nome: O SENHOR é minha bandeira. 16. E disse: Porquanto jurou o SENHOR, haverá guerra do SENHOR contra Amaleque de geração em geração. Êxodo 18 1. Ora, Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, ouviu todas as coisas que Deus tinha feito a Moisés e a Israel seu povo; como o SENHOR tinha tirado a Israel do Egito. 2. E Jetro, sogro de Moisés, tomou a Zípora, a mulher de Moisés, depois que ele lha enviara, 3. com seus dois filhos, dos quais um se chamava Gérson, porque disse: Eu fui peregrino em terra estranha; 4. e o outro se chamava Eliézer, porque disse: O Deus de meu pai foi minha ajuda e me livrou da espada de Faraó. 5. Vindo, pois, Jetro, o sogro de Moisés, com seus filhos e com sua mulher a Moisés no deserto, ao monte de Deus, onde se tinha acampado, 6. disse a Moisés: Eu, teu sogro Jetro, venho a ti, com tua mulher e seus dois filhos com ela. 7. Então, saiu Moisés ao encontro de seu sogro, e inclinou-se, e beijou-o, e perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda. 8. E Moisés contou a seu sogro todas as coisas que o SENHOR tinha feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no caminho, e como o SENHOR os livrara. 9. E alegrou-se Jetro de todo o bem que o SENHOR tinha feito a Israel, livrando-o da mão dos egípcios. 10. E Jetro disse: Bendito seja o SENHOR, que vos livrou das mãos dos egípcios e da mão de Faraó; que livrou a este povo de debaixo da mão dos egípcios. 11. Agora sei que o SENHOR é maior que todos os deuses; porque na coisa em que se ensoberbeceram, os sobrepujou. 12. Então, tomou Jetro, o sogro de Moisés, holocausto e sacrifícios para Deus; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel, para comerem pão com o sogro de Moisés diante de Deus. 13. E aconteceu que, ao outro dia, Moisés assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde. 14. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde? 15. Então, disse Moisés a seu sogro: É porque este povo vem a mim para consultar a Deus. 16. Quando tem algum negócio, vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis. 17. O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. 18. Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. 19. Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo. Sê tu pelo povo diante de Deus e leva tu as coisas a Deus; 20. e declara-lhes os estatutos e as leis e faze-lhes saber o caminho em que devem andar e a obra que devem fazer. 21. E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez; 22. para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave tragam a ti, mas todo negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. 23. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás, então, subsistir; assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar. 24. E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro e fez tudo quanto tinha dito; 25. e escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil e maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez. 26. E eles julgaram o povo em todo tempo; o negócio árduo traziam a Moisés, e todo negócio pequeno julgavam eles. 27. Então, despediu Moisés o seu sogro, o qual se foi à sua terra. Êxodo 19 1. Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia, vieram ao deserto do Sinai. 2. Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai e acamparam-se no deserto; Israel, pois, ali acampou-se defronte do monte. 3. E subiu Moisés a Deus, e o SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: 4. Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; 5. agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha. 6. E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel. 7. E veio Moisés, e chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras que o SENHOR lhe tinha ordenado. 8. Então, todo o povo respondeu a uma voz e disse: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos. E relatou Moisés ao SENHOR as palavras do povo. 9. E disse o SENHOR a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao SENHOR. 10. Disse também o SENHOR a Moisés: Vai ao povo e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles as suas vestes 11. e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto, no terceiro dia, o SENHOR descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai. 12. E marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardai-vos, que não subais o monte nem toqueis o seu termo; todo aquele que tocar o monte certamente morrerá. 13. Nenhuma mão tocará nele; porque certamente será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá; soando a buzina longamente, então, subirão o monte. 14. Então, Moisés desceu do monte ao povo e santificou o povo; e lavaram as suas vestes. 15. E disse ao povo: Estai prontos ao terceiro dia; e não chegueis a mulher. 16. E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial. 17. E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. 18. E todo o monte Sinai fumegava, porque o SENHOR descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subia como fumaça de um forno, e todo o monte tremia grandemente. 19. E o sonido da buzina ia crescendo em grande maneira; Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta. 20. E, descendo o SENHOR sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou o SENHOR a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu. 21. E disse o SENHOR a Moisés: Desce, protesta ao povo que não traspasse o termo para ver o SENHOR, a fim de muitos deles não perecerem. 22. E também os sacerdotes, que se chegam ao SENHOR, se hão de santificar, para que o SENHOR não se lance sobre eles. 23. Então, disse Moisés ao SENHOR: O povo não poderá subir o monte Sinai, porque tu nos tens protestado, dizendo: Marca termos ao monte e santifica-o. 24. E disse-lhe o SENHOR: Vai, desce; depois, subirás tu, e Arão contigo; os sacerdotes, porém, e o povo não traspassem o termo para subir ao SENHOR, para que não se lance sobre eles. 25. Então, Moisés desceu ao povo e disse-lhes isto. Êxodo 20 1. Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo: 2. Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3. Não terás outros deuses diante de mim. 4. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem 6. e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos. 7. Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. 8. Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. 9. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, 10. mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. 11. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou. 12. Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá. 13. Não matarás. 14. Não adulterarás. 15. Não furtarás. 16. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 17. Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. 18. E todo o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso, retirou-se e pôs-se de longe. 19. E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos. 20. E disse Moisés ao povo: Não temais, que Deus veio para provar-vos e para que o seu temor esteja diante de vós, para que não pequeis. 21. E o povo estava em pé de longe; Moisés, porém, se chegou à escuridade, onde Deus estava. 22. Então, disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que eu falei convosco desde os céus. 23. Não fareis outros deuses comigo; deuses de prata ou deuses de ouro não fareis para vós. 24. Um altar de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei. 25. E, se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás. 26. Não subirás também por degraus ao meu altar, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles. Êxodo 21 1. Estes são os estatutos que lhes proporás: 2. Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas, ao sétimo, sairá forro, de graça. 3. Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sairá sua mulher com ele. 4. Se seu senhor lhe houver dado uma mulher, e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá só com seu corpo. 5. Mas, se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos, não quero sair forro, 6. então, seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao postigo, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá para sempre. 7. E, se algum vender sua filha por serva, não sairá como saem os servos. 8. Se desagradar aos olhos de seu senhor, e não se desposar com ela, fará que se resgate; não poderá vendê-la a um povo estranho, usando deslealmente com ela. 9. Mas, se a desposar com seu filho, fará com ela conforme o direito das filhas. 10. Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem a sua veste, nem a sua obrigação marital. 11. E, se lhe não fizer estas três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro. 12. Quem ferir alguém, que morra, ele também certamente morrerá; 13. porém, se lhe não armou ciladas, mas Deus o fez encontrar nas suas mãos, ordenar-te-ei um lugar para onde ele fugirá. 14. Mas, se alguém se ensoberbecer contra o seu próximo, matando-o com engano, tirá-lo-ás do meu altar para que morra. 15. O que ferir a seu pai ou a sua mãe certamente morrerá. 16. E quem furtar algum homem e o vender, ou for achado na sua mão, certamente morrerá. 17. E quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe certamente morrerá. 18. E, se alguns homens pelejarem, ferindo um ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas cair na cama; 19. se ele tornar a levantar-se e andar fora sobre o seu bordão, então, aquele que o feriu será absolvido; somente lhe pagará o tempo que perdera e o fará curar totalmente. 20. Se alguém ferir a seu servo ou a sua serva com vara, e morrerem debaixo da sua mão, certamente será castigado; 21. porém, se ficarem vivos por um ou dois dias, não será castigado, porque é seu dinheiro. 22. Se alguns homens pelejarem, e ferirem uma mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém se não houver morte, certamente aquele que feriu será multado conforme o que lhe impuser o marido da mulher e pagará diante dos juízes. 23. Mas, se houver morte, então, darás vida por vida, 24. olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, 25. queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. 26. E, quando alguém ferir o olho do seu servo ou o olho da sua serva e o danificar, o deixará ir forro pelo seu olho. 27. E, se tirar o dente do seu servo ou o dente da sua serva, o deixará ir forro pelo seu dente. 28. E, se algum boi escornar homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua carne se não comerá; mas o dono do boi será absolvido. 29. Mas, se o boi dantes era escornador, e o seu dono foi conhecedor disso e não o guardou, matando homem ou mulher, o boi será apedrejado, e também o seu dono morrerá. 30. Se lhe for imposto resgate, então, dará como resgate da sua vida tudo quanto lhe for imposto, 31. quer tenha escornado um filho, quer tenha escornado uma filha; conforme a este estatuto lhe será feito. 32. Se o boi escornar um servo, ou uma serva, dar-se-ão trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado. 33. Se alguém abrir uma cova ou se alguém cavar uma cova e não a cobrir, e nela cair um boi ou jumento, 34. o dono da cova o pagará, ao seu dono o dinheiro restituirá; mas o morto será seu. 35. Se o boi de alguém ferir de morte o boi do seu próximo, então, se venderá o boi vivo, e o dinheiro dele se repartirá igualmente, e também o morto se repartirá igualmente. 36. Mas, se foi notório que aquele boi dantes era escornador, e seu dono não o guardou, certamente pagará boi por boi; porém o morto será seu. Êxodo 22 1. Se alguém furtar boi ou ovelha e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois; e pela ovelha, quatro ovelhas. 2. Se o ladrão for achado a minar, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue. 3. Se o sol houver saído sobre ele, será culpado do sangue. O ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto. 4. Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará o dobro. 5. Se alguém fizer pastar o seu animal num campo ou numa vinha e o largar para comer no campo de outro, o melhor do seu próprio campo e o melhor da sua própria vinha restituirá. 6. Se rebentar um fogo, e pegar aos espinhos, e abrasar a meda de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo pagará totalmente o queimado. 7. Se alguém der prata ou objetos ao seu próximo a guardar, e isso for furtado da casa daquele homem, se o ladrão se achar, pagará o dobro. 8. Se o ladrão não se achar, então, o dono da casa será levado diante dos juízes, a ver se não meteu a sua mão na fazenda do seu próximo. 9. Sobre todo negócio de injustiça, sobre boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre veste, sobre toda coisa perdida, de que alguém disser que é sua, a causa de ambos virá perante os juízes; aquele a quem condenarem os juízes o pagará em dobro ao seu próximo. 10. Se alguém der a seu próximo a guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou algum animal, e morrer, ou for dilacerado, ou afugentado, ninguém o vendo, 11. então, haverá juramento do SENHOR entre ambos, de que não meteu a sua mão na fazenda do seu próximo; e seu dono o aceitará, e o outro não o restituirá. 12. Mas, se lhe for furtado, o pagará ao seu dono. 13. Porém, se lhe for dilacerado, trá-lo-á em testemunho disso e não pagará o dilacerado. 14. E, se alguém a seu próximo pedir alguma coisa, e for danificada ou morta, não estando presente o seu dono, certamente a restituirá. 15. Se o seu dono esteve presente, não a restituirá; se foi alugada, será pelo seu aluguel. 16. Se alguém enganar alguma virgem, que não for desposada, e se deitar com ela, certamente a dotará por sua mulher. 17. Se seu pai inteiramente recusar dar-lha, dará dinheiro conforme ao dote das virgens. 18. A feiticeira não deixarás viver. 19. Todo aquele que se deitar com animal certamente morrerá. 20. O que sacrificar aos deuses e não só ao SENHOR será morto. 21. O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito. 22. A nenhuma viúva nem órfão afligireis. 23. Se de alguma maneira os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor, 24. e a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos, órfãos. 25. Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporás usura. 26. Se tomares em penhor a veste do teu próximo, lho restituirás antes do pôr-do-sol, 27. porque aquela é a sua cobertura e a veste da sua pele; em que se deitaria? Será, pois, que, quando clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso. 28. Os juízes não amaldiçoarás e o príncipe dentre o teu povo não maldirás. 29. As tuas primícias e os teus licores não retardarás; o primogênito de teus filhos me darás. 30. Assim farás dos teus bois e das tuas ovelhas; sete dias estarão com sua mãe, e ao oitavo dia mos darás. 31. E ser-me-eis homens santos; portanto, não comereis carne despedaçada no campo; aos cães a lançareis. Êxodo 23 1. Não admitirás falso rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa. 2. Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com o maior número para torcer o direito. 3. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda. 4. Se encontrares o boi do teu inimigo ou o seu jumento, desgarrado, sem falta lho reconduzirás. 5. Se vires o jumento daquele que te aborrece deitado debaixo da sua carga, deixarás, pois, de ajudá-lo? Certamente o ajudarás juntamente com ele. 6. Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda. 7. De palavras de falsidade te afastarás e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio. 8. Também presente não tomarás; porque o presente cega os que têm vista e perverte as palavras dos justos. 9. Também não oprimirás o estrangeiro; porque vós conheceis o coração do estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito. 10. Também seis anos semearás tua terra e recolherás os seus frutos; 11. mas, ao sétimo, a soltarás e deixarás descansar, para que possam comer os pobres do teu povo, e do sobejo comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival. 12. Seis dias farás os teus negócios; mas, ao sétimo dia, descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua escrava e o estrangeiro. 13. E, em tudo que vos tenho dito, guardai-vos; e do nome de outros deuses nem vos lembreis, nem se ouça da vossa boca. 14. Três vezes no ano me celebrareis festa. 15. A Festa dos Pães Asmos guardarás; sete dias comerás pães asmos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado no mês de abibe; porque nele saíste do Egito; ninguém apareça vazio perante mim; 16. e a Festa da Sega dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a Festa da Colheita à saída do ano, quando tiveres colhido do campo o teu trabalho. 17. Três vezes no ano todos os teus varões aparecerão diante do SENHOR. 18. Não oferecerás o sangue do meu sacrifício com pão levedado; nem ficará a gordura da minha festa de noite até de manhã. 19. As primícias, os primeiros frutos da tua terra, trarás à casa do SENHOR, teu Deus; não cozerás o cabrito no leite de sua mãe. 20. Eis que eu envio um Anjo diante de ti, para que te guarde neste caminho e te leve ao lugar que te tenho aparelhado. 21. Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira; porque não perdoará a vossa rebelião; porque o meu nome está nele. 22. Mas, se diligentemente ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, então, serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários. 23. Porque o meu Anjo irá diante de ti e te levará aos amorreus, e aos heteus, e aos ferezeus, e aos cananeus, e aos heveus, e aos jebuseus; e eu os destruirei. 24. Não te inclinarás diante dos seus deuses, nem os servirás, nem farás conforme as suas obras; antes, os destruirás totalmente e quebrarás de todo as suas estátuas. 25. E servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades. 26. Não haverá alguma que aborte, nem estéril na tua terra; o número dos teus dias cumprirei. 27. Enviarei o meu terror diante de ti, desconcertando a todo o povo aonde entrares, e farei que todos os teus inimigos te virem as costas. 28. Também enviarei vespões diante de ti, que lancem fora os heveus, os cananeus e os heteus de diante de ti. 29. Num só ano os não lançarei fora diante de ti, para que a terra se não torne em deserto, e as feras do campo se não multipliquem contra ti. 30. Pouco a pouco os lançarei de diante de ti, até que sejas multiplicado e possuas a terra por herança. 31. E porei os teus termos desde o mar Vermelho até ao mar dos filisteus, e desde o deserto até ao rio; porque darei nas tuas mãos os moradores da terra, para que os lances fora de diante de ti. 32. Não farás concerto algum com eles ou com os seus deuses. 33. Na tua terra não habitarão, para que não te façam pecar contra mim; se servires aos seus deuses, certamente será um laço para ti. Êxodo 24 1. Depois, disse a Moisés: Sobe ao SENHOR, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel; e inclinai-vos de longe. 2. E só Moisés se chegará ao SENHOR; mas eles não se cheguem, nem o povo suba com ele. 3. Vindo, pois, Moisés e contando ao povo todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos, então, o povo respondeu a uma voz. E disseram: Todas as palavras que o SENHOR tem falado faremos. 4. E Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR, e levantou-se pela manhã de madrugada, e edificou um altar ao pé do monte e doze monumentos, segundo as doze tribos de Israel; 5. e enviou certos jovens dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos e sacrificaram ao SENHOR sacrifícios pacíficos de bezerros. 6. E Moisés tomou a metade do sangue e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar. 7. E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos. 8. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o espargiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue do concerto que o SENHOR tem feito convosco sobre todas estas palavras. 9. E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel, 10. e viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira e como o parecer do céu na sua claridade. 11. Porém ele não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; mas viram a Deus, e comeram, e beberam. 12. Então, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinares. 13. E levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e subiu Moisés o monte de Deus. 14. E disse aos anciãos: Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós; e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio se chegará a eles. 15. E, subindo Moisés o monte, a nuvem cobriu o monte. 16. E habitava a glória do SENHOR sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e, ao sétimo dia, chamou o SENHOR a Moisés do meio da nuvem. 17. E o aspecto da glória do SENHOR era como um fogo consumidor no cume do monte aos olhos dos filhos de Israel. 18. E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu o monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites. Êxodo 25 1. Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. 3. E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre, 4. e pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabras, 5. e peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim, 6. e azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso, 7. e pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. 8. E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. 9. Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis. 10. Também farão uma arca de madeira de cetim; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura, de um côvado e meio, e de um côvado e meio, a sua altura. 11. E cobri-la-ás de ouro puro; por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma coroa de ouro ao redor; 12. e fundirás para ela quatro argolas de ouro e as porás nos quatro cantos dela: duas argolas num lado dela e duas argolas no outro lado dela. 13. E farás varas de madeira de cetim, e as cobrirás com ouro, 14. e meterás as varas nas argolas, aos lados da arca, para se levar com elas a arca. 15. As varas estarão nas argolas da arca, e não se tirarão dela. 16. Depois, porás na arca o Testemunho, que eu te darei. 17. Também farás um propiciatório de ouro puro; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura, de um côvado e meio. 18. Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. 19. Farás um querubim na extremidade de uma parte e o outro querubim na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele. 20. Os querubins estenderão as suas asas por cima, cobrindo com as suas asas o propiciatório; as faces deles, uma defronte da outra; as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório. 21. E porás o propiciatório em cima da arca, depois que houveres posto na arca o Testemunho, que eu te darei. 22. E ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do Testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel. 23. Também farás uma mesa de madeira de cetim; o seu comprimento será de dois côvados, e a sua largura, de um côvado, e a sua altura, de um côvado e meio, 24. e cobri-la-ás com ouro puro; também lhe farás uma coroa de ouro ao redor. 25. Também lhe farás uma moldura ao redor, da largura de uma mão, e lhe farás uma coroa de ouro ao redor da moldura. 26. Também lhe farás quatro argolas de ouro; e porás as argolas nos quatro cantos, que estão nos seus quatro pés. 27. Defronte da moldura estarão as argolas, como lugares para os varais, para se levar a mesa. 28. Farás, pois, estes varais de madeira de cetim e cobri-los-ás com ouro; e levar-se-á com eles a mesa. 29. Também farás os seus pratos, e as suas colheres, e as suas cobertas, e as suas tigelas com que se hão de cobrir; de ouro puro os farás. 30. E sobre a mesa porás o pão da proposição perante a minha face continuamente. 31. Também farás um castiçal de ouro puro; de ouro batido se fará este castiçal; o seu pé, as suas canas, as suas copas, as suas maçãs e as suas flores serão do mesmo. 32. E dos seus lados sairão seis canas: três canas do castiçal de um lado dele e três canas do castiçal do outro lado dele. 33. Numa cana haverá três copos a modo de amêndoas, uma maçã e uma flor; e três copos a modo de amêndoas na outra cana, uma maçã e uma flor; assim serão as seis canas que saem do castiçal. 34. Mas no castiçal mesmo haverá quatro copos a modo de amêndoas, com suas maçãs e com suas flores; 35. e uma maçã debaixo de duas canas que saem dele; e ainda uma maçã debaixo de duas outras canas que saem dele; e ainda mais uma maçã debaixo de duas outras canas que saem dele: assim se fará com as seis canas que saem do castiçal. 36. As suas maçãs e as suas canas serão do mesmo; tudo será de uma só peça, obra batida de ouro puro. 37. Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para alumiar defronte dele. 38. Os seus espevitadores e os seus apagadores serão de ouro puro. 39. De um talento de ouro puro os farás, com todos estes utensílios. 40. Atenta, pois, que o faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte. Êxodo 26 1. E o tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e pano azul, e púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada. 2. O comprimento de uma cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de uma cortina, de quatro côvados; todas estas cortinas serão de uma medida. 3. Cinco cortinas se enlaçarão uma à outra; e as outras cinco cortinas se enlaçarão uma com a outra. 4. E farás laçadas de pano azul na ponta de uma cortina, na extremidade, na juntura; assim também farás na ponta da extremidade da outra cortina, na segunda juntura. 5. Cinqüenta laçadas farás numa cortina e outras cinqüenta laçadas farás na extremidade da cortina que está na segunda juntura; as laçadas estarão travadas uma com a outra. 6. Farás também cinqüenta colchetes de ouro e ajuntarás com estes colchetes as cortinas, uma com a outra, e será um tabernáculo. 7. Farás também cortinas de pêlos de cabras por tenda sobre o tabernáculo; de onze cortinas a farás. 8. O comprimento de uma cortina será de trinta côvados, e a largura da mesma cortina, de quatro côvados; estas onze cortinas serão de uma medida. 9. E ajuntarás cinco destas cortinas por si e as outras seis cortinas também por si: e dobrarás a sexta cortina diante da tenda. 10. E farás cinqüenta laçadas na borda de uma cortina, na extremidade, na juntura, e outras cinqüenta laçadas na borda da outra cortina, na segunda juntura. 11. Farás também cinqüenta colchetes de cobre e meterás os colchetes nas laçadas; e, assim, ajuntarás a tenda para que seja uma. 12. E o resto que sobejar das cortinas da tenda, a metade da cortina que sobejar, penderá sobre as costas do tabernáculo. 13. E um côvado de um lado e outro côvado de outro, que sobejará no comprimento das cortinas da tenda, penderá de sobejo aos lados do tabernáculo de um e de outro lado, para cobri-lo. 14. Farás também à tenda uma coberta de peles de carneiro tintas de vermelho e outra coberta de peles de texugo em cima. 15. Farás também as tábuas para o tabernáculo de madeira de cetim, que estarão levantadas. 16. O comprimento de uma tábua será de dez côvados, e a largura de cada tábua será de um côvado e meio. 17. Duas coiceiras terá cada tábua, travadas uma com a outra; assim farás com todas as tábuas do tabernáculo. 18. E farás as tábuas para o tabernáculo assim: vinte tábuas para a banda do meio-dia, ao sul. 19. Farás também quarenta bases de prata debaixo das vinte tábuas; duas bases debaixo de uma tábua para as suas duas coiceiras e duas bases debaixo de outra tábua para as suas duas coiceiras. 20. Também haverá vinte tábuas ao outro lado do tabernáculo, para a banda do norte, 21. com as suas quarenta bases de prata; duas bases debaixo de uma tábua e duas bases debaixo de outra tábua. 22. E ao lado do tabernáculo para o ocidente farás seis tábuas. 23. Farás também duas tábuas para os cantos do tabernáculo, de ambos os lados; 24. e por baixo se ajuntarão e também em cima dele se ajuntarão numa argola. Assim se fará com as duas tábuas: ambas serão por tábuas para os dois cantos. 25. Assim serão as oito tábuas com as suas bases de prata, dezesseis bases: duas bases debaixo de uma tábua e duas bases debaixo de outra tábua. 26. Farás também cinco barras de madeira de cetim para as tábuas de um lado do tabernáculo 27. e cinco barras para as tábuas do outro lado do tabernáculo; como também cinco barras para as tábuas do outro lado do tabernáculo, de ambas as bandas, para o ocidente. 28. E a barra do meio estará no meio das tábuas, passando de uma extremidade até à outra. 29. E cobrirás de ouro as tábuas e farás de ouro as suas argolas, para meter por elas as barras; também as barras cobrirás de ouro. 30. Então, levantarás o tabernáculo conforme o modelo que te foi mostrado no monte. 31. Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará. 32. E o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro bases de prata; seus colchetes serão de ouro. 33. Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo. 34. E porás a coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar santíssimo, 35. e a mesa porás fora do véu, e o castiçal, defronte da mesa, ao lado do tabernáculo, para o sul; e a mesa porás à banda do norte. 36. Farás também para a porta da tenda uma coberta de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de bordador, 37. e farás para esta coberta cinco colunas de madeira de cetim, e as cobrirás de ouro; seus colchetes serão de ouro, e far-lhe-ás de fundição cinco bases de cobre. Êxodo 27 1. Farás também o altar de madeira de cetim; cinco côvados será o comprimento, e cinco côvados, a largura ( será quadrado o altar), e três côvados, a sua altura. 2. E farás as suas pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas serão uma só peça com o mesmo, e o cobrirás de cobre. 3. Far- lhe- ás também as suas caldeirinhas, para recolher a sua cinza, e as suas pás, e as suas bacias, e os seus garfos, e os seus braseiros; todos os seus utensílios farás de cobre. 4. Far-lhe-ás também um crivo de cobre em forma de rede, e farás a esta rede quatro argolas de metal aos seus quatro cantos, 5. e as porás dentro do cerco do altar para baixo, de maneira que a rede chegue até ao meio do altar. 6. Farás também varais para o altar, varais de madeira de cetim, e os cobrirás de cobre. 7. E os varais se meterão nas argolas, de maneira que os varais estejam de ambos os lados do altar quando for levado. 8. Oco, de tábuas, o farás; como se te mostrou no monte, assim o farão. 9. Farás também o pátio do tabernáculo; ao lado do meio-dia, para o sul, o pátio terá cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada lado será de cem côvados. 10. Também as suas vinte colunas e as suas vinte bases serão de cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata. 11. Assim também do lado do norte as cortinas na longura serão de cem côvados de comprimento; e as suas vinte colunas e as suas vinte bases serão de cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata. 12. E na largura do pátio do lado do ocidente haverá cortinas de cinqüenta côvados; as suas colunas, dez, e as suas bases, dez. 13. Semelhantemente, a largura do pátio do lado oriental, para o levante, será de cinqüenta côvados, 14. de maneira que haja quinze côvados de cortinas de um lado; suas colunas, três, e as suas bases, três; 15. e quinze côvados de cortinas do outro lado; as suas colunas, três, e as suas bases, três. 16. E à porta do pátio haverá uma coberta de vinte côvados, de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de bordador; as suas colunas, quatro, e as suas bases, quatro. 17. Todas as colunas do pátio ao redor serão cingidas de faixas de prata; os seus colchetes serão de prata, mas as suas bases, de cobre. 18. O comprimento do pátio será de cem côvados, e a largura de cada banda, de cinqüenta, e a altura, de cinco côvados, de linho fino torcido; mas as suas bases serão de cobre. 19. No tocante a todos os utensílios do tabernáculo em todo o seu serviço, até todos os seus pregos e todos os pregos do pátio, serão de cobre. 20. Tu, pois, ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente. 21. Na tenda da congregação fora do véu, que está diante do Testemunho, Arão e seus filhos as porão em ordem, desde a tarde até pela manhã, perante o SENHOR; um estatuto perpétuo será este, pelas suas gerações, aos filhos de Israel. Êxodo 28 1. Depois, tu farás chegar a ti teu irmão Arão e seus filhos com ele, do meio dos filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal, a saber: Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. 2. E farás vestes santas a Arão, teu irmão, para glória e ornamento. 3. Falarás também a todos os que são sábios de coração, a quem eu tenha enchido do espírito de sabedoria, que façam vestes a Arão para santificá-lo, para que me administre o ofício sacerdotal. 4. Estas, pois, são as vestes que farão: um peitoral, e um éfode, e um manto, e uma túnica bordada, e uma mitra, e um cinto; farão, pois, vestes santas a Arão, teu irmão, e a seus filhos, para me administrarem o ofício sacerdotal. 5. E tomarão o ouro, e o pano azul, e a púrpura, e o carmesim, e o linho fino 6. e farão o éfode de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, de obra esmerada. 7. Terá duas ombreiras que se unam às suas duas pontas, e assim se unirá. 8. E o cinto de obra esmerada do éfode, que estará sobre ele, será da sua mesma obra, da mesma obra de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido. 9. E tomarás duas pedras sardônicas e lavrarás nelas os nomes dos filhos de Israel, 10. seis dos seus nomes numa pedra e os outros seis nomes na outra pedra, segundo as suas gerações. 11. Conforme a obra do lapidário, como o lavor de selos, lavrarás estas duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel; engastadas ao redor em ouro as farás. 12. E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, por pedras de memória para os filhos de Israel; e Arão levará os seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do SENHOR. 13. Farás também engastes de ouro 14. e duas cadeiazinhas de ouro puro; de igual medida, de obra de fieira as farás; e as cadeiazinhas de fieira porás nos engastes. 15. Farás também o peitoral do juízo de obra esmerada, conforme a obra do éfode o farás; de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido o farás. 16. Quadrado e dobrado, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo, a sua largura; 17. e o encherás de pedras de engaste, com quatro ordens de pedras: a ordem de um sárdio, de um topázio e de um carbúnculo; esta será a primeira ordem; 18. e a segunda ordem será de uma esmeralda, de uma safira e de um diamante; 19. e a terceira ordem será de um jacinto, de uma ágata e de uma ametista; 20. e a quarta ordem será de uma turquesa, de uma sardônica e de um jaspe; engastadas em ouro serão nos seus engastes. 21. E serão aquelas pedras segundo os nomes dos filhos de Israel, doze, segundo os seus nomes; serão esculpidas como selos, cada uma com o seu nome, para as doze tribos. 22. Também farás para o peitoral cadeiazinhas de igual medida da obra de trança de ouro puro. 23. Também farás para o peitoral dois anéis de ouro e porás os dois anéis nas extremidades do peitoral. 24. Então, meterás as duas cadeiazinhas de fieira de ouro nos dois anéis, nas extremidades do peitoral; 25. e as duas pontas das duas cadeiazinhas de fieira meterás nos dois engastes e as porás nas ombreiras do éfode, na frente dele. 26. Farás também dois anéis de ouro e os porás nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estiver junto ao éfode por dentro. 27. Farás também dois anéis de ouro, que porás nas duas ombreiras do éfode, abaixo, na frente dele, perto da sua juntura, sobre o cinto de obra esmerada do éfode. 28. E ligarão o peitoral com os seus anéis aos anéis do éfode por cima com um cordão de pano azul, para que esteja sobre o cinto de obra esmerada do éfode; e nunca se separará o peitoral do éfode. 29. Assim, Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no santuário, para memória diante do SENHOR continuamente. 30. Também porás no peitoral do juízo Urim e Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do SENHOR; assim, Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do SENHOR continuamente. 31. Também farás o manto do éfode todo de pano azul. 32. E o colar da cabeça estará no meio dele; este colar terá uma borda de obra tecida ao redor; como colar de cota de malha será nele, para que se não rompa. 33. E nas suas bordas farás romãs de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, ao redor das suas bordas; e campainhas de ouro no meio delas ao redor. 34. Uma campainha de ouro e uma romã, outra campainha de ouro e outra romã haverá nas bordas do manto ao redor, 35. e estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o seu sonido, quando entrar no santuário diante do SENHOR e quando sair, para que não morra. 36. Também farás uma lâmina de ouro puro e nela gravarás à maneira de gravuras de selos: Santidade ao SENHOR. 37. E atá-la-ás com um cordão de fio azul, de maneira que esteja na mitra; sobre a frente da mitra estará. 38. E estará sobre a testa de Arão, para que Arão leve a iniqüidade das coisas santas, que os filhos de Israel santificarem em todas as ofertas de suas coisas santas; e estará continuamente na sua testa, para que tenham aceitação perante o SENHOR. 39. Também farás a túnica de linho fino e também uma mitra de linho fino; mas o cinto farás de obra de bordador. 40. Também farás túnicas aos filhos de Arão e far-lhes-ás cintos; também lhes farás tiaras, para glória e ornamento. 41. E vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também a seus filhos; e os ungirás, e os consagrarás, e os santificarás, para que me administrem o sacerdócio. 42. Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a carne nua; serão dos lombos até às coxas. 43. E estarão sobre Arão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da congregação, ou quando chegarem ao altar para ministrar no santuário, para que não levem iniqüidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a sua semente depois dele. Êxodo 29 1. Isto é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio: Toma um novilho, e dois carneiros sem mácula, 2. e pão asmo, e bolos asmos amassados com azeite, e coscorões asmos untados com azeite; com flor de farinha de trigo os farás. 3. E os porás num cesto e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros. 4. Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água; 5. depois, tomarás as vestes e vestirás a Arão da túnica, e do manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode. 6. E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra; 7. e tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; assim, o ungirás. 8. Depois, farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas, 9. e os cingirás com o cinto, a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que tenham o sacerdócio por estatuto perpétuo, e sagrarás a Arão e a seus filhos. 10. E farás chegar o novilho diante da tenda da congregação, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do novilho; 11. e degolarás o novilho perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação. 12. Depois, tomarás do sangue do novilho, e o porás com o teu dedo sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás à base do altar. 13. Também tomarás toda a gordura que cobre as entranhas, e o redenho de sobre o fígado, e ambos os rins, e a gordura que houver neles e queimá-los-ás sobre o altar; 14. mas a carne do novilho, e a sua pele, e o seu esterco queimarás com fogo fora do arraial; sacrifício por pecado é. 15. Depois, tomarás um carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do carneiro, 16. e degolarás o carneiro, e tomarás o seu sangue, e o espalharás sobre o altar ao redor; 17. e partirás o carneiro em suas partes, e lavarás as suas entranhas e as suas pernas, e as porás sobre as suas partes e sobre a sua cabeça. 18. Assim, queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o SENHOR, cheiro suave, uma oferta queimada ao SENHOR. 19. Depois, tomarás o outro carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do carneiro; 20. e degolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre a ponta da orelha direita de seus filhos, como também sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito; e o resto do sangue espalharás sobre o altar ao redor. 21. Então, tomarás do sangue que estará sobre o altar e do azeite da unção e os espargirás sobre Arão e sobre as suas vestes, e sobre seus filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; para que ele seja santificado, e as suas vestes, e também seus filhos, e as vestes de seus filhos com ele. 22. Depois, tomarás do carneiro a gordura, e a cauda, e a gordura que cobre as entranhas, e o redenho do fígado, e ambos os rins com a gordura que houver neles, e o ombro direito, porque é carneiro das consagrações; 23. e uma fogaça de pão, e um bolo de pão azeitado, e um coscorão do cesto dos pães asmos que estiverem diante do SENHOR. 24. E tudo porás nas mãos de Arão e nas mãos de seus filhos; e com movimento o moverás perante o SENHOR. 25. Depois, o tomarás das suas mãos e o queimarás no altar sobre o holocausto por cheiro suave perante o SENHOR; oferta queimada ao SENHOR é. 26. E tomarás o peito do carneiro das consagrações, que é de Arão, e com movimento o moverás perante o SENHOR; e isto será a tua porção. 27. E santificarás o peito do movimento e o ombro da oferta alçada, que foram movidos e alçados do carneiro das consagrações que for de Arão e de seus filhos, 28. e será para Arão e para seus filhos por estatuto perpétuo dos filhos de Israel, porque é oferta alçada; e a oferta alçada será dos filhos de Israel; dos sacrifícios pacíficos, a sua oferta alçada será para o SENHOR. 29. E as vestes santas, que são de Arão, serão de seus filhos depois dele, para serem ungidos neles e sagrados neles. 30. Sete dias os vestirá aquele que de seus filhos for sacerdote em seu lugar, quando entrar na tenda da congregação para ministrar no santuário. 31. E tomarás o carneiro das consagrações e cozerás a sua carne no lugar santo; 32. e Arão e seus filhos comerão a carne deste carneiro e o pão que está no cesto à porta da tenda da congregação 33. e comerão as coisas com que for feita expiação, para consagrá-los e para santificá-los; mas um estranho não as comerá, porque santas são. 34. E se sobejar alguma coisa da carne das consagrações ou do pão até à manhã, o que sobejar queimarás com fogo; não se comerá, porque santo é. 35. Assim, pois, farás a Arão e a seus filhos, conforme tudo o que eu tenho ordenado; por sete dias os sagrarás. 36. Também cada dia prepararás um novilho por sacrifício pelo pecado para as expiações e purificarás o altar, fazendo expiação sobre ele; e o ungirás para santificá-lo. 37. Sete dias farás expiação pelo altar e o santificarás, e o altar será santíssimo; tudo o que tocar o altar será santo. 38. Isto, pois, é o que oferecereis sobre o altar: dois cordeiros de um ano cada dia continuamente. 39. Um cordeiro oferecerás pela manhã e o outro cordeiro oferecerás à tardinha. 40. Com um cordeiro, a décima parte de um efa de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e, para libação, a quarta parte de um him de vinho, 41. e o outro cordeiro oferecerás à tardinha e com ele farás como com a oferta da manhã e conforme a sua libação, por cheiro suave; oferta queimada é ao SENHOR. 42. Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da tenda da congregação, perante o SENHOR, onde vos encontrarei para falar contigo ali. 43. E ali virei aos filhos de Israel para que por minha glória sejam santificados. 44. E santificarei a tenda da congregação e o altar; também santificarei a Arão e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio. 45. E habitarei no meio dos filhos de Israel e lhes serei por Deus, 46. e saberão que eu sou o SENHOR, seu Deus, que os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu, o SENHOR, seu Deus. Êxodo 30 1. E farás um altar para queimar o incenso; de madeira de cetim o farás. 2. O seu comprimento será de um côvado, e a sua largura, de um côvado; será quadrado, e de dois côvados, a sua altura; e as suas pontas farão uma só peça com ele. 3. E com ouro puro o forrarás, o seu teto e as suas paredes ao redor, e as suas pontas; e lhe farás uma coroa de ouro ao redor. 4. Também lhe farás duas argolas de ouro debaixo da sua coroa; aos dois lados as farás, de ambas as bandas; e serão para lugares dos varais, com que será levado. 5. E os varais farás de madeira de cetim e os forrarás com ouro. 6. E o porás diante do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me ajuntarei contigo. 7. E Arão sobre ele queimará o incenso das especiarias; cada manhã, quando põe em ordem as lâmpadas, o queimará. 8. E, acendendo Arão as lâmpadas à tarde, o queimará; este será incenso contínuo perante o SENHOR pelas vossas gerações. 9. Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem holocausto, nem oferta; nem tampouco derramareis sobre ele libações. 10. E uma vez no ano Arão fará expiação sobre as pontas do altar com o sangue do sacrifício das expiações; uma vez no ano fará expiação sobre ele pelas vossas gerações; santíssimo é ao SENHOR. 11. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 12. Quando tomares a soma dos filhos de Israel, conforme a sua conta, cada um deles dará ao SENHOR o resgate da sua alma, quando os contares; para que não haja entre eles praga alguma, quando os contares. 13. Isto dará todo aquele que passar ao arrolamento: a metade de um siclo, segundo o siclo do santuário (este siclo é de vinte geras); a metade de um siclo é a oferta ao SENHOR. 14. Qualquer que entrar no arrolamento, de vinte anos para cima, dará a oferta ao SENHOR. 15. O rico não aumentará, e o pobre não diminuirá da metade do siclo, quando derem a oferta ao SENHOR, para fazer expiação por vossas almas. 16. E tomarás o dinheiro das expiações dos filhos de Israel e o darás ao serviço da tenda da congregação; e será para memória aos filhos de Israel diante do SENHOR, para fazer expiação por vossas almas. 17. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 18. Farás também uma pia de cobre com a sua base de cobre, para lavar; e a porás entre a tenda da congregação e o altar e deitarás água nela. 19. E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés. 20. Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para acender a oferta queimada ao SENHOR. 21. Lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo, a ele e à sua semente nas suas gerações. 22. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 23. Tu, pois, toma para ti das principais especiarias: da mais pura mirra, quinhentos siclos; e de canela aromática, a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos; e de cálamo aromático, duzentos e cinqüenta siclos; 24. e de cássia, quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário; e de azeite de oliveiras, um him. 25. E disto farás o azeite da santa unção, o perfume composto segundo a obra do perfumista; este será o azeite da santa unção. 26. E com ele ungirás a tenda da congregação, e a arca do Testemunho, 27. e a mesa com todos os seus utensílios, e o castiçal com os seus utensílios, e o altar do incenso, 28. e o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a pia com a sua base. 29. Assim, santificarás estas coisas, para que sejam santíssimas; tudo o que tocar nelas será santo. 30. Também ungirás a Arão e a seus filhos e os santificarás para me administrarem o sacerdócio. 31. E falarás aos filhos de Israel, dizendo: Este me será o azeite da santa unção nas vossas gerações. 32. Não se ungirá com ele a carne do homem, nem fareis outro semelhante conforme a sua composição; santo é e será santo para vós. 33. O homem que compuser tal perfume como este, ou que dele puser sobre um estranho, será extirpado dos seus povos. 34. Disse mais o SENHOR a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e ônica, e gálbano; estas especiarias aromáticas e incenso puro de igual peso; 35. e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo; 36. e dele, moendo, o pisarás, e dele porás diante do Testemunho, na tenda da congregação, onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. 37. Porém o incenso que farás conforme a composição deste, não o fareis para vós mesmos; santo será para o SENHOR. 38. O homem que fizer tal como este para cheirar será extirpado do seu povo. Êxodo 31 1. Depois, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, 3. e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência em todo artifício, 4. para inventar invenções, e trabalhar em ouro, e em prata, e em cobre, 5. e em lavramento de pedras para engastar, e em artifício de madeira, para trabalhar em todo lavor. 6. E eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todo aquele que é sábio de coração, para que façam tudo o que te tenho ordenado, 7. a saber, a tenda da congregação, e a arca do Testemunho, e o propiciatório que estará sobre ela, e todos os móveis da tenda; 8. e a mesa com os seus utensílios, e o castiçal puro com todos os seus utensílios, e o altar do incenso; 9. e o altar do holocausto com todos os seus utensílios e a pia com a sua base; 10. e as vestes do ministério, e as vestes santas de Arão, o sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o sacerdócio; 11. e o azeite da unção e o incenso aromático para o santuário; farão conforme tudo que te tenho mandado. 12. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 13. Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica. 14. Portanto, guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela alma será extirpada do meio do seu povo. 15. Seis dias se fará obra, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer obra, certamente morrerá. 16. Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo. 17. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e restaurou-se. 18. E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus. Êxodo 32 1. Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, ajuntou-se o povo a Arão e disseram-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. 2. E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas e trazei-mos. 3. Então, todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão, 4. e ele os tomou das suas mãos, e formou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então, disseram: Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito. 5. E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e Arão apregoou e disse: Amanhã será festa ao SENHOR. 6. E, no dia seguinte, madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois, levantaram-se a folgar. 7. Então, disse o SENHOR a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido, 8. e depressa se tem desviado do caminho que eu lhes tinha ordenado; fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram, e sacrificaram-lhe, e disseram: Estes são os teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito. 9. Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo obstinado. 10. Agora, pois, deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma; e eu farei de ti uma grande nação. 11. Porém Moisés suplicou ao SENHOR, seu Deus, e disse: Ó SENHOR, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tu tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? 12. Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes e para destruí-los da face da terra? Torna-te da ira do teu furor e arrepende-te deste mal contra o teu povo. 13. Lembra-te de Abraão, de Isaque e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado e lhes disseste: Multiplicarei a vossa semente como as estrelas dos céus e darei à vossa semente toda esta terra, de que tenho dito, para que a possuam por herança eternamente. 14. Então, o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo. 15. E voltou Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do Testemunho na sua mão, tábuas escritas de ambas as bandas; de uma e de outra banda escritas estavam. 16. E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas. 17. E, ouvindo Josué a voz do povo que jubilava, disse a Moisés: Alarido de guerra há no arraial. 18. Porém ele disse: Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas o alarido dos que cantam eu ouço. 19. E aconteceu que, chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se o furor de Moisés, e arremessou as tábuas das suas mãos, e quebrou-as ao pé do monte, 20. e tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo, moendo-o até que se tornou em pó; e o espargiu sobre as águas e deu-o a beber aos filhos de Israel. 21. E Moisés disse a Arão: Que te tem feito este povo, que sobre ele trouxeste tamanho pecado? 22. Então, disse Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu sabes que este povo é inclinado ao mal; 23. e eles me disseram: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque não sabemos que sucedeu a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito. 24. Então, eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no fogo, e saiu este bezerro. 25. E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia despido para vergonha entre os seus inimigos, 26. pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do SENHOR, venha a mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. 27. E disse-lhes: Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu próximo. 28. E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo, aquele dia, uns três mil homens. 29. Porquanto Moisés tinha dito: Consagrai hoje as vossas mãos ao SENHOR; porquanto cada um será contra o seu filho e contra o seu irmão; e isto para ele vos dar hoje bênção. 30. E aconteceu que, no dia seguinte, Moisés disse ao povo: Vós pecastes grande pecado; agora, porém, subirei ao SENHOR; porventura, farei propiciação por vosso pecado. 31. Assim, tornou Moisés ao SENHOR e disse: Ora, este povo pecou pecado grande, fazendo para si deuses de ouro. 32. Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. 33. Então, disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro. 34. Vai, pois, agora, conduze este povo para onde te tenho dito; eis que o meu Anjo irá adiante de ti; porém, no dia da minha visitação, visitarei, neles, o seu pecado. 35. Assim, feriu o SENHOR o povo, porquanto fizeram o bezerro que Arão tinha feito. Êxodo 33 1. Disse mais o SENHOR a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, à terra que jurei a Abraão, a Isaque e a Jacó, dizendo: À tua semente a darei. 2. E enviarei um Anjo adiante de ti (e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus), 3. a uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo obstinado, para que te não consuma eu no caminho. 4. E, ouvindo o povo esta má notícia, entristeceram-se, e nenhum deles pôs sobre si os seus atavios. 5. Porquanto o SENHOR tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: Povo obstinado és; se um momento eu subir no meio de ti, te consumirei; porém agora tira de ti os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer. 6. Então, os filhos de Israel se despojaram dos seus atavios, ao pé do monte Horebe. 7. E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação; e aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial. 8. E aconteceu que, saindo Moisés à tenda, todo o povo se levantava, e cada um ficava em pé à porta da sua tenda; e olhavam para Moisés pelas costas, até ele entrar na tenda. 9. E aconteceu que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda; e o SENHOR falava com Moisés. 10. E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, todo o povo se levantava, e inclinavam-se cada um à porta da sua tenda. 11. E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois, tornava ao arraial; mas o moço Josué, filho de Num, seu servidor, nunca se apartava do meio da tenda. 12. E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome; também achaste graça aos meus olhos. 13. Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que agora me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e atenta que esta nação é o teu povo. 14. Disse, pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar. 15. Então, disse-lhe: Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui. 16. Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso, não é por andares tu conosco, e separados seremos, eu e o teu povo, de todo o povo que há sobre a face da terra? 17. Então, disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto, que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos; e te conheço por nome. 18. Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. 19. Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti e apregoarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem me compadecer. 20. E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá. 21. Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; ali te porás sobre a penha. 22. E acontecerá que, quando a minha glória passar, te porei numa fenda da penha e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. 23. E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá. Êxodo 34 1. Então, disse o SENHOR a Moisés: Lavra-te duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste. 2. E prepara-te para amanhã, para que subas pela manhã ao monte Sinai, e ali põe-te diante de mim no cume do monte. 3. E ninguém suba contigo e também ninguém apareça em todo o monte; nem ovelhas nem bois se apascentem defronte do monte. 4. Então, ele lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantou-se Moisés pela manhã de madrugada e subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe tinha ordenado; e tomou as duas tábuas de pedra na sua mão. 5. E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele apregoou o nome do SENHOR. 6. Passando, pois, o SENHOR perante a sua face, clamou: JEOVÁ, o SENHOR, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; 7. que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. 8. E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, e encurvou-se, 9. e disse: Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá agora o Senhor no meio de nós; porque este é povo obstinado; porém perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado e toma-nos pela tua herança. 10. Então, disse: Eis que eu faço um concerto; farei diante de todo o teu povo maravilhas que nunca foram feitas em toda a terra, nem entre gente alguma; de maneira que todo este povo, em cujo meio tu estás, veja a obra do SENHOR; porque coisa terrível é o que faço contigo. 11. Guarda o que eu te ordeno hoje; eis que eu lançarei de diante de ti os amorreus, e os cananeus, e os heteus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus. 12. Guarda-te que não faças concerto com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti. 13. Mas os seus altares transtornareis, e as suas estátuas quebrareis, e os seus bosques cortareis. 14. Porque te não inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; Deus zeloso é ele; 15. para que não faças concerto com os moradores da terra, e não se prostituam após os seus deuses, nem sacrifiquem aos seus deuses, e tu, convidado deles, comas dos seus sacrifícios, 16. e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se após os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam após os seus deuses. 17. Não farás para ti deuses de fundição. 18. A Festa dos Pães Asmos guardarás; sete dias comerás pães asmos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado do mês de abibe; porque no mês de abibe saíste do Egito. 19. Tudo o que abre a madre meu é; até todo o teu gado, que seja macho, abrindo a madre de vacas e de ovelhas; 20. o burro, porém, que abrir a madre, resgatarás com um cordeiro; mas, se o não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça; todo primogênito de teus filhos resgatarás. E ninguém aparecerá vazio diante de mim. 21. Seis dias trabalharás, mas, ao sétimo dia, descansarás; na aradura e na sega descansarás. 22. Também guardarás a Festa das Semanas, que é a Festa das Primícias da sega do trigo, e a Festa da Colheita no fim do ano. 23. Três vezes no ano, todo macho entre ti aparecerá perante o Senhor JEOVÁ, Deus de Israel; 24. porque eu lançarei as nações de diante de ti e alargarei o teu termo; ninguém cobiçará a tua terra, quando subires para aparecer três vezes no ano diante do SENHOR, teu Deus. 25. Não sacrificarás o sangue do meu sacrifício com pão levedado, nem o sacrifício da Festa da Páscoa ficará da noite para a manhã. 26. As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do SENHOR, teu Deus; não cozerás o cabrito no leite de sua mãe. 27. Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras; porque, conforme o teor destas palavras, tenho feito concerto contigo e com Israel. 28. E esteve Moisés ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, os dez mandamentos. 29. E aconteceu que, descendo Moisés do monte Sinai (e Moisés trazia as duas tábuas do Testemunho em sua mão, quando desceu do monte), Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que o SENHOR falara com ele. 30. Olhando, pois, Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia; pelo que temeram de chegar-se a ele. 31. Então, Moisés os chamou, e Arão e todos os príncipes da congregação tornaram a ele; e Moisés lhes falou. 32. Depois, chegaram também todos os filhos de Israel; e ele lhes ordenou tudo o que o SENHOR falara com ele no monte Sinai. 33. Assim, acabou Moisés de falar com eles e tinha posto um véu sobre o seu rosto. 34. Porém, entrando Moisés perante o SENHOR, para falar com ele, tirava o véu até que saía; e, saindo, falava com os filhos de Israel o que lhe era ordenado. 35. Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés e que resplandecia a pele do rosto de Moisés; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até que entrava para falar com ele. Êxodo 35 1. Então, fez Moisés ajuntar toda a congregação dos filhos de Israel e disse-lhes: Estas são as palavras que o SENHOR ordenou que se cumprissem. 2. Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso ao SENHOR; todo aquele que fizer obra nele morrerá. 3. Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia de sábado. 4. Falou mais Moisés a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: Esta é a palavra que o SENHOR ordenou, dizendo: 5. Tomai, do que vós tendes, uma oferta para o SENHOR; cada um, cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por oferta alçada ao SENHOR; ouro, e prata, e cobre, 6. como também pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabras, 7. e peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim, 8. e azeite para a luminária, e especiarias para o azeite da unção e para o incenso aromático, 9. e pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. 10. E todos os sábios de coração entre vós virão e farão tudo o que o SENHOR tem mandado: 11. O tabernáculo, e a sua tenda, e a sua coberta, e os seus colchetes, e as suas tábuas, e as suas barras, e as suas colunas, e as suas bases; 12. a arca e os seus varais, e o propiciatório, e o véu da coberta; 13. a mesa, e os seus varais, e todos os seus utensílios, e os pães da proposição, 14. e o castiçal da luminária, e os seus utensílios, e as suas lâmpadas, e o azeite para a luminária; 15. e o altar do incenso, e os seus varais, e o azeite da unção, e o incenso aromático, e a coberta da porta à entrada do tabernáculo; 16. o altar do holocausto, e o crivo de cobre que terá seus varais, e todos os seus utensílios, e a pia, e a sua base; 17. as cortinas do pátio, e as suas colunas, e as suas bases, e a coberta da porta do pátio; 18. as estacas do tabernáculo, e as estacas do pátio, e as suas cordas; 19. as vestes do ministério para ministrar no santuário, e as vestes santas de Arão, o sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o sacerdócio. 20. Então, toda a congregação dos filhos de Israel saiu de diante de Moisés, 21. e veio todo homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o impeliu, e trouxeram a oferta alçada ao SENHOR para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas. 22. E, assim, vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração; trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, e todo vaso de ouro; e todo homem oferecia oferta de ouro ao SENHOR; 23. e todo homem que se achou com pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabras, e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles de texugos, os trazia; 24. todo aquele que oferecia oferta alçada de prata ou de metal, a trazia por oferta alçada ao SENHOR; e todo aquele que se achava com madeira de cetim, a trazia para toda a obra do serviço. 25. E todas as mulheres sábias de coração fiavam com as mãos e traziam o fiado, o pano azul, a púrpura, o carmesim e o linho fino. 26. E todas as mulheres cujo coração as moveu em sabedoria fiavam os pêlos das cabras. 27. E os príncipes traziam pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral, 28. e especiarias, e azeite para a luminária, e para o óleo da unção, e para o incenso aromático. 29. Todo homem e mulher, cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o SENHOR ordenara se fizesse pela mão de Moisés, aquilo trouxeram os filhos de Israel por oferta voluntária ao SENHOR. 30. Depois, disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o SENHOR tem chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá. 31. E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo artifício, 32. e para inventar invenções, para trabalhar em ouro, e em prata, e em cobre, 33. e em artifício de pedras para engastar, e em artifício de madeira, para trabalhar em toda obra esmerada. 34. Também lhe tem disposto o coração para ensinar a outros, a ele e a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã. 35. Encheu-os de sabedoria do coração, para fazer toda obra de mestre, e a mais engenhosa, e a do bordador, em pano azul, e em púrpura, e em carmesim, e em linho fino, e a do tecelão, fazendo toda obra e inventando invenções. Êxodo 36 1. Assim, trabalharam Bezalel, e Aoliabe, e todo homem sábio de coração a quem o SENHOR dera sabedoria e inteligência, para saberem como haviam de fazer toda obra para o serviço do santuário, conforme tudo o que o SENHOR tinha ordenado. 2. Porque Moisés chamara a Bezalel, e a Aoliabe, e a todo homem sábio de coração em cujo coração o SENHOR tinha dado sabedoria, isto é, a todo aquele a quem o seu coração movera que se chegasse à obra para fazê-la. 3. Tomaram, pois, de diante de Moisés toda oferta alçada que trouxeram os filhos de Israel para a obra do serviço do santuário, para fazê-la; e, ainda, eles lhe traziam cada manhã oferta voluntária. 4. E vieram todos os sábios que faziam toda a obra do santuário, cada um da obra que fazia, 5. e falaram a Moisés, dizendo: O povo traz muito mais do que basta para o serviço da obra que o SENHOR ordenou se fizesse. 6. Então, mandou Moisés que fizessem passar uma voz pelo arraial, dizendo: Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim, o povo foi proibido de trazer mais, 7. porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava. 8. Assim, todo sábio de coração, entre os que faziam a obra, fez o tabernáculo de dez cortinas, de linho fino torcido, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, com querubins; da obra mais esmerada, as fez. 9. O comprimento de uma cortina era de vinte e oito côvados, e a largura de outra cortina, de quatro côvados; todas as cortinas tinham uma mesma medida. 10. E ligou cinco cortinas, uma com a outra; e outras cinco cortinas ligou uma com a outra. 11. Depois, fez laçadas de fio azul na borda da última cortina do primeiro agrupamento; assim também fez na borda da primeira cortina do segundo agrupamento. 12. Cinqüenta laçadas fez numa cortina e cinqüenta laçadas fez na cortina da extremidade do segundo agrupamento; estas laçadas eram contrapostas uma com a outra. 13. Também fez cinqüenta colchetes de ouro e com estes colchetes uniu as cortinas uma com a outra; e foi feito, assim, um tabernáculo. 14. Fez também cortinas de pêlos de cabras para a tenda sobre o tabernáculo; de onze cortinas a fez. 15. O comprimento de uma cortina era de trinta côvados, e a largura de uma cortina, de quatro côvados; estas onze cortinas tinham uma mesma medida. 16. E ele uniu cinco cortinas à parte, e seis cortinas à parte, 17. e fez cinqüenta laçadas na borda da última cortina do agrupamento; também fez cinqüenta laçadas na borda da cortina do outro agrupamento. 18. Fez também cinqüenta colchetes de metal para ajuntar a tenda, para que fosse uma. 19. Fez também para a tenda uma coberta de peles de carneiros tintas de vermelho; e, por cima, uma coberta de peles de texugo. 20. Também fez tábuas levantadas para o tabernáculo, de madeira de cetim. 21. O comprimento de uma tábua era de dez côvados, e a largura de cada tábua era de um côvado e meio. 22. Cada tábua tinha duas coiceiras, pregadas uma com a outra; assim fez com todas as tábuas do tabernáculo. 23. Assim, pois, fez as tábuas para o tabernáculo; vinte tábuas para a banda do sul; 24. e fez quarenta bases de prata debaixo das vinte tábuas; duas bases debaixo de uma tábua para as suas duas coiceiras e duas bases debaixo de outra tábua para as suas duas coiceiras. 25. Também fez vinte tábuas ao outro lado do tabernáculo da banda do norte, 26. com as suas quarenta bases de prata; duas bases debaixo de uma tábua e duas bases debaixo de outra tábua. 27. E ao lado do tabernáculo para o ocidente fez seis tábuas. 28. Fez também duas tábuas para os cantos do tabernáculo aos dois lados, 29. as quais estavam juntas debaixo e também se ajuntavam por cima com uma argola; assim fez com elas ambas nos dois cantos. 30. Assim, eram oito tábuas com as suas bases de prata, a saber, dezesseis bases; duas bases debaixo de cada tábua. 31. Fez também barras de madeira de cetim; cinco para as tábuas de um lado do tabernáculo, 32. e cinco barras para as tábuas do outro lado do tabernáculo; e outras cinco barras para as tábuas do tabernáculo de ambas as bandas do ocidente. 33. E fez que a barra do meio passasse pelo meio das tábuas de uma extremidade até à outra. 34. E cobriu as tábuas de ouro, e as suas argolas (os lugares das barras) fez de ouro; as barras também cobriu de ouro. 35. Depois, fez o véu de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido; de obra esmerada o fez, com querubins. 36. E fez-lhe quatro colunas de madeira de cetim e as cobriu de ouro; e seus colchetes fez de ouro e fundiu-lhe quatro bases de prata. 37. Fez também para a porta da tenda o véu de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, da obra de bordador, 38. com as suas cinco colunas e os seus colchetes; e as suas cabeças e as suas molduras cobriu de ouro; e as suas cinco bases eram de cobre. Êxodo 37 1. Fez também Bezalel a arca de madeira de cetim; o seu comprimento era de dois côvados e meio; e a sua largura, de um côvado e meio; e a sua altura, de um côvado e meio. 2. E cobriu-a de ouro puro por dentro e por fora; e fez-lhe uma coroa de ouro ao redor; 3. e fundiu-lhe quatro argolas de ouro aos seus quatro cantos, num lado, duas, e no outro lado, duas argolas; 4. e fez varais de madeira de cetim e os cobriu de ouro; 5. e meteu os varais pelas argolas aos lados da arca, para levar a arca. 6. Fez também de ouro puro o propiciatório; o seu comprimento era de dois côvados e meio, e a sua largura, de um côvado e meio. 7. Fez também dois querubins de ouro; de obra batida os fez, às duas extremidades do propiciatório; 8. um querubim a uma extremidade desta banda, e o outro querubim à outra extremidade da outra banda; do mesmo propiciatório fez sair os querubins às duas extremidades dele. 9. E os querubins estendiam as asas por cima, cobrindo com as asas o propiciatório; e os seus rostos estavam defronte um do outro; o rosto dos querubins estava virado para o propiciatório. 10. Fez também a mesa de madeira de cetim; o seu comprimento era de dois côvados, e a sua largura, de um côvado, e a sua altura, de um côvado e meio. 11. E cobriu-a de ouro puro e fez-lhe uma coroa de ouro ao redor. 12. Fez-lhe também uma moldura da largura de uma mão ao redor; e fez uma coroa de ouro ao redor da sua moldura. 13. Fundiu-lhe também quatro argolas de ouro; e pôs as argolas aos quatro cantos que estavam aos seus quatro pés. 14. Defronte da moldura estavam as argolas para os lugares dos varais, para levar a mesa. 15. Fez também os varais de madeira de cetim e os cobriu de ouro, para levar a mesa. 16. E fez de ouro puro os utensílios que haviam de estar sobre a mesa, e os seus pratos, e as suas colheres, e as suas escudelas, e as suas cobertas, com que se haviam de cobrir. 17. Fez também o castiçal de ouro puro; de obra batida fez este castiçal; o seu pé, e as suas canas, e os seus copos, e as suas maçãs, e as suas flores, na mesma peça. 18. Seis canas saíam dos seus lados: três canas do castiçal, de um lado dele, e três canas do castiçal, do outro lado. 19. Numa cana, estavam três copos a modo de amêndoas, uma maçã e uma flor; e noutra cana, três copos a modo de amêndoas, uma maçã e uma flor; assim para as seis canas que saíam do castiçal. 20. Mas no mesmo castiçal havia quatro copos a modo de amêndoas com as suas maçãs e com as suas flores. 21. E era uma maçã debaixo de duas canas do mesmo; e outra maçã debaixo de outras duas canas; e mais uma maçã debaixo de outras duas canas; assim se fez para as seis canas que saíam dele. 22. As suas maçãs e as suas canas formavam a mesma peça; tudo era uma obra batida de ouro puro. 23. E fez-lhe sete lâmpadas; os seus espevitadores e os seus apagadores eram de ouro puro. 24. De um talento de ouro puro o fez, e todos os seus utensílios. 25. E fez o altar do incenso de madeira de cetim; de um côvado era o seu comprimento, e de um côvado, a sua largura, quadrado; e de dois côvados, a sua altura; dele mesmo eram feitas as suas pontas. 26. E cobriu-o de ouro puro, e a sua coberta, e as suas paredes ao redor, e as suas pontas; e fez-lhe uma coroa de ouro ao redor. 27. Fez-lhe também duas argolas de ouro debaixo da sua coroa, nos seus dois cantos, de ambos os seus lados, para os lugares dos varais, para levá-lo com eles. 28. E os varais fez de madeira de cetim e os cobriu de ouro. 29. Também fez o azeite santo da unção e o incenso aromático, puro, de obra de perfumista. Êxodo 38 1. Fez também o altar do holocausto de madeira de cetim; de cinco côvados era o seu comprimento, e de cinco côvados, a sua largura, quadrado; e de três côvados, a sua altura. 2. E fez-lhe as suas pontas aos seus quatro cantos; as suas pontas formavam uma só peça com o altar; e cobriu-o de cobre. 3. Fez também todos os utensílios do altar: os caldeirões, e as pás, e as bacias, e os garfos, e os braseiros; todos os seus utensílios fez de cobre. 4. Fez também para o altar um crivo de cobre, de obra de rede, na sua cercadura debaixo, até ao meio dele. 5. E fundiu quatro argolas às quatro extremidades do crivo de cobre, para os lugares dos varais. 6. E fez os varais de madeira de cetim e os cobriu de cobre. 7. E meteu os varais pelas argolas aos lados do altar, para levá-lo com eles; fê-lo oco e de tábuas. 8. Fez também a pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das mulheres que se ajuntavam, ajuntando-se à porta da tenda da congregação. 9. Fez também o pátio da banda do meio-dia ao sul; as cortinas do pátio eram de linho fino torcido, de cem côvados. 10. As suas vinte colunas e as suas vinte bases eram de cobre; os colchetes destas colunas e as suas molduras eram de prata; 11. e da banda do norte, cortinas de cem côvados; as suas vinte colunas e as suas vinte bases eram de cobre, e os colchetes das colunas e as suas molduras eram de prata. 12. E da banda do ocidente, cortinas de cinqüenta côvados; as suas colunas, dez, e as suas bases, dez; os colchetes das colunas e as suas molduras eram de prata. 13. E da banda oriental, ao oriente, cortinas de cinqüenta côvados. 14. As cortinas desta banda da porta eram de quinze côvados; as suas colunas, três, e as suas bases, três. 15. E da outra banda da porta do pátio, de ambos os lados, eram cortinas de quinze côvados; as suas colunas, três, e as suas bases, três. 16. Todas as cortinas do pátio ao redor eram de linho fino torcido. 17. E as bases das colunas eram de cobre; os colchetes das colunas e as suas molduras eram de prata; e a coberta das suas cabeças, de prata; e todas as colunas do pátio eram cingidas de prata. 18. E a coberta da porta do pátio era de obra de bordador, de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido; e o comprimento era de vinte côvados, e a altura, na largura, de cinco côvados, defronte das cortinas do pátio. 19. E as suas quatro colunas e as suas quatro bases eram de cobre, os seus colchetes, de prata, e a coberta das suas cabeças e as suas molduras, de prata. 20. E todas as estacas do tabernáculo e do pátio ao redor eram de cobre. 21. Esta é a enumeração das coisas contadas do tabernáculo do Testemunho, que por ordem de Moisés foram contadas para o ministério dos levitas por mão de Itamar, filho de Arão, o sacerdote. 22. Fez, pois, Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, tudo quanto o SENHOR tinha ordenado a Moisés. 23. E com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, um mestre de obra, e engenhoso artífice, e bordador em pano azul, e em púrpura, e em carmesim, e em linho fino. 24. Todo o ouro gasto na obra, em toda a obra do santuário, a saber, o ouro da oferta, foram vinte e nove talentos e setecentos e trinta siclos, conforme o siclo do santuário; 25. e a prata dos arrolados da congregação foram cem talentos e mil e setecentos e setenta e cinco siclos, conforme o siclo do santuário: 26. Um beca para cada cabeça, isto é, meio siclo, conforme o siclo do santuário, de qualquer que passava aos arrolados, da idade de vinte anos e acima, que foram seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta. 27. E houve cem talentos de prata para fundir as bases do santuário e as bases do véu; para cem bases eram cem talentos: um talento para cada base. 28. Mas dos mil e setecentos e setenta e cinco siclos fez os colchetes das colunas, e cobriu as suas cabeças, e as cingiu de molduras. 29. E o cobre da oferta foi setenta talentos e dois mil e quatrocentos siclos. 30. E dele fez as bases da porta da tenda da congregação, e o altar de cobre, e o crivo de cobre para ele, e todos os utensílios do altar, 31. e as bases do pátio ao redor, e as bases da porta do pátio, e todas as estacas do tabernáculo, e todas as estacas do pátio ao redor. Êxodo 39 1. Fizeram também as vestes do ministério, para ministrar no santuário, de pano azul, e de púrpura, e de carmesim; também fizeram as vestes santas para Arão, como o SENHOR ordenara a Moisés. 2. Assim, fez o éfode de ouro, de pano azul, e de púrpura, e de carmesim e de linho fino torcido. 3. E estenderam as lâminas de ouro e as cortaram em fios, para entretecer entre o pano azul, e entre a púrpura, e entre o carmesim, e entre o linho fino da obra mais esmerada. 4. Fizeram nele ombreiras que se ajuntassem; às suas duas pontas se ajuntavam. 5. E o cinto de artifício do éfode, que estava sobre ele, era conforme a sua obra, da mesma peça, de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, como o SENHOR ordenara a Moisés. 6. Também prepararam as pedras sardônicas, engastadas em ouro, lavradas com gravuras de selo, com os nomes dos filhos de Israel. 7. E as pôs sobre as ombreiras do éfode por pedras de memória para os filhos de Israel, como o SENHOR ordenara a Moisés. 8. Fez também o peitoral de obra de artífice, como a obra do éfode, de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido. 9. Quadrado era; dobrado fizeram o peitoral; o seu comprimento era de um palmo, e a sua largura, de um palmo dobrado. 10. E engastaram nele quatro ordens de pedras: uma ordem de um sárdio, um topázio e um carbúnculo; esta é a primeira ordem. 11. E a segunda ordem, de uma esmeralda, uma safira e um diamante; 12. e a terceira ordem, de um jacinto, uma ágata e uma ametista; 13. e a quarta ordem, de uma turquesa, uma sardônica e um jaspe; e todas eram engastadas nos seus engastes de ouro. 14. Estas pedras, pois, eram, segundo os nomes dos filhos de Israel, doze, segundo os seus nomes; de gravura de selo, cada uma com o seu nome, segundo as doze tribos. 15. Também fizeram para o peitoral cadeiazinhas de igual medida, obra de trança e de ouro puro. 16. E fizeram dois engastes de ouro e duas argolas de ouro; e puseram as duas argolas nas duas extremidades do peitoral. 17. E puseram as duas cadeiazinhas de trança de ouro nas duas argolas, nas duas extremidades do peitoral. 18. E as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de trança, puseram nos dois engastes; e as puseram sobre as ombreiras do éfode, defronte dele. 19. Fizeram também duas argolas de ouro, que puseram nas outras duas extremidades do peitoral, na sua borda que estava junto ao éfode por dentro. 20. Fizeram mais duas argolas de ouro, que puseram nas duas ombreiras do éfode, debaixo, defronte dele, defronte da sua juntura, sobre o cinto de artifício do éfode. 21. E ligaram o peitoral com as suas argolas às argolas do éfode com um cordão azul, para que estivesse sobre o cinto de artifício do éfode, e o peitoral não se apartasse do éfode, como o SENHOR ordenara a Moisés. 22. E fez o manto do éfode de obra tecida, todo de pano azul. 23. E o colar do manto estava no meio dele, como colar de cota de malha; este colar tinha uma borda em volta, para que se não rompesse. 24. E nas bordas do manto fizeram romãs de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, a fio torcido. 25. Fizeram também as campainhas de ouro puro, pondo as campainhas no meio das romãs nas bordas da capa, em roda, entre as romãs: 26. Uma campainha e uma romã, outra campainha e outra romã, nas bordas do manto à roda, para ministrar, como o SENHOR ordenara a Moisés. 27. Fizeram também as túnicas de linho fino, de obra tecida, para Arão e para seus filhos, 28. e a mitra de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino, e os calções de linho fino torcido, 29. e o cinto de linho fino torcido, e de fio azul, e de púrpura, e de carmesim, de obra de bordador, como o SENHOR ordenara a Moisés. 30. Fizeram também a folha da coroa de santidade de ouro puro, e nela escreveram o escrito como de gravura de selo: SANTIDADE AO SENHOR. 31. E ataram-na com um cordão de azul, para a atar à mitra em cima, como o SENHOR ordenara a Moisés. 32. Assim, se acabou toda a obra do tabernáculo da tenda da congregação; e os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés; assim o fizeram. 33. Depois, trouxeram a Moisés o tabernáculo, e a tenda, e todos os seus móveis; e os seus colchetes, e as suas tábuas, e os seus varais, e as suas colunas, e as suas bases; 34. e a coberta de peles de carneiro tintas de vermelho, e a coberta de peles de texugos, e o véu da coberta; 35. a arca do Testemunho, e os seus varais, e o propiciatório; 36. a mesa com todos os seus utensílios e os pães da proposição; 37. o castiçal puro com suas lâmpadas, as lâmpadas da ordenança, e todos os seus utensílios, e o azeite para a luminária; 38. também o altar de ouro, e o azeite da unção, e o incenso aromático, e a coberta da porta da tenda; 39. o altar de cobre, e o seu crivo de cobre, e os seus varais, e todos os seus utensílios, e a pia, e a sua base; 40. as cortinas do pátio, e as suas colunas, e as suas bases, e a coberta da porta do pátio, e as suas cordas, e os seus pregos, e todos os utensílios do serviço do tabernáculo, para a tenda da congregação; 41. as vestes do ministério para ministrar no santuário; as vestes santas de Arão, o sacerdote, e as vestes dos seus filhos, para administrarem o sacerdócio. 42. Conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel toda a obra. 43. Viu, pois, Moisés toda a obra, e eis que a tinham feito; como o SENHOR ordenara, assim a fizeram; então, Moisés os abençoou. Êxodo 40 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. No primeiro mês, no primeiro dia do mês, levantarás o tabernáculo da tenda da congregação, 3. e porás nele a arca do Testemunho, e cobrirás a arca com o véu. 4. Depois, meterás nele a mesa e porás em ordem o que se deve pôr em ordem nela; também meterás nele o castiçal e acenderás as suas lâmpadas. 5. E porás o altar de ouro para o incenso diante da arca do Testemunho; então, pendurarás a coberta da porta do tabernáculo. 6. Porás também o altar do holocausto diante da porta do tabernáculo da tenda da congregação. 7. E porás a pia entre a tenda da congregação e o altar e nela porás água. 8. Depois, porás o pátio ao redor e pendurarás a coberta à porta do pátio. 9. Então, tomarás o azeite da unção e ungirás o tabernáculo e tudo o que há nele; e o santificarás com todos os seus móveis, e será santo. 10. Ungirás também o altar do holocausto e a todos os seus utensílios e santificarás o altar; e o altar será uma coisa santíssima. 11. Então, ungirás a pia e a sua base e a santificarás. 12. Farás também chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água. 13. E vestirás a Arão as vestes santas, e o ungirás, e o santificarás, para que me administre o sacerdócio. 14. Também farás chegar seus filhos, e lhes vestirás as túnicas, 15. e os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio; e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo nas suas gerações. 16. E fê-lo Moisés; conforme tudo o que o SENHOR lhe ordenou, assim o fez. 17. E aconteceu no mês primeiro, no ano segundo, ao primeiro do mês, que o tabernáculo foi levantado; 18. porque Moisés levantou o tabernáculo, e pôs as suas bases, e armou as suas tábuas, e meteu nele os seus varais, e levantou as suas colunas; 19. e estendeu a tenda sobre o tabernáculo, e pôs a coberta da tenda sobre ela, em cima, como o SENHOR ordenara a Moisés. 20. E tomou o Testemunho, e pô-lo na arca, e meteu os varais à arca; e pôs o propiciatório sobre a arca, em cima. 21. E levou a arca ao tabernáculo, e pendurou o véu da cobertura, e cobriu a arca do Testemunho, como o SENHOR ordenara a Moisés. 22. Pôs também a mesa na tenda da congregação, ao lado do tabernáculo para o norte, fora do véu. 23. E sobre ela pôs em ordem o pão perante o SENHOR, como o SENHOR ordenara a Moisés. 24. Pôs também na tenda da congregação o castiçal defronte da mesa, ao lado do tabernáculo para o sul, 25. e acendeu as lâmpadas perante o SENHOR, como o SENHOR ordenara a Moisés. 26. E pôs o altar de ouro na tenda da congregação, diante do véu. 27. E acendeu sobre ele o incenso de especiarias aromáticas, como o SENHOR ordenara a Moisés. 28. Pendurou também a coberta da porta do tabernáculo, 29. e pôs o altar do holocausto à porta do tabernáculo da tenda da congregação, e ofereceu sobre ele holocausto e oferta de manjares, como o SENHOR ordenara a Moisés. 30. Pôs também a pia entre a tenda da congregação e o altar e derramou água nela, para lavar. 31. E Moisés, e Arão, e seus filhos, lavaram nela as mãos e os pés. 32. Quando entravam na tenda da congregação e quando chegavam ao altar, lavavam-se, como o SENHOR ordenara a Moisés. 33. Levantou também o pátio ao redor do tabernáculo e do altar e pendurou a coberta da porta do pátio. Assim, Moisés acabou a obra. 34. Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo, 35. de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo. 36. Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. 37. Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava; 38. porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas. Levítico 1. E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de vacas e de ovelhas. 3. Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem mancha; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR. 4. E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação. 5. Depois, degolará o bezerro perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue e espargirão o sangue à roda sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação. 6. Então, esfolará o holocausto e o partirá nos seus pedaços. 7. E os filhos de Arão, os sacerdotes, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo. 8. Também os filhos de Arão, os sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho, sobre a lenha que está no fogo em cima do altar. 9. Porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isto queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR. 10. E, se a sua oferta for de gado miúdo, de ovelhas ou de cabras, para holocausto, oferecerá macho sem mancha, 11. e a degolará ao lado do altar, para a banda do norte, perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o seu sangue à roda sobre o altar. 12. Depois, a partirá nos seus pedaços, como também a sua cabeça e o seu redenho; e o sacerdote os porá em ordem sobre a lenha que está no fogo sobre o altar. 13. Porém a fressura e as pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isto oferecerá e o queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR. 14. E, se a sua oferta ao SENHOR for holocausto de aves, oferecerá a sua oferta de rolas ou de pombinhos. 15. E o sacerdote a oferecerá sobre o altar, e lhe torcerá o pescoço com a sua unha, e a queimará sobre o altar; e o seu sangue será espremido na parede do altar; 16. e o seu papo com as suas penas tirará e o lançará junto ao altar, para a banda do oriente, no lugar da cinza; 17. e fendê-la-á com as suas asas, porém não a partirá; e o sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que está no fogo; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR. Levítico 2 1. E, quando alguma pessoa oferecer oferta de manjares ao SENHOR, a sua oferta será de flor de farinha; nela, deitará azeite e porá o incenso sobre ela. 2. E a trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará dela um punhado da flor de farinha e do seu azeite com todo o seu incenso; e o sacerdote queimará este memorial sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave ao SENHOR. 3. E o que sobejar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; coisa santíssima é, de ofertas queimadas ao SENHOR. 4. E, quando ofereceres oferta de manjares, cozida no forno, será de bolos asmos de flor de farinha, amassados com azeite, e coscorões asmos untados com azeite. 5. E, se a tua oferta for oferta de manjares, cozida na caçoula, será da flor de farinha sem fermento, amassada com azeite. 6. Em pedaços a partirás e sobre ela deitarás azeite; é oferta de manjares. 7. E, se a tua oferta for oferta de manjares da sertã, far-se-á da flor de farinha com azeite. 8. Então, trarás a oferta de manjares, que se fará daquilo, ao SENHOR; e se apresentará ao sacerdote, o qual a levará ao altar. 9. E o sacerdote tomará daquela oferta de manjares o seu memorial e a queimará sobre o altar; oferta queimada é, de cheiro suave ao SENHOR. 10. E o que sobejar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; coisa santíssima é, de ofertas queimadas ao SENHOR. 11. Nenhuma oferta de manjares, que oferecerdes ao SENHOR, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum oferecereis oferta queimada ao SENHOR. 12. Deles, oferecereis ao SENHOR por oferta das primícias; porém sobre o altar não subirão por cheiro suave. 13. E toda a oferta dos teus manjares salgarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de manjares o sal do concerto do teu Deus; em toda a tua oferta oferecerás sal. 14. E, se ofereceres ao SENHOR oferta de manjares das primícias, oferecerás a oferta de manjares das tuas primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo, isto é, do grão trilhado de espigas verdes cheias. 15. E sobre ela deitarás azeite e porás sobre ela incenso; oferta é de manjares. 16. Assim, o sacerdote queimará o seu memorial do seu grão trilhado e do seu azeite, com todo o seu incenso; oferta queimada é ao SENHOR. Levítico 3 1. E, se a sua oferta for sacrifício pacífico, se a oferecer de gado macho ou fêmea, a oferecerá sem mancha diante do SENHOR. 2. E porá a sua mão sobre a cabeça da sua oferta e a degolará diante da porta da tenda da congregação; e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o altar, em roda. 3. Depois, oferecerá do sacrifício pacífico a oferta queimada ao SENHOR: a gordura que cobre a fressura e toda a gordura que está sobre a fressura. 4. Então, ambos os rins, e a gordura que está sobre eles e sobre as tripas, e o redenho que está sobre o fígado com os rins tirará. 5. E os filhos de Arão queimarão isso sobre o altar, em cima do holocausto, que estará sobre a lenha que está no fogo; oferta queimada é, de cheiro suave ao SENHOR. 6. E, se a sua oferta for de gado miúdo por sacrifício pacífico ao SENHOR, seja macho ou fêmea, sem mancha a oferecerá. 7. Se oferecer um cordeiro por sua oferta, oferecê-lo-á perante o SENHOR. 8. E porá a sua mão sobre a cabeça da sua oferta e a degolará diante da tenda da congregação; e os filhos de Arão espargirão o seu sangue sobre o altar, em redor. 9. Então, do sacrifício pacífico oferecerá ao SENHOR por oferta queimada a sua gordura, a cauda toda, a qual tirará do espinhaço, e a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que está sobre a fressura, 10. como também tirará ambos os rins, e a gordura que está sobre eles e sobre as tripas, e o redenho que está sobre o fígado com os rins. 11. E o sacerdote queimará isso sobre o altar; manjar é da oferta queimada ao SENHOR. 12. Mas, se a sua oferta for uma cabra, perante o SENHOR a oferecerá. 13. E porá a sua mão sobre a sua cabeça e a degolará diante da tenda da congregação; e os filhos de Arão espargirão o seu sangue sobre o altar em redor. 14. Depois, oferecerá dela a sua oferta, por oferta queimada ao SENHOR: a gordura que cobre a fressura e toda a gordura que está sobre a fressura, 15. como também tirará ambos os rins, e a gordura que está sobre eles e sobre as tripas, e o redenho que está sobre o fígado com os rins. 16. E o sacerdote queimará isso sobre o altar; manjar é da oferta queimada, de cheiro suave. Toda a gordura será do SENHOR. 17. Estatuto perpétuo será nas vossas gerações, em todas as vossas habitações: nenhuma gordura, nem sangue algum comereis. Levítico 4 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando uma alma pecar por erro contra alguns dos mandamentos do SENHOR, acerca do que se não deve fazer, e fazer contra algum deles; 3. se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado, que pecou, um novilho sem mancha, ao SENHOR, por expiação do pecado. 4. E trará o novilho à porta da tenda da congregação, perante o SENHOR, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e degolará o novilho perante o SENHOR. 5. Então, o sacerdote ungido tomará do sangue do novilho e o trará à tenda da congregação; 6. e o sacerdote molhará o seu dedo no sangue e daquele sangue espargirá sete vezes perante o SENHOR, diante do véu do santuário. 7. Também porá o sacerdote daquele sangue sobre as pontas do altar do incenso aromático, perante o SENHOR, altar que está na tenda da congregação; e todo o resto do sangue do novilho derramará à base do altar do holocausto, que está à porta da tenda da congregação. 8. E toda a gordura do novilho da expiação tirará dele: a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que está sobre a fressura, 9. e os dois rins, e a gordura que está sobre eles, que está sobre as tripas, e o redenho de sobre o fígado, com os rins, tirará, 10. como se tira do boi do sacrifício pacífico; e o sacerdote a queimará sobre o altar do holocausto. 11. Mas o couro do novilho, e toda a sua carne, com a sua cabeça e as suas pernas, e as suas entranhas, e o seu esterco, 12. isto é, todo aquele novilho, levará fora do arraial a um lugar limpo, onde se lança a cinza, e o queimará com fogo sobre a lenha; onde se lança a cinza se queimará. 13. Mas, se toda a congregação de Israel errar, e o negócio for oculto aos olhos da congregação, e se fizerem, contra algum dos mandamentos do SENHOR, aquilo que se não deve fazer, e forem culpados, 14. e o pecado em que pecarem for notório, então, a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado, e o trará diante da tenda da congregação. 15. E os anciãos da congregação porão as suas mãos sobre a cabeça do novilho perante o SENHOR; e degolar-se-á o novilho perante o SENHOR. 16. Então, o sacerdote ungido trará do sangue do novilho à tenda da congregação. 17. E o sacerdote molhará o seu dedo naquele sangue e o espargirá sete vezes perante o SENHOR, diante do véu. 18. E daquele sangue porá sobre as pontas do altar, que está perante a face do SENHOR, na tenda da congregação; e todo o resto do sangue derramará à base do altar do holocausto, que está diante da porta da tenda da congregação. 19. E tirará dele toda a sua gordura e queimá-la-á sobre o altar; 20. e fará a este novilho como fez ao novilho da expiação; assim lhe fará, e o sacerdote por eles fará propiciação, e lhes será perdoado o pecado. 21. Depois, levará o novilho fora do arraial e o queimará como queimou o primeiro novilho; é expiação do pecado da congregação. 22. Quando um príncipe pecar, e por erro fizer contra algum de todos os mandamentos do SENHOR, seu Deus, aquilo que se não deve fazer, e assim for culpado; 23. ou se o seu pecado, no qual pecou, lhe for notificado, então, trará por sua oferta um bode tirado de entre as cabras, macho sem mancha. 24. E porá a sua mão sobre a cabeça do bode e o degolará no lugar onde se degola o holocausto, perante a face do SENHOR; expiação do pecado é. 25. Depois, o sacerdote com o seu dedo tomará do sangue da expiação e o porá sobre as pontas do altar do holocausto; então, o resto do seu sangue derramará à base do altar do holocausto. 26. Também queimará sobre o altar toda a sua gordura como a gordura do sacrifício pacífico; assim, o sacerdote por ele fará expiação do seu pecado, e este lhe será perdoado. 27. E, se qualquer outra pessoa do povo da terra pecar por erro, fazendo contra algum dos mandamentos do SENHOR aquilo que se não deve fazer e assim for culpada; 28. ou se o seu pecado, no qual pecou, lhe for notificado, então, trará por sua oferta uma cabra fêmea sem mancha, pelo seu pecado que pecou. 29. E porá a sua mão sobre a cabeça da oferta pela expiação do pecado e a degolará no lugar do holocausto. 30. Depois, o sacerdote com o seu dedo tomará do seu sangue e o porá sobre as pontas do altar do holocausto; e todo o resto do seu sangue derramará à base do altar. 31. E tirará toda a gordura, como se tira a gordura do sacrifício pacífico; e o sacerdote a queimará sobre o altar por cheiro suave ao SENHOR; e o sacerdote fará propiciação por ela, e lhe será perdoado o pecado. 32. Mas, se pela sua oferta trouxer uma cordeira para expiação do pecado, sem mancha a trará. 33. E porá a sua mão sobre a cabeça da oferta pela expiação do pecado e a degolará por expiação do pecado, no lugar onde se degola o holocausto. 34. Depois, o sacerdote com o seu dedo tomará do sangue da expiação do pecado e o porá sobre as pontas do altar do holocausto; então, todo o resto do seu sangue derramará na base do altar. 35. E tirará toda a sua gordura, como se tira a gordura do cordeiro do sacrifício pacífico; e o sacerdote a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do SENHOR; assim, o sacerdote por ela fará expiação dos seus pecados, que pecou, e lhe será perdoado o pecado. Levítico 5 1. E, quando alguma pessoa pecar, ouvindo uma voz de blasfêmia, de que for testemunha, seja que o viu ou que o soube, se o não denunciar, então, levará a sua iniqüidade; 2. ou quando alguma pessoa tocar em alguma coisa imunda, seja corpo morto de besta-fera imunda, seja corpo morto de animal imundo, seja corpo morto de réptil imundo, ainda que lhe fosse oculto, contudo, será ele imundo e culpado; 3. ou quando tocar a imundícia dum homem, seja qual for a sua imundícia, com que se faça imundo, e lhe for oculto, e o souber depois, será culpado; 4. ou quando alguma pessoa jurar, pronunciando temerariamente com os seus lábios, para fazer mal ou para fazer bem, em tudo o que o homem pronuncia temerariamente com juramento, e lhe for oculto, e o souber depois, culpado será numa destas coisas. 5. Será, pois, que, culpado sendo numa destas coisas, confessará aquilo em que pecou. 6. E a sua expiação trará ao SENHOR, pelo seu pecado que pecou: uma fêmea de gado miúdo, uma cordeira ou uma cabrinha pelo pecado; assim, o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado. 7. Mas, se a sua mão não alcançar o que bastar para gado miúdo, então, trará, em expiação da culpa que cometeu, ao SENHOR, duas rolas ou dois pombinhos; um para expiação do pecado, e o outro para holocausto. 8. E os trará ao sacerdote, o qual primeiro oferecerá aquele que é para expiação do pecado; e, com a sua unha, lhe fenderá a cabeça junto ao pescoço, mas não o partirá. 9. E do sangue da expiação do pecado espargirá sobre a parede do altar, porém o que sobejar daquele sangue espremer-se-á à base do altar; expiação do pecado é. 10. E do outro fará holocausto conforme o costume; assim, o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado que pecou, e lhe será perdoado. 11. Porém, se a sua mão não alcançar duas rolas ou dois pombinhos, então, aquele que pecou trará pela sua oferta a décima parte de um efa de flor de farinha, para expiação do pecado; não deitará sobre ela azeite, nem lhe porá em cima o incenso, porquanto é expiação do pecado. 12. E a trará ao sacerdote, e o sacerdote dela tomará o seu punho cheio por seu memorial e a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do SENHOR; expiação de pecado é. 13. Assim, o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado, que pecou em alguma destas coisas, e lhe será perdoado; e o resto será do sacerdote, como a oferta de manjares. 14. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 15. Quando alguma pessoa cometer uma transgressão e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então, trará ao SENHOR, por expiação, um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa. 16. Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda de mais acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado. 17. E, se alguma pessoa pecar e fizer contra algum de todos os mandamentos do SENHOR o que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo, será ela culpada e levará a sua iniqüidade. 18. E trará ao sacerdote um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação, para expiação da culpa, e o sacerdote por ela fará expiação do seu erro em que errou sem saber; e lhe será perdoado. 19. Expiação de culpa é; certamente se fez culpada ao SENHOR. Levítico 6 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Quando alguma pessoa pecar, e transgredir contra o SENHOR, e negar ao seu próximo o que se lhe deu em guarda, ou o que depôs na sua mão, ou o roubo, ou o que retém violentamente ao seu próximo; 3. ou que achou o perdido, e o negar com falso juramento, ou fizer alguma outra coisa de todas em que o homem costuma pecar, 4. será, pois, que, porquanto pecou e ficou culpada, restituirá o roubo que roubou, ou o retido que retém violentamente, ou o depósito que lhe foi dado em guarda, ou o perdido que achou, 5. ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e o restituirá no seu cabedal e ainda sobre isso acrescentará o quinto; àquele de quem é o dará no dia de sua expiação. 6. E a sua expiação trará ao SENHOR um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação, para a expiação da culpa; trará ao sacerdote. 7. E o sacerdote fará expiação por ela diante do SENHOR, e será perdoada de qualquer de todas as coisas que fez, sendo culpada nelas. 8. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 9. Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o holocausto será queimado sobre o altar toda a noite até pela manhã, e o fogo do altar arderá nele. 10. E o sacerdote vestirá a sua veste de linho, e vestirá as calças de linho sobre a sua carne, e levantará a cinza, quando o fogo houver consumido o holocausto sobre o altar, e a porá junto ao altar. 11. Depois, despirá as suas vestes, e vestirá outras vestes, e levará a cinza fora do arraial para um lugar limpo. 12. O fogo, pois, sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. 13. O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará. 14. E esta é a lei da oferta de manjares: um dos filhos de Arão a oferecerá perante o SENHOR, diante do altar. 15. E tomará o seu punho cheio da flor de farinha da oferta e do seu azeite e todo o incenso que estiver sobre a oferta de manjares; então, o queimará sobre o altar; cheiro suave é isso, por ser memorial ao SENHOR. 16. E o restante dela comerão, Arão e seus filhos; asmo se comerá no lugar santo; no pátio da tenda da congregação o comerão. 17. Levedado não se cozerá; sua porção é que lhes dei das minhas ofertas queimadas; coisa santíssima é, como a expiação do pecado e como a expiação da culpa. 18. Todo varão entre os filhos de Arão comerá da oferta de manjares; estatuto perpétuo será para as vossas gerações dentre as ofertas queimadas do SENHOR; tudo o que tocar nelas será santo. 19. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 20. Esta é a oferta de Arão e de seus filhos, que oferecerão ao SENHOR no dia em que aquele for ungido: a décima parte de um efa de flor de farinha pela oferta de manjares contínua; a metade dela pela manhã e a outra metade dela à tarde. 21. Numa caçoula se fará com azeite; cozida a trarás; e os pedaços cozidos da oferta oferecerás em cheiro suave ao SENHOR. 22. Também o sacerdote, que de entre seus filhos for ungido em seu lugar, fará o mesmo; por estatuto perpétuo seja; toda será queimada ao SENHOR. 23. Assim, toda a oferta do sacerdote totalmente será queimada; não se comerá. 24. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 25. Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei da expiação do pecado: no lugar onde se degola o holocausto, se degolará a oferta pela expiação do pecado, perante o SENHOR; coisa santíssima é. 26. O sacerdote que a oferecer pelo pecado a comerá; no lugar santo se comerá, no pátio da tenda da congregação. 27. Tudo o que tocar a sua carne será santo; se espargir alguém do seu sangue sobre a sua veste, lavarás aquilo sobre que caiu, no lugar santo. 28. E o vaso de barro em que for cozida será quebrado; porém, se for cozida num vaso de cobre, esfregar-se-á e lavar-se-á na água. 29. Todo varão entre os sacerdotes a comerá; coisa santíssima é. 30. Porém nenhuma oferta pela expiação de pecado, cujo sangue se traz à tenda da congregação, para expiar no santuário, se comerá; no fogo será queimada. Levítico 7 1. E esta é a lei da expiação da culpa; coisa santíssima é. 2. No lugar onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o altar em redor. 3. E dela se oferecerá toda a sua gordura, a cauda e a gordura que cobre a fressura; 4. também ambos os rins e a gordura que neles há, que está sobre as tripas; e o redenho sobre o fígado, com os rins, se tirará. 5. E o sacerdote o queimará sobre o altar em oferta queimada ao SENHOR; expiação da culpa é. 6. Todo varão entre os sacerdotes a comerá; no lugar santo se comerá; coisa santíssima é. 7. Como a oferta pela expiação do pecado, assim será a oferta pela expiação da culpa; uma mesma lei haverá para elas: será do sacerdote que houver feito propiciação com ela. 8. Também o sacerdote que oferecer o holocausto de alguém, o mesmo sacerdote, terá o couro do holocausto que oferecer. 9. Como também toda oferta que se cozer no forno, com tudo que se preparar na sertã e na caçoula, será do sacerdote que a oferece. 10. Também toda oferta amassada com azeite ou seca será de todos os filhos de Arão, assim de um como de outro. 11. E esta é a lei do sacrifício pacífico que se oferecerá ao SENHOR. 12. Se o oferecer por oferta de louvores, com o sacrifício de louvores, oferecerá bolos asmos amassados com azeite e coscorões asmos amassados com azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, de flor de farinha. 13. Com os bolos oferecerá pão levedado como sua oferta, com o sacrifício de louvores da sua oferta pacífica. 14. E de toda oferta oferecerá um deles por oferta alçada ao SENHOR, que será do sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica. 15. Mas a carne do sacrifício de louvores da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã. 16. E, se o sacrifício da sua oferta for voto ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte. 17. E o que ainda ficar da carne do sacrifício ao terceiro dia será queimado no fogo. 18. Porque, se da carne do seu sacrifício pacífico se comer ao terceiro dia, aquele que a ofereceu não será aceito, nem lhe será imputado; coisa abominável será, e a pessoa que comer dela levará a sua iniqüidade. 19. E a carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá; com fogo será queimada; mas da outra carne qualquer que estiver limpo comerá dela. 20. Porém, se alguma pessoa comer a carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, tendo ela sobre si a sua imundícia, aquela pessoa será extirpada dos seus povos. 21. E, se uma pessoa tocar alguma coisa imunda, como imundícia de homem, ou gado imundo, ou qualquer abominação imunda, e comer da carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, aquela pessoa será extirpada dos seus povos. 22. Depois, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 23. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis. 24. Porém pode usar-se da gordura do corpo morto e da gordura do dilacerado, para toda obra, mas de nenhuma maneira a comereis; 25. porque qualquer que comer a gordura do animal, do qual se oferecer ao SENHOR oferta queimada, a pessoa que a comer será extirpada dos seus povos. 26. E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves quer de gado. 27. Toda pessoa que comer algum sangue, aquela pessoa será extirpada dos seus povos. 28. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 29. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quem oferecer ao SENHOR o seu sacrifício pacífico trará a sua oferta ao SENHOR; do seu sacrifício pacífico 30. as suas próprias mãos trarão as ofertas queimadas do SENHOR; a gordura do peito com o peito trará para movê-lo por oferta movida perante o SENHOR. 31. E o sacerdote queimará a gordura sobre o altar, porém o peito será de Arão e de seus filhos. 32. Também a espádua direita dareis ao sacerdote por oferta alçada dos vossos sacrifícios pacíficos. 33. Aquele dos filhos de Arão que oferecer o sangue do sacrifício pacífico e a gordura, esse terá a espádua direita por sua porção; 34. porque o peito movido e a espádua alçada tomei dos filhos de Israel, dos seus sacrifícios pacíficos, e os dei a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, por estatuto perpétuo dos filhos de Israel. 35. Esta é a porção de Arão e a porção de seus filhos, das ofertas queimadas do SENHOR, no dia em que os apresentou para administrar o sacerdócio ao SENHOR, 36. o que o SENHOR ordenou que se lhes desse dentre os filhos de Israel no dia em que os ungiu; estatuto perpétuo é pelas suas gerações. 37. Esta é a lei do holocausto, e da oferta de manjares, e da expiação do pecado, e da expiação da culpa, e da oferta das consagrações, e do sacrifício pacífico, 38. que o SENHOR ordenou a Moisés no monte Sinai, no dia em que ordenou aos filhos de Israel que oferecessem as suas ofertas ao SENHOR, no deserto do Sinai. Levítico 8 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Toma a Arão, e a seus filhos com ele, e as vestes, e o azeite da unção, como também o novilho da expiação do pecado, e os dois carneiros, e o cesto dos pães asmos 3. e ajunta toda a congregação à porta da tenda da congregação. 4. Fez, pois, Moisés como o SENHOR lhe ordenara, e a congregação ajuntou-se à porta da tenda da congregação. 5. Então, disse Moisés à congregação: Isto é o que o SENHOR ordenou que se fizesse. 6. E Moisés fez chegar a Arão e a seus filhos, e os lavou com água, 7. e lhe vestiu a túnica, e cingiu-o com o cinto, e pôs sobre ele o manto; também pôs sobre ele o éfode, e cingiu-o com o cinto lavrado do éfode, e o apertou com ele. 8. Depois, pôs-lhe o peitoral, pondo no peitoral o Urim e o Tumim; 9. e pôs a mitra sobre a sua cabeça e na mitra, diante do seu rosto, pôs a lâmina de ouro, a coroa da santidade, como o SENHOR ordenara a Moisés. 10. Então, Moisés tomou o azeite da unção, e ungiu o tabernáculo e tudo o que havia nele, e o santificou; 11. e dele espargiu sete vezes sobre o altar e ungiu o altar e todos os seus vasos, como também a pia e a sua base, para santificá-los. 12. Depois, derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para santificá-lo. 13. Também Moisés fez chegar os filhos de Arão, e vestiu-lhes as túnicas, e cingiu-os com o cinto, e apertou-lhes as tiaras, como o SENHOR ordenara a Moisés. 14. Então, fez chegar o novilho da expiação do pecado; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do novilho da expiação do pecado; 15. e o degolou; e Moisés tomou o sangue, e pôs dele com o seu dedo sobre as pontas do altar em redor, e expiou o altar; depois, derramou o resto do sangue à base do altar e o santificou, para fazer expiação por ele. 16. Depois, tomou toda a gordura que está na fressura, e o redenho do fígado, e os dois rins, e sua gordura; e Moisés os queimou sobre o altar. 17. Mas o novilho com o seu couro, e a sua carne, e o seu esterco queimou com fogo fora do arraial, como o SENHOR ordenara a Moisés. 18. Depois, fez chegar o carneiro do holocausto; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro; 19. e o degolou; e Moisés espargiu o sangue sobre o altar, em redor. 20. Partiu também o carneiro nos seus pedaços; e Moisés queimou a cabeça, e os pedaços, e a gordura. 21. Porém a fressura e as pernas lavou com água; e Moisés queimou todo o carneiro sobre o altar; holocausto de cheiro suave, uma oferta queimada era ao SENHOR, como o SENHOR ordenara a Moisés. 22. Depois, fez chegar o outro carneiro, o carneiro da consagração; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro; 23. e o degolou; e Moisés tomou do seu sangue e o pôs sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre o polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito. 24. Também fez chegar os filhos de Arão; e Moisés pôs daquele sangue sobre a ponta da orelha direita deles, e sobre o polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito; e Moisés espargiu o resto do sangue sobre o altar, em redor. 25. E tomou a gordura, e a cauda, e toda a gordura que está na fressura, e o redenho do fígado, e ambos os rins, e a sua gordura e a espádua direita. 26. Também do cesto dos pães asmos, que estava diante do SENHOR, tomou um bolo asmo, e um bolo de pão azeitado, e um coscorão e os pôs sobre a gordura e sobre a espádua direita. 27. E tudo isso pôs nas mãos de Arão e nas mãos de seus filhos e os moveu por oferta de movimento perante o SENHOR. 28. Depois, Moisés tomou-os das suas mãos e os queimou no altar sobre o holocausto; estas foram uma oferta da consagração, por cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR. 29. E tomou Moisés o peito e moveu-o por oferta de movimento perante o SENHOR; aquela foi a porção de Moisés, do carneiro da consagração, como o SENHOR ordenara a Moisés. 30. Tomou Moisés também do azeite da unção e do sangue que estava sobre o altar e o espargiu sobre Arão, e sobre as suas vestes, e sobre os seus filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; e santificou a Arão, e as suas vestes, e seus filhos, e as vestes de seus filhos com ele. 31. E Moisés disse a Arão e a seus filhos: Cozei a carne diante da porta da tenda da congregação e ali a comei com o pão que está no cesto da consagração, como tenho ordenado, dizendo: Arão e seus filhos a comerão. 32. Mas o que sobejar da carne e do pão queimareis com fogo. 33. Também da porta da tenda da congregação não saireis por sete dias, até ao dia em que se cumprirem os dias da vossa consagração; porquanto por sete dias o Senhor vos consagrará. 34. Como se fez neste dia, assim o SENHOR ordenou se fizesse, para fazer expiação por vós. 35. Ficareis, pois, à porta da tenda da congregação dia e noite, por sete dias, e fareis a guarda do SENHOR, para que não morrais; porque assim me foi ordenado. 36. E Arão e seus filhos fizeram todas as coisas que o SENHOR ordenara pela mão de Moisés. Levítico 9 1. E aconteceu, ao dia oitavo, que Moisés chamou a Arão, e a seus filhos, e aos anciãos de Israel 2. e disse a Arão: Toma um bezerro, para expiação do pecado, e um carneiro, para holocausto, sem mancha, e traze- os perante o SENHOR. 3. Depois, falarás aos filhos de Israel, dizendo: Tomai um bode, para expiação do pecado, e um bezerro e um cordeiro de um ano, sem mancha, para holocausto; 4. também um boi e um carneiro, por sacrifício pacífico, para sacrificar perante o SENHOR, e oferta de manjares, amassada com azeite; porquanto hoje o SENHOR vos aparecerá. 5. Então, trouxeram o que ordenara Moisés, diante da tenda da congregação, e chegou-se toda a congregação e se pôs perante o SENHOR. 6. E disse Moisés: Esta coisa que o SENHOR ordenou fareis; e a glória do SENHOR vos aparecerá. 7. E disse Moisés a Arão: Chega-te ao altar e faze a tua expiação de pecado e o teu holocausto; e faze expiação por ti e pelo povo; depois, faze a oferta do povo e faze expiação por ele, como ordenou o SENHOR. 8. Então, Arão se chegou ao altar e degolou o bezerro da expiação que era por si mesmo. 9. E os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue; e molhou o dedo no sangue e o pôs sobre as pontas do altar; e o resto do sangue derramou à base do altar. 10. Mas a gordura, e os rins, e o redenho do fígado de expiação do pecado queimou sobre o altar, como o SENHOR ordenara a Moisés. 11. Porém a carne e o couro queimou com fogo fora do arraial. 12. Depois, degolou o holocausto, e os filhos de Arão lhe entregaram o sangue, e ele espargiu-o sobre o altar em redor. 13. Também lhe entregaram o holocausto nos seus pedaços, com a cabeça; e queimou-o sobre o altar. 14. E lavou a fressura e as pernas e as queimou sobre o holocausto no altar. 15. Depois, fez chegar a oferta do povo, e tomou o bode da expiação do pecado, que era pelo povo, e o degolou, e o preparou por expiação do pecado, como o primeiro. 16. Fez também chegar o holocausto e o preparou segundo o rito. 17. E fez chegar a oferta de manjares, e a sua mão encheu dela, e a queimou sobre o altar, além do holocausto da manhã. 18. Depois, degolou o boi e o carneiro em sacrifício pacífico, que era pelo povo; e os filhos de Arão entregaram-lhe o sangue, que espargiu sobre o altar, em redor, 19. como também a gordura do boi e do carneiro, e a cauda, e o que cobre a fressura, e os rins, e o redenho do fígado. 20. E puseram a gordura sobre o peito, e ele queimou a gordura sobre o altar; 21. mas o peito e a espádua direita Arão moveu por oferta de movimento perante o SENHOR, como Moisés tinha ordenado. 22. Depois, Arão levantou as mãos ao povo e o abençoou; e desceu, havendo feito a expiação do pecado, e o holocausto, e a oferta pacífica. 23. Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo. 24. Porque o fogo saiu de diante do SENHOR e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilou e caiu sobre as suas faces. Levítico 10 1. E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. 2. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. 3. E disse Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se. 4. E Moisés chamou a Misael e a Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e disse-lhes: Chegai, tirai vossos irmãos de diante do santuário, para fora do arraial. 5. Então, chegaram e levaram-nos nas suas túnicas para fora do arraial, como Moisés tinha dito. 6. E Moisés disse a Arão e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não descobrireis as vossas cabeças, nem rasgareis vossas vestes, para que não morrais, nem venha grande indignação sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem este incêndio que o SENHOR acendeu. 7. Nem saireis da porta da tenda da congregação, para que não morrais; porque está sobre vós o azeite da unção do SENHOR. E fizeram conforme a palavra de Moisés. 8. E falou o SENHOR a Arão, dizendo: 9. Vinho ou bebida forte tu e teus filhos contigo não bebereis, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações, 10. para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, 11. e para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o SENHOR lhes tem falado pela mão de Moisés. 12. E disse Moisés a Arão, e a Eleazar, e a Itamar, seus filhos que lhe ficaram: Tomai a oferta de manjares, restante das ofertas queimadas ao SENHOR, e comei-a sem levedura junto ao altar, porquanto uma coisa santíssima é. 13. Portanto, o comereis no lugar santo; porque isto é a tua porção e a porção de teus filhos, das ofertas queimadas ao SENHOR; porque assim me foi ordenado. 14. Também o peito da oferta do movimento e a espádua da oferta alçada comereis em lugar limpo, tu, e teus filhos, e tuas filhas contigo; porque foram dados por tua porção e por porção de teus filhos, dos sacrifícios pacíficos dos filhos de Israel. 15. A espádua da oferta alçada e o peito da oferta do movimento trarão com as ofertas queimadas de gordura, para mover por oferta de movimento perante o SENHOR; o que será por estatuto perpétuo, para ti e para teus filhos contigo, como o SENHOR tem ordenado. 16. E Moisés diligentemente buscou o bode da expiação, e eis que já era queimado; portanto, indignou-se grandemente contra Eleazar e contra Itamar, os filhos que de Arão ficaram, dizendo: 17. Por que não comestes a oferta pela expiação do pecado no lugar santo? Pois uma coisa santíssima é e o SENHOR a deu a vós, para que levásseis a iniqüidade da congregação, para fazer expiação por eles diante do SENHOR. 18. Eis que não se trouxe o seu sangue para dentro do santuário; certamente havíeis de comê-la no santuário, como eu tinha ordenado. 19. Então, disse Arão a Moisés: Eis que hoje meus filhos ofereceram a sua oferta pela expiação de pecado e o seu holocausto perante o SENHOR, e tais coisas me sucederam; se eu hoje tivesse comido a oferta pela expiação do pecado, seria, pois, aceito aos olhos do SENHOR? 20. E Moisés, ouvindo isto, Arão foi aceito aos seus olhos. Levítico 11 1. E falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo-lhes: 2. Falai aos filhos de Israel, dizendo: Estes são os animais que comereis de todos os animais que há sobre a terra: 3. tudo o que tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, e remói, entre os animais, aquilo comereis. 4. Destes, porém, não comereis: dos que remoem ou dos que têm unhas fendidas: o camelo, que remói, mas não tem unhas fendidas; este vos será imundo; 5. o coelho, porque remói, mas não tem as unhas fendidas; este vos será imundo; 6. a lebre, porque remói, mas não tem as unhas fendidas; esta vos será imunda. 7. Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, mas não remói; este vos será imundo; 8. da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver. Estes vos serão imundos. 9. Isto comereis de tudo o que há nas águas: tudo o que tem barbatanas e escamas nas águas, nos mares e nos rios; aquilo comereis. 10. Mas tudo o que não tem barbatanas nem escamas, nos mares e nos rios, todo réptil das águas e toda alma vivente que há nas águas, estes serão para vós abominação. 11. Ser-vos-ão, pois, por abominação; da sua carne não comereis e abominareis o seu cadáver. 12. Tudo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação. 13. E, das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango, 14. e o milhano, e o abutre segundo a sua espécie, 15. todo corvo segundo a sua espécie, 16. e o avestruz, e o mocho, e o cuco, e o gavião segundo a sua espécie, 17. e o bufo, e o corvo-marinho, e a coruja, 18. e a gralha, e o cisne, e o pelicano, 19. e a cegonha, e a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego. 20. Todo réptil que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós uma abominação. 21. Mas isto comereis de todo o réptil que voa, que anda sobre quatro pés: o que tiver pernas sobre os seus pés, para saltar com elas sobre a terra. 22. Deles comereis estes: a locusta segundo a sua espécie, e o gafanhoto devorador segundo a sua espécie, e o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a sua espécie. 23. E todo réptil que voa, que tem quatro pés, será para vós uma abominação. 24. E por estes sereis imundos: qualquer que tocar o seu cadáver imundo será até à tarde. 25. Qualquer que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes e será imundo até à tarde. 26. Todo animal que tem unhas fendidas, mas a fenda não se divide em duas e que não remói vos será por imundo; qualquer que tocar neles será imundo. 27. E tudo o que anda sobre as suas patas, isto é, todo animal que anda a quatro pés, vos será por imundo; qualquer que tocar no seu cadáver será imundo até à tarde. 28. E o que levar o seu cadáver lavará as suas vestes e será imundo até à tarde; eles vos serão por imundos. 29. Estes também vos serão por imundos entre os répteis que se arrastam sobre a terra: a doninha, e o rato, e o cágado segundo a sua espécie, 30. e o ouriço cacheiro, e o lagarto, e a lagartixa, e a lesma, e a toupeira. 31. Estes vos serão por imundos entre todo o réptil; qualquer que os tocar, estando eles mortos, será imundo até à tarde. 32. E tudo aquilo sobre o que deles cair alguma coisa, estando eles mortos, será imundo; seja vaso de madeira, ou veste, ou pele, ou saco, ou qualquer instrumento com que se faz alguma obra, será metido na água e será imundo até à tarde; depois, será limpo. 33. E todo vaso de barro, em que cair alguma coisa deles, tudo o que houver nele será imundo; e o vaso quebrareis. 34. Todo manjar que se come, sobre o que vier tal água, será imundo; e toda bebida que se bebe, em todo vaso, será imunda. 35. E aquilo sobre o que cair alguma coisa de seu corpo morto será imundo: o forno e o vaso de barro serão quebrados; imundos são; portanto, vos serão por imundos. 36. Porém a fonte ou cisterna, em que se recolhem águas, será limpa, mas quem tocar no seu cadáver será imundo. 37. E, se do seu cadáver cair alguma coisa sobre alguma semente de semear, esta será limpa; 38. mas, se for deitada água sobre a semente, e, se do cadáver cair alguma coisa sobre ela, vos será por imunda. 39. E, se morrer algum dos animais, que vos servem de mantimento, quem tocar no seu cadáver será imundo até à tarde; 40. quem comer do seu cadáver lavará as suas vestes e será imundo até à tarde; e quem levar o seu corpo morto lavará as suas vestes e será imundo até à tarde. 41. Também todo réptil que se arrasta sobre a terra será abominação; não se comerá. 42. Tudo o que anda sobre o ventre, e tudo o que anda sobre quatro pés, ou que tem mais pés, entre todo o réptil que se arrasta sobre a terra, não comereis, porquanto são uma abominação. 43. Não façais a vossa alma abominável por nenhum réptil que se arrasta, nem neles vos contamineis, para não serdes imundos por eles. 44. Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não contaminareis a vossa alma por nenhum réptil que se arrasta sobre a terra. 45. Porque eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo. 46. Esta é a lei dos animais, e das aves, e de toda alma vivente que se move nas águas, e de toda alma que se arrasta sobre a terra, 47. para fazer diferença entre o imundo e o limpo, e entre os animais que se podem comer e os animais que não se podem comer. Levítico 12 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e tiver um varão, será imunda sete dias; assim como nos dias da separação da sua enfermidade, será imunda. 3. E, no dia oitavo, se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio. 4. Depois, ficará ela trinta e três dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa santa tocará e não virá ao santuário até que se cumpram os dias da sua purificação. 5. Mas, se tiver uma fêmea, será imunda duas semanas, como na sua separação; depois, ficará sessenta e seis dias no sangue da sua purificação. 6. E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação por filho ou por filha, trará um cordeiro de um ano por holocausto e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado, diante da porta da tenda da congregação, ao sacerdote; 7. o qual o oferecerá perante o SENHOR e por ela fará propiciação; e será limpa do fluxo do seu sangue; esta é a lei da que der à luz varão ou fêmea. 8. Mas, se a sua mão não alcançar assaz para um cordeiro, então, tomará duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto e outro para a expiação do pecado; assim, o sacerdote por ela fará propiciação, e será limpa. Levítico 13 1. Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 2. O homem, quando na pele da sua carne houver inchação, ou pústula, ou empola branca, que estiver na pele de sua carne como praga de lepra, então, será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes. 3. E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pêlo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, praga da lepra é; o sacerdote, vendo-o, o declarará imundo. 4. Mas, se a empola na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda do que a pele, e o pêlo não se tornou branco, então, o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias. 5. E, ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga, ao seu parecer, parou, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o encerrará por outros sete dias. 6. E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o declarará limpo: apostema é; e lavará as suas vestes e será limpo. 7. Mas, se o apostema na pele se estende grandemente, depois que foi mostrado ao sacerdote para a sua purificação, outra vez será mostrado ao sacerdote. 8. E o sacerdote o examinará, e eis que, se o apostema na pele se tem estendido, o sacerdote o declarará imundo: lepra é. 9. Quando, no homem, houver praga de lepra, será levado ao sacerdote. 10. E o sacerdote o examinará, e eis que, se há inchação branca na pele, a qual tornou o pêlo branco, e houver alguma vivificação da carne viva na inchação, 11. lepra envelhecida é na pele da sua carne; portanto, o sacerdote o declarará imundo; não o encerrará, porque imundo é. 12. E, se a lepra florescer de todo na pele e a lepra cobrir toda a pele do que tem a praga, desde a sua cabeça até aos seus pés, quanto podem ver os olhos do sacerdote, 13. então, o sacerdote o examinará, e eis que, se a lepra tem coberto toda a sua carne, então, declarará limpo o que tem a mancha: todo se tornou branco; limpo está. 14. Mas, no dia em que aparecer nela carne viva, será imundo. 15. Vendo, pois, o sacerdote a carne viva, declará-lo-á imundo; a carne é imunda: lepra é. 16. Ou, tornando a carne viva e mudando-se em branca, então, virá ao sacerdote, 17. e o sacerdote o examinará, e eis que, se a praga se tornou branca, então, o sacerdote declarará limpo o que tem a mancha; limpo está. 18. Se também a carne em cuja pele houver alguma úlcera se sarar, 19. e, em lugar do apostema, vier inchação branca ou empola branca, tirando a vermelho, mostrar-se-á, então, ao sacerdote. 20. E o sacerdote examinará, e eis que, se ela parece mais funda do que a pele, e o seu pêlo se tornou branco, o sacerdote o declarará imundo: praga de lepra é; pelo apostema brotou. 21. E o sacerdote, vendo-a, e eis que nela não aparece pêlo branco, nem está mais funda do que a pele, mas encolhida, então, o sacerdote o encerrará por sete dias. 22. Se, depois, grandemente se estender na pele, o sacerdote o declarará imundo: praga é. 23. Mas, se a empola parar no seu lugar, não se estendendo, inflamação do apostema é; o sacerdote, pois, o declarará limpo. 24. Ou, quando na pele da carne houver queimadura de fogo, e no que é sarado da queimadura houver empola branca, tirando a vermelho ou branco, 25. e o sacerdote, vendo-a, e eis que o pêlo na empola se tornou branco, e ela parece mais funda do que a pele, lepra é, que floresceu pela queimadura; portanto, o sacerdote o declarará imundo: praga de lepra é. 26. Mas, se o sacerdote, vendo-a, e eis que, na empola não aparecer pêlo branco, nem estiver mais funda do que a pele, mas recolhida, o sacerdote o encerrará por sete dias. 27. Depois, o sacerdote o examinará ao sétimo dia; se grandemente se houver estendido na pele, o sacerdote o declarará imundo: praga de lepra é. 28. Mas, se a empola parar no seu lugar e na pele não se estender, mas se recolher, inchação da queimadura é; portanto, o sacerdote o declarará limpo, porque sinal é da queimadura. 29. E, quando homem ou mulher tiverem chaga na cabeça ou na barba, 30. e o sacerdote, examinando a chaga, e eis que, se ela parece mais funda do que a pele, e pêlo amarelo, fino nela há, o sacerdote o declarará imundo: tinha é; lepra da cabeça ou da barba é. 31. Mas, se o sacerdote, havendo examinado a praga da tinha, e eis que, se ela não parece mais funda do que a pele, e se nela não houver pêlo preto, então, o sacerdote encerrará o que tem a praga da tinha por sete dias. 32. E o sacerdote examinará a praga ao sétimo dia, e eis que, se a tinha não for estendida, e nela não houver pêlo amarelo, nem a tinha parecer mais funda do que a pele, 33. então, se rapará; mas não rapará a tinha; e o sacerdote, segunda vez, encerrará o que tem a tinha por sete dias. 34. Depois, o sacerdote examinará a tinha ao sétimo dia; e eis que, se a tinha não se houver estendido na pele e ela não parecer mais funda do que a pele, o sacerdote o declarará limpo; e lavará as suas vestes e será limpo. 35. Mas, se a tinha, depois da sua purificação, se houver estendido grandemente na pele, 36. então, o sacerdote o examinará, e eis que, se a tinha se tem estendido na pele, o sacerdote não buscará pêlo amarelo; imundo está. 37. Mas, se a tinha, a seu ver, parou, e pêlo preto nela cresceu, a tinha está sã; limpo está; portanto, o sacerdote o declarará limpo. 38. E, quando homem ou mulher tiverem empolas brancas na pele da sua carne, 39. então, o sacerdote olhará, e eis que, se na pele da sua carne aparecem empolas recolhidas, brancas, bostela branca é, que floresceu na pele; limpo está. 40. E, quando se pelar a cabeça do homem, calvo é; limpo está. 41. E, se lhe pelar a frente da cabeça, meio-calvo é; limpo está. 42. Porém, se na calva ou na meia-calva houver praga branca avermelhada, lepra é, florescendo na sua calva ou na sua meia-calva. 43. Havendo, pois, o sacerdote examinado, e eis que, se a inchação da praga na sua calva ou meia-calva está branca, tirando a vermelho, como parece a lepra na pele da carne, 44. leproso é aquele homem; imundo está; o sacerdote o declarará totalmente imundo; na sua cabeça tem a sua praga. 45. Também as vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgados, e a sua cabeça será descoberta; e cobrirá o lábio superior e clamará: Imundo, imundo. 46. Todos os dias em que a praga estiver nele, será imundo; imundo está, habitará só; a sua habitação será fora do arraial. 47. Quando também em alguma veste houver praga de lepra, ou em veste de lã, ou em veste de linho, 48. ou no fio urdido, ou no fio tecido, seja de linho, seja de lã, ou em pele, ou em qualquer obra de peles, 49. e a praga na veste, ou na pele, ou no fio urdido, ou no fio tecido, ou em qualquer coisa de peles aparecer verde ou vermelha, praga de lepra é; pelo que se mostrará ao sacerdote. 50. E o sacerdote examinará a praga e encerrará a coisa que tem a praga por sete dias. 51. Então, examinará a praga ao sétimo dia; se a praga se houver estendido na veste, ou no fio urdido, ou no fio tecido, ou na pele, para qualquer obra que for feita da pele, lepra roedora é; imundo está. 52. Pelo que se queimará aquela veste, ou fio urdido, ou fio tecido de lã, ou de linho, ou de qualquer obra de peles, em que houver a praga, porque lepra roedora é; com fogo se queimará. 53. Mas, se, vendo-a o sacerdote, a praga se não estendeu na veste, ou no fio urdido, ou no tecido, ou em qualquer obra de peles, 54. então, o sacerdote ordenará que se lave aquilo em que havia a praga e o encerrará, segunda vez, por sete dias. 55. E o sacerdote, examinando a praga, depois que for lavada, e eis que, se a praga não mudou a sua aparência, nem a praga se estendeu, imundo está; com fogo o queimarás; praga penetrante é, seja pelado em todo ou em parte. 56. Mas, se o sacerdote vir que a praga se tem recolhido, depois que for lavada, então, a rasgará da veste, ou da pele, ou do fio urdido, ou do tecido. 57. E, se ainda aparecer na veste, ou no fio urdido, ou no tecido, ou em qualquer coisa de peles, lepra brotante é; com fogo queimarás aquilo em que há a praga. 58. Mas a veste, ou fio urdido ou tecido, ou qualquer coisa de peles, que lavares e de que a praga se retirar, se lavará segunda vez e será limpo. 59. Esta é a lei de praga da lepra da veste de lã, ou de linho, ou do fio urdido, ou de tecido, ou de qualquer coisa de peles, para declará-lo limpo ou para declará-lo imundo. Levítico 14 1. Depois, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote; 3. e o sacerdote sairá fora do arraial e o sacerdote, examinando, eis que, se a praga da lepra do leproso for sarada, 4. então, o sacerdote ordenará que, por aquele que se houver de purificar, se tomem duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo. 5. Mandará também o sacerdote que se degole uma ave num vaso de barro sobre águas vivas. 6. E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim, e o hissopo e os molhará com a ave viva no sangue da ave que foi degolada sobre as águas vivas. 7. E sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então, o declarará limpo e soltará a ave viva sobre a face do campo. 8. E aquele que tem de purificar-se lavará as suas vestes, e rapará todo o seu pêlo, e se lavará com água; assim, será limpo; e, depois, entrará no arraial, porém ficará fora da sua tenda por sete dias. 9. E será que, ao sétimo dia, rapará todo o seu pêlo, e a cabeça, e a barba, e as sobrancelhas dos seus olhos; e rapará todo o outro pêlo, e lavará as suas vestes, e lavará a sua carne com água, e será limpo. 10. E, ao dia oitavo, tomará dois cordeiros sem mancha, e uma cordeira sem mancha, de um ano, e três dízimas de flor de farinha para oferta de manjares, amassada com azeite, e um logue de azeite. 11. E o sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que houver de purificar-se com aquelas coisas perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação. 12. E o sacerdote tomará um dos cordeiros e o oferecerá por expiação da culpa e o logue de azeite; e os moverá por oferta movida perante o SENHOR. 13. Então, degolará o cordeiro no lugar em que se degola a oferta pela expiação do pecado e o holocausto, no lugar santo; porque assim a oferta pela expiação da culpa e a oferta pela expiação do pecado são para o sacerdote; coisas santíssimas são. 14. E o sacerdote tomará do sangue da oferta pela expiação da culpa e o sacerdote o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito. 15. Também o sacerdote tomará do logue de azeite e o derramará na palma da sua própria mão esquerda. 16. Então, o sacerdote molhará o seu dedo direito no azeite que está na sua mão esquerda e daquele azeite, com o seu dedo, espargirá sete vezes perante o SENHOR; 17. e o restante do azeite que está na sua mão o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, em cima do sangue da oferta pela expiação da culpa; 18. e o restante do azeite que está na mão do sacerdote, o porá sobre a cabeça daquele que tem de purificar-se; assim, o sacerdote fará expiação por ele perante o SENHOR. 19. Também o sacerdote fará a oferta pela expiação do pecado e fará expiação por aquele que tem de purificar-se da sua imundícia; e depois degolará o holocausto; 20. e o sacerdote oferecerá o holocausto e a oferta de manjares sobre o altar; assim, o sacerdote fará expiação pelo homem, e este será limpo. 21. Porém, se for pobre, e a sua mão não alcançar tanto, tomará um cordeiro para expiação da culpa em oferta de movimento, para fazer expiação por ele, e a dízima de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares, e um logue de azeite, 22. e duas rolas ou dois pombinhos, conforme alcançar a sua mão, dos quais um será para expiação do pecado, e o outro, para holocausto. 23. E, ao oitavo dia da sua purificação, os trará ao sacerdote, à porta da tenda da congregação, perante o SENHOR. 24. E o sacerdote tomará o cordeiro da expiação da culpa e o logue de azeite e o sacerdote os moverá por oferta movida perante o SENHOR. 25. Então, degolará o cordeiro da expiação da culpa, e o sacerdote tomará do sangue da oferta pela expiação da culpa, e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito. 26. Também o sacerdote derramará do azeite na palma da sua própria mão esquerda; 27. depois, o sacerdote, com o seu dedo direito, espargirá do azeite que está na sua mão esquerda, sete vezes perante o SENHOR; 28. e o sacerdote porá do azeite que está na sua mão na ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e no dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito, no lugar do sangue da oferta pela expiação da culpa; 29. e o que sobejar do azeite que está na mão do sacerdote porá sobre a cabeça do que tem de purificar-se, para fazer expiação por ele perante o SENHOR. 30. Depois, oferecerá uma das rolas ou um dos pombinhos, conforme alcançar a sua mão. 31. Do que alcançar a sua mão, será um para expiação do pecado, e o outro, para holocausto com a oferta de manjares; e, assim, o sacerdote fará expiação por aquele que tem de purificar-se perante o SENHOR. 32. Esta é a lei daquele em quem estiver a praga da lepra, cuja mão não pode alcançar o preciso para a sua purificação. 33. Falou mais o SENHOR a Moisés e Arão, dizendo: 34. Quando tiverdes entrado na terra de Canaã, que vos hei de dar por possessão, e eu enviar a praga da lepra a alguma casa da terra da vossa possessão, 35. então, virá aquele de quem for a casa e o fará saber ao sacerdote, dizendo: Parece-me que há como que praga em minha casa. 36. E o sacerdote ordenará que despejem a casa, antes que venha o sacerdote para examinar a praga, para que tudo o que está na casa não seja contaminado; e, depois, virá o sacerdote, para examinar a casa; 37. e, vendo a praga, e eis que, se a praga nas paredes da casa tem covinhas verdes ou vermelhas, e parecem mais fundas do que a parede, 38. então, o sacerdote sairá daquela casa para fora da porta da casa e cerrará a casa por sete dias. 39. Depois, tornará o sacerdote ao sétimo dia e examinará; e, se vir que a praga nas paredes da casa se tem estendido, 40. então, o sacerdote ordenará que arranquem as pedras em que estiver a praga e que as lancem fora da cidade num lugar imundo; 41. e fará raspar a casa por dentro ao redor, e o pó que houverem raspado lançarão fora da cidade num lugar imundo. 42. Depois, tomarão outras pedras e as porão no lugar das primeiras pedras; e outro barro se tomará, e a casa se rebocará. 43. Porém, se a praga tornar e brotar na casa, depois de se arrancarem as pedras, e depois de a casa ser raspada, e depois de ser rebocada, 44. então, o sacerdote entrará, e, examinando, eis que, se a praga na casa se tem estendido, lepra roedora há na casa; imunda está. 45. Portanto, se derribará a casa, as suas pedras e a sua madeira, como também todo o barro da casa; e se levará tudo para fora da cidade, a um lugar imundo. 46. E o que entrar naquela casa, em qualquer dia em que estiver fechada, será imundo até à tarde. 47. Também o que se deitar a dormir em tal casa lavará as suas vestes; e o que comer em tal casa lavará as suas vestes. 48. Porém, tornando o sacerdote a entrar, e, examinando, eis que, se a praga na casa se não tem estendido, depois que a casa foi rebocada, o sacerdote declarará a casa limpa, porque a praga está curada. 49. Depois, tomará para expiar a casa duas aves, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo; 50. e degolará uma ave num vaso de barro sobre águas vivas. 51. Então, tomará pau de cedro, e o hissopo, e o carmesim, e a ave viva, e os molhará na ave degolada e nas águas vivas, e espargirá a casa sete vezes. 52. Assim, expiará aquela casa com o sangue da avezinha, e com as águas vivas, e com a avezinha viva, e com o pau de cedro, e com o hissopo, e com o carmesim. 53. Então, soltará a ave viva para fora da cidade, sobre a face do campo; assim, fará expiação pela casa, e será limpa. 54. Esta é a lei de toda a praga da lepra e da tinha, 55. e da lepra das vestes, e das casas, 56. e da inchação, e do apostema, e das empolas; 57. para ensinar em que dia alguma coisa será imunda e em que dia será limpa. Esta é a lei da lepra. Levítico 15 1. Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 2. Falai aos filhos de Israel e dizei-lhes: Qualquer homem que tiver fluxo de sua carne será imundo por causa do seu fluxo. 3. Esta, pois, será a sua imundícia por causa do seu fluxo: se a sua carne vaza o seu fluxo ou se a sua carne estanca o seu fluxo, esta é a sua imundícia. 4. Toda cama em que se deitar o que tiver fluxo será imunda; e toda coisa sobre o que se assentar será imunda. 5. E qualquer que tocar a sua cama lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. 6. E aquele que se assentar sobre aquilo em que se assentou o que tem o fluxo lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. 7. E aquele que tocar a carne do que tem o fluxo lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. 8. Quando também o que tem o fluxo cuspir sobre um limpo, então, lavará este as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. 9. Também toda sela em que cavalgar o que tem o fluxo será imunda. 10. E qualquer que tocar em alguma coisa que estiver debaixo dele será imundo até à tarde; e aquele que a levar lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. 11. Também todo aquele em quem tocar o que tem o fluxo, sem haver lavado as suas mãos com água, lavará as suas vestes, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. 12. E o vaso de barro em que tocar o que tem o fluxo será quebrado; porém todo vaso de madeira será lavado com água. 13. Quando, pois, o que tem o fluxo estiver limpo do seu fluxo, contar-se-ão sete dias para a sua purificação; e lavará as suas vestes, e banhará a sua carne em águas vivas, e será limpo. 14. E, ao dia oitavo, tomará duas rolas ou dois pombinhos, e virá perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação, e os dará ao sacerdote. 15. E o sacerdote oferecerá um para expiação do pecado e o outro, para holocausto; e, assim, o sacerdote fará por ele expiação do seu fluxo perante o SENHOR. 16. Também o homem, quando sair dele a semente da cópula, toda a sua carne banhará com água e será imundo até à tarde. 17. Também toda veste e toda pele em que houver semente da cópula se lavarão com água e serão imundas até à tarde. 18. E também a mulher com quem homem se deitar com semente da cópula, ambos se banharão com água e serão imundos até à tarde. 19. Mas a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua carne, estará sete dias na sua separação, e qualquer que a tocar será imundo até à tarde. 20. E tudo aquilo sobre o que ela se deitar durante a sua separação será imundo; e tudo sobre o que se assentar será imundo. 21. E qualquer que tocar a sua cama lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde. 22. E qualquer que tocar alguma coisa sobre o que ela se tiver assentado lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde. 23. Se também alguma coisa estiver sobre a cama ou sobre aquilo em que ela se assentou, se alguém a tocar, será imundo até à tarde. 24. E, se, com efeito, qualquer homem se deitar com ela, e a sua imundícia estiver sobre ele, imundo será por sete dias; também toda cama sobre que se deitar será imunda. 25. Também a mulher, quando manar o fluxo do seu sangue, por muitos dias fora do tempo da sua separação ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua separação, todos os dias do fluxo da sua imundícia será imunda, como nos dias da sua separação. 26. Toda cama sobre que se deitar todos os dias do seu fluxo ser-lhe-á como a cama da sua separação; e toda coisa sobre que se assentar será imunda, conforme a imundícia da sua separação. 27. E qualquer que as tocar será imundo; portanto, lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde. 28. Porém, quando for limpa do seu fluxo, então, se contarão sete dias, e depois será limpa. 29. E, ao oitavo dia, tomará duas rolas ou dois pombinhos e os trará ao sacerdote, à porta da tenda da congregação. 30. Então, o sacerdote oferecerá um para expiação do pecado e o outro, para holocausto; e o sacerdote fará por ela expiação do fluxo da sua imundícia, perante o SENHOR. 31. Assim, separareis os filhos de Israel das suas imundícias, para que não morram nas suas imundícias, contaminando o meu tabernáculo, que está no meio deles. 32. Esta é a lei daquele que tem o fluxo e daquele de quem sai a semente da cópula e que fica por ela imundo; 33. como também da mulher enferma na sua separação, e daquele que padece do seu fluxo, seja varão ou fêmea, e do homem que se deita com mulher imunda. Levítico 16 1. E falou o SENHOR a Moisés, depois que morreram os dois filhos de Arão, quando se chegaram diante do SENHOR e morreram. 2. Disse, pois, o SENHOR a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque eu apareço na nuvem sobre o propiciatório. 3. Com isto Arão entrará no santuário: com um novilho para expiação do pecado e um carneiro para holocausto. 4. Vestirá ele a túnica santa de linho, e terá ceroulas de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com um cinto de linho, e se cobrirá com uma mitra de linho: estas são vestes santas; por isso, banhará a sua carne na água e as vestirá. 5. E da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para expiação do pecado e um carneiro para holocausto. 6. Depois, Arão oferecerá o novilho da oferta pela expiação, que será para ele; e fará expiação por si e pela sua casa. 7. Também tomará ambos os bodes e os porá perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação. 8. E Arão lançará sortes sobre os dois bodes: uma sorte pelo SENHOR e a outra sorte pelo bode emissário. 9. Então, Arão fará chegar o bode sobre o qual cair a sorte pelo SENHOR e o oferecerá para expiação do pecado. 10. Mas o bode sobre que cair a sorte para ser bode emissário apresentar-se-á vivo perante o SENHOR, para fazer expiação com ele, para enviá-lo ao deserto como bode emissário. 11. E Arão fará chegar o novilho da oferta pela expiação, que será para ele, e fará expiação por si e pela sua casa; e degolará o novilho da oferta pela expiação, que é para ele. 12. Tomará também o incensário cheio de brasas de fogo do altar, de diante do SENHOR, e os seus punhos cheios de incenso aromático moído e o meterá dentro do véu. 13. E porá o incenso sobre o fogo, perante o SENHOR, e a nuvem do incenso cobrirá o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra. 14. E tomará do sangue do novilho e, com o seu dedo, espargirá sobre a face do propiciatório, para a banda do oriente; e perante o propiciatório espargirá sete vezes do sangue com o seu dedo. 15. Depois, degolará o bode da oferta pela expiação, que será para o povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho, e o espargirá sobre o propiciatório e perante a face do propiciatório. 16. Assim, fará expiação pelo santuário por causa das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e, assim, fará para a tenda da congregação, que mora com eles no meio das suas imundícias. 17. E nenhum homem estará na tenda da congregação, quando ele entrar a fazer propiciação no santuário, até que ele saia; assim, fará expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel. 18. Então, sairá ao altar, que está perante o SENHOR, e fará expiação por ele; e tomará do sangue do novilho e do sangue do bode e o porá sobre as pontas do altar ao redor. 19. E daquele sangue espargirá sobre ele com o seu dedo sete vezes, e o purificará das imundícias dos filhos de Israel, e o santificará. 20. Havendo, pois, acabado de expiar o santuário, e a tenda da congregação, e o altar, então, fará chegar o bode vivo. 21. E Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. 22. Assim, aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária; e o homem enviará o bode ao deserto. 23. Depois, Arão virá à tenda da congregação, e despirá as vestes de linho, que havia vestido quando entrara no santuário, e ali as deixará. 24. E banhará a sua carne em água no lugar santo e vestirá as suas vestes; então, sairá, e preparará o seu holocausto e o holocausto do povo, e fará expiação por si e pelo povo. 25. Também queimará a gordura da oferta pela expiação do pecado sobre o altar. 26. E aquele que tiver levado o bode (que era bode emissário) lavará as suas vestes e banhará a sua carne em água; e, depois, entrará no arraial. 27. Mas o novilho e o bode da oferta pela expiação do pecado, cujo sangue foi trazido para fazer expiação no santuário, serão levados fora do arraial; porém as suas peles, a sua carne, e o seu esterco queimarão com fogo. 28. E aquele que os queimar lavará as suas vestes e banhará a sua carne em água; e, depois, entrará no arraial. 29. E isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. 30. Porque, naquele dia, se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o SENHOR. 31. É um sábado de descanso para vós, e afligireis a vossa alma; isto é estatuto perpétuo. 32. E o sacerdote que for ungido e que for sagrado para administrar o sacerdócio no lugar de seu pai fará a expiação, havendo vestido as vestes de linho, as vestes santas. 33. Assim, expiará o santo santuário; também expiará a tenda da congregação e o altar; semelhantemente fará expiação pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação. 34. E isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação pelos filhos de Israel, de todos os seus pecados, uma vez no ano. E fez Arão como o SENHOR ordenara a Moisés. Levítico 17 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala a Arão, e aos seus filhos, e a todos os filhos de Israel e dize-lhes: Esta é a palavra que o SENHOR ordenou, dizendo: 3. Qualquer homem da casa de Israel que degolar boi, ou cordeiro, ou cabra, no arraial ou quem os degolar fora do arraial, 4. e os não trouxer à porta da tenda da congregação, para oferecer oferta ao SENHOR diante do tabernáculo do SENHOR, a tal homem será imputado o sangue; derramou sangue; pelo que tal homem será extirpado do seu povo; 5. para que os filhos de Israel, trazendo os seus sacrifícios, que sacrificam sobre a face do campo, os tragam ao SENHOR, à porta da tenda da congregação, ao sacerdote, e os ofereçam por sacrifícios pacíficos ao SENHOR. 6. E o sacerdote espargirá o sangue sobre o altar do SENHOR, à porta da tenda da congregação, e queimará a gordura por cheiro suave ao SENHOR. 7. E nunca mais sacrificarão os seus sacrifícios aos demônios, após os quais eles se prostituem: isto ser-lhes-á por estatuto perpétuo nas suas gerações. 8. Dize-lhes, pois: Qualquer homem da casa de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam entre vós que oferecer holocausto ou sacrifício 9. e não o trouxer à porta da tenda da congregação, para oferecê-lo ao SENHOR, o tal homem será extirpado dos seus povos. 10. E qualquer homem da casa de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam entre vós que comer algum sangue, contra aquela alma que comer sangue eu porei a minha face e a extirparei do seu povo. 11. Porque a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação pela alma. 12. Portanto, tenho dito aos filhos de Israel: Nenhuma alma dentre vós comerá sangue, nem o estrangeiro que peregrine entre vós comerá sangue. 13. Também qualquer homem dos filhos de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles que caçar caça de animal ou de ave que se come derramará o seu sangue e o cobrirá com pó. 14. Porquanto é a alma de toda a carne; o seu sangue é pela sua alma; por isso, tenho dito aos filhos de Israel: Não comereis o sangue de nenhuma carne, porque a alma de toda a carne é o seu sangue; qualquer que o comer será extirpado. 15. E toda alma entre os naturais ou entre os estrangeiros que comer corpo morto ou dilacerado lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imunda até à tarde; depois, será limpa. 16. Mas, se os não lavar, nem banhar a sua carne, levará sobre si a sua iniqüidade. Levítico 18 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 3. Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. 4. Fareis conforme os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 5. Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; os quais, fazendo-os o homem, viverá por eles. Eu sou o SENHOR. 6. Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne para descobrir a sua nudez. Eu sou o SENHOR. 7. Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe; ela é tua mãe; não descobrirás a sua nudez. 8. Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai. 9. A nudez de tua irmã, filha de teu pai ou filha de tua mãe, nascida em casa ou fora da casa, a sua nudez não descobrirás. 10. A nudez da filha do teu filho ou da filha da tua filha, a sua nudez não descobrirás, porque é tua nudez. 11. A nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai ( ela é tua irmã), a sua nudez não descobrirás. 12. A nudez da irmã de teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu pai. 13. A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás, pois ela é parenta de tua mãe. 14. A nudez do irmão de teu pai não descobrirás; não te chegarás à sua mulher; ela é tua tia. 15. A nudez de tua nora não descobrirás; ela é mulher de teu filho; não descobrirás a sua nudez. 16. A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez de teu irmão. 17. A nudez de uma mulher e de sua filha não descobrirás; não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua nudez; parentas são: maldade é. 18. E não tomarás uma mulher com sua irmã, para afligi-la, descobrindo a sua nudez com ela na sua vida. 19. E não te chegarás à mulher durante a separação da sua imundícia, para descobrir a sua nudez, 20. nem te deitarás com a mulher de teu próximo para cópula, para te contaminares com ela. 21. E da tua semente não darás para a fazer passar pelo fogo perante Moloque; e não profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o SENHOR. 22. Com varão te não deitarás, como se fosse mulher: abominação é; 23. nem te deitarás com um animal, para te contaminares com ele; nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele: confusão é. 24. Com nenhuma destas coisas vos contamineis, porque em todas estas coisas se contaminaram as gentes que eu lanço fora de diante da vossa face. 25. Pelo que a terra está contaminada; e eu visitarei sobre ela a sua iniqüidade, e a terra vomitará os seus moradores. 26. Porém vós guardareis os meus estatutos e os meus juízos, e nenhuma dessas abominações fareis nem o natural, nem o estrangeiro que peregrina entre vós; 27. porque todas estas abominações fizeram os homens desta terra, que nela estavam antes de vós; e a terra foi contaminada. 28. Para que a terra vos não vomite, havendo-a vós contaminado, como vomitou a gente que nela estava antes de vós. 29. Porém qualquer que fizer alguma dessas abominações, as almas que as fizerem serão extirpadas do seu povo. 30. Portanto, guardareis o meu mandado, não fazendo nenhum dos estatutos abomináveis que se fizeram antes de vós, e não vos contamineis com eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. Levítico 19 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo. 3. Cada um temerá a sua mãe e a seu pai e guardará os meus sábados. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 4. Não vos virareis para os ídolos, nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 5. E, quando sacrificardes sacrifício pacífico ao SENHOR, da vossa própria vontade o sacrificareis. 6. No dia em que o sacrificardes e no dia seguinte, se comerá; mas o que sobejar, ao terceiro dia, será queimado com fogo. 7. E, se alguma coisa dele for comida ao terceiro dia, coisa abominável é: não será aceita. 8. E qualquer que o comer levará a sua iniqüidade, porquanto profanou a santidade do SENHOR; por isso, tal alma será extirpada do seu povo. 9. Quando também segardes a sega da vossa terra, o canto do teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caídas colherás da tua sega. 10. Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 11. Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo; 12. nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR. 13. Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até à manhã. 14. Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas terás temor do teu Deus. Eu sou o SENHOR. 15. Não fareis injustiça no juízo; não aceitarás o pobre, nem respeitarás o grande; com justiça julgarás o teu próximo. 16. Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não te porás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o SENHOR. 17. Não aborrecerás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo e nele não sofrerás pecado. 18. Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR. 19. Guardareis os meus estatutos; não permitirás que se ajuntem misturadamente os teus animais de diferentes espécies; no teu campo, não semearás semente de mistura, e veste de diversos estofos misturados não vestireis. 20. E, quando um homem se deitar com uma mulher que for serva desposada do homem e não for resgatada, nem se lhe houver dado liberdade, então, serão açoitados; não morrerão, pois não foi libertada. 21. E, por oferta de expiação pela sua culpa, trará ao SENHOR, à porta da tenda da congregação, um carneiro. 22. E, com o carneiro da oferta pela expiação da culpa, o sacerdote fará propiciação por ele perante o SENHOR, pelo seu pecado que pecou; e o seu pecado, que pecou, lhe será perdoado. 23. E, quando tiverdes entrado na terra e plantardes toda árvore de comer, ser-vos-á incircunciso o seu fruto; três anos vos será incircunciso; dele não se comerá. 24. Porém, no quarto ano, todo o seu fruto será santo, para dar louvores ao SENHOR. 25. E, no quinto ano, comereis o seu fruto, para que vos faça crescer a sua novidade. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 26. Não comereis coisa alguma com sangue; não agourareis, nem adivinhareis. 27. Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça, nem danificarás a ponta da tua barba. 28. Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR. 29. Não contaminarás a tua filha, fazendo-a prostituir-se; para que a terra não se prostitua, nem se encha de maldade. 30. Guardareis os meus sábados e o meu santuário reverenciareis. Eu sou o SENHOR. 31. Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 32. Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o SENHOR. 33. E, quando o estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não o oprimireis. 34. Como o natural, entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 35. Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida. 36. Balanças justas, pedras justas, efa justo e justo him tereis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito. 37. Pelo que guardareis todos os meus estatutos e todos os meus juízos e os cumprireis. Eu sou o SENHOR. Levítico 20 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer que, dos filhos de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, der da sua semente a Moloque, certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras. 3. E eu porei a minha face contra esse homem e o extirparei do meio do seu povo, porquanto deu da sua semente a Moloque, para contaminar o meu santuário e profanar o meu santo nome. 4. E, se o povo da terra de alguma maneira esconder os olhos daquele homem que houver dado da sua semente a Moloque e o não matar, 5. então, eu porei a minha face contra aquele homem e contra a sua família e o extirparei do meio do seu povo, com todos os que se prostituem após ele, prostituindo-se após Moloque. 6. Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após eles, eu porei a minha face contra aquela alma e a extirparei do meio do seu povo. 7. Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus. 8. E guardai os meus estatutos e cumpri-os. Eu sou o SENHOR que vos santifica. 9. Quando um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá: amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue é sobre ele. 10. Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. 11. E o homem que se deitar com a mulher de seu pai descobriu a nudez de seu pai; ambos, certamente, morrerão; o seu sangue é sobre eles. 12. Semelhantemente, quando um homem se deitar com a sua nora, ambos, certamente, morrerão; fizeram confusão; o seu sangue é sobre eles. 13. Quando também um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles. 14. E, quando um homem tomar uma mulher e a sua mãe, maldade é; a ele e a elas queimarão com fogo, para que não haja maldade no meio de vós. 15. Quando também um homem se deitar com um animal, certamente morrerá; e matareis o animal. 16. Também a mulher que se chegar a algum animal, para ter ajuntamento com ele, aquela mulher matarás com o animal; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles. 17. E, quando um homem tomar a sua irmã, filha de seu pai ou filha de sua mãe, e ele vir a nudez dela, e ela vir a sua, torpeza é; portanto, serão extirpados aos olhos dos filhos do seu povo; descobriu a nudez de sua irmã; levarão sobre si a sua iniqüidade. 18. E, quando um homem se deitar com uma mulher que tem a sua enfermidade e descobrir a sua nudez, descobrindo a sua fonte, e ela descobrir a fonte de seu sangue, ambos serão extirpados do meio do seu povo. 19. Também a nudez da irmã de tua mãe ou da irmã de teu pai não descobrirás; porquanto descobriu a sua parenta, sobre si levarão a sua iniqüidade. 20. Quando também um homem se deitar com a sua tia, descobriu a nudez de seu tio; seu pecado sobre si levarão; sem filhos morrerão. 21. E, quando um homem tomar a mulher de seu irmão, imundícia é; a nudez de seu irmão descobriu; sem filhos ficarão. 22. Guardai, pois, todos os meus estatutos e todos os meus juízos e cumpri-os, para que vos não vomite a terra, para a qual eu vos levo para habitar nela. 23. E não andeis nos estatutos da gente que eu lanço fora de diante da vossa face, porque fizeram todas estas coisas; portanto, fui enfadado deles. 24. E a vós vos tenho dito: Em herança possuireis a sua terra, e eu a darei a vós para possuí-la em herança, terra que mana leite e mel. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos separei dos povos. 25. Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e imundos e entre as aves imundas e as limpas; e a vossa alma não fareis abominável por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra, as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas. 26. E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus. 27. Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho ou for encantador, certamente morrerão; com pedras se apedrejarão; o seu sangue é sobre eles. Levítico 21 1. Depois, disse o SENHOR a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa dum morto entre o seu povo, 2. salvo por seu parente mais chegado: por sua mãe, e por seu pai, e por seu filho, e por sua filha, e por seu irmão, 3. e por sua irmã virgem, chegada a ele, que ainda não teve marido; por ela se contaminará. 4. Não se contaminará por príncipe entre o seu povo, para se profanar. 5. Não farão calva na sua cabeça e não raparão os cantos da sua barba, nem darão golpes na sua carne. 6. Santos serão a seu Deus e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do SENHOR, o pão do seu Deus; portanto, serão santos. 7. Não tomarão mulher prostituta ou infame, nem tomarão mulher repudiada de seu marido, pois o sacerdote santo é a seu Deus. 8. Portanto, o santificarás, porquanto oferece o pão do teu Deus; santo será para ti, pois eu, o SENHOR que vos santifica, sou santo. 9. E, quando a filha de um sacerdote se prostituir, profana a seu pai; com fogo será queimada. 10. E o sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o azeite da unção e que for sagrado para vestir as vestes, não descobrirá a cabeça nem rasgará as suas vestes. 11. E não se chegará a cadáver algum, nem por causa de seu pai, nem por sua mãe, se contaminará; 12. nem sairá do santuário, para que não profane o santuário do seu Deus, pois a coroa do azeite da unção do seu Deus está sobre ele. Eu sou o SENHOR. 13. E ele tomará uma mulher na sua virgindade. 14. Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, estas não tomará, mas virgem dos seus povos tomará por mulher. 15. E não profanará a sua semente entre os seus povos; porque eu sou o SENHOR que os santifico. 16. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 17. Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua semente, nas suas gerações, em quem houver alguma falta, se chegará a oferecer o pão do seu Deus. 18. Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, 19. ou homem que tiver o pé quebrado, ou quebrada a mão, 20. ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado. 21. Nenhum homem da semente de Arão, o sacerdote, em quem houver alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do SENHOR; falta nele há; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus. 22. O pão do seu Deus, das santidades de santidades e das coisas santas, poderá comer. 23. Porém até ao véu não entrará, nem se chegará ao altar, porquanto falta há nele, para que não profane os meus santuários; porque eu sou o SENHOR que os santifico. 24. E Moisés falou isso a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel. Levítico 22 1. Depois, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Dize a Arão e a seus filhos que se apartem das coisas santas dos filhos de Israel, que a mim me santificam, para que não profanem o nome da minha santidade. Eu sou o SENHOR. 3. Dize-lhes: Todo homem, que entre as vossas gerações, de toda a vossa semente, se chegar às coisas santas que os filhos de Israel santificam ao SENHOR, tendo sobre si a sua imundícia, aquela alma será extirpada de diante da minha face. Eu sou o SENHOR. 4. Ninguém da semente de Arão que for leproso ou tiver fluxo comerá das coisas santas, até que seja limpo; como também o que tocar alguma coisa imunda de cadáver ou aquele de que sair a semente da cópula; 5. ou qualquer que tocar a algum réptil, pelo que se fez imundo, ou a algum homem, pelo que se fez imundo, segundo toda a sua imundícia. 6. O homem que o tocar será imundo até à tarde e não comerá das coisas santas, mas banhará a sua carne em água. 7. E, havendo-se o sol já posto, então, será limpo e depois comerá das coisas santas; porque este é o seu pão. 8. O corpo morto e o dilacerado não comerá, para nele se não contaminar. Eu sou o SENHOR. 9. Guardarão, pois, o meu mandamento, para que por isso não levem pecado e morram nele, havendo-o profanado. Eu sou o SENHOR que os santifico. 10. Também nenhum estranho comerá das coisas santas; nem o hóspede do sacerdote, nem o jornaleiro comerão das coisas santas. 11. Mas, quando o sacerdote comprar alguma alma com o seu dinheiro, aquela comerá delas e o nascido na sua casa; estes comerão do seu pão. 12. E, quando a filha do sacerdote se casar com homem estranho, ela não comerá da oferta movida das coisas santas. 13. Mas, quando a filha do sacerdote for viúva ou repudiada, e não tiver semente, e se houver tornado à casa de seu pai, como na sua mocidade, do pão de seu pai comerá; mas nenhum estranho comerá dele. 14. E, quando alguém, por erro, comer a coisa santa, sobre ela acrescentará seu quinto e o dará ao sacerdote com a coisa santa. 15. Assim, não profanarão as coisas santas dos filhos de Israel, que oferecem ao SENHOR, 16. nem os farão levar a iniqüidade da culpa, comendo as suas coisas santas; pois eu sou o SENHOR que os santifico. 17. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 18. Fala a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel e dize-lhes: Qualquer que, da casa de Israel ou dos estrangeiros em Israel, oferecer a sua oferta, quer dos seus votos, quer das suas ofertas voluntárias, que oferecerem ao SENHOR em holocausto, 19. segundo a sua vontade, oferecerá macho sem mancha, das vacas, dos cordeiros ou das cabras. 20. Nenhuma coisa em que haja defeito oferecereis, porque não seria aceita a vosso favor. 21. E, quando alguém oferecer sacrifício pacífico ao SENHOR, separando das vacas ou das ovelhas um voto ou oferta voluntária, sem mancha será, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele. 22. O cego, ou quebrado, ou aleijado, ou verrugoso, ou sarnoso, ou cheio de impigens, este não oferecereis ao SENHOR e deles não poreis oferta queimada ao SENHOR sobre o altar. 23. Porém boi ou gado miúdo, comprido ou curto de membros, poderás oferecer por oferta voluntária, mas por voto não será aceito. 24. O machucado, ou moído, ou despedaçado, ou cortado não oferecereis ao SENHOR; não fareis isto na vossa terra. 25. Também da mão do estrangeiro nenhum manjar oferecereis ao vosso Deus, de todas estas coisas, pois a sua corrupção está nelas; falta nelas há; não serão aceitas a vosso favor. 26. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 27. Quando nascer o boi, ou cordeiro, ou cabra, sete dias estará debaixo de sua mãe; depois, desde o dia oitavo em diante, será aceito por oferta queimada ao SENHOR. 28. Também boi ou gado miúdo, a ele e a seu filho não degolareis num dia. 29. E, quando sacrificardes sacrifício de louvores ao SENHOR, o sacrificareis de vossa vontade. 30. No mesmo dia se comerá; nada deixareis ficar até à manhã. Eu sou o SENHOR. 31. Pelo que guardareis os meus mandamentos e os fareis. Eu sou o SENHOR. 32. E não profanareis o meu santo nome, para que eu seja santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o SENHOR que vos santifico, 33. que vos tirei da terra do Egito, para vos ser por Deus. Eu sou o SENHOR. Levítico 23 1. Depois, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades. 3. Seis dias obra se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhuma obra fareis; sábado do SENHOR é em todas as vossas habitações. 4. Estas são as solenidades do SENHOR, as santas convocações, que convocareis no seu tempo determinado: 5. no mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a Páscoa do SENHOR; 6. e aos quinze dias deste mês é a Festa dos Asmos do SENHOR: sete dias comereis asmos; 7. no primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; 8. mas sete dias oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis. 9. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 10. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e segardes a sua sega, então, trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote; 11. e ele moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; ao seguinte dia do sábado, o moverá o sacerdote. 12. E, no dia em que moverdes o molho, preparareis um cordeiro sem mancha, de um ano, em holocausto ao SENHOR. 13. E sua oferta de manjares serão duas dízimas de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR, e a sua libação de vinho, o quarto de um him. 14. E não comereis pão, nem trigo tostado, nem espigas verdes, até àquele mesmo dia em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; estatuto perpétuo é por vossas gerações, em todas as vossas habitações. 15. Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. 16. Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então, oferecereis nova oferta de manjares ao SENHOR. 17. Das vossas habitações trareis dois pães de movimento; de duas dízimas de farinha serão, levedados se cozerão; primícias são ao SENHOR. 18. Também com o pão oferecereis sete cordeiros sem mancha, de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao SENHOR, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR. 19. Também oferecereis um bode para expiação do pecado e dois cordeiros de um ano por sacrifício pacífico. 20. Então, o sacerdote os moverá com o pão das primícias por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros; santidade serão ao SENHOR para o sacerdote. 21. E, naquele mesmo dia, apregoareis que tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; estatuto perpétuo é em todas as vossas habitações pelas vossas gerações. 22. E, quando segardes a sega da vossa terra, não acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 23. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 24. Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso, memória de jubilação, santa convocação. 25. Nenhuma obra servil fareis, mas oferecereis oferta queimada ao SENHOR. 26. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 27. Mas, aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação; tereis santa convocação, e afligireis a vossa alma, e oferecereis oferta queimada ao SENHOR. 28. E, naquele mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós perante o SENHOR, vosso Deus. 29. Porque toda alma que, naquele mesmo dia, se não afligir será extirpada do seu povo. 30. Também toda alma que, naquele mesmo dia, fizer alguma obra, aquela alma eu destruirei do meio do seu povo. 31. Nenhuma obra fareis; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações. 32. Sábado de descanso vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, à tarde, duma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado. 33. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 34. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao SENHOR, por sete dias. 35. Ao primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis. 36. Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; dia solene é, e nenhuma obra servil fareis. 37. Estas são as solenidades do SENHOR, que apregoareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio; 38. além dos sábados do SENHOR, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR. 39. Porém, aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido a novidade da terra, celebrareis a festa do SENHOR, por sete dias; ao dia primeiro, haverá descanso, e, ao dia oitavo, haverá descanso. 40. E, ao primeiro dia, tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmas, ramos de árvores espessas e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus, por sete dias. 41. E celebrareis esta festa ao SENHOR, por sete dias cada ano; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis. 42. Sete dias habitareis debaixo de tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; 43. para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 44. Assim, pronunciou Moisés as solenidades do SENHOR aos filhos de Israel. Levítico 24 1. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para acender as lâmpadas continuamente. 3. Arão as porá em ordem perante o SENHOR continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do Testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. 4. Sobre o castiçal puro porá em ordem as lâmpadas perante o SENHOR continuamente. 5. Também tomarás da flor de farinha e dela cozerás doze bolos; cada bolo será de duas dízimas. 6. E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa pura, perante o SENHOR. 7. E sobre cada fileira porás incenso puro, que será, para o pão, por oferta memorial; oferta queimada é ao SENHOR. 8. Em cada dia de sábado, isto se porá em ordem perante o SENHOR continuamente, pelos filhos de Israel, por concerto perpétuo. 9. E será de Arão e de seus filhos, os quais o comerão no lugar santo, porque uma coisa santíssima é para eles, das ofertas queimadas ao SENHOR, por estatuto perpétuo. 10. E apareceu um filho de uma mulher israelita, o qual era filho de um egípcio, no meio dos filhos de Israel; e o filho da israelita e um homem israelita porfiaram no arraial. 11. Então, o filho da mulher israelita blasfemou o nome do SENHOR e o amaldiçoou, pelo que o trouxeram a Moisés; e o nome de sua mãe era Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã. 12. E o levaram à prisão, até que se lhes fizesse declaração pela boca do SENHOR. 13. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 14. Tira o que tem blasfemado para fora do arraial; e todos os que o ouviram porão as suas mãos sobre a sua cabeça; então, toda a congregação o apedrejará. 15. E aos filhos de Israel falarás, dizendo: Qualquer que amaldiçoar o seu Deus levará sobre si o seu pecado. 16. E aquele que blasfemar o nome do SENHOR certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome do SENHOR, será morto. 17. E quem matar a alguém certamente morrerá. 18. Mas quem matar um animal o restituirá: vida por vida. 19. Quando também alguém desfigurar o seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito: 20. quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará. 21. Quem, pois, matar um animal restituí-lo-á; mas quem matar um homem será morto. 22. Uma mesma lei tereis: assim será o estrangeiro como o natural; pois eu sou o SENHOR, vosso Deus. 23. E disse Moisés aos filhos de Israel que levassem o que tinha blasfemado para fora do arraial e o apedrejassem com pedras; e fizeram os filhos de Israel como o SENHOR ordenara a Moisés. Levítico 25 1. Falou mais o SENHOR a Moisés no monte Sinai, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra, que eu vos dou, então, a terra guardará um sábado ao SENHOR. 3. Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás a sua novidade. 4. Porém, ao sétimo ano, haverá sábado de descanso para a terra, um sábado ao SENHOR; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha. 5. O que nascer de si mesmo da tua sega não segarás e as uvas da tua vide não tratada não vindimarás; ano de descanso será para a terra. 6. Mas a novidade do sábado da terra vos será por alimento, a ti, e ao teu servo, e à tua serva, e ao teu jornaleiro, e ao estrangeiro que peregrina contigo; 7. e ao teu gado, e aos teus animais que estão na tua terra, toda a sua novidade será por mantimento. 8. Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. 9. Então, no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no Dia da Expiação, fareis passar a trombeta por toda a vossa terra. 10. E santificareis o ano qüinquagésimo e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; Ano de Jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e tornareis, cada um à sua família. 11. O ano qüinquagésimo vos será jubileu; não semeareis, nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem nele vindimareis as uvas das vides não tratadas. 12. Porque jubileu é, santo será para vós; a novidade do campo comereis. 13. Neste Ano de Jubileu, tornareis cada um à sua possessão. 14. E, quando venderdes alguma coisa ao vosso próximo ou a comprardes da mão do vosso próximo, ninguém oprima a seu irmão. 15. Conforme o número dos anos desde o jubileu, comprarás ao teu próximo; e, conforme o número dos anos das novidades, ele venderá a ti. 16. Conforme a multidão dos anos, aumentarás o seu preço; e, conforme a diminuição dos anos, abaixarás o seu preço; porque, conforme o número das novidades, é que ele te vende. 17. Ninguém, pois, oprima ao seu próximo; mas terás temor do teu Deus; porque eu sou o SENHOR, vosso Deus. 18. E fazei os meus estatutos, e guardai os meus juízos, e fazei-os; assim, habitareis seguros na terra. 19. E a terra dará o seu fruto, e comereis a fartar e nela habitareis seguros. 20. E se disserdes: Que comeremos no ano sétimo, visto que não havemos de semear nem colher a nossa novidade? 21. Então, eu mandarei a minha bênção sobre vós no sexto ano, para que dê fruto por três anos. 22. E, no oitavo ano, semeareis e comereis da colheita velha até ao ano nono; até que venha a sua novidade, comereis a velha. 23. Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois estrangeiros e peregrinos comigo. 24. Portanto, em toda a terra da vossa possessão dareis resgate à terra. 25. Quando teu irmão empobrecer e vender alguma porção da sua possessão, então, virá o seu resgatador, seu parente, e resgatará o que vendeu seu irmão. 26. E, se alguém não tiver resgatador, porém a sua mão alcançar e achar o que basta para o seu resgate, 27. então, contará os anos desde a sua venda, e o que ficar restituirá ao homem a quem o vendeu, e tornará à sua possessão. 28. Mas, se a sua mão não alcançar o que basta para restituir-lha, então, a que for vendida ficará na mão do comprador até ao Ano do Jubileu; porém, no Ano do Jubileu, sairá, e ele tornará à sua possessão. 29. E, quando alguém vender uma casa de moradia em cidade murada, então, a pode resgatar até que se cumpra o ano da sua venda; durante um ano inteiro, será lícito o seu resgate. 30. Mas, se, passando-se-lhe um ano inteiro, ainda não for resgatada, então, a casa que estiver na cidade que tem muro, em perpetuidade, ficará ao que a comprou, pelas suas gerações; não sairá no jubileu. 31. Mas as casas das aldeias que não têm muro em roda serão estimadas como o campo da terra; para elas haverá resgate, e sairão no jubileu. 32. Mas, no tocante às cidades dos levitas, às casas das cidades da sua possessão, direito perpétuo de resgate terão os levitas. 33. E, havendo feito resgate um dos levitas, então, a casa comprada e a cidade da sua possessão sairão no jubileu; porque as casas das cidades dos levitas são a sua possessão no meio dos filhos de Israel. 34. Mas o campo do arrabalde das suas cidades não se venderá, porque lhes é possessão perpétua. 35. E, quando teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então, sustentá-lo-ás como estrangeiro e peregrino, para que viva contigo. 36. Não tomarás dele usura nem ganho; mas do teu Deus terás temor, para que teu irmão viva contigo. 37. Não lhe darás teu dinheiro com usura, nem darás o teu manjar por interesse. 38. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos dar a terra de Canaã, para ser vosso Deus. 39. Quando também teu irmão empobrecer, estando ele contigo, e se vender a ti, não o farás servir serviço de escravo. 40. Como jornaleiro, como peregrino estará contigo; até ao Ano do Jubileu te servirá. 41. Então, sairá do teu serviço, ele e seus filhos com ele, e tornará à sua família e à possessão de seus pais tornará. 42. Porque são meus servos, que tirei da terra do Egito; não serão vendidos como se vendem os escravos. 43. Não te assenhorearás dele com rigor, mas do teu Deus terás temor. 44. E, quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das gentes que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas. 45. Também os comprareis dos filhos dos forasteiros que peregrinam entre vós, deles e das suas gerações que estiverem convosco, que tiverem gerado na vossa terra; e vos serão por possessão. 46. E possuí-los-eis por herança para vossos filhos depois de vós, para herdarem a possessão; perpetuamente os fareis servir, mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, cada um sobre o seu irmão, não vos assenhoreareis dele com rigor. 47. E, quando a mão do estrangeiro e peregrino que está contigo alcançar riqueza, e teu irmão, que está com ele, empobrecer e se vender ao estrangeiro ou peregrino que está contigo, ou à raça da linhagem do estrangeiro, 48. depois que se houver vendido, haverá resgate para ele; um de seus irmãos o resgatará: 49. ou seu tio ou o filho de seu tio o resgatará; ou um dos seus parentes, da sua família, o resgatará; ou, se a sua mão alcançar riqueza, se resgatará a si mesmo. 50. E contará com aquele que o comprou, desde o ano que se vendeu a ele até ao Ano do Jubileu; e o dinheiro da sua venda será conforme o número dos anos, conforme os dias de um jornaleiro estará com ele. 51. Se ainda muitos anos faltarem, proporcionalmente a eles restituirá, do dinheiro pelo qual foi vendido, o seu resgate. 52. E, se ainda restarem poucos anos até ao Ano do Jubileu, então, fará contas com ele; segundo os seus anos, restituirá o seu resgate. 53. Como jornaleiro, de ano em ano, estará com ele; não se assenhoreará sobre ele com rigor diante dos teus olhos. 54. E, se desta sorte se não resgatar, sairá no Ano do Jubileu, ele e seus filhos com ele. 55. Porque os filhos de Israel me são servos; meus servos são eles, que tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. Levítico 26 1. Não fareis para vós ídolos, nem vos levantareis imagem de escultura nem estátua, nem poreis figura de pedra na vossa terra, para inclinar-vos a ela; porque eu sou o SENHOR, vosso Deus. 2. Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o SENHOR. 3. Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os fizerdes, 4. então, eu vos darei as vossas chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua novidade, e a árvore do campo dará o seu fruto. 5. E a debulha se vos chegará à vindima, e a vindima se chegará à sementeira; e comereis o vosso pão a fartar e habitareis seguros na vossa terra. 6. Também darei paz na terra; e dormireis seguros, e não haverá quem vos espante; e farei cessar os animais nocivos da terra, e pela vossa terra não passará espada. 7. E perseguireis os vossos inimigos, e cairão à espada diante de vós. 8. Cinco de vós perseguirão um cento, e cem de vós perseguirão dez mil; e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós. 9. E para vós olharei, e vos farei frutificar, e vos multiplicarei, e confirmarei o meu concerto convosco. 10. E comereis o depósito velho, depois de envelhecido; e tirareis fora o velho, por causa do novo. 11. E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará. 12. E andarei no meio de vós e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo. 13. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra dos egípcios, para que não fôsseis seus escravos; e quebrei os timões do vosso jugo e vos fiz andar direitos. 14. Mas, se me não ouvirdes, e não fizerdes todos estes mandamentos, 15. e se rejeitardes os meus estatutos, e a vossa alma se enfadar dos meus juízos, não cumprindo todos os meus mandamentos, para invalidar o meu concerto, 16. então, eu também vos farei isto: porei sobre vós terror, a tísica e a febre ardente, que consumam os olhos e atormentem a alma; e semeareis debalde a vossa semente, e os vossos inimigos a comerão. 17. E porei a minha face contra vós, e sereis feridos diante de vossos inimigos; e os que vos aborrecerem de vós se assenhorearão, e fugireis, sem ninguém vos perseguir. 18. E, se ainda com estas coisas não me ouvirdes, então, eu prosseguirei em castigar-vos sete vezes mais por causa dos vossos pecados. 19. Porque quebrantarei a soberba da vossa força; e farei que os vossos céus sejam como ferro e a vossa terra, como cobre. 20. E debalde se gastará a vossa força; a vossa terra não dará a sua novidade, e as árvores da terra não darão o seu fruto. 21. E, se andardes contrariamente para comigo e não me quiserdes ouvir, trazer-vos-ei praga sete vezes mais, conforme os vossos pecados. 22. Porque enviarei entre vós as feras do campo, as quais vos desfilharão, e desfarão o vosso gado, e vos apoucarão; e os vossos caminhos serão desertos. 23. Se ainda com estas coisas não fordes restaurados por mim, mas ainda andardes contrariamente comigo, 24. eu também convosco andarei contrariamente e eu, mesmo eu, vos ferirei sete vezes mais por causa dos vossos pecados. 25. Porque trarei sobre vós a espada, que executará a vingança do concerto; e ajuntados estareis nas vossas cidades; então, enviarei a peste entre vós, e sereis entregues na mão do inimigo. 26. Quando eu vos quebrantar o sustento do pão, então, dez mulheres cozerão o vosso pão num forno e tornar-vos-ão o vosso pão por peso; e comereis, mas não vos fartareis. 27. E, se com isto me não ouvirdes, mas ainda andardes contrariamente comigo, 28. também eu convosco andarei contrariamente em furor; e vos castigarei sete vezes mais por causa dos vossos pecados. 29. Porque comereis a carne de vossos filhos e a carne de vossas filhas comereis. 30. E destruirei os vossos altos, e desfarei as vossas imagens do sol, e lançarei o vosso cadáver sobre o cadáver dos vossos deuses; a minha alma se enfadará de vós. 31. E porei as vossas cidades por deserto, e assolarei os vossos santuários, e não cheirarei o vosso cheiro suave. 32. E assolarei a terra, e se espantarão disso os vossos inimigos que nela morarem. 33. E vos espalharei entre as nações e desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas. 34. Então, a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; então, a terra descansará e folgará nos seus sábados. 35. Todos os dias da assolação descansará, porque não descansou nos vossos sábados, quando habitáveis nela. 36. E, quanto aos que de vós ficarem, eu meterei tal pavor no seu coração, nas terras dos seus inimigos, que o sonido duma folha movida os perseguirá; e fugirão como quem foge da espada; e cairão sem ninguém os perseguir. 37. E cairão uns sobre os outros como diante da espada, sem ninguém os perseguir; e não podereis parar diante dos vossos inimigos. 38. E perecereis entre as gentes, e a terra dos vossos inimigos vos consumirá. 39. E aqueles que entre vós ficarem se derreterão pela sua iniqüidade nas terras dos vossos inimigos e pela iniqüidade de seus pais com eles se derreterão. 40. Então, confessarão a sua iniqüidade e a iniqüidade de seus pais, com as suas transgressões, com que transgrediram contra mim; como também confessarão que, por terem andado contrariamente para comigo, 41. eu também andei com eles contrariamente e os fiz entrar na terra dos seus inimigos; se, então, o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem por bem o castigo da sua iniqüidade, 42. também eu me lembrarei do meu concerto com Jacó, e também do meu concerto com Isaque, e também do meu concerto com Abraão me lembrarei, e da terra me lembrarei. 43. E a terra será desamparada por eles e folgará nos seus sábados, sendo assolada por causa deles; e tomarão por bem o castigo da sua iniqüidade, em razão mesmo de que rejeitaram os meus juízos e a sua alma se enfastiou dos meus estatutos. 44. E, demais disto também, estando eles na terra dos seus inimigos, não os rejeitarei, nem me enfadarei deles, para consumi-los e invalidar o meu concerto com eles, porque eu sou o SENHOR, seu Deus. 45. Antes, por amor deles, me lembrarei do concerto com os seus antepassados, que tirei da terra do Egito perante os olhos das nações, para lhes ser por Deus. Eu sou o SENHOR. 46. Estes são os estatutos, e os juízos, e as leis que deu o SENHOR entre si e os filhos de Israel, no monte Sinai, pela mão de Moisés. Levítico 27 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando alguém fizer particular voto, segundo a tua avaliação serão as pessoas ao SENHOR. 3. Se for a tua avaliação dum varão, da idade de vinte anos até à idade de sessenta, será a tua avaliação de cinqüenta siclos de prata, segundo o siclo do santuário. 4. Porém, se for fêmea, a tua avaliação será de trinta siclos. 5. E, se for de cinco anos até vinte, a tua avaliação dum varão será de vinte siclos, e a da fêmea, de dez siclos. 6. E, se for de um mês até cinco anos, a tua avaliação dum varão será de cinco siclos de prata, e a tua avaliação da fêmea será de três siclos de prata. 7. E, se for de sessenta anos e acima, do varão a tua avaliação será de quinze siclos, e a da fêmea, de dez siclos. 8. Mas, se for mais pobre do que a tua avaliação, então, apresentar-se-á diante do sacerdote, para que o sacerdote o avalie; conforme o que alcançar a mão do que fez o voto, o avaliará o sacerdote. 9. E, se for animal de que se oferece oferta ao SENHOR, tudo quanto der dele ao SENHOR será santo. 10. Não o mudará, nem o trocará bom por mau ou mau por bom; se, porém, em alguma maneira trocar animal por animal, o tal e o trocado serão ambos santos. 11. E, se for algum animal imundo, dos que se não oferecem em oferta ao SENHOR, então, apresentará o animal diante do sacerdote. 12. E o sacerdote o avaliará, seja bom ou seja mau; segundo a avaliação do sacerdote, assim será. 13. Porém, se em alguma maneira o resgatar, então, acrescentará o seu quinto além da tua avaliação. 14. E, quando algum santificar a sua casa para ser santa ao SENHOR, o sacerdote a avaliará, seja boa, seja má; como o sacerdote a avaliar, assim será. 15. Mas, se o que santificou resgatar a sua casa, então, acrescentará o quinto a mais do dinheiro da tua avaliação, e será sua. 16. Se também alguém santificar ao SENHOR uma parte do campo da sua possessão, então, a tua avaliação será segundo a sua semente: um gômer de semente de cevada será avaliado por cinqüenta siclos de prata. 17. Se santificar o seu campo desde o Ano do Jubileu, conforme a tua avaliação ficará. 18. Mas, se santificar o seu campo depois do Ano do Jubileu, então, o sacerdote lhe contará o dinheiro conforme os anos restantes até ao Ano do Jubileu, e isto se abaterá da tua avaliação. 19. E, se aquele que santificou o campo de alguma maneira o resgatar, então, acrescentará o quinto a mais do dinheiro da tua avaliação, e ficará seu. 20. E, se não resgatar o campo ou se vender o campo a outro homem, nunca mais se resgatará. 21. Porém, havendo o campo saído no Ano do Jubileu, será santo ao SENHOR, como campo consagrado; a possessão dele será do sacerdote. 22. E, se santificar ao SENHOR o campo que comprou, e não for do campo da sua possessão, 23. então, o sacerdote lhe contará a soma da tua avaliação até ao Ano do Jubileu; e, no mesmo dia, dará a tua avaliação por santidade ao SENHOR. 24. No Ano do Jubileu, o campo tornará àquele de quem o comprou, àquele de quem era a possessão do campo. 25. E toda a tua avaliação se fará conforme o siclo do santuário; o siclo será de vinte geras. 26. Mas o primogênito de um animal, por já ser do SENHOR, ninguém o santificará; seja boi ou gado miúdo, do SENHOR é. 27. Mas, se for de um animal imundo, o resgatará, segundo a tua estimação, e sobre ele acrescentará o seu quinto; e, se não se resgatar, vender-se-á segundo a tua estimação. 28. Todavia, nenhuma coisa consagrada que alguém consagrar ao SENHOR de tudo o que tem, de homem, ou de animal, ou do campo da sua possessão, se venderá nem resgatará; toda coisa consagrada será uma coisa santíssima ao SENHOR. 29. Toda coisa consagrada que for consagrada do homem não será resgatada; certamente morrerá. 30. Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do SENHOR; santas são ao SENHOR. 31. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará o seu quinto sobre ela. 32. No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. 33. Não esquadrinhará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se em alguma maneira o trocar, o tal e o trocado serão santos; não serão resgatados. 34. Estes são os mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai. Números 1 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, no deserto do Sinai, na tenda da congregação, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra do Egito, dizendo: 2. Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais, conforme o número dos nomes de todo varão, cabeça por cabeça; 3. da idade de vinte anos para cima, todos os que saem à guerra em Israel, a estes contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão. 4. Estará convosco de cada tribo um homem que seja cabeça da casa de seus pais. 5. Estes, pois, são os nomes dos homens que estarão convosco: De Rúben, Elizur, filho de Sedeur; 6. de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai; 7. de Judá, Naassom, filho de Aminadabe; 8. de Issacar, Natanael, filho de Zuar; 9. de Zebulom, Eliabe, filho de Helom; 10. dos filhos de José: de Efraim, Elisama, filho de Amiúde, e de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur; 11. de Benjamim, Abidã, filho de Gideoni; 12. de Dã, Aiezer, filho de Amisadai; 13. de Aser, Pagiel, filho de Ocrã; 14. de Gade, Eliasafe, filho de Deuel; 15. de Naftali, Aira, filho de Enã. 16. Estes foram os chamados da congregação, os príncipes das tribos de seus pais, os cabeças dos milhares de Israel. 17. Então, tomaram Moisés e Arão a estes homens, que foram declarados pelos seus nomes, 18. e ajuntaram toda a congregação no primeiro dia do segundo mês, e declararam a sua descendência segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, cabeça por cabeça; 19. como o SENHOR ordenara a Moisés, assim os contou no deserto do Sinai. 20. Foram, pois, os filhos de Rúben, o primogênito de Israel, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes, cabeça por cabeça, todo varão de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 21. foram contados deles, da tribo de Rúben, quarenta e seis mil e quinhentos. 22. Dos filhos de Simeão, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, os seus contados, pelo número dos nomes, cabeça por cabeça, todo varão de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 23. foram contados deles, da tribo de Simeão, cinqüenta e nove mil e trezentos. 24. Dos filhos de Gade, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 25. foram contados deles, da tribo de Gade, quarenta e cinco mil e seiscentos e cinqüenta. 26. Dos filhos de Judá, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 27. foram contados deles, da tribo de Judá, setenta e quatro mil e seiscentos. 28. Dos filhos de Issacar, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 29. foram contados deles, da tribo de Issacar, cinqüenta e quatro mil e quatrocentos. 30. Dos filhos de Zebulom, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 31. foram contados deles, da tribo de Zebulom, cinqüenta e sete mil e quatrocentos. 32. Dos filhos de José, dos filhos de Efraim, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 33. foram contados deles, da tribo de Efraim, quarenta mil e quinhentos. 34. Dos filhos de Manassés, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 35. foram contados deles, da tribo de Manassés, trinta e dois mil e duzentos. 36. Dos filhos de Benjamim, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 37. foram contados deles, da tribo de Benjamim, trinta e cinco mil e quatrocentos. 38. Dos filhos de Dã, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 39. foram contados deles, da tribo de Dã, sessenta e dois mil e setecentos. 40. Dos filhos de Aser, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 41. foram contados deles, da tribo de Aser, quarenta e um mil e quinhentos. 42. Dos filhos de Naftali, as suas gerações, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra, 43. foram contados deles, da tribo de Naftali, cinqüenta e três mil e quatrocentos. 44. Estes foram os contados, que contaram Moisés e Arão e os príncipes de Israel, doze homens; cada um era pela casa de seus pais. 45. Assim foram todos os contados dos filhos de Israel, segundo a casa de seus pais, de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra em Israel; 46. todos os contados, pois, foram seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta. 47. Mas os levitas, segundo a tribo de seus pais, não foram contados entre eles, 48. porquanto o SENHOR tinha falado a Moisés, dizendo: 49. Somente não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos de Israel; 50. mas, tu, põe os levitas sobre o tabernáculo do Testemunho, e sobre todos os seus utensílios, e sobre tudo o que lhe pertence; eles levarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; e eles o administrarão e assentarão o seu arraial ao redor do tabernáculo. 51. E, quando o tabernáculo partir, os levitas o desarmarão; e, quando o tabernáculo assentar no arraial, os levitas o armarão; e o estranho que se chegar morrerá. 52. E os filhos de Israel assentarão as suas tendas, cada um no seu esquadrão e cada um junto à sua bandeira, segundo os seus exércitos. 53. Mas os levitas assentarão as suas tendas ao redor do tabernáculo do Testemunho, para que não haja indignação sobre a congregação dos filhos de Israel; pelo que os levitas terão o cuidado da guarda do tabernáculo do Testemunho. 54. Assim fizeram os filhos de Israel; conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim o fizeram. Números 2 1. E falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 2. Os filhos de Israel assentarão as suas tendas, cada um debaixo da sua bandeira, segundo as insígnias da casa de seus pais; ao redor, defronte da tenda da congregação, assentarão as suas tendas. 3. Os que assentarem as suas tendas da banda do oriente, para o nascente, serão os da bandeira do exército de Judá, segundo os seus esquadrões; e Naassom, filho de Aminadabe, será príncipe dos filhos de Judá. 4. E o seu exército e os que foram contados deles foram setenta e quatro mil e seiscentos. 5. E junto a ele assentará as suas tendas a tribo de Issacar; e Natanael, filho de Zuar, será príncipe dos filhos de Issacar. 6. E o seu exército e os que foram contados deles foram cinqüenta e quatro mil e quatrocentos. 7. Depois, a tribo de Zebulom; e Eliabe, filho de Helom, será príncipe dos filhos de Zebulom. 8. E o seu exército e os que foram contados deles foram cinqüenta e sete mil e quatrocentos. 9. Todos os que foram contados no exército de Judá, cento e oitenta e seis mil e quatrocentos, segundo os seus esquadrões, estes marcharão primeiro. 10. A bandeira do exército de Rúben, segundo os seus esquadrões, estará para a banda do sul; e Elizur, filho de Sedeur, será príncipe dos filhos de Rúben. 11. E o seu exército e os que foram contados deles foram quarenta e seis mil e quinhentos. 12. E junto a ele assentará as suas tendas a tribo de Simeão; e Selumiel, filho de Zurisadai, será príncipe dos filhos de Simeão. 13. E o seu exército e os que foram contados deles foram cinqüenta e nove mil e trezentos. 14. Depois, a tribo de Gade; e Eliasafe, filho de Deuel, será príncipe dos filhos de Gade. 15. E o seu exército e os que foram contados deles foram quarenta e cinco mil e seiscentos e cinqüenta. 16. Todos os que foram contados no exército de Rúben foram cento e cinqüenta e um mil e quatrocentos e cinqüenta, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em segundo lugar. 17. Então, partirá a tenda da congregação com o exército dos levitas no meio dos exércitos; como assentaram as suas tendas, assim marcharão, cada um no seu lugar, segundo as suas bandeiras. 18. A bandeira do exército de Efraim, segundo os seus esquadrões estará para a banda do ocidente; e Elisama, filho de Amiúde, será príncipe dos filhos de Efraim. 19. E o seu exército e os que foram contados deles foram quarenta mil e quinhentos. 20. E junto a ele, a tribo de Manassés; e Gamaliel, filho de Pedazur, será príncipe dos filhos de Manassés. 21. E o seu exército e os que foram contados deles foram trinta e dois mil e duzentos. 22. Depois, a tribo de Benjamim; e Abidã, filho de Gideoni, será príncipe dos filhos de Benjamim. 23. E o seu exército e os que foram contados deles foram trinta e cinco mil e quatrocentos. 24. Todos os que foram contados no exército de Efraim foram cento e oito mil e cem, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em terceiro lugar. 25. A bandeira do exército de Dã estará para o norte, segundo os seus esquadrões; e Aiezer, filho de Amisadai, será príncipe dos filhos de Dã. 26. E o seu exército e os que foram contados deles foram sessenta e dois mil e setecentos. 27. E junto a ele assentará as suas tendas a tribo de Aser; e Pagiel, filho de Ocrã, será príncipe dos filhos de Aser. 28. E o seu exército e os que foram contados deles foram quarenta e um mil e quinhentos. 29. Depois, a tribo de Naftali; e Aira, filho de Enã, será príncipe dos filhos de Naftali. 30. E o seu exército e os que foram contados deles foram cinqüenta e três mil e quatrocentos. 31. Todos os que foram contados no exército de Dã foram cento e cinqüenta e sete mil e seiscentos; estes marcharão no último lugar; segundo as suas bandeiras. 32. Estes são os que foram contados dos filhos de Israel, segundo a casa de seus pais; todos os que foram contados dos exércitos pelos seus esquadrões foram seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta. 33. Mas os levitas não foram contados entre os filhos de Israel, como o SENHOR ordenara a Moisés. 34. E os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés; assim, assentaram o arraial segundo as suas bandeiras; e assim marcharam, cada qual segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais. Números 3 1. E estas são as gerações de Arão e de Moisés, no dia em que o SENHOR falou com Moisés no monte Sinai. 2. E estes são os nomes dos filhos de Arão: o primogênito, Nadabe; depois, Abiú, Eleazar e Itamar. 3. Estes são os nomes dos filhos de Arão, dos sacerdotes ungidos, cujas mãos foram sagradas para administrar o sacerdócio. 4. Mas Nadabe e Abiú morreram perante o SENHOR, quando ofereceram fogo estranho perante o SENHOR no deserto do Sinai, e não tiveram filhos; porém Eleazar e Itamar administraram o sacerdócio diante de Arão, seu pai. 5. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 6. Faze chegar a tribo de Levi e põe-na diante de Arão, o sacerdote, para que o sirvam, 7. e tenham cuidado da sua guarda e da guarda de toda a congregação, diante da tenda da congregação, para administrar o ministério do tabernáculo, 8. e tenham cuidado de todos os utensílios da tenda da congregação e da guarda dos filhos de Israel, para administrar o ministério do tabernáculo. 9. Darás, pois, os levitas a Arão e a seus filhos; dentre os filhos de Israel lhes são dados em dádiva. 10. Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que guardem o seu sacerdócio, e o estranho que se chegar morrerá. 11. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 12. E eu, eis que tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de todo o primogênito que abre a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão meus. 13. Porque todo primogênito meu é; desde o dia em que feri a todo o primogênito na terra do Egito, santifiquei para mim todo o primogênito em Israel, desde o homem até ao animal; meus serão; eu sou o SENHOR. 14. E falou o SENHOR a Moisés no deserto do Sinai, dizendo: 15. Conta os filhos de Levi, segundo a casa de seus pais, pelas suas gerações; contarás a todo varão da idade de um mês para cima. 16. E Moisés os contou conforme o mandado do SENHOR, como lhe foi ordenado. 17. Estes, pois, foram os filhos de Levi pelos seus nomes: Gérson, e Coate, e Merari. 18. E estes são os nomes dos filhos de Gérson pelas suas gerações: Libni e Simei. 19. E os filhos de Coate pelas suas gerações: Anrão, e Izar, e Hebrom, e Uziel. 20. E os filhos de Merari pelas suas gerações: Mali e Musi: estas são as gerações dos levitas, segundo a casa de seus pais. 21. De Gérson é a geração dos libnitas e a geração dos simeítas; estas são as gerações dos gersonitas. 22. Os que deles foram contados pelo número de todo varão da idade de um mês para cima, os que deles foram contados foram sete mil e quinhentos. 23. As gerações dos gersonitas assentarão as suas tendas atrás do tabernáculo, ao ocidente. 24. E o príncipe da casa paterna dos gersonitas será Eliasafe, filho de Lael. 25. E a guarda dos filhos de Gérson na tenda da congregação será o tabernáculo, e a tenda, e a sua coberta, e o véu da porta da tenda da congregação, 26. e as cortinas do pátio, e o pavilhão da porta do pátio, que estão junto ao tabernáculo e junto ao altar, em redor; como também as suas cordas para todo o seu serviço. 27. E de Coate é a geração dos anramitas, e a geração dos izaritas, e a geração dos hebronitas, e a geração dos uzielitas; estas são as gerações dos coatitas. 28. Pelo número contado de todo varão da idade de um mês para cima, foram oito mil e seiscentos, que tinham cuidado da guarda do santuário. 29. As gerações dos filhos de Coate assentarão as suas tendas ao lado do tabernáculo, da banda do sul. 30. E o príncipe da casa paterna das gerações dos coatitas será Elisafã, filho de Uziel. 31. E a sua guarda será a arca, e a mesa, e o castiçal, e os altares, e os utensílios do santuário com que ministram, e o véu com todo o seu serviço. 32. E o príncipe dos príncipes de Levi será Eleazar, filho de Arão, o sacerdote; terá a superintendência sobre os que têm cuidado da guarda do santuário. 33. De Merari é a geração dos malitas e a geração dos musitas; estas são as gerações de Merari. 34. E os que deles foram contados pelo número de todo varão de um mês para cima foram seis mil e duzentos. 35. E o príncipe da casa paterna das gerações de Merari será Zuriel, filho de Abiail; assentarão as suas tendas ao lado do tabernáculo, da banda do norte. 36. E o cargo da guarda dos filhos de Merari serão as tábuas do tabernáculo, e os seus varais, e as suas colunas, e as suas bases, e todos os seus utensílios, com todo o seu serviço, 37. e as colunas do pátio em redor, e as suas bases, e as suas estacas e as suas cordas. 38. E os que assentarão as suas tendas diante do tabernáculo, ao oriente, diante da tenda da congregação, para a banda do nascente, serão Moisés e Arão, com seus filhos, tendo o cuidado da guarda do santuário, para guarda dos filhos de Israel; e o estranho que se chegar morrerá. 39. Todos os que foram contados dos levitas, que contou Moisés e Arão, por mandado do SENHOR, segundo as suas gerações, todo varão de um mês para cima foram vinte e dois mil. 40. E disse o SENHOR a Moisés: Conta todo primogênito varão dos filhos de Israel da idade de um mês para cima e toma o número dos seus nomes. 41. E para mim tomarás os levitas (eu sou o SENHOR) em lugar de todo primogênito dos filhos de Israel e os animais dos levitas em lugar de todo primogênito entre os animais dos filhos de Israel. 42. E contou Moisés, como o SENHOR lhe ordenara, todo primogênito entre os filhos de Israel. 43. E todos os primogênitos dos varões, pelo número dos nomes dos da idade de um mês para cima, segundo os que foram contados deles, foram vinte e dois mil e duzentos e setenta e três. 44. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 45. Toma os levitas em lugar de todo primogênito entre os filhos de Israel e os animais dos levitas em lugar dos seus animais; porquanto os levitas serão meus. Eu sou o SENHOR. 46. Quanto aos duzentos e setenta e três, que se houverem de resgatar, que sobrepujam aos levitas dos primogênitos dos filhos de Israel, 47. tomarás para cada cabeça cinco siclos; conforme o siclo do santuário os tomarás, a vinte geras o siclo. 48. E a Arão e a seus filhos darás o dinheiro dos resgatados, dos que sobejam entre eles. 49. Então, Moisés tomou o dinheiro do resgate dos que sobejaram sobre os resgatados pelos levitas. 50. Dos primogênitos dos filhos de Israel tomou o dinheiro, mil e trezentos e sessenta e cinco siclos, segundo o siclo do santuário. 51. E Moisés deu o dinheiro dos resgatados a Arão e a seus filhos, segundo o mandado do SENHOR, como o SENHOR ordenara a Moisés. Números 4 1. E falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 2. Toma a soma dos filhos de Coate, do meio dos filhos de Levi, pelas suas gerações, segundo a casa de seus pais; 3. da idade de trinta anos para cima até aos cinqüenta anos será todo aquele que entrar neste exército, para fazer obra na tenda da congregação. 4. Este será o ministério dos filhos de Coate na tenda da congregação, nas coisas santíssimas. 5. Quando partir o arraial, Arão e seus filhos virão, e tirarão o véu da coberta, e com ele cobrirão a arca do Testemunho; 6. e por-lhe-ão por cima uma coberta de peles de texugos, e sobre ela estenderão um pano, todo azul, e lhe meterão os varais. 7. Também sobre a mesa da proposição estenderão um pano azul; e, sobre ela, porão os pratos, e os seus incensários, e as taças, e as escudelas; também o pão contínuo estará sobre ela. 8. Depois, estenderão, em cima deles, um pano carmesim, e, com a coberta de peles de texugos, o cobrirão, e lhe porão os seus varais. 9. Então, tomarão um pano azul e cobrirão o castiçal da luminária, e as suas lâmpadas, e os seus espevitadores, e os seus apagadores, e todos os seus vasos de azeite com que o servem. 10. E meterão, a ele e a todos os seus utensílios, na coberta de peles de texugos e o porão sobre os varais. 11. E, sobre o altar de ouro, estenderão um pano azul, e com a coberta de peles de texugos o cobrirão, e lhe porão os seus varais. 12. Também tomarão todos os utensílios do ministério, com que servem no santuário; e os porão num pano azul, e os cobrirão com uma coberta de peles de texugos, e os porão sobre os varais. 13. E tirarão as cinzas do altar e por cima dele estenderão um pano de púrpura. 14. E sobre ele porão todos os seus instrumentos com que o servem: os seus braseiros, e os garfos, e as pás, e as bacias, todos os utensílios do altar; e por cima dele estenderão uma coberta de peles de texugos e lhe porão os seus varais. 15. Havendo, pois, Arão e seus filhos, ao partir do arraial, acabado de cobrir o santuário e todos os instrumentos do santuário, então, os filhos de Coate virão para levá-lo; mas no santuário não tocarão para que não morram; este é o cargo dos filhos de Coate na tenda da congregação. 16. Porém o cargo de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, será o azeite da luminária, e o incenso aromático, e a contínua oferta dos manjares, e o azeite da unção, o cargo de todo o tabernáculo e de tudo que nele há, o santuário e os seus móveis. 17. E falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 18. Não deixareis extirpar a tribo das gerações dos coatitas do meio dos levitas. 19. Mas isto lhes fareis, para que vivam e não morram, quando chegarem à santidade das santidades: Arão e seus filhos virão e a cada um porão no seu ministério e no seu cargo. 20. Porém não entrarão a ver, quando cobrirem o santuário, para que não morram. 21. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 22. Toma também a soma dos filhos de Gérson, segundo a casa de seus pais, segundo as suas gerações; 23. da idade de trinta anos para cima, até aos cinqüenta, contarás a todo aquele que entrar a servir no seu serviço, para exercer o ministério na tenda da congregação. 24. Este será o ministério das gerações dos gersonitas, no serviço e na carga: 25. levarão, pois, as cortinas do tabernáculo, e a tenda da congregação, e a sua coberta, e a coberta de peles de texugos que está em cima, sobre ele, e o véu da porta da tenda da congregação, 26. e as cortinas do pátio, e o véu da porta do pátio, que está junto ao tabernáculo e junto ao altar em redor, e as suas cordas, e todos os instrumentos do seu ministério, com tudo o que se adereçar para eles, para que ministrem. 27. Todo o ministério dos filhos dos gersonitas, em todo o seu cargo e em todo o seu ministério, será segundo o mandado de Arão e de seus filhos; e lhes encomendareis em guarda todo o seu cargo. 28. Este é o ministério das gerações dos filhos dos gersonitas na tenda da congregação; e a sua guarda será debaixo da mão de Itamar, filho de Arão, o sacerdote. 29. Quanto aos filhos de Merari, segundo as suas gerações e segundo a casa de seus pais os contarás; 30. da idade de trinta anos para cima, até aos cinqüenta, contarás a todo aquele que entrar neste serviço, para exercer o ministério da tenda da congregação. 31. Esta, pois, será a guarda do seu cargo, segundo todo o seu ministério, na tenda da congregação: as tábuas do tabernáculo, e os seus varais, e as suas colunas, e as suas bases; 32. como também as colunas do pátio em redor, e as suas bases, e as suas estacas, e as suas cordas, com todos os seus instrumentos, com todo o seu ministério; e contareis os utensílios da guarda do seu cargo, nome por nome. 33. Este é o ministério das gerações dos filhos de Merari, segundo todo o seu ministério, na tenda da congregação, debaixo da mão de Itamar, filho de Arão, o sacerdote. 34. Moisés, pois, e Arão e os príncipes da congregação contaram os filhos dos coatitas, segundo as suas gerações e segundo a casa de seus pais; 35. da idade de trinta anos para cima, até aos cinqüenta, todo aquele que entrou neste serviço, para o ministério da tenda da congregação. 36. Os que deles foram contados, pois, segundo as suas gerações, foram dois mil e setecentos e cinqüenta. 37. Estes são os que foram contados das gerações dos coatitas, de todo aquele que ministrava na tenda da congregação, os quais contaram Moisés e Arão, conforme o mandado do SENHOR pela mão de Moisés. 38. Semelhantemente os que foram contados dos filhos de Gérson, segundo as suas gerações e segundo a casa de seus pais, 39. da idade de trinta anos para cima, até aos cinqüenta, todo aquele que entrou neste serviço, para o ministério na tenda da congregação, 40. os que deles foram contados, segundo as suas gerações e segundo a casa de seus pais, foram dois mil e seiscentos e trinta. 41. Estes são os contados das gerações dos filhos de Gérson, de todo aquele que ministrava na tenda da congregação; os quais contaram Moisés e Arão, conforme o mandado do SENHOR. 42. E os que foram contados das gerações dos filhos de Merari, segundo as suas gerações e segundo a casa de seus pais, 43. da idade de trinta anos para cima, até aos cinqüenta, todo aquele que entrou neste serviço, para o ministério na tenda da congregação, 44. foram, pois, os que foram deles contados, segundo as suas gerações, três mil e duzentos. 45. Estes são os contados das gerações dos filhos de Merari; os quais contaram Moisés e Arão, conforme o mandado do SENHOR, pela mão de Moisés. 46. Todos os que deles foram contados, que contaram Moisés e Arão, e os príncipes de Israel, dos levitas, segundo as suas gerações e segundo a casa de seus pais, 47. da idade de trinta anos para cima, até aos cinqüenta, todo aquele que entrava a executar o ministério da administração e o ministério da carga na tenda da congregação, 48. os que deles foram contados foram oito mil quinhentos e oitenta. 49. Conforme o mandado do SENHOR pela mão de Moisés, foram contados, cada qual segundo o seu ministério e segundo o seu cargo; e foram, os que deles foram contados, aqueles que o SENHOR ordenara a Moisés. Números 5 1. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Ordena aos filhos de Israel que lancem fora do arraial a todo leproso, e a todo o que padece fluxo, e a todos os imundos por causa de contato com algum morto. 3. Desde o homem até à mulher os lançareis; fora do arraial os lançareis, para que não contaminem os seus arraiais, no meio dos quais eu habito. 4. E os filhos de Israel fizeram assim, e os lançaram fora do arraial; como o SENHOR falara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel. 5. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 6. Dize aos filhos de Israel: Quando homem ou mulher fizer algum de todos os pecados humanos, transgredindo contra o SENHOR, tal alma culpada é. 7. E confessará o pecado que fez; então, restituirá pela sua culpa segundo a soma total, e lhe acrescentará o seu quinto, e o dará àquele contra quem se fez culpado. 8. Mas, se aquele homem não tiver resgatador, a quem se restitua pela culpa, então, a culpa que se restituir ao SENHOR será do sacerdote, além do carneiro da expiação com que por ele fizer expiação. 9. Semelhantemente, toda oferta de todas as coisas santificadas dos filhos de Israel, que trouxerem ao sacerdote, será sua. 10. E as coisas santificadas de cada um serão suas; o que alguém der ao sacerdote será seu. 11. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 12. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando a mulher de alguém se desviar e prevaricar contra ele, 13. de maneira que algum homem se houver deitado com ela, e for oculto aos olhos de seu marido, e ela o tiver ocultado, havendo-se ela contaminado, e contra ela não houver testemunha, e no feito não for apanhada, 14. e o espírito de ciúmes vier sobre ele, e de sua mulher tiver ciúmes, por ela se haver contaminado, ou sobre ele vier o espírito de ciúmes, e de sua mulher tiver ciúmes, não se havendo ela contaminado, 15. então, aquele varão trará a sua mulher perante o sacerdote e juntamente trará a sua oferta por ela: uma décima de efa de farinha de cevada, sobre a qual não deitará azeite, nem sobre ela porá incenso, porquanto é oferta de manjares de ciúmes, oferta memorativa, que traz a iniqüidade em memória. 16. E o sacerdote a fará chegar, e a porá perante a face do SENHOR. 17. E o sacerdote tomará água santa num vaso de barro; também tomará o sacerdote do pó que houver no chão do tabernáculo e o deitará na água. 18. Então, o sacerdote apresentará a mulher perante o SENHOR e descobrirá a cabeça da mulher; e a oferta memorativa de manjares, que é a oferta de manjares dos ciúmes, porá sobre as suas mãos, e a água amarga, que traz consigo a maldição, estará na mão do sacerdote. 19. E o sacerdote a conjurará e dirá àquela mulher: Se ninguém contigo se deitou e se não te apartaste de teu marido pela imundícia, destas águas amargas, amaldiçoantes, serás livre. 20. Mas, se te apartaste de teu marido e te contaminaste, e algum homem, fora de teu marido, se deitou contigo; 21. então, o sacerdote conjurará a mulher com a conjuração da maldição; e o sacerdote dirá à mulher: O SENHOR te ponha por maldição e por conjuração no meio do teu povo, fazendo-te o SENHOR descair a coxa e inchar o ventre, 22. e esta água amaldiçoante entre nas tuas entranhas, para te fazer inchar o ventre e te fazer descair a coxa. Então, a mulher dirá: Amém! Amém! 23. Depois, o sacerdote escreverá estas mesmas maldições num livro e com a água amarga as apagará. 24. E a água amarga, amaldiçoante, dará a beber à mulher, e a água amaldiçoante entrará nela para amargurar. 25. E o sacerdote tomará a oferta de manjares dos ciúmes da mão da mulher e moverá a oferta de manjares perante o SENHOR; e a oferecerá sobre o altar. 26. Também o sacerdote tomará um punhado da oferta de manjares, da oferta memorativa, e sobre o altar o queimará; e, depois, dará a beber a água à mulher. 27. E, havendo-lhe dado a beber aquela água, será que, se ela se tiver contaminado e contra seu marido tiver prevaricado, a água amaldiçoante entrará nela para amargura, e o seu ventre se inchará, e a sua coxa descairá; e aquela mulher será por maldição no meio do seu povo. 28. E, se a mulher se não tiver contaminado, mas estiver limpa, então, será livre e conceberá semente. 29. Esta é a lei dos ciúmes, quando a mulher, em poder de seu marido, se desviar e for contaminada; 30. ou quando sobre o homem vier o espírito de ciúmes, e tiver ciúmes de sua mulher, apresente a mulher perante o SENHOR, e o sacerdote nela execute toda esta lei. 31. E o homem será livre da iniqüidade, porém a mulher levará a sua iniqüidade. Números 6 1. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado, fazendo voto de nazireu, para se separar para o SENHOR, 3. de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá. 4. Todos os dias do seu nazireado, não comerá de coisa alguma que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas. 5. Todos os dias do voto do seu nazireado sobre a sua cabeça não passará navalha; até que se cumpram os dias, que se separou para o SENHOR, santo será, deixando crescer as guedelhas do cabelo da sua cabeça. 6. Todos os dias que se separar para o SENHOR, não se chegará a corpo de um morto. 7. Por seu pai, ou por sua mãe, ou por seu irmão, ou por sua irmã, por eles se não contaminará, quando forem mortos; porquanto o nazireado do seu Deus está sobre a sua cabeça. 8. Todos os dias do seu nazireado, santo será ao SENHOR. 9. E se alguém vier a morrer junto a ele por acaso, subitamente, e contaminar a cabeça do seu nazireado, então, no dia da sua purificação, rapará a sua cabeça, e, ao sétimo dia, a rapará. 10. E, ao oitavo dia, trará duas rolas ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da tenda da congregação; 11. e o sacerdote oferecerá um para expiação do pecado e o outro para holocausto; e fará propiciação por esse que pecou no corpo morto; assim, naquele mesmo dia, santificará a sua cabeça. 12. Então, separará os dias do seu nazireado ao SENHOR e, para expiação da culpa, trará um cordeiro de um ano; e os dias antecedentes serão perdidos, porquanto o seu nazireado foi contaminado. 13. E esta é a lei do nazireu; no dia em que se cumprirem os dias do seu nazireado, trá-lo-ão à porta da tenda da congregação; 14. e ele oferecerá a sua oferta ao SENHOR, um cordeiro sem mancha, de um ano, em holocausto, e uma cordeira sem mancha, de um ano, para expiação da culpa, e um carneiro sem mancha por oferta pacífica; 15. e um cesto de bolos asmos, bolos de flor de farinha com azeite, amassados, e coscorões asmos untados com azeite, como também a sua oferta de manjares e as suas libações. 16. E o sacerdote os trará perante o SENHOR e sacrificará a sua expiação do pecado e o seu holocausto; 17. também sacrificará o carneiro em sacrifício pacífico ao SENHOR, com o cesto dos bolos asmos; e o sacerdote oferecerá a sua oferta de manjares e a sua libação. 18. Então, o nazireu, à porta da tenda da congregação, rapará a cabeça do seu nazireado, e tomará o cabelo da cabeça do seu nazireado, e o porá sobre o fogo que está debaixo do sacrifício pacífico. 19. Depois, o sacerdote tomará a espádua cozida do carneiro, e um bolo asmo do cesto, e um coscorão asmo e os porá nas mãos do nazireu, depois de haver este rapado a cabeça do seu nazireado. 20. E o sacerdote os moverá, em oferta de movimento, perante o SENHOR; isto é santo para o sacerdote, juntamente com o peito da oferta de movimento e com a espádua da oferta alçada; e, depois, o nazireu pode beber vinho. 21. Esta é a lei do nazireu que fizer voto da sua oferta ao SENHOR pelo seu nazireado, além do que alcançar a sua mão; segundo o seu voto, que fizer, assim fará conforme a lei do seu nazireado. 22. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 23. Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes: 24. O SENHOR te abençoe e te guarde; 25. o SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; 26. o SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. 27. Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei. Números 7 1. E aconteceu, no dia em que Moisés acabou de levantar o tabernáculo, e o ungiu, e o santificou, e todos os seus utensílios, e também o altar e todos os seus utensílios, e os ungiu, e os santificou, 2. que os príncipes de Israel, os cabeças da casa de seus pais, os que foram príncipes das tribos, que estavam sobre os que foram contados, ofereceram, 3. e trouxeram a sua oferta perante o SENHOR: seis carros cobertos e doze bois; por dois príncipes, um carro; e para cada um, um boi; e os trouxeram diante do tabernáculo. 4. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 5. Toma os deles, e serão para servir no ministério da tenda da congregação; e os darás aos levitas, a cada qual segundo o seu ministério. 6. Assim, Moisés tomou os carros e os bois e os deu aos levitas. 7. Dois carros e quatro bois deu aos filhos de Gérson, segundo o seu ministério; 8. e quatro carros e oito bois deu aos filhos de Merari, segundo o seu ministério, debaixo da mão de Itamar, filho de Arão, o sacerdote. 9. Mas aos filhos de Coate nada deu, porquanto a seu cargo estava o santuário, e o levavam aos ombros. 10. E ofereceram os príncipes para a consagração do altar, no dia em que foi ungido; ofereceram, pois, os príncipes a sua oferta perante o altar. 11. E disse o SENHOR a Moisés: Cada príncipe oferecerá a sua oferta (cada qual em seu dia) para a consagração do altar. 12. O que, pois, no primeiro dia, ofereceu a sua oferta foi Naassom, filho de Aminadabe, pela tribo de Judá. 13. E a sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 14. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 15. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 16. um bode, para expiação do pecado; 17. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Naassom, filho de Aminadabe. 18. No segundo dia, fez a sua oferta Natanael, filho de Zuar, príncipe de Issacar. 19. E pela sua oferta ofereceu um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para a oferta de manjares; 20. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 21. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 22. um bode, para expiação do pecado; 23. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Natanael, filho de Zuar. 24. No terceiro dia, ofereceu o príncipe dos filhos de Zebulom, Eliabe, filho de Helom. 25. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 26. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 27. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 28. um bode, para expiação do pecado; 29. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Eliabe, filho de Helom. 30. No quarto dia, ofereceu o príncipe dos filhos de Rúben, Elizur, filho de Sedeur. 31. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 32. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 33. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 34. um bode, para expiação do pecado; 35. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Elizur, filho de Sedeur. 36. No quinto dia, ofereceu o príncipe dos filhos de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai. 37. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 38. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 39. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 40. um bode, para expiação do pecado; 41. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Selumiel, filho de Zurisadai. 42. No sexto dia, ofereceu o príncipe dos filhos de Gade, Eliasafe, filho de Deuel. 43. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 44. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 45. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 46. um bode, para expiação do pecado; 47. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Eliasafe, filho de Deuel. 48. No sétimo dia, ofereceu o príncipe dos filhos de Efraim, Elisama, filho de Amiúde. 49. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 50. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 51. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 52. um bode, para expiação do pecado; 53. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Elisama, filho de Amiúde. 54. No oitavo dia, ofereceu o príncipe dos filhos de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur. 55. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 56. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 57. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 58. um bode, para expiação do pecado; 59. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Gamaliel, filho de Pedazur. 60. No dia nono, ofereceu o príncipe dos filhos de Benjamim, Abidã, filho de Gideoni. 61. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 62. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 63. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 64. um bode, para expiação do pecado; 65. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Abidã, filho de Gideoni. 66. No décimo dia, ofereceu o príncipe dos filhos de Dã, Aiezer, filho de Amisadai. 67. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 68. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 69. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 70. um bode, para expiação do pecado; 71. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Aiezer, filho de Amisadai. 72. No dia undécimo, ofereceu o príncipe dos filhos de Aser, Pagiel, filho de Ocrã. 73. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 74. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 75. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 76. um bode, para expiação do pecado; 77. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Pagiel, filho de Ocrã. 78. No duodécimo dia, ofereceu o príncipe dos filhos de Naftali, Aira, filho de Enã. 79. A sua oferta foi um prato de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata, do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de manjares; 80. uma taça de dez siclos, de ouro, cheia de incenso; 81. um novilho, um carneiro, um cordeiro de um ano, para holocausto; 82. um bode, para expiação do pecado; 83. e, para sacrifício pacífico, dois bois, cinco carneiros, cinco bodes, cinco cordeiros de um ano; esta foi a oferta de Aira, filho de Enã. 84. Esta é a consagração do altar, feita pelos príncipes de Israel, no dia em que foi ungido: doze pratos de prata, doze bacias de prata, doze taças de ouro; 85. cada prato de prata, de cento e trinta siclos, e cada bacia, de setenta; toda a prata dos utensílios foi dois mil e quatrocentos siclos, segundo o siclo do santuário; 86. doze taças de ouro, cheias de incenso, cada taça de dez siclos, segundo o siclo do santuário; todo o ouro das taças foi de cento e vinte siclos; 87. todos os bois para holocausto foram doze novilhos; carneiros, doze; doze cordeiros de um ano, com a sua oferta de manjares, e doze bodes, para expiação do pecado; 88. e todos os bois para sacrifício pacífico foram vinte e quatro novilhos; os carneiros, sessenta; os bodes, sessenta; os cordeiros de um ano, sessenta; esta é a consagração do altar, depois que foi ungido. 89. E, quando Moisés entrava na tenda da congregação para falar com o SENHOR, então, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório, que está sobre a arca do Testemunho entre os dois querubins; assim com ele falava. Números 8 1. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala a Arão e dize-lhe: Quando acenderes as lâmpadas, defronte do candeeiro alumiarão as sete lâmpadas. 3. E Arão fez assim; defronte da face do candeeiro acendeu as suas lâmpadas, como o SENHOR ordenara a Moisés. 4. E era esta obra do candeeiro de ouro batido; desde o seu pé até às suas flores era batido; conforme o modelo que o SENHOR mostrara a Moisés, assim ele fez o candeeiro. 5. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 6. Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica-os; 7. e assim lhes farás, para os purificar: Esparge sobre eles a água da expiação; e sobre toda a sua carne farão passar a navalha, e lavarão as suas vestes, e se purificarão. 8. Então, tomarão um novilho, com a sua oferta de manjares de flor de farinha amassada com azeite; e tomarás outro novilho, para expiação do pecado. 9. E farás chegar os levitas perante a tenda da congregação; e farás ajuntar toda a congregação dos filhos de Israel. 10. Farás, pois, chegar os levitas perante o SENHOR; e os filhos de Israel porão as suas mãos sobre os levitas. 11. E Arão moverá os levitas por oferta de movimento perante o SENHOR pelos filhos de Israel; e serão para servirem no ministério do SENHOR. 12. E os levitas porão as suas mãos sobre a cabeça dos novilhos; então, sacrifica tu um para expiação do pecado e o outro, para holocausto ao SENHOR, para fazer expiação pelos levitas. 13. E porás os levitas perante Arão, e perante os seus filhos, e os moverás por oferta de movimento ao SENHOR. 14. E separarás os levitas do meio dos filhos de Israel, para que os levitas meus sejam. 15. E, depois, os levitas entrarão para fazerem o serviço da tenda da congregação; e tu os purificarás e, por oferta de movimento, os moverás. 16. Porquanto eles, do meio dos filhos de Israel, me são dados; em lugar de todo aquele que abre a madre, do primogênito de cada um dos filhos de Israel, para mim os tenho tomado. 17. Porque meu é todo primogênito entre os filhos de Israel, entre os homens e entre os animais; no dia em que, na terra do Egito, feri a todo primogênito, os santifiquei para mim. 18. E tomei os levitas em lugar de todo primogênito entre os filhos de Israel. 19. E os levitas, dados a Arão e a seus filhos, do meio dos filhos de Israel, tenho dado para exercerem o ministério dos filhos de Israel na tenda da congregação e para fazerem expiação pelos filhos de Israel, para que não haja praga entre os filhos de Israel, chegando-se os filhos de Israel ao santuário. 20. E assim fez Moisés, e Arão, e toda a congregação dos filhos de Israel com os levitas; conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim os filhos de Israel lhes fizeram. 21. E os levitas se purificaram e lavaram as suas vestes, e Arão os moveu por oferta movida perante o SENHOR, e Arão fez expiação por eles, para purificá-los. 22. E, depois, vieram os levitas, para exercerem o seu ministério na tenda da congregação, perante Arão e perante os seus filhos; como o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes fizeram. 23. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 24. Este é o ofício dos levitas: Da idade de vinte e cinco anos para cima entrarão, para fazerem o serviço no ministério da tenda da congregação; 25. mas, desde a idade de cinqüenta anos, sairão da milícia deste ministério e nunca mais servirão. 26. Porém com os seus irmãos servirão na tenda da congregação, para terem cuidado da guarda; mas o ministério não exercerão; assim farás com os levitas nas suas guardas. Números 9 1. E falou o SENHOR a Moisés no deserto do Sinai, no segundo ano da sua saída da terra do Egito, no primeiro mês, dizendo: 2. Que os filhos de Israel celebrem a Páscoa a seu tempo determinado. 3. No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos e segundo todos os seus ritos, a celebrareis. 4. Disse, pois, Moisés aos filhos de Israel que celebrassem a Páscoa. 5. Então, celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês, pela tarde, no deserto do Sinai; conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel. 6. E houve alguns que estavam imundos pelo corpo de um homem morto; e no mesmo dia não podiam celebrar a Páscoa; pelo que se chegaram perante Moisés e perante Arão aquele mesmo dia. 7. E aqueles homens disseram-lhe: Imundos estamos nós pelo corpo de um homem morto; por que seríamos privados de oferecer a oferta do SENHOR a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel? 8. E disse-lhes Moisés: Esperai, e ouvirei o que o SENHOR vos ordenará. 9. Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 10. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém entre vós ou entre as vossas gerações for imundo por corpo morto ou se achar em jornada longe de vós, contudo, ainda celebrará a Páscoa ao SENHOR. 11. No segundo mês, no dia catorze, de tarde, a celebrarão: Com pães asmos e ervas amargas a comerão. 12. Dela nada deixarão até à manhã e dela não quebrarão osso algum; segundo todo o estatuto da Páscoa, a celebrarão. 13. Porém, quando um homem for limpo, e não estiver de caminho, e deixar de celebrar a Páscoa, tal alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta do SENHOR a seu tempo determinado; tal homem levará o seu pecado. 14. E, quando um estrangeiro peregrinar entre vós e também celebrar a Páscoa ao SENHOR, segundo o estatuto da Páscoa e segundo o seu rito, assim a celebrará; um mesmo estatuto haverá para vós, assim para o estrangeiro como para o natural da terra. 15. E, no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã. 16. Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo. 17. Mas, sempre que a nuvem se alçava sobre a tenda, os filhos de Israel após ela partiam; e, no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel assentavam o seu arraial. 18. Segundo o dito do SENHOR, os filhos de Israel partiam e segundo o dito do SENHOR assentavam o arraial; todos os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo, assentavam o arraial. 19. E, quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel tinham cuidado da guarda do SENHOR e não partiam. 20. E era que, quando a nuvem poucos dias estava sobre o tabernáculo, segundo o dito do SENHOR, se alojavam e, segundo o dito do SENHOR, partiam. 21. Porém era que, quando a nuvem desde a tarde até à manhã ficava ali e a nuvem se alçava pela manhã, então, partiam; quer de dia quer de noite, alçando-se a nuvem, partiam. 22. Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele, então, os filhos de Israel se alojavam e não partiam; e, alçando-se ela, partiam. 23. Segundo o dito do SENHOR, se alojavam e, segundo o dito do SENHOR, partiam; da guarda do SENHOR tinham cuidado, segundo o dito do SENHOR pela mão de Moisés. Números 10 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Faze duas trombetas de prata; de obra batida as farás; e te serão para a convocação da congregação e para a partida dos arraiais. 3. E, quando as tocarem ambas, então, toda a congregação se congregará a ti à porta da tenda da congregação. 4. Mas, quando tocar uma só, então, a ti se congregarão os príncipes, os cabeças dos milhares de Israel. 5. Quando, retinindo, as tocardes, então, partirão os arraiais que alojados estão da banda do oriente. 6. Mas, quando a segunda vez, retinindo, as tocardes, então, partirão os arraiais que se alojam da banda do sul; retinindo, as tocarão para as suas partidas. 7. Porém, ajuntando a congregação, as tocareis, mas sem retinir. 8. E os filhos de Arão, sacerdotes, tocarão as trombetas; e a vós serão por estatuto perpétuo nas vossas gerações. 9. E, quando na vossa terra sairdes a pelejar contra o inimigo, que vos aperta, também tocareis as trombetas retinindo, e perante o SENHOR, vosso Deus, haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos. 10. Semelhantemente, no dia da vossa alegria, e nas vossas solenidades, e nos princípios dos vossos meses, também tocareis as trombetas sobre os vossos holocaustos, sobre os vossos sacrifícios pacíficos, e vos serão por lembrança perante vosso Deus. Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 11. E aconteceu, no segundo ano, no segundo mês, aos vinte do mês, que a nuvem se alçou de sobre o tabernáculo da congregação. 12. E os filhos de Israel partiram, segundo as suas jornadas do deserto do Sinai; e a nuvem parou no deserto de Parã. 13. Assim, partiram pela primeira vez, segundo o dito do SENHOR, pela mão de Moisés. 14. Porque, primeiramente, partiu a bandeira do arraial dos filhos de Judá, segundo os seus exércitos; e sobre o seu exército estava Naassom, filho de Aminadabe. 15. E sobre o exército da tribo dos filhos de Issacar, Natanael, filho de Zuar. 16. E sobre o exército da tribo dos filhos de Zebulom, Eliabe, filho de Helom. 17. Então, desarmaram o tabernáculo, e os filhos de Gérson e os filhos de Merari partiram, levando o tabernáculo. 18. Depois, partiu a bandeira do arraial de Rúben, segundo os seus exércitos; e sobre o seu exército estava Elizur, filho de Sedeur. 19. E sobre o exército da tribo dos filhos de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai. 20. E sobre o exército da tribo dos filhos de Gade, Eliasafe, filho de Deuel. 21. Então, partiram os coatitas, levando o santuário; e os outros levantaram o tabernáculo, enquanto estes vinham. 22. Depois, partiu a bandeira do arraial dos filhos de Efraim, segundo os seus exércitos; e sobre o seu exército estava Elisama, filho de Amiúde. 23. E sobre o exército da tribo dos filhos de Manassés, Gamaliel, filho de Pedazur. 24. E sobre o exército da tribo dos filhos de Benjamim, Abidã, filho de Gideoni. 25. Então, partiu a bandeira do arraial dos filhos de Dã, fechando todos os arraiais, segundo os seus exércitos; e sobre o seu exército estava Aiezer, filho de Amisadai. 26. E sobre o exército da tribo dos filhos de Aser, Pagiel, filho de Ocrã. 27. E sobre o exército da tribo dos filhos de Naftali, Aira, filho de Enã. 28. Estas eram as partidas dos filhos de Israel, segundo os seus exércitos, quando partiam. 29. Disse, então, Moisés a Hobabe, filho de Reuel, o midianita, sogro de Moisés: Nós caminhamos para aquele lugar de que o SENHOR disse: Vo-lo darei; vai conosco, e te faremos bem; porque o SENHOR falou bem sobre Israel. 30. Porém ele lhe disse: Não irei; antes, irei à minha terra e à minha parentela. 31. E ele disse: Ora, não nos deixes; porque tu sabes que nós nos alojamos no deserto; de olhos nos servirás. 32. E será que, vindo tu conosco, e sucedendo o bem que o SENHOR nos fizer, também nós te faremos bem. 33. Assim, partiram do monte do SENHOR caminho de três dias; e a arca do concerto do SENHOR caminhou diante deles caminho de três dias, para lhes buscar lugar de descanso. 34. E a nuvem do SENHOR ia sobre eles de dia, quando partiam do arraial. 35. Era, pois, que, partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-te, SENHOR, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os aborrecedores. 36. E, pousando ela, dizia: Volta, ó SENHOR, para os muitos milhares de Israel. Números 11 1. E aconteceu que, queixando-se o povo, era mal aos ouvidos do SENHOR; porque o SENHOR ouviu-o, e a sua ira se acendeu, e o fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial. 2. Então, o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao SENHOR, e o fogo se apagou. 3. Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do SENHOR se acendera entre eles. 4. E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e disseram: Quem nos dará carne a comer? 5. Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos. 6. Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos. 7. E era o maná como semente de coentro, e a sua cor como a cor de bdélio. 8. Espalhava-se o povo, e o colhia, e em moinhos o moía, ou num gral o pisava, e em panelas o cozia, e dele fazia bolos; e o seu sabor era como o sabor de azeite fresco. 9. E, quando o orvalho descia, de noite, sobre o arraial, o maná descia sobre ele. 10. Então, Moisés ouviu chorar o povo pelas suas famílias, cada qual à porta da sua tenda; e a ira do SENHOR grandemente se acendeu, e pareceu mal aos olhos de Moisés. 11. E disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus olhos, que pusesses sobre mim a carga de todo este povo? 12. Concebi eu, porventura, todo este povo? Gerei-o eu para que me dissesses que o levasse ao colo, como o aio leva o que cria, à terra que juraste a seus pais? 13. Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Porquanto contra mim choram, dizendo: Dá-nos carne a comer; 14. eu sozinho não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim. 15. E, se assim fazes comigo, mata-me, eu to peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal. 16. E disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, de quem sabes que são anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da congregação, e ali se porão contigo. 17. Então, eu descerei, e ali falarei contigo, e tirarei do Espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que tu sozinho o não leves. 18. E dirás ao povo: Santificai-vos para amanhã e comereis carne; porquanto chorastes aos ouvidos do SENHOR, dizendo: Quem nos dará carne a comer, pois bem nos ia no Egito? Pelo que o SENHOR vos dará carne, e comereis; 19. não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte dias; 20. mas um mês inteiro, até vos sair pelos narizes, até que vos enfastieis dela, porquanto rejeitastes ao SENHOR, que está no meio de vós, e chorastes diante dele, dizendo: Por que saímos do Egito? 21. E disse Moisés: Seiscentos mil homens de pé é este povo, no meio do qual estou; e tu tens dito: Dar-lhes-ei carne, e comerão um mês inteiro. 22. Degolar-se-ão para eles ovelhas e vacas que lhes bastem? Ou ajuntar-se-ão para eles todos os peixes do mar que lhes bastem? 23. Porém o SENHOR disse a Moisés: Seria, pois, encurtada a mão do SENHOR? Agora verás se a minha palavra te acontecerá ou não. 24. E saiu Moisés, e falou as palavras do SENHOR ao povo, e ajuntou setenta homens dos anciãos do povo e os pôs em roda da tenda. 25. Então, o SENHOR desceu na nuvem e lhe falou; e, tirando do Espírito que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas, depois, nunca mais. 26. Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e o nome do outro, Medade; e repousou sobre eles o Espírito (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda), e profetizavam no arraial. 27. Então, correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade profetizam no arraial. 28. E Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus jovens escolhidos, respondeu e disse: Senhor meu, Moisés, proíbe-lho. 29. Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito! 30. Depois, Moisés se recolheu ao arraial, ele e os anciãos de Israel. 31. Então, soprou um vento do SENHOR, e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia de uma banda, e quase caminho de um dia da outra banda, à roda do arraial, e a quase dois côvados sobre a terra. 32. Então, o povo se levantou todo aquele dia, e toda aquela noite, e todo o dia seguinte, e colheram as codornizes; o que menos tinha, colhera dez ômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial. 33. Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do SENHOR contra o povo, e feriu o SENHOR o povo com uma praga muito grande. 34. Pelo que o nome daquele lugar se chamou Quibrote-Hataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo. 35. De Quibrote-Hataavá caminhou o povo para Hazerote e parou em Hazerote. Números 12 1. E falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cuxita, que tomara; porquanto tinha tomado a mulher cuxita. 2. E disseram: Porventura, falou o SENHOR somente por Moisés? Não falou também por nós? E o SENHOR o ouviu. 3. E era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. 4. E logo o SENHOR disse a Moisés, e a Arão, e a Miriã: Vós três saí à tenda da congregação. E saíram eles três. 5. Então, o SENHOR desceu na coluna de nuvem e se pôs à porta da tenda; depois, chamou a Arão e a Miriã, e eles saíram ambos. 6. E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o SENHOR, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele. 7. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. 8. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras; pois, ele vê a semelhança do SENHOR; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés? 9. Assim, a ira do SENHOR contra eles se acendeu; e foi-se. 10. E a nuvem se desviou de sobre a tenda; e eis que Miriã era leprosa como a neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que era leprosa. 11. Pelo que Arão disse a Moisés: Ah! Senhor meu! Ora, não ponhas sobre nós este pecado, que fizemos loucamente e com que havemos pecado! 12. Ora, não seja ela como um morto, que, saindo do ventre de sua mãe, tenha metade da sua carne já consumida. 13. Clamou, pois, Moisés ao SENHOR, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures. 14. E disse o SENHOR a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? Esteja fechada sete dias fora do arraial; e, depois, a recolham. 15. Assim, Miriã esteve fechada fora do arraial sete dias, e o povo não partiu, até que recolheram a Miriã. 16. Porém, depois, o povo partiu de Hazerote; e assentaram o arraial no deserto de Parã. Números 13 1. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel; de cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada qual maioral entre eles. 3. E enviou-os Moisés do deserto de Parã, segundo o dito do SENHOR; todos aqueles homens eram cabeças dos filhos de Israel. 4. E estes são os seus nomes: Da tribo de Rúben, Samua, filho de Zacur; 5. da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori; 6. da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné; 7. da tribo de Issacar, Jigeal, filho de José; 8. da tribo de Efraim, Oséias, filho de Num; 9. da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu; 10. da tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sodi; 11. da tribo de José, pela tribo de Manassés, Gadi, filho de Susi; 12. da tribo de Dã, Amiel, filho de Gemali; 13. da tribo de Aser, Setur, filho de Micael; 14. da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi; 15. da tribo de Gade, Geuel, filho de Maqui. 16. Estes são os nomes dos homens que Moisés enviou a espiar aquela terra; e a Oséias, filho de Num, Moisés chamou Josué. 17. Enviou-os, pois, Moisés a espiar a terra de Canaã e disse-lhes: Subi por aqui para a banda do sul e subi à montanha; 18. e vede que terra é, e o povo que nela habita; se é forte ou fraco; se pouco ou muito; 19. e qual é a terra em que habita, se boa ou má; e quais são as cidades em que habita, se em arraiais, se em fortalezas. 20. Também qual é a terra, se grossa ou magra; se nela há árvores ou não; e esforçai-vos e tomai do fruto da terra. E eram aqueles dias os dias das primícias das uvas. 21. Assim, subiram e espiaram a terra desde o deserto de Zim até Reobe, à entrada de Hamate. 22. E subiram para a banda do Sul e vieram até Hebrom; e estavam ali Aimã, Sesai, e Talmai, filhos de Anaque (Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã, no Egito). 23. Depois, vieram até ao vale de Escol e dali cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas, o qual trouxeram dois homens sobre uma verga, como também romãs e figos. 24. Chamaram àquele lugar o vale de Escol, por causa do cacho que dali cortaram os filhos de Israel. 25. Depois, voltaram de espiar a terra, ao fim de quarenta dias. 26. E caminharam, e vieram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a Cades, e, tornando, deram-lhes conta a eles e a toda a congregação; e mostraram-lhes o fruto da terra. 27. E contaram-lhe e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel, e este é o fruto. 28. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, fortes e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Anaque. 29. Os amalequitas habitam na terra do Sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam na montanha; e os cananeus habitam ao pé do mar e pela ribeira do Jordão. 30. Então, Calebe fez calar o povo perante Moisés e disse: Subamos animosamente e possuamo-la em herança; porque, certamente, prevaleceremos contra ela. 31. Porém os homens que com ele subiram disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. 32. E infamaram a terra, que tinham espiado, perante os filhos de Israel, dizendo: A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande estatura. 33. Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos e assim também éramos aos seus olhos. Números 14 1. Então, levantou-se toda a congregação, e alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite. 2. E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhe disse: Ah! Se morrêramos na terra do Egito! Ou, ah! Se morrêramos neste deserto! 3. E por que nos traz o SENHOR a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito? 4. E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão e voltemos ao Egito. 5. Então, Moisés e Arão caíram sobre os seus rostos perante todo o ajuntamento dos filhos de Israel. 6. E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. 7. E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa. 8. Se o SENHOR se agradar de nós, então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. 9. Tão-somente não sejais rebeldes contra o SENHOR e não temais o povo desta terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu amparo, e o SENHOR é conosco; não os temais. 10. Então, disse toda a congregação que os apedrejassem; porém a glória do SENHOR apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de Israel. 11. E disse o SENHOR a Moisés: Até quando me provocará este povo? E até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meio deles? 12. Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei, e farei de ti povo maior e mais forte do que este. 13. E disse Moisés ao SENHOR: Assim, os egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles. 14. E o dirão aos moradores desta terra, que ouviram que tu, ó SENHOR, estás no meio deste povo, que face a face, ó SENHOR, lhes apareces, que tua nuvem está sobre eles e que vais adiante deles numa coluna de nuvem de dia e numa coluna de fogo de noite. 15. E, se matares este povo como a um só homem, as nações, pois, que ouviram a tua fama, falarão, dizendo: 16. Porquanto o SENHOR não podia pôr este povo na terra que lhes tinha jurado; por isso, os matou no deserto. 17. Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça, como tens falado, dizendo: 18. O SENHOR é longânimo e grande em beneficência, que perdoa a iniqüidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente e visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos até à terceira e quarta geração. 19. Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a grandeza da tua benignidade e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui. 20. E disse o SENHOR: Conforme a tua palavra, lhe perdoei. 21. Porém, tão certamente como eu vivo e como a glória do SENHOR encherá toda a terra, 22. todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz, 23. não verão a terra de que a seus pais jurei, e até nenhum daqueles que me provocaram a verá. 24. Porém o meu servo Calebe, porquanto nele houve outro espírito e perseverou em seguir-me, eu o levarei à terra em que entrou, e a sua semente a possuirá em herança. 25. Ora, os amalequitas e os cananeus habitam no vale; tornai-vos, amanhã, e caminhai para o deserto pelo caminho do mar Vermelho. 26. Depois, falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 27. Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, com que murmuram contra mim. 28. Dize-lhes: Assim como eu vivo, diz o SENHOR, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. 29. Neste deserto cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes; 30. não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. 31. Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por presa serão, meterei nela; e eles saberão da terra que vós desprezastes. 32. Porém, quanto a vós, o vosso cadáver cairá neste deserto. 33. E vossos filhos pastorearão neste deserto quarenta anos e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que o vosso cadáver se consuma neste deserto. 34. Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos e conhecereis o meu afastamento. 35. Eu, o SENHOR, falei. E assim farei a toda esta má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto, se consumirão e aí falecerão. 36. E os homens que Moisés mandara a espiar a terra e que, voltando, fizeram murmurar toda a congregação contra ele, infamando a terra, 37. aqueles mesmos homens, que infamaram a terra, morreram de praga perante o SENHOR. 38. Mas Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, que eram dos homens que foram espiar a terra, ficaram com vida. 39. E falou Moisés estas palavras a todos os filhos de Israel; então, o povo se contristou muito. 40. E levantaram-se pela manhã de madrugada e subiram ao cume do monte, dizendo: Eis-nos aqui e subiremos ao lugar que o SENHOR tem dito, porquanto havemos pecado. 41. Mas Moisés disse: Por que quebrantais o mandado do SENHOR? Pois isso não prosperará. 42. Não subais, pois o SENHOR não estará no meio de vós, para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos. 43. Porque os amalequitas e os cananeus estão ali diante da vossa face, e caireis à espada; pois, porquanto vos desviastes do SENHOR, o SENHOR não será convosco. 44. Contudo, temerariamente, tentaram subir ao cume do monte; mas a arca do concerto do SENHOR e Moisés não se apartaram do meio do arraial. 45. Então, desceram os amalequitas e os cananeus, que habitavam na montanha, e os feriram, derrotando-os até Horma. Números 15 1. Depois, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra das vossas habitações, que eu vos hei de dar, 3. e ao SENHOR fizerdes oferta queimada, holocausto, ou sacrifício para lhe cumprir um voto, ou em oferta voluntária, ou nas vossas solenidades, para ao SENHOR fazer um cheiro suave de ovelhas ou vacas, 4. então, aquele que oferecer a sua oferta ao SENHOR, por oferta de manjares, oferecerá uma décima de flor de farinha misturada com a quarta parte de um him de azeite. 5. E de vinho para libação preparareis a quarta parte de um him, para holocausto ou para sacrifício por cordeiro; 6. e para cada carneiro prepararás uma oferta de manjares de duas décimas de flor de farinha, misturada com a terça parte de um him de azeite. 7. E de vinho para a libação oferecerás a terça parte de um him ao SENHOR, em cheiro suave. 8. E, quando preparares novilho para holocausto ou sacrifício para cumprir um voto ou um sacrifício pacífico ao SENHOR, 9. com o novilho oferecerás uma oferta de manjares de três décimas de flor de farinha, misturada com a metade de um him de azeite, 10. e de vinho para a libação oferecerás a metade de um him, oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR. 11. Assim se fará com cada boi, ou com cada carneiro, ou com o gado miúdo dos cordeiros ou das cabras. 12. Segundo o número que oferecerdes, assim o fareis com cada um, segundo o número deles. 13. Todo o natural assim fará estas coisas, oferecendo oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR. 14. Quando também peregrinar convosco algum estrangeiro ou que estiver no meio de vós nas vossas gerações, e ele oferecer uma oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR, como vós fizerdes, assim fará ele. 15. Um mesmo estatuto haja para vós, ó congregação, e para o estrangeiro que entre vós peregrina, por estatuto perpétuo nas vossas gerações; como vós, assim será o peregrino perante o SENHOR. 16. Uma mesma lei e um mesmo direito haverá para vós e para o estrangeiro que peregrina convosco. 17. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 18. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra em que vos hei de meter, 19. acontecerá que, quando comerdes do pão da terra, então, oferecereis ao SENHOR oferta alçada. 20. Das primícias da vossa massa oferecereis um bolo em oferta alçada; como a oferta da eira, assim o oferecereis. 21. Das primícias das vossas massas dareis ao SENHOR oferta alçada nas vossas gerações. 22. E, quando vierdes a errar e não fizerdes todos estes mandamentos, que o SENHOR falou a Moisés, 23. tudo quanto o SENHOR vos tem mandado por mão de Moisés, desde o dia que o SENHOR ordenou, e dali em diante, nas vossas gerações, 24. será que, quando se fizer alguma coisa por erro, e for encoberto aos olhos da congregação, toda a congregação oferecerá um novilho para holocausto em cheiro suave ao SENHOR, com a sua oferta de manjares e libação conforme o estatuto, e um bode, para expiação do pecado. 25. E o sacerdote fará propiciação por toda a congregação dos filhos de Israel, e lhes será perdoado; porquanto foi erro, e trouxeram a sua oferta, oferta queimada ao SENHOR, e a sua expiação do pecado perante o SENHOR, por causa do seu erro. 26. Será, pois, perdoado a toda a congregação dos filhos de Israel, e mais ao estrangeiro que peregrina no meio deles, porquanto por erro sobreveio a todo o povo. 27. E, se alguma alma pecar por erro, para expiação do pecado oferecerá uma cabra de um ano. 28. E o sacerdote fará expiação pela alma que pecar, quando pecar por erro, perante o SENHOR, fazendo expiação por ela, e lhe será perdoado. 29. Para o natural dos filhos de Israel e para o estrangeiro que no meio deles peregrina, uma mesma lei vos será, para aquele que isso fizer por erro. 30. Mas a alma que fizer alguma coisa à mão levantada, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injúria ao SENHOR; e tal alma será extirpada do meio do seu povo, 31. pois desprezou a palavra do SENHOR e anulou o seu mandamento; totalmente será extirpada aquela alma, e a sua iniqüidade será sobre ela. 32. Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. 33. E os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação. 34. E o puseram em guarda; porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. 35. Disse, pois, o SENHOR a Moisés: Certamente morrerá o tal homem; toda a congregação com pedras o apedrejará fora do arraial. 36. Então, toda a congregação o tirou para fora do arraial, e com pedras o apedrejaram, e morreu, como o SENHOR ordenara a Moisés. 37. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 38. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que nas bordas das suas vestes façam franjas, pelas suas gerações; e nas franjas das bordas porão um cordão azul. 39. E nas franjas vos estará, para que o vejais, e vos lembreis de todos os mandamentos do SENHOR, e os façais; e não seguireis após o vosso coração, nem após os vossos olhos, após os quais andais adulterando. 40. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os façais, e santos sejais a vosso Deus. 41. Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos ser por Deus; eu sou o SENHOR, vosso Deus. Números 16 1. E Corá, filho de Izar, filho de Coate, filho de Levi, tomou consigo a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rúben, 2. e levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel, maiorais da congregação, chamados ao ajuntamento, varões de nome. 3. E se congregaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Demais é já; pois que toda a congregação é santa, todos eles são santos, e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do SENHOR? 4. Como Moisés isto ouviu, caiu sobre o seu rosto 5. e falou a Corá e a toda a sua congregação, dizendo: Amanhã pela manhã o SENHOR fará saber quem é seu e quem o santo que ele fará chegar a si; e aquele a quem escolher fará chegar a si. 6. Fazei isto: Tomai vós incensários, Corá e toda a sua congregação; 7. e, pondo fogo neles amanhã, sobre eles deitai incenso perante o SENHOR; e será que o homem a quem o SENHOR escolher, este será o santo; baste-vos, filhos de Levi. 8. Disse mais Moisés a Corá: Ouvi, agora, filhos de Levi: 9. Porventura, pouco para vós é que o Deus de Israel vos separou da congregação de Israel para vos fazer chegar a si, a administrar o ministério do tabernáculo do SENHOR e estar perante a congregação para ministrar-lhe; 10. e te fez chegar e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo; ainda também procurais o sacerdócio? 11. Pelo que tu e toda a tua congregação congregados estais contra o SENHOR; e Arão, que é ele, que murmurais contra ele? 12. E Moisés enviou a chamar a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe; porém eles disseram: Não subiremos; 13. porventura, pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão que também totalmente te assenhoreias de nós? 14. Nem tampouco nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campos e vinhas em herança; porventura, arrancarás os olhos a estes homens? Não subiremos. 15. Então, Moisés irou-se muito e disse ao SENHOR: Não atentes para a sua oferta; nem um só jumento tomei deles nem a nenhum deles fiz mal. 16. Disse mais Moisés a Corá: Tu e toda a tua congregação, ponde-vos perante o SENHOR, tu, e eles, e Arão, amanhã. 17. E tomai cada um o seu incensário e neles ponde incenso; e trazei cada um o seu incensário perante o SENHOR, duzentos e cinqüenta incensários; também tu e Arão, cada qual o seu incensário. 18. Tomaram, pois, cada qual o seu incensário, e neles puseram fogo, e neles deitaram incenso, e se puseram perante a porta da tenda da congregação com Moisés e Arão. 19. E Corá fez ajuntar contra eles toda a congregação à porta da tenda da congregação; então, a glória do SENHOR apareceu a toda a congregação. 20. E falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 21. Apartai-vos do meio desta congregação, e os consumirei como num momento. 22. Mas eles se prostraram sobre os seus rostos, e disseram: Ó Deus, Deus dos espíritos de toda carne, pecará um só homem, e indignar-te-ás tu tanto contra toda esta congregação? 23. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 24. Fala a toda esta congregação, dizendo: Levantai-vos do redor da habitação de Corá, Datã e Abirão. 25. Então, Moisés levantou-se e foi a Datã e a Abirão; e após ele foram os anciãos de Israel. 26. E falou à congregação, dizendo: Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes ímpios homens e não toqueis nada do que é seu, para que, porventura, não pereçais em todos os seus pecados. 27. Levantaram-se, pois, do redor da habitação de Corá, Datã e Abirão. E Datã e Abirão saíram e se puseram à porta das suas tendas, juntamente com as suas mulheres, e seus filhos, e suas crianças. 28. Então, disse Moisés: Nisto conhecereis que o SENHOR me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não procedem. 29. Se estes morrerem como morrem todos os homens e se forem visitados como se visitam todos os homens, então, o SENHOR me não enviou. 30. Mas, se o SENHOR criar alguma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao sepulcro, então, conhecereis que estes homens irritaram ao SENHOR. 31. E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. 32. E a terra abriu a sua boca e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Corá e a toda a sua fazenda. 33. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. 34. E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu do clamor deles; porque diziam: Para que, porventura, também nos não trague a terra a nós. 35. Então, saiu fogo do SENHOR e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso. 36. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 37. Dize a Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, que tome os incensários do meio do incêndio e espalhe o fogo longe, porque santos são; 38. quanto aos incensários daqueles que pecaram contra a sua alma, deles se façam folhas estendidas para cobertura do altar; porquanto os trouxeram perante o SENHOR; pelo que santos são e serão por sinal aos filhos de Israel. 39. E Eleazar, o sacerdote, tomou os incensários de metal, que trouxeram aqueles que foram queimados, e os estenderam para cobertura do altar, 40. por memorial para os filhos de Israel, para que nenhum estranho, que não for da semente de Arão, se chegue para acender incenso perante o SENHOR; para que não seja como Corá e a sua congregação, como o SENHOR lhe tinha dito pela boca de Moisés. 41. Mas, no dia seguinte, toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do SENHOR. 42. E aconteceu que, ajuntando-se a congregação contra Moisés e Arão e virando-se para a tenda da congregação, eis que a nuvem a cobriu, e a glória do SENHOR apareceu. 43. Vieram, pois, Moisés e Arão perante a tenda da congregação. 44. Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 45. Levantai-vos do meio desta congregação, e a consumirei como num momento; então, se prostraram sobre o seu rosto, 46. e disse Moisés a Arão: Toma o teu incensário, e põe nele fogo do altar, e deita incenso sobre ele, e vai depressa à congregação, e faze expiação por eles; porque grande indignação saiu de diante do SENHOR; já começou a praga. 47. E tomou-o Arão, como Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia começado entre o povo; e deitou incenso nele e fez expiação pelo povo. 48. E estava em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga. 49. E os que morreram daquela praga foram catorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Corá. 50. E voltou Arão a Moisés à porta da tenda da congregação; e cessou a praga. Números 17 1. Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel e toma deles uma vara para cada casa paterna de todos os seus príncipes, segundo as casas de seus pais, doze varas; e escreverás o nome de cada um sobre a sua vara. 3. Porém o nome de Arão escreverás sobre a vara de Levi; porque cada cabeça da casa de seus pais terá uma vara. 4. E as porás na tenda da congregação, perante o Testemunho, onde eu virei a vós. 5. E será que a vara do homem que eu tiver escolhido florescerá; assim, farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós. 6. Falou, pois, Moisés aos filhos de Israel; e todos os seus maiorais deram-lhe, cada um, uma vara, para cada maioral uma vara, segundo as casas de seus pais, doze varas; e a vara de Arão estava entre as suas varas. 7. E Moisés pôs estas varas perante o SENHOR na tenda do Testemunho. 8. Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou na tenda do Testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores, e brotara renovos, e dera amêndoas. 9. Então, Moisés trouxe todas as varas de diante do SENHOR a todos os filhos de Israel; e eles o viram e tomaram cada um a sua vara. 10. Então, o SENHOR disse a Moisés: Torna a pôr a vara de Arão perante o Testemunho, para que se guarde por sinal para os filhos rebeldes; assim, farás acabar as suas murmurações contra mim, e não morrerão. 11. E Moisés fez assim; como lhe ordenara o SENHOR, assim fez. 12. Então, falaram os filhos de Israel a Moisés, dizendo: Eis aqui, nós expiramos, perecemos, nós perecemos todos. 13. Todo aquele que se aproximar do tabernáculo do SENHOR, morrerá; seremos, pois, todos consumidos? Números 18 1. Então, disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis sobre vós a iniqüidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniqüidade do vosso sacerdócio. 2. E também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam; mas tu e teus filhos contigo estareis perante a tenda do Testemunho. 3. E eles farão a tua guarda, a guarda de toda a tenda; mas não se chegarão aos utensílios do santuário e ao altar, para que não morram, tanto eles como vós. 4. Mas se ajuntarão a ti e farão a guarda da tenda da congregação em todo o ministério da tenda; e o estranho não se chegará a vós. 5. Vós, pois, fareis a guarda do santuário e a guarda do altar, para que não haja outra vez furor sobre os filhos de Israel. 6. E eu, eis que tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; a vós são dados em dádiva pelo SENHOR, para administrar o ministério da tenda da congregação. 7. Mas tu e teus filhos contigo guardareis o vosso sacerdócio em todo o negócio do altar, e no que estiver dentro do véu, isto administrareis; eu vos tenho dado o vosso sacerdócio em dádiva ministerial, e o estranho que se chegar morrerá. 8. Disse mais o SENHOR a Arão: E eu, eis que te tenho dado a guarda das minhas ofertas alçadas, com todas as coisas santas dos filhos de Israel; por causa da unção as tenho dado a ti e a teus filhos por estatuto perpétuo. 9. Isto terás das coisas santíssimas do fogo: todas as suas ofertas, com todas as suas ofertas de manjares, e com todas as suas expiações do pecado, e com todas as suas expiações da culpa, que me restituírem; elas serão coisas santíssimas para ti e para teus filhos. 10. No lugar santíssimo o comerás; todo varão o comerá; santidade será para ti. 11. Também isto será teu: a oferta alçada dos seus dons com todas as ofertas movidas dos filhos de Israel; a ti, a teus filhos, e a tuas filhas contigo, as tenho dado por estatuto perpétuo; todo o que estiver limpo na tua casa as comerá. 12. Todo o melhor do azeite e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao SENHOR, as tenho dado a ti. 13. Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao SENHOR, serão teus; todo o que estiver limpo na tua casa os comerá. 14. Toda coisa consagrada em Israel será tua. 15. Tudo o que abrir a madre, de toda a carne que trouxerem ao SENHOR, tanto de homens como de animais, será teu; porém os primogênitos dos homens resgatarás; também os primogênitos dos animais imundos resgatarás. 16. Os que, pois, deles se houverem de resgatar resgatarás, da idade de um mês, segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do santuário, que é de vinte geras. 17. Mas o primogênito de vaca, ou primogênito de ovelha, ou primogênito de cabra não resgatarás; santos são; o seu sangue espargirás sobre o altar, e a sua gordura queimarás em oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR. 18. E a carne deles será tua, assim como será teu o peito do movimento e o ombro direito. 19. Todas as ofertas alçadas das santidades, que os filhos de Israel oferecerem ao SENHOR, tenho dado a ti, e a teus filhos, e a tuas filhas contigo, por estatuto perpétuo; concerto perpétuo de sal perante o SENHOR é, para ti e para a tua semente contigo. 20. Disse também o SENHOR a Arão: Na sua terra possessão nenhuma terás, e no meio deles nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel. 21. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que exercem, o ministério da tenda da congregação. 22. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. 23. Mas os levitas administrarão o ministério da tenda da congregação e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdarão. 24. Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdareis. 25. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 26. Também falarás aos levitas e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado em vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR: o dízimo dos dízimos. 27. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada como grão da eira e como plenitude do lagar. 28. Assim também oferecereis ao SENHOR uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do SENHOR a Arão, o sacerdote. 29. De todos os vossos dons oferecereis toda oferta alçada do SENHOR; do melhor deles, a sua santa parte. 30. Dir-lhes-ás, pois: Quando oferecerdes o melhor deles, como novidade da eira e como novidade do lagar, se contará aos levitas. 31. E o comereis em todo lugar, vós e a vossa casa, porque vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da congregação. 32. Pelo que não levareis sobre vós o pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas santas dos filhos de Israel, para que não morrais. Números 19 1. Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: 2. Este é o estatuto da lei, que o SENHOR ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma bezerra ruiva sem defeito, que não tenha mancha, e sobre que não subiu jugo. 3. E a dareis a Eleazar, o sacerdote; e a tirará fora do arraial, e se degolará diante dele. 4. E Eleazar, o sacerdote, tomará do seu sangue com o dedo e dele espargirá para a frente da tenda da congregação sete vezes. 5. Então, queimará a bezerra perante os seus olhos; o seu couro, e a sua carne, e o seu sangue, com o seu esterco se queimará. 6. E o sacerdote tomará um pedaço de madeira de cedro, e hissopo, e carmesim, e os lançará no meio do incêndio da bezerra. 7. Então, o sacerdote lavará as suas vestes, e banhará a sua carne em água, e, depois, entrará no arraial, e o sacerdote será imundo até à tarde. 8. Também o que a queimou lavará as suas vestes com água, e em água banhará a sua carne, e imundo será até à tarde. 9. E um homem limpo ajuntará a cinza da bezerra e a porá fora do arraial, num lugar limpo, e estará ela em guarda para a congregação dos filhos de Israel, para a água da separação; expiação é. 10. E o que apanhou a cinza da bezerra lavará as suas vestes e será imundo até à tarde; isto será por estatuto perpétuo aos filhos de Israel e ao estrangeiro que peregrina no meio deles. 11. Aquele que tocar a algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias. 12. Ao terceiro dia, se purificará com a água e, ao sétimo dia, será limpo; mas, se ao terceiro dia se não purificar, não será limpo ao sétimo dia. 13. Todo aquele que tocar a algum morto, cadáver de algum homem que estiver morto, e não se purificar, contamina o tabernáculo do SENHOR; e aquela alma será extirpada de Israel; porque a água da separação não foi espargida sobre ele, imundo será; está nele ainda a sua imundícia. 14. Esta é a lei, quando morrer algum homem em alguma tenda: todo aquele que entrar naquela tenda e todo aquele que estiver naquela tenda será imundo sete dias. 15. Também todo o vaso aberto, sobre que não houver pano atado, será imundo. 16. E todo aquele que sobre a face do campo tocar a algum que for morto pela espada, ou outro morto, ou aos ossos de algum homem, ou a uma sepultura, será imundo sete dias. 17. Para um imundo, pois, tomarão do pó da queima da expiação e sobre ele porão água viva num vaso. 18. E um homem limpo tomará hissopo, e o molhará naquela água, e a espargirá sobre aquela tenda, e sobre todo fato, e sobre as almas que ali estiverem, como também sobre aquele que tocar os ossos, ou a algum que foi morto, ou que faleceu, ou uma sepultura. 19. E o limpo, ao terceiro e sétimo dias, espargirá sobre o imundo; e, ao sétimo dia, o purificará; e lavará as suas vestes, e se banhará na água, e à tarde será limpo. 20. Porém o que for imundo e se não purificar, a tal alma do meio da congregação será extirpada; porquanto contaminou o santuário do SENHOR; a água da separação sobre ele não foi espargida; imundo é. 21. Isto lhes será por estatuto perpétuo; e o que espargir a água da separação lavará as suas vestes; e o que tocar a água da separação será imundo até à tarde. 22. E tudo o que o imundo tocar também será imundo; e a alma que o tocar será imunda até à tarde. Números 20 1. Chegando os filhos de Israel, toda a congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades; e Miriã morreu ali e ali foi sepultada. 2. E não havia água para a congregação; então, se congregaram contra Moisés e contra Arão. 3. E o povo contendeu com Moisés, e falaram, dizendo: Antes tivéssemos expirado quando expiraram nossos irmãos perante o SENHOR! 4. E por que trouxestes a congregação do SENHOR a este deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animais? 5. E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este lugar mau? Lugar não de semente, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber. 6. Então, Moisés e Arão se foram de diante da congregação, à porta da tenda da congregação e se lançaram sobre o seu rosto; e a glória do SENHOR lhes apareceu. 7. E o SENHOR falou a Moisés, dizendo: 8. Toma a vara e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, e dará a sua água; assim, lhes tirarás água da rocha e darás a beber à congregação e aos seus animais. 9. Então, Moisés tomou a vara de diante do SENHOR, como lhe tinha ordenado. 10. E Moisés e Arão reuniram a congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes: porventura, tiraremos água desta rocha para vós? 11. Então, Moisés levantou a sua mão e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais. 12. E o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Porquanto não me crestes a mim, para me santificar diante dos filhos de Israel, por isso não metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado. 13. Estas são as águas de Meribá, porque os filhos de Israel contenderam com o SENHOR; e o SENHOR se santificou neles. 14. Depois, Moisés desde Cades mandou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: Assim diz teu irmão Israel: Sabes todo o trabalho que nos sobreveio; 15. como nossos pais desceram ao Egito, e nós no Egito habitamos muitos dias; e como os egípcios nos maltrataram, a nós e a nossos pais; 16. e clamamos ao SENHOR, e ele ouviu a nossa voz, e mandou um anjo, e nos tirou do Egito; e eis que estamos em Cades, cidade na extremidade dos teus termos. 17. Deixa-nos, pois, passar pela tua terra; não passaremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real; não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelos teus termos. 18. Porém Edom lhe disse: Não passarás por mim, para que, porventura, eu não saia à espada ao teu encontro. 19. Então, os filhos de Israel lhe disseram: Subiremos pelo caminho igualado, e, se eu e o meu gado bebermos das tuas águas, darei o preço delas; sem fazer alguma outra coisa, deixa-me somente passar a pé. 20. Porém ele disse: Não passarás. E saiu-lhe Edom ao encontro com muita gente e com mão forte. 21. Assim, recusou Edom deixar passar a Israel pelo seu termo; pelo que Israel se desviou dele. 22. Então, partiram de Cades; e os filhos de Israel, toda a congregação, vieram ao monte Hor. 23. E falou o SENHOR a Moisés e a Arão no monte Hor, nos termos da terra de Edom, dizendo: 24. Arão recolhido será a seu povo, porque não entrará na terra que tenho dado aos filhos de Israel, porquanto rebeldes fostes à minha palavra, nas águas de Meribá. 25. Toma a Arão e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor. 26. E despe a Arão as suas vestes e veste-as a Eleazar, seu filho, porque Arão será recolhido e morrerá ali. 27. Fez, pois, Moisés como o SENHOR lhe ordenara; porque subiram ao monte Hor perante os olhos de toda a congregação. 28. E Moisés despiu a Arão as vestes e as vestiu a Eleazar, seu filho; e morreu Arão ali sobre o cume do monte; e desceram Moisés e Eleazar do monte. 29. Vendo, pois, toda a congregação que Arão era morto, choraram a Arão trinta dias, isto é, toda a casa de Israel. Números 21 1. Ouvindo o cananeu, o rei de Arade, que habitava para a banda do sul, que Israel vinha pelo caminho dos espias, pelejou contra Israel e dele levou alguns deles por prisioneiros. 2. Então, Israel fez um voto ao SENHOR, dizendo: Se totalmente entregares este povo na minha mão, destruirei totalmente as suas cidades. 3. O SENHOR, pois, ouviu a voz de Israel e entregou os cananeus, que foram destruídos totalmente, eles e as suas cidades; e o nome daquele lugar chamou Horma. 4. Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém a alma do povo angustiou-se neste caminho. 5. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morrêssemos neste deserto? Pois, aqui, nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil. 6. Então, o SENHOR mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o povo; e morreu muito povo de Israel. 7. Pelo que o povo veio a Moisés e disse: Havemos pecado, porquanto temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós estas serpentes. Então, Moisés orou pelo povo. 8. E disse o SENHOR a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. 9. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo. 10. Então, os filhos de Israel partiram e alojaram-se em Obote. 11. Depois, partiram de Obote e alojaram-se nos outeiros de Abarim, no deserto que está defronte de Moabe, ao nascente do sol. 12. Dali, partiram e alojaram-se junto ao ribeiro de Zerede. 13. E, dali, partiram e alojaram-se desta banda de Arnom, que está no deserto e sai dos termos dos amorreus; porque Arnom é o termo de Moabe, entre Moabe e os amorreus. 14. Pelo que se diz no livro das Guerras do SENHOR: Contra Vaebe em Sufa, e contra os ribeiros de Arnom, 15. e contra a corrente dos ribeiros que se volve para a situação de Ar e se encosta aos termos de Moabe. 16. E, dali, partiram para Beer; este é o poço do qual o SENHOR disse a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água 17. (Então, Israel cantou este cântico: Sobe, poço, e vós, cantai dele: 18. Tu, poço, que cavaram os príncipes, que escavaram os nobres do povo e o legislador com os seus bordões.). E, do deserto, partiram para Matana; 19. e, de Matana, para Naaliel; e, de Naaliel, para Bamote. 20. E, de Bamote, partiram para o vale que está no campo de Moabe, no cume de Pisga, à vista do deserto. 21. Então, Israel mandou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, dizendo: 22. Deixa-me passar pela tua terra; não nos desviaremos pelos campos nem pelas vinhas, e as águas dos poços não beberemos; iremos pela estrada real até que passemos os teus termos. 23. Porém Seom não deixou passar a Israel pelos seus termos; antes, Seom congregou todo o seu povo, e saiu ao encontro de Israel ao deserto, e veio a Jaza, e pelejou contra Israel. 24. Mas Israel o feriu a fio de espada e tomou a sua terra em possessão, desde Arnom até Jaboque, até aos filhos de Amom; porquanto o termo dos filhos de Amom era firme. 25. Assim, Israel tomou todas estas cidades; e Israel habitou em todas as cidades dos amorreus, em Hesbom e em todas as suas aldeias. 26. Porque Hesbom era cidade de Seom, rei dos amorreus, que tinha pelejado contra o precedente rei dos moabitas e tinha tomado da sua mão toda a sua terra até Arnom. 27. Pelo que dizem os que falam em provérbios: Vinde a Hesbom; edifique-se e fortifique-se a cidade de Seom. 28. Porque fogo saiu de Hesbom, e uma chama, da cidade de Seom; e consumiu a Ar dos moabitas e aos senhores dos altos de Arnom. 29. Ai de ti, Moabe! Perdido és, povo de Quemos! Entregou seus filhos, que iam fugindo, e suas filhas, como cativas a Seom, rei dos amorreus. 30. E nós os derribamos; Hesbom perdida é até Dibom, e os assolamos até Nofa, que se estende até Medeba. 31. Assim, Israel habitou na terra dos amorreus. 32. Depois, mandou Moisés espiar a Jazer, e tomaram as suas aldeias e daquela possessão lançaram os amorreus que estavam ali. 33. Então, viraram-se e subiram o caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, saiu contra eles, e todo o seu povo, à peleja em Edrei. 34. E disse o SENHOR a Moisés: Não o temas, porque eu to tenho dado na tua mão, a ele, e a todo o seu povo, e a sua terra, e far-lhe-ás como fizeste a Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom. 35. E de tal maneira o feriram, a ele, e a seus filhos, e a todo o seu povo, que nenhum deles escapou; e tomaram a sua terra em possessão. Números 22 1. Depois, partiram os filhos de Israel e acamparam-se nas campinas de Moabe, desta banda do Jordão, de Jericó. 2. Viu, pois, Balaque, filho de Zipor, tudo o que Israel fizera aos amorreus. 3. E Moabe temeu muito diante deste povo, porque era muito; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel. 4. Pelo que Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Naquele tempo, Balaque, filho de Zipor, era rei dos moabitas. 5. Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra e parado está defronte de mim. 6. Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; para ver se o poderei ferir e o lançarei fora da terra; porque eu sei que a quem tu abençoares será abençoado e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado. 7. Então, foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas mãos; e chegaram a Balaão e lhe disseram as palavras de Balaque. 8. E ele lhes disse: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o SENHOR me falar; então, os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão. 9. E veio Deus a Balaão e disse: Quem são estes homens que estão contigo? 10. E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, m os enviou, dizendo: 11. Eis que o povo que saiu do Egito cobriu a face da terra; vem, agora, amaldiçoa-mo; porventura, poderei pelejar contra ele e o lançarei fora. 12. Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é. 13. Então, Balaão levantou-se pela manhã e disse aos príncipes de Balaque: Ide à vossa terra, porque o SENHOR recusa deixar-me ir convosco. 14. E levantaram-se os príncipes dos moabitas, e vieram a Balaque, e disseram: Balaão recusou vir conosco. 15. Porém Balaque prosseguiu ainda em enviar mais príncipes e mais honrados do que aqueles, 16. os quais vieram a Balaão e lhe disseram: Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim, 17. porque grandemente te honrarei e farei tudo o que me disseres; vem, pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo. 18. Então, Balaão respondeu e disse aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do SENHOR, meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande; 19. agora, pois, rogo-vos que também aqui fiqueis esta noite, para que eu saiba o que o SENHOR me dirá mais. 20. Veio, pois, o Senhor a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que eu te disser. 21. Então, Balaão levantou-se pela manhã, e albardou a sua jumenta, e foi-se com os príncipes de Moabe. 22. E a ira de Deus acendeu-se, porque ele se ia; e o Anjo do SENHOR pôs-se-lhe no caminho por adversário; e ele ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus moços com ele. 23. Viu, pois, a jumenta o Anjo do SENHOR que estava no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que desviou-se a jumenta do caminho e foi-se pelo campo; então, Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho. 24. Mas o Anjo do SENHOR pôs-se numa vereda de vinhas, havendo uma parede desta banda e uma parede da outra. 25. Vendo, pois, a jumenta o Anjo do SENHOR, apertou-se contra a parede e apertou contra a parede o pé de Balaão; pelo que tornou a espancá-la. 26. Então, o Anjo do SENHOR passou mais adiante e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. 27. E, vendo a jumenta o Anjo do SENHOR, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão acendeu-se, e espancou a jumenta com o bordão. 28. Então, o SENHOR abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? 29. E Balaão disse à jumenta: Porque zombaste de mim; tomara que tivera eu uma espada na mão, porque agora te mataria. 30. E a jumenta disse a Balaão: Porventura, não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo que eu fui tua até hoje? Costumei eu alguma vez fazer assim contigo? E ele respondeu: Não. 31. Então, o SENHOR abriu os olhos a Balaão, e ele viu o Anjo do SENHOR, que estava no caminho, e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça e prostrou-se sobre a sua face. 32. Então, o Anjo do SENHOR lhe disse: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim; 33. porém a jumenta me viu e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela se não desviara de diante de mim, na verdade que eu agora te mataria e a ela deixaria com vida. 34. Então, Balaão disse ao Anjo do SENHOR: Pequei, que não soube que estavas neste caminho para te opores a mim; e, agora, se parece mal aos teus olhos, tornar-me-ei. 35. E disse o Anjo do SENHOR a Balaão: Vai-te com estes homens, mas somente a palavra que eu falar a ti, esta falarás. Assim, Balaão foi-se com os príncipes de Balaque. 36. Ouvindo, pois, Balaque que Balaão vinha, saiu-lhe ao encontro até à cidade de Moabe, que está no termo de Arnom, na extremidade do termo dele. 37. E Balaque disse a Balaão: Porventura, não enviei diligentemente a chamar-te? Por que não vieste a mim? Não posso eu na verdade honrar-te? 38. Então, Balaão disse a Balaque: Eis que eu tenho vindo a ti; porventura, poderei eu agora de alguma forma falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca, esta falarei. 39. E Balaão foi com Balaque, e vieram a Quiriate-Huzote. 40. Então, Balaque matou bois e ovelhas; e deles enviou a Balaão e aos príncipes que estavam com ele. 41. E sucedeu que, pela manhã, Balaque tomou a Balaão e o fez subir aos altos de Baal. E viu Balaão dali a última parte do povo. Números 23 1. Então, Balaão disse a Balaque: Edifica-me aqui sete altares e prepara-me aqui sete bezerros e sete carneiros. 2. Fez, pois, Balaque como Balaão dissera; e Balaque e Balaão ofereceram um bezerro e um carneiro sobre cada altar. 3. Então, Balaão disse a Balaque: Fica-te ao pé do teu holocausto, e eu irei; porventura, o SENHOR me sairá ao encontro, e o que me mostrar te notificarei. Então, foi a um alto. 4. E, encontrando-se Deus com Balaão, lhe disse este: Preparei sete altares e ofereci um bezerro e um carneiro sobre cada altar. 5. Então, o SENHOR pôs a palavra na boca de Balaão e disse: Torna para Balaque e fala assim. 6. E, tornando para ele, eis que estava ao pé do seu holocausto, ele e todos os príncipes dos moabitas. 7. Então, alçou a sua parábola e disse: De Arã me mandou trazer Balaque, rei dos moabitas, das montanhas do oriente, dizendo: Vem, amaldiçoa-me a Jacó; e vem, detesta a Israel. 8. Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o SENHOR não detesta? 9. Porque do cume das penhas o vejo e dos outeiros o contemplo: eis que este povo habitará só e entre as nações não será contado. 10. Quem contará o pó de Jacó e o número da quarta parte de Israel? A minha alma morra da morte dos justos, e seja o meu fim como o seu. 11. Então, disse Balaque a Balaão: Que me fizeste? Chamei-te para amaldiçoar os meus inimigos, mas eis que inteiramente os abençoaste. 12. E ele respondeu e disse: Porventura, não terei cuidado de falar o que o SENHOR pôs na minha boca? 13. Então, Balaque lhe disse: Rogo-te que venhas comigo a outro lugar, de onde o verás; verás somente a última parte dele, mas a todo ele não verás; e amaldiçoa-mo dali. 14. Assim, o tomou consigo ao campo de Zofim, ao cume de Pisga; e edificou sete altares e ofereceu um bezerro e um carneiro sobre cada altar. 15. Então, disse Balaão a Balaque: Fica aqui ao pé do teu holocausto, e eu irei ali ao seu encontro. 16. E, encontrando-se o SENHOR com Balaão, pôs uma palavra na sua boca e disse: Torna para Balaque e fala assim. 17. E, vindo a ele, eis que estava ao pé do holocausto, e os príncipes dos moabitas, com ele; disse-lhe, pois, Balaque: Que coisa falou o SENHOR? 18. Então, alçou a sua parábola e disse: Levanta-te, Balaque, e ouve; inclina os teus ouvidos a mim, filho de Zipor. 19. Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria? 20. Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar. 21. Não viu iniqüidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o SENHOR, seu Deus, é com ele e nele, e entre eles se ouve o alarido de um rei. 22. Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio. 23. Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem feito! 24. Eis que o povo se levantará como leoa e se exalçará como leão; não se deitará até que coma a presa e beba o sangue de mortos. 25. Então, Balaque disse a Balaão: Nem totalmente o amaldiçoarás, nem totalmente o abençoarás. 26. Porém Balaão respondeu e disse a Balaque: Não te falei eu, dizendo: Tudo o que o SENHOR falar, aquilo farei? 27. Disse mais Balaque a Balaão: Ora, vem, e te levarei a outro lugar; porventura, bem parecerá aos olhos de Deus que dali mo amaldiçoes. 28. Então, Balaque levou Balaão consigo ao cume de Peor, que olha para a banda do deserto. 29. Balaão disse a Balaque: Edifica-me aqui sete altares e prepara-me aqui sete bezerros e sete carneiros. 30. Balaque, pois, fez como dissera Balaão e ofereceu um bezerro e um carneiro sobre cada altar. Números 24 1. Vendo Balaão que bem parecia aos olhos do SENHOR que abençoasse a Israel, não foi esta vez como dantes ao encontro dos encantamentos, mas pôs o seu rosto para o deserto. 2. E, levantando Balaão os olhos e vendo a Israel que habitava segundo as suas tribos, veio sobre ele o Espírito de Deus. 3. E alçou a sua parábola e disse: Fala Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos; 4. fala aquele que ouviu os ditos de Deus, o que vê a visão do Todo-poderoso, caindo em êxtase e de olhos abertos: 5. Que boas são as tuas tendas, ó Jacó! Que boas as tuas moradas, ó Israel! 6. Como ribeiros se estendem, como jardins ao pé dos rios; como árvores de sândalo o SENHOR as plantou, como cedros junto às águas. 7. De seus baldes manarão águas, e a sua semente estará em muitas águas; e o seu rei se exalçará mais do que Agague, e o seu reino será levantado. 8. Deus o tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio; consumirá as nações, seus inimigos, e quebrará seus ossos, e com as suas setas os atravessará. 9. Encurvou-se, deitou-se como leão e como leoa; quem o despertará? Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem. 10. Então, a ira de Balaque se acendeu contra Balaão, e bateu ele as suas palmas; e Balaque disse a Balaão: Para amaldiçoar os meus inimigos te tenho chamado; porém agora já três vezes os abençoaste inteiramente. 11. Agora, pois, foge para o teu lugar; eu tinha dito que te honraria grandemente; mas eis que o SENHOR te privou desta honra. 12. Então, Balaão disse a Balaque: Não falei eu também aos teus mensageiros, que me enviaste, dizendo: 13. Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e ouro, não posso traspassar o mandado do SENHOR, fazendo bem ou mal de meu próprio coração; o que o SENHOR falar, isso falarei eu. 14. Agora, pois, eis que me vou ao meu povo; vem, avisar-te-ei do que este povo fará ao teu povo nos últimos dias. 15. Então, alçou a sua parábola e disse: Fala Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos; 16. fala aquele que ouviu os ditos de Deus e o que sabe a ciência do Altíssimo; o que viu a visão do Todo-poderoso, caído em êxtase e de olhos abertos: 17. Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas e destruirá todos os filhos de Sete. 18. E Edom será uma possessão, e Seir também será uma possessão hereditária para os seus inimigos; pois Israel fará proezas. 19. E dominará um de Jacó e matará os que restam das cidades. 20. E, vendo os amalequitas, alçou a sua parábola e disse: Amaleque é o primeiro das nações; porém o seu fim será para perdição. 21. E, vendo os queneus, alçou a sua parábola e disse: Firme está a tua habitação, e puseste o teu ninho na penha. 22. Todavia, o queneu será consumido, até que Assur te leve por prisioneiro. 23. E, alçando ainda a sua parábola, disse: Ai, quem viverá, quando Deus fizer isto? 24. E as naus das costas de Quitim afligirão a Assur; também afligirão a Héber; e também ele será para perdição. 25. Então, Balaão levantou-se, e foi-se, e voltou ao seu lugar, e também Balaque se foi pelo seu caminho. Números 25 1. E Israel deteve-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. 2. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos seus deuses. 3. Juntando-se, pois, Israel a Baal-Peor, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel. 4. Disse o SENHOR a Moisés: Toma todos os cabeças do povo e enforca-os ao SENHOR diante do sol, e o ardor da ira do SENHOR se retirará de Israel. 5. Então, Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os seus homens que se juntaram a Baal-Peor. 6. E eis que veio um homem dos filhos de Israel e trouxe a seus irmãos uma midianita perante os olhos de Moisés e de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando eles diante da tenda da congregação. 7. Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, se levantou do meio da congregação e tomou uma lança na sua mão; 8. e foi após o varão israelita até à tenda e os atravessou a ambos, ao varão israelita e à mulher, pela sua barriga; então, a praga cessou de sobre os filhos de Israel. 9. E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil. 10. Então, o SENHOR falou a Moisés, dizendo: 11. Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois zelou o meu zelo no meio deles; de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel. 12. Portanto, dize: Eis que lhe dou o meu concerto de paz, 13. e ele e a sua semente depois dele terão o concerto do sacerdócio perpétuo; porquanto teve zelo pelo seu Deus e fez propiciação pelos filhos de Israel. 14. E o nome do israelita morto, que foi morto com a midianita, era Zinri, filho de Salu, maioral da casa paterna dos simeonitas. 15. E o nome da mulher midianita morta era Cosbi, filha de Zur, cabeça do povo da casa paterna entre os midianitas. 16. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 17. Afligireis os midianitas e os ferireis, 18. porque eles vos afligiram a vós outros com os seus enganos com que vos enganaram no negócio de Peor e no negócio de Cosbi, filha do maioral dos midianitas, irmã deles, que foi morta no dia da praga no negócio de Peor. Números 26 1. Aconteceu, pois, que, depois daquela praga, falou o SENHOR a Moisés e a Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, dizendo: 2. Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, da idade de vinte anos para cima, segundo as casas de seus pais, todo que, em Israel, vai para o exército. 3. Falaram, pois, Moisés e Eleazar, o sacerdote, aos cabeças de Israel, nas campinas de Moabe, ao pé do Jordão, de Jericó, dizendo: 4. Contai o povo da idade de vinte anos para cima, como o SENHOR ordenara a Moisés e aos filhos de Israel, que saíram do Egito. 5. Rúben, o primogênito de Israel; os filhos de Rúben foram Enoque, do qual era a família dos enoquitas; de Palu, a família dos paluítas; 6. de Hezrom, a família dos hezronitas; de Carmi, a família dos carmitas. 7. Estas são as famílias dos rubenitas; e os que foram deles contados foram quarenta e três mil e setecentos e trinta. 8. E o filho de Palu: Eliabe. 9. E os filhos de Eliabe: Nemuel, e Datã, e Abirão; estes, Datã e Abirão, foram os chamados da congregação, que moveram a contenda contra Moisés e contra Arão na congregação de Corá, quando moveram a contenda contra o SENHOR; 10. e a terra abriu a sua boca e os tragou com Corá, quando morreu a congregação; quando o fogo consumiu duzentos e cinqüenta homens, e foram por sinal. 11. Mas os filhos de Corá não morreram. 12. Os filhos de Simeão, segundo as suas famílias: de Nemuel, a família dos nemuelitas; de Jamim, a família dos jaminitas; de Jaquim, a família dos jaquinitas; 13. de Zerá, a família dos zeraítas; de Saul, a família dos saulitas. 14. Estas são as famílias dos simeonitas, vinte e dois mil e duzentos. 15. Os filhos de Gade, segundo as suas gerações: de Zefom, a família dos zefonitas; de Hagi, a família dos hagitas; de Suni, a família dos sunitas; 16. de Ozni, a família dos oznitas; de Eri, a família dos eritas; 17. de Arodi, a família dos aroditas; de Areli, a família dos arelitas. 18. Estas são as famílias dos filhos de Gade, segundo os que foram deles contados, quarenta mil e quinhentos. 19. Os filhos de Judá: Er e Onã; mas Er e Onã morreram na terra de Canaã. 20. Assim, os filhos de Judá foram segundo as suas famílias: de Selá, a família dos selaítas; de Perez, a família dos perezitas; de Zerá, a família dos zeraítas. 21. E os filhos de Perez foram: de Hezrom, a família dos hezronitas; de Hamul, a família dos hamulitas. 22. Estas são as famílias de Judá, segundo os que foram deles contados, setenta e seis mil e quinhentos. 23. Os filhos de Issacar, segundo as suas famílias, foram: de Tola, a família dos tolaítas; de Puva, a família dos puvitas; 24. de Jasube, a família dos jasubitas; de Sinrom, a família dos sinronitas. 25. Estas são as famílias de Issacar, segundo os que foram deles contados, sessenta e quatro mil e trezentos. 26. Os filhos de Zebulom, segundo as suas famílias, foram: de Serede, a família dos sereditas; de Elom, a família dos elonitas; de Jaleel, a família dos jaleelitas. 27. Estas são as famílias dos zebulonitas, segundo os que foram deles contados, sessenta mil e quinhentos. 28. Os filhos de José, segundo as suas famílias, foram Manassés e Efraim. 29. Os filhos de Manassés foram: de Maquir, a família dos maquiritas; e Maquir gerou a Gileade; de Gileade, a família dos gileaditas. 30. Estes são os filhos de Gileade: de Jezer, a família dos jezeritas; de Heleque, a família dos helequitas; 31. e de Asriel, a família dos asrielitas; e de Siquém, a família dos siquemitas; 32. e de Semida, a família dos semidaítas; e de Héfer, a família dos heferitas. 33. Porém Zelofeade, filho de Héfer, não tinha filhos, senão filhas; e os nomes das filhas de Zelofeade foram: Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza. 34. Estas são as famílias de Manassés; e os que foram deles contados foram cinqüenta e dois mil e setecentos. 35. Estes são os filhos de Efraim, segundo as suas famílias: de Sutela, a família dos sutelaítas; de Bequer, a família dos bequeritas; de Taã, a família dos taanitas. 36. E estes são os filhos de Sutela: de Erã, a família dos eranitas. 37. Estas são as famílias dos filhos de Efraim, segundo os que foram deles contados, trinta e dois mil e quinhentos; estes são os filhos de José, segundo as suas famílias. 38. Os filhos de Benjamim, segundo as suas famílias: de Belá, a família dos belaítas; de Asbel, a família dos asbelitas; de Airão, a família dos airamitas; 39. de Sufã, a família dos sufamitas; de Hufã, a família dos hufamitas. 40. E os filhos de Belá foram Arde e Naamã: de Arde, a família dos arditas; de Naamã, a família dos naamanitas. 41. Estes são os filhos de Benjamim, segundo as suas famílias; e os que foram deles contados foram quarenta e cinco mil e seiscentos. 42. Estes são os filhos de Dã, segundo as suas famílias: de Suão, a família dos suamitas; estas são as famílias de Dã, segundo as suas famílias. 43. Todas as famílias dos suamitas, segundo os que foram deles contados foram sessenta e quatro mil e quatrocentos. 44. Os filhos de Aser, segundo as suas famílias, foram: de Imna, a família dos imnaítas; de Isvi, a família dos isvitas; de Berias, a família dos beriaítas. 45. Os filhos de Berias foram: de Héber, a família dos heberitas; de Malquiel, a família dos malquielitas. 46. E o nome da filha de Aser foi Sera. 47. Estas são as famílias dos filhos de Aser, segundo os que foram deles contados, cinqüenta e três mil e quatrocentos. 48. Os filhos de Naftali, segundo as suas famílias: de Jazeel, a família dos jazeelitas; de Guni, a família dos gunitas; 49. de Jezer, a família dos jezeritas; de Silém, a família dos silemitas. 50. Estas são as famílias de Naftali, segundo as suas famílias; e os que foram deles contados foram quarenta e cinco mil e quatrocentos. 51. Estes são os contados dos filhos de Israel, seiscentos e um mil e setecentos e trinta. 52. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 53. A estes se repartirá a terra em herança, segundo o número dos nomes. 54. Aos muitos, multiplicarás a sua herança; e, aos poucos, diminuirás a sua herança; a cada qual se dará a sua herança, segundo os que foram deles contados. 55. Todavia, a terra se repartirá por sortes; segundo os nomes das tribos de seus pais, a herdarão. 56. Segundo sair a sorte, se repartirá a herança deles entre os muitos e os poucos. 57. E estes são os que foram contados de Levi, segundo as suas famílias: de Gérson, a família dos gersonitas; de Coate, a família dos coatitas; de Merari, a família dos meraritas. 58. Estas são as famílias de Levi: a família dos libnitas, a família dos hebronitas, a família dos malitas, a família dos musitas, a família dos coraítas; e Coate gerou a Anrão. 59. E o nome da mulher de Anrão foi Joquebede, filha de Levi, a qual nasceu a Levi no Egito; e esta, a Anrão gerou Arão, e Moisés, e Miriã, sua irmã. 60. E a Arão nasceram Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. 61. Porém Nadabe e Abiú morreram quando trouxeram fogo estranho perante o SENHOR. 62. E os que foram deles contados foram vinte e três mil, todo o varão da idade de um mês para cima; porque estes não foram contados entre os filhos de Israel, porquanto lhes não foi dada herança entre os filhos de Israel. 63. Estes são os que foram contados por Moisés e Eleazar, o sacerdote, que contaram os filhos de Israel nas campinas de Moabe, ao pé do Jordão, de Jericó. 64. E entre estes nenhum houve dos que foram contados por Moisés e Arão, o sacerdote, quando contaram aos filhos de Israel no deserto do Sinai. 65. Porque o SENHOR dissera deles que certamente morreriam no deserto; e nenhum deles ficou, senão Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Números 27 1. E chegaram as filhas de Zelofeade, filho de Héfer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, entre as famílias de Manassés, filho de José (e estes são os nomes de suas filhas: Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza); 2. e puseram-se diante de Moisés, e diante de Eleazar, o sacerdote, e diante dos príncipes e de toda a congregação, à porta da tenda da congregação, dizendo: 3. Nosso pai morreu no deserto e não estava entre a congregação dos que se congregaram contra o SENHOR na congregação de Corá; mas morreu no seu próprio pecado e não teve filhos. 4. Por que se tiraria o nome de nosso pai do meio da sua família, porquanto não teve filhos? Dá-nos possessão entre os irmãos de nosso pai. 5. E Moisés levou a sua causa perante o SENHOR. 6. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 7. As filhas de Zelofeade falam retamente; certamente lhes darás possessão de herança entre os irmãos de seu pai; e a herança de seu pai farás passar a elas. 8. E falarás aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém morrer e não tiver filho, então, fareis passar a sua herança a sua filha. 9. E, se não tiver filha, então, a sua herança dareis a seus irmãos. 10. Porém, se não tiver irmãos, então, dareis a sua herança aos irmãos de seu pai. 11. Se também seu pai não tiver irmãos, então, a sua herança dareis a seu parente, àquele que lhe for o mais chegado da sua família, para que a possua; isto aos filhos de Israel será por estatuto de direito, como o SENHOR ordenou a Moisés. 12. Depois, disse o SENHOR a Moisés: Sobe este monte Abarim e vê a terra que tenho dado aos filhos de Israel. 13. E, havendo-a visto, então, serás recolhido ao teu povo, assim como foi recolhido teu irmão Arão; 14. porquanto rebeldes fostes no deserto de Zim, na contenda da congregação, ao meu mandado de me santificardes nas águas diante dos seus olhos. (Estas são as águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim.) 15. Então, falou Moisés ao SENHOR, dizendo: 16. O SENHOR, Deus dos espíritos de toda carne, ponha um homem sobre esta congregação, 17. que saia diante deles, e que entre diante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar; para que a congregação do SENHOR não seja como ovelhas que não têm pastor. 18. Então, disse o SENHOR a Moisés: Toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e põe a tua mão sobre ele. 19. E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe mandamentos aos olhos deles, 20. e põe sobre ele da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel. 21. E se porá perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o SENHOR; conforme o seu dito, sairão; e, conforme o seu dito, entrarão, ele, e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação. 22. E fez Moisés como o SENHOR lhe ordenara; porque tomou a Josué e apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; 23. e sobre ele pôs as mãos e lhe deu mandamentos, como o SENHOR ordenara pela mão de Moisés. Números 28 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Da minha oferta, do meu manjar para as minhas ofertas queimadas, do meu cheiro suave, tereis cuidado, para mas oferecer a seu tempo determinado. 3. E dir-lhes-ás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao SENHOR: dois cordeiros de um ano, sem mancha, cada dia, em contínuo holocausto. 4. Um cordeiro sacrificarás pela manhã e o outro cordeiro sacrificarás de tarde; 5. e a décima parte de um efa de flor de farinha em oferta de manjares, misturada com a quarta parte de um him de azeite moído. 6. Este é o holocausto contínuo, instituído no monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR. 7. E a sua libação será a quarta parte de um him para um cordeiro; no santuário, oferecerás a libação de bebida forte ao SENHOR. 8. E o outro cordeiro sacrificarás de tarde; como a oferta de manjares da manhã e como a sua libação, o aparelharás em oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR. 9. Porém, no dia de sábado, dois cordeiros de um ano, sem mancha, e duas décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de manjares, com a sua libação; 10. holocausto é do sábado em cada sábado, além do holocausto contínuo e a sua libação. 11. E nos princípios dos vossos meses oferecereis, em holocausto ao SENHOR, dois bezerros e um carneiro, sete cordeiros de um ano, sem mancha; 12. e três décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de manjares, para um bezerro; e duas décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de manjares, para um carneiro; 13. e uma décima de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de manjares, para um cordeiro; holocausto é de cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR. 14. E as suas libações serão a metade de um him de vinho para um bezerro, e a terça parte de um him para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano. 15. Também um bode, para expiação do pecado, ao SENHOR, além do holocausto contínuo, com a sua libação se oferecerá. 16. Porém, no primeiro mês, aos catorze dias do mês, é a Páscoa do SENHOR. 17. E, aos quinze dias do mesmo mês, haverá festa; sete dias se comerão pães asmos. 18. No primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis; 19. mas oferecereis oferta queimada em holocausto ao SENHOR, dois bezerros e um carneiro, e sete cordeiros de um ano; ser-vos-ão eles sem mancha. 20. E a sua oferta de manjares será de flor de farinha misturada com azeite; oferecereis três décimas para um bezerro e duas décimas para um carneiro. 21. Para cada cordeiro oferecereis uma décima, para cada um dos sete cordeiros; 22. e um bode, para expiação do pecado, para fazer expiação por vós. 23. Estas coisas oferecereis, além do holocausto da manhã, que é o holocausto contínuo. 24. Segundo este modo, cada dia oferecereis, por sete dias, o manjar da oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR; além do holocausto contínuo, se oferecerá isto com a sua libação. 25. E, no sétimo dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis. 26. Semelhantemente, tereis santa convocação no dia das primícias, quando oferecerdes oferta nova de manjares ao SENHOR, segundo a vossa Festa das Semanas; nenhuma obra servil fareis. 27. Então, oferecereis ao SENHOR por holocausto, em cheiro suave, dois bezerros, um carneiro e sete cordeiros de um ano; 28. e a sua oferta de manjares de flor de farinha misturada com azeite: três décimas para um bezerro, duas décimas para um carneiro; 29. para cada cordeiro uma décima, para cada um dos sete cordeiros; 30. um bode, para fazer expiação por vós. 31. Além do holocausto contínuo e a sua oferta de manjares, os oferecereis (ser-vos-ão eles sem mancha) com as suas libações. Números 29 1. Semelhantemente, tereis santa convocação no sétimo mês, no primeiro dia do mês; nenhuma obra servil fareis; ser-vos-á um dia de jubilação. 2. Então, por holocausto, em cheiro suave ao SENHOR, oferecereis um bezerro, um carneiro e sete cordeiros de um ano, sem mancha. 3. E pela sua oferta de manjares de flor de farinha misturada com azeite, três décimas para o bezerro, e duas décimas para o carneiro, 4. e uma décima para um cordeiro, para cada um dos sete cordeiros; 5. e um bode, para expiação do pecado, para fazer expiação por vós; 6. além do holocausto do mês, e a sua oferta de manjares, e o holocausto contínuo, e a sua oferta de manjares, com as suas libações, segundo o seu estatuto, em cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR. 7. E, no dia dez deste sétimo mês, tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; nenhuma obra fareis. 8. Mas, por holocausto, em cheiro suave ao SENHOR, oferecereis um bezerro, um carneiro e sete cordeiros de um ano; ser-vos-ão eles sem mancha. 9. E, pela sua oferta de manjares de flor de farinha misturada com azeite, três décimas para o bezerro, duas décimas para o carneiro 10. e uma décima para um cordeiro, para cada um dos sete cordeiros; 11. um bode, para expiação do pecado, além da expiação do pecado pelas propiciações, e o holocausto contínuo, e a sua oferta de manjares com as suas libações. 12. Semelhantemente, aos quinze dias deste sétimo mês, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; mas sete dias celebrareis festa ao SENHOR. 13. E, por holocausto, em oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR, oferecereis treze bezerros, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano; ser-vos-ão eles sem mancha. 14. E, pela sua oferta de manjares de flor de farinha misturada com azeite, três décimas para um bezerro, para cada um dos treze bezerros, duas décimas para cada carneiro, entre os dois carneiros; 15. e, para um cordeiro, uma décima, para cada um dos catorze cordeiros; 16. e um bode, para expiação do pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação. 17. Depois, no segundo dia, doze bezerros, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem mancha; 18. e a sua oferta de manjares e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo o estatuto; 19. e um bode, para expiação do pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e as suas libações. 20. E, no terceiro dia, onze bezerros, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem mancha; 21. e as suas ofertas de manjares e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo o estatuto; 22. e um bode, para expiação do pecado, além do holocausto contínuo, e a sua oferta de manjares, e a sua libação. 23. E, no quarto dia, dez bezerros, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem mancha; 24. a sua oferta de manjares e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o número, segundo o estatuto; 25. e um bode, para expiação do pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação. 26. E, no quinto dia, nove bezerros, dois carneiros e catorze cordeiros de um ano, sem mancha; 27. e a sua oferta de manjares e a suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o número, segundo o estatuto; 28. e um bode, para expiação do pecado, além do holocausto contínuo, e a sua oferta de manjares e a sua libação. 29. E, no sexto dia, oito bezerros, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem mancha; 30. e a sua oferta de manjares e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo o estatuto; 31. e um bode, para expiação do pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação. 32. E, no sétimo dia, sete bezerros, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem mancha; 33. e a sua oferta de manjares e as suas libações para os bezerros, para os carneiros e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo o seu estatuto; 34. e um bode, para expiação do pecado, além do holocausto contínuo, a sua oferta de manjares e a sua libação. 35. No oitavo dia, tereis dia de solenidade; nenhuma obra servil fareis; 36. e, por holocausto, em oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR, oferecereis um bezerro, um carneiro, sete cordeiros de um ano, sem mancha; 37. a sua oferta de manjares e as suas libações para o bezerro, para o carneiro e para os cordeiros, conforme o seu número, segundo o estatuto; 38. e um bode, para expiação do pecado, além do holocausto contínuo, e a sua oferta de manjares, e a sua libação. 39. Estas coisas fareis ao SENHOR nas vossas solenidades, além dos vossos votos, e das vossas ofertas voluntárias, com os vossos holocaustos, e com as vossas ofertas de manjares, e com as vossas libações, e com as vossas ofertas pacíficas. 40. E falou Moisés aos filhos de Israel, conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés. Números 30 1. E falou Moisés aos cabeças das tribos dos filhos de Israel, dizendo: Esta é a palavra que o SENHOR tem ordenado: 2. Quando um homem fizer voto ao SENHOR ou fizer juramento, ligando a sua alma com obrigação, não violará a sua palavra; segundo tudo o que saiu da sua boca, fará. 3. Também quando uma mulher fizer voto ao SENHOR, e com obrigação se ligar em casa de seu pai na sua mocidade; 4. e seu pai ouvir o seu voto e a sua obrigação, com que ligou a sua alma, e seu pai se calar para com ela, todos os seus votos serão válidos, e toda obrigação, com que ligou a sua alma, será valiosa. 5. Mas, se seu pai se opuser no dia em que tal ouvir, todos os seus votos e as suas obrigações, com que tiver ligado a sua alma, não serão válidos; mas o SENHOR lho perdoará, porquanto seu pai lhos vedou. 6. E, se ela tiver marido e for obrigada a alguns votos ou dito irrefletido dos seus lábios, com que tiver ligado a sua alma; 7. e seu marido o ouvir e se calar para com ela no dia em que o ouvir, os seus votos serão válidos; e as suas obrigações, com que ligou a sua alma, serão valiosas. 8. Mas, se seu marido lho vedar no dia em que o ouvir e anular o seu voto a que estava obrigada, como também a declaração dos seus lábios, com que ligou a sua alma, o SENHOR lho perdoará. 9. No tocante ao voto da viúva ou da repudiada, tudo com que ligar a sua alma sobre ela será válido. 10. Porém, se fez voto na casa de seu marido ou ligou a sua alma com obrigação de juramento, 11. e seu marido o ouviu, e se calou para com ela, e lho não vedou, todos os seus votos serão válidos, e toda obrigação, com que ligou a sua alma, será valiosa. 12. Porém, se seu marido lhos anulou no dia em que os ouviu, tudo quanto saiu dos seus lábios, quer dos seus votos, quer da obrigação da sua alma, não será válido; seu marido lhos anulou, e o SENHOR lho perdoará. 13. Todo voto e todo juramento de obrigação, para humilhar a alma, seu marido o confirmará ou anulará. 14. Porém, se seu marido de dia em dia se calar inteiramente para com ela, então, confirmará todos os seus votos e todas as suas obrigações que estiverem sobre ela; confirmado lhos tem, porquanto se calou para com ela no dia em que o ouviu. 15. Porém, se de todo lhos anular depois que o ouviu, então, ele levará a iniqüidade dela. 16. Estes são os estatutos que o SENHOR ordenou a Moisés entre o marido e sua mulher, entre o pai e a sua filha, na sua mocidade, em casa de seu pai. Números 31 1. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois, recolhido serás ao teu povo. 3. Falou, pois, Moisés ao povo, dizendo: Armem-se alguns de vós para a guerra e saiam contra os midianitas, para fazerem a vingança do SENHOR nos midianitas. 4. Mil de cada tribo entre todas as tribos de Israel enviareis à guerra. 5. Assim, foram dados dos milhares de Israel mil de cada tribo: doze mil armados para a peleja. 6. E Moisés os mandou à guerra, de cada tribo mil, a eles e a Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, à guerra com os utensílios santos e com as trombetas do alarido na mão. 7. E pelejaram contra os midianitas, como o SENHOR ordenara a Moisés; e mataram todo varão. 8. Mataram mais, além dos que já foram mortos, os reis dos midianitas, a Evi, e a Requém, e a Zur, e a Hur, e a Reba, cinco reis dos midianitas; também a Balaão, filho de Beor, mataram à espada. 9. Porém os filhos de Israel levaram presas as mulheres dos midianitas e as suas crianças; também levaram todos os seus animais, e todo o seu gado, e toda a sua fazenda. 10. E queimaram a fogo todas as suas cidades com todas as suas habitações e todos os seus acampamentos. 11. E tomaram todo o despojo e toda presa de homens e de animais. 12. E trouxeram a Moisés e a Eleazar, o sacerdote, e à congregação dos filhos de Israel os cativos, e a presa, e o despojo, para o arraial, nas campinas de Moabe, que estão junto do Jordão, em Jericó. 13. Porém Moisés e Eleazar, o sacerdote, e todos os maiorais da congregação saíram a recebê-los fora do arraial. 14. E indignou-se Moisés grandemente contra os oficiais do exército, capitães dos milhares e capitães das centenas, que vinham do serviço daquela guerra. 15. E Moisés disse-lhes: Deixastes viver todas as mulheres? 16. Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de prevaricar contra o SENHOR, no negócio de Peor, pelo que houve aquela praga entre a congregação do SENHOR. 17. Agora, pois, matai todo varão entre as crianças; e matai toda mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele. 18. Porém todas as crianças fêmeas que não conheceram algum homem, deitando-se com ele, para vós deixai viver. 19. E, vós, alojai-vos sete dias fora do arraial; qualquer que tiver matado alguma pessoa e qualquer que tiver tocado algum morto, ao terceiro dia e ao sétimo dia, vos purificareis, a vós e a vossos cativos. 20. Também purificareis toda veste, e toda obra de peles, e toda obra de pêlos de cabras, e todo objeto de madeira. 21. E disse Eleazar, o sacerdote, aos homens de guerra que partiram à peleja: Este é o estatuto da lei que o SENHOR ordenou a Moisés. 22. Contudo, o ouro, a prata, o cobre, o ferro, o estanho e o chumbo, 23. toda coisa que pode suportar o fogo fareis passar pelo fogo, para que fique limpa; todavia, se expiará com a água da separação; mas tudo que não pode suportar o fogo, o fareis passar pela água. 24. Também lavareis as vossas vestes ao sétimo dia, para que fiqueis limpos; e, depois, entrareis no arraial. 25. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 26. Toma a soma da presa dos prisioneiros, de homens e de animais, tu e Eleazar, o sacerdote, e os cabeças das casas dos pais da congregação; 27. e divide a presa em duas metades, entre os que, hábeis na peleja, saíram à guerra, e toda a congregação. 28. Então, para o SENHOR tomarás o tributo dos homens de guerra que saíram a esta guerra; de cada quinhentos, uma alma, tanto dos homens como dos bois, dos jumentos e das ovelhas. 29. Da sua metade o tomareis e o dareis ao sacerdote Eleazar, para a oferta alçada do SENHOR. 30. Mas, da metade dos filhos de Israel, tomarás de cada cinqüenta, um, tanto dos homens como dos bois, dos jumentos e das ovelhas, de todos os animais; e os darás aos levitas que têm cuidado da guarda do tabernáculo do SENHOR. 31. E fizeram Moisés e Eleazar, o sacerdote, como o SENHOR ordenara a Moisés. 32. Foi, pois, a presa, o restante do despojo, que tomaram os homens de guerra, seiscentas e setenta e cinco mil ovelhas; 33. e setenta e dois mil bois; 34. e sessenta e um mil jumentos; 35. e das mulheres que não conheceram homem algum deitando-se com ele, todas as almas foram trinta e duas mil. 36. E a metade, a parte dos que saíram à guerra, foi em número de trezentas e trinta e sete mil e quinhentas ovelhas. 37. E das ovelhas foi o tributo para o SENHOR seiscentas e setenta e cinco. 38. E foram os bois trinta e seis mil; e o seu tributo para o SENHOR, setenta e dois. 39. E foram os jumentos trinta mil e quinhentos; e o seu tributo para o SENHOR, sessenta e um. 40. E houve de almas humanas dezesseis mil; e o seu tributo para o SENHOR, trinta e duas almas. 41. E deu Moisés a Eleazar, o sacerdote, o tributo da oferta alçada do SENHOR, como o SENHOR ordenara a Moisés. 42. E da metade dos filhos de Israel, que Moisés separara da dos homens que pelejaram 43. (A metade para a congregação foi, das ovelhas, trezentas e trinta e sete mil e quinhentas; 44. e dos bois, trinta e seis mil; 45. e dos jumentos, trinta mil e quinhentos; 46. e das almas humanas, dezesseis mil.), 47. desta metade dos filhos de Israel, Moisés tomou um de cada cinqüenta, tanto de homens como de animais, e os deu aos levitas, que tinham cuidado da guarda do tabernáculo do SENHOR, como o SENHOR ordenara a Moisés. 48. Então, chegaram-se a Moisés os capitães que estavam sobre os milhares do exército, os tribunos e os centuriões, 49. e disseram a Moisés: Teus servos tomaram a soma dos homens de guerra que estiveram sob a nossa mão, e nenhum falta de nós. 50. Pelo que trouxemos uma oferta ao SENHOR, cada um o que achou: vasos de ouro, cadeias, manilhas, anéis, arrecadas e colares, para fazer propiciação pela nossa alma perante o SENHOR. 51. Assim, Moisés e Eleazar, o sacerdote, tomaram deles o ouro; sendo todos os vasos bem trabalhados. 52. E foi todo o ouro da oferta alçada, que ofereceram ao SENHOR, dezesseis mil e setecentos e cinqüenta siclos, dos tribunos e dos centuriões 53. ( pois os homens de guerra, cada um tinha tomado presa para si). 54. Tomaram, pois, Moisés e Eleazar, o sacerdote, o ouro dos tribunos e dos centuriões e o trouxeram à tenda da congregação por lembrança para os filhos de Israel perante o SENHOR. Números 32 1. E os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham muito gado em grande multidão; e viram a terra de Jazer e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado. 2. Vieram, pois, os filhos de Gade e os filhos de Rúben e falaram a Moisés e a Eleazar, o sacerdote, e aos maiorais da congregação, dizendo: 3. Atarote, e Dibom, e Jazer, e Ninra, e Hesbom, e Eleale, e Sebã, e Nebo, e Beom, 4. a terra que o SENHOR feriu diante da congregação de Israel é terra de gado; e os teus servos têm gado. 5. Disseram mais: Se achamos graça aos teus olhos, dê-se esta terra aos teus servos em possessão, e não nos faças passar o Jordão. 6. Porém Moisés disse aos filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Irão vossos irmãos à peleja, e ficareis vós aqui? 7. Por que, pois, descorajais o coração dos filhos de Israel, para que não passem à terra que o SENHOR lhes tem dado? 8. Assim fizeram vossos pais, quando os mandei de Cades-Barnéia a ver esta terra. 9. Chegando eles até ao vale de Escol e vendo esta terra, descorajaram o coração dos filhos de Israel, para que não viessem à terra que o SENHOR lhes tinha dado. 10. Então, a ira do SENHOR se acendeu naquele mesmo dia, e jurou, dizendo: 11. De certo os varões, que subiram do Egito, de vinte anos para cima, não verão a terra que jurei a Abraão, a Isaque e a Jacó, porquanto não perseveraram em seguir-me, 12. exceto Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, e Josué, filho de Num, porquanto perseveraram em seguir ao SENHOR. 13. Assim, se acendeu a ira do SENHOR contra Israel, e fê-los andar errantes até que se consumiu toda aquela geração, que fizera mal aos olhos do SENHOR. 14. E eis que vós, uma multidão de homens pecadores, vos levantastes em lugar de vossos pais para ainda mais acrescentar o ardor da ira do SENHOR contra Israel. 15. Se vós vos virardes de segui-lo, também ele os deixará de novo no deserto, e destruireis a todo este povo. 16. Então, chegaram-se a ele e disseram: Edificaremos currais aqui para o nosso gado e cidades para as nossas crianças; 17. porém nós nos armaremos, apressando-nos diante dos de Israel, até que os levemos ao seu lugar; e ficarão as nossas crianças nas cidades fortes por causa dos moradores da terra. 18. Não voltaremos para nossas casas até que os filhos de Israel estejam de posse, cada um, da sua herança. 19. Porque não herdaremos com eles dalém do Jordão, nem mais adiante; porquanto nós já teremos a nossa herança daquém do Jordão ao oriente. 20. Então, Moisés lhes disse: Se isto fizerdes assim, se vos armardes para a guerra perante o SENHOR, 21. e cada um de vós armado passar o Jordão perante o SENHOR, até que haja lançado fora os seus inimigos de diante dele, 22. e a terra esteja subjugada perante o SENHOR, então, voltareis depois e ficareis desculpados perante o SENHOR e perante Israel; e esta terra vos será por possessão perante o SENHOR; 23. e, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o SENHOR; porém sentireis o vosso pecado, quando vos achar. 24. Edificai vós cidades para as vossas crianças e currais para as vossas ovelhas e fazei o que saiu da vossa boca. 25. Então, falaram os filhos de Gade e os filhos de Rúben a Moisés, dizendo: Como ordena meu senhor, assim farão teus servos. 26. As nossas crianças, as nossas mulheres, a nossa fazenda e todos os nossos animais estarão aí nas cidades de Gileade. 27. Mas os teus servos passarão, cada um armado para pelejar para a guerra, perante o SENHOR, como tem dito meu senhor. 28. Então, Moisés deu ordem acerca deles a Eleazar, o sacerdote, e a Josué, filho de Num, e aos cabeças das casas dos pais das tribos dos filhos de Israel; 29. e disse-lhes Moisés: Se os filhos de Gade e os filhos de Rúben passarem convosco o Jordão, armado cada um para a guerra perante o SENHOR, e a terra estiver subjugada diante de vós, em possessão lhes dareis a terra de Gileade; 30. porém, se não passarem armados convosco, então, se porão por possuidores no meio de vós na terra de Canaã. 31. E responderam os filhos de Gade e os filhos de Rúben, dizendo: O que o SENHOR falou a teus servos, isso faremos. 32. Nós passaremos, armados, perante o SENHOR à terra de Canaã e teremos a possessão de nossa herança daquém do Jordão. 33. Assim, deu-lhes Moisés, aos filhos de Gade, e aos filhos de Rúben, e à meia tribo de Manassés, filho de José, o reino de Seom, rei dos amorreus, e o reino de Ogue, rei de Basã: a terra com as suas cidades nos seus termos, as cidades do seu contorno. 34. E os filhos de Gade edificaram a Dibom, e Atarote, e Aroer; 35. e Atarote-Sofã, e Jazer, e Jogbeá; 36. e Bete-Ninra, e Bete-Harã, cidades fortes, e currais de ovelhas. 37. E os filhos de Rúben edificaram a Hesbom, e Eleale, e Quiriataim; 38. e Nebo, e Baal-Meom, mudando-lhes o nome, e Sibma; e os nomes das cidades que edificaram chamaram por outros nomes. 39. E os filhos de Maquir, filho de Manassés, foram-se para Gileade e a tomaram; e daquela possessão lançaram os amorreus, que estavam nela. 40. Assim, Moisés deu Gileade a Maquir, filho de Manassés, o qual habitou nela. 41. E foi-se Jair, filho de Manassés, e tomou as suas aldeias e chamou-lhes Havote-Jair. 42. E foi-se Noba e tomou a Quenate com as suas aldeias; e chamou-lhe Noba, segundo o seu nome. Números 33 1. Estas são as jornadas dos filhos de Israel, que saíram da terra do Egito, segundo os seus exércitos, pela mão de Moisés e Arão. 2. E escreveu Moisés as suas saídas, segundo as suas jornadas, conforme o mandado do SENHOR; e estas são as suas jornadas, segundo as suas saídas. 3. Partiram, pois, de Ramessés no primeiro mês, no dia quinze do primeiro mês; no seguinte dia da Páscoa, saíram os filhos de Israel por alta mão aos olhos de todos os egípcios, 4. enterrando os egípcios os que o SENHOR tinha ferido entre eles, a todo primogênito, e havendo o SENHOR executado os seus juízos nos seus deuses. 5. Partidos, pois, os filhos de Israel de Ramessés, acamparam-se em Sucote. 6. E partiram de Sucote e acamparam-se em Etã, que está no fim do deserto. 7. E partiram de Etã, e voltaram a Pi-Hairote, que está defronte de Baal-Zefom, e acamparam-se diante de Migdol. 8. E partiram de Pi-Hairote, e passaram pelo meio do mar ao deserto, e andaram caminho de três dias no deserto de Etã, e acamparam-se em Mara. 9. E partiram de Mara e vieram a Elim; e em Elim havia doze fontes de águas e setenta palmeiras, e acamparam-se ali. 10. E partiram de Elim e acamparam-se junto ao mar Vermelho. 11. E partiram do mar Vermelho e acamparam-se no deserto de Sim. 12. E partiram do deserto de Sim e acamparam-se em Dofca. 13. E partiram de Dofca e acamparam-se em Alus. 14. E partiram de Alus e acamparam-se em Refidim; porém não havia ali água, para que o povo bebesse. 15. Partiram, pois, de Refidim e acamparam-se no deserto do Sinai. 16. Partiram do deserto do Sinai e acamparam-se em Quibrote-Hataavá. 17. E partiram de Quibrote-Hataavá e acamparam-se em Hazerote. 18. E partiram de Hazerote e acamparam-se em Ritma. 19. E partiram de Ritma e acamparam-se em Rimom-Perez. 20. E partiram de Rimom-Perez e acamparam-se em Libna. 21. E partiram de Libna e acamparam-se em Rissa. 22. E partiram de Rissa e acamparam-se em Queelata. 23. E partiram de Queelata e acamparam-se no monte Sefer. 24. E partiram do monte Sefer e acamparam-se em Harada. 25. E partiram de Harada e acamparam-se em Maquelote. 26. E partiram de Maquelote e acamparam-se em Taate. 27. E partiram de Taate e acamparam-se em Tera. 28. E partiram de Tera e acamparam-se em Mitca. 29. E partiram de Mitca e acamparam-se em Hasmona. 30. E partiram de Hasmona e acamparam-se em Moserote. 31. E partiram de Moserote e acamparam-se em Benê-Jaacã. 32. E partiram de Benê-Jaacã e acamparam-se em Hor-Hagidgade. 33. E partiram de Hor-Hagidgade e acamparam-se em Jotbatá. 34. E partiram de Jotbatá e acamparam-se em Abrona. 35. E partiram de Abrona e acamparam-se em Eziom-Geber. 36. E partiram de Eziom-Geber e acamparam-se no deserto de Zim, que é Cades. 37. E partiram de Cades e acamparam-se no monte Hor, no fim da terra de Edom. 38. Então, Arão, o sacerdote, subiu ao monte Hor, conforme o mandado do SENHOR; e morreu ali, no quinto mês do ano quadragésimo da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia do mês. 39. E era Arão da idade de cento e vinte três anos, quando morreu no monte Hor. 40. E ouviu o cananeu, rei de Arade, que habitava o sul da terra de Canaã, que chegavam os filhos de Israel. 41. E partiram de Hor e acamparam-se em Zalmona. 42. E partiram de Zalmona e acamparam-se em Punom. 43. E partiram de Punom e acamparam-se em Obote. 44. E partiram de Obote e acamparam-se nos outeirinhos de Abarim, no termo de Moabe. 45. E partiram dos outeirinhos de Abarim e acamparam-se em Dibom-Gade. 46. E partiram de Dibom-Gade e acamparam-se em Almom-Diblataim. 47. E partiram de Almom-Diblataim e acamparam-se nos montes de Abarim, defronte de Nebo. 48. E partiram dos montes de Abarim e acamparam-se nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão, de Jericó. 49. E acamparam-se junto ao Jordão, desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, nas campinas dos moabitas. 50. E falou o SENHOR a Moisés, nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão, de Jericó, dizendo: 51. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã, 52. lançareis fora todos os moradores da terra diante de vós e destruireis todas as suas figuras; também destruireis todas as suas imagens de fundição e desfareis todos os seus altos; 53. e tomareis a terra em possessão e nela habitareis; porquanto vos tenho dado esta terra, para possuí-la. 54. E por sortes herdareis a terra segundo as vossas famílias; aos muitos, a herança multiplicareis, e, aos poucos, a herança diminuireis; onde a sorte sair a alguém, ali a terá; segundo as tribos de vossos pais, tomareis as heranças. 55. Mas, se não lançardes fora os moradores da terra de diante de vós, então, os que deixardes ficar deles vos serão por espinhos nos vossos olhos e por aguilhões nas vossas costas e apertar-vos-ão na terra em que habitardes. 56. E será que farei a vós como pensei fazer-lhes a eles. Números 34 1. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2. Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra de Canaã, esta há de ser a terra que vos cairá em herança: a terra de Canaã, segundo os seus termos. 3. A banda do sul vos será desde o deserto de Zim até aos termos de Edom; e o termo do sul vos será desde a extremidade do mar Salgado para a banda do oriente, 4. e este termo vos irá rodeando do sul para a subida de Acrabim e passará até Zim; e as suas saídas serão do sul a Cades-Barnéia; e sairá a Hazar-Adar e passará a Azmom; 5. rodeará mais este termo de Azmom até ao rio do Egito; e as suas saídas serão para a banda do mar. 6. Acerca do termo do ocidente, o mar Grande vos será por termo; este vos será o termo do ocidente. 7. E este vos será o termo do norte: desde o mar Grande marcareis até ao monte Hor. 8. Desde o monte Hor, marcareis até à entrada de Hamate; e as saídas deste termo serão até Zedade. 9. E este termo sairá até Zifrom, e as suas saídas serão em Hazar-Enã; este vos será o termo do norte. 10. E por termo da banda do oriente marcareis de Hazar-Enã até Sefã. 11. E este termo descerá desde Sefã até Ribla, para a banda do oriente de Aim; depois, descerá este termo e irá ao longo da borda do mar de Quinerete para a banda do oriente. 12. Descerá também este termo ao longo do Jordão, e as suas saídas serão no mar Salgado; esta vos será a terra, segundo os seus termos em roda. 13. E Moisés deu ordem aos filhos de Israel, dizendo: Esta é a terra que tomareis em sorte por herança, a qual o SENHOR mandou dar às nove tribos e à meia tribo. 14. Porque a tribo dos filhos dos rubenitas, segundo a casa de seus pais, e a tribo dos filhos dos gaditas, segundo a casa de seus pais, já receberam; também a meia tribo de Manassés recebeu a sua herança. 15. Já duas tribos e meia tribo receberam a sua herança daquém do Jordão, de Jericó, da banda do oriente, ao nascente. 16. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 17. Estes são os nomes dos homens que vos repartirão a terra por herança: Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num. 18. Tomareis mais de cada tribo um príncipe, para repartir a terra em herança. 19. E estes são os nomes dos homens: da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné; 20. e, da tribo dos filhos de Simeão, Samuel, filho de Amiúde; 21. da tribo de Benjamim, Elidade, filho de Quislom; 22. e, da tribo dos filhos de Dã, o príncipe Buqui, filho de Jogli; 23. dos filhos de José, da tribo dos filhos de Manassés, o príncipe Haniel, filho de Éfode; 24. e, da tribo dos filhos de Efraim, o príncipe Quemuel, filho de Siftã; 25. e, da tribo dos filhos de Zebulom, o príncipe Elizafã, filho de Parnaque; 26. e, da tribo dos filhos de Issacar, o príncipe Paltiel, filho de Azã; 27. e, da tribo dos filhos de Aser, o príncipe Aiúde, filho de Selomi; 28. e, da tribo dos filhos de Naftali, o príncipe Pedael, filho de Amiúde. 29. Estes são aqueles a quem o SENHOR ordenou que repartissem a herança pelos filhos de Israel na terra de Canaã. Números 35 1. E falou o SENHOR a Moisés nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão, de Jericó, dizendo: 2. Dá ordem aos filhos de Israel que, da herança da sua possessão, dêem cidades aos levitas, em que habitem; e também aos levitas dareis arrabaldes ao redor delas. 3. E terão estas cidades para habitá-las; porém os seus arrabaldes serão para os seus gados, e para a sua fazenda, e para todos os seus animais. 4. E os arrabaldes das cidades que dareis aos levitas, desde o muro da cidade para fora, serão de mil côvados em redor. 5. E de fora da cidade, da banda do oriente, medireis dois mil côvados, e da banda do sul, dois mil côvados, e da banda do ocidente, dois mil côvados, e da banda do norte, dois mil côvados, e a cidade no meio; isto terão por arrabaldes das cidades. 6. Das cidades, pois, que dareis aos levitas haverá seis cidades de refúgio, as quais dareis para que o homicida ali se acolha; e, além destas, lhes dareis quarenta e duas cidades. 7. Todas as cidades que dareis aos levitas serão quarenta e oito cidades, juntamente com os seus arrabaldes. 8. E as cidades que derdes da herança dos filhos de Israel, do que tiver muito, tomareis muito; e, do que tiver pouco, tomareis pouco; cada um dará das suas cidades aos levitas, segundo a sua herança que herdar. 9. Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 10. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando passardes o Jordão à terra de Canaã, 11. fazei com que vos estejam à mão cidades que vos sirvam de cidades de refúgio, para que ali se acolha o homicida que ferir a alguma alma por erro. 12. E estas cidades vos serão por refúgio do vingador do sangue; para que o homicida não morra, até que esteja perante a congregação no juízo. 13. E, das cidades que derdes, haverá seis cidades de refúgio para vós. 14. Três destas cidades dareis daquém do Jordão, e três destas cidades dareis na terra de Canaã; cidades de refúgio serão. 15. Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se acolha aquele que ferir a alguma pessoa por erro. 16. Porém, se a ferir com instrumento de ferro, e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá. 17. Ou, se a ferir com pedra à mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá. 18. Ou, se a ferir com instrumento de madeira que tiver na mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida. 19. O vingador do sangue matará o homicida: encontrando-o, matá-lo-á. 20. Se também a empurrar com ódio, ou com intento lançar contra ele alguma coisa, e morrer; 21. ou por inimizade a ferir com a sua mão, e morrer, certamente morrerá o feridor; homicida é; o vingador do sangue, encontrando o homicida, o matará. 22. Porém, se a empurrar de improviso, sem inimizade, ou contra ela lançar algum instrumento sem desígnio; 23. ou sobre ela fizer cair alguma pedra sem o ver, de que possa morrer, e ela morrer, e ele não era seu inimigo nem procurava o seu mal, 24. então, a congregação julgará entre o feridor e o vingador do sangue, segundo estas leis. 25. E a congregação livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e a congregação o fará voltar à cidade do seu refúgio onde se tinha acolhido; e ali ficará até à morte do sumo sacerdote, a quem ungiram com o santo óleo. 26. Porém, se de alguma maneira o homicida sair dos termos da cidade do seu refúgio, onde se tinha acolhido, 27. e o vingador do sangue o achar fora dos termos da cidade do seu refúgio, se o vingador do sangue matar o homicida, não será culpado do sangue. 28. Pois deve ficar na cidade do seu refúgio, até à morte do sumo sacerdote; mas, depois da morte do sumo sacerdote, o homicida voltará à terra da sua possessão. 29. E estas coisas vos serão por estatuto de direito a vossas gerações, em todas as vossas habitações. 30. Todo aquele que ferir a alguma pessoa, conforme o dito das testemunhas, matarão o homicida; mas uma só testemunha não testemunhará contra alguém para que morra, 31. e não tomareis expiação pela vida do homicida, que culpado está de morte; antes, certamente morrerá. 32. Também não tomareis expiação por aquele que se acolher à cidade do seu refúgio, para tornar a habitar na terra, até à morte do sumo sacerdote. 33. Assim, não profanareis a terra em que estais; porque o sangue faz profanar a terra; e nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que se derramar nela, senão com o sangue daquele que o derramou. 34. Não contaminareis, pois, a terra na qual vós habitareis, no meio da qual eu habitarei; pois eu, o SENHOR, habito no meio dos filhos de Israel. Números 36 1. E chegaram os cabeças dos pais da geração dos filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, das famílias dos filhos de José, e falaram diante de Moisés e diante dos maiorais, cabeças dos pais dos filhos de Israel. 2. E disseram: O SENHOR mandou dar esta terra a meu senhor por sorte em herança aos filhos de Israel; e a meu senhor foi ordenado pelo SENHOR que a herança do nosso irmão Zelofeade se desse a suas filhas. 3. E, casando-se elas com algum dos filhos das outras tribos dos filhos de Israel, então, a sua herança seria diminuída da herança de nossos pais e acrescentada à herança da tribo de quem forem; assim, se tiraria da sorte da nossa herança. 4. Vindo também o Ano do Jubileu dos filhos de Israel, a sua herança se acrescentaria à herança da tribo daqueles com quem se casarem; assim, a sua herança será tirada da herança da tribo de nossos pais. 5. Então, Moisés deu ordem aos filhos de Israel, segundo o mandado do SENHOR, dizendo: A tribo dos filhos de José fala bem. 6. Esta é a palavra que o SENHOR mandou acerca das filhas de Zelofeade, dizendo: Sejam por mulheres a quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem na família da tribo de seu pai. 7. Assim, a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se chegarão cada um à herança da tribo de seus pais. 8. E qualquer filha que herdar alguma herança das tribos dos filhos de Israel se casará com alguém da geração da tribo de seu pai; para que os filhos de Israel possuam cada um a herança de seus pais. 9. Assim, a herança não passará de uma tribo a outra; pois as tribos dos filhos de Israel se chegarão cada uma à sua herança. 10. Como o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram as filhas de Zelofeade. 11. Pois Macla, e Tirza, e Hogla, e Milca, e Noa, filhas de Zelofeade, se casaram com os filhos de seus tios. 12. Das famílias dos de Manassés, filho de José, elas foram mulheres; assim, a sua herança ficou na tribo da família de seu pai. 13. Estes são os mandamentos e os juízos que mandou o SENHOR pela mão de Moisés aos filhos de Israel nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão, de Jericó. Deuteronômio 1 1. Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel, dalém do Jordão, no deserto, na planície defronte do mar de Sufe, entre Parã, e Tofel, e Labã, e Hazerote, e Di-Zaabe. 2. Onze jornadas há desde Horebe, caminho da montanha de Seir, até Cades-Barnéia. 3. E sucedeu que, no ano quadragésimo, no mês undécimo, no primeiro dia do mês, Moisés falou aos filhos de Israel, conforme tudo o que o SENHOR lhe mandara acerca deles, 4. depois que feriu a Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, que habitava em Astarote, em Edrei. 5. Dalém do Jordão, na terra de Moabe, começou Moisés a declarar esta lei, dizendo: 6. O SENHOR, nosso Deus, nos falou em Horebe, dizendo: Tempo bastante haveis estado neste monte. 7. Voltai-vos e parti; ide à montanha dos amorreus, e a todos os seus vizinhos, e à planície, e à montanha, e ao vale, e ao Sul, e à ribeira do mar, e à terra dos cananeus, e ao Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates. 8. Eis aqui esta terra, eu a dei diante de vós; entrai e possuí a terra que o SENHOR jurou a vossos pais, Abraão, Isaque e Jacó, que a daria a eles e à sua semente depois deles. 9. E, no mesmo tempo, eu vos falei, dizendo: Eu sozinho não poderei levar-vos. 10. O SENHOR, vosso Deus já vos tem multiplicado; e eis que já hoje em multidão sois como as estrelas dos céus. 11. O SENHOR, Deus de vossos pais, vos aumente, como sois, ainda mil vezes mais e vos abençoe, como vos tem falado. 12. Como suportaria eu sozinho as vossas moléstias, e as vossas cargas, e as vossas diferenças? 13. Tomai-vos homens sábios, inteligentes e experimentados, entre as vossas tribos, para que os ponha por vossos cabeças. 14. Então, vós me respondestes e dissestes: Bom é fazer a palavra que tens falado. 15. Tomei, pois, os cabeças de vossas tribos, homens sábios e experimentados, e os tenho posto por cabeças sobre vós, e por capitães de milhares, e por capitães de cem, e por capitães de cinqüenta, e por capitães de dez, e por governadores das vossas tribos. 16. E, no mesmo tempo, mandei a vossos juízes, dizendo: Ouvi a causa entre vossos irmãos e julgai justamente entre o homem e seu irmão e entre o estrangeiro que está com ele. 17. Não atentareis para pessoa alguma em juízo, ouvireis assim o pequeno como o grande; não temereis a face de ninguém, porque o juízo é de Deus; porém a causa que vos for difícil fareis vir a mim, e eu a ouvirei. 18. Assim, naquele tempo, vos ordenei todas as coisas que havíeis de fazer. 19. Então, partimos de Horebe e caminhamos por todo aquele grande e tremendo deserto que vistes, pelo caminho das montanhas dos amorreus, como o SENHOR, nosso Deus, nos ordenara; e chegamos a Cades-Barnéia. 20. Então, eu vos disse: Chegados sois às montanhas dos amorreus, que o SENHOR, nosso Deus, nos dará. 21. Eis que o SENHOR, teu Deus, te deu esta terra diante de ti; sobe e possui-a como te falou o SENHOR, Deus de teus pais; não temas e não te assustes. 22. Então, todos vós vos chegastes a mim e dissestes: Mandemos homens adiante de nós, para que nos espiem a terra e nos dêem resposta por que caminho devemos subir a ela e a que cidades devemos ir. 23. Pareceu-me, pois, bem este negócio; de sorte que de vós tomei doze homens, de cada tribo um homem. 24. E foram-se, e subiram à montanha, e vieram até ao vale de Escol, e o espiaram. 25. E tomaram do fruto da terra nas suas mãos, e no-lo trouxeram, e nos tornaram a dar resposta, e disseram: Boa é a terra que nos dá o SENHOR, nosso Deus. 26. Porém vós não quisestes subir, mas fostes rebeldes ao mandado do SENHOR, vosso Deus. 27. E murmurastes nas vossas tendas e dissestes: Porquanto o SENHOR nos aborrece e nos tirou da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus, para destruir-nos. 28. Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto é este povo do que nós; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus; e também vimos ali filhos dos gigantes. 29. Então, eu vos disse: Não vos espanteis, nem os temais. 30. O SENHOR, vosso Deus, que vai adiante de vós, por vós pelejará, conforme tudo o que fez convosco, diante de vossos olhos, no Egito; 31. como também no deserto, onde viste que o SENHOR, teu Deus, nele te levou, como um homem leva seu filho, por todo o caminho que andastes, até chegardes a este lugar. 32. Mas nem por isso crestes no SENHOR, vosso Deus, 33. que foi adiante de vós por todo o caminho, para vos achar o lugar onde vos deveríeis acampar; de noite no fogo, para vos mostrar o caminho por onde havíeis de andar, e de dia na nuvem. 34. Ouvindo, pois, o SENHOR a voz das vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: 35. Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei dar a vossos pais, 36. salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos; porquanto perseverou em seguir ao SENHOR. 37. Também o SENHOR se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Também tu lá não entrarás. 38. Josué, filho de Num, que está em pé diante de ti, ali entrará; esforça-o, porque ele a fará herdar a Israel. 39. E vossos meninos, de que dissestes: Por presa serão; e vossos filhos, que hoje nem bem nem mal sabem, ali entrarão, e a eles a darei, e eles a possuirão. 40. Porém vós virai-vos e parti para o deserto, pelo caminho do mar Vermelho. 41. Então, respondestes e me dissestes: Pecamos contra o SENHOR; nós subiremos e pelejaremos, conforme tudo o que nos ordenou o SENHOR, nosso Deus; e armastes-vos, pois, vós, cada um dos seus instrumentos de guerra, e estivestes prestes para subir à montanha. 42. E disse-me o SENHOR: Dize-lhes: Não subais, nem pelejeis, pois não estou no meio de vós, para que não sejais feridos diante de vossos inimigos. 43. Porém, falando-vos eu, não ouvistes; antes, fostes rebeldes ao mandado do SENHOR, e vos ensoberbecestes, e subistes à montanha. 44. E os amorreus, que habitavam naquela montanha, vos saíram ao encontro; e perseguiram-vos, como fazem as abelhas, e vos derrotaram desde Seir até Horma. 45. Tornando, pois, vós e chorando perante o SENHOR, o SENHOR não ouviu a vossa voz, nem vos escutou. 46. Assim, em Cades estivestes muitos dias, segundo os dias que ali estivestes. Deuteronômio 2 1. Depois, viramo-nos, e caminhamos ao deserto, caminho do mar Vermelho, como o SENHOR me tinha dito, e muitos dias rodeamos a montanha de Seir. 2. Então, o SENHOR me falou, dizendo: 3. Tendes já rodeado bastante esta montanha; virai-vos para o norte. 4. E dá ordem ao povo, dizendo: Passareis pelos termos de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir; e eles terão medo de vós; porém guardai-vos bem. 5. Não vos entremetais com eles, porque vos não darei da sua terra, nem ainda a pisada da planta de um pé; porquanto a Esaú tenho dado a montanha de Seir por herança. 6. Comprareis deles, por dinheiro, comida para comerdes; e também água para beber deles comprareis por dinheiro. 7. Pois o SENHOR, teu Deus, te abençoou em toda a obra das tuas mãos; ele sabe que andas por este grande deserto; estes quarenta anos o SENHOR, teu Deus, esteve contigo; coisa nenhuma te faltou. 8. Passando, pois, por nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, desde o caminho da planície de Elate e de Eziom-Geber, nos viramos e passamos o caminho do deserto de Moabe. 9. Então, o SENHOR me disse: Não molestes a Moabe e não contendas com eles em peleja, porque te não darei herança da sua terra; porquanto tenho dado Ar aos filhos de Ló por herança. 10. (Os emins dantes habitaram nela, um povo grande, e numeroso, e alto como os gigantes; 11. também estes foram contados por gigantes, como os anaquins; e os moabitas lhes chamavam emins. 12. Dantes os horeus também habitaram em Seir; porém os filhos de Esaú os lançaram fora, e os destruíram de diante de si, e habitaram no seu lugar, assim como Israel fez à terra da sua herança, que o SENHOR lhes tinha dado.) 13. Levantai-vos agora e passai o ribeiro de Zerede; assim, passamos o ribeiro de Zerede. 14. E os dias que caminhamos, desde Cades-Barnéia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu do meio do arraial, como o SENHOR lhes jurara. 15. Assim também foi contra eles a mão do SENHOR, para os destruir do meio do arraial até os haver consumido. 16. E sucedeu que, sendo já consumidos todos os homens de guerra pela morte, do meio do arraial, 17. o SENHOR me falou, dizendo: 18. Hoje passarás por Ar, pelos termos de Moabe, 19. e chegarás até defronte dos filhos de Amom; não os molestes e com eles não contendas, porque da terra dos filhos de Amom te não darei herança, porquanto aos filhos de Ló a tenho dado por herança. 20. (Também esta foi contada por terra de gigantes; dantes, nela habitavam gigantes, e os amonitas lhes chamavam zanzumins, 21. um povo grande, e numeroso, e alto, como os gigantes; e o SENHOR os destruiu de diante de si, e estes os lançaram fora e habitaram no seu lugar; 22. assim como fez com os filhos de Esaú, que habitavam em Seir, de diante dos quais destruiu os horeus; e os filhos de Esaú os lançaram fora e habitaram no seu lugar até este dia; 23. também os caftorins, que saíram de Caftor, destruíram os aveus, que habitavam em aldeias até Gaza, e habitaram no seu lugar.) 24. Levantai-vos, e parti, e passai o ribeiro de Arnom; eis aqui na tua mão tenho dado a Seom, amorreu, rei de Hesbom, e a sua terra; começa a possuí-la e contende com eles em peleja. 25. Neste dia, começarei a pôr um terror e um temor de ti diante dos povos que estão debaixo de todo o céu; os que ouvirem a tua fama tremerão diante de ti e se angustiarão. 26. Então, mandei mensageiros desde o deserto de Quedemote a Seom, rei de Hesbom, com palavras de paz, dizendo: 27. Deixa-me passar pela tua terra; somente pela estrada irei; não me desviarei para a direita nem para a esquerda. 28. A comida que eu coma vender-me-ás por dinheiro e dar-me-ás por dinheiro a água que beba; tão-somente deixa-me passar a pé, 29. como fizeram comigo os filhos de Esaú, que habitam em Seir, e os moabitas, que habitam em Ar; até que eu passe o Jordão, à terra que o SENHOR, nosso Deus, nos há de dar. 30. Mas Seom, rei de Hesbom, não nos quis deixar passar por ele, porquanto o SENHOR, teu Deus, endurecera o seu espírito e fizera obstinado o seu coração, para to dar na tua mão, como neste dia se vê. 31. E o SENHOR me disse: Eis aqui, tenho começado a dar-te Seom e a sua terra diante de ti; começa, pois, a possuí- la, para que herdes a sua terra. 32. E Seom saiu-nos ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, em Jaza. 33. E o SENHOR, nosso Deus, no-lo deu diante de nós, e o ferimos, a ele, e a seus filhos, e a todo o seu povo. 34. E, naquele tempo, tomamos todas as suas cidades e destruímos todas as cidades, e homens, e mulheres, e crianças; não deixamos a ninguém. 35. Somente tomamos por presa o gado para nós e o despojo das cidades que tínhamos tomado. 36. Desde Aroer, que está à borda do ribeiro de Arnom, e a cidade que está junto ao ribeiro, até Gileade, nenhuma cidade houve que de nós escapasse; tudo isto o SENHOR, nosso Deus, nos entregou diante de nós. 37. Somente à terra dos filhos de Amom não chegaste; nem a toda a borda do ribeiro de Jaboque, nem às cidades da montanha, nem a coisa alguma que nos proibira o SENHOR, nosso Deus. Deuteronômio 3 1. Depois, nos viramos e subimos o caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja em Edrei. 2. Então, o SENHOR me disse: Não o temas, porque a ele, e a todo o seu povo, e a sua terra tenho dado na tua mão; e far-lhe-ás como fizeste a Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom. 3. E também o SENHOR, nosso Deus, nos deu na nossa mão a Ogue, rei de Basã, e a todo o seu povo; de maneira que o ferimos, até que ninguém lhe ficou de restante. 4. E, naquele tempo, tomamos todas as suas cidades; nenhuma cidade houve que lhe não tomássemos: sessenta cidades, toda a borda da terra de Argobe e o reino de Ogue, em Basã. 5. Todas essas cidades eram fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos; além de outras muitas cidades sem muros. 6. E destruímo-las, como fizemos a Seom, rei de Hesbom, destruindo todas as cidades, homens, mulheres e crianças. 7. Porém todo o gado e o despojo das cidades tomamos para nós por presa. 8. Assim, naquele tempo, tomamos a terra da mão daqueles dois reis dos amorreus, que estavam dalém do Jordão: desde o rio Arnom até ao monte Hermom 9. (os sidônios a Hermom chamam Siriom; porém os amorreus lhe chamam Senir), 10. todas as cidades da terra plana, e todo o Gileade, e todo o Basã até Salca, e Edrei, cidades do reino de Ogue, em Basã. 11. (Porque só Ogue, rei de Basã, ficou do resto dos gigantes; eis que o seu leito, um leito de ferro, não está porventura em Rabá dos filhos de Amom? De nove côvados o seu comprimento, e de quatro côvados a sua largura, pelo côvado de um homem.) 12. Tomamos, pois, esta terra em possessão naquele tempo; desde Aroer, que está junto ao ribeiro de Arnom, e a metade da montanha de Gileade, com as suas cidades, tenho dado aos rubenitas e gaditas. 13. E o resto de Gileade, como também todo o Basã, o reino de Ogue, dei à meia tribo de Manassés. (Toda aquela borda da terra de Argobe, por todo o Basã, se chamava a terra dos gigantes. 14. Jair, filho de Manassés, alcançou toda a porção da terra de Argobe, até ao termo dos gesuritas e maacatitas, e a chamou pelo seu nome, Basã-Havote-Jair, até este dia.) 15. E a Maquir dei Gileade. 16. Mas aos rubenitas e gaditas dei desde Gileade até ao ribeiro de Arnom, o meio do ribeiro e o termo; e até ao ribeiro de Jaboque, o termo dos filhos de Amom, 17. como também a campina e o Jordão com o termo: desde Quinerete até ao mar da campina, o mar Salgado, abaixo de Asdote-Pisga para o oriente. 18. E vos mandei mais, no mesmo tempo, dizendo: O SENHOR, vosso Deus, vos deu esta terra, para possuí-la; passai, pois, armados vós, todos os homens valentes, adiante de vossos irmãos, os filhos de Israel. 19. Tão-somente vossas mulheres, e vossas crianças, e vosso gado (porque eu sei que tendes muito gado) ficarão nas vossas cidades que já vos tenho dado, 20. até que o SENHOR dê descanso a vossos irmãos como a vós, para que eles herdem também a terra que o SENHOR, vosso Deus, lhes há de dar dalém do Jordão; então, voltareis cada qual à sua herança, que já vos tenho dado. 21. Também dei ordem a Josué, no mesmo tempo, dizendo: Os teus olhos vêem tudo o que o SENHOR, vosso Deus, tem feito a estes dois reis; assim fará o SENHOR a todos os reinos, a que tu passarás. 22. Não os temais, porque o SENHOR, vosso Deus, é o que peleja por vós. 23. Também eu pedi graça ao SENHOR, no mesmo tempo, dizendo: 24. Senhor JEOVÁ, já começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua forte mão; porque, que deus há nos céus e na terra, que possa fazer segundo as tuas obras e segundo a tua fortaleza? 25. Rogo-te que me deixes passar, para que veja esta boa terra que está dalém do Jordão, esta boa montanha e o Líbano. 26. Porém o SENHOR indignou-se muito contra mim, por causa de vós, e não me ouviu; antes, o SENHOR me disse: Basta; não me fales mais neste negócio. 27. Sobe ao cume de Pisga, e levanta os teus olhos ao ocidente, e ao norte, e ao sul, e ao oriente, e vê com os teus olhos, porque não passarás este Jordão. 28. Manda, pois, a Josué, e esforça-o, e conforta-o; porque ele passará adiante deste povo e o fará possuir a terra que apenas verás. 29. Assim, ficamos neste vale defronte de Bete-Peor. Deuteronômio 4 1. Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes, para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR, Deus de vossos pais, vos dá. 2. Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando. 3. Os vossos olhos têm visto o que o SENHOR fez por causa de Baal-Peor; pois a todo homem que seguiu a Baal-Peor o SENHOR, teu Deus, consumiu do meio de ti. 4. Porém vós que vos chegastes ao SENHOR, vosso Deus, hoje todos estais vivos. 5. Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o SENHOR, meu Deus, para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. 6. Guardai-os, pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que ouvirão todos estes estatutos e dirão: Só este grande povo é gente sábia e inteligente. 7. Porque, que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o SENHOR, nosso Deus, todas as vezes que o chamamos? 8. E que gente há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós? 9. Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos. 10. No dia em que estiveste perante o SENHOR, teu Deus, em Horebe, o SENHOR me disse: Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra viverem, e as ensinarão a seus filhos. 11. E vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus, e havia trevas, e nuvens, e escuridão. 12. Então, o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma. 13. Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra. 14. Também o SENHOR me ordenou, ao mesmo tempo, que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os fizésseis na terra a qual passais a possuir. 15. Guardai, pois, com diligência a vossa alma, pois semelhança nenhuma vistes no dia em que o SENHOR, vosso Deus, em Horebe, falou convosco, do meio do fogo; 16. para que não vos corrompais e vos façais alguma escultura, semelhança de imagem, figura de macho ou de fêmea; 17. figura de algum animal que haja na terra, figura de alguma ave alígera que voa pelos céus; 18. figura de algum animal que anda de rastos sobre a terra, figura de algum peixe que esteja nas águas debaixo da terra; 19. e não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus, e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirvas àqueles que o SENHOR, teu Deus, repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus. 20. Mas o SENHOR vos tomou e vos tirou do forno de ferro do Egito, para que lhe sejais por povo hereditário, como neste dia se vê. 21. Também o SENHOR se indignou contra mim, por causa das vossas palavras, e jurou que eu não passaria o Jordão e que não entraria na boa terra que o SENHOR, teu Deus, te dará por herança. 22. Porque eu nesta terra morrerei, não passarei o Jordão; porém vós o passareis e possuireis aquela boa terra. 23. Guardai-vos de que vos esqueçais do concerto do SENHOR, vosso Deus, que tem feito convosco, e vos façais alguma escultura, imagem de alguma coisa que o SENHOR, vosso Deus, vos proibiu. 24. Porque o SENHOR, teu Deus, é um fogo que consome, um Deus zeloso. 25. Quando, pois, gerardes filhos e filhos de filhos, e vos envelhecerdes na terra, e vos corromperdes, e fizerdes alguma escultura, semelhança de alguma coisa, e fizerdes mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira, 26. hoje, tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, que certamente perecereis depressa da terra, a qual, passado o Jordão, ides possuir; não prolongareis os vossos dias nela; antes, sereis de todo destruídos. 27. E o SENHOR vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as gentes às quais o SENHOR vos conduzirá. 28. E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram. 29. Então, dali, buscarás ao SENHOR, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. 30. Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então, no fim de dias, te virarás para o SENHOR, teu Deus, e ouvirás a sua voz. 31. Porquanto o SENHOR, teu Deus, é Deus misericordioso; e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá do concerto que jurou a teus pais. 32. Porque, pergunta agora aos tempos passados, que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra, desde uma extremidade do céu até à outra, se sucedeu jamais coisa tão grande como esta ou se se ouviu coisa como esta; 33. ou se algum povo ouviu a voz de algum deus falando do meio do fogo, como tu a ouviste, ficando vivo; 34. ou se um deus intentou ir tomar para si um povo do meio de outro povo, com provas, com sinais, e com milagres, e com peleja, e com mão forte, e com braço estendido, e com grandes espantos, conforme tudo quanto o SENHOR, vosso Deus, vos fez no Egito, aos vossos olhos. 35. A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há, senão ele. 36. Desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo. 37. Porquanto amava teus pais, e escolhera a sua semente depois deles, e te tirou do Egito diante de si, com a sua grande força, 38. para lançar fora de diante de ti gentes maiores e mais poderosas do que tu, para te introduzir na terra e ta dar por herança, como neste dia se vê. 39. Pelo que hoje saberás e refletirás no teu coração que só o SENHOR é Deus em cima no céu e embaixo na terra; nenhum outro há. 40. E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que te ordeno hoje, para que bem te vá a ti e a teus filhos depois de ti e para que prolongues os dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá para todo o sempre. 41. Então, Moisés separou três cidades daquém do Jordão, da banda do nascimento do sol; 42. para que ali se acolhesse o homicida que, por erro, matasse o seu próximo, a quem dantes não tivesse ódio algum; e se acolhesse a uma destas cidades e vivesse: 43. a Bezer, no deserto, na terra plana, para os rubenitas; e a Ramote, em Gileade, para os gaditas; e a Golã, em Basã, para os manassitas. 44. Esta é, pois, a lei que Moisés propôs aos filhos de Israel. 45. Estes são os testemunhos, e os estatutos, e os juízos que Moisés falou aos filhos de Israel, havendo saído do Egito, 46. daquém do Jordão, no vale defronte de Bete-Peor, na terra de Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, a quem Moisés e os filhos de Israel feriram, havendo eles saído do Egito. 47. E tomaram a sua terra em possessão, como também a terra de Ogue, rei de Basã, dois reis dos amorreus, que estavam daquém do Jordão, da banda do nascimento do sol; 48. desde Aroer, que está à borda do ribeiro de Arnom, até ao monte Siom, que é Hermom, 49. e toda a campina, daquém do Jordão, da banda do oriente, até ao mar da campina, abaixo de Asdote-Pisga. Deuteronômio 5 1. E chamou Moisés a todo o Israel e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos; e aprendê-los-eis e guardá-los-eis, para os cumprir. 2. O SENHOR, nosso Deus, fez conosco concerto, em Horebe. 3. Não foi com nossos pais que fez o SENHOR este concerto, senão conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos. 4. Face a face o SENHOR falou conosco, no monte, do meio do fogo 5. (Naquele tempo, eu estava em pé entre o SENHOR e vós, para vos notificar a palavra do SENHOR, porque temestes o fogo e não subistes ao monte.), dizendo: 6. Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 7. Não terás outros deuses diante de mim. 8. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; 9. não te encurvarás a elas, nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais sobre os filhos, até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, 10. e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos. 11. Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente ao que tomar o seu nome em vão. 12. Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o SENHOR, teu Deus. 13. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. 14. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu; 15. porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado. 16. Honra a teu pai e a tua mãe, como o SENHOR, teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e para que te vá bem na terra que te dá o SENHOR, teu Deus. 17. Não matarás. 18. E não adulterarás. 19. E não furtarás. 20. E não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 21. E não cobiçarás a mulher do teu próximo; e não desejarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. 22. Estas palavras falou o SENHOR a toda a vossa congregação no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz, e nada acrescentou; e as escreveu em duas tábuas de pedra e a mim mas deu. 23. E sucedeu que, ouvindo a voz do meio das trevas e vendo o monte ardente em fogo, vos achegastes a mim, todos os cabeças das vossas tribos e vossos anciãos, 24. e dissestes: Eis aqui o SENHOR, nosso Deus, nos fez ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo; hoje, vimos que Deus fala com o homem e que o homem fica vivo. 25. Agora, pois, por que morreríamos? Pois este grande fogo nos consumiria; se ainda mais ouvíssemos a voz do SENHOR, nosso Deus, morreríamos. 26. Porque, quem há, de toda a carne, que ouviu a voz do Deus vivente falando do meio do fogo, como nós, e ficou vivo? 27. Chega-te tu e ouve tudo o que disser o SENHOR, nosso Deus; e tu nos dirás tudo o que te disser o SENHOR, nosso Deus, e o ouviremos e o faremos. 28. Ouvindo, pois, o SENHOR a voz das vossas palavras, quando me faláveis a mim, o SENHOR me disse: Eu ouvi a voz das palavras deste povo, que te disseram; em tudo falaram eles bem. 29. Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem e guardassem todos os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre! 30. Vai, dize-lhes: Tornai-vos às vossas tendas. 31. Porém tu está aqui comigo, para que eu a ti te diga todos os mandamentos, e estatutos, e juízos que tu lhes hás de ensinar que cumpram na terra que eu lhes darei para possuí-la. 32. Olhai, pois, que façais como vos mandou o SENHOR, vosso Deus; não declinareis, nem para a direita, nem para a esquerda. 33. Andareis em todo o caminho que vos manda o SENHOR, vosso Deus, para que vivais, e bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir. Deuteronômio 6 1. Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir; 2. para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados. 3. Ouve, pois, ó Israel, e atenta que os guardes, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel. 4. Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. 5. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. 6. E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; 7. e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. 8. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. 9. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. 10. Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, onde há grandes e boas cidades, que tu não edificaste, 11. e casas cheias de todo bem, que tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, e vinhas e olivais, que tu não plantaste, e, quando comeres e te fartares, 12. guarda-te e que te não esqueças do SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. 13. O SENHOR, teu Deus, temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás. 14. Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver à roda de vós; 15. porque o SENHOR, teu Deus, é um Deus zeloso no meio de ti, para que a ira do SENHOR, teu Deus, se não acenda contra ti e te destrua de sobre a face da terra. 16. Não tentareis o SENHOR, vosso Deus, como o tentastes em Massá. 17. Diligentemente guardareis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, como também os seus testemunhos e seus estatutos, que te tem mandado. 18. E farás o que é reto e bom aos olhos do SENHOR, para que bem te suceda, e entres, e possuas a boa terra, sobre a qual o SENHOR jurou a teus pais; 19. para que lance fora a todos os teus inimigos de diante de ti, como o SENHOR tem dito. 20. Quando teu filho te perguntar, pelo tempo adiante, dizendo: Quais são os testemunhos, e estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou? 21. Então, dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó, no Egito; porém o SENHOR nos tirou com mão forte do Egito. 22. E o SENHOR fez sinais grandes e penosas maravilhas no Egito, a Faraó e a toda a sua casa, aos nossos olhos; 23. e dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra que jurara a nossos pais. 24. E o SENHOR nos ordenou que fizéssemos todos estes estatutos, para temermos ao SENHOR, nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em vida, como no dia de hoje. 25. E será para nós justiça, quando tivermos cuidado de fazer todos estes mandamentos perante o SENHOR, nosso Deus, como nos tem ordenado. Deuteronômio 7 1. Quando o SENHOR, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; 2. e o SENHOR, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto, nem terás piedade delas; 3. nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos; 4. pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós e depressa vos consumiria. 5. Porém assim lhes fareis: derrubareis os seus altares, quebrareis as suas estátuas, cortareis os seus bosques e queimareis a fogo as suas imagens de escultura. 6. Porque povo santo és ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há. 7. O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos, 8. mas porque o SENHOR vos amava; e, para guardar o juramento que jurara a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito. 9. Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos; 10. e dá o pago em sua face a qualquer dos que o aborrecem, fazendo-o perecer; não será remisso para quem o aborrece; em sua face lh o pagará. 11. Guarda, pois, os mandamentos, e os estatutos, e os juízos que hoje te mando fazer. 12. Será, pois, que, se, ouvindo estes juízos, os guardardes e fizerdes, o SENHOR, teu Deus, te guardará o concerto e a beneficência que jurou a teus pais; 13. e amar-te-á, e abençoar-te-á, e te fará multiplicar, e abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o teu cereal, e o teu mosto, e o teu azeite, e a criação das tuas vacas, e o rebanho do teu gado miúdo, na terra que jurou a teus pais dar-te. 14. Bendito serás mais do que todos os povos; nem macho nem fêmea entre ti haverá estéril, nem entre os teus animais. 15. E o SENHOR de ti desviará toda enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das más doenças dos egípcios, que bem sabes; antes, as porá sobre todos os que te aborrecem. 16. Pois consumirás todos os povos que te der o SENHOR, teu Deus; o teu olho não os poupará; e não servirás a seus deuses, pois isso te seria por laço. 17. Se disseres no teu coração: Estas nações são mais numerosas do que eu; como as poderei lançar fora? 18. Delas não tenhas temor; não deixes de te lembrar do que o SENHOR, teu Deus, fez a Faraó e a todos os egípcios; 19. das grandes provas que viram os teus olhos, e dos sinais, e maravilhas, e mão forte, e braço estendido, com que o SENHOR, teu Deus, te tirou; assim fará o SENHOR, teu Deus, com todos os povos, diante dos quais tu temes. 20. E mais: o SENHOR, teu Deus, entre eles mandará vespões, até que pereçam os que ficarem e se escondam de diante de ti. 21. Não te espantes diante deles, porque o SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, Deus grande e terrível. 22. E o SENHOR, teu Deus, lançará fora estas nações, pouco a pouco, de diante de ti; não poderás destruí-las todas de pronto, para que as feras do campo se não multipliquem contra ti. 23. E o SENHOR tas dará diante de ti e as fará pasmar com grande pasmo, até que sejam destruídas. 24. Também os seus reis te entregará na mão, para que desfaças os seus nomes de debaixo dos céus; nenhum homem parará diante de ti, até que os destruas. 25. As imagens de escultura de seus deuses queimarás a fogo; a prata e o ouro que estão sobre elas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que te não enlaces neles; pois abominação são ao SENHOR, teu Deus. 26. Não meterás, pois, abominação em tua casa, para que não sejas anátema, assim como ela; de todo a detestarás e de todo a abominarás, porque anátema é. Deuteronômio 8 1. Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os fazer, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR jurou a vossos pais. 2. E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não. 3. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem. 4. Nunca se envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos. 5. Confessa, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o SENHOR, teu Deus. 6. E guarda os mandamentos do SENHOR, teu Deus, para o temeres e andares nos seus caminhos. 7. Porque o SENHOR, teu Deus, te mete numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes e de abismos, que saem dos vales e das montanhas; 8. terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, abundante de azeite e mel; 9. terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro e de cujos montes tu cavarás o cobre. 10. Quando, pois, tiveres comido e fores farto, louvarás ao SENHOR, teu Deus, pela boa terra que te deu. 11. Guarda-te para que te não esqueças do SENHOR, teu Deus, não guardando os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos, que hoje te ordeno; 12. para que, porventura, havendo tu comido, e estando farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, 13. e se tiverem aumentado as tuas vacas e as tuas ovelhas, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, 14. se não eleve o teu coração, e te esqueças do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão; 15. que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de secura, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha do seixal; 16. que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, e para, no teu fim, te fazer bem; 17. e não digas no teu coração: A minha força e a fortaleza de meu braço me adquiriram este poder. 18. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires poder; para confirmar o seu concerto, que jurou a teus pais, como se vê neste dia. 19. Será, porém, que, se, de qualquer sorte, te esqueceres do SENHOR, teu Deus, e se ouvires outros deuses, e os servires, e te inclinares perante eles, hoje eu protesto contra vós que certamente perecereis. 20. Como as gentes que o SENHOR destruiu diante de vós, assim vós perecereis; porquanto não quisestes obedecer à voz do SENHOR, vosso Deus. Deuteronômio 9 1. Ouve, ó Israel, hoje, passarás o Jordão, para entrares a possuir nações maiores e mais fortes do que tu; cidades grandes e muradas até aos céus; 2. um povo grande e alto, filhos de gigantes, que tu conheces e de que já ouviste: Quem pararia diante dos filhos dos gigantes? 3. Sabe, pois, hoje, que o SENHOR, teu Deus, que passa diante de ti, é um fogo que consome, e os destruirá, e os derrubará de diante de ti; e tu os lançarás fora e cedo os desfarás, como o SENHOR te tem dito. 4. Quando, pois, o SENHOR, teu Deus, os lançar fora, de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o SENHOR me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela impiedade destas nações, é que o SENHOR as lança fora, de diante de ti. 5. Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas, pela impiedade destas nações, o SENHOR, teu Deus, as lança fora, de diante de ti; e para confirmar a palavra que o SENHOR, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó. 6. Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o SENHOR, teu Deus, te dá esta boa terra para possuí-la, pois tu és povo obstinado. 7. Lembra-te e não te esqueças de que muito provocaste à ira o SENHOR, teu Deus, no deserto; desde o dia em que saístes do Egito até que chegastes a esse lugar, rebeldes fostes contra o SENHOR; 8. pois, em Horebe, tanto provocastes à ira o SENHOR, que o SENHOR se acendeu contra vós para vos destruir. 9. Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o SENHOR fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi e água não bebi. 10. E o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas tinha escrito conforme todas aquelas palavras que o SENHOR tinha falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da congregação. 11. Sucedeu, pois, que, ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas do concerto. 12. E o SENHOR me disse: Levanta-te, desce depressa daqui, porque o teu povo, que tiraste do Egito, já se tem corrompido; cedo se desviou do caminho que eu lhe tinha ordenado; imagem de fundição para si fez. 13. Falou-me mais o SENHOR, dizendo: Atentei para este povo, e eis que ele é povo obstinado. 14. Deixa-me que os destrua e apague o seu nome de debaixo dos céus; e te faça a ti nação mais poderosa e mais numerosa do que esta. 15. Então, virei-me e desci do monte; e o monte ardia em fogo, e as duas tábuas do concerto estavam em ambas as minhas mãos. 16. E olhei, e eis que havíeis pecado contra o SENHOR, vosso Deus; vós tínheis feito um bezerro de fundição; cedo vos desviastes do caminho que o SENHOR vos ordenara. 17. Então, peguei das duas tábuas, e as arrojei de ambas as minhas mãos, e as quebrei aos vossos olhos. 18. E me lancei perante o SENHOR, como dantes; quarenta dias e quarenta noites, não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis pecado, fazendo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira. 19. Porque temi por causa da ira e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós, para vos destruir; porém, ainda por esta vez, o SENHOR me ouviu. 20. Também o SENHOR se irou muito contra Arão para o destruir; mas também orei por Arão ao mesmo tempo. 21. Porém eu tomei o vosso pecado, o bezerro que tínheis feito, e o queimei a fogo, e o pisei, moendo-o bem, até que se desfez em pó; e o seu pó lancei no ribeiro que descia do monte. 22. Também em Taberá, e em Massá, e em Quibrote-Hataavá provocastes muito a ira do SENHOR. 23. Quando também o SENHOR vos enviou desde Cades-Barnéia, dizendo: Subi e possuí a terra que vos tenho dado, rebeldes fostes ao mandado do SENHOR, vosso Deus, e não o crestes, e não obedecestes à sua voz. 24. Rebeldes fostes contra o SENHOR, desde o dia em que vos conheci. 25. E prostrei-me perante o SENHOR aqueles quarenta dias e quarenta noites em que estava prostrado; porquanto o SENHOR dissera que vos queria destruir. 26. E eu orei ao SENHOR, dizendo: SENHOR Deus, não destruas o teu povo e a tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que tiraste do Egito com mão forte. 27. Lembra-te dos teus servos Abraão, Isaque e Jacó; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua impiedade, nem para o seu pecado, 28. para que o povo da terra donde nos tiraste não diga: Porquanto o SENHOR os não pôde introduzir na terra de que lhes tinha falado e porque os aborrecia, os tirou para os matar no deserto. 29. Todavia, são eles o teu povo e a tua herança que tu tiraste com a tua grande força e com o teu braço estendido. Deuteronômio 10 1. Naquele mesmo tempo, me disse o SENHOR: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim a este monte, e faze uma arca de madeira. 2. E, naquelas tábuas, escreverei as palavras que estavam nas primeiras tábuas que quebraste, e as porás na arca. 3. Assim, fiz uma arca de madeira de cetim, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi o monte com as duas tábuas na minha mão. 4. Então, escreveu o SENHOR nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que o SENHOR vos falara no dia da congregação, no monte, do meio do fogo; e o SENHOR mas deu a mim. 5. E virei-me, e desci do monte, e pus as tábuas na arca que fizera; e ali estão, como o SENHOR me ordenou. 6. E partiram os filhos de Israel de Beerote-Benê-Jaacã a Mosera. Ali, faleceu Arão e ali foi sepultado. E Eleazar, seu filho, administrou o sacerdócio em seu lugar. 7. Dali, partiram a Gudgoda e de Gudgoda a Jotbatá, terra de ribeiros de águas. 8. No mesmo tempo, o SENHOR separou a tribo de Levi para levar a arca do concerto do SENHOR, para estar diante do SENHOR, para o servir e para abençoar em seu nome até ao dia de hoje. 9. Pelo que Levi, com seus irmãos, não tem parte na herança; o SENHOR é a sua herança, como o SENHOR, teu Deus, lhe tem dito. 10. E eu estive no monte, como nos dias primeiros, quarenta dias e quarenta noites; e o SENHOR me ouviu ainda por esta vez; não quis o SENHOR destruir-te. 11. Porém o SENHOR me disse: Levanta-te, põe-te a caminho diante do povo, para que entre e possua a terra que jurei a seus pais dar-lhes. 12. Agora, pois, ó Israel, que é o que o SENHOR, teu Deus, pede de ti, senão que temas o SENHOR, teu Deus, e que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma, 13. para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem? 14. Eis que os céus e os céus dos céus são do SENHOR, teu Deus, a terra e tudo o que nela há. 15. Tão-somente o SENHOR tomou prazer em teus pais para os amar; e a vós, semente deles, escolheu depois deles, de todos os povos, como neste dia se vê. 16. Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz. 17. Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; 18. que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste. 19. Pelo que amareis o estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito. 20. Ao SENHOR, teu Deus, temerás; a ele servirás, e a ele te chegarás, e pelo seu nome jurarás. 21. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e terríveis coisas que os teus olhos têm visto. 22. Com setenta almas teus pais desceram ao Egito; e, agora, o SENHOR, teu Deus, te pôs como as estrelas dos céus em multidão. Deuteronômio 11 1. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, e guardarás a sua observância, e os seus estatutos, e os seus juízos, e os seus mandamentos, todos os dias. 2. E hoje sabereis que falo, não com vossos filhos, que o não sabem e não viram a instrução do SENHOR, vosso Deus, a sua grandeza, a sua mão forte, e o seu braço estendido; 3. nem tampouco os seus sinais, nem os seus feitos, que fez no meio do Egito a Faraó, rei do Egito, e a toda a sua terra; 4. nem o que fez ao exército dos egípcios, aos seus cavalos e aos seus carros, fazendo passar sobre eles as águas do mar Vermelho, quando vos perseguiam, e o SENHOR os destruiu até ao dia de hoje; 5. nem o que vos fez no deserto, até que chegastes a este lugar; 6. e o que fez a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, filho de Rúben; como a terra abriu a sua boca e os tragou com as suas casas e com as suas tendas, como também tudo o que subsistia e lhes pertencia, no meio de todo o Israel; 7. porquanto os vossos olhos são os que viram toda a grande obra que fez o SENHOR. 8. Guardai, pois, todos os mandamentos que eu vos ordeno hoje, para que vos esforceis, e entreis, e possuais a terra que passais a possuir; 9. e para que prolongueis os dias na terra que o SENHOR jurou a vossos pais dá-la a eles e à sua semente, terra que mana leite e mel. 10. Porque a terra que entras a possuir não é como a terra do Egito, donde saíste, em que semeavas a tua semente e a regavas com o teu pé, como a uma horta. 11. Mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas; 12. terra de que o SENHOR, teu Deus, tem cuidado; os olhos do SENHOR, teu Deus, estão sobre ela continuamente, desde o princípio até ao fim do ano. 13. E será que, se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje te ordeno, de amar o SENHOR, teu Deus, e de o servir de todo o teu coração e de toda a tua alma, 14. então, darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que recolhas o teu cereal, e o teu mosto, e o teu azeite. 15. E darei erva no teu campo aos teus gados, e comerás e fartar-te-ás. 16. Guardai-vos, que o vosso coração não se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e vos inclineis perante eles; 17. e a ira do SENHOR se acenda contra vós, e feche ele os céus, e não haja água, e a terra não dê a sua novidade, e cedo pereçais da boa terra que o SENHOR vos dá. 18. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, 19. e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; 20. e escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas portas, 21. para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra. 22. Porque, se diligentemente guardardes todos estes mandamentos que vos ordeno para os guardardes, amando o SENHOR, vosso Deus, andando em todos os seus caminhos, e a ele vos achegardes, 23. também o SENHOR de diante de vós lançará fora todas estas nações, e possuireis nações maiores e mais poderosas do que vós. 24. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé será vosso, desde o deserto, desde o Líbano, desde o rio, o rio Eufrates, até ao mar ocidental, será o vosso termo. 25. Ninguém subsistirá diante de vós; o SENHOR, vosso Deus, porá sobre toda a terra que pisardes o vosso terror e o vosso temor, como já vos tem dito. 26. Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: 27. a bênção, quando ouvirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos mando; 28. porém a maldição, se não ouvirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes. 29. E será que, havendo-te o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra, a que vais para possuí-la, então, pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim e a maldição sobre o monte Ebal. 30. Porventura não estão eles daquém do Jordão, junto ao caminho do pôr-do-sol, na terra dos cananeus, que habitam na campina defronte de Gilgal, junto aos carvalhais de Moré? 31. Porque passareis o Jordão para entrardes a possuir a terra que vos dá o SENHOR, vosso Deus; e a possuireis e nela habitareis. 32. Tende, pois, cuidado em fazer todos os estatutos e os juízos que eu hoje vos proponho. Deuteronômio 12 1. Estes são os estatutos e os juízos que tereis cuidado em fazer na terra que vos deu o SENHOR, Deus de vossos pais, para a possuirdes todos os dias que viverdes sobre a terra. 2. Totalmente destruireis todos os lugares onde as nações que possuireis serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda árvore verde; 3. e derribareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e abatereis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar. 4. Assim não fareis para com o SENHOR, vosso Deus, 5. mas buscareis o lugar que o SENHOR, vosso Deus, escolher de todas as vossas tribos, para ali pôr o seu nome e sua habitação; e ali vireis. 6. E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas. 7. E ali comereis perante o SENHOR, vosso Deus, e vos alegrareis em tudo em que poreis a vossa mão, vós e as vossas casas, no que te abençoar o SENHOR, vosso Deus. 8. Não fareis conforme tudo o que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem parece aos seus olhos, 9. porque até agora não entrastes no descanso e na herança que vos dá o SENHOR, vosso Deus. 10. Mas passareis o Jordão e habitareis na terra que vos fará herdar o SENHOR, vosso Deus; e vos dará repouso de todos os vossos inimigos em redor, e morareis seguros. 11. Então, haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus, para ali fazer habitar o seu nome; ali trareis tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e toda escolha dos vossos votos que votardes ao SENHOR. 12. E vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus, vós, e vossos filhos, e vossas filhas, e vossos servos, e vossas servas, e o levita que está dentro das vossas portas, pois convosco não tem ele parte nem herança. 13. Guarda-te que não ofereças os teus holocaustos em todo lugar que vires; 14. mas, no lugar que o SENHOR escolher numa das tuas tribos, ali oferecerás os teus holocaustos e ali farás tudo o que te ordeno. 15. Porém, conforme todo o desejo da tua alma, degolarás e comerás carne segundo a bênção do SENHOR, teu Deus, que te dá dentro de todas as tuas portas; o imundo e o limpo dela comerão, como do corço e do veado. 16. Tão-somente o sangue não comereis; sobre a terra o derramareis como água. 17. Nas tuas portas, não poderás comer o dízimo do teu cereal, nem do teu mosto, nem do teu azeite, nem as primogenituras das tuas vacas, nem das tuas ovelhas; nem nenhum dos teus votos, que houveres votado, nem as tuas ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da tua mão; 18. mas o comerás perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher o SENHOR, teu Deus, tu, e teu filho, e tua filha, e teu servo, e tua serva, e o levita que está dentro das tuas portas; e perante o SENHOR, teu Deus, te alegrarás em tudo em que puseres a tua mão. 19. Guarda-te que não desampares o levita todos os teus dias na terra. 20. Quando o SENHOR, teu Deus, dilatar os teus termos como te disse, e disseres: Comerei carne, porquanto a tua alma tem desejo de comer carne; conforme todo desejo da tua alma, comerás carne. 21. Se estiver longe de ti o lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher para ali pôr o seu nome, então, degolarás das tuas vacas e tuas ovelhas, que o SENHOR te tiver dado, como te tenho ordenado; e comerás dentro das tuas portas, conforme todo o desejo da tua alma. 22. Porém, como se come o corço e o veado, assim comerás; o imundo e o limpo juntamente comerão delas. 23. Somente esforça-te para que não comas o sangue, pois o sangue é a vida; pelo que não comerás a vida com a carne. 24. Não o comerás; na terra o derramarás como água. 25. Não o comerás, para que bem te suceda a ti e a teus filhos, depois de ti, quando fizeres o que for reto aos olhos do SENHOR. 26. Porém as tuas coisas santas que tiveres e os teus votos tomarás e virás ao lugar que o SENHOR escolher. 27. E oferecerás os teus holocaustos, a carne e o sangue sobre o altar do SENHOR, teu Deus; e o sangue dos teus sacrifícios se derramará sobre o altar do SENHOR, teu Deus; porém a carne comerás. 28. Guarda e ouve todas estas palavras que te ordeno, para que bem te suceda a ti e a teus filhos, depois de ti para sempre, quando fizeres o que for bom e reto aos olhos do SENHOR, teu Deus. 29. Quando o SENHOR, teu Deus, desarraigar de diante de ti as nações, aonde vais a possuí-las, e as possuíres e habitares na sua terra, 30. guarda-te que te não enlaces após elas, depois que forem destruídas diante de ti; e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu. 31. Assim não farás ao SENHOR, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao SENHOR e que ele aborrece fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram com fogo aos seus deuses. 32. Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás. Deuteronômio 13 1. Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio, 2. e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, 3. não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma. 4. Após o SENHOR, vosso Deus, andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis. 5. E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o SENHOR, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o SENHOR, vosso Deus, para andardes nele; assim, tirarás o mal do meio de ti. 6. Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu amor, ou teu amigo, que te é como a tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais, 7. dentre os deuses dos povos que estão em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade, 8. não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem o teu olho o poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás, 9. mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele, para o matar; e depois a mão de todo o povo. 10. E com pedras o apedrejarás, até que morra, pois te procurou apartar do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. 11. Para que todo o Israel o ouça e o tema, e não se torne a fazer segundo esta coisa má no meio de ti. 12. Quando ouvires dizer de alguma das tuas cidades que o SENHOR, teu Deus, te dá, para ali habitares, que 13. uns homens, filhos de Belial, saíram do meio de ti, que incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: Vamos e sirvamos a outros deuses que não conheceste, 14. então, inquirirás, e informar-te-ás, e com diligência perguntarás; e eis que, sendo esse negócio verdade, e certo que se fez uma tal abominação no meio de ti, 15. então, certamente ferirás ao fio da espada os moradores daquela cidade, destruindo ao fio da espada a ela e a tudo o que nela houver, até os animais. 16. E ajuntarás todo o seu despojo no meio da sua praça e a cidade e todo o seu despojo queimarás totalmente para o SENHOR, teu Deus, e será montão perpétuo, nunca mais se edificará. 17. Também nada se pegará à tua mão do anátema, para que o SENHOR se aparte do ardor da sua ira, e te faça misericórdia, e tenha piedade de ti, e te multiplique, como jurou a teus pais, 18. quando ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, para guardares todos os seus mandamentos, que hoje te ordeno, para fazeres o que for reto aos olhos do SENHOR, teu Deus. Deuteronômio 14 1. Filhos sois do SENHOR, vosso Deus; não vos dareis golpes, nem poreis calva entre vossos olhos por causa de algum morto. 2. Porque és povo santo ao SENHOR, teu Deus, e o SENHOR te escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhes seres o seu povo próprio. 3. Nenhuma abominação comereis. 4. Estes são os animais que comereis: o boi, o gado miúdo das ovelhas, o gado miúdo das cabras, 5. o veado, a corça, o búfalo, a cabra montês, o texugo, o boi silvestre e o gamo. 6. Todo animal que tem unhas fendidas, que tem a unha dividida em duas, que remói, entre os animais, isso comereis. 7. Porém estes não comereis, dos que somente remoem ou que têm a unha fendida: o camelo, a lebre e o coelho, porque remoem, mas não têm a unha fendida; imundos vos serão. 8. Nem o porco, porque tem unhas fendidas, mas não remói; imundo vos será; não comereis da carne destes e não tocareis no seu cadáver. 9. Isto comereis de tudo o que há nas águas: tudo o que tem barbatanas e escamas comereis. 10. Mas tudo o que não tiver barbatanas nem escamas não o comereis; imundo vos será. 11. Toda ave limpa comereis. 12. Porém estas são as de que não comereis: a águia, o quebrantosso, o xofrango, 13. o abutre, a pega e o milhano, segundo a sua espécie; 14. e todo o corvo, segundo a sua espécie; 15. o avestruz, o mocho, o cuco e o gavião, segundo a sua espécie; 16. e o bufo, a coruja, a gralha, 17. o cisne, o pelicano, o corvo-marinho, 18. a cegonha, a garça, segundo a sua espécie, a poupa, e o morcego. 19. Também todo réptil que voa vos será imundo; não se comerá. 20. Toda ave limpa comereis. 21. Não comereis nenhum animal morto; ao estrangeiro, que está dentro das tuas portas, o darás a comer ou o venderás ao estranho, porquanto és povo santo ao SENHOR, teu Deus. Não cozerás o cabrito com o leite da sua mãe. 22. Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente, que cada ano se recolher do campo. 23. E, perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu mosto, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR, teu Deus, todos os dias. 24. E, quando o caminho te for tão comprido, que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR, teu Deus, para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR, teu Deus, te tiver abençoado, 25. então, vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR, teu Deus. 26. E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; 27. porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo. 28. Ao fim de três anos, tirarás todos os dízimos da tua novidade no mesmo ano e os recolherás nas tuas portas. 29. Então, virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em toda a obra das tuas mãos, que fizeres. Deuteronômio 15 1. Ao fim dos sete anos, farás remissão. 2. Este, pois, é o modo da remissão: que todo credor, que emprestou ao seu próximo uma coisa, o quite; não a exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois a remissão do SENHOR é apregoada. 3. Do estranho a exigirás, mas o que tiveres em poder de teu irmão a tua mão o quitará, 4. somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu Deus, te dará por herança, para a possuíres, 5. se somente ouvires diligentemente a voz do SENHOR, teu Deus, para cuidares em fazer todos estes mandamentos que hoje te ordeno. 6. Porque o SENHOR, teu Deus, te abençoará, como te tem dito; assim, emprestarás a muitas nações, mas não tomarás empréstimos; e dominarás sobre muitas nações, mas elas não dominarão sobre ti. 7. Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na tua terra que o SENHOR, teu Deus, te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; 8. antes, lhe abrirás de todo a tua mão e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. 9. Guarda-te que não haja palavra de Belial no teu coração, dizendo: Vai-se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão, e que o teu olho seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que ele clame contra ti ao SENHOR, e que haja em ti pecado. 10. Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo no que puseres a tua mão. 11. Pois nunca cessará o pobre do meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na tua terra. 12. Quando teu irmão hebreu ou irmã hebréia se vender a ti, seis anos te servirá, mas, no sétimo ano, o despedirás forro de ti. 13. E, quando o despedires de ti forro, não o despedirás vazio. 14. Liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira, e do teu lagar; daquilo com que o SENHOR, teu Deus, te tiver abençoado lhe darás. 15. E lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito e de que o SENHOR, teu Deus, te resgatou; pelo que te ordeno hoje esta coisa. 16. Porém será que, dizendo-te ele: Não sairei de ti, porquanto te ama a ti e a tua casa, por estar bem contigo, 17. então, tomarás uma sovela e lhe furarás a orelha, à porta, e teu servo será para sempre; e também assim farás à tua serva. 18. Não seja aos teus olhos coisa dura, quando o despedires forro de ti; pois seis anos te serviu por metade do salário do jornaleiro; assim, o SENHOR, teu Deus, te abençoará em tudo o que fizeres. 19. Todo primogênito que nascer entre as tuas vacas e entre as tuas ovelhas, o macho santificarás ao SENHOR, teu Deus; com o primogênito do teu boi não trabalharás, nem tosquiarás o primogênito das tuas ovelhas. 20. Perante o SENHOR, teu Deus, os comerás de ano em ano, no lugar que o SENHOR escolher, tu e a tua casa. 21. Porém, havendo nele algum defeito, se for coxo, ou cego, ou tiver qualquer defeito, não sacrificarás ao SENHOR, teu Deus. 22. Nas tuas portas, o comerás; o imundo e o limpo o comerão juntamente, como da corça ou do veado. 23. Somente o seu sangue não comerás; sobre a terra o derramarás como água. Deuteronômio 16 1. Guarda o mês de abibe e celebra a Páscoa ao SENHOR, teu Deus; porque, no mês de abibe, o SENHOR, teu Deus, te tirou do Egito, de noite. 2. Então, sacrificarás como oferta de Páscoa ao SENHOR, teu Deus, ovelhas e vacas, no lugar que o SENHOR escolher para ali fazer habitar o seu nome. 3. Nela, não comerás levedado; sete dias nela comerás pães asmos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida. 4. Fermento não aparecerá contigo por sete dias em todos os teus termos; também da carne que matares à tarde, no primeiro dia, nada ficará até à manhã. 5. Não poderás sacrificar a Páscoa em nenhuma das tuas portas que te dá o SENHOR, teu Deus; 6. senão no lugar que escolher o SENHOR, teu Deus, para fazer habitar o seu nome, ali sacrificarás a Páscoa à tarde, ao pôr-do-sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito. 7. Então, a cozerás e comerás no lugar que escolher o SENHOR, teu Deus; depois, sairás pela manhã e irás às tuas tendas. 8. Seis dias comerás pães asmos, e no sétimo dia é solenidade ao SENHOR, teu Deus; nenhuma obra farás. 9. Sete semanas contarás; desde que a foice começar na seara, começarás a contar as sete semanas. 10. Depois, celebrarás a Festa das Semanas ao SENHOR, teu Deus; o que deres será tributo voluntário da tua mão, segundo o SENHOR, teu Deus, te tiver abençoado. 11. E te alegrarás perante o SENHOR, teu Deus, tu, e teu filho, e tua filha, e teu servo, e tua serva, e o levita que está dentro das tuas portas, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão no meio de ti, no lugar que escolher o SENHOR, teu Deus, para ali fazer habitar o seu nome. 12. E lembrar-te-ás de que foste servo no Egito, e guardarás estes estatutos, e os farás. 13. A Festa dos Tabernáculos guardarás sete dias, quando colheres da tua eira e do teu lagar. 14. E na tua festa te alegrarás, tu, e teu filho, e tua filha, e teu servo, e tua serva, e o levita, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão das tuas portas para dentro. 15. Sete dias celebrarás a festa ao SENHOR, teu Deus, no lugar que o SENHOR escolher, porque o SENHOR, teu Deus, te há de abençoar em toda a tua colheita e em toda obra das tuas mãos; pelo que te alegrarás certamente. 16. Três vezes no ano, todo varão entre ti aparecerá perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher, na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabernáculos; porém não aparecerá vazio perante o SENHOR; 17. cada qual, conforme o dom da sua mão, conforme a bênção que o SENHOR, teu Deus, te tiver dado. 18. Juízes e oficiais porás em todas as tuas portas que o SENHOR, teu Deus, te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça. 19. Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno, porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e perverte as palavras dos justos. 20. A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas e possuas em herança a terra que te dará o SENHOR, teu Deus. 21. Não plantarás nenhum bosque de árvores junto ao altar do SENHOR, teu Deus, que fizeres para ti. 22. Nem levantarás estátua, a qual o SENHOR, teu Deus, aborrece. Deuteronômio 17 1. Não sacrificarás ao SENHOR, teu Deus, boi ou gado miúdo em que haja defeito ou alguma coisa má, pois abominação é ao SENHOR, teu Deus. 2. Quando no meio de ti, em alguma das tuas portas que te dá o SENHOR, teu Deus, se achar algum homem ou mulher que fizer mal aos olhos do SENHOR, teu Deus, traspassando o seu concerto, 3. que for, e servir a outros deuses, e se encurvar a eles, ou ao sol, ou à lua, ou a todo o exército do céu, o que eu não ordenei; 4. e te for denunciado, e o ouvires; então, bem o inquirirás; e eis que, sendo verdade e certo que se fez tal abominação em Israel, 5. então, levarás o homem ou a mulher que fez este malefício às tuas portas, sim, o tal homem ou mulher, e os apedrejarás com pedras, até que morram. 6. Por boca de duas ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha, não morrerá. 7. A mão das testemunhas será primeiro contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo; assim, tirarás o mal do meio de ti. 8. Quando alguma coisa te for dificultosa em juízo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda, entre ferida e ferida, em negócios de pendências nas tuas portas, então, te levantarás e subirás ao lugar que escolher o SENHOR, teu Deus; 9. e virás aos sacerdotes levitas e ao juiz que houver naqueles dias e inquirirás, e te anunciarão a palavra que for do juízo. 10. E farás conforme o mandado da palavra que te anunciarão do lugar que escolher o SENHOR; e terás cuidado de fazer conforme tudo o que te ensinarem. 11. Conforme o mandado da lei que te ensinarem e conforme o juízo que te disserem, farás; da palavra que te anunciarem te não desviarás, nem para a direita nem para a esquerda. 12. O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao SENHOR, teu Deus, nem ao juiz, o tal homem morrerá; e tirarás o mal de Israel, 13. para que todo o povo o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça. 14. Quando entrares na terra que te dá o SENHOR, teu Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que estão em redor de mim, 15. porás, certamente, sobre ti como rei aquele que escolher o SENHOR, teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos. 16. Porém não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito, para multiplicar cavalos; pois o SENHOR vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho. 17. Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si. 18. Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então, escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está diante dos sacerdotes levitas. 19. E o terá consigo e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao SENHOR, seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para fazê-los. 20. Para que o seu coração não se levante sobre os seus irmãos e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; para que prolongue os dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel. Deuteronômio 18 1. Os sacerdotes levitas, toda a tribo de Levi, não terão parte nem herança em Israel; das ofertas queimadas do SENHOR e da sua herança comerão. 2. Pelo que não terão herança no meio de seus irmãos; o SENHOR é a sua herança, como lhe tem dito. 3. Este, pois, será o direito dos sacerdotes, a receber do povo, dos que sacrificarem sacrifício, seja boi ou gado miúdo: que darão ao sacerdote a espádua, e as queixadas, e o bucho. 4. Dar-lhe-ás as primícias do teu cereal, do teu mosto e do teu azeite e as primícias da tosquia das tuas ovelhas. 5. Porque o SENHOR, teu Deus, o escolheu de todas as tuas tribos, para que assista a servir no nome do SENHOR, ele e seus filhos, todos os dias. 6. E, quando vier um levita de alguma das tuas portas, de todo o Israel, onde habitar, e vier com todo o desejo da sua alma ao lugar que o SENHOR escolheu, 7. e servir no nome do SENHOR, seu Deus, como também todos os seus irmãos, os levitas, que assistem ali perante o SENHOR, 8. igual porção comerão, além das vendas do seu patrimônio. 9. Quando entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. 10. Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, 11. nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, 12. pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, as lança fora de diante de ti. 13. Perfeito serás, como o SENHOR, teu Deus. 14. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não permitiu tal coisa. 15. O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; 16. conforme tudo o que pediste ao SENHOR, teu Deus, em Horebe, no dia da congregação, dizendo: Não ouvirei mais a voz do SENHOR, meu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. 17. Então, o SENHOR me disse: Bem falaram naquilo que disseram. 18. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. 19. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele. 20. Porém o profeta que presumir soberbamente de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não tenho mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, o tal profeta morrerá. 21. E se disseres no teu coração: Como conheceremos a palavra que o SENHOR não falou? 22. Quando o tal profeta falar em nome do SENHOR, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele. Deuteronômio 19 1. Quando o SENHOR, teu Deus, desarraigar as nações, cuja terra te dará o SENHOR, teu Deus, e tu as possuíres e morares nas suas cidades e nas suas casas, 2. três cidades separarás no meio da tua terra que te dará o SENHOR, teu Deus, para a possuíres. 3. Preparar-te-ás o caminho e os termos da tua terra, que te fará possuir o SENHOR, teu Deus, partirás em três; e isto será para que todo homicida se acolha ali. 4. E este é o caso tocante ao homicida que se acolher ali, para que viva: aquele que, por erro, ferir o seu próximo, a quem não aborrecia dantes. 5. Como também aquele que entrar com o seu próximo no bosque, para cortar lenha, e, pondo força na sua mão com o machado para cortar a árvore, o ferro saltar do cabo e ferir o seu próximo, e morrer, o tal se acolherá a uma dessas cidades e viverá; 6. para que o vingador do sangue não vá após o homicida, quando se esquentar o seu coração, e o alcance, por ser comprido o caminho, e lhe tire a vida; porque não é culpado de morte, pois o não aborrecia dantes. 7. Portanto, te dou ordem, dizendo: Três cidades separarás. 8. E, se o SENHOR, teu Deus, dilatar os teus termos, como jurou a teus pais, e te der toda a terra que disse daria a teus pais 9. (quando guardares todos estes mandamentos que hoje te ordeno, para fazê-los, amando ao SENHOR, teu Deus, e andando nos seus caminhos todos os dias), então, acrescentarás outras três cidades além destas três; 10. para que o sangue inocente se não derrame no meio da tua terra, que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança, e haja sangue sobre ti. 11. Mas, havendo alguém que aborrece a seu próximo, e lhe arma ciladas, e se levanta contra ele, e o fere na vida, de modo que morra, e se acolhe em alguma dessas cidades, 12. então, os anciãos da sua cidade mandarão, e dali o tirarão, e o entregarão na mão do vingador do sangue, para que morra. 13. O teu olho o não poupará; antes, tirarás o sangue inocente de Israel, para que bem te suceda. 14. Não mudes o marco do teu próximo, que colocaram os antigos na tua herança, que possuíres na terra, que te dá o SENHOR, teu Deus, para a possuíres. 15. Uma só testemunha contra ninguém se levantará por qualquer iniqüidade ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que pecasse; pela boca de duas ou três testemunhas, se estabelecerá o negócio. 16. Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para testificar contra ele acerca de transgressão, 17. então, aqueles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o SENHOR, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias. 18. E os juízes bem inquirirão; e eis que, sendo a testemunha falsa testemunha, que testificou falsidade contra seu irmão, 19. far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e, assim, tirarás o mal do meio de ti, 20. para que os que ficarem o ouçam, e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no meio de ti. 21. O teu olho não poupará: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé. Deuteronômio 20 1. Quando saíres à peleja contra teus inimigos e vires cavalos, e carros, e povo maior em número do que tu, deles não terás temor, pois o SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, está contigo. 2. E será que, quando vos achegardes à peleja, o sacerdote se adiantará, e falará ao povo, 3. e dir-lhe-á: Ouve, ó Israel, hoje vos achegais à peleja contra os vossos inimigos; que se não amoleça o vosso coração; não temais, nem tremais, nem vos aterrorizeis diante deles, 4. pois o SENHOR, vosso Deus, é o que vai convosco, a pelejar contra os vossos inimigos, para salvar-vos. 5. Então, os oficiais falarão ao povo, dizendo: Qual é o homem que edificou casa nova e ainda a não consagrou? Vá e torne-se à sua casa, para que, porventura, não morra na peleja, e algum outro a consagre. 6. E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não logrou fruto dela? Vá e torne-se à sua casa, para que, porventura, não morra na peleja, e algum outro o logre. 7. E qual é o homem que está desposado com alguma mulher e ainda a não recebeu? Vá e torne-se à sua casa, para que, porventura, não morra na peleja, e algum outro homem a receba. 8. E continuarão os oficiais a falar ao povo, dizendo: Qual é o homem medroso e de coração tímido? Vá e torne-se à sua casa, para que o coração de seus irmãos se não derreta como o seu coração. 9. E será que, quando os oficiais acabarem de falar ao povo, então, designarão os maiorais dos exércitos para a dianteira do povo. 10. Quando te achegares a alguma cidade a combatê-la, apregoar-lhe-ás a paz. 11. E será que, se te responder em paz e te abrir, todo o povo que se achar nela te será tributário e te servirá. 12. Porém, se ela não fizer paz contigo, mas, antes, te fizer guerra, então, a sitiarás. 13. E o SENHOR, teu Deus, a dará na tua mão; e todo varão que houver nela passarás ao fio da espada, 14. salvo as mulheres, e as crianças, e os animais; e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás para ti; e comerás o despojo dos teus inimigos, que te deu o SENHOR, teu Deus. 15. Assim farás a todas as cidades que estiverem mui longe de ti, que não forem das cidades destas nações. 16. Porém, das cidades destas nações, que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida. 17. Antes, destruí-las-ás totalmente: aos heteus, e aos amorreus, e aos cananeus, e aos ferezeus, e aos heveus, e aos jebuseus, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, 18. para que vos não ensinem a fazer conforme todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis contra o SENHOR, vosso Deus. 19. Quando sitiares uma cidade por muitos dias, pelejando contra ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado, porque dele comerás; pelo que o não cortarás (pois o arvoredo do campo é o mantimento do homem), para que sirva de tranqueira diante de ti. 20. Mas as árvores que souberes que não são árvores de comer destruí-las-ás e cortá-las-ás; e contra a cidade que guerrear contra ti edificarás baluartes, até que esta seja derribada. Deuteronômio 21 1. Quando na terra que te der o SENHOR, teu Deus, para possuí-la se achar algum morto, caído no campo, sem que se saiba quem o matou, 2. então, sairão os teus anciãos e os teus juízes e medirão o espaço até às cidades que estiverem em redor do morto. 3. E, na cidade mais chegada ao morto, os anciãos da mesma cidade tomarão uma bezerra da manada, que não tenha trabalhado, nem tenha puxado com o jugo. 4. E os anciãos daquela cidade trarão a bezerra a um vale áspero, que nunca foi lavrado nem semeado; e ali, naquele vale, degolarão a bezerra. 5. Então, se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi (pois o SENHOR, teu Deus, os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do SENHOR; e, pelo seu dito, se determinará toda demanda e toda ferida). 6. E todos os anciãos da mesma cidade, mais chegados ao morto, lavarão as suas mãos sobre a bezerra degolada no vale, 7. e protestarão, e dirão: As nossas mãos não derramaram este sangue, e os nossos olhos o não viram. 8. Sê propício ao teu povo Israel, que tu, ó SENHOR, resgataste, e não ponhas o sangue inocente no meio do teu povo Israel. E aquele sangue lhes será expiado. 9. Assim, tirarás o sangue inocente do meio de ti, pois farás o que é reto aos olhos do SENHOR. 10. Quando saíres à peleja contra os teus inimigos, e o SENHOR, teu Deus, os entregar nas tuas mãos, e tu deles levares prisioneiros, 11. e tu, entre os presos, vires uma mulher formosa à vista, e a cobiçares, e a quiseres tomar por mulher, 12. então, a trarás para a tua casa, e ela rapará a cabeça, e cortará as suas unhas, 13. e despirá a veste do seu cativeiro, e se assentará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro; e, depois, entrarás a ela, e tu serás seu marido, e ela, tua mulher. 14. E será que, se te não contentares dela, a deixarás ir à sua vontade; mas, de sorte nenhuma, a venderás por dinheiro, nem com ela mercadejarás, pois a tens humilhado. 15. Quando um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem aborrece, e a amada e a aborrecida lhe derem filhos, e o filho primogênito for da aborrecida, 16. será que, no dia em que fizer herdar a seus filhos o que tiver, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, adiante do filho da aborrecida, que é o primogênito. 17. Mas ao filho da aborrecida reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver, porquanto aquele é o princípio da sua força; o direito da primogenitura seu é. 18. Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, 19. então, seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade e à porta do seu lugar, 20. e dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é um comilão e beberrão. 21. Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão com pedras, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, para que todo o Israel o ouça e tema. 22. Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e haja de morrer, e o pendurares num madeiro, 23. o seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia, porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim, não contaminarás a tua terra, que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança. Deuteronômio 22 1. Vendo extraviado o boi ou ovelha de teu irmão, não te esconderás deles; restituí-los-ás sem falta a teu irmão. 2. E, se teu irmão não estiver perto de ti ou tu o não conheceres, recolhê-los-ás na tua casa, para que fiquem contigo até que teu irmão os busque, e tu lhos tornarás a dar. 3. Assim também farás com o seu jumento e assim farás com as suas vestes; assim farás também com toda coisa perdida, que se perder de teu irmão, e tu a achares; não te poderás esconder. 4. O jumento que é de teu irmão ou o seu boi não verás caídos no caminho e deles te esconderás; com ele os levantarás, sem falta. 5. Não haverá trajo de homem na mulher, e não vestirá o homem veste de mulher; porque qualquer que faz isto abominação é ao SENHOR, teu Deus. 6. Quando encontrares algum ninho de ave no caminho, em alguma árvore ou no chão, com passarinhos, ou ovos, e a mãe posta sobre os passarinhos ou sobre os ovos, não tomarás a mãe com os filhos; 7. deixarás ir livremente a mãe e os filhos tomarás para ti; para que bem te vá, e para que prolongues os dias. 8. Quando edificares uma casa nova, farás no telhado um parapeito, para que não ponhas culpa de sangue na tua casa, se alguém de alguma maneira cair dela. 9. Não semearás a tua vinha de diferentes espécies de semente, para que se não profane o fruto da semente que semeares e a novidade da vinha. 10. Com boi e com jumento juntamente não lavrarás. 11. Não te vestirás de diversos estofos de lã e linho juntamente. 12. Franjas porás nas quatro bordas da tua manta, com que te cobrires. 13. Quando um homem tomar mulher, e, entrando a ela, a aborrecer, 14. e lhe imputar coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher e me cheguei a ela, porém não a achei virgem; 15. então, o pai da moça e sua mãe tomarão os sinais da virgindade da moça e levá-los-ão para fora aos anciãos da cidade, à porta. 16. E o pai da moça dirá aos anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem, porém ele a aborreceu; 17. e eis que lhe imputou coisas escandalosas, dizendo: Não achei virgem tua filha; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E estenderão o lençol diante dos anciãos da cidade. 18. Então, os anciãos da mesma cidade tomarão aquele homem, e o castigarão, 19. e o condenarão em cem siclos de prata, e os darão ao pai da moça, porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. E lhe será por mulher, e em todos os seus dias não a poderá despedir. 20. Porém, se este negócio for verdade, que a virgindade se não achou na moça, 21. então, levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão com pedras, até que morra; pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai; assim, tirarás o mal do meio de ti. 22. Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, então, ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, tirarás o mal de Israel. 23. Quando houver moça virgem, desposada com algum homem, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela, 24. então, trareis ambos à porta daquela cidade e os apedrejareis com pedras, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim, tirarás o mal do meio de ti. 25. E, se algum homem, no campo, achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, então, morrerá só o homem que se deitou com ela; 26. porém à moça não farás nada; a moça não tem culpa de morte; porque, como o homem que se levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida, assim é este negócio. 27. Pois a achou no campo; a moça desposada gritou, e não houve quem a livrasse. 28. Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados, 29. então, o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos de prata; e, porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias. 30. Nenhum homem tomará a mulher de seu pai, nem descobrirá a ourela de seu pai. Deuteronômio 23 1. O quebrado de quebradura ou castrado não entrará na congregação do SENHOR. 2. Nenhum bastardo entrará na congregação do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do SENHOR. 3. Nenhum amonita ou moabita entrará na congregação do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do SENHOR, eternamente. 4. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar. 5. Porém o SENHOR, teu Deus, não quis ouvir Balaão; antes, o SENHOR, teu Deus, trocou em bênção a maldição, porquanto o SENHOR, teu Deus, te amava. 6. Não lhes procurarás nem paz nem bem em todos os teus dias, para sempre. 7. Não abominarás o edomita, pois é teu irmão; nem abominarás o egípcio, pois estrangeiro foste na sua terra. 8. Os filhos que lhes nascerem na terceira geração, cada um deles entrará na congregação do SENHOR. 9. Quando o exército sair contra os teus inimigos, então, te guardarás de toda coisa má. 10. Quando entre ti houver alguém que, por algum acidente de noite, não estiver limpo, sairá fora do exército; não entrará no meio do exército. 11. Porém será que, declinando a tarde, se lavará em água; e, em se pondo o sol, entrará no meio do arraial. 12. Também terás um lugar fora do arraial; e ali sairás fora. 13. E entre as tuas armas terás uma pá; e será que, quando estiveres assentado fora, então, com ela cavarás e, virando-te, cobrirás aquilo que saiu de ti. 14. Porquanto o SENHOR, teu Deus, anda no meio do teu arraial, para te livrar e entregar os teus inimigos diante de ti; pelo que o teu arraial será santo, para que ele não veja coisa feia em ti e se torne atrás de ti. 15. Não entregarás a seu senhor o servo que se acolher a ti de seu senhor. 16. Contigo ficará, no meio de ti, no lugar que escolher em alguma das tuas portas, onde lhe estiver bem; não o oprimirás. 17. Não haverá rameira dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita dentre os filhos de Israel. 18. Não trarás salário de rameira nem preço de cão à casa do SENHOR, teu Deus, por qualquer voto; porque ambos estes são igualmente abominação ao SENHOR, teu Deus. 19. A teu irmão não emprestarás à usura; nem à usura de dinheiro, nem à usura de comida, nem à usura de qualquer coisa que se empreste à usura. 20. Ao estranho emprestarás à usura; porém a teu irmão não emprestarás à usura, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em tudo que puseres a tua mão, na terra, a qual passas a possuir. 21. Quando votares algum voto ao SENHOR, teu Deus, não tardarás em pagá-lo; porque o SENHOR, teu Deus, certamente o requererá de ti, e em ti haverá pecado. 22. Porém, abstendo-te de votar, não haverá pecado em ti. 23. O que saiu da tua boca guardarás e o farás, mesmo a oferta voluntária, assim como votaste ao SENHOR, teu Deus, e o declaraste pela tua boca. 24. Quando entrares na vinha do teu próximo, comerás uvas conforme o teu desejo até te fartares, porém não as porás no teu vaso. 25. Quando entrares na seara do teu próximo, com a tua mão arrancarás as espigas, porém não meterás a foice na seara do teu próximo. Deuteronômio 24 1. Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2. Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3. e se este último homem a aborrecer, e lhe fizer escrito de repúdio, e lho der na sua mão, e a despedir da sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4. então, seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la para que seja sua mulher, depois que foi contaminada, pois é abominação perante o SENHOR; assim não farás pecar a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança. 5. Quando algum homem tomar uma mulher nova, não sairá à guerra, nem se lhe imporá carga alguma; por um ano inteiro ficará livre na sua casa e alegrará a sua mulher, que tomou. 6. Não se tomarão em penhor as duas mós, nem mesmo a mó de cima, pois se penhoraria, assim, a vida. 7. Quando se achar alguém que furtar um dentre os seus irmãos dos filhos de Israel, e com ele ganhar, e o vender, o tal ladrão morrerá, e tirarás o mal do meio de ti. 8. Guarda-te da praga da lepra e tem grande cuidado de fazer conforme tudo o que te ensinarem os sacerdotes levitas; como lhes tenho ordenado, terás cuidado de o fazer. 9. Lembra-te do que o SENHOR, teu Deus, fez a Miriã no caminho, quando saíste do Egito. 10. Quando emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para lhe tirar o penhor. 11. Fora estarás, e o homem, a quem emprestaste, te trará fora o penhor. 12. Porém, se for homem pobre, te não deitarás com o seu penhor. 13. Em se pondo o sol, certamente lhe restituirás o penhor, para que durma na sua roupa e te abençoe; e isto te será justiça diante do SENHOR, teu Deus. 14. Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado de teus irmãos ou de teus estrangeiros que estão na tua terra e nas tuas portas. 15. No seu dia, lhe darás o seu salário, e o sol se não porá sobre isso; porquanto pobre é, e sua alma se atém a isso; para que não clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado. 16. Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos, pelos pais; cada qual morrerá pelo seu pecado. 17. Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva. 18. Mas lembrar-te-ás de que foste servo no Egito e de que o SENHOR te livrou dali; pelo que te ordeno que faças isso. 19. Quando no teu campo segares a tua sega e esqueceres uma gavela no campo, não tornarás a tomá-la; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será; para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em toda a obra das tuas mãos. 20. Quando sacudires a tua oliveira, não tornarás atrás de ti a sacudir os ramos; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será. 21. Quando vindimares a tua vinha, não tornarás atrás de ti a rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante. 22. E lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito; pelo que te ordeno que faças isso. Deuteronômio 25 1. Quando houver contenda entre alguns, e vierem a juízo para que os juízes os julguem, ao justo justificarão e ao injusto condenarão. 2. E será que, se o injusto merecer açoites, o juiz o fará deitar e o fará açoitar diante de si, quanto bastar pela sua injustiça, por certa conta. 3. Quarenta açoites lhe fará dar, não mais; para que, porventura, se lhe fizer dar mais açoites do que estes, teu irmão não fique envilecido aos teus olhos. 4. Não atarás a boca ao boi, quando trilhar. 5. Quando alguns irmãos morarem juntos, e algum deles morrer e não tiver filho, então, a mulher do defunto não se casará com homem estranho de fora; seu cunhado entrará a ela, e a tomará por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela. 6. E será que o primogênito que ela der à luz estará em nome de seu irmão defunto, para que o seu nome se não apague em Israel. 7. Porém, se o tal homem não quiser tomar sua cunhada, subirá, então, sua cunhada à porta dos anciãos e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer fazer para comigo o dever de cunhado. 8. Então, os anciãos da sua cidade o chamarão e com ele falarão; e, se ele ficar nisto e disser: Não quero tomá-la; 9. então, sua cunhada se chegará a ele aos olhos dos anciãos, e lhe descalçará o sapato do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não edificar a casa de seu irmão; 10. e o seu nome se chamará em Israel: A casa do descalçado. 11. Quando pelejarem dois homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar seu marido da mão do que o fere, e ela estender a sua mão, e lhe pegar pelas suas vergonhas, 12. então, cortar-lhe-ás a mão; não a poupará teu olho. 13. Na tua bolsa não terás diversos pesos, um grande e um pequeno. 14. Na tua casa não terás duas sortes de efa, um grande e um pequeno. 15. Peso inteiro e justo terás, efa inteiro e justo terás, para que se prolonguem os teus dias na terra que te dará o SENHOR, teu Deus. 16. Porque abominação é ao SENHOR, teu Deus, todo aquele que faz isso, todo aquele que faz injustiça. 17. Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saíeis do Egito; 18. como te saiu ao encontro no caminho e te derribou na retaguarda todos os fracos que iam após ti, estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus. 19. Será, pois, que, quando o SENHOR, teu Deus, te tiver dado repouso de todos os teus inimigos em redor, na terra que o SENHOR, teu Deus, te dará por herança, para possuí-la, então, apagarás a memória de Amaleque de debaixo do céu; não te esqueças. Deuteronômio 26 1. E será que, quando entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te dará por herança, e a possuíres, e nela habitares, 2. então, tomarás das primícias de todos os frutos da terra que trouxeres da tua terra, que te dá o SENHOR, teu Deus, e as porás num cesto, e irás ao lugar que escolher o SENHOR, teu Deus, para ali fazer habitar o seu nome. 3. E virás ao sacerdote, que naqueles dias for, e dir-lhe-ás: Hoje, declaro perante o SENHOR, teu Deus, que entrei na terra que o SENHOR jurou a nossos pais dar-nos. 4. E o sacerdote tomará o cesto da tua mão e o porá diante do altar do SENHOR, teu Deus. 5. Então, protestarás perante o SENHOR, teu Deus, e dirás: Siro miserável foi meu pai, e desceu ao Egito, e ali peregrinou com pouca gente; porém ali cresceu até vir a ser nação grande, poderosa e numerosa. 6. Mas os egípcios nos maltrataram, e nos afligiram, e sobre nós puseram uma dura servidão. 7. Então, clamamos ao SENHOR, Deus de nossos pais; e o SENHOR ouviu a nossa voz e atentou para a nossa miséria, e para o nosso trabalho, e para a nossa opressão. 8. E o SENHOR nos tirou do Egito com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres; 9. e nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel. 10. E eis que agora eu trouxe as primícias dos frutos da terra que tu, ó SENHOR, me deste. Então, as porás perante o SENHOR, teu Deus, e te inclinarás perante o SENHOR, teu Deus. 11. E te alegrarás por todo o bem que o SENHOR, teu Deus, te tem dado a ti e a tua casa, tu, e o levita, e o estrangeiro que está no meio de ti. 12. Quando acabares de dizimar todos os dízimos da tua novidade, no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então, a darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas e se fartem. 13. E dirás perante o SENHOR, teu Deus: Tirei o que é consagrado de minha casa e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão e à viúva, conforme todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada traspassei dos teus mandamentos, nem deles me esqueci. 14. Disso não comi na minha tristeza e disso nada tirei para imundícia, nem disso dei para algum morto; obedeci à voz do SENHOR, meu Deus; conforme tudo o que me ordenaste, tenho feito. 15. Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo, a Israel, e a terra que nos deste, como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel. 16. Neste dia, o SENHOR, teu Deus, te manda fazer estes estatutos e juízos; guarda-os, pois, e faze-os com todo o teu coração e com toda a tua alma. 17. Hoje, declaraste ao SENHOR que te será por Deus, e que andarás nos seus caminhos, e guardarás os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e darás ouvidos à sua voz. 18. E o SENHOR, hoje, te fez dizer que lhe serás por povo seu próprio, como te tem dito, e que guardarás todos os seus mandamentos. 19. Para assim te exaltar sobre todas as nações que fez, para louvor, e para fama, e para glória, e para que sejas um povo santo ao SENHOR, teu Deus, como tem dito. Deuteronômio 27 1. E deram ordem, Moisés e os anciãos, ao povo de Israel, dizendo: Guardai todos estes mandamentos que hoje vos ordeno: 2. Será, pois, que, no dia em que passares o Jordão à terra que te der o SENHOR, teu Deus, levantar-te-ás umas pedras grandes e as caiarás. 3. E, havendo-o passado, escreverás nelas todas as palavras desta lei, para entrares na terra que te der o SENHOR, teu Deus, terra que mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais. 4. Será, pois, que, quando houveres passado o Jordão, levantareis estas pedras, que hoje vos ordeno, no monte Ebal, e as caiarás. 5. E ali edificarás um altar ao SENHOR, teu Deus, um altar de pedras; não alçarás ferro sobre elas. 6. De pedras inteiras edificarás o altar do SENHOR, teu Deus; e sobre ele oferecerás holocaustos ao SENHOR, teu Deus. 7. Também sacrificarás ofertas pacíficas, e ali comerás perante o SENHOR, teu Deus, e te alegrarás. 8. E, nestas pedras, escreverás todas as palavras desta lei, exprimindo-as bem. 9. Falou mais Moisés, juntamente com os sacerdotes levitas, a todo o Israel, dizendo: Escuta e ouve, ó Israel! Neste dia, vieste a ser por povo ao SENHOR, teu Deus. 10. Portanto, obedecerás à voz do SENHOR, teu Deus, e farás os seus mandamentos e os seus estatutos que hoje te ordeno. 11. E Moisés deu ordem, naquele dia, ao povo, dizendo: 12. Quando houverdes passado o Jordão, estes estarão sobre o monte Gerizim, para abençoarem o povo: Simeão, e Levi, e Judá, e Issacar, e José, e Benjamim. 13. E estes estarão, para amaldiçoar, sobre o monte Ebal: Rúben, e Gade, e Aser, e Zebulom, e Dã, e Naftali. 14. E os levitas protestarão a todo o povo de Israel em alta voz e dirão: 15. Maldito o homem que fizer imagem de escultura ou de fundição, abominação ao SENHOR, obra da mão do artífice, e a puser em um lugar escondido! E todo o povo responderá e dirá: Amém! 16. Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe! E todo o povo dirá: Amém! 17. Maldito aquele que arrancar o termo do seu próximo! E todo o povo dirá: Amém! 18. Maldito aquele que fizer que o cego erre do caminho! E todo o povo dirá: Amém! 19. Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva! E todo o povo dirá: Amém! 20. Maldito aquele que se deitar com a mulher de seu pai, porquanto descobriu a ourela de seu pai! E todo o povo dirá: Amém! 21. Maldito aquele que se deitar com algum animal! E todo o povo dirá: Amém! 22. Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai ou filha de sua mãe! E todo o povo dirá: Amém! 23. Maldito aquele que se deitar com sua sogra! E todo o povo dirá: Amém! 24. Maldito aquele que ferir o seu próximo em oculto! E todo o povo dirá: Amém! 25. Maldito aquele que tomar suborno para matar a alguma pessoa inocente! E todo o povo dirá: Amém! 26. Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo! E todo o povo dirá: Amém! Deuteronômio 28 1. E será que, se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. 2. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR, teu Deus: 3. Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo. 4. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais, e a criação das tuas vacas, e os rebanhos das tuas ovelhas. 5. Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. 6. Bendito serás ao entrares e bendito serás ao saíres. 7. O SENHOR entregará os teus inimigos que se levantarem contra ti feridos diante de ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão diante de ti. 8. O SENHOR mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros e em tudo que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o SENHOR, teu Deus. 9. O SENHOR te confirmará para si por povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do SENHOR, teu Deus, e andares nos seus caminhos. 10. E todos os povos da terra verão que és chamado pelo nome do SENHOR e terão temor de ti. 11. E o SENHOR te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto da tua terra, sobre a terra que o SENHOR jurou a teus pais te dar. 12. O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado. 13. E o SENHOR te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não debaixo, quando obedeceres aos mandamentos do SENHOR, teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e fazer. 14. E não te desviarás de todas as palavras que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, para andares após outros deuses, para os servires. 15. Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então, sobre ti virão todas estas maldições e te alcançarão: 16. Maldito serás tu na cidade e maldito serás no campo. 17. Maldito o teu cesto e a tua amassadeira. 18. Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e a criação das tuas vacas, e os rebanhos das tuas ovelhas. 19. Maldito serás ao entrares e maldito serás ao saíres. 20. O SENHOR mandará sobre ti a maldição, a turbação e a perdição em tudo que puseres a tua mão para fazer, até que sejas destruído e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, com que me deixaste. 21. O SENHOR te fará pegar a pestilência, até que te consuma da terra, a qual passas a possuir. 22. O SENHOR te ferirá com a tísica, e com a febre, e com a quentura, e com o ardor, e com a secura, e com destruição das sementeiras, e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças. 23. E os teus céus que estão sobre a cabeça serão de bronze; e a terra que está debaixo de ti será de ferro. 24. O SENHOR, por chuva da tua terra, te dará pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças. 25. O SENHOR te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho sairás contra eles, e por sete caminhos fugirás diante deles, e serás espalhado por todos os reinos da terra. 26. E o teu cadáver será por comida a todas as aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém os espantará. 27. O SENHOR te ferirá com as úlceras do Egito, e com hemorróidas, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te. 28. O SENHOR te ferirá com loucura, e com cegueira, e com pasmo do coração. 29. E apalparás ao meio-dia, como o cego apalpa na escuridade, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias; e não haverá quem te salve. 30. Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não lograrás o seu fruto. 31. O teu boi será morto aos teus olhos, porém dele não comerás; o teu jumento será roubado diante de ti e não voltará a ti; as tuas ovelhas serão dadas aos teus inimigos; e não haverá quem te salve. 32. Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e após eles desfalecerão todo o dia; porém não haverá poder na tua mão. 33. O fruto da tua terra e todo o teu trabalho o comerá um povo que nunca conheceste; e tu serás oprimido e quebrantado todos os dias. 34. E ficarás aterrado pelo que verás com os teus olhos. 35. O SENHOR te ferirá com úlceras malignas nos joelhos e nas pernas, de que não possas sarar, desde a planta do teu pé até ao alto da cabeça. 36. O SENHOR te levará a ti e a teu rei, que tiveres posto sobre ti, a uma gente que não conheceste, nem tu nem teus pais; e ali servirás a outros deuses, feitos de madeira e de pedra. 37. E serás por pasmo, por ditado e por fábula entre todos os povos a que o SENHOR te levará. 38. Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá. 39. Plantarás vinhas e cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás as uvas, porque o bicho as colherá. 40. Em todos os termos, terás oliveiras; porém não te ungirás com azeite, porque a azeitona cairá da tua oliveira. 41. Filhos e filhas gerarás; porém não serão para ti, porque irão em cativeiro. 42. Todo o teu arvoredo e o fruto da tua terra consumirá a lagarta. 43. O estrangeiro, que está no meio de ti, se elevará muito sobre ti, e tu mui baixo descerás. 44. Ele te emprestará a ti, porém tu não lhe emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu serás por cauda. 45. E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não haverás dado ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, para guardar os seus mandamentos e os seus estatutos, que te tem ordenado. 46. E serão entre ti por sinal e por maravilha, como também entre a tua semente, para sempre. 47. Porquanto não haverás servido ao SENHOR, teu Deus, com alegria e bondade de coração, pela abundância de tudo, 48. assim servirás aos teus inimigos, que o SENHOR enviará contra ti, com fome, e com sede, e com nudez, e com falta de tudo; e sobre o teu pescoço porá um jugo de ferro, até que te tenha destruído. 49. O SENHOR levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás; 50. nação feroz de rosto, que não atentará para o rosto do velho, nem se apiedará do moço. 51. E comerá o fruto dos teus animais e o fruto da tua terra, até que sejas destruído; e não te deixará cereal, nem mosto, nem azeite, nem criação das tuas vacas, nem rebanhos das tuas ovelhas, até que te tenha consumido. 52. E te angustiará em todas as tuas portas, até que venham a cair os teus altos e fortes muros, em que confiavas em toda a tua terra; e te angustiará até em todas as tuas portas, em toda a tua terra, que te tem dado o SENHOR, teu Deus. 53. E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o SENHOR, teu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão. 54. Quanto ao homem mais mimoso e mui delicado entre ti, o seu olho será maligno contra o seu irmão, e contra a mulher de seu amor, e contra os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem; 55. de sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer; porquanto nada lhe ficou de resto no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas portas. 56. E, quanto à mulher mais mimosa e delicada entre ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem de seu amor, e contra seu filho, e contra sua filha; 57. e isso por causa de suas páreas que saírem dentre os seus pés e por causa de seus filhos que tiver, porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas. 58. Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e terrível, o SENHOR, teu Deus, 59. então, o SENHOR fará maravilhosas as tuas pragas e as pragas de tua semente, grandes e duradouras pragas, e enfermidades más e duradouras; 60. e fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor; e se apegarão a ti. 61. Também o SENHOR fará vir sobre ti toda enfermidade e toda praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído. 62. E ficareis poucos homens, em lugar de haverdes sido como as estrelas dos céus em multidão, porquanto não destes ouvidos à voz do SENHOR, vosso Deus. 63. E será que, assim como o SENHOR se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o SENHOR se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra, a qual passas a possuir. 64. E o SENHOR vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; servirás à madeira e à pedra. 65. E nem ainda entre as mesmas nações descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso; porquanto o SENHOR ali te dará coração tremente, e desfalecimento dos olhos, e desmaio da alma. 66. E a tua vida como suspensa estará diante de ti; e estremecerás de noite e de dia e não crerás na tua própria vida. 67. Pela manhã, dirás: Ah! Quem me dera ver a noite! E à tarde dirás: Ah! Quem me dera ver a manhã! Isso pelo pasmo de teu coração, com que pasmarás, e pelo que verás com os teus olhos. 68. E o SENHOR te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te tenho dito: Nunca jamais o verás; e ali sereis vendidos por servos e por servas aos vossos inimigos; mas não haverá quem vos compre. Deuteronômio 29 1. Estas são as palavras do concerto que o SENHOR ordenou a Moisés, na terra de Moabe, que fizesse com os filhos de Israel, além do concerto que fizera com eles em Horebe. 2. E chamou Moisés a todo o Israel e disse-lhe: Tendes visto tudo quanto o SENHOR fez na terra do Egito, perante vossos olhos, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra; 3. as grandes provas que os teus olhos têm visto, aqueles sinais e grandes maravilhas; 4. porém não vos tem dado o SENHOR um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje. 5. E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceram sobre vós as vossas vestes, nem se envelheceu no teu pé o teu sapato. 6. Pão não comestes e vinho e bebida forte não bebestes, para que soubésseis que eu sou o SENHOR, vosso Deus. 7. Vindo vós, pois, a este lugar, Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, nos saíram ao encontro, à peleja, e nós os ferimos; 8. e tomamos a sua terra e a demos por herança aos rubenitas, e aos gaditas, e à meia tribo dos manassitas. 9. Guardai, pois, as palavras deste concerto e cumpri-as para que prospereis em tudo quanto fizerdes. 10. Vós todos estais hoje perante o SENHOR, vosso Deus: os cabeças de vossas tribos, vossos anciãos, os vossos oficiais, todo o homem de Israel, 11. os vossos meninos, as vossas mulheres e o estrangeiro que está no meio do teu arraial; desde o rachador da tua lenha até ao tirador da tua água; 12. para que entres no concerto do SENHOR, teu Deus, e no seu juramento que o SENHOR, teu Deus, hoje faz contigo; 13. para que hoje te confirme por seu povo, e ele te seja a ti por Deus, como te tem dito e como jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó. 14. E não somente convosco faço este concerto e este juramento, 15. mas com aquele que hoje está aqui em pé conosco perante o SENHOR, nosso Deus, e com aquele que hoje não está aqui conosco. 16. Porque vós sabeis como habitamos na terra do Egito e como passamos pelo meio das nações, pelas quais passastes; 17. e vistes as suas abominações e os seus ídolos, a madeira e a pedra, a prata e o ouro que havia entre eles; 18. para que entre vós não haja homem, nem mulher, nem família, nem tribo cujo coração hoje se desvie do SENHOR, nosso Deus, e vá servir aos deuses destas nações; para que entre vós não haja raiz que dê fel e absinto, 19. e aconteça que, ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu coração, dizendo: Terei paz, ainda que ande conforme o bom parecer do meu coração; para acrescentar à sede a bebedice. 20. O SENHOR não lhe quererá perdoar; mas, então, fumegará a ira do SENHOR e o seu zelo sobre o tal homem, e toda maldição escrita neste livro jazerá sobre ele; e o SENHOR apagará o seu nome de debaixo do céu. 21. E o SENHOR o separará, para mal, de todas as tribos de Israel, conforme todas as maldições do concerto escrito neste livro da Lei. 22. Então, dirá a geração vindoura, os vossos filhos, que se levantarem depois de vós, e o estranho, que virá de terras remotas, vendo as pragas desta terra, e as suas doenças, com que o SENHOR a terá afligido, 23. e toda a sua terra abrasada com enxofre e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o SENHOR destruiu na sua ira e no seu furor; 24. isto é, todas as nações dirão: Por que fez o SENHOR assim com esta terra? Qual foi a causa do furor desta tão grande ira? 25. Então, se dirá: Porque deixaram o concerto do SENHOR, o Deus de seus pais, que com eles tinha feito, quando os tirou do Egito, 26. e foram-se, e serviram a outros deuses, e se inclinaram diante deles; deuses que os não conheceram, e nenhum dos quais ele lhes tinha dado. 27. Pelo que a ira do SENHOR se acendeu contra esta terra, para trazer sobre ela toda maldição que está escrita neste livro. 28. E o SENHOR os tirou da sua terra com ira, e com indignação, e com grande furor e os lançou em outra terra, como neste dia se vê. 29. As coisas encobertas são para o SENHOR, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei. Deuteronômio 30 1. E será que, sobrevindo-te todas estas coisas, a bênção ou a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares delas entre todas as nações, para onde te lançar o SENHOR, teu Deus; 2. e te converteres ao SENHOR, teu Deus, e deres ouvidos à sua voz conforme tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração e com toda a tua alma, 3. então, o SENHOR, teu Deus, te fará voltar do teu cativeiro, e se apiedará de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todas as nações entre as quais te espalhou o SENHOR, teu Deus. 4. Ainda que os teus desterrados estejam para a extremidade do céu, desde ali te ajuntará o SENHOR, teu Deus, e te tomará dali. 5. E o SENHOR, teu Deus, te trará à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem e te multiplicará mais do que a teus pais. 6. E o SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua semente, para amares ao SENHOR, teu Deus, com todo o coração e com toda a tua alma, para que vivas. 7. E o SENHOR, teu Deus, porá todas estas maldições sobre os teus inimigos e sobre os teus aborrecedores, que te perseguiram. 8. Converter-te-ás, pois, e darás ouvidos à voz do SENHOR; farás todos os seus mandamentos, que hoje te ordeno. 9. E o SENHOR, teu Deus, te dará abundância em toda obra das tuas mãos, no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto da tua terra para bem; porquanto o SENHOR tornará a alegrar-se em ti para bem, como se alegrou em teus pais; 10. quando deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste livro da Lei, quando te converteres ao SENHOR, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma. 11. Porque este mandamento, que hoje te ordeno, te não é encoberto e tampouco está longe de ti. 12. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o façamos? 13. Nem tampouco está dalém do mar, para dizeres: Quem passará por nós dalém do mar, para que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o façamos? 14. Porque esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a fazeres. 15. Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, a morte e o mal; 16. porquanto te ordeno, hoje, que ames o SENHOR, teu Deus, que andes nos seus caminhos e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas e te multipliques, e o SENHOR, teu Deus, te abençoe na terra, a qual passas a possuir. 17. Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires, 18. então, eu te denuncio, hoje, que, certamente, perecerás; não prolongarás os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas. 19. Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente, 20. amando ao SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e te achegando a ele; pois ele é a tua vida e a longura dos teus dias; para que fiques na terra que o SENHOR jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar. Deuteronômio 31 1. Depois, foi Moisés, e falou estas palavras a todo o Israel, 2. e disse-lhes: Da idade de cento e vinte anos sou eu hoje; já não poderei mais sair e entrar; além disso, o SENHOR me disse: Não passarás o Jordão. 3. O SENHOR, teu Deus, passará adiante de ti; ele destruirá estas nações diante de ti, para que as possuas; Josué passará adiante de ti, como o SENHOR tem dito. 4. E o SENHOR lhes fará como fez a Seom, e a Ogue, reis dos amorreus, e à sua terra, os quais destruiu. 5. Quando, pois, o SENHOR vo-los der diante de vós, então, com eles fareis conforme todo o mandamento que vos tenho ordenado. 6. Esforçai-vos, e animai-vos; não temais, nem vos espanteis diante deles, porque o SENHOR, vosso Deus, é o que vai convosco; não vos deixará nem vos desamparará. 7. E chamou Moisés a Josué e lhe disse aos olhos de todo o Israel: Esforça-te e anima-te, porque com este povo entrarás na terra que o SENHOR jurou a teus pais lhes dar; e tu os farás herdá-la. 8. O SENHOR, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te espantes. 9. E Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do concerto do SENHOR, e a todos os anciãos de Israel. 10. E deu-lhes ordem Moisés, dizendo: Ao fim de cada sete anos, no tempo determinado do ano da remissão, na Festa dos Tabernáculos, 11. quando todo o Israel vier a comparecer perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que ele escolher, lerás esta Lei diante de todo o Israel aos seus ouvidos. 12. Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam, e temam ao SENHOR, vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta Lei; 13. e que seus filhos que a não souberem ouçam e aprendam a temer ao SENHOR, vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra, a que ides, passando o Jordão, para possuí-la. 14. E disse o SENHOR a Moisés: Eis que os teus dias são chegados, para que morras; chama a Josué, e ponde-vos na tenda da congregação, para que eu lhe dê ordem. Assim, foi Moisés e Josué, e se puseram na tenda da congregação. 15. Então, o SENHOR apareceu na tenda, na coluna de nuvem; e a coluna de nuvem estava sobre a porta da tenda. 16. E disse o SENHOR a Moisés: Eis que dormirás com teus pais; e este povo se levantará, e se prostituirá, indo após os deuses dos estranhos da terra para o meio dos quais vai, e me deixará, e anulará o meu concerto que tenho feito com ele. 17. Assim, se acenderá a minha ira, naquele dia, contra ele, e desampará-lo-ei, e esconderei o meu rosto dele, para que seja devorado; e tantos males e angústias o alcançarão, que dirá, naquele dia: Não me alcançaram estes males por não estar o meu Deus no meio de mim? 18. Esconderei, pois, totalmente o meu rosto, naquele dia, por todo o mal que tiver feito, por se haver tornado a outros deuses. 19. Agora, pois, escrevei-vos este cântico e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me seja por testemunha contra os filhos de Israel. 20. Porque os meterei na terra que jurei a seus pais, a qual mana leite e mel; e comerão, e se fartarão, e se engordarão; então, se tornarão a outros deuses, e os servirão, e me irritarão, e anularão o meu concerto. 21. E será que, quando os alcançarem muitos males e angústias, então, este cântico responderá contra eles por testemunha, pois não será esquecido da boca de sua semente; porquanto conheço a sua imaginação, o que eles fazem hoje, antes que os meta na terra que tenho jurado. 22. Assim, Moisés escreveu este cântico naquele dia e o ensinou aos filhos de Israel. 23. E ordenou a Josué, filho de Num, e disse: Esforça-te e anima-te, porque tu meterás os filhos de Israel na terra que lhes jurei; e eu serei contigo. 24. E aconteceu que, acabando Moisés de escrever as palavras desta Lei num livro, até de todo as acabar, 25. deu ordem Moisés aos levitas que levavam a arca do concerto do SENHOR, dizendo: 26. Tomai este livro da Lei e ponde-o ao lado da arca do concerto do SENHOR, vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti. 27. Porque conheço a tua rebelião e a tua dura cerviz; eis que, vivendo eu ainda hoje convosco, rebeldes fostes contra o SENHOR; e quanto mais depois da minha morte. 28. Ajuntai perante mim todos os anciãos das vossas tribos e vossos oficiais, e aos vossos ouvidos falarei estas palavras e contra eles por testemunhas tomarei os céus e a terra. 29. Porque eu sei que, depois da minha morte, certamente vos corrompereis e vos desviareis do caminho que vos ordenei; então, este mal vos alcançará nos últimos dias, quando fizerdes mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira com a obra das vossas mãos. 30. Então, Moisés falou as palavras deste cântico aos ouvidos de toda a congregação de Israel, até se acabarem: Deuteronômio 32 1. Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca. 2. Goteje a minha doutrina como a chuva, destile o meu dito como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e como gotas de água sobre a relva. 3. Porque apregoarei o nome do SENHOR; dai grandeza a nosso Deus. 4. Ele é a Rocha cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é. 5. Corromperam-se contra ele; seus filhos eles não são, e a sua mancha é deles; geração perversa e torcida é. 6. Recompensais, assim, ao SENHOR, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, te fez e te estabeleceu? 7. Lembra-te dos dias da antiguidade, atenta para os anos de muitas gerações; pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos, e eles to dirão. 8. Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, pôs os termos dos povos, conforme o número dos filhos de Israel. 9. Porque a porção do SENHOR é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança. 10. Achou-o na terra do deserto e num ermo solitário cheio de uivos; trouxe-o ao redor, instruiu-o, guardou-o como a menina do seu olho. 11. Como a águia desperta o seu ninho, se move sobre os seus filhos, estende as suas asas, toma-os e os leva sobre as suas asas, 12. assim, só o SENHOR o guiou; e não havia com ele deus estranho. 13. Ele o fez cavalgar sobre as alturas da terra e comer as novidades do campo; e o fez chupar mel da rocha e azeite da dura pederneira, 14. manteiga de vacas e leite do rebanho, com a gordura dos cordeiros e dos carneiros que pastam em Basã e dos bodes, com a gordura da flor do trigo; e bebeste o sangue das uvas, o vinho puro. 15. E, engordando-se Jesurum, deu coices; engordaste-te, engrossaste-te e de gordura te cobriste; e deixou a Deus, que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação. 16. Com deuses estranhos o provocaram a zelos; com abominações o irritaram. 17. Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais. 18. Esqueceste-te da Rocha que te gerou; e em esquecimento puseste o Deus que te formou. 19. O que vendo o SENHOR, os desprezou, provocado à ira contra seus filhos e suas filhas; 20. e disse: Esconderei o meu rosto deles e verei qual será o seu fim; porque são geração de perversidade, filhos em quem não há lealdade. 21. A zelos me provocaram com aquilo que não é Deus; com as suas vaidades me provocaram à ira; portanto, eu os provocarei a zelos com os que não são povo; com nação louca os despertarei à ira. 22. Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará os fundamentos dos montes. 23. Males amontoarei sobre eles; as minhas setas esgotarei contra eles. 24. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo e de peste amarga; e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes do pó. 25. Por fora, devastará a espada, e, por dentro, o pavor: ao jovem, juntamente com a virgem, assim à criança de mama, como ao homem de cãs. 26. Eu disse que por todos os cantos os espalharia; faria cessar a sua memória dentre os homens, 27. se eu não receara a ira do inimigo, para que os seus adversários o não estranhem e para que não digam: A nossa mão está alta; o SENHOR não fez tudo isso. 28. Porque são gente falta de conselhos, e neles não há entendimento. 29. Tomara eles fossem sábios, que isso entendessem e atentassem para o seu fim! 30. Como pode ser que um só perseguisse mil, e dois fizessem fugir dez mil, se a sua Rocha os não vendera, e o SENHOR os não entregara? 31. Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disso. 32. Porque a sua vinha é a vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas de fel, cachos amargosos têm. 33. O seu vinho é ardente veneno de dragões e peçonha cruel de víboras. 34. Não está isso encerrado comigo, selado nos meus tesouros? 35. Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar. 36. Porque o SENHOR fará justiça ao seu povo e se arrependerá pelos seus servos, quando vir que o seu poder se foi e não há fechado nem desamparado. 37. Então, dirá: Onde estão os seus deuses, a rocha em quem confiavam, 38. de cujos sacrifícios comiam a gordura e de cujas libações bebiam o vinho? Levantem-se e vos ajudem, para que haja para vós escondedouro. 39. Vede, agora, que eu, eu o sou, e mais nenhum deus comigo; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e ninguém há que escape da minha mão. 40. Porque levantarei a minha mão aos céus e direi: Eu vivo para sempre. 41. Se eu afiar a minha espada reluzente e travar do juízo a minha mão, farei tornar a vingança sobre os meus adversários e recompensarei os meus aborrecedores. 42. Embriagarei as minhas setas de sangue, e a minha espada comerá carne; do sangue dos mortos e dos prisioneiros, desde a cabeça, haverá vinganças do inimigo. 43. Jubilai, ó nações, com o seu povo, porque vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversários fará tornar a vingança, e terá misericórdia da sua terra e do seu povo. 44. E veio Moisés e falou todas as palavras deste cântico aos ouvidos do povo, ele e Oséias, filho de Num. 45. E, acabando Moisés de falar todas estas palavras a todo o Israel, 46. disse-lhes: Aplicai o vosso coração a todas as palavras que hoje testifico entre vós, para que as recomendeis a vossos filhos, para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei. 47. Porque esta palavra não vos é vã; antes, é a vossa vida; e por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra, a que, passando o Jordão, ides para possuí-la. 48. Depois, falou o SENHOR a Moisés, naquele mesmo dia, dizendo: 49. Sobe o monte de Abarim, o monte Nebo, que está na terra de Moabe, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que darei aos filhos de Israel por possessão. 50. E morre no monte, ao qual subirás; e recolhe-te ao teu povo, como Arão, teu irmão, morreu no monte de Hor e se recolheu ao seu povo, 51. porquanto prevaricastes contra mim no meio dos filhos de Israel, nas águas da contenção, em Cades, no deserto de Zim, pois me não santificastes no meio dos filhos de Israel. 52. Pelo que verás a terra diante de ti, porém não entrarás nela, na terra que darei aos filhos de Israel. Deuteronômio 33 1. Esta, porém, é a bênção com que Moisés, homem de Deus, abençoou os filhos de Israel antes da sua morte. 2. Disse, pois: O SENHOR veio de Sinai e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã e veio com dez milhares de santos; à sua direita havia para eles o fogo da lei. 3. Na verdade, amas os povos; todos os teus santos estão na tua mão; postos serão no meio, entre os teus pés, cada um receberá das tuas palavras. 4. Moisés nos deu a lei por herança da congregação de Jacó. 5. E o SENHOR foi rei em Jesurum, quando se congregaram os cabeças do povo com as tribos de Israel. 6. Viva Rúben e não morra; e que os seus homens sejam numerosos. 7. E isto é o que disse de Judá: Ouve, ó SENHOR, a voz de Judá, e introduze-o no seu povo; as suas mãos lhe bastem, e tu lhe sejas em ajuda contra os seus inimigos. 8. E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste, em Massá, com quem contendeste nas águas de Meribá; 9. aquele que disse a seu pai e a sua mãe: Nunca o vi. E não conheceu a seus irmãos e não estimou a seus filhos, pois guardaram a tua palavra e observaram o teu concerto. 10. Ensinaram os teus juízos a Jacó e a tua lei a Israel; levaram incenso ao teu nariz e o holocausto sobre o teu altar. 11. Abençoa o seu poder, ó SENHOR, e a obra das suas mãos te agrade; fere os lombos dos que se levantam contra ele e o aborrecem, para que nunca mais se levantem. 12. E de Benjamim disse: O amado do SENHOR habitará seguro com ele; todo o dia o SENHOR o protegerá, e ele morará entre os seus ombros. 13. E de José disse: Bendita do SENHOR seja a sua terra, com o que há de mais excelente nos céus, com o orvalho e com o que há no abismo, que jaz abaixo, 14. e com as mais excelentes novidades do sol, e com as mais excelentes produções da lua, 15. e com o mais excelente dos montes antigos, e com o mais excelente dos outeiros eternos, 16. e com o mais excelente da terra, e com a sua plenitude, e com a benevolência daquele que habitava na sarça, a bênção venha sobre a cabeça de José e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos. 17. Ele tem a glória do primogênito do seu boi, e as suas pontas são pontas de unicórnio; com elas ferirá os povos juntamente até às extremidades da terra; estes, pois, são os dez milhares de Efraim, e estes são os milhares de Manassés. 18. E de Zebulom disse: Zebulom, alegra-te nas tuas saídas; e tu, Issacar, nas tuas tendas. 19. Eles chamarão os povos ao monte; ali, oferecerão ofertas de justiça, porque chuparão a abundância dos mares e os tesouros escondidos na areia. 20. E de Gade disse: Bendito aquele que faz dilatar a Gade, que habita como a leoa e despedaça o braço e o alto da cabeça. 21. E se proveu da primeira parte, porquanto ali estava escondida a porção do legislador; pelo que, veio com os chefes do povo, executou a justiça do SENHOR e os seus juízos para com Israel. 22. E de Dã disse: Dã é leãozinho; saltará de Basã. 23. E de Naftali disse: Farta-te, ó Naftali, da benevolência, e enche-te da bênção do SENHOR, e possui o Ocidente e o Meio-dia. 24. E de Aser disse: Bendito seja Aser com seus filhos, agrade a seus irmãos e banhe em azeite o seu pé. 25. O ferro e o metal será o teu calçado; e a tua força será como os teus dias. 26. Não há outro, ó Jesurum, semelhante a Deus, que cavalga sobre os céus para a tua ajuda e, com a sua alteza, sobre as mais altas nuvens! 27. O Deus eterno te seja por habitação, e por baixo de ti estejam os braços eternos; e ele lance o inimigo de diante de ti e diga: Destrói- o. 28. Israel, pois, habitará só e seguro, na terra da fonte de Jacó, na terra de cereal e de mosto; e os seus céus gotejarão orvalho. 29. Bem-aventurado és tu, ó Israel! Quem é como tu, um povo salvo pelo SENHOR, o escudo do teu socorro e a espada da tua alteza? Pelo que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas. Deuteronômio 34 1. Então, subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e o SENHOR mostrou-lhe toda a terra, desde Gileade até Dã; 2. e todo o Naftali, e a terra de Efraim, e Manassés; e toda a terra de Judá, até ao mar último; 3. e o Sul, e a campina do vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Zoar. 4. E disse-lhe o SENHOR: Esta é a terra de que jurei a Abraão, Isaque e Jacó, dizendo: À tua semente a darei; mostro-ta para a veres com os teus olhos; porém para lá não passarás. 5. Assim, morreu ali Moisés, servo do SENHOR, na terra de Moabe, conforme o dito do SENHOR. 6. Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém tem sabido até hoje a sua sepultura. 7. Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu ele o seu vigor. 8. E os filhos de Israel prantearam a Moisés trinta dias, nas campinas de Moabe; e os dias do pranto do luto de Moisés se cumpriram. 9. E Josué, filho de Num, foi cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés tinha posto sobre ele as suas mãos; assim, os filhos de Israel lhe deram ouvidos e fizeram como o SENHOR ordenara a Moisés. 10. E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o SENHOR conhecera face a face; 11. nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o SENHOR o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra; 12. e em toda a mão forte e em todo o espanto grande que operou Moisés aos olhos de todo o Israel. Josué 1 1. E sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: 2. Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. 3. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés. 4. Desde o deserto e desde este Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até o grande mar para o poente do sol será o vosso termo. 5. Ninguém se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei. 6. Esforça-te e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. 7. Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo para teres o cuidado de fazer conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. 8. Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás. 9. Não to mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares. 10. Então, deu ordem Josué aos príncipes do povo, dizendo: 11. Passai pelo meio do arraial e ordenai ao povo, dizendo: Provede-vos de comida, porque, dentro de três dias, passareis este Jordão, para que tomeis posse da terra que vos dá o SENHOR, vosso Deus, para que a possuais. 12. E falou Josué aos rubenitas, e aos gaditas, e à meia tribo de Manassés, dizendo: 13. Lembrai-vos da palavra que vos mandou Moisés, o servo do SENHOR, dizendo: O SENHOR, vosso Deus, vos dá descanso e vos dá esta terra. 14. Vossas mulheres, vossos meninos e vosso gado fiquem na terra que Moisés vos deu desta banda do Jordão; porém vós passareis armados na frente de vossos irmãos, todos os valentes e valorosos, e ajudá-los-eis, 15. até que o SENHOR dê descanso a vossos irmãos, como a vós, e eles também possuam a terra que o SENHOR, vosso Deus, lhes dá; então, tornareis à terra da vossa herança e possuireis a que vos deu Moisés, o servo do SENHOR, desta banda do Jordão, para o nascente do sol. 16. Então, responderam a Josué, dizendo: Tudo quanto nos ordenaste faremos e aonde quer que nos enviares iremos. 17. Como em tudo ouvimos a Moisés, assim te ouviremos a ti; tão-somente que o SENHOR, teu Deus, seja contigo, como foi com Moisés. 18. Todo homem que for rebelde à tua boca e não ouvir as tuas palavras em tudo quanto lhe mandares morrerá; tão-somente esforça-te e tem bom ânimo. Josué 2 1. E enviou Josué, filho de Num, dois homens desde Sitim a espiar secretamente, dizendo: Andai e observai a terra e a Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali. 2. Então, deu-se notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens dos filhos de Israel para espiar a terra. 3. Pelo que enviou o rei de Jericó a Raabe, dizendo: Tira fora os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. 4. Porém aquela mulher tomou a ambos aqueles homens, e os escondeu, e disse: É verdade que vieram homens a mim, porém eu não sabia de onde eram. 5. E aconteceu que, havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, aqueles homens saíram; não sei para onde aqueles homens se foram; ide após eles depressa, porque vós os alcançareis. 6. Porém ela os tinha feito subir ao telhado e os tinha escondido entre as canas do linho, que pusera em ordem sobre o telhado. 7. E foram-se aqueles homens após os espias, pelo caminho do Jordão, até aos vaus; e fechou-se a porta, havendo saído os que iam após eles. 8. E, antes que eles dormissem, ela subiu a eles sobre o telhado 9. e disse aos homens: Bem sei que o SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor de vós caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados diante de vós. 10. Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito, e o que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seom e a Ogue, que estavam dalém do Jordão, os quais destruístes. 11. Ouvindo isso, desmaiou o nosso coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o SENHOR, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra. 12. Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR, pois que vos fiz beneficência, que vós também fareis beneficência à casa de meu pai, e dai-me um sinal certo, 13. de que dareis a vida a meu pai e a minha mãe, como também a meus irmãos e a minhas irmãs, com tudo o que têm, e de que livrareis as nossas vidas da morte. 14. Então, aqueles homens responderam-lhe: A nossa vida responderá pela vossa até ao ponto de morrer, se não denunciardes este nosso negócio; e será, pois, que, dando-nos o SENHOR esta terra, usaremos contigo de beneficência e de fidelidade. 15. Ela, então, os fez descer por uma corda pela janela, porquanto a sua casa estava sobre o muro da cidade, e ela morava sobre o muro. 16. E disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que, porventura, vos não encontrem os perseguidores; e escondei-vos lá três dias, até que voltem os perseguidores, e, depois, ide pelo vosso caminho. 17. E disseram-lhe aqueles homens: Desobrigados seremos deste teu juramento que nos fizeste jurar, 18. se, vindo nós à terra, não atares este cordão de fio de escarlata à janela por onde nos fizeste descer; e se não recolheres em casa contigo a teu pai, e a tua mãe, e a teus irmãos, e a toda a família de teu pai. 19. Será, pois, que qualquer que sair fora da porta da tua casa, o seu sangue será sobre a sua cabeça, e nós seremos sem culpa; mas qualquer que estiver contigo em casa, o seu sangue seja sobre a nossa cabeça, se nele se puser mão. 20. Também, se tu denunciares esse nosso negócio, seremos desobrigados do teu juramento, que nos fizeste jurar. 21. E ela disse: Conforme as vossas palavras, assim seja. Então, os despediu; e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata à janela. 22. Foram-se, pois, e chegaram ao monte, e ficaram ali três dias, até que voltaram os perseguidores; porque os perseguidores os buscaram por todo o caminho, porém não os acharam. 23. Assim, aqueles dois homens voltaram, e desceram do monte, e passaram, e vieram a Josué, filho de Num, e contaram-lhe tudo quanto lhes acontecera; 24. e disseram a Josué: Certamente o SENHOR tem dado toda esta terra nas nossas mãos, pois até todos os moradores estão desmaiados diante de nós. Josué 3 1. Levantou-se, pois, Josué de madrugada, e partiram de Sitim, e vieram até ao Jordão, ele e todos os filhos de Israel, e pousaram ali antes que passassem. 2. E sucedeu, ao fim de três dias, que os príncipes passaram pelo meio do arraial 3. e ordenaram ao povo, dizendo: Quando virdes a arca do concerto do SENHOR, vosso Deus, e que os sacerdotes levitas a levam, parti vós também do vosso lugar e segui-a. 4. Haja, contudo, distância entre vós e ela, como da medida de dois mil côvados; e não vos chegueis a ela, para que saibais o caminho pelo qual haveis de ir; porquanto por este caminho nunca passastes antes. 5. Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o SENHOR maravilhas no meio de vós. 6. E falou Josué aos sacerdotes, dizendo: Levantai a arca do concerto e passai adiante deste povo. Levantaram, pois, a arca do concerto e foram andando adiante do povo. 7. E o SENHOR disse a Josué: Este dia começarei a engrandecer-te perante os olhos de todo o Israel, para que saibam que assim como fui com Moisés assim serei contigo. 8. Tu, pois, ordenarás aos sacerdotes que levam a arca do concerto, dizendo: Quando vierdes até à borda das águas do Jordão, parareis no Jordão. 9. Então, disse Josué aos filhos de Israel: Chegai-vos para cá e ouvi as palavras do SENHOR, vosso Deus. 10. Disse mais Josué: Nisto conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós e que de todo lançará de diante de vós os cananeus, e os heteus, e os heveus, e os ferezeus, e os girgaseus, e os amorreus, e os jebuseus. 11. Eis que a arca do concerto do Senhor de toda a terra passa o Jordão diante de vós. 12. Tomai, pois, agora, doze homens das tribos de Israel, de cada tribo um homem; 13. porque há de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes que levam a arca do SENHOR, o Senhor de toda a terra, repousem nas águas do Jordão, se separarão as águas do Jordão, e as águas que de cima descem pararão num montão. 14. E aconteceu que, partindo o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levavam os sacerdotes a arca do concerto diante do povo. 15. E, quando os que levavam a arca chegaram até ao Jordão, e os pés dos sacerdotes que levavam a arca se molharam na borda das águas (porque o Jordão transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da sega), 16. pararam-se as águas que vinham de cima; levantaram-se num montão, mui longe da cidade de Adã, que está da banda de Sartã; e as que desciam ao mar das Campinas, que é o mar Salgado, faltavam de todo e separaram-se; então, passou o povo defronte de Jericó. 17. Porém os sacerdotes que levavam a arca do concerto do SENHOR pararam firmes em seco no meio do Jordão; e todo o Israel passou em seco, até que todo o povo acabou de passar o Jordão. Josué 4 1. Sucedeu, pois, que, acabando todo o povo de passar o Jordão, falou o SENHOR a Josué, dizendo: 2. Tomai do povo doze homens, de cada tribo um homem, 3. e mandai-lhes, dizendo: Tomai daqui, do meio do Jordão, do lugar do assento dos pés dos sacerdotes, doze pedras; e levai-as convosco à outra banda e depositai-as no alojamento em que haveis de passar esta noite. 4. Chamou, pois, Josué os doze homens que escolhera dos filhos de Israel, de cada tribo um homem, 5. e disse-lhes: Passai diante da arca do SENHOR, vosso Deus, ao meio do Jordão; e levante cada um uma pedra sobre o seu ombro, segundo o número das tribos dos filhos de Israel, 6. para que isto seja por sinal entre vós; e, quando vossos filhos no futuro perguntarem, dizendo: Que vos significam estas pedras?, 7. então, lhes direis que as águas do Jordão se separaram diante da arca do concerto do SENHOR; passando ela pelo Jordão, separaram-se as águas do Jordão; assim que estas pedras serão para sempre por memorial aos filhos de Israel. 8. Fizeram, pois, os filhos de Israel como Josué tinha ordenado, e levantaram doze pedras do meio do Jordão, como o SENHOR dissera a Josué, segundo o número das tribos dos filhos de Israel, e levaram-nas consigo ao alojamento, e as depositaram ali. 9. Levantou Josué também doze pedras no meio do Jordão, no lugar do assento dos pés dos sacerdotes que levavam a arca do concerto; e ali estão até ao dia de hoje. 10. Pararam, pois, os sacerdotes que levavam a arca no meio do Jordão, em pé, até que se cumpriu tudo quanto o SENHOR a Josué mandara dizer ao povo, conforme tudo quanto Moisés tinha ordenado a Josué; e apressou-se o povo e passou. 11. E sucedeu que, assim que todo o povo acabou de passar, então, passou a arca do SENHOR, e os sacerdotes, à vista do povo. 12. E passaram os filhos de Rúben, e os filhos de Gade, e a meia tribo de Manassés, armados, na frente dos filhos de Israel, como Moisés lhes tinha dito; 13. uns quarenta mil homens de guerra armados passaram diante do SENHOR para batalha, às campinas de Jericó. 14. Naquele dia, o SENHOR engrandeceu a Josué diante dos olhos de todo o Israel; e temeram-no, como haviam temido a Moisés, todos os dias da sua vida. 15. Falou, pois, o SENHOR a Josué, dizendo: 16. Dá ordem aos sacerdotes que levam a arca do Testemunho que subam do Jordão. 17. E deu Josué ordem aos sacerdotes, dizendo: Subi do Jordão. 18. E aconteceu que, como os sacerdotes que levavam a arca do concerto do SENHOR subiram do meio do Jordão, e as plantas dos pés dos sacerdotes se puseram em seco, as águas do Jordão se tornaram ao seu lugar e corriam, como antes, sobre todas as suas ribanceiras. 19. Subiu, pois, o povo do Jordão no dia dez do mês primeiro; e alojaram-se em Gilgal, da banda oriental de Jericó. 20. E as doze pedras que tinham tomado do Jordão levantou Josué em Gilgal. 21. E falou aos filhos de Israel, dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras?, 22. fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou em seco este Jordão. 23. Porque o SENHOR, vosso Deus, fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o SENHOR, vosso Deus, fez ao mar Vermelho, que fez secar perante nós, até que passamos. 24. Para que todos os povos da terra conheçam a mão do SENHOR, que é forte, para que temais ao SENHOR, vosso Deus, todos os dias. Josué 5 1. E sucedeu que, ouvindo todos os reis dos amorreus que habitavam desta banda do Jordão, ao ocidente, e todos os reis dos cananeus que estavam ao pé do mar que o SENHOR tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de Israel, até que passamos, derreteu-se-lhes o coração, e não houve mais ânimo neles, por causa dos filhos de Israel. 2. Naquele tempo, disse o SENHOR a Josué: Faze facas de pedra e torna a circuncidar os filhos de Israel. 3. Então, Josué fez para si facas de pedra e circuncidou aos filhos de Israel em Gibeate-Haralote. 4. E foi esta a causa por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha saído do Egito, os varões, todos os homens de guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho, depois que saíram do Egito. 5. Porque todo o povo que saíra estava circuncidado, mas a nenhum do povo que nascera no deserto, pelo caminho, depois de terem saído do Egito, haviam circuncidado. 6. Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a nação, os homens de guerra, que saíram do Egito, que não obedeceram à voz do SENHOR, aos quais o SENHOR tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o SENHOR jurara a seus pais dar-nos, terra que mana leite e mel. 7. Porém, em seu lugar, pôs a seus filhos; a estes Josué circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque os não circuncidaram no caminho. 8. E aconteceu que, acabando de circuncidar toda a nação, ficaram no seu lugar no arraial, até que sararam. 9. Disse mais o SENHOR a Josué: Hoje, revolvi de sobre vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome daquele lugar se chamou Gilgal, até ao dia de hoje. 10. Estando, pois, os filhos de Israel alojados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó. 11. E comeram do trigo da terra, do ano antecedente, ao outro dia depois da Páscoa; pães asmos e espigas tostadas comeram no mesmo dia. 12. E cessou o maná no dia seguinte, depois que comeram do trigo da terra, do ano antecedente, e os filhos de Israel não tiveram mais maná; porém, no mesmo ano, comeram das novidades da terra de Canaã. 13. E sucedeu que, estando Josué ao pé de Jericó, levantou os seus olhos, e olhou; e eis que se pôs em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua; e chegou-se Josué a ele e disse-lhe: És tu dos nossos ou dos nossos inimigos? 14. E disse ele: Não, mas venho agora como príncipe do exército do SENHOR. Então, Josué se prostrou sobre o seu rosto na terra, e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu Senhor ao seu servo? 15. Então, disse o príncipe do exército do SENHOR a Josué: Descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim. Josué 6 1. Ora, Jericó cerrou-se e estava cerrada por causa dos filhos de Israel: nenhum saía nem entrava. 2. Então, disse o SENHOR a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, e ao seu rei, e aos seus valentes e valorosos. 3. Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando a cidade uma vez; assim fareis por seis dias. 4. E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifre de carneiro diante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes; e os sacerdotes tocarão as buzinas. 5. E será que, tocando-se longamente a buzina de chifre de carneiro, ouvindo vós o sonido da buzina, todo o povo gritará com grande grita; e o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si. 6. Então, chamou Josué, filho de Num, os sacerdotes e disse-lhes: Levai a arca do concerto; e sete sacerdotes levem sete buzinas de chifre de carneiro diante da arca do SENHOR. 7. E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado passe adiante da arca do SENHOR. 8. E assim foi, como Josué dissera ao povo, que os sete sacerdotes, levando as sete buzinas de chifre de carneiro diante do SENHOR, passaram e tocaram as buzinas; e a arca do concerto do SENHOR os seguia. 9. E os armados iam adiante dos sacerdotes que tocavam as buzinas; e a retaguarda seguia após a arca, andando e tocando as buzinas. 10. Porém ao povo Josué tinha dado ordem, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca, até ao dia em que eu vos diga: Gritai! Então, gritareis. 11. E fez a arca do SENHOR rodear a cidade, rodeando- a uma vez; e vieram ao arraial e passaram a noite no arraial. 12. Depois, Josué se levantou de madrugada, e os sacerdotes levaram a arca do SENHOR. 13. E os sete sacerdotes que levavam as sete buzinas de chifre de carneiro diante da arca do SENHOR iam andando e tocavam as buzinas; e os armados iam adiante deles, e a retaguarda seguia atrás da arca do SENHOR; os sacerdotes iam andando e tocando as buzinas. 14. Assim rodearam outra vez a cidade no segundo dia e tornaram para o arraial; e assim fizeram seis dias. 15. E sucedeu que, ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; naquele dia somente, rodearam a cidade sete vezes. 16. E sucedeu que, tocando os sacerdotes a sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o SENHOR vos tem dado a cidade! 17. Porém a cidade será anátema ao SENHOR, ela e tudo quanto houver nela; somente a prostituta Raabe viverá, ela e todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. 18. Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não vos metais em anátema tomando dela, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o turveis. 19. Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal e de ferro são consagrados ao SENHOR; irão ao tesouro do SENHOR. 20. Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade. 21. E tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente a fio de espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, até ao boi e gado miúdo e ao jumento. 22. Josué, porém, disse aos dois homens que tinham espiado a terra: Entrai na casa da mulher prostituta e tirai de lá a mulher com tudo quanto tiver, como lhe tendes jurado. 23. Então, entraram os jovens, os espias, e tiraram a Raabe, e a seu pai, e a sua mãe, e a seus irmãos, e a tudo quanto tinha; tiraram também a todas as suas famílias e puseram-nos fora do arraial de Israel. 24. Porém a cidade e tudo quanto havia nela queimaram-no a fogo; tão-somente a prata, e o ouro, e os vasos de metal e de ferro deram para o tesouro da Casa do SENHOR. 25. Assim, deu Josué vida à prostituta Raabe, e à família de seu pai, e a tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a Jericó. 26. E, naquele tempo, Josué os esconjurou, dizendo: Maldito diante do SENHOR seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó! Perdendo o seu primogênito, a fundará e sobre o seu filho mais novo lhe porá as portas. 27. Assim, era o SENHOR com Josué; e corria a sua fama por toda a terra. Josué 7 1. E prevaricaram os filhos de Israel no anátema; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do SENHOR se acendeu contra os filhos de Israel. 2. Enviando, pois, Josué, de Jericó, alguns homens a Ai, que está junto a Bete-Áven, da banda do oriente de Betel, falou-lhes, dizendo: Subi e espiai a terra. Subiram, pois, aqueles homens e espiaram a Ai. 3. E voltaram a Josué e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam alguns dois mil ou três mil homens a ferir a Ai; não fatigues ali a todo o povo, porque poucos são os inimigos. 4. Assim, subiram lá do povo alguns três mil homens, os quais fugiram diante dos homens de Ai. 5. E os homens de Ai feriram deles alguns trinta e seis, e seguiram-nos desde a porta até Sebarim, e feriram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água. 6. Então, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças. 7. E disse Josué: Ah! Senhor JEOVÁ! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos dares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão. 8. Ah! Senhor! Que direi, pois Israel virou as costas diante dos seus inimigos? 9. Ouvindo isso, os cananeus e todos os moradores da terra nos cercarão e desarraigarão o nosso nome da terra; e, então, que farás ao teu grande nome? 10. Então, disse o SENHOR a Josué: Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? 11. Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram do anátema, e também furtaram, e também mentiram, e até debaixo da sua bagagem o puseram. 12. Pelo que os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos, porquanto estão amaldiçoados; não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós. 13. Levanta-te, santifica o povo e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Anátema há no meio de vós, Israel; diante dos vossos inimigos não podereis suster-vos, até que tireis o anátema do meio de vós. 14. Amanhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; e será que a tribo que o SENHOR tomar se chegará, segundo as famílias; e a família que o SENHOR tomar se chegará por casas; e a casa que o SENHOR tomar se chegará homem por homem. 15. E será que aquele que for tomado com o anátema será queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver, porquanto transgrediu o concerto do SENHOR e fez uma loucura em Israel. 16. Então, Josué se levantou de madrugada e fez chegar a Israel, segundo as suas tribos; e a tribo de Judá foi tomada. 17. E, fazendo chegar a tribo de Judá, tomou a família de Zerá; e, fazendo chegar a família de Zerá, homem por homem, foi tomado Zabdi; 18. e, fazendo chegar a sua casa, homem por homem, foi tomado Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá. 19. Então, disse Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao SENHOR, Deus de Israel, e faze confissão perante ele; e declara-me agora o que fizeste, não mo ocultes. 20. E respondeu Acã a Josué e disse: Verdadeiramente pequei contra o SENHOR, Deus de Israel, e fiz assim e assim. 21. Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata e, uma cunha de ouro do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, debaixo dela. 22. Então, Josué enviou mensageiros, que foram correndo à tenda; e eis que tudo estava escondido na sua tenda, e a prata, debaixo dela. 23. Tomaram, pois, aquelas coisas do meio da tenda, e as trouxeram a Josué e a todos os filhos de Israel, e as deitaram perante o SENHOR. 24. Então, Josué e todo o Israel com ele tomaram a Acã, filho de Zerá, e a prata, e a capa, e a cunha de ouro, e a seus filhos, e a suas filhas, e a seus bois, e a seus jumentos, e as suas ovelhas, e a sua tenda, e a tudo quanto tinha e levaram-nos ao vale de Acor. 25. E disse Josué: Por que nos turbaste? O SENHOR te turbará a ti este dia. E todo o Israel o apedrejou com pedras, e os queimaram a fogo e os apedrejaram com pedras. 26. E levantaram sobre ele um grande montão de pedras, até ao dia de hoje; assim o SENHOR se tornou do ardor da sua ira; pelo que se chamou o nome daquele lugar o vale de Acor, até ao dia de hoje. Josué 8 1. Então, disse o SENHOR a Josué: Não temas e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, e levanta-te, e sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra. 2. Farás, pois, a Ai e a seu rei como fizeste a Jericó e a seu rei, salvo que para vós saqueareis os seus despojos e o seu gado; põe emboscadas à cidade, por detrás dela. 3. Então, Josué levantou-se, e toda a gente de guerra, para subir contra Ai; e escolheu Josué trinta mil homens valentes e valorosos e enviou-os de noite. 4. E deu-lhes ordem, dizendo: Olhai, poreis emboscadas à cidade, por detrás da cidade; não vos alongueis muito da cidade; e todos vós estareis apercebidos. 5. Porém eu e todo o povo que está comigo nos achegaremos à cidade; e será que, quando nos saírem ao encontro, como dantes, fugiremos diante deles. 6. Deixai-os, pois, sair atrás de nós, até que os tiremos da cidade; porque dirão: Fogem diante de nós, como dantes. Assim, fugiremos diante deles. 7. Então, saireis vós da emboscada e tomareis a cidade; porque o SENHOR, vosso Deus, vo-la dará na vossa mão. 8. E será que, tomando vós a cidade, poreis a cidade a fogo; conforme a palavra do SENHOR fareis; olhai que vo-lo tenho mandado. 9. Assim, Josué os enviou, e eles se foram à emboscada; e ficaram entre Betel e Ai, ao ocidente de Ai; porém Josué passou aquela noite no meio do povo. 10. E levantou-se Josué de madrugada e contou o povo; e subiram ele e os anciãos de Israel diante do povo contra Ai. 11. Subiu, também, toda a gente de guerra que estava com ele, e chegaram-se, e vieram em frente da cidade, e alojaram-se da banda do norte de Ai; e havia um vale entre ele e Ai. 12. Tomou, também, alguns cinco mil homens, e pô-los entre Betel e Ai em emboscada, ao ocidente da cidade. 13. E puseram o povo, todo o arraial que estava ao norte da cidade e a sua emboscada ao ocidente da cidade; e foi Josué aquela noite ao meio do vale. 14. E sucedeu que, vendo- o o rei de Ai, se apressaram, e se levantaram de madrugada, e os homens da cidade saíram ao encontro de Israel ao combate, ele e todo o seu povo, ao tempo assinalado, perante as campinas, porque ele não sabia que se lhe houvesse posto emboscada atrás da cidade. 15. Josué, pois, e todo o Israel se houveram como feridos diante deles e fugiram pelo caminho do deserto. 16. Pelo que todo o povo, que estava na cidade, foi convocado para os seguir; e seguiram a Josué e foram atraídos da cidade. 17. E nem um só homem ficou em Ai, nem em Betel, que não saísse após Israel; e deixaram a cidade aberta e seguiram a Israel. 18. Então, o SENHOR disse a Josué: Estende a lança que tens na tua mão, para Ai, porque a darei na tua mão. E Josué estendeu a lança, que estava na sua mão, para a cidade. 19. Então, a emboscada se levantou do seu lugar apressadamente, e correram, estendendo ele a sua mão, e vieram à cidade, e a tomaram; e apressaram-se e puseram a cidade a fogo. 20. E, virando-se os homens de Ai para trás, olharam, e eis que a fumaça da cidade subia ao céu, e não tiveram lugar para fugirem para uma parte nem outra; porque o povo, que fugia para o deserto, se tornou contra os que os seguiam. 21. E, vendo Josué e todo o Israel que a emboscada tomara a cidade e que a fumaça da cidade subia, tornaram e feriram os homens de Ai. 22. Também aqueles da cidade lhes saíram ao encontro e, assim, ficaram no meio dos israelitas, uns de uma, e outros de outra parte; e feriram-nos, até que nenhum deles ficou, que escapasse. 23. Porém ao rei de Ai tomaram vivo e o trouxeram a Josué. 24. E sucedeu que, acabando os israelitas de matar todos os moradores de Ai no campo, no deserto onde os tinham seguido, e havendo todos caído ao fio da espada até todos serem consumidos, todo o Israel se tornou a Ai, e a puseram a fio de espada. 25. E todos os que caíram aquele dia, assim homens como mulheres, foram doze mil; todos moradores de Ai. 26. Porque Josué não retirou a sua mão, que estendera com a lança, até destruir totalmente a todos os moradores de Ai. 27. Tão-somente os israelitas saquearam para si o gado e os despojos da cidade, conforme a palavra do SENHOR, que tinha ordenado a Josué. 28. Queimou, pois, Josué a Ai e a tornou num montão perpétuo, em assolamento, até ao dia de hoje. 29. E ao rei de Ai enforcou num madeiro, até à tarde; e, ao pôr-do-sol, ordenou Josué que o seu corpo se tirasse do madeiro; e o lançaram à porta da cidade e levantaram sobre ele um grande montão de pedras, até ao dia de hoje. 30. Então, Josué edificou um altar ao SENHOR, Deus de Israel, no monte de Ebal, 31. como Moisés, servo do SENHOR, ordenou aos filhos de Israel, conforme o que está escrito no livro da Lei de Moisés, a saber, um altar de pedras inteiras sobre o qual se não movera ferro; e ofereceram sobre ele holocaustos ao SENHOR e sacrificaram sacrifícios pacíficos. 32. Também escreveu ali em pedras uma cópia da lei de Moisés, que já tinha escrito diante dos filhos de Israel. 33. E todo o Israel, com os seus anciãos, e os seus príncipes, e os seus juízes estavam de uma e outra banda da arca, perante os sacerdotes levitas, que levavam a arca do concerto do SENHOR, assim estrangeiros como naturais; metade deles em frente do monte Gerizim, e a outra metade em frente do monte Ebal; como Moisés, servo do SENHOR, ordenara, para abençoar primeiramente o povo de Israel. 34. E, depois, leu em alta voz todas as palavras da lei, a bênção e a maldição, conforme tudo o que está escrito no livro da Lei. 35. Palavra nenhuma houve, de tudo o que Moisés ordenara, que Josué não lesse perante toda a congregação de Israel, e das mulheres, e dos meninos, e dos estrangeiros que andavam no meio deles. Josué 9 1. E sucedeu que, ouvindo isso todos os reis que estavam daquém do Jordão, nas montanhas, e nas campinas, e em toda a costa do grande mar, e em frente do Líbano, os heteus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, 2. se ajuntaram eles de comum acordo, para pelejar contra Josué e contra Israel. 3. E os moradores de Gibeão, ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Ai, 4. usaram também de astúcia, e foram, e se fingiram embaixadores, e tomaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho velhos, e rotos, e remendados; 5. e nos pés sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento. 6. E vieram a Josué, ao arraial, a Gilgal e lhe disseram, a ele e aos homens de Israel: Vimos de uma terra distante; fazei, pois, agora concerto conosco. 7. E os homens de Israel responderam aos heveus: Porventura, habitais no meio de nós; como, pois, faremos concerto convosco? 8. Então, disseram a Josué: Nós somos teus servos. E disse-lhes Josué: Quem sois vós e donde vindes? 9. E lhe responderam: Teus servos vieram de uma terra mui distante, por causa do nome do SENHOR, teu Deus; porquanto ouvimos a sua fama e tudo quanto fez no Egito; 10. e tudo quanto fez aos dois reis dos amorreus que estavam dalém do Jordão, a Seom, rei de Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote. 11. Pelo que nossos anciãos e todos os moradores da nossa terra nos falaram, dizendo: Tomai convosco em vossas mãos provisão para o caminho, e ide-lhes ao encontro, e dizei-lhes: Nós somos vossos servos; fazei, pois, agora concerto conosco. 12. Este nosso pão tomamos quente das nossas casas para nossa provisão, no dia em que saímos para vir a vós; e ei-lo aqui, agora, já seco e bolorento; 13. e estes odres que enchemos de vinho eram novos e ei-los aqui já rotos; e estas nossas vestes e nossos sapatos já se têm envelhecido, por causa do mui longo caminho. 14. Então, aqueles homens israelitas tomaram da sua provisão e não pediram conselho à boca do SENHOR. 15. E Josué fez paz com eles e fez um concerto com eles, que lhes daria a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento. 16. E sucedeu que, ao fim de três dias, depois de fazerem concerto com eles, ouviram que eram seus vizinhos e que moravam no meio deles. 17. Porque, partindo os filhos de Israel, chegaram às suas cidades ao terceiro dia; e suas cidades eram Gibeão, e Cefira, e Beerote, e Quiriate-Jearim. 18. E os filhos de Israel os não feriram; porquanto os príncipes da congregação lhes juraram pelo SENHOR, Deus de Israel; pelo que toda a congregação murmurava contra os príncipes. 19. Então, todos os príncipes disseram a toda a congregação: Nós juramos-lhes pelo SENHOR, Deus de Israel; pelo que não podemos tocar-lhes. 20. Isto, porém, lhes faremos: dar-lhes-emos a vida, para que não haja grande ira sobre nós, por causa do juramento que já lhes temos jurado. 21. Disseram-lhes, pois, os príncipes: Vivam. E se tornaram rachadores de lenha e tiradores de água para toda a congregação, como os príncipes lhes haviam dito. 22. E Josué os chamou e falou-lhes dizendo: Por que nos enganastes, dizendo: Mui longe de vós habitamos, morando vós no meio de nós? 23. Agora, pois, sois malditos; e, dentre vós, não deixará de haver servos, nem rachadores de lenha, nem tiradores de água, para a casa do meu Deus. 24. Então, responderam a Josué e disseram: Porquanto com certeza foi anunciado aos teus servos que o SENHOR, teu Deus, ordenou a Moisés, seu servo, que vos desse toda esta terra e destruísse todos os moradores da terra diante de vós, tememos muito por nossas vidas por causa de vós. Por isso, fizemos assim. 25. E eis que agora estamos na tua mão; faze aquilo que te pareça bom e reto que se nos faça. 26. Assim, pois, lhes fez e livrou-os das mãos dos filhos de Israel; e não os mataram. 27. E, naquele dia, Josué os deu como rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do SENHOR até ao dia de hoje, no lugar que escolhesse. Josué 10 1. E sucedeu que, ouvindo Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, que Josué tomara a Ai, e a tinha destruído totalmente, e fizera a Ai e ao seu rei como tinha feito a Jericó e ao seu rei, e que os moradores de Gibeão fizeram paz com os israelitas, e estavam no meio deles, 2. temeu muito, porque Gibeão era uma cidade grande como uma das cidades reais e ainda maior do que Ai, e todos os seus homens, valentes. 3. Pelo que Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, enviou mensageiros a Hoão, rei de Hebrom, e a Pirã, rei de Jarmute, e a Jafia, rei de Laquis, e a Debir, rei de Eglom, dizendo: 4. Subi a mim e ajudai-me; e firamos a Gibeão, porquanto fez paz com Josué e com os filhos de Israel. 5. Então, se ajuntaram e subiram cinco reis dos amorreus, o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis, o rei de Eglom, eles e todos os seus exércitos; e sitiaram a Gibeão e pelejaram contra ela. 6. Enviaram, pois, os homens de Gibeão a Josué ao arraial de Gilgal, dizendo: Não retires as tuas mãos de teus servos; sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos, porquanto todos os reis dos amorreus que habitam na montanha se ajuntaram contra nós. 7. Então, subiu Josué de Gilgal, ele e toda a gente de guerra com ele e todos os valentes e valorosos. 8. E o SENHOR disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum deles parará diante de ti. 9. E Josué lhes sobreveio de repente, porque toda a noite veio subindo desde Gilgal. 10. E o SENHOR os conturbou diante de Israel, e os feriu de grande ferida em Gibeão, e seguiu-os pelo caminho que sobe a Bete-Horom, e os feriu até Azeca e Maquedá. 11. E sucedeu que, fugindo eles diante de Israel à descida de Bete-Horom, o SENHOR lançou sobre eles, do céu, grandes pedras até Azeca, e morreram; e foram muitos mais os que morreram das pedras da saraiva do que os que os filhos de Israel mataram à espada. 12. Então, Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR deu os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse aos olhos dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeão, e tu lua, no vale de Aijalom. 13. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isso não está escrito no Livro do Reto? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. 14. E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR, assim, a voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel. 15. E tornou-se Josué, e todo o Israel com ele, ao arraial, a Gilgal. 16. Aqueles cinco reis, porém, fugiram e se esconderam numa cova em Maquedá. 17. E foi anunciado a Josué, dizendo: Acharam-se os cinco reis escondidos numa cova em Maquedá. 18. Disse, pois, Josué: Arrojai grandes pedras à boca da cova e ponde sobre ela homens que os guardem; 19. porém vós não vos detenhais; segui os vossos inimigos e feri os que ficaram atrás; não os deixeis entrar nas suas cidades, porque o SENHOR, vosso Deus, já vo-los deu na vossa mão. 20. E sucedeu que, acabando Josué e os filhos de Israel de os ferir a grande ferida, até consumi-los, e tendo os que ficaram deles se retirado às cidades fortes, 21. todo o povo se tornou em paz a Josué, ao arraial em Maquedá; não havendo ninguém que movesse a sua língua contra os filhos de Israel. 22. Depois, disse Josué: Abri a boca da cova e trazei-me aqueles cinco reis para fora da cova. 23. Fizeram, pois, assim e trouxeram-lhe aqueles cinco reis para fora da cova: o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis e o rei de Eglom. 24. E sucedeu que, sendo trazidos aqueles reis a Josué, este chamou todos os homens de Israel e disse aos capitães da gente de guerra, que com eles foram: Chegai e ponde os vossos pés sobre os pescoços destes reis. E chegaram e puseram os seus pés sobre os seus pescoços. 25. Então, Josué lhes disse: Não temais, nem vos espanteis; esforçai-vos e animai-vos, porque assim fará o SENHOR a todos os vossos inimigos, contra os quais pelejardes. 26. E, depois disto, Josué os feriu, e os matou, e os pendurou em cinco madeiros; e ficaram enforcados nos madeiros até à tarde. 27. E sucedeu que, ao tempo do pôr-do-sol, deu Josué ordem que os tirassem dos madeiros; e lançaram-nos na cova onde se esconderam e puseram grandes pedras à boca da cova, que ainda ali estão até ao mesmo dia de hoje. 28. E, naquele mesmo dia, tomou Josué a Maquedá, feriu-a a fio de espada e destruiu o seu rei, a eles e a toda alma que nela havia; nada deixou de resto; e fez ao rei de Maquedá como fizera ao rei de Jericó. 29. Então, Josué, e todo o Israel com ele, passou de Maquedá a Libna e pelejou contra Libna. 30. E também o SENHOR a deu na mão de Israel, a ela e a seu rei, e a feriu a fio de espada, a ela e a toda alma que nela havia; nada deixou de resto; e fez ao seu rei como fizera ao rei de Jericó. 31. Então, Josué, e todo o Israel com ele, passou de Libna a Laquis, e a sitiou, e pelejou contra ela. 32. E o SENHOR deu a Laquis na mão de Israel, e tomou-a no dia seguinte, e a feriu a fio de espada, a ela e a toda alma que nela havia, conforme tudo o que fizera a Libna. 33. Então, Horão, rei de Gezer, subiu a ajudar a Laquis; porém Josué o feriu, a ele e ao seu povo, até que nenhum lhe deixou de resto. 34. E Josué, e todo o Israel com ele, passou de Laquis a Eglom, e a sitiaram e pelejaram contra ela; 35. e, no mesmo dia, a tomaram e a feriram a fio de espada; e a toda alma que nela havia destruiu totalmente no mesmo dia, conforme tudo o que fizeram a Laquis. 36. Depois, Josué, e todo o Israel com ele, subiu de Eglom a Hebrom, e pelejaram contra ela; 37. e a tomaram e a feriram a fio de espada, assim ao seu rei como a todas as suas cidades, e a toda alma que nelas havia; a ninguém deixou com vida, conforme tudo o que fizeram a Eglom; e Josué a destruiu totalmente, a ela e a toda alma que nela havia. 38. Então, Josué e todo o Israel com ele, tornou a Debir e pelejou contra ela; 39. e tomou-a com o seu rei e todas as suas cidades e as feriu a fio de espada; e a toda alma que nelas havia destruiu totalmente, nada deixou de resto; como fizera a Hebrom, a Libna e ao seu rei, assim fez a Debir e ao seu rei. 40. Assim, feriu Josué toda aquela terra, as montanhas, e o sul, e as campinas, e as descidas das águas, e todos os seus reis; nada deixou de resto; mas tudo o que tinha fôlego destruiu, como ordenara o SENHOR, Deus de Israel. 41. E Josué os feriu desde Cades-Barnéia até Gaza, como também toda a terra de Gósen até Gibeão. 42. E de uma vez tomou Josué todos esses reis e as suas terras, porquanto o SENHOR, Deus de Israel, pelejava por Israel. 43. Então, Josué, e todo o Israel com ele, se tornou ao arraial em Gilgal. Josué 11 1. Sucedeu, depois disso, que, ouvindo- o Jabim, rei de Hazor, enviou mensageiros a Jobabe, rei de Madom, e ao rei de Sinrom, e ao rei de Acsafe; 2. e aos reis que estavam ao norte, nas montanhas, na campina para o sul de Quinerete, nas planícies e em Nafote-Dor, da banda do mar; 3. aos cananeus do oriente e do ocidente, aos amorreus, aos heteus, aos ferezeus, aos jebuseus nas montanhas e aos heveus ao pé de Hermom, na terra de Mispa. 4. Saíram, pois, estes e todos os seus exércitos com eles, muito povo, em multidões como a areia que está na praia do mar, e muitíssimos cavalos e carros. 5. Todos esses reis se ajuntaram, e vieram, e se acamparam junto às águas de Merom, para pelejarem contra Israel. 6. E disse o SENHOR a Josué: Não temas diante deles, porque amanhã a esta mesma hora eu os darei todos feridos diante dos filhos de Israel; os seus cavalos jarretarás e os seus carros queimarás a fogo. 7. E Josué, e toda a gente de guerra com ele, veio apressadamente sobre eles às águas de Merom, e deram neles de repente. 8. E o SENHOR os deu na mão de Israel; e os feriram e os seguiram até à grande Sidom, e até Misrefote-Maim, e até ao vale de Mispa ao oriente; feriram-nos até não lhes deixarem nenhum. 9. E fez-lhes Josué como o SENHOR lhe dissera; os seus cavalos jarretou e os seus carros queimou a fogo. 10. E, naquele mesmo tempo, tornou Josué, e tomou a Hazor, e feriu à espada ao seu rei; porquanto Hazor, dantes, era a cabeça de todos esses reinos. 11. E a toda alma que nela havia feriram a fio de espada e totalmente os destruíram, e nada restou do que tinha fôlego; e a Hazor queimou com fogo. 12. E Josué tomou todas as cidades desses reis e todos os seus reis e os feriu a fio de espada, destruindo-os totalmente, como ordenara Moisés, servo do SENHOR. 13. Tão-somente não queimaram os israelitas as cidades que estavam sobre os seus outeiros: salvo Hazor, a qual Josué queimou. 14. E todos os despojos dessas cidades e o gado os filhos de Israel saquearam para si; tão-somente a todos os homens feriram a fio de espada, até que os destruíram; nada do que fôlego tinha deixaram com vida. 15. Como ordenara o SENHOR a Moisés, seu servo, assim Moisés ordenou a Josué; e assim Josué o fez; nem uma só palavra tirou de tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés. 16. Assim, Josué tomou toda aquela terra, as montanhas, e todo o sul, e toda a terra de Gósen, e as planícies, e as campinas, e as montanhas de Israel, e as suas planícies; 17. desde o monte Calvo, que sobe a Seir, até Baal-Gade, no vale do Líbano, às raízes do monte de Hermom; também tomou todos os seus reis, e os feriu, e os matou. 18. Por muitos dias, Josué fez guerra contra todos esses reis. 19. Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os heveus, moradores de Gibeão; por guerra as tomaram todas. 20. Porquanto do SENHOR vinha que o seu coração endurecesse, para saírem ao encontro a Israel na guerra, para os destruir totalmente, para se não ter piedade deles, mas para os destruir a todos, como o SENHOR tinha ordenado a Moisés. 21. Naquele tempo, veio Josué e extirpou os anaquins das montanhas de Hebrom, de Debir, de Anabe, de todas as montanhas de Judá e de todas as montanhas de Israel; Josué os destruiu totalmente com as suas cidades. 22. Nenhum dos anaquins ficou de resto na terra dos filhos de Israel; somente ficaram de resto em Gaza, em Gate e em Asdode. 23. Assim, Josué tomou toda esta terra conforme tudo o que o SENHOR tinha dito a Moisés; e Josué a deu em herança aos filhos de Israel, conforme as suas divisões, conforme as suas tribos; e a terra repousou da guerra. Josué 12 1. Estes, pois, são os reis da terra, aos quais os filhos de Israel feriram e possuíram a sua terra dalém do Jordão, ao nascente do sol, desde o ribeiro de Arnom até ao monte Hermom e toda a planície do oriente: 2. Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom e que senhoreava desde Aroer, que está à borda do ribeiro de Arnom, e desde o meio do ribeiro, e desde a metade de Gileade, e até ao ribeiro de Jaboque, termo dos filhos de Amom; 3. e desde a campina até ao mar de Quinerete, para o oriente, e até ao mar da Campina, o mar Salgado, para o oriente, pelo caminho de Bete-Jesimote; e desde o sul abaixo de Asdote-Pisga. 4. Como também o termo de Ogue, rei de Basã, que era do resto dos gigantes e que habitava em Astarote e em Edrei; 5. e senhoreava no monte Hermom, e em Salca, e em toda a Basã, até ao termo dos gesureus e dos maacateus e metade de Gileade, termo de Seom, rei de Hesbom. 6. A estes Moisés, servo do SENHOR, e os filhos de Israel feriram; e Moisés, servo do SENHOR, deu essa terra em possessão aos rubenitas, e aos gaditas, e à meia tribo de Manassés. 7. E estes são os reis da terra aos quais Josué e os filhos de Israel feriram daquém do Jordão, para o ocidente, desde Baal-Gade, no vale do Líbano, até ao monte Calvo, que sobe a Seir; e Josué a deu às tribos de Israel em possessão, segundo as suas divisões, 8. o que havia nas montanhas, e nas planícies, e nas campinas, e nas descidas das águas, e no deserto, e para o sul, entre os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus, e os jebuseus: 9. o rei de Jericó, um; o rei de Ai, que está ao lado de Betel, outro; 10. o rei de Jerusalém, outro; o rei de Hebrom, outro; 11. o rei de Jarmute, outro; o rei de Laquis, outro; 12. o rei de Eglom, outro; o rei de Gezer, outro; 13. o rei de Debir, outro; o rei de Geder, outro; 14. o rei de Horma, outro; o rei de Arade, outro; 15. o rei de Libna, outro; o rei de Adulão, outro; 16. o rei de Maquedá, outro; o rei de Betel, outro; 17. o rei de Tapua, outro; o rei de Héfer, outro; 18. o rei de Afeca, outro; o rei de Lasarom, outro; 19. o rei de Madom, outro; o rei de Hazor, outro; 20. o rei de Sinrom-Merom, outro; o rei de Acsafe, outro; 21. o rei de Taanaque, outro; o rei de Megido, outro; 22. o rei de Quedes, outro; o rei de Jocneão, no Carmelo, outro; 23. o rei de Dor, em Nafate-Dor, outro; o rei de Goim, em Gilgal, outro; 24. o rei de Tirza, outro; trinta e um reis ao todo. Josué 13 1. Era, porém, Josué já velho, entrado em dias; e disse-lhe o SENHOR: Já estás velho, entrado em dias; e ainda muitíssima terra ficou para possuir. 2. A terra que fica de resto é esta: todos os termos dos filisteus e toda a Gesur; 3. desde Sior, que está defronte do Egito, até ao termo de Ecrom, para o norte, que se conta ser dos cananeus; cinco príncipes dos filisteus: o de Gaza, o de Asdode, o de Asquelom, o de Gate e o de Ecrom; e os aveus, 4. desde o sul, também toda a terra dos cananeus e Meara, que é dos sidônios, até Afeca, ao termo dos amorreus; 5. como também a terra dos gebalitas e todo o Líbano, para o nascente do sol, desde Baal-Gade, ao pé do monte Hermom, até à entrada de Hamate; 6. todos os que habitam nas montanhas desde o Líbano até Misrefote-Maim, todos os sidônios; eu os lançarei de diante dos filhos de Israel; tão-somente faze que a terra caia a Israel em sorte por herança, como já to tenho mandado. 7. Reparte, pois, agora, esta terra por herança às nove tribos e à meia tribo de Manassés. 8. Com a outra meia tribo os rubenitas e os gaditas já receberam a sua herança, a qual lhes deu Moisés dalém do Jordão, para o oriente, como já lhes tinha dado Moisés, servo do SENHOR, 9. desde Aroer, que está à borda do ribeiro de Arnom, e a cidade que está no meio do vale, e toda a campina de Medeba até Dibom; 10. e todas as cidades de Seom, rei dos amorreus, que reinou em Hesbom, até ao termo dos filhos de Amom; 11. e Gileade, e o termo dos gesureus, e dos maacateus, e todo o monte Hermom, e toda a Basã até Salca; 12. todo o reino de Ogue, em Basã, que reinou em Astarote e em Edrei; este ficou do resto dos gigantes, que Moisés feriu e expeliu. 13. Porém os filhos de Israel não expeliram os gesureus, nem os maacateus; antes, Gesur e Maacate habitaram no meio de Israel até ao dia de hoje. 14. Tão-somente à tribo de Levi não deu herança; os sacrifícios queimados do SENHOR, Deus de Israel, são a sua herança, como já lhe tinha dito. 15. Assim, Moisés deu à tribo dos filhos de Rúben, conforme as suas famílias, 16. e foi o seu termo desde Aroer, que está à borda do ribeiro de Arnom, e a cidade que está no meio do vale e toda a campina até Medeba; 17. Hesbom e todas as suas cidades, que estão na campina; Dibom, e Bamote-Baal, e Bete-Baal-Meom; 18. e Jaza, e Quedemote, e Mefaate; 19. e Quiriataim, e Sibma, e Zerete-Saar, no monte do vale; 20. e Bete-Peor, e Asdote-Pisga, e Bete-Jesimote; 21. e todas as cidades da campina, e todo o reino de Seom, rei dos amorreus, que reinou em Hesbom, a quem Moisés feriu, como também aos príncipes de Midiã, e Evi, e Requém, e Zur, e Hur, e Reba, príncipes de Seom, moradores da terra. 22. Também os filhos de Israel mataram a fio de espada a Balaão, filho de Beor, o adivinho, como os mais que por eles foram mortos. 23. E foi o termo dos filhos de Rúben o Jordão e o seu termo; essa é a herança dos filhos de Rúben, segundo as suas famílias, com as cidades e as suas aldeias. 24. E deu Moisés à tribo de Gade, aos filhos de Gade, segundo as suas famílias, 25. e foi o seu termo Jazer, e todas as cidades de Gileade, e metade da terra dos filhos de Amom, até Aroer, que está defronte de Rabá; 26. e desde Hesbom até Ramate-Mispa e Betonim; e desde Maanaim até ao termo de Debir; 27. e, no vale, Bete-Harã, e Bete-Ninra, e Sucote, e Safom, que ficara do resto do reino de Seom, rei de Hesbom, mas o Jordão e o seu termo, até à extremidade do mar de Quinerete dalém do Jordão, para o oriente. 28. Essa é a herança dos filhos de Gade, segundo as suas famílias, com as cidades e as suas aldeias. 29. Deu também Moisés herança à meia tribo de Manassés, que ficou à meia tribo dos filhos de Manassés, segundo as suas famílias. 30. De maneira que o seu termo foi desde Maanaim, mais todo o Basã, todo o reino de Ogue, rei de Basã, e todas as aldeias de Jair, que estão em Basã, sessenta cidades; 31. e metade de Gileade, e Astarote, e Edrei, cidades do reino de Ogue, em Basã, foram dadas aos filhos de Maquir, filho de Manassés, a saber, à metade dos filhos de Maquir, segundo as suas famílias. 32. Isso é o que Moisés repartiu em herança nas campinas de Moabe, dalém do Jordão, de Jericó para o oriente. 33. Porém à tribo de Levi Moisés não deu herança; o SENHOR, Deus de Israel, é a sua herança, como já lhe tinha dito. Josué 14 1. Isto, pois, é o que os filhos de Israel tiveram em herança na terra de Canaã, o que Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num, e os cabeças dos pais das tribos dos filhos de Israel lhes fizeram repartir, 2. por sorte da sua herança, como o SENHOR ordenara pelo ministério de Moisés, acerca das nove tribos e da meia tribo. 3. Porquanto às duas tribos e à meia tribo já dera Moisés herança além do Jordão; mas aos levitas não tinha dado herança entre eles. 4. Porque os filhos de José foram duas tribos, Manassés e Efraim; e aos levitas não deram herança na terra, senão cidades em que habitassem e os seus arrabaldes para seu gado e para sua possessão. 5. Como o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel e repartiram a terra. 6. Então, os filhos de Judá chegaram a Josué em Gilgal; e Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, lhe disse: Tu sabes a palavra que o SENHOR falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia, por causa de mim e de ti. 7. Da idade de quarenta anos era eu, quando Moisés, servo do SENHOR, me enviou de Cades-Barnéia a espiar a terra; e eu lhe trouxe resposta, como sentia no meu coração. 8. Mas meus irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu, porém, perseverei em seguir o SENHOR, meu Deus. 9. Então, Moisés, naquele dia, jurou, dizendo: Certamente a terra que pisou o teu pé será tua e de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir o SENHOR, meu Deus. 10. E, agora, eis que o SENHOR me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos há agora, desde que o SENHOR falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, agora, eis que já hoje sou da idade de oitenta e cinco anos. 11. E, ainda hoje, estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual a minha força então era, tal é agora a minha força, para a guerra, e para sair, e para entrar. 12. Agora, pois, dá-me este monte de que o SENHOR falou aquele dia; pois, naquele dia, tu ouviste que os anaquins estão ali, grandes e fortes cidades há ali; porventura, o SENHOR será comigo, para os expelir, como o Senhor disse. 13. E Josué o abençoou e deu a Calebe, filho de Jefoné, Hebrom em herança. 14. Portanto, Hebrom foi de Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, em herança até ao dia de hoje, porquanto perseverara em seguir o SENHOR, Deus de Israel. 15. E era, dantes, o nome de Hebrom Quiriate-Arba, porque Arba foi um grande homem entre os anaquins. E a terra repousou da guerra. Josué 15 1. E a sorte da tribo dos filhos de Judá, segundo as suas famílias, caiu para o sul, até ao termo de Edom, até o deserto de Zim, até à extremidade da banda do sul. 2. E foi o seu termo para o sul, desde a ribeira do mar Salgado, desde a baía que olha para o sul; 3. e sai para o sul, até à subida de Acrabim, e passa a Zim, e sobe do sul a Cades-Barnéia, e passa por Hezrom, e sobe a Adar, e rodeia a Carca; 4. e passa Azmom, e sai ao ribeiro do Egito, e as saídas deste termo irão até ao mar; este será o vosso termo da banda do sul. 5. O termo, porém, para o oriente será o mar Salgado até à extremidade do Jordão; e o termo para o norte será da baía do mar, desde a extremidade do Jordão. 6. E este termo subirá até Bete-Hogla, e passará do norte a Bete-Arabá, e este termo subirá até à pedra de Boã, filho de Rúben. 7. Subirá mais este termo a Debir, desde o vale de Acor, e olhará pelo norte para Gilgal, a qual está à subida de Adumim, que está para o sul do ribeiro; então, este termo passará até às águas de En-Semes; e as suas saídas estarão da banda de En-Rogel. 8. E este termo passará pelo vale do Filho de Hinom, da banda dos jebuseus do sul (esta é Jerusalém) e subirá este termo até ao cume do monte que está diante do vale de Hinom para o ocidente, que está no fim do vale dos Refains, da banda do norte. 9. Então, este termo irá desde a altura do monte até à fonte das águas de Neftoa; e sairá até às cidades do monte de Efrom; irá mais este termo até Baalá; esta é Quiriate-Jearim. 10. Então, tornará este termo desde Baalá para o ocidente, até às montanhas de Seir, e passará ao lado do monte de Jearim da banda do norte; esta é Quesalom; e descerá a Bete-Semes, e passará por Timna. 11. Sairá este termo mais ao lado de Ecrom para o norte, e este termo irá a Siquerom, e passará o monte de Baalá, e sairá em Jabneel; e as saídas deste termo eram no mar. 12. Será, porém, o termo da banda do ocidente o mar Grande e o seu termo; este é o termo dos filhos de Judá ao redor, segundo as suas famílias. 13. Mas a Calebe, filho de Jefoné, deu uma parte no meio dos filhos de Judá, conforme o dito do SENHOR a Josué, a saber, a cidade de Arba, pai de Anaque; este é Hebrom. 14. E expeliu Calebe dali os três filhos de Anaque: Sesai, e Aimã, e Talmai, gerados de Anaque. 15. E dali subiu aos habitantes de Debir; e fora, dantes, o nome de Debir Quiriate-Sefer. 16. E disse Calebe: Quem ferir a Quiriate-Sefer e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mulher. 17. Tomou-a, pois, Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, e este deu-lhe a sua filha Acsa por mulher. 18. E sucedeu que, vindo ela a ele, o persuadiu que pedisse um campo a seu pai; e ela se apeou do jumento; então, Calebe lhe disse: Que é o que tens? 19. E ela disse: Dá-me uma bênção, pois me deste terra seca; dá-me também fontes de águas. Então, lhe deu as fontes superiores e as fontes inferiores. 20. Esta é a herança da tribo dos filhos de Judá, segundo as suas famílias. 21. São, pois, as cidades da extremidade da tribo dos filhos de Judá até ao termo de Edom para o sul: Cabzeel, e Éder, e Jagur, 22. e Quiná, e Dimona, e Adada, 23. e Quedes, e Hazor, e Itnã, 24. e Zife, e Telém, e Bealote, 25. e Hazor-Hadata, e Quiriote-Hezrom (que é Hazor), 26. e Amã, e Sema, e Molada, 27. e Hazar-Gada, e Hesmom, e Bete-Palete, 28. e Hasar-Sual, e Berseba, e Biziotiá, 29. e Baalá, e Iim, e Ezém, 30. e Eltolade, e Quesil, e Horma, 31. e Ziclague, e Madmana, e Sansana, 32. e Lebaote, e Silim, e Aim, e Rimom: todas as cidades e as suas aldeias; vinte e nove ao todo. 33. Nas planícies: Estaol, e Zorá, e Asná, 34. e Zanoa, e En-Ganim, e Tapua, e Enã, 35. e Jarmute, e Adulão, e Socó, e Azeca, 36. e Saaraim, e Aditaim, e Gedera, e Gederotaim: catorze cidades e as suas aldeias. 37. Zenã, e Hadasa, e Migdal-Gade, 38. e Dileã, e Mispa, e Jocteel, 39. e Laquis, e Boscate, e Eglom, 40. e Cabom, e Laamás, e Quitlis, 41. e Gederote, e Bete-Dagom, e Naamá, e Maquedá: dezesseis cidades e as suas aldeias. 42. Libna, e Eter, e Asã, 43. e Iftá, e Asná, e Nezibe, 44. e Queila, e Aczibe, e Maressa: nove cidades e as suas aldeias. 45. Ecrom, e os lugares da sua jurisdição, e as suas aldeias; 46. desde Ecrom até ao mar, todas as que estão da banda de Asdode e as suas aldeias. 47. Asdode, e os lugares da sua jurisdição, e as suas aldeias; Gaza, e os lugares da sua jurisdição, e as suas aldeias, até ao rio do Egito, e o mar Grande, e o seu termo. 48. E nas montanhas: Samir, e Jatir, e Socó, 49. e Daná, e Quiriate-Sana, que é Debir, 50. e Anabe, e Estemoa, e Anim, 51. e Gósen, e Holom, e Gilo: onze cidades e as suas aldeias. 52. Arabe, e Dumá, e Esã, 53. e Janim, e Bete-Tapua, e Afeca, 54. e Hunta, e Quiriate-Arba (que é Hebrom), e Zior: nove cidades e as suas aldeias. 55. Maom, e Carmelo, e Zife, e Jutá, 56. e Jezreel, e Jocdeão, e Zanoa, 57. e Caim, e Gibeá, e Timna: dez cidades e as suas aldeias. 58. Halul, e Bete-Zur, e Gedor, 59. e Maarate, e Bete-Anote, e Eltecom: seis cidades e as suas aldeias. 60. Quiriate-Baal (que é Quiriate-Jearim) e Rabá: duas cidades e as suas aldeias. 61. No deserto: Bete-Arabá, e Midim, e Secaca, 62. e Nibsã, e a Cidade do Sal, e En-Gedi: seis cidades e as suas aldeias. 63. Não puderam, porém, os filhos de Judá expelir os jebuseus que habitavam em Jerusalém; assim, habitaram os jebuseus com os filhos de Judá em Jerusalém até ao dia de hoje. Josué 16 1. Saiu, depois, a sorte dos filhos de José, desde o Jordão de Jericó às águas de Jericó, para o oriente, subindo ao deserto de Jericó pelas montanhas de Betel; 2. e de Betel sai a Luz, e passa ao termo dos arquitas até Atarote; 3. e desce da banda do ocidente ao termo de Jaflete, até ao termo de Bete-Horom de baixo e até Gezer, sendo as suas saídas para o mar. 4. Assim, alcançaram a sua herança os filhos de José, Manassés e Efraim. 5. E foi o termo dos filhos de Efraim, segundo as suas famílias, a saber, o termo da sua herança para o oriente era Atarote-Adar até Bete-Horom de cima; 6. e sai este termo para o ocidente junto a Micmetate, desde o norte, e torna este termo para o oriente a Taanate-Siló, e passa por ela desde o oriente a Janoa; 7. e desce, desde Janoa, a Atarote e a Naarate, e toca em Jericó, e vai sair ao Jordão. 8. De Tapua vai este termo para o ocidente ao ribeiro de Caná e as suas saídas no mar; esta é a herança da tribo dos filhos de Efraim, segundo as suas famílias. 9. E as cidades que se separaram para os filhos de Efraim estavam no meio da herança dos filhos de Manassés; todas aquelas cidades e as suas aldeias. 10. E não expeliram os cananeus que habitavam em Gezer; e os cananeus habitaram no meio dos efraimitas até ao dia de hoje; porém serviam-nos, sendo-lhes tributários. Josué 17 1. Também caiu a sorte à tribo de Manassés, porquanto era o primogênito de José. Maquir, o primogênito de Manassés, pai de Gileade, porquanto era homem de guerra, teve a Gileade e Basã. 2. Também os mais filhos de Manassés tiveram a sua parte, segundo as suas famílias, a saber, os filhos de Abiezer, e os filhos de Heleque, e os filhos de Asriel, e os filhos de Siquém, e os filhos de Héfer, e os filhos de Semida; estes são os filhos varões de Manassés, filho de José, segundo as suas famílias. 3. Zelofeade, porém, filho de Héfer, o filho de Gileade, filho de Maquir, o filho de Manassés, não teve filhos, mas só filhas; e estes são os nomes de suas filhas: Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza. 4. Estas, pois, chegaram diante de Eleazar, o sacerdote, e diante de Josué, filho de Num, e diante dos príncipes, dizendo: O SENHOR ordenou a Moisés que se nos desse herança no meio de nossos irmãos. Pelo que, conforme o dito do SENHOR, lhes deu herança no meio dos irmãos de seu pai. 5. E couberam a Manassés dez quinhões, afora a terra de Gileade e Basã, que está dalém do Jordão; 6. porque as filhas de Manassés no meio de seus filhos possuíram herança; e a terra de Gileade tiveram os outros filhos de Manassés. 7. E o termo de Manassés foi desde Aser até Micmetate, que está diante de Siquém; e ia este termo, à mão direita, até aos moradores de En-Tapua. 8. Tinha Manassés a terra de Tapua; porém Tapua, no termo de Manassés, a tinham os filhos de Efraim. 9. Então, descia este termo ao ribeiro de Caná; para o sul do ribeiro, de Efraim eram estas cidades no meio das cidades de Manassés; e o termo de Manassés estava ao norte do ribeiro, sendo as suas saídas no mar. 10. Efraim ao sul, e Manassés ao norte, e o mar era o seu termo; pelo norte tocavam em Aser e, pelo oriente, em Issacar. 11. Porque em Issacar e em Aser tinha Manassés a Bete-Seã e os lugares da sua jurisdição, e Ibleão e os lugares da sua jurisdição, e os habitantes de Dor e os lugares da sua jurisdição, e os habitantes de En-Dor e os lugares da sua jurisdição, e os habitantes de Taanaque e os lugares da sua jurisdição, e os habitantes de Megido e os lugares da sua jurisdição: três comarcas. 12. E os filhos de Manassés não puderam expelir os habitantes daquelas cidades, porquanto os cananeus queriam habitar na mesma terra. 13. E sucedeu que, engrossando em forças os filhos de Israel, fizeram tributários aos cananeus, porém não os expeliram de todo. 14. Então, os filhos de José falaram a Josué, dizendo: Por que me deste por herança só uma sorte e um quinhão, sendo eu um tão grande povo, visto que o SENHOR até aqui me tem abençoado? 15. E disse-lhes Josué: Se tão grande povo és, sobe ao bosque e corta para ti ali lugar na terra dos ferezeus e dos refains, pois que as montanhas de Efraim te são tão estreitas. 16. Então, disseram os filhos de José: As montanhas nos não bastariam; também carros ferrados há entre todos os cananeus que habitam na terra do vale, entre os de Bete-Seã e os lugares da sua jurisdição e entre os que estão no vale de Jezreel. 17. Então, Josué falou à casa de José, a Efraim e a Manassés, dizendo: Grande povo és e grande força tens; uma só sorte não terás; 18. porém as montanhas serão tuas; e, pois que bosque é, corta-o, e as suas saídas serão tuas; porque expelirás os cananeus, ainda que tenham carros ferrados, ainda que sejam fortes. Josué 18 1. E toda a congregação dos filhos de Israel se ajuntou em Siló, e ali armaram a tenda da congregação, depois que a terra foi sujeita diante deles. 2. E dentre os filhos de Israel ficaram sete tribos que ainda não tinham repartido a sua herança. 3. E disse Josué aos filhos de Israel: Até quando sereis negligentes para passardes para possuir a terra que o SENHOR, Deus de vossos pais, vos deu? 4. De cada tribo escolhei vós três homens, para que eu os envie, e se levantem, e corram a terra, e a descrevam segundo as suas heranças, e tornem a mim. 5. E a repartirão em sete partes: Judá ficará no seu termo para o sul, e a casa de José ficará no seu termo para o norte. 6. E vós descrevereis a terra em sete partes e m a trareis a mim aqui descrita, para que eu aqui lance as sortes perante o SENHOR, nosso Deus. 7. Porquanto os levitas não têm parte no meio de vós, porém o sacerdócio do SENHOR é a sua parte. E Gade, e Rúben, e a meia tribo de Manassés tomaram a sua herança dalém do Jordão para o oriente, a qual lhes deu Moisés, o servo do SENHOR. 8. Então, aqueles homens se levantaram e se foram; e Josué deu ordem aos que iam descrever a terra, dizendo: Ide, e correi a terra, e descrevei-a, e então tornai a mim; e aqui vos lançarei as sortes perante o SENHOR, em Siló. 9. Foram, pois, aqueles homens, e passaram pela terra, e a descreveram, segundo as cidades, em sete partes, num livro, e voltaram a Josué, ao arraial em Siló. 10. Então, Josué lhes lançou as sortes em Siló, perante o SENHOR; e ali repartiu Josué a terra aos filhos de Israel, conforme as suas divisões. 11. E saiu a sorte da tribo dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias; e caiu o termo da sua sorte entre os filhos de Judá e os filhos de José. 12. E o seu termo foi para a banda do norte, desde o Jordão; e subia este termo ao lado de Jericó para o norte, e subia pela montanha para o ocidente, sendo as suas saídas no deserto de Bete-Áven. 13. E dali passava este termo a Luz, ao lado de Luz (que é Betel) para o sul; e descia este termo a Atarote-Adar, ao pé do monte que está da banda do sul de Bete-Horom de baixo. 14. E ia este termo e tornava à banda do ocidente para o sul do monte que está defronte de Bete-Horom, para o sul, e as suas saídas iam para Quiriate-Baal (que é Quiriate-Jearim), cidade dos filhos de Judá; esta é a sua extensão para o ocidente. 15. E a sua extensão para o sul estava à extremidade de Quiriate-Jearim, e saía este termo ao ocidente e vinha a sair à fonte das águas de Neftoa; 16. e descia este termo até à extremidade do monte que está defronte do vale do filho de Hinom, que está no vale dos Refains, para o norte, e descia pelo vale de Hinom da banda dos jebuseus para o sul; e então descia à fonte de Rogel; 17. e ia desde o norte, e saía a En-Semes, e d ali saía a Gelilote, que está defronte da subida de Adumim, e descia à pedra de Boã, filho de Rúben; 18. e passava até ao lado, defronte de Arabá para o norte e descia a Arabá. 19. Passava mais este termo até ao lado de Bete-Hogla para o norte, estando as saídas deste termo na língua do mar Salgado para o norte, na extremidade do Jordão para o sul; este era o termo do Sul. 20. E terminava o Jordão da banda do oriente; esta era a herança dos filhos de Benjamim, nos seus termos em redor, segundo as suas famílias. 21. E as cidades da tribo dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias, eram: Jericó, e Bete-Hogla, e Emeque-Quesis, 22. e Bete-Arabá, e Zemaraim, e Betel, 23. e Avim, e Pará, e Ofra, 24. e Quefar-Amonai, e Ofni, e Gaba: doze cidades e as suas aldeias. 25. Gibeão, e Ramá, e Beerote, 26. e Mispa, e Cefira, e Mosa, 27. e Requém, e Irpeel, e Tarala, 28. e Zela, e Elefe, e Jebus (esta é Jerusalém), e Gibeá, e Quiriate: catorze cidades com as suas aldeias; esta era a herança dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias. Josué 19 1. E saiu a segunda sorte a Simeão, à tribo dos filhos de Simeão, segundo as suas famílias, e foi a sua herança no meio da herança dos filhos de Judá. 2. E tiveram na sua herança: Berseba, e Seba, e Molada, 3. e Hazar-Sual, e Balá, e Ezém, 4. e Eltolade, e Betul, e Horma, 5. e Ziclague, e Bete-Marcabote, e Hazar-Susa, 6. e Bete-Lebaote, e Saruém: treze cidades e as suas aldeias. 7. Aim, e Rimom, e Eter, e Asã: quatro cidades e as suas aldeias. 8. E todas as aldeias que havia em redor destas cidades, até Baalate-Ber, que é Ramá do Sul; esta era a herança da tribo dos filhos de Simeão, segundo as suas famílias. 9. A herança dos filhos de Simeão estava entre o quinhão dos de Judá, porquanto a herança dos filhos de Judá era demasiadamente grande para eles; pelo que os filhos de Simeão tiveram a sua herança no meio deles. 10. E saiu a terceira sorte aos filhos de Zebulom, segundo as suas famílias, e foi o termo da sua herança até Saride. 11. E subia o seu termo pelo ocidente a Marala, e chegava até Dabesete, e chegava também até ao ribeiro que está defronte de Jocneão. 12. E, de Saride, voltava para o oriente, para o nascente do sol, até ao termo de Quislote-Tabor, e saía a Daberate, e ia subindo a Jafia; 13. e, dali, passava pelo oriente, para o nascente, a Gate-Hefer, em Ete-Cazim, e saía a Rimom-Metoar, que é Neá; 14. e tornava este termo para o norte a Hanatom, e as suas saídas eram o vale de Ifta-El; 15. e Catate, e Naalal, e Sinrom, e Idala, e Belém: doze cidades e as suas aldeias. 16. Esta era a herança dos filhos de Zebulom, segundo as suas famílias; estas cidades e as suas aldeias. 17. A quarta sorte saiu a Issacar, aos filhos de Issacar, segundo as suas famílias. 18. E foi o seu termo Jezreel, e Quesulote, e Suném, 19. e Hafaraim, e Siom, e Anacarate, 20. e Rabite, e Quisião, e Ebes, 21. e Remete, e En-Ganim, e En-Hada, e Bete-Pasês. 22. E chegava este termo até Tabor, e Saazima, e Bete-Semes; e as saídas do seu termo estavam no Jordão: dezesseis cidades e as suas aldeias. 23. Esta era a herança da tribo dos filhos de Issacar, segundo as suas famílias; estas cidades e as suas aldeias. 24. E saiu a quinta sorte à tribo dos filhos de Aser, segundo as suas famílias. 25. E foi o seu termo Helcate, e Hali, e Béten, e Acsafe, 26. e Alameleque, e Amade, e Misal; e chegava ao Carmelo para o ocidente, e a Sior-Libnate; 27. e voltava do nascente do sol a Bete-Dagom, e chegava a Zebulom e ao vale de Ifta-El, ao norte de Bete-Emeque e de Neiel, e vinha sair a Cabul pela esquerda, 28. e Ebrom, e Reobe, e Hamom, e Caná, até à grande Sidom. 29. E voltava este termo a Ramá e até à forte cidade de Tiro; então, tornava este termo a Hosa, e as suas saídas estavam para o mar, desde o quinhão da terra até Aczibe; 30. e Umá, e Afeca, e Reobe: vinte e duas cidades e as suas aldeias. 31. Esta era a herança da tribo dos filhos de Aser, segundo as suas famílias; estas cidades e as suas aldeias. 32. E saiu a sexta sorte aos filhos de Naftali, para os filhos de Naftali segundo as suas famílias. 33. E foi o seu termo desde Helefe e desde Alom em Zaananim, e Adami-Nequebe, e Jabneel, até Lacum, e estavam as suas saídas no Jordão. 34. E voltava este termo pelo ocidente a Aznote-Tabor, e dali passava a Hucoque, e chegava a Zebulom para o sul, e chegava a Aser para o ocidente, e a Judá pelo Jordão, para o nascente do sol. 35. E eram as cidades-fortes: Zidim, e Zer, e Hamate, e Racate, e Quinerete, 36. e Adamá, e Ramá, e Hazor, 37. e Quedes, e Edrei, e En-Hazor, 38. e Irom, e Migdal-El, e Horém, e Bete-Anate, e Bete-Semes: dezenove cidades e as suas aldeias. 39. Esta era a herança da tribo dos filhos de Naftali, segundo as suas famílias; estas cidades e as suas aldeias. 40. A sétima sorte saiu à tribo dos filhos de Dã, segundo as suas famílias. 41. E foi o termo da sua herança Zorá, e Estaol, e Ir-Semes, 42. e Saalabim, e Aijalom, e Itla, 43. e Elom, e Timna, e Ecrom, 44. e Elteque, e Gibetom, e Baalate, 45. e Jeúde, e Benê-Beraque, e Gate-Rimom, 46. e Me-Jarcom, e Racom com o termo defronte de Jafo. 47. Saiu, porém, pequeno o termo aos filhos de Dã; pelo que subiram os filhos de Dã, e pelejaram contra Lesém, e a tomaram, e a feriram a fio de espada, e a possuíram, e habitaram nela; e a Lesém chamaram Dã, conforme o nome de Dã, seu pai. 48. Esta era a herança da tribo dos filhos de Dã, segundo as suas famílias; estas cidades e as suas aldeias. 49. Acabando, pois, de repartir a terra em herança segundo os seus termos, deram os filhos de Israel a Josué, filho de Num, herança no meio deles. 50. Segundo o dito do SENHOR, lhe deram a cidade que pediu, Timnate-Sera, na montanha de Efraim; e reedificou aquela cidade e habitou nela. 51. Estas eram as heranças que Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num, e os cabeças dos pais das famílias por sorte em herança repartiram pelas tribos dos filhos de Israel em Siló, perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação. E, assim, acabaram de repartir a terra. Josué 20 1. Falou mais o SENHOR a Josué, dizendo: 2. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Apartai para vós as cidades de refúgio, de que vos falei pelo ministério de Moisés; 3. para que fuja para ali o homicida que matar alguma pessoa por erro e não com intento; para que vos sejam refúgio do vingador do sangue. 4. E, fugindo para alguma daquelas cidades, por-se-á à porta da cidade e proporá as suas palavras perante os ouvidos dos anciãos da tal cidade; então, tomarão consigo na cidade e lhe darão lugar, para que habite com eles. 5. E, se o vingador do sangue o seguir, não entregarão na sua mão o homicida; porquanto não feriu a seu próximo com intento e o não aborrecia dantes. 6. E habitará na mesma cidade, até que se ponha a juízo perante a congregação, até que morra o sumo sacerdote que houver naqueles dias; então, o homicida voltará e virá à sua cidade e à sua casa, à cidade de onde fugiu. 7. Então, apartaram Quedes, na Galiléia, na montanha de Naftali, e Siquém, na montanha de Efraim, e Quiriate-Arba (esta é Hebrom), na montanha de Judá. 8. E, dalém do Jordão, de Jericó para o oriente, apartaram Bezer, no deserto, na campina da tribo de Rúben, e Ramote, em Gileade, da tribo de Gade; e Golã, em Basã, da tribo de Manassés. 9. Estas são as cidades que foram designadas para todos os filhos de Israel e para o estrangeiro que andasse entre eles; para que se acolhesse a elas todo aquele que ferisse alguma pessoa por erro; para que não morresse às mãos do vingador do sangue, até se pôr diante da congregação. Josué 21 1. Então, os cabeças dos pais dos levitas se achegaram a Eleazar, o sacerdote, e a Josué, filho de Num, e aos cabeças dos pais das tribos dos filhos de Israel; 2. e falaram-lhes em Siló, na terra de Canaã, dizendo: O SENHOR ordenou, pelo ministério de Moisés, que se nos dessem cidades para habitar e os seus arrabaldes para os nossos animais. 3. Pelo que os filhos de Israel deram aos levitas, da sua herança, conforme o dito do SENHOR, estas cidades e os seus arrabaldes. 4. E saiu a sorte pelas famílias dos coatitas; e aos filhos de Arão, o sacerdote, dentre os levitas, caíram por sorte, da tribo de Judá, e da tribo de Simeão, e da tribo de Benjamim, treze cidades. 5. E aos outros filhos de Coate caíram por sorte, das famílias da tribo de Efraim, e da tribo de Dã, e da meia tribo de Manassés, dez cidades. 6. E aos filhos de Gérson caíram por sorte, das famílias da tribo de Issacar, e da tribo de Aser, e da tribo de Naftali, e da meia tribo de Manassés, em Basã, treze cidades. 7. Aos filhos de Merari, segundo as suas famílias, da tribo de Rúben, e da tribo de Gade, e da tribo de Zebulom, doze cidades. 8. E deram os filhos de Israel aos levitas estas cidades e os seus arrabaldes por sorte, como o SENHOR ordenara pelo ministério de Moisés. 9. Deram mais, da tribo dos filhos de Judá e da tribo dos filhos de Simeão, estas cidades, que por nome foram nomeadas, 10. para que fossem dos filhos de Arão, das famílias dos coatitas, dos filhos de Levi; porquanto a primeira sorte foi sua. 11. Assim, lhes deram a cidade de Arba, do pai de Anaque (esta é Hebrom), no monte de Judá, e os seus arrabaldes em redor dela. 12. Porém o campo da cidade e as suas aldeias deram a Calebe, filho de Jefoné, por sua possessão. 13. Assim, aos filhos de Arão, o sacerdote, deram a cidade de refúgio do homicida, Hebrom, e os seus arrabaldes, e Libna e os seus arrabaldes; 14. e Jatir e os seus arrabaldes, e Estemoa e os seus arrabaldes; 15. e Holom e os seus arrabaldes, e Debir e os seus arrabaldes; 16. e Aim e os seus arrabaldes, e Jutá e os seus arrabaldes, e Bete-Semes e os seus arrabaldes: nove cidades destas duas tribos. 17. E da tribo de Benjamim, Gibeão e os seus arrabaldes, Geba e os seus arrabaldes; 18. e Anatote e os seus arrabaldes, e Almom e os seus arrabaldes: quatro cidades. 19. Todas as cidades dos sacerdotes, filhos de Arão, foram treze cidades e os seus arrabaldes. 20. E as famílias dos filhos de Coate, levitas, que ficaram dos filhos de Coate, tiveram as cidades da sua sorte da tribo de Efraim. 21. E deram-lhes Siquém, cidade de refúgio do homicida, e os seus arrabaldes, no monte de Efraim, e Gezer e os seus arrabaldes; 22. e Quibzaim e os seus arrabaldes, e Bete-Horom e os seus arrabaldes: quatro cidades. 23. E da tribo de Dã, Elteque e os seus arrabaldes, Gibetom e os seus arrabaldes; 24. e Aijalom e os seus arrabaldes, Gate-Rimom e os seus arrabaldes: quatro cidades. 25. E da meia tribo de Manassés, Taanaque e os seus arrabaldes, e Gate-Rimom e os seus arrabaldes: duas cidades. 26. Todas as cidades para as famílias dos demais filhos de Coate foram dez e os seus arrabaldes. 27. E aos filhos de Gérson, das famílias dos levitas, Golã, da meia tribo de Manassés, cidade de refúgio do homicida, em Basã, e os seus arrabaldes, e Beesterá e os seus arrabaldes: duas cidades. 28. E da tribo de Issacar, Quisião e os seus arrabaldes, Daberate e os seus arrabaldes; 29. e Jarmute e os seus arrabaldes, En-Ganim e os seus arrabaldes: quatro cidades. 30. E da tribo de Aser, Misal e os seus arrabaldes, Abdom e os seus arrabaldes; 31. e Helcate e os seus arrabaldes, Reobe e os seus arrabaldes: quatro cidades. 32. E da tribo de Naftali, Quedes, cidade de refúgio do homicida, na Galiléia, e os seus arrabaldes, e Hamote-Dor e os seus arrabaldes; e Cartã e os seus arrabaldes: três cidades. 33. Todas as cidades dos gersonitas, segundo as suas famílias, foram treze cidades e os seus arrabaldes. 34. E às famílias dos demais filhos de Merari, dos levitas, foram dadas, da tribo de Zebulom, Jocneão e os seus arrabaldes, Cartá e os seus arrabaldes; 35. e Dimna e os seus arrabaldes, Naalal e os seus arrabaldes: quatro cidades. 36. E da tribo de Rúben, Bezer e os seus arrabaldes, e Jaza e os seus arrabaldes; 37. e Quedemote e os seus arrabaldes, e Mefaate e os seus arrabaldes: quatro cidades. 38. E da tribo de Gade, Ramote, cidade de refúgio do homicida, em Gileade, e os seus arrabaldes, e Maanaim e os seus arrabaldes; 39. e Hesbom e os seus arrabaldes, Jazer e os seus arrabaldes: quatro cidades. 40. Todas estas cidades foram dos filhos de Merari, segundo as suas famílias, que ainda restavam das famílias dos levitas; e foi a sua sorte doze cidades. 41. Todas as cidades dos levitas, no meio da herança dos filhos de Israel, foram quarenta e oito cidades e os seus arrabaldes. 42. Estavam estas cidades cada qual com os seus arrabaldes em redor delas; assim estavam todas estas cidades. 43. Desta sorte, deu o SENHOR a Israel toda a terra que jurara dar a seus pais; e a possuíram e habitaram nela. 44. E o SENHOR lhes deu repouso em redor, conforme tudo quanto jurara a seus pais; e nenhum de todos os seus inimigos ficou em pé diante deles; todos os seus inimigos o SENHOR deu na sua mão. 45. Palavra alguma falhou de todas as boas palavras que o SENHOR falara à casa de Israel; tudo se cumpriu. Josué 22 1. Então, Josué chamou os rubenitas, e os gaditas, e a meia tribo de Manassés 2. e disse-lhes: Tudo quanto Moisés, o servo do SENHOR, vos ordenou guardastes, e à minha voz obedecestes em tudo quanto vos ordenei. 3. A vossos irmãos por tanto tempo até ao dia de hoje não desamparastes; antes, tivestes cuidado da guarda do mandamento do SENHOR, vosso Deus. 4. E agora o SENHOR, vosso Deus, deu repouso a vossos irmãos, como lhes tinha prometido: voltai-vos, pois, agora, e ide-vos a vossas tendas, à terra da vossa possessão, que Moisés, o servo do SENHOR, vos deu dalém do Jordão. 5. Tão-somente tende cuidado de guardar com diligência o mandamento e a lei que Moisés, o servo do SENHOR, vos mandou: que ameis ao SENHOR, vosso Deus, e andeis em todos os seus caminhos, e guardeis os seus mandamentos, e vos achegueis a ele, e o sirvais com todo o vosso coração e com toda a vossa alma. 6. Assim, Josué os abençoou e despediu-os; e foram para as suas tendas. 7. Porquanto Moisés dera herança, em Basã, à meia tribo de Manassés; porém à outra metade deu Josué entre seus irmãos, daquém do Jordão para o ocidente; e, enviando-os Josué também a suas tendas, os abençoou 8. e falou-lhes, dizendo: Voltais às vossas tendas com grandes riquezas, e com muitíssimo gado, com prata, e com ouro, e com metal, e com ferro, e com muitíssimas vestes; reparti com vossos irmãos o despojo dos vossos inimigos. 9. Assim, os filhos de Rúben, e os filhos de Gade, e a meia tribo de Manassés voltaram e partiram dos filhos de Israel, de Siló, que está na terra de Canaã, para irem à terra de Gileade, à terra da sua possessão, de que foram feitos possuidores, conforme o dito do SENHOR, pelo ministério de Moisés. 10. E, vindo eles aos limites do Jordão, que estão na terra de Canaã, ali os filhos de Rúben, e os filhos de Gade, e a meia tribo de Manassés edificaram um altar junto ao Jordão, um altar de grande aparência. 11. E ouviram os filhos de Israel dizer: Eis que os filhos de Rúben, e os filhos de Gade, e a meia tribo de Manassés edificaram um altar na frente da terra de Canaã, nos limites do Jordão, da banda dos filhos de Israel. 12. Ouvindo isto os filhos de Israel, ajuntou-se toda a congregação dos filhos de Israel em Siló, para saírem contra eles em exército. 13. E enviaram os filhos de Israel aos filhos de Rúben, e aos filhos de Gade, e à meia tribo de Manassés, para a terra de Gileade, Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, 14. e dez príncipes com ele, de cada casa paterna um príncipe, de todas as tribos de Israel; e cada um era cabeça da casa de seus pais nos milhares de Israel. 15. E, vindo eles, aos filhos de Rúben, e aos filhos de Gade, e à meia tribo de Manassés, à terra de Gileade, falaram com eles, dizendo: 16. Assim diz toda a congregação do SENHOR: Que transgressão é esta, com que transgredistes contra o Deus de Israel, deixando hoje de seguir ao SENHOR, edificando-vos um altar, para vos rebelardes contra o SENHOR? 17. Foi- nos pouco a iniqüidade de Peor, de que ainda até ao dia de hoje não estamos purificados, ainda que houve castigo na congregação do SENHOR, 18. para que, hoje, abandonais ao SENHOR? Será que, rebelando-vos hoje contra o SENHOR, amanhã se irará contra toda a congregação de Israel. 19. Se é, porém, que a terra da vossa possessão é imunda, passai-vos para a terra da possessão do SENHOR, onde habita o tabernáculo do SENHOR, e tomai possessão entre nós; mas não vos rebeleis contra o SENHOR, nem tampouco vos rebeleis contra nós, edificando-vos um altar, afora o altar do SENHOR, nosso Deus. 20. Não cometeu Acã, filho de Zerá, transgressão no tocante ao anátema? E não veio ira sobre toda a congregação de Israel? Assim que aquele homem não morreu só na sua iniqüidade. 21. Então, responderam os filhos de Rúben, e os filhos de Gade, e a meia tribo de Manassés, e disseram aos cabeças dos milhares de Israel: 22. O Deus dos deuses, o SENHOR, o Deus dos deuses, o SENHOR, ele o sabe, e Israel mesmo o saberá; se foi em rebeldia ou por transgressão contra o SENHOR, hoje não nos preserveis. 23. Se nós edificamos altar para nos tornar de após o SENHOR, ou para sobre ele oferecer holocausto e oferta de manjares, ou sobre ele fazer oferta pacífica, o SENHOR mesmo de nós o requeira. 24. E, se, antes, o fizemos, foi em receio disto: amanhã vossos filhos virão a falar a nossos filhos, dizendo: Que tendes vós com o SENHOR, Deus de Israel? 25. Pois o SENHOR pôs o Jordão por termo entre nós e vós, ó filhos de Rúben e filhos de Gade; não tendes parte no SENHOR. E assim bem poderiam vossos filhos fazer desistir a nossos filhos de temer ao SENHOR. 26. Pelo que dissemos: Façamos, agora, e nos edifiquemos um altar, não para holocausto, nem para sacrifício, 27. mas, para que entre nós e vós e entre as nossas gerações depois de nós, nos seja em testemunho, para podermos fazer o serviço do SENHOR diante dele com os nossos holocaustos, e com os nossos sacrifícios, e com as nossas ofertas pacíficas, e para que vossos filhos não digam amanhã a nossos filhos: Não tendes parte no SENHOR. 28. Pelo que dissemos: Quando for que, amanhã, assim nos digam a nós e às nossas gerações, então, diremos: Vede o modelo do altar do SENHOR que fizeram nossos pais, não para holocausto, nem para sacrifício, porém para ser testemunho entre nós e vós. 29. Nunca tal nos aconteça, que nos rebelássemos contra o SENHOR ou que hoje nós abandonássemos ao SENHOR, edificando altar para holocausto, oferta de manjares ou sacrifício, fora do altar do SENHOR, nosso Deus, que está perante o seu tabernáculo. 30. Ouvindo, pois, Finéias, o sacerdote, e os príncipes da congregação, e os cabeças dos milhares de Israel que com ele estavam as palavras que disseram os filhos de Rúben, e os filhos de Gade, e os filhos de Manassés, pareceu bem aos seus olhos. 31. E disse Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, aos filhos de Rúben, aos filhos de Gade, e aos filhos de Manassés: Hoje, sabemos que o SENHOR está no meio de nós; porquanto não cometestes transgressão contra o SENHOR; agora, livrastes os filhos de Israel da mão do SENHOR. 32. E voltou Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, com os príncipes, dos filhos de Rúben e dos filhos de Gade, da terra de Gileade à terra de Canaã, aos filhos de Israel; e trouxeram-lhes a resposta. 33. E pareceu a resposta boa aos olhos dos filhos de Israel, e os filhos de Israel louvaram a Deus; e não falaram mais de subir contra eles em exército, para destruírem a terra em que habitavam os filhos de Rúben e os filhos de Gade. 34. E os filhos de Rúben e os filhos de Gade puseram no altar o nome Ede, para que seja testemunho entre nós que o SENHOR é Deus. Josué 23 1. E sucedeu que, muitos dias depois que o SENHOR dera repouso a Israel de todos os seus inimigos em redor, e Josué já fosse velho e entrado em dias, 2. chamou Josué a todo o Israel, aos seus anciãos, e aos seus cabeças, e aos seus juízes, e aos seus oficiais e disse-lhes: Eu já sou velho e entrado em dias; 3. e vós já tendes visto tudo quanto o SENHOR, vosso Deus, fez a todas estas nações por causa de vós, porque o SENHOR, vosso Deus, é o que pelejou por vós. 4. Vedes aqui que vos fiz cair em sorte às vossas tribos estas nações que ficam desde o Jordão, com todas as nações que tenho destruído, até ao mar Grande para o pôr-do-sol. 5. E o SENHOR, vosso Deus, as impelirá de diante de vós e as expelirá de diante de vós; e vós possuireis a sua terra, como o SENHOR, vosso Deus, vos tem dito. 6. Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da Lei de Moisés, para que dela não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda; 7. para que não entreis a estas nações que ainda ficaram convosco; e dos nomes de seus deuses não façais menção, nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem a eles vos inclineis. 8. Mas ao SENHOR, vosso Deus, vos achegareis, como fizestes até ao dia de hoje; 9. pois o SENHOR expeliu de diante de vós grandes e numerosas nações; e, quanto a vós, ninguém ficou em pé diante de vós até ao dia de hoje. 10. Um só homem dentre vós perseguirá a mil, pois é o mesmo SENHOR, vosso Deus, o que peleja por vós, como já vos tem dito. 11. Portanto, guardai muito a vossa alma, para amardes ao SENHOR, vosso Deus. 12. Porque, se dalguma maneira vos apartardes, e vos achegardes ao resto destas nações que ainda ficou convosco, e com elas vos aparentardes, e vós a elas entrardes, e elas a vós, 13. sabei, certamente, que o SENHOR, vosso Deus, não continuará mais a expelir estas nações de diante de vós, mas vos serão por laço, e rede, e açoite às vossas costas, e espinhos aos vossos olhos; até que pereçais desta boa terra que vos deu o SENHOR, vosso Deus. 14. E eis aqui eu vou, hoje, pelo caminho de toda a terra; e vós bem sabeis, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma que nem uma só palavra caiu de todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR, vosso Deus; todas vos sobrevieram, nem delas caiu uma só palavra. 15. E será que, assim como sobre vós vieram todas estas boas coisas, que o SENHOR, vosso Deus, vos disse, assim trará o SENHOR sobre vós todas aquelas más coisas, até vos destruir de sobre a boa terra que vos deu o SENHOR, vosso Deus. 16. Quando traspassardes o concerto do SENHOR, vosso Deus, que vos tem ordenado, e fordes, e servirdes a outros deuses, e a eles vos inclinardes, então, a ira do SENHOR sobre vós se acenderá, e logo perecereis de sobre a boa terra que vos deu. Josué 24 1. Depois, ajuntou Josué todas as tribos de Israel em Siquém e chamou os anciãos de Israel, e os seus cabeças, e os seus juízes, e os seus oficiais, e eles se apresentaram diante de Deus. 2. Então, Josué disse a todo o povo: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Dalém do rio, antigamente, habitaram vossos pais, Tera, pai de Abraão e pai de Naor, e serviram a outros deuses. 3. Eu, porém, tomei a Abraão, vosso pai, dalém do rio e o fiz andar por toda a terra de Canaã; também multipliquei a sua semente e dei-lhe Isaque. 4. E a Isaque dei Jacó e Esaú; e a Esaú dei a montanha de Seir, para a possuir; porém Jacó e seus filhos desceram para o Egito. 5. Então, enviei Moisés e Arão e feri ao Egito, como o fiz no meio dele; e depois vos tirei de lá. 6. E, tirando eu vossos pais do Egito, viestes ao mar; e os egípcios perseguiram vossos pais, com carros e com cavaleiros, até ao mar Vermelho. 7. E clamaram ao SENHOR, que pôs uma escuridão entre vós e os egípcios, e trouxe o mar sobre eles, e os cobriu, e os vossos olhos viram o que eu fiz no Egito; depois, habitastes no deserto muitos dias. 8. Então, eu vos trouxe à terra dos amorreus, que habitavam dalém do Jordão, os quais pelejaram contra vós; porém os dei na vossa mão, e possuístes a sua terra; e os destruí diante de vós. 9. Levantou-se também Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, e pelejou contra Israel; e enviou e chamou a Balaão, filho de Beor, para que vos amaldiçoasse. 10. Porém eu não quis ouvir a Balaão, pelo que, abençoando-vos ele, vos abençoou; e livrei-vos da sua mão. 11. E, passando vós o Jordão e vindo a Jericó, os habitantes de Jericó pelejaram contra vós, os amorreus, e os ferezeus, e os cananeus, e os heteus, e os girgaseus, e os heveus, e os jebuseus; porém os dei na vossa mão. 12. E enviei vespões diante de vós, que os expeliram de diante de vós, como a ambos os reis dos amorreus, e isso não com a tua espada, nem com o teu arco. 13. E eu vos dei a terra em que não trabalhastes e cidades que não edificastes, e habitais nelas; e comeis das vinhas e dos olivais que não plantastes. 14. Agora, pois, temei ao SENHOR, e servi-o com sinceridade e com verdade, e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do rio e no Egito, e servi ao SENHOR. 15. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. 16. Então, respondeu o povo e disse: Nunca nos aconteça que deixemos o SENHOR para servirmos a outros deuses; 17. porque o SENHOR é o nosso Deus; ele é o que nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da servidão, e o que tem feito estes grandes sinais aos nossos olhos, e nos guardou por todo o caminho que andamos e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos. 18. E o SENHOR expeliu de diante de nós a todas estas gentes, até ao amorreu, morador da terra; também nós serviremos ao SENHOR, porquanto é nosso Deus. 19. Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao SENHOR, porquanto é Deus santo, é Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados. 20. Se deixardes o SENHOR e servirdes a deuses estranhos, então, se tornará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos fazer bem. 21. Então, disse o povo a Josué: Não; antes, ao SENHOR serviremos. 22. E Josué disse ao povo: Sois testemunhas contra vós mesmos de que vós escolhestes o SENHOR, para o servir. E disseram: Somos testemunhas. 23. Agora, pois, deitai fora os deuses estranhos que há no meio de vós: e inclinai o vosso coração ao SENHOR, Deus de Israel. 24. E disse o povo a Josué: Serviremos ao SENHOR, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz. 25. Assim, fez Josué concerto, naquele dia, com o povo e lho pôs por estatuto e direito em Siquém. 26. E Josué escreveu estas palavras no livro da Lei de Deus; e tomou uma grande pedra e a erigiu ali debaixo do carvalho que estava junto ao santuário do SENHOR. 27. E disse Josué a todo o povo: Eis que esta pedra nos será por testemunho; pois ela ouviu todas as palavras que o SENHOR nos tem dito; e também será testemunho contra vós, para que não mintais a vosso Deus. 28. Então, Josué despediu o povo, cada um para a sua herdade. 29. E, depois destas coisas, sucedeu que Josué, filho de Num, o servo do SENHOR, faleceu, sendo da idade de cento e dez anos. 30. E sepultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Sera, que está no monte de Efraim, para o norte do monte de Gaás. 31. Serviu, pois, Israel ao SENHOR todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que ainda viveram muito depois de Josué e que sabiam toda a obra que o SENHOR tinha feito a Israel. 32. Também enterraram em Siquém os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egito, naquela parte do campo que Jacó comprara aos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de prata, porquanto foram em herança para os filhos de José. 33. Faleceu também Eleazar, filho de Arão, e o sepultaram no outeiro de Finéias, seu filho, que lhe fora dado na montanha de Efraim. Juízes 1 1. E sucedeu, depois da morte de Josué, que os filhos de Israel perguntaram ao SENHOR, dizendo: Quem dentre nós primeiro subirá aos cananeus, para pelejar contra eles? 2. E disse o SENHOR: Judá subirá; eis que lhe dei esta terra na sua mão. 3. Então, disse Judá a Simeão, seu irmão: Sobe comigo à herdade que me caiu por sorte, e pelejemos contra os cananeus, e também eu contigo subirei à tua, que te caiu por sorte. E Simeão partiu com ele. 4. E subiu Judá, e o SENHOR lhe deu na sua mão os cananeus e os ferezeus; e feriram deles em Bezeque a dez mil homens. 5. E acharam a Adoni-Bezeque em Bezeque, e pelejaram contra ele, e feriram aos cananeus e aos ferezeus. 6. Porém Adoni-Bezeque fugiu; e o seguiram, e o prenderam, e lhe cortaram os dedos polegares das mãos e dos pés. 7. Então, disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E o trouxeram a Jerusalém, e morreu ali. 8. Porque os filhos de Judá pelejaram contra Jerusalém, e a tomaram, e a feriram a fio de espada, e à cidade puseram a fogo. 9. E, depois, os filhos de Judá desceram a pelejar contra os cananeus que habitavam nas montanhas, e no sul, e nas planícies. 10. E partiu Judá contra os cananeus que habitavam em Hebrom ( era, porém, dantes, o nome de Hebrom Quiriate-Arba), e feriram a Sesai, e a Aimã, e a Talmai. 11. E, dali, partiu contra os moradores de Debir (e era, dantes, o nome de Debir Quiriate-Sefer). 12. E disse Calebe: Quem ferir a Quiriate-Sefer e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mulher. 13. E tomou-a Otniel, filho de Quenaz, o irmão de Calebe, mais novo do que ele; e Calebe lhe deu a sua filha Acsa por mulher. 14. E sucedeu que, vindo ela a ele, o persuadiu a que pedisse um campo a seu pai; e ela se apeou do jumento, saltando; e Calebe lhe disse: Que é o que tens? 15. E ela lhe disse: Dá-me uma bênção, pois me deste uma terra seca; dá-me também fontes de águas. E Calebe lhe deu as fontes superiores e as fontes inferiores. 16. Também os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram da cidade das Palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade; e foram e habitaram com o povo. 17. Foi-se, pois, Judá com Simeão, seu irmão, e feriram aos cananeus que habitavam em Zefate, e totalmente a destruíram, e chamaram o nome desta cidade Horma. 18. Tomou mais Judá a Gaza com o seu termo, e a Asquelom com o seu termo, e a Ecrom com o seu termo. 19. E foi o SENHOR com Judá, e despovoou as montanhas; porém não expeliu os moradores do vale, porquanto tinham carros de ferro. 20. E deram Hebrom a Calebe, como Moisés o dissera, e dali expeliu os três filhos de Anaque. 21. Porém os filhos de Benjamim não expeliram os jebuseus que habitavam em Jerusalém; antes, os jebuseus habitaram com os filhos de Benjamim em Jerusalém até ao dia de hoje. 22. E subiu também a casa de José a Betel, e foi o SENHOR com eles. 23. E fez a casa de José espiar a Betel (e foi dantes o nome desta cidade Luz). 24. E viram os espias um homem que saía da cidade e lhe disseram: Ora, mostra-nos a entrada da cidade, e usaremos contigo de beneficência. 25. E, mostrando-lhes ele a entrada da cidade, feriram a cidade a fio de espada; porém àquele homem e a toda a sua família deixaram ir. 26. Então, aquele homem foi-se à terra dos heteus, e edificou uma cidade, e chamou o seu nome Luz; este é o seu nome até o dia de hoje. 27. Nem Manassés expeliu os habitantes de Bete-Seã, nem dos lugares da sua jurisdição; nem a Taanaque, com os lugares da sua jurisdição; nem aos moradores de Dor, com os lugares da sua jurisdição; nem aos moradores de Ibleão, com os lugares da sua jurisdição; nem aos moradores de Megido, com os lugares da sua jurisdição; e quiseram os cananeus habitar na mesma terra. 28. E sucedeu que, quando Israel cobrou mais forças, fez dos cananeus tributários, porém não os expeliu de todo. 29. Tampouco expeliu Efraim os cananeus que habitavam em Gezer; antes, os cananeus habitavam no meio dele, em Gezer. 30. Tampouco expeliu Zebulom os moradores de Quitrom, nem aos moradores de Naalol; porém os cananeus habitavam no meio dele e foram tributários. 31. Tampouco Aser expeliu os moradores de Aco, nem os moradores de Sidom, nem Alabe, nem Aczibe, nem Helba, nem Afeca, nem Reobe; 32. porém os aseritas habitaram no meio dos cananeus que habitavam na terra; porquanto os não expeliram. 33. Tampouco Naftali expeliu os moradores de Bete-Semes, nem os moradores de Bete-Anate; mas habitou no meio dos cananeus que habitavam na terra; porém lhes foram tributários os moradores de Bete-Semes e os de Bete-Anate. 34. E apertaram os amorreus aos filhos de Dã até às montanhas; porque nem os deixavam descer ao vale. 35. Também os amorreus quiseram habitar nas montanhas de Heres, em Aijalom e em Saalabim; porém prevaleceu a mão da casa de José, e ficaram tributários. 36. E foi o termo dos amorreus desde a subida de Acrabim, e desde a penha, e dali para cima. Juízes 2 1. E subiu o Anjo do SENHOR de Gilgal a Boquim e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais tinha jurado, e disse: Nunca invalidarei o meu concerto convosco. 2. E, quanto a vós, não fareis concerto com os moradores desta terra; antes, derrubareis os seus altares. Mas vós não obedecestes à minha voz. Por que fizestes isso? 3. Pelo que também eu disse: Não os expelirei de diante de vós; antes, estarão às vossas costas, e os seus deuses vos serão por laço. 4. E sucedeu que, falando o Anjo do SENHOR estas palavras a todos os filhos de Israel, o povo levantou a sua voz e chorou. 5. Pelo que chamaram àquele lugar Boquim; e sacrificaram ali ao SENHOR. 6. E, havendo Josué despedido o povo, foram-se os filhos de Israel, cada um à sua herdade, para possuírem a terra. 7. E serviu o povo ao SENHOR todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que prolongaram os seus dias depois de Josué e viram toda aquela grande obra do SENHOR, a qual ele fizera a Israel. 8. Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo do SENHOR, da idade de cento e dez anos. 9. E sepultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Heres, no monte de Efraim, para o norte do monte Gaás. 10. E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o SENHOR, nem tampouco a obra que fizera a Israel. 11. Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e serviram aos baalins. 12. E deixaram o SENHOR, Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gentes que havia ao redor deles, e encurvaram-se a eles, e provocaram o SENHOR à ira. 13. Porquanto deixaram ao SENHOR e serviram a Baal e a Astarote. 14. Pelo que a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e os deu na mão dos roubadores, e os roubaram; e os entregou na mão dos seus inimigos ao redor; e não puderam mais estar em pé diante dos seus inimigos. 15. Por onde quer que saíam, a mão do SENHOR era contra eles para mal, como o SENHOR tinha dito e como o SENHOR lho tinha jurado; e estavam em grande aperto. 16. E levantou o SENHOR juízes, que os livraram da mão dos que os roubaram. 17. Porém tampouco ouviram aos juízes; antes, se prostituíram após outros deuses e encurvaram-se a eles; depressa se desviaram do caminho por onde andaram seus pais ouvindo os mandamentos do SENHOR; mas eles não fizeram assim. 18. E, quando o SENHOR lhes levantava juízes, o SENHOR era com o juiz e os livrava da mão dos seus inimigos, todos os dias daquele juiz; porquanto o SENHOR se arrependia pelo seu gemido, por causa dos que os apertavam e oprimiam. 19. Porém sucedia que, falecendo o juiz, tornavam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os e encurvando-se a eles; nada deixavam das suas obras, nem do seu duro caminho. 20. Pelo que a ira do SENHOR se acendeu contra Israel; e disse: Porquanto este povo traspassou o meu concerto que tinha ordenado a seus pais e não deu ouvidos à minha voz. 21. Tampouco desapossarei mais de diante deles a nenhuma das nações que Josué deixou, morrendo; 22. para por elas provar a Israel, se hão de guardar o caminho do SENHOR, como seus pais o guardaram, para por ele andarem ou não. 23. Assim, o SENHOR deixou ficar aquelas nações e não as desterrou logo, nem as entregou na mão de Josué. Juízes 3 1. Estas, pois, são as nações que o SENHOR deixou ficar, para por elas provar a Israel, a saber, a todos os que não sabiam de todas as guerras de Canaã. 2. Isso tão-somente para que as gerações dos filhos de Israel delas soubessem (para lhes ensinar a guerra), pelo menos as gerações que, dantes, não sabiam disso: 3. cinco príncipes dos filisteus, e todos os cananeus, e sidônios, e heveus, que habitavam nas montanhas do Líbano, desde o monte de Baal-Hermom até à entrada de Hamate. 4. Estes, pois, ficaram, para por eles o SENHOR provar a Israel, para saber se dariam ouvidos aos seus mandamentos que tinha ordenado a seus pais pelo ministério de Moisés. 5. Habitando, pois, os filhos de Israel no meio dos cananeus, e heteus, e amorreus, e ferezeus, e heveus, e jebuseus, 6. tomaram de suas filhas para si por mulheres e deram aos filhos deles as suas filhas; e serviram a seus deuses. 7. E os filhos de Israel fizeram o que parecia mal aos olhos do SENHOR, e se esqueceram do SENHOR, seu Deus, e serviram aos baalins e a Astarote. 8. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e ele os vendeu em mão de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim durante oito anos. 9. E os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, e o SENHOR levantou aos filhos de Israel um libertador, e os libertou: Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, mais novo do que ele. 10. E veio sobre ele o Espírito do SENHOR, e julgou a Israel e saiu à peleja; e o SENHOR deu na sua mão a Cusã-Risataim, rei da Síria; e a sua mão prevaleceu contra Cusã-Risataim. 11. Então, a terra sossegou quarenta anos; e Otniel, filho de Quenaz, faleceu. 12. Porém os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR; então, o SENHOR esforçou a Eglom, rei dos moabitas, contra Israel, porquanto fizeram o que parecia mal aos olhos do SENHOR. 13. E ajuntou consigo os filhos de Amom e os amalequitas, e foi, e feriu a Israel, e tomaram a cidade das Palmeiras. 14. E os filhos de Israel serviram a Eglom, rei dos moabitas, dezoito anos. 15. Então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, e o SENHOR lhes levantou um libertador: Eúde, filho de Gera, benjamita, homem canhoto. E os filhos de Israel enviaram pela sua mão um presente a Eglom, rei dos moabitas. 16. E Eúde fez uma espada de dois fios, do comprimento de um côvado, e cingiu-a por debaixo das suas vestes, à sua coxa direita. 17. E levou aquele presente a Eglom, rei dos moabitas; e era Eglom homem mui gordo. 18. E sucedeu que, acabando de entregar o presente, despediu a gente que trouxera o presente. 19. Porém voltou do ponto em que estão as imagens de escultura, ao pé de Gilgal, e disse: Tenho uma palavra secreta para ti, ó rei. Este disse: Cala-te. E todos os que lhe assistiam saíram de diante dele. 20. E Eúde entrou num cenáculo fresco, que o rei tinha para si só, onde estava assentado, e disse Eúde: Tenho para ti uma palavra de Deus. E levantou-se da cadeira. 21. Então, Eúde estendeu a sua mão esquerda, e lançou mão da espada da sua coxa direita, e lha cravou no ventre, 22. de tal maneira que entrou até à empunhadura após a folha, e a gordura encerrou a folha (porque não tirou a espada do ventre); e saiu-lhe o excremento. 23. Então, Eúde saiu à sala, e cerrou sobre ele as portas do cenáculo, e as fechou. 24. E, saindo ele, vieram os seus servos e viram, e eis que as portas do cenáculo estavam fechadas; e disseram: Sem dúvida está cobrindo seus pés na recâmara do cenáculo fresco. 25. E, esperando até se enfastiarem, eis que não abriu as portas do cenáculo; então, tomaram a chave e abriram, e eis seu senhor estendido morto em terra. 26. E Eúde escapou enquanto eles se demoraram; porque ele passou pelas imagens de escultura e escapou para Seirá. 27. E sucedeu que, entrando ele, tocou a buzina nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel desceram com ele das montanhas, e ele adiante deles. 28. E disse-lhes: Segui-me, porque o SENHOR vos tem dado a vossos inimigos, os moabitas, na vossa mão; e desceram após ele, e tomaram os vaus do Jordão a Moabe, e a nenhum deixaram passar. 29. E, naquele tempo, feriram dos moabitas uns dez mil homens, todos corpulentos e todos homens valorosos; e não escapou nenhum. 30. Assim foi subjugado Moabe, naquele dia, debaixo da mão de Israel; e a terra sossegou oitenta anos. 31. Depois dele, foi Sangar, filho de Anate, que feriu seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; e também ele libertou a Israel. Juízes 4 1. Porém os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR, depois de falecer Eúde. 2. E vendeu-os o SENHOR em mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; e Sísera era o capitão do seu exército, o qual, então, habitava em Harosete-Hagoim. 3. Então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro e por vinte anos oprimia os filhos de Israel violentamente. 4. E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. 5. E habitava debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. 6. E enviou, e chamou a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o SENHOR, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte de Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? 7. E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros e com a sua multidão, e o darei na tua mão. 8. Então, lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. 9. E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra pelo caminho que levas; pois à mão de uma mulher o SENHOR venderá a Sísera. E Débora se levantou e partiu com Baraque para Quedes. 10. Então, Baraque convocou a Zebulom e a Naftali em Quedes e subiu com dez mil homens após si; e Débora subiu com ele. 11. E Héber, queneu, se tinha apartado dos queneus dos filhos de Hobabe, sogro de Moisés, e tinha estendido as suas tendas até ao carvalho de Zaananim, que está junto a Quedes. 12. E anunciaram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido ao monte Tabor. 13. E Sísera convocou todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele, desde Harosete-Hagoim até ao ribeiro de Quisom. 14. Então, disse Débora a Baraque: Levanta-te, porque este é o dia em que o SENHOR tem dado a Sísera na tua mão; porventura, o SENHOR não saiu diante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens após ele. 15. E o SENHOR derrotou a Sísera, e todos os seus carros, e todo o seu exército a fio de espada, diante de Baraque; e Sísera desceu do carro e fugiu a pé. 16. E Baraque os seguiu após os carros e após o exército, até Harosete-Hagoim, e todo o exército de Sísera caiu a fio de espada, até não ficar um só. 17. Porém Sísera fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher de Héber, queneu, porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Héber, queneu. 18. E Jael saiu ao encontro de Sísera e disse-lhe: Retira-te, senhor meu, retira-te para mim, não temas. Retirou-se para a sua tenda, e ela cobriu-o com uma coberta. 19. Então, ele lhe disse: Dá-me, peço-te, de beber um pouco de água; porque tenho sede. Então, ela abriu um odre de leite, e deu-lhe de beber, e o cobriu. 20. E ele lhe disse: Põe-te à porta da tenda; e há de ser que, se alguém vier, e te perguntar, e disser: Há aqui alguém? Responde tu, então: Não. 21. Então, Jael, mulher de Héber, tomou uma estaca da tenda, e lançou mão de um martelo, e foi-se mansamente a ele, e lhe cravou a estaca na fonte, e a pregou na terra, estando ele, porém, carregado de um profundo sono e já cansado; e assim morreu. 22. E eis que, seguindo Baraque a Sísera, Jael lhe saiu ao encontro e disse-lhe: Vem, e mostrar-te-ei o homem que buscas. E veio a ela, e eis que Sísera jazia morto, e a estaca, na fonte. 23. Assim, Deus, naquele dia, sujeitou a Jabim, rei de Canaã, diante dos filhos de Israel. 24. E continuou a mão dos filhos de Israel a lutar e a endurecer-se sobre Jabim, rei de Canaã, até que exterminaram a Jabim, rei de Canaã. Juízes 5 1. E cantou Débora e Baraque, filho de Abinoão, naquele mesmo dia, dizendo: 2. Porquanto os chefes se puseram à frente em Israel, porquanto o povo se ofereceu voluntariamente, louvai ao SENHOR. 3. Ouvi, reis; dai ouvidos, príncipes; eu, eu cantarei ao SENHOR; salmodiarei ao SENHOR, Deus de Israel. 4. Ó SENHOR, saindo tu de Seir, caminhando tu desde o campo de Edom, a terra estremeceu; até os céus gotejaram, até as nuvens gotejaram águas. 5. Os montes se derreteram diante do SENHOR, e até o Sinai diante do SENHOR, Deus de Israel. 6. Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, cessaram os caminhos de se percorrerem; e os que andavam por veredas iam por caminhos torcidos. 7. Cessaram as aldeias em Israel, cessaram, até que eu, Débora, me levantei, por mãe em Israel me levantei. 8. E, se escolhia deuses novos, logo a guerra estava às portas; via-se, por isso, escudo ou lança entre quarenta mil em Israel? 9. Meu coração é para os legisladores de Israel, que voluntariamente se ofereceram entre o povo; louvai ao SENHOR. 10. Vós, os que cavalgais sobre jumentas brancas, que vos assentais em juízo e que andais pelo caminho, falai disto. 11. Onde se ouve o estrondo dos flecheiros, entre os lugares onde se tiram águas, ali falai das justiças do SENHOR, das justiças que fez às suas aldeias em Israel; então, o povo do SENHOR descia às portas. 12. Desperta, desperta, Débora, desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva presos teus prisioneiros, tu, filho de Abinoão. 13. Então, o Senhor fez dominar sobre os magníficos, entre o povo ao que ficou de resto; fez-me o SENHOR dominar sobre os valentes. 14. De Efraim saiu a sua raiz contra Amaleque; e após ti vinha Benjamim dentre os teus povos; de Maquir e Zebulom desceram os legisladores, passando com o cajado do escriba. 15. Também os principais de Issacar foram com Débora; e, como Issacar, assim também Baraque foi enviado a pé para o vale; nas correntes de Rúben foram grandes as resoluções do coração. 16. Por que ficaste tu entre os currais para ouvires os balidos dos rebanhos? Nas divisões de Rúben tiveram grandes esquadrinhações do coração. 17. Gileade se ficou dalém do Jordão, e Dã por que se deteve em navios? Aser se assentou nos portos do mar e ficou nas suas ruínas. 18. Zebulom é um povo que expôs a sua vida à morte, como também Naftali, nas alturas do campo. 19. Vieram reis e pelejaram; então, pelejaram os reis de Canaã em Taanaque, junto às águas de Megido; não tomaram ganho de prata. 20. Desde os céus pelejaram; até as estrelas desde os lugares dos seus cursos pelejaram contra Sísera. 21. O ribeiro de Quisom os arrastou, aquele antigo ribeiro, o ribeiro de Quisom. Pisaste, ó minha alma, a força. 22. Então, as unhas dos cavalos se despedaçaram pelo galopar, o galopar dos seus valentes. 23. Amaldiçoai a Meroz, diz o Anjo do SENHOR; acremente amaldiçoai os seus moradores, porquanto não vieram em socorro do SENHOR, em socorro do SENHOR, com os valorosos. 24. Bendita seja sobre as mulheres Jael, mulher de Héber, o queneu; bendita seja sobre as mulheres nas tendas. 25. Água pediu ele, leite lhe deu ela; em taça de príncipes lhe ofereceu manteiga. 26. À estaca estendeu a sua mão esquerda, e ao maço dos trabalhadores, a sua direita; e matou a Sísera e rachou-lhe a cabeça, quando lhe pregou e atravessou as fontes. 27. Entre os seus pés, se encurvou, caiu, ficou estirado; entre os seus pés, se encurvou, caiu; onde se encurvou, ali ficou abatido. 28. A mãe de Sísera olhava pela janela e exclamava pela grade: Por que tarda em vir o seu carro? Por que se demoram os passos dos seus carros? 29. As mais sábias das suas damas responderam; e até ela respondia a si mesma: 30. Porventura não achariam e repartiriam despojos? Uma ou duas moças a cada homem? Para Sísera despojos de várias cores, despojos de várias cores de bordados; de várias cores bordados de ambas as bandas, para os pescoços do despojo? 31. Assim, ó SENHOR, pereçam todos os teus inimigos! Porém os que o amam sejam como o sol quando sai na sua força. 32. E sossegou a terra quarenta anos. Juízes 6 1. Porém os filhos de Israel fizeram o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e o SENHOR os deu na mão dos midianitas por sete anos. 2. E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas que estão nos montes, e as cavernas, e as fortificações. 3. Porque sucedia que, semeando Israel, subiam os midianitas e os amalequitas; e também os do Oriente contra ele subiam. 4. E punham-se contra eles em campo, e destruíam a novidade da terra, até chegarem a Gaza, e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos. 5. Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos, em tanta multidão, que não se podiam contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na terra para a destruir. 6. Assim, Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas; então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR. 7. E sucedeu que, clamando os filhos de Israel ao SENHOR, por causa dos midianitas, 8. enviou o SENHOR um profeta aos filhos de Israel, que lhes disse: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Do Egito eu vos fiz subir e vos tirei da casa da servidão; 9. e vos livrei da mão dos egípcios e da mão de todos quantos vos oprimiam; e os expeli de diante de vós e a vós dei a sua terra; 10. e vos disse: Eu sou o SENHOR, vosso Deus; não temais aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; mas não destes ouvidos à minha voz. 11. Então, o Anjo do SENHOR veio e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para o salvar dos midianitas. 12. Então, o Anjo do SENHOR lhe apareceu e lhe disse: O SENHOR é contigo, varão valoroso. 13. Mas Gideão lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o SENHOR é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém, agora, o SENHOR nos desamparou e nos deu na mão dos midianitas. 14. Então, o SENHOR olhou para ele e disse: Vai nesta tua força e livrarás a Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu? 15. E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai. 16. E o SENHOR lhe disse: Porquanto eu hei de ser contigo, tu ferirás os midianitas como se fossem um só homem. 17. E ele lhe disse: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me um sinal de que és o que comigo falas. 18. Rogo-te que daqui te não apartes, até que eu venha a ti, e traga o meu presente, e o ponha perante ti. E disse: Eu esperarei até que voltes. 19. E entrou Gideão e preparou um cabrito e bolos asmos de um efa de farinha; a carne pôs num açafate e o caldo pôs numa panela; e trouxe-lho até debaixo do carvalho e lho apresentou. 20. Porém o Anjo de Deus lhe disse: Toma a carne e os bolos asmos, e põe- nos sobre esta penha, e verte o caldo. E assim o fez. 21. E o Anjo do SENHOR estendeu a ponta do cajado que estava na sua mão e tocou a carne e os bolos asmos; então, subiu fogo da penha e consumiu a carne e os bolos asmos; e o Anjo do SENHOR desapareceu de seus olhos. 22. Então, viu Gideão que era o Anjo do SENHOR; e disse Gideão: Ah! Senhor JEOVÁ, que eu vi o Anjo do SENHOR face a face. 23. Porém o SENHOR lhe disse: Paz seja contigo; não temas, não morrerás. 24. Então, Gideão edificou ali um altar ao SENHOR e lhe chamou SENHOR É Paz; e ainda até ao dia de hoje está em Ofra dos abiezritas. 25. E aconteceu, naquela mesma noite, que o SENHOR lhe disse: Toma o boi de teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta o bosque que está ao pé dele. 26. E edifica ao SENHOR, teu Deus, um altar no cume deste lugar forte, num lugar conveniente; e toma o segundo boi e o oferecerás em holocausto com a lenha que cortares do bosque. 27. Então, Gideão tomou dez homens dentre os seus servos e fez como o SENHOR lhe dissera; e sucedeu que, temendo ele a casa de seu pai e os homens daquela cidade, não o fez de dia, mas fê- lo de noite. 28. Levantando-se, pois, os homens daquela cidade de madrugada, eis que estava o altar de Baal derribado, e o bosque, que estava ao pé dele, cortado; e o segundo boi foi oferecido no altar de novo edificado. 29. E uns aos outros disseram: Quem fez esta coisa? E, esquadrinhando e inquirindo, disseram: Gideão, o filho de Joás, fez esta coisa. 30. Então, os homens daquela cidade disseram a Joás: Tira para fora o teu filho para que morra, pois derribou o altar de Baal e cortou o bosque que estava ao pé dele. 31. Porém Joás disse a todos os que se puseram contra ele: Contendereis vós por Baal? Livrá-lo-eis vós? Qualquer que por ele contender ainda esta manhã será morto; se é deus, por si mesmo contenda; pois derribaram o seu altar. 32. Pelo que, naquele dia, lhe chamaram Jerubaal, dizendo: Baal contenda contra ele, pois derribou o seu altar. 33. E todos os midianitas, e amalequitas, e os filhos do Oriente se ajuntaram num corpo, e passaram, e puseram o seu campo no vale de Jezreel. 34. Então, o Espírito do SENHOR revestiu a Gideão, o qual tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele. 35. E enviou mensageiros por toda a tribo de Manassés, que também se convocou após ele; também enviou mensageiros a Aser, e a Zebulom, e a Naftali, e saíram-lhe ao encontro. 36. E disse Gideão a Deus: Se hás de livrar Israel por minha mão, como tens dito, 37. eis que eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e secura sobre toda a terra, então, conhecerei que hás de livrar Israel por minha mão, como tens dito. 38. E assim sucedeu; porque, ao outro dia, se levantou de madrugada, e apertou o velo, e do orvalho do velo espremeu uma taça cheia de água. 39. E disse Gideão a Deus: Não se acenda contra mim a tua ira, se ainda falar só esta vez; rogo-te que só esta vez faça a prova com o velo; rogo-te que só no velo haja secura, e em toda a terra haja o orvalho. 40. E Deus assim o fez naquela noite, pois só no velo havia secura, e sobre toda a terra havia orvalho. Juízes 7 1. Então, Jerubaal (que é Gideão) se levantou de madrugada, e todo o povo que com ele havia, e se acamparam junto à fonte de Harode; de maneira que tinha o arraial dos midianitas para o norte, pelo outeiro de Moré, no vale. 2. E disse o SENHOR a Gideão: Muito é o povo que está contigo, para eu dar os midianitas em sua mão; a fim de que Israel se não glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou. 3. Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for covarde e medroso, que volte e vá-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então, voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram. 4. E disse o SENHOR a Gideão: Ainda muito povo há; faze-os descer às águas, e ali tos provarei; e será que aquele de que eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém todo aquele de que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá. 5. E fez descer o povo às águas. Então, o SENHOR disse a Gideão: Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. 6. E foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o resto do povo se abaixou de joelhos a beber as águas. 7. E disse o SENHOR a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei e darei os midianitas na tua mão; pelo que toda a outra gente se vá cada um ao seu lugar. 8. E o povo tomou na sua mão a provisão e as suas buzinas, e ele enviou todos os outros homens de Israel cada um à sua tenda, porém os trezentos homens reteve; e estava o arraial dos midianitas abaixo no vale. 9. E sucedeu que, naquela mesma noite, o SENHOR lhe disse: Levanta-te e desce ao arraial, porque o tenho dado na tua mão. 10. E, se ainda temes descer, desce tu e teu moço Pura ao arraial; 11. e ouvirás o que dizem, e, então, se esforçarão as tuas mãos, e descerás ao arraial. Então, desceu ele com o seu moço Pura até ao extremo das sentinelas que estavam no arraial. 12. E os midianitas, e amalequitas, e todos os filhos do Oriente jaziam no vale como gafanhotos em multidão; e eram inumeráveis os seus camelos, como a areia que há na praia do mar em multidão. 13. Chegando, pois, Gideão, eis que estava contando um homem ao seu companheiro um sonho e dizia: Eis que um sonho sonhei: eis que um pão de cevada torrado rodava pelo arraial dos midianitas, e chegava até às tendas, e as feriu, e caíram, e as transtornou de cima para baixo, e ficaram abatidas. 14. E respondeu o seu companheiro e disse: Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão, filho de Joás, varão israelita. Deus tem dado na sua mão aos midianitas e a todo este arraial. 15. E sucedeu que, ouvindo Gideão a narração deste sonho e a sua explicação, adorou; e tornou ao arraial de Israel e disse: Levantai-vos, porque o SENHOR tem dado o arraial dos midianitas nas vossas mãos. 16. Então, repartiu os trezentos homens em três esquadrões; e deu- lhes a cada um nas suas mãos buzinas e cântaros vazios, com tochas neles acesas. 17. E disse-lhes: Olhai para mim e fazei como eu fizer; e eis que, chegando eu ao extremo do arraial, será que, como eu fizer, assim fareis vós. 18. Tocando eu e todos os que comigo estiverem a buzina, então, também vós tocareis a buzina ao redor de todo o arraial e direis: Pelo SENHOR e Gideão. 19. Chegou, pois, Gideão e os cem homens que com ele iam ao extremo do arraial, ao princípio da vigília da meia-noite, havendo-se já posto as guardas; e tocaram as buzinas e partiram os cântaros que tinham nas mãos. 20. Assim, tocaram os três esquadrões as buzinas, e partiram os cântaros, e tinham nas suas mãos esquerdas as tochas acesas e nas suas mãos direitas as buzinas, que tocavam; e exclamaram: Espada do SENHOR e de Gideão. 21. E ficou-se cada um no seu lugar ao redor do arraial; então, todo o exército deitou a correr, e, gritando, fugiram. 22. Tocando, pois, os trezentos as buzinas, o SENHOR tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial; e o exército fugiu para Zererá, até Bete-Sita, até aos limites de Abel-Meolá, acima de Tabate. 23. Então, os homens de Israel, e de Naftali, e de Aser, e de todo o Manassés foram convocados e perseguiram aos midianitas. 24. Também Gideão enviou mensageiros a todas as montanhas de Efraim, dizendo: Descei ao encontro dos midianitas e tomai-lhes as águas até Bete-Bara, a saber, o Jordão. Convocados, pois, todos os homens de Efraim, tomaram- lhes as águas até Bete-Bara e Jordão. 25. E prenderam dois príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; e mataram Orebe na penha de Orebe, e Zeebe mataram no lagar de Zeebe, e perseguiram os midianitas, e trouxeram as cabeças de Orebe e de Zeebe a Gideão, dalém do Jordão. Juízes 8 1. Então, os homens de Efraim lhe disseram: Que é isto que nos fizeste, que não nos chamaste, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com ele fortemente. 2. Porém ele lhes disse: Que mais fiz eu, agora, do que vós? Não são, porventura, os rabiscos de Efraim melhores do que a vindima de Abiezer? 3. Deus vos deu na vossa mão os príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que mais pude eu logo fazer do que vós? Então, a sua ira se abrandou para com ele, quando falou esta palavra. 4. E, como Gideão veio ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo. 5. E disse aos homens de Sucote: Dai, peço-vos, alguns pedaços de pão ao povo que segue as minhas pisadas; porque estão cansados, e eu vou em alcance de Zeba e Salmuna, reis dos midianitas. 6. Porém os príncipes de Sucote disseram: Está já a palma da mão de Zeba e de Salmuna na tua mão, para que demos pão ao teu exército? 7. Então disse Gideão: Pois, quando o SENHOR der na minha mão a Zeba e a Salmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto e com os abrolhos. 8. E dali subiu a Penuel e falou-lhes da mesma maneira; e os homens de Penuel lhe responderam como os homens de Sucote lhe haviam respondido. 9. Pelo que também falou aos homens de Penuel, dizendo: Quando eu voltar em paz, derribarei esta torre. 10. Estavam, pois, Zeba e Salmuna em Carcor, e os seus exércitos com eles, uns quinze mil homens, todos os que ficaram do exército dos filhos do Oriente; e os que caíram foram cento e vinte mil homens, que arrancavam a espada. 11. E subiu Gideão pelo caminho dos que habitavam em tendas, para o oriente de Noba e Jogbeá; e feriu aquele exército, porquanto o exército estava descuidado. 12. E fugiram Zeba e Salmuna; porém ele os perseguiu, e tomou presos ambos os reis dos midianitas, a Zeba e a Salmuna, e afugentou todo o exército. 13. Voltando, pois, Gideão, filho de Joás, da peleja, antes do nascer do sol, 14. tomou preso a um moço dos homens de Sucote e lhe fez perguntas; o qual descreveu os príncipes de Sucote e os seus anciãos, setenta e sete homens. 15. Então, veio aos homens de Sucote e disse: Vedes aqui a Zeba e a Salmuna, dos quais desprezivelmente me deitastes em rosto, dizendo: Está já a palma da mão de Zeba e Salmuna na tua mão, para que demos pão aos teus homens, já cansados? 16. E tomou os anciãos daquela cidade, e espinhos do deserto, e abrolhos e com eles ensinou aos homens de Sucote. 17. E derribou a torre de Penuel e matou os homens da cidade. 18. Depois, disse a Zeba e a Salmuna: Que homens eram os que matastes em Tabor? E disseram: Qual tu, tais eram eles; cada um, na aparência, como filhos de um rei. 19. Então, disse ele: Meus irmãos eram filhos de minha mãe; vive o SENHOR, que, se os tivésseis deixado em vida, eu não vos mataria a vós. 20. E disse a Jéter, seu primogênito: Levanta-te, mata-os. Porém o jovem não arrancou da sua espada, porque temia; porquanto ainda era jovem. 21. Então, disseram Zeba e Salmuna: Levanta-te tu e acomete-nos; porque, qual o homem, tal a sua valentia. Levantou-se, pois, Gideão, e matou a Zeba e a Salmuna, e tomou as luetas que estavam no pescoço dos seus camelos. 22. Então, os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu como teu filho e o filho de teu filho; porquanto nos livraste da mão dos midianitas. 23. Porém Gideão lhes disse: Sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará; o SENHOR sobre vós dominará. 24. E disse-lhes mais Gideão: Uma petição vos farei: dai-me cada um de vós os pendentes do seu despojo (porque tinham pendentes de ouro, porquanto eram ismaelitas). 25. E disseram eles: De boa mente os daremos. E estenderam uma capa, e cada um deles deitou ali um pendente do seu despojo. 26. E foi o peso dos pendentes de ouro que pediu mil e setecentos siclos de ouro, afora as luetas, e as cadeias, e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora as coleiras que os camelos traziam ao pescoço. 27. E fez Gideão disso um éfode e pô-lo na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel se prostituiu ali após ele; e foi por tropeço a Gideão e à sua casa. 28. Assim, foram abatidos os midianitas diante dos filhos de Israel e nunca mais levantaram a sua cabeça; e sossegou a terra quarenta anos nos dias de Gideão. 29. E foi-se Jerubaal, filho de Joás, e habitou em sua casa. 30. E teve Gideão setenta filhos, que procederam dele; porque tinha muitas mulheres. 31. E sua concubina, que estava em Siquém, lhe deu também um filho; e pôs-lhe por nome Abimeleque. 32. E faleceu Gideão, filho de Joás, numa boa velhice e foi sepultado no sepulcro de seu pai Joás, em Ofra dos abiezritas. 33. E sucedeu que, quando Gideão faleceu, os filhos de Israel se tornaram, e se prostituíram após os baalins, e puseram a Baal-Berite por deus. 34. E os filhos de Israel se não lembraram do SENHOR, seu Deus, que os livrara da mão de todos os seus inimigos em redor; 35. nem usaram de beneficência com a casa de Jerubaal, a saber, de Gideão, conforme todo o bem que ele usara com Israel. Juízes 9 1. E Abimeleque, filho de Jerubaal, foi-se a Siquém, aos irmãos de sua mãe, e falou-lhes e a toda a geração da casa do pai de sua mãe, dizendo: 2. Falai, peço-vos, aos ouvidos de todos os cidadãos de Siquém: Qual é melhor para vós: que setenta homens, todos os filhos de Jerubaal, dominem sobre vós ou que um homem sobre vós domine? Lembrai-vos também de que sou osso vosso e carne vossa. 3. Então, os irmãos de sua mãe falaram acerca dele perante os ouvidos de todos os cidadãos de Siquém todas aquelas palavras; e o coração deles se inclinou para Abimeleque, porque disseram: É nosso irmão. 4. E deram-lhe setenta peças de prata, da casa de Baal-Berite; e com elas alugou Abimeleque uns homens ociosos e levianos, que o seguiram. 5. E veio à casa de seu pai, a Ofra, e matou os seus irmãos, os filhos de Jerubaal, setenta homens, sobre uma pedra. Porém Jotão, filho menor de Jerubaal, ficou, porque se tinha escondido. 6. Então, se ajuntaram todos os cidadãos de Siquém e toda Bete-Milo; e foram e levantaram a Abimeleque como rei, junto ao carvalho alto que está perto de Siquém. 7. E, dizendo-o a Jotão, foi este, e pôs-se no cume do monte de Gerizim, e levantou a sua voz, e clamou, e disse-lhes: Ouvi-me a mim, cidadãos de Siquém, e Deus vos ouvirá a vós. 8. Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós. 9. Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria a labutar sobre as árvores? 10. Então, disseram as árvores à figueira: Vem tu e reina sobre nós. 11. Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto e iria labutar sobre as árvores? 12. Então, disseram as árvores à videira: Vem tu e reina sobre nós. 13. Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria labutar sobre as árvores? 14. Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós. 15. E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis rei sobre vós, vinde e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano. 16. Agora, pois, se é que em verdade e sinceridade procedestes, fazendo rei a Abimeleque, e se bem fizestes para com Jerubaal e para com a sua casa e se com ele usastes conforme o merecimento das suas mãos 17. (porque meu pai pelejou por vós, e desprezou a sua vida, e vos livrou da mão dos midianitas; 18. porém vós hoje vos levantastes contra a casa de meu pai, e matastes a seus filhos, setenta homens, sobre uma pedra, e a Abimeleque, filho da sua serva, fizestes reinar sobre os cidadãos de Siquém, porque é vosso irmão); 19. se em verdade e sinceridade usastes com Jerubaal e com a sua casa hoje, alegrai-vos com Abimeleque, e também ele se alegre convosco. 20. Mas, se não, saia fogo de Abimeleque e consuma os cidadãos de Siquém e Bete-Milo; e saia fogo dos cidadãos de Siquém e de Bete-Milo, que consuma a Abimeleque. 21. Então, partiu Jotão, e fugiu, e foi-se a Beer; e ali habitou por medo de Abimeleque, seu irmão. 22. Havendo, pois, Abimeleque dominado três anos sobre Israel, 23. enviou Deus um mau espírito entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém; e os cidadãos de Siquém se houveram aleivosamente contra Abimeleque; 24. para que a violência feita aos setenta filhos de Jerubaal viesse, e o seu sangue caísse sobre Abimeleque, seu irmão, que os matara, e sobre os cidadãos de Siquém, que lhe corroboraram as mãos, para matar os seus irmãos. 25. E os cidadãos de Siquém puseram contra ele quem lhe armasse emboscadas sobre os cumes dos montes; e a todo aquele que passava pelo caminho junto a eles o assaltavam; e contou-se a Abimeleque. 26. Veio também Gaal, filho de Ebede, com seus irmãos, e passaram para dentro de Siquém; e os cidadãos de Siquém se fiaram nele. 27. E saíram ao campo, e vindimaram as suas vinhas, e pisaram as uvas, e fizeram canções de louvor; e foram à casa de seu Deus, e comeram, e beberam, e amaldiçoaram a Abimeleque. 28. E disse Gaal, filho de Ebede: Quem é Abimeleque, e quem é Siquém, para que o servíssemos? Não é, porventura, filho de Jerubaal? E não é Zebul o seu mordomo? servi, antes, aos homens de Hamor, pai de Siquém; pois por que razão nós o serviríamos a ele? 29. Ah! Se este povo estivera na minha mão, eu expeliria a Abimeleque. E a Abimeleque se disse: Multiplica o teu exército e sai. 30. E, ouvindo Zebul, o maioral da cidade, as palavras de Gaal, filho de Ebede, se acendeu a sua ira. 31. E enviou astutamente mensageiros a Abimeleque, dizendo: Eis que Gaal, filho de Ebede, e seus irmãos vieram a Siquém, e eis que eles fortificam esta cidade contra ti. 32. Levanta-te, pois, de noite, tu e o povo que tiveres contigo, e põe emboscadas no campo. 33. E levanta-te pela manhã, ao sair o sol, e dá de golpe sobre a cidade; e eis que, saindo ele e o povo que tiver com ele contra ti, faze-lhe como alcançar a tua mão. 34. Levantou-se, pois, Abimeleque e todo o povo que com ele havia, de noite, e puseram emboscadas contra Siquém, em quatro bandos. 35. E Gaal, filho de Ebede, saiu e pôs-se à entrada da porta da cidade; e Abimeleque e todo o povo que com ele havia se levantaram das emboscadas. 36. E, vendo Gaal aquele povo, disse a Zebul: Eis que desce gente dos cumes dos montes. Zebul, ao contrário, lhe disse: As sombras dos montes vês por homens. 37. Porém Gaal ainda tornou a falar e disse: Eis ali desce gente do meio da terra, e uma tropa vem do caminho do carvalho de Meonenim. 38. Então, lhe disse Zebul: Onde está agora a tua boca, com a qual dizias: Quem é Abimeleque, para que o servíssemos? Não é este, porventura, o povo que desprezaste? Sai, pois, peço-te, e peleja contra ele. 39. E saiu Gaal à vista dos cidadãos de Siquém e pelejou contra Abimeleque. 40. E Abimeleque o perseguiu, porquanto fugiu de diante dele; e muitos feridos caíram até à entrada da porta da cidade. 41. E Abimeleque ficou em Arumá. E Zebul expeliu a Gaal e a seus irmãos, para que não pudessem habitar em Siquém. 42. E sucedeu, no dia seguinte, que o povo saiu ao campo, e o disseram a Abimeleque. 43. Então, tomou o povo, e o repartiu em três bandos, e pôs emboscadas no campo; e olhou, e eis que o povo saía da cidade, e levantou-se contra eles e os feriu. 44. Porque Abimeleque e as tropas que com ele havia deram neles de improviso e pararam à entrada da porta da cidade; e as outras tropas deram de improviso sobre todos quantos estavam no campo e os feriram. 45. E Abimeleque pelejou contra a cidade todo aquele dia e tomou a cidade; e matou o povo que nela havia, e assolou a cidade, e a semeou de sal. 46. O que, ouvindo todos os cidadãos da torre de Siquém, entraram na fortaleza, em casa do deus Berite. 47. E contou-se a Abimeleque que todos os cidadãos da torre de Siquém se haviam congregado. 48. Subiu, pois, Abimeleque ao monte de Salmom, ele e todo o povo que com ele havia; e Abimeleque tomou na sua mão machados, e cortou um ramo das árvores, e o levantou, e pô-lo ao seu ombro, e disse ao povo que com ele havia: O que me vistes fazer, apressai-vos a fazê-lo assim como eu. 49. Assim, pois, também todo o povo, cada um cortou o seu ramo, e seguiram a Abimeleque, e os puseram junto da fortaleza, e queimaram a fogo a fortaleza com eles; de maneira que todos os da torre de Siquém morreram, uns mil homens e mulheres. 50. Então, Abimeleque foi-se a Tebes, e a sitiou, e a tomou. 51. Havia, porém, no meio da cidade uma torre forte; e todos os homens e mulheres e todos os cidadãos da cidade se acolheram a ela, e fecharam após si as portas, e subiram ao telhado da torre. 52. E Abimeleque veio até à torre, e a combateu, e chegou-se até à porta da torre, para a queimar. 53. Porém uma mulher lançou um pedaço de uma mó sobre a cabeça de Abimeleque e quebrou-lhe o crânio. 54. Então, chamou logo ao moço que levava as suas armas e disse-lhe: Desembainha a tua espada e mata-me; para que se não diga de mim: Uma mulher o matou. E seu moço o atravessou, e ele morreu. 55. Vendo, pois, os homens de Israel que já Abimeleque era morto, foram-se, cada um para o seu lugar. 56. Assim, Deus fez tornar sobre Abimeleque o mal que tinha feito a seu pai, matando os seus setenta irmãos. 57. Como também todo o mal dos homens de Siquém fez tornar sobre a cabeça deles; e a maldição de Jotão, filho de Jerubaal, veio sobre eles. Juízes 10 1. E, depois de Abimeleque, se levantou, para livrar a Israel, Tola, filho de Puá, filho de Dodô, homem de Issacar; e habitava em Samir, na montanha de Efraim. 2. E julgou a Israel vinte e três anos; e morreu e foi sepultado em Samir. 3. E, depois dele, se levantou Jair, gileadita, e julgou a Israel vinte e dois anos. 4. E tinha este trinta filhos, que cavalgavam sobre trinta jumentos; e tinham trinta cidades, a que chamaram Havote-Jair até ao dia de hoje; as quais estão na terra de Gileade. 5. E morreu Jair e foi sepultado em Camom. 6. Então, tornaram os filhos de Israel a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR e serviram aos baalins, e a Astarote, e aos deuses da Síria, e aos deuses de Sidom, e aos deuses de Moabe, e aos deuses dos filhos de Amom, e aos deuses dos filisteus; e deixaram o SENHOR e não o serviram. 7. E a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e vendeu-o em mão dos filisteus e em mão dos filhos de Amom. 8. E, naquele mesmo ano, oprimiram e vexaram aos filhos de Israel; dezoito anos oprimiram todos os filhos de Israel que estavam dalém do Jordão, na terra dos amorreus, que está em Gileade. 9. Até os filhos de Amom passaram o Jordão, para pelejar também contra Judá, e contra Benjamim, e contra a casa de Efraim; de maneira que Israel ficou mui angustiado. 10. Então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, dizendo: Contra ti havemos pecado, porque deixamos o nosso Deus e servimos aos baalins. 11. Porém o SENHOR disse aos filhos de Israel: Porventura, dos egípcios, e dos amorreus, e dos filhos de Amom, e dos filisteus, 12. e dos sidônios, e dos amalequitas, e dos maonitas, que vos oprimiam, quando a mim clamastes, não vos livrei eu então da sua mão? 13. Contudo, vós me deixastes a mim e servistes a outros deuses; pelo que não vos livrarei mais. 14. Andai e clamai aos deuses que escolhestes; que vos livrem eles no tempo do vosso aperto. 15. Mas os filhos de Israel disseram ao SENHOR: Pecamos; faze-nos conforme tudo quanto te parecer bem aos teus olhos; tão-somente te rogamos que nos livres neste dia. 16. E tiraram os deuses alheios do meio de si e serviram ao SENHOR; então, se angustiou a sua alma por causa da desgraça de Israel. 17. E os filhos de Amom se convocaram e se puseram em campo em Gileade; e também os de Israel se congregaram e se puseram em campo em Mispa. 18. Então, o povo, os príncipes de Gileade disseram uns aos outros: Quem será o varão que começará a pelejar contra os filhos de Amom? Ele será por cabeça de todos os moradores de Gileade. Juízes 11 1. Era, então, Jefté, o gileadita, valente e valoroso, porém filho de uma prostituta; mas Gileade gerara a Jefté. 2. Também a mulher de Gileade lhe deu filhos, e, sendo os filhos desta mulher já grandes, repeliram a Jefté e lhe disseram: Não herdarás em casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher. 3. Então, Jefté fugiu de diante de seus irmãos e habitou na terra de Tobe; e homens levianos se ajuntaram com Jefté e saíam com ele. 4. E aconteceu que, depois de alguns dias, os filhos de Amom pelejaram contra Israel. 5. Aconteceu, pois, que, como os filhos de Amom pelejassem contra Israel, foram os anciãos de Gileade buscar Jefté na terra de Tobe. 6. E disseram a Jefté: Vem e sê-nos por cabeça, para que combatamos contra os filhos de Amom. 7. Porém Jefté disse aos anciãos de Gileade: Porventura, não me aborrecestes a mim e não me repelistes da casa de meu pai? Por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto? 8. E disseram os anciãos de Gileade a Jefté: Por isso mesmo tornamos a ti, para que venhas conosco, e combatas contra os filhos de Amom, e nos sejas por cabeça sobre todos os moradores de Gileade. 9. Então, Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se me tornardes a levar para combater contra os filhos de Amom, e o SENHOR mos der diante de mim, então, eu vos serei por cabeça? 10. E disseram os anciãos de Gileade a Jefté: O SENHOR será testemunha entre nós, e assim o faremos conforme a tua palavra. 11. Assim, Jefté foi com os anciãos de Gileade, e o povo o pôs por cabeça e príncipe sobre si; e Jefté falou todas as suas palavras perante o SENHOR, em Mispa. 12. E enviou Jefté mensageiros ao rei dos filhos de Amom, dizendo: Que há entre mim e ti, que vieste a mim a pelejar contra a minha terra? 13. E disse o rei dos filhos de Amom aos mensageiros de Jefté: Porquanto, saindo Israel do Egito, tomou a minha terra, desde Arnom até Jaboque e ainda até ao Jordão; torna-ma, pois, agora em paz. 14. Porém Jefté prosseguiu ainda em enviar mensageiros ao rei dos filhos de Amom, 15. dizendo-lhe: Assim diz Jefté: Israel não tomou nem a terra dos moabitas nem a terra dos filhos de Amom; 16. porque, subindo Israel do Egito, andou pelo deserto até ao mar Vermelho e chegou até Cades. 17. E Israel enviou mensageiros ao rei dos edomitas, dizendo: Rogo-te que me deixes passar pela tua terra. Porém o rei dos edomitas não lhe deu ouvidos. Enviou Israel também ao rei dos moabitas, o qual também não quis; e, assim, Israel ficou em Cades. 18. Depois, andou pelo deserto, e rodeou a terra dos edomitas e a terra dos moabitas, e veio do nascente do sol à terra dos moabitas, e alojou-se dalém de Arnom; porém não entrou nos limites dos moabitas, porque Arnom é limite dos moabitas. 19. Mas Israel enviou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, rei de Hesbom; e disse-lhe Israel: Deixa-nos, peço-te, passar pela tua terra até ao meu lugar. 20. Porém Seom não se fiou em Israel para este passar nos seus limites; antes, Seom ajuntou todo o seu povo, e se acampou em Jaza, e combateu contra Israel. 21. E o SENHOR, Deus de Israel, deu a Seom com todo o seu povo na mão de Israel, e os feriram; e Israel tomou por herança toda a terra dos amorreus que habitavam naquela terra. 22. E por herança tomaram todos os limites dos amorreus, desde Arnom até Jaboque e desde o deserto até ao Jordão. 23. Assim, o SENHOR, Deus de Israel, desapossou os amorreus de diante do seu povo de Israel; e os possuirias tu? 24. Não possuirias tu aquele que Quemos, teu deus, desapossasse de diante de ti? Assim possuiremos nós todos quantos o SENHOR, nosso Deus, desapossar de diante de nós. 25. Agora, pois, és tu ainda melhor do que Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas? Porventura, contendeu ele em algum tempo com Israel ou pelejou alguma vez contra ele? 26. Enquanto Israel habitou trezentos anos em Hesbom e nas suas vilas, e em Aroer e nas suas vilas, e em todas as cidades que estão ao longo de Arnom, por que o não recuperaste naquele tempo? 27. Tampouco pequei eu contra ti! Porém tu usas mal comigo em pelejar contra mim; o SENHOR, que é juiz, julgue hoje entre os filhos de Israel e entre os filhos de Amom. 28. Porém o rei dos filhos de Amom não deu ouvidos às palavras que Jefté lhe enviou. 29. Então, o Espírito do SENHOR veio sobre Jefté, e atravessou ele por Gileade e Manassés; porque passou até Mispa de Gileade e de Mispa de Gileade passou até aos filhos de Amom. 30. E Jefté fez um voto ao SENHOR e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, 31. aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do SENHOR, e o oferecerei em holocausto. 32. Assim, Jefté passou aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o SENHOR os deu na sua mão. 33. E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim; assim foram subjugados os filhos de Amom diante dos filhos de Israel. 34. Vindo, pois, Jefté a Mispa, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela só, a única; não tinha outro filho nem filha. 35. E aconteceu que, quando a viu, rasgou as suas vestes e disse: Ah! Filha minha, muito me abateste e és dentre os que me turbam! Porque eu abri a minha boca ao SENHOR e não tornarei atrás. 36. E ela lhe disse: Pai meu, abriste tu a tua boca ao SENHOR; faze de mim como saiu da tua boca, pois o SENHOR te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom. 37. Disse mais a seu pai: Faze-me isto: deixa-me por dois meses que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras. 38. E disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses. Então, foi-se ela com as suas companheiras e chorou a sua virgindade pelos montes. 39. E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu varão. E daqui veio o costume em Israel, 40. que as filhas de Israel iam de ano em ano a lamentar a filha de Jefté, o gileadita, por quatro dias no ano. Juízes 12 1. Então, se convocaram os homens de Efraim, e passaram para o norte, e disseram a Jefté: Por que passaste a combater contra os filhos de Amom e não nos chamaste para ir contigo? Queimaremos a fogo a tua casa contigo. 2. E Jefté lhes disse: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os filhos de Amom; e chamei-vos, e não me livrastes da sua mão. 3. E, vendo eu que me não livráveis, pus a minha alma na minha mão e passei aos filhos de Amom, e o SENHOR mos entregou nas mãos; por que, pois, subistes vós hoje contra mim, para combater contra mim? 4. E ajuntou Jefté a todos os homens de Gileade e combateu com Efraim, e os homens de Gileade feriram a Efraim; porque, estando os gileaditas entre Efraim e Manassés, disseram: Fugitivos sois de Efraim. 5. Porém tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e sucedeu que, quando os fugitivos de Efraim diziam: Passarei; então, os homens de Gileade lhes diziam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não; 6. então, lhe diziam: Dize, pois, chibolete; porém ele dizia: sibolete, porque o não podia pronunciar assim bem; então, pegavam dele e o degolavam nos vaus do Jordão; e caíram de Efraim, naquele tempo, quarenta e dois mil. 7. E Jefté julgou a Israel seis anos; e Jefté, o gileadita, faleceu e foi sepultado nas cidades de Gileade. 8. E, depois dele, julgou a Israel Ibsã, de Belém. 9. E tinha este trinta filhos; e pôs fora trinta filhas; e trinta filhas trouxe de fora para seus filhos; e julgou a Israel sete anos. 10. Então, faleceu Ibsã e foi sepultado em Belém. 11. E, depois dele, julgou a Israel Elom, o zebulonita; e julgou a Israel dez anos. 12. E faleceu Elom, o zebulonita, e foi sepultado em Aijalom, na terra de Zebulom. 13. E, depois dele, julgou a Israel Abdom, filho de Hilel, o piratonita. 14. E tinha este quarenta filhos e trinta filhos de filhos, que cavalgavam sobre setenta jumentos; e julgou a Israel oito anos. 15. Então faleceu Abdom, filho de Hilel, o piratonita, e foi sepultado em Piratom, na terra de Efraim, no monte dos amalequitas. Juízes 13 1. E os filhos de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR, e o SENHOR os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos. 2. E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher era estéril e não tinha filhos. 3. E o Anjo do SENHOR apareceu a esta mulher e disse-lhe: Eis que, agora, és estéril e nunca tens concebido; porém conceberás e terás um filho. 4. Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda. 5. Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus. 6. Então, a mulher entrou e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a mim, cuja vista era semelhante à vista de um anjo de Deus, terribilíssima; e não lhe perguntei de onde era, nem ele me disse o seu nome. 7. Porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho; agora, pois, não bebas vinho nem bebida forte e não comas coisa imunda; porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre até o dia da sua morte. 8. Então, Manoá orou instantemente ao SENHOR e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer. 9. E Deus ouviu a voz de Manoá; e o Anjo de Deus veio outra vez à mulher, e ela estava no campo, porém não estava com ela seu marido Manoá. 10. Apressou-se, pois, a mulher, e correu, e noticiou a seu marido, e disse-lhe: Eis que aquele homem que veio a mim no outro dia me apareceu. 11. Então, Manoá levantou-se, e seguiu a sua mulher, e veio àquele homem, e disse-lhe: És tu aquele homem que falaste a esta mulher? E disse: Eu sou. 12. Então, disse Manoá: Cumpram-se as tuas palavras; mas qual será o modo de viver e serviço do menino? 13. E disse o Anjo do SENHOR a Manoá: De tudo quanto eu disse à mulher se guardará ela. 14. De tudo quanto procede da vide não comerá, nem vinho, nem bebida forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará. 15. Então, Manoá disse ao Anjo do SENHOR: Ora, deixa que te detenhamos e te preparemos um cabrito. 16. Porém o Anjo do SENHOR disse a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e, se fizeres holocausto, o oferecerás ao SENHOR. Porque não sabia Manoá que fosse o Anjo do SENHOR. 17. E disse Manoá ao Anjo do SENHOR: Qual é o teu nome? Para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos. 18. E o Anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso? 19. Então, Manoá tomou um cabrito e uma oferta de manjares e os ofereceu sobre uma penha ao SENHOR; e agiu o Anjo maravilhosamente, vendo- o Manoá e sua mulher. 20. E sucedeu que, subindo a chama do altar para o céu, o Anjo do SENHOR subiu na chama do altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre seu rosto. 21. E nunca mais apareceu o Anjo do SENHOR a Manoá, nem à sua mulher; então, conheceu Manoá que era o Anjo do SENHOR. 22. E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto Deus. 23. Porém sua mulher lhe disse: Se o SENHOR nos quisera matar, não aceitaria da nossa mão o holocausto e a oferta de manjares, nem nos mostraria tudo isto, nem nos deixaria ouvir tais coisas neste tempo. 24. Depois, teve esta mulher um filho e chamou o seu nome Sansão; e o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou. 25. E o Espírito do SENHOR o começou a impelir de quando em quando para o campo de Dã, entre Zorá e Estaol. Juízes 14 1. E desceu Sansão a Timna; e, vendo em Timna a uma mulher das filhas dos filisteus, 2. subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timna, das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher. 3. Porém seu pai e sua mãe lhe disseram: Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse Sansão a seu pai: Tomai-me esta, porque ela agrada aos meus olhos. 4. Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do SENHOR; pois buscava ocasião contra os filisteus, porquanto, naquele tempo, os filisteus dominavam sobre Israel. 5. Desceu, pois, Sansão com seu pai e com sua mãe a Timna; e, chegando às vinhas de Timna, eis que um filho de leão, bramando, lhe saiu ao encontro. 6. Então, o Espírito do SENHOR se apossou dele tão possantemente, que o fendeu de alto a baixo, como quem fende um cabrito, sem ter nada na sua mão; porém nem a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que tinha feito. 7. E desceu e falou àquela mulher, e agradou aos olhos de Sansão. 8. E, depois de alguns dias, voltou ele para a tomar; e, apartando-se do caminho a ver o corpo do leão morto, eis que, no corpo do leão, havia um enxame de abelhas com mel. 9. E tomou-o nas suas mãos e foi-se andando e comendo dele; e foi-se a seu pai e à sua mãe e deu-lhes dele, e comeram; porém não lhes deu a saber que tomara o mel do corpo do leão. 10. Descendo, pois, seu pai àquela mulher, fez Sansão ali um banquete, porque assim o costumavam fazer os jovens. 11. E sucedeu que, como o vissem, tomaram trinta companheiros para estarem com ele. 12. Disse-lhes, pois, Sansão: Eu vos darei um enigma a adivinhar, e, se nos sete dias das bodas mo declarardes e descobrirdes, vos darei trinta lençóis e trinta mudas de vestes. 13. E, se mo não puderdes declarar, vós me dareis a mim os trinta lençóis e as trinta mudas de vestes. E eles lhe disseram: Dá- nos o teu enigma a adivinhar, para que o ouçamos. 14. Então, lhes disse: Do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte. E em três dias não puderam declarar o enigma. 15. E sucedeu que, ao sétimo dia, disseram à mulher de Sansão: Persuade a teu marido que nos declare o enigma, para que, porventura, não queimemos a fogo a ti e à casa de teu pai; chamastes-nos vós aqui para possuir o que é nosso, não é assim? 16. E a mulher de Sansão chorou diante dele e disse: Tão- somente me aborreces e não me amas; pois deste aos filhos do meu povo um enigma a adivinhar e ainda mo não declaraste a mim. E ele lhe disse: Eis que nem a meu pai nem à minha mãe o declarei e to declararia a ti? 17. E chorou diante dele os sete dias em que celebravam as bodas; sucedeu, pois, que, ao sétimo dia, lho declarou, porquanto o importunava; então, ela declarou o enigma aos filhos do seu povo. 18. Disseram-lhe, pois, os homens daquela cidade, ao sétimo dia, antes de se pôr o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leão? E ele lhes disse: Se vós não lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma. 19. Então, o Espírito do SENHOR tão possantemente se apossou dele, que desceu aos asquelonitas, e matou deles trinta homens, e tomou as suas vestes, e deu as mudas de vestes aos que declararam o enigma; porém acendeu-se a sua ira, e subiu à casa de seu pai. 20. E a mulher de Sansão foi dada ao seu companheiro, que o acompanhava. Juízes 15 1. E aconteceu, depois de alguns dias, que na sega do trigo Sansão visitou a sua mulher com um cabrito e disse: Entrarei na câmara à minha mulher. Porém o pai dela não o deixou entrar. 2. Porque disse seu pai: Por certo dizia eu que de todo a aborrecias; de sorte que a dei ao teu companheiro; porém não é sua irmã mais nova mais formosa do que ela? Toma-a, pois, em seu lugar. 3. Então, Sansão disse acerca deles: Inocente sou esta vez para com os filisteus, quando lhes fizer algum mal. 4. E foi Sansão, e tomou trezentas raposas, e, tomando tições, as virou cauda a cauda, e lhes pôs um tição no meio de cada duas caudas. 5. E chegou fogo aos tições, e largou-as na seara dos filisteus, e assim abrasou os molhos com a sega do trigo e as vinhas com os olivais. 6. Então, disseram os filisteus: Quem fez isto? E disseram: Sansão, o genro do timnita, porque lhe tomou a sua mulher e a deu a seu companheiro. Então, subiram os filisteus e queimaram a ela e a seu pai. 7. Então, lhes disse Sansão: Assim o havíeis de fazer? Pois, havendo-me vingado eu de vós, então, cessarei. 8. E feriu-os com grande ferimento, perna juntamente com coxa; e desceu e habitou no cume da rocha de Etã. 9. Então, os filisteus subiram, e acamparam-se contra Judá, e estenderam-se por Leí. 10. E disseram os homens de Judá: Por que subistes contra nós? E eles disseram: Subimos para amarrar Sansão, para lhe fazer a ele como ele nos fez a nós. 11. Então, três mil homens de Judá desceram até à cova da rocha de Etã e disseram a Sansão: Não sabias tu que os filisteus dominam sobre nós? Por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes disse: Assim como eles me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles. 12. E disseram-lhe: Descemos para te amarrar, para te entregar nas mãos dos filisteus. Então, Sansão lhes disse: Jurai-me que vós mesmos me não acometereis. 13. E eles lhe falaram, dizendo: Não, mas fortemente te amarraremos e te entregaremos na sua mão; porém, de maneira nenhuma, te mataremos. E amarraram-no com duas cordas novas e fizeram-no subir da rocha. 14. E, vindo ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando; porém o Espírito do SENHOR possantemente se apossou dele, e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de linho que estão queimados, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos. 15. E achou uma queixada fresca de um jumento, e estendeu a sua mão, e tomou-a, e feriu com ela mil homens. 16. Então, disse Sansão: Com uma queixada de jumento um montão, dois montões; com uma queixada de jumento feri a mil homens. 17. E aconteceu que, acabando ele de falar, lançou a queixada da sua mão e chamou àquele lugar Ramate-Leí. 18. E, como tivesse grande sede, clamou ao SENHOR e disse: Pela mão do teu servo tu deste esta grande salvação; morrerei eu, pois, agora de sede e cairei na mão destes incircuncisos? 19. Então, o SENHOR fendeu a caverna que estava em Leí; e saiu dela água, e bebeu; e o seu espírito tornou, e reviveu; pelo que chamou o seu nome: A Fonte Do Que Clama, a qual está em Leí até ao dia de hoje. 20. E julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos. Juízes 16 1. E foi-se Sansão a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela. 2. E foi dito aos gazitas: Sansão entrou aqui. Foram, pois, em roda e toda a noite lhe puseram espias à porta da cidade; porém toda a noite estiveram sossegados, dizendo: Até à luz da manhã esperaremos; então, o mataremos. 3. Porém Sansão deitou-se até à meia-noite, e à meia-noite se levantou, e travou das portas da entrada da cidade com ambas as umbreiras, e juntamente com a tranca as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima, até ao cume do monte que está defronte de Hebrom. 4. E, depois disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila. 5. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ela e lhe disseram: Persuade-o e vê em que consiste a sua grande força e com que poderíamos assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos cada um mil e cem moedas de prata. 6. Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir. 7. Disse-lhe Sansão: Se me amarrassem com sete vergas de vimes frescos, que ainda não estivessem secos, então, me enfraqueceria e seria como qualquer outro homem. 8. Então, os príncipes dos filisteus lhe trouxeram sete vergas de vimes frescos, que ainda não estavam secos; e amarrou-o com elas. 9. E os espias estavam assentados com ela numa câmara. Então, ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. Então, quebrou as vergas de vimes, como se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim, não se soube em que consistia a sua força. 10. Então, disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim e me disseste mentiras; ora, declara-me, agora, com que poderias ser amarrado. 11. E ele lhe disse: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, com que se não houvesse feito obra nenhuma, então, me enfraqueceria e seria como qualquer outro homem. 12. Então, Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E os espias estavam assentados numa câmara. Então, as quebrou de seus braços, como um fio. 13. E disse Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim e me disseste mentiras; declara-me pois, agora com que poderias ser amarrado? E ele lhe disse: Se teceres sete tranças dos cabelos da minha cabeça com os liços da teia. 14. E ela as fixou com uma estaca e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. Então, despertou do seu sono e arrancou a estaca das tranças tecidas, juntamente com o liço da teia. 15. Então, ela lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o teu coração? Já três vezes zombaste de mim e ainda me não declaraste em que consiste a tua força. 16. E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras e molestando-o, a sua alma se angustiou até à morte. 17. E descobriu-lhe todo o seu coração e disse-lhe: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria e seria como todos os mais homens. 18. Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seu coração, enviou e chamou os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez, porque, agora, me descobriu ele todo o seu coração. E os príncipes dos filisteus subiram a ela e trouxeram o dinheiro na sua mão. 19. Então, ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força. 20. E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou do seu sono e disse: Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei. Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele. 21. Então, os filisteus pegaram nele, e lhe arrancaram os olhos, e fizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duas cadeias de bronze, e andava ele moendo no cárcere. 22. E o cabelo da sua cabeça lhe começou a crescer, como quando foi rapado. 23. Então, os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecerem um grande sacrifício ao seu deus Dagom e para se alegrarem e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo. 24. Semelhantemente, vendo-o o povo, louvavam ao seu deus, porque diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo, e o que destruía a nossa terra, e o que multiplicava os nossos mortos. 25. E sucedeu que, alegrando-se-lhes o coração, disseram: Chamai Sansão, para que brinque diante de nós. E chamaram Sansão do cárcere, e brincou diante deles, e fizeram-no estar em pé entre as colunas. 26. Então, disse Sansão ao moço que o tinha pela mão: Guia-me para que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a elas. 27. Ora, estava a casa cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os príncipes dos filisteus, e sobre o telhado havia alguns três mil homens e mulheres, que estavam vendo brincar Sansão. 28. Então, Sansão clamou ao SENHOR e disse: Senhor JEOVÁ, peço-te que te lembres de mim e esforça-me agora, só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos. 29. Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e arrimou-se sobre elas, com a sua mão direita numa e com a sua esquerda na outra. 30. E disse Sansão: Morra eu com os filisteus! E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; e foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara na sua vida. 31. Então, seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai; e julgou ele a Israel vinte anos. Juízes 17 1. E havia um homem da montanha de Efraim cujo nome era Mica, 2. o qual disse à sua mãe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, por cuja causa deitavas maldições e também as disseste em meus ouvidos, eis que esse dinheiro eu o tenho, eu o tomei. Então, disse sua mãe: Bendito seja meu filho do SENHOR. 3. Assim, restituiu as mil e cem moedas de prata à sua mãe; porém sua mãe disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao SENHOR para meu filho, para fazer uma imagem de escultura e de fundição; de sorte que agora to tornarei a dar. 4. Porém ele restituiu aquele dinheiro a sua mãe, e sua mãe tomou duzentas moedas de prata e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem de escultura e de fundição, e esteve em casa de Mica. 5. E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote. 6. Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos. 7. E havia um jovem de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita e peregrinava ali. 8. E este homem partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer que achasse comodidade; chegando ele, pois, à montanha de Efraim, até à casa de Mica, seguindo o seu caminho, 9. disse-lhe Mica: De onde vens? E ele lhe disse: Sou levita de Belém de Judá e vou peregrinar aonde quer que achar comodidade. 10. Então, lhe disse Mica: Fica comigo e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez moedas de prata, e vestuário, e o teu sustento. E o levita entrou. 11. E consentiu o levita em ficar com aquele homem; e este jovem lhe foi como um de seus filhos. 12. E consagrou Mica ao levita, e aquele jovem lhe foi por sacerdote; e esteve em casa de Mica. 13. Então, disse Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem, porquanto tenho um levita por sacerdote. Juízes 18 1. Naqueles dias, não havia rei em Israel, e nos mesmos dias a tribo dos danitas buscava para si herança para habitar; porquanto até àquele dia entre as tribos de Israel lhe não havia caído em herança bastante sorte. 2. E enviaram os filhos de Dã da sua tribo cinco homens dos seus confins, homens valorosos, de Zorá e de Estaol, a espiar e rastejar a terra; e lhes disseram: Ide, rastejai a terra. E vieram à montanha de Efraim, até à casa de Mica, e passaram ali a noite. 3. E, quando eles estavam junto da casa de Mica, conheceram a voz do jovem, do levita; e chegaram-se para lá e lhe disseram: Quem te trouxe aqui, que fazes aqui e que é o que tens aqui? 4. E ele lhes disse: Assim e assim me tem feito Mica; pois me tem assalariado, e eu lhe sirvo de sacerdote. 5. Então, lhe disseram: Ora, pergunta a Deus, para que possamos saber se prosperará o caminho que levamos. 6. E disse-lhes o sacerdote: Ide em paz; o caminho que levardes está perante o SENHOR. 7. Então, foram-se aqueles cinco homens e vieram a Laís; e viram que o povo que havia no meio dela estava seguro, conforme o costume dos sidônios, quieto e confiado; nem havia possessor algum do reino que, por coisa alguma, envergonhasse a alguém naquela terra; também estavam longe dos sidônios e não tinham que fazer com ninguém. 8. Então, voltaram a seus irmãos, a Zorá e a Estaol; e seus irmãos lhes disseram: Que dizeis vós? 9. E eles disseram: Levantai-vos, e subamos a eles; porque examinamos a terra, e eis que é muitíssimo boa; pois estareis tranqüilos? Não sejais preguiçosos em irdes para entrar a possuir esta terra. 10. Quando lá chegardes, vereis um povo confiado, e a terra é larga de extensão; porque Deus vo-la entregou na mão; lugar em que não há falta de coisa alguma que há na terra. 11. Então, partiram dali, da tribo dos danitas, de Zorá e de Estaol, seiscentos homens armados de armas de guerra. 12. E subiram e acamparam-se em Quiriate-Jearim, em Judá; pelo que chamaram a este lugar Maané-Dã, até ao dia de hoje; eis que está por detrás de Quiriate-Jearim. 13. E dali passaram à montanha de Efraim; e vieram até à casa de Mica. 14. Então, responderam os cinco homens que foram espiar a terra de Laís e disseram a seus irmãos: Sabeis vós também que naquelas casas há um éfode, e terafins, e uma imagem de escultura, e uma de fundição. Vede, pois, agora, o que haveis de fazer. 15. Então, foram para lá, e vieram à casa do jovem, o levita, em casa de Mica, e o saudaram. 16. E os seiscentos homens, que eram dos filhos de Dã, armados de suas armas de guerra, ficaram à entrada da porta. 17. Porém, subindo os cinco homens, que foram espiar a terra, entraram nela, e tomaram a imagem de escultura, e o éfode, e os terafins, e a imagem de fundição, ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos homens que estavam armados com as armas de guerra. 18. Entrando eles, pois, em casa de Mica e tomando a imagem de escultura, e o éfode, e os terafins, e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo? 19. E eles lhe disseram: Cala-te, e põe a mão na boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e sacerdote; é- te melhor que sejas sacerdote da casa de um só homem do que ser sacerdote de uma tribo e de uma geração em Israel? 20. Então, alegrou-se o coração do sacerdote, e tomou o éfode, e os terafins, e a imagem de escultura, e entrou no meio do povo. 21. Assim, viraram, e partiram, e os meninos, e o gado, e a bagagem puseram diante de si. 22. E, estando já longe da casa de Mica, os homens que estavam nas casas junto à casa de Mica se reuniram e alcançaram os filhos de Dã. 23. E clamaram após os filhos de Dã, os quais viraram o seu rosto e disseram a Mica: Que tens, que assim convocaste esse povo? 24. Então, ele disse: Os meus deuses, que eu fiz, me tomastes, juntamente com o sacerdote, e vos fostes; que mais me fica agora? Como, pois, me dizeis: Que é o que tens? 25. Porém os filhos de Dã lhe disseram: Não nos faças ouvir a tua voz, para que, porventura, homens de ânimo amargoso não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida e a vida dos da tua casa. 26. Assim, seguiram o seu caminho os filhos de Dã, e Mica, vendo que eram mais fortes do que ele, voltou e tornou-se a sua casa. 27. Eles, pois, tomaram o que Mica tinha feito e o sacerdote que tivera, e vieram a Laís, a um povo quieto e confiado, e os feriram a fio de espada, e queimaram a cidade a fogo. 28. E ninguém houve que os livrasse, porquanto estavam longe de Sidom e não tinham que fazer com ninguém, e a cidade estava no vale que está junto a Bete-Reobe; depois, reedificaram a cidade e habitaram nela. 29. E chamaram o nome da cidade Dã, conforme o nome de Dã, seu pai, que nascera a Israel, sendo, porém, dantes, o nome desta cidade Laís. 30. E os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem de escultura, e Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra. 31. Assim, pois, a imagem de escultura, que fizera Mica, estabeleceram para si, todos os dias que a casa de Deus esteve em Siló. Juízes 19 1. Aconteceu também, naqueles dias em que não havia rei em Israel, que houve um homem levita, que, peregrinando aos lados da montanha de Efraim, tomou para si uma mulher concubina, de Belém de Judá. 2. Porém a sua concubina adulterou contra ele, e foi dele para casa de seu pai, a Belém de Judá, e esteve ali alguns dias, a saber, quatro meses. 3. E seu marido se levantou e partiu após ela, para lhe falar conforme o seu coração e para tornar a trazê-la; e o seu moço e um par de jumentos iam com ele, e ela o levou à casa de seu pai, e, vendo-o o pai da moça, alegrou-se ao encontrar-se com ele. 4. E seu sogro, o pai da moça, o deteve e ficou com ele três dias; e comeram, e beberam, e passaram ali a noite. 5. E sucedeu que, ao quarto dia pela manhã, madrugaram, e ele levantou-se para partir; então, o pai da moça disse a seu genro: Conforta o teu coração com um bocado de pão, e depois partireis. 6. Assentaram-se, pois, e comeram ambos juntos, e beberam; e disse o pai da moça ao homem: Peço-te que ainda esta noite queiras passá-la aqui, e alegre-se o teu coração. 7. Porém o homem levantou-se para partir, mas seu sogro o constrangeu a tornar a passar ali a noite. 8. E, madrugando ao quinto dia pela manhã para partir, disse o pai da moça: Ora, conforta o teu coração. E detiveram-se até já declinar o dia e ambos juntos comeram. 9. Então, o homem levantou-se para partir, ele, e a sua concubina, e o seu moço; e disse-lhe seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia se abaixa, e já a tarde vem entrando; peço-te que aqui passes a noite; eis que já o dia vai acabando; passa aqui a noite, e que o teu coração se alegre; e, amanhã de madrugada, levantai-vos a caminhar, e vai-te para a tua tenda. 10. Porém o homem não quis ali passar a noite, mas levantou-se, e partiu, e veio até defronte de Jebus (que é Jerusalém), e com ele o par de jumentos albardados, como também a sua concubina. 11. Estando, pois, já perto de Jebus, e tendo-se já declinado muito o dia, disse o moço a seu senhor: Caminhai agora, e retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus e passemos ali a noite. 12. Porém disse-lhe seu senhor: Não nos retiraremos a nenhuma cidade estranha, que não seja dos filhos de Israel; mas passaremos até Gibeá. 13. Disse mais a seu moço: Caminha, e cheguemos a um daqueles lugares e passemos a noite em Gibeá ou em Ramá. 14. Passaram, pois, adiante e caminharam, e o sol se lhes pôs junto a Gibeá, que é cidade de Benjamim. 15. E retiraram-se para lá, para entrarem a passar a noite em Gibeá; e, entrando ele, assentou-se na praça da cidade, porque não houve quem os recolhesse em casa para ali passarem a noite. 16. E eis que um homem velho vinha à tarde do seu trabalho do campo; e era este homem da montanha de Efraim, mas peregrinava em Gibeá; eram, porém, os homens deste lugar filhos de Benjamim. 17. Levantando ele, pois, os olhos, viu a este passageiro na praça da cidade; e disse o velho: Para onde vais e de onde vens? 18. E ele lhe disse: Passamos de Belém de Judá até aos lados da montanha de Efraim, de onde sou, porquanto fui a Belém de Judá; porém, agora, vou à casa do SENHOR, e ninguém há que me recolha em casa, 19. ainda que há palha e pasto para os nossos jumentos, e também pão e vinho há para mim, e para a tua serva, e para o moço que vem com os teus servos; de coisa nenhuma há falta. 20. Então, disse o velho: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu cargo; tão-somente não passes a noite na praça. 21. E trouxe-o a sua casa e deu pasto aos jumentos; e, lavando-se os pés, comeram e beberam. 22. Estando eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos. 23. E o homem, senhor da casa, saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos meus! Ora, não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, não façais tal loucura. 24. Eis que a minha filha virgem e a concubina dele tirarei para fora; humilhai-as a elas e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais loucura semelhante. 25. Porém aqueles homens não o quiseram ouvir; então, aquele homem pegou da sua concubina e lha tirou para fora; e eles a conheceram, e abusaram dela toda a noite até pela manhã, e, subindo a alva, a deixaram. 26. E, ao romper da manhã, veio a mulher, e caiu à porta da casa daquele homem, onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro. 27. E, levantando-se seu senhor pela manhã, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o limiar. 28. E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém não respondeu; então, pô-la sobre o jumento, e levantou-se o homem, e foi-se para o seu lugar. 29. Chegando, pois, à sua casa, tomou um cutelo, e pegou na sua concubina, e a despedaçou com os seus ossos em doze partes e enviou-os por todos os termos de Israel. 30. E sucedeu que cada um que tal via dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito, até ao dia de hoje; ponderai isto no coração, considerai e falai. Juízes 20 1. Então, todos os filhos de Israel saíram, e a congregação se ajuntou, como se fora um só homem, desde Dã até Berseba, como também a terra de Gileade, ao SENHOR, em Mispa. 2. E, dos cantos de todo o povo, se apresentaram de todas as tribos de Israel na congregação do povo de Deus quatrocentos mil homens de pé que arrancavam a espada. 3. (Ouviram, pois, os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a Mispa.) E disseram os filhos de Israel: Falai, como sucedeu esta maldade? 4. Então, respondeu o homem levita, marido da mulher que fora morta, e disse: Cheguei com a minha concubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a noite; 5. e os cidadãos de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram a casa de noite, e intentaram matar-me, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu. 6. Então, peguei na minha concubina, e fi-la em pedaços, e a enviei por toda a terra da herança de Israel, porquanto fizeram tal malefício e loucura em Israel. 7. Eis que todos sois filhos de Israel; dai aqui a vossa palavra e conselho. 8. Então, todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós irá à sua tenda nem nenhum de nós se retirará à sua casa. 9. Porém isto é o que faremos a Gibeá: procederemos contra ela por sorte. 10. E tomaremos dez homens de cem de todas as tribos de Israel, e cem de mil, e mil de dez mil, para tomarem mantimento para o povo, para que, vindo eles a Gibeá de Benjamim, lhe façam conforme toda a loucura que tem feito em Israel. 11. Assim, ajuntaram-se contra esta cidade todos os homens de Israel, aliados como um só homem. 12. E as tribos de Israel enviaram homens por toda a tribo de Benjamim, dizendo: Que maldade é esta que se fez entre vós? 13. Dai- nos, pois, agora, aqueles homens filhos de Belial, que estão em Gibeá, para que os matemos e tiremos de Israel o mal; porém os filhos de Benjamim não quiseram ouvir a voz de seus irmãos, os filhos de Israel. 14. Antes, os filhos de Benjamim se ajuntaram das cidades em Gibeá, para saírem a pelejar contra os filhos de Israel. 15. E contaram-se naquele dia os filhos de Benjamim, das cidades, vinte e seis mil homens que arrancavam a espada, afora os moradores de Gibeá, de que se contaram setecentos homens escolhidos. 16. Entre todo este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais todos atiravam com a funda uma pedra a um cabelo e não erravam. 17. E contaram-se dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que arrancavam da espada, e todos eles, homens de guerra. 18. E levantaram-se os filhos de Israel, e subiram a Betel, e perguntaram a Deus, e disseram: Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim? E disse o SENHOR: Judá subirá primeiro. 19. Levantaram-se, pois, os filhos de Israel pela manhã e acamparam-se contra Gibeá. 20. E os homens de Israel saíram à peleja contra Benjamim; e ordenaram os homens de Israel contra eles a peleja ao pé de Gibeá. 21. Então, os filhos de Benjamim saíram de Gibeá e derribaram por terra, naquele dia, vinte e dois mil homens de Israel. 22. Porém esforçou-se o povo dos homens de Israel, e tornaram a ordenar a peleja no lugar onde no primeiro dia a tinham ordenado. 23. E subiram os filhos de Israel, e choraram perante o SENHOR até à tarde, e perguntaram ao SENHOR, dizendo: Tornar-me-ei a chegar à peleja contra os filhos de Benjamim, meu irmão? E disse o SENHOR: Subi contra ele. 24. Chegaram-se, pois, os filhos de Israel aos filhos de Benjamim, no dia seguinte. 25. Também os de Benjamim no dia seguinte lhes saíram ao encontro fora de Gibeá e derribaram ainda por terra mais dezoito mil homens, todos dos que arrancavam a espada. 26. Então, todos os filhos de Israel, todo o povo, subiram, e vieram a Betel, e choraram, e estiveram ali perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia até à tarde, e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR. 27. E os filhos de Israel perguntaram ao SENHOR (porquanto a arca do concerto de Deus estava ali naqueles dias; 28. e Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, estava perante ele naqueles dias), dizendo: Sairei ainda mais a pelejar contra os filhos de Benjamim, meu irmão, ou pararei? E disse o SENHOR: Subi, que amanhã eu to entregarei na mão. 29. Então, Israel pôs emboscadas em redor de Gibeá. 30. E subiram os filhos de Israel, ao terceiro dia, contra os filhos de Benjamim e ordenaram a peleja junto a Gibeá, como das outras vezes. 31. Então, os filhos de Benjamim saíram ao encontro do povo, e desviaram-se da cidade, e começaram a ferir alguns do povo, atravessando-os, como das outras vezes, pelos caminhos (um dos quais sobe para Betel, e o outro, para Gibeá pelo campo), alguns trinta dos homens de Israel. 32. Então, os filhos de Benjamim disseram: Vão derrotados diante de nós como dantes. Porém os filhos de Israel disseram: Fujamos e desviemo-los da cidade para os caminhos. 33. Então, todos os homens de Israel se levantaram do seu lugar e ordenaram a peleja em Baal-Tamar; e a emboscada de Israel saiu do seu lugar, da caverna de Gibeá. 34. E dez mil homens escolhidos de todo o Israel vieram contra Gibeá, e a peleja se engravesceu; porém eles não sabiam que o mal lhes tocaria. 35. Então, feriu o SENHOR a Benjamim diante de Israel; e desfizeram os filhos de Israel, naquele dia, vinte e cinco mil e cem homens de Benjamim, todos dos que arrancavam espada. 36. E viram os filhos de Benjamim que estavam feridos, porque os homens de Israel deram lugar aos benjamitas, porquanto estavam confiados na emboscada que haviam posto contra Gibeá. 37. E a emboscada se apressou e acometeu a Gibeá; e a emboscada arremeteu contra ela e feriu a fio de espada toda a cidade. 38. E os homens de Israel tinham um sinal determinado com a emboscada, que era fazerem levantar da cidade uma grande nuvem de fumaça. 39. Viraram-se, pois, os homens de Israel na peleja, e já Benjamim começava a ferir, dos homens de Israel, quase trinta homens, atravessando-os, porque diziam: Já infalivelmemte estão derrotados diante de nós, como na peleja passada. 40. Então, a nuvem de fumaça se começou a levantar da cidade, como uma coluna de fumaça; e, virando-se Benjamim a olhar para trás de si, eis que a fumaça da cidade subia ao céu. 41. E os homens de Israel viraram o rosto, e os homens de Benjamim pasmaram, porque viram que o mal lhes tocaria. 42. E viraram as costas diante dos homens de Israel, para o caminho do deserto; porém a peleja os apertou, e os das cidades os desfizeram no meio deles. 43. E cercaram a Benjamim, e o seguiram, e à vontade o pisaram, até diante de Gibeá, para o nascente do sol. 44. E caíram de Benjamim dezoito mil homens, todos estes sendo homens valentes. 45. Então, viraram as costas e fugiram para o deserto, à penha de Rimom; apanharam ainda deles pelos caminhos uns cinco mil homens, e de perto os seguiram até Gidom, e feriram deles dois mil homens. 46. E todos os que de Benjamim caíram, naquele dia, foram vinte e cinco mil homens que arrancavam a espada, todos eles homens valentes. 47. Porém seiscentos homens viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom, e ficaram na penha de Rimom quatro meses. 48. E os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim, e os feriram a fio de espada, desde os homens da cidade até aos animais, tudo quanto ali se achava, e também a todas as cidades quantas se acharam puseram a fogo. Juízes 21 1. Ora, tinham jurado os homens de Israel em Mispa, dizendo: Nenhum de nós dará sua filha por mulher aos benjamitas. 2. Veio, pois, o povo a Betel, e ali ficaram até à tarde diante de Deus, e levantaram a sua voz, e prantearam com grande pranto. 3. E disseram: Ah! SENHOR, Deus de Israel, por que sucedeu isto em Israel, que hoje falte uma tribo em Israel? 4. E sucedeu que, no dia seguinte, o povo pela manhã se levantou, e edificou ali um altar, e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas. 5. E disseram os filhos de Israel: Quem de todas as tribos de Israel não subiu ao ajuntamento ao SENHOR? Porque se tinha feito um grande juramento acerca dos que não viessem ao SENHOR a Mispa, dizendo: Morrerá certamente. 6. E arrependeram-se os filhos de Israel acerca de Benjamim, seu irmão, e disseram: Cortada é hoje de Israel uma tribo. 7. Que faremos, acerca de mulheres, com os que ficaram de resto, pois nós temos jurado pelo SENHOR que nenhuma de nossas filhas lhes daríamos por mulheres? 8. E disseram: Há alguma das tribos de Israel que não subisse ao SENHOR a Mispa? E eis que ninguém de Jabes-Gileade viera ao arraial, à congregação. 9. Porquanto o povo se contou, e eis que nenhum dos moradores de Jabes-Gileade se achou ali. 10. Então, o ajuntamento enviou lá doze mil homens dos mais valentes e lhes ordenou, dizendo: Ide e a fio de espada feri aos moradores de Jabes-Gileade, e às mulheres, e aos meninos. 11. Porém isto é o que haveis de fazer: a todo varão e a toda mulher que se houver deitado com um homem totalmente destruireis. 12. E acharam entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens, que não conheceram homem deitando-se com varão; e as trouxeram ao arraial, a Siló, que está na terra de Canaã. 13. Então, todo o ajuntamento enviou, e falou aos filhos de Benjamim, que estavam na penha de Rimom, e lhes proclamou a paz. 14. E, ao mesmo tempo, voltaram os benjamitas, e deram-lhes as mulheres que haviam guardado com vida, das mulheres de Jabes-Gileade; porém estas ainda lhes não bastaram. 15. Então, o povo se arrependeu por causa de Benjamim, porquanto o SENHOR tinha feito abertura nas tribos de Israel. 16. E disseram os anciãos do ajuntamento: Que faremos acerca de mulheres para os que ficaram de resto, pois estão destruídas as mulheres de Benjamim? 17. Disseram mais: A herança dos que ficaram de resto é de Benjamim, e nenhuma tribo de Israel deve ser destruída. 18. Porém nós não lhes poderemos dar mulheres de nossas filhas, porque os filhos de Israel juraram, dizendo: Maldito aquele que der mulher aos benjamitas. 19. Então, disseram: Eis que, de ano em ano, há solenidade do SENHOR, em Siló, que se celebra para o norte de Betel, da banda do nascente do sol, pelo caminho alto que sobe de Betel a Siquém, e para o sul de Lebona. 20. E mandaram aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide e emboscai-vos nas vinhas. 21. E olhai, e eis aí, saindo as filhas de Siló a dançar em ranchos, saí vós das vinhas, e arrebatai cada um sua mulher das filhas de Siló, e ide-vos à terra de Benjamim. 22. E será que, quando seus pais ou seus irmãos vierem a litigar conosco, nós lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixão deles, pois nesta guerra não tomamos mulheres para cada um deles porque não lhas destes vós, para que agora ficásseis culpados. 23. E os filhos de Benjamim o fizeram assim e levaram mulheres conforme o número deles, das que arrebataram dos ranchos que dançavam; e foram-se, e voltaram à sua herança, e reedificaram as cidades, e habitaram nelas. 24. Também os filhos de Israel partiram, então, dali, cada um para a sua tribo e para a sua geração, e saíram dali, cada um para a sua herança. 25. Naqueles dias, não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos. Rute 1 1. E sucedeu que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; pelo que um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele, e sua mulher, e seus dois filhos. 2. E era o nome deste homem Elimeleque, e o nome de sua mulher, Noemi, e os nomes de seus dois filhos, Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e vieram aos campos de Moabe e ficaram ali. 3. E morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos, 4. os quais tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o nome da outra, Rute; e ficaram ali quase dez anos. 5. E morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim esta mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido. 6. Então, se levantou ela com as suas noras e voltou dos campos de Moabe, porquanto, na terra de Moabe, ouviu que o SENHOR tinha visitado o seu povo, dando-lhe pão. 7. Pelo que saiu do lugar onde estivera, e as suas duas noras, com ela. E, indo elas caminhando, para voltarem para a terra de Judá, 8. disse Noemi às suas duas noras: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o SENHOR use convosco de benevolência, como vós usastes com os falecidos e comigo. 9. O SENHOR vos dê que acheis descanso cada uma em casa de seu marido. E, beijando-as ela, levantaram a sua voz, e choraram, 10. e disseram-lhe: Certamente, voltaremos contigo ao teu povo. 11. Porém Noemi disse: Tornai, minhas filhas, por que iríeis comigo? Tenho eu ainda no meu ventre mais filhos, para que vos fossem por maridos? 12. Tornai, filhas minhas, ide-vos embora, que já mui velha sou para ter marido; ainda quando eu dissesse: Tenho esperança, ou ainda que esta noite tivesse marido, e ainda tivesse filhos, 13. esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Deter-vos-íeis por eles, sem tomardes marido? Não, filhas minhas, que mais amargo é a mim do que a vós mesmas; porquanto a mão do SENHOR se descarregou contra mim. 14. Então, levantaram a sua voz e tornaram a chorar; e Orfa beijou a sua sogra; porém Rute se apegou a ela. 15. Pelo que disse: Eis que voltou tua cunhada ao seu povo e aos seus deuses; volta tu também após a tua cunhada. 16. Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. 17. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada; me faça assim o SENHOR e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. 18. Vendo ela, pois, que de todo estava resolvida para ir com ela, deixou de lhe falar nisso. 19. Assim, pois, foram-se ambas, até que chegaram a Belém; e sucedeu que, entrando elas em Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi? 20. Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo-poderoso. 21. Cheia parti, porém vazia o SENHOR me fez tornar; por que, pois, me chamareis Noemi? Pois o SENHOR testifica contra mim, e o Todo-poderoso me tem afligido tanto. 22. Assim, Noemi voltou, e com ela, Rute, a moabita, sua nora, que voltava dos campos de Moabe; e chegaram a Belém no princípio da sega das cevadas. Rute 2 1. E tinha Noemi um parente de seu marido, homem valente e poderoso, da geração de Elimeleque; e era o seu nome Boaz. 2. E Rute, a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele em cujos olhos eu achar graça. E ela lhe disse: Vai, minha filha. 3. Foi, pois, e chegou, e apanhava espigas no campo após os segadores; e caiu-lhe em sorte uma parte do campo de Boaz, que era da geração de Elimeleque. 4. E eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O SENHOR seja convosco. E disseram-lhe eles: O SENHOR te abençoe. 5. Depois, disse Boaz a seu moço que estava posto sobre os segadores: De quem é esta moça? 6. E respondeu o moço que estava posto sobre os segadores e disse: Esta é a moça moabita que voltou com Noemi dos campos de Moabe. 7. Disse-me ela: Deixa-me colher espigas e ajuntá- las entre as gavelas após os segadores. Assim, ela veio e, desde pela manhã, está aqui até agora, a não ser um pouco que esteve sentada em casa. 8. Então, disse Boaz a Rute: Não ouves, filha minha? Não vás colher a outro campo, nem tampouco passes daqui; porém aqui te ajuntarás com as minhas moças. 9. Os teus olhos estarão atentos no campo que segarem, e irás após elas; não dei ordem aos moços, que te não toquem? Tendo tu sede, vai aos vasos e bebe do que os moços tirarem. 10. Então, ela caiu sobre o seu rosto, e se inclinou à terra, e disse-lhe: Por que achei graça em teus olhos, para que faças caso de mim, sendo eu uma estrangeira? 11. E respondeu Boaz e disse-lhe: Bem se me contou quanto fizeste à tua sogra, depois da morte de teu marido, e deixaste a teu pai, e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que, dantes, não conheceste. 12. O SENHOR galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do SENHOR, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar. 13. E disse ela: Ache eu graça em teus olhos, senhor meu, pois me consolaste e falaste ao coração da tua serva, não sendo eu nem ainda como uma das tuas criadas. 14. E, sendo já hora de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te aqui, e come do pão, e molha o teu bocado no vinagre. E ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu do trigo tostado, e comeu e se fartou, e ainda lhe sobejou. 15. E, levantando-se ela a colher, Boaz deu ordem aos seus moços, dizendo: Até entre as gavelas deixai-a colher e não lhe embaraceis. 16. E deixai cair alguns punhados, e deixai-os ficar, para que os colha, e não a repreendais. 17. E esteve ela apanhando naquele campo até à tarde e debulhou o que apanhou, e foi quase um efa de cevada. 18. E tomou-o e veio à cidade; e viu sua sogra o que tinha apanhado; também tirou e deu-lhe o que lhe sobejara depois de fartar-se. 19. Então, disse-lhe sua sogra: Onde colheste hoje e onde trabalhaste? Bendito seja aquele que te reconheceu. E relatou à sua sogra com quem tinha trabalhado e disse: O nome do homem com quem hoje trabalhei é Boaz. 20. Então, Noemi disse à sua nora: Bendito seja do SENHOR, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos remidores. 21. E disse Rute, a moabita: Também ainda me disse: Com os moços que tenho te ajuntarás, até que acabem toda a sega que tenho. 22. E disse Noemi à sua nora, Rute: Melhor é, filha minha, que saias com as suas moças, para que noutro campo não te encontrem. 23. Assim, ajuntou-se com as moças de Boaz, para colher, até que a sega das cevadas e dos trigos se acabou; e ficou com a sua sogra. Rute 3 1. E disse-lhe Noemi, sua sogra: Minha filha, não hei de eu buscar descanso, para que fiques bem? 2. Ora, pois, não é Boaz, com cujas moças estiveste, de nossa parentela? Eis que esta noite padejará a cevada na eira. 3. Lava-te, pois, e unge-te, e veste as tuas vestes, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber. 4. E há de ser que, quando ele se deitar, notarás o lugar em que se deitar; então, entra, e descobrir-lhe-ás os pés, e te deitarás, e ele te fará saber o que deves fazer. 5. E ela lhe disse: Tudo quanto me disseres farei. 6. Então, foi para a eira e fez conforme tudo quanto sua sogra lhe tinha ordenado. 7. Havendo, pois, Boaz comido e bebido, e estando já o seu coração alegre, veio deitar-se ao pé de um monte de cereais; então, veio ela de mansinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou. 8. E sucedeu que, pela meia-noite, o homem estremeceu e se voltou; e eis que uma mulher jazia a seus pés. 9. E disse ele: Quem és tu? E ela disse: Sou Rute, tua serva; estende, pois, tua aba sobre a tua serva, porque tu és o remidor. 10. E disse ele: Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste esta tua última beneficência do que a primeira, pois após nenhuns jovens foste, quer pobres quer ricos. 11. Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa. 12. Porém, agora, é muito verdade que eu sou remidor; mas ainda outro remidor há mais chegado do que eu. 13. Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã, se ele te redimir, bem está, ele te redima; porém, se te não quiser redimir, vive o SENHOR, que eu te redimirei; deita-te aqui até à manhã. 14. Ficou-se, pois, deitada a seus pés até pela manhã e levantou-se antes que pudesse um conhecer a outro, porquanto disse: Não se saiba que alguma mulher veio à eira. 15. Disse mais: Dá cá o roupão que tens sobre ti e segura-o. E ela segurou-o; e ele mediu seis medidas de cevada e lhas pôs em cima; então, entrou na cidade. 16. E veio à sua sogra, a qual disse: Como se te passaram as coisas, minha filha? E ela lhe contou tudo quanto aquele homem lhe fizera. 17. Disse mais: Estas seis medidas de cevada me deu, porque me disse: Não vás vazia à tua sogra. 18. Então, disse ela: Sossega, minha filha, até que saibas como irá o caso, porque aquele homem não descansará até que conclua hoje este negócio. Rute 4 1. E Boaz subiu à porta e assentou-se ali; e eis que o remidor de que Boaz tinha falado ia passando e disse-lhe: Ó fulano, desvia-te para cá e assenta-te aqui. E desviou-se para ali e assentou-se. 2. Então, tomou dez homens dos anciãos da cidade e disse: Assentai-vos aqui. E assentaram-se. 3. Então, disse ao remidor: Aquela parte da terra que foi de Elimeleque, nosso irmão, Noemi, que tornou da terra dos moabitas, a vendeu. 4. E disse eu: Manifestá-lo-ei em teus ouvidos, dizendo: Toma- a diante dos habitantes e diante dos anciãos do meu povo; se a hás de redimir, redime- a e, se não se houver de redimir, declara-mo, para que o saiba, pois outro não há, senão tu, que a redima, e eu depois de ti. Então, disse ele: Eu a redimirei. 5. Disse, porém, Boaz: No dia em que tomares a terra da mão de Noemi, também a tomarás da mão de Rute, a moabita, mulher do falecido, para suscitar o nome do falecido sobre a sua herdade. 6. Então, disse o remidor: Para mim não a poderei redimir, para que não cause dano à minha herdade; redime tu a minha remissão para ti, porque eu não a poderei redimir. 7. Havia, pois, já de muito tempo este costume em Israel, quanto à remissão e contrato, para confirmar todo negócio, que o homem descalçava o sapato e o dava ao seu próximo; e isto era por testemunho em Israel. 8. Disse, pois, o remidor a Boaz: Toma-a para ti. E descalçou o sapato. 9. Então, Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois, hoje, testemunhas de que tomei tudo quanto foi de Elimeleque, e de Quiliom, e de Malom da mão de Noemi; 10. e de que também tomo por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido sobre a sua herdade, para que o nome do falecido não seja desarraigado dentre seus irmãos e da porta do seu lugar; disto sois hoje testemunhas. 11. E todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos testemunhas; o SENHOR faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Léia, que ambas edificaram a casa de Israel; e há-te já valorosamente em Efrata e faze- te nome afamado em Belém. 12. E seja a tua casa como a casa de Perez (que Tamar teve de Judá), da semente que o SENHOR te der desta moça. 13. Assim, tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele entrou a ela, e o SENHOR lhe deu conceição, e ela teve um filho. 14. Então, as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o SENHOR, que não deixou, hoje, de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel. 15. Ele te será recriador da alma e conservará a tua velhice, pois tua nora, que te ama, o teve, e ela te é melhor do que sete filhos. 16. E Noemi tomou o filho, e o pôs no seu regaço, e foi sua ama. 17. E as vizinhas lhe deram um nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E chamaram o seu nome Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi. 18. Estas são, pois, as gerações de Perez: Perez gerou a Esrom, 19. e Esrom gerou a Arão, e Arão gerou a Aminadabe, 20. e Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a Salmom, 21. e Salmom gerou a Boaz, e Boaz gerou a Obede, 22. e Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi. 1 Samuel 1 1. Houve um homem de Ramataim-Zofim, da montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efrateu. 2. E este tinha duas mulheres: o nome de uma era Ana, e o nome da outra, Penina; Penina tinha filhos, porém Ana não tinha filhos. 3. Subia, pois, este homem da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Siló; e estavam ali os sacerdotes em Siló; e estavam ali os sacerdotes do SENHOR, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli. 4. E sucedeu que, no dia em que Elcana sacrificava, dava ele porções do sacrifício a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos, e a todas as suas filhas. 5. Porém a Ana dava uma parte excelente, porquanto ele amava Ana; porém o SENHOR lhe tinha cerrado a madre. 6. E a sua competidora excessivamente a irritava para a embravecer, porquanto o SENHOR lhe tinha cerrado a madre. 7. E assim o fazia ele de ano em ano; quando ela subia à Casa do SENHOR, assim a outra a irritava; pelo que chorava e não comia. 8. Então, Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos? 9. Então, Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, o sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do SENHOR. 10. Ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR e chorou abundantemente. 11. E votou um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha. 12. E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o SENHOR, Eli fez atenção à sua boca, 13. porquanto Ana, no seu coração, falava, e só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. 14. E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho. 15. Porém Ana respondeu e disse: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR. 16. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho falado até agora. 17. Então, respondeu Eli e disse: Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pediste. 18. E disse ela: Ache a tua serva graça em teus olhos. Assim, a mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste. 19. E levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o SENHOR, e voltaram, e vieram à sua casa, a Ramá. Elcana conheceu a Ana, sua mulher, e o SENHOR se lembrou dela. 20. E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao SENHOR. 21. E subiu aquele homem Elcana, com toda a sua casa, a sacrificar ao SENHOR o sacrifício anual e a cumprir o seu voto. 22. Porém Ana não subiu, mas disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então, o levarei, para que apareça perante o SENHOR e lá fique para sempre. 23. E Elcana, seu marido, lhe disse: Faze o que bem te parecer a teus olhos; fica até que o desmames; tão-somente confirme o SENHOR a sua palavra. Assim, ficou a mulher e deu leite a seu filho, até que o desmamou. 24. E, havendo-o desmamado, o levou consigo, com três bezerros e um efa de farinha e um odre de vinho, e o trouxe à Casa do SENHOR, a Siló. E era o menino ainda muito criança. 25. E degolaram um bezerro e assim trouxeram o menino a Eli. 26. E disse ela: Ah! Meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. 27. Por este menino orava eu; e o SENHOR me concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido. 28. Pelo que também ao SENHOR eu o entreguei, por todos os dias que viver; pois ao SENHOR foi pedido. E ele adorou ali ao SENHOR. 1 Samuel 2 1. Então, orou Ana e disse: O meu coração exulta no SENHOR, o meu poder está exaltado no SENHOR; a minha boca se dilatou sobre os meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. 2. Não há santo como é o SENHOR; porque não há outro fora de ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus. 3. Não multipliqueis palavras de altíssimas altivezas, nem saiam coisas árduas da vossa boca; porque o SENHOR é o Deus da sabedoria, e por ele são as obras pesadas na balança. 4. O arco dos fortes foi quebrado, e os que tropeçavam foram cingidos de força. 5. Os que antes eram fartos se alugaram por pão, mas agora cessaram os que eram famintos; até a estéril teve sete filhos, e a que tinha muitos filhos enfraqueceu. 6. O SENHOR é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela. 7. O SENHOR empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. 8. Levanta o pobre do pó e, desde o esterco, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do SENHOR são os alicerces da terra, e assentou sobre eles o mundo. 9. Os pés dos seus santos guardará, porém os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o homem não prevalecerá pela força. 10. Os que contendem com o SENHOR serão quebrantados; desde os céus, trovejará sobre eles; o SENHOR julgará as extremidades da terra, e dará força ao seu rei, e exaltará o poder do seu ungido. 11. Então, Elcana foi-se a Ramá, à sua casa; porém o menino ficou servindo ao SENHOR, perante o sacerdote Eli. 12. Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o SENHOR; 13. porquanto o costume daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo alguém algum sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um garfo de três dentes em sua mão; 14. e dava com ele, na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto o garfo tirava o sacerdote tomava para si; assim faziam a todo o Israel que ia ali a Siló. 15. Também, antes de queimarem a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote, porque não tomará de ti carne cozida, senão crua. 16. E, dizendo-lhe o homem: Queimem primeiro a gordura de hoje, e depois toma para ti quanto desejar a tua alma, então, ele lhe dizia: Não, agora a hás de dar; e, se não, por força a tomarei. 17. Era, pois, muito grande o pecado desses jovens perante o SENHOR, porquanto os homens desprezavam a oferta do SENHOR. 18. Porém Samuel ministrava perante o SENHOR, sendo ainda jovem, vestido com um éfode de linho. 19. E sua mãe lhe fazia uma túnica pequena e, de ano em ano, lha trazia quando com seu marido subia a sacrificar o sacrifício anual. 20. E Eli abençoava a Elcana e à sua mulher e dizia: O SENHOR te dê semente desta mulher, pela petição que fez ao SENHOR. E voltavam para o seu lugar. 21. Visitou, pois, o SENHOR a Ana, e concebeu e teve três filhos e duas filhas; e o jovem Samuel crescia diante do SENHOR. 22. Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação. 23. E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios. 24. Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR. 25. Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o SENHOR os queria matar. 26. E o jovem Samuel ia crescendo e fazia-se agradável, assim para com o SENHOR como também para com os homens. 27. E veio um homem de Deus a Eli e disse-lhe: Assim diz o SENHOR: Não me manifestei, na verdade, à casa de teu pai, estando os israelitas ainda no Egito, na casa de Faraó? 28. E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para sacerdote, para oferecer sobre o meu altar, para acender o incenso e para trazer o éfode perante mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel. 29. Por que dais coices contra o sacrifício e contra a minha oferta de manjares, que ordenei na minha morada, e honras a teus filhos mais do que a mim, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel? 30. Portanto, diz o SENHOR, Deus de Israel: Na verdade, tinha dito eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o SENHOR: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão envilecidos. 31. Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja mais velho algum em tua casa. 32. E verás o aperto da morada de Deus, em lugar de todo o bem que houvera de fazer a Israel; nem haverá por todos os dias velho algum em tua casa. 33. O homem, porém, que eu te não desarraigar do meu altar será para te consumir os olhos e para te entristecer a alma; e toda a multidão da tua casa morrerá quando chegar à idade varonil. 34. E isto te será por sinal, a saber, o que sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e a Finéias: que ambos morrerão no mesmo dia. 35. E eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, e andará sempre diante do meu ungido. 36. E será que todo aquele que ficar de resto da tua casa virá a inclinar-se diante dele, por uma moeda de prata e por um bocado de pão, e dirá: Rogo-te que me admitas a algum ministério sacerdotal, para que possa comer um pedaço de pão. 1 Samuel 3 1. E o jovem Samuel servia ao SENHOR perante Eli. E a palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta. 2. E sucedeu, naquele dia, que, estando Eli deitado no seu lugar (e os seus olhos se começavam já a escurecer, que não podia ver) 3. e estando também Samuel já deitado, antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo do SENHOR, em que estava a arca de Deus, 4. o SENHOR chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui. 5. E correu a Eli e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, torna a deitar-te. E foi e se deitou. 6. E o SENHOR tornou a chamar outra vez a Samuel. Samuel se levantou, e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, filho meu, torna a deitar-te. 7. Porém Samuel ainda não conhecia o SENHOR, e ainda não lhe tinha sido manifestada a palavra do SENHOR. 8. O SENHOR, pois, tornou a chamar a Samuel, terceira vez, e ele se levantou, e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Então, entendeu Eli que o SENHOR chamava o jovem. 9. Pelo que Eli disse a Samuel: Vai-te deitar, e há de ser que, se te chamar, dirás: Fala, SENHOR, porque o teu servo ouve. Então, Samuel foi e se deitou no seu lugar. 10. Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve. 11. E disse o SENHOR a Samuel: Eis aqui vou eu a fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambas as orelhas. 12. Naquele mesmo dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa; começá-lo-ei e acabá-lo-ei. 13. Porque já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. 14. Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será expiada a iniqüidade da casa de Eli com sacrifício nem com oferta de manjares. 15. E Samuel ficou deitado até pela manhã e, então, abriu as portas da Casa do SENHOR; porém temia Samuel relatar esta visão a Eli. 16. Então, chamou Eli a Samuel e disse: Samuel, meu filho. E disse ele: Eis-me aqui. 17. E ele disse: Que palavra é a que te falou? Peço-te que ma não encubras; assim Deus te faça e outro tanto se me encobrires alguma palavra de todas as palavras que te falou. 18. Então, Samuel lhe contou todas aquelas palavras e nada lhe encobriu. E disse ele: É o SENHOR; faça o que bem parecer aos seus olhos. 19. E crescia Samuel, e o SENHOR era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. 20. E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado por profeta do SENHOR. 21. E continuou o SENHOR a aparecer em Siló, porquanto o SENHOR se manifestava a Samuel, em Siló, pela palavra do SENHOR. 1 Samuel 4 1. E veio a palavra de Samuel a todo o Israel; e Israel saiu ao encontro, à peleja, aos filisteus e se acampou junto a Ebenézer; e os filisteus se acamparam junto a Afeca. 2. E os filisteus se dispuseram em ordem de batalha, para sair de encontro a Israel; e, estendendo-se a peleja, Israel foi ferido diante dos filisteus, porque feriram na batalha, no campo, uns quatro mil homens. 3. E, tornando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu o SENHOR, hoje, diante dos filisteus? Tragamos de Siló a arca do concerto do SENHOR, e venha no meio de nós, para que nos livre da mão de nossos inimigos. 4. Enviou, pois, o povo a Siló, e trouxeram de lá a arca do concerto do SENHOR dos Exércitos, que habita entre os querubins; e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, estavam ali com a arca do concerto de Deus. 5. E sucedeu que, vindo a arca do concerto do SENHOR ao arraial, todo o Israel jubilou com grande júbilo, até que a terra estremeceu. 6. E os filisteus, ouvindo a voz do júbilo, disseram: Que voz de tão grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então, souberam que a arca do SENHOR era vinda ao arraial. 7. Pelo que os filisteus se atemorizaram, porque diziam: Deus veio ao arraial. E diziam mais: Ai de nós! Que tal nunca sucedeu antes. 8. Ai de nós! Quem nos livrará da mão destes grandiosos deuses? Estes são os deuses que feriram os egípcios com todas as pragas junto ao deserto. 9. Esforçai-vos e sede homens, ó filisteus, para que, porventura, não venhais a servir aos hebreus, como eles serviram a vós; sede, pois, homens e pelejai. 10. Então, pelejaram os filisteus, e Israel foi ferido; e fugiram, cada um para a sua tenda; e foi tão grande o estrago, que caíram de Israel trinta mil homens de pé. 11. E foi tomada a arca de Deus; e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, morreram. 12. Então, correu da batalha um homem de Benjamim, e chegou no mesmo dia a Siló, e trazia as vestes rotas e terra sobre a cabeça. 13. E, chegando ele, eis que Eli estava assentado sobre uma cadeira, vigiando ao pé do caminho; porquanto o seu coração estava tremendo pela arca de Deus; entrando, pois, aquele homem a anunciar isso na cidade, toda a cidade gritou. 14. E Eli, ouvindo a voz do grito, disse: Que voz de alvoroço é esta? Então, chegou aquele homem a grande pressa, e veio, e o anunciou a Eli. 15. E era Eli da idade de noventa e oito anos; e estavam os seus olhos tão escurecidos, que já não podia ver. 16. E disse aquele homem a Eli: Eu sou o que venho da batalha, porque eu fugi, hoje, da batalha. E disse ele: Que coisa sucedeu, filho meu? 17. Então, respondeu o que trazia as novas e disse: Israel fugiu de diante dos filisteus, e houve também grande destroço entre o povo; e, além disso, também teus dois filhos, Hofni e Finéias, morreram, e a arca de Deus é tomada. 18. E sucedeu que, fazendo ele menção da arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, da banda da porta, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porquanto o homem era velho e pesado; e tinha ele julgado a Israel quarenta anos. 19. E, estando sua nora, a mulher de Finéias, grávida, e próxima ao parto, e ouvindo estas novas, de que a arca de Deus era tomada e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz; porquanto as dores lhe sobrevieram. 20. E, ao tempo em que ia morrendo, disseram as mulheres que estavam com ela: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso. 21. Mas chamou ao menino Icabô, dizendo: Foi-se a glória de Israel, porquanto a arca de Deus foi levada presa e por causa de seu sogro e de seu marido. 22. E disse mais: De Israel a glória é levada presa, pois é tomada a arca de Deus. 1 Samuel 5 1. Os filisteus, pois, tomaram a arca de Deus e a trouxeram de Ebenézer a Asdode. 2. E tomaram os filisteus a arca de Deus, e a meteram na casa de Dagom, e a puseram junto a Dagom. 3. Levantando-se, porém, de madrugada os de Asdode, no dia seguinte, eis que Dagom estava caído com o rosto em terra, diante da arca do SENHOR; e tomaram a Dagom e tornaram a pô-lo no seu lugar. 4. E, levantando-se de madrugada no dia seguinte, pela manhã, eis que Dagom jazia caído com o rosto em terra, diante da arca do SENHOR; e a cabeça de Dagom e ambas as palmas das suas mãos, cortadas sobre o limiar; somente o tronco ficou a Dagom. 5. Pelo que nem os sacerdotes de Dagom, nem nenhum de todos os que entram na casa de Dagom pisam o limiar de Dagom em Asdode, até ao dia de hoje. 6. Porém a mão do SENHOR se agravou sobre os de Asdode, e os assolou, e os feriu com hemorróidas, a Asdode e aos seus termos. 7. Vendo, então, os homens de Asdode que assim era, disseram: Não fique conosco a arca do Deus de Israel; pois a sua mão é dura sobre nós e sobre Dagom, nosso deus. 8. Pelo que enviaram, e congregaram a si todos os príncipes dos filisteus, e disseram: Que faremos nós da arca do Deus de Israel? E responderam: A arca do Deus de Israel dará volta a Gate. Assim, a rodearam com a arca do Deus de Israel. 9. E sucedeu que, desde que a rodearam com ela, a mão do SENHOR veio contra aquela cidade, com mui grande vexação; pois feriu os homens daquela cidade, desde o pequeno até ao grande; e tinham hemorróidas nas partes secretas. 10. Então, enviaram a arca de Deus a Ecrom. Sucedeu, porém, que, vindo a arca de Deus a Ecrom, os de Ecrom exclamaram, dizendo: Transportaram para nós a arca do Deus de Israel, para nos matarem, a nós e ao nosso povo. 11. E enviaram, e congregaram a todos os príncipes dos filisteus, e disseram: Enviai a arca do Deus de Israel, e torne para o seu lugar, para que não mate nem a nós nem ao nosso povo. Porque havia mortal vexação em toda a cidade, e a mão de Deus muito se agravara ali. 12. E os homens que não morriam eram tão feridos com hemorróidas, que o clamor da cidade subia até o céu. 1 Samuel 6 1. Havendo, pois, estado a arca do SENHOR na terra dos filisteus sete meses, 2. os filisteus chamaram os sacerdotes e os adivinhadores, dizendo: Que faremos nós da arca do SENHOR? Fazei-nos saber como a tornaremos a enviar ao seu lugar. 3. Os quais disseram: Se enviardes a arca do Deus de Israel, não a envieis vazia, porém sem falta lhe enviareis uma oferta para a expiação da culpa; então, sereis curados, e se vos fará saber por que a sua mão se não tira de vós. 4. Então, disseram: Qual é a expiação da culpa que lhe havemos de oferecer? E disseram: Segundo o número dos príncipes dos filisteus, cinco hemorróidas de ouro e cinco ratos de ouro, porquanto a praga é uma mesma sobre todos vós e sobre todos os vossos príncipes. 5. Fazei, pois, umas imagens das vossas hemorróidas e as imagens dos vossos ratos, que andam destruindo a terra, e dai glória ao Deus de Israel; porventura, aliviará a sua mão de cima de vós, e de cima do vosso deus, e de cima da vossa terra. 6. Por que, pois, endureceríeis o coração, como os egípcios e Faraó endureceram o coração? Porventura, depois de os haverem tratado tão mal, não os deixaram ir, e eles não se foram? 7. Agora, pois, tomai, e fazei- vos um carro novo, e tomai duas vacas que criem, sobre as quais não tenha subido o jugo, e atai as vacas ao carro, e levai os seus bezerros de após elas para casa. 8. Então, tomai a arca do SENHOR, e ponde-a sobre o carro, e metei num cofre, ao seu lado, as figuras de ouro que lhe haveis de oferecer em expiação da culpa; e assim a enviareis, para que se vá. 9. Vede então: se subir pelo caminho do seu termo a Bete-Semes, foi ele que nos fez este grande mal; e, se não, saberemos que não nos tocou a sua mão, e que isso nos sucedeu por acaso. 10. E assim fizeram aqueles homens, e tomaram duas vacas que criavam, e as ataram ao carro, e os seus bezerros encerraram em casa. 11. E puseram a arca do SENHOR sobre o carro, como também o cofre com os ratos de ouro e com as imagens das suas hemorróidas. 12. Então, as vacas se encaminharam direitamente pelo caminho de Bete-Semes e seguiam um mesmo caminho, andando e berrando, sem se desviarem nem para a direita nem para a esquerda; e os príncipes dos filisteus foram atrás delas, até ao termo de Bete-Semes. 13. E andavam os de Bete-Semes fazendo a sega do trigo no vale e, levantando os olhos, viram a arca; e, vendo- a, se alegraram. 14. E o carro veio ao campo de Josué, o bete-semita, e parou ali; e ali estava uma grande pedra; e fenderam a madeira do carro e ofereceram as vacas ao SENHOR, em holocausto. 15. E os levitas desceram a arca do SENHOR, como também o cofre que estava junto a ela, em que estavam as obras de ouro, e puseram- nos sobre aquela grande pedra; e os homens de Bete-Semes ofereceram holocaustos e sacrificaram sacrifícios ao SENHOR no mesmo dia. 16. E, vendo aquilo os cinco príncipes dos filisteus, voltaram para Ecrom no mesmo dia. 17. Estas, pois, são as hemorróidas de ouro que enviaram os filisteus ao SENHOR, em expiação da culpa: por Asdode uma, por Gaza outra, por Asquelom outra, por Gate outra, por Ecrom outra; 18. como também os ratos de ouro, segundo o número de todas as cidades dos filisteus, pertencentes aos cinco príncipes, desde as cidades fortes até às aldeias e até Abel, a grande pedra sobre a qual puseram a arca do SENHOR, que ainda está até ao dia de hoje no campo de Josué, o bete-semita. 19. E feriu o SENHOR os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do SENHOR, até ferir do povo cinqüenta mil e setenta homens; então, o povo se entristeceu, porquanto o SENHOR fizera tão grande estrago entre o povo. 20. Então, disseram os homens de Bete-Semes: Quem poderia estar em pé perante o SENHOR, este Deus santo? E a quem subirá desde nós? 21. Enviaram, pois, mensageiros aos habitantes de Quiriate-Jearim, dizendo: Os filisteus remeteram a arca do SENHOR; descei, pois, e fazei-a subir para vós. 1 Samuel 7 1. Então, vieram os homens de Quiriate-Jearim, e levaram a arca do SENHOR, e a trouxeram à casa de Abinadabe, no outeiro; e consagraram Eleazar, seu filho, para que guardasse a arca do SENHOR. 2. E sucedeu que, desde aquele dia, a arca ficou em Quiriate-Jearim, e tantos dias se passaram, que chegaram até vinte anos; e lamentava toda a casa de Israel após o SENHOR. 3. Então, falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com todo o vosso coração vos converterdes ao SENHOR, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao SENHOR, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus. 4. Então, os filhos de Israel tiraram dentre si os baalins e os astarotes e serviram só ao SENHOR. 5. Disse mais Samuel: Congregai todo o Israel em Mispa, e orarei por vós ao SENHOR. 6. E congregaram-se em Mispa, e tiraram água, e a derramaram perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia, e disseram ali: Pecamos contra o SENHOR. E julgava Samuel os filhos de Israel em Mispa. 7. Ouvindo, pois, os filisteus que os filhos de Israel estavam congregados em Mispa, subiram os maiorais dos filisteus contra Israel; o que ouvindo os filhos de Israel, temeram por causa dos filisteus. 8. Pelo que disseram os filhos de Israel a Samuel: Não cesses de clamar ao SENHOR, nosso Deus, por nós, para que nos livre da mão dos filisteus. 9. Então, tomou Samuel um cordeiro que ainda mamava e sacrificou- o inteiro em holocausto ao SENHOR; e clamou Samuel ao SENHOR por Israel, e o SENHOR lhe deu ouvidos. 10. E sucedeu que, estando Samuel sacrificando o holocausto, os filisteus chegaram à peleja contra Israel; e trovejou o SENHOR aquele dia com grande trovoada sobre os filisteus e os aterrou de tal modo, que foram derrotados diante dos filhos de Israel. 11. E os homens de Israel saíram de Mispa, e perseguiram os filisteus, e os feriram até abaixo de Bete-Car. 12. Então, tomou Samuel uma pedra, e a pôs entre Mispa e Sem, e chamou o seu nome Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o SENHOR. 13. Assim, os filisteus foram abatidos e nunca mais vieram aos termos de Israel, porquanto foi a mão do SENHOR contra os filisteus todos os dias de Samuel. 14. E as cidades que os filisteus tinham tomado a Israel foram restituídas a Israel, desde Ecrom até Gate; e até os seus termos Israel arrebatou da mão dos filisteus; e houve paz entre Israel e os amorreus. 15. E Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida. 16. E ia de ano em ano e rodeava a Betel, e a Gilgal, e a Mispa; e julgava a Israel em todos aqueles lugares. 17. Porém voltava a Ramá, porque estava ali a sua casa, e ali julgava a Israel, e edificou ali um altar ao SENHOR. 1 Samuel 8 1. E sucedeu que, tendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel. 2. E era o nome do seu filho primogênito Joel, e o nome do seu segundo, Abias; e foram juízes em Berseba. 3. Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e tomaram presentes, e perverteram o juízo. 4. Então, todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, 5. e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações. 6. Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao SENHOR. 7. E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele. 8. Conforme todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do Egito até ao dia de hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também te fez a ti. 9. Agora, pois, ouve a sua voz, porém protesta-lhe solenemente e declara-lhe qual será o costume do rei que houver de reinar sobre ele. 10. E falou Samuel todas as palavras do SENHOR ao povo, que lhe pedia um rei, 11. e disse: Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós: ele tomará os vossos filhos e os empregará para os seus carros e para seus cavaleiros, para que corram adiante dos seus carros; 12. e os porá por príncipes de milhares e por cinqüentenários; e para que lavrem a sua lavoura, e seguem a sua sega, e façam as suas armas de guerra e os petrechos de seus carros. 13. E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras. 14. E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais e os dará aos seus criados. 15. E as vossas sementes e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus eunucos e aos seus criados. 16. Também os vossos criados, e as vossas criadas, e os vossos melhores jovens, e os vossos jumentos tomará e os empregará no seu trabalho. 17. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de criados. 18. Então, naquele dia, clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá naquele dia. 19. Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. 20. E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras. 21. Ouvindo, pois, Samuel todas as palavras do povo, as falou perante os ouvidos do SENHOR. 22. Então, o SENHOR disse a Samuel: Dá ouvidos à sua voz, constitui-lhes rei. Então, Samuel disse aos filhos de Israel: Vá-se cada qual à sua cidade. 1 Samuel 9 1. E havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afias, filho de um homem de Benjamim, varão alentado em força. 2. Este tinha um filho, cujo nome era Saul, jovem e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o povo. 3. E perderam-se as jumentas de Quis, pai de Saul; pelo que disse Quis a Saul, seu filho: Toma agora contigo um dos moços, e levanta-te, e vai a buscar as jumentas. 4. Passou, pois, pela montanha de Efraim e dali passou à terra de Salisa, porém não as acharam; depois, passaram à terra de Saalim, porém tampouco estavam ali; também passou à terra de Benjamim, porém tampouco as acharam. 5. Vindo eles, então, à terra de Zufe, Saul disse para o seu moço, com quem ele ia: Vem, e voltemos; para que, porventura, meu pai não deixe de inquietar-se pelas jumentas e se aflija por causa de nós. 6. Porém ele lhe disse: Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e homem honrado é; tudo quanto diz sucede assim infalivelmente; vamo-nos agora lá; porventura, nos mostrará o caminho que devemos seguir. 7. Então, Saul disse ao seu moço: Eis, porém, se lá formos, que levaremos, então, àquele homem? Porque o pão de nossos alforjes se acabou, e presente nenhum temos que levar ao homem de Deus; que temos? 8. E o moço tornou a responder a Saul e disse: Eis que ainda se acha na minha mão um quarto de um siclo de prata, o qual darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho. 9. (Antigamente em Israel, indo qualquer consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje antigamente se chamava vidente.) 10. Então, disse Saul ao moço: Bem dizes; vem, pois, vamos. E foram-se à cidade onde estava o homem de Deus. 11. E, subindo eles pela subida da cidade, acharam umas moças que saíam a tirar água; e disseram-lhes: Está cá o vidente? 12. E elas lhes responderam e disseram: Sim, eis aqui o tens diante de ti; apressa-te, pois, porque hoje veio à cidade; porquanto o povo tem hoje sacrifício no alto. 13. Entrando vós na cidade, logo o achareis, antes que suba ao alto para comer; porque o povo não comerá até que ele venha, porque ele é o que abençoa o sacrifício, e depois comem os convidados; subi, pois, agora, que hoje o achareis. 14. Subiram, pois, à cidade; e, vindo eles no meio da cidade, eis que Samuel lhes saiu ao encontro, para subir ao alto. 15. Porque o SENHOR o revelara aos ouvidos de Samuel, um dia antes que Saul viesse, dizendo: 16. Amanhã, a estas horas, te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus; porque tenho olhado para o meu povo, porque o clamor chegou a mim. 17. E, quando Samuel viu a Saul, o SENHOR lhe disse: Eis aqui o homem de quem já te tenho dito. Este dominará sobre o meu povo. 18. E Saul se chegou a Samuel no meio da porta e disse: Mostra-me, peço-te, onde está aqui a casa do vidente. 19. E Samuel respondeu a Saul e disse: Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto; e comei hoje comigo; e pela manhã te despedirei e tudo quanto está no teu coração to declararei. 20. E, quanto às jumentas que há três dias se te perderam, não ocupes o teu coração com elas, porque já se acharam. E para quem é todo o desejo de Israel? Porventura, não é para ti e para toda a casa de teu pai? 21. Então, respondeu Saul e disse: Porventura, não sou eu filho de Benjamim, da menor das tribos de Israel? E a minha família, a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, pois, me falas com semelhantes palavras? 22. Porém Samuel tomou a Saul e ao seu moço e os levou à câmara; e deu-lhes lugar acima de todos os convidados, que eram uns trinta homens. 23. Então, disse Samuel ao cozinheiro: Dá cá a porção que te dei, de que te disse: Põe-na à parte contigo. 24. Levantou, pois, o cozinheiro a espádua com o que havia nela, e pô-la diante de Saul, e disse Samuel: Eis que isto é o sobejo; põe-no diante de ti e come, porque se guardou para ti para esta ocasião, dizendo eu: Tenho convidado o povo. Assim, comeu Saul aquele dia com Samuel. 25. Então, desceram do alto para a cidade; e falou com Saul sobre o eirado. 26. E se levantaram de madrugada; e sucedeu que, quase ao subir da alva, chamou Samuel a Saul ao eirado, dizendo: Levanta-te, e despedir-te-ei. Levantou-se Saul, e saíram para fora ambos, ele e Samuel. 27. E, descendo eles para a extremidade da cidade, Samuel disse a Saul: Dize ao moço que passe adiante de nós (e passou); porém, tu, espera agora, e te farei ouvir a palavra de Deus. 1 Samuel 10 1. Então, tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Porventura, te não tem ungido o SENHOR por capitão sobre a sua herdade? 2. Partindo-te hoje de mim, acharás dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no termo de Benjamim, em Zelza, os quais te dirão: Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o teu pai deixou o negócio das jumentas e anda aflito por causa de vós, dizendo: Que farei eu por meu filho? 3. E, quando dali passares mais adiante e chegares ao carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão subindo a Deus a Betel: um levando três cabritos, o outro, três bolos de pão, e o outro, um odre de vinho. 4. E te perguntarão como estás e te darão dois pães, que tomarás da sua mão. 5. Então, virás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um rancho de profetas que descem do alto e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e profetizarão. 6. E o Espírito do SENHOR se apoderará de ti, e profetizarás com eles e te mudarás em outro homem. 7. E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo. 8. Tu, porém, descerás diante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos e para oferecer ofertas pacíficas; ali, sete dias esperarás, até que eu venha a ti e te declare o que hás de fazer. 9. Sucedeu, pois, que, virando ele as costas para partir de Samuel, Deus lhe mudou o coração em outro; e todos aqueles sinais aconteceram aquele mesmo dia. 10. E, chegando eles ao outeiro, eis que um rancho de profetas lhes saiu ao encontro; e o Espírito de Deus se apoderou dele, e profetizou no meio deles. 11. E aconteceu que, como todos os que dantes o conheciam viram que eis que com os profetas profetizava, então disse o povo, cada qual ao seu companheiro: Que é o que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas? 12. Então, um homem dali respondeu e disse: Pois quem é o pai deles? Pelo que se tornou em provérbio: Está também Saul entre os profetas? 13. E, acabando de profetizar, veio ao alto. 14. E disse-lhe o tio de Saul, a ele e ao seu moço: Aonde fostes? E disse ele: A buscar as jumentas e, vendo que não apareciam, viemos a Samuel. 15. Então, disse o tio de Saul: Declara-me, peço-te, que é o que vos disse Samuel? 16. E disse Saul a seu tio: Declarou-nos, na verdade, que as jumentas se acharam. Porém o negócio do reino, de que Samuel falara, lhe não declarou. 17. Convocou, pois, Samuel o povo ao SENHOR, em Mispa, 18. e disse aos filhos de Israel: Assim disse o SENHOR, Deus de Israel: Eu fiz subir a Israel do Egito e livrei-vos da mão dos egípcios e da mão de todos os reinos que vos oprimiam. 19. Mas vós tendes rejeitado hoje a vosso Deus, que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos, e lhe tendes dito: Põe um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o SENHOR, pelas vossas tribos e pelos vossos milhares. 20. Fazendo, pois, chegar Samuel todas as tribos, tomou-se a tribo de Benjamim. 21. E, fazendo chegar a tribo de Benjamim pelas suas famílias, tomou-se a família de Matri; e dela se tomou Saul, filho de Quis; e o buscaram, porém não se achou. 22. Então, tornaram a perguntar ao SENHOR se aquele homem ainda viria ali. E disse o SENHOR: Eis que se escondeu entre a bagagem. 23. E correram e o tomaram dali. E pôs-se no meio do povo e era mais alto do que todo o povo, desde o ombro para cima. 24. Então, disse Samuel a todo o povo: Vedes já a quem o SENHOR tem elegido? Pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então, jubilou todo o povo, e disseram: Viva o rei! 25. E declarou Samuel ao povo o direito do reino, e escreveu- o num livro, e pô- lo perante o SENHOR. Então, enviou Samuel a todo o povo, cada um para sua casa. 26. E foi também Saul para sua casa, a Gibeá; e foram com ele, do exército, aqueles cujo coração Deus tocara. 27. Mas os filhos de Belial disseram: É este o que nos há de livrar? E o desprezaram e não lhe trouxeram presentes. Porém ele se fez como surdo. 1 Samuel 11 1. Então, subiu Naás, amonita, e sitiou a Jabes-Gileade; e disseram todos os homens de Jabes a Naás: Faze aliança conosco, e te serviremos. 2. Porém Naás, amonita, lhes disse: Com esta condição, farei aliança convosco: que a todos vos arranque o olho direito, e assim ponha esta afronta sobre todo o Israel. 3. Então, os anciãos de Jabes lhe disseram: Deixa-nos por sete dias, para que enviemos mensageiros por todos os termos de Israel e, não havendo ninguém que nos livre, então, sairemos a ti. 4. E, vindo os mensageiros a Gibeá de Saul, falaram estas palavras aos ouvidos do povo. Então, todo o povo levantou a sua voz e chorou. 5. E eis que Saul vinha do campo, atrás dos bois; e disse Saul: Que tem o povo, que chora? E contaram-lhe as palavras dos homens de Jabes. 6. Então, o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ouvindo estas palavras, e acendeu-se em grande maneira a sua ira. 7. E tomou um par de bois, e cortou-os em pedaços, e os enviou a todos os termos de Israel pelas mãos dos mensageiros, dizendo: Qualquer que não sair atrás de Saul e atrás de Samuel, assim se fará aos seus bois. Então, caiu o temor do SENHOR sobre o povo, e saíram como um só homem. 8. E contou-os em Bezeque; e houve, dos filhos de Israel, trezentos mil; e, dos homens de Judá, trinta mil. 9. Então, disseram aos mensageiros que vieram: Assim direis aos homens de Jabes-Gileade: Amanhã, em aquecendo o sol, vos virá livramento. Vindo, pois, os mensageiros, e, anunciando- o aos homens de Jabes, se alegraram. 10. E os homens de Jabes disseram: Amanhã, sairemos a vós; então, nos fareis conforme tudo o que parece bem aos vossos olhos. 11. E sucedeu que, ao outro dia, Saul pôs o povo em três companhias, e vieram ao meio do arraial pela vigília da manhã e feriram a Amom, até que o dia aqueceu. E sucedeu que os restantes se espalharam, que não ficaram dois deles juntos. 12. Então, disse o povo a Samuel: Quem é aquele que dizia que Saul não reinaria sobre nós? Dai cá aqueles homens, e os mataremos. 13. Porém Saul disse: Hoje, não morrerá nenhum, pois, hoje, tem feito o SENHOR um livramento em Israel. 14. E disse Samuel ao povo: Vinde, vamos nós a Gilgal e renovemos ali o reino. 15. E todo o povo partiu para Gilgal, e levantaram ali rei a Saul perante o SENHOR, em Gilgal, e ofereceram ali ofertas pacíficas perante o SENHOR; e Saul se alegrou muito ali com todos os homens de Israel. 1 Samuel 12 1. Então, disse Samuel a todo o Israel: Eis que ouvi a vossa voz em tudo quanto me dissestes e pus sobre vós um rei. 2. Agora, pois, eis que o rei vai diante de vós; e já envelheci e encaneci, e eis que meus filhos estão convosco; e eu tenho andado diante de vós desde a minha mocidade até ao dia de hoje. 3. Eis-me aqui, testificai contra mim perante o SENHOR e perante o seu ungido: a quem tomei o boi? A quem tomei o jumento? A quem defraudei? A quem tenho oprimido e de cuja mão tenho tomado presente e com ele encobri os meus olhos? E vo-lo restituirei. 4. Então, disseram: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém. 5. E ele lhes disse: O SENHOR seja testemunha contra vós, e o seu ungido seja hoje testemunha de que nada tendes achado na minha mão. E disse o povo: Seja testemunha. 6. Então, disse Samuel ao povo: O SENHOR é o que escolheu a Moisés e a Arão e tirou vossos pais da terra do Egito. 7. Agora, pois, ponde-vos aqui em pé, e contenderei convosco perante o SENHOR, sobre todas as justiças do SENHOR, que fez a vós e a vossos pais. 8. Havendo entrado Jacó no Egito, vossos pais clamaram ao SENHOR, e o SENHOR enviou a Moisés e Arão, que tiraram a vossos pais do Egito e os fizeram habitar neste lugar. 9. Porém esqueceram-se do SENHOR, seu Deus; então, os entregou na mão de Sísera, cabeça do exército de Hazor, e na mão dos filisteus, e na mão do rei dos moabitas, que pelejaram contra eles. 10. E clamaram ao SENHOR e disseram: Pecamos, pois deixamos o SENHOR e servimos aos baalins e astarotes; agora, pois, livra-nos da mão de nossos inimigos, e te serviremos. 11. E o SENHOR enviou a Jerubaal, e a Bedã, e a Jefté, e a Samuel; e livrou-vos da mão de vossos inimigos em redor, e habitastes seguros. 12. E, vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, me dissestes: Não, mas reinará sobre nós um rei; sendo, porém, o SENHOR, vosso Deus, o vosso Rei. 13. Agora, pois, vedes aí o rei que elegestes e que pedistes; e eis que o SENHOR tem posto sobre vós um rei. 14. Se temerdes ao SENHOR, e o servirdes, e derdes ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes ao dito do SENHOR, assim vós, como o rei que reina sobre vós, seguireis o SENHOR, vosso Deus. 15. Mas, se não derdes ouvidos à voz do SENHOR, mas, antes, fordes rebeldes ao dito do SENHOR, a mão do SENHOR será contra vós, como era contra vossos pais. 16. Ponde-vos também, agora, aqui e vede esta grande coisa que o SENHOR vai fazer diante dos vossos olhos. 17. Não é, hoje, a sega dos trigos? Clamarei, pois, ao SENHOR, e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que tendes feito perante o SENHOR, pedindo para vós um rei. 18. Então, invocou Samuel ao SENHOR, e o SENHOR deu trovões e chuva naquele dia; pelo que todo o povo temeu em grande maneira ao SENHOR e a Samuel. 19. E todo o povo disse a Samuel: Roga pelos teus servos ao SENHOR, teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei. 20. Então, disse Samuel ao povo: Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração. 21. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são. 22. Pois o SENHOR não desamparará o seu povo, por causa do seu grande nome, porque aprouve ao SENHOR fazer-vos o seu povo. 23. E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito. 24. Tão-somente temei ao SENHOR e servi-o fielmente com todo o vosso coração, porque vede quão grandiosas coisas vos fez. 25. Porém, se perseverardes em fazer o mal, perecereis, assim vós como o vosso rei. 1 Samuel 13 1. Um ano tinha estado Saul em seu reinado e o segundo ano reinou sobre Israel. 2. Então, Saul escolheu para si três mil homens de Israel; e estavam com Saul dois mil em Micmás e na montanha de Betel, e mil estavam com Jônatas em Gibeá de Benjamim; e despediu o resto do povo, cada um para sua casa. 3. E Jônatas feriu a guarnição dos filisteus que estava em Gibeá, o que os filisteus ouviram; pelo que Saul tocou a trombeta por toda a terra, dizendo: Ouçam os hebreus. 4. Então, todo o Israel ouviu dizer: Saul feriu a guarnição dos filisteus, e também Israel se fez abominável aos filisteus. Então, o povo foi convocado após Saul em Gilgal. 5. E os filisteus se ajuntaram para pelejar contra Israel: trinta mil carros, e seis mil cavaleiros, e povo em multidão como a areia que está à borda do mar; e subiram e se acamparam em Micmás, ao oriente de Bete-Áven. 6. Vendo, pois, os homens de Israel que estavam em angústia (porque o povo estava apertado), o povo se escondeu pelas cavernas, e pelos espinhais, e pelos penhascos, e pelas fortificações, e pelas covas, 7. e os hebreus passaram o Jordão para a terra de Gade e Gileade; e, estando Saul ainda em Gilgal, todo o povo veio atrás dele, tremendo. 8. E esperou sete dias, até ao tempo que Samuel determinara; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se espalhava dele. 9. Então, disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto. 10. E sucedeu que, acabando ele de oferecer o holocausto, eis que Samuel chegou; e Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar. 11. Então, disse Samuel: Que fizeste? Disse Saul: Porquanto via que o povo se espalhava de mim, e tu não vinhas nos dias aprazados, e os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás, 12. eu disse: Agora, descerão os filisteus sobre mim a Gilgal, e ainda à face do SENHOR não orei; e forcei-me e ofereci holocausto. 13. Então, disse Samuel a Saul: Agiste nesciamente e não guardaste o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou; porque, agora, o SENHOR teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. 14. Porém, agora, não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o SENHOR que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou. 15. Então, se levantou Samuel e subiu de Gilgal a Gibeá de Benjamim; e Saul contou o povo que achou com ele, uns seiscentos varões. 16. E Saul, e Jônatas, seu filho, e o povo que se achou com eles ficaram em Gibeá de Benjamim; porém os filisteus se acamparam em Micmás. 17. E os destruidores saíram do campo dos filisteus em três companhias; uma das companhias voltou pelo caminho de Ofra à terra de Sual; 18. outra companhia voltou pelo caminho de Bete-Horom; e a outra companhia voltou pelo caminho do termo que olha para o vale Zeboim, contra o deserto. 19. E em toda a terra de Israel nem um ferreiro se achava, porque os filisteus tinham dito: Para que os hebreus não façam espada nem lança. 20. Pelo que todo o Israel tinha que descer aos filisteus para amolar cada um a sua relha, e a sua enxada, e o seu machado, e o seu sacho. 21. Tinham, porém, limas adentadas para os seus sachos, e para as suas enxadas, e para as forquinhas de três dentes, e para os machados, e para consertar as aguilhadas. 22. E sucedeu que, no dia da peleja, se não achou nem espada, nem lança na mão de todo o povo que estava com Saul e com Jônatas; porém acharam-se com Saul e com Jônatas, seu filho. 23. E saiu a guarnição dos filisteus ao caminho de Micmás. 1 Samuel 14 1. Sucedeu, pois, que um dia disse Jônatas, filho de Saul, ao moço que lhe levava as armas: Vem, passemos à guarnição dos filisteus, que está lá daquela banda. Porém não o fez saber a seu pai. 2. E estava Saul na extremidade de Gibeá, debaixo da romeira que estava em Migrom; e o povo que havia com ele eram uns seiscentos homens. 3. E Aías, filho de Aitube, irmão de Icabô, filho de Finéias, filho de Eli, sacerdote do SENHOR em Siló, trazia o éfode; porém o povo não sabia que Jônatas tinha ido. 4. E, nas passagens pelas quais Jônatas procurava passar à guarnição dos filisteus, desta banda havia uma penha aguda, e da outra banda, uma penha aguda; e era o nome de uma Bozez; e o nome da outra, Sené. 5. Uma penha para o norte estava defronte de Micmás, e a outra para o sul, defronte de Gibeá. 6. Disse, pois, Jônatas ao moço que lhe levava as armas: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, operará o SENHOR por nós, porque para com o SENHOR nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos. 7. Então, o seu pajem de armas lhe disse: Faze tudo o que tens no coração; volta, eis-me aqui contigo, conforme o teu coração. 8. Disse, pois, Jônatas: Eis que passaremos àqueles homens e nos descobriremos a eles. 9. Se nos disserem assim: Parai até que cheguemos a vós; então, ficaremos no nosso lugar e não subiremos a eles. 10. Porém dizendo assim: Subi a nós; então, subiremos, pois o SENHOR os tem entregado na nossa mão, e isso nos será por sinal. 11. Descobrindo-se ambos eles, pois, à guarnição dos filisteus, disseram os filisteus: Eis que já os hebreus saíram das cavernas em que se tinham escondido. 12. E os homens da guarnição responderam a Jônatas e ao seu pajem de armas e disseram: Subi a nós, e nós vo-lo ensinaremos. E disse Jônatas ao seu pajem de armas: Sobe atrás de mim, porque o SENHOR os tem entregado na mão de Israel. 13. Então, subiu Jônatas com os pés e com as mãos, e o seu pajem de armas atrás dele; e caíram diante de Jônatas, e o seu pajem de armas os matava atrás dele. 14. E sucedeu esta primeira derrota, em que Jônatas e o seu pajem de armas feriram até uns vinte homens, quase no meio de uma jeira de terra que uma junta de bois podia lavrar. 15. E houve tremor no arraial, no campo e em todo o povo; também a mesma guarnição e os destruidores tremeram, e até a terra se alvoroçou, porquanto era tremor de Deus. 16. Olharam, pois, as sentinelas de Saul, em Gibeá de Benjamim, e eis que a multidão se derramava e fugia, batendo-se. 17. Disse, então, Saul ao povo que estava com ele: Ora, contai e vede quem é que saiu dentre nós. E contaram, e eis que nem Jônatas nem o seu pajem de armas estavam ali. 18. Então, Saul disse a Aías: Traze aqui a arca de Deus (porque, naquele dia, estava a arca de Deus com os filhos de Israel). 19. E sucedeu que, estando Saul ainda falando com o sacerdote, o alvoroço que havia no arraial dos filisteus ia crescendo muito e se multiplicava, pelo que disse Saul ao sacerdote: Retira a tua mão. 20. Então, Saul e todo o povo que havia com ele se ajuntaram e vieram à peleja; e eis que a espada de um era contra o outro, e houve mui grande tumulto. 21. Também com os filisteus havia hebreus, como dantes, que subiram com eles ao arraial em redor; e também estes se ajuntaram com os israelitas que estavam com Saul e Jônatas. 22. Ouvindo, pois, todos os homens de Israel que se esconderam pela montanha de Efraim que os filisteus fugiam, eles também os perseguiram de perto na peleja. 23. Assim, livrou o SENHOR a Israel naquele dia; e o arraial passou a Bete-Áven. 24. E estavam os homens de Israel já exaustos naquele dia, porquanto Saul conjurara o povo, dizendo: Maldito o homem que comer pão até à tarde, para que me vingue de meus inimigos. Pelo que todo o povo se absteve de provar pão. 25. E todo o povo chegou a um bosque; e havia mel na superfície do campo. 26. E, chegando o povo ao bosque, eis que havia um manancial de mel; porém ninguém chegou a mão à boca, porque o povo temia a conjuração. 27. Porém Jônatas não tinha ouvido quando seu pai conjurara o povo, e estendeu a ponta da vara que tinha na mão, e a molhou no favo de mel; e, tornando a mão à boca, aclararam-se os seus olhos. 28. Então, respondeu um do povo e disse: Solenemente, conjurou teu pai o povo, dizendo: Maldito o homem que comer hoje pão. Pelo que o povo desfalecia. 29. Então, disse Jônatas: Meu pai tem turbado a terra; ora, vede como se me aclararam os olhos por ter provado um pouco deste mel. 30. Quanto mais se o povo hoje livremente tivesse comido do despojo que achou de seus inimigos. Porém, agora, não foi tão grande o estrago dos filisteus. 31. Feriram, porém, aquele dia aos filisteus, desde Micmás até Aijalom; e o povo desfaleceu em extremo. 32. Então, o povo se lançou ao despojo, e tomaram ovelhas, e vacas, e bezerros e os degolaram no chão; e o povo os comeu com sangue. 33. E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que o povo peca contra o SENHOR, comendo com sangue. E disse ele: Aleivosamente, procedestes; revolvei-me hoje uma grande pedra. 34. Disse mais Saul: Derramai-vos entre o povo e dizei-lhes: Trazei-me cada um o seu boi, e cada um a sua ovelha, e degolai- os aqui, e comei, e não pequeis contra o SENHOR, comendo com sangue. Então, todo o povo trouxe de noite, cada um com a sua mão, o seu boi, e os degolaram ali. 35. Então, edificou Saul um altar ao SENHOR; este foi o primeiro altar que edificou ao SENHOR. 36. Depois, disse Saul: Desçamos, de noite, atrás dos filisteus, e despojemo-los, até que amanheça a luz, e não deixemos de resto um homem deles. E disseram: Tudo o que parecer bem aos teus olhos faze. Disse, porém, o sacerdote: Cheguemo-nos aqui a Deus. 37. Então, consultou Saul a Deus, dizendo: Descerei atrás dos filisteus? Entregá-los-ás na mão de Israel? Porém aquele dia lhe não respondeu. 38. Então, disse Saul: Chegai-vos para cá, todos os chefes do povo, e informai-vos, e vede em que se cometeu hoje este pecado. 39. Porque vive o SENHOR, que salva a Israel, que, ainda que seja em meu filho Jônatas, certamente morrerá. E nenhum de todo o povo lhe respondeu. 40. Disse mais a todo o Israel: Vós estareis de uma banda, e eu e meu filho Jônatas estaremos da outra banda. Então, disse o povo a Saul: Faze o que parecer bem aos teus olhos. 41. Falou, pois, Saul ao SENHOR, Deus de Israel: Mostra o inocente. Então, Jônatas e Saul foram tomados por sorte, e o povo saiu livre. 42. Então, disse Saul: Lançai a sorte entre mim e Jônatas, meu filho. E foi tomado Jônatas. 43. Disse, então, Saul a Jônatas: Declara-me o que tens feito. E Jônatas lho declarou e disse: Tão-somente provei um pouco de mel com a ponta da vara que tinha na mão; eis que devo morrer? 44. Então, disse Saul: Assim me faça Deus e outro tanto, que com certeza morrerás, Jônatas. 45. Porém o povo disse a Saul: Morrerá Jônatas, que efetuou tão grande salvação em Israel? Nunca tal suceda. Vive o SENHOR, que não lhe há de cair no chão um só cabelo da sua cabeça! Pois com Deus fez isso, hoje. Assim, o povo livrou a Jônatas, para que não morresse. 46. E Saul deixou de seguir os filisteus, e os filisteus se foram ao seu lugar. 47. Então, tomou Saul o reino sobre Israel e pelejou contra todos os seus inimigos em redor: contra Moabe, e contra os filhos de Amom, e contra Edom, e contra os reis de Zobá, e contra os filisteus; e, para onde quer que se voltava, executava castigos. 48. E houve-se valorosamente, e feriu aos amalequitas, e libertou a Israel da mão dos que o saqueavam. 49. E os filhos de Saul eram Jônatas, e Isvi, e Malquisua; e os nomes de suas duas filhas eram estes: o nome da mais velha, Merabe, e o nome da mais nova, Mical. 50. E o nome da mulher de Saul, Ainoã, filha de Aimaás; e o nome do general do exército, Abner, filho de Ner, tio de Saul. 51. E Quis, pai de Saul, e Ner, pai de Abner, eram filhos de Abiel. 52. E houve uma forte guerra contra os filisteus, todos os dias de Saul; pelo que Saul, a todos os homens valentes e valorosos que via, os agregava a si. 1 Samuel 15 1. Então, disse Samuel a Saul: Enviou-me o SENHOR a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve, pois, agora a voz das palavras do SENHOR. 2. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito. 3. Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas e desde os camelos até aos jumentos. 4. E Saul convocou o povo e os contou em Telaim: duzentos mil homens de pé e dez mil homens de Judá. 5. Chegando, pois, Saul à cidade de Amaleque, pôs emboscada no vale. 6. E disse Saul aos queneus: Ide-vos, retirai-vos e saí do meio dos amalequitas, para que vos não destrua juntamente com eles, porque vós usastes de misericórdia com todos os filhos de Israel, quando subiram do Egito. Assim, os queneus se retiraram do meio dos amalequitas. 7. Então, feriu Saul os amalequitas, desde Havilá até chegar a Sur, que está defronte do Egito. 8. E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas; porém a todo o povo destruiu a fio de espada. 9. E Saul e o povo perdoaram a Agague, e ao melhor das ovelhas e das vacas, e às da segunda sorte, e aos cordeiros, e ao melhor que havia e não os quiseram destruir totalmente; porém a toda coisa vil e desprezível destruíram totalmente. 10. Então, veio a palavra do SENHOR a Samuel, dizendo: 11. Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras. Então, Samuel se contristou e toda a noite clamou ao SENHOR. 12. E madrugou Samuel para encontrar a Saul pela manhã; e anunciou-se a Samuel, dizendo: Já chegou Saul ao Carmelo, e eis que levantou para si uma coluna. Então, fez volta, e passou, e desceu a Gilgal. 13. Veio, pois, Samuel a Saul; e Saul lhe disse: Bendito sejas tu do SENHOR; executei a palavra do SENHOR. 14. Então, disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este nos meus ouvidos, e o mugido de vacas que ouço? 15. E disse Saul: De Amaleque as trouxeram; porque o povo perdoou ao melhor das ovelhas e das vacas, para as oferecer ao SENHOR, teu Deus; o resto, porém, temos destruído totalmente. 16. Então, disse Samuel a Saul: Espera, e te declararei o que o SENHOR me disse esta noite. E ele disse-lhe: Fala. 17. E disse Samuel: Porventura, sendo tu pequeno aos teus olhos, não foste por cabeça das tribos de Israel? E o SENHOR te ungiu rei sobre Israel. 18. E enviou-te o SENHOR a este caminho e disse: Vai, e destrói totalmente a estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até que os aniquiles. 19. Por que, pois, não deste ouvidos à voz do SENHOR? Antes, voaste ao despojo e fizeste o que era mal aos olhos do SENHOR. 20. Então, disse Saul a Samuel: Antes, dei ouvidos à voz do SENHOR e caminhei no caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas destruí totalmente; 21. mas o povo tomou do despojo ovelhas e vacas, o melhor do interdito, para oferecer ao SENHOR, teu Deus, em Gilgal. 22. Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. 23. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei. 24. Então, disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto tenho traspassado o dito do SENHOR e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz. 25. Agora, pois, te rogo, perdoa- me o meu pecado e volta comigo, para que adore o SENHOR. 26. Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do SENHOR, já te rejeitou o SENHOR, para que não sejas rei sobre Israel. 27. E, virando-se Samuel para se ir, ele lhe pegou pela borda da capa e a rasgou. 28. Então, Samuel lhe disse: O SENHOR tem rasgado de ti hoje o reino de Israel e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu. 29. E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homem, para que se arrependa. 30. Disse ele então: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel; e volta comigo, para que adore o SENHOR, teu Deus. 31. Então, Samuel se tornou atrás de Saul, e Saul adorou ao SENHOR. 32. Então, disse Samuel: Trazei-me aqui Agague, rei dos amalequitas. E Agague veio a ele animosamente; e disse Agague: Na verdade, já passou a amargura da morte. 33. Disse, porém, Samuel: Assim como a tua espada desfilhou as mulheres, assim ficará desfilhada a tua mãe entre as mulheres. Então, Samuel despedaçou Agague perante o SENHOR, em Gilgal. 34. Então, Samuel se foi a Ramá; e Saul subiu à sua casa, a Gibeá de Saul. 35. E nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o SENHOR se arrependeu de que pusera a Saul rei sobre Israel. 1 Samuel 16 1. Então, disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei. 2. Porém disse Samuel: Como irei eu? Pois, ouvindo-o Saul, me matará. Então, disse o SENHOR: Toma uma bezerra das vacas em tuas mãos e dize: Vim para sacrificar ao SENHOR. 3. E convidarás Jessé ao sacrifício; e eu te farei saber o que hás de fazer, e ungir-me-ás a quem eu te disser. 4. Fez, pois, Samuel o que dissera o SENHOR e veio a Belém. Então, os anciãos da cidade saíram ao encontro, tremendo, e disseram: De paz é a tua vinda? 5. E disse ele: É de paz; vim sacrificar ao SENHOR. Santificai-vos e vinde comigo ao sacrifício. E santificou ele a Jessé e os seus filhos e os convidou ao sacrifício. 6. E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido. 7. Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração. 8. Então, chamou Jessé a Abinadabe e o fez passar diante de Samuel, o qual disse: Nem a este tem escolhido o SENHOR. 9. Então, Jessé fez passar a Samá, porém disse: Tampouco a este tem escolhido o SENHOR. 10. Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR não tem escolhido estes. 11. Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os jovens? E disse: Ainda falta o menor, e eis que apascenta as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Envia e manda-o chamar, porquanto não nos assentaremos em roda da mesa até que ele venha aqui. 12. Então, mandou em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblante, e de boa presença). E disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é. 13. Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá. 14. E o Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e o assombrava um espírito mau, da parte do SENHOR. 15. Então, os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora um espírito mau, da parte do Senhor, te assombra. 16. Diga, pois, nosso senhor a seus servos, que estão em tua presença, que busquem um homem que saiba tocar harpa; e será que, quando o espírito mau, da parte do SENHOR, vier sobre ti, então, ele tocará com a sua mão, e te acharás melhor. 17. Então, disse Saul aos seus servos: Buscai-me, pois, um homem que toque bem e trazei-mo. 18. Então, respondeu um dos jovens e disse: Eis que tenho visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente, e animoso, e homem de guerra, e sisudo em palavras, e de gentil presença; o SENHOR é com ele. 19. E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas. 20. Então, tomou Jessé um jumento carregado de pão, e um odre de vinho, e um cabrito e enviou-os a Saul pela mão de Davi, seu filho. 21. Assim, Davi veio a Saul, e esteve perante ele, e o amou muito; e foi seu pajem de armas. 22. Então, Saul mandou dizer a Jessé: Deixa estar Davi perante mim, pois achou graça a meus olhos. 23. E sucedia que, quando o espírito mau, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a tocava com a sua mão; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele. 1 Samuel 17 1. E os filisteus ajuntaram os seus arraiais para a guerra, e congregaram-se em Socó, que está em Judá, e acamparam-se entre Socó e Azeca, no termo de Damim. 2. Porém Saul e os homens de Israel se ajuntaram, e acamparam no vale do Carvalho, e ordenaram a batalha contra os filisteus. 3. E os filisteus estavam num monte da banda dalém, e os israelitas estavam no outro monte da banda daquém; e o vale estava entre eles. 4. Então, saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo. 5. Trazia na cabeça um capacete de bronze e vestia uma couraça de escamas; e era o peso da couraça de cinco mil siclos de bronze. 6. E trazia grevas de bronze por cima de seus pés e um escudo de bronze entre os seus ombros. 7. E a haste da sua lança era como eixo de tecelão, e o ferro da sua lança, de seiscentos siclos de ferro; e diante dele ia o escudeiro. 8. E parou, e clamou às companhias de Israel, e disse-lhes: Para que saireis a ordenar a batalha? Não sou eu filisteu, e vós, servos de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça a mim. 9. Se ele puder pelejar comigo e me ferir, seremos vossos servos; porém, se eu o vencer e o ferir, então, sereis nossos servos e nos servireis. 10. Disse mais o filisteu: Hoje, desafio as companhias de Israel, dizendo: Dai-me um homem, para que ambos pelejemos. 11. Ouvindo, então, Saul e todo o Israel essas palavras do filisteu, espantaram-se e temeram muito. 12. E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá, cujo nome era Jessé, que tinha oito filhos; e, nos dias de Saul, era este homem já velho e adiantado na idade entre os homens. 13. Foram-se os três filhos mais velhos de Jessé e seguiram a Saul à guerra; e eram os nomes de seus três filhos, que foram à guerra, Eliabe, o primogênito, e o segundo, Abinadabe, e o terceiro, Samá. 14. E Davi era o menor; e os três maiores seguiram a Saul. 15. Davi, porém, ia e voltava de Saul, para apascentar as ovelhas de seu pai, em Belém. 16. Chegava-se, pois, o filisteu pela manhã e à tarde; e apresentou-se por quarenta dias. 17. E disse Jessé a Davi, seu filho: Toma, peço-te, para teus irmãos um efa deste grão tostado e estes dez pães e corre a levá-los ao arraial, a teus irmãos. 18. Porém estes dez queijos de leite leva ao chefe de mil; e visitarás teus irmãos, a ver se lhes vai bem; e tomarás o seu penhor. 19. E estavam Saul, e eles, e todos os homens de Israel no vale do Carvalho, pelejando com os filisteus. 20. Davi, então, se levantou pela manhã, bem cedo, e deixou as ovelhas a um guarda, e carregou-se, e partiu, como Jessé lhe ordenara; e chegou ao lugar dos carros, quando já o arraial saía em ordem de batalha, e, a gritos, chamavam à peleja. 21. E os israelitas e filisteus se puseram em ordem, fileira contra fileira. 22. E Davi deixou a carga que trouxera na mão do guarda da bagagem e correu à batalha; e, chegando, perguntou a seus irmãos se estavam bem. 23. E, estando ele ainda falando com eles, eis que vinha subindo do exército dos filisteus o homem guerreiro, cujo nome era Golias, o filisteu de Gate, e falou conforme aquelas palavras, e Davi as ouviu. 24. Porém todos os homens de Israel, vendo aquele homem, fugiam de diante dele, e temiam grandemente, 25. e diziam os homens de Israel: Vistes aquele homem que subiu? Pois subiu para afrontar a Israel. Há de ser, pois, que ao homem que o ferir o rei o enriquecerá de grandes riquezas, e lhe dará a sua filha, e fará isenta de impostos a casa de seu pai em Israel. 26. Então, falou Davi aos homens que estavam com ele, dizendo: Que farão àquele homem que ferir a este filisteu e tirar a afronta de sobre Israel? Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo? 27. E o povo lhe tornou a falar conforme aquela palavra, dizendo: Assim farão ao homem que o ferir. 28. E, ouvindo Eliabe, seu irmão mais velho, falar àqueles homens, acendeu-se a ira de Eliabe contra Davi, e disse: Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção e a maldade do teu coração, que desceste para ver a peleja. 29. Então, disse Davi: Que fiz eu agora? Porventura, não há razão para isso? 30. E desviou-se dele para outro e falou conforme aquela palavra; e o povo lhe tornou a responder conforme as primeiras palavras. 31. E, ouvidas as palavras que Davi havia falado, as anunciaram a Saul, e mandou em busca dele. 32. E Davi disse a Saul: Não desfaleça o coração de ninguém por causa dele; teu servo irá e pelejará contra este filisteu. 33. Porém Saul disse a Davi: Contra este filisteu não poderás ir para pelejar com ele; pois tu ainda és moço, e ele, homem de guerra desde a sua mocidade. 34. Então, disse Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e vinha um leão ou um urso e tomava uma ovelha do rebanho, 35. e eu saía após ele, e o feria, e a livrava da sua boca; e, levantando-se ele contra mim, lançava-lhe mão da barba, e o feria, e o matava. 36. Assim, feria o teu servo o leão como o urso; assim será este incircunciso filisteu como um deles; porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo. 37. Disse mais Davi: O SENHOR me livrou da mão do leão e da do urso; ele me livrará da mão deste filisteu. Então, disse Saul a Davi: Vai-te embora, e o SENHOR seja contigo. 38. E Saul vestiu a Davi das suas vestes, e pôs-lhe sobre a cabeça um capacete de bronze, e o vestiu de uma couraça. 39. E Davi cingiu a espada sobre as suas vestes e começou a andar; porém nunca o havia experimentado; então, disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca o experimentei. E Davi tirou aquilo de sobre si. 40. E tomou o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco seixos do ribeiro, e pô-los no alforje de pastor, que trazia, a saber, no surrão; e lançou mão da sua funda e foi-se chegando ao filisteu. 41. O filisteu também veio e se vinha chegando a Davi; e o que lhe levava o escudo ia diante dele. 42. E, olhando o filisteu e vendo a Davi, o desprezou, porquanto era jovem ruivo e de gentil aspecto. 43. Disse, pois, o filisteu a Davi: Sou eu algum cão, para tu vires a mim com paus? E o filisteu amaldiçoou a Davi, pelos seus deuses. 44. Disse mais o filisteu a Davi: Vem a mim, e darei a tua carne às aves do céu e às bestas do campo. 45. Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. 46. Hoje mesmo o SENHOR te entregará na minha mão; e ferir-te-ei, e te tirarei a cabeça, e os corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às bestas da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel. 47. E saberá toda esta congregação que o SENHOR salva, não com espada, nem com lança; porque do SENHOR é a guerra, e ele vos entregará na nossa mão. 48. E sucedeu que, levantando-se o filisteu e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi e correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu. 49. E Davi meteu a mão no alforje, e tomou dali uma pedra, e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa; e a pedra se lhe cravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra. 50. Assim, Davi prevaleceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou sem que Davi tivesse uma espada na mão. 51. Pelo que correu Davi, e pôs-se em pé sobre o filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da bainha; e o matou e lhe cortou com ela a cabeça; vendo, então, os filisteus que o seu campeão era morto, fugiram. 52. Então, os homens de Israel e Judá se levantaram, e jubilaram, e seguiram os filisteus, até chegar ao vale e até às portas de Ecrom; e caíram os feridos dos filisteus pelo caminho, de Saaraim até Gate e até Ecrom. 53. Então, voltaram os filhos de Israel de perseguirem os filisteus e despojaram os seus arraiais. 54. E Davi tomou a cabeça do filisteu e a trouxe a Jerusalém; porém pôs as armas dele na sua tenda. 55. Vendo, porém, Saul sair Davi a encontrar-se com o filisteu, disse a Abner, o chefe do exército: De quem é filho este jovem, Abner? E disse Abner: Vive a tua alma, ó rei, que o não sei. 56. Disse, então, o rei: Pergunta, pois, de quem é filho este jovem. 57. Voltando, pois, Davi de ferir o filisteu, Abner o tomou consigo e o trouxe à presença de Saul, trazendo ele na mão a cabeça do filisteu. 58. E disse-lhe Saul: De quem és filho, jovem? E disse Davi: Filho de teu servo Jessé, belemita. 1 Samuel 18 1. E Sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. 2. E Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai. 3. E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. 4. E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto. 5. E saía Davi aonde quer que Saul o enviava e conduzia-se com prudência; e Saul o pôs sobre a gente de guerra, e era aceito aos olhos de todo o povo e até aos olhos dos servos de Saul. 6. Sucedeu, porém, que, vindo eles, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e em danças, com adufes, com alegria e com instrumentos de música. 7. E as mulheres, tangendo, respondiam umas às outras e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares. 8. Então, Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos; e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino? 9. E, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita. 10. E aconteceu, ao outro dia, que o mau espírito, da parte de Deus, se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa; e Davi tangia a harpa com a sua mão, como de dia em dia; Saul, porém, tinha na mão uma lança. 11. E Saul atirou com a lança, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou dele por duas vezes. 12. E temia Saul a Davi, porque o SENHOR era com ele e se tinha retirado de Saul. 13. Pelo que Saul o desviou de si e o pôs por chefe de mil; e saía e entrava diante do povo. 14. E Davi se conduzia com prudência em todos os seus caminhos, e o SENHOR era com ele. 15. Vendo, então, Saul que tão prudentemente se conduzia, tinha receio dele. 16. Porém todo o Israel e Judá amavam Davi, porquanto saía e entrava diante deles. 17. Pelo que Saul disse a Davi: Eis que Merabe, minha filha mais velha, te darei por mulher; sê-me somente filho valoroso e guerreia as guerras do SENHOR (Porque Saul dizia consigo: Não seja contra ele a minha mão, mas, sim, a dos filisteus.). 18. Mas Davi disse a Saul: Quem sou eu, e qual é a minha vida e a família de meu pai em Israel, para vir a ser genro do rei? 19. Sucedeu, porém, que ao tempo que Merabe, filha de Saul, devia ser dada a Davi, ela foi dada por mulher a Adriel, meolatita. 20. Mas Mical, a outra filha de Saul, amava a Davi; o que, sendo anunciado a Saul, pareceu isso bom aos seus olhos. 21. E Saul disse: Eu lha darei, para que lhe sirva de laço e para que a mão dos filisteus venha a ser contra ele. Pelo que Saul disse a Davi: Com a outra serás hoje meu genro. 22. E Saul deu ordem aos seus servos: Falai em segredo a Davi, dizendo: Eis que o rei te está mui afeiçoado, e todos os seus servos te amam; agora, pois, consente em ser genro do rei. 23. E os servos de Saul falaram todas essas palavras aos ouvidos de Davi. Então, disse Davi: Parece-vos pouco aos vossos olhos ser genro do rei, sendo eu homem pobre e desprezível? 24. E os servos de Saul lhe anunciaram isso, dizendo: Foram tais as palavras que falou Davi. 25. Então, disse Saul: Assim direis a Davi: O rei não tem necessidade de dote, senão de cem prepúcios de filisteus, para se tomar vingança dos inimigos do rei. Porquanto Saul tentava fazer cair a Davi pela mão dos filisteus. 26. E anunciaram os seus servos essas palavras a Davi, e esse negócio pareceu bem aos olhos de Davi, de que fosse genro do rei; porém ainda os dias se não haviam cumprido. 27. Então, Davi se levantou e partiu ele com os seus homens, e feriram dentre os filisteus duzentos homens; e Davi trouxe os seus prepúcios, e os entregaram todos ao rei, para que fosse genro do rei; então, Saul lhe deu por mulher a sua filha. 28. E viu Saul e notou que o SENHOR era com Davi; e Mical, filha de Saul, o amava. 29. Então, Saul temeu muito mais a Davi e Saul foi todos os seus dias inimigo de Davi. 30. E, saindo os príncipes dos filisteus para a batalha, sucedeu que Davi se conduziu mais prudentemente do que todos os servos de Saul; portanto, o seu nome era mui estimado. 1 Samuel 19 1. E falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos para que matassem Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava mui afeiçoado a Davi. 2. E Jônatas o anunciou a Davi, dizendo: Meu pai, Saul, procura matar-te; pelo que, agora, guarda-te, pela manhã, e fica-te num lugar oculto, e esconde-te. 3. E sairei eu e estarei à mão de meu pai no campo em que estiveres; e eu falarei de ti a meu pai, e verei o que houver, e to anunciarei. 4. Então, Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e disse-lhe: Não peque o rei contra seu servo Davi, porque ele não pecou contra ti, e porque os seus feitos te são mui bons. 5. Porque pôs a sua alma na mão e feriu aos filisteus, e fez o SENHOR um grande livramento a todo o Israel; tu mesmo o viste e te alegraste; por que, pois, pecarias contra sangue inocente, matando Davi sem causa? 6. E Saul deu ouvidos à voz de Jônatas e jurou Saul: Vive o SENHOR, que não morrerá. 7. E Jônatas chamou a Davi, e contou-lhe todas estas palavras, e Jônatas levou Davi a Saul; e esteve perante ele como dantes. 8. E tornou a haver guerra; e saiu Davi, e pelejou contra os filisteus, e feriu-os de grande ferida; e fugiram diante dele. 9. Porém o espírito mau, da parte do SENHOR, se tornou sobre Saul, estando ele assentado em sua casa e tendo na mão a sua lança, e tangendo Davi com a mão o instrumento de música. 10. E procurava Saul encravar a Davi na parede, porém ele se desviou de diante de Saul, o qual feriu com a lança a parede; então, fugiu Davi e escapou naquela mesma noite. 11. Porém Saul mandou mensageiros à casa de Davi, que o guardassem e o matassem pela manhã; do que Mical, sua mulher, avisou a Davi, dizendo: Se não salvares a tua vida esta noite, amanhã te matarão. 12. Então, Mical desceu a Davi por uma janela; e ele se foi, e fugiu, e escapou. 13. E Mical tomou uma estátua, e a deitou na cama, e pôs-lhe à cabeceira uma pele de cabra, e a cobriu com uma coberta. 14. E, mandando Saul mensageiros que trouxessem a Davi, ela disse: Está doente. 15. Então, Saul mandou mensageiros que vissem Davi, dizendo: Trazei-mo mesmo na cama, para que o mate. 16. Vindo, pois, os mensageiros, eis que estava a estátua na cama, e a pele de cabra, à sua cabeceira. 17. Então, disse Saul a Mical: Por que assim me enganaste e deixaste ir e escapar o meu inimigo? E disse Mical a Saul: Porque ele me disse: Deixa-me ir, por que hei de eu matar-te? 18. Assim, Davi fugiu, e escapou, e veio a Samuel, a Ramá, e lhe participou tudo quanto Saul lhe fizera; e foram, ele e Samuel, e ficaram em Naiote. 19. E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que Davi está em Naiote, em Ramá. 20. Então, enviou Saul mensageiros para trazerem a Davi, os quais viram uma congregação de profetas profetizando, onde estava Samuel, que presidia sobre eles; e o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram. 21. E, avisado disso Saul, enviou outros mensageiros, e também estes profetizaram; então, enviou Saul ainda uns terceiros mensageiros, os quais também profetizaram. 22. Então, foi também ele mesmo a Ramá e chegou ao poço grande que estava em Seco; e, perguntando, disse: Onde estão Samuel e Davi? E disseram-lhe: Eis que estão em Naiote, em Ramá. 23. Então, foi para Naiote, em Ramá; e o mesmo Espírito de Deus veio sobre ele, e ia profetizando, até chegar a Naiote, em Ramá. 24. E ele também despiu as suas vestes, e ele também profetizou diante de Samuel, e esteve nu por terra todo aquele dia e toda aquela noite; pelo que se diz: Está também Saul entre os profetas? 1 Samuel 20 1. Então, fugiu Davi de Naiote, em Ramá, e veio, e disse perante Jônatas: Que fiz eu? Qual é o meu crime? E qual é o meu pecado diante de teu pai, que procura tirar-me a vida? 2. E ele lhe disse: Tal não seja; não morrerás. Eis que meu pai não faz coisa nenhuma grande, nem pequena, sem primeiro me dar parte; por que, pois, meu pai me encobriria este negócio? Não é assim. 3. Então, Davi tornou a jurar e disse: Mui bem sabe teu pai que achei graça a teus olhos; pelo que disse: Não saiba isso Jônatas, para que se não magoe; e, na verdade, vive o SENHOR, e vive a tua alma, que apenas há um passo entre mim e a morte. 4. E disse Jônatas a Davi: O que disser a tua alma eu te farei. 5. Disse Davi a Jônatas: Eis que amanhã é a lua nova, em que costumo assentar-me com o rei para comer; deixa-me tu ir, porém, e esconder-me-ei no campo, até à terceira tarde. 6. Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi me pediu muito que o deixasse ir correndo a Belém, sua cidade; porquanto se faz lá o sacrifício anual para toda a linhagem. 7. Se disser assim: Está bem! Então, teu servo tem paz. Porém, se muito se indignar, sabe que já está inteiramente determinado no mal. 8. Usa, pois, de misericórdia com o teu servo, porque fizeste a teu servo entrar contigo em aliança do SENHOR; se, porém, há em mim crime, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai? 9. Então, disse Jônatas: Longe de ti tal coisa; porém, se dalguma maneira soubesse que já este mal está inteiramente determinado por meu pai, para que viesse sobre ti, não to descobriria eu? 10. E disse Davi a Jônatas: Quem tal me fará saber, se, por acaso, teu pai te responder asperamente? 11. Então, disse Jônatas a Davi: Vem, e saiamos ao campo. E saíram ambos ao campo. 12. E disse Jônatas a Davi: O SENHOR, Deus de Israel, seja testemunha. Sondando eu a meu pai amanhã a estas horas ou depois de amanhã, e eis que houver coisa favorável para Davi, e eu, então, não enviar a ti e não to fizer saber, 13. o SENHOR faça assim com Jônatas outro tanto; mas, se aprouver a meu pai fazer-te mal, também to farei saber e te deixarei partir, e irás em paz; e o SENHOR seja contigo, assim como foi com meu pai. 14. E, se eu, então, ainda viver, porventura, não usarás comigo da beneficência do SENHOR, para que não morra? 15. Nem tampouco cortarás da minha casa a tua beneficência eternamente; nem ainda quando o SENHOR desarraigar da terra a cada um dos inimigos de Davi. 16. Assim, fez Jônatas aliança com a casa de Davi, dizendo: O SENHOR o requeira da mão dos inimigos de Davi. 17. E Jônatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma. 18. E disse-lhe Jônatas: Amanhã é a lua nova, e não te acharão no teu lugar, pois o teu assento se achará vazio. 19. E, ausentando-te tu três dias, desce apressadamente e vai àquele lugar onde te escondeste no dia do negócio; e fica-te junto à pedra de Ezel. 20. E eu atirarei três flechas para aquela banda, como se atirara ao alvo. 21. E eis que mandarei o moço, dizendo: Anda, busca as flechas; se eu expressamente disser ao moço: Olha que as flechas estão para cá de ti, toma-o contigo; vem, porque há paz para ti, e não há nada, vive o SENHOR. 22. Porém, se disser ao moço assim: Olha que as flechas estão para lá de ti. Vai-te embora, porque o SENHOR te deixa ir. 23. E, quanto ao negócio de que eu e tu falamos, eis que o SENHOR está entre mim e ti, eternamente. 24. Escondeu-se, pois, Davi no campo; e, sendo a lua nova, assentou-se o rei para comer pão. 25. E, assentando-se o rei no seu assento, como as outras vezes, no lugar junto à parede, Jônatas se levantou, e assentou-se Abner ao lado de Saul; e o lugar de Davi apareceu vazio. 26. Porém, naquele dia, não disse Saul nada, porque dizia: Aconteceu-lhe alguma coisa, pela qual não está limpo; certamente, não está limpo. 27. Sucedeu também ao outro dia, o segundo da lua nova, que o lugar de Davi apareceu vazio; disse, pois, Saul a Jônatas, seu filho: Por que não veio o filho de Jessé, nem ontem nem hoje, a comer pão? 28. E respondeu Jônatas a Saul: Davi me pediu encarecidamente que o deixasse ir a Belém, 29. dizendo: Peço- te que me deixes ir, porquanto a nossa linhagem tem um sacrifício na cidade, e meu irmão mesmo me mandou ir. Se, pois, agora tenho achado graça a teus olhos, peço- te que me deixes partir, para que veja meus irmãos. Por isso, não veio à mesa do rei. 30. Então, se acendeu a ira de Saul contra Jônatas, e disse-lhe: Filho da perversa em rebeldia; não sei eu que tens elegido o filho de Jessé, para vergonha tua e para vergonha da nudez de tua mãe? 31. Porque todos os dias que o filho de Jessé viver sobre a terra nem tu serás firme, nem o teu reino; pelo que envia e traze-mo nesta hora, porque é digno de morte. 32. Então, respondeu Jônatas a Saul, seu pai, e lhe disse: Por que há de ele morrer? Que tem feito? 33. Então, Saul atirou-lhe com a lança, para o ferir; assim, entendeu Jônatas que já seu pai tinha determinado matar a Davi. 34. Pelo que Jônatas, todo encolerizado, se levantou da mesa e, no segundo dia da lua nova, não comeu pão; porque se magoava por causa de Davi, pois seu pai o tinha maltratado. 35. E aconteceu, pela manhã, que Jônatas saiu ao campo, ao tempo que tinha ajustado com Davi, e um moço pequeno com ele. 36. Então, disse ao seu moço: Corre a buscar as flechas que eu atirar. Correu, pois, o moço, e ele atirou uma flecha, que fez passar além dele. 37. E, chegando o moço ao lugar da flecha que Jônatas tinha atirado, gritou Jônatas atrás do moço e disse: Não está, porventura, a flecha mais para lá de ti? 38. E tornou Jônatas a gritar atrás do moço: Apressa-te, avia-te, não te demores. E o moço de Jônatas apanhou as flechas e veio a seu senhor. 39. E o moço não entendeu coisa alguma; só Jônatas e Davi sabiam deste negócio. 40. Então, Jônatas deu as suas armas ao moço que trazia e disse-lhe: Anda e leva-as à cidade. 41. E, indo-se o moço, levantou-se Davi da banda do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro e choraram juntos, até que Davi chorou muito mais. 42. E disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz, porque nós temos jurado ambos em nome do SENHOR, dizendo: O SENHOR seja perpetuamente entre mim e ti e entre minha semente e a tua semente. 43. Então, se levantou Davi e se foi; e Jônatas entrou na cidade. 1 Samuel 21 1. Então, veio Davi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque; e Aimeleque, tremendo, saiu ao encontro de Davi e disse-lhe: Por que vens só, e ninguém, contigo? 2. E disse Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei me encomendou um negócio e me disse: Ninguém saiba deste negócio pelo qual eu te enviei e o qual te ordenei; quanto aos jovens, apontei-lhes tal e tal lugar. 3. Agora, pois, que tens à mão? Dá-me cinco pães na minha mão ou o que se achar. 4. E, respondendo o sacerdote a Davi, disse: Não tenho pão comum à mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os jovens se abstiveram das mulheres. 5. E respondeu Davi ao sacerdote e lhe disse: Sim, em boa fé, as mulheres se nos vedaram desde ontem; e, anteontem, quando eu saí, o corpo dos jovens também era santo; e em alguma maneira é pão comum, quanto mais que hoje se santificará outro no corpo! 6. Então, o sacerdote lhe deu o pão sagrado, porquanto não havia ali outro pão, senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do SENHOR, para se pôr ali pão quente, no dia em que aquele se tirasse. 7. Estava, porém, ali, naquele dia, um dos criados de Saul, detido perante o SENHOR; e era seu nome Doegue, edomita, o mais poderoso dos pastores de Saul. 8. E disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui à mão lança ou espada alguma? Porque não trouxe à mão nem a minha espada nem as minhas armas, porque o negócio do rei era apressado. 9. E disse o sacerdote: A espada de Golias, o filisteu, a quem tu feriste no vale do Carvalho, eis que ela aqui está, envolta num pano detrás do éfode; se tu a queres tomar, toma- a, porque nenhuma outra há aqui, senão aquela. E disse Davi: Não há outra semelhante; dá-ma. 10. E Davi levantou-se, e fugiu, aquele dia, de diante de Saul, e veio a Aquis, rei de Gate. 11. Porém os criados de Aquis lhe disseram: Não é este Davi, o rei da terra? Não se cantava deste nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares? 12. E Davi considerou essas palavras no seu ânimo e temeu muito diante de Aquis, rei de Gate. 13. Pelo que se contrafez diante dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas portas do portal, e deixava correr saliva pela barba. 14. Então, disse Aquis aos seus criados: Eis que bem vedes que este homem está louco; por que mo trouxestes a mim? 15. Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis este que fizesse doidices diante de mim? Há de este entrar na minha casa? 1 Samuel 22 1. Então, Davi se retirou dali e se escapou para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai e desceram ali para ele. 2. E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens. 3. E foi-se Davi dali a Mispa dos moabitas e disse ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que saiba o que Deus há de fazer de mim. 4. E trouxe-os perante o rei dos moabitas, e ficaram com ele todos os dias que Davi esteve no lugar forte. 5. Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques naquele lugar forte; vai e entra na terra de Judá. Então, Davi foi e veio para o bosque de Herete. 6. E ouviu Saul que já se sabia de Davi e dos homens que estavam com ele: e estava Saul em Gibeá, debaixo de um arvoredo, em Ramá, e tinha na mão a sua lança, e todos os seus criados estavam com ele. 7. Então, disse Saul a todos os seus criados que estavam com ele: Ouvi, peço-vos, filhos de Benjamim, dar-vos-á também o filho de Jessé, a todos vós, terras e vinhas, e far-vos-á a todos chefes de milhares e chefes de centenas, 8. para que todos vós tenhais conspirado contra mim? E ninguém há que me dê aviso de que meu filho tem feito aliança com o filho de Jessé; e nenhum dentre vós há que se doa de mim e mo participe, pois meu filho tem contra mim sublevado a meu servo, para me armar ciladas, como se vê neste dia. 9. Então, respondeu Doegue, o edomita, que também estava com os criados de Saul, e disse: Ao filho de Jessé vi vir a Nobe, a Aimeleque, filho de Aitube, 10. o qual consultou por ele o SENHOR, e lhe deu mantimento, e lhe deu também a espada de Golias, o filisteu. 11. Então, o rei mandou chamar a Aimeleque, sacerdote, filho de Aitube, e a toda a casa de seu pai, e aos sacerdotes que estavam em Nobe; e todos eles vieram ao rei. 12. E disse Saul: Ouve, peço-te, filho de Aitube. E ele disse: Eis-me aqui, senhor meu. 13. Então, lhe disse Saul: Por que conspirastes contra mim, tu e o filho de Jessé? Pois deste-lhe pão e espada e consultaste por ele a Deus, para que se levantasse contra mim a armar- me ciladas, como se vê neste dia? 14. E respondeu Aimeleque ao rei e disse: E quem, entre todos os teus criados, há tão fiel como Davi, o genro do rei, pronto na sua obediência e honrado na tua casa? 15. Comecei, porventura, hoje a consultar por ele a Deus? Longe de mim tal! Não impute o rei coisa nenhuma a seu servo, nem a toda a casa de meu pai, pois o teu servo não soube nada de tudo isso, nem muito nem pouco. 16. Porém o rei disse: Aimeleque, morrerás certamente, tu e toda a casa de teu pai. 17. E disse o rei aos da sua guarda, que estavam com ele: Virai-vos e matai os sacerdotes do SENHOR, porque também a sua mão é com Davi e porque souberam que fugiu e não mo fizeram saber. Porém os criados do rei não quiseram estender as suas mãos para arremeter contra os sacerdotes do SENHOR. 18. Então, disse o rei a Doegue: Vira-te tu e arremete contra os sacerdotes. Então, se virou Doegue, o edomita, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou, naquele dia, oitenta e cinco homens que vestiam éfode de linho. 19. Também a Nobe, cidade desses sacerdotes, passou a fio de espada; desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito; e até os bois, jumentos e ovelhas passou a fio de espada. 20. Porém escapou um dos filhos de Aimeleque, filho de Aitube, cujo nome era Abiatar, o qual fugiu atrás de Davi. 21. E Abiatar anunciou a Davi que Saul tinha matado os sacerdotes do SENHOR. 22. Então, Davi disse a Abiatar: Bem sabia eu, naquele dia, que, estando ali Doegue, o edomita, não deixaria de o denunciar a Saul; eu dei ocasião contra todas as almas da casa de teu pai. 23. Fica comigo, não temas, porque quem procurar a minha morte também procurará a tua, pois estarás salvo comigo. 1 Samuel 23 1. E foi anunciado a Davi, dizendo: Eis que os filisteus pelejam contra Queila e saqueiam as eiras. 2. E consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Irei eu e ferirei estes filisteus? E disse o SENHOR a Davi: Vai, e ferirás os filisteus, e livrarás Queila. 3. Porém os homens de Davi lhe disseram: Eis que tememos aqui em Judá, quanto mais indo a Queila contra os esquadrões dos filisteus. 4. Então, Davi tornou a consultar o SENHOR, e o SENHOR lhe respondeu e disse: Levanta-te, desce a Queila, porque te dou os filisteus na tua mão. 5. Então, Davi partiu com os seus homens a Queila, e pelejou contra os filisteus, e levou os gados, e fez grande estrago entre eles; e Davi livrou os moradores de Queila. 6. E sucedeu que, quando Abiatar, filho de Aimeleque, fugiu para Davi, a Queila, desceu com o éfode na mão. 7. E foi anunciado a Saul que Davi era vindo a Queila. E disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos, pois está encerrado, entrando numa cidade de portas e ferrolhos. 8. Então, Saul mandou chamar a todo o povo à peleja, para que descessem a Queila, para cercar a Davi e os seus homens. 9. Sabendo, pois, Davi que Saul maquinava esse mal contra ele, disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui o éfode. 10. E disse Davi: Ó SENHOR, Deus de Israel, teu servo decerto tem ouvido que Saul procura vir a Queila, para destruir a cidade por causa de mim. 11. Entregar-me-ão os cidadãos de Queila na sua mão? Descerá Saul, como o teu servo tem ouvido? Ah! SENHOR, Deus de Israel, faze-o saber ao teu servo. E disse o SENHOR: Descerá. 12. Disse mais Davi: Entregar-me-iam os cidadãos de Queila, a mim e aos meus homens, nas mãos de Saul? E disse o SENHOR: Entregariam. 13. Então, se levantou Davi com os seus homens, uns seiscentos, e saíram de Queila e foram-se aonde puderam; e, sendo anunciado a Saul que Davi escapara de Queila, cessou de sair contra ele. 14. E Davi permaneceu no deserto, nos lugares fortes, e ficou em um monte no deserto de Zife; e Saul o buscava todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mão. 15. Vendo, pois, Davi que Saul saíra à busca da sua vida, Davi esteve no deserto de Zife, num bosque. 16. Então, se levantou Jônatas, filho de Saul, e foi para Davi ao bosque, e fortaleceu a sua mão em Deus, 17. e disse-lhe: Não temas, que não te achará a mão de Saul, meu pai; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai, bem sabe. 18. E ambos fizeram aliança perante o SENHOR. Davi ficou no bosque, e Jônatas voltou para a sua casa. 19. Então, subiram os zifeus a Saul, a Gibeá, dizendo: Não se escondeu Davi entre nós nos lugares fortes do bosque, no outeiro de Haquila, que está à mão direita de Jesimom? 20. Agora, pois, ó rei, apressadamente desce conforme todo o desejo da tua alma; por nós fica entregarmo-lo nas mãos do rei. 21. Então, disse Saul: Benditos sejais vós do SENHOR, porque vos compadecestes de mim. 22. Ide, pois, e diligenciai ainda mais, e sabei, e notai o lugar que freqüenta e quem o tenha visto ali; porque me foi dito que é astutíssimo. 23. Pelo que atentai bem e informai-vos acerca de todos os esconderijos em que ele se esconde; e, então, voltai para mim com toda a certeza, e ir-me-ei convosco; e há de ser que, se estiver naquela terra, o buscarei entre todos os milhares de Judá. 24. Então, se levantaram eles e se foram a Zife, adiante de Saul; Davi, porém, e os seus homens estavam no deserto de Maom, na planície, à direita de Jesimom. 25. E Saul e os seus homens se foram em busca dele, o que anunciaram a Davi, que desceu para aquela penha e ficou no deserto de Maom; o que ouvindo Saul, seguiu a Davi para o deserto de Maom. 26. E Saul ia desta banda do monte, e Davi e os seus homens, da outra banda do monte; e sucedeu que Davi se apressou a escapar de Saul; Saul, porém, e os seus homens cercaram Davi e os seus homens, para lançar mão deles. 27. Então, veio um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te e vem, porque os filisteus, com ímpeto, entraram na terra. 28. Pelo que Saul voltou de perseguir a Davi e foi-se ao encontro dos filisteus. Por esta razão, aquele lugar se chamou Sela-Hamalecote. 29. E subiu Davi dali e ficou nos lugares fortes de En-Gedi. 1 Samuel 24 1. E sucedeu que, voltando Saul de perseguir os filisteus, lhe anunciaram, dizendo: Eis que Davi está no deserto de En-Gedi. 2. Então, tomou Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi à busca de Davi e dos seus homens, até aos cumes das penhas das cabras monteses. 3. E chegou a uns currais de ovelhas no caminho, onde estava uma caverna; e entrou nela Saul, a cobrir seus pés; e Davi e os seus homens estavam aos lados da caverna. 4. Então, os homens de Davi lhe disseram: Eis aqui o dia do qual o SENHOR te diz: Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-ás como te parecer bem a teus olhos. E levantou-se Davi e, mansamente, cortou a orla do manto de Saul. 5. Sucedeu, porém, que, depois, o coração doeu a Davi, por ter cortado a orla do manto de Saul; 6. e disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do SENHOR, estendendo eu a minha mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR. 7. E, com estas palavras, Davi conteve os seus homens e não lhes permitiu que se levantassem contra Saul; e Saul se levantou da caverna e prosseguiu o seu caminho. 8. Depois, também Davi se levantou, e saiu da caverna, e gritou por detrás de Saul, dizendo: Rei, meu senhor! E, olhando Saul para trás, Davi se inclinou com o rosto em terra e se prostrou. 9. E disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Eis que Davi procura o teu mal? 10. Eis que este dia os teus olhos viram que o SENHOR, hoje, te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a minha mão contra o meu senhor, pois é o ungido do SENHOR. 11. Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão; porque, cortando-te eu a orla do manto, te não matei. Adverte, pois, e vê que não há na minha mão nem mal nem prevaricação nenhuma, e não pequei contra ti; porém tu andas à caça da minha vida, para ma tirares. 12. Julgue o SENHOR entre mim e ti e vingue-me o SENHOR de ti; porém a minha mão não será contra ti. 13. Como diz o provérbio dos antigos: Dos ímpios procede a impiedade; porém a minha mão não será contra ti. 14. Após quem saiu o rei de Israel? A quem persegues? A um cão morto? A uma pulga? 15. O SENHOR, porém, será o juiz, e julgará entre mim e ti, e verá, e advogará a minha causa, e me defenderá da tua mão. 16. E sucedeu que, acabando Davi de falar a Saul todas estas palavras, disse Saul: É esta a tua voz, meu filho Davi? Então, Saul alçou a sua voz e chorou. 17. E disse a Davi: Mais justo és do que eu; pois tu me recompensaste com bem, e eu te recompensei com mal. 18. E tu mostraste hoje que usaste comigo bem; pois o SENHOR me tinha posto em tuas mãos, e tu me não mataste. 19. Porque quem há que, encontrando o seu inimigo, o deixaria ir por bom caminho? O SENHOR, pois, te pague com bem, pelo que hoje me fizeste. 20. Agora, pois, eis que bem sei que certamente hás de reinar e que o reino de Israel há de ser firme na tua mão. 21. Portanto, agora, jura-me pelo SENHOR que não desarraigarás a minha semente depois de mim, nem desfarás o meu nome da casa de meu pai. 22. Então, jurou Davi a Saul. E foi Saul para a sua casa, porém Davi e os seus homens subiram ao lugar forte. 1 Samuel 25 1. E faleceu Samuel, e todo os filhos de Israel se ajuntaram, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. E Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã. 2. E havia um homem em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; e era este homem mui poderoso, e tinha três mil ovelhas e mil cabras, e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo. 3. E era o nome deste homem Nabal, e o nome de sua mulher, Abigail; e era a mulher de bom entendimento e formosa, porém o homem era duro e maligno nas obras; e era da casa de Calebe. 4. E ouviu Davi, no deserto, que Nabal tosquiava as suas ovelhas, 5. e enviou Davi dez jovens, e disse aos jovens: Subi ao Carmelo e, indo a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está. 6. E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz, e tudo o que tens tenha paz! 7. Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores; ora, os pastores que tens estiveram conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem coisa alguma lhes faltou todos os dias que estiveram no Carmelo. 8. Pergunta-o aos teus jovens, e eles to dirão; estes jovens, pois, achem graça a teus olhos, porque viemos em bom dia; dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão. 9. Chegando, pois, os jovens de Davi e tendo falado a Nabal todas aquelas palavras em nome de Davi, se calaram. 10. E Nabal respondeu aos criados de Davi e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos servos há hoje, e cada um foge a seu senhor. 11. Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vêm? 12. Então, os jovens de Davi se tornaram para o seu caminho, e voltaram, e vieram, e lhe anunciaram tudo, conforme todas estas palavras. 13. Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e cingiu também Davi a sua; e subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem. 14. Porém um dentre os jovens o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; porém ele se lançou a eles. 15. Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos faltou em todos os dias que conversamos com eles, quando estávamos no campo. 16. De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas. 17. Olha, pois, agora, e vê o que hás de fazer porque já de todo determinado está o mal contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um tal filho de Belial, que não há quem lhe possa falar. 18. Então, Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos, 19. e disse aos seus jovens: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. Isso, porém, não declarou a seu marido Nabal. 20. E sucedeu que, andando ela montada num jumento, desceu pelo encoberto do monte, e eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro, e encontrou-se com eles. 21. E disse Davi: Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem. 22. Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino. 23. Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra. 24. E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva. 25. Meu senhor, agora não faça este homem de Belial, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele, e eu, tua serva, não vi os jovens de meu senhor, que enviaste. 26. Agora, pois, meu senhor, vive o SENHOR, e vive a tua alma, que o SENHOR te impediu de vires com sangue e de que a tua mão te salvasse; e, agora, tais quais Nabal sejam os teus inimigos e os que procuram mal contra o meu senhor, 27. e agora esta é a bênção que trouxe a tua serva a meu senhor; dê-se aos jovens que andam após as pisadas de meu senhor. 28. Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará o SENHOR casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do SENHOR, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias. 29. E, levantando-se algum homem para te perseguir e para procurar a tua morte, então, a vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o SENHOR, teu Deus; porém a vida de teus inimigos se arrojará ao longe, como do meio do côncavo de uma funda. 30. E há de ser que, usando o SENHOR com o meu senhor conforme todo o bem que já tem dito de ti e te tiver estabelecido chefe sobre Israel, 31. então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar no coração o sangue que sem causa derramaste, nem tampouco o haver-se salvado meu senhor a si mesmo; e, quando o SENHOR fizer bem a meu senhor, lembra-te, então, da tua serva. 32. Então, Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR, Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro. 33. E bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue e de que a minha mão me salvasse. 34. Porque, na verdade, vive o SENHOR, Deus de Israel, que me impediu que te fizesse mal, que se tu não te apressaras e me não vieras ao encontro, não ficaria a Nabal, até à luz da manhã, nem mesmo um menino. 35. Então, Davi tomou da sua mão o que tinha trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; vês aqui que tenho dado ouvidos à tua voz e tenho aceitado a tua face. 36. E, vindo Abigail a Nabal, eis que tinha em sua casa um banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre nele, e ele já mui embriagado, pelo que não lhe deu a entender palavra alguma, pequena nem grande, até à luz da manhã. 37. Sucedeu, pois, que pela manhã, havendo já saído de Nabal o vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas palavras; e se amorteceu nele o seu coração, e ficou ele como pedra. 38. E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu. 39. E, ouvindo Davi que Nabal morrera, disse: Bendito seja o SENHOR, que pleiteou o pleito da minha afronta da mão de Nabal e deteve a seu servo do mal, fazendo o SENHOR tornar o mal de Nabal sobre a sua cabeça. E mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por sua mulher. 40. Vindo, pois, os criados de Davi a Abigail, no Carmelo, lhe falaram, dizendo: Davi nos tem mandado a ti, para te tomar por sua mulher. 41. Então, ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor. 42. E Abigail se apressou, e se levantou, e montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas; e ela seguiu os mensageiros de Davi e foi sua mulher. 43. Também tomou Davi a Ainoã de Jezreel, e também ambas foram suas mulheres. 44. Porque Saul tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim. 1 Samuel 26 1. E vieram os zifeus a Saul, a Gibeá, dizendo: Não está Davi escondido no outeiro de Haquila, à entrada de Jesimom? 2. Então, Saul se levantou e desceu ao deserto de Zife, e com ele três mil homens escolhidos de Israel, a buscar a Davi no deserto de Zife. 3. E acampou-se Saul no outeiro de Haquila, que está à entrada de Jesimom, junto ao caminho; porém Davi ficou no deserto e viu que Saul vinha após ele ao deserto. 4. Pois Davi enviou espias e soube que Saul vinha decerto. 5. E Davi se levantou e veio ao lugar onde Saul se tinha acampado; viu Davi o lugar onde se tinha deixado Saul e Abner, filho de Ner, chefe do seu exército; e Saul estava deitado dentro do lugar dos carros, e o povo estava acampado ao redor dele. 6. E respondeu Davi e falou a Aimeleque, o heteu, e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe, dizendo: Quem descerá comigo a Saul ao arraial? E disse Abisai: Eu descerei contigo. 7. Vieram, pois, Davi e Abisai de noite ao povo, e eis que Saul estava deitado, dormindo dentro do lugar dos carros, e a sua lança estava pregada na terra à sua cabeceira; e Abner e o povo estavam deitados ao redor dele. 8. Então, disse Abisai a Davi: Deus te entregou, hoje, nas mãos a teu inimigo; deixa-mo, pois, agora, encravar com a lança de uma vez na terra, e não o ferirei segunda vez. 9. E disse Davi a Abisai: Nenhum dano lhe faças; porque quem estendeu a sua mão contra o ungido do SENHOR e ficou inocente? 10. Disse mais Davi: Vive o SENHOR, que o SENHOR o ferirá, ou o seu dia chegará em que morra, ou descerá para a batalha e perecerá. 11. O SENHOR me guarde de que eu estenda a mão contra o ungido do SENHOR; agora, porém, toma lá a lança que está à sua cabeceira e a bilha da água, e vamo-nos. 12. Tomou, pois, Davi a lança e a bilha da água, da cabeceira de Saul, e foram-se; e ninguém houve que o visse, nem que o advertisse, nem que acordasse; porque todos estavam dormindo, pois havia caído sobre eles um profundo sono do SENHOR. 13. E Davi, passando à outra banda, pôs-se no cume do monte ao longe, de maneira que entre eles havia grande distância. 14. E Davi bradou ao povo e a Abner, filho de Ner, dizendo: Não responderás, Abner? Então, Abner respondeu e disse: Quem és tu, que bradas ao rei? 15. Então, disse Davi a Abner: Porventura, não és varão? E quem há em Israel como tu? Por que, pois, não guardaste tu o rei, teu senhor? Porque um do povo veio para destruir o rei, teu senhor. 16. Não é bom isso que fizeste; vive o SENHOR, que sois dignos de morte, vós que não guardastes a vosso senhor, o ungido do SENHOR; vede, pois, agora, onde está a lança do rei e a bilha da água, que tinha à sua cabeceira. 17. Então, conheceu Saul a voz de Davi e disse: Não é esta a tua voz, meu filho Davi? E disse Davi: Minha voz é, ó rei, meu senhor. 18. Disse mais: Por que persegue o meu senhor assim o seu servo? Pois que fiz eu? E que maldade se acha nas minhas mãos? 19. Ouve, pois, agora, te rogo, ó rei, meu senhor, as palavras de teu servo: Se o SENHOR te incita contra mim, cheire ele a oferta de manjares; porém, se são os filhos dos homens, malditos sejam perante o SENHOR; pois eles me têm repelido hoje, para que eu não fique apegado à herança do SENHOR, dizendo: Vai, serve a outros deuses. 20. Agora, pois, não se derrame o meu sangue na terra diante do SENHOR; pois saiu o rei de Israel em busca de uma pulga, como quem persegue uma perdiz nos montes. 21. Então, disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, porque não mandarei fazer-te mal; porque foi hoje preciosa a minha vida aos teus olhos. Eis que procedi loucamente e errei grandissimamente. 22. Davi, então, respondeu e disse: Eis aqui a lança do rei; passe cá um dos jovens e leve-a. 23. O SENHOR, porém, pague a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te tinha dado hoje na minha mão, porém não quis estender a minha mão contra o ungido do SENHOR. 24. E eis que, assim como foi a tua vida hoje de tanta estima aos meus olhos, de outra tanta estima seja a minha vida aos olhos do SENHOR, e ele me livre de toda tribulação. 25. Então, Saul disse a Davi: Bendito sejas tu, meu filho Davi; pois grandes coisas farás e também prevalecerás. Então, Davi se foi pelo seu caminho, e Saul voltou para o seu lugar. 1 Samuel 27 1. Disse, porém, Davi no seu coração: Ora, ainda algum dia perecerei pela mão de Saul; não há coisa melhor para mim do que escapar apressadamente para a terra dos filisteus; para que Saul perca a esperança de mim e cesse de me buscar por todos os termos de Israel; e assim escaparei da sua mão. 2. Então, Davi se levantou e passou com os seiscentos homens que com ele estavam a Aquis, filho de Maoque, rei de Gate. 3. E Davi ficou com Aquis em Gate, ele e os seus homens, cada um com a sua casa; Davi, com ambas as suas mulheres, Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, o carmelita. 4. E, sendo Saul avisado de que Davi tinha fugido para Gate, não cuidou mais em o buscar. 5. E disse Davi a Aquis: Se eu tenho achado graça aos teus olhos, dá-me lugar numa das cidades da terra, para que ali habite; pois por que razão habitaria o teu servo contigo na cidade real? 6. Então, lhe deu Aquis, naquele dia, a cidade de Ziclague (pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje). 7. E foi o número dos dias que Davi habitou na terra dos filisteus um ano e quatro meses. 8. E subia Davi com os seus homens, e deram sobre os gesuritas, e os gersitas, e os amalequitas; porque antigamente eram estes os moradores da terra desde como quem vai para Sur até à terra do Egito. 9. E Davi feria aquela terra, e não dava vida nem a homem nem a mulher, e tomava ovelhas, e vacas, e jumentos, e camelos, e vestes; e voltava e vinha a Aquis. 10. E dizendo Aquis: Sobre onde destes hoje? Davi dizia: Sobre o Sul de Judá, e sobre o Sul dos jerameleus, e sobre o Sul dos queneus. 11. E Davi não dava vida nem a homem nem a mulher, para trazê-los a Gate, dizendo: Para que, porventura, não nos denunciem, dizendo: Assim Davi o fazia. E este era o seu costume por todos os dias que habitou na terra dos filisteus. 12. E Aquis confiava em Davi, dizendo: Fez-se ele por certo aborrecível para com o seu povo em Israel; pelo que me será por servo para sempre. 1 Samuel 28 1. E sucedeu, naqueles dias, que, juntando os filisteus os seus exércitos para a peleja, para fazer guerra contra Israel, disse Aquis a Davi: Sabe, decerto, que comigo sairás ao arraial, tu e os teus homens. 2. Então, disse Davi a Aquis: Assim saberás tu o que fará o teu servo. E disse Aquis a Davi: Por isso, te terei por guarda da minha cabeça para sempre. 3. E já Samuel era morto, e todo o Israel o tinha chorado e o tinha sepultado em Ramá, que era a sua cidade; e Saul tinha desterrado os adivinhos e os encantadores. 4. E ajuntaram-se os filisteus, e vieram, e acamparam-se em Suném; e ajuntou Saul a todo o Israel, e se acamparam em Gilboa. 5. E, vendo Saul o arraial dos filisteus, temeu, e estremeceu muito o seu coração. 6. E perguntou Saul ao SENHOR, porém o SENHOR lhe não respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. 7. Então, disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte. E os seus criados lhe disseram: Eis que em En-Dor há uma mulher que tem o espírito de adivinhar. 8. E Saul se disfarçou e vestiu outras vestes, e foi ele e com ele dois homens, e de noite vieram à mulher; e disse: Peço- te que me adivinhes pelo espírito de feiticeira e me faças subir a quem eu te disser. 9. Então, a mulher lhe disse: Eis aqui tu sabes o que Saul fez, como tem destruído da terra os adivinhos e os encantadores; por que, pois, me armas um laço à minha vida, para me fazer matar? 10. Então, Saul lhe jurou pelo SENHOR, dizendo: Vive o SENHOR, que nenhum mal te sobrevirá por isso. 11. A mulher, então, lhe disse: A quem te farei subir? E disse ele: Faze-me subir a Samuel. 12. Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher falou a Saul, dizendo: Por que me tens enganado? Pois tu mesmo és Saul. 13. E o rei lhe disse: Não temas; porém que é o que vês? Então, a mulher disse a Saul: Vejo deuses que sobem da terra. 14. E lhe disse: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um homem ancião e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou. 15. Samuel disse a Saul: Por que me desinquietaste, fazendo-me subir? Então, disse Saul: Mui angustiado estou, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado de mim e não me responde mais, nem pelo ministério dos profetas, nem por sonhos; por isso, te chamei a ti, para que me faças saber o que hei de fazer. 16. Então, disse Samuel: Por que, pois, a mim me perguntas, visto que o SENHOR te tem desamparado e se tem feito teu inimigo? 17. Porque o SENHOR tem feito para contigo como pela minha boca te disse, e o SENHOR tem rasgado o reino da tua mão, e o tem dado ao teu companheiro Davi. 18. Como tu não deste ouvidos à voz do SENHOR e não executaste o fervor da sua ira contra Amaleque, por isso, o SENHOR te fez hoje isso. 19. E o SENHOR entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo; e o arraial de Israel o SENHOR entregará na mão dos filisteus. 20. E, imediatamente, Saul caiu estendido por terra e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel; e não houve força nele, porque não tinha comido pão todo aquele dia e toda aquela noite. 21. Então, veio a mulher a Saul e, vendo que estava tão perturbado, disse-lhe: Eis que deu ouvidos a tua criada à tua voz, e pus a minha vida na minha mão e ouvi as palavras que disseste. 22. Agora, pois, ouve também tu as palavras da tua serva, e porei um bocado de pão diante de ti, e come, para que tenhas forças para te pores a caminho. 23. Porém ele o recusou e disse: Não comerei. Porém os seus criados e a mulher o constrangeram; e deu ouvidos à sua voz. E levantou-se do chão e se assentou sobre uma cama. 24. E tinha a mulher em casa uma bezerra cevada, e se apressou, e a degolou, e tomou farinha, e a amassou, e a cozeu em bolos asmos. 25. E os trouxe diante de Saul e de seus criados, e comeram. Depois, levantaram-se e se foram naquela mesma noite. 1 Samuel 29 1. E ajuntaram os filisteus todos os seus exércitos em Afeca, e acamparam-se os israelitas junto à fonte que está em Jezreel. 2. E os príncipes dos filisteus se foram para lá com centenas e com milhares; porém Davi e os seus homens iam com Aquis na retaguarda. 3. Disseram, então, os príncipes dos filisteus: Que fazem aqui estes hebreus? E disse Aquis aos príncipes dos filisteus: Não é este Davi, o criado de Saul, rei de Israel, que esteve comigo há alguns dias ou anos? E coisa nenhuma achei nele, desde o dia em que se revoltou até ao dia de hoje. 4. Porém os príncipes dos filisteus muito se indignaram contra ele; e disseram-lhe os príncipes dos filisteus: Faze voltar a este homem, e torne ao seu lugar em que tu o puseste e não desça conosco à batalha, para que não se nos torne na batalha em adversário; porque com que aplacaria este a seu senhor? Porventura, não seria com as cabeças destes homens? 5. Não é este aquele Davi, de quem uns aos outros respondiam nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, as suas dezenas de milhares? 6. Então, Aquis chamou a Davi e disse-lhe: Vive o SENHOR, que tu és reto, e que a tua entrada e a tua saída comigo no arraial são boas aos meus olhos; porque nenhum mal em ti achei, desde o dia em que a mim vieste até ao dia de hoje; porém aos olhos dos príncipes não agradas. 7. Volta, pois, agora, e volta em paz; para que não faças mal aos olhos dos príncipes dos filisteus. 8. Então, Davi disse a Aquis: Por quê? Que fiz? Ou que achaste no teu servo, desde o dia em que estive diante de ti até ao dia de hoje, para que não vá e peleje contra os inimigos do rei, meu senhor? 9. Respondeu, porém, Aquis e disse a Davi: Bem o sei; e que, na verdade, aos meus olhos és bom como um anjo de Deus; porém disseram os príncipes dos filisteus: Não suba este conosco à batalha. 10. Agora, pois, amanhã de madrugada, levanta-te com os criados de teu senhor, que têm vindo contigo; e, levantando-vos pela manhã de madrugada e havendo luz, parti. 11. Então, Davi de madrugada se levantou, ele e os seus homens, para partirem pela manhã e voltarem à terra dos filisteus; e os filisteus subiram a Jezreel. 1 Samuel 30 1. Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens ao terceiro dia a Ziclague, já os amalequitas com ímpeto tinham dado sobre o Sul e sobre Ziclague, e tinham ferido a Ziclague, e a tinham posto a fogo. 2. E levaram cativas as mulheres que estavam nela, porém a ninguém mataram, nem pequenos nem grandes; tão-somente os levaram consigo e foram pelo seu caminho. 3. E Davi e os seus homens vieram à cidade, e eis que estava queimada a fogo, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas eram levados cativos. 4. Então, Davi e o povo que se achava com ele alçaram a sua voz e choraram, até que neles não houve mais força para chorar. 5. Também as duas mulheres de Davi foram levadas cativas; Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, o carmelita. 6. E Davi muito se angustiou, porque o povo falava de apedrejá-lo, porque o ânimo de todo o povo estava em amargura, cada um por causa dos seus filhos e das suas filhas; todavia, Davi se esforçou no SENHOR, seu Deus. 7. E disse Davi a Abiatar, o sacerdote, filho de Aimeleque: Traze-me, peço-te, aqui o éfode. E Abiatar trouxe o éfode a Davi. 8. Então, consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Perseguirei eu a esta tropa? Alcançá-la-ei? E o SENHOR lhe disse: Persegue-a, porque, decerto, a alcançarás e tudo libertarás. 9. Partiu, pois, Davi, ele e os seiscentos homens que com ele se achavam, e chegaram ao ribeiro de Besor, onde os que ficaram atrás pararam. 10. E seguiu-os Davi, ele e os quatrocentos homens, pois que duzentos homens ficaram atrás, por não poderem, de cansados que estavam, passar o ribeiro de Besor. 11. E acharam no campo um homem egípcio e o trouxeram a Davi; deram-lhe pão, e comeu, e deram-lhe a beber água. 12. Deram-lhe também um pedaço de massa de figos secos e dois cachos de passas, e comeu; e voltou-lhe o seu espírito, porque havia três dias e três noites que não tinha comido pão nem bebido água. 13. Então, Davi lhe disse: De quem és tu e de onde és? E disse o moço egípcio: Sou servo de um homem amalequita, e meu senhor me deixou, porque adoeci há três dias. 14. Nós demos com ímpeto para a banda do sul dos queretitas, e para a banda de Judá, e para a banda do sul de Calebe e pusemos fogo a Ziclague. 15. E disse-lhe Davi: Poderias, descendo, guiar-me a essa tropa? E disse-lhe: Por Deus, me jura que me não matarás, nem me entregarás na mão de meu senhor, e, descendo, te guiarei a essa tropa. 16. E, descendo, o guiou. E eis que estavam espalhados sobre a face de toda a terra, comendo, e bebendo, e dançando, por todo aquele grande despojo que tomaram da terra dos filisteus e da terra de Judá. 17. E feriu-os Davi, desde o crepúsculo até à tarde do dia seguinte, e nenhum deles escapou, senão só quatrocentos jovens que, montados sobre camelos, fugiram. 18. Assim, livrou Davi tudo quanto tomaram os amalequitas; também as suas duas mulheres livrou Davi. 19. E ninguém lhes faltou, desde o menor até ao maior e até os filhos e as filhas; e também desde o despojo até tudo quanto lhes tinham tomado: tudo Davi tornou a trazer. 20. Também tomou Davi todas as ovelhas e vacas, e levavam-nas diante do outro gado e diziam: Este é o despojo de Davi. 21. E, chegando Davi aos duzentos homens que, de cansados que estavam, não puderam seguir a Davi e que deixaram ficar no ribeiro de Besor, estes saíram ao encontro de Davi e do povo que com ele vinha; e, chegando-se Davi ao povo, os saudou em paz. 22. Então, todos os maus e filhos de Belial, dentre os homens que tinham ido com Davi, responderam e disseram: Visto que não foram conosco, não lhes daremos do despojo que libertamos; mas que leve cada um sua mulher e seus filhos e se vá. 23. Porém Davi disse: Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o SENHOR, que nos guardou e entregou a tropa que contra nós vinha nas nossas mãos. 24. E quem em tal vos daria ouvidos? Porque qual é a parte dos que desceram à peleja, tal também será a parte dos que ficaram com a bagagem; igualmente repartirão. 25. O que assim foi desde aquele dia em diante, porquanto o pôs por estatuto e direito em Israel, até ao dia de hoje. 26. E, chegando Davi a Ziclague, enviou do despojo aos anciãos de Judá, seus amigos, dizendo: Eis aí para vós uma bênção do despojo dos inimigos do SENHOR: 27. aos de Betel, e aos de Ramote do Sul, e aos de Jatir, 28. e aos de Aroer, e aos de Sifmote, e aos de Estemoa, 29. e aos de Racal, e aos que estavam nas cidades jerameelitas e nas cidades dos queneus, 30. e aos de Horma, e aos de Borasã, e aos de Atace, 31. e aos de Hebrom, e a todos os lugares em que andara Davi, ele e os seus homens. 1 Samuel 31 1. Os filisteus, pois, pelejaram contra Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus e caíram atravessados na montanha de Gilboa. 2. E os filisteus apertaram com Saul e seus filhos e os filisteus mataram a Jônatas, e a Abinadabe, e a Malquisua, filhos de Saul. 3. E a peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram; e muito temeu por causa dos flecheiros. 4. Então, disse Saul ao seu pajem de armas: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos, e me atravessem, e escarneçam de mim. Porém o seu pajem de armas não quis, porque temia muito; então, Saul tomou a espada e se lançou sobre ela. 5. Vendo, pois, o seu pajem de armas que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada e morreu com ele. 6. Assim, faleceu Saul, e seus três filhos, e o seu pajem de armas, e também todos os seus homens morreram juntamente naquele dia. 7. E, vendo os homens de Israel que estavam desta banda do vale e desta banda do Jordão que os homens de Israel fugiram e que Saul e seus filhos estavam mortos, desampararam as cidades e fugiram; e vieram os filisteus e habitaram nelas. 8. Sucedeu, pois, que, vindo os filisteus ao outro dia a despojar os mortos, acharam a Saul e a seus três filhos estirados na montanha de Gilboa. 9. E cortaram-lhe a cabeça, e o despojaram das suas armas, e enviaram pela terra dos filisteus, em redor, a anunciá-lo no templo dos seus ídolos e entre o povo. 10. E puseram as suas armas no templo de Astarote e o seu corpo o afixaram no muro de Bete-Seã. 11. Ouvindo, então, isso os moradores de Jabes-Gileade, o que os filisteus fizeram a Saul, 12. todo homem valoroso se levantou, e caminharam toda a noite, e tiraram o corpo de Saul e os corpos de seus filhos do muro de Bete-Seã, e, vindo a Jabes, os queimaram. 13. E tomaram os seus ossos, e os sepultaram debaixo de um arvoredo, em Jabes, e jejuaram sete dias. 2 Samuel 1 1. E, depois da morte de Saul, voltando Davi da derrota dos amalequitas e ficando Davi dois dias em Ziclague, 2. sucedeu, ao terceiro dia, que um homem veio do arraial de Saul com as vestes rotas e com terra sobre a cabeça; e sucedeu que, chegando ele a Davi, se lançou no chão e se inclinou. 3. E Davi lhe disse: De onde vens? E ele lhe disse: Escapei do exército de Israel. 4. E disse-lhe Davi: Como foi lá isso? Peço-te, dize-me. E ele lhe respondeu: O povo fugiu da batalha, e muitos do povo caíram e morreram, assim como também Saul e Jônatas, seu filho, foram mortos. 5. E disse Davi ao jovem que lhe trazia as novas: Como sabes tu que Saul e Jônatas, seu filho, são mortos? 6. Então, disse o jovem que lhe dava a notícia: Cheguei por acaso à montanha de Gilboa, e eis que Saul estava encostado sobre a sua lança, e eis que os carros e capitães de cavalaria apertavam com ele. 7. E, olhando ele para trás de si, viu-me a mim e chamou-me; e eu disse: Eis-me aqui. 8. E ele me disse: Quem és tu? E eu lhe disse: Sou amalequita. 9. Então, ele me disse: Peço-te, arremessa-te sobre mim e mata-me, porque angústias me têm cercado, pois toda a minha vida está ainda em mim. 10. Arremessei-me, pois, sobre ele, e o matei, porque bem sabia eu que não viveria depois da sua queda, e tomei a coroa que tinha na cabeça e a manilha que trazia no braço, e as trouxe aqui a meu senhor. 11. Então, apanhou Davi as suas vestes e as rasgou, como também todos os homens que estavam com ele. 12. E prantearam, e choraram, e jejuaram até à tarde por Saul, e por Jônatas, seu filho, e pelo povo do SENHOR, e pela casa de Israel, porque tinham caído à espada. 13. Disse, então, Davi ao jovem que lhe trouxera a nova: De onde és tu? E disse ele: Sou filho de um homem estrangeiro, amalequita. 14. E Davi lhe disse: Como não temeste tu estender a mão para matares o ungido do SENHOR? 15. Então, chamou Davi a um dos jovens e disse: Chega e lança-te sobre ele. E ele o feriu, e morreu. 16. E disse-lhe Davi: O teu sangue seja sobre a tua cabeça, porque a tua própria boca testificou contra ti, dizendo: Eu matei o ungido do SENHOR. 17. E lamentou Davi a Saul e a Jônatas, seu filho, com esta lamentação, 18. dizendo ele que ensinassem aos filhos de Judá o uso do arco. Eis que está escrito no livro do Reto: 19. Ah! Ornamento de Israel! Nos teus altos, fui ferido; como caíram os valentes! 20. Não o noticieis em Gate, não o publiqueis nas ruas de Asquelom, para que não se alegrem as filhas dos filisteus, para que não saltem de contentamento as filhas dos incircuncisos. 21. Vós, montes de Gilboa, nem orvalho, nem chuva caia sobre vós nem sobre vós, campos de ofertas alçadas, pois aí desprezivelmente foi arrojado o escudo dos valentes, o escudo de Saul, como se não fora ungido com óleo. 22. Do sangue dos feridos, da gordura dos valentes, nunca se retirou para trás o arco de Jônatas, nem voltou vazia a espada de Saul. 23. Saul e Jônatas, tão amados e queridos na sua vida, também na sua morte se não separaram! Eram mais ligeiros do que as águias, mais fortes do que os leões. 24. Vós, filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestia de escarlata em delícias, que vos fazia trazer ornamentos de ouro sobre as vossas vestes. 25. Como caíram os valentes no meio da peleja! Jônatas nos teus altos foi ferido! 26. Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres. 27. Como caíram os valentes, e pereceram as armas de guerra! 2 Samuel 2 1. E sucedeu, depois disso, que Davi consultou ao SENHOR, dizendo: Subirei a alguma das cidades de Judá? E disse-lhe o SENHOR: Sobe. E disse Davi: Para onde subirei? E disse: Para Hebrom. 2. E subiu Davi para lá, e também as suas duas mulheres, Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, o carmelita. 3. Fez também Davi subir os homens que estavam com ele, cada um com a sua família; e habitaram nas cidades de Hebrom. 4. Então, vieram os homens de Judá e ungiram ali a Davi rei sobre a casa de Judá. E deram avisos a Davi, dizendo: Os homens de Jabes-Gileade são os que sepultaram Saul. 5. Então, enviou Davi mensageiros aos homens de Jabes-Gileade e disse-lhes: Benditos sejais vós do SENHOR, que fizestes tal beneficência a vosso senhor, a Saul, e o sepultastes! 6. Agora, pois, o SENHOR use convosco de beneficência e fidelidade; e também eu vos farei esse bem, porquanto fizestes isso. 7. Esforcem-se, pois, agora as vossas mãos, e sede homens valentes, pois Saul, vosso senhor, é morto, mas também os da casa de Judá já me ungiram a mim rei sobre si. 8. Porém Abner, filho de Ner, capitão do exército de Saul, tomou a Isbosete, filho de Saul, e o fez passar a Maanaim. 9. E o constituiu rei sobre Gileade, e sobre os assuritas, e sobre Jezreel, e sobre Efraim, e sobre Benjamim, e sobre todo o Israel. 10. Da idade de quarenta anos era Isbosete, filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, e reinou dois anos; mas os da casa de Judá seguiam a Davi. 11. E foi o número dos dias que Davi reinou em Hebrom, sobre a casa de Judá, sete anos e seis meses. 12. Então, saiu Abner, filho de Ner, com os servos de Isbosete, filho de Saul, de Maanaim a Gibeão. 13. Saíram também Joabe, filho de Zeruia, e os servos de Davi, e se encontraram uns com os outros perto do tanque de Gibeão, e pararam estes desta banda do tanque e os outros daquela banda do tanque. 14. E disse Abner a Joabe: Deixa levantar os jovens, e joguem diante de nós. E disse Joabe: Levantem-se. 15. Então, se levantaram e passaram, por conta, doze de Benjamim, da parte de Isbosete, filho de Saul, e doze dos servos de Davi. 16. E cada um lançou mão da cabeça do outro, meteu-lhe a espada pelo lado, e caíram juntamente; de onde se chamou àquele lugar Helcate-Hazurim, que está junto a Gibeão. 17. E seguiu-se, naquele dia, uma crua peleja; porém Abner e os homens de Israel foram feridos diante dos servos de Davi. 18. E estavam ali os três filhos de Zeruia, Joabe, Abisai e Asael; e Asael era ligeiro de pés, como uma das cabras monteses que há no campo. 19. E Asael seguiu após Abner e não declinou de detrás de Abner, nem para a direita nem para a esquerda. 20. E Abner, olhando para trás, disse: És tu Asael? E disse ele: Eu sou. 21. Então, lhe disse Abner: Desvia-te para a direita ou para a esquerda, e lança mão de um dos jovens, e toma os seus despojos. Porém Asael não quis desviar-se de detrás dele. 22. Então, Abner tornou a dizer a Asael: Desvia-te de detrás de mim; por que hei de eu ferir-te e dar contigo em terra? E como levantaria eu o meu rosto diante de Joabe, teu irmão? 23. Porém, não se querendo ele desviar, Abner o feriu com o conto da lança pela quinta costela, e a lança lhe saiu por detrás, e caiu ali e morreu naquele mesmo lugar; e sucedeu que todos os que chegavam ao lugar onde Asael caiu e morreu paravam. 24. Porém Joabe e Abisai seguiram após Abner; e pôs-se o sol, chegando eles ao outeiro de Amá, que está diante de Giá, junto ao caminho do deserto de Gibeão. 25. E os filhos de Benjamim se ajuntaram detrás de Abner, e fizeram um batalhão, e puseram-se no cume de um outeiro. 26. Então, Abner gritou a Joabe e disse: Consumirá a espada para sempre? Não sabes tu que por fim haverá amargura? E até quando não hás de dizer ao povo que deixe de seguir a seus irmãos? 27. E disse Joabe: Vive Deus, que, se não tivesses falado já desde pela manhã, o povo teria cessado cada um de seguir a seu irmão. 28. Então, Joabe tocou a buzina, e todo o povo parou, e não perseguiram mais a Israel e tampouco pelejaram mais. 29. E caminharam Abner e os seus homens toda aquela noite pela planície; e, passando o Jordão, caminharam por todo o Bitrom, e vieram a Maanaim. 30. Também Joabe se tornou de seguir a Abner e ajuntou todo o povo, e dos servos de Davi faltaram dezenove homens além de Asael. 31. Porém os servos de Davi feriram dentre os de Benjamim e dentre os homens de Abner a trezentos e sessenta homens, que ali ficaram mortos. 32. E levantaram a Asael e sepultaram-no na sepultura de seu pai, que estava em Belém; e Joabe e seus homens caminharam toda aquela noite, e amanheceu-lhes o dia em Hebrom. 2 Samuel 3 1. E houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo. 2. E a Davi nasceram filhos em Hebrom; foi o seu primogênito Amom, de Ainoã, a jezreelita; 3. e seu segundo, Quileabe, de Abigail, mulher de Nabal, o carmelita; e o terceiro, Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur; 4. e o quarto, Adonias, filho de Hagite; e o quinto, Sefatias, filho de Abital; 5. e o sexto, Itreão, de Eglá, também mulher de Davi; estes nasceram a Davi em Hebrom. 6. E, havendo guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi, sucedeu que Abner se esforçava na casa de Saul. 7. E tinha tido Saul uma concubina, cujo nome era Rispa, filha de Aiá; e disse Isbosete a Abner: Por que entraste à concubina de meu pai? 8. Então, se irou muito Abner pelas palavras de Isbosete e disse: Sou eu cabeça de cão, que pertença a Judá? Ainda hoje faço beneficência à casa de Saul, teu pai, a seus irmãos e a seus amigos e te não entreguei nas mãos de Davi; e tu hoje buscas motivo para me argüires por causa da maldade de uma mulher. 9. Assim faça Deus a Abner e outro tanto, que, como o SENHOR jurou a Davi, assim lhe hei de fazer, 10. transferindo o reino da casa de Saul e levantando o trono de Davi sobre Israel e sobre Judá, desde Dã até Berseba. 11. E nem ainda uma palavra podia responder a Abner, porque o temia. 12. Então, ordenou Abner da sua parte mensageiros a Davi, dizendo: De quem é a terra? E disse: Comigo faze a tua aliança, e eis que a minha mão será contigo, para tornar a ti todo o Israel. 13. E disse Davi: Bem, eu farei contigo aliança, porém uma coisa te peço, que é: não verás a minha face se primeiro me não trouxeres a Mical, filha de Saul, quando vieres ver a minha face. 14. Também enviou Davi mensageiros a Isbosete, filho de Saul, dizendo: Dá- me minha mulher Mical, que eu desposei por cem prepúcios de filisteus. 15. E enviou Isbosete e a tirou a seu marido, a Paltiel, filho de Laís. 16. E ia com ela seu marido, caminhando, e chorando detrás dela, até Baurim. Então, lhe disse Abner: Vai-te, agora, volta. E ele voltou. 17. E praticava Abner com os anciãos de Israel, dizendo: Muito tempo há que procuráveis que Davi reinasse sobre vós. 18. Fazei- o, pois, agora, porque o SENHOR falou a Davi, dizendo: Pela mão de Davi, meu servo, livrarei o meu povo das mãos dos filisteus e das mãos de todos os seus inimigos. 19. E falou também Abner o mesmo aos ouvidos de Benjamim; e foi também Abner dizer aos ouvidos de Davi, em Hebrom, tudo o que era bom aos olhos de Israel e aos olhos de toda a casa de Benjamim. 20. E veio Abner a Davi, a Hebrom, e vinte homens com ele; e Davi fez um banquete a Abner e aos homens que com ele vinham. 21. Então, disse Abner a Davi: Eu me levantarei, e irei, e ajuntarei ao rei, meu senhor, todo o Israel, para fazerem aliança contigo; e tu reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma. Assim, despediu Davi a Abner, e foi-se ele em paz. 22. E eis que os servos de Davi e Joabe vieram de uma sortida e traziam consigo grande despojo; e já Abner não estava com Davi em Hebrom, porque este o tinha despedido, e se tinha ido em paz. 23. Chegando, pois, Joabe e todo o exército que vinha com ele, deram aviso a Joabe, dizendo: Abner, filho de Ner, veio ao rei; e o despediu, e foi-se em paz. 24. Então, Joabe entrou ao rei e disse: Que fizeste? Eis que Abner veio ter contigo; por que, pois, o despediste de maneira que se fosse assim livremente? 25. Bem conheces a Abner, filho de Ner, que te veio enganar, e saber a tua saída e a tua entrada, e entender tudo quanto fazes. 26. E Joabe, retirando-se de Davi, enviou mensageiros atrás de Abner, e o fizeram voltar desde o poço de Sira, sem que Davi o soubesse. 27. Tornando, pois, Abner a Hebrom, Joabe o tomou à parte, à entrada da porta, para lhe falar em segredo, e feriu-o ali pela quinta costela, e morreu por causa do sangue de Asael, seu irmão. 28. O que Davi, depois, ouvindo, disse: Inocentes somos eu e o meu reino, para com o SENHOR, para sempre, do sangue de Abner, filho de Ner. 29. Fique-se sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai, e nunca da casa de Joabe falte quem tenha fluxo, nem quem seja leproso, nem quem se atenha a bordão, nem quem caia à espada, nem quem necessite de pão. 30. Joabe, pois, e Abisai, seu irmão, mataram a Abner, por ter morto a Asael, seu irmão, na peleja em Gibeão. 31. Disse, pois, Davi a Joabe e a todo o povo que com ele estava: Rasgai as vossas vestes; e cingi-vos de panos de saco e ide pranteando diante de Abner. E o rei Davi ia seguindo o féretro. 32. E, sepultando a Abner em Hebrom, o rei levantou a sua voz e chorou junto da sepultura de Abner; e chorou todo o povo. 33. E o rei, pranteando a Abner, disse: Não morreu Abner como morre o vilão? 34. As tuas mãos não estavam atadas, nem os teus pés carregados de grilhões de bronze, mas caíste como os que caem diante dos filhos da maldade! Então, todo o povo chorou muito mais por ele. 35. Então, todo o povo veio fazer que Davi comesse pão, sendo ainda dia, porém Davi jurou, dizendo: Assim Deus me faça e outro tanto, se, antes que o sol se ponha, eu provar pão ou alguma coisa. 36. O que todo o povo entendendo, pareceu bem aos seus olhos, assim como tudo quanto o rei fez pareceu bem aos olhos de todo o povo. 37. E todo o povo e todo o Israel entenderam, naquele mesmo dia, que não procedera do rei que matassem a Abner, filho de Ner. 38. Então, disse o rei aos seus servos: Não sabeis que, hoje, caiu em Israel um príncipe e um grande? 39. Eu, hoje, estou fraco, ainda que seja ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são mais duros do que eu; o SENHOR pagará ao malfeitor, conforme a sua maldade. 2 Samuel 4 1. Ouvindo, pois, o filho de Saul que Abner morrera em Hebrom, as mãos se lhe afrouxaram, e todo o Israel pasmou. 2. E tinha o filho de Saul dois homens capitães de tropas; e era o nome de um Baaná, e o nome do outro, Recabe, filhos de Rimom, o beerotita, dos filhos de Benjamim, porque também Beerote se reputava de Benjamim. 3. E tinham fugido os beerotitas para Gitaim e ali têm peregrinado até ao dia de hoje. 4. E Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado de ambos os pés. Era da idade de cinco anos quando as novas de Saul e Jônatas vieram de Jezreel; e sua ama o tomou e fugiu; e sucedeu que, apressando-se ela a fugir, ele caiu e ficou coxo; o seu nome era Mefibosete. 5. E foram os filhos de Rimom, o beerotita, Recabe e Baaná, e entraram em casa de Isbosete, no maior calor do dia, estando ele deitado a dormir, ao meio-dia. 6. E ali entraram até o meio da casa, como que vindo tomar trigo, e o feriram na quinta costela; e Recabe e Baaná, seu irmão, escaparam. 7. Porque entraram na sua casa, estando ele na cama deitado na sua recâmara, e o feriram, e o mataram, e lhe cortaram a cabeça; e, tomando a sua cabeça, andaram toda a noite caminhando pela planície. 8. E trouxeram a cabeça de Isbosete a Davi, a Hebrom, e disseram ao rei: Eis aqui a cabeça de Isbosete, filho de Saul, teu inimigo, que te procurava a morte; assim, o SENHOR vingou hoje ao rei, meu senhor, de Saul e da sua semente. 9. Porém Davi, respondendo a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimom, o beerotita, disse-lhes: Vive o SENHOR que remiu a minha alma de toda a angústia, 10. pois se, àquele que me trouxe novas, dizendo: Eis que Saul morto é, parecendo-lhe, porém, aos seus olhos que era como quem trazia boas-novas, eu logo lancei mão dele e o matei em Ziclague, cuidando ele que eu, por isso, lhe desse alvíssaras, 11. quanto mais a ímpios homens, que mataram um homem justo em sua casa, sobre a sua cama; agora, pois, não requereria eu o seu sangue de vossas mãos e não vos exterminaria da terra? 12. E deu Davi ordem aos seus jovens que os matassem; e cortaram-lhes os pés e as mãos e os penduraram sobre o tanque de Hebrom; tomaram, porém, a cabeça de Isbosete e a sepultaram na sepultura de Abner, em Hebrom. 2 Samuel 5 1. Então, todas as tribos de Israel vieram a Davi, a Hebrom, e falaram, dizendo: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne somos. 2. E também dantes, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o SENHOR te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás chefe sobre Israel. 3. Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ao rei, a Hebrom; e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o SENHOR; e ungiram Davi rei sobre Israel. 4. Da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; quarenta anos reinou. 5. Em Hebrom reinou sobre Judá sete anos e seis meses; e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá. 6. E partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela terra e que falaram a Davi, dizendo: Não entrarás aqui, a menos que lances fora os cegos e os coxos; querendo dizer: Não entrará Davi aqui. 7. Porém Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a Cidade de Davi. 8. Porque Davi disse naquele dia: Qualquer que ferir os jebuseus e chegar ao canal, e aos coxos, e aos cegos, que a alma de Davi aborrece, será cabeça e capitão. Por isso, se diz: Nem cego nem coxo entrará nesta casa. 9. Assim, habitou Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi; e Davi foi edificando em redor, desde Milo até dentro. 10. E Davi se ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era com ele. 11. E Hirão, rei de Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros, e pedreiros, que edificaram a Davi uma casa. 12. E entendeu Davi que o SENHOR o confirmava rei sobre Israel e que exaltara o seu reino por amor do seu povo. 13. E tomou Davi mais concubinas e mulheres de Jerusalém, depois que viera de Hebrom; e nasceram a Davi mais filhos e filhas. 14. E estes são os nomes dos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, e Sobabe, e Natã, e Salomão, 15. e Ibar, e Elisua, e Nefegue, e Jafia, 16. e Elisama, e Eliada, e Elifelete. 17. Ouvindo, pois, os filisteus que haviam ungido Davi rei sobre Israel, todos os filisteus subiram em busca de Davi; o que ouvindo Davi, desceu à fortaleza. 18. E os filisteus vieram e se estenderam pelo vale dos Refains. 19. E Davi consultou o SENHOR, dizendo: Subirei contra os filisteus? Entregar-mos-ás nas minhas mãos? E disse o SENHOR a Davi: Sobe, porque certamente entregarei os filisteus nas tuas mãos. 20. Então, veio Davi a Baal-Perazim, e feriu-os ali Davi, e disse: Rompeu o SENHOR a meus inimigos diante de mim, como quem rompe águas. Por isso, chamou o nome daquele lugar Baal-Perazim. 21. E deixaram ali os seus ídolos; e Davi e os seus homens os tomaram. 22. E os filisteus tornaram a subir e se estenderam pelo vale dos Refains. 23. E Davi consultou o SENHOR, o qual disse: Não subirás; mas rodeia por detrás deles e virás a eles por defronte das amoreiras. 24. E há de ser que, ouvindo tu um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras, então, te apressarás; porque o SENHOR saiu, então, diante de ti, a ferir o arraial dos filisteus. 25. E fez Davi assim como o SENHOR lhe tinha ordenado; e feriu os filisteus desde Geba até chegar a Gezer. 2 Samuel 6 1. E tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de Israel, em número de trinta mil. 2. E levantou-se Davi e partiu com todo o povo que tinha consigo de Baalá de Judá, para levarem dali para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta entre os querubins. 3. E puseram a arca de Deus em um carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que está em Geba; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. 4. E, levando-o da casa de Abinadabe, que está em Geba, com a arca de Deus, Aiô ia adiante da arca. 5. E Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de madeira de faia, com harpas, e com saltérios, e com tamboris, e com pandeiros, e com címbalos. 6. E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e segurou-a, porque os bois a deixavam pender. 7. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus. 8. E Davi se contristou, porque o SENHOR abrira rotura em Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. 9. E temeu Davi ao SENHOR naquele dia e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR? 10. E não quis Davi retirar para si a arca do SENHOR, para a Cidade de Davi; mas Davi a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. 11. E ficou a arca do SENHOR em casa de Obede-Edom, o geteu, três meses; e abençoou o SENHOR a Obede-Edom e a toda a sua casa. 12. Então, avisaram a Davi, dizendo: Abençoou o SENHOR a casa de Obede-Edom e tudo quanto tem, por amor da arca de Deus; foi, pois, Davi e trouxe a arca de Deus para cima, da casa de Obede-Edom, à Cidade de Davi, com alegria. 13. E sucedeu que, quando os que levavam a arca do SENHOR tinham dado seis passos, sacrificava ele bois e carneiros cevados. 14. E Davi saltava com todas as suas forças diante do SENHOR; e estava Davi cingido de um éfode de linho. 15. Assim subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do SENHOR, com júbilo e ao som das trombetas. 16. E sucedeu que, entrando a arca do SENHOR na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela e, vendo o rei Davi, que ia bailando e saltando diante do SENHOR, o desprezou no seu coração. 17. E, introduzindo a arca do SENHOR, a puseram no seu lugar, na tenda que Davi lhe armara; e ofereceu Davi holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR. 18. E, acabando Davi de oferecer os holocaustos e ofertas pacíficas, abençoou o povo em nome do SENHOR dos Exércitos. 19. E repartiu a todo o povo e a toda a multidão de Israel, desde os homens até às mulheres, a cada um, um bolo de pão, e um bom pedaço de carne, e um frasco de vinho; então, foi-se todo o povo, cada um para sua casa. 20. E, voltando Davi para abençoar a sua casa, Mical, filha de Saul, saiu a encontrar-se com Davi e disse: Quão honrado foi o rei de Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem vergonha se descobre qualquer dos vadios. 21. Disse, porém, Davi a Mical: Perante o SENHOR que me escolheu a mim antes do que a teu pai e a toda a sua casa, mandando-me que fosse chefe sobre o povo do SENHOR, sobre Israel, perante o SENHOR me tenho alegrado. 22. E ainda mais do que isto me envilecerei e me humilharei aos meus olhos; e das servas, de quem falaste, delas serei honrado. 23. E Mical, filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da sua morte. 2 Samuel 7 1. E sucedeu que, estando o rei Davi em sua casa, e que o SENHOR lhe tinha dado descanso de todos os seus inimigos em redor, 2. disse o rei ao profeta Natã: Ora, olha, eu moro em casa de cedros e a arca de Deus mora dentro de cortinas. 3. E disse Natã ao rei: Vai e faze tudo quanto está no teu coração, porque o SENHOR é contigo. 4. Porém sucedeu, naquela mesma noite, que a palavra do SENHOR veio a Natã, dizendo: 5. Vai e dize a meu servo, a Davi: Assim diz o SENHOR: Edificar-me-ias tu casa para minha habitação? 6. Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje; mas andei em tenda e em tabernáculo. 7. E, em todo lugar em que andei com todos os filhos de Israel, falei porventura alguma palavra com qualquer das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que me não edificais uma casa de cedros? 8. Agora, pois, assim dirás ao meu servo, a Davi: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o chefe sobre o meu povo, sobre Israel. 9. E fui contigo, por onde quer que foste, e destruí teus inimigos diante de ti, e fiz para ti um grande nome, como o nome dos grandes que há na terra. 10. E preparei lugar para o meu povo, para Israel, e o plantarei, para que habite no seu lugar e não mais seja movido, e nunca mais os filhos da perversidade o aflijam como dantes, 11. desde o dia em que mandei que houvesse juízes sobre o meu povo Israel. A ti, porém, te dei descanso de todos os teus inimigos; também o SENHOR te faz saber que o SENHOR te fará casa. 12. Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então, farei levantar depois de ti a tua semente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. 13. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre. 14. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens e com açoites de filhos de homens. 15. Mas a minha benignidade se não apartará dele, como a tirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. 16. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre. 17. Conforme todas estas palavras e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi. 18. Então, entrou o rei Davi, e ficou perante o SENHOR, e disse: Quem sou eu, Senhor JEOVÁ, e qual é a minha casa, que me trouxeste até aqui? 19. E ainda foi isso pouco aos teus olhos, Senhor JEOVÁ, senão que também falaste da casa de teu servo para tempos distantes; é isso o costume dos homens, ó Senhor JEOVÁ? 20. E que mais te falará ainda Davi? Pois tu conheces bem a teu servo, ó Senhor JEOVÁ. 21. Por causa da tua palavra e segundo o teu coração, fizeste toda esta grandeza, fazendo-a saber a teu servo. 22. Portanto, grandioso és, ó Senhor JEOVÁ, porque não há semelhante a ti, e não há outro Deus, senão tu só, segundo tudo o que temos ouvido com os nossos ouvidos. 23. E quem há como o teu povo, como Israel, gente única na terra, a quem Deus foi resgatar para seu povo? E a fazer-se um nome e a fazer-vos estas grandes e terríveis coisas, para a tua terra, diante do teu povo, que tu resgataste do Egito, desterrando as nações e a seus deuses? 24. E confirmaste a teu povo Israel por teu povo para sempre e tu, SENHOR, te fizeste o seu Deus. 25. Agora, pois, ó Senhor JEOVÁ, esta palavra que falaste acerca de teu servo e acerca da sua casa, confirma-a para sempre e faze como tens falado. 26. E engrandeça-se o teu nome para sempre, para que se diga: O SENHOR dos Exércitos é Deus sobre Israel; e a casa de teu servo será confirmada diante de ti. 27. Pois tu, SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, revelaste aos ouvidos de teu servo, dizendo: Edificar-te-ei casa. Portanto, o teu servo achou no seu coração o fazer-te esta oração. 28. Agora, pois, Senhor JEOVÁ, tu és o mesmo Deus, e as tuas palavras são verdade, e tens falado a teu servo este bem. 29. Sê, pois, agora servido de abençoar a casa de teu servo, para permanecer para sempre diante de ti, pois tu, ó Senhor JEOVÁ, o disseste; e com a tua bênção será sempre bendita a casa de teu servo. 2 Samuel 8 1. E sucedeu, depois disso, que Davi feriu os filisteus e os sujeitou; e Davi tomou a Metegue-Amá das mãos dos filisteus. 2. Também feriu os moabitas, e os mediu com cordel, fazendo-os deitar por terra, e os mediu com dois cordéis para os matar, e com um cordel inteiro para os deixar em vida; ficaram, assim, os moabitas por servos de Davi, trazendo presentes. 3. Feriu também Davi a Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá, indo ele a virar a sua mão para o rio Eufrates. 4. E tomou-lhe Davi mil e seiscentos cavaleiros e vinte mil homens de pé; e Davi jarretou todos os cavalos dos carros e reservou deles cem carros. 5. E vieram os siros de Damasco a socorrer a Hadadezer, rei de Zobá; porém Davi feriu dos siros vinte e dois mil homens. 6. E Davi pôs guarnições na Síria de Damasco, e os siros ficaram por servos de Davi, trazendo presentes; e o SENHOR guardou a Davi por onde quer que ia. 7. E Davi tomou os escudos de ouro que havia com os servos de Hadadezer e os trouxe a Jerusalém. 8. Tomou mais o rei Davi uma quantidade mui grande de bronze de Betá e de Berotai, cidades de Hadadezer. 9. Ouvindo, então, Toí, rei de Hamate, que Davi ferira a todo o exército de Hadadezer, 10. mandou Toí seu filho Jorão ao rei Davi, para lhe perguntar como estava e para lhe dar os parabéns por haver pelejado contra Hadadezer e por o haver ferido (porque Hadadezer de contínuo fazia guerra a Toí); e na sua mão trazia vasos de prata, e vasos de ouro, e vasos de bronze, 11. os quais também o rei Davi consagrou ao SENHOR, juntamente com a prata e ouro que já havia consagrado de todas as nações que sujeitara: 12. da Síria, e de Moabe, e dos filhos de Amom, e dos filisteus, e de Amaleque, e dos despojos de Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá. 13. Também Davi ganhou nome, voltando ele de ferir os siros no vale do Sal, a saber, a dezoito mil. 14. E pôs guarnições em Edom, em todo o Edom pôs guarnições, e todos os edomitas ficaram por servos de Davi; e o SENHOR ajudava a Davi por onde quer que ia. 15. Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel; e Davi julgava e fazia justiça a todo o seu povo. 16. E Joabe, filho de Zeruia, era sobre o exército; e Josafá, filho de Ailude, era cronista. 17. E Zadoque, filho de Aitube, e Aimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes, e Seraías, escrivão. 18. Também Benaia filho de Joiada, estava com os quereteus e peleteus; porém os filhos de Davi eram príncipes. 2 Samuel 9 1. E disse Davi: Há ainda alguém que ficasse da casa de Saul, para que lhe faça bem por amor de Jônatas? 2. E havia um servo na casa de Saul cujo nome era Ziba; e o chamaram que viesse a Davi, e disse-lhe o rei: És tu Ziba? E ele disse: Servo teu. 3. E disse o rei: Não há ainda algum da casa de Saul para que use com ele de beneficência de Deus? Então, disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés. 4. E disse-lhe o rei: Onde está? E disse Ziba ao rei: Eis que está em casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar. 5. Então, mandou o rei Davi e o tomou da casa de Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar. 6. E, vindo Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, a Davi, se prostrou com o rosto por terra e se inclinou; e disse Davi: Mefibosete! E ele disse: Eis aqui teu servo. 7. E disse-lhe Davi: Não temas, porque decerto usarei contigo de beneficência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu de contínuo comerás pão à minha mesa. 8. Então, se inclinou e disse: Quem é teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu? 9. Então, chamou Davi a Ziba, moço de Saul, e disse-lhe: Tudo o que pertencia a Saul e de toda a sua casa tenho dado ao filho de teu senhor. 10. Trabalhar-lhe-ás, pois, a terra, tu, e teus filhos, e teus servos, e recolherás os frutos, para que o filho de teu senhor tenha pão que coma; e Mefibosete, filho de teu senhor, de contínuo comerá pão à minha mesa. E tinha Ziba quinze filhos e vinte servos. 11. E disse Ziba ao rei: Conforme tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim fará teu servo; porém Mefibosete comerá à minha mesa como um dos filhos do rei. 12. E tinha Mefibosete um filho pequeno, cujo nome era Mica; e todos quantos moravam em casa de Ziba eram servos de Mefibosete. 13. Morava, pois, Mefibosete em Jerusalém, porquanto de contínuo comia à mesa do rei; e era coxo de ambos os pés. 2 Samuel 10 1. E aconteceu, depois disso, que morreu o rei dos filhos de Amom, e seu filho Hanum reinou em seu lugar. 2. Então, disse Davi: Usarei de beneficência com Hanum, filho de Naás, como seu pai usou de beneficência comigo. E enviou Davi a consolá-lo, pelo ministério de seus servos, acerca de seu pai; e vieram os servos de Davi à terra dos filhos de Amom. 3. Então, disseram os príncipes dos filhos de Amom a seu senhor, Hanum: Porventura, honra Davi a teu pai aos teus olhos, porque te enviou consoladores? Porventura, não te enviou Davi os seus servos para reconhecerem esta cidade, e para espiá-la, e para transtorná-la? 4. Então, tomou Hanum os servos de Davi, e lhes rapou metade da barba, e lhes cortou metade das vestes, até às nádegas, e os despediu. 5. O que fazendo saber a Davi, este enviou a encontrá-los, porque estavam estes homens sobremaneira envergonhados; e disse o rei: Deixai-vos estar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba; e então vinde. 6. Vendo, pois, os filhos de Amom que se tinham feito abomináveis para Davi, enviaram os filhos de Amom e alugaram dos siros de Bete-Reobe e dos siros de Zobá vinte mil homens de pé, e do rei de Maaca, mil homens, e dos homens de Tobe, doze mil homens. 7. O que ouvindo Davi, enviou contra eles a Joabe com todo o exército dos valentes. 8. E saíram os filhos de Amom e ordenaram a batalha à entrada da porta, mas os siros de Zobá e Reobe e os homens de Tobe e Maaca estavam à parte no campo. 9. Vendo, pois, Joabe que estava preparada contra ele a frente da batalha, por diante e por detrás, escolheu dentre todos os escolhidos de Israel e formou-os em linha contra os siros. 10. E o resto do povo entregou na mão de Abisai, seu irmão, o qual o formou em linha contra os filhos de Amom. 11. E disse: Se os siros forem mais fortes do que eu, tu me virás em socorro; e, se os filhos de Amom forem mais fortes que tu, irei a socorrer-te. 12. Esforça-te, pois, e esforcemo-nos pelo nosso povo e pelas cidades de nosso Deus; e faça o SENHOR, então, o que bem parecer aos seus olhos. 13. Então, se achegou Joabe e o povo que estava com ele à peleja contra os siros; e estes fugiram de diante dele. 14. E, vendo os filhos de Amom que os siros fugiam, também eles fugiram de diante de Abisai e entraram na cidade; e voltou Joabe dos filhos de Amom e veio para Jerusalém. 15. Vendo, pois, os siros que tinham sido feridos diante de Israel, tornaram a refazer-se. 16. E enviou Hadadezer e fez sair os siros que estavam da outra banda do rio, e vieram a Helã; e Sobaque, chefe do exército de Hadadezer, marchava diante deles. 17. Do que informado Davi, ajuntou a todo o Israel, e passou o Jordão, e veio a Helã; e os siros se puseram em ordem contra Davi e pelejaram contra ele. 18. Porém os siros fugiram de diante de Israel, e Davi feriu dentre os siros aos homens de setecentos carros e quarenta mil homens de cavalo; também ao mesmo Sobaque, general do exército, feriu, e morreu ali. 19. Vendo, pois, todos os reis, servos de Hadadezer, que haviam ficado mal diante de Israel, fizeram paz com Israel e o serviram; e temeram os siros de socorrer mais aos filhos de Amom. 2 Samuel 11 1. E aconteceu que, tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem para a guerra, enviou Davi a Joabe, e a seus servos com ele, e a todo o Israel, para que destruíssem os filhos de Amom e cercassem Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. 2. E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. 3. E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? 4. Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. 5. E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pejada estou. 6. Então, enviou Davi a Joabe, dizendo: Envia-me Urias, o heteu. E Joabe enviou Urias a Davi. 7. Vindo, pois, Urias a ele, perguntou Davi como ficava Joabe, e como ficava o povo, e como ia a guerra. 8. Depois, disse Davi a Urias: Desce à tua casa e lava os teus pés. E, saindo Urias da casa real, logo saiu atrás dele iguaria do rei. 9. Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu à sua casa. 10. E o fizeram saber a Davi, dizendo: Urias não desceu à sua casa. Então, disse Davi a Urias: Não vens tu de uma jornada? Por que não desceste à tua casa? 11. E disse Urias a Davi: A arca, e Israel, e Judá ficam em tendas; e Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados no campo; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para me deitar com minha mulher? Pela tua vida e pela vida da tua alma, não farei tal coisa. 12. Então, disse Davi a Urias: Fica cá ainda hoje, e amanhã te despedirei. Urias, pois, ficou em Jerusalém aquele dia e o seguinte. 13. E Davi o convidou, e comeu e bebeu diante dele, e o embebedou; e, à tarde, saiu a deitar-se na sua cama, como os servos de seu senhor; porém não desceu à sua casa. 14. E sucedeu que, pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe e mandou-lha por mão de Urias. 15. Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e retirai-vos de detrás dele, para que seja ferido e morra. 16. Aconteceu, pois, que, tendo Joabe observado bem a cidade, pôs a Urias no lugar onde sabia que havia homens valentes. 17. E, saindo os homens da cidade e pelejando com Joabe, caíram alguns do povo, dos servos de Davi; e morreu também Urias, o heteu. 18. Então, enviou Joabe e fez saber a Davi todo o sucesso daquela peleja. 19. E deu ordem ao mensageiro, dizendo: Acabando tu de contar ao rei todo o sucesso desta peleja, 20. e, sucedendo que o rei se encolerize e te diga: Por que vos chegastes tão perto da cidade a pelejar? Não sabíeis vós que haviam de atirar do muro? 21. Quem feriu a Abimeleque, filho de Jerubesete? Não lançou uma mulher sobre ele, do muro, um pedaço de uma mó corredora, de que morreu em Tebes? Por que vos chegastes ao muro? Então, dirás: Também morreu teu servo Urias, o heteu. 22. E foi o mensageiro, e entrou, e fez saber a Davi tudo para que Joabe o enviara. 23. E disse o mensageiro a Davi: Na verdade, que mais poderosos foram aqueles homens do que nós e saíram a nós ao campo; porém nós fomos contra eles, até à entrada da porta. 24. Então, os flecheiros atiraram contra os teus servos desde o alto do muro, e morreram alguns dos servos do rei; e também morreu o teu servo Urias, o heteu. 25. E disse Davi ao mensageiro: Assim dirás a Joabe: Não te pareça isso mal aos teus olhos; pois a espada tanto consome este como aquele; esforça a tua peleja contra a cidade e a derrota; esforça-o tu assim. 26. Ouvindo, pois, a mulher de Urias que Urias, seu marido, era morto, lamentou a seu senhor. 27. E, passado o luto, enviou Davi e a recolheu em sua casa; e lhe foi por mulher e ela lhe deu um filho. Porém essa coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do SENHOR. 2 Samuel 12 1. E o SENHOR enviou Natã a Davi; e, entrando ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. 2. O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas; 3. mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela havia crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. 4. E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que viera a ele. 5. Então, o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o SENHOR, que digno de morte é o homem que fez isso. 6. E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu. 7. Então, disse Natã a Davi: Tu és este homem. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul; 8. e te dei a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teu seio e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto é pouco, mais te acrescentaria tais e tais coisas. 9. Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom. 10. Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher. 11. Assim diz o SENHOR: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol. 12. Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol. 13. Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR traspassou o teu pecado; não morrerás. 14. Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do SENHOR blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá. 15. Então, Natã foi para sua casa. E o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi; e a criança adoeceu gravemente. 16. E buscou Davi a Deus pela criança; e jejuou Davi, e entrou, e passou a noite prostrado sobre a terra. 17. Então os anciãos da sua casa se levantaram e foram a ele, para o levantar da terra; porém ele não quis, e não comeu pão com eles. 18. E sucedeu que, ao sétimo dia, morreu a criança; e temiam os servos de Davi dizer-lhe que a criança era morta, porque diziam: Eis que, sendo a criança ainda viva, lhe falávamos, porém não dava ouvidos à nossa voz; como, pois, lhe diremos que a criança é morta? Porque mais mal lhe faria. 19. Viu, porém, Davi que seus servos falavam baixo e entendeu Davi que a criança era morta, pelo que disse Davi a seus servos: É morta a criança? E eles disseram: É morta. 20. Então, Davi se levantou da terra, e se lavou, e se ungiu, e mudou de vestes, e entrou na Casa do SENHOR, e adorou; então, veio a sua casa e pediu pão; e lhe puseram pão, e comeu. 21. E disseram-lhe seus servos: Que é isso que fizeste? Pela criança viva jejuaste e choraste; porém, depois que morreu a criança, te levantaste e comeste pão. 22. E disse ele: Vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se o SENHOR se compadecerá de mim, e viva a criança? 23. Porém, agora que é morta, por que jejuaria eu agora? Poderei eu fazê-la mais voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim. 24. Então, consolou Davi a Bate-Seba, sua mulher, e entrou a ela, e se deitou com ela; e teve ela um filho, e chamou o seu nome Salomão; e o SENHOR o amou. 25. E o enviou pela mão do profeta Natã, e este chamou o seu nome Jedidias, por amor do SENHOR. 26. Entretanto, pelejou Joabe contra Rabá, dos filhos de Amom, e tomou a cidade real. 27. Então, mandou Joabe mensageiros a Davi e disse: Pelejei contra Rabá e também tomei a cidade das águas. 28. Ajunta, pois, agora o resto do povo, e cerca a cidade, e toma-a, para que, tomando eu a cidade, não se aclame sobre ela o meu nome. 29. Então, ajuntou Davi a todo o povo, e marchou para Rabá, e pelejou contra ela, e a tomou. 30. E tirou a coroa da cabeça do seu rei, cujo peso era de um talento de ouro, e havia nela pedras preciosas, e foi posta sobre a cabeça de Davi; e da cidade levou mui grande despojo. 31. E, trazendo o povo que havia nela, o pôs às serras, e às talhadeiras de ferro, e aos machados de ferro, e os fez passar por forno de tijolos; e assim fez a todas as cidades dos filhos de Amom. E voltou Davi e todo o povo para Jerusalém. 2 Samuel 13 1. E aconteceu, depois disso, que, tendo Absalão, filho de Davi, uma irmã formosa, cujo nome era Tamar, Amnom, filho de Davi, amou-a. 2. E angustiou-se Amnom, até adoecer, por Tamar, sua irmã, porque era virgem; e parecia, aos olhos de Amnom, dificultoso fazer-lhe coisa alguma. 3. Tinha, porém, Amnom um amigo, cujo nome era Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi. E era Jonadabe homem mui sagaz. 4. E ele lhe disse: Por que tu de manhã em manhã tanto emagreces, sendo filho do rei? Não mo farás saber a mim? Então, lhe disse Amnom: Amo a Tamar, irmã de Absalão, meu irmão. 5. E Jonadabe lhe disse: Deita-te na tua cama, e finge-te doente; e, quando teu pai te vier visitar, dize-lhe: Peço- te que minha irmã Tamar venha, e me dê de comer pão, e prepare a comida diante dos meus olhos, para que eu a veja e coma da sua mão. 6. Deitou-se, pois, Amnom e fingiu-se doente; e, vindo o rei visitá-lo, disse Amnom ao rei: Peço-te que minha irmã Tamar venha e prepare dois bolos diante dos meus olhos, para que eu coma de sua mão. 7. Mandou, então, Davi a casa, a Tamar, dizendo: Vai a casa de Amnom, teu irmão, e faze-lhe alguma comida. 8. E foi Tamar a casa de Amnom, seu irmão (ele, porém, estava deitado), e tomou massa, e a amassou, e fez bolos diante dos seus olhos, e cozeu os bolos. 9. E tomou a assadeira e os tirou diante dele; porém ele recusou comer. E disse Amnom: Fazei retirar a todos da minha presença. E todos se retiraram dele. 10. Então, disse Amnom a Tamar: Traze a comida à câmara e comerei da tua mão. E tomou Tamar os bolos que fizera e os trouxe a Amnom, seu irmão, à câmara. 11. E, chegando-lhos, para que comesse, pegou dela e disse-lhe: Vem, deita-te comigo, irmã minha. 12. Porém ela lhe disse: Não, irmão meu, não me forces, porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura. 13. Porque, aonde iria eu com a minha vergonha? E tu serias como um dos loucos de Israel. Agora, pois, peço- te que fales ao rei, porque não me negará a ti. 14. Porém ele não quis dar ouvidos à sua voz; antes, sendo mais forte do que ela, a forçou e se deitou com ela. 15. Depois, Amnom a aborreceu com grandíssimo aborrecimento, porque maior era o aborrecimento com que a aborrecia do que o amor com que a amara. E disse-lhe Amnom: Levanta-te e vai-te. 16. Então, ela lhe disse: Não há razão de me despedires assim; maior seria este mal do que o outro que já me tens feito. Porém não lhe quis dar ouvidos. 17. E chamou a seu moço que o servia e disse: Deita a esta fora e fecha a porta após ela. 18. E trazia ela uma roupa de muitas cores (porque assim se vestiam as filhas virgens dos reis, com capas), e seu criado a deitou fora e fechou a porta após ela. 19. Então, Tamar tomou cinza sobre a sua cabeça, e a roupa de muitas cores que trazia rasgou, e pôs as mãos sobre a cabeça, e foi-se andando e clamando. 20. E Absalão, seu irmão, lhe disse: Esteve Amnom, teu irmão, contigo? Ora, pois, irmã minha, cala-te; é teu irmão. Não se angustie o teu coração por isso. Assim ficou Tamar e esteve solitária em casa de Absalão, seu irmão. 21. E, ouvindo o rei Davi todas essas coisas, muito se acendeu em ira. 22. Porém Absalão não falou com Amnom, nem mal nem bem; porque Absalão aborrecia a Amnom, por ter forçado a Tamar, sua irmã. 23. E aconteceu que, passados dois anos inteiros, Absalão tinha tosquiadores em Baal-Hazor, que está junto a Efraim, e convidou Absalão a todos os filhos do rei. 24. E veio Absalão ao rei e disse: Eis que teu servo tem tosquiadores; peço que o rei e os seus servos venham com o teu servo. 25. O rei, porém, disse a Absalão: Não, filho meu, não vamos todos juntos, para não te sermos pesados. E instou com ele; porém ele não quis ir, mas o abençoou. 26. Então, disse Absalão: Quando não, deixa ir conosco Amnom, meu irmão. Porém o rei lhe disse: Para que iria contigo? 27. E, instando Absalão com ele, deixou ir com ele a Amnom e a todos os filhos do rei. 28. E Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo: Tomai sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre do vinho, e eu vos disser: Feri a Amnom! Então, o matareis; não temais; porventura, não sou eu quem vo-lo ordenou? Esforçai-vos e sede valentes. 29. E os moços de Absalão fizeram a Amnom como Absalão lho havia ordenado. Então, todos os filhos do rei se levantaram, e montaram cada um no seu mulo, e fugiram. 30. E aconteceu que, estando eles ainda no caminho, veio a nova a Davi, de que se dizia: Absalão feriu todos os filhos do rei, e nenhum deles ficou. 31. Então, o rei se levantou, e rasgou as suas vestes, e se lançou por terra; da mesma maneira todos os seus servos estavam com vestes rotas. 32. Mas Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi, respondeu e disse: Não diga o meu senhor que mataram a todos os jovens filhos do rei, porque só morreu Amnom; porque assim o tinha resolvido fazer Absalão, desde o dia em que ele forçou a Tamar, sua irmã. 33. Não se lhe meta, pois, agora no coração do rei, meu senhor, tal coisa, dizendo: Morreram todos os filhos do rei; porque só morreu Amnom. 34. E Absalão fugiu. E o jovem que estava de guarda levantou os seus olhos e olhou; e eis que muito povo vinha pelo caminho por detrás dele, pela banda do monte. 35. Então, disse Jonadabe ao rei: Eis aqui vêm os filhos do rei; conforme a palavra de teu servo, assim sucedeu. 36. E aconteceu que, quando acabou de falar, os filhos do rei vieram, e levantaram a sua voz, e choraram; e também o rei e todos os seus servos choraram com mui grande choro. 37. Assim, Absalão fugiu e se foi a Talmai, filho de Amiúde, rei de Gesur. E Davi trouxe dó por seu filho todos aqueles dias. 38. Assim, Absalão fugiu e foi para Gesur; esteve ali três anos. 39. Então, tinha o rei Davi saudades de Absalão, porque já se tinha consolado acerca de Amnom, que era morto. 2 Samuel 14 1. Conhecendo, pois, Joabe, filho de Zeruia, que o coração do rei era inclinado para Absalão, 2. enviou Joabe a Tecoa, e tomou de lá uma mulher sábia, e disse-lhe: Ora, finge que estás de luto; veste vestes de luto, e não te unjas com óleo, e sejas como uma mulher que há já muitos dias está de luto por algum morto. 3. E entra ao rei e fala-lhe conforme esta palavra. E Joabe lhe pôs as palavras na boca. 4. E a mulher tecoíta falou ao rei, e, deitando-se com o rosto em terra, se prostrou, e disse: Salva-me, ó rei. 5. E disse-lhe o rei: Que tens? E disse ela: Na verdade que sou uma mulher viúva, e morreu meu marido. 6. Tinha, pois, a tua serva dois filhos, e ambos estes brigaram no campo, e não houve quem os apartasse; assim, um feriu ao outro e o matou. 7. E eis que toda a linhagem se levantou contra a tua serva, e disseram: Dá- nos aquele que feriu a seu irmão para que o matemos, por causa da vida de seu irmão, a quem matou, e para que destruamos também ao herdeiro. Assim, apagarão a brasa que me ficou, de sorte que não deixam a meu marido nome, nem resto sobre a terra. 8. E disse o rei à mulher: Vai para tua casa, e eu mandarei ordem acerca de ti. 9. E disse a mulher tecoíta ao rei: A injustiça, ó rei, meu senhor, venha sobre mim e sobre a casa de meu pai; e o rei e o seu trono fiquem inculpáveis. 10. E disse o rei: Quem falar contra ti, traze-mo a mim; e nunca mais te tocará. 11. E disse ela: Ora, lembre-se o rei do SENHOR, teu Deus, para que os vingadores do sangue se não multipliquem a deitar-nos a perder e não destruam meu filho. Então, disse ele: Vive o SENHOR, que não há de cair no chão nem um dos cabelos de teu filho. 12. Então, disse a mulher: Peço- te que a tua serva fale uma palavra ao rei, meu senhor. E disse ele: Fala. 13. E disse a mulher: Por que, pois, pensaste tu uma tal coisa contra o povo de Deus? Porque, falando o rei tal palavra, fica como culpado; visto que o rei não torna a trazer o seu desterrado. 14. Porque certamente morreremos e seremos como águas derramadas na terra, que não se ajuntam mais. Deus, pois, lhe não tirará a vida, mas ideará pensamentos, para que se não desterre dele o seu desterrado. 15. E, se eu agora vim falar esta palavra ao rei, meu senhor, é porque o povo me atemorizou; dizia, pois, a tua serva: Falarei, pois, ao rei; porventura, fará o rei segundo a palavra da sua serva. 16. Porque o rei ouvirá, para livrar a sua serva da mão do homem que intenta destruir juntamente a mim e a meu filho da herança de Deus. 17. Dizia mais a tua serva: Seja agora a palavra do rei, meu senhor, para descanso; porque, como um anjo de Deus, assim é o rei, meu senhor, para ouvir o bem e o mal; e o SENHOR, teu Deus, será contigo. 18. Então, respondeu o rei e disse à mulher: Peço-te que não me encubras o que eu te perguntar. E disse a mulher: Ora, fale o rei, meu senhor. 19. E disse o rei: Não é verdade que a mão de Joabe anda contigo em tudo isso? E respondeu a mulher e disse: Vive a tua alma, ó rei, meu senhor, que ninguém se poderá desviar, nem para a direita nem para a esquerda, de tudo quanto o rei, meu senhor, tem dito; porque Joabe, teu servo, é quem me deu ordem e foi ele que pôs na boca da tua serva todas estas palavras. 20. Para que eu virasse a forma deste negócio, Joabe, teu servo, fez isso; porém sábio é meu senhor, conforme a sabedoria de um anjo de Deus, para entender tudo o que há na terra. 21. Então, o rei disse a Joabe: Eis que fiz isto. Vai, pois, e torna a trazer o jovem Absalão. 22. Então, Joabe se prostrou sobre o seu rosto em terra, e se inclinou, e o agradeceu ao rei, e disse: Hoje, conheceu o teu servo que achei graça aos teus olhos, ó rei, meu senhor, porque o rei fez segundo a palavra do teu servo. 23. Levantou-se, pois, Joabe, e foi a Gesur, e trouxe Absalão a Jerusalém. 24. E disse o rei: Torne para a sua casa e não veja a minha face. Tornou, pois, Absalão para a sua casa e não viu a face do rei. 25. Não havia, porém, em todo o Israel homem tão belo e tão aprazível como Absalão; desde a planta do pé até à cabeça, não havia nele defeito algum. 26. E, quando tosquiava a sua cabeça (e sucedia que no fim de cada ano a tosquiava, porquanto muito lhe pesava, e por isso a tosquiava), pesava o cabelo da sua cabeça duzentos siclos, segundo o peso real. 27. Também nasceram a Absalão três filhos e uma filha, cujo nome era Tamar; e esta era mulher formosa à vista. 28. Assim, ficou Absalão dois anos inteiros em Jerusalém e não viu a face do rei. 29. Mandou, pois, Absalão chamar a Joabe, para o enviar ao rei; porém não quis vir a ele; e enviou ainda segunda vez, e, contudo, não quis vir. 30. Então, disse aos seus servos: Vedes ali o pedaço de campo de Joabe pegado ao meu, e tem cevada nele; ide e ponde-lhe fogo. E os servos de Absalão puseram fogo ao pedaço de campo. 31. Então, Joabe se levantou, e veio a Absalão, em casa, e disse-lhe: Por que puseram os teus servos fogo ao pedaço de campo que é meu? 32. E disse Absalão a Joabe: Eis que enviei a ti, dizendo: Vem cá, para que te envie ao rei, a dizer-lhe: Para que vim de Gesur? Melhor me fora estar ainda lá. Agora, pois, veja eu a face do rei; e, se há ainda em mim alguma culpa, que me mate. 33. Então, entrou Joabe ao rei e assim lho disse. Então, chamou a Absalão, e ele entrou ao rei e se inclinou sobre o seu rosto em terra diante do rei; e o rei beijou a Absalão. 2 Samuel 15 1. E aconteceu, depois disso, que Absalão fez aparelhar carros, e cavalos, e cinqüenta homens que corressem adiante dele. 2. Também Absalão se levantou pela manhã e parava a uma banda do caminho da porta. E sucedia que a todo o homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? E dizendo ele: De uma das tribos de Israel é teu servo; 3. então, Absalão lhe dizia: Olha, os teus negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do rei. 4. Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça! 5. Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e pegava dele, e o beijava. 6. E desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; assim, furtava Absalão o coração dos homens de Israel. 7. E aconteceu, pois, ao cabo de quarenta anos, que Absalão disse ao rei: Deixa-me ir pagar em Hebrom o meu voto que votei ao SENHOR. 8. Porque morando eu em Gesur, na Síria, votou o teu servo um voto, dizendo: Se o SENHOR outra vez me fizer tornar a Jerusalém, servirei ao SENHOR. 9. Então, lhe disse o rei: Vai em paz. Levantou-se, pois, e foi para Hebrom. 10. E enviou Absalão espias por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão reina em Hebrom. 11. E de Jerusalém foram com Absalão duzentos homens convidados, porém iam na sua simplicidade, porque nada sabiam daquele negócio. 12. Também Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho de Davi, à sua cidade de Gilo, estando ele sacrificando os seus sacrifícios; e a conjuração se fortificava, e vinha o povo e se aumentava com Absalão. 13. Então, veio um mensageiro a Davi, dizendo: O coração de cada um em Israel segue a Absalão. 14. Disse, pois, Davi a todos os seus servos que estavam com ele em Jerusalém: Levantai-vos, e fujamos, porque não poderíamos escapar diante de Absalão. Dai-vos pressa a caminhar, para que porventura não se apresse ele, e nos alcance, e lance sobre nós algum mal, e fira a cidade a fio de espada. 15. Então, os servos do rei disseram ao rei: Eis aqui os teus servos, para tudo quanto determinar o rei, nosso senhor. 16. E saiu o rei, com toda a sua casa, a pé; deixou, porém, o rei dez mulheres concubinas, para guardarem a casa. 17. Tendo, pois, saído o rei com todo o povo a pé, pararam num lugar distante. 18. E todos os seus servos iam a seu lado, como também todos os quereteus e todos os peleteus; e todos os geteus, seiscentos homens que vieram de Gate a pé, caminhavam diante do rei. 19. Disse, pois, o rei a Itai, o geteu: Por que irias tu também conosco? Volta, e fica-te com o rei, porque estranho és, e também te tornarás a teu lugar. 20. Ontem, vieste, e te levaria eu hoje conosco a caminhar? Pois força me é ir aonde quer que puder ir; volta, pois, e torna a levar teus irmãos contigo, com beneficência e fidelidade. 21. Respondeu, porém, Itai ao rei e disse: Vive o SENHOR, e vive o rei, meu senhor, que no lugar em que estiver o rei, meu senhor, seja para morte seja para vida, aí certamente estará também o teu servidor. 22. Então, Davi disse a Itai: Vem, pois, e passa adiante. Assim, passou Itai, o geteu, e todos os seus homens, e todas as crianças que havia com ele. 23. E toda a terra chorava a grandes vozes, passando todo o povo; também o rei passou o ribeiro de Cedrom, e passou todo o povo na direção do caminho do deserto. 24. Eis que também Zadoque ali estava, e com ele todos os levitas que levavam a arca do concerto de Deus; e puseram ali a arca de Deus; e subiu Abiatar, até que todo o povo acabou de sair da cidade. 25. Então disse o rei a Zadoque: Torna a levar a arca de Deus à cidade; se achar eu graça aos olhos do SENHOR, ele me tornará a trazer para lá e me deixará ver a ela e a sua habitação. 26. Se, porém, disser assim: Não tenho prazer em ti; eis-me aqui, faça de mim como parecer bem aos seus olhos. 27. Disse mais o rei a Zadoque, o sacerdote: Não és tu, porventura, o vidente? Torna, pois, em paz para a cidade, e convosco também vossos dois filhos, Aimaás, teu filho, e Jônatas, filho de Abiatar. 28. Olhai que me demorarei nas campinas do deserto até que tenha novas vossas. 29. Zadoque, pois, e Abiatar tornaram a levar para Jerusalém a arca de Deus; e ficaram ali. 30. E subiu Davi pela subida das Oliveiras, subindo e chorando, e com a cabeça coberta; e caminhava com os pés descalços; e todo o povo que ia com ele cobria cada um a sua cabeça, e subiam chorando sem cessar. 31. Então, fizeram saber a Davi, dizendo: Também Aitofel está entre os que se conjuraram com Absalão. Pelo que disse Davi: Ó SENHOR, transtorna o conselho de Aitofel. 32. E aconteceu que, chegando Davi ao cume, para adorar ali a Deus, eis que Husai, o arquita, veio encontrar-se com ele, com a veste rasgada e terra sobre a cabeça. 33. E disse-lhe Davi: Se passares comigo, ser-me-ás pesado. 34. Porém, se voltares para a cidade e disseres a Absalão: Eu serei, ó rei, teu servo, como fui dantes servo de teu pai, assim agora serei teu servo, dissipar-me-ás, então, o conselho de Aitofel. 35. E não estão ali contigo Zadoque e Abiatar, sacerdotes? E será que todas as coisas que ouvires da casa do rei farás saber a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes. 36. Eis que estão também ali com eles seus dois filhos, Aimaás, filho de Zadoque, e Jônatas, filho de Abiatar; pela mão deles aviso me mandareis de todas as coisas que ouvirdes. 37. Husai, pois, amigo de Davi, veio para a cidade; e Absalão entrou em Jerusalém. 2 Samuel 16 1. E, passando Davi um pouco mais adiante do cume, eis que Ziba, o moço de Mefibosete, veio encontrar-se com ele, com um par de jumentos albardados, e sobre eles duzentos pães, com cem cachos de passas, e cem de frutas de verão, e um odre de vinho. 2. E disse o rei a Ziba: Que pretendes com isto? E disse Ziba: Os jumentos são para a casa do rei, para se montarem neles; e o pão e as frutas de verão, para os moços comerem; e o vinho, para beberem os cansados no deserto. 3. Então, disse o rei: Onde está, pois, o filho de teu senhor? E disse Ziba ao rei: Eis que ficou em Jerusalém; porque disse: Hoje, me restaurará a casa de Israel o reino de meu pai. 4. Então, disse o rei a Ziba: Eis que teu é tudo quanto tem Mefibosete. E disse Ziba: Eu me inclino e que eu ache graça aos teus olhos, ó rei, meu senhor. 5. E, chegando o rei Davi a Baurim, eis que dali saiu um homem da linhagem da casa de Saul, cujo nome era Simei, filho de Gera; e, saindo, ia amaldiçoando. 6. E apedrejava com pedras a Davi e a todos os servos do rei Davi, ainda que todo o povo e todos os valentes iam à sua direita e à sua esquerda. 7. E, amaldiçoando-o Simei, assim dizia: Sai, sai, homem de sangue e homem de Belial! 8. O SENHOR te deu agora a paga de todo o sangue da casa Saul, em cujo lugar tens reinado; já deu o SENHOR o reino na mão de Absalão, teu filho; e eis-te agora na tua desgraça, porque és um homem de sangue. 9. Então, disse Abisai, filho de Zeruia, ao rei: Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me passar, e lhe tirarei a cabeça. 10. Disse, porém, o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora, deixai-o amaldiçoar, pois, se o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi, quem, pois, diria: Por que assim fizeste? 11. Disse mais Davi a Abisai e a todos os seus servos: Eis que meu filho, que descendeu de mim, procura a minha morte, quanto mais ainda este filho de Benjamim? Deixai-o; que amaldiçoe, porque o SENHOR lho disse. 12. Porventura, o SENHOR olhará para a minha miséria e o SENHOR me pagará com bem a sua maldição deste dia. 13. Proseguiram, pois, o seu caminho, Davi e os seus homens; e também Simei ia ao longo do monte, defronte dele, caminhando e amaldiçoando, e atirava pedras contra ele, e levantava poeira. 14. E o rei e todo o povo que ia com ele chegaram cansados e refrescaram-se ali. 15. Absalão, pois, e todo o povo, os homens de Israel, vieram a Jerusalém; e Aitofel, com ele. 16. E sucedeu que, chegando Husai, o arquita, amigo de Davi, a Absalão, disse Husai a Absalão: Viva o rei, viva o rei! 17. Porém Absalão disse a Husai: É esta a tua beneficência para com o teu amigo? Por que não foste com o teu amigo? 18. E disse Husai a Absalão: Não, senão daquele que eleger o SENHOR, e todo este povo, e todos os homens de Israel, dele serei e com ele ficarei. 19. E, demais disso, a quem serviria eu? Porventura, não seria diante de seu filho? Como servi diante de teu pai, assim serei diante de ti. 20. Então, disse Absalão a Aitofel: Dai conselho entre vós sobre o que devemos fazer. 21. E disse Aitofel a Absalão: Entra às concubinas de teu pai, que deixou para guardarem a casa; e, assim, todo o Israel ouvirá que te fizeste aborrecível para com teu pai, e se fortalecerão as mãos de todos os que estão contigo. 22. Estenderam, pois, para Absalão uma tenda no terrado, e entrou Absalão às concubinas de seu pai perante os olhos de todo o Israel. 23. E era o conselho de Aitofel, que aconselhava naqueles dias, como se a palavra de Deus se consultara: tal era todo o conselho de Aitofel, assim para com Davi como para com Absalão. 2 Samuel 17 1. Disse mais Aitofel a Absalão: Deixa-me escolher doze mil homens, e me levantarei e seguirei após Davi esta noite. 2. E irei sobre ele, pois está cansado e fraco das mãos; e o espantarei, e fugirá todo o povo que está com ele; e, então, ferirei o rei só. 3. E farei tornar a ti todo o povo, pois o homem a quem tu buscas é como se tornassem todos; assim, todo o povo estará em paz. 4. E esta palavra pareceu boa aos olhos de Absalão, e aos olhos de todos os anciãos de Israel. 5. Disse, porém, Absalão: Chamai agora também a Husai, o arquita, e ouçamos também o que ele dirá. 6. E, chegando Husai a Absalão, lhe falou Absalão, dizendo: Desta maneira falou Aitofel: Faremos conforme à sua palavra? Se não, fala tu. 7. Então, disse Husai a Absalão: O conselho que Aitofel esta vez aconselhou não é bom. 8. Disse mais Husai: Bem conheces tu a teu pai e a seus homens, que são valorosos e que estão com o espírito amargurado, como a ursa no campo, roubada dos cachorros; também teu pai é homem de guerra, e não passará a noite com o povo. 9. Eis que agora estará escondido nalguma cova, ou em qualquer outro lugar; e será que, caindo no princípio alguns dentre eles, cada um que ouvir então dirá: Houve derrota no povo que segue Absalão. 10. Então, até o homem valente, cujo coração é como o coração de leão, sem dúvida desmaiará; porque todo o Israel sabe que teu pai é valoroso, e homens valentes, os que estão com ele. 11. Eu, porém, aconselho que, com toda a pressa, se ajunte a ti todo o Israel, desde Dã até Berseba, em multidão como a areia do mar, e que tu em pessoa vás à peleja. 12. Então, iremos a ele, em qualquer lugar que se achar, e facilmente viremos sobre ele, como o orvalho cai sobre a terra; e não ficará dele e de todos os homens que estão com ele nem ainda um só. 13. E, se ele se retirar para alguma cidade, todo o Israel trará cordas àquela cidade: e arrastá-la-emos até ao ribeiro, até que não se ache ali nem uma só pedrinha. 14. Então, disse Absalão e todos os homens de Israel: Melhor é o conselho de Husai, o arquita, do que o conselho de Aitofel (porém assim o SENHOR o ordenara, para aniquilar o bom conselho de Aitofel, para que o SENHOR trouxesse o mal sobre Absalão). 15. E disse Husai a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes: Assim e assim aconselhou Aitofel a Absalão e aos anciãos de Israel; porém assim e assim aconselhei eu. 16. Agora, pois, enviai apressadamente, e avisai a Davi, dizendo: Não passes esta noite nas campinas do deserto, mas passa depressa à outra banda, para que o rei e todo o povo que com ele está não seja devorado. 17. Estavam, pois, Jônatas e Aimaás junto à fonte de Rogel, e foi uma criada, e lho disse, e eles foram, e disseram ao rei Davi, porque não podiam ser vistos entrar na cidade. 18. Mas viu-os, todavia, um moço, e avisou a Absalão; porém ambos logo partiram apressadamente, e entraram em casa de um homem, em Baurim, o qual tinha um poço no seu pátio, e para ali desceram. 19. E tomou a mulher a tampa, e a estendeu sobre a boca do poço, e espalhou grão descascado sobre ela; assim, nada se soube. 20. Chegando, pois, os servos de Absalão à mulher, àquela casa, disseram: Onde estão Aimaás e Jônatas? E a mulher lhes disse: Já passaram o vau das águas. E, havendo-os buscado, e não os achando, voltaram para Jerusalém. 21. E sucedeu que, depois que partiram, saíram do poço, e foram, e anunciaram a Davi; e disseram a Davi: Levantai-vos, e passai depressa as águas, porque assim aconselhou contra vós Aitofel. 22. Então, Davi e todo o povo que com ele estava se levantou, e passaram o Jordão: e já pela luz da manhã nem ainda faltava um só que não passasse o Jordão. 23. Vendo, pois, Aitofel que se não tinha seguido o seu conselho, albardou o jumento e levantou-se, e foi para sua casa e para a sua cidade, e pôs em ordem a sua casa, e se enforcou: e morreu, e foi sepultado na sepultura de seu pai. 24. E Davi veio a Maanaim; e Absalão passou o Jordão, ele e todo o homem de Israel com ele. 25. E Absalão constituiu a Amasa em lugar de Joabe sobre o arraial: e era Amasa filho de um homem cujo nome era Itra, o israelita, o qual entrara a Abigail, filha de Naás, irmã de Zeruia, mãe de Joabe. 26. Israel, pois, e Absalão acamparam na terra de Gileade. 27. E sucedeu que, chegando Davi a Maanaim, Sobi, filho de Naás, de Rabá, dos filhos de Amom, e Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar, e Barzilai, o gileadita, de Rogelim, 28. tomaram camas, e bacias, e vasilhas de barro, e trigo, e cevada, e farinha, e grão torrado, e favas, e lentilhas, também torradas, 29. e mel, e manteiga, e ovelhas, e queijos de vacas, e os trouxeram a Davi e ao povo que com ele estava, para comerem, porque disseram: Este povo no deserto está faminto, e cansado, e sedento. 2 Samuel 18 1. E Davi contou o povo que tinha consigo e pôs sobre eles capitães de cem. 2. E Davi enviou o povo, um terço debaixo da mão de Joabe, e outro terço debaixo da mão de Abisai, filho de Zeruia e irmão de Joabe, e outro terço debaixo da mão de Itai, o geteu; e disse o rei ao povo: Eu também juntamente sairei convosco. 3. Porém o povo disse: Não sairás, porque, se formos obrigados a fugir, não porão o coração em nós; e, ainda que metade de nós morra, não porão o coração em nós, porque ainda, tais como nós somos, ajuntarás dez mil; melhor será, pois, que da cidade nos sirvas de socorro. 4. Então, Davi lhes disse: O que bem parecer aos vossos olhos, isso farei. E o rei se pôs da banda da porta, e todo o povo saiu em centenas e em milhares. 5. E o rei deu ordem a Joabe, e a Abisai, e a Itai, dizendo: Brandamente tratai por amor de mim ao jovem, a Absalão. E todo o povo ouviu quando o rei deu ordem a todos os capitães acerca de Absalão. 6. Saiu, pois, o povo ao campo, a encontrar-se com Israel, e deu-se a batalha no bosque de Efraim. 7. E ali foi ferido o povo de Israel, diante dos servos de Davi; e, naquele mesmo dia, houve ali uma grande derrota de vinte mil. 8. Porque ali se estendeu a batalha sobre a face de toda aquela terra; e foram mais os do povo que consumiu o bosque do que os que a espada consumiu, naquele dia. 9. E Absalão se encontrou com os servos de Davi; e Absalão ia montado num mulo; e, entrando o mulo debaixo da espessura dos ramos de um grande carvalho, pegou-se-lhe a cabeça no carvalho, e ficou pendurado entre o céu e a terra; e o mulo, que estava debaixo dele, passou adiante. 10. O que vendo um homem, o fez saber a Joabe e disse: Eis que vi Absalão pendurado num carvalho. 11. Então, disse Joabe ao homem que lho fizera saber: Pois que o viste, por que o não feriste logo ali em terra? E forçoso seria eu dar-lhe dez moedas de prata e um cinto. 12. Disse, porém, aquele homem a Joabe: Ainda que eu pudesse pesar nas minhas mãos mil moedas de prata, não estenderia a minha mão contra o filho do rei, pois bem ouvimos que o rei te deu ordem a ti, e a Abisai, e a Itai, dizendo: Guardai-vos, cada um, de tocar no jovem, em Absalão. 13. Ainda que proferisse mentira com risco da minha vida, nem por isso coisa nenhuma se esconderia ao rei; e tu mesmo te oporias. 14. Então, disse Joabe: Não me demorarei assim contigo aqui. E tomou três dardos e traspassou com eles o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho. 15. E o cercaram dez jovens que levavam as armas de Joabe. E feriram a Absalão e o mataram. 16. Então, tocou Joabe a buzina, e voltou o povo de perseguir a Israel, porque Joabe deteve o povo. 17. E tomaram Absalão, e o lançaram no bosque, numa grande cova, e levantaram sobre ele um mui grande montão de pedras; e todo o Israel fugiu, cada um para a sua tenda. 18. Ora, Absalão, quando ainda vivia, tinha tomado e levantado para si uma coluna, que está no vale do Rei, porque dizia: Filho nenhum tenho para conservar a memória do meu nome. E chamou aquela coluna pelo seu próprio nome; pelo que até ao dia de hoje se chama o Pilar de Absalão. 19. Então, disse Aimaás, filho de Zadoque: Deixa-me correr, e anunciarei ao rei que já o SENHOR o vingou da mão de seus inimigos. 20. Mas Joabe lhe disse: Tu não serás hoje o portador das novas, porém outro dia as levarás; mas hoje não darás a nova, porque é morto o filho do rei. 21. E disse Joabe a um cuxita: Vai tu e dize ao rei o que viste. E o cuxita se inclinou a Joabe e correu. 22. E prosseguiu Aimaás, filho de Zadoque, e disse a Joabe: Seja o que for, deixa-me também correr após o cuxita. E disse Joabe: Para que agora correrias tu, meu filho, pois não tens mensagem conveniente? 23. Seja o que for, disse Aimaás, correrei. E Joabe lhe disse: Corre. E Aimaás correu pelo caminho da planície e passou ao cuxita. 24. E Davi estava assentado entre as duas portas; e a sentinela subiu ao terraço da porta junto ao muro, e levantou os olhos, e olhou, e eis que um homem corria só. 25. Gritou, pois, a sentinela e o disse ao rei: Se vem só, há novas em sua boca. E vinha andando e chegando. 26. Então, viu a sentinela outro homem que corria, e a sentinela gritou ao porteiro, e disse: Eis que lá vem outro homem correndo só. Então, disse o rei: Também este traz novas. 27. Disse mais a sentinela: Vejo o correr do primeiro, que parece ser o correr de Aimaás, filho de Zadoque. Então, disse o rei: Este é homem de bem e virá com boas novas. 28. Gritou, pois, Aimaás e disse ao rei: Paz. E inclinou-se ao rei com o rosto em terra e disse: Bendito seja o SENHOR, que entregou os homens que levantaram a mão contra o rei, meu senhor. 29. Então, disse o rei: Vai bem com o jovem, com Absalão? E disse Aimaás: Vi um grande alvoroço, quando Joabe mandou o servo do rei, e a mim, teu servo; porém não sei o que era. 30. E disse o rei: Vira-te e põe-te aqui. E virou-se e parou. 31. E eis que vinha o cuxita e disse: Anunciar-se-á ao rei, meu senhor, que hoje o SENHOR te vingou da mão de todos os que se levantaram contra ti. 32. Então, disse o rei ao cuxita: Vai bem com o jovem, com Absalão? E disse o cuxita: Sejam como aquele jovem os inimigos do rei, meu senhor, e todos os que se levantaram contra ti para mal. 33. Então, o rei se perturbou, e subiu à sala que estava por cima da porta, e chorou; e, andando, dizia assim: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho! 2 Samuel 19 1. E disseram a Joabe: Eis que o rei anda chorando e lastima-se por Absalão. 2. Então, a vitória se tornou, naquele mesmo dia, em tristeza para todo o povo; porque, naquele mesmo dia, o povo ouvira dizer: Mui triste está o rei por causa de seu filho. 3. E, naquele mesmo dia, o povo entrou às furtadelas na cidade, como o povo de vergonha se escoa quando foge da peleja. 4. Estava, pois, o rei com o rosto coberto; e o rei gritava a alta voz: Meu filho Absalão, Absalão, meu filho, meu filho! 5. Então, entrou Joabe ao rei, em casa, e disse: Hoje, envergonhaste a face de todos os teus servos, que livraram hoje a tua vida, e a vida de teus filhos, e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres, e a vida de tuas concubinas, 6. amando tu aos que te aborrecem e aborrecendo aos que te amam; porque, hoje, dás a entender que nada valem para contigo capitães e servos; porque entendo, hoje, que, se Absalão vivesse, e todos nós, hoje, fôssemos mortos, então, bem te parecera aos teus olhos. 7. Levanta-te, pois, agora; sai e fala conforme o coração de teus servos; porque, pelo SENHOR, te juro que, se não saíres, nem um só homem ficará contigo esta noite; e maior mal te será isso do que todo o mal que tem vindo sobre ti desde a tua mocidade até agora. 8. Então, o rei se levantou e se assentou à porta, e fizeram saber a todo o povo, dizendo: Eis que o rei está assentado à porta. Então, todo o povo veio apresentar-se diante do rei; porém Israel fugiu cada um para as suas tendas. 9. E todo o povo, em todas as tribos de Israel, andava altercando entre si, dizendo: O rei nos tirou das mãos de nossos inimigos, e ele nos livrou das mãos dos filisteus; e agora fugiu da terra por causa de Absalão. 10. E Absalão, a quem ungimos sobre nós, já morreu na peleja; agora, pois, por que vos calais e não fazeis voltar o rei? 11. Então, o rei Davi enviou a Zadoque e a Abiatar, sacerdotes, dizendo: Falai aos anciãos de Judá, dizendo: Por que seríeis vós os últimos em tornar a trazer o rei para a sua casa? (Porque as palavras de todo o Israel chegaram ao rei, até à sua casa.) 12. Vós sois meus irmãos, meus ossos e minha carne sois vós; por que, pois, seríeis os últimos em tornar a trazer o rei? 13. E a Amasa direis: Porventura, não és tu meu osso e minha carne? Assim me faça Deus, e outro tanto, se não fores chefe do arraial diante de mim para sempre, em lugar de Joabe. 14. Assim, moveu o coração de todos os homens de Judá, como o de um só homem; e enviaram ao rei, dizendo: Volta tu com todos os teus servos. 15. Então, o rei voltou e chegou até ao Jordão; e Judá veio a Gilgal, para ir encontrar-se com o rei, à outra banda do Jordão. 16. E apressou-se Simei, filho de Gera, filho de Benjamim, que era de Baurim; e desceu com os homens de Judá a encontrar-se com o rei Davi. 17. E com ele mil varões de Benjamim, como também Ziba, servo da casa de Saul, e seus quinze filhos, e seus vinte servos com ele; e prontamente passaram o Jordão adiante do rei. 18. E, passando a barca, para fazer passar a casa do rei e para fazer o que bem parecesse aos seus olhos, então, Simei, filho de Gera, se prostrou diante do rei, passando ele o Jordão. 19. E disse ao rei: Não me impute meu senhor a minha culpa, e não te lembres do que tão perversamente fez teu servo, no dia em que o rei, meu senhor, saiu de Jerusalém; não conserve o rei isso no coração. 20. Porque teu servo deveras confessa que eu pequei; porém eis que eu sou o primeiro que de toda a casa de José desci a encontrar-me com o rei, meu senhor. 21. Então, respondeu Abisai, filho de Zeruia, e disse: Não morreria, pois, Simei por isso, havendo amaldiçoado ao ungido do SENHOR? 22. Porém Davi disse: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia, para que hoje me sejais adversários? Morreria alguém hoje em Israel? Por que, porventura, não sei que hoje fui feito rei sobre Israel? 23. E disse o rei a Simei: Não morrerás. E o rei lho jurou. 24. Também Mefibosete, filho de Saul, desceu a encontrar-se com o rei e não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha lavado as suas vestes desde o dia em que o rei tinha saído até ao dia em que voltou em paz. 25. E sucedeu que, vindo ele a Jerusalém a encontrar-se com o rei, disse-lhe o rei: Por que não foste comigo, Mefibosete? 26. E disse ele: Ó rei, meu senhor, o meu servo me enganou; porque o teu servo dizia: Albardarei um jumento, e nele montarei, e irei com o rei; pois o teu servo é coxo. 27. De mais disso, falsamente acusou o teu servo diante do rei, meu senhor; porém o rei, meu senhor, é como um anjo de Deus; faze, pois, o que parecer bem aos teus olhos. 28. Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; e, contudo, puseste a teu servo entre os que comem à tua mesa; e que mais direito tenho eu de clamar ao rei? 29. E disse-lhe o rei: Por que ainda falas mais de teus negócios? Já disse eu: Tu e Ziba, reparti as terras. 30. E disse Mefibosete ao rei: Tome ele também tudo, pois já veio o rei, meu senhor, em paz à sua casa. 31. Também Barzilai, o gileadita, desceu de Rogelim e passou com o rei o Jordão, para o acompanhar à outra banda do Jordão. 32. E era Barzilai mui velho, da idade de oitenta anos; e ele tinha sustentado o rei, quando tinha a sua morada em Maanaim, porque era homem mui grande. 33. E disse o rei a Barzilai: Passa tu comigo, e sustentar-te-ei comigo em Jerusalém. 34. Porém Barzilai disse ao rei: Quantos serão os dias dos anos da minha vida, para que suba com o rei a Jerusalém? 35. Da idade de oitenta anos sou eu hoje; poderia eu discernir entre bom e mau? Poderia o teu servo ter gosto no que comer e beber? Poderia eu mais ouvir a voz dos cantores e cantoras? E por que será o teu servo ainda pesado ao rei, meu senhor? 36. Com o rei passará teu servo ainda um pouco mais além do Jordão; e por que me recompensará o rei com tal recompensa? 37. Deixa voltar o teu servo, e morrerei na minha cidade junto à sepultura de meu pai e de minha mãe; mas eis aí está o teu servo Quimã; que passe com o rei, meu senhor, e faze-lhe o que bem parecer aos teus olhos. 38. Então, disse o rei: Quimã passará comigo, e eu lhe farei como bem parecer aos teus olhos, e tudo quanto me pedires te farei. 39. Havendo, pois, todo o povo passado o Jordão, e, passando também o rei, beijou o rei a Barzilai e o abençoou; e ele voltou para o seu lugar. 40. E dali passou o rei a Gilgal, e Quimã passou com ele; e todo o povo de Judá conduziu o rei, como também a metade do povo de Israel. 41. E eis que todos os homens de Israel vieram ao rei e disseram ao rei: Por que te furtaram nossos irmãos, os homens de Judá, e conduziram o rei e a sua casa por sobre o Jordão e todos os homens de Davi com eles? 42. Então, responderam todos os homens de Judá aos homens de Israel: Porquanto o rei é nosso parente; e por que vos irais por isso? Porventura, comemos à custa do rei ou nos apresentou algum presente? 43. E responderam os homens de Israel aos homens de Judá e disseram: Dez partes temos no rei e até em Davi mais temos nós do que vós; porque, pois, fizestes pouca conta de nós, para que a nossa palavra não fosse a primeira, para tornar a trazer o nosso rei? Porém a palavra dos homens de Judá foi mais forte do que a palavra dos homens de Israel. 2 Samuel 20 1. Então, se achou ali, por acaso, um homem de Belial, cujo nome era Seba, filho de Bicri, homem de Benjamim, o qual tocou a buzina e disse: Não temos parte em Davi, nem herança no filho de Jessé; cada um às suas tendas, ó Israel. 2. Então, todos os homens de Israel deixaram de seguir Davi e seguiram Seba, filho de Bicri; porém os homens de Judá se uniram ao seu rei, desde o Jordão até Jerusalém. 3. Vindo, pois, Davi para sua casa, a Jerusalém, tomou o rei as dez mulheres, suas concubinas, que deixara para guardarem a casa, e as pôs numa casa em guarda, e as sustentava; porém não entrou a elas; e estiveram encerradas até ao dia da sua morte, vivendo como viúvas. 4. Disse mais o rei a Amasa: Convoca-me os homens de Judá para o terceiro dia e tu, então, apresenta-te aqui. 5. E foi Amasa para convocar a Judá; porém demorou-se além do tempo que lhe tinha designado. 6. Então, disse Davi a Abisai: Mais mal agora nos fará Seba, o filho de Bicri, do que Absalão; pelo que toma tu os servos de teu senhor e persegue-o, para que, porventura, não ache para si cidades fortes e escape dos nossos olhos. 7. Então, saíram atrás dele os homens de Joabe, e os quereteus, e os peleteus, e todos os valentes; estes saíram de Jerusalém para irem atrás de Seba, filho de Bicri. 8. Chegando eles, pois, à pedra grande que está junto a Gibeão, Amasa veio perante eles; e estava Joabe cingido da sua roupa que vestiu e sobre ela um cinto com a espada, em seus lombos, na sua bainha; e, adiantando-se ele, lhe caiu. 9. E disse Joabe a Amasa: Vai contigo bem, meu irmão? E Joabe, com a mão direita, pegou da barba de Amasa, para o beijar. 10. E Amasa não se resguardou da espada que estava na mão de Joabe, de sorte que este o feriu com ela na quinta costela e lhe derramou por terra as entranhas; e não o feriu segunda vez, e morreu; então, Joabe e Abisai, seu irmão, foram atrás de Seba, filho de Bicri. 11. Mas um dentre os moços de Joabe parou junto a ele e disse: Quem há que bem queira a Joabe e quem seja por Davi, siga a Joabe. 12. E Amasa estava envolto no seu sangue no meio do caminho; e, vendo aquele homem que todo o povo parava, desviou a Amasa do caminho para o campo e lançou sobre ele um manto; porque via que todo aquele que chegava a ele parava. 13. E, como estava apartado do caminho, todos os homens seguiram a Joabe, para perseguirem a Seba, filho de Bicri. 14. E passou por todas as tribos de Israel até Abel-Bete-Maaca e a todos os beritas; e ajuntaram-se todos e também o seguiram. 15. E vieram, e o cercaram em Abel-Bete-Maaca, e levantaram uma tranqueira contra a cidade, assim que já estava em frente do antemuro; e todo o povo que estava com Joabe batia no muro, para o derribar. 16. Então, uma mulher sábia gritou de dentro da cidade: Ouvi, ouvi, peço- vos que digais a Joabe: Chega-te cá, para que eu te fale. 17. Chegou-se a ela, e disse a mulher: Tu és Joabe? E disse ele: Eu sou. E ela lhe disse: Ouve as palavras de tua serva. E disse ele: Ouço. 18. Então, falou ela, dizendo: Antigamente, costumava-se falar, dizendo: Certamente, pediram conselho a Abel; e assim o cumpriam. 19. Eu sou uma das pacíficas e das fiéis em Israel; e tu procuras matar uma cidade que é mãe em Israel; por que, pois, devorarias a herança do SENHOR? 20. Então, respondeu Joabe e disse: Longe, longe de mim que eu tal faça, que eu devore ou arruíne! 21. A coisa não é assim; porém um só homem do monte de Efraim, cujo nome é Seba, filho de Bicri, levantou a mão contra o rei, contra Davi; entregai-me só este, e retirar-me-ei da cidade. Então, disse a mulher a Joabe: Eis que te será lançada a sua cabeça pelo muro. 22. E a mulher, na sua sabedoria, entrou a todo o povo, e cortaram a cabeça de Seba, filho de Bicri, e a lançaram a Joabe; então, tocou este a buzina, e se retiraram da cidade, cada um para as suas tendas. E Joabe voltou a Jerusalém, ao rei. 23. E Joabe estava sobre todo o exército de Israel; e Benaia, filho de Joiada, sobre os quereteus e sobre os peleteus; 24. e Adorão, sobre os tributos; e Josafá, filho de Ailude, era o chanceler; 25. e Seva, o escrivão; e Zadoque e Abiatar, os sacerdotes; 26. e também Ira, o jairita, era o oficial-mor de Davi. 2 Samuel 21 1. E houve, em dias de Davi, uma fome de três anos, de ano em ano; e Davi consultou ao SENHOR, e o SENHOR lhe disse: É por causa de Saul e da sua casa sanguinária, porque matou os gibeonitas. 2. Então, chamou o rei os gibeonitas e lhes falou (ora os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do resto dos amorreus, e os filhos de Israel lhes tinham jurado, porém Saul procurou feri-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá). 3. Disse, pois, Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? E que satisfação vos darei, para que abençoeis a herança do SENHOR? 4. Então, os gibeonitas lhe disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel. E disse ele: Que é, pois, que quereis que vos faça? 5. E disseram ao rei: Quanto ao homem que nos destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em termo algum de Israel, 6. de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao SENHOR, em Gibeá de Saul, o eleito do SENHOR. E disse o rei: Eu os darei. 7. Porém o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do SENHOR, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul. 8. Porém tomou o rei os dois filhos de Rispa, filha de Aiá, que tinha tido de Saul, a saber, a Armoni e a Mefibosete, como também os cinco filhos da irmã de Mical, filha de Saul, que tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita. 9. E os entregou na mão dos gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, perante o SENHOR; e caíram estes sete juntamente; e foram mortos nos dias da sega, nos dias primeiros, no princípio da sega das cevadas. 10. Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício, e estendeu-lho sobre uma penha, desde o princípio da sega, até que destilou a água sobre eles do céu, e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo de noite. 11. E foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá, concubina de Saul. 12. Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul, e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da rua de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, quando os filisteus feriram a Saul em Gilboa. 13. E fez subir dali os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. 14. Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai, e fizeram tudo o que o rei ordenara; e, depois disso, Deus se aplacou para com a terra. 15. Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos, e tanto pelejaram contra os filisteus, que Davi se cansou. 16. E Isbi-Benobe, que era dos filhos dos gigantes, e o peso de cuja lança tinha trezentos siclos de cobre, e que cingia uma espada nova, este intentou ferir Davi. 17. Porém Abisai, filho de Zeruia, o socorreu, e feriu o filisteu, e o matou; então, os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel. 18. E aconteceu, depois disso, que houve em Gobe ainda outra peleja contra os filisteus; então, Sibecai, o husatita, feriu a Safe, que era dos filhos dos gigantes. 19. Houve mais outra peleja contra os filisteus em Gobe; e Elanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, feriu Golias, o geteu, de cuja lança era a haste como eixo de tecelão. 20. Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos e em cada pé outros seis, vinte e quatro por todos, e também este nascera dos gigantes. 21. E injuriava a Israel; porém Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, o feriu. 22. Estes quatro nasceram dos gigantes em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus servos. 2 Samuel 22 1. E falou Davi ao SENHOR as palavras deste cântico, no dia em que o SENHOR o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul. 2. Disse, pois: O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador. 3. Deus é o meu rochedo, e nele confiarei; o meu escudo, e a força de minha salvação, e o meu alto retiro, e o meu refúgio. Ó meu Salvador, de violência me salvaste. 4. O SENHOR, digno de louvor, invoquei e de meus inimigos fiquei livre. 5. Porque me cercaram as ondas de morte, as torrentes de Belial me assombraram. 6. Cordas do inferno me cingiram, e encontraram-me laços de morte. 7. Estando em angústia, invoquei ao SENHOR e a meu Deus clamei; do seu templo ouviu ele a minha voz, e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. 8. Então, se abalou e tremeu a terra, os fundamentos dos céus se moveram e abalaram, porque ele se irou. 9. Subiu a fumaça de seus narizes, e, da sua boca, um fogo devorador; carvões se incenderam dele. 10. E abaixou os céus, e desceu, e uma escuridão havia debaixo de seus pés. 11. E subiu um querubim, e voou; e foi visto sobre as asas do vento. 12. E por tendas pôs as trevas ao redor de si, ajuntamento de águas, nuvens dos céus. 13. Pelo resplendor da sua presença, brasas de fogo se acendem. 14. Trovejou desde os céus o SENHOR e o Altíssimo fez soar a sua voz. 15. E disparou flechas e os dissipou; raios, e os perturbou. 16. E apareceram as profundezas do mar, os fundamentos do mundo se descobriram, pela repreensão do SENHOR, pelo sopro do vento dos seus narizes. 17. Desde o alto enviou e me tomou; tirou-me das muitas águas. 18. Livrou-me do meu possante inimigo e daqueles que me tinham ódio, porque eram mais fortes do que eu. 19. Encontraram-me no dia da minha calamidade; porém o SENHOR se fez o meu esteio. 20. E tirou-me para o largo e arrebatou-me dali, porque tinha prazer em mim. 21. Recompensou-me o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos me retribuiu. 22. Porque guardei os caminhos do SENHOR e não me apartei impiamente do meu Deus. 23. Porque todos os seus juízes estavam diante de mim, e de seus estatutos me não desviei. 24. Porém fui sincero perante ele e guardei-me da minha iniqüidade. 25. E me retribuiu o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a minha pureza diante dos seus olhos. 26. Com o benigno te mostras benigno, com o varão sincero te mostras sincero. 27. Com o puro te mostras puro, mas com o perverso te mostras avesso. 28. E o povo aflito livras, mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abaterás. 29. Porque tu, SENHOR, és a minha candeia; e o SENHOR clareia as minhas trevas. 30. Porque contigo passo pelo meio de um esquadrão, pelo meu Deus salto um muro. 31. O caminho de Deus é perfeito, e a palavra do SENHOR, refinada; ele é o escudo de todos os que nele confiam. 32. Porque, quem é Deus, senão o SENHOR? E quem é rochedo, senão o nosso Deus? 33. Deus é a minha fortaleza e a minha força, e ele perfeitamente desembaraça o meu caminho. 34. Faz ele os meus pés como os das cervas e me põe sobre as minhas alturas. 35. Instrui as minhas mãos para a peleja, de maneira que um arco de cobre se quebra pelos meus braços. 36. Também me deste o escudo da tua salvação e, pela tua brandura, me vieste a engrandecer. 37. Alargaste os meus passos debaixo de mim, e não vacilaram os meus artelhos. 38. Persegui os meus inimigos, e os derrotei, e nunca me tornei até que os consumisse. 39. E os consumi e os atravessei, de modo que nunca mais se levantaram, mas caíram debaixo dos meus pés. 40. Porque me cingiste de força para a peleja, fizeste abater debaixo de mim os que se levantaram contra mim. 41. E deste-me o pescoço de meus inimigos, daqueles que me tinham ódio, e os destruí. 42. Olharam, porém, não houve libertador, sim, para o SENHOR, porém não lhes respondeu. 43. Então, os moí como o pó da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei. 44. Também me livraste das contendas do meu povo; guardaste-me para cabeça das nações; o povo que não conhecia me servirá. 45. Os filhos de estranhos se me sujeitaram; ouvindo a minha voz, me obedeceram. 46. Os filhos de estranhos descaíram; e, cingindo-se, saíram dos seus encerramentos. 47. Vive o SENHOR, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação, 48. o Deus que me dá inteira vingança e sujeita os povos debaixo de mim, 49. e o que me tira dentre os meus inimigos; e tu me exaltas sobre os que contra mim se levantam; do homem violento me livras. 50. Por isso, ó SENHOR, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome. 51. Ele é a torre das salvações do seu rei e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi e com a sua semente, para sempre. 2 Samuel 23 1. E estas são as últimas palavras de Davi. Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel: 2. O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. 3. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus. 4. E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando, pelo seu resplendor e pela chuva, a erva brota da terra. 5. Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar. 6. Porém os filhos de Belial serão todos como os espinhos que se lançam fora, porque se lhes não pode pegar com a mão. 7. Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar. 8. Estes são os nomes dos valentes que Davi teve: Josebe-Bassebete, filho de Taquemoni, o principal dos capitães; este era Adino, o eznita, que se opusera a oitocentos e os feriu de uma vez. 9. E, depois dele, Eleazar, filho de Dodô, filho de Aoí, entre os três valentes que estavam com Davi, quando provocaram os filisteus que ali se ajuntaram à peleja e quando de Israel os homens subiram, 10. este se levantou e feriu os filisteus, até lhe cansar a mão e ficar a mão pegada à espada; e, naquele dia, o SENHOR operou um grande livramento; e o povo voltou atrás dele somente a tomar o despojo. 11. E, depois dele, Sama, filho de Agé, o hararita, quando os filisteus se ajuntaram numa multidão, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos filisteus. 12. Este, pois, se pôs no meio daquele pedaço de terra, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o SENHOR operou um grande livramento. 13. Também três dos trinta cabeças desceram e vieram no tempo da sega a Davi, à caverna de Adulão; e a multidão dos filisteus acampara no vale dos Refains. 14. Davi estava, então, num lugar forte, e a guarnição dos filisteus estava, então, em Belém. 15. E teve Davi desejo e disse: Quem me dera beber da água da cisterna de Belém que está junto à porta! 16. Então, aqueles três valentes romperam pelo arraial dos filisteus, e tiraram água da cisterna de Belém que está junto à porta, e a tomaram, e a trouxeram a Davi; porém ele não a quis beber, mas derramou-a perante o SENHOR. 17. E disse: Guarda-me, ó SENHOR, de que tal faça; beberia eu o sangue dos homens que foram a risco da sua vida? De maneira que não a quis beber. Isso fizeram aqueles três valentes. 18. Também Abisai, irmão de Joabe, filho de Zeruia, era cabeça de três; e este alçou a sua lança contra trezentos, e os feriu, e tinha nome entre os três. 19. Porventura, este não era o mais nobre dentre estes três? Pois era o primeiro deles; porém aos primeiros três não chegou. 20. Também Benaia, filho de Joiada, filho de um homem valoroso de Cabzeel, grande em obras, este feriu dois fortes leões de Moabe; e desceu ele e feriu um leão no meio de uma cova, no tempo da neve. 21. Também este feriu um homem egípcio, homem de respeito; e na mão do egípcio havia uma lança, porém Benaia desceu a ele com um cajado, e arrancou a lança da mão do egípcio, e o matou com a sua própria lança. 22. Estas coisas fez Benaia, filho de Joiada, pelo que teve nome entre os três valentes. 23. Dentre os trinta, ele era o mais nobre, porém aos três primeiros não chegou; e Davi o pôs sobre os seus guardas. 24. Asael, irmão de Joabe, estava entre os trinta, que eram: Elanã, filho de Dodô, de Belém; 25. Sama, harodita; Elica, harodita; 26. Heles, paltita; Ira, filho de Iques, tecoíta; 27. Abiezer, anatotita; Mebunai, husatita; 28. Zalmom, aoíta; Maarai, netofatita; 29. Helebe, filho de Baaná, netofatita; Itai, filho de Ribai, de Gibeá, dos filhos de Benjamim; 30. Benaia, piratonita; Hidai, do ribeiro de Gaás; 31. Abi-Albom, arbatita; Azmavete, barumita; 32. Eliaba, saalbonita; os filhos de Jasém; e Jônatas; 33. Sama, hararita; Aião, filho de Sarar, ararita; 34. Elifelete, filho de Aasbai, filho de um maacatita; Eliã, filho de Aitofel, gilonita; 35. Hezrai, carmelita; Paarai, arbita; 36. Igal, filho de Natã, de Zobá; Bani, gadita; 37. Zeleque, amonita; Naarai, beerotita, o que trazia as armas de Joabe, filho de Zeruia; 38. Ira, jetrita; Garebe, jetrita; 39. Urias, heteu; trinta e sete por todos. 2 Samuel 24 1. E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá. 2. Disse, pois, o rei a Joabe, chefe do exército, o qual tinha consigo: Agora, rodeia por todas as tribos de Israel, desde Dã até Berseba, e numera o povo, para que eu saiba o número do povo. 3. Então, disse Joabe ao rei: Ora, multiplique o SENHOR, teu Deus, a este povo cem vezes tanto quanto agora é, e os olhos do rei, meu senhor, o vejam; mas por que deseja o rei, meu senhor, este negócio? 4. Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe e contra os chefes do exército. Joabe, pois, saiu com os chefes do exército diante da face do rei, a numerar o povo de Israel. 5. E passaram o Jordão e puseram-se em campo junto a Aroer, à direita da cidade que está no meio do ribeiro de Gade, e junto a Jazer. 6. E vieram a Gileade e à terra baixa de Cades; também vieram até Dã-Jaã e ao redor de Sidom. 7. E vieram à fortaleza de Tiro, e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus, e saíram para a banda do sul de Judá, a Berseba. 8. Assim, rodearam por toda a terra e, ao cabo de nove meses e vinte dias, voltaram a Jerusalém. 9. E Joabe deu ao rei a soma do número do povo contado: havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que arrancavam espada; e os homens de Judá eram quinhentos mil homens. 10. E o coração doeu a Davi, depois de haver numerado o povo, e disse Davi ao SENHOR: Muito pequei no que fiz; porém agora, ó SENHOR, peço-te que traspasses a iniqüidade do teu servo; porque tenho procedido mui loucamente. 11. Levantando-se, pois, Davi pela manhã, veio a palavra do SENHOR ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo: 12. Vai e dize a Davi: Assim diz o SENHOR: três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça. 13. Veio, pois, Gade a Davi e fez-lho saber; e disse-lhe: Queres que sete anos de fome te venham à tua terra; ou que por três meses fujas diante de teus inimigos, e eles te persigam; ou que por três dias haja peste na tua terra? Delibera, agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou. 14. Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do SENHOR, porque muitas são as suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu. 15. Então, enviou o SENHOR a peste a Israel, desde pela manhã até ao tempo determinado; e, desde Dã até Berseba, morreram setenta mil homens do povo. 16. Estendendo, pois, o Anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o Anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu. 17. E, vendo Davi ao Anjo que feria o povo, falou ao SENHOR e disse: Eis que eu sou o que pequei e eu o que iniquamente procedi; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai. 18. E Gade veio, naquele mesmo dia, a Davi e disse-lhe: Sobe, levanta ao SENHOR um altar na eira de Araúna, o jebuseu. 19. Davi subiu conforme a palavra de Gade, como o SENHOR lhe tinha ordenado. 20. E olhou Araúna e viu que vinham para ele o rei e os seus servos; saiu, pois, Araúna, e inclinou-se diante do rei com o rosto em terra. 21. E disse Araúna: Por que vem o rei, meu senhor, ao seu servo? E disse Davi: Para comprar de ti esta eira, a fim de edificar nela um altar ao SENHOR, para que este castigo cesse de sobre o povo. 22. Então, disse Araúna a Davi: Tome e ofereça o rei, meu senhor, o que bem parecer aos seus olhos; eis aí bois para o holocausto, e os trilhos, e o aparelho dos bois para a lenha. 23. Tudo isso deu Araúna ao rei; disse mais Araúna ao rei: O SENHOR, teu Deus, tome prazer em ti. 24. Porém o rei disse a Araúna: Não, porém por certo preço to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR, meu Deus, holocaustos que me não custem nada. Assim, Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata. 25. E edificou ali Davi ao SENHOR um altar e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas. Assim, o SENHOR se aplacou para com a terra e cessou aquele castigo de sobre Israel. 1 Reis 1 1. Sendo, pois, o rei Davi já velho e entrado em dias, cobriam-no de vestes, porém não aquecia. 2. Então, disseram-lhe os seus servos: Busquem para o rei, nosso senhor, uma moça virgem, que esteja perante o rei, e tenha cuidado dele, e durma no seu seio, para que o rei, nosso senhor, aqueça. 3. E buscaram por todos os termos de Israel uma moça formosa; e acharam a Abisague, sunamita, e a trouxeram ao rei. 4. E era a moça sobremaneira formosa, e tinha cuidado do rei, e o servia; porém o rei não a conheceu. 5. Então, Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinqüenta homens que corressem adiante dele. 6. E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? E era ele também mui formoso de aparência; e Hagite o tivera depois de Absalão. 7. E tinha inteligência com Joabe, filho de Zeruia, e com Abiatar, o sacerdote, os quais o ajudavam, seguindo a Adonias. 8. Porém Zadoque, o sacerdote, e Benaia, filho de Joiada, e Natã, o profeta, e Simei, e Reí, e os valentes que Davi tinha não estavam com Adonias. 9. E matou Adonias ovelhas, e vacas, e bestas cevadas, junto à pedra de Zoelete, que está junto à fonte de Rogel, e convidou todos os seus irmãos, os filhos do rei, e a todos os homens de Judá, servos do rei. 10. Porém a Natã, profeta, e a Benaia, e aos valentes, e a Salomão, seu irmão, não convidou. 11. Então, falou Natã a Bate-Seba, mãe de Salomão, dizendo: Não ouviste que Adonias, filho de Hagite, reina e que nosso senhor, Davi, não o sabe? 12. Vem, pois, agora, e deixa-me dar-te um conselho, para que salves a tua vida, e a de Salomão, teu filho. 13. Vai, e entra ao rei Davi, e dize-lhe: Não juraste tu, rei, senhor meu, à tua serva, dizendo: Certamente teu filho Salomão reinará depois de mim, e ele se assentará no meu trono? Por que, pois, reina Adonias? 14. Eis que, estando tu ainda aí falando com o rei, eu também entrarei, depois de ti, e acabarei as tuas palavras. 15. E entrou Bate-Seba ao rei na recâmara; e o rei era mui velho; e Abisague, a sunamita, servia ao rei. 16. E Bate-Seba inclinou a cabeça e se prostrou perante o rei; e disse o rei: Que tens? 17. E ela lhe disse: Senhor meu, tu juraste à tua serva pelo SENHOR, teu Deus, dizendo: Salomão, teu filho, reinará depois de mim e ele se assentará no meu trono. 18. E, agora, eis que Adonias reina, e, agora, ó rei, meu senhor, tu não o sabes. 19. E matou vacas, e bestas cevadas, e ovelhas em abundância e convidou todos os filhos do rei, e a Abiatar, o sacerdote, e a Joabe, general do exército, mas a teu servo Salomão não convidou. 20. Porém, ó rei, meu senhor, os olhos de todo o Israel estão sobre ti, para que lhe declares quem se assentará sobre o trono do rei, meu senhor, depois dele. 21. De outro modo, sucederá que, quando o rei, meu senhor, dormir com seus pais, eu e Salomão, meu filho, seremos os culpados. 22. E, estando ela ainda falando com o rei, eis que entra o profeta Natã. 23. E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis ali está o profeta Natã. E entrou à presença do rei e prostrou-se diante do rei com o rosto em terra. 24. E disse Natã: Ó rei, meu senhor, disseste tu: Adonias reinará depois de mim e ele se assentará sobre o meu trono? 25. Porque hoje desceu, e matou vacas, e bestas cevadas, e ovelhas em abundância e convidou todos os filhos do rei, e os capitães do exército, e a Abiatar, o sacerdote, e eis que estão comendo e bebendo perante ele; e dizem: Viva o rei Adonias! 26. Porém a mim, sendo eu teu servo, e a Zadoque, o sacerdote, e a Benaia, filho de Joiada, e a Salomão, teu servo, não convidou. 27. Foi feito isso da parte do rei, meu senhor? E não fizeste saber a teu servo quem se assentaria no trono do rei, meu senhor, depois dele? 28. E respondeu o rei Davi e disse: Chamai-me a Bate-Seba. E ela entrou à presença do rei e estava em pé diante do rei. 29. Então, jurou o rei e disse: Vive o SENHOR, o qual remiu a minha alma de toda a angústia, 30. que, como te jurei pelo SENHOR, Deus de Israel, dizendo: Certamente teu filho Salomão reinará depois de mim e ele se assentará no meu trono, em meu lugar, assim o farei no dia de hoje. 31. Então, Bate-Seba se inclinou com o rosto em terra, e se prostrou diante do rei, e disse: Viva o rei Davi, meu senhor, para sempre! 32. E disse o rei Davi: Chamai-me Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia, filho de Joiada. E entraram à presença do rei. 33. E o rei lhes disse: Tomai convosco os servos de vosso senhor, e fazei subir a meu filho Salomão na mula que é minha, e fazei-o descer a Giom. 34. E Zadoque, o sacerdote, com Natã, o profeta, ali o ungirão rei sobre Israel; então, tocareis a trombeta e direis: Viva o rei Salomão! 35. Então, subireis após ele, e virá, e se assentará no meu trono, e ele reinará em meu lugar, porque tenho ordenado que ele seja guia sobre Israel e sobre Judá. 36. Então, Benaia, filho de Joiada, respondeu ao rei e disse: Amém! Assim o diga o SENHOR, Deus do rei, meu senhor. 37. Como o SENHOR foi com o rei, meu senhor, assim o seja com Salomão e faça que o seu trono seja maior do que o trono do rei Davi, meu senhor. 38. Então, desceu Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia, filho de Joiada, e os quereteus, e os peleteus e fizeram montar Salomão a mula do rei Davi e o levaram a Giom. 39. E Zadoque, o sacerdote, tomou o vaso do azeite do tabernáculo e ungiu a Salomão; e tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão! 40. E todo o povo subiu após ele, e o povo tocava gaitas, e alegrava-se com grande alegria, de maneira que, com o seu clamor, a terra retiniu. 41. E o ouviu Adonias, e todos os convidados que estavam com ele, que tinham acabado de comer; também Joabe ouviu o sonido das trombetas e disse: Por que há tal ruído na cidade alvoroçada? 42. Estando ele ainda falando, eis que vem Jônatas, filho de Abiatar, o sacerdote, e disse Adonias: Entra, porque és homem valente e trarás boas-novas. 43. E respondeu Jônatas e disse a Adonias: Certamente nosso senhor, o rei Davi constituiu rei a Salomão. 44. E o rei enviou com ele a Zadoque, o sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaia, filho de Joiada, e aos quereteus, e aos peleteus; e o fizeram montar a mula do rei. 45. E Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, o ungiram rei em Giom e dali subiram alegres, e a cidade está alvoroçada; este é o clamor que ouviste. 46. E também Salomão está assentado no trono do reino. 47. E também os servos do rei vieram abençoar nosso senhor, o rei Davi, dizendo: Faça teu Deus que o nome de Salomão seja melhor do que o teu nome; e faça que o seu trono seja maior do que o teu trono. E o rei se inclinou no leito. 48. E também disse o rei assim: Bendito o SENHOR, Deus de Israel, que hoje tem dado quem se assente no meu trono e que os meus olhos o vissem. 49. Então, estremeceram e se levantaram todos os convidados que estavam com Adonias; e cada um se foi ao seu caminho. 50. Porém Adonias temeu a Salomão, e levantou-se, e foi, e pegou das pontas do altar. 51. E fez-se saber a Salomão, dizendo: Eis que Adonias teme ao rei Salomão, porque eis que pegou das pontas do altar, dizendo: Jure-me, hoje, o rei Salomão que não matará a seu servo à espada. 52. E disse Salomão: Se for homem de bem, nem um de seus cabelos cairá em terra; porém, se se achar nele maldade, morrerá. 53. E enviou o rei Salomão, e o fizeram descer do altar; e veio e prostrou-se perante o rei Salomão, e Salomão lhe disse: Vai para tua casa. 1 Reis 2 1. E aproximaram-se os dias da morte de Davi e deu ele ordem a Salomão, seu filho, dizendo: 2. Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e sê homem. 3. E guarda a observância do SENHOR, teu Deus, para andares nos seus caminhos e para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na Lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres, para onde quer que te voltares. 4. Para que o SENHOR confirme a palavra que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca, disse, te faltará sucessor ao trono de Israel. 5. E também tu sabes o que me fez Joabe, filho de Zeruia, e o que fez aos dois chefes do exército de Israel, a Abner, filho de Ner, e a Amasa, filho de Jéter, os quais matou, e em paz derramou o sangue de guerra, e pôs o sangue de guerra no seu cinto que tinha nos lombos e nos seus sapatos que trazia nos pés. 6. Faze, pois, segundo a tua sabedoria e não permitas que suas cãs desçam à sepultura em paz. 7. Porém com os filhos de Barzilai, o gileadita, usarás de beneficência, e estarão entre os que comem à tua mesa, porque assim se chegaram eles a mim, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão. 8. E eis que também contigo está Simei, filho de Gera, filho de Benjamim, de Baurim, que me maldisse com maldição atroz, no dia em que ia a Maanaim; porém ele saiu a encontrar-se comigo junto ao Jordão, e eu, pelo SENHOR, lhe jurei, dizendo que o não mataria à espada. 9. Mas, agora, o não tenhas por inculpável, pois és homem sábio e bem saberás o que lhe hás de fazer para que faças com que as suas cãs desçam à sepultura com sangue. 10. E Davi dormiu com seus pais e foi sepultado na Cidade de Davi. 11. E foram os dias que Davi reinou sobre Israel quarenta anos: sete anos reinou em Hebrom e em Jerusalém reinou trinta e três anos. 12. E Salomão se assentou no trono de Davi, seu pai, e o seu reino se fortificou sobremaneira. 13. Então, veio Adonias, filho de Hagite, a Bate-Seba, mãe de Salomão; e disse ela: De paz é a tua vinda? E ele disse: É de paz. 14. Então, disse ele: Uma palavra tenho que dizer- te. E ela disse: Fala. 15. Disse, pois, ele: Bem sabes que o reino era meu, e todo o Israel tinha posto a vista em mim para que eu viesse a reinar, ainda que o reino se transferiu e veio a ser de meu irmão, porque foi feito seu pelo SENHOR. 16. Assim, que agora uma só petição te faço; não ma rejeites. E ela lhe disse: Fala. 17. E ele disse: Peço- te que fales ao rei Salomão (porque ele to não rejeitará) que me dê por mulher a Abisague, a sunamita. 18. E disse Bate-Seba: Bem, eu falarei por ti ao rei. 19. Assim, veio Bate-Seba ao rei Salomão, a falar-lhe por Adonias; e o rei se levantou a encontrar-se com ela e se inclinou diante dela; então, se assentou no seu trono e fez pôr uma cadeira para a mãe do rei, e ela se assentou à sua mão direita. 20. Então, disse ela: Só uma pequena petição te faço; não ma rejeites. E o rei lhe disse: Pede, minha mãe, porque te não farei virar o rosto. 21. E ela disse: Dê-se Abisague, a sunamita, a Adonias, teu irmão, por mulher. 22. Então, respondeu o rei Salomão e disse a sua mãe: E por que pedes a Abisague, a sunamita, para Adonias? Pede também para ele o reino (porque é meu irmão maior), para ele, digo, e também para Abiatar, sacerdote, e para Joabe, filho de Zeruia. 23. E jurou o rei Salomão pelo SENHOR, dizendo: Assim Deus me faça e outro tanto, se não falou Adonias esta palavra contra a sua vida. 24. Agora, pois, vive o SENHOR, que me confirmou, e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me tem feito casa, como tinha dito, que hoje morrerá Adonias. 25. E enviou o rei Salomão pela mão de Benaia, filho de Joiada, o qual deu sobre ele, e morreu. 26. E a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: Para Anatote vai, para os teus campos, porque és homem digno de morte; porém hoje te não matarei, porquanto levaste a arca do Senhor JEOVÁ diante de Davi, meu pai, e porquanto foste aflito em tudo quanto meu pai foi aflito. 27. Lançou, pois, Salomão fora a Abiatar, para que não fosse sacerdote do SENHOR, para cumprir a palavra do SENHOR, que tinha dito sobre a casa de Eli em Siló. 28. E veio a fama até Joabe (porque Joabe se tinha desviado seguindo a Adonias, ainda que se não tinha desviado seguindo a Absalão), e Joabe fugiu para o tabernáculo do SENHOR, e pegou das pontas do altar. 29. E disseram ao rei Salomão que Joabe tinha fugido para o tabernáculo do SENHOR; e eis que está junto ao altar; então, enviou Salomão Benaia, filho de Joiada, dizendo: Vai, dá sobre ele. 30. E veio Benaia ao tabernáculo do SENHOR e lhe disse: Assim diz o rei: Sai daí. E disse ele: Não, porém aqui morrerei. E Benaia tornou com a resposta ao rei, dizendo: Assim falou Joabe e assim me respondeu. 31. E disse-lhe o rei: Faze como ele disse, e dá sobre ele, e sepulta-o, para que tires de mim e da casa de meu pai o sangue que Joabe sem causa derramou. 32. Assim o SENHOR fará recair o sangue dele sobre a sua cabeça, porque deu sobre dois homens mais justos e melhores do que ele e os matou à espada, sem que Davi, meu pai, o soubesse, a saber: a Abner, filho de Ner, chefe do exército de Israel, e a Amasa, filho de Jéter, chefe do exército de Judá. 33. Assim, recairá o sangue destes sobre a cabeça de Joabe e sobre a cabeça da sua semente para sempre; mas a Davi, e à sua semente, e à sua casa, e ao seu trono dará o SENHOR paz para todo o sempre. 34. E subiu Benaia, filho de Joiada, e deu sobre ele, e o matou; e foi sepultado em sua casa, no deserto. 35. E o rei pôs a Benaia, filho de Joiada, em seu lugar sobre o exército e a Zadoque, o sacerdote, pôs o rei em lugar de Abiatar. 36. Depois, enviou o rei, e chamou a Simei, e disse-lhe: Edifica-te uma casa em Jerusalém, e habita aí, e daí não saias, nem para uma nem para outra parte. 37. Porque há de ser que, no dia em que saíres e passares o ribeiro de Cedrom, saibas decerto que morrerás; o teu sangue será sobre a tua cabeça. 38. E Simei disse ao rei: Boa é essa palavra; como tem dito o rei, meu senhor, assim fará o teu servo. E Simei habitou em Jerusalém muitos dias. 39. Sucedeu, porém, que, ao cabo de três anos, dois servos de Simei fugiram para Aquis, filho de Maaca, rei de Gate; e deram parte a Simei, dizendo: Eis que teus servos estão em Gate. 40. Então, Simei se levantou, e albardou o seu jumento, e foi a Gate, para Aquis, a buscar a seus servos; assim, foi Simei e trouxe os seus servos de Gate. 41. E disseram a Salomão que Simei de Jerusalém fora a Gate e tinha já voltado. 42. Então, enviou o rei, e chamou a Simei, e disse-lhe: Não te conjurei eu pelo SENHOR e protestei contra ti, dizendo: No dia em que saíres para uma ou outra parte, sabe decerto que morrerás? E tu me disseste: Boa é essa palavra que ouvi. 43. Por que, pois, não guardaste o juramento do SENHOR, nem o mandado que te mandei? 44. Disse mais o rei a Simei: Bem sabes tu toda a maldade que o teu coração reconhece que fizeste a Davi, meu pai; pelo que o SENHOR fez recair a tua maldade sobre a tua cabeça. 45. Mas o rei Salomão será abençoado, e o trono de Davi será confirmado perante o SENHOR, para sempre. 46. E o rei mandou a Benaia, filho de Joiada, o qual saiu, e deu sobre ele, e morreu; assim foi confirmado o reino na mão de Salomão. 1 Reis 3 1. E Salomão se aparentou com Faraó, rei do Egito, e tomou a filha de Faraó, e a trouxe à Cidade de Davi, até que acabasse de edificar a sua casa, e a Casa do SENHOR, e a muralha de Jerusalém em roda. 2. Somente que o povo sacrificava sobre os altos, porque até àqueles dias ainda se não tinha edificado casa ao nome do SENHOR. 3. E Salomão amava ao SENHOR, andando nos estatutos de Davi, seu pai; somente que nos altos sacrificava e queimava incenso. 4. E foi o rei a Gibeão para lá sacrificar, porque aquele era o alto grande; mil holocaustos sacrificou Salomão naquele altar. 5. E em Gibeão apareceu o SENHOR a Salomão de noite em sonhos e disse-lhe Deus: Pede o que quiseres que te dê. 6. E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia. 7. Agora, pois, ó SENHOR, meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; e sou ainda menino pequeno, nem sei como sair, nem como entrar. 8. E teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. 9. A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo? 10. E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, que Salomão pedisse esta coisa. 11. E disse-lhe Deus: Porquanto pediste esta coisa e não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos, mas pediste para ti entendimento, para ouvir causas de juízo; 12. eis que fiz segundo as tuas palavras, eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará. 13. E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; que não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias. 14. E, se andares nos meus caminhos guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, também prolongarei os teus dias. 15. E acordou Salomão, e eis que era sonho. E veio a Jerusalém, e pôs-se perante a arca do concerto do SENHOR, e sacrificou holocaustos, e preparou sacrifícios pacíficos, e fez um banquete a todos os seus servos. 16. Então, vieram duas mulheres prostitutas ao rei e se puseram perante ele. 17. E disse-lhe uma das mulheres: Ah! Senhor meu, eu e esta mulher moramos numa casa; e tive um filho, morando com ela naquela casa. 18. E sucedeu que, ao terceiro dia depois do meu parto, também esta mulher teve um filho; estávamos juntas, estranho nenhum estava conosco na casa, senão nós ambas naquela casa. 19. E de noite morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele. 20. E levantou-se à meia-noite, e me tirou a meu filho do meu lado, dormindo a tua serva, e o deitou no seu seio, e a seu filho morto deitou no meu seio. 21. E, levantando-me eu pela manhã, para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas, atentando pela manhã para ele, eis que não era o filho que eu havia tido. 22. Então, disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho, e teu filho, o morto. Porém esta disse: Não, por certo, o morto é teu filho, e meu filho, o vivo. Assim falaram perante o rei. 23. Então, disse o rei: Esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho, o morto; e esta outra diz: Não, por certo; o morto é teu filho, e meu filho, o vivo. 24. Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. E trouxeram uma espada diante do rei. 25. E disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo: e dai metade a uma e metade a outra. 26. Mas a mulher cujo filho era o vivo falou ao rei (porque o seu coração se lhe enterneceu por seu filho) e disse: Ah! Senhor meu, dai-lhe o menino vivo e por modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem teu nem meu seja; dividi-o antes. 27. Então, respondeu o rei e disse: Dai a esta o menino vivo e de maneira nenhuma o mateis, porque esta é sua mãe. 28. E todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça. 1 Reis 4 1. Assim, foi Salomão rei sobre todo o Israel. 2. E estes eram os príncipes que tinha: Azarias, filho de Zadoque, sacerdote; 3. Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, secretários; Josafá, filho de Ailude, chanceler; 4. Benaia, filho de Joiada, era comandante do exército; Zadoque e Abiatar eram sacerdotes. 5. E Azarias, filho de Natã, estava sobre os provedores; e Zabude, filho de Natã, oficial-mor, amigo do rei; 6. e Aisar, mordomo; Adonirão, filho de Abda, sobre o tributo. 7. E tinha Salomão doze provedores sobre todo o Israel, que proviam ao rei e à sua casa; e cada um tinha a prover um mês no ano. 8. E estes são os seus nomes: Ben-Hur, nas montanhas de Efraim; 9. Ben-Dequer, em Macaz, e em Saalabim, e em Bete-Semes, e em Elom, e em Bete-Hanã; 10. Ben-Hesede, em Arubote; também este tinha a Socó e a toda a terra de Héfer; 11. Ben-Abinadabe, em todo o termo de Dor; tinha este a Tafate, filha de Salomão, por mulher; 12. Baaná, filho de Ailude, tinha a Taanaque, e a Megido, e a toda a Bete-Seã, que está junto a Zaretã, abaixo de Jezreel, desde Bete-Seã até Abel-Meolá, até dalém de Jocmeão. 13. O filho de Geber, em Ramote-Gileade; tinha este as aldeias de Jair, filho de Manassés, as quais estão em Gileade; também tinha o termo de Argobe, o qual está em Basã, sessenta grandes cidades com muros e ferrolhos de cobre; 14. Ainadabe, filho de Ido, em Maanaim; 15. Aimaás, em Naftali; também este tomou a Basemate, filha de Salomão, por mulher; 16. Baaná, filho de Husai, em Aser e em Bealote; 17. Josafá, filho de Parua, em Issacar; 18. Simei, filho de Elá, em Benjamim; 19. Geber, filho de Uri, na terra de Gileade, a terra de Seom, rei dos amorreus, e de Ogue, rei de Basã; e só uma guarnição havia naquela terra. 20. Eram, pois, os de Judá e Israel muitos, como a areia que está ao pé do mar em multidão, comendo, e bebendo, e alegrando-se. 21. E dominava Salomão sobre todos os reinos desde o rio Eufrates até à terra dos filisteus, e até ao termo do Egito; os quais traziam presentes e serviram a Salomão todos os dias da sua vida. 22. Era, pois, o provimento de Salomão, cada dia, trinta coros de flor de farinha e sessenta coros de farinha; 23. dez vacas gordas, e vinte vacas de pasto, e cem carneiros, afora os veados, e as cabras monteses, e os corços, e as aves cevadas. 24. Porque dominava sobre tudo quanto havia da banda de cá do rio Eufrates, de Tifsa até Gaza, sobre todos os reis da banda de cá do rio; e tinha paz de todas as bandas em roda dele. 25. Judá e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão. 26. Tinha também Salomão quarenta mil estrebarias de cavalos para os seus carros e doze mil cavaleiros. 27. Proviam, pois, estes provedores, cada um no seu mês, ao rei Salomão e a todos quantos se chegavam à mesa do rei Salomão: coisa nenhuma deixavam faltar. 28. E traziam a cevada e a palha para os cavalos e para os ginetes, para o lugar onde estava cada um, segundo o seu cargo. 29. E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar. 30. E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. 31. E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor. 32. E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. 33. Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes. 34. E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria. 1 Reis 5 1. E enviou Hirão, rei de Tiro, os seus servos a Salomão (porque ouvira que ungiram a Salomão rei em lugar de seu pai), porquanto Hirão sempre tinha amado a Davi. 2. Então, Salomão enviou a Hirão, dizendo: 3. Bem sabes tu que Davi, meu pai, não pôde edificar uma casa ao nome do SENHOR, seu Deus, por causa da guerra com que o cercaram, até que o SENHOR os pôs debaixo das plantas dos pés. 4. Porém agora o SENHOR, meu Deus, me tem dado descanso de todos os lados; adversário não há, nem algum mal encontro. 5. E eis que eu intento edificar uma casa ao nome do SENHOR, meu Deus, como falou o SENHOR a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no teu trono, esse edificará uma casa ao meu nome. 6. Dá ordem, pois, agora, que do Líbano me cortem cedros, e os meus servos estarão com os teus servos, e eu te darei o salário dos teus servos, conforme tudo o que disseres; porque bem sabes tu que entre nós ninguém há que saiba cortar a madeira como os sidônios. 7. E aconteceu que, ouvindo Hirão as palavras de Salomão, muito se alegrou e disse: Bendito seja hoje o SENHOR, que deu a Davi um filho sábio sobre este tão grande povo. 8. E enviou Hirão a Salomão, dizendo: Ouvi o que me mandaste dizer. Eu farei toda a tua vontade acerca dos cedros e acerca das faias. 9. Os meus servos os levarão desde o Líbano até ao mar, e eu os farei conduzir em jangadas pelo mar até ao lugar que me designares e ali os desamarrarei; e tu os tomarás; tu também farás a minha vontade, dando sustento à minha casa. 10. Assim, deu Hirão a Salomão madeira de cedros e madeira de faias, conforme toda a sua vontade. 11. E Salomão deu a Hirão vinte mil coros de trigo, para sustento da sua casa, e vinte coros de azeite batido; isso dava Salomão a Hirão de ano em ano. 12. Deu, pois, o SENHOR a Salomão sabedoria como lhe tinha dito; e houve paz entre Hirão e Salomão, e ambos fizeram aliança. 13. E o rei Salomão fez subir leva de gente dentre todo o Israel, e foi a leva de gente trinta mil homens. 14. E os enviou ao Líbano, cada mês dez mil por sua vez; um mês estavam no Líbano, e dois meses, cada um em sua casa; e Adonirão estava sobre a leva de gente. 15. Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas e oitenta mil que cortavam nas montanhas. 16. Afora os chefes dos oficiais de Salomão, os quais estavam sobre aquela obra, três mil e trezentos, que davam as ordens ao povo que fazia aquela obra. 17. E mandou o rei que trouxessem pedras grandes e pedras preciosas, pedras lavradas, para fundarem a casa. 18. E as lavravam os edificadores de Salomão, e os de Hirão, e os gebalitas; e preparavam a madeira e as pedras para edificar a casa. 1 Reis 6 1. E sucedeu que, no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de zive (este é o mês segundo), Salomão começou a edificar a Casa do SENHOR. 2. E a casa que o rei Salomão edificou ao SENHOR era de sessenta côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e de trinta côvados de altura. 3. E o pórtico diante do templo da casa era de vinte côvados de comprimento, segundo a largura da casa, e de dez côvados de largura, diante da casa. 4. E fez à casa janelas de vista estreita. 5. Edificou ao redor da parede da casa câmaras, ao redor das paredes da casa, tanto do templo como do oráculo; e assim lhe fez câmaras colaterais em redor. 6. A câmara de baixo era de cinco côvados de largura, e a do meio, de seis côvados de largura, e a terceira, de sete côvados de largura, porque, pela parte de fora da casa ao redor, fizera encostos, para não travarem as paredes da casa. 7. E edificava-se a casa com pedras preparadas; como as traziam, se edificava, de maneira que nem martelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de ferro se ouviu na casa quando a edificavam. 8. A porta da câmara do meio estava do lado direito da casa, e por caracóis se subia à do meio, e da do meio, à terceira. 9. Assim, pois, edificou a casa, e a aperfeiçoou, e cobriu a casa com pranchões e tabuados de cedro. 10. Também edificou as câmaras a toda a casa, de cinco côvados de altura, e as travou com a casa com madeira de cedro. 11. Então, veio a palavra do SENHOR a Salomão, dizendo: 12. Quanto a esta casa que tu edificas, se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juízos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, a qual falei a Davi, teu pai; 13. e habitarei no meio dos filhos de Israel e não desampararei o meu povo de Israel. 14. Assim edificou Salomão aquela casa e a aperfeiçoou. 15. Também cobriu as paredes da casa por dentro com tábuas de cedro; desde o soalho da casa até ao teto, tudo cobriu com madeira por dentro e cobriu o soalho da casa com tábuas de faia. 16. Edificou mais vinte côvados de tábuas de cedro nos lados da casa, desde o soalho até às paredes, e por dentro lhas edificou para o oráculo, para o Santo dos Santos. 17. Era, pois, a casa de quarenta côvados, a saber, o templo interior. 18. E o cedro da casa por dentro era lavrado de botões e flores abertas; tudo era cedro; pedra nenhuma se via. 19. E, por dentro da casa interior, preparou o oráculo, para pôr ali a arca do concerto do SENHOR. 20. E o oráculo no interior era de vinte côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e de vinte côvados de altura; e o cobriu de ouro puro e também cobriu de cedro o altar. 21. E cobriu Salomão a casa por dentro de ouro puro, e, com cadeias de ouro, pôs um véu diante do oráculo, e o cobriu com ouro. 22. Assim, toda a casa cobriu de ouro, até acabar toda a casa; também todo o altar que estava diante do oráculo cobriu de ouro. 23. E, no oráculo, fez dois querubins de madeira de oliveira, cada um da altura de dez côvados. 24. E uma asa de um querubim era de cinco côvados, e a outra asa do querubim, de outros cinco côvados; dez côvados havia desde a extremidade de uma das suas asas até à extremidade da outra das suas asas. 25. Assim era também de dez côvados o outro querubim; ambos os querubins eram de uma mesma medida e de um mesmo talhe. 26. A altura de um querubim, de dez côvados, e, assim, a do outro querubim. 27. E pôs estes querubins no meio da casa de dentro; e os querubins estendiam as asas, de maneira que a asa de um tocava na parede, e a asa do outro querubim tocava na outra parede, e as suas asas no meio da casa tocavam uma na outra. 28. E cobriu de ouro os querubins. 29. E todas as paredes da casa ao redor lavrou de esculturas e de entalhes de querubins, e de palmas, e de flores abertas, por dentro e por fora. 30. Também cobriu de ouro o soalho da casa, por dentro e por fora. 31. E, à entrada do oráculo, fez portas de madeira de oliveira; a verga com as ombreiras formavam a quinta parte da parede. 32. Também as duas portas eram da madeira de oliveira; e lavrou nelas entalhes de querubins, e de palmas, e de flores abertas, os quais cobriu de ouro; também estendeu ouro sobre os querubins e sobre as palmas. 33. E assim fez à porta do templo ombreiras de madeira de oliveira, da quarta parte da parede. 34. E eram as duas portas de madeira de faia; e as duas folhas de uma porta eram dobradiças, assim como eram também dobradiças as duas folhas entalhadas das outras portas. 35. E as lavrou de querubins, e de palmas, e de flores abertas e as cobriu de ouro acomodado ao lavor. 36. Também edificou o pátio interior de três ordens de pedras lavradas e de uma ordem de vigas de cedro. 37. No ano quarto, se pôs o fundamento da Casa do SENHOR, no mês de zive. 38. E, no ano undécimo, no mês de bul, que é o mês oitavo, se acabou esta casa com todas as suas dependências e com tudo o que lhe convinha; e a edificou em sete anos. 1 Reis 7 1. Porém a sua casa edificou Salomão em treze anos e acabou toda a sua casa. 2. Também edificou a casa do bosque do Líbano, de cem côvados de comprimento, e de cinqüenta côvados de largura, e de trinta côvados de altura, sobre quatro ordens de colunas de cedro e vigas de cedro sobre as colunas. 3. E por cima estava coberta de cedro sobre as vigas, que estavam sobre quarenta e cinco colunas, quinze em cada ordem. 4. E havia três ordens de janelas; e uma janela estava defronte da outra janela, em três ordens. 5. Também todas as portas e ombreiras eram quadradas de uma mesma vista; e uma janela estava defronte da outra, em três ordens. 6. Depois, fez um pórtico de colunas de cinqüenta côvados de comprimento e de trinta côvados de largura; e o pórtico estava defronte delas, e as colunas com as grossas vigas, defronte delas. 7. Também fez o pórtico para o trono onde julgava, para pórtico de juízo, que estava coberto de cedro de soalho a soalho. 8. E em sua casa, em que morava, havia outro pátio por dentro do pórtico, de obra semelhante a este; também para a filha de Faraó, que Salomão tomara por mulher, fez uma casa semelhante àquele pórtico. 9. Todas essas coisas eram de pedras finíssimas, cortadas à medida, serradas à serra por dentro e por fora; e isso, desde o fundamento até às beiras do teto e por fora até ao grande pátio. 10. Também estava fundado sobre pedras finas, pedras grandes, sobre pedras de dez côvados e pedras de oito côvados 11. e em cima sobre pedras finas, lavradas segundo as medidas, e cedros. 12. E era o pátio grande ao redor de três ordens de pedras lavradas, com uma ordem de vigas de cedro; assim era também o pátio interior da Casa do SENHOR e o pórtico daquela casa. 13. E enviou o rei Salomão mensageiros e mandou trazer a Hirão de Tiro. 14. Este era filho de uma mulher viúva, da tribo de Naftali, e fora seu pai um homem de Tiro que trabalhava em cobre; e era cheio de sabedoria, e de entendimento, e de ciência para fazer toda obra de cobre; este veio ao rei Salomão e fez toda a sua obra. 15. Porque formou duas colunas de cobre; a altura de cada coluna era de dezoito côvados, e um fio de doze côvados cercava cada uma das colunas. 16. Também fez dois capitéis de fundição de cobre para pôr sobre a cabeça das colunas; de cinco côvados era a altura de um capitel, e de cinco côvados, a altura do outro capitel. 17. As redes eram de obra de rede, as cintas, de obra de cadeia para os capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas, sete para um capitel e sete para o outro capitel. 18. Assim fez as colunas juntamente com duas fileiras ao redor sobre uma rede, para cobrir os capitéis que estavam sobre a cabeça das romãs; assim também fez com o outro capitel. 19. E os capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas eram de obra de lírios no pórtico, de quatro côvados. 20. Os capitéis, pois, sobre as duas colunas estavam também defronte, em cima do bojo que estava junto à rede; e duzentas romãs, em fileiras ao redor, estavam também sobre o outro capitel. 21. Depois, levantou as colunas no pórtico do templo; e, levantando a coluna direita, chamou o seu nome Jaquim; e, levantando a coluna esquerda, chamou o seu nome Boaz. 22. E sobre a cabeça das colunas estava a obra de lírios. E assim se acabou a obra das colunas. 23. Fez mais o mar de fundição, de dez côvados de uma borda até à outra borda, redondo ao redor, e de cinco côvados de alto; e um cordão de trinta côvados o cingia ao redor. 24. E, por baixo da sua borda, ao redor, havia botões que o cingiam; por dez côvados cercavam aquele mar ao redor; duas ordens desses botões foram fundidas na sua fundição. 25. E firmava-se sobre doze bois, três que olhavam para o norte, e três que olhavam para o ocidente, e três que olhavam para o sul, e três que olhavam para o oriente; e o mar em cima estava sobre eles, e todas as suas partes posteriores, para a banda de dentro. 26. E a grossura era de um palmo, e a sua borda, como a obra da borda de um copo ou de flor de lírios; ele levava dois mil batos. 27. Fez também as dez bases de cobre; o comprimento de uma base, de quatro côvados, e, de quatro côvados, a sua largura, e, de três côvados, a sua altura. 28. E esta era a obra das bases; tinham cintas, e as cintas estavam entre as molduras. 29. E sobre as cintas que estavam entre as molduras havia leões, bois e querubins, e sobre as molduras, uma base por cima, e, debaixo dos leões e dos bois, junturas de obra estendida. 30. E uma base tinha quatro rodas de metal e lâminas de cobre; e os seus quatro cantos tinham ombros; debaixo da pia, estavam estes ombros fundidos, da banda de cada uma das junturas. 31. E a sua boca estava dentro da coroa, e era de um côvado por cima; e era a sua boca redonda, segundo a obra da base, de côvado e meio; e também sobre a sua boca havia entalhes, e as suas cintas eram quadradas, não redondas. 32. E as quatro rodas estavam debaixo das cintas, e os eixos das rodas, na base; e era a altura de cada roda de côvado e meio. 33. E era a obra das rodas como a obra da roda de carro; seus eixos, e suas cambas, e seus cubos, e seus raios, todos eram fundidos. 34. E havia quatro ombros aos quatro cantos de cada base; seus ombros saíam da base. 35. E, no alto de cada base, havia uma altura redonda de meio côvado ao redor; também sobre o alto de cada base havia asas e cintas que saíam delas. 36. E, nas pranchas das suas asas e nas suas cintas, lavrou querubins, leões e palmas, segundo o vazio de cada uma, e junturas ao redor. 37. Conforme esta, fez as dez bases; todas tinham uma mesma fundição, uma mesma medida e um mesmo entalhe. 38. Também fez dez pias de cobre; em cada pia, cabiam quarenta batos, e cada pia era de quatro côvados, e, sobre cada uma das dez bases, estava uma pia. 39. E pôs cinco bases à direita da casa e cinco à esquerda da casa; porém o mar pôs ao lado direito da casa para a banda do oriente, da parte do sul. 40. Depois, fez Hirão as pias, e as pás, e as bacias; e acabou Hirão de fazer toda a obra que fez para o rei Salomão, para a Casa do SENHOR, 41. a saber, as duas colunas, e os globos dos capitéis que estavam sobre a cabeça das duas colunas, e as duas redes, para cobrir os dois globos dos capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas, 42. e as quatrocentas romãs, para as duas redes, a saber, duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam em cima das colunas, 43. juntamente com as dez bases e as dez pias sobre as bases, 44. como também um mar e os doze bois debaixo daquele mar, 45. e os caldeirões, e as pás, e as bacias, e todos esses utensílios que fez Hirão para o rei Salomão, para a Casa do SENHOR, todos eram de cobre brunido. 46. Na planície do Jordão, o rei os fundiu em terra barrenta, entre Sucote e Sartã. 47. E deixou Salomão de pesar todos os utensílios, pelo seu excessivo número, não se averiguando, pois, o peso do cobre. 48. Também fez Salomão todos os utensílios que convinham à Casa do SENHOR: o altar de ouro; e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães da proposição; 49. e os castiçais, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do oráculo, de ouro finíssimo; e as flores; e as lâmpadas e os espevitadores, também de ouro, 50. como também as taças; e os apagadores; e as bacias; e os perfumadores e os braseiros, de ouro finíssimo; e as coiceiras para as portas da casa interior para o lugar santíssimo; e as das portas da casa do templo, também de ouro. 51. Assim se acabou toda a obra que fez o rei Salomão para a Casa do SENHOR. Então, trouxe Salomão as coisas santas de seu pai Davi; a prata, e o ouro, e os utensílios pôs entre os tesouros da Casa do SENHOR. 1 Reis 8 1. Então, congregou Salomão os anciãos de Israel e todos os cabeças das tribos, os príncipes dos pais, dentre os filhos de Israel, diante de si em Jerusalém, para fazerem subir a arca do concerto do SENHOR da Cidade de Davi, que é Sião. 2. E todos os homens de Israel se juntaram, na festa, ao rei Salomão, no mês de etanim, que é o sétimo mês. 3. E vieram todos os anciãos de Israel, e os sacerdotes alçaram a arca. 4. E trouxeram a arca do SENHOR para cima e o tabernáculo da congregação, juntamente com todos os utensílios sagrados que havia no tabernáculo; assim os trouxeram para cima os sacerdotes e os levitas. 5. E o rei Salomão e toda a congregação de Israel que se congregara a ele estavam todos diante da arca, sacrificando ovelhas e vacas, que se não podiam contar, nem numerar pela multidão. 6. Assim trouxeram os sacerdotes a arca do concerto do SENHOR ao seu lugar, ao oráculo da casa, ao Lugar Santíssimo, até debaixo das asas dos querubins. 7. Porque os querubins estendiam ambas as asas sobre o lugar da arca e cobriam a arca e os seus varais por cima. 8. E os varais sobressaíram tanto, que as pontas dos varais se viam desde o santuário diante do oráculo; porém de fora não se viam; e ficaram ali até ao dia de hoje. 9. Na arca, nada havia, senão só as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o SENHOR fez aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito. 10. E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a Casa do SENHOR. 11. E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR. 12. Então, disse Salomão: O SENHOR disse que habitaria nas trevas. 13. Certamente, te edifiquei uma casa para morada, assento para a tua eterna habitação. 14. Então, virou o rei o rosto e abençoou toda a congregação de Israel; e toda a congregação de Israel estava em pé. 15. E disse: Bendito seja o SENHOR, o Deus de Israel, que falou pela sua boca a Davi, meu pai, e pela sua mão o cumpriu, dizendo: 16. Desde o dia em que eu tirei o meu povo de Israel do Egito, não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel para edificar alguma casa, para ali estabelecer o meu nome; porém escolhi a Davi, para que governasse sobre o meu povo de Israel. 17. Também Davi, meu pai, propusera em seu coração o edificar casa ao nome do SENHOR, o Deus de Israel. 18. Porém o SENHOR disse a Davi, meu pai: Porquanto propuseste no teu coração o edificar casa ao meu nome, bem fizeste em o propor no teu coração. 19. Todavia, tu não edificarás esta casa, porém teu filho, que descender de ti, edificará esta casa ao meu nome. 20. Assim confirmou o SENHOR a sua palavra que tinha dito; porque me levantei em lugar de Davi, meu pai, e me assentei no trono de Israel, como tem dito o SENHOR; e edifiquei uma casa ao nome do SENHOR, o Deus de Israel. 21. E constituí ali lugar para a arca em que está o concerto que o SENHOR fez com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito. 22. E pôs-se Salomão diante do altar do SENHOR, em frente de toda a congregação de Israel, e estendeu as mãos para os céus, 23. e disse: Ó SENHOR, Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra, que guardas o concerto e a beneficência a teus servos que andam de todo o seu coração diante de ti; 24. que cumpriste com teu servo Davi, meu pai, o que lhe disseras; porque, com a tua boca, o disseste e, com a tua mão, o cumpriste, como neste dia se vê. 25. Agora, pois, ó SENHOR, Deus de Israel, faze a teu servo Davi, meu pai, o que lhe falaste, dizendo: Não te faltará sucessor diante de mim, que se assente no trono de Israel; somente que teus filhos guardem o seu caminho, para andarem diante de mim como tu andaste diante de mim. 26. Agora, também, ó Deus de Israel, cumpra-se a tua palavra que disseste a teu servo Davi, meu pai. 27. Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado. 28. Volve-te, pois, para a oração de teu servo e para a sua súplica, ó SENHOR, meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo, hoje, faz diante de ti. 29. Para que os teus olhos, noite e dia, estejam abertos sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar. 30. Ouve, pois, a súplica do teu servo e do teu povo de Israel, quando orarem neste lugar; também ouve tu, no lugar da tua habitação nos céus; ouve também e perdoa. 31. Quando alguém pecar contra o seu próximo, e puserem sobre ele juramento, para o ajuramentarem, e vier o juramento diante do teu altar, nesta casa, 32. ouve tu, então, nos céus, e age, e julga os teus servos, condenando ao injusto, fazendo recair o seu proceder sobre a sua cabeça, e justificando ao justo, e fazendo-lhe segundo a sua justiça. 33. Quando o teu povo de Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra ti, e se converterem a ti, e confessarem o teu nome, e orarem, e suplicarem a ti nesta casa, 34. ouve tu, então, nos céus, e perdoa o pecado do teu povo de Israel, e torna a levá-lo à terra que tens dado a seus pais. 35. Quando os céus se cerrarem, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus pecados, havendo-os tu afligido, 36. ouve tu, então, nos céus, e perdoa o pecado de teus servos e do teu povo de Israel, ensinando-lhes o bom caminho em que andem, e dá chuva na terra que deste ao teu povo em herança. 37. Quando houver fome na terra, quando houver peste, quando houver queima de searas, ferrugem, gafanhotos e pulgão, quando o seu inimigo o cercar na terra das suas portas ou houver alguma praga ou doença, 38. toda oração, toda súplica que qualquer homem de todo o teu povo de Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração e estendendo as mãos para esta casa, 39. ouve tu, então, nos céus, assento da tua habitação, e perdoa, e faze, e dá a cada um conforme todos os seus caminhos e segundo vires o seu coração, porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens. 40. Para que te temam todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais. 41. E também ouve ao estrangeiro que não for do teu povo Israel, porém vier de terras remotas, por amor do teu nome 42. (porque ouvirão do teu grande nome, e da tua forte mão, e do teu braço estendido), e vier orar a esta casa. 43. Ouve tu nos céus, assento da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro a ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, para te temerem como o teu povo de Israel e para saberem que o teu nome é invocado sobre esta casa que tenho edificado. 44. Quando o teu povo sair à guerra contra o seu inimigo, pelo caminho por que os enviares, e orarem ao SENHOR, para a banda desta cidade que tu elegeste e desta casa que edifiquei ao teu nome, 45. ouve, então, nos céus a sua oração e a sua súplica e faze-lhes justiça. 46. Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares nas mãos do inimigo, para que os que os cativarem os levem em cativeiro à terra do inimigo, quer longe ou perto esteja; 47. e, na terra aonde forem levados em cativeiro, tornarem em si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos, e perversamente agimos, e cometemos iniqüidade; 48. e, se converterem a ti de todo o seu coração e de toda a sua alma, na terra de seus inimigos que os levaram em cativeiro, e orarem a ti para a banda da terra que deste a seus pais, para esta cidade que elegeste e para esta casa que edifiquei ao teu nome; 49. ouve, então, nos céus, assento da tua habitação, a sua oração e a sua súplica, e faze-lhes justiça, 50. e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti todas as suas prevaricações com que houverem prevaricado contra ti; e faze-lhes misericórdia perante aqueles que os têm cativos, para que deles tenham compaixão. 51. Porque são o teu povo e a tua herança que tiraste da terra do Egito, do meio do forno de ferro, 52. para que teus olhos estejam abertos à súplica do teu servo e à súplica do teu povo de Israel, a fim de os ouvires em tudo quanto clamarem a ti. 53. Pois tu, para tua herança, os elegeste de todos os povos da terra, como tens dito pelo ministério de Moisés, teu servo, quando tiraste os nossos pais do Egito, Senhor JEOVÁ. 54. Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer ao SENHOR esta oração e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou de diante do altar do SENHOR, 55. e pôs-se em pé, e abençoou a toda a congregação de Israel em alta voz, dizendo: 56. Bendito seja o SENHOR, que deu repouso ao seu povo de Israel, segundo tudo o que disse; nem uma só palavra caiu de todas as suas boas palavras que falou pelo ministério de Moisés, seu servo. 57. O SENHOR, nosso Deus, seja conosco, como foi com nossos pais; não nos desampare e não nos deixe, 58. inclinando a si o nosso coração, para andar em todos os seus caminhos e para guardar os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos que ordenou a nossos pais. 59. E que estas minhas palavras com que supliquei perante o SENHOR estejam perto, diante do SENHOR, nosso Deus, de dia e de noite, para que execute o juízo do seu servo e o juízo do seu povo de Israel, a cada qual no seu dia, 60. para que todos os povos da terra saibam que o SENHOR é Deus e que não há outro. 61. E seja o vosso coração perfeito para com o SENHOR, nosso Deus, para andardes nos seus estatutos e guardardes os seus mandamentos, como hoje. 62. E o rei e todo o Israel com ele sacrificaram sacrifícios perante a face do SENHOR. 63. E ofereceu Salomão em sacrifício pacífico o que sacrificou ao SENHOR, vinte e duas mil vacas e cento e vinte mil ovelhas; assim o rei e todos os filhos de Israel consagraram a Casa do SENHOR. 64. No mesmo dia, santificou o rei o meio do átrio que estava diante da Casa do SENHOR; porquanto ali preparara os holocaustos e as ofertas com a gordura dos sacrifícios pacíficos; porque o altar de cobre que estava diante da face do SENHOR era muito pequeno para nele caberem os holocaustos, e as ofertas, e a gordura dos sacrifícios pacíficos. 65. No mesmo tempo, celebrou Salomão a festa, e todo o Israel, com ele, uma grande congregação, desde a entrada de Hamate até ao rio do Egito, perante a face do SENHOR, nosso Deus, por sete dias e mais sete dias, catorze dias. 66. E, no oitavo dia, despediu o povo, e eles abençoaram o rei; então, se foram às suas tendas, alegres e contentes de coração, por causa de todo o bem que o SENHOR fizera a Davi, seu servo, e a Israel, seu povo. 1 Reis 9 1. Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de edificar a Casa do SENHOR, e a casa do rei, e todo o desejo de Salomão, que lhe veio à vontade fazer, 2. o SENHOR tornou a aparecer a Salomão, como lhe tinha aparecido em Gibeão. 3. E o SENHOR lhe disse: Ouvi a tua oração e a tua súplica que, suplicando, fizeste perante mim; santifiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias. 4. E, se tu andares perante mim como andou Davi, teu pai, com inteireza de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei e guardares os meus estatutos e os meus juízos, 5. então, confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como falei acerca de Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará varão sobre o trono de Israel. 6. Porém, se vós e vossos filhos de qualquer maneira vos apartardes de mim e não guardardes os meus mandamentos e os meus estatutos que vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, e vos curvardes perante eles, 7. então, destruirei Israel da terra que lhes dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença, e Israel será por ditado e motejo, entre todos os povos. 8. E desta casa, que é tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará, e assobiará, e dirá: Por que fez o SENHOR assim a esta terra e a esta casa? 9. E dirão: Porque deixaram ao SENHOR, seu Deus, que tirou da terra do Egito seus pais, e se apegaram a deuses alheios, e se encurvaram perante eles, e os serviram; por isso, trouxe o SENHOR sobre eles todo este mal. 10. E sucedeu, ao fim de vinte anos, que Salomão edificara as duas casas, a Casa do SENHOR e a casa do rei 11. ( para o que Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de faia e ouro, segundo todo o seu desejo). Então, deu o rei Salomão a Hirão vinte cidades na terra de Galiléia. 12. E saiu Hirão de Tiro a ver as cidades que Salomão lhe dera, porém não foram boas aos seus olhos. 13. Pelo que disse: Que cidades são estas que me deste, irmão meu? E chamaram-nas: Terra de Cabul, até hoje. 14. E enviara Hirão ao rei cento e vinte talentos de ouro. 15. E esta é a causa do tributo que impôs o rei Salomão, para edificar a Casa do SENHOR, e a sua casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também a Hazor, e a Megido, e a Gezer. 16. Porque Faraó, rei do Egito, subiu, e tomou a Gezer, e a queimou, e matou os cananeus que moravam na cidade, e a deu em dote a sua filha, mulher de Salomão. 17. Assim edificou Salomão a Gezer, e Bete-Horom, a baixa, 18. e a Baalate, e a Tadmor, no deserto daquela terra, 19. e a todas as cidades das munições que Salomão tinha, e as cidades dos carros, e as cidades dos cavaleiros, e o que o desejo de Salomão quis edificar em Jerusalém, e no Líbano, e em toda a terra do seu domínio. 20. Quanto a todo o povo que restou dos amorreus, heteus, ferezeus, heveus, e jebuseus e que não eram dos filhos de Israel, 21. a seus filhos que restaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não puderam destruir totalmente, Salomão os reduziu a tributo servil, até hoje. 22. Porém dos filhos de Israel não fez Salomão escravo algum; porém eram homens de guerra, e seus criados, e seus príncipes, e seus capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros. 23. Estes eram os chefes dos oficiais que estavam sobre a obra de Salomão, quinhentos e cinqüenta, que davam ordens ao povo que trabalhava na obra. 24. Subiu, porém, a filha de Faraó da Cidade de Davi à sua casa, que Salomão lhe edificara; então edificou a Milo. 25. E oferecia Salomão três vezes cada ano holocaustos e sacrifícios pacíficos sobre o altar que edificaram ao SENHOR e queimava incenso sobre o que estava perante o SENHOR; e assim acabou a casa. 26. Também o rei Salomão fez naus em Eziom-Geber, que está junto a Elate, na praia do mar de Sufe, na terra de Edom. 27. E mandou Hirão com aquelas naus os seus servos, marinheiros, que sabiam do mar, com os servos de Salomão. 28. E vieram a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, e o trouxeram ao rei Salomão. 1 Reis 10 1. E, ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, acerca do nome do SENHOR, veio prová-lo por enigmas. 2. E veio a Jerusalém com um mui grande exército, com camelos carregados de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e veio a Salomão e disse-lhe tudo quanto tinha no seu coração. 3. E Salomão lhe declarou todas as suas palavras; nenhuma coisa se escondeu ao rei que não lhe declarasse. 4. Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, 5. e a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e a sua subida pela qual subia à Casa do SENHOR, não houve mais espírito nela. 6. E disse ao rei: Foi verdade a palavra que ouvi na minha terra, das tuas coisas e da tua sabedoria. 7. E eu não cria naquelas palavras, até que vim, e os meus olhos o viram; eis que me não disseram metade; sobrepujaste em sabedoria e bens a fama que ouvi. 8. Bem-aventurados os teus homens, bem-aventurados estes teus servos que estão sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria! 9. Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no trono de Israel; porque o SENHOR ama a Israel para sempre; por isso, te estabeleceu rei, para fazeres juízo e justiça. 10. E deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e muitíssimas especiarias, e pedras preciosas; nunca veio especiaria em tanta abundância como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão. 11. Também as naus de Hirão, que de Ofir levavam ouro, traziam de Ofir muitíssima madeira de almugue e pedras preciosas. 12. E dessa madeira de almugue fez o rei balaústres para a Casa do SENHOR e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes para os cantores; nunca veio tal madeira de sândalo, nem se viu até o dia de hoje. 13. E o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto lhe pediu o seu desejo, além do que lhe deu, segundo a generosidade do rei Salomão; então, voltou e partiu para a sua terra, ela e os seus servos. 14. E era o peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro, 15. além do dos negociantes, e do contrato dos especieiros, e de todos os reis da Arábia, e dos governadores da mesma terra. 16. Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido; seiscentos siclos de ouro mandou pesar para cada pavês; 17. fez também trezentos escudos de ouro batido; três arráteis de ouro mandou pesar para cada escudo; e o rei os pôs na casa do bosque do Líbano. 18. Fez mais o rei um grande trono de marfim e o cobriu de ouro puríssimo. 19. Tinha esse trono seis degraus, e era a cabeça do trono por detrás redonda, e de ambas as bandas tinha encostos até ao assento; e dois leões estavam junto aos encostos. 20. Também doze leões estavam ali sobre os seis degraus de ambas as bandas; nunca se tinha feito obra semelhante em nenhum dos reinos. 21. Também todos os vasos de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os objetos da casa do bosque do Líbano eram de ouro puro; não havia neles prata, porque nos dias de Salomão não tinha estimação alguma. 22. Porque o rei tinha no mar as naus de Társis, com as naus de Hirão; uma vez em três anos, voltavam as naus de Társis, e traziam ouro, e prata, e marfim, e bugios, e pavões. 23. Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em riquezas como em sabedoria. 24. E toda a terra buscava a face de Salomão, para ouvir a sabedoria que Deus tinha posto no seu coração. 25. E traziam cada um, por seu presente, vasos de prata e vasos de ouro, e vestes, e armaduras, e especiarias, e cavalos, e mulas; cada coisa de ano em ano. 26. Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros; de sorte que tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros; e os levou às cidades dos carros, e outros ficaram junto ao rei, em Jerusalém. 27. E fez o rei que em Jerusalém houvesse prata como pedras e cedros em abundância, como figueiras bravas que estão nas planícies. 28. E tiravam cavalos do Egito para Salomão; e às manadas os recebiam os mercadores do rei, cada manada por um certo preço. 29. E subia e saía o carro do Egito por seiscentos siclos de prata, e o cavalo, por cento e cinqüenta; e assim, por meio deles, os tiravam para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria. 1 Reis 11 1. E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, 2. das nações de que o SENHOR tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. 3. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. 4. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, 5. porque Salomão andou em seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação dos amonitas. 6. Assim fez Salomão o que era mau aos olhos do SENHOR e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai. 7. Então, edificou Salomão um alto a Quemos, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom. 8. E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses. 9. Pelo que o SENHOR se indignou contra Salomão, porquanto desviara o coração do SENHOR, Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera. 10. E acerca desta matéria lhe tinha dado ordem que não andasse em seguimento de outros deuses; porém não guardou o que o SENHOR lhe ordenara. 11. Pelo que disse o SENHOR a Salomão: Visto que houve isso em ti, que não guardaste o meu concerto e os meus estatutos que te mandei, certamente, rasgarei de ti este reino e o darei a teu servo. 12. Todavia, nos teus dias não o farei, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o rasgarei; 13. porém todo o reino não rasgarei; uma tribo darei a teu filho, por amor de meu servo Davi e por amor de Jerusalém, que tenho elegido. 14. Levantou, pois, o SENHOR a Salomão um adversário, a Hadade, o edomita; ele era da semente do rei em Edom. 15. Porque sucedeu que, estando Davi em Edom, e subindo Joabe, o chefe do exército, a enterrar os mortos, feriu a todos os varões em Edom 16. (porque Joabe ficou ali seis meses com todo o Israel, até que destruiu a todos os varões em Edom). 17. Hadade, porém, fugiu, ele e alguns homens edomitas, dos servos de seu pai, com ele, para ir ao Egito; era porém Hadade um rapaz muito jovem. 18. E levantaram-se de Midiã, e vieram a Parã, e tomaram consigo homens de Parã, e vieram ao Egito a Faraó, rei do Egito, o qual lhe deu uma casa, e lhe prometeu sustento, e lhe deu uma terra. 19. E achou Hadade grande mercê aos olhos de Faraó; de maneira que lhe deu por mulher a irmã de sua mulher, a irmã de Tafnes, a rainha. 20. E a irmã de Tafnes lhe deu seu filho Genubate, o qual Tafnes criou na casa de Faraó; e Genubate estava na casa de Faraó, entre os filhos de Faraó. 21. Ouvindo, pois, Hadade no Egito que Davi adormecera com seus pais e que Joabe, chefe do exército, era morto, disse Hadade a Faraó: Despede-me, para que vá à minha terra. 22. Porém Faraó lhe disse: Pois que te falta comigo, que procuras partir para a tua terra? E disse ele: Nada, mas, todavia, despede-me. 23. Também Deus lhe levantou outro adversário, a Rezom, filho de Eliada, que tinha fugido de seu senhor Hadadezer, rei de Zobá, 24. contra quem também ajuntou homens e foi capitão de um esquadrão, quando Davi os matou; e, indo-se para Damasco, habitaram ali e reinaram em Damasco. 25. E foi adversário de Israel por todos os dias de Salomão, e isso, além do mal que Hadade fazia, porque detestava a Israel e reinava sobre a Síria. 26. Até Jeroboão, filho de Nebate, efraimita de Zereda, servo de Salomão (cuja mãe era mulher viúva, por nome Zerua), também levantou a mão contra o rei. 27. E esta foi a causa por que levantou a mão contra o rei: Salomão tinha edificado a Milo e cerrou as aberturas da Cidade de Davi, seu pai. 28. E o homem Jeroboão era varão valente; e, vendo Salomão a esse jovem, que era laborioso, o pôs sobre todo o cargo da casa de José. 29. Sucedeu, pois, naquele tempo, que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o encontrou o profeta Aías, o silonita, no caminho, e ele se tinha vestido de uma veste nova, e sós estavam os dois no campo. 30. E Aías pegou na veste nova que sobre si tinha e a rasgou em doze pedaços. 31. E disse a Jeroboão: Toma para ti os dez pedaços, porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão e a ti darei as dez tribos. 32. Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que elegi de todas as tribos de Israel. 33. Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemos, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom, e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que parece reto aos meus olhos, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como Davi, seu pai. 34. Porém não tomarei nada desse reino da sua mão; mas por príncipe o ponho por todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem elegi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus estatutos. 35. Mas das mãos de seu filho tomarei o reino e to darei a ti, as dez tribos dele. 36. E a seu filho darei uma tribo, para que Davi, meu servo, sempre tenha uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que elegi para pôr ali o meu nome. 37. E te tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma e serás rei sobre Israel. 38. E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te mandar, e andares pelos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel. 39. E, por isso, afligirei a semente de Davi; todavia, não para sempre. 40. Pelo que Salomão procurou matar Jeroboão; porém Jeroboão se levantou, e fugiu para o Egito, para Sisaque, rei do Egito, e esteve no Egito até que Salomão morreu. 41. Quanto ao mais dos atos de Salomão, e a tudo quanto fez, e à sua sabedoria, porventura, não estão escritos no livro da história de Salomão? 42. E o tempo que reinou Salomão em Jerusalém sobre todo o Israel foram quarenta anos. 43. E adormeceu Salomão com seus pais e foi sepultado na Cidade de Davi, seu pai. E Roboão, seu filho, reinou em seu lugar. 1 Reis 12 1. E foi Roboão para Siquém, porque todo o Israel veio a Siquém, para o fazerem rei. 2. E sucedeu, pois, que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate, estando ainda no Egito (porque fugira de diante do rei Salomão e habitava Jeroboão no Egito), 3. enviaram e o mandaram chamar; e Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram e falaram a Roboão, dizendo: 4. Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos. 5. E ele lhes disse: Ide-vos até ao terceiro dia e voltai a mim. E o povo se foi. 6. E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo? 7. E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos. 8. Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele. 9. E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs? 10. E os jovens que haviam crescido com ele lhe falaram, dizendo: Assim falarás a este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesadíssimo o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. 11. Assim que, se meu pai vos carregou de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. 12. Veio, pois, Jeroboão e todo o povo, ao terceiro dia, a Roboão, como o rei havia falado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia. 13. E o rei respondeu ao povo duramente, porque deixara o conselho que os anciãos lhe haviam aconselhado. 14. E lhe falou conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. 15. O rei, pois, não deu ouvidos ao povo, porque esta revolta vinha do SENHOR, para confirmar a palavra que o SENHOR tinha dito pelo ministério de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate. 16. Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, tornou-lhe o povo a responder, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé. Às tuas tendas, ó Israel! Provê, agora, à tua casa, ó Davi. Então, Israel se foi às suas tendas. 17. No tocante, porém, aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão. 18. Então, o rei Roboão enviou a Adorão, que estava sobre os tributos; e todo o Israel o apedrejou com pedras e morreu; mas o rei Roboão se animou a subir ao seu carro para fugir para Jerusalém. 19. Assim se desligaram os israelitas da casa de Davi até ao dia de hoje. 20. E sucedeu que, ouvindo todo o Israel que Jeroboão tinha voltado, enviaram, e o chamaram para a congregação, e o fizeram rei sobre todo o Israel; e ninguém seguiu a casa de Davi, senão a tribo de Judá. 21. Vindo, pois, Roboão a Jerusalém, ajuntou toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim, cento e oitenta mil escolhidos, destros para a guerra, para pelejar contra a casa de Israel, para restituir o reino a Roboão, filho de Salomão. 22. Porém veio a palavra de Deus a Semaías, homem de Deus, dizendo: 23. Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a toda a casa de Judá, e a Benjamim, e ao resto do povo, dizendo: 24. Assim diz o SENHOR: Não subireis, nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa, porque eu é que fiz esta obra. E ouviram a palavra do SENHOR e voltaram segundo a palavra do SENHOR. 25. E Jeroboão edificou a Siquém, no monte de Efraim, e habitou ali, e saiu dali, e edificou a Penuel. 26. E disse Jeroboão no seu coração: Agora, tornará o reino à casa de Davi. 27. Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá, e me matarão e tornarão a Roboão, rei de Judá. 28. Pelo que o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro, e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito. 29. E pôs um em Betel e colocou o outro em Dã. 30. E este feito se tornou em pecado, pois que o povo ia até Dã, cada um a adorar. 31. Também fez casa dos altos e fez sacerdotes dos mais baixos do povo, que não eram dos filhos de Levi. 32. E fez Jeroboão uma festa no oitavo mês, no dia décimo-quinto do mês, como a festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente, fez em Betel, sacrificando aos bezerros que fizera; também em Betel estabeleceu sacerdotes dos altos que fizera. 33. E sacrificou no altar que fizera em Betel, no dia décimo-quinto do oitavo mês, do mês que ele tinha imaginado no seu coração, assim fez a festa aos filhos de Israel e sacrificou no altar, queimando incenso. 1 Reis 13 1. E eis que, por ordem do SENHOR, um homem de Deus veio de Judá a Betel; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso. 2. E clamou contra o altar com a palavra do SENHOR e disse: Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti. 3. E deu, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o SENHOR falou: Eis que o altar se fenderá, e a cinza que nele está se derramará. 4. Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei a palavra do homem de Deus que clamara contra o altar de Betel, Jeroboão estendeu a mão de sobre o altar, dizendo: Pegai nele. Mas a mão que estendera contra ele se secou, e não a podia tornar a trazer a si. 5. E o altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, segundo o sinal que o homem de Deus apontara pela palavra do SENHOR. 6. Então, respondeu o rei e disse ao homem de Deus: Ora à face do SENHOR, teu Deus, e roga por mim, para que a minha mão se me restitua. Então, o homem de Deus orou à face do SENHOR, e a mão do rei se restituiu e ficou como dantes. 7. E o rei disse ao homem de Deus: Vem comigo à minha casa e conforta- te; e dar-te-ei um presente. 8. Porém o homem de Deus disse ao rei: Ainda que me desses metade da tua casa, não iria contigo, nem comeria pão, nem beberia água neste lugar. 9. Porque assim me ordenou o SENHOR pela sua palavra, dizendo: Não comerás pão, nem beberás água e não voltarás pelo caminho por onde foste. 10. E foi-se por outro caminho e não voltou pelo caminho por onde viera a Betel. 11. E morava em Betel um profeta velho; e vieram seus filhos e contaram-lhe tudo o que o homem de Deus fizera aquele dia em Betel e as palavras que dissera ao rei. 12. E disse-lhes seu pai: Por que caminho se foi? E viram seus filhos o caminho por onde fora o homem de Deus que viera de Judá. 13. Então, disse a seus filhos: Albardai-me um jumento. E albardaram-lhe o jumento, e o montou. 14. E foi-se após o homem de Deus, e o achou assentado debaixo de um carvalho, e disse-lhe: És tu o homem de Deus que veio de Judá? E ele disse: Eu sou. 15. Então, lhe disse: Vem comigo à minha casa e come pão. 16. Porém ele disse: Não posso voltar contigo, nem entrarei contigo; nem tampouco comerei pão, nem beberei contigo água neste lugar. 17. Porque me foi mandado pela palavra do SENHOR: Ali, nem comerás pão, nem beberás água, nem tornarás a ir pelo caminho por que foste. 18. E ele lhe disse: Também eu sou profeta como tu, e um anjo me falou pela palavra do SENHOR, dizendo: Faze-o voltar contigo à tua casa, para que coma pão e beba água ( porém mentiu-lhe). 19. E voltou ele, e comeu pão em sua casa, e bebeu água. 20. E sucedeu que, estando eles à mesa, a palavra do SENHOR veio ao profeta que o tinha feito voltar. 21. E clamou ao homem de Deus que viera de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR: Visto que foste rebelde à boca do SENHOR e não guardaste o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te mandara; 22. antes, voltaste, e comeste pão, e bebeste água no lugar de que te dissera: Não comerás pão, nem beberás água, o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais. 23. E sucedeu que, depois que comeu pão e depois que bebeu água, albardou ele o jumento para o profeta que fizera voltar. 24. Foi-se, pois, e um leão o encontrou no caminho e o matou; e o seu cadáver estava lançado no caminho, e o jumento estava parado junto a ele, e o leão estava junto ao cadáver. 25. E eis que os homens passaram, e viram o corpo lançado no caminho, como também o leão que estava junto ao corpo, e vieram, e o disseram na cidade onde o profeta velho habitava. 26. E, ouvindo-o o profeta que o fizera voltar do caminho, disse: É o homem de Deus que foi rebelde à boca do SENHOR; por isso, o SENHOR o entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o SENHOR lhe tinha dito. 27. Então, disse a seus filhos: Albardai-me o jumento. Eles o albardaram. 28. Então, foi e achou o seu cadáver lançado no caminho, e o jumento, e o leão, que estavam parados junto ao cadáver; o leão não tinha devorado o corpo, nem tinha despedaçado o jumento. 29. Então, o profeta levantou o cadáver do homem de Deus, e pô-lo em cima do jumento, e o tornou a levar; assim veio o profeta velho à cidade, para o chorar e enterrar. 30. E colocou o seu cadáver no seu próprio sepulcro; e prantearam-no, dizendo: Ah! Irmão meu! 31. E sucedeu que, depois de o haver sepultado, falou a seus filhos, dizendo: Morrendo eu, sepultai-me no sepulcro em que o homem de Deus está sepultado; ponde os meus ossos junto aos ossos dele, 32. porque, certamente, se cumprirá o que pela palavra do SENHOR clamou contra o altar que está em Betel, como também contra todas as casas dos altos que estão nas cidades de Samaria. 33. Depois dessas coisas, Jeroboão não deixou o seu mau caminho; antes, dos mais baixos do povo tornou a fazer sacerdotes dos lugares altos; a quem queria, lhe enchia a mão, e assim era um dos sacerdotes dos lugares altos. 34. E isso foi causa de pecado à casa de Jeroboão, para destruí-la e extingui-la da terra. 1 Reis 14 1. Naquele tempo, adoeceu Abias, filho de Jeroboão. 2. E disse Jeroboão à sua mulher: Levanta-te, agora, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de Jeroboão, e vai a Siló. Eis que lá está o profeta Aías o qual falou de mim, que eu seria rei sobre este povo. 3. E toma na tua mão dez pães, e bolos, e uma botija de mel e vai a ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino. 4. E a mulher de Jeroboão assim fez, e se levantou, e foi a Siló, e entrou na casa de Aías; e já Aías não podia ver, porque os seus olhos estavam já escurecidos por causa da sua velhice. 5. Porém o SENHOR disse a Aías: Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, porque está doente; assim e assim lhe falarás, e há de ser que, entrando ela, fingirá ser outra. 6. E sucedeu que, ouvindo Aías o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse ele: Entra, mulher de Jeroboão! Por que te disfarças assim? Pois eu sou enviado a ti com duras novas. 7. Vai e dize a Jeroboão: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Visto que te levantei do meio do povo, e te pus por chefe sobre o meu povo de Israel, 8. e rasguei o reino da casa de Davi, e a ti to dei, e tu não foste como o meu servo Davi, que guardou os meus mandamentos e que andou após mim com todo o seu coração para fazer somente o que era reto aos meus olhos; 9. antes, tu fizeste o mal, pior do que todos os que foram antes de ti, e foste, e fizeste outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me à ira, e me lançaste para trás das tuas costas, 10. portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão, e separarei de Jeroboão todo homem até ao menino, tanto o escravo como o livre em Israel, e lançarei fora os descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe. 11. Quem morrer a Jeroboão na cidade, os cães o comerão, e o que morrer no campo, as aves do céu o comerão, porque o SENHOR o disse. 12. Tu, pois, levanta-te e vai-te para tua casa; entrando os teus pés na cidade, o menino morrerá. 13. E todo o Israel o pranteará e o sepultará, porque de Jeroboão só este entrará em sepultura, porquanto se achou nele coisa boa para com o SENHOR, Deus de Israel, em casa de Jeroboão. 14. O SENHOR, porém, levantará para si um rei sobre Israel, que destruirá a casa de Jeroboão no mesmo dia; mas que será também agora! 15. Também o SENHOR ferirá a Israel, como se move a cana nas águas, e arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará para além do rio, porquanto fizeram os seus bosques, provocando o SENHOR à ira. 16. E entregará Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou e fez pecar a Israel. 17. Então, a mulher de Jeroboão se levantou, e foi, e veio a Tirza; chegando ela ao limiar da porta, morreu o menino. 18. E o sepultaram, e todo o Israel o pranteou, conforme a palavra do SENHOR, a qual dissera pelo ministério de seu servo Aías, o profeta. 19. Quanto ao mais dos atos de Jeroboão, como guerreou e como reinou, eis que tudo está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel. 20. E foram os dias que Jeroboão reinou vinte e dois anos, e dormiu com seus pais; e Nadabe, seu filho, reinou em seu lugar. 21. E Roboão, filho de Salomão, reinava em Judá; de quarenta e um anos de idade era Roboão quando começou a reinar e dezessete anos reinou em Jerusalém, na cidade que o SENHOR elegera de todas as tribos de Israel para pôr ali o seu nome; e era o nome de sua mãe Naamá, amonita. 22. E fez Judá o que era mau aos olhos do SENHOR; e o provocaram a zelo, mais do que todos os seus pais fizeram com os seus pecados que cometeram. 23. Porque também eles edificaram altos, e estátuas, e imagens do bosque sobre todo alto outeiro e debaixo de toda árvore verde. 24. Havia também rapazes escandalosos na terra; fizeram conforme todas as abominações das nações que o SENHOR tinha expulsado de diante dos filhos de Israel. 25. Sucedeu, pois, que, no quinto ano do rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém. 26. E tomou os tesouros da Casa do SENHOR e os tesouros da casa do rei, e ainda tomou tudo, e também tomou todos os escudos de ouro que Salomão tinha feito. 27. E, em lugar deles, fez o rei Roboão escudos de cobre e os entregou nas mãos dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do rei. 28. E sucedeu que, quando o rei entrava na Casa do SENHOR, os da guarda os levavam e os tornavam a trazer à câmara dos da guarda. 29. Quanto ao mais dos atos de Roboão e a tudo quanto fez, porventura, não está tudo escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Judá? 30. E houve guerra entre Roboão e Jeroboão todos os seus dias. 31. E Roboão dormiu com seus pais e foi sepultado com seus pais na Cidade de Davi; e era o nome de sua mãe Naamá, amonita; e Abias, seu filho, reinou em seu lugar. 1 Reis 15 1. E, no décimo-oitavo ano do rei Jeroboão, filho de Nebate, Abias começou a reinar sobre Judá. 2. E três anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Maaca, filha de Absalão. 3. E andou em todos os pecados que seu pai tinha cometido antes dele; e seu coração não foi perfeito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai. 4. Mas, por amor de Davi, o SENHOR lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando seu filho depois dele e confirmando Jerusalém. 5. Porquanto Davi tinha feito o que era reto aos olhos do SENHOR e não se tinha desviado de tudo o que lhe ordenara em todos os dias da sua vida, senão só no caso de Urias, o heteu. 6. E houve guerra entre Roboão e Jeroboão todos os dias da sua vida. 7. Quanto ao mais dos atos de Abias, e a tudo quanto fez, porventura, não está tudo escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Judá? Também houve guerra entre Abias e Jeroboão. 8. E Abias dormiu com seus pais, e o sepultaram na Cidade de Davi; e Asa, seu filho, reinou em seu lugar. 9. E, no vigésimo ano de Jeroboão, rei de Israel, começou Asa a reinar em Judá 10. e quarenta e um anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Maaca, filha de Absalão. 11. E Asa fez o que era reto aos olhos do SENHOR, como Davi, seu pai, 12. porque tirou da terra os rapazes escandalosos, e tirou todos os ídolos que seus pais fizeram, 13. e até a Maaca, sua mãe, removeu para que não fosse rainha, porquanto tinha feito um horrível ídolo a Asera; também Asa desfez o seu ídolo horrível e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom. 14. Os altos, porém, se não tiraram; todavia, foi o coração de Asa reto para com o SENHOR todos os seus dias. 15. E à Casa do SENHOR trouxe as coisas consagradas de seu pai e as coisas que ele mesmo consagrara: prata, e ouro, e utensílios. 16. E houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias. 17. Porque Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá e edificou a Ramá, para que a ninguém fosse permitido sair, nem entrar junto a Asa, rei de Judá. 18. Então, Asa tomou toda a prata e ouro que ficara nos tesouros da Casa do SENHOR e os tesouros da casa do rei, e os entregou nas mãos de seus servos, e os enviou a Ben-Hadade, filho de Tabrimom, filho de Heziom, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo: 19. Aliança há entre mim e ti, entre meu pai e teu pai; vês aqui que te mando um presente, prata e ouro; vai e anula a tua aliança com Baasa, rei de Israel, para que se retire de sobre mim. 20. E Ben-Hadade deu ouvidos ao rei Asa, e enviou os capitães dos exércitos que tinha contra as cidades de Israel, e feriu a Ijom, e a Dã, e a Abel-Bete-Maaca, e a toda a Quinerete, com toda a terra de Naftali. 21. E sucedeu que, ouvindo-o Baasa, deixou de edificar a Ramá e ficou em Tirza. 22. Então, o rei Asa fez apregoar por toda a Judá que todos, sem exceção, trouxessem as pedras de Ramá e a sua madeira com que Baasa edificara; e com elas edificou o rei Asa a Geba de Benjamim e a Mispa. 23. Quanto ao mais de todos os atos de Asa, e a todo o seu poder, e a tudo quanto fez, e às cidades que edificou, porventura, não está tudo escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Judá? Porém, no tempo da sua velhice, padeceu dos pés. 24. E Asa dormiu com seus pais e foi sepultado com seus pais na Cidade de Davi, seu pai; e Josafá, seu filho, reinou em seu lugar. 25. E Nadabe, filho de Jeroboão, começou a reinar sobre Israel no ano segundo de Asa, rei de Judá; e reinou sobre Israel dois anos. 26. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR e andou nos caminhos de seu pai e no seu pecado com que tinha feito pecar a Israel. 27. E conspirou contra ele Baasa, filho de Aías, da casa de Issacar, e feriu-o Baasa em Gibetom, que era dos filisteus, quando Nadabe e todo o Israel cercavam a Gibetom. 28. E matou-o Baasa no ano terceiro de Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar. 29. E sucedeu, pois, que, reinando ele, feriu a toda a casa de Jeroboão; nada de Jeroboão deixou que tivesse fôlego, até o destruir, conforme a palavra do SENHOR que dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita, 30. por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou e fez pecar a Israel, e por causa da provocação com que provocara ao SENHOR, Deus de Israel. 31. Quanto ao mais dos atos de Nadabe e a tudo quanto fez, porventura, não está tudo escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel? 32. E houve guerra entre Asa e Baasa, rei de Israel, todos os seus dias. 33. No ano terceiro de Asa, rei de Judá, Baasa, filho de Aías, começou a reinar sobre todo o Israel em Tirza, e reinou vinte e quatro anos. 34. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR e andou no caminho de Jeroboão e no seu pecado com que tinha feito pecar a Israel. 1 Reis 16 1. Então, veio a palavra do SENHOR a Jeú, filho de Hanani, contra Baasa, dizendo: 2. Porquanto te levantei do pó e te pus por chefe sobre o meu povo Israel, e tu andaste no caminho de Jeroboão e fizeste pecar a meu povo Israel, irritando-me com os seus pecados, 3. eis que tirarei os descendentes de Baasa e os descendentes da sua casa e farei à tua casa como à casa de Jeroboão, filho de Nebate. 4. Quem morrer a Baasa na cidade, os cães o comerão; e o que dele morrer no campo, as aves do céu o comerão. 5. Quanto ao mais dos atos de Baasa, e ao que fez, e ao seu poder, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel? 6. E Baasa dormiu com seus pais e foi sepultado em Tirza; e Elá, seu filho, reinou em seu lugar. 7. Assim, veio também a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Jeú, filho de Hanani, contra Baasa e contra a sua casa; e isso por todo o mal que fizera aos olhos do SENHOR, irritando-o com a obra de suas mãos, para ser como a casa de Jeroboão; e, por isso, o ferira. 8. No ano vinte e seis de Asa, rei de Judá, Elá, filho de Baasa, começou a reinar em Tirza sobre Israel; e reinou dois anos. 9. E Zinri, seu servo, chefe de metade dos carros, conspirou contra ele, estando ele em Tirza bebendo e embriagando-se em casa de Arsa, mordomo em Tirza. 10. Entrou, pois, Zinri, e o feriu, e o matou, no ano vigésimo-sétimo de Asa, rei de Judá; e reinou em seu lugar. 11. E sucedeu que, reinando ele e estando assentado no seu trono feriu, a toda a casa de Baasa; não lhe deixou homem algum, nem a seus parentes, nem a seus amigos. 12. Assim, destruiu Zinri toda a casa de Baasa, conforme a palavra do SENHOR que falara pelo ministério do profeta Jeú, sobre Baasa, 13. por todos os pecados de Baasa, e os pecados de Elá, seu filho, com que pecaram e com que fizeram pecar a Israel, irritando ao SENHOR, Deus de Israel com as suas vaidades. 14. Quanto ao mais dos atos de Elá e a tudo quanto fez, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel? 15. No ano vigésimo-sétimo de Asa, rei de Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza; e o povo estava acampado contra Gibetom, que era dos filisteus. 16. E ouviu dizer o povo que estava acampado: Zinri tem conspirado e até feriu o rei. Todo o Israel, pois, no mesmo dia, fez rei sobre Israel a Onri, chefe do exército no arraial. 17. E subiu Onri, e todo o Israel com ele, de Gibetom, e cercaram a Tirza. 18. E sucedeu que Zinri, vendo que a cidade era tomada, se foi ao paço da casa do rei, e queimou sobre si a casa do rei, e morreu, 19. por causa dos seu pecados que cometera, fazendo o que era mal aos olhos do SENHOR, andando no caminho de Jeroboão e no seu pecado que fizera, fazendo pecar a Israel. 20. Quanto ao mais dos atos de Zinri, e à conspiração que fez, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel? 21. Então, o povo de Israel se dividiu em dois partidos: metade do povo seguia a Tibni, filho de Ginate, para o fazer rei, e a outra metade seguia a Onri. 22. Mas o povo que seguia a Onri foi mais forte do que o povo que seguia a Tibni, filho de Ginate; e Tibni morreu, e Onri reinou. 23. No ano trinta e um de Asa, rei de Judá, Onri começou a reinar sobre Israel e reinou doze anos; e em Tirza reinou seis anos. 24. E de Semer comprou o monte de Samaria por dois talentos de prata, e edificou no monte, e chamou o nome da cidade que edificou do nome de Semer, senhor do monte de Samaria. 25. E fez Onri o que era mal aos olhos do SENHOR; e fez pior do que todos quantos foram antes dele. 26. E andou em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, como também nos seus pecados com que tinha feito pecar a Israel, irritando ao SENHOR, Deus de Israel, com as suas vaidades. 27. Quanto ao mais dos atos de Onri, ao que fez e ao seu poder que manifestou, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel? 28. E Onri dormiu com seus pais e foi sepultado em Samaria; e Acabe, seu filho, reinou em seu lugar. 29. E Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo-oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel em Samaria, vinte e dois anos. 30. E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele. 31. E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele. 32. E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria. 33. Também Acabe fez um bosque, de maneira que Acabe fez muito mais para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele. 34. Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó; morrendo Abirão, seu primogênito, a fundou; e, morrendo Segube, seu último, pôs as suas portas; conforme a palavra do SENHOR, que falara pelo ministério de Josué, filho de Num. 1 Reis 17 1. Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra. 2. Depois, veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo: 3. Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. 4. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. 5. Foi, pois, e fez conforme a palavra do SENHOR, porque foi e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. 6. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro. 7. E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra. 8. Então, veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo: 9. Levanta-te, e vai a Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente. 10. Então, ele se levantou e se foi a Sarepta; e, chegando à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, numa vasilha um pouco de água que beba. 11. E, indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me, agora, também um bocado de pão na tua mão. 12. Porém ela disse: Vive o SENHOR, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos. 13. E Elias lhe disse: Não temas; vai e faze conforme a tua palavra; porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho. 14. Porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o SENHOR dê chuva sobre a terra. 15. E foi ela e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias. 16. Da panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do SENHOR, que falara pelo ministério de Elias. 17. E, depois destas coisas, sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, da dona da casa; e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum fôlego ficou. 18. Então, ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade e matares meu filho? 19. E ele lhe disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama, 20. E clamou ao SENHOR e disse: Ó SENHOR, meu Deus, também até a esta viúva, com quem eu moro, afligiste, matando-lhe seu filho? 21. Então, se mediu sobre o menino três vezes, e clamou ao SENHOR, e disse: Ó SENHOR, meu Deus, rogo-te que torne a alma deste menino a entrar nele. 22. E o SENHOR ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu. 23. E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. 24. Então, a mulher disse a Elias: Nisto conheço, agora, que tu és homem de Deus e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade. 1 Reis 18 1. E sucedeu que, depois de muitos dias, a palavra do SENHOR veio a Elias no terceiro ano, dizendo: Vai e mostra-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra. 2. E foi Elias mostrar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria. 3. E Acabe chamou a Obadias, o mordomo. (Obadias temia muito ao SENHOR, 4. porque sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do SENHOR, Obadias tomou cem profetas, e de cinqüenta em cinqüenta os escondeu, numa cova, e os sustentou com pão e água.) 5. E disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todos os rios; pode ser que achemos erva, para que em vida conservemos os cavalos e mulas e não estejamos privados dos animais. 6. E repartiram entre si a terra, para passarem por ela; Acabe foi à parte por um caminho, e Obadias também foi à parte por outro caminho. 7. Estando, pois, Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e, conhecendo-o ele, prostrou-se sobre o seu rosto e disse: És tu o meu senhor Elias? 8. E disse-lhe ele: Eu sou; vai e dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias. 9. Porém ele disse: Em que pequei, para que entregues teu servo na mão de Acabe, para que me mate? 10. Vive o SENHOR, teu Deus, que não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está, então, ajuramentava os reinos e as nações, se eles te não tinham achado. 11. E, agora, dizes tu: Vai, dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias. 12. E poderia ser que, apartando-me eu de ti, o Espírito do SENHOR te tomasse, não sei para onde, e, vindo eu a dar as novas a Acabe, e não te achando ele, me mataria; porém eu, teu servo, temo ao SENHOR desde a minha mocidade. 13. Porventura, não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do SENHOR, como escondi a cem homens dos profetas do SENHOR, de cinqüenta em cinqüenta, numas covas, e os sustentei com pão e água? 14. E, agora, dizes tu: Vai e dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias; ele me mataria. 15. E disse Elias: Vive o SENHOR dos Exércitos, perante cuja face estou, que deveras hoje me mostrarei a ele. 16. Então, foi Obadias encontrar-se com Acabe e lho anunciou; e foi Acabe encontrar-se com Elias. 17. E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o perturbador de Israel? 18. Então, disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do SENHOR e seguistes os baalins. 19. Agora, pois, envia, ajunta a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel. 20. Então, enviou Acabe os mensageiros a todos os filhos de Israel e ajuntou os profetas no monte Carmelo. 21. Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada. 22. Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei por profeta do SENHOR, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens. 23. Dêem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. 24. Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra. 25. E disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe metais fogo. 26. E tomaram o bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que se tinha feito. 27. E sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; porventura, dorme e despertará. 28. E eles clamavam a grandes vozes e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme o seu costume, até derramarem sangue sobre si. 29. E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma. 30. Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do SENHOR, que estava quebrado. 31. E Elias tomou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome. 32. E com aquelas pedras edificou o altar em nome do SENHOR; depois, fez um rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente. 33. Então, armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaços, e o pôs sobre a lenha, 34. e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez, 35. de maneira que a água corria ao redor do altar, e ainda até o rego encheu de água. 36. Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas. 37. Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu, SENHOR, és Deus e que tu fizeste tornar o seu coração para trás. 38. Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. 39. O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus! 40. E Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou. 41. Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque ruído há de uma abundante chuva. 42. E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seus joelhos. 43. E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então, disse ele: Torna lá sete vezes. 44. E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva te não apanhe. 45. E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro e foi para Jezreel. 46. E a mão do SENHOR estava sobre Elias, o qual cingiu os lombos, e veio correndo perante Acabe, até à entrada de Jezreel. 1 Reis 19 1. E Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como totalmente matara todos os profetas à espada. 2. Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles. 3. O que vendo ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que é de Judá, e deixou ali o seu moço. 4. E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais. 5. E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come. 6. E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se. 7. E o anjo do SENHOR tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho. 8. Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. 9. E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do SENHOR veio a ele e lhe disse: Que fazes aqui, Elias? 10. E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem. 11. E ele lhe disse: Sai para fora e põe-te neste monte perante a face do SENHOR. E eis que passava o SENHOR, como também um grande e forte vento, que fendia os montes e quebrava as penhas diante da face do SENHOR; porém o SENHOR não estava no vento; e, depois do vento, um terremoto; também o SENHOR não estava no terremoto; 12. e, depois do terremoto, um fogo; porém também o SENHOR não estava no fogo; e, depois do fogo, uma voz mansa e delicada. 13. E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias? 14. E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem. 15. E o SENHOR lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco, vem e unge a Hazael rei sobre a Síria. 16. Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. 17. E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu. 18. Também eu fiz ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou. 19. Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; e ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou a sua capa sobre ele. 20. Então, deixou ele os bois, e correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. E ele lhe disse: Vai e volta; porque que te tenho eu feito? 21. Voltou, pois, de atrás dele, e tomou uma junta de bois, e os matou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se levantou, e seguiu a Elias, e o servia. 1 Reis 20 1. E Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todas as suas forças; e trinta e dois reis, e cavalos, e carros havia com ele; e subiu, e cercou a Samaria, e pelejou contra ela. 2. E enviou à cidade mensageiros, a Acabe, rei de Israel. 3. E disse-lhe: Assim diz Ben-Hadade: A tua prata e o teu ouro são meus; e tuas mulheres e os melhores de teus filhos são meus. 4. E respondeu o rei de Israel e disse: Conforme tua palavra, ó rei, meu senhor, teu sou eu, e tudo quanto tenho. 5. E tornaram a vir os mensageiros e disseram: Assim fala Ben-Hadade, dizendo: Ainda que eu te tenha mandado dizer: Tu me hás de dar a tua prata, e o teu ouro, e as tuas mulheres, e os teus filhos, 6. todavia, amanhã a estas horas, enviarei os meus servos a ti, e esquadrinharão a tua casa e as casas dos teus servos; e há de ser que tudo o que for aprazível aos teus olhos o meterão nas suas mãos e o levarão. 7. Então, o rei de Israel chamou todos os anciãos da terra e disse: Notai agora e vede como este busca mal; pois enviara a mim por minhas mulheres, e por meus filhos, e pela minha prata, e pelo meu ouro, e não lho neguei. 8. E todos os anciãos e todo o povo lhe disseram: Não lhe dês ouvidos, nem consintas. 9. Pelo que disse aos mensageiros de Ben-Hadade: Dizei ao rei, meu senhor: Tudo o que primeiro mandaste pedir a teu servo farei, porém isto não posso fazer. E foram os mensageiros e lhe tornaram com esta resposta. 10. E Ben-Hadade enviou a ele e disse: Assim me façam os deuses e outro tanto, que o pó de Samaria não bastará para encher as mãos de todo o povo que me segue. 11. Porém o rei de Israel respondeu e disse: Dizei- lhe: Não se gabe quem se cinge como aquele que se descinge. 12. E sucedeu que, ouvindo ele esta palavra, estando bebendo ele e os reis nas tendas, disse aos seus servos: Ponde-vos em ordem contra a cidade. 13. E eis que um profeta se chegou a Acabe, rei de Israel, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Viste toda esta grande multidão? Eis que hoje ta entregarei nas tuas mãos, para que saibas que eu sou o SENHOR. 14. E disse Acabe: Por quem? E ele disse: Assim diz o SENHOR: Pelos moços dos príncipes das províncias. E disse: Quem começará a peleja? E disse: Tu. 15. Então, contou os moços dos príncipes das províncias, e foram duzentos e trinta e dois; e depois deles contou todo o povo, todos os filhos de Israel, sete mil. 16. E saíram ao meio-dia. Ben-Hadade estava bebendo e embriagando-se nas tendas, ele e os reis, os trinta e dois reis, que o ajudavam. 17. E os moços dos príncipes das províncias saíram primeiro; Ben-Hadade enviou a alguns, que lhe deram avisos, dizendo: Saíram de Samaria uns homens. 18. E ele disse: Ainda que para paz saíssem, tomai-os vivos; e ainda que à peleja saíssem, vivos os tomai. 19. Saíram, pois, da cidade os moços dos príncipes das províncias, e o exército que os seguia. 20. E eles feriram cada um o seu homem; e os siros fugiram, e Israel os perseguiu; porém Ben-Hadade, rei da Síria, escapou a cavalo, com alguns cavaleiros. 21. E saiu o rei de Israel e feriu os cavalos e os carros; e feriu os siros com grande estrago. 22. Então, o profeta chegou-se ao rei de Israel e lhe disse: Vai, e esforça-te, e atenta, e olha o que hás de fazer; porque, no decurso de um ano, o rei da Síria subirá contra ti. 23. Porque os servos do rei da Síria lhe disseram: Seus deuses são deuses dos montes; por isso, foram mais fortes do que nós; mas pelejemos com eles em campo raso e por certo veremos se não somos mais fortes do que eles! 24. Faze, pois, isto: tira os reis, cada um do seu lugar, e põe capitães em seu lugar, 25. e numera outro exército, como o exército que caiu de ti, e cavalos como aqueles cavalos, e carros como aqueles carros; e pelejemos com eles em campo raso e veremos se não somos mais fortes do que eles! E deu ouvidos à sua voz e assim fez. 26. E sucedeu que, passado um ano, Ben-Hadade fez revista dos siros e subiu a Afeca, para pelejar contra Israel. 27. Também dos filhos de Israel se fez revista, e, providos de víveres, marcharam contra eles; e os filhos de Israel acamparam-se defronte deles, como dois pequenos rebanhos de cabras; mas os siros enchiam a terra. 28. E chegou o homem de Deus, e falou ao rei de Israel, e disse: Assim diz o SENHOR: Porquanto os siros disseram: O SENHOR é Deus dos montes e não Deus dos vales, toda esta grande multidão entregarei nas tuas mãos, para que saibas que eu sou o SENHOR. 29. E sete dias estiveram estes acampados defronte dos outros; e sucedeu, ao sétimo dia, que a peleja começou, e os filhos de Israel feriram dos siros cem mil homens de pé, num dia. 30. E os restantes fugiram para Afeca, à cidade; e caiu o muro sobre vinte e sete mil homens que restaram. Ben-Hadade, porém, fugiu e veio à cidade, andando de câmara em câmara. 31. Então, lhe disseram os seus servos: Eis que já temos ouvido que os reis da casa de Israel são reis clementes; ponhamos, pois, panos de saco aos lombos e cordas às cabeças e saiamos ao rei de Israel; pode ser que guarde em vida a tua alma. 32. Então, cingiram panos de saco aos lombos e cordas às cabeças, e vieram ao rei de Israel, e disseram: Diz o teu servo Ben-Hadade: Deixa-me viver. E disse ele: Pois ainda vive? É meu irmão. 33. E aqueles homens tomaram isso por bom presságio, e apressaram-se em apanhar a sua palavra, e disseram: Teu irmão Ben-Hadade vive. E ele disse: Vinde, trazei-mo. Então, Ben-Hadade saiu a eles, e Acabe o fez subir ao carro. 34. E disse ele: As cidades que meu pai tomou de teu pai tas restituirei, e faze para ti ruas em Damasco, como meu pai as fez em Samaria. E eu, respondeu Acabe, te deixarei ir com esta aliança. E fez com ele aliança e o deixou ir. 35. Então, um dos homens dos filhos dos profetas disse ao seu companheiro, pela palavra do SENHOR: Ora, fere-me. E o homem recusou feri-lo. 36. E ele lhe disse: Porque não obedeceste à voz do SENHOR, eis que, em te apartando de mim, um leão te ferirá. E, como dele se apartou, um leão o encontrou e o feriu. 37. Depois, encontrou outro homem e disse- lhe: Ora, fere-me. E feriu-o aquele homem, ferindo-o e vulnerando-o. 38. Então, foi o profeta, e pôs-se perante o rei no caminho, e disfarçou-se com cinza sobre os seus olhos. 39. E sucedeu que, passando o rei, clamou ele ao rei e disse: Teu servo saiu ao meio da peleja, e eis que, desviando-se um homem, me trouxe outro homem e disse: Guarda-me este homem; se vier a faltar, será a tua vida em lugar da vida dele ou pagarás um talento de prata. 40. Sucedeu, pois, que, estando o teu servo ocupado de uma e de outra parte, entretanto, desapareceu. Então, o rei de Israel lhe disse: Esta é a tua sentença; tu mesmo a pronunciaste. 41. Então, ele se apressou, e tirou a cinza de sobre os seus olhos; e o rei de Israel reconheceu que era um dos profetas. 42. E disse-lhe: Assim diz o SENHOR: Porquanto soltaste da mão o homem que eu havia posto para destruição, a tua vida será em lugar de sua vida, e o teu povo, em lugar do seu povo. 43. E foi-se o rei de Israel para sua casa, desgostoso e indignado, e veio a Samaria. 1 Reis 21 1. E sucedeu, depois destas coisas, tendo Nabote, o jezreelita, uma vinha que em Jezreel estava junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria, 2. que Acabe falou a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está vizinha, ao pé da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor do que ela; ou, se parece bem aos teus olhos, dar-te-ei a sua valia em dinheiro. 3. Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais. 4. Então, Acabe veio desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra que Nabote, o jezreelita, lhe falara, dizendo: Não te darei a herança de meus pais. E deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão. 5. Porém, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Que há, que está tão desgostoso o teu espírito, e não comes pão? 6. E ele lhe disse: Porque falei a Nabote, o jezreelita, e lhe disse: Dá-me a tua vinha por dinheiro; ou, se te apraz, te darei outra vinha em seu lugar. Porém ele disse: Não te darei a minha vinha. 7. Então, Jezabel, sua mulher, lhe disse: Governas tu, agora, no reino de Israel? Levanta-te, come pão, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita. 8. Então, escreveu cartas em nome de Acabe, e as selou com o seu sinete, e mandou as cartas aos anciãos e aos nobres que havia na sua cidade e habitavam com Nabote. 9. E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoai um jejum e ponde Nabote acima do povo. 10. E ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei; e trazei-o fora e apedrejai-o para que morra. 11. E os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres que habitavam na sua cidade fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava escrito nas cartas que lhes mandara. 12. Apregoaram um jejum e puseram Nabote acima do povo. 13. Então, vieram dois homens, filhos de Belial, e puseram-se defronte dele; e os homens, filhos de Belial, testemunharam contra ele, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade e o apedrejaram com pedras, e morreu. 14. Então, enviaram a Jezabel, dizendo: Nabote foi apedrejado e morreu. 15. E sucedeu que, ouvindo Jezabel que já fora apedrejado Nabote e morrera, disse Jezabel a Acabe: Levanta-te e possui a vinha de Nabote, o jezreelita, a qual ele te recusou dar por dinheiro; porque Nabote não vive, mas é morto. 16. E sucedeu que, ouvindo Acabe que já Nabote era morto, Acabe se levantou, para descer para a vinha de Nabote, o jezreelita, para a possuir. 17. Então, veio a palavra do SENHOR a Elias, o tisbita, dizendo: 18. Levanta-te, desce para encontrar-te com Acabe, rei de Israel, que está em Samaria; eis que está na vinha de Nabote, aonde tem descido para a possuir. 19. E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o SENHOR: Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o SENHOR: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo. 20. E disse Acabe a Elias: Já me achaste, inimigo meu? E ele disse: Achei- te; porquanto já te vendeste para fazeres o que é mau aos olhos do SENHOR. 21. Eis que trarei mal sobre ti, e arrancarei a tua posteridade, e arrancarei de Acabe a todo homem, como também o encerrado e o desamparado em Israel; 22. e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías, por causa da provocação com que me provocaste e fizeste pecar a Israel. 23. E também acerca de Jezabel falou o SENHOR, dizendo: Os cães comerão Jezabel junto ao antemuro de Jezreel. 24. Aquele que de Acabe morrer na cidade, os cães o comerão, e o que morrer no campo, as aves do céu o comerão. 25. Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, porque Jezabel, sua mulher, o incitava. 26. E fez grandes abominações, seguindo os ídolos, conforme tudo o que fizeram os amorreus, os quais o SENHOR lançou fora da sua possessão, de diante dos filhos de Israel. 27. Sucedeu, pois, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de pano de saco, e jejuou; e dormia em cima de sacos e andava mansamente. 28. Então, veio a palavra do SENHOR a Elias, o tisbita, dizendo: 29. Não viste que Acabe se humilha perante mim? Porquanto, pois, se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho trarei este mal sobre a sua casa. 1 Reis 22 1. E estiveram quietos três anos, não havendo guerra entre a Síria e Israel. 2. Porém, no terceiro ano, sucedeu que Josafá, rei de Judá, desceu para o rei de Israel. 3. E o rei de Israel disse aos seus servos: Não sabeis vós que Ramote-Gileade é nossa, e nós estamos quietos, sem a tomar da mão do rei da Síria? 4. Então, disse a Josafá: Irás tu comigo à peleja a Ramote-Gileade? E disse Josafá ao rei de Israel: Serei como tu és, e o meu povo, como o teu povo, e os meus cavalos, como os teus cavalos. 5. Disse mais Josafá ao rei de Israel: Consulta, porém, primeiro hoje a palavra do SENHOR. 6. Então, o rei de Israel ajuntou os profetas até quase quatrocentos homens e disse-lhes: Irei à peleja contra Ramote-Gileade ou deixarei de ir? E eles disseram: Sobe, porque o Senhor a entregará na mão do rei. 7. Disse, porém, Josafá: Não há aqui ainda algum profeta do SENHOR, ao qual possamos consultar? 8. Então, disse o rei de Israel a Josafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao SENHOR; porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim bem, mas só mal; este é Micaías, filho de Inlá. E disse Josafá: Não fale o rei assim. 9. Então, o rei de Israel chamou um eunuco e disse: Traze- me depressa a Micaías, filho de Inlá. 10. E o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, estavam assentados cada um no seu trono, vestidos de vestiduras reais, na praça, à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam na sua presença. 11. E Zedequias, filho de Quenaana, fez para si uns chifres de ferro e disse: Assim diz o SENHOR: Com estes ferirás aos siros até de todo os consumir. 12. E todos os profetas profetizaram assim, dizendo: Sobe a Ramote-Gileade e prosperarás, porque o SENHOR a entregará na mão do rei. 13. E o mensageiro que foi chamar a Micaías falou-lhe, dizendo: Vês aqui que as palavras dos profetas, a uma voz, predizem coisas boas para o rei; seja, pois, a tua palavra como a palavra de um deles, e fala bem. 14. Porém Micaías disse: Vive o SENHOR, que o que o SENHOR me disser isso falarei. 15. E, vindo ele ao rei, o rei lhe disse: Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja ou deixaremos de ir? E ele lhe disse: Sobe e serás próspero, porque o SENHOR a entregará na mão do rei. 16. E o rei lhe disse: Até quantas vezes te conjurarei, que me não fales senão a verdade em nome do SENHOR? 17. Então, disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o SENHOR: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa. 18. Então, o rei de Israel disse a Josafá: Não te disse eu que ele nunca profetizará de mim bem, senão só mal? 19. Então, disse ele: Ouve, pois, a palavra do SENHOR: Vi o SENHOR assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda. 20. E disse o SENHOR: Quem induzirá Acabe, a que suba e caia em Ramote-Gileade? E um dizia desta maneira, e outro, de outra. 21. Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do SENHOR, e disse: Eu o induzirei. E o SENHOR lhe disse: Com quê? 22. E disse ele: Eu sairei e serei um espírito da mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: Tu o induzirás e ainda prevalecerás; sai e faze assim. 23. Agora, pois, eis que o SENHOR pôs o espírito da mentira na boca de todos estes teus profetas, e o SENHOR falou mal contra ti. 24. Então, Zedequias, filho de Quenaana, chegou, e feriu a Micaías no queixo, e disse: Por onde passou de mim o Espírito do SENHOR para falar a ti? 25. E disse Micaías: Eis que o verás naquele mesmo dia, quando entrares de câmara em câmara, para te esconderes. 26. Então, disse o rei de Israel: Tomai a Micaías e tornai a trazê-lo a Amom, o chefe da cidade, e a Joás, filho do rei, 27. e direis: Assim diz o rei: Metei este homem na casa do cárcere e sustentai-o com o pão de angústia e com a água de amargura, até que eu venha em paz. 28. E disse Micaías: Se tu voltares em paz, o SENHOR não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi todos os povos! 29. Assim, o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, subiram a Ramote-Gileade. 30. E disse o rei de Israel a Josafá: Eu me disfarçarei e entrarei na peleja; tu, porém, veste as tuas vestes. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel e entrou na peleja. 31. E o rei da Síria deu ordem aos chefes dos carros, que eram trinta e dois, dizendo: Não pelejareis nem contra pequeno nem contra grande, mas só contra o rei de Israel. 32. Sucedeu, pois, que, vendo os chefes dos carros Josafá, disseram eles: Certamente, este é o rei de Israel. E chegaram-se a ele, para pelejar com ele; porém Josafá gritou. 33. E sucedeu que, vendo os chefes dos carros que não era o rei de Israel, deixaram de segui-lo. 34. Então, um homem entesou o arco, na sua simplicidade, e feriu o rei de Israel por entre as fivelas e as couraças; então, ele disse ao seu carreteiro: Vira a tua mão e tira-me do exército, porque estou gravemente ferido. 35. E a peleja foi crescendo naquele dia, e o rei parou no carro defronte dos siros; porém ele morreu à tarde; e o sangue da ferida corria no fundo do carro. 36. E, depois do sol posto, passou um pregão pelo exército, dizendo: Cada um para a sua cidade, e cada um para a sua terra! 37. E morreu o rei, e o levaram a Samaria e sepultaram o rei em Samaria. 38. E, lavando-se o carro no tanque de Samaria, os cães lamberam o seu sangue (ora, as prostitutas se lavavam ali), conforme a palavra que o SENHOR tinha dito. 39. Quanto ao mais dos atos de Acabe, e a tudo quanto fez, e à casa de marfim que edificou, e a todas as cidades que edificou, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel? 40. Assim, dormiu Acabe com seus pais; e Acazias, seu filho, reinou em seu lugar. 41. E Josafá, filho de Asa, começou a reinar sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei de Israel. 42. E era Josafá da idade de trinta e cinco anos quando começou a reinar; e vinte e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Azuba, filha de Sili. 43. E andou em todos os caminhos de Asa, seu pai, não se desviou deles, fazendo o que era reto aos olhos do SENHOR. 44. Todavia, os altos não se tiraram; ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 45. E Josafá esteve em paz com o rei de Israel. 46. Quanto ao mais dos atos de Josafá, e ao poder que mostrou, e como guerreou, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Judá? 47. Também desterrou da terra o resto dos rapazes escandalosos que ficaram nos dias de Asa, seu pai. 48. Então, não havia rei em Edom, porém um vice-rei. 49. E fez Josafá navios de Társis, para irem a Ofir por causa do ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Eziom-Geber. 50. Então, Acazias, filho de Acabe, disse a Josafá: Vão os meus servos com os teus servos nos navios. Porém Josafá não quis. 51. E Josafá dormiu com seus pais e foi sepultado junto a seus pais, na Cidade de Davi, seu pai; e Jorão, seu filho, reinou em seu lugar. 52. E Acazias, filho de Acabe, começou a reinar em Samaria, no ano dezessete de Josafá, rei de Judá; e reinou dois anos sobre Israel. 53. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; porque andou nos caminhos de seu pai, como também nos caminhos de sua mãe, e nos caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel. 54. E serviu a Baal, e se inclinou diante dele, e indignou ao SENHOR, Deus de Israel, conforme tudo quanto fizera seu pai. 2 Reis 1 1. E, depois da morte de Acabe, Moabe se revoltou contra Israel. 2. E caiu Acazias pelas grades de um quarto alto, que tinha em Samaria, e adoeceu; e enviou mensageiros e disse-lhes: Ide e perguntai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença. 3. Mas o anjo do SENHOR disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria e dize-lhes: Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? 4. E, por isso, assim diz o SENHOR: Da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. Então, Elias partiu. 5. E os mensageiros voltaram para o rei, e ele lhes disse: Que há, que voltastes? 6. E eles lhe disseram: Um homem nos saiu ao encontro e nos disse: Ide, voltai para o rei que vos mandou e dizei-lhe: Assim diz o SENHOR: Porventura, não há Deus em Israel, para que mandes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto, da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. 7. E ele lhes disse: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras? 8. E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pêlos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita. 9. Então, lhe enviou um capitão de cinqüenta; e, subindo a ele (porque eis que estava assentado no cume do monte), disse-lhe: Homem de Deus, o rei diz: Desce. 10. Mas Elias respondeu e disse ao capitão de cinqüenta: Se eu, pois, sou homem de Deus, desça fogo do céu e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então, fogo desceu do céu e o consumiu a ele e aos seus cinqüenta. 11. E tornou o rei a enviar-lhe outro capitão de cinqüenta, com os seus cinqüenta; este lhe falou e disse: Homem de Deus, assim diz o rei: Desce depressa. 12. E respondeu Elias e disse-lhe: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então, fogo de Deus desceu do céu e o consumiu a ele e aos seus cinqüenta. 13. E tornou o rei a enviar outro capitão dos terceiros cinqüenta, com os seus cinqüenta; então, subiu o capitão de cinqüenta, e veio, e pôs-se de joelhos diante de Elias, e suplicou-lhe, e disse-lhe: Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida e a vida destes cinqüenta teus servos. 14. Eis que fogo desceu do céu e consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinqüenta, com os seus cinqüenta; porém, agora, seja preciosa aos teus olhos a minha vida. 15. Então, o anjo do SENHOR disse a Elias: Desce com este, não temas. E levantou-se e desceu com ele ao rei. 16. E disse-lhe: Assim diz o SENHOR: Por que enviaste mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Porventura, é porque não há Deus em Israel, para consultar a sua palavra? Portanto, desta cama, a que subiste, não descerás, mas certamente morrerás. 17. Assim, pois, morreu, conforme a palavra do SENHOR, que Elias falara; e Jorão começou a reinar no seu lugar, no ano segundo de Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá, porquanto não tinha filho. 18. O mais dos feitos de Acazias, que tinha feito, porventura, não está escrito no livro das Crônicas dos Reis de Israel? 2 Reis 2 1. Sucedeu, pois, que, havendo o SENHOR de elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias partiu com Eliseu de Gilgal. 2. E disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Betel. Porém Eliseu disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim foram a Betel. 3. Então, os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram a Eliseu e lhe disseram: Sabes que o SENHOR, hoje, tomará o teu senhor por de cima da tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos. 4. E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Jericó. Porém ele disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim vieram a Jericó. 5. Então, os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu e lhe disseram: Sabes que o SENHOR, hoje, tomará o teu senhor por de cima da tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos. 6. E Elias disse: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou ao Jordão. Mas ele disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim ambos foram juntos. 7. E foram cinqüenta homens dos filhos dos profetas e, de longe, pararam defronte; e eles ambos pararam junto ao Jordão. 8. Então Elias tomou a sua capa, e a dobrou, e feriu as águas, as quais se dividiram para as duas bandas; e passaram ambos em seco. 9. Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede- me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim. 10. E disse: Coisa dura pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará. 11. E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. 12. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando das suas vestes, as rasgou em duas partes. 13. Também levantou a capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se e parou à borda do Jordão. 14. E tomou a capa de Elias, que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR, Deus de Elias? Então, feriu as águas, e se dividiram elas para uma e outra banda; e Eliseu passou. 15. Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro e se prostraram diante dele em terra. 16. E disseram-lhe: Eis que, com teus servos, há cinqüenta homens valentes; ora, deixa-os ir para buscar teu senhor; pode ser que o elevasse o Espírito do SENHOR e o lançasse em algum dos montes ou em algum dos vales. Porém ele disse: Não os envieis. 17. Mas eles apertaram com ele, até se enfastiar; e disse- lhes: Enviai. E enviaram cinqüenta homens, que o buscaram três dias, porém não o acharam. 18. Então, voltaram para ele, tendo ele ficado em Jericó; e disse-lhes: Eu não vos disse que não fôsseis? 19. E os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que boa é a habitação desta cidade, como o meu senhor vê; porém as águas são más, e a terra é estéril. 20. E ele disse: Trazei-me uma salva nova e ponde nela sal. E lha trouxeram. 21. Então, saiu ele ao manancial das águas e deitou sal nele; e disse: Assim diz o SENHOR: Sararei estas águas; não haverá mais nelas morte nem esterilidade. 22. Ficaram, pois, sãs aquelas águas até ao dia de hoje, conforme a palavra que Eliseu tinha dito. 23. Então, subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns rapazes pequenos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo, sobe, calvo! 24. E, virando-se ele para trás, os viu e os amaldiçoou no nome do SENHOR; então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois daqueles pequenos. 25. E foi-se dali para o monte Carmelo e dali voltou para Samaria. 2 Reis 3 1. E Jorão, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel, em Samaria, no décimo-oitavo ano de Josafá, rei de Judá; e reinou doze anos. 2. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; porém não como seu pai, nem como sua mãe; porque tirou a estátua de Baal, que seu pai fizera. 3. Contudo, aderiu aos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fizera pecar a Israel; não se apartou deles. 4. Então, Mesa, rei dos moabitas, era contratador de gado e pagava ao rei de Israel cem mil cordeiros, e cem mil carneiros com a sua lã. 5. Sucedeu, porém, que, morrendo Acabe, se revoltou o rei dos moabitas contra o rei de Israel. 6. Por isso, Jorão, ao mesmo tempo, saiu de Samaria e fez revista de todo o Israel. 7. E foi e enviou a Josafá, rei de Judá, dizendo: O rei dos moabitas se revoltou contra mim; irás tu comigo à guerra contra os moabitas? E disse ele: Subirei e eu serei como tu, o meu povo, como o teu povo, e os meus cavalos, como os teus cavalos. 8. E ele disse: Por que caminho subiremos? Então disse ele: Pelo caminho do deserto de Edom. 9. E partiu o rei de Israel, e o rei de Judá, e o rei de Edom; e andaram rodeando com uma marcha de sete dias, e o exército e o gado que os seguia não tinham água. 10. Então, disse o rei de Israel: Ah! Que o SENHOR chamou a estes três reis, para os entregar nas mãos dos moabitas. 11. E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do SENHOR, para que consultemos ao SENHOR por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias. 12. E disse Josafá: Está com ele a palavra do SENHOR. Então, o rei de Israel, e Josafá, e o rei de Edom desceram a ele. 13. Mas Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai aos profetas de teu pai e aos profetas de tua mãe. Porém o rei de Israel lhe disse: Não, porque o SENHOR chamou estes três reis para os entregar nas mãos dos moabitas. 14. E disse Eliseu: Vive o SENHOR dos Exércitos, em cuja presença estou, que, se eu não respeitasse a presença de Josafá, rei de Judá, não olharia para ti nem te veria. 15. Ora, pois, trazei-me um tangedor. E sucedeu que, tangendo o tangedor, veio sobre ele a mão do SENHOR. 16. E disse: Assim diz o SENHOR: Fazei neste vale muitas covas. 17. Porque assim diz o SENHOR: Não vereis vento e não vereis chuva; todavia, este vale se encherá de tanta água, que bebereis vós e o vosso gado e os vossos animais. 18. E ainda isto é pouco aos olhos do SENHOR; também entregará ele os moabitas nas vossas mãos. 19. E ferireis todas as cidades fortes, e todas as cidades escolhidas, e todas as boas árvores cortareis, e tapareis todas as fontes de água, e danificareis com pedras todos os bons campos. 20. E sucedeu que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de manjares, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água. 21. Ouvindo, pois, todos os moabitas que os reis tinham subido para pelejarem contra eles, convocaram a todos os que cingiam cinto e daí para cima e puseram-se às fronteiras. 22. E, levantando-se de madrugada, e saindo o sol sobre as águas, viram os moabitas defronte deles as águas vermelhas como sangue. 23. E disseram: Isto é sangue; certamente que os reis se destruíram à espada e se mataram um ao outro! Agora, pois, à presa, moabitas! 24. Porém, chegando eles ao arraial de Israel, os israelitas se levantaram, e feriram os moabitas, os quais fugiram diante deles; e ainda os feriram nas suas terras, ferindo ali também os moabitas. 25. E arrasaram as cidades, e cada um lançou a sua pedra em todos os bons campos, e os entulharam, e taparam todas as fontes de águas, e cortaram todas as boas árvores, até que só em Quir-Haresete deixaram ficar as pedras, mas os fundeiros a cercaram e a feriram. 26. Mas, vendo o rei dos moabitas que a peleja prevalecia contra ele, tomou consigo setecentos homens que arrancavam espada, para romperem contra o rei de Edom, porém não puderam. 27. Então, tomou a seu filho primogênito, que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre o muro; pelo que houve grande indignação em Israel; por isso, retiraram-se dele e voltaram para a sua terra. 2 Reis 4 1. E uma mulher das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor a levar-me os meus dois filhos para serem servos. 2. E Eliseu lhe disse: Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. 3. Então, disse ele: Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos. 4. Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio. 5. Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia. 6. E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém ele lhe disse: Não há mais vaso nenhum. Então, o azeite parou. 7. Então, veio ela e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto. 8. Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher rica, a qual o reteve a comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava, ali se dirigia a comer pão. 9. E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus. 10. Façamos- lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro e ali lhe ponhamos uma cama, e uma mesa, e uma cadeira, e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se retirará. 11. E sucedeu um dia que veio ali, e retirou-se àquele quarto, e se deitou ali. 12. Então, disse ao seu moço Geazi: Chama esta sunamita. E chamando-a ele, ela se pôs diante dele. 13. Porque lhe dissera: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei ou ao chefe do exército? E dissera ela: Eu habito no meio do meu povo. 14. Então, disse ele: Que se há de fazer, pois, por ela? E Geazi disse: Ora, ela não tem filho, e seu marido é velho. 15. Pelo que disse ele: Chama-a. E, chamando-a ele, ela se pôs à porta. 16. E ele disse: A este tempo determinado, segundo o tempo da vida, abraçarás um filho. E disse ela: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva. 17. E concebeu a mulher e deu à luz um filho, no tal tempo determinado, segundo o tempo da vida que Eliseu lhe dissera. 18. E, crescendo o filho, sucedeu que, um dia, saiu para seu pai, que estava com os segadores. 19. E disse a seu pai: Ai! A minha cabeça! Ai! A minha cabeça! Então, disse a um moço: Leva-o a sua mãe. 20. E ele o tomou e o levou a sua mãe; e esteve sobre os seus joelhos até ao meio-dia e morreu. 21. E subiu ela e o deitou sobre a cama do homem de Deus; e fechou sobre ele a porta e saiu. 22. E chamou a seu marido e disse: Manda-me já um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de Deus e volte. 23. E disse ele: Por que vais a ele hoje? Não é lua nova nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem. 24. Então, albardou a jumenta e disse ao seu moço: Guia, e anda, e não te detenhas no caminhar, senão quando eu to disser. 25. Partiu ela, pois, e veio ao homem de Deus, ao monte Carmelo; e sucedeu que, vendo-a o homem de Deus de longe, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a sunamita. 26. Agora, pois, corre-lhe ao encontro e dize-lhe: Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com teu filho? E ela disse: Vai bem. 27. Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para a retirar; disse porém o homem de Deus: Deixa-a, porque a sua alma nela está triste de amargura, e o SENHOR mo encobriu e não mo manifestou. 28. E disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes? 29. E ele disse a Geazi: Cinge os teus lombos, e toma o meu bordão na tua mão, e vai; se encontrares alguém, não o saúdes; e, se alguém te saudar, não lhe respondas; e põe o meu bordão sobre o rosto do menino. 30. Porém disse a mãe do menino: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te hei de deixar. Então, ele se levantou e a seguiu. 31. E Geazi passou adiante deles e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não havia nele voz nem sentido; e voltou a encontrar-se com ele e lhe trouxe aviso, dizendo: Não despertou o menino. 32. E, chegando Eliseu àquela casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama. 33. Então, entrou ele, e fechou a porta sobre eles ambos, e orou ao SENHOR. 34. E subiu, e deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os seus olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu. 35. Depois, voltou, e passeou naquela casa de uma parte para a outra, e tornou a subir, e se estendeu sobre ele; então, o menino espirrou sete vezes e o menino abriu os olhos. 36. Então, chamou a Geazi e disse: Chama essa sunamita. E chamou-a, e veio a ele. E disse ele: Toma o teu filho. 37. E veio ela, e se prostrou a seus pés, e se inclinou à terra; e tomou o seu filho e saiu. 38. E voltando Eliseu a Gilgal, havia fome naquela terra; e os filhos dos profetas estavam assentados na sua presença; e disse ao seu moço: Põe a panela grande ao lume e faze um caldo de ervas para os filhos dos profetas. 39. Então, um saiu ao campo a apanhar ervas, e achou uma parra brava, e colheu dela a sua capa cheia de coloquíntidas; e veio e as cortou na panela do caldo; porque as não conheciam. 40. Assim, tiraram de comer para os homens. E sucedeu que, comendo eles daquele caldo, clamaram e disseram: Homem de Deus, há morte na panela. Não puderam comer. 41. Porém ele disse: Trazei, pois, farinha. E deitou- a na panela e disse: Tirai de comer para o povo. Então, não havia mal nenhum na panela. 42. E um homem veio de Baal-Salisa, e trouxe ao homem de Deus pães das primícias, vinte pães de cevada e espigas verdes na sua palha, e disse: Dá ao povo, para que coma. 43. Porém seu servo disse: Como hei de eu pôr isso diante de cem homens? E disse ele: Dá-o ao povo, para que coma; porque assim diz o SENHOR: Comer-se-á, e sobejará. 44. Então, lhos pôs diante, e comeram, e deixaram sobejos, conforme a palavra do SENHOR. 2 Reis 5 1. E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por ele o SENHOR dera livramento aos siros; e era este varão homem valoroso, porém leproso. 2. E saíram tropas da Síria e da terra de Israel levaram presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. 3. E disse esta à sua senhora: Tomara que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra. 4. Então, entrou Naamã e o notificou a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel. 5. Então, disse o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. E foi e tomou na sua mão dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestes. 6. E levou a carta ao rei de Israel, dizendo: Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o restaures da sua lepra. 7. E sucedeu que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Sou eu Deus, para matar e para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua lepra? Pelo que deveras notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim. 8. Sucedeu, porém, que, ouvindo Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel. 9. Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e parou à porta da casa de Eliseu. 10. Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado. 11. Porém Naamã muito se indignou e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, pôr-se-á em pé, e invocará o nome do SENHOR, seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso. 12. Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar purificado? E voltou-se e se foi com indignação. 13. Então, chegaram-se a ele os seus servos, e lhe falaram, e disseram: Meu pai, se o profeta te dissera alguma grande coisa, porventura, não a farias? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te e ficarás purificado. 14. Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado. 15. Então, voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e veio, e pôs-se diante dele, e disse: Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço que tomes uma bênção do teu servo. 16. Porém ele disse: Vive o SENHOR, em cuja presença estou, que a não tomarei. E instou com ele para que a tomasse, mas ele recusou. 17. E disse Naamã: Seja assim; contudo, dê-se a este teu servo uma carga de terra de um jugo de mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao SENHOR. 18. Nisso, perdoe o SENHOR a teu servo. Quando meu senhor entra na casa de Rimom, para ali adorar, e ele se encosta na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom; quando assim me encurvar na casa de Rimom, nisso, perdoe o SENHOR a teu servo. 19. E ele lhe disse: Vai em paz. E foi-se dele a uma pequena distância. 20. Então, Geazi, moço de Eliseu, homem de Deus, disse: Eis que meu senhor impediu a este siro Naamã que da sua mão se desse alguma coisa do que trazia; porém, tão certo como vive o SENHOR, que hei de correr atrás dele e tomar dele alguma coisa. 21. E foi Geazi em alcance de Naamã; e Naamã, vendo que corria atrás dele, saltou do carro a encontrá-lo e disse- lhe: Vai tudo bem? 22. E ele disse: Tudo vai bem; meu senhor me mandou dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois jovens dos filhos dos profetas da montanha de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de vestes. 23. E disse Naamã: Sê servido tomar dois talentos. E instou com ele e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com duas mudas de vestes; e pô-las sobre dois dos seus moços, os quais os levaram diante dele. 24. E, chegando ele à altura, tomou-os das suas mãos e os depositou na casa; e despediu aqueles homens, e foram-se. 25. Então, ele entrou e pôs-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseu: De onde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte. 26. Porém ele lhe disse: Porventura, não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou de sobre o seu carro, a encontrar-te? Era isso ocasião para tomares prata e para tomares vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas? 27. Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve. 2 Reis 6 1. E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face nos é estreito. 2. Vamos, pois, até ao Jordão, e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar, para habitar ali. E disse ele: Ide. 3. E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei. 4. E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira. 5. E sucedeu que, derribando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado. 6. E disse o homem de Deus: Onde caiu? E, mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez nadar o ferro. 7. E disse: Levanta-o. Então, ele estendeu a sua mão e o tomou. 8. E o rei da Síria fazia guerra a Israel; e consultou com os seus servos dizendo: Em tal e em tal lugar estará o meu acampamento. 9. Mas o homem de Deus enviou ao rei de Israel, dizendo: Guarda-te de passares por tal lugar; porque os siros desceram ali. 10. Pelo que o rei de Israel enviou àquele lugar, de que o homem de Deus lhe falara e de que o tinha avisado, e se guardou ali, não uma nem duas vezes. 11. Então, se turbou com este incidente o coração do rei da Síria, e chamou os seus servos, e lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel? 12. E disse um dos seus servos: Não, ó rei, meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas na tua câmara de dormir. 13. E ele disse: Vai e vê onde ele está, para que eu envie e mande trazê-lo. E fizeram-lhe saber, dizendo: Eis que está em Dotã. 14. Então, enviou para lá cavalos, e carros, e um grande exército, os quais vieram de noite e cercaram a cidade. 15. E o moço do homem de Deus se levantou mui cedo e saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos? 16. E ele disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. 17. E orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu. 18. E, como desceram a ele, Eliseu orou ao SENHOR e disse: Fere, peço-te, esta gente de cegueira. E feriu-a de cegueira, conforme a palavra de Eliseu. 19. Então, Eliseu lhes disse: Não é este o caminho, nem é esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que buscais. E os guiou a Samaria. 20. E sucedeu que, chegando eles a Samaria, disse Eliseu: Ó SENHOR, abre a estes os olhos para que vejam. O SENHOR lhes abriu os olhos, para que vissem, e eis que estavam no meio de Samaria. 21. E, quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri- los- ei, feri- los- ei, meu pai? 22. Mas ele disse: Não os ferirás; feririas tu os que tomasses prisioneiros com a tua espada e com o teu arco? Põe-lhes diante pão e água, para que comam e bebam e se vão para seu senhor. 23. E apresentou-lhes um grande banquete, e comeram e beberam; e os despediu, e foram para seu senhor; e não entraram mais tropas de siros na terra de Israel. 24. E sucedeu, depois disso, que Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército; e subiu e cercou a Samaria. 25. E houve grande fome em Samaria, porque eis que a cercaram, até que se vendeu uma cabeça de um jumento por oitenta peças de prata, e a quarta parte de um cabo de esterco de pombas, por cinco peças de prata. 26. E sucedeu que, passando o rei pelo muro, uma mulher lhe bradou, dizendo: Acode- me, ó rei, meu senhor. 27. E ele lhe disse: Se o SENHOR te não acode, de onde te acudirei eu, da eira ou do lagar? 28. Disse-lhe mais o rei: Que tens? E disse ela: Esta mulher me disse: Dá cá o teu filho, para que hoje o comamos e amanhã comeremos o meu filho. 29. Cozemos, pois, o meu filho e o comemos; mas, dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá cá o teu filho, para que o comamos, escondeu o seu filho. 30. E sucedeu que, ouvindo o rei as palavras desta mulher, rasgou as suas vestes e ia passando pelo muro; e o povo viu que trazia cilício por dentro, sobre a sua carne. 31. E disse: Assim me faça Deus e outro tanto, se a cabeça de Eliseu, filho de Safate, hoje ficar sobre ele. 32. Estava, então, Eliseu assentado em sua casa, e também os anciãos estavam assentados com ele. E enviou o rei um homem de diante de si; mas, antes que o mensageiro viesse a ele, disse ele aos anciãos: Vistes como o filho do homicida mandou tirar-me a cabeça? Olhai, quando vier o mensageiro, fechai-lhe a porta e empurrai-o para fora com a porta; porventura, não vem o ruído dos pés de seu senhor após ele? 33. E, estando ele ainda falando com eles, eis que o mensageiro descia a ele; e disse o rei: Eis que este mal vem do SENHOR; que mais, pois, esperaria do SENHOR? 2 Reis 7 1. Então, disse Eliseu: Ouvi a palavra do SENHOR; assim diz o SENHOR: Amanhã, quase a este tempo, uma medida de farinha haverá por um siclo, e duas medidas de cevada, por um siclo, à porta de Samaria. 2. Porém um capitão, em cuja mão o rei se encostava, respondeu ao homem de Deus e disse: Eis que, ainda que o SENHOR fizesse janelas no céu, poder-se-ia fazer isso? E ele disse: Eis que o verás com os teus olhos, porém daí não comerás. 3. E quatro homens leprosos estavam à entrada da porta, os quais disseram uns aos outros: Para que estaremos nós aqui até morrermos? 4. Se dissermos: Entremos na cidade, há fome na cidade, e morreremos aí; e, se ficarmos aqui, também morreremos; vamos nós, pois, agora, e demos conosco no arraial dos siros; se nos deixarem viver, viveremos, e, se nos matarem, tão-somente morreremos. 5. E levantaram-se ao crepúsculo, para irem ao arraial dos siros; e, chegando à entrada do arraial dos siros, eis que não havia ali ninguém. 6. Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos siros ruído de carros e ruído de cavalos, como o ruído de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem contra nós. 7. Pelo que se levantaram, e fugiram no crepúsculo, e deixaram as suas tendas, e os seus cavalos, e os seus jumentos, e o arraial como estava; e fugiram para salvarem a sua vida. 8. Chegando, pois, estes leprosos à entrada do arraial, entraram numa tenda, e comeram, e beberam, e tomaram dali prata, e ouro, e vestes, e foram, e os esconderam; então, voltaram, e entraram em outra tenda, e dali também tomaram alguma coisa, e a esconderam. 9. Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; pelo que agora vamos e o anunciemos à casa do rei. 10. Vieram, pois, e bradaram aos porteiros da cidade, e lhes anunciaram, dizendo: Fomos ao arraial dos siros, e eis que lá não havia ninguém, nem voz de homem, porém, só cavalos atados, e jumentos atados, e as tendas como estavam dantes. 11. E chamaram os porteiros, e estes o anunciaram dentro da casa do rei. 12. E o rei se levantou de noite e disse aos seus servos: Agora, vos farei saber o que é que os siros nos fizeram; bem sabem eles que esfaimados estamos; pelo que saíram do arraial, a esconder-se pelo campo, dizendo: Quando saírem da cidade, então, os tomaremos vivos e entraremos na cidade. 13. Então, um dos seus servos respondeu e disse: Tomem-se, pois, cinco dos cavalos do resto que ficou aqui dentro, pois toda a multidão dos israelitas que ficaram aqui de resto terá a mesma sorte da multidão dos israelitas que já pereceram; enviemo-los e vejamos. 14. Tomaram, pois, dois cavalos de carro; e o rei os enviou após o exército dos siros, dizendo: Ide e vede. 15. E foram após eles até ao Jordão, e eis que todo o caminho estava cheio de vestes e de aviamentos, que os siros, apressando-se, lançaram fora; e voltaram os mensageiros e o anunciaram ao rei. 16. Então, saiu o povo e saqueou o arraial dos siros; e havia uma medida de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada, por um siclo, conforme a palavra do SENHOR. 17. E pusera o rei à porta o capitão em cuja mão se encostava; e o povo o atropelou na porta, e ele morreu, como falara o homem de Deus, o que falou quando o rei descera a ele. 18. Porque assim sucedeu como o homem de Deus falara ao rei, dizendo: Amanhã, quase a este tempo, haverá duas medidas de cevada por um siclo, e uma medida de farinha, por um siclo, à porta de Samaria. 19. E aquele capitão respondera ao homem de Deus e disse: Eis que, ainda que o SENHOR fizesse janelas no céu, poder-se-ia isso fazer conforme essa palavra? E o homem de Deus dissera: Eis que o verás com os teus olhos, porém daí não comerás. 20. E assim lhe sucedeu, porque o povo o atropelou à porta, e ele morreu. 2 Reis 8 1. E falou Eliseu àquela mulher cujo filho vivificara, dizendo: Levanta-te, e vai-te, tu e a tua família, e peregrina onde puderes peregrinar; porque o SENHOR chamou a fome, a qual também virá à terra por sete anos. 2. E levantou-se a mulher e fez conforme a palavra do homem de Deus; porque foi ela com a sua família e peregrinou na terra dos filisteus sete anos. 3. E sucedeu que, ao cabo dos sete anos, a mulher voltou da terra dos filisteus e saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras. 4. Ora, o rei falava a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito. 5. E sucedeu que, contando ele ao rei como vivificara a um morto, eis que a mulher cujo filho vivificara clamou ao rei pela sua casa e pelas suas terras; então, disse Geazi: Ó rei, meu senhor, esta é a mulher, e este o seu filho, a quem Eliseu vivificou. 6. E o rei perguntou à mulher, e ela lho contou; então, o rei lhe deu um eunuco, dizendo: Faze- lhe restituir tudo quanto era seu e todas as rendas das terras, desde o dia em que deixou a terra até agora. 7. Depois, veio Eliseu a Damasco, estando Ben-Hadade, rei da Síria, doente; e lho anunciaram, dizendo: O homem de Deus é chegado aqui. 8. Então, o rei disse a Hazael: Toma um presente na tua mão, e vai a encontrar-te com o homem de Deus, e pergunta por ele ao SENHOR, dizendo: Hei de eu sarar desta doença? 9. Foi, pois, Hazael encontrar-se com ele e tomou um presente na sua mão, a saber, de tudo que era bom de Damasco, quarenta camelos carregados; e veio, e se pôs diante dele, e disse: Teu filho Ben-Hadade, rei da Síria, me enviou a ti, a dizer: Sararei eu desta doença? 10. E Eliseu lhe disse: Vai e dize-lhe: Certamente, não sararás. Porque o SENHOR me tem mostrado que certamente morrerá. 11. E afirmou a sua vista e fitou os olhos nele, até se envergonhar; e chorou o homem de Deus. 12. Então, disse Hazael: Por que chora meu senhor? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel; porás fogo às suas fortalezas, e os seus jovens matarás à espada, e os seus meninos despedaçarás, e as suas pejadas fenderás. 13. E disse Hazael: Pois que é teu servo, que não é mais do que um cão, para fazer tão grande coisa? E disse Eliseu: O SENHOR me tem mostrado que tu hás de ser rei da Síria. 14. Então, partiu de Eliseu e veio a seu senhor, o qual lhe disse: Que te disse Eliseu? E disse ele: Disse-me que certamente sararás. 15. E sucedeu, ao outro dia, que tomou um cobertor, e o molhou na água, e o estendeu sobre o seu rosto, e morreu. E Hazael reinou em seu lugar. 16. E, no ano quinto de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, reinando ainda Josafá em Judá, começou a reinar Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá. 17. Era ele da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar e oito anos reinou em Jerusalém. 18. E andou no caminho dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe, porque tinha por mulher a filha de Acabe, e fez o que era mal aos olhos do SENHOR. 19. Porém o SENHOR não quis destruir a Judá por amor de Davi, seu servo, como lhe tinha dito que lhe daria para sempre uma lâmpada a seus filhos. 20. Nos seus dias, se revoltaram os edomitas contra o mando de Judá e puseram sobre si um rei. 21. Pelo que Jeorão passou a Zair, e todos os carros com ele; e ele se levantou de noite e feriu os edomitas que estavam ao redor dele e os capitães dos carros; e o povo foi para as suas tendas. 22. Todavia, os edomitas ficaram revoltados contra o mando de Judá até ao dia de hoje; então, também se revoltou Libna no mesmo tempo. 23. O mais dos atos de Jeorão e tudo quanto fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 24. E Jeorão dormiu com seus pais e foi sepultado com seus pais na Cidade de Davi; e Acazias, seu filho, reinou em seu lugar. 25. No ano doze de Jorão filho de Acabe, rei de Israel, começou a reinar Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá. 26. Era Acazias de vinte e dois anos de idade quando começou a reinar e reinou um ano em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Atalia, filha de Onri, rei de Israel. 27. E andou no caminho da casa de Acabe e fez mal aos olhos do SENHOR, como a casa de Acabe, porque era genro da casa de Acabe. 28. E foi com Jorão, filho de Acabe, a Ramote-Gileade, à peleja contra Hazael, rei da Síria; e os siros feriram Jorão. 29. Então, voltou o rei Jorão para se curar em Jezreel das feridas que os siros lhe fizeram em Ramá, quando pelejou contra Hazael, rei da Síria; e desceu Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá, para ver a Jorão, filho de Acabe, em Jezreel, porquanto estava doente. 2 Reis 9 1. Então, o profeta Eliseu chamou um dos filhos dos profetas e lhe disse: Cinge os teus lombos, e toma esta almotolia de azeite na tua mão, e vai-te a Ramote-Gileade. 2. E, chegando lá, vê onde está Jeú, filho de Josafá, filho de Ninsi; e entra, e faze que ele se levante do meio de seus irmãos, e leva-o à câmara interior. 3. E toma a almotolia de azeite, e derrama-o sobre a sua cabeça, e dize: Assim diz o SENHOR: Ungi-te rei sobre Israel. Então, abre a porta, e foge, e não te detenhas. 4. Foi, pois, o rapaz, o jovem profeta, a Ramote-Gileade. 5. E, entrando ele, eis que os capitães do exército estavam assentados ali; e disse: Capitão, tenho uma palavra que te dizer. E disse Jeú. A qual de todos nós? E disse: A ti, capitão! 6. Então, se levantou, e entrou na casa, e derramou o azeite sobre a sua cabeça, e lhe disse: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Ungi-te rei sobre o povo do SENHOR, sobre Israel. 7. E ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do SENHOR da mão de Jezabel. 8. E toda a casa de Acabe perecerá; e destruirei de Acabe todo varão, tanto o encerrado como o livre em Israel. 9. Porque à casa de Acabe hei de fazer como à casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como à casa de Baasa, filho de Aías. 10. E os cães comerão a Jezabel no pedaço de campo de Jezreel; não haverá quem a enterre. Então, abriu a porta e fugiu. 11. E, saindo Jeú aos servos de seu senhor, disseram-lhe: Vai tudo bem? Por que veio a ti este louco? E ele lhes disse: Bem conheceis o homem e o seu falar. 12. Mas eles disseram: É mentira; agora, faze-no-lo saber. E disse: Assim e assim me falou, dizendo: Assim diz o SENHOR: Ungi-te rei sobre Israel. 13. Então, se apressaram, e tomou cada um a sua veste e a pôs debaixo dele, no mais alto degrau; e tocaram a buzina e disseram: Jeú reina. 14. Assim, Jeú, filho de Josafá, filho de Ninsi, conspirou contra Jorão. Tinha, porém, Jorão cercado a Ramote-Gileade, ele e todo o Israel, por causa de Hazael, rei da Síria. 15. Porém o rei Jorão voltou para se curar em Jezreel das feridas que os siros lhe fizeram, quando pelejou contra Hazael, rei da Síria. E disse Jeú: Se é da vossa vontade, ninguém saia da cidade, nem escape, para ir anunciar isso em Jezreel. 16. Então, Jeú subiu a um carro e foi-se a Jezreel, porque Jorão estava deitado ali; e também Acazias, rei de Judá, descera para ver a Jorão. 17. E o atalaia estava na torre de Jezreel, e viu a tropa de Jeú, que vinha, e disse: Vejo uma tropa. Então, disse Jorão: Toma um cavaleiro e envia-lho ao encontro; e diga: Há paz? 18. E o cavaleiro lhe foi ao encontro e disse: Assim diz o rei: Há paz? E disse Jeú: Que tens tu que fazer com a paz? Passa para trás de mim. E o atalaia o fez saber, dizendo: Chegou a eles o mensageiro, porém não volta. 19. Então, enviou outro cavaleiro; e, chegando este a eles, disse: Assim diz o rei: Há paz? E disse Jeú: Que tens tu que fazer com a paz? Passa para trás de mim. 20. E o atalaia o fez saber, dizendo: Também este chegou a eles, porém não volta; e o andar parece como o andar de Jeú, filho de Ninsi, porque anda furiosamente. 21. Então, disse Jorão: Aparelha o carro. E aparelharam o seu carro. E saiu Jorão, rei de Israel, e Acazias, rei de Judá, cada um em seu carro, e saíram ao encontro de Jeú, e o acharam no pedaço de campo de Nabote, o jezreelita. 22. E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há paz, Jeú? E disse ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas? 23. Então, Jorão voltou as mãos, e fugiu, e disse a Acazias: Traição há, Acazias. 24. Mas Jeú entesou o seu arco com toda a força e feriu a Jorão entre os braços, e a flecha lhe saiu pelo coração; e caiu no seu carro. 25. Então, Jeú disse a Bidcar, seu capitão: Toma-o, lança-o no pedaço do campo de Nabote, o jezreelita; pois, lembra-te de que, indo eu e tu juntos a cavalo após Acabe, seu pai, o SENHOR pôs sobre ele esta carga, dizendo: 26. Por certo que, se eu não visse ontem à tarde o sangue de Nabote e o sangue de seus filhos, diz o SENHOR, também não to pagaria neste pedaço de campo, diz o SENHOR. Agora, pois, toma-o e lança-o neste pedaço de campo, conforme a palavra do SENHOR. 27. O que vendo Acazias, rei de Judá, fugiu pelo caminho da casa do jardim, porém Jeú seguiu após ele e disse: Feri também a este no carro à subida de Gur, que está junto a Ibleão. E fugiu para Megido e morreu ali. 28. E seus servos o levaram num carro a Jerusalém e o sepultaram na sua sepultura, junto a seus pais, na Cidade de Davi. 29. E, no ano undécimo de Jorão, filho de Acabe, começou Acazias a reinar sobre Judá. 30. E Jeú veio a Jezreel, o que ouvindo Jezabel, se pintou em volta dos olhos, e enfeitou a sua cabeça, e olhou pela janela. 31. E, entrando Jeú pelas portas, disse ela: Teve paz Zinri, que matou a seu senhor? 32. E levantou ele o rosto para a janela e disse: Quem é comigo? Quem? E dois ou três eunucos olharam para ele. 33. Então, disse ele: Lançai-a de alto abaixo. E lançaram-na de alto abaixo; e foram salpicados com o seu sangue a parede e os cavalos, e Jeú a atropelou. 34. Entrando ele, pois, e havendo comido e bebido, disse: Olhai por aquela maldita e sepultai-a, porque é filha de rei. 35. E foram para a sepultar; porém não acharam dela senão somente a caveira, e os pés, e as palmas das mãos. 36. Então, voltaram e lho fizeram saber; e ele disse: Esta é a palavra do SENHOR, a qual falou pelo ministério de Elias, o tisbita, seu servo, dizendo: No pedaço do campo de Jezreel, os cães comerão a carne de Jezabel. 37. E o cadáver de Jezabel será como esterco sobre o campo, no pedaço de Jezreel, que se não possa dizer: Esta é Jezabel. 2 Reis 10 1. E Acabe tinha setenta filhos em Samaria; e Jeú escreveu cartas e as enviou a Samaria, aos chefes de Jezreel, aos anciãos e aos aios dos filhos de Acabe, dizendo: 2. Logo, em chegando a vós esta carta, pois estão convosco os filhos de vosso senhor, como também os carros, e os cavalos, e a cidade fortalecida, e as armas, 3. olhai pelo melhor e mais reto dos filhos de vosso senhor, o qual ponde sobre o trono de seu pai, e pelejai pela casa de vosso senhor. 4. Porém eles temeram muitíssimo e disseram: Eis que dois reis não puderam parar diante dele; como, pois, poderemos nós resistir-lhe? 5. Então, o que tinha cargo da casa, e o que tinha cargo da cidade, e os anciãos, e os aios enviaram a Jeú, dizendo: Teus servos somos e tudo quanto nos disseres faremos; a ninguém poremos rei; faze o que for bom aos teus olhos. 6. Então, segunda vez, lhes escreveu outra carta, dizendo: Se sois meus e ouvirdes a minha voz, tomai as cabeças dos homens, filhos de vosso senhor, e amanhã a este tempo vinde a mim, a Jezreel (e os filhos do rei, setenta homens, estavam com os grandes da cidade, que os mantinham). 7. Sucedeu, pois, que, chegada a eles a carta, tomaram os filhos do rei, e os mataram, setenta homens, e puseram as suas cabeças nuns cestos, e lhas mandaram a Jezreel. 8. E um mensageiro veio e lhe anunciou dizendo: Trouxeram as cabeças dos filhos do rei. E ele disse: Ponde-as em dois montões à entrada da porta, até amanhã. 9. E sucedeu que, pela manhã, saindo ele, parou e disse a todo o povo: Vós sois justos; eis que eu conspirei contra o meu senhor e o matei; mas quem feriu todos estes? 10. Sabei, pois, agora que, da palavra do SENHOR, que o SENHOR falou contra a casa de Acabe, nada cairá em terra, porque o SENHOR tem feito o que falou pelo ministério de seu servo Elias. 11. Também Jeú feriu todos os restantes da casa de Acabe, em Jezreel, como também todos os seus grandes, e os seus conhecidos, e os seus sacerdotes, até que nenhum lhe deixou ficar de resto. 12. Então, se levantou, e partiu, e foi a Samaria. E, estando no caminho, em Bete-Equede dos pastores, 13. Jeú achou os irmãos de Acazias, rei de Judá, e disse: Quem sois vós? E eles disseram: Os irmãos de Acazias somos; e descemos a saudar os filhos do rei e os filhos da rainha. 14. Então, disse ele: Apanhai-os vivos. E eles os apanharam vivos e os mataram junto ao poço de Bete-Equede, quarenta e dois homens; e a nenhum deles deixou de resto. 15. E, partindo dali, encontrou a Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, o qual saudou e lhe disse: Reto é o teu coração, como o meu coração é com o teu coração? E disse Jonadabe: É. Então, se é, dá-me a mão. E deu-lhe a mão e fê-lo subir consigo ao carro. 16. E disse: Vai comigo e verás o meu zelo para com o SENHOR. E o puseram no seu carro. 17. E, chegando a Samaria, feriu todos os que ficaram de Acabe em Samaria, até que os destruiu, conforme a palavra que o SENHOR dissera a Elias. 18. E ajuntou Jeú a todo o povo e disse-lhe: Acabe serviu pouco a Baal; Jeú, porém, muito o servirá. 19. Pelo que chamai-me, agora, todos os profetas de Baal, todos os seus servos e todos os seus sacerdotes; não falte nenhum, porque tenho um grande sacrifício a fazer a Baal; todo aquele que faltar não viverá. Porém Jeú fazia isso com astúcia, para destruir os servos de Baal. 20. Disse mais Jeú: Consagrai a Baal uma assembléia solene. E a apregoaram. 21. Também Jeú enviou por todo o Israel; e vieram todos os servos de Baal, e nenhum homem deles ficou que não viesse; e entraram na casa de Baal, e encheu-se a casa de Baal, de um lado ao outro. 22. Então, disse ao que tinha o cargo das vestimentas. Tira as vestimentas para todos os servos de Baal. E ele lhes tirou para fora as vestimentas. 23. E entrou Jeú com Jonadabe, filho de Recabe, na casa de Baal, e disse aos servos de Baal: Examinai e vede bem que, porventura, nenhum dos servos do SENHOR aqui haja convosco, senão somente os servos de Baal. 24. E, entrando eles a fazerem sacrifícios e holocaustos, Jeú preparou da parte de fora oitenta homens e disse- lhes: Se escapar algum dos homens que eu entregar em vossas mãos, a vossa vida será pela vida dele. 25. E sucedeu que, acabando de fazer o holocausto, disse Jeú aos da sua guarda e aos capitães: Entrai, feri-os, não escape nenhum. E os feriram a fio de espada; e os da guarda e os capitães os lançaram fora, e se foram à cidade da casa de Baal. 26. E tiraram as estátuas da casa de Baal, e as queimaram. 27. Também quebraram a estátua de Baal, e derrubaram a casa de Baal, e fizeram dela latrinas, até ao dia de hoje. 28. E, assim, Jeú destruiu a Baal de Israel. 29. Porém não se apartou Jeú de seguir os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel, a saber, dos bezerros de ouro, que estavam em Betel e em Dã. 30. Pelo que disse o SENHOR a Jeú: Porquanto bem fizeste em realizar o que é reto aos meus olhos e, conforme tudo quanto eu tinha no meu coração, fizeste à casa de Acabe, teus filhos até à quarta geração se assentarão no trono de Israel. 31. Mas Jeú não teve cuidado de andar com todo o seu coração na lei do SENHOR, Deus de Israel, nem se apartou dos pecados de Jeroboão, que fez pecar a Israel. 32. Naqueles dias, começou o SENHOR a diminuir os termos de Israel porque Hazael os feriu em todas as fronteiras de Israel, 33. desde o Jordão para o nascente do sol, e toda a terra de Gileade, e os gaditas, e os rubenitas, e os manassitas, desde Aroer, que está junto ao ribeiro de Arnom, a saber, Gileade e Basã. 34. Ora, o mais dos atos de Jeú e tudo quanto fez, e todo o seu poder, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel? 35. E Jeú dormiu com seus pais, e o sepultaram em Samaria; e Jeoacaz, seu filho, reinou em seu lugar. 36. E os dias que Jeú reinou sobre Israel em Samaria foram vinte e oito anos. 2 Reis 11 1. Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a descendência real. 2. Mas Jeoseba, filha do rei Jeorão, irmã de Acazias, tomou a Joás, filho de Acazias, e o furtou dentre os filhos do rei, aos quais matavam, e o pôs, a ele e à sua ama, na recâmara, e o escondeu de Atalia, e assim não o mataram. 3. E Jeoseba o teve escondido na Casa do SENHOR seis anos; e Atalia reinava sobre a terra. 4. E, no sétimo ano, mandou Joiada chamar os centuriões, com os capitães e com os da guarda, e os meteu consigo na Casa do SENHOR; e fez com eles um concerto, e os ajuramentou na Casa do SENHOR, e lhes mostrou o filho do rei. 5. E deu-lhes ordem, dizendo: Esta é a obra que vós haveis de fazer: uma terça parte de vós, que entra no sábado, fará a guarda da casa do rei; 6. e outra terça parte estará à porta Sur; e a outra terça parte, à porta detrás dos da guarda; assim, fareis a guarda desta casa, afastando a todos. 7. E as duas partes de vós, a saber, todos os que saem no sábado, farão a guarda da Casa do SENHOR, junto ao rei. 8. E rodeareis o rei, cada um com as suas armas nas mãos, e aquele que entrar entre as fileiras deverá ser morto; e vós estareis com o rei quando sair e quando entrar. 9. Fizeram, pois, os centuriões conforme tudo quanto ordenara o sacerdote Joiada, tomando cada um os seus homens, tanto aos que entravam no sábado como aos que saíam no sábado; e vieram ao sacerdote Joiada. 10. E o sacerdote deu aos centuriões as lanças e os escudos que haviam sido do rei Davi, que estavam na Casa do SENHOR. 11. E os da guarda se puseram, cada um com as armas na mão, desde o lado direito da casa até ao lado esquerdo da casa, da banda do altar e da banda da casa, junto ao rei em redor. 12. Então, ele tirou o filho do rei, e lhe pôs a coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei, e o ungiram, e bateram as mãos, e disseram: Viva o rei! 13. E Atalia, ouvindo a voz dos da guarda e do povo, entrou ao povo na Casa do SENHOR. 14. E olhou, e eis que o rei estava junto à coluna, conforme o costume, e os capitães e as trombetas, junto ao rei, e todo o povo da terra estava alegre e tocava as trombetas; então, Atalia rasgou as suas vestes e clamou: Traição! Traição! 15. Porém o sacerdote Joiada deu ordem aos centuriões que comandavam as tropas e disse-lhes: Tirai-a para fora das fileiras, e a quem a seguir, matai-o à espada. Porque o sacerdote disse: Não a matem na Casa do SENHOR. 16. E lançaram mão dela; e ela foi pelo caminho da entrada dos cavalos, à casa do rei, e ali a mataram. 17. E Joiada fez um concerto entre o SENHOR, e o rei, e o povo, que seria o povo do SENHOR; como também entre o rei e o povo. 18. Então, todo o povo da terra entrou na casa de Baal, e a derribaram, como também os seus altares e as suas imagens totalmente quebraram, e a Matã, sacerdote de Baal, mataram perante os altares; então, o sacerdote pôs oficiais sobre a Casa do SENHOR. 19. E tomou os centuriões, e os capitães, e os da guarda, e todo o povo da terra; e conduziram da Casa do SENHOR o rei e vieram, pelo caminho da porta dos da guarda, à casa do rei, e ele se assentou no trono dos reis. 20. E todo o povo da terra se alegrou, e a cidade repousou, depois que mataram Atalia à espada, junto à casa do rei. 21. Era Joás da idade de sete anos quando o fizeram rei. 2 Reis 12 1. No ano sétimo de Jeú, começou a reinar Joás e quarenta anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba. 2. E fez Joás o que era reto aos olhos do SENHOR todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia. 3. Tão-somente os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 4. E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas santas que se trouxer à Casa do SENHOR, a saber, o dinheiro daquele que passa o arrolamento, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo a sua avaliação, e todo o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente para a Casa do SENHOR, 5. os sacerdotes o recebam, cada um dos seus conhecidos; e eles reparem as fendas da casa, segundo toda fenda que se achar nela. 6. Sucedeu, porém, que, no ano vinte e três do rei Joás, os sacerdotes ainda não tinham reparado as fendas da casa. 7. Então, o rei Joás chamou o sacerdote Joiada e os mais sacerdotes e lhes disse: Por que não reparais as fendas da casa? Agora, pois, não tomeis mais dinheiro de vossos conhecidos, mas dai-o em prol das fendas da casa. 8. E consentiram os sacerdotes em não tomarem mais dinheiro do povo, nem em repararem as fendas da casa. 9. Porém o sacerdote Joiada tomou uma arca, e fez um buraco na tampa, e a pôs ao pé do altar, à mão direita dos que entravam na Casa do SENHOR; e os sacerdotes que guardavam a entrada da porta depositavam ali todo o dinheiro que se trazia à Casa do SENHOR. 10. Sucedeu, pois, que, quando viram que já havia muito dinheiro na arca, o escrivão do rei subia com o sumo sacerdote, e contavam e ensacavam o dinheiro que se achava na Casa do SENHOR. 11. E o dinheiro, depois de pesado, davam nas mãos dos que faziam a obra, que tinham a seu cargo a Casa do SENHOR; e eles os distribuíam aos carpinteiros e aos edificadores que reparavam a Casa do SENHOR, 12. como também aos pedreiros e aos cabouqueiros, e compravam madeira e pedras de cantaria para repararem as fendas da Casa do SENHOR e para tudo quanto para a casa se dava para a repararem. 13. Todavia, do dinheiro que se trazia à Casa do SENHOR não se faziam nem taças de prata, nem garfos, nem bacias, nem trombetas, nem nenhum vaso de ouro ou vaso de prata para a Casa do SENHOR. 14. Porque o davam aos que faziam a obra, e reparavam com ele a Casa do SENHOR. 15. Também não pediam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para o dar aos que faziam a obra, porque procediam com fidelidade. 16. Mas o dinheiro do sacrifício por delitos e o dinheiro por sacrifício de pecados se não traziam à Casa do SENHOR; porém eram para os sacerdotes. 17. Então, subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate, e a tomou; depois, Hazael resolveu marchar contra Jerusalém. 18. Porém, Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas santas que Josafá, e Jeorão, e Acazias, seus pais, reis de Judá, consagraram, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da Casa do SENHOR e na casa do rei; e os mandou a Hazael, rei da Síria; e este, então, se retirou de Jerusalém. 19. Ora, o mais dos atos de Joás e tudo quanto fez mais, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 20. E levantaram-se os seus servos, e conspiraram contra ele, e feriram Joás na casa de Milo, que desce para Sila. 21. Porque Jozacar, filho de Simeate, e Jozabade, filho de Somer, seus servos, o feriram, e morreu; e o sepultaram com seus pais na Cidade de Davi; e Amazias, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Reis 13 1. No ano vinte e três de Joás, filho de Acazias, rei de Judá, começou a reinar Jeoacaz, filho de Jeú, sobre Israel, em Samaria, e reinou dezessete anos. 2. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR; porque seguiu os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel; não se apartou deles. 3. Pelo que a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, o qual deu-os na mão de Hazael, rei da Síria, e na mão de Ben-Hadade, filho de Hazael, todos aqueles dias. 4. Porém Jeoacaz suplicou diante da face do SENHOR, e o SENHOR o ouviu; pois viu a opressão de Israel, porque os oprimia o rei da Síria. 5. E o SENHOR deu um salvador a Israel, e os filhos de Israel saíram de debaixo das mãos dos siros e habitaram nas suas tendas, como dantes. 6. (Contudo, não se apartaram dos pecados da casa de Jeroboão, que fez pecar a Israel; porém andaram neles; e também o bosque ficou em pé em Samaria.) 7. Não deixou a Jeoacaz mais povo, senão só cinqüenta cavaleiros, e dez carros, e dez mil homens de pé; porquanto o rei da Síria os tinha destruído e os tinha feito como o pó, trilhando- os. 8. Ora, o mais dos atos de Jeoacaz, e tudo quanto fez mais, e o seu poder, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel? 9. E Jeoacaz dormiu com seus pais, e o sepultaram em Samaria; e Jeoás, seu filho, reinou em seu lugar. 10. No ano trinta e sete de Joás, rei de Judá, começou a reinar Jeoás, filho de Jeoacaz, sobre Israel, em Samaria, e reinou dezesseis anos. 11. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR; não se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel, porém andou neles. 12. Ora, o mais dos atos de Jeoás, e tudo quanto fez mais, e o seu poder, com que pelejou contra Amazias, rei de Judá, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel? 13. E Jeoás dormiu com seus pais, e Jeroboão se assentou no seu trono; e Jeoás foi sepultado em Samaria, junto aos reis de Israel. 14. E Eliseu estava doente da sua doença de que morreu; e Jeoás, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! 15. E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E tomou um arco e flechas. 16. Então, disse ao rei de Israel: Põe a tua mão sobre o arco. E pôs sobre ele a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as mãos do rei. 17. E disse: Abre a janela para o oriente. E abriu-a. Então, disse Eliseu: Atira. E atirou; e disse: A flecha do livramento do SENHOR é a flecha do livramento contra os siros; porque ferirás os siros em Afeca, até os consumir. 18. E disse mais: Toma as flechas. E tomou- as. Então, disse ao rei de Israel: Fere a terra. E feriu-a três vezes e cessou. 19. Então, o homem de Deus se indignou muito contra ele e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então, feririas os siros até os consumir; porém agora só três vezes ferirás os siros. 20. Depois, morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiam a terra, à entrada do ano. 21. E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés. 22. E Hazael, rei da Síria, oprimiu a Israel todos os dias de Jeoacaz. 23. Porém o SENHOR teve misericórdia deles, e se compadeceu deles, e tornou para eles, por amor do seu concerto com Abraão, Isaque e Jacó; e não os quis destruir e não os lançou ainda da sua presença. 24. E morreu Hazael, rei da Síria; e Ben-Hadade, seu filho, reinou em seu lugar. 25. E Jeoás, filho de Jeoacaz, tornou a tomar as cidades das mãos de Ben-Hadade, que este tinha tomado das mãos de Jeoacaz, seu pai, na guerra; três vezes Jeoás o feriu e recuperou as cidades de Israel. 2 Reis 14 1. No segundo ano de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel, começou a reinar Amazias, filho de Joás, rei de Judá. 2. Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar e vinte e nove anos reinou em Jerusalém. E era o nome de sua mãe Jeoadã, de Jerusalém. 3. E ele fez o que era reto aos olhos do SENHOR, ainda que não como Davi, seu pai; fez, porém, conforme tudo o que fizera Joás, seu pai. 4. Tão-somente os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 5. Sucedeu, pois, que, sendo já o reino confirmado na sua mão, matou os seus servos que tinham matado o rei, seu pai. 6. Porém os filhos dos matadores não matou, como está escrito no livro da Lei de Moisés, no qual o SENHOR deu ordem, dizendo: Não matarão os pais por causa dos filhos, e os filhos não matarão por causa dos pais; mas cada um será morto pelo seu pecado. 7. Amazias feriu a dez mil edomitas no vale do Sal e tomou a Sela na guerra; e chamou o seu nome Jocteel, até ao dia de hoje. 8. Então, Amazias enviou mensageiros a Jeoás, filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de Israel, dizendo: Vem, vejamo-nos face a face. 9. Porém Jeoás, rei de Israel, enviou a Amazias, rei de Judá, dizendo: O cardo que está no Líbano enviou ao cedro que está no Líbano, dizendo: Dá tua filha por mulher a meu filho; mas os animais do campo, que estavam no Líbano, passaram e pisaram o cardo. 10. Na verdade, feriste os edomitas, e o teu coração se ensoberbeceu; gloria-te disso e fica em tua casa; e por que te entremeterias no mal, para caíres tu, e Judá contigo? 11. Mas Amazias não o ouviu; e subiu Jeoás, rei de Israel, e Amazias, rei de Judá, e viram-se face a face em Bete-Semes, que está em Judá. 12. E Judá foi ferido diante de Israel, e fugiu cada um para a sua tenda. 13. E Jeoás, rei de Israel, tomou a Amazias, rei de Judá, filho de Joás, filho de Acazias, em Bete-Semes, e veio a Jerusalém, e rompeu o muro de Jerusalém, desde a porta de Efraim até à porta da esquina, quatrocentos côvados. 14. E tomou todo o ouro, e a prata, e todos os utensílios que se acharam na Casa do SENHOR e nos tesouros da casa do rei, como também os reféns; e voltou para Samaria. 15. Ora, o mais dos atos de Jeoás, o que fez, e o seu poder, e como pelejou contra Amazias, rei de Judá, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel? 16. E dormiu Jeoás com seus pais e foi sepultado em Samaria, junto aos reis de Israel; e Jeroboão, seu filho, reinou em seu lugar. 17. E viveu Amazias, filho de Joás, rei de Judá, depois da morte de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel, quinze anos. 18. Ora, o mais dos atos de Amazias, porventura, não está escrito no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 19. E conspiraram contra ele em Jerusalém, e fugiu para Laquis; porém enviaram após ele homens até Laquis; e estes o mataram ali. 20. E o trouxeram em cima de cavalos e o sepultaram em Jerusalém, junto a seus pais, na Cidade de Davi. 21. E todo o povo de Judá tomou a Azarias, que já era de dezesseis anos, e o fizeram rei em lugar de Amazias, seu pai. 22. Azarias edificou a Elate e a restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais. 23. No décimo-quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samaria Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos. 24. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR; nunca se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel. 25. Também este restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da Planície, conforme a palavra do SENHOR, Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer. 26. Porque viu o SENHOR que a miséria de Israel era mui amarga e que nem havia encerrado, nem livre, nem quem ajudasse a Israel. 27. E ainda não falara o SENHOR em apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém os livrou por mão de Jeroboão, filho de Jeoás. 28. Ora, o mais dos atos de Jeroboão, tudo quanto fez, e seu poder, como pelejou e como reconquistou Damasco e Hamate, pertencentes a Judá, sendo rei de Israel, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel? 29. E Jeroboão dormiu com seus pais, com os reis de Israel; e Zacarias, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Reis 15 1. No ano vinte e sete de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amazias, rei de Judá. 2. Tinha dezesseis anos quando começou a reinar e cinqüenta e dois anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jecolias, de Jerusalém. 3. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai. 4. Tão-somente os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 5. E o SENHOR feriu o rei, e este ficou leproso até ao dia da sua morte e habitou numa casa separada; porém Jotão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da terra. 6. Ora, o mais dos atos de Azarias e tudo o que fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 7. E Azarias dormiu com seus pais, e o sepultaram junto a seus pais, na Cidade de Davi; e Jotão, seu filho, reinou em seu lugar. 8. No ano trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em Samaria, seis meses. 9. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, como tinham feito seus pais; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel. 10. E Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele, e o feriu diante do povo, e o matou, e reinou em seu lugar. 11. Ora, o mais dos atos de Zacarias, eis que está escrito no livro das Crônicas dos Reis de Israel. 12. Esta foi a palavra que o SENHOR falou a Jeú, dizendo: Teus filhos, até à quarta geração, se assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi. 13. Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá; e reinou um mês inteiro em Samaria. 14. Porque Menaém, filho de Gadi, subiu de Tirza, e veio a Samaria, e feriu a Salum, filho de Jabes, em Samaria, e o matou, e reinou em seu lugar. 15. Ora, o mais dos atos de Salum e a conspiração que fez, eis que estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel. 16. Então, Menaém feriu a Tifsa e todos os que nela havia, como também seus termos desde Tirza, porque não lha tinham aberto; e os feriu, pois, e todas as mulheres grávidas fendeu pelo meio. 17. Desde o ano trinta e nove de Azarias, rei de Judá, Menaém, filho de Gadi, começou a reinar sobre Israel e reinou dez anos em Samaria. 18. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR; todos os seus dias se não apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel. 19. Então, veio Pul, rei da Assíria, contra a terra; e Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que a sua mão fosse com ele, a fim de firmar o reino na sua mão. 20. E Menaém tirou esse dinheiro de Israel, de todos os poderosos e ricos, para o dar ao rei da Assíria, para cada homem cinqüenta siclos de prata; assim, voltou o rei da Assíria e não ficou ali na terra. 21. Ora, o mais dos atos de Menaém e tudo quanto fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel? 22. E Menaém dormiu com seus pais; e Pecaías, seu filho, reinou em seu lugar. 23. No ano cinqüenta de Azarias, rei de Judá, começou a reinar Pecaías, filho de Menaém, e reinou sobre Israel, em Samaria, dois anos. 24. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel. 25. E Peca, filho de Remalias, seu capitão, conspirou contra ele e o feriu em Samaria, no paço da casa do rei, juntamente com Argobe e com Arié; e com ele estavam cinqüenta homens dos filhos dos gileaditas; e o matou e reinou em seu lugar. 26. Ora, o mais dos atos de Pecaías e tudo quanto fez, eis que estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel. 27. No ano cinqüenta e dois de Azarias, rei de Judá, começou a reinar Peca, filho de Remalias, e reinou sobre Israel, em Samaria, vinte anos. 28. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel. 29. Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a Ijom, e Abel-Bete-Maaca, e a Janoa, e a Quedes, e a Hazor, e a Gileade, e à Galiléia, e à toda a terra de Naftali, e os levou para a Assíria. 30. E Oséias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de Remalias, e o feriu, e o matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo ano de Jotão, filho de Uzias. 31. Ora, o mais dos atos de Peca e tudo quanto fez, eis que estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel. 32. No ano segundo de Peca, filho de Remalias, rei de Israel, começou a reinar Jotão, filho de Uzias, rei de Judá. 33. Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e reinou dezesseis anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jerusa, filha de Zadoque. 34. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, fez conforme tudo quanto fizera Uzias, seu pai. 35. Tão-somente os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos; Jotão edificou a Porta Alta da Casa do SENHOR. 36. Ora, o mais dos atos de Jotão e tudo quanto fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 37. Naqueles dias, começou o SENHOR a enviar contra Judá a Rezim, rei da Síria, e a Peca, filho de Remalias. 38. E Jotão dormiu com seus pais e foi sepultado junto a seus pais, na Cidade de Davi, seu pai; e Acaz, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Reis 16 1. No ano dezessete de Peca, filho de Remalias, começou a reinar Acaz, filho de Jotão, rei de Judá. 2. Tinha Acaz vinte anos de idade quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém, e não fez o que era reto aos olhos do SENHOR, seu Deus, como Davi, seu pai. 3. Porque andou no caminho dos reis de Israel e até a seu filho fez passar pelo fogo, segundo as abominações dos gentios, que o SENHOR lançara fora de diante dos filhos de Israel. 4. Também sacrificou e queimou incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de todo arvoredo. 5. Então, subiu Rezim, rei da Síria, com Peca, filho de Remalias, rei de Israel, a Jerusalém, à peleja; e cercaram Acaz, porém não o puderam vencer. 6. Naquele mesmo tempo, Rezim, rei da Síria, restituiu Elate à Síria e lançou fora de Elate os judeus; e os siros vieram a Elate e habitaram ali até ao dia de hoje. 7. E Acaz enviou mensageiros a Tiglate-Pileser, rei da Assíria, dizendo: Eu sou teu servo e teu filho; sobe e livra-me das mãos do rei da Síria e das mãos do rei de Israel, que se levantam contra mim. 8. E tomou Acaz a prata e o ouro que se achou na Casa do SENHOR e nos tesouros da casa do rei e mandou um presente ao rei da Assíria. 9. E o rei da Assíria lhe deu ouvidos; pois o rei da Assíria subiu contra Damasco, e tomou-a, e levou o povo para Quir, e matou a Rezim. 10. Então, o rei Acaz foi a Damasco, a encontrar-se com Tiglate-Pileser, rei da Assíria; e, vendo um altar que estava em Damasco, o rei Acaz enviou ao sacerdote Urias a aparência do altar e o modelo, conforme toda a sua obra. 11. E Urias, o sacerdote, edificou um altar conforme tudo o que o rei Acaz tinha ordenado de Damasco; assim o fez o sacerdote Urias, antes que o rei Acaz viesse de Damasco. 12. Vindo, pois, de Damasco o rei, viu o altar; e o rei se chegou ao altar e sacrificou nele. 13. E queimou o seu holocausto e a sua oferta de manjares, e derramou a sua libação, e espargiu o sangue dos seus sacrifícios pacíficos naquele altar. 14. Porém o altar de cobre, que estava perante o SENHOR, tirou ele de diante da casa, de entre o seu altar e a Casa do SENHOR e pô-lo ao lado do seu altar, da banda do norte. 15. E o rei Acaz mandou a Urias, o sacerdote, dizendo: No grande altar, queima o holocausto da manhã, como também a oferta de manjares da noite, e o holocausto do rei, e a sua oferta de manjares, e o holocausto de todo o povo da terra, e a sua oferta de manjares, e as suas ofertas de bebida; e todo o sangue dos holocaustos, e todo o sangue dos sacrifícios espargirás nele; porém o altar de cobre será para mim, para inquirir dele. 16. E fez Urias, o sacerdote, conforme tudo quanto o rei Acaz lhe ordenara. 17. E o rei Acaz cortou as cintas das bases, e de cima delas tomou a pia, e o mar tirou-o de sobre os bois de cobre, que estavam debaixo dele, e pô-lo sobre um pavimento de pedra. 18. Também a cobertura do sábado, que edificaram na casa, e a entrada de fora do rei retirou da Casa do SENHOR, por causa do rei da Assíria. 19. Ora, o mais dos atos de Acaz e o que fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 20. E dormiu Acaz com seus pais e foi sepultado junto a seus pais, na Cidade de Davi; e Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Reis 17 1. No ano duodécimo de Acaz, rei de Judá, começou a reinar Oséias, filho de Elá, e reinou sobre Israel, em Samaria, nove anos. 2. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR; contudo, não como os reis de Israel que foram antes dele. 3. Contra ele subiu Salmaneser, rei da Assíria; e Oséias ficou sendo servo dele e dava-lhe presentes. 4. Porém o rei da Assíria achou em Oséias conspiração, porque enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e não pagava presentes ao rei da Assíria cada ano, como dantes; então, o rei da Assíria o encerrou e aprisionou na casa do cárcere. 5. Porque o rei da Assíria subiu por toda a terra, e veio até Samaria, e a cercou três anos. 6. No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e transportou a Israel para a Assíria, e fê-los habitar em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã, e nas cidades dos medos. 7. E sucedeu assim por os filhos de Israel pecarem contra o SENHOR, seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses. 8. E andaram nos estatutos das nações que o SENHOR lançara fora de diante dos filhos de Israel e nos costumes dos reis de Israel. 9. E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o SENHOR, seu Deus; e edificaram altos em todas as suas cidades, desde a torre dos atalaias até à cidade forte. 10. E levantaram estátuas e imagens do bosque, em todos os altos outeiros e debaixo de todas as árvores verdes. 11. E queimaram ali incenso em todos os altos, como as nações que o SENHOR transportara de diante deles; e fizeram coisas ruins, para provocarem à ira o SENHOR. 12. E serviram os ídolos, dos quais o SENHOR lhes dissera: Não fareis estas coisas. 13. E o SENHOR protestou a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a Lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas. 14. Porém não deram ouvidos; antes, endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no SENHOR, seu Deus. 15. E rejeitaram os estatutos e o concerto que fizera com seus pais, como também os testemunhos com que protestara contra eles; e andaram após a vaidade e ficaram vãos, como também após as nações que estavam em roda deles, das quais o SENHOR lhes tinha dito que não fizessem como elas. 16. E deixaram todos os mandamentos do SENHOR, seu Deus, e fizeram imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do bosque, e se prostraram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal. 17. Também fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mal aos olhos do SENHOR, para o provocarem à ira. 18. Pelo que o SENHOR muito se indignou contra Israel e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão a tribo de Judá. 19. Até Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes, andaram nos estatutos que Israel fizera. 20. Pelo que o SENHOR rejeitou a toda semente de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante da sua presença. 21. Porque, depois que o Senhor rasgou a Israel da casa de Davi, e eles fizeram rei a Jeroboão, filho de Nebate, Jeroboão apartou a Israel de seguir o SENHOR e os fez pecar um grande pecado. 22. Assim, andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha feito; nunca se apartaram deles. 23. Até que o SENHOR tirou a Israel de diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os profetas; assim, foi Israel transportado da sua terra à Assíria, onde permanece até ao dia de hoje. 24. E o rei da Assíria trouxe gente de Babel, e de Cuta, e de Ava, e de Hamate, e de Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e tomaram a Samaria em herança e habitaram nas suas cidades. 25. E sucedeu que, no princípio da sua habitação ali, não temeram ao SENHOR; e mandou o SENHOR entre eles leões, que mataram a alguns deles. 26. Pelo que falaram ao rei da Assíria, dizendo: A gente que transportaste e fizeste habitar nas cidades de Samaria não sabe o costume do Deus da terra; pelo que ele mandou leões entre ela, e eis que a matam, porquanto não sabe o culto do Deus da terra. 27. Então, o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá; que ele vá, e habite lá, e lhes ensine o costume do Deus da terra. 28. Veio, pois, um dos sacerdotes que transportaram de Samaria, e habitou em Betel, e lhes ensinou como deviam temer ao SENHOR. 29. Porém cada nação fez os seus deuses, e os puseram nas casas dos altos que os samaritanos fizeram, cada nação nas suas cidades, nas quais habitavam. 30. E os de Babel fizeram Sucote-Benote; e os de Cuta fizeram Nergal; e os de Hamate fizeram Asima; 31. E os aveus fizeram Nibaz e Tartaque; e os sefarvitas queimavam seus filhos no fogo a Adrameleque e a Anameleque, deuses de Sefarvaim. 32. Assim temiam ao SENHOR e dos mais humildes se fizeram sacerdotes dos lugares altos, os quais exerciam o ministério nas casas dos lugares altos. 33. Assim, ao SENHOR temiam e também a seus deuses serviam, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados. 34. Até ao dia de hoje fazem segundo os primeiros costumes; não temem ao SENHOR, nem fazem segundo os seus estatutos, e segundo as suas ordenanças e segundo a lei, e segundo o mandamento que o SENHOR ordenou aos filhos de Jacó, a quem deu o nome de Israel. 35. Contudo, o SENHOR tinha feito um concerto com eles e lhes ordenara, dizendo: Não temereis a outros deuses, nem vos inclinareis diante deles, nem os servireis, nem lhes sacrificareis. 36. Mas ao SENHOR, que vos fez subir da terra do Egito com grande força e com braço estendido, a este temereis, e a ele vos inclinareis, e a ele sacrificareis. 37. E os estatutos, e as ordenanças, e a lei, e o mandamento que vos escreveu, tereis cuidado de os observar todos os dias; e não temereis a outros deuses. 38. E do concerto que fiz convosco vos não esquecereis; e não temereis a outros deuses. 39. Mas ao SENHOR, vosso Deus, temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos. 40. Porém eles não ouviram; antes, fizeram segundo o seu primeiro costume. 41. Assim, estas nações temiam ao SENHOR e serviam as suas imagens de escultura; como fizeram seus pais, assim fazem também seus filhos e os filhos de seus filhos, até ao dia de hoje. 2 Reis 18 1. E sucedeu que, no terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá. 2. Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias. 3. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai. 4. Este tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã. 5. No SENHOR, Deus de Israel, confiou, de maneira que, depois dele, não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele. 6. Porque se chegou ao SENHOR, não se apartou de após ele e guardou os mandamentos que o SENHOR tinha dado a Moisés. 7. Assim, foi o SENHOR com ele; para onde quer que saía, se conduzia com prudência; e se revoltou contra o rei da Assíria e não o serviu. 8. Ele feriu os filisteus até Gaza, como também os termos dela, desde a torre dos atalaias até à cidade forte. 9. E sucedeu, no quarto ano do rei Ezequias (que era o sétimo ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel), que Salmaneser, rei da Assíria, subiu contra Samaria e a cercou. 10. E a tomaram ao fim de três anos; sim, no ano sexto de Ezequias, que era o ano nono de Oséias, rei de Israel, Samaria foi tomada. 11. E o rei da Assíria transportou a Israel para a Assíria; e os fez levar para Hala e para Habor, junto ao rio Gozã, e às cidades dos medos; 12. porquanto não obedeceram à voz do SENHOR, seu Deus; antes, traspassaram o seu concerto e tudo quanto Moisés, servo do SENHOR, tinha ordenado; nem o ouviram nem o fizeram. 13. Porém, no ano décimo-quarto do rei Ezequias subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortes de Judá e as tomou. 14. Então, Ezequias, rei de Judá, enviou ao rei da Assíria, a Laquis, dizendo: Pequei; retira-te de mim; tudo o que me impuseres levarei. Então, o rei da Assíria impôs a Ezequias, rei de Judá, trezentos talentos de prata e trinta talentos de ouro. 15. Assim, deu Ezequias toda a prata que se achou na Casa do SENHOR e nos tesouros da casa do rei. 16. Naquele tempo, cortou Ezequias o ouro das portas do templo do SENHOR e das ombreiras, de que Ezequias, rei de Judá, as cobrira, e o deu ao rei da Assíria. 17. Contudo, enviou o rei da Assíria a Tartã, e a Rabe-Saris, e a Rabsaqué, de Laquis, com um grande exército, ao rei Ezequias, a Jerusalém; e subiram, e vieram a Jerusalém; e, subindo e vindo eles, pararam ao pé do aqueduto da piscina superior, que está junto ao caminho do campo do lavandeiro. 18. E chamaram o rei, e saiu a eles Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o chanceler. 19. E Rabsaqué lhes disse: Ora, dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei da Assíria: Que confiança é esta em que confias? 20. Dizes tu (porém palavra de lábios é): Há conselho e poder para a guerra. Em que, pois, agora, confias, que contra mim te revoltas? 21. Eis que, agora, tu confias naquele bordão de cana quebrada, no Egito, no qual, se alguém se encostar, entrar-lhe-á pela mão e lha furará; assim é Faraó, rei do Egito, para com todos os que nele confiam. 22. Se, porém, me disserdes: No SENHOR, nosso Deus, confiamos, porventura, não é este aquele cujos altos e cujos altares Ezequias tirou, dizendo a Judá e a Jerusalém: Perante este altar vos inclinareis em Jerusalém? 23. Ora, pois, dá agora reféns ao meu senhor, o rei da Assíria, e dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles. 24. Como, pois, farias virar o rosto de um só príncipe dos menores servos de meu senhor? Porém tu confias no Egito, por causa dos carros e cavaleiros. 25. Agora, pois, subi eu, porventura, sem o SENHOR contra este lugar, para o destruir? O SENHOR me disse: Sobe contra esta terra e destrói-a. 26. Então, disseram Eliaquim, filho de Hilquias, e Sebna, e Joá, a Rabsaqué: Rogamos- te que fales aos teus servos em siríaco, porque bem o entendemos; e não nos fales em judaico, aos ouvidos do povo que está em cima do muro. 27. Porém Rabsaqué lhes disse: Porventura, mandou-me meu senhor só a teu senhor e a ti, para falar estas palavras? E não, antes, aos homens que estão sentados em cima do muro, para que juntamente convosco comam o seu esterco e bebam a sua urina? 28. Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e falou, e disse: Ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assíria. 29. Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar da sua mão; 30. nem tampouco vos faça Ezequias confiar no SENHOR, dizendo: Certamente nos livrará o SENHOR, e esta cidade não será entregue na mão do rei da Assíria. 31. Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assíria: Contratai comigo por presentes e saí a mim; e coma cada um da sua vide e da sua figueira e beba cada um a água da sua cisterna. 32. Até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras, de azeite e de mel; e assim vivereis e não morrereis; não deis ouvidos a Ezequias, porque vos incita, dizendo: O SENHOR nos livrará. 33. Porventura, os deuses das nações puderam livrar, cada um a sua terra, das mãos do rei da Assíria? 34. Que é feito dos deuses de Hamate e de Arpade? Que é feito dos deuses de Sefarvaim, Hena e Iva? Porventura, livraram a Samaria da minha mão? 35. Quais são eles dentre todos os deuses das terras, os que livraram a sua terra da minha mão, para que o SENHOR livrasse a Jerusalém da minha mão? 36. Porém calou-se o povo e não lhe respondeu uma só palavra; porque mandado do rei havia, dizendo: Não lhe respondereis. 37. Então, Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o chanceler, vieram a Ezequias com as vestes rasgadas e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué. 2 Reis 19 1. E aconteceu que Ezequias, tendo-o ouvido, rasgou as suas vestes, e se cobriu de pano de saco, e entrou na Casa do SENHOR. 2. Então, enviou a Eliaquim, o mordomo, e a Sebna, o escrivão, e aos anciãos dos sacerdotes cobertos de pano de saco, ao profeta Isaías, filho de Amoz; 3. os quais disseram-lhe: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angústia, e de vituperação, e de blasfêmia; porque os filhos chegaram ao parto, e não há força para os ter. 4. Bem pode ser que o SENHOR, teu Deus, ouça todas as palavras de Rabsaqué, a quem enviou o seu senhor, o rei da Assíria, para afrontar o Deus vivo e para vituperá-lo com as palavras que o SENHOR, teu Deus, tem ouvido; faze, pois, oração pelo resto que se acha. 5. E os servos do rei Ezequias vieram a Isaías. 6. E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o SENHOR: Não temas as palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram. 7. Eis que meterei nele um espírito e ele ouvirá um ruído e voltará para a sua terra; à espada o farei cair na sua terra. 8. Voltou, pois, Rabsaqué e achou o rei da Assíria pelejando contra Libna, porque tinha ouvido que se havia partido de Laquis. 9. E, ouvindo ele dizer de Tiraca, rei de Cuxe: Eis que há saído para te fazer guerra; tornou a enviar mensageiros a Ezequias, dizendo: 10. Assim falareis a Ezequias, rei de Judá, dizendo: Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da Assíria. 11. Eis que já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a todas as terras, destruindo-as totalmente; e tu te livrarás? 12. Porventura, as livraram os deuses das nações, a quem destruíram, como a Gozã e a Harã, e a Rezefe, e aos filhos de Éden, que estavam em Telassar? 13. Que é feito do rei de Hamate, e do rei de Arpade, e do rei da cidade de Sefarvaim, de Hena e de Iva? 14. Recebendo, pois, Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros e lendo-as, subiu à Casa do SENHOR; e Ezequias as estendeu perante o SENHOR. 15. E orou Ezequias perante o SENHOR e disse: Ó SENHOR, Deus de Israel, que habitas entre os querubins, tu mesmo, só tu és Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. 16. Inclina, SENHOR, o teu ouvido e ouve; abre, SENHOR, os teus olhos e olha: e ouve as palavras de Senaqueribe, que ele enviou para afrontar o Deus vivo. 17. Verdade é, ó SENHOR, que os reis da Assíria assolaram as nações e as suas terras. 18. E lançaram os seus deuses no fogo, porquanto deuses não eram, mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso, os destruíram. 19. Agora, pois, ó SENHOR, nosso Deus, sê servido de nos livrar da sua mão; e, assim, saberão todos os reinos da terra que só tu és o SENHOR Deus. 20. Então, Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: O que me pediste acerca de Senaqueribe, rei da Assíria, eu o ouvi. 21. Esta é a palavra que o SENHOR falou dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza, de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti. 22. A quem afrontaste e blasfemaste? E contra quem alçaste a voz e ergueste os teus olhos ao alto? Contra o Santo de Israel? 23. Por meio de teus mensageiros, afrontaste o SENHOR e disseste: Com a multidão de meus carros, subo eu ao alto dos montes, aos lados do Líbano, e cortarei os seus altos cedros e as suas mais formosas faias, e entrarei nas suas pousadas extremas, até no bosque do seu campo fértil. 24. Eu cavei, e bebi águas estranhas, e com as plantas de meus pés secarei todos os rios dos lugares fortes. 25. Porventura, não ouviste que já dantes fiz isso e já desde os dias antigos o formei? Agora, porém, o fiz vir, para que fosses tu que reduzisses as cidades fortes a montões desertos. 26. Por isso, os moradores delas, com as mãos encolhidas, ficaram pasmados e confundidos; eram como a erva do campo, e a hortaliça verde, e o feno dos telhados, e o trigo queimado, antes que se levante. 27. Porém o teu assentar, e o teu sair, e o teu entrar, e o teu furor contra mim, eu o sei. 28. Por causa do teu furor contra mim e porque a tua revolta subiu aos meus ouvidos, portanto, porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio, nos teus lábios e te farei voltar pelo caminho por onde vieste. 29. E isto te será por sinal: Este ano se comerá o que nascer por si mesmo, e no ano seguinte o que daí proceder; porém, no terceiro ano, semeai, e segai, e plantai vinhas, e comei os seus frutos. 30. Porque o que escapou da casa de Judá e ficou de resto tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto para cima. 31. Porque de Jerusalém sairá o restante, e do monte de Sião, o que escapou; o zelo do SENHOR fará isso. 32. Portanto, assim diz o SENHOR acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; nem tampouco virá perante ela com escudo, nem levantará contra ela tranqueira alguma. 33. Pelo caminho por onde vier, por ele voltará; porém nesta cidade não entrará, diz o SENHOR. 34. Porque eu ampararei a esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo Davi. 35. Sucedeu, pois, que naquela mesma noite, saiu o anjo do SENHOR e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram corpos mortos. 36. Então, Senaqueribe, rei da Assíria, partiu, e foi; e voltou e ficou em Nínive. 37. E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Reis 20 1. Naqueles dias, adoeceu Ezequias de morte; e o profeta Isaías, filho de Amoz, veio a ele e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Ordena a tua casa, porque morrerás e não viverás. 2. Então, virou o rosto para a parede e orou ao SENHOR, dizendo: 3. Ah! SENHOR! Sê servido de te lembrar de que andei diante de ti em verdade e com o coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. 4. Sucedeu, pois, que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo: 5. Volta e dize a Ezequias, chefe do meu povo: Assim diz o SENHOR, Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à Casa do SENHOR. 6. E acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e ampararei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. 7. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos. E a tomaram e a puseram sobre a chaga; e ele sarou. 8. E Ezequias disse a Isaías: Qual é o sinal de que o SENHOR me sarará e de que, ao terceiro dia, subirei à Casa do SENHOR? 9. E disse Isaías: Isto te será sinal, da parte do SENHOR, de que o SENHOR cumprirá a palavra que disse: Adiantar-se-á a sombra dez graus ou voltará dez graus atrás? 10. Então, disse Ezequias: É fácil que a sombra decline dez graus; não aconteça isso, mas volte a sombra dez graus. 11. Então, o profeta Isaías clamou ao SENHOR; e fez voltar a sombra dez graus, pelos graus que já tinha declinado no relógio de sol de Acaz. 12. Naquele tempo, enviou Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei de Babilônia, cartas e um presente a Ezequias; porque ouvira que Ezequias tinha estado doente. 13. E Ezequias lhes deu ouvidos e lhes mostrou toda a casa de seu tesouro, a prata, e o ouro, e as especiarias, e os melhores ungüentos, e a sua casa de armas, e tudo quanto se achou nos seus tesouros; coisa nenhuma houve que lhes não mostrasse, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio. 14. Então, o profeta Isaías veio ao rei Ezequias e lhe disse: Que disseram aqueles homens, e de onde vieram a ti? E disse Ezequias: De um país mui remoto vieram, de Babilônia. 15. E disse ele: Que viram em tua casa? E disse Ezequias: Tudo quanto há em minha casa viram; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu lhes não mostrasse. 16. Então, disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do SENHOR. 17. Eis que vêm dias em que tudo quanto houver em tua casa, com que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o SENHOR. 18. E ainda até de teus filhos, que procederem de ti, e que tu gerares tomarão, para que sejam eunucos no paço do rei de Babilônia. 19. Então, disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do SENHOR que disseste. Disse mais: E não haverá, pois, em meus dias paz e verdade? 20. Ora, o mais dos atos de Ezequias, e todo o seu poder, e como fez a piscina e o aqueduto, e como fez vir a água à cidade, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 21. E Ezequias dormiu com seus pais; e Manassés, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Reis 21 1. Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Hefzibá. 2. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, conforme as abominações dos gentios que o SENHOR desterrara de suas possessões de diante dos filhos de Israel. 3. Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha destruído, e levantou altares a Baal, e fez um bosque como o que fizera Acabe, rei de Israel, e se inclinou diante de todo o exército dos céus, e os serviu. 4. E edificou altares na Casa do SENHOR, de que o SENHOR tinha dito: Em Jerusalém, porei o meu nome. 5. Também edificou altares a todo o exército dos céus em ambos os átrios da Casa do SENHOR. 6. E até fez passar a seu filho pelo fogo, e adivinhava pelas nuvens, e era agoureiro, e instituiu adivinhos e feiticeiros, e prosseguiu em fazer mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira. 7. Também pôs uma imagem de escultura, do bosque que tinha feito, na casa de que o SENHOR dissera a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre. 8. E mais não farei mover o pé de Israel desta terra que tenho dado a seus pais, contanto somente que tenham cuidado de fazer conforme tudo o que lhes tenho ordenado e conforme toda a Lei que Moisés, meu servo, lhes ordenou. 9. Porém não ouviram; porque Manassés de tal modo os fez errar, que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel. 10. Então, o SENHOR falou pelo ministério de seus servos, os profetas, dizendo: 11. Porquanto Manassés, rei de Judá, fez estas abominações, fazendo pior do que quanto fizeram os amorreus que antes dele foram e até também a Judá fez pecar com os seus ídolos, 12. por isso, assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eis que hei de trazer tal mal sobre Jerusalém e Judá, que qualquer que ouvir, lhe ficarão retinindo ambas as orelhas. 13. E estenderei sobre Jerusalém o cordel de Samaria e o prumo da casa de Acabe; e limparei Jerusalém, como quem limpa a escudela a limpa e a vira sobre a sua face. 14. E desampararei o resto da minha herança, entregá-los-ei na mão de seus inimigos; e far-se-ão roubo e despojo para todos os seus inimigos. 15. Porquanto fizeram o que era mal aos meus olhos e me provocaram à ira, desde o dia em que seus pais saíram do Egito até hoje. 16. De mais disso, também Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu a Jerusalém de um ao outro extremo, afora o seu pecado, com que fez pecar a Judá, fazendo o que era mal aos olhos do SENHOR. 17. Quanto ao mais dos atos de Manassés, e a tudo quanto fez mais, e ao seu pecado, que pecou, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 18. E Manassés dormiu com seus pais e foi sepultado no jardim da sua casa, no jardim de Uzá; e Amom, seu filho, reinou em seu lugar. 19. Tinha Amom vinte e dois anos de idade quando começou a reinar e dois anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Mesulemete, filha de Haruz, de Jotbá. 20. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, como fizera Manassés, seu pai. 21. Porque andou em todo o caminho em que andara seu pai; e serviu os ídolos, a que seu pai tinha servido, e se inclinou diante deles. 22. Assim, deixou o SENHOR, Deus de seus pais, e não andou no caminho do SENHOR. 23. E os servos de Amom conspiraram contra ele e mataram o rei em sua casa. 24. Porém o povo da terra feriu todos os que conspiraram contra o rei Amom; e o povo da terra pôs a Josias, seu filho, rei em seu lugar. 25. Quanto ao mais dos atos de Amom, e a tudo quanto fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 26. E o sepultaram na sua sepultura, no jardim de Uzá; e Josias, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Reis 22 1. Tinha Josias oito anos de idade quando começou a reinar e reinou trinta e um anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Jedida, filha de Adaías, de Bozcate. 2. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR; e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda. 3. Sucedeu, pois, que, no ano décimo-oitavo do rei Josias, o rei mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à Casa do SENHOR, dizendo: 4. Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que tome o dinheiro que se trouxe à Casa do SENHOR, o qual os guardas do umbral da porta ajuntaram do povo. 5. E que o dêem na mão dos que têm o cargo da obra e estão encarregados da Casa do SENHOR; para que o dêem àqueles que fazem a obra que há na Casa do SENHOR, para repararem as fendas da casa: 6. aos carpinteiros, e aos edificadores, e aos pedreiros; e para comprar madeira e pedras lavradas, para repararem a casa. 7. Porém com eles se não fez conta do dinheiro que se lhes entregara nas suas mãos, porquanto procediam com fidelidade. 8. Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da Lei na Casa do SENHOR. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu. 9. Então, o escrivão Safã veio ao rei, e referiu ao rei a resposta, e disse: Teus servos ajuntaram o dinheiro que se achou na casa e o entregaram na mão dos que têm o cargo da obra, que estão encarregados da Casa do SENHOR. 10. Também Safã, o escrivão, fez saber ao rei dizendo: O sacerdote Hilquias me deu um livro. E Safã o leu diante do rei. 11. Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei as palavras do livro da Lei, rasgou as suas vestes. 12. E o rei mandou a Hilquias, o sacerdote, e a Aicão, filho de Safã, e a Acbor, filho de Micaías, e a Safã, o escrivão, e a Asaías, o servo do rei, dizendo: 13. Ide e consultai ao SENHOR por mim, e pelo povo, e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do SENHOR que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme tudo quanto de nós está escrito. 14. Então, o sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías foram à profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Ticva, o filho de Harás, o guarda das vestiduras (e ela habitava em Jerusalém, na segunda parte) e lhe falaram. 15. E ela lhes disse: Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: 16. Assim diz o SENHOR: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. 17. Porquanto me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira por todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará. 18. Porém ao rei de Judá, que vos enviou a consultar ao SENHOR, assim lhe direis: Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, acerca das palavras que ouviste: 19. Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o SENHOR, quando ouviste o que falei contra este lugar e contra os seus moradores, que seriam para assolação e para maldição, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o SENHOR. 20. Pelo que eis que eu te ajuntarei a teus pais, e tu serás ajuntado em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar. Então, tornaram a trazer ao rei a resposta. 2 Reis 23 1. Então, o rei ordenou, e todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a ele. 2. E o rei subiu à Casa do SENHOR, e com ele todos os homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, e os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se achou na Casa do SENHOR. 3. E o rei se pôs em pé junto à coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto. 4. E o rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas do umbral da porta que se tirassem do templo do SENHOR todos os utensílios que se tinham feito para Baal, e para o bosque, e para todo o exército dos céus; e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e levou as cinzas deles a Betel. 5. Também destituiu os sacerdotes que os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judá e ao redor de Jerusalém, como também os que incensavam a Baal, ao sol, e à lua, e aos mais planetas, e a todo o exército dos céus. 6. Também tirou da Casa do SENHOR o ídolo do bosque para fora de Jerusalém até o ribeiro de Cedrom, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom, e o desfez em pó, e lançou o seu pó sobre as sepulturas dos filhos do povo. 7. Também derribou as casas dos prostitutos cultuais que estavam na Casa do SENHOR, em que as mulheres teciam casinhas para o ídolo do bosque. 8. E a todos os sacerdotes trouxe das cidades de Judá, e profanou os altos em que os sacerdotes incensavam, desde Geba até Berseba, e derribou os altos das portas, que estavam à entrada da porta de Josué, o chefe da cidade, e que estavam à mão esquerda daquele que entrava pela porta da cidade. 9. Mas os sacerdotes dos altos não sacrificavam sobre o altar do SENHOR em Jerusalém; porém comiam pães asmos no meio de seus irmãos. 10. Também profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fizesse passar a seu filho ou sua filha pelo fogo a Moloque. 11. Também tirou os cavalos que os reis de Judá tinham destinado ao sol, à entrada da Casa do SENHOR, perto da câmara de Natã-Meleque, o eunuco, que estava no recinto; e os carros do sol queimou a fogo. 12. Também o rei derribou os altares que estavam sobre o terraço do cenáculo de Acaz, os quais fizeram os reis de Judá; como também o rei derribou os altares que fizera Manassés nos dois átrios da Casa do SENHOR; e, esmigalhados, os tirou dali e lançou o pó deles no ribeiro de Cedrom. 13. O rei profanou também os altos que estavam defronte de Jerusalém, à mão direita do monte de Masite, os quais edificara Salomão, rei de Israel, a Astarote, a abominação dos sidônios, e a Quemos, a abominação dos moabitas, e a Milcom, a abominação dos filhos de Amom. 14. Semelhantemente quebrou as estátuas, e cortou os bosques, e encheu o seu lugar com ossos de homens. 15. E também o altar que estava em Betel e o alto que fez Jeroboão, filho de Nebate, que tinha feito pecar a Israel, juntamente com aquele altar, também o alto derribou; queimando o alto, em pó o desfez e queimou o ídolo do bosque. 16. E, virando-se Josias, viu as sepulturas que estavam ali no monte, e enviou, e tomou os ossos das sepulturas, e os queimou sobre aquele altar, e assim o profanou, conforme a palavra do SENHOR, que apregoara o homem de Deus, quando apregoou estas palavras. 17. Então, disse: Que é este monumento que vejo? E os homens da cidade lhe disseram: É a sepultura do homem de Deus que veio de Judá, e apregoou estas coisas que fizeste contra este altar de Betel. 18. E disse: Deixai-o estar; ninguém mexa nos seus ossos. Assim, deixaram estar os seus ossos com os ossos do profeta que viera de Samaria. 19. De mais disso, também Josias tirou todas as casas dos altos que havia nas cidades de Samaria, e que os reis de Israel tinham feito para provocarem o Senhor à ira; e lhes fez conforme todos os atos que tinha praticado em Betel. 20. E sacrificou todos os sacerdotes dos altos, que havia ali, sobre os altares, e queimou ossos de homens sobre eles; depois, voltou a Jerusalém. 21. E o rei deu ordem a todo o povo, dizendo: Celebrai a Páscoa ao SENHOR, vosso Deus, como está escrito no livro do concerto. 22. Porque nunca se celebrou tal Páscoa como esta desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco dos reis de Judá. 23. Porém, no ano décimo-oitavo do rei Josias, esta Páscoa se celebrou ao SENHOR, em Jerusalém. 24. E também os adivinhos, e os feiticeiros, e os terafins, e os ídolos, e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, os extirpou Josias, para confirmar as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na Casa do SENHOR. 25. E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao SENHOR com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal. 26. Todavia, o SENHOR se não demoveu do ardor da sua grande ira, ira com que ardia contra Judá, por todas as provocações com que Manassés o tinha provocado. 27. E disse o SENHOR: Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome. 28. Ora, o mais dos atos de Josias e tudo quanto fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 29. Nos seus dias, subiu Faraó-Neco, rei do Egito, contra o rei da Assíria, ao rio Eufrates; e o rei Josias lhe foi ao encontro; e, vendo-o ele, o matou em Megido. 30. E seus servos o levaram morto de Megido, e o trouxeram a Jerusalém, e o sepultaram na sua sepultura; e o povo da terra tomou a Joacaz, filho de Josias, e o ungiram, e o fizeram rei em lugar de seu pai. 31. Tinha Joacaz vinte e três anos de idade quando começou a reinar e três meses reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Hamutal, filha de Jeremias, de Libna. 32. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizeram seus pais. 33. Porém Faraó-Neco o mandou prender em Ribla, em terra de Hamate, para que não reinasse em Jerusalém; e à terra impôs a pena de cem talentos de prata e um talento de ouro. 34. Também Faraó-Neco estabeleceu rei a Eliaquim, filho de Josias, em lugar de Josias, seu pai, e lhe mudou o nome em Jeoaquim; porém a Joacaz tomou consigo, e veio ao Egito e morreu ali. 35. E Jeoaquim deu aquela prata e aquele ouro a Faraó; porém fintou a terra, para dar esse dinheiro conforme o mandado de Faraó; a cada um, segundo a sua avaliação, demandou a prata e o ouro do povo da terra, para o dar a Faraó-Neco. 36. Tinha Jeoaquim vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zebida, filha de Pedaías, de Ruma. 37. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, conforme tudo quanto fizeram seus pais. 2 Reis 24 1. Nos dias de Jeoaquim, subiu Nabucodonosor, rei de Babilônia, contra ele, e Jeoaquim ficou três anos seu servo; depois, se virou e se revoltou contra ele. 2. E Deus enviou contra Jeoaquim as tropas dos caldeus, e as tropas dos siros, e as tropas dos moabitas, e as tropas dos filhos de Amom; e as enviou contra Judá, para o destruir, conforme a palavra que o SENHOR falara pelo ministério de seus servos, os profetas. 3. E, na verdade, conforme o mandado do SENHOR, assim sucedeu a Judá, que o tirou de diante da sua face, por causa dos pecados de Manassés, conforme tudo quanto fizera, 4. como também por causa do sangue inocente que derramou, enchendo a Jerusalém de sangue inocente; por isso, o SENHOR não o quis perdoar. 5. Ora, o mais dos atos de Jeoaquim e tudo quanto fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 6. E Jeoaquim dormiu com seus pais; e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar. 7. E o rei do Egito nunca mais saiu da sua terra; porque o rei de Babilônia tomou tudo quanto era do rei do Egito, desde o rio do Egito até ao rio Eufrates. 8. Tinha Joaquim dezoito anos de idade quando começou a reinar e reinou três meses em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Neústa, filha de Elnatã, de Jerusalém. 9. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, conforme tudo quanto fizera seu pai. 10. Naquele tempo, subiram os servos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a cidade foi cercada. 11. Também veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, contra a cidade, quando já os seus servos a estavam cercando. 12. Então, saiu Joaquim, rei de Judá, ao rei de Babilônia, ele, e sua mãe, e seus servos, e seus príncipes, e seus eunucos; e o rei de Babilônia o levou preso, no ano oitavo de seu reinado. 13. E tirou dali todos os tesouros da Casa do SENHOR e os tesouros da casa do rei; e fendeu todos os utensílios de ouro que fizera Salomão, rei de Israel, no templo do SENHOR, como o SENHOR tinha dito. 14. E transportou a toda a Jerusalém, como também todos os príncipes, e todos os homens valorosos, dez mil presos, e todos os carpinteiros e ferreiros; ninguém ficou, senão o povo pobre da terra. 15. Assim, transportou Joaquim para a Babilônia, como também a mãe do rei, e as mulheres do rei, e os seus eunucos, e os poderosos da terra levou presos de Jerusalém a Babilônia. 16. E todos os homens, valentes, até sete mil, e carpinteiros, e ferreiros, até mil, todos eles destros na guerra, a estes o rei de Babilônia levou presos para Babilônia. 17. E o rei de Babilônia estabeleceu rei, em lugar de Joaquim, ao tio deste, Matanias, e lhe mudou o nome para Zedequias. 18. Tinha Zedequias vinte e um anos de idade quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Hamutal, filha de Jeremias, de Libna. 19. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, conforme tudo quanto fizera Jeoaquim. 20. Pois assim sucedeu por causa da ira do SENHOR contra Jerusalém e contra Judá, até os rejeitar de diante da sua face; e Zedequias se revoltou contra o rei de Babilônia. 2 Reis 25 1. E sucedeu que, no nono ano do reinado de Zedequias, no mês décimo, aos dez do mês, Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela, e levantaram contra ela tranqueiras em redor. 2. E a cidade foi sitiada até ao undécimo ano do rei Zedequias. 3. Aos nove dias do quarto mês, quando a cidade se via apertada da fome, nem havia pão para o povo da terra, 4. então, a cidade foi arrombada, e todos os homens de guerra fugiram de noite pelo caminho da porta que está entre os dois muros junto ao jardim do rei (porque os caldeus estavam contra a cidade em redor); e o rei se foi pelo caminho da campina. 5. Porém o exército dos caldeus perseguiu o rei e o alcançou nas campinas de Jericó; e todo o seu exército se dispersou. 6. E tomaram o rei e o fizeram subir ao rei de Babilônia, a Ribla; e procederam contra ele. 7. E aos filhos de Zedequias degolaram diante dos seus olhos; e vazaram os olhos a Zedequias, e o ataram com duas cadeias de bronze, e o levaram a Babilônia. 8. E, no quinto mês, no sétimo dia do mês (este era o ano décimo-nono de Nabucodonosor, rei de Babilônia), veio Nebuzaradã, capitão da guarda, servo do rei de Babilônia, a Jerusalém. 9. E queimou a Casa do SENHOR e a casa do rei, como também todas as casas de Jerusalém; todas as casas dos grandes igualmente queimou. 10. E todo o exército dos caldeus, que estava com o capitão da guarda derribou os muros em redor de Jerusalém. 11. E o mais do povo que deixaram ficar na cidade, e os rebeldes que se renderam ao rei de Babilônia, e o mais da multidão, Nebuzaradã, o capitão da guarda, levou presos. 12. Porém dos mais pobres da terra deixou o capitão da guarda ficar alguns para vinheiros e para lavradores. 13. Quebraram mais os caldeus as colunas de cobre que estavam na Casa do SENHOR, como também as bases e o mar de cobre que estavam na Casa do SENHOR; e levaram o seu bronze para Babilônia. 14. Também tomaram as caldeiras, e as pás, e os apagadores, e os perfumadores, e todos os utensílios de cobre, com que se ministrava. 15. Também o capitão da guarda tomou os braseiros e as bacias e tudo mais que era de puro ouro ou de prata. 16. As duas colunas, o mar e as bases que Salomão fizera para a Casa do SENHOR, o peso do cobre de todos esses utensílios era incalculável. 17. A altura de uma coluna era de dezoito côvados, e sobre ela havia um capitel de cobre, e de altura tinha o capitel três côvados; e a rede, e as romãs em roda do capitel, tudo era de cobre; e semelhante a esta era a outra coluna com a rede. 18. Também o capitão da guarda tomou a Seraías, primeiro sacerdote, e a Sofonias, segundo sacerdote, e aos três guardas do umbral da porta. 19. E da cidade tomou a um eunuco, que tinha cargo da gente de guerra, e a cinco homens dos que viam a face do rei, e se acharam na cidade, como também ao escrivão-mor do exército, que registrava o povo da terra para a guerra, e a sessenta homens do povo da terra, que se acharam na cidade. 20. E tomando-os Nebuzaradã, o capitão da guarda, os trouxe ao rei de Babilônia, a Ribla. 21. E o rei de Babilônia os feriu e os matou em Ribla, na terra de Hamate; e Judá foi levado preso para fora da sua terra. 22. Porém, quanto ao povo que ficava na terra de Judá, Nabucodonosor, rei de Babilônia, que o deixara ficar, pôs sobre ele por maioral a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã. 23. Ouvindo, pois, os capitães dos exércitos, eles e os seus homens, que o rei de Babilônia pusera a Gedalias por maioral, vieram a Gedalias, a Mispa, a saber, Ismael, filho de Netanias, e Joanã, filho de Careá, e Seraías, filho de Tanumete, o netofatita, e Jazanias, filho do maacatita, eles e os seus homens. 24. E Gedalias jurou a eles e aos seus homens e lhes disse: Não temais ser servos dos caldeus; ficai na terra e servi ao rei de Babilônia, e bem vos irá. 25. Sucedeu, porém, que, no sétimo mês, veio Ismael, filho de Netanias, o filho de Elisama, da semente real, e dez homens com ele, e feriram Gedalias, e ele morreu, como também os judeus, e os caldeus que estavam com ele em Mispa. 26. Então, todo o povo se levantou, desde o menor até ao maior, como também os capitães dos exércitos, e vieram ao Egito, porque temiam os caldeus. 27. Depois disso, sucedeu que, no ano trinta e sete do cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no mês duodécimo, aos vinte e sete do mês, Evil-Merodaque, rei de Babilônia, libertou, no ano em que reinou, a Joaquim, rei de Judá, da casa da prisão. 28. E lhe falou benignamente e pôs o seu trono acima do trono dos reis que estavam com ele em Babilônia. 29. E lhe mudou as vestes da prisão, e de contínuo Joaquim comia pão na sua presença todos os dias da sua vida. 30. E, quanto à sua subsistência pelo rei, lhe foi dada subsistência contínua, a porção de cada dia no seu dia, todos os dias da sua vida. 1 Crônicas 1 1. Adão, Sete, Enos, 2. Cainã, Maalalel, Jarede, 3. Enoque, Metusalém, Lameque, 4. Noé, Sem, Cam e Jafé. 5. Os filhos de Jafé foram: Gomer, e Magogue, e Madai, e Javã, e Tubal, e Meseque, e Tiras. 6. E os filhos de Gomer: Asquenaz, e Rifate, e Togarma. 7. E os filhos de Javã: Elisá, e Társis, e Quitim, e Dodanim. 8. Os filhos de Cam: Cuxe, e Mizraim, e Pute e Canaã. 9. E os filhos de Cuxe eram Sebá, e Havilá, e Sabtá, e Raamá, e Sabtecá; e os filhos de Raamá eram Sabá e Dedã. 10. E Cuxe gerou a Ninrode, que começou a ser poderoso na terra. 11. E Mizraim gerou os ludeus, e os anameus, e os leabeus, e os naftueus, 12. e os patruseus, e os caslueus (dos quais procederam os filisteus), e os caftoreus. 13. E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete, 14. e os jebuseus, e os amorreus, e os girgaseus, 15. e os heveus, e os arqueus, e os sineus, 16. e os arvadeus, e os zemareus, e os hamateus. 17. E foram os filhos de Sem: Elão, e Assur, e Arfaxade, e Lude, e Arã, e Uz, e Hul, e Geter, e Meseque. 18. E Arfaxade gerou a Selá, e Selá gerou a Héber. 19. E a Héber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, porquanto nos seus dias se repartiu a terra; e o nome de seu irmão era Joctã. 20. E Joctã gerou a Almodá, e a Selefe, e a Hazar-Mavé, e a Jerá, 21. e a Hadorão, e a Uzal, e a Dicla, 22. e a Ebal, e a Abimael, e a Sabá, 23. e a Ofir, e a Havilá, e a Jobabe; todos estes foram filhos de Joctã. 24. Sem, Arfaxade, Selá, 25. Héber, Pelegue, Reú, 26. Serugue, Naor, Tera, 27. Abrão, que é Abraão. 28. Os filhos de Abraão foram Isaque e Ismael. 29. Estas são as suas gerações: o primogênito de Ismael foi Nebaiote, e Quedar, e Adbeel, e Mibsão, 30. Misma, Dumá, Massá, Hadade, Temá, 31. Jetur, Nafis e Quedemá; estes foram os filhos de Ismael. 32. Quanto aos filhos de Quetura, concubina de Abraão, esta deu à luz a Zinrã, e a Jocsã, e a Medã, e a Midiã, e a Isbaque, e a Sua; e os filhos de Jocsã foram Sabá e Dedã. 33. E os filhos de Midiã: Efá, e Efer, e Enoque, e Abida, e Elda; todos estes foram filhos de Quetura. 34. Abraão, pois, gerou a Isaque; e foram os filhos de Isaque: Esaú e Israel. 35. Os filhos de Esaú: Elifaz, e Reuel, e Jeús, e Jalão, e Corá. 36. Os filhos de Elifaz: Temã, e Omar, e Zefi, e Gaetã, e Quenaz, e Timna, e Amaleque. 37. Os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá. 38. E os filhos de Seir: Lotã, e Sobal, e Zibeão, e Aná, e Disom, e Eser, e Disã. 39. E os filhos de Lotã: Hori e Homã; e a irmã de Lotã foi Timna. 40. Os filhos de Sobal eram Aliã, e Manaate, e Ebal, Sefô, e Onã; e os filhos de Zibeão eram Aías e Aná. 41. O filho de Aná foi Disom; e os filhos de Disom foram Hanrão, e Esbã, e Itrã, e Querã. 42. Os filhos de Eser eram Bilã, e Zaavã, e Jaacã; os filhos de Disã eram Uz e Arã. 43. E estes são os reis que reinaram na terra de Edom, antes que reinasse rei sobre os filhos de Israel: Belá, filho de Beor; e era o nome da sua cidade Dinabá. 44. E morreu Belá, e reinou em seu lugar Jobabe, filho de Zerá, de Bozra. 45. E morreu Jobabe, e reinou em seu lugar Husão, da terra dos temanitas. 46. E morreu Husão, e reinou em seu lugar Hadade, filho de Bedade; este feriu os midianitas no campo de Moabe; e era o nome da sua cidade Avite. 47. E morreu Hadade, e reinou em seu lugar Samlá, de Masreca. 48. E morreu Samlá, e reinou em seu lugar Saul, de Reobote, junto ao rio Eufrates. 49. E morreu Saul, e reinou em seu lugar Baal-Hanã, filho de Acbor. 50. E, morrendo Baal-Hanã, Hadade reinou em seu lugar; e era o nome da sua cidade Paú; e o nome de sua mulher era Meetabel, filha de Matrede, a filha de Me-Zaabe. 51. E, morrendo Hadade, foram príncipes em Edom o príncipe Timna, o príncipe Alva, o príncipe Jetete, 52. o príncipe Oolibama, o príncipe Elá, o príncipe Pinom, 53. o príncipe Quenaz, o príncipe Temã, o príncipe Mibzar, 54. o príncipe Magdiel e o príncipe Irão; estes foram os príncipes de Edom. 1 Crônicas 2 1. Estes são os filhos de Israel: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, 2. Dã, José, Benjamim, Naftali, Gade e Aser. 3. Os filhos de Judá foram Er, e Onã, e Selá; estes três lhe nasceram da filha de Sua, a cananéia; e Er, o primogênito de Judá, foi mau aos olhos do SENHOR, pelo que o matou. 4. Porém Tamar, sua nora, lhe deu à luz a Perez e a Zerá; todos os filhos de Judá foram cinco. 5. Os filhos de Perez foram Hezrom e Hamul. 6. E os filhos de Zerá: Zinri, e Etã, e Hemã, e Calcol, e Dara; cinco ao todo. 7. E os filhos de Carmi foram Acar, o perturbador de Israel, que pecou no anátema. 8. E o filho de Etã foi Azarias. 9. E os filhos de Hezrom, que lhe nasceram, foram Jerameel, e Rão, e Quelubai. 10. E Rão gerou a Aminadabe, e Aminadabe gerou a Naassom, príncipe dos filhos de Judá; 11. e Naassom gerou a Salma, e Salma gerou a Boaz; 12. e Boaz gerou a Obede, e Obede gerou a Jessé; 13. e Jessé gerou a Eliabe, seu primogênito, e Abinadabe, o segundo, e Siméia, o terceiro, 14. a Natanael, o quarto, a Radai, o quinto, 15. a Ozém, o sexto, e a Davi, o sétimo. 16. E foram suas irmãs Zeruia e Abigail; e foram os filhos de Zeruia: Abisai, e Joabe, e Asael; ao todo três. 17. E Abigail teve a Amasa; e o pai de Amasa foi Jéter, o ismaelita. 18. E Calebe, filho de Hezrom, gerou filhos de Azuba, sua mulher, e de Jeriote; e os filhos desta foram estes: Jeser, e Sobabe, e Ardom. 19. E morreu Azuba; e Calebe tomou para si a Efrata, a qual teve a Hur. 20. E Hur gerou a Uri, e Uri gerou a Bezalel. 21. Então, Hezrom entrou à filha de Maquir, pai de Gileade; e, sendo ele de sessenta anos, a tomou; e ela deu à luz a Segube. 22. E Segube gerou a Jair; e este tinha vinte e três cidades na terra de Gileade. 23. E Gesur e Arã tomaram deles as aldeias de Jair e Quenate, e seus lugares, a saber, sessenta cidades; todos estes foram filhos de Maquir, pai de Gileade. 24. E, depois da morte de Hezrom, em Calebe de Efrata, Abia, mulher de Hezrom, lhe deu a Azur, pai de Tecoa. 25. E os filhos de Jerameel, primogênito de Hezrom, foram Rão, o primogênito, e Buna, e Orém, e Ozém, e Aías. 26. Teve também Jerameel ainda outra mulher, cujo nome era Atara; esta foi a mãe de Onã. 27. E foram os filhos de Rão, primogênito de Jerameel: Maaz, e Jamim, e Equer. 28. E foram os filhos de Onã: Samai e Jada; e os filhos de Samai: Nadabe e Abisur. 29. E era o nome da mulher de Abisur Abiail, que lhe deu a Abã e a Molide. 30. E foram os filhos de Nadabe Selede e Apaim; e Selede morreu sem filhos. 31. E o filho de Apaim foi Isi; e o filho de Isi: Sesã. E o filho de Sesã: Alai. 32. E os filhos de Jada, irmão de Samai, foram: Jéter e Jônatas; e Jéter morreu sem filhos. 33. E os filhos de Jônatas foram Pelete e Zaza; estes foram os filhos de Jerameel. 34. E Sesã não teve filhos, mas filhas; e tinha Sesã um servo egípcio, cujo nome era Jara. 35. Deu, pois, Sesã sua filha por mulher a Jara, seu servo, e lhe deu a Atai. 36. E Atai gerou a Natã, e Natã gerou a Zabade. 37. E Zabade gerou a Eflal, e Eflal gerou a Obede. 38. E Obede gerou a Jeú, e Jeú gerou a Azarias. 39. E Azarias gerou a Heles, e Heles gerou a Eleasa. 40. E Eleasa gerou a Sismai, e Sismai gerou a Salum. 41. E Salum gerou a Jecamias, e Jecamias gerou a Elisama. 42. E foi o filho de Calebe, irmão de Jerameel, Messa, seu primogênito (este foi o pai de Zife); e Maressa foi pai de Hebrom. 43. E foram os filhos de Hebrom: Coré, e Tapua, e Requém, e Sema. 44. E Sema gerou a Raão, pai de Jorqueão; e Requém gerou a Samai. 45. E foi o filho de Samai Maom; e Maom foi pai de Bete-Zur. 46. E Efá, a concubina de Calebe, teve a Harã, e a Mosa, e a Gazez; e Harã gerou a Gazez. 47. E foram os filhos de Jadai: Regém, e Jotão, e Gesã, e Pelete, e Efá, e Saafe. 48. De Maaca, concubina, gerou Calebe a Seber e a Tiraná. 49. E a mulher de Saafe, pai de Madmana, teve a Seva, pai de Macbena e pai de Gibeá; e foi a filha de Calebe Acsa. 50. Estes foram os filhos de Calebe, filho de Hur, o primogênito de Efrata: Sobal, pai do Quiriate-Jearim, 51. e Salma, pai dos belemitas, e Harefe, pai de Bete-Gader. 52. E foram os filhos de Sobal, pai de Quiriate-Jearim: Haroé e metade dos menuítas. 53. E as famílias de Quiriate-Jearim foram os itritas, e os puteus, e os sumateus, e os misraeus; destes saíram os zorateus e os estaoleus. 54. Os filhos de Salma foram Belém, e os netofatitas, e Atarote-Bete-Joabe, e metade dos manatitas, e os zoreus. 55. E as famílias dos escribas que habitavam em Jabez foram os tiratitas, e os simeatitas, e os sucatitas; estes são os queneus, que vieram de Hamate, pai da casa de Recabe. 1 Crônicas 3 1. E estes foram os filhos de Davi, que lhe nasceram em Hebrom: o primogênito, Amnom, de Ainoã, a jezreelita; o segundo, Daniel, de Abigail, a carmelita; 2. o terceiro, Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur; o quarto, Adonias, filho de Hagite; 3. o quinto, Sefatias, de Abital; o sexto, Itreão, de Eglá, sua mulher. 4. Seis lhe nasceram em Hebrom, porque ali reinou sete anos e seis meses; e trinta e três anos reinou em Jerusalém. 5. E estes lhe nasceram em Jerusalém: Siméia, e Sobabe, e Natã, e Salomão; estes quatro lhe nasceram de Bate-Sua, filha de Amiel. 6. Nasceram-lhe mais Ibar, e Elisama, e Elifelete, 7. e Nogá, e Nefegue, e Jafia, 8. e Elisama, e Eliada, e Elifelete; nove ao todo. 9. Todos estes foram filhos de Davi, afora os filhos das concubinas; e Tamar irmã deles. 10. E filho de Salomão foi Roboão; e seu filho Abias; e seu filho Asa; e seu filho Josafá; 11. e seu filho Jeorão; e seu filho Acazias; e seu filho Joás; 12. e seu filho Amazias; e seu filho Jotão; 13. e seu filho Acaz; e seu filho Ezequias; e seu filho Manassés; 14. e seu filho Amom; e seu filho Josias. 15. E os filhos de Josias foram: o primogênito, Joanã; o segundo, Jeoaquim; o terceiro, Zedequias; o quarto, Salum. 16. E os filhos de Jeoaquim: Jeconias seu filho, e Zedequias, seu filho. 17. E os filhos de Jeconias: Assir e seu filho Sealtiel. 18. Os filhos deste foram: Malquirão, e Pedaías, e Senazar, Jecamias, Hosama, e Nedabias. 19. E os filhos de Pedaías: Zorobabel e Simei; e os filhos de Zorobabel: Mesulão, e Hananias, e Selomite, sua irmã, 20. e Hasuba, e Oel, e Berequias, e Hasadias, e Jusabe-Hesede; cinco ao todo. 21. E os filhos de Hananias: Pelatias e Jesaías; os filhos de Refaías, os filhos de Arnã, os filhos de Obadias e os filhos de Secanias. 22. E o filho de Secanias foi: Semaías; e os filhos de Semaías: Hatus, e Igal, e Barias, e Nearias, e Safate; seis ao todo. 23. E os filhos de Nearias: Elioenai, e Ezequias, e Azricão; três ao todo. 24. E os filhos de Elioenai: Hodavias, e Eliasibe, e Pelaías, e Acube, e Joanã, e Delaías, e Anani; sete ao todo. 1 Crônicas 4 1. Os filhos de Judá foram: Perez, e Hezrom, e Carmi, e Hur, e Sobal. 2. E Reaías, filho de Sobal, gerou a Jaate; e Jaate gerou a Aumai e a Laade; estas são as famílias dos zorateus. 3. E estes foram os filhos do pai de Etã: Jezreel, e Isma, e Idbas; e era o nome de sua irmã Hazelelponi; 4. e mais Penuel, pai de Gedor, e Eser, pai de Husa; estes foram os filhos de Hur, o primogênito de Efrata, pai de Belém. 5. E tinha Asur, pai de Tecoa, duas mulheres: Hela e Naara. 6. E Naara deu à luz a Auzão, e a Héfer, e a Temeni, e a Haastari; estes foram os filhos de Naara. 7. E os filhos de Hela: Zerete, Isar e Etnã. 8. E Coz gerou a Anube e a Zobeba; e as famílias de Aarel, filho de Harum. 9. E foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos; e sua mãe chamou o seu nome Jabez, dizendo: Porquanto com dores o dei à luz. 10. Porque Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Se me abençoares muitíssimo e meus termos amplificares, e a tua mão for comigo, e fizeres que do mal não seja aflito!... E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido. 11. E Quelube, irmão de Suá, gerou a Meir; este é o pai de Estom. 12. E Estom gerou a Bete-Rafa, e a Paséia, e a Teína, pai de Ir-Naás; estes foram os homens de Reca. 13. E foram os filhos de Quenaz: Otniel e Seraías; e filho de Otniel: Hatate. 14. E Meonotai gerou a Ofra, e Seraías gerou a Joabe, pai dos do vale dos Artífices, porque foram artífices. 15. E foram os filhos de Calebe, filho de Jefoné: Iru, Elá e Naã; e o filho de Elá: Quenaz. 16. E os filhos de Jealelel: Zife, e Zifa, e Tiria e Asareel. 17. E os filhos de Ezra: Jéter, e Merede, e Efer, e Jalom; e ela teve mais a Miriã, e Samai, e Isbá, pai de Estemoa. 18. E sua mulher, judia, gerou a Jerede, pai de Gedor, e a Héber, pai de Socó, e a Jecutiel, pai de Zanoa; e estes foram os filhos de Bitia, filha de Faraó, que Merede tomou. 19. E foram os filhos da mulher de Hodias, irmã de Naã: Abiqueila, o garmita, e Estemoa, o maacatita. 20. E os filhos de Simeão: Amnom, e Rina, e Ben-Hanã, e Tilom; e os filhos de Isi: Zoete e Ben-Zoete; 21. os filhos de Selá, filho de Judá: Er, pai de Leca, e Lada, pai de Maressa, e Selá foi também das famílias da casa dos obreiros de linho, em Bete-Asbéia, 22. como também Joquim, e os homens de Cozeba, e de Joás, e de Sarafe (que dominaram sobre os moabitas), e de Jasubi-Leém; porém estas coisas já são antigas. 23. Estes foram oleiros e habitavam nas hortas e nos cerrados; estes ficaram ali com o rei na sua obra. 24. Os filhos de Simeão foram: Nemuel, e Jamim, e Jaribe, e Zerá, e Saul, 25. cujo filho foi Salum, e seu filho Mibsão, e seu filho Misma. 26. E o filho de Misma foi: Hamuel, de quem foi filho Zacur, de quem foi filho Simei. 27. E Simei teve dezesseis filhos e seis filhas; porém seus irmãos não tiveram muitos filhos; e toda a sua família não se multiplicou tanto como as dos filhos de Judá. 28. E habitaram em Berseba, e em Molada, e em Hazar-Sual, 29. e em Bila, e em Ezém, e em Tolade, 30. e em Betuel, e em Horma, e em Ziclague, 31. e em Bete-Marcabote, e em Hazar-Susim, e em Bete-Biri, e em Saaraim; estas foram as suas cidades, até que Davi reinou. 32. E foram as suas aldeias: Etã, e Aim, e Rimom, e Toquém, e Asã; cinco cidades, 33. com todas as suas aldeias que estavam em redor destas cidades, até Baal. Estas foram as suas habitações e suas genealogias. 34. Porém Mesobabe, e Janleque, e Josa, filho de Amazias, 35. e Joel, e Jeú, filho de Josibias, filho de Seraías, filho de Asiel, 36. e Elioenai, e Jaacobá, e Jesoaías, e Asaías, e Adiel, e Jesimiel, e Benaia, 37. e Ziza, filho de Sifi, filho de Alom, filho de Jedaías, filho de Sinri, filho de Semaías: 38. Estes, registrados por seus nomes, foram príncipes nas suas famílias; e as famílias de seus pais se multiplicaram abundantemente. 39. E chegaram até à entrada de Gedor, ao oriente do vale, a buscar pasto para as suas ovelhas. 40. E acharam pasto fértil e terra espaçosa, e quieta, e descansada; porque os de Cam habitavam ali dantes. 41. Estes, pois, que estão descritos por seus nomes, vieram nos dias de Ezequias, rei de Judá, e feriram as tendas e habitações dos que se acharam ali, e as destruíram totalmente até ao dia de hoje, e habitaram em seu lugar, porque ali havia pasto para as suas ovelhas. 42. Também deles, dos filhos de Simeão, quinhentos homens foram às montanhas de Seir; e a Pelatias, e a Nearias, e a Refaías, e a Uziel, filhos de Isi, levaram por cabeças. 43. E feriram o restante dos que escaparam dos amalequitas e habitam ali até ao dia de hoje. 1 Crônicas 5 1. Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (porque ele era o primogênito, mas, porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; para assim não ser contado na genealogia da primogenitura. 2. Porque Judá foi poderoso entre seus irmãos, e dele provém o príncipe; porém a primogenitura foi de José), 3. foram, pois, estes: Enoque, e Palu, e Hezrom, e Carmi. 4. Os filhos de Joel: Semaías, de quem foi filho Gogue, de quem foi filho Simei, de quem foi filho 5. Mica, de quem foi filho Reaías, de quem foi filho Baal, de quem foi filho 6. Beera, o qual Tiglate-Pileser, rei da Assíria, levou preso; este foi príncipe dos rubenitas. 7. Quanto a seus irmãos, pelas suas famílias, quando foram postos nas genealogias segundo as suas descendências, tinham por chefes Jeiel e Zacarias, 8. e Belá, filho de Azaz, filho de Sema, filho de Joel, que habitaram em Aroer, até Nebo e Baal-Meom; 9. também habitaram da banda do oriente, até à entrada do deserto, desde o rio Eufrates, porque seu gado se tinha multiplicado na terra de Gileade. 10. E, nos dias de Saul, fizeram guerra aos hagarenos, que caíram pela sua mão; e eles habitaram nas suas tendas defronte de toda a banda oriental de Gileade. 11. E os filhos de Gade habitaram defronte deles, na terra de Basã, até Salca. 12. Joel foi chefe, e Safã, o segundo; porém Janai e Safate ficaram em Basã. 13. E seus irmãos, segundo as suas casas paternas, foram: Micael, e Mesulão, e Seba, e Jorai, e Jacã, e Zia, e Héber, ao todo, sete; 14. estes foram os filhos de Abiail, filho de Huri, filho de Jaroa, filho de Gileade, filho de Micael, filho de Jesisai, filho de Jado, filho de Buz. 15. Aí, filho de Abdiel, filho de Guni, foi chefe da casa de seus pais. 16. E habitaram em Gileade, em Basã e nos lugares da sua jurisdição, como também em todos os arrabaldes de Sarom, até às suas saídas. 17. Todos estes foram registrados, segundo as suas genealogias, nos dias de Jotão, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, rei de Israel. 18. Dos filhos de Rúben, e dos gaditas, e da meia tribo de Manassés, homens muito belicosos, que traziam escudo e espada, e entesavam o arco, e eram destros na guerra, houve quarenta e quatro mil e setecentos e sessenta, que saíam à peleja. 19. E fizeram guerra aos hagarenos, como a Jetur, e a Nafis, e a Nodabe. 20. E foram ajudados contra eles, e os hagarenos e todos quantos estavam com eles foram entregues em sua mão; porque clamaram a Deus na peleja, e lhes deu ouvidos, porquanto confiaram nele. 21. E levaram preso o seu gado: seus camelos, cinqüenta mil, e duzentas e cinqüenta mil ovelhas, e dois mil jumentos; e cem mil pessoas. 22. Porque muitos feridos caíram porque de Deus era a peleja; e habitaram em seu lugar, até ao cativeiro. 23. E os filhos da meia tribo de Manassés habitaram naquela terra, de Basã até Baal-Hermom, e Senir, e o monte Hermom; e eles se multiplicaram. 24. E estes foram cabeças de suas casas paternas, a saber: Héfer, e Isi, e Eliel, e Azriel, e Jeremias, e Hodavias, e Jadiel, homens valentes, homens de nome e chefes das casas de seus pais. 25. Porém transgrediram contra o Deus de seus pais e foram após os deuses dos povos da terra, os quais Deus destruíra de diante deles. 26. Pelo que o Deus de Israel suscitou o espírito de Pul, rei da Assíria, e o espírito de Tiglate-Pileser, rei da Assíria, que os levaram presos, a saber: os rubenitas, e os gaditas, e a meia tribo de Manassés; e os trouxeram a Hala, e a Habor, e a Hara, e ao rio Gozã, até ao dia de hoje. 1 Crônicas 6 1. Os filhos de Levi foram: Gérson, Coate e Merari. 2. E os filhos de Coate: Anrão, e Isar, e Hebrom, e Uziel. 3. E os filhos de Anrão: Arão, e Moisés, e Miriã; e os filhos de Arão: Nadabe, e Abiú, e Eleazar, e Itamar. 4. Eleazar gerou a Finéias, e Finéias gerou a Abisua; 5. e Abisua gerou a Buqui, e Buqui gerou a Uzi; 6. e Uzi gerou a Zeraías, e Zeraías gerou a Meraiote; 7. e Meraiote gerou a Amarias, e Amarias gerou a Aitube; 8. e Aitube gerou a Zadoque, e Zadoque gerou a Aimaás; 9. e Aimaás gerou a Azarias, e Azarias gerou a Joanã; 10. e Joanã gerou a Azarias; este é o que administrou o sacerdócio na casa que Salomão tinha edificado em Jerusalém. 11. E Azarias gerou a Amarias, e Amarias gerou a Aitube; 12. e Aitube gerou a Zadoque, e Zadoque gerou a Salum; 13. e Salum gerou a Hilquias, e Hilquias gerou a Azarias; 14. e Azarias gerou a Seraías, e Seraías gerou a Jeozadaque; 15. e Jeozadaque foi levado cativo, quando o SENHOR levou presos a Judá e a Jerusalém pela mão de Nabucodonosor. 16. Os filhos de Levi foram, pois, Gérson, Coate e Merari. 17. E estes são os nomes dos filhos de Gérson: Libni e Simei. 18. E os filhos de Coate: Anrão, e Isar, e Hebrom, e Uziel. 19. Os filhos de Merari: Mali e Musi; estas são as famílias dos levitas, segundo seus pais. 20. De Gérson: Libni, seu filho, Jaate, seu filho, Zima, seu filho, 21. Joá, seu filho, Ido, seu filho, Zerá, seu filho, Jeaterai, seu filho. 22. Os filhos de Coate foram: Aminadabe, seu filho, Corá, seu filho, Assir, seu filho, 23. Elcana, seu filho, Ebiasafe, seu filho, Assir, seu filho, 24. Taate, seu filho, Uriel, seu filho, Uzias, seu filho, e Saul, seu filho. 25. E os filhos de Elcana: Amasai e Aimote. 26. Quanto a Elcana, os filhos de Elcana foram Zofai seu filho, e seu filho Naate, 27. seu filho Eliabe, seu filho Jeroão, seu filho Elcana. 28. E os filhos de Samuel: Vasni, seu primogênito, e o segundo Abias. 29. Os filhos de Merari: Mali, seu filho Libni, seu filho Simei, seu filho Uzá, 30. seu filho Siméia, seu filho Hagias, seu filho Asaías. 31. Estes são, pois, os que Davi constituiu para o ofício do canto na Casa do SENHOR, depois que a arca teve repouso. 32. E ministravam diante do tabernáculo da tenda da congregação com cantares, até que Salomão edificou a Casa do SENHOR em Jerusalém; e estiveram, segundo o seu costume, no seu ministério. 33. Estes são, pois, os que ali estavam com seus filhos; dos filhos dos coatitas, Hemã, o cantor, filho de Joel, filho de Samuel, 34. filho de Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliel, filho de Toá, 35. filho de Zufe, filho de Elcana, filho de Maate, filho de Amasai, 36. filho de Elcana, filho de Joel, filho de Azarias, filho de Sofonias, 37. filho de Taate, filho de Assir, filho de Ebiasafe, filho de Corá, 38. filho de Isar, filho de Coate, filho de Levi, filho de Israel. 39. E seu irmão Asafe estava à sua direita; e era Asafe filho de Berequias, filho de Siméia, 40. filho de Micael, filho de Baaséias, filho de Malquias, 41. filho de Etni, filho de Zerá, filho de Adaías, 42. filho de Etã, filho de Zima, filho de Simei, 43. filho de Jaate, filho de Gérson, filho de Levi. 44. E seus irmãos, os filhos de Merari, estavam à esquerda, a saber: Etã, filho de Quisi, filho de Abdi, filho de Maluque, 45. filho de Hasabias, filho de Amazias, filho de Hilquias, 46. filho de Anzi, filho de Bani, filho de Semer, 47. filho de Mali, filho de Musi, filho de Merari, filho de Levi. 48. E seus irmãos, os levitas, foram postos para todo o ministério do tabernáculo da Casa de Deus. 49. E Arão e seus filhos queimavam perfumes sobre o altar do holocausto e sobre o altar do incenso, para toda obra do lugar santíssimo e para fazer expiação por Israel, conforme tudo quanto Moisés, servo de Deus, tinha ordenado. 50. E estes foram os filhos de Arão: seu filho Eleazar, seu filho Finéias, seu filho Abisua, 51. seu filho Buqui, seu filho Uzi, seu filho Seraías, 52. seu filho Meraiote, seu filho Amarias, seu filho Aitube, 53. seu filho Zadoque, seu filho Aimaás. 54. E estas foram as suas habitações, segundo os seus acampamentos, no seu termo, a saber: dos filhos de Arão, da família dos coatitas, porque neles caiu a sorte, 55. deram-lhes, pois, a Hebrom, na terra de Judá e os seus arrabaldes que a rodeiam. 56. Porém o território da cidade e as suas aldeias deram a Calebe, filho de Jefoné. 57. E aos filhos de Arão deram as cidades de refúgio: Hebrom, e Libna, e os seus arrabaldes, e Jatir, e Estemoa, e os seus arrabaldes, 58. e Hilém, e os seus arrabaldes, e Debir, e os seus arrabaldes, 59. e Asã, e os seus arrabaldes, e Bete-Semes, e os seus arrabaldes; 60. e da tribo de Benjamim, Geba, e os seus arrabaldes, e Alemete, e os seus arrabaldes, e Anatote, e os seus arrabaldes; todas as suas cidades, pelas suas famílias, foram treze cidades. 61. Mas os filhos de Coate, que restaram da família da tribo, da meia tribo, metade de Manassés, por sorte tiveram dez cidades. 62. E os filhos de Gérson, segundo as suas famílias, da tribo de Issacar, e da tribo de Aser, e da tribo de Naftali, e da tribo de Manassés, em Basã, tiveram treze cidades. 63. Os filhos de Merari, segundo as suas famílias, da tribo de Rúben, e da tribo de Gade, e da tribo de Zebulom, por sorte, tiveram doze cidades. 64. Assim, deram os filhos de Israel aos levitas estas cidades e os seus arrabaldes. 65. E deram- lhes, por sorte, estas cidades, da tribo dos filhos de Judá, da tribo dos filhos de Simeão, e da tribo dos filhos de Benjamim, às quais deram os seus nomes. 66. E, quanto ao mais das famílias dos filhos de Coate, as cidades do seu termo se lhes deram da tribo de Efraim. 67. Porque lhes deram as cidades de refúgio, Siquém, e os seus arrabaldes, nas montanhas de Efraim, como também Gezer e os seus arrabaldes, 68. e Jocmeão, e os seus arrabaldes, e Bete-Horom, e seus arrabaldes, 69. e Aijalom, e os seus arrabaldes, e Gate-Rimom, e os seus arrabaldes; 70. e da meia tribo de Manassés, Aner, e os seus arrabaldes, e Bileão, e os seus arrabaldes; estas cidades tiveram os que ficaram da família dos filhos de Coate. 71. Os filhos de Gérson, da família da meia tribo de Manassés, tiveram a Golã, em Basã, e os seus arrabaldes, e Astarote, e os seus arrabaldes; 72. e da tribo de Issacar, Quedes, e os seus arrabaldes, e Daberate, e os seus arrabaldes, 73. e Ramote, e os seus arrabaldes, e Aném, e os seus arrabaldes; 74. e da tribo de Aser, Masal, e os seus arrabaldes, e Abdom, e os seus arrabaldes, 75. e Hucoque, e os seus arrabaldes, e Reobe, e os seus arrabaldes; 76. e da tribo de Naftali, Quedes, em Galiléia, e os seus arrabaldes, e Hamom, e os seus arrabaldes, e Quiriataim, e os seus arrabaldes. 77. Os que ficaram dos filhos de Merari, da tribo de Zebulom, tiveram a Rimono, e os seus arrabaldes, a Tabor, e os seus arrabaldes; 78. e dalém do Jordão, da banda de Jericó, ao oriente do Jordão, da tribo de Rúben, a Bezer, no deserto, e os seus arrabaldes, e a Jaza, e os seus arrabaldes, 79. e Quedemote, e os seus arrabaldes, e a Mefaate, e os seus arrabaldes; 80. e da tribo de Gade, Ramote, em Gileade, e os seus arrabaldes, e Maanaim, e os seus arrabaldes, 81. e Hesbom, e os seus arrabaldes, e Jazer, e os seus arrabaldes. 1 Crônicas 7 1. E, quanto aos filhos de Issacar, foram: Tola, e Puva, Jasube, e Sinrom, quatro. 2. E os filhos de Tola foram: Uzi, e Refaías, e Jeriel, e Jamai, e Ibsão, e Samuel, chefes das casas de seus pais, e descendentes de Tola, varões de valor nas suas gerações; o seu número, nos dias de Davi, foi de vinte e dois mil e seiscentos. 3. E, quanto aos filhos de Uzi, houve Izraías; e os filhos de Izraías foram Micael, e Obadias, e Joel, e Issias; todos estes cinco foram chefes. 4. E houve com eles, nas suas gerações, segundo as suas casas paternas, em tropas de gente de guerra, trinta e seis mil; porque tiveram muitas mulheres e filhos. 5. E seus irmãos, em todas as famílias de Issacar, varões de valor, foram oitenta e sete mil, todos contados pelas suas genealogias. 6. Os filhos de Benjamim foram: Belá, e Bequer, e Jediael, três. 7. E os filhos de Belá: Esbom, e Uzi, e Uziel, e Jerimote, e Iri, cinco chefes da casa dos pais, varões de valor, que foram contados pelas suas genealogias, vinte e dois mil e trinta e quatro. 8. E os filhos de Bequer: Zemira, e Joás, e Eliézer, e Elioenai, e Onri, e Jerimote, e Abias, e Anatote, e Alemete; todos estes foram filhos de Bequer. 9. E foram contados pelas suas genealogias, segundo as suas gerações, e chefes das casas de seus pais, varões de valor, vinte mil e duzentos. 10. E foram os filhos de Jediael, Bilã; e os filhos de Bilã foram Jeús, e Benjamim, e Eúde, e Quenaana, e Zetã, e Társis, e Aisaar. 11. Todos estes filhos de Jediael foram chefes das famílias dos pais, varões de valor, dezessete mil e duzentos, que saíam no exército à peleja. 12. E Supim, e Hupim, filho de Ir; e Husim, dos filhos de Aer. 13. Os filhos de Naftali: Jaziel, e Guni, e Jezer, e Salum, filhos de Bila. 14. Os filhos de Manassés: Asriel, que a mulher de Gileade teve (porém a sua concubina, a sira, teve a Maquir, pai de Gileade; 15. e Maquir tomou a irmã de Hupim e Supim por mulher; e era o seu nome Maaca), e foi o nome do segundo Zelofeade; e Zelofeade teve filhas. 16. E Maaca, mulher de Maquir, teve um filho e chamou o seu nome Perez; e o nome de seu irmão foi Seres; e foram seus filhos Ulão e Requém. 17. E o filho de Ulão: Bedã; estes foram os filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés. 18. E, quanto à sua irmã Hamolequete, teve a Isode, e a Abiezer, e a Macla. 19. E foram os filhos de Semida: Aiã, e Siquém, e Liqui, e Anião. 20. E os filhos de Efraim: Sutela, e seu filho Berede, e seu filho Taate, e seu filho Eleada e seu filho Taate, 21. e seu filho Zabade, e seu filho Sutela, e Eser, e Eleade; e os homens de Gate, naturais da terra, os mataram, porque desceram para tomar os seus gados. 22. Pelo que Efraim, seu pai, por muitos dias os chorou; e vieram seus irmãos para o consolar. 23. Depois, entrou à sua mulher, e ela concebeu e teve um filho; e chamou o seu nome Berias, porque as coisas iam mal na sua casa. 24. E sua filha foi Seerá, que edificou a Bete-Horom, a baixa e a alta, como também a Uzém-Seerá. 25. E foi seu filho Refa, e Resefe, e Tela, seu filho, e Taã, seu filho, 26. seu filho Ladã, seu filho Amiúde, seu filho Elisama, 27. seu filho Num, seu filho Josué. 28. E foi a sua possessão e habitação Betel, e os lugares da sua jurisdição; e ao oriente Naarã; e ao ocidente Gezer, e os lugares da sua jurisdição, e Siquém, e os lugares da sua jurisdição, até Aia, e os lugares da sua jurisdição; 29. e da banda dos filhos de Manassés, Bete-Seã, e os lugares da sua jurisdição, Megido, e os lugares da sua jurisdição, Taanaque, e os lugares da sua jurisdição, Dor, e os lugares da sua jurisdição; nestas habitaram os filhos de José, filho de Israel. 30. Os filhos de Aser foram: Imna, e Isvá, e Isvi, e Berias, e Sera, sua irmã. 31. E os filhos de Berias: Héber e Malquiel; este foi o pai de Birzavite. 32. E Héber gerou a Jaflete, e a Somer, e a Hotão, e a Suá, sua irmã. 33. E foram os filhos de Jaflete: Pasaque, e Bimal, e Asvate; estes foram os filhos de Jaflete. 34. E os filhos de Semer: Aí, e Roga, e Jeubá, e Arã. 35. E os filhos de seu irmão Helém: Zofa, e Imna, e Seles, e Amal. 36. Os filhos de Zofa: Suá, e Harnefer, e Sual, e Beri, e Inra, 37. e Bezer, e Hode, e Samá, e Silsa, e Itrã, e Beera. 38. E os filhos de Jéter: Jefoné, e Pispa, e Ara. 39. E os filhos de Ula: Ara, e Haniel, e Rizia. 40. Todos estes foram filhos de Aser, chefes das casas paternas, escolhidos varões de valor, chefes dos príncipes, e contados nas suas genealogias, no exército para a guerra; foi seu número de vinte e seis mil homens. 1 Crônicas 8 1. E Benjamim gerou a Belá, seu primogênito, a Asbel, o segundo e a Aará, o terceiro, 2. e a Noá, o quarto, e a Rafa, o quinto, 3. e Belá teve estes filhos: Adar, e Gera, e Abiúde, 4. e Abisua, e Naamã, e Aoá, 5. e Gera, e Sefufã, e Hurão. 6. E estes foram os filhos de Eúde, que foram chefes dos pais dos moradores de Geba, e os transportados a Manaate: 7. Naamã, e Aías, e Gera; a estes Gera transportou e gerou a Uzá e a Aiúde. 8. E Saaraim (depois de ter repudiado suas mulheres Husim e Baara), na terra de Moabe, gerou filhos. 9. e de Hodes, sua mulher, gerou a Jobabe, e a Zíbia, e a Messa, e a Malcã, 10. e a Jeús, e a Saquias, e a Mirma; estes foram seus filhos, chefes dos pais. 11. E de Husim gerou a Abitube e a Elpaal. 12. E foram os filhos de Elpaal: Héber, e Misã, e Semede; este edificou a Ono, e a Lode, e os lugares da sua jurisdição. 13. E Berias e Sema foram cabeças dos pais dos moradores de Aijalom; estes afugentaram os moradores de Gate. 14. E Aiô, e Sasaque, e Jeremote, 15. e Zebadias, e Arade, e Éder, 16. e Micael, e Ispa, e Joá foram filhos de Berias. 17. E Zebadias, e Mesulão, e Hizqui, e Héber, 18. e Ismerai, e Izlias, e Jobabe, filhos de Elpaal. 19. E Jaquim, e Zicri, e Zabdi, 20. e Elienai, e Ziletai, e Eliel, 21. e Adaías e Beraías, e Sinrate, filhos de Simei. 22. E Ispã, e Éber, e Eliel, 23. e Abdom, e Zicri, e Hanã, 24. e Hananias, e Elão, e Antotias, 25. e Ifdéias, e Penuel, filhos de Sasaque. 26. E Sanserai, e Searias, e Atalias, 27. e Jaaresias, e Elias, e Zicri, filhos de Jeroão. 28. Estes foram chefes dos pais, segundo as suas gerações, e habitaram em Jerusalém. 29. E em Gibeão habitou o pai de Gibeão; e era o nome de sua mulher Maaca, 30. e seu filho primogênito Abdom, depois Zur, e Quis, e Baal, e Nadabe, 31. e Gedor, e Aiô, e Zequer. 32. E Miclote gerou a Siméia, e também estes, defronte de seus irmãos, habitaram em Jerusalém com seus irmãos. 33. E Ner gerou a Quis, e Quis gerou a Saul; e Saul gerou a Jônatas, e a Malquisua, e a Abinadabe, e a Esbaal. 34. E filho de Jônatas foi Meribe-Baal; e Meribe-Baal gerou a Mica. 35. E os filhos de Mica foram: Pitom, e Meleque, e Taréia, e Acaz. 36. E Acaz gerou a Jeoada, e Jeoada gerou a Alemete, e a Azmavete, e a Zinri; e Zinri gerou a Mosa, 37. e Mosa gerou a Bineá, cujo filho foi Rafa, cujo filho foi Eleasa, cujo filho foi Azel. 38. E teve Azel seis filhos, e estes foram os seus nomes: Azricão, e Bocru, e Ismael, e Searias, e Obadias, e Hanã; todos estes foram filhos de Azel. 39. E os filhos de Eseque, seu irmão: Ulão, seu primogênito, Jeús, o segundo, e Elifelete, o terceiro. 40. E foram os filhos de Ulão varões heróis, valentes, e flecheiros destros; e tiveram muitos filhos, e filhos de filhos, cento e cinqüenta; todos estes foram dos filhos de Benjamim. 1 Crônicas 9 1. E todo o Israel foi contado por genealogias; eis que estão escritos no livro dos reis de Israel; e os de Judá foram transportados à Babilônia, por causa da sua transgressão. 2. E os primeiros habitadores, que moravam nas suas possessões e nas suas cidades, foram os israelitas, os sacerdotes, os levitas e os netineus. 3. Porém alguns dos filhos de Judá, e dos filhos de Benjamim, e dos filhos de Efraim e Manassés habitaram em Jerusalém: 4. Utai, filho de Amiúde, filho de Onri, filho de Inri, filho de Bani, dos filhos de Perez, filho de Judá; 5. e dos silonitas: Asaías, o primogênito, e seus filhos; 6. e dos filhos de Zerá: Jeuel e seus irmãos, seiscentos e noventa; 7. e dos filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Hodavias, filho de Hassenuá; 8. e Ibnéias, filho de Jeroão, e Elá, filho de Uzi, filho de Micri, e Mesulão, filho de Sefatias, filho de Reuel, filho de Ibnijas; 9. e seus irmãos segundo as suas gerações, novecentos e cinqüenta e seis; todos esses homens foram cabeças dos pais nas casas de seus pais. 10. E dos sacerdotes: Jedaías, e Jeoiaribe, e Jaquim, 11. e Azarias, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote, filho de Aitube, maioral da Casa de Deus; 12. Adaías, filho de Jeroão, filho de Pasur, filho de Malquias, e Masai, filho de Adiel, filho de Jazera, filho de Mesulão, filho de Mesilemite, filho de Imer; 13. como também seus irmãos, cabeças nas casas de seus pais, mil setecentos e sessenta, varões valentes para a obra do ministério da Casa de Deus. 14. E dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, dos filhos de Merari; 15. e Baquebacar, e Heres, e Galal, e Matanias, filho de Mica, filho de Zicri, filho de Asafe; 16. e Obadias, filho de Semaías, filho de Galal, filho de Jedutum; e Berequias, filho de Asa, filho de Elcana, morador das aldeias dos netofatitas. 17. E foram porteiros: Salum, e Acube, e Talmom, e Aimã e seus irmãos, cujo chefe era Salum. 18. E até àquele tempo estavam de guarda à porta do rei para o oriente; estes foram os porteiros entre os arraiais dos filhos de Levi. 19. E Salum, filho de Coré, filho de Ebiasafe, filho de Corá, e seus irmãos da casa de seu pai, os coraítas, tinham cargo da obra do ministério e eram guardas dos umbrais do tabernáculo; e seus pais foram capitães do arraial do SENHOR e guardadores da entrada. 20. E Finéias, filho de Eleazar, dantes, era entre eles guia, com o qual era o SENHOR. 21. E Zacarias, filho de Meselemias, era o porteiro da porta da tenda da congregação. 22. Todos estes, escolhidos para serem porteiros dos umbrais, foram duzentos e doze; e foram estes, segundo as suas aldeias, postos em suas genealogias; e Davi e Samuel, o vidente, os constituíram no seu cargo. 23. Estavam, pois, eles e seus filhos às portas da Casa do SENHOR, na casa da tenda, junto aos guardas. 24. Os porteiros estavam aos quatro ventos: ao oriente, ao ocidente, ao norte e ao sul. 25. E seus irmãos estavam nas suas aldeias e, no sétimo dia, de tempo em tempo, entravam a servir com eles. 26. Porque havia, naquele ofício, quatro porteiros-mores que eram levitas e tinham cargo das câmaras e dos tesouros da Casa de Deus. 27. E, de noite, ficavam à roda da Casa de Deus, porque a guarda lhes estava encarregada, e tinham cargo de abrir, e isso cada manhã. 28. E alguns deles tinham cargo dos utensílios do ministério, porque por conta os traziam e por conta os tiravam. 29. Porque deles alguns havia que tinham cargo dos móveis e de todos os objetos sagrados, como também da flor de farinha, e do vinho, e do azeite, e do incenso, e da especiaria. 30. E alguns dos filhos dos sacerdotes eram os obreiros da confecção das especiarias. 31. E Matitias, dentre os levitas, o primogênito de Salum, o coraíta, tinha cargo da obra que se fazia em assadeiras. 32. E alguns dos filhos dos coatitas, de seus irmãos, houve alguns que tinham cargo dos pães da proposição, para os prepararem em todos os sábados. 33. Destes foram também os cantores, cabeças dos pais entre os levitas, habitando nas câmaras, isentos de serviços; porque, de dia e de noite, estava a seu cargo ocuparem-se naquela obra. 34. Estes foram cabeças dos pais entre os levitas, chefes em suas gerações; estes habitaram em Jerusalém. 35. Porém em Gibeão habitaram Jeiel, pai de Gibeão (e era o nome de sua mulher Maaca), 36. e seu filho primogênito Abdom, depois Zur, e Quis, e Baal, e Ner, e Nadabe, 37. e Gedor, e Aiô, e Zacarias, e Miclote. 38. E Miclote gerou a Siméia, e também estes defronte de seus irmãos, habitaram em Jerusalém com seus irmãos. 39. E Ner gerou a Quis, e Quis gerou a Saul, e Saul gerou a Jônatas, e a Malquisua, e a Abinadabe, e a Esbaal. 40. E filho de Jônatas foi Meribe-Baal, e Meribe-Baal gerou a Mica. 41. E os filhos de Mica foram Pitom, e Meleque, e Taréia. 42. E Acaz gerou a Jaerá, e Jaerá gerou a Alemete, e a Azmavete, e a Zinri; e Zinri gerou a Mosa. 43. E Mosa gerou a Bineá, cujo filho foi Refaías, cujo filho foi Eleasa, cujo filho foi Azel. 44. E teve Azel seis filhos, e estes foram os seus nomes: Azricão, e Bocru, e Ismael, e Searias, e Obadias, e Hanã; estes foram os filhos de Azel. 1 Crônicas 10 1. E os filisteus pelejaram com Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus e caíram feridos nas montanhas de Gilboa. 2. E os filisteus apertaram com Saul e com seus filhos e feriram os filisteus a Jônatas, e a Abinadabe, e a Malquisua, filhos de Saul. 3. E a peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o acharam, e ele temeu muito aos flecheiros. 4. Então, disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não quis, porque temia muito; então, tomou Saul a espada e se lançou sobre ela. 5. Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul estava morto, também ele se lançou sobre a espada e morreu. 6. Assim, morreram Saul e seus três filhos; e toda a sua casa morreu juntamente. 7. E, vendo todos os homens de Israel que estavam no vale que haviam fugido e que Saul e seus filhos eram mortos, deixaram as suas cidades e fugiram; então, vieram os filisteus e habitaram nelas. 8. E sucedeu que, no dia seguinte, vindo os filisteus a despojar os mortos, acharam Saul e os seus filhos estirados nas montanhas de Gilboa. 9. E os despojaram, e tomaram a sua cabeça e as suas armas, e as enviaram pela terra dos filisteus em redor, para o anunciarem a seus ídolos e ao povo. 10. E puseram as suas armas na casa do seu deus e a sua cabeça fixaram na casa de Dagom. 11. Ouvindo, pois, toda a Jabes-Gileade tudo quanto os filisteus fizeram a Saul, 12. então, todos os homens belicosos se levantaram, e tomaram o corpo de Saul e os corpos de seus filhos, e os trouxeram a Jabes; e sepultaram os seus ossos debaixo de um carvalho, em Jabes, e jejuaram sete dias. 13. Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o SENHOR, por causa da palavra do SENHOR, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar 14. e não buscou o SENHOR, pelo que o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé. 1 Crônicas 11 1. Então, todo o Israel se ajuntou a Davi em Hebrom, dizendo: Eis que somos teus ossos e tua carne. 2. E também já dantes, sendo Saul ainda rei, eras tu o que fazias sair e entrar a Israel; também o SENHOR, teu Deus, te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás chefe sobre o meu povo de Israel. 3. Também vieram todos os anciãos de Israel ao rei, a Hebrom, e Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o SENHOR; e ungiram Davi rei sobre Israel, conforme a palavra do SENHOR pelo ministério de Samuel. 4. E partiu Davi e todo o Israel para Jerusalém, que é Jebus, porque ali estavam os jebuseus, moradores da terra. 5. E disseram os moradores de Jebus a Davi: Tu não entrarás aqui. Porém Davi ganhou a fortaleza de Sião, que é a Cidade de Davi. 6. Porque disse Davi: Qualquer que primeiro ferir os jebuseus será chefe e maioral. Então, Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro a ela, pelo que foi feito chefe. 7. E Davi habitou na fortaleza, pelo que se chamou a Cidade de Davi. 8. E edificou a cidade ao redor, desde Milo até completar o circuito; e Joabe renovou o resto da cidade. 9. E ia Davi cada vez mais aumentando e crescendo, porque o SENHOR dos Exércitos era com ele. 10. E estes foram os chefes dos heróis que Davi tinha e que o apoiaram fortemente no seu reino, com todo o Israel, para o fazerem rei, conforme a palavra do SENHOR, no tocante a Israel. 11. E estes foram do número dos heróis que Davi tinha: Jasobeão, hacmonita, o principal dos capitães, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, de uma vez os matou. 12. E, depois dele, Eleazar, filho de Dodô, o aoíta; ele estava entre os três varões. 13. Este esteve com Davi em Pas-Damim, quando os filisteus ali se ajuntaram à peleja, e o pedaço de campo estava cheio de cevada, e o povo fugiu de diante dos filisteus. 14. E puseram-se no meio daquele pedaço, e o defenderam, e feriram os filisteus; e promoveu o SENHOR um grande livramento. 15. E três dos trinta chefes desceram à penha, a Davi, na caverna de Adulão; e o arraial dos filisteus estava acampado no vale dos Refains. 16. E Davi estava, então, no lugar forte, e o alojamento dos filisteus estava, então, em Belém. 17. E desejou Davi e disse: Quem me dará a beber da água do poço de Belém, que está junto à porta? 18. Então, aqueles três romperam pelo arraial dos filisteus e tiraram água do poço de Belém que estava à porta; e tomaram dela e a trouxeram a Davi, porém Davi não a quis beber, mas a derramou perante o SENHOR. 19. E disse: Nunca meu Deus permita que faça tal! Beberia eu o sangue destes varões com as suas vidas? Pois, com perigo das suas vidas, a trouxeram. E ele não a quis beber. Isto fizeram aqueles três valentes. 20. E também Abisai, irmão de Joabe, foi chefe de três, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, os feriu; e teve nome entre os três. 21. Dos três foi mais ilustre do que os outros dois, pelo que foi chefe deles; porém não chegou aos primeiros três. 22. Também Benaia, filho de Joiada, filho de um valente varão, grande em obras, de Cabzeel; ele feriu dois fortes leões de Moabe; e também desceu e feriu um leão dentro de uma cova, no tempo da neve. 23. Também feriu ele a um homem egípcio, homem de grande altura, de cinco côvados; e trazia o egípcio uma lança na mão, como o eixo do tecelão; mas desceu contra ele com uma vara, e arrancou a lança da mão do egípcio, e o matou com a sua própria lança. 24. Estas coisas fez Benaia, filho de Joiada, pelo que teve nome entre aqueles três varões. 25. Eis que dos trinta foi ele o mais ilustre; contudo, não chegou aos três; e Davi o pôs sobre os da sua guarda. 26. E foram os heróis dos exércitos: Asael, irmão de Joabe, Elanã, filho de Dodô, de Belém; 27. Samote, o harodita; Heles, o pelonita; 28. Ira, filho de Iques, o tecoíta; Abiezer, o anatotita; 29. Sibecai, o husatita; Ilai, o aoíta; 30. Maarai, o netofatita; Helede, filho de Baaná, o netofatita; 31. Itai, filho de Ribai, de Gibeá, dos filhos de Benjamim; Benaia, o piratonita; 32. Hurai, do ribeiro de Gaás; Abiel, o arbatita; 33. Azmavete, o baarumita; Eliaba, o saalbonita. 34. Dos filhos de Hasém, o gizonita: Jônatas, filho de Sage, o hararita; 35. Aião, filho de Sacar, o hararita; Elifal, filho de Ur; 36. Héfer, o mequeratita; Aías, o pelonita; 37. Hezro, o carmelita; Naarai, filho de Ezbai; 38. Joel, irmão de Natã; Mibar, filho de Hagri; 39. Zeleque, o amonita; Naarai, o berotita, escudeiro de Joabe, filho de Zeruia; 40. Ira, o itrita; Garebe, o itrita; 41. Urias, o heteu; Zabade, filho de Alai; 42. Adina, filho de Siza, o rubenita, chefe dos rubenitas; todavia, sobre ele havia trinta; 43. Hanã, filho de Maaca; e Josafá, o mitenita; 44. Uzias, o astaratita; Sama e Jeiel, filhos de Hotão, o aroerita; 45. Jediael, filho de Sinri; e Joá, seu irmão, o tizita; 46. Eliel, o maavita; Jeribai e Josavias, filhos de Elnaão; e Itma, o moabita, 47. Eliel, e Obede, e Jaasiel, o mezobaíta. 1 Crônicas 12 1. Estes, porém, são os que vieram a Davi, a Ziclague, sendo ele ainda fugitivo, por causa de Saul, filho de Quis; e eram dos valentes que ajudaram nesta guerra. 2. Armados de arco, usavam da mão direita e esquerda em atirar pedras e em despedir flechas com o arco; eram estes dos irmãos de Saul, benjamitas: 3. Aiezer, o chefe, e Joás, filhos de Semaá, o gibeatita; Jeziel e Pelete, filhos de Azmavete; e Beraca, e Jeú, o anatotita; 4. e Ismaías, o gibeonita, valente entre os trinta e capitão dos trinta; Jeremias, e Jaaziel, e Joanã, e Jozabade, o gederatita; 5. Eluzai, e Jerimote, e Bealias, e Semarias, e Sefatias, o harufita; 6. Elcana, e Issias, e Azarel, e Joezer, e Jasobeão, os coraítas; 7. e Joela, e Zebadias, filhos de Jeroão, de Gedor. 8. E dos gaditas se retiraram a Davi, ao lugar forte no deserto, varões valentes, homens de guerra para pelejar, armados com rodela e lança; e seus rostos eram como rostos de leões, e eles eram ligeiros como corças sobre os montes; 9. Eser, o cabeça, Obadias, o segundo, Eliabe, o terceiro, 10. Mismana, o quarto, Jeremias, o quinto, 11. Atai, o sexto, Eliel, o sétimo, 12. Joanã, o oitavo, Elzabade, o nono, 13. Jeremias, o décimo, Macbanai, o undécimo; 14. estes, dos filhos de Gade, foram os capitães do exército; um dos menores tinha o cargo de cem, e o maior, de mil. 15. Estes são os que passaram o Jordão no mês primeiro, quando ele transbordava por todas as suas ribanceiras, e fizeram fugir a todos os dos vales para o oriente e para o ocidente. 16. Também vieram alguns dos filhos de Benjamim e de Judá a Davi, ao lugar forte. 17. E Davi lhes saiu ao encontro e lhes falou, dizendo: Se vós vindes a mim pacificamente e para me ajudar, o meu coração se unirá convosco; porém, se é para me entregardes aos meus inimigos, sem que haja deslealdade nas minhas mãos, o Deus de nossos pais o veja e o repreenda. 18. Então, entrou o Espírito em Amasai, chefe de trinta, e disse: Nós somos teus, ó Davi! E contigo estamos, ó filho de Jessé! Paz, paz seja contigo! E paz com quem te ajuda! Pois que teu Deus te ajuda. E Davi os recebeu e os fez capitães das tropas. 19. Também de Manassés alguns passaram a Davi, quando veio com os filisteus para a batalha contra Saul, ainda que não ajudaram os filisteus; porque os príncipes dos filisteus, com conselho, o despediram, dizendo: À custa de nossa cabeça passará a Saul, seu senhor. 20. Voltando ele, pois, a Ziclague, passaram para ele, de Manassés, Adna, e Jozabade, e Jediael, e Micael, e Jozabade, e Eliú, e Ziletai, chefes de milhares dos de Manassés. 21. E estes ajudaram a Davi contra aquela tropa, porque todos eles eram heróis valentes e foram capitães no exército. 22. Porque, naquele tempo, de dia em dia, vinham a Davi para o ajudar, até que se fez um grande exército, como exército de Deus. 23. Ora, este é o número dos chefes armados para a peleja, que vieram a Davi em Hebrom, para transferir a ele o reino de Saul, conforme a palavra do SENHOR: 24. dos filhos de Judá, que traziam rodela e lança, seis mil e oitocentos, armados para a peleja; 25. dos filhos de Simeão, varões valentes para pelejar, sete mil e cem; 26. dos filhos de Levi, quatro mil e seiscentos. 27. Joiada, porém, era o chefe dos de Arão, e com ele vieram três mil e setecentos; 28. Zadoque, sendo ainda jovem, varão valente, da família de seu pai, trouxe vinte e dois príncipes. 29. E dos filhos de Benjamim, irmãos de Saul, vieram três mil, porque até então havia ainda muitos deles que eram pela casa de Saul; 30. dos filhos de Efraim, vinte mil e oitocentos varões valentes, homens de nome em casa de seus pais; 31. da meia tribo de Manassés, dezoito mil, que foram apontados pelos seus nomes para vir a fazer rei a Davi; 32. dos filhos de Issacar, destros na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, duzentos de seus chefes e todos os seus irmãos, que seguiam a sua palavra; 33. de Zebulom, dos que saíam ao exército, ordenados para a peleja com todas as armas de guerra, cinqüenta mil, também destros, para ordenarem uma batalha com coração constante; 34. de Naftali, mil capitães e com eles trinta e sete mil com rodela e lança; 35. dos danitas, ordenados para a peleja, vinte e oito mil e seiscentos; 36. de Aser, dos que saíam para o exército, para ordenarem a batalha, quarenta mil; 37. da banda dalém do Jordão, dos rubenitas e gaditas e da meia tribo de Manassés, com toda sorte de instrumentos de guerra para pelejar, cento e vinte mil. 38. Todos estes homens de guerra, postos em ordem de batalha, com coração inteiro, vieram a Hebrom para levantar a Davi rei sobre todo o Israel; e também todo o resto de Israel tinha o mesmo coração para levantar a Davi rei. 39. E estiveram ali com Davi três dias, comendo e bebendo; porque seus irmãos lhes tinham preparado as provisões. 40. E também seus vizinhos de mais perto, até Issacar, e Zebulom, e Naftali, trouxeram pão sobre jumentos, e sobre camelos, e sobre mulos, e sobre bois, provisões de farinha, pastas de figos, e cachos de passas, e vinho, e azeite, e bois, e gado miúdo em abundância; porque havia alegria em Israel. 1 Crônicas 13 1. E teve Davi conselho com os capitães dos milhares, e dos centos, e com todos os príncipes; 2. e disse Davi a toda a congregação de Israel: Se bem vos parece e se vem isso do SENHOR, nosso Deus, enviemos depressa mensageiros a todos os nossos outros irmãos em todas as terras de Israel, e aos sacerdotes, e aos levitas com eles nas cidades e nos seus arrabaldes, para que se ajuntem conosco; 3. e tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque não a buscamos nos dias de Saul. 4. Então, disse toda a congregação que assim se fizesse; porque esse negócio pareceu reto aos olhos de todo o povo. 5. Ajuntou, pois, Davi a todo o Israel desde Sior do Egito até chegar a Hamate, para trazer a arca de Deus de Quiriate-Jearim. 6. E, então, Davi, com todo o Israel, subiu a Baalá e dali a Quiriate-Jearim, que está em Judá, para fazer subir dali a arca de Deus, o SENHOR que habita entre os querubins, sobre a qual é invocado o seu nome. 7. E levaram a arca de Deus sobre um carro novo, da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro. 8. Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus, com toda a sua força; em cânticos, com harpas, e com alaúdes, e com tamboris, e com címbalos, e com trombetas. 9. E, chegando à eira de Quidom, estendeu Uzá a mão, para segurar a arca, porque os bois tropeçavam. 10. Então, se acendeu a ira do SENHOR contra Uzá e o feriu, por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus. 11. E Davi se encheu de tristeza de que o SENHOR houvesse aberto brecha em Uzá; pelo que chamou àquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. 12. E, naquele dia, temeu Davi ao Senhor, dizendo: Como trarei a mim a arca de Deus? 13. Pelo que Davi não trouxe a arca a si, à Cidade de Davi; porém a fez retirar à casa de Obede-Edom, o geteu. 14. Assim, ficou a arca de Deus com a família de Obede-Edom, três meses em sua casa; e o SENHOR abençoou a casa de Obede-Edom e tudo quanto tinha. 1 Crônicas 14 1. Então, Hirão, rei de Tiro, mandou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e pedreiros, e carpinteiros, para lhe edificar uma casa. 2. E entendeu Davi que o SENHOR o tinha confirmado rei sobre Israel; porque o seu reino se tinha muito exaltado por amor do seu povo Israel. 3. E Davi tomou ainda mais mulheres em Jerusalém; e gerou Davi ainda mais filhos e filhas. 4. E estes são os nomes dos filhos que tinha em Jerusalém: Samua, e Sobabe, Natã, e Salomão, 5. e Ibar, e Elisua, e Elpelete, 6. e Nogá, e Nefegue, e Jafia, 7. e Elisama, e Beeliada, e Elifelete. 8. Ouvindo, pois, os filisteus que Davi havia sido ungido rei sobre todo o Israel, todos os filisteus subiram em busca de Davi; o que ouvindo Davi, logo saiu contra eles. 9. E, vindo os filisteus, se estenderam pelo vale dos Refains. 10. Então, consultou Davi a Deus, dizendo: Subirei contra os filisteus, e nas minhas mãos os entregarás? E o SENHOR lhe disse: Sobe, porque os entregarei nas tuas mãos. 11. E, subindo a Baal-Perazim, Davi ali os feriu; e disse Davi: Por minha mão, Deus derrotou a meus inimigos, como a rotura das águas. Pelo que chamaram o nome daquele lugar Baal-Perazim. 12. E deixaram ali seus deuses; e ordenou Davi que se queimassem a fogo. 13. Porém os filisteus tornaram e se estenderam pelo vale. 14. E tornou Davi a consultar a Deus; e disse-lhe Deus: Não subirás atrás deles; mas anda em roda por detrás deles e vem a eles por defronte das amoreiras; 15. e há de ser que, ouvindo tu um ruído de andadura pelas copas das amoreiras, então, sai à peleja; porque Deus haverá saído diante de ti, a ferir o exército dos filisteus. 16. E fez Davi como Deus lhe ordenara; e feriram o exército dos filisteus desde Gibeão até Gezer. 17. Assim se espalhou o nome de Davi por todas aquelas terras; e o SENHOR pôs o seu temor sobre todas aquelas gentes. 1 Crônicas 15 1. Fez também Davi casa para si na Cidade de Davi; e preparou um lugar para a arca de Deus e armou-lhe uma tenda. 2. Então, disse Davi: Ninguém pode levar a arca do SENHOR, senão os levitas; porque o SENHOR os elegeu, para levarem a arca do SENHOR e para o servirem eternamente. 3. E Davi ajuntou a todo o Israel em Jerusalém, para fazerem subir a arca do SENHOR ao seu lugar, que lhe tinha preparado. 4. E Davi ajuntou os filhos de Arão e os levitas: 5. dos filhos de Coate: Uriel, o príncipe, e seus irmãos, cento e vinte; 6. dos filhos de Merari: Asaías, o príncipe, e seus irmãos, duzentos e vinte; 7. dos filhos de Gérson: Joel, o príncipe, e seus irmãos, cento e trinta; 8. dos filhos de Elisafã: Semaías, o príncipe, e seus irmãos, duzentos; 9. dos filhos de Hebrom: Eliel, o príncipe, e seus irmãos, oitenta; 10. dos filhos de Uziel: Aminadabe, o príncipe, e seus irmãos, cento e doze. 11. E chamou Davi os sacerdotes Zadoque e Abiatar e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e Aminadabe 12. e disse-lhes: Vós sois os chefes dos pais entre os levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do SENHOR, Deus de Israel, ao lugar que lhe tenho preparado. 13. Pois que, porquanto primeiro vós assim o não fizestes, o SENHOR fez rotura em nós, porque o não buscamos segundo a ordenança. 14. Santificaram-se, pois, os sacerdotes e levitas, para fazerem subir a arca do SENHOR, Deus de Israel. 15. E os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos ombros, como Moisés tinha ordenado, conforme a palavra do SENHOR, com as varas que tinham sobre si. 16. E disse Davi aos príncipes dos levitas que constituíssem a seus irmãos, os cantores, com instrumentos músicos, com alaúdes, harpas e címbalos, para que se fizessem ouvir, levantando a voz com alegria. 17. Ordenaram, pois, os levitas a Hemã, filho de Joel; e dos seus irmãos a Asafe, filho de Berequias; e dos filhos de Merari, seus irmãos, a Etã, filho de Cusaías. 18. E com eles a seus irmãos da segunda ordem: Zacarias, e Bene, e Jaaziel, e Semiramote, e Jeiel, e Uni, e Eliabe, e Benaia, e Maaséias, e Matitias, e Elifeleu, e Micnéias, e Obede-Edom, e Jeiel, os porteiros. 19. E os cantores, Hemã, Asafe e Etã se faziam ouvir com címbalos de metal; 20. e Zacarias, e Aziel, e Semiramote, e Jeiel, e Uni, e Eliabe, e Maaséias, e Benaia, com alaúdes, sobre Alamote; 21. e Matitias, e Elifeleu, e Micnéias, e Obede-Edom, e Jeiel, e Azazias, com harpas, sobre Seminite, para esforçar o tom. 22. E Quenanias, príncipe dos levitas, tinha cargo de entoar o canto; ensinava-os a entoá-lo, porque era entendido nisso. 23. E Berequias e Elcana eram porteiros da arca. 24. E Sebanias, e Josafá, e Netanel, e Amasai, e Zacarias, e Benaia, e Eliézer, os sacerdotes, tocavam as trombetas perante a arca de Deus; e Obede-Edom e Jeías eram porteiros da arca. 25. Sucedeu, pois, que Davi, e os anciãos de Israel, e os capitães dos milhares foram para fazerem subir, com alegria, a arca do concerto do SENHOR, da casa de Obede-Edom. 26. E sucedeu que, ajudando Deus os levitas que levavam a arca do concerto do SENHOR, sacrificaram sete novilhos e sete carneiros. 27. E Davi ia vestido de um roupão de linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e Quenanias, chefe dos que levavam a arca e dos cantores; também Davi levava sobre si um éfode de linho. 28. E todo o Israel fez subir a arca do concerto do SENHOR, com júbilo, e com sonido de buzinas, e com trombetas, e com címbalos, fazendo sonido com alaúdes e com harpas. 29. E sucedeu que, chegando a arca do concerto do SENHOR à Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, olhou de uma janela e, vendo a Davi dançar e tocar, o desprezou no seu coração. 1 Crônicas 16 1. Trazendo, pois, a arca de Deus, a puseram no meio da tenda que Davi lhe tinha armado; e ofereceram holocaustos e sacrifícios pacíficos perante Deus. 2. E, acabando Davi de oferecer os holocaustos e sacrifícios pacíficos, abençoou o povo em nome do SENHOR. 3. E repartiu a todos em Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um um pão, e um bom pedaço de carne, e um frasco de vinho. 4. E pôs perante a arca do SENHOR alguns dos levitas por ministros; e isso para recordarem, e louvarem, e celebrarem ao SENHOR, Deus de Israel. 5. Era Asafe o chefe, e Zacarias, o segundo, e depois dele Jeiel, e Semiramote, e Jeiel, e Matitias, e Eliabe, e Benaia, e Obede-Edom, e Jeiel, com alaúdes e com harpas; e Asafe se fazia ouvir com címbalos. 6. Também Benaia e Jaaziel, os sacerdotes, estavam continuamente com trombetas, perante a arca do concerto de Deus. 7. Então, naquele mesmo dia, entregou Davi em primeiro lugar o Salmo seguinte, para louvarem ao SENHOR, pelo ministério de Asafe e de seus irmãos: 8. Louvai ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos entre os povos os seus feitos. 9. Cantai-lhe, salmodiai-lhe, atentamente falai de todas as suas maravilhas. 10. Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR. 11. Buscai o SENHOR e a sua força; buscai a sua face continuamente. 12. Lembrai-vos das suas maravilhas que tem feito, dos seus prodígios, e dos juízos da sua boca. 13. Vós, semente de Israel, seus servos, vós, filhos de Jacó, seus eleitos. 14. Ele é o SENHOR, nosso Deus; em toda a terra estão os seus juízos. 15. Lembrai-vos perpetuamente do seu concerto e da palavra que prescreveu para mil gerações; 16. do concerto que fez com Abraão e do seu juramento a Isaque; 17. o qual também a Jacó ratificou por estatuto, e a Israel, por concerto eterno, 18. dizendo: A ti te darei a terra de Canaã, quinhão da vossa herança. 19. Sendo vós em pequeno número, poucos homens, e estrangeiros nela; 20. andavam de nação em nação e de um reino para outro povo. 21. A ninguém permitiu que os oprimisse e, por amor deles, repreendeu reis, dizendo: 22. Não toqueis os meus ungidos e aos meus profetas não façais mal. 23. Cantai ao SENHOR em toda a terra; anunciai de dia em dia a sua salvação. 24. Contai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas. 25. Porque grande é o SENHOR, e mui digno de ser louvado, e mais tremendo é do que todos os deuses. 26. Porque todos os deuses das nações são vaidades; porém o SENHOR fez os céus. 27. Majestade e esplendor há diante dele, força e alegria, no seu lugar. 28. Dai ao SENHOR, ó famílias das nações, dai ao SENHOR glória e força. 29. Dai ao SENHOR a glória de seu nome; trazei presentes e vinde perante ele; adorai ao SENHOR na beleza da sua santidade. 30. Trema perante ele, trema toda a terra; pois o mundo se firmará, para que se não abale. 31. Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; e diga-se entre as nações: O SENHOR reina. 32. Brama o mar com a sua plenitude; exulte o campo com tudo o que há nele. 33. Então, jubilarão as árvores dos bosques perante o SENHOR; porquanto vem a julgar a terra. 34. Louvai ao SENHOR, porque é bom; pois a sua benignidade dura perpetuamente. 35. E dizei: Salva-nos, ó Deus da nossa salvação, e ajunta-nos, e livra-nos das nações; para que louvemos o teu santo nome e nos gloriemos no teu louvor. 36. Louvado seja o SENHOR, Deus de Israel, de século em século. E todo o povo disse: Amém! E louvou ao SENHOR. 37. Então, Davi deixou ali, diante da arca do concerto do SENHOR, a Asafe e a seus irmãos, para ministrarem continuamente perante a arca, segundo se ordenara para cada dia. 38. E mais a Obede-Edom, com seus irmãos, sessenta e oito; a este Obede-Edom, filho de Jedutum, e a Hosa, ordenou por porteiros. 39. E mais a Zadoque, o sacerdote, e a seus irmãos, os sacerdotes, diante do tabernáculo do SENHOR, no alto que estava em Gibeão, 40. para oferecerem ao SENHOR os holocaustos sobre o altar dos holocaustos continuamente pela manhã e à tarde; e isso segundo tudo o que está escrito na Lei que o SENHOR tinha prescrito a Israel. 41. E com eles deixou a Hemã, e a Jedutum, e aos mais escolhidos, que foram apontados pelos seus nomes, para louvarem ao SENHOR, porque a sua benignidade dura perpetuamente. 42. Com eles, pois, estavam Hemã, e Jedutum, e trombetas, e címbalos para os que os faziam ouvir, e instrumentos de música de Deus; porém os filhos de Jedutum estavam à porta. 43. Então, se foi todo o povo, cada um para a sua casa; e tornou Davi, para abençoar a sua casa. 1 Crônicas 17 1. Sucedeu, pois, que, morando Davi já em sua casa, disse Davi ao profeta Natã: Eis que moro em casa de cedros, mas a arca do concerto do SENHOR está debaixo de cortinas. 2. Então, Natã disse a Davi: Tudo quanto tens no teu coração faze, porque Deus é contigo. 3. Mas sucedeu, na mesma noite, que a palavra do SENHOR veio a Natã, dizendo: 4. Vai e dize a Davi, meu servo: Assim diz o SENHOR: Tu me não edificarás uma casa para morar, 5. porque em casa nenhuma morei, desde o dia em que fiz subir a Israel, até ao dia de hoje; mas fui de tenda em tenda e de tabernáculo em tabernáculo. 6. Por todas as partes por onde andei com todo o Israel, porventura, falei alguma palavra a algum dos juízes de Israel, a quem ordenei que apascentasse o meu povo, dizendo: Por que me não edificais uma casa de cedros? 7. Agora, pois, assim dirás a meu servo, a Davi: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu te tirei do curral, de detrás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo de Israel. 8. E estive contigo por toda parte por onde foste, e de diante de ti exterminei todos os teus inimigos, e te fiz um nome como o nome dos grandes que estão na terra. 9. E ordenarei um lugar para o meu povo de Israel e o plantarei, para que habite no seu lugar e nunca mais seja removido de uma para outra parte; e nunca mais os debilitarão os filhos da perversidade, como ao princípio, 10. desde os dias em que ordenei juízes sobre o meu povo de Israel; porém abati todos os teus inimigos; também te fiz saber que o SENHOR te edificaria uma casa. 11. Há de ser que, quando forem cumpridos os teus dias, para ires a teus pais, suscitarei a tua semente depois de ti, a qual será dos teus filhos, e confirmarei o seu reino. 12. Este me edificará casa; e eu confirmarei o seu trono para sempre. 13. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e a minha benignidade não desviarei dele, como a tirei daquele que foi antes de ti. 14. Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será firme para sempre. 15. Conforme todas estas palavras e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi. 16. Então, entrou o rei Davi, e ficou perante o SENHOR, e disse: Quem sou eu, SENHOR Deus? E qual é a minha casa, que me trouxeste até aqui? 17. E ainda isso, ó Deus, foi pouco aos teus olhos; pelo que falaste da casa de teu servo para tempos distantes; e proveste-me, segundo o costume dos homens, com esta exaltação, ó SENHOR Deus. 18. Que mais te dirá Davi, acerca da honra feita a teu servo? Porém tu bem conheces o teu servo. 19. Ó SENHOR, por amor de teu servo e segundo o teu coração, fizeste todas essas grandezas, para fazer notórias todas estas grandes coisas! 20. SENHOR, ninguém há como tu, e não há Deus além de ti, conforme tudo quanto ouvimos com os nossos ouvidos. 21. E quem há como o teu povo de Israel, única nação na terra, a quem Deus foi remir para seu povo, fazendo-te nome com coisas grandes e temerosas, lançando as nações de diante do teu povo, que remiste do Egito? 22. E tomaste o teu povo de Israel para ser teu povo para sempre; e tu, SENHOR, lhe foste por Deus. 23. Agora, pois, SENHOR, a palavra que falaste de teu servo e acerca da sua casa, seja certa para sempre; e faze como falaste. 24. Confirme-se com efeito, e que o teu nome se engrandeça para sempre, e diga-se: O SENHOR dos Exércitos é o Deus de Israel, é Deus para Israel; e fique firme diante de ti a casa de Davi, teu servo. 25. Porque tu, Deus meu, revelaste ao ouvido de teu servo que lhe edificarias casa; pelo que o teu servo achou confiança para orar em tua presença. 26. Agora, pois, SENHOR, tu és o mesmo Deus e falaste este bem acerca de teu servo. 27. Agora, pois, foste servido abençoares a casa de teu servo, para que esteja perpetuamente diante de ti; porque tu, SENHOR, a abençoaste, e ficará abençoada para sempre. 1 Crônicas 18 1. E, depois disso, aconteceu que Davi feriu os filisteus e os abateu; tomou a Gate e os lugares da sua jurisdição da mão dos filisteus. 2. Também feriu os moabitas, e os moabitas ficaram servos de Davi, trazendo presentes. 3. Também Davi feriu a Hadadezer, rei de Zobá, junto a Hamate, indo ele estabelecer os seus domínios pelo rio Eufrates. 4. E Davi lhe tomou mil cavalos de carros, e sete mil cavaleiros, e vinte mil homens de pé; e Davi jarretou todos os cavalos dos carros, porém reservou deles cem cavalos. 5. E vieram os siros de Damasco a ajudar a Hadadezer, rei de Zobá; porém dos siros feriu Davi vinte e dois mil homens. 6. E Davi pôs guarnições na Síria de Damasco, e os siros ficaram servos de Davi, trazendo presentes; e o SENHOR guardava a Davi, por onde quer que ia. 7. E tomou Davi os escudos de ouro que tinham os servos de Hadadezer e os trouxe a Jerusalém. 8. Também de Tibate e de Cum, cidades de Hadadezer, tomou Davi muitíssimo cobre, de que Salomão fez o mar de cobre, e as colunas, e os utensílios de cobre. 9. E, ouvindo Toú, rei de Hamate, que Davi destruíra todo o exército de Hadadezer, rei de Zobá, 10. mandou seu filho Hadorão a Davi, para lhe perguntar como estava, e para o abençoar, por haver pelejado com Hadadezer e o destruir (porque Hadadezer fazia guerra a Toú), enviando-lhe juntamente toda sorte de vasos de ouro, e de prata, e de cobre, 11. os quais Davi também consagrou ao SENHOR, juntamente com a prata e ouro que trouxera de todas as mais nações: dos edomitas, e dos moabitas, e dos filhos de Amom, e dos filisteus, e dos amalequitas. 12. Também Abisai, filho de Zeruia, feriu a dezoito mil edomitas no vale do Sal. 13. E pôs guarnições em Edom, e todos os edomitas ficaram servos de Davi; e o SENHOR guardava a Davi, por onde quer que ia. 14. E Davi reinou sobre todo o Israel; fazia juízo e justiça a todo o seu povo. 15. E Joabe, filho de Zeruia, tinha cargo do exército; e Josafá, filho de Ailude, era chanceler. 16. E Zadoque, filho de Aitube, e Abimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes; e Sausa, escrivão. 17. E Benaia, filho de Joiada, tinha cargo dos quereteus e peleteus; porém os filhos de Davi, os primeiros, estavam à mão do rei. 1 Crônicas 19 1. E aconteceu, depois disso, que Naás, rei dos filhos de Amom, morreu, e seu filho reinou em seu lugar. 2. Então, disse Davi: Usarei de beneficência com Hanum, filho de Naás, porque seu pai usou de beneficência comigo. Pelo que Davi enviou mensageiros para o consolarem acerca de seu pai. E, vindo os servos de Davi à terra dos filhos de Amom, a Hanum, para o consolarem, 3. disseram os príncipes dos filhos de Amom a Hanum: Porventura, honra Davi a teu pai aos teus olhos, porque te mandou consoladores? Não vieram seus servos a ti a esquadrinhar, e a transtornar, e a espiar a terra? 4. Pelo que Hanum tomou os servos de Davi, e os rapou, e lhes cortou as vestes pelo meio até à coxa da perna, e os despediu. 5. E foram-se e avisaram a Davi acerca destes homens; e mandou ao encontro deles, porque aqueles homens estavam sobremaneira envergonhados. Disse, pois, o rei: Deixai-vos ficar em Jericó, até que vos torne a crescer a barba; e, então, tornai. 6. Vendo, pois, os filhos de Amom que se tinham feito odiosos para com Davi, então, enviou Hanum e os filhos de Amom mil talentos de prata, para alugarem para si carros e cavaleiros da Mesopotâmia, e da Síria de Maaca, e de Zobá. 7. E alugaram para si trinta e dois mil carros, e o rei de Maaca, e a sua gente; e eles vieram e se acamparam diante de Medeba; também os filhos de Amom se ajuntaram das suas cidades e vieram para a guerra. 8. O que ouvindo Davi, enviou Joabe e todo o exército dos homens valorosos. 9. E, saindo os filhos de Amom, ordenaram a batalha à porta da cidade; porém os reis que vieram se puseram à parte no campo. 10. E, vendo Joabe que a frente da batalha estava contra ele por diante e por detrás, fez escolha dentre os mais escolhidos de Israel e os ordenou contra os siros; 11. e o resto do povo entregou na mão de Abisai, seu irmão; e puseram-se em ordem de batalha contra os filhos de Amom. 12. E disse Joabe: Se os siros forem mais fortes do que eu, tu virás socorrer-me; e, se os filhos de Amom forem mais fortes do que tu, então, eu socorrerei a ti. 13. Esforça-te, e esforcemo-nos pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus, e faça o SENHOR o que parecer bem aos seus olhos. 14. Então, se chegou Joabe e o povo que tinha consigo diante dos siros, para a batalha; e fugiram de diante dele. 15. Vendo, pois, os filhos de Amom que os siros fugiram, também eles fugiram de diante de Abisai, irmão de Joabe, e entraram na cidade; e veio Joabe para Jerusalém. 16. E, vendo os siros que foram derrotados diante de Israel, enviaram mensageiros e fizeram sair os siros que habitavam da banda dalém do rio; e Sofaque, capitão do exército de Hadadezer, marchava diante deles. 17. Do que avisado Davi, ajuntou a todo o Israel, e passou o Jordão, e veio ter com eles, e ordenou contra eles a batalha; e, tendo Davi ordenado a batalha contra os siros, pelejaram estes contra ele. 18. Porém os siros fugiram de diante de Israel, e feriu Davi, dos siros, sete mil cavalos de carros e quarenta mil homens de pé; e a Sofaque, capitão do exército, matou. 19. Vendo, pois, os servos de Hadadezer que tinham sido feridos diante de Israel, fizeram paz com Davi e o serviram; e os siros nunca mais quiseram socorrer os filhos de Amom. 1 Crônicas 20 1. Aconteceu, pois, que, no decurso de um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, Joabe levou o exército, e destruiu a terra dos filhos de Amom, e veio, e cercou a Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém; e Joabe feriu a Rabá e a destruiu. 2. E Davi tirou da cabeça do rei a coroa deste e achou nela o peso de um talento de ouro, e havia nela pedras preciosas; e foi posta sobre a cabeça de Davi; e levou da cidade mui grande despojo. 3. Também o povo que estava nela levou e os fez serrar com a serra e cortar com talhadeiras de ferro e com machados; e assim fez Davi com todas as cidades dos filhos de Amom; então, voltou Davi, com todo o povo, para Jerusalém. 4. E, depois disso, aconteceu que, levantando-se guerra em Gezer com os filisteus, então, Sibecai, o husatita, feriu a Sipai, dos filhos de Rafa; e os filisteus ficaram abatidos. 5. E tornou a haver guerra com os filisteus; e Elanã, filho de Jair, feriu a Lami, irmão de Golias, o geteu, cuja haste da lança era como eixo de tecelão. 6. E tornou a haver guerra em Gate; e havia ali um homem de grande estatura, e tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão, e seis em cada pé, e também era da raça de Rafa. 7. E injuriou a Israel; porém Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, o feriu. 8. Estes nasceram a Rafa em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão dos seus servos. 1 Crônicas 21 1. Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel. 2. E disse Davi a Joabe e aos maiorais do povo: Ide, contai a Israel desde Berseba até Dã; e trazei-me a conta, para que saiba o número deles. 3. Então, disse Joabe: O SENHOR acrescente ao seu povo cem vezes tanto como é; porventura, ó rei, meu senhor, não são todos servos de meu senhor? Por que procura isso o meu senhor? Por que seria isso causa de delito para com Israel? 4. Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe; pelo que saiu Joabe e passou por todo o Israel; então, voltou para Jerusalém. 5. E Joabe deu a Davi a soma do número do povo; e era todo o Israel um milhão e cem mil homens, dos que arrancavam espada; e de Judá quatrocentos e setenta mil homens, dos que arrancavam espada. 6. Porém os de Levi e Benjamim não contou entre eles, porque a palavra do rei foi abominável a Joabe. 7. E esse negócio também pareceu mal aos olhos de Deus, pelo que feriu a Israel. 8. Então, disse Davi a Deus: Gravemente pequei em fazer tal coisa; porém, agora, sê servido tirar a iniqüidade de teu servo, porque procedi mui loucamente. 9. Falou, pois, o SENHOR a Gade, o vidente de Davi, dizendo: 10. Vai e fala a Davi, dizendo: Assim diz o SENHOR: Três coisas te proponho; escolhe uma delas, para que eu ta faça. 11. E Gade veio a Davi e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Escolhe para ti: 12. ou três anos de fome, ou que três meses te consumas diante de teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que três dias a espada do SENHOR, isto é, a peste na terra e o anjo do SENHOR destruam todos os termos de Israel; vê, pois, agora, que resposta hei de levar a quem me enviou. 13. Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do SENHOR, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens. 14. Mandou, pois, o SENHOR a peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens. 15. E o Senhor mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, ao destruí-la ele, o SENHOR o viu, e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta! Agora, retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Ornã, o jebuseu. 16. E, levantando Davi os seus olhos, viu o anjo do SENHOR, que estava entre a terra e o céu, com a espada desembainhada na sua mão estendida contra Jerusalém; então, Davi e os anciãos, cobertos de panos de saco, se prostraram sobre os seus rostos. 17. E disse Davi a Deus: Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei e fiz muito mal; mas estas ovelhas que fizeram? Ah! SENHOR, meu Deus, seja a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo de teu povo. 18. Então, o anjo do SENHOR disse a Gade que dissesse a Davi que subisse Davi para levantar um altar ao SENHOR na eira de Ornã, o jebuseu. 19. Subiu, pois, Davi, conforme a palavra de Gade, que falara em nome do SENHOR. 20. E, virando-se Ornã, viu o anjo, e se esconderam com ele seus quatro filhos; e Ornã estava trilhando o trigo. 21. E Davi veio a Ornã; e olhou Ornã, e viu a Davi, e saiu da eira, e se prostrou perante Davi com o rosto em terra. 22. E disse Davi a Ornã: Dá-me este lugar da eira, para edificar nele um altar ao SENHOR; dá-mo pelo seu valor, para que cesse este castigo sobre o povo. 23. Então, disse Ornã a Davi: Toma- a para ti, e faça o rei, meu senhor, dela o que parecer bem aos seus olhos; eis que dou os bois para holocaustos, e os trilhos para lenha, e o trigo para oferta de manjares; tudo dou. 24. E disse o rei Davi a Ornã: Não! Antes, pelo seu valor a quero comprar; porque não tomarei o que é teu, para o SENHOR, para que não ofereça holocausto sem custo. 25. E Davi deu a Ornã por aquele lugar o peso de seiscentos siclos de ouro. 26. Então, Davi edificou ali um altar ao SENHOR, e ofereceu nele holocaustos e sacrifícios pacíficos, e invocou o SENHOR, o qual lhe respondeu com fogo do céu sobre o altar do holocausto. 27. E o SENHOR deu ordem ao anjo, e ele meteu a sua espada na bainha. 28. Vendo Davi, no mesmo tempo, que o SENHOR lhe respondera na eira de Ornã, o jebuseu, sacrificou ali. 29. Porque o tabernáculo do SENHOR, que Moisés fizera no deserto, e o altar do holocausto estavam, naquele tempo, no alto de Gibeão. 30. E não podia Davi ir ali consultar ao Senhor, porque estava aterrorizado por causa da espada do anjo do SENHOR. 1 Crônicas 22 1. E disse Davi: Esta será a Casa do SENHOR Deus, e este será o altar do holocausto para Israel. 2. E deu ordem Davi que se ajuntassem os estranhos que estavam na terra de Israel; e ordenou cortadores de pedras, para que lavrassem pedras de cantaria, para edificar a Casa de Deus. 3. E aparelhou Davi ferro em abundância, para os pregos das portas das entradas e para as junturas, como também cobre em abundância, que nem foi pesado; 4. e madeira de cedro sem conta, porque os sidônios e tírios traziam a Davi madeira de cedro em abundância. 5. Porque dizia Davi: Salomão, meu filho, ainda é moço e tenro, e a casa que se há de edificar para o SENHOR se há de fazer magnífica em excelência, para nome e glória em todas as terras; eu, pois, agora, lhe prepararei materiais. Assim, preparou Davi materiais em abundância, antes da sua morte. 6. Então, chamou a Salomão, seu filho, e lhe ordenou que edificasse uma Casa ao SENHOR, Deus de Israel. 7. E disse Davi a Salomão: Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração o edificar casa ao nome do SENHOR, meu Deus. 8. Porém a mim a palavra do SENHOR veio, dizendo: Tu derramaste sangue em abundância e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome; porquanto muito sangue tens derramado na terra, perante a minha face. 9. Eis que o filho que te nascer será homem de repouso; porque repouso lhe hei de dar de todos os seus inimigos em redor; portanto, Salomão será o seu nome, e paz e descanso darei a Israel nos seus dias. 10. Este edificará casa ao meu nome; ele me será por filho, e eu a ele por pai; e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel, para sempre. 11. Agora, pois, meu filho, o SENHOR seja contigo, e prospera e edifica a Casa do SENHOR, teu Deus, como ele disse de ti. 12. O SENHOR te dê tão-somente prudência e entendimento e te instrua acerca de Israel; e isso para guardar a Lei do SENHOR, teu Deus. 13. Então, prosperarás, se tiveres cuidado de fazer os estatutos e os juízos, que o SENHOR mandou a Moisés acerca de Israel; esforça-te, e tem bom ânimo, e não temas, nem tenhas pavor. 14. Eis que na minha opressão preparei para a Casa do SENHOR cem mil talentos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e de cobre e de ferro que nem foi pesado, porque em abundância é; também madeira e pedras preparei, e tu, supre o que faltar. 15. Também tens contigo oficiais mecânicos em multidão, e cortadores, e artífices em obra de pedra e madeira, e toda sorte de sábios em toda sorte de obra. 16. Do ouro, e da prata, e do cobre, e do ferro não há número; levanta-te, pois, e faze a obra, e o SENHOR seja contigo. 17. E Davi deu ordem a todos os príncipes de Israel que ajudassem a Salomão, seu filho, dizendo: 18. Porventura, não está convosco o SENHOR, vosso Deus, e não vos deu repouso em roda? Porque tem entregado na minha mão os moradores da terra; e a terra foi sujeita perante o SENHOR e perante o seu povo. 19. Disponde, pois, agora, o vosso coração e a vossa alma para buscardes ao SENHOR, vosso Deus; e levantai-vos e edificai o santuário do SENHOR Deus, para que a arca do concerto do SENHOR e os utensílios sagrados de Deus se tragam a esta casa, que se há de edificar ao nome do SENHOR. 1 Crônicas 23 1. Sendo, pois, Davi já velho e cheio de dias, fez a Salomão, seu filho, rei sobre Israel. 2. E ajuntou todos os príncipes de Israel, como também os sacerdotes e levitas. 3. E foram contados os levitas de trinta anos para cima; e foi o número deles, segundo as suas cabeças, trinta e oito mil homens. 4. Destes, havia vinte e quatro mil, para promoverem a obra da Casa do SENHOR, e seis mil oficiais e juízes, 5. e quatro mil porteiros, e quatro mil, para louvarem ao SENHOR com os instrumentos, que eu fiz para o louvar, disse Davi. 6. E Davi os repartiu por turnos, segundo os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari. 7. Dos gersonitas: Ladã e Simei. 8. Os filhos de Ladã; Jeiel, o chefe, e Zetã, e Joel, três. 9. Os filhos de Simei: Selomite, e Haziel, e Harã, três; estes foram os chefes dos pais de Ladã. 10. E os filhos de Simei: Jaate, e Ziza, e Jeús, e Berias; estes foram os filhos de Simei, quatro. 11. E Jaate era o chefe, e Ziza, o segundo; mas Jeús e Berias não tiveram muitos filhos; pelo que foram contados em casa de seus pais por uma só família. 12. Os filhos de Coate: Anrão, e Isar, e Hebrom, e Uziel, quatro. 13. Os filhos de Anrão: Arão e Moisés; e Arão foi separado para santificar a Santidade das Santidades, ele e seus filhos, eternamente, e para incensar diante do SENHOR, e para o servirem, e para darem a bênção em seu nome, eternamente. 14. E, quanto a Moisés, homem de Deus, seus filhos foram contados entre a tribo de Levi. 15. Foram, pois, os filhos de Moisés: Gérson e Eliézer. 16. O filho de Gérson foi Sebuel, o chefe. 17. E, quanto ao filho de Eliézer, foi Reabias o chefe; e Eliézer não teve outros filhos; porém os filhos de Reabias se multiplicaram grandemente. 18. O filho de Isar foi Selomite, o chefe. 19. Quanto aos filhos de Hebrom, foi Jerias o chefe, e Amarias, o segundo, e Jaaziel, o terceiro, e Jecameão, o quarto. 20. Quanto aos filhos de Uziel, Mica, o chefe, e Issias, o segundo. 21. Os filhos de Merari: Mali e Musi; os filhos de Mali: Eleazar e Quis. 22. E morreu Eleazar e não teve filhos, porém filhas; e os filhos de Quis, seus irmãos, as tomaram por mulheres. 23. Os filhos de Musi: Mali, e Éder, e Jerimote, três. 24. Estes são os filhos de Levi, segundo a casa de seus pais, chefes dos pais, segundo foram contados pelo número dos nomes, segundo os seus chefes, que faziam a obra do ministério da Casa do SENHOR, da idade de vinte anos para cima. 25. Porque disse Davi: O SENHOR, Deus de Israel, deu repouso ao seu povo e habitará em Jerusalém para sempre. 26. E também, quanto aos levitas, que nunca mais levassem o tabernáculo, nem algum de seus objetos pertencentes ao seu ministério. 27. Porque, segundo as últimas palavras de Davi, foram contados os filhos de Levi da idade de vinte anos para cima. 28. Porque o seu cargo era de estar ao mandado dos filhos de Arão no ministério da Casa do SENHOR, nos átrios, e nas câmaras, e na purificação de todas as coisas sagradas, e na obra do ministério da Casa de Deus, 29. a saber: para os pães da proposição, e para a flor de farinha, e para a oferta de manjares, e para os coscorões asmos, e para as assadeiras, e para o tostado, e para toda medida e mensura; 30. e para estarem cada manhã em pé para louvarem e celebrarem ao SENHOR; e semelhantemente, à tarde; 31. e para cada oferecimento dos holocaustos do SENHOR, nos sábados, e nas luas novas, e nas solenidades, por conta, segundo o seu costume, continuamente perante o SENHOR; 32. e para que tivessem cuidado da guarda da tenda da congregação, e da guarda do santuário, e da guarda dos filhos de Arão, seus irmãos, no ministério da Casa do SENHOR. 1 Crônicas 24 1. E, quanto aos filhos de Arão, estas foram as suas divisões; os filhos de Arão foram Nadabe, e Abiú, e Eleazar, e Itamar. 2. E morreram Nadabe e Abiú antes de seu pai e não tiveram filhos; e Eleazar e Itamar administravam o sacerdócio. 3. E Davi os repartiu, como também a Zadoque, dos filhos de Eleazar, e a Aimeleque, dos filhos de Itamar, segundo o seu ofício no seu ministério. 4. E achou-se que eram muitos mais os filhos de Eleazar entre os chefes de famílias do que os filhos de Itamar, quando os repartiram; dos filhos de Eleazar, dezesseis chefes das casas dos pais, mas dos filhos de Itamar, segundo as casas de seus pais, oito. 5. E os repartiram por sortes, uns com os outros; porque houve maiorais do santuário e maiorais da Casa de Deus, assim dentre os filhos de Eleazar, como dentre os filhos de Itamar. 6. E os registrou Semaías, filho de Natanael, o escrivão dentre os levitas, perante o rei, e os príncipes, e Zadoque, o sacerdote, e Aimeleque, filho de Abiatar, e os chefes dos pais entre os sacerdotes e entre os levitas; uma dentre as casas dos pais se tomou para Eleazar, e se tomou outra para Itamar. 7. E saiu a primeira sorte a Jeoiaribe, a segunda, a Jedaías; 8. a terceira, a Harim; a quarta, a Seorim; 9. a quinta, a Malquias; a sexta, a Miamim; 10. a sétima, a Hacoz; a oitava, a Abias; 11. a nona, a Jesua; a décima, a Secanias; 12. a undécima, a Eliasibe; a duodécima, a Jaquim; 13. a décima-terceira, a Hupá; a décima-quarta, a Jesebeabe; 14. a décima-quinta, a Bilga; a décima-sexta, a Imer; 15. a décima-sétima a Hezir; a décima-oitava, a Hapises; 16. a décima-nona, a Petaías; a vigésima, a Jeezquel; 17. a vigésima-primeira, a Jaquim; a vigésima-segunda, a Gamul; 18. a vigésima-terceira, a Delaías; a vigésima-quarta, a Maazias. 19. O ofício destes, no seu ministério, era entrar na Casa do SENHOR, segundo lhes fora ordenado por Arão, seu pai, como o SENHOR, Deus de Israel, lhe tinha ordenado. 20. E do resto dos filhos de Levi: dos filhos de Anrão, Subael; dos filhos de Subael, Jedias; 21. dos filhos de Reabias: Issias era o chefe; 22. dos isaritas, Selomite; dos filhos de Selomite, Jaate; 23. dos filhos de Hebrom, Jerias, o primeiro, Amarias, o segundo, Jaaziel, o terceiro, Jecameão, o quarto; 24. dos filhos de Uziel, Mica; dos filhos de Mica, Samir; 25. o irmão de Mica, Issias; dos filhos de Issias, Zacarias; 26. dos filhos de Merari, Mali e Musi; dos filhos de Jaazias, Beno; 27. dos filhos de Merari, da parte de Jaazias, Beno, e Soão, e Zacur, e Ibri; 28. de Mali, Eleazar; este não teve filhos; 29. dos filhos de Quis, Jerameel; 30. dos filhos de Musi, Mali, e Éder, e Jerimote; estes foram os filhos dos levitas, segundo as suas casas paternas. 31. E o chefe da casa dos pais e bem assim como um de seus irmãos menores lançaram sortes igualmente como seus irmãos, os filhos de Arão, perante o rei Davi, e Zadoque, e Aimeleque, e os chefes dos pais entre os sacerdotes e entre os levitas. 1 Crônicas 25 1. E Davi, juntamente com os capitães do exército, separou para o ministério os filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem com harpas, e com alaúdes, e com saltérios; e este foi o número dos homens aptos para a obra do seu ministério: 2. dos filhos de Asafe, Zacur, e José, e Netanias, e Asarela, filhos de Asafe, a cargo de Asafe, que profetizava debaixo da direção do rei Davi; 3. dos filhos de Jedutum, Gedalias, e Zeri, e Jesaías, e Hasabias, e Matitias, seis, a cargo de seu pai Jedutum, para tanger harpas, o qual profetizava, louvando e dando graças ao SENHOR; 4. dos filhos de Hemã, Buquias, e Matanias, e Uziel, e Sebuel, e Jerimote, e Hananias, e Hanani, e Eliata, e Gidalti, e Romanti-Ézer, e Josbecasa, e Maloti, e Hotir, e Maaziote. 5. Todos estes foram filhos de Hemã, o vidente do rei nas palavras de Deus, para exaltar a corneta. Deus dera a Hemã catorze filhos e três filhas. 6. Todos estes estavam ao lado de seu pai para o canto da Casa do SENHOR, com saltérios, e alaúdes e harpas, para o ministério da Casa de Deus; e, ao lado do rei, Asafe, e Jedutum, e Hemã. 7. E era o número deles, juntamente com seus irmãos instruídos no canto do SENHOR, todos eles mestres, duzentos e oitenta e oito. 8. E deitaram as sortes acerca da guarda igualmente, assim o pequeno como o grande, o mestre juntamente com o discípulo. 9. Saiu, pois, a primeira sorte a Asafe, a saber: a José; a segunda, a Gedalias; e eram ele, e seus irmãos, e seus filhos, ao todo, doze; 10. a terceira, a Zacur, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 11. a quarta, a Izri, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 12. a quinta, a Netanias, seus filhos, e seus irmãos, doze; 13. a sexta, a Buquias, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 14. a sétima, a Jesarela, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 15. a oitava, a Jesaías, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 16. a nona, a Matanias, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 17. a décima, a Simei, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 18. a undécima, a Azarel, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 19. a duodécima, a Hasabias, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 20. a décima-terceira, a Subael, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 21. a décima-quarta, a Matitias, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 22. a décima-quinta, a Jerimote, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 23. a décima-sexta, a Hananias, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 24. a décima-sétima, a Josbecasa, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 25. a décima-oitava, a Hanani, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 26. a décima-nona, a Maloti, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 27. a vigésima, a Eliata, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 28. a vigésima-primeira, a Hotir, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 29. a vigésima-segunda, a Gidalti, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 30. a vigésima-terceira, a Maaziote, e seus filhos, e seus irmãos, doze; 31. a vigésima-quarta, a Romanti-Ézer, e seus filhos, e seus irmãos, doze. 1 Crônicas 26 1. Quanto às divisões dos porteiros, dos coraítas foi Meselemias, filho de Coré, dos filhos de Asafe. 2. E foram os filhos de Meselemias: Zacarias, o primogênito, Jediael, o segundo, Zebadias, o terceiro, Jatniel, o quarto, 3. Elão, o quinto, Joanã, o sexto, Elioenai, o sétimo. 4. E os filhos de Obede-Edom foram: Semaías, o primogênito, Jeozabade, o segundo, Joá, o terceiro, Sacar, o quarto, Natanael, o quinto, 5. Amiel, o sexto, Issacar, o sétimo, Peuletai, o oitavo; porque Deus o tinha abençoado. 6. Também a seu filho Semaías nasceram filhos, que dominaram sobre a casa de seu pai; porque foram varões valentes. 7. Os filhos de Semaías: Otni, e Rafael, e Obede, e Elzabade, com seus irmãos, homens valentes, Eliú e Semaquias. 8. Todos esses foram dos filhos de Obede-Edom; eles, e seus filhos, e seus irmãos, homens valentes de força para o ministério, por todos, sessenta e dois. 9. E os filhos e os irmãos de Meselemias, homens valentes, foram dezoito. 10. E de Hosa, dentre os filhos de Merari, foram seus filhos: Sinri, o chefe (ainda que não era o primogênito, contudo seu pai o constituiu chefe), 11. Hilquias, o segundo, Tebalias, o terceiro, Zacarias, o quarto; todos os filhos e irmãos de Hosa foram treze. 12. Destes se fizeram as turmas dos porteiros, entre os chefes dos homens da guarda, igualmente com os seus irmãos, para ministrarem na Casa do SENHOR. 13. E lançaram sortes, assim os pequenos como os grandes, segundo as casas de seus pais, para cada porta. 14. E caiu a sorte do oriente a Selemias; e lançou-se a sorte por seu filho Zacarias, conselheiro prudente, e saiu-lhe a sorte do norte. 15. E a Obede-Edom, a do sul; e a seus filhos, a casa das tesourarias. 16. A Supim e Hosa, a do ocidente, com a porta Salequete, junto ao caminho da subida; uma guarda defronte de outra guarda. 17. Ao oriente estavam seis levitas; ao norte, quatro por dia; ao sul, quatro por dia; porém às tesourarias, de dois em dois. 18. Em Parbar, ao ocidente, quatro junto ao caminho, dois junto a Parbar. 19. Estas são as turmas dos porteiros dentre os filhos dos coraítas e dentre os filhos de Merari. 20. E, quanto aos levitas, Aías tinha cargo dos tesouros da Casa de Deus e dos tesouros das coisas sagradas. 21. Quanto aos filhos de Ladã, gersonita, foi chefe dos pais Jeieli, 22. dos filhos de Jeieli: Zetã e Joel, seu irmão; estes tinham cargo dos tesouros da Casa do SENHOR; 23. dos anramitas, dos izaritas, dos hebronitas, dos ozielitas, 24. Sebuel, filho de Gérson, o filho de Moisés, era maioral dos tesouros; 25. e seus irmãos foram, da banda de Eliézer, Reabias, seu filho, e Isaías, seu filho, e Jorão, seu filho, e Zicri, seu filho, e Selomite, seu filho. 26. Este Selomite e seus irmãos tinham cargo de todos os tesouros das coisas sagradas que o rei Davi, e os chefes dos pais, capitães de milhares, e de centenas, e capitães do exército tinham consagrado; 27. dos despojos das guerras as consagraram, para repararem a Casa do SENHOR, 28. como também tudo quanto tinha consagrado Samuel, o vidente, e Saul, filho de Quis, e Abner, filho de Ner, e Joabe, filho de Zeruia; tudo quanto qualquer tinha consagrado estava debaixo da mão de Selomite e seus irmãos. 29. Dos izaritas, Quenanias e seus filhos foram postos sobre Israel para a obra de fora, por oficiais e por juízes; 30. dos hebronitas, foram Hasabias e seus irmãos, homens valentes, mil e setecentos, que tinham cargo dos ofícios em Israel, daquém do Jordão para o ocidente, em toda obra do SENHOR e para o serviço do rei; 31. dos hebronitas, era Jerias o chefe dos hebronitas, de suas gerações entre os pais; no ano quarenta do reino de Davi, se buscaram e acharam entre eles varões valentes em Jazer de Gileade. 32. E seus irmãos, homens valentes, dois mil e setecentos, chefes dos pais; e o rei Davi os constituiu sobre os rubenitas, e os gaditas, e a meia tribo dos manassitas, para todos os negócios de Deus e para todos os negócios do rei. 1 Crônicas 27 1. Estes são os filhos de Israel segundo o seu número, e os chefes dos pais, e os capitães dos milhares e das centenas, com os seus oficiais, que serviam ao rei em todos os negócios das turmas, entrando e saindo de mês em mês, em todos os meses do ano, cada turma de vinte e quatro mil. 2. Sobre a primeira turma do mês primeiro estava Jasobeão, filho de Zabdiel; e em sua turma havia vinte e quatro mil. 3. Era este dos filhos de Perez, chefe de todos os capitães dos exércitos, para o primeiro mês. 4. E sobre a turma do segundo mês era Dodai, o aoíta, com a sua turma, cujo chefe era Miclote; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 5. O terceiro capitão do exército do terceiro mês era Benaia, filho de Joiada, oficial-maior e chefe; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 6. Era este Benaia um varão entre os trinta, e sobre os trinta; e sobre a sua turma estava Amizabade, seu filho. 7. O quarto, para o quarto mês, Asael, irmão de Joabe, e, depois dele, Zebadias, seu filho; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 8. O quinto, para o quinto mês, o maioral Samute, o izraíta; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 9. O sexto, para o sexto mês, Ira, filho de Iques, o tecoíta; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 10. O sétimo, para o sétimo mês, Heles, o pelonita, dos filhos de Efraim; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 11. O oitavo, para o oitavo mês, Sibecai, o husatita, dos zeraítas; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 12. O nono, para o nono mês, Abiezer, o anatotita, dos benjamitas; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 13. O décimo, para o décimo mês, Maarai, o netofatita, dos zeraítas; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 14. O undécimo, para o undécimo mês, Benaia, o piratonita, dos filhos de Efraim; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 15. O duodécimo, para o duodécimo mês, Heldai, o netofatita, de Otniel; também em sua turma havia vinte e quatro mil. 16. Porém sobre as tribos de Israel eram estes: sobre os rubenitas era chefe Eliézer, filho de Zicri; sobre os simeonitas, Sefatias, filho de Maaca; 17. sobre os levitas, Hasabias, filho de Quemuel; sobre os aronitas, Zadoque; 18. sobre Judá, Eliú, dos irmãos de Davi; sobre Issacar, Onri, filho de Micael; 19. sobre Zebulom, Ismaías, filho de Obadias; sobre Naftali, Jerimote, filho de Azriel; 20. sobre os filhos de Efraim, Oséias, filho de Azazias; sobre a meia tribo de Manassés, Joel, filho de Pedaías; 21. sobre a outra meia tribo de Manassés em Gileade, Ido, filho de Zacarias; sobre Benjamim, Jaasiel, filho de Abner; 22. sobre Dã, Azarel, filho de Jeroão; estes eram os capitães das tribos de Israel. 23. Não tomou, porém, Davi o número dos de vinte anos para baixo, porquanto o SENHOR tinha dito que havia de multiplicar a Israel como as estrelas do céu. 24. Joabe, filho de Zeruia, tinha começado a numerá- los, porém não acabou, porquanto viera, por isso, grande ira sobre Israel; pelo que o número se não pôs na conta das crônicas do rei Davi. 25. E sobre os tesouros do rei estava Azmavete, filho de Adiel; e sobre os tesouros da terra, e das cidades, e das aldeias, e das torres, Jônatas, filho de Uzias; 26. e sobre os que faziam a obra do campo, na lavoura da terra, Ezri, filho de Quelube; 27. e sobre as vinhas, Simei, o ramatita; porém sobre o que das vides entrava nos tesouros do vinho, Zabdi o sifmita; 28. e sobre os olivais e figueiras bravas que havia nas campinas, Baal-Hanã, o gederita; porém Joás, sobre os tesouros do azeite; 29. e sobre os gados que pasciam em Sarom, Sitrai, o saronita; porém sobre os gados dos vales, Safate, filho de Adlai; 30. e sobre os camelos, Obil, o ismaelita; e sobre as jumentas, Jedias, o meronotita; 31. e sobre o gado miúdo, Jaziz, o hagarita; todos estes eram maiorais da fazenda que tinha o rei Davi. 32. Jônatas, tio de Davi, era do conselho, homem sábio e também escriba; e Jeiel, filho de Hacmoni, estava com os filhos do rei; 33. e Aitofel era do conselho do rei; e Husai, o arquita, amigo do rei; 34. e, depois de Aitofel, Joiada, filho de Benaia, e Abiatar; porém Joabe era chefe do exército do rei. 1 Crônicas 28 1. Então, Davi convocou em Jerusalém todos os príncipes de Israel, os príncipes das tribos, e os capitães das turmas, que serviam o rei, e os capitães, dos milhares, e os capitães das centenas, e os maiorais de toda a fazenda e possessão do rei, e de seus filhos, como também os eunucos e varões, e todo varão valente. 2. E pôs-se o rei Davi em pé e disse: Ouvi-me, irmãos meus e povo meu: Em meu coração, propus eu edificar uma casa de repouso para a arca do concerto do SENHOR e para o escabelo dos pés do nosso Deus, e eu tinha feito o preparo para a edificar. 3. Porém Deus me disse: Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra e derramaste muito sangue. 4. E o SENHOR, Deus de Israel, escolheu-me de toda a casa de meu pai, para que eternamente fosse rei sobre Israel; porque a Judá escolheu por príncipe, e a casa de meu pai, na casa de Judá; e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer rei sobre todo o Israel. 5. E, de todos os meus filhos (porque muitos filhos me deu o SENHOR), escolheu ele o meu filho Salomão para se assentar no trono do reino do SENHOR sobre Israel. 6. E me disse: Teu filho Salomão, ele edificará a minha casa e os meus átrios, porque o escolhi para filho e eu lhe serei por pai. 7. E estabelecerei o seu reino para sempre, se perseverar em cumprir os meus mandamentos e os meus juízos, como até ao dia de hoje. 8. Agora, pois, perante os olhos de todo o Israel, a congregação do SENHOR, e perante os ouvidos do nosso Deus, guardai e buscai todos os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, para que possuais esta boa terra e a façais herdar a vossos filhos depois de vós, para sempre. 9. E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o SENHOR todos os corações e entende todas as imaginações dos pensamentos; se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre. 10. Olha, pois, agora, porque o SENHOR te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te e faze a obra. 11. E deu Davi a Salomão, seu filho, o risco do alpendre com as suas casarias, e as suas tesourarias, e os seus cenáculos, e as suas recâmaras de dentro, como também da casa do propiciatório. 12. E também o risco de tudo quanto tinha no seu ânimo, a saber: dos átrios da Casa do SENHOR, e de todas as câmaras em redor, para os tesouros da Casa de Deus e para os tesouros das coisas sagradas; 13. e das turmas dos sacerdotes, e dos levitas, e de toda obra do ministério da Casa do SENHOR, e de todos os utensílios do ministério da Casa do SENHOR. 14. O ouro deu, segundo o peso do ouro, para todos os utensílios de cada ministério; também a prata, por peso, para todos os utensílios de prata, para todos os utensílios de cada espécie de serviço; 15. e o peso para os castiçais de ouro e suas candeias de ouro, segundo o peso de cada castiçal e as suas candeias; também para os castiçais de prata, segundo o peso do castiçal e as suas candeias, segundo o uso de cada castiçal; 16. também deu o ouro por peso para as mesas da proposição, para cada mesa, como também a prata para as mesas de prata; 17. e ouro puro para os garfos, e para as bacias, e para as escudelas, e para as taças de ouro, para cada taça seu peso, como também para as taças de prata, para cada taça seu peso; 18. e para o altar do incenso, ouro purificado, por seu peso, como também o ouro para o modelo do carro, a saber, dos querubins, que haviam de estender as asas e cobrir a arca do concerto do SENHOR. 19. Tudo isso, disse Davi, por escrito me deram a entender por mandado do SENHOR, a saber, todas as obras deste risco. 20. E disse Davi a Salomão, seu filho: Esforça-te, e tem bom ânimo, e faze a obra; não temas, nem te apavores, porque o SENHOR Deus, meu Deus, há de ser contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que acabes toda a obra do serviço da Casa do SENHOR. 21. E eis que aí tens as turmas dos sacerdotes e dos levitas para todo o ministério da Casa de Deus; estão também contigo, para toda obra, voluntários com sabedoria de toda espécie para todo ministério, como também todos os príncipes e todo o povo, para todos os teus mandados. 1 Crônicas 29 1. Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, o único a quem Deus escolheu, é ainda moço e tenro, e esta obra é grande; porque não é palácio para homem, senão para o SENHOR Deus. 2. Eu, pois, com todas as minhas forças já tenho preparado para a Casa do meu Deus ouro para as obras de ouro, e prata para as de prata, e cobre para as de cobre, e ferro para as de ferro, e madeira para as de madeira, e pedras sardônicas, e as de engaste, e pedras de ornato, e obra de embutido, e toda sorte de pedras preciosas, e pedras marmóreas em abundância. 3. E ainda, de minha própria vontade para a Casa do meu Deus, o ouro e prata particular que tenho demais eu dou para a Casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário: 4. três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas; 5. e ouro para os objetos de ouro, e prata para os de prata, e para toda obra de mãos artífices. Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao SENHOR? 6. Então, os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães dos milhares e das centenas e até os capitães da obra do rei voluntariamente contribuíram 7. e deram para o serviço da Casa de Deus cinco mil talentos de ouro, e dez mil dracmas, e dez mil talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos de ferro. 8. E os que se acharam com pedras preciosas as deram para o tesouro da Casa do SENHOR, na mão de Jeiel, o gersonita. 9. E o povo se alegrou do que deram voluntariamente; porque, com coração perfeito, voluntariamente deram ao SENHOR; e também o rei Davi se alegrou com grande alegria. 10. Pelo que Davi louvou ao SENHOR perante os olhos de toda a congregação e disse: Bendito és tu, SENHOR, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade. 11. Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. 12. E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo. 13. Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos e louvamos o nome da tua glória. 14. Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, que tivéssemos poder para tão voluntariamente dar semelhantes coisas? Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos. 15. Porque somos estranhos diante de ti e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não há outra esperança. 16. SENHOR, Deus nosso, toda esta abundância que preparamos, para te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão e é toda tua. 17. E bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas; eu também, na sinceridade de meu coração, voluntariamente dei todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te deu. 18. SENHOR, Deus de nossos pais Abraão, Isaque e Israel, conserva isso para sempre no intento dos pensamentos do coração de teu povo; e encaminha o seu coração para ti. 19. E a Salomão, meu filho, dá um coração perfeito para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos e os teus estatutos; e para fazer tudo, e para edificar este palácio que tenho preparado. 20. Então, disse Davi a toda a congregação: Agora, louvai ao SENHOR, vosso Deus. Então, toda a congregação louvou ao SENHOR, Deus de seus pais; e inclinaram-se e prostraram-se perante o SENHOR e perante o rei. 21. E, ao outro dia, sacrificaram ao SENHOR sacrifícios e ofereceram holocaustos ao SENHOR: mil bezerros, mil carneiros, mil cordeiros, com as suas libações, e sacrifícios em abundância por todo o Israel. 22. E comeram e beberam, naquele dia, perante o SENHOR, com grande gozo; e, segunda vez, fizeram rei a Salomão, filho de Davi, e o ungiram ao SENHOR por guia, e a Zadoque, por sacerdote. 23. Assim, Salomão se assentou no trono do SENHOR, rei, em lugar de Davi, seu pai, e prosperou; e todo o Israel lhe deu ouvidos. 24. E todos os príncipes, e os grandes, e até todos os filhos do rei Davi se submeteram ao rei Salomão. 25. E o SENHOR magnificou a Salomão grandissimamente perante os olhos de todo o Israel; e deu-lhe majestade real, qual antes dele não teve nenhum rei em Israel. 26. Ora, Davi, filho de Jessé, reinou sobre todo o Israel. 27. E foram os dias que reinou sobre Israel quarenta anos: em Hebrom reinou sete anos e em Jerusalém reinou trinta e três. 28. E morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória; e Salomão, seu filho, reinou em seu lugar. 29. Os atos, pois, do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente, e nas crônicas do profeta Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente, 30. juntamente com todo o seu reino, e o seu poder, e os tempos que passaram sobre ele, e sobre Israel, e sobre todos os reinos daquelas terras. 2 Crônicas 1 1. E Salomão, filho de Davi, se esforçou no seu reino; e o SENHOR, seu Deus, era com ele e o magnificou grandemente. 2. E falou Salomão a todo o Israel, aos capitães dos milhares e das centenas, e aos juízes, e a todos os príncipes em todo o Israel, chefes dos pais. 3. E foram Salomão e toda a congregação com ele ao alto que estava em Gibeão; porque ali estava a tenda da congregação de Deus, que Moisés, servo do SENHOR, tinha feito no deserto. 4. Mas Davi tinha feito subir a arca de Deus de Quiriate-Jearim ao lugar que Davi lhe tinha preparado; porque lhe tinha armado uma tenda em Jerusalém. 5. Também o altar de cobre que tinha feito Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, estava ali diante do tabernáculo do SENHOR; e Salomão e a congregação o visitavam. 6. E Salomão ofereceu ali sacrifícios perante o SENHOR, sobre o altar de cobre que estava na tenda da congregação, e ofereceu sobre ele mil holocaustos. 7. Naquela mesma noite, Deus apareceu a Salomão e disse-lhe: Pede o que quiseres que eu te dê. 8. E Salomão disse a Deus: Tu usaste de grande beneficência com Davi, meu pai, e a mim me fizeste rei em seu lugar. 9. Agora, pois, ó SENHOR Deus, confirme-se a tua palavra, dada a Davi, meu pai; porque tu me fizeste rei sobre um povo numeroso como o pó da terra. 10. Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo? 11. Então, Deus disse a Salomão: Porquanto houve isso no teu coração, e não pediste riquezas, fazenda ou honra, nem a morte dos que te aborrecem, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te pus rei, 12. sabedoria e conhecimento te são dados; e te darei riquezas, e fazenda, e honra, qual nenhum rei antes de ti teve, e depois de ti tal não haverá. 13. Assim, Salomão veio a Jerusalém, do alto que está em Gibeão, de diante da tenda da congregação; e reinou sobre Israel. 14. E Salomão ajuntou carros e cavaleiros; e teve mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros e pô-los nas cidades dos carros e junto ao rei, em Jerusalém. 15. E fez o rei que houvesse ouro e prata em Jerusalém como pedras, e cedros em tanta abundância como figueiras bravas que há pelas campinas. 16. E os cavalos que tinha Salomão se traziam do Egito; e, quanto ao fio de linho, os mercadores do rei tomavam o fio de linho por um certo preço. 17. E faziam subir e sair do Egito cada carro por seiscentos siclos de prata, e cada cavalo, por cento e cinqüenta; e assim, por meio deles, tiravam cavalos para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria. 2 Crônicas 2 1. E determinou Salomão edificar uma casa ao nome do SENHOR, como também uma casa para o seu reino. 2. E contou Salomão setenta mil homens de carga, e oitenta mil que cortassem na montanha, e três mil e seiscentos inspetores sobre eles. 3. E Salomão enviou a Hirão, rei de Tiro, dizendo: Como procedeste com Davi, meu pai, e lhe mandaste cedros, para edificar uma casa em que morasse, assim também procede comigo. 4. Eis que estou para edificar uma casa ao nome do SENHOR, meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e para os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados, e nas luas novas, e nas festividades do SENHOR, nosso Deus; o que é perpetuamente a obrigação de Israel. 5. E a casa que estou para edificar há de ser grande, porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses. 6. Porém quem teria força para lhe edificar uma casa, visto que os céus e até os céus dos céus o não podem conter? E quem sou eu, que lhe edificasse casa, salvo para queimar incenso perante ele? 7. Manda-me, pois, agora um homem sábio para trabalhar em ouro, e em prata, e em bronze, e em ferro, e em púrpura, e em carmesim, e em azul; e que saiba lavrar ao buril, juntamente com os sábios que estão comigo em Judá e em Jerusalém, os quais Davi, meu pai, preparou. 8. Manda-me também madeira de cedros, faias, e algumins do Líbano; porque bem sei eu que os teus servos sabem cortar madeira no Líbano; e eis que os meus servos estarão com os teus servos, 9. e isso para prepararem muita madeira; porque a casa que estou para fazer há de ser grande e maravilhosa. 10. E eis que a teus servos, os cortadores, que cortarem a madeira, darei vinte mil coros de trigo malhado, e vinte mil coros de cevada, e vinte mil batos de vinho, e vinte mil batos de azeite. 11. E Hirão, rei de Tiro, respondeu por escrito e enviou a Salomão, dizendo: Porquanto o SENHOR ama o seu povo, te pôs sobre ele rei. 12. Disse mais Hirão: Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, que fez os céus e a terra; que deu ao rei Davi um filho sábio, de grande prudência e entendimento, que edifique casa ao SENHOR e para o seu reino. 13. Agora, pois, envio um homem sábio de grande entendimento, a saber, Hirão-Abi, 14. filho de uma mulher das filhas de Dã e cujo pai foi homem de Tiro; este sabe lavrar em ouro, e em prata, em bronze, em ferro, em pedras, e em madeira, e em púrpura, e em pano azul, e em linho fino, e em carmesim; e é hábil para toda obra de buril e para todas as engenhosas invenções, qualquer coisa que se lhe propuser, juntamente com os teus sábios e os sábios de Davi, meu senhor, teu pai. 15. Agora, pois, que meu senhor mande para os seus servos o trigo, e a cevada, e o azeite, e o vinho de que falou. 16. E nós cortaremos tanta madeira no Líbano quanta houveres mister e ta traremos em jangadas pelo mar a Jope, e tu a farás subir a Jerusalém. 17. E Salomão contou todos os homens estrangeiros que havia na terra de Israel, conforme a conta com que os contara Davi, seu pai; e acharam-se cento e cinqüenta e três mil e seiscentos. 18. E fez deles setenta mil carreteiros e oitenta mil cortadores na montanha, como também três mil e seiscentos inspetores, para fazerem trabalhar o povo. 2 Crônicas 3 1. E começou Salomão a edificar a Casa do SENHOR em Jerusalém, no monte Moriá, onde o SENHOR se tinha mostrado a Davi, seu pai, no lugar que Davi tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu. 2. E começou a edificar no segundo mês, no dia segundo, no ano quarto do seu reinado. 3. E estes foram os fundamentos que Salomão pôs para edificar a Casa de Deus: o comprimento em côvados, segundo a medida primeira, de sessenta côvados, e a largura, de vinte côvados. 4. E o alpendre que estava na frente, de comprimento, segundo a largura da casa, era de vinte côvados, e a altura, de cento e vinte, o que, dentro, cobriu com ouro puro. 5. E a casa grande forrou com madeira de faia, e, então, a cobriu com ouro fino, e fez sobre ela palmas e cadeias. 6. Também a casa adornou de pedras preciosas para ornamento; e o ouro era ouro de Parvaim. 7. Também na casa cobriu as traves, e os umbrais, e as suas paredes, e as suas portas, com ouro; e lavrou querubins nas paredes. 8. Fez mais a Casa da Santidade das Santidades, cujo comprimento, segundo a largura da casa, era de vinte côvados, e a sua largura, de vinte côvados; e cobriu-a de ouro fino, do peso de seiscentos talentos. 9. O peso dos pregos era de cinqüenta siclos de ouro; e cobriu de ouro os cenáculos. 10. Também fez na Casa da Santidade das Santidades dois querubins na forma de andantes e cobriu-os de ouro. 11. E, quanto às asas dos querubins, o seu comprimento era de vinte côvados; a asa de um deles, de cinco côvados, tocava na parede da casa; e a outra asa, de cinco côvados, tocava na asa do outro querubim. 12. Também a asa do outro querubim era de cinco côvados e tocava na parede da casa; era também a outra asa de cinco côvados e estava pegada à asa do outro querubim. 13. E as asas desses querubins se estendiam vinte côvados; e estavam postos em pé, e os seus rostos, virados para a casa. 14. Também fez o véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino; e pôs sobre ele querubins. 15. Fez também diante da casa duas colunas de trinta e cinco côvados de altura; e o capitel, que estava sobre cada uma, era de cinco côvados. 16. Também fez as cadeias, como no oráculo, e as pôs sobre as cabeças das colunas; fez também cem romãs, as quais pôs entre as cadeias. 17. E levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; e chamou o nome da que estava à direita Jaquim, e o nome da que estava à esquerda, Boaz. 2 Crônicas 4 1. Também fez um altar de metal de vinte côvados de comprimento, e de vinte côvados de largura, e dez côvados de altura. 2. Fez também o mar de fundição, de dez côvados de uma borda até à outra, redondo, e de cinco côvados de alto; cingia-o em roda um cordão de trinta côvados. 3. E por baixo dele havia figuras de bois, que ao redor o cingiam, e por dez côvados cercavam aquele mar ao redor; e tinha duas carreiras de bois, fundidos na sua fundição. 4. E estava sobre doze bois; três que olhavam para o norte, e três que olhavam para o ocidente, e três que olhavam para o sul, e três que olhavam para o oriente; e o mar estava posto sobre eles, e as suas partes posteriores estavam para a banda de dentro. 5. E tinha um palmo de grossura, e a sua borda foi feita como a borda de um copo ou como uma flor-de-lis, da capacidade de três mil batos. 6. Também fez dez pias e pôs cinco à direita e cinco à esquerda, para lavarem nelas; o que pertencia ao holocausto o lavavam nelas; porém o mar era para que os sacerdotes se lavassem nele. 7. Fez também dez castiçais de ouro, segundo a sua forma, e pô-los no templo, cinco à direita, e cinco à esquerda. 8. Também fez dez mesas e pô-las no templo, cinco à direita, e cinco à esquerda; também fez cem bacias de ouro. 9. Fez mais o pátio dos sacerdotes e o pátio grande, como também as portadas para o pátio, e as suas portas cobriu de cobre. 10. E o mar pôs ao lado direito, para a banda do oriente, para o sudeste. 11. Também Hirão fez as caldeiras, e as pás, e as bacias; assim, acabou Hirão de fazer a obra que fazia para o rei Salomão, na Casa de Deus: 12. as duas colunas, e os globos, e os dois capitéis sobre as cabeças das colunas, e as duas redes, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas; 13. e as quatrocentas romãs para as duas redes: duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam em cima das colunas. 14. Também fez as bases e as pias pôs sobre as bases; 15. o mar e os doze bois, debaixo dele. 16. Semelhantemente os potes, e as pás, e os garfos, e todos os seus utensílios fez Hirão-Abi ao rei Salomão, para a Casa do SENHOR, de cobre purificado. 17. Na campina do Jordão, os fundiu o rei na terra argilosa, entre Sucote e Zereda. 18. E fez Salomão todos esses objetos em grande abundância, porque o peso do cobre se não esquadrinhava. 19. Fez também Salomão todos os utensílios que eram para a Casa de Deus: o altar de ouro e as mesas, sobre as quais estavam os pães da proposição; 20. e os castiçais com as suas lâmpadas de ouro finíssimo, para as acenderem segundo o costume, perante o oráculo. 21. E as flores, e as lâmpadas, e os espevitadores eram de ouro, do mais perfeito ouro; 22. como também os garfos, e as bacias, e as taças, e os incensários, de ouro finíssimo; quanto à entrada da casa, as suas portas de dentro da Santidade das Santidades e as portas da casa do templo eram de ouro. 2 Crônicas 5 1. Assim, se acabou toda a obra que Salomão fez para a Casa do SENHOR; então, trouxe Salomão as coisas consagradas de Davi, seu pai; a prata, e o ouro, e todos os utensílios, e pô-los entre os tesouros da Casa de Deus. 2. Então, Salomão convocou em Jerusalém os anciãos de Israel e todos os chefes das tribos, os príncipes dos pais entre os filhos de Israel, para fazerem subir a arca do concerto do SENHOR, da Cidade de Davi, que é Sião, para o templo. 3. E todos os homens de Israel se congregaram ao rei na festa, que foi no sétimo mês. 4. E vieram todos os anciãos de Israel, e os levitas levantaram a arca 5. e a fizeram subir, com a tenda da congregação, com todos os utensílios sagrados que estavam na tenda; os sacerdotes e os levitas é que os fizeram subir. 6. Então, o rei Salomão e toda a congregação de Israel, que se tinha congregado com ele, diante da arca, sacrificaram carneiros e bois, que se não podiam contar, nem numerar, por causa da sua multidão. 7. Assim, trouxeram os sacerdotes a arca do concerto do SENHOR ao seu lugar, ao oráculo da casa, à Santidade das Santidades, até debaixo das asas dos querubins. 8. (Porque os querubins estendiam ambas as asas sobre o lugar da arca e os querubins, por cima, cobriam a arca e os seus varais. 9. Então, os varais sobressaíram, para que as pontas dos varais da arca se vissem perante o oráculo, mas não se vissem de fora; e os varais estão ali até ao dia de hoje.) 10. Na arca, não havia senão somente as duas tábuas que Moisés tinha posto junto a Horebe, quando o SENHOR fez concerto com os filhos de Israel, saindo eles do Egito. 11. E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário (porque todos os sacerdotes, que se acharam, se santificaram, sem guardarem as suas turmas), 12. e quando os levitas, cantores de todos eles, isto é, Asafe, Hemã, Jedutum, seus filhos e seus irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos, e com alaúdes e com harpas, estavam em pé para o oriente do altar, e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas, 13. e quando eles uniformemente tocavam as trombetas e cantavam para fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao SENHOR, e quando levantavam eles a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos músicos, para bendizerem ao SENHOR, porque era bom, porque a sua benignidade durava para sempre, então, a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a Casa do SENHOR; 14. e não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus. 2 Crônicas 6 1. Então, disse Salomão: O SENHOR tem dito que habitaria nas trevas. 2. E eu te tenho edificado uma casa para morada e um lugar para a tua eterna habitação. 3. Então, o rei virou o rosto e abençoou a toda a congregação de Israel, e toda a congregação de Israel estava em pé. 4. E ele disse: Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, que falou pela sua boca a Davi, meu pai, e, pelas suas mãos, o cumpriu, dizendo: 5. Desde o dia em que tirei o meu povo da terra do Egito, não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel, para edificar nela uma casa em que estivesse o meu nome; nem escolhi homem algum para ser chefe do meu povo de Israel. 6. Porém escolhi Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e escolhi Davi, para que tivesse cargo do meu povo de Israel. 7. Também Davi, meu pai, teve no seu coração o edificar uma casa ao nome do SENHOR, Deus de Israel. 8. Porém o SENHOR disse a Davi, meu pai: Porquanto tiveste no teu coração o edificar uma casa ao meu nome, bem fizeste, de ter isso no teu coração. 9. Contudo, tu não edificarás a casa; mas teu filho, que há de descender de ti, esse edificará a casa ao meu nome. 10. Assim, confirmou o SENHOR a sua palavra que ele falou; porque eu me levantei em lugar de Davi, meu pai, e me assentei sobre o trono de Israel, como o SENHOR disse, e edifiquei a casa ao nome do SENHOR, Deus de Israel. 11. E pus nela a arca em que está o concerto que o SENHOR fez com os filhos de Israel. 12. E pôs-se em pé perante o altar do SENHOR, defronte de toda a congregação de Israel, e estendeu as mãos. 13. Porque Salomão tinha feito uma base de metal, de cinco côvados de comprimento, e de cinco côvados de largura, e de três côvados de altura, e a tinha posto no meio do pátio; e pôs-se nela em pé, e ajoelhou-se em presença de toda a congregação de Israel, e estendeu as mãos para o céu, 14. e disse: Ó SENHOR, Deus de Israel, não há Deus semelhante a ti, nem nos céus nem na terra, como tu, que guardas o concerto e a beneficência aos teus servos que caminham perante ti de todo o seu coração; 15. que guardaste ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe prometeste; porque tu, pela tua boca, o disseste e, pela tua mão, o cumpriste, como se vê neste dia. 16. Agora, pois, SENHOR, Deus de Israel, faze a teu servo Davi, meu pai, o que prometeste, dizendo: Nunca faltará de ti varão de diante de mim, que se assente sobre o trono de Israel; tão-somente que teus filhos guardem seu caminho, andando na minha lei, como tu andaste diante de mim. 17. E, agora, SENHOR, Deus de Israel, verifique-se a tua palavra que disseste ao teu servo, a Davi. 18. Mas verdadeiramente habitará Deus com os homens na terra? Eis que o céu e o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado? 19. Atende, pois, à oração do teu servo e à sua súplica, ó SENHOR, meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo faz perante ti. 20. Que os teus olhos estejam dia e noite abertos sobre este lugar, de que disseste que ali porias o teu nome, para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar. 21. Ouve, pois, as súplicas do teu servo, e do teu povo de Israel, que fizerem neste lugar; e ouve tu do lugar da tua habitação, desde os céus; ouve, pois, e perdoa. 22. Quando alguém pecar contra o seu próximo e lhe impuser juramento de maldição, para se amaldiçoar a si mesmo, e o juramento de maldição vier perante o teu altar, nesta casa, 23. ouve tu, então, desde os céus, e age, e julga a teus servos, pagando ao ímpio, lançando o seu proceder sobre a sua cabeça e justificando o justo, dando-lhe segundo a sua justiça. 24. Quando também o teu povo de Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra ti, e eles se converterem, e confessarem o teu nome, e orarem, e suplicarem perante ti nesta casa, 25. então, ouve tu desde os céus, e perdoa os pecados de teu povo de Israel, e faze-os tornar à terra que tens dado a eles e a seus pais. 26. Quando os céus se cerrarem, e não houver chuva, por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar, e confessarem teu nome, e se converterem dos seus pecados, quando tu os afligires, 27. então, ouve tu desde os céus, e perdoa o pecado de teus servos e do teu povo de Israel, ensinando-lhes o bom caminho, em que andem, e dá chuva sobre a tua terra, que deste ao teu povo em herança. 28. Havendo fome na terra, havendo peste, havendo queimadura dos trigos, ou ferrugem, gafanhotos, ou lagarta, cercando-a algum dos seus inimigos nas terras das suas portas, ou quando houver qualquer praga, ou qualquer enfermidade, 29. toda oração, e toda súplica que qualquer homem fizer ou todo o teu povo de Israel, conhecendo cada um a sua praga e a sua dor e estendendo as suas mãos para esta casa, 30. então, ouve tu desde os céus, do assento da tua habitação, e perdoa, e dá a cada um conforme todos os seus caminhos, segundo conheces o seu coração (pois só tu conheces o coração dos filhos dos homens), 31. a fim de que te temam, para andarem nos teus caminhos, todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais. 32. Assim também ao estrangeiro que não for do teu povo de Israel, mas vier de terras remotas por amor do teu grande nome, e da tua poderosa mão, e do teu braço estendido, vindo ele e orando nesta casa, 33. então, ouve tu desde os céus, do assento da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro te suplicar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome e te temam, como o teu povo de Israel, e a fim de saberem que pelo teu nome é chamada esta casa que edifiquei. 34. Quando o teu povo sair à guerra contra os seus inimigos, pelo caminho que os enviares, e orarem a ti para a banda desta cidade que escolheste, e desta casa que edifiquei ao teu nome, 35. ouve, então, desde os céus a sua oração e a sua súplica e executa o seu direito. 36. Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles e os entregares diante do inimigo, para que os que os cativarem os levem em cativeiro para alguma terra, remota ou vizinha; 37. e, na terra para onde forem levados em cativeiro, tornarem a si, e se converterem, e, na terra do seu cativeiro, a ti suplicarem, dizendo: Pecamos, e perversamente fizemos, e impiamente procedemos, 38. e se converterem a ti com todo o seu coração e com toda a sua alma, na terra do seu cativeiro, a que os levaram presos, e orarem para a banda da sua terra que deste a seus pais, e desta cidade que escolheste e desta casa que edifiquei ao teu nome, 39. ouve, então, desde os céus, do assento da tua habitação, a sua oração e as suas súplicas, e executa o seu direito, e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti. 40. Agora, pois, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos, e os teus ouvidos atentos à oração deste lugar. 41. Levanta-te, pois, agora, SENHOR Deus, e entra para o teu repouso, tu e a arca da tua fortaleza; e os teus sacerdotes, ó SENHOR Deus, sejam vestidos de salvação, e os teus santos se alegrem do bem. 42. Ah! SENHOR Deus, não faças virar o rosto do teu ungido; lembra-te das misericórdias de Davi, teu servo. 2 Crônicas 7 1. E, acabando Salomão de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do SENHOR encheu a casa. 2. E os sacerdotes não podiam entrar na Casa do SENHOR, porque a glória do SENHOR tinha enchido a Casa do SENHOR. 3. E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do SENHOR sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o SENHOR, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre. 4. E o rei e todo o povo ofereciam sacrifícios perante o SENHOR. 5. E o rei Salomão ofereceu sacrifícios de bois, vinte e dois mil, e de ovelhas, cento e vinte mil; e o rei e todo o povo consagraram a Casa de Deus. 6. E os sacerdotes, segundo as suas turmas, estavam em pé, como também os levitas com os instrumentos músicos do SENHOR, que o rei Davi tinha feito, para louvarem o SENHOR, porque a sua benignidade dura para sempre, quando Davi o louvava pelo ministério deles; e os sacerdotes tocavam as trombetas defronte deles, e todo o Israel estava em pé. 7. E Salomão santificou o meio do pátio que estava diante da Casa do SENHOR; porquanto ali tinha ele oferecido os holocaustos e a gordura dos sacrifícios pacíficos; porque no altar de metal, que Salomão tinha feito, não poderia caber o holocausto, e a oferta de manjares, e a gordura. 8. E, assim, naquele tempo, celebrou Salomão a festa sete dias, e todo o Israel com ele, uma muito grande congregação, desde a entrada de Hamate até ao rio do Egito. 9. E, ao dia oitavo, celebraram o dia da restrição, porque sete dias celebraram a consagração do altar e sete dias, a festa. 10. E, no dia vigésimo-terceiro do sétimo mês, o rei deixou ir o povo para as suas tendas, alegres e de bom ânimo, pelo bem que o SENHOR tinha feito a Davi, e a Salomão, e a seu povo de Israel. 11. Assim, Salomão acabou a Casa do SENHOR e a casa do rei; e tudo quanto Salomão intentou fazer na Casa do SENHOR e na sua casa, prosperamente o efetuou. 12. E o SENHOR apareceu de noite a Salomão e disse-lhe: Ouvi tua oração e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício. 13. Se eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; 14. e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. 15. Agora, estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. 16. Porque, agora, escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias. 17. Quanto a ti, se andares diante de mim, como andou Davi, teu pai, e fizeres conforme tudo o que te ordenei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos, 18. também confirmarei o trono do teu reino, conforme o concerto que fiz com Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará varão que domine em Israel. 19. Porém, se vós vos desviardes, e deixardes os meus estatutos e os meus mandamentos, que vos tenho proposto, e fordes, e servirdes a outros deuses, e vos prostrardes a eles, 20. então, os arrancarei da minha terra que lhes dei, e lançarei da minha presença esta casa que consagrei ao meu nome, e farei com que seja por provérbio e mote entre todas as gentes. 21. E, desta casa, que fora tão exaltada, qualquer que passar por ela se espantará e dirá: Por que fez o SENHOR assim com esta terra e com esta casa? 22. E dirão: Porquanto deixaram o SENHOR, Deus de seus pais, que os tirou da terra do Egito, e se deram a outros deuses, e se prostraram a eles, e os serviram; por isso, ele trouxe sobre eles todo este mal. 2 Crônicas 8 1. E sucedeu, ao cabo de vinte anos, nos quais Salomão edificou a Casa do SENHOR e a sua própria casa, 2. que Salomão edificou as cidades que Hirão lhe tinha dado; e fez habitar nelas os filhos de Israel. 3. Depois, foi Salomão a Hamate-Zoba e a tomou. 4. Também edificou a Tadmor no deserto e todas as cidades das munições que edificou em Hamate. 5. Edificou também a alta Bete-Horom e a baixa Bete-Horom, cidades fortes com muros, portas e ferrolhos; 6. como também a Baalate, e todas as cidades das munições, que Salomão tinha, e todas as cidades dos carros, e as cidades dos cavaleiros, e tudo quanto, conforme o seu desejo, Salomão quis edificar em Jerusalém, e no Líbano, e em toda a terra do seu domínio. 7. Quanto a todo o povo que tinha ficado dos heteus, e amorreus, e ferezeus, e heveus, e jebuseus, que não eram de Israel, 8. a seus filhos, que ficaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não destruíram, Salomão os fez tributários, até ao dia de hoje. 9. Porém dos filhos de Israel, de quem Salomão não fez servos para a sua obra (mas eram homens de guerra, chefes dos seus capitães, e chefes dos seus carros, e dos seus cavaleiros), 10. estes, pois, eram os chefes dos oficiais que o rei Salomão tinha, duzentos e cinqüenta, que presidiam sobre o povo. 11. E Salomão fez subir a filha de Faraó da Cidade de Davi para a casa que lhe tinha edificado; porque disse: Minha mulher não morará na casa de Davi, rei de Israel, porquanto santos são os lugares nos quais entrou a arca do SENHOR. 12. Então, Salomão ofereceu holocaustos ao SENHOR, sobre o altar do SENHOR, que tinha edificado diante do pórtico; 13. e isso segundo o dever de cada dia, oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos sábados, e nas luas novas, a nas solenidades, três vezes no ano: na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa das Tendas. 14. Também, conforme a ordem de Davi, seu pai, ordenou as turmas dos sacerdotes nos seus ministérios, como também as dos levitas acerca dos seus cargos, para louvarem a Deus e ministrarem diante dos sacerdotes, segundo o que estava ordenado para cada dia, e os porteiros pelas suas turmas a cada porta; porque tal era o mandado de Davi, homem de Deus. 15. E não se desviaram do mandado do rei aos sacerdotes e levitas, em negócio nenhum, nem acerca dos tesouros. 16. Assim se preparou toda a obra de Salomão, desde o dia da fundação da Casa do SENHOR, até se acabar; e assim se aperfeiçoou a Casa do SENHOR. 17. Então, foi Salomão a Eziom-Geber e a Elate, à praia do mar, na terra de Edom. 18. E enviou-lhe Hirão, por mão de seus servos, navios e servos práticos do mar, e foram com os servos de Salomão a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e cinqüenta talentos de ouro, e os trouxeram ao rei Salomão. 2 Crônicas 9 1. E, ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, veio a Jerusalém experimentar Salomão com enigmas, com uma mui grande comitiva de camelos carregados de especiarias, e ouro em abundância, e pedras preciosas; e veio a Salomão e falou com ele de tudo o que tinha no seu coração. 2. E Salomão lhe explicou todas as suas palavras, e nenhuma coisa havia oculta que Salomão lhe não declarasse. 3. Vendo, pois, a rainha de Sabá a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, 4. e as iguarias da sua mesa, e o assentar dos seus servos, e o estar dos seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e as vestes deles, e a sua subida pela qual ele subia à Casa do SENHOR, ficou como fora de si. 5. Então, disse ao rei: Foi verdadeira a palavra que ouvi na minha terra acerca dos teus feitos e da tua sabedoria. 6. Porém não cria nas suas palavras, até que vim, e meus olhos o viram; e eis que me não disseram a metade da grandeza da tua sabedoria; sobrepujaste a fama que ouvi. 7. Bem-aventurados os teus homens, e bem-aventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti e ouvem a tua sabedoria! 8. Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que se agradou de ti para te pôr como rei sobre o seu trono, pelo SENHOR, teu Deus, porquanto teu Deus ama a Israel, para o estabelecer perpetuamente; e pôs-te como rei sobre eles, para fazeres juízo e justiça. 9. E deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e especiarias em grande abundância, e pedras preciosas; e nunca houve tais especiarias como as que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão. 10. E também os servos de Hirão e os servos de Salomão, que de Ofir tinham trazido ouro, trouxeram madeira de algumins e pedras preciosas. 11. E fez o rei corredores de madeira de algumins, para a Casa do SENHOR e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes para os cantores, quais nunca dantes se viram na terra de Judá. 12. E o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto lhe agradou e o que lhe pediu, além do que ela mesma trouxera ao rei. Assim, voltou e foi para sua terra, ela e os seus servos. 13. E era o peso do ouro, que vinha em um ano a Salomão, de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro, 14. afora o que os negociantes e mercadores traziam; também todos os reis da Arábia e os príncipes da mesma terra traziam a Salomão ouro e prata. 15. Também fez Salomão duzentos paveses de ouro batido; para cada pavês mandou pesar seiscentos siclos de ouro batido, 16. como também trezentos escudos de ouro batido; para cada escudo mandou pesar trezentos siclos de ouro; e Salomão os pôs na casa do bosque do Líbano. 17. Fez mais o rei um grande trono de marfim e o cobriu de ouro puro. 18. E o trono tinha seis degraus, e um estrado de ouro, pegado ao trono, e encostos de ambas as bandas no lugar do assento; e dois leões estavam junto aos encostos. 19. E doze leões estavam ali de ambas as bandas, sobre os seis degraus; outro tal se não fez em nenhum reino. 20. Também todos os vasos de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os objetos da casa do bosque do Líbano, de ouro puro; a prata reputava-se por nada nos dias de Salomão. 21. Porque, indo os navios do rei, com os servos de Hirão, a Társis, tornavam os navios de Társis, uma vez em três anos e traziam ouro, e prata, e marfim, e bugios, e pavões. 22. Assim, excedeu o rei Salomão a todos os reis da terra, tanto em riquezas como em sabedoria. 23. E todos os reis da terra procuravam ver o rosto de Salomão, para ouvirem a sua sabedoria que Deus lhe dera no seu coração. 24. E eles traziam cada um o seu presente, vasos de ouro, e vestes, e armaduras, e especiarias, e cavalos, e mulos; cada coisa de ano em ano. 25. Teve também Salomão quatro mil estrebarias de cavalos e carros e doze mil cavaleiros e pô-los nas cidades dos carros e com o rei, em Jerusalém. 26. E dominava sobre todos os reis, desde o rio até à terra dos filisteus e até ao termo do Egito. 27. Também o rei fez que houvesse prata em Jerusalém como pedras e cedros em tanta abundância como as figueiras bravas que há pelas campinas. 28. E do Egito e de todas aquelas terras traziam cavalos a Salomão. 29. Os demais atos, pois, de Salomão, tanto os primeiros como os últimos, porventura, não estão escritos no livro da história de Natã, o profeta, e na profecia de Aías, o silonita, e nas visões de Ido, o vidente, acerca de Jeroboão, filhos de Nebate? 30. E reinou Salomão em Jerusalém quarenta anos sobre todo o Israel. 31. E dormiu Salomão com seus pais, e o sepultaram na Cidade de Davi, seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Crônicas 10 1. E foi Roboão a Siquém, porque todo o Israel tinha vindo a Siquém para o fazerem rei. 2. Sucedeu, pois, que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate (o qual estava, então, no Egito, para onde fugira da presença do rei Salomão), voltou Jeroboão do Egito. 3. Porque enviaram a ele e o chamaram; e veio, pois, Jeroboão com todo o Israel; e falaram a Roboão, dizendo: 4. Teu pai fez duro o nosso jugo; alivia tu, pois, agora, a dura servidão de teu pai e o pesado jugo que nos tinha imposto, e servir-te-emos. 5. E ele lhes disse: Daqui a três dias, tornai a mim. Então, o povo se foi. 6. E teve Roboão conselho com os anciãos que estiveram perante Salomão, seu pai, enquanto viveu, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo? 7. E eles lhe falaram, dizendo: Se te fizeres benigno e afável com este povo e lhes falares boas palavras, todos os dias serão teus servos. 8. Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe deram; e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele e estavam perante ele. 9. E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia- nos o jugo que teu pai nos impôs? 10. E os jovens que com ele haviam crescido lhe falaram, dizendo: Assim dirás a este povo, que te falou, dizendo: Teu pai agravou o nosso jugo, tu, porém, alivia-nos. Assim, pois, lhe falarás: O meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. 11. Assim que, se meu pai vos fez carregar de um jugo pesado, eu ainda acrescentarei sobre o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. 12. Veio, pois, Jeroboão e todo o povo a Roboão, no terceiro dia, como o rei tinha ordenado, dizendo: Tornai a mim ao terceiro dia. 13. E o rei lhes respondeu asperamente, porque o rei Roboão deixou o conselho dos anciãos. 14. E falou-lhes conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu lhes acrescentarei mais; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. 15. Assim, o rei não deu ouvidos ao povo, porque esta mudança vinha de Deus, para que o SENHOR confirmasse a sua palavra, a qual falara pelo ministério de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate. 16. Vendo, pois, todo o Israel que o rei lhes não dava ouvidos, então, o povo respondeu ao rei, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Já não temos herança no filho de Jessé; Israel, cada um às suas tendas! Olha, agora, pela tua casa, ó Davi. Assim, todo o Israel se foi para as suas tendas. 17. Porém, quanto aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão. 18. Então, o rei Roboão enviou a Adorão, que tinha o cargo dos tributos; porém os filhos de Israel o apedrejaram com pedras, de que morreu; então, o rei Roboão se apressou a subir para o seu carro e fugiu para Jerusalém. 19. Assim, se revoltaram os israelitas contra a casa de Davi, até ao dia de hoje. 2 Crônicas 11 1. Vindo, pois, Roboão a Jerusalém, ajuntou da casa de Judá e Benjamim cento e oitenta mil escolhidos, destros na guerra para pelejarem contra Israel e para restituírem o reino a Roboão. 2. Porém a palavra do SENHOR veio a Semaías, homem de Deus, dizendo: 3. Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o Israel, em Judá e Benjamim, dizendo: 4. Assim diz o SENHOR: Não subireis, nem pelejareis contra os vossos irmãos; tornai cada um à sua casa, porque de mim proveio isso. E ouviram as palavras do SENHOR e desistiram de ir contra Jeroboão. 5. E Roboão habitou em Jerusalém e edificou cidades para fortalezas, em Judá. 6. Edificou, pois, a Belém, e a Etã, e a Tecoa, 7. e a Bete-Zur, e a Socó, e a Adulão, 8. e a Gate, e a Maressa, e a Zife, 9. e a Adoraim, e a Laquis, e a Azeca, 10. e a Zorá, e a Aijalom, e a Hebrom, que estavam em Judá e em Benjamim; cidades fortes. 11. E fortificou essas fortalezas, e pôs nelas maiorais, e armazéns de víveres, e de azeite, e de vinho. 12. E pôs em cada cidade paveses e lanças; fortificou-as em grande maneira; e Judá e Benjamim pertenceram-lhe. 13. Também os sacerdotes e os levitas que havia em todo o Israel deixaram o seu território, para se ajuntarem a ele. 14. Porque os levitas deixaram os seus arrabaldes e a sua possessão e vieram a Judá e a Jerusalém (porque Jeroboão e seus filhos os lançaram fora, para que não ministrassem ao SENHOR; 15. e ele constituiu para si sacerdotes para os altos, e para os demônios, e para os bezerros que fizera). 16. Depois desses, também de todas as tribos de Israel, os que deram o seu coração a buscarem ao SENHOR, Deus de Israel, vieram a Jerusalém, para oferecerem sacrifícios ao SENHOR Deus de seus pais. 17. Assim, fortaleceram o reino de Judá e corroboraram Roboão, filho de Salomão, por três anos, porque três anos andaram no caminho de Davi e Salomão. 18. E Roboão tomou para si, por mulher, a Maalate, filha de Jerimote, filho de Davi, e de Abiail, filha de Eliabe, filho de Jessé. 19. Ela lhe deu os filhos: Jeús, e Semarias, e Zaão. 20. E, depois dela, tomou a Maaca, filha de Absalão; esta lhe deu os filhos: Abias, e Atai, e Ziza, e Selomite. 21. E amava Roboão mais a Maaca, filha de Absalão, do que a todas as suas outras mulheres e concubinas; porque ele tinha tomado dezoito mulheres e sessenta concubinas; e gerou vinte e oito filhos, e sessenta filhas. 22. E Roboão pôs por cabeça a Abias, filho de Maaca, para ser maioral entre os seus irmãos, porque o queria fazer rei. 23. E usou de prudência e, de todos os seus filhos, alguns espalhou por todas as terras de Judá e Benjamim, por todas as cidades fortes; e deu-lhes víveres em abundância e lhes procurou uma multidão de mulheres. 2 Crônicas 12 1. Sucedeu, pois, que, havendo Roboão confirmado o reino e havendo-se fortalecido, deixou a lei do SENHOR, e, com ele, todo o Israel. 2. Pelo que sucedeu, no ano quinto do rei Roboão, que Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém (porque tinham transgredido contra o SENHOR) 3. com mil e duzentos carros e com sessenta mil cavaleiros; e era inumerável a gente que vinha com ele do Egito, tanto de líbios como suquitas e etíopes. 4. E tomou as cidades fortes que Judá tinha e veio a Jerusalém. 5. Então, veio Semaías, o profeta, a Roboão e aos príncipes de Judá que se ajuntaram em Jerusalém por causa de Sisaque e disse-lhes: Assim diz o SENHOR: Vós me deixastes a mim, pelo que eu também vos deixei nas mãos de Sisaque. 6. Então, se humilharam os príncipes de Israel e o rei e disseram: O SENHOR é justo. 7. Vendo, pois, o SENHOR que se humilhavam, veio a palavra do SENHOR a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; antes, em breve, lhes darei lugar de escaparem, para que o meu furor se não derrame sobre Jerusalém, pelas mãos de Sisaque. 8. Porém serão seus servos, para que conheçam a diferença da minha servidão e da servidão dos reinos da terra. 9. Subiu, pois, Sisaque, rei do Egito, contra Jerusalém e tomou os tesouros da Casa do SENHOR e os tesouros da casa do rei; levou tudo e também tomou os escudos de ouro que Salomão fizera. 10. E fez o rei Roboão em lugar deles escudos de cobre e os entregou nas mãos dos capitães da guarda que guardavam a porta da casa do rei. 11. E sucedeu que, entrando o rei na Casa do SENHOR, vinham os da guarda, e os traziam, e os tornavam a pôr na câmara da guarda. 12. E, humilhando-se ele, a ira do SENHOR se desviou dele, para que o não destruísse de todo, porque ainda em Judá havia boas coisas. 13. Fortificou-se, pois, o rei Roboão em Jerusalém e reinou. Ora, Roboão era da idade de quarenta e um anos quando começou a reinar; e dezessete anos reinou em Jerusalém, a cidade que o SENHOR escolheu dentre todas as tribos de Israel, para pôr ali o seu nome; e era o nome de sua mãe Naamá, amonita. 14. E fez o que era mau, porquanto não preparou o coração para buscar o SENHOR. 15. Os atos, pois, de Roboão, tanto os primeiros como os últimos, porventura, não estão escritos nos livros da história de Semaías, o profeta, e de Ido, o vidente, conforme a relação das genealogias? E houve guerras entre Roboão e Jeroboão em todos os seus dias. 16. E Roboão dormiu com seus pais e foi sepultado na Cidade de Davi; e Abias, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Crônicas 13 1. No ano décimo-oitavo do rei Jeroboão, reinou Abias sobre Israel. 2. Três anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Micaía, filha de Uriel, da cidade de Gibeá; e houve guerra entre Abias e Jeroboão. 3. E Abias ordenou a peleja, com um exército de varões belicosos, de quatrocentos mil homens escolhidos; Jeroboão dispôs contra ele a batalha com oitocentos mil homens escolhidos, todos varões valentes. 4. E pôs-se Abias em pé em cima do monte Zemaraim, que está nas montanhas de Efraim, e disse: Ouvi-me, Jeroboão e todo o Israel! 5. Porventura, não vos convém saber que o SENHOR, Deus de Israel, deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos, por um concerto de sal? 6. Contudo, levantou-se Jeroboão, filho de Nebate, servo de Salomão, filho de Davi, e se rebelou contra seu senhor, 7. e ajuntaram-se a ele homens vadios, filhos de Belial; e fortificaram-se contra Roboão, filho de Salomão; e, sendo Roboão ainda jovem e terno de coração, não podia resistir-lhes. 8. E, agora, cuidais de esforçar-vos contra o reino do SENHOR, que está nas mãos dos filhos de Davi; bem sois vós uma grande multidão e tendes convosco os bezerros de ouro que Jeroboão vos fez para deuses. 9. Não lançastes vós fora os sacerdotes do SENHOR, os filhos de Arão, e os levitas e não fizestes para vós sacerdotes, como as nações das outras terras? Qualquer que vem a consagrar-se com um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses. 10. Porém, quanto a nós, o SENHOR é o nosso Deus, e nunca o deixamos; e os sacerdotes que ministram ao SENHOR são filhos de Arão, e os levitas se ocupam na sua obra. 11. E queimam ao SENHOR cada manhã e cada tarde holocaustos, incenso aromático, dispondo os pães da proposição sobre a mesa pura, e o castiçal de ouro, e as suas lâmpadas para se acenderem cada tarde, porque nós temos cuidado do serviço do SENHOR, nosso Deus; porém vós o deixastes. 12. E eis que Deus está conosco, à nossa frente, como também os seus sacerdotes, tocando as trombetas, para dar alarme contra vós, ó filhos de Israel; não pelejeis contra o SENHOR, Deus de vossos pais, porque não prosperareis. 13. Mas Jeroboão fez uma emboscada em volta, para darem sobre eles por detrás, de maneira que estavam em frente de Judá, e a emboscada, por detrás deles. 14. Então, Judá olhou, e eis que tinham de pelejar por diante e por detrás; assim, clamaram ao SENHOR, e os sacerdotes tocaram as trombetas. 15. E os homens de Judá gritaram, e sucedeu que, gritando os homens de Judá, Deus feriu a Jeroboão e a todo o Israel diante de Abias e de Judá. 16. E os filhos de Israel fugiram de diante de Judá, e Deus os entregou nas mãos de Judá. 17. De maneira que Abias e o seu povo fizeram grande estrago entre eles, porque caíram feridos de Israel quinhentos mil homens escolhidos. 18. E foram abatidos os filhos de Israel naquele tempo; e os filhos de Judá prevaleceram, porque confiaram no SENHOR, Deus de seus pais. 19. E Abias seguiu após Jeroboão e tomou a Betel com os lugares da sua jurisdição, e a Jesana com os lugares da sua jurisdição, e a Efrom com os lugares da sua jurisdição. 20. E Jeroboão não recobrou mais nenhuma força nos dias de Abias; porém o SENHOR o feriu, e morreu. 21. Abias, pois, se fortificou, e tomou para si catorze mulheres, e gerou vinte e dois filhos e dezesseis filhas. 22. Os mais atos, pois, de Abias, tanto os seus caminhos como as suas palavras, estão escritos na história do profeta Ido. 2 Crônicas 14 1. E Abias dormiu com seus pais, e o sepultaram na Cidade de Davi; e Asa, seu filho, reinou em seu lugar; nos seus dias, esteve a terra em paz dez anos. 2. E Asa fez o que era bom e reto aos olhos do SENHOR, seu Deus, 3. porque tirou os altares dos deuses estranhos e os altos, e quebrou as estátuas, e cortou os bosques. 4. E mandou a Judá que buscassem ao SENHOR, Deus de seus pais, e que observassem a lei e o mandamento. 5. Também tirou de todas as cidades de Judá os altos e as imagens do sol; e o reino esteve quieto diante dele. 6. E edificou cidades fortes em Judá, porque a terra estava quieta, e não havia guerra contra ele naqueles anos, porquanto o SENHOR lhe dera repouso. 7. Disse, pois, a Judá: Edifiquemos estas cidades e cerquemo-las de muros, torres, portas e ferrolhos, enquanto a terra ainda está quieta diante de nós, pois buscamos ao SENHOR, nosso Deus; buscamo-lo e deu-nos repouso em redor. Edificaram, pois, e prosperaram. 8. Tinha, pois, Asa um exército de trezentos mil de Judá, que traziam pavês e lança, e duzentos e oitenta mil de Benjamim, que traziam escudo e atiravam de arco; todos estes eram varões valentes. 9. E Zerá, o etíope, saiu contra eles, com um exército de um milhão de homens e trezentos carros, e chegou até Maressa. 10. Então, Asa saiu contra ele, e ordenaram a batalha no vale de Zefatá, junto a Maressa. 11. E Asa clamou ao SENHOR, seu Deus, e disse: SENHOR, nada para ti é ajudar, quer o poderoso quer o de nenhuma força; ajuda-nos, pois, SENHOR, nosso Deus, porque em ti confiamos e no teu nome viemos contra esta multidão; SENHOR, tu és o nosso Deus, não prevaleça contra ti o homem. 12. E o SENHOR feriu os etíopes diante de Asa e diante de Judá; e fugiram os etíopes. 13. E Asa e o povo que estava com ele os perseguiram até Gerar, e caíram tantos dos etíopes, que já não havia neles vigor algum; porque foram quebrantados diante do SENHOR e diante do seu exército; e levaram dali mui grande despojo. 14. E feriram todas as cidades nos arredores de Gerar, porque o terror do SENHOR estava sobre eles; e saquearam todas as cidades, porque havia nelas muita presa. 15. Também feriram as malhadas do gado, e levaram ovelhas em abundância e camelos, e voltaram para Jerusalém. 2 Crônicas 15 1. Então, veio o Espírito de Deus sobre Azarias, filho de Obede. 2. E saiu ao encontro de Asa e disse-lhe: Ouvi-me, Asa, e todo o Judá, e Benjamim: O SENHOR está convosco, enquanto vós estais com ele, e, se o buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, vos deixará. 3. E Israel esteve por muitos dias sem o verdadeiro Deus, e sem sacerdote que o ensinasse, e sem lei. 4. Mas, quando na sua angústia se convertia ao SENHOR, Deus de Israel, e o buscava, o achava. 5. E, naqueles tempos, não havia paz nem para o que saía, nem para o que entrava, mas muitas perturbações, sobre todos os habitantes daquelas terras. 6. Porque gente contra gente e cidade contra cidade se despedaçavam, porque Deus os conturbara com toda a angústia. 7. Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa. 8. Ouvindo, pois, Asa estas palavras e a profecia do profeta, filho de Obede, esforçou-se e tirou as abominações de toda a terra de Judá e de Benjamim, como também das cidades que tomara nas montanhas de Efraim; e renovou o altar do SENHOR, que estava diante do Pórtico do SENHOR. 9. E ajuntou a todo o Judá, e Benjamim, e, com eles, os estrangeiros de Efraim, e de Manassés, e de Simeão, porque de Israel vinham a ele em grande número, vendo que o SENHOR, seu Deus, era com ele. 10. E ajuntaram-se em Jerusalém no terceiro mês, no ano décimo do reinado de Asa. 11. E, no mesmo dia, ofereceram em sacrifício ao SENHOR, do despojo que trouxeram, seiscentos bois e seis mil ovelhas. 12. E entraram no concerto de buscarem o SENHOR, Deus de seus pais, com todo o seu coração e com toda a sua alma, 13. e de que todo aquele que não buscasse ao SENHOR, Deus de Israel, morresse, desde o menor até ao maior e desde o homem até à mulher. 14. E juraram ao SENHOR, em alta voz, com júbilo, e com trombetas, e com buzinas. 15. E todo o Judá se alegrou deste juramento, porque com todo o seu coração juraram, e com toda a sua vontade o buscaram, e o acharam; e o SENHOR lhes deu repouso em redor. 16. E também a Maaca, mãe do rei Asa, ele a depôs, para que não fosse mais rainha, porquanto fizera a Aserá um horrível ídolo; e Asa destruiu o seu horrível ídolo, e o despedaçou, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom. 17. Os altos, porém, não se tiraram de Israel; contudo, o coração de Asa foi perfeito todos os seus dias. 18. E trouxe as coisas que tinha consagrado seu pai e as coisas que ele mesmo tinha consagrado à Casa de Deus: prata, e ouro, e utensílios. 19. E não houve guerra até ao ano trigésimo-quinto do reinado de Asa. 2 Crônicas 16 1. No ano trigésimo-sexto do reinado de Asa, Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá e edificou a Ramá, para ninguém deixar sair, nem entrar a Asa, rei de Judá. 2. Então, tirou Asa a prata e o ouro dos tesouros da Casa do SENHOR e da casa do rei; e enviou a Ben-Hadade, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo: 3. Aliança há entre mim e ti, como houve entre o meu pai e o teu; eis que te envio prata e ouro; vai, pois, e aniquila a tua aliança com Baasa, rei de Israel, para que se retire de sobre mim. 4. E Ben-Hadade deu ouvidos ao rei Asa e enviou os capitães dos exércitos que tinha contra as cidades de Israel, e feriram a Ijom, e a Dã, e a Abel-Maim, e a todas as cidades das munições de Naftali. 5. E sucedeu que, ouvindo-o Baasa, deixou de edificar a Ramá e não continuou a sua obra. 6. Então, o rei Asa tomou a todo o Judá, e eles levaram as pedras de Ramá e a sua madeira com que Baasa edificara; e edificou com isto a Geba e a Mispa. 7. Naquele mesmo tempo, veio Hanani, o vidente, a Asa, rei de Judá, e disse-lhe: Porque confiaste no rei da Síria e não confiaste no SENHOR, teu Deus, o exército do rei da Síria escapou das tuas mãos. 8. Porventura, não foram os etíopes e os líbios um grande exército, com muitíssimos carros e cavaleiros? Confiando tu, porém, no SENHOR, ele os entregou nas tuas mãos. 9. Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisso, pois, procedeste loucamente, porque, desde agora, haverá guerras contra ti. 10. Porém Asa se indignou contra o vidente e lançou-o na casa do tronco, porque disso grandemente se alterou contra ele; também Asa, no mesmo tempo, oprimiu alguns do povo. 11. E eis que os atos de Asa, tanto os primeiros como os últimos, estão escritos no livro da história dos reis de Judá e Israel. 12. E caiu Asa doente de seus pés no ano trigésimo-nono do seu reinado; grande por extremo era a sua enfermidade, e, contudo, na sua enfermidade, não buscou ao SENHOR, mas, antes, aos médicos. 13. E Asa dormiu com seus pais e morreu no ano quarenta e um do seu reinado. 14. E o sepultaram no seu sepulcro que tinha cavado para si na Cidade de Davi, havendo-o deitado na cama, que se enchera de cheiros e especiarias preparadas segundo a arte dos perfumistas; e fizeram-lhe queima mui grande. 2 Crônicas 17 1. E Josafá, seu filho, reinou em seu lugar; e fortificou-se contra Israel. 2. E pôs gente de guerra em todas as cidades fortes de Judá e guarnições na terra de Judá, como também nas cidades de Efraim que Asa, seu pai, tinha tomado. 3. E o SENHOR foi com Josafá, porque andou nos primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não buscou baalins. 4. Antes, buscou ao Deus de seu pai e andou nos seus mandamentos e não segundo as obras de Israel. 5. E o SENHOR confirmou o reino nas suas mãos, e todo o Judá deu presentes a Josafá; e teve riquezas e glória em abundância. 6. E exaltou-se o seu coração em seguir os caminhos do SENHOR e ainda tirou os altos e os bosques de Judá. 7. E, no terceiro ano do seu reinado, enviou ele os seus príncipes, a Ben-Hail, e a Obadias, e a Zacarias, e a Natanael, e a Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá. 8. E, com eles, os levitas Semaías, e Netanias, e Zebadias, e Asael, e Semiramote, e Jônatas, e Adonias, e Tobias, e Tobe-Adonias; e, com eles, os sacerdotes Elisama e Jeorão. 9. E ensinaram em Judá, e tinham consigo o livro da Lei do SENHOR, e rodearam todas as cidades de Judá, e ensinaram entre o povo. 10. E veio o temor do SENHOR sobre todos os reinos das terras que estavam em roda de Judá e não guerrearam contra Josafá. 11. E alguns dentre os filisteus traziam presentes a Josafá, com o dinheiro do tributo; também os arábios lhe trouxeram gado miúdo: sete mil e setecentos carneiros e sete mil e setecentos bodes. 12. Cresceu, pois, Josafá, e se engrandeceu extremamente, e edificou fortalezas e cidades de munições em Judá. 13. E teve muitas obras nas cidades de Judá, e gente de guerra, e varões valentes, em Jerusalém. 14. E este é o número deles segundo as casas de seus pais; em Judá, eram chefes dos milhares: o chefe Adna, e, com ele, trezentos mil varões valentes; 15. e, após ele, o chefe Joanã, e, com ele, duzentos e oitenta mil; 16. e, após ele, Amazias, filho de Zicri, que voluntariamente se entregou ao SENHOR; e, com ele, duzentos mil varões valentes; 17. e, de Benjamim, Eliada, varão valente, e, com ele, duzentos mil, armados de arco e de escudo; 18. e, após ele, Jozabade, e, com ele, cento e oitenta mil armados para a guerra. 19. Estes estavam a serviço do rei, afora os que o rei tinha posto nas cidades fortes por todo o Judá. 2 Crônicas 18 1. Tinha, pois, Josafá riquezas e glória em abundância e aparentou-se com Acabe. 2. E, ao cabo de alguns anos, foi ter com Acabe, a Samaria; e Acabe matou ovelhas e bois em abundância, para ele e para o povo que vinha com ele, e o persuadiu a subir com ele a Ramote-Gileade. 3. Porque Acabe, rei de Israel, disse a Josafá, rei de Judá: Irás tu comigo a Ramote-Gileade? E ele lhe disse: Como tu és, serei eu; e o meu povo, como o teu povo; seremos contigo nesta guerra. 4. Disse mais Josafá ao rei de Israel: Consulta, hoje, peço-te, a palavra do SENHOR. 5. Então, o rei de Israel ajuntou os profetas, quatrocentos homens, e disse-lhes: Iremos à guerra contra Ramote-Gileade ou deixá-lo-ei? E eles disseram: Sobe, porque Deus a dará nas mãos do rei. 6. Disse, porém, Josafá: Não há ainda aqui profeta algum do SENHOR, para que o consultemos? 7. Então, o rei de Israel disse a Josafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar o SENHOR; porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim bem, senão sempre mal; este é Micaías, filho de Inlá. E disse Josafá: Não fale o rei assim. 8. Então, chamou o rei de Israel a um eunuco e disse-lhe: Traze aqui depressa a Micaías, filho de Inlá. 9. E o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, estavam assentados cada um no seu trono, vestidos com as suas vestiduras, e estavam assentados na praça à entrada da porta de Samaria, e todos os profetas profetizavam na sua presença. 10. E Zedequias, filho de Quenaana, fez para si uns chifres de ferro e disse: Assim diz o SENHOR: Com estes, ferirás aos siros, até de todo os consumires. 11. E todos os profetas profetizavam o mesmo, dizendo: Sobe a Ramote-Gileade e prosperarás, porque o SENHOR a dará nas mãos do rei. 12. E o mensageiro que foi chamar a Micaías lhe falou, dizendo: Eis que as palavras dos profetas, a uma boca, são boas para com o rei; seja, pois, também a tua palavra como a de um deles, e fala o que é bom. 13. Porém Micaías disse: Vive o SENHOR, que o que meu Deus me disser, isso falarei. 14. Vindo, pois, ao rei, o rei lhe disse: Micaías, iremos a Ramote-Gileade à guerra ou deixá-lo-ei? E ele disse: Subi e prosperareis; e serão dados nas vossas mãos. 15. E o rei lhe disse: Até quantas vezes te conjurarei, para que me não fales senão a verdade no nome do SENHOR? 16. Então, disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o SENHOR: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para casa. 17. Então, o rei de Israel disse a Josafá: Não te disse eu que este não profetizaria de mim bem, porém mal? 18. Disse mais: Pois ouvi a palavra do SENHOR: Vi o SENHOR assentado no seu trono, e a todo o exército celestial em pé, à sua mão direita e à sua esquerda. 19. E disse o SENHOR: Quem persuadirá a Acabe, rei de Israel, a que suba e caia em Ramote-Gileade? Disse mais: Um diz desta maneira, e outro diz de outra. 20. Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do SENHOR, e disse: Eu o persuadirei. E o SENHOR lhe disse: Com quê? 21. E ele disse: Eu sairei e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E disse o Senhor: Tu o persuadirás e também prevalecerás; sai e faze-o assim. 22. Agora, pois, eis que o SENHOR pôs um espírito de mentira na boca destes teus profetas e o SENHOR falou o mal a teu respeito. 23. Então, Zedequias, filho de Quenaana, se chegou, e feriu a Micaías no queixo, e disse: Por que caminho passou de mim o Espírito do SENHOR para falar a ti? 24. E disse Micaías: Eis que o verás naquele dia, quando andares de câmara em câmara, para te esconderes. 25. Então, disse o rei de Israel: Tomai a Micaías e tornai a levá-lo a Amom, o governador da cidade, e a Joás, filho do rei. 26. E direis: Assim diz o rei: Metei este homem na casa do cárcere e sustentai-o com pão de angústia e com água de angústia até que eu volte em paz. 27. E disse Micaías: Se é que tornares em paz, o SENHOR não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi, povos todos! 28. Subiram, pois, o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, a Ramote-Gileade. 29. E disse o rei de Israel a Josafá: Disfarçando-me eu, então, entrarei na peleja; tu, porém, veste as tuas vestiduras. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entraram na peleja. 30. Deu ordem, porém, o rei da Síria aos capitães dos carros que tinha, dizendo: Não pelejareis nem contra pequeno, nem contra grande, senão contra o rei de Israel. 31. Sucedeu, pois, que, vendo os capitães dos carros a Josafá, disseram: Este é o rei de Israel, e o cercaram para pelejarem; porém Josafá clamou, e o SENHOR o ajudou. E Deus os desviou dele. 32. Porque sucedeu que, vendo os capitães dos carros que não era o rei de Israel, deixaram de segui-lo. 33. Então, um homem, na sua simplicidade, armou o arco, e feriu o rei de Israel entre as junturas e a couraça. Então, disse ao carreteiro: Vira a mão e tira-me do exército, porque estou mui ferido. 34. E, naquele dia, cresceu a peleja, mas o rei de Israel susteve-se em pé no carro defronte dos siros até à tarde; e morreu ao tempo do pôr-do-sol. 2 Crônicas 19 1. E Josafá, rei de Judá, voltou à sua casa em paz, a Jerusalém. 2. E Jeú, filho de Hanani, o vidente, lhe saiu ao encontro e disse ao rei Josafá: Devias tu ajudar ao ímpio e amar aqueles que ao SENHOR aborrecem? Por isso, virá sobre ti grande ira da parte do SENHOR. 3. Boas coisas, contudo, se acharam em ti, porque tiraste os bosques da terra e preparaste o coração, para buscar a Deus. 4. Habitou, pois, Josafá em Jerusalém, e tornou a passar pelo povo desde Berseba até as montanhas de Efraim, e fez com que tornassem ao SENHOR, Deus de seus pais. 5. E estabeleceu juízes na terra, em todas as cidades fortes, de cidade em cidade. 6. E disse aos juízes: Vede o que fazeis, porque não julgais da parte do homem, senão da parte do SENHOR, e ele está convosco no negócio do juízo. 7. Agora, pois, seja o temor do SENHOR convosco; guardai-o e fazei-o, porque não há no SENHOR, nosso Deus, iniqüidade, nem acepção de pessoas, nem aceitação de presentes. 8. E também estabeleceu Josafá alguns dos levitas, e dos sacerdotes, e dos chefes dos pais de Israel sobre o juízo do SENHOR e sobre as causas judiciais; e tornaram a Jerusalém. 9. E deu-lhes ordem, dizendo: Assim, andai no temor do SENHOR com fidelidade e com coração inteiro. 10. E, em toda diferença que vier a vós de vossos irmãos que habitam nas suas cidades, entre sangue e sangue, entre lei e mandamento, entre estatutos e juízos, admoestai-os que se não façam culpados para com o SENHOR, e não venha grande ira sobre vós e sobre vossos irmãos; fazei assim e não vos fareis culpados. 11. E eis que Amarias, o sumo sacerdote, presidirá sobre vós em todo negócio do SENHOR; e Zebadias, filho de Ismael, príncipe da casa de Judá, em todo negócio do rei; também os oficiais, os levitas, estão perante vós; esforçai-vos, pois, e fazei-o; e o SENHOR será com os bons. 2 Crônicas 20 1. E sucedeu que, depois disso, os filhos de Moabe, e os filhos de Amom, e, com eles, alguns outros dos amonitas vieram à peleja contra Josafá. 2. Então, vieram alguns que deram aviso a Josafá, dizendo: Vem contra ti uma grande multidão dalém do mar e da Síria; e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi. 3. Então, Josafá temeu e pôs-se a buscar o SENHOR; e apregoou jejum em todo o Judá. 4. E Judá se ajuntou, para pedir socorro ao SENHOR; também de todas as cidades de Judá vieram para buscarem o SENHOR. 5. E pôs-se Josafá em pé na congregação de Judá e de Jerusalém, na Casa do SENHOR, diante do pátio novo. 6. E disse: Ah! SENHOR, Deus de nossos pais, porventura, não és tu Deus nos céus? Pois tu és dominador sobre todos os reinos das gentes, e na tua mão há força e poder, e não há quem te possa resistir. 7. Porventura, ó Deus nosso, não lançaste tu fora os moradores desta terra, de diante do teu povo de Israel, e não a deste à semente de Abraão, teu amigo, para sempre? 8. E habitaram nela e edificaram nela um santuário ao teu nome, dizendo: 9. Se algum mal nos sobrevier, espada, juízo, peste ou fome, nós nos apresentaremos diante desta casa e diante de ti; pois teu nome está nesta casa; e clamaremos a ti na nossa angústia, e tu nos ouvirás e livrarás. 10. Agora, pois, eis que os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, pelos quais não permitiste que passasse Israel, quando vinham da terra do Egito, mas deles se desviaram e não o destruíram, 11. eis que nos dão o pago, vindo para lançar-nos fora da herança que nos fizeste herdar. 12. Ah! Deus nosso, porventura, não os julgarás? Porque em nós não há força perante esta grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em ti. 13. E todo o Judá estava em pé perante o SENHOR, como também as suas crianças, as suas mulheres e os seus filhos. 14. Então, veio o Espírito do SENHOR, no meio da congregação, sobre Jaaziel, filho de Zacarias, filho de Benaías, filho de Jeiel, filho de Matanias, levita, dos filhos de Asafe, 15. e Jaaziel disse: Dai ouvidos todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Josafá. Assim o SENHOR vos diz: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, senão de Deus. 16. Amanhã, descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz, e os achareis no fim do vale, diante do deserto de Jeruel. 17. Nesta peleja, não tereis de pelejar; parai, estai em pé e vede a salvação do SENHOR para convosco, ó Judá e Jerusalém; não temais, nem vos assusteis; amanhã, saí-lhes ao encontro, porque o SENHOR será convosco. 18. Então, Josafá se prostrou com o rosto em terra; e todo o Judá e os moradores de Jerusalém se lançaram perante o SENHOR, adorando o SENHOR. 19. E levantaram-se os levitas, dos filhos dos coatitas e dos filhos dos coraítas, para louvarem o SENHOR, Deus de Israel, com voz muito alta. 20. E, pela manhã cedo, se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e, saindo eles, pôs-se em pé Josafá e disse: Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém: Crede no SENHOR, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis. 21. E aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o SENHOR, que louvassem a majestade santa, saindo diante dos armados e dizendo: Louvai o SENHOR, porque a sua benignidade dura para sempre. 22. E, ao tempo em que começaram com júbilo e louvor, o SENHOR pôs emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, que vieram contra Judá e foram desbaratados. 23. Porque os filhos de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores das monhanhas de Seir, para os destruir e exterminar; e, acabando eles com os moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se. 24. Entretanto, chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam para a multidão, e eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, e nenhum escapou. 25. E vieram Josafá e o seu povo para saquear os despojos e acharam neles fazenda e cadáveres em abundância, como também objetos preciosos; e tomaram para si tanto, que não podiam levar mais; três dias saquearam o despojo, porque era muito. 26. E, ao quarto dia, se ajuntaram no vale de Beraca, porque ali louvaram o SENHOR; por isso, chamaram àquele lugar vale de Beraca, até ao dia de hoje. 27. Então, voltaram todos os homens de Judá e de Jerusalém, e Josafá, à frente deles, para irem a Jerusalém com alegria, porque o SENHOR os alegrara acerca dos seus inimigos. 28. E foram a Jerusalém com alaúdes, e com harpas, e com trombetas, para a Casa do SENHOR. 29. E veio o temor de Deus sobre todos os reinos daquelas terras, ouvindo eles que o SENHOR havia pelejado contra os inimigos de Israel. 30. E o reino de Josafá ficou quieto e o seu Deus lhe deu repouso em redor. 31. E Josafá reinou sobre Judá; era da idade de trinta e cinco anos quando começou a reinar e vinte e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Azuba, filha de Sili. 32. E andou nos caminhos de Asa, seu pai, e não se desviou dele, fazendo o que era reto aos olhos do SENHOR. 33. Contudo, os altos se não tiraram, porque o povo não tinha ainda preparado o coração para com o Deus de seus pais. 34. Ora, o resto dos atos de Josafá, tanto os primeiros como os últimos, eis que está escrito nas notas de Jeú, filho de Hanani, que as inseriu no livro da história dos reis de Israel. 35. Porém, depois disso, Josafá, rei de Judá, se aliou com Acazias, rei de Israel, que procedeu com toda a impiedade. 36. E aliou-se com ele, para fazerem navios que fossem a Társis; e fizeram os navios em Eziom-Geber. 37. Porém Eliézer, filho de Dodavá, de Maressa, profetizou contra Josafá, dizendo: Visto que te aliaste com Acazias, o SENHOR despedaçou as tuas obras. E os navios se quebraram e não puderam ir a Társis. 2 Crônicas 21 1. Depois, Josafá dormiu com seus pais, e o sepultaram com seus pais na Cidade de Davi; e Jeorão, seu filho, reinou em seu lugar. 2. E teve irmãos, filhos de Josafá: Azarias, e Jeiel, e Zacarias, e Azariau, e Micael, e Sefatias; todos estes foram filhos de Josafá, rei de Israel. 3. E seu pai lhes deu muitos dons de prata, e de ouro, e de coisas preciosíssimas, com cidades fortes em Judá; porém o reino deu a Jeorão, porquanto era o priomogênito. 4. E, subindo Jeorão ao reino de seu pai e havendo-se fortificado, matou todos os seus irmãos à espada, como também alguns dos príncipes de Israel. 5. Da idade de trinta e dois anos era Jeorão quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. 6. E andou nos caminhos dos reis de Israel, como fazia a casa de Acabe; porque tinha a filha de Acabe por mulher e fazia o que era mau aos olhos do SENHOR. 7. Porém o SENHOR não quis destruir a casa de Davi, em atenção ao concerto que tinha feito com Davi, e porque também tinha dito que lhe daria por todos os dias uma lâmpada, a ele e a seus filhos. 8. Nos dias de Jeorão, se revoltaram os edomitas contra o domínio de Judá e constituíram para si um rei. 9. Pelo que Jeorão passou adiante com os seus chefes, e todos os carros, com ele; e levantou-se de noite e feriu os edomitas que o tinham cercado, como também os capitães dos carros. 10. Todavia, os edomitas se revoltaram contra o domínio de Judá até ao dia de hoje; então, no mesmo tempo, Libna se revoltou de debaixo de seu mando, porque deixara ao SENHOR, Deus de seus pais. 11. Ele também fez altos nos montes de Judá, e fez com que se corrompessem os moradores de Jerusalém, e até a Judá impeliu a isso. 12. Então, lhe veio um escrito da parte de Elias, o profeta, que dizia: Assim diz o SENHOR, Deus de Davi, teu pai: Visto que não andaste nos caminhos de Josafá, teu pai, e nos caminhos de Asa, rei de Judá, 13. mas andaste nos caminhos dos reis de Israel, e fizeste corromper a Judá e aos moradores de Jerusalém, segundo a corrupção da casa de Acabe, e também mataste teus irmãos, da casa de teu pai, melhores do que tu, 14. eis que o SENHOR ferirá com um grande flagelo ao teu povo, e aos teus filhos, e às tuas mulheres, e a todas as tuas fazendas. 15. Tu também terás uma grande enfermidade por meio de um mal nas tuas entranhas, até que te saiam as tuas entranhas, por causa da enfermidade, dia após dia. 16. Despertou, pois, o SENHOR contra Jeorão o espírito dos filisteus e dos arábios, que estão da banda dos etíopes. 17. Estes subiram a Judá, e deram sobre ela, e levaram toda a fazenda que se achou na casa do rei, como também a seus filhos e a suas mulheres; de modo que lhe não deixaram filho, senão a Jeoacaz, o mais moço de seus filhos. 18. E, depois de tudo isso, o SENHOR o feriu nas suas entranhas com uma enfermidade incurável. 19. E sucedeu que, depois de muitos dias, e chegado o fim de dois anos, saíram-lhe as entranhas com a doença, e morreu de más enfermidades; e o seu povo lhe não queimou aromas, como queimara a seus pais. 20. Era da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou em Jerusalém oito anos, e foi-se sem deixar de si saudades; e o sepultaram na Cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis. 2 Crônicas 22 1. E os moradores de Jerusalém fizeram rei a Acazias, seu filho mais moço, em seu lugar, porque a tropa que viera com os arábios ao arraial tinha matado a todos os mais velhos; e assim reinou Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá. 2. Era da idade de quarenta e dois anos quando começou a reinar e reinou um ano em Jerusalém. E era o nome de sua mãe Atalia, filha de Onri. 3. Também este andou nos caminhos da casa de Acabe, porque sua mãe era sua conselheira, para proceder impiamente. 4. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, como a casa de Acabe, porque eles eram seus conselheiros depois da morte de seu pai, para a sua perdição. 5. Também andou no seu conselho e foi-se com Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, à peleja contra Hazael, rei da Síria, junto a Ramote-Gileade; e os siros feriram a Jorão. 6. E tornou a curar-se em Jezreel das feridas que se lhe deram junto a Ramá, pelejando contra Hazael, rei da Síria; e Azarias, filho de Jeorão, rei de Judá, desceu para ver a Jorão, filho de Acabe, em Jezreel; porque estava doente. 7. Veio, pois, de Deus o abatimento de Acazias, para que viesse a Jorão, porque, vindo ele, saiu com Jorão contra Jeú, filho de Ninsi, a quem o SENHOR tinha ungido para desarraigar a casa de Acabe. 8. E sucedeu que, executando Jeú juízo contra a casa de Acabe, achou os príncipes de Judá e os filhos dos irmãos de Acazias, que serviam a Acazias, e os matou. 9. Depois, buscou a Acazias (porque se tinha escondido em Samaria), e o alcançaram, e o trouxeram a Jeú, e o mataram, e o sepultaram; porque disseram: Filho é de Josafá, que buscou ao SENHOR com todo o seu coração. E não tinha já a casa de Acazias ninguém que tivesse força para o reino. 10. Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a semente real da casa de Judá. 11. Porém Jeosebate, filha do rei, tomou a Joás, filho de Acazias, e tirou-o dentre os filhos do rei, a quem matavam, e o pôs com a sua ama na câmara dos leitos; assim, Jeosabeate, filha do rei Jeorão, mulher do sacerdote Joiada (porque era irmã de Acazias), o escondeu de Atalia, de modo que o não matou. 12. E esteve com eles escondido na Casa de Deus seis anos; e Atalia reinou sobre a terra. 2 Crônicas 23 1. Porém, no sétimo ano, Joiada se esforçou e tomou consigo em aliança os chefes das centenas: Azarias, filho de Jeroão, e Ismael, filho de Joanã, e Azarias, filho de Obede, e Maaséias, filho de Adaías, e Elisafate, filho de Zicri. 2. Estes rodearam Judá, e ajuntaram os levitas de todas as cidades de Judá e os cabeças dos pais de Israel, e vieram para Jerusalém. 3. E toda aquela congregação fez aliança com o rei na Casa de Deus; e Joiada lhes disse: Eis que o filho do rei reinará, como o SENHOR falou a respeito dos filhos de Davi. 4. Esta é a coisa que haveis de fazer: uma terça parte de vós, sacerdotes e levitas que entram de sábado, será formada de porteiros; 5. e uma terça parte estará na casa do rei, e a outra terça parte, à porta do fundamento; e todo o povo estará nos pátios da Casa do SENHOR. 6. Porém ninguém entre na Casa do SENHOR, senão os sacerdotes e os levitas que ministram; estes entrarão porque santos são; mas todo o povo guardará o preceito do SENHOR. 7. E os levitas rodearão ao rei, cada um com as armas na mão; e qualquer que entrar na casa morrerá; porém vós estareis com o rei quando entrar e quando sair. 8. E fizeram os levitas e todo o Judá conforme tudo o que ordenara o sacerdote Joiada; e tomou cada um os seus homens, os que entravam no sábado com os que saíam no sábado; porque o sacerdote Joiada não tinha despedido as turmas. 9. Também o sacerdote Joiada deu aos chefes das centenas as lanças, e os escudos, e as rodelas que foram do rei Davi, os quais estavam na Casa de Deus. 10. E dispôs todo o povo, e a cada um com as armas na mão, desde a banda direita da casa até à banda esquerda da casa, da banda do altar e da casa, à roda do rei. 11. Então, tiraram para fora ao filho do rei, e lhe puseram a coroa, e deram-lhe o testemunho, e o fizeram rei; e Joiada e seus filhos o ungiram e disseram: Viva o rei! 12. Ouvindo, pois, Atalia a voz do povo, que corria para louvar o rei, veio ao povo à Casa do SENHOR. 13. E olhou, e eis que o rei estava perto da sua coluna, à entrada, e os chefes e as trombetas, junto ao rei; e todo o povo da terra estava alegre e tocava as trombetas; e também os cantores tocavam instrumentos músicos e davam a entender que se deviam cantar louvores; então, Atalia rasgou as suas vestes e clamou: Traição, traição! 14. Porém o sacerdote Joiada tirou para fora os capitães que estavam postos sobre o exército e disse-lhes: Tirai-a para fora das fileiras, e o que a seguir morrerá à espada; porque dissera o sacerdote: Não a matareis na Casa do SENHOR. 15. E eles lhe lançaram as mãos, e ela foi à entrada da Porta dos Cavalos, da casa do rei; e ali a mataram. 16. E Joiada fez aliança entre si, e o povo, e o rei, para serem eles o povo do SENHOR. 17. Depois, todo o povo entrou na casa de Baal e a derribou; eles quebraram os seus altares e as suas imagens e a Matã, sacerdote de Baal, mataram diante dos altares. 18. E Joiada ordenou os ofícios na Casa do SENHOR, debaixo das mãos dos sacerdotes, os levitas a quem Davi designara na Casa do SENHOR para oferecerem os holocaustos do SENHOR, como está escrito na Lei de Moisés, com alegria e com canto, conforme a instituição de Davi. 19. E pôs porteiros às portas da Casa do SENHOR, para que não entrasse nela ninguém imundo em coisa alguma. 20. E Joiada tomou os capitães de cem, e os poderosos, e os que tinham domínio entre o povo e todo o povo da terra, e conduziram o rei da Casa do SENHOR, e entraram na casa do rei pela porta maior, e assentaram o rei no trono do reino. 21. E todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz, depois que mataram Atalia à espada. 2 Crônicas 24 1. Tinha Joás sete anos de idade quando começou a reinar e quarenta anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba. 2. E fez Joás o que era reto aos olhos do SENHOR, todos os dias do sacerdote Joiada. 3. E tomou Joiada para ele duas mulheres; e gerou filhos e filhas. 4. E sucedeu, depois disso, que veio ao coração de Joás renovar a Casa do SENHOR. 5. Ajuntou, pois, os sacerdotes e os levitas e disse-lhes: Saí pelas cidades de Judá e ajuntai dinheiro de todo o Israel para reparar a Casa do vosso Deus, de ano em ano; e, vós, apressai este negócio. Porém os levitas não se apressaram. 6. E o rei chamou a Joiada, o chefe, e disse-lhe: Por que não fizeste inquirição entre os levitas, para que trouxessem de Judá e de Jerusalém a oferta de Moisés, servo do SENHOR, e da congregação de Israel à Tenda do Testemunho? 7. Porque, sendo Atalia ímpia, seus filhos arruinaram a Casa de Deus e até todas as coisas sagradas da Casa do SENHOR empregaram em baalins. 8. E deu o rei ordem, e fizeram uma arca e a puseram fora, à porta da Casa do SENHOR. 9. E publicou-se em Judá e em Jerusalém que trouxessem ao SENHOR a oferta que Moisés, o servo de Deus, havia imposto a Israel no deserto. 10. Então, todos os príncipes e todo o povo se alegraram, e trouxeram a oferta, e a lançaram na arca, até que acabaram a obra. 11. E sucedeu que, ao tempo que traziam a arca pelas mãos dos levitas, segundo o mandado do rei, e vendo que já havia muito dinheiro, vinham o escrivão do rei e o comissário do sumo sacerdote, e esvaziavam a arca, e a tomavam, e a tornavam ao seu lugar; assim faziam dia após dia e ajuntaram dinheiro em abundância, 12. o qual o rei e Joiada davam aos que dirigiam a obra do serviço da Casa do SENHOR e alugaram pedreiros e carpinteiros, para renovarem a Casa do SENHOR, como também ferreiros e serralheiros, para repararem a Casa do SENHOR. 13. E os que dirigiam a obra faziam que a reparação da obra fosse crescendo pelas suas mãos, e restauraram a Casa de Deus ao seu estado, e a fortaleceram. 14. E, depois de acabarem, trouxeram o resto do dinheiro diante do rei e de Joiada e dele fizeram utensílios para a Casa do SENHOR, e objetos para ministrar e oferecer, e perfumadores e vasos de ouro e de prata. E continuamente sacrificaram holocaustos na Casa do SENHOR, todos os dias de Joiada. 15. E envelheceu Joiada e morreu farto de dias; era da idade de cento e trinta anos quando morreu. 16. E o sepultaram na Cidade de Davi, com os reis, porque tinha feito bem em Israel e para com Deus e a sua casa. 17. Porém, depois da morte de Joiada, vieram os príncipes de Judá e prostraram-se perante o rei; e o rei os ouviu. 18. E deixaram a Casa do SENHOR, Deus de seus pais, e serviram às imagens do bosque e aos ídolos; então, veio grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa. 19. Porém enviou profetas entre eles, para os fazer tornar ao SENHOR, os quais protestaram contra eles; mas eles não deram ouvidos. 20. E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do SENHOR? Portanto, não prosperareis; porque deixastes o SENHOR, também ele vos deixará. 21. E eles conspiraram contra ele e o apedrejaram com pedras, por mandado do rei, no pátio da Casa do SENHOR. 22. Assim, o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O SENHOR o verá e o requererá. 23. E sucedeu, no decurso de um ano, que o exército da Síria subiu contra ele, e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram dentre o povo a todos os príncipes do povo, e todo o seu despojo enviaram ao rei de Damasco. 24. Porque, ainda que o exército dos siros viera com poucos homens, contudo, o SENHOR deu nas suas mãos um exército de grande multidão, porquanto deixaram ao SENHOR, Deus de seus pais. Assim executaram os juízos de Deus contra Joás. 25. E, retirando-se dele (porque em grandes enfermidades o deixaram), seus servos conspiraram contra ele, por causa do sangue do filho do sacerdote Joiada, e o mataram na sua cama, e morreu; e o sepultaram na Cidade de Davi, porém não o sepultaram nos sepulcros dos reis. 26. Estes, pois, foram os que conspiraram contra ele: Zabade, filho de Simeate, a amonita, e Jozabade, filho de Sinrite, a moabita. 27. E, quanto a seus filhos, e à grandeza do cargo que se lhe impôs, e ao estabelecimento da Casa de Deus, eis que está escrito no livro da história dos reis. E Amazias, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Crônicas 25 1. Era Amazias da idade de vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jeoadã, de Jerusalém. 2. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, porém não com coração inteiro. 3. Sucedeu, pois, que, sendo-lhe o reino já confirmado, matou os seus servos que feriram o rei, seu pai; 4. porém não matou os seus filhos, mas fez como na Lei está escrito, no livro de Moisés, como o SENHOR ordenou, dizendo: Não morrerão os pais pelos filhos, nem os filhos morrerão pelos pais; mas cada um morrerá pelo seu pecado. 5. E Amazias ajuntou a Judá e o pôs segundo as casas dos pais, por chefes de milhares e por chefes de centenas, por todo o Judá e Benjamim; e os numerou de vinte anos e daí para cima e achou deles trezentos mil escolhidos que saíam ao exército e levavam lança e escudo. 6. Também de Israel tomou a soldo cem mil varões valentes, por cem talentos de prata. 7. Porém um homem de Deus veio a ele, dizendo: Ó rei, não deixes ir contigo o exército de Israel, porque o SENHOR não é com Israel, a saber, com os filhos de Efraim. 8. Se porém, fores, faze-o, esforça-te para a peleja; Deus te fará cair diante do inimigo, porque força há em Deus para ajudar e para fazer cair. 9. E disse Amazias ao homem de Deus: Que se fará, pois, dos cem talentos de prata que dei às tropas de Israel? E disse o homem de Deus: Mais tem o SENHOR que te dar do que isso. 10. Então, separou Amazias as tropas que lhe tinham vindo de Efraim, para que se fossem ao seu lugar; pelo que se acendeu a sua ira contra Judá, e voltaram para o seu lugar em ardor de ira. 11. Esforçou-se, pois, Amazias, e conduziu o seu povo, e foi-se ao vale do Sal; e feriu dos filhos de Seir dez mil. 12. Também os filhos de Judá prenderam vivos dez mil, e os trouxeram ao cume da rocha, e do mais alto da rocha os lançaram abaixo, e todos arrebentaram. 13. Porém os homens das tropas que Amazias despedira para que não fossem com ele à peleja deram sobre as cidades de Judá, desde Samaria até Bete-Horom; e feriram deles três mil e saquearam grande despojo. 14. E sucedeu que, depois que Amazias veio da matança dos edomitas, trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir, tomou-os por seus deuses, e prostrou-se diante deles, e queimou-lhes incenso. 15. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Amazias, e mandou-lhe um profeta, que lhe disse: Por que buscaste deuses do povo, que a seu povo não livraram das tuas mãos? 16. E sucedeu que, falando-lhe ele, lhe respondeu: Puseram-te por conselheiro do rei? Cala-te, por que te feririam? Então, o profeta parou e disse: Bem vejo eu que já Deus deliberou destruir-te, porquanto fizeste isso e não deste ouvidos a meu conselho. 17. E, tendo tomado conselho, Amazias, rei de Judá, enviou a Joás, filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de Israel, a dizer: Vem, vejamo-nos face a face. 18. Porém Joás, rei de Israel, mandou dizer a Amazias, rei de Judá: O cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano: Dá tua filha a meu filho por mulher; porém os animais do campo que estão no Líbano passaram e pisaram o cardo. 19. Tu dizes: Eis que tenho ferido os edomitas, e elevou-se o teu coração, para te gloriares; agora, pois, fica em tua casa; por que te meterias no mal, para caíres tu e Judá contigo? 20. Porém Amazias não lhe deu ouvidos, porque isto vinha de Deus, para entregá-los nas mãos dos seus inimigos, porquanto buscaram os deuses dos edomitas. 21. E Joás, rei de Israel, subiu; e ele e Amazias, rei de Judá, viram-se face a face em Bete-Semes, que está em Judá. 22. E Judá foi ferido diante de Israel, e foi cada um para as suas tendas. 23. E Joás, rei de Israel, prendeu a Amazias, rei de Judá, filho de Joás, o filho de Jeoacaz, em Bete-Semes, e o trouxe a Jerusalém; e derribou o muro de Jerusalém, desde a Porta de Efraim até à Porta da Esquina, um trecho de quatrocentos côvados. 24. Também tomou todo o ouro, e a prata, e todos os utensílios que se acharam na Casa de Deus com Obede-Edom, e os tesouros da casa do rei, e os reféns e voltou para Samaria. 25. E viveu Amazias, filho de Joás, rei de Judá, depois da morte de Joás, filho de Jeoacaz, rei de Israel, quinze anos. 26. Quanto ao mais dos atos de Amazias, tanto os primeiros como os últimos, eis que, porventura, não estão escritos no livro da história dos reis de Judá e de Israel? 27. E, desde o tempo que Amazias se desviou do SENHOR, conspiraram contra ele em Jerusalém, porém ele fugiu para Laquis; mas enviaram após ele a Laquis e o mataram ali. 28. E o trouxeram sobre cavalos e o sepultaram com seus pais na Cidade de Davi. 2 Crônicas 26 1. Então, todo o povo tomou a Uzias, que era da idade de dezesseis anos, e o fez rei em lugar de Amazias, seu pai. 2. Este edificou a Elate e a restituiu a Judá, depois que o rei adormeceu com seus pais. 3. Era Uzias da idade de dezesseis anos quando começou a reinar e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jecolias, de Jerusalém. 4. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai. 5. Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias, sábio nas visões de Deus; e, nos dias em que buscou o SENHOR, Deus o fez prosperar. 6. Porque saiu, e guerreou contra os filisteus, e quebrou o muro de Gate, e o muro de Jabné, e o muro de Asdode, e edificou cidades em Asdode e entre os filisteus. 7. E Deus o ajudou contra os filisteus, e contra os arábios que habitavam em Gur-Baal, e contra os meunitas. 8. E os amonitas deram presentes a Uzias, e o seu renome foi espalhado até à entrada do Egito, porque se fortificou altamente. 9. Também Uzias edificou torres em Jerusalém, à Porta da Esquina, à Porta do Vale e aos ângulos e as fortificou. 10. Também edificou torres no deserto e cavou muitos poços, porque tinha muito gado, tanto nos vales como nas campinas, lavradores e vinhateiros, nos montes e nos campos férteis, porque era amigo da agricultura. 11. Tinha também Uzias um exército de homens destros nas armas, que saíam à guerra, em tropas, segundo o número da lista feita por mão de Jeiel, chanceler, e Maaséias, oficial, debaixo das mãos de Hananias, um dos príncipes do rei. 12. Todo o número dos chefes dos pais, varões valentes, era de dois mil e seiscentos. 13. E, debaixo das suas ordens, havia um exército guerreiro de trezentos e sete mil e quinhentos homens, que faziam a guerra com força belicosa, para ajudar o rei contra os inimigos. 14. E preparou-lhes Uzias, para todo o exército, escudos, e lanças, e capacetes, e couraças, e arcos, e até fundas para atirar pedras. 15. Também fez em Jerusalém máquinas da invenção de engenheiros, que estivessem nas torres e nos cantos, para atirarem flechas e grandes pedras; e voou a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado até que se tornou forte. 16. Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se corromper; e transgrediu contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso. 17. Porém o sacerdote Azarias entrou após ele, e, com ele, oitenta sacerdotes do SENHOR, varões valentes. 18. E resistiram ao rei Uzias e lhe disseram: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o SENHOR, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para queimar incenso; sai do santuário, porque transgrediste; e não será isso para honra tua da parte do SENHOR Deus. 19. Então, Uzias se indignou e tinha o incensário na sua mão para queimar incenso; indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu à testa perante os sacerdotes, na Casa do SENHOR, junto ao altar do incenso. 20. Então, o sumo sacerdote Azarias olhou para ele, como também todos os sacerdotes, e eis que já estava leproso na sua testa, e apressuradamente o lançaram fora; e até ele mesmo se deu pressa a sair, visto que o SENHOR o ferira. 21. Assim ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa separada, porque foi excluído da Casa do SENHOR; e Jotão, seu filho, tinha a seu cargo a casa do rei, julgando o povo da terra. 22. Quanto ao mais dos atos de Uzias, tanto os primeiros como os derradeiros, o profeta Isaías, filho de Amoz, o escreveu. 23. E dormiu Uzias com seus pais, e o sepultaram com seus pais no campo do sepulcro que era dos reis, porque disseram: Leproso é. E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Crônicas 27 1. Tinha Jotão vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e dezesseis anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jerusa, filha de Zadoque. 2. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Uzias, seu pai, exceto que não entrou no templo do SENHOR, e ainda o povo se corrompia. 3. Ele edificou a Porta Alta da Casa do SENHOR e edificou muito sobre o muro de Ofel. 4. Edificou cidades nas montanhas de Judá e edificou nos bosques castelos e torres. 5. Ele também guerreou contra o rei dos filhos de Amom e prevaleceu sobre eles, de modo que os filhos de Amom, naquele ano, lhe deram cem talentos de prata, e dez mil coros de trigo, e dez mil de cevada; isso lhe trouxeram os filhos de Amom também no segundo e no terceiro ano. 6. Assim se fortificou Jotão, porque dirigiu os seus caminhos na presença do SENHOR, seu Deus. 7. O resto, pois, dos atos de Jotão, e todas as suas guerras, e os seus caminhos, eis que tudo está escrito no livro da história dos reis de Israel e de Judá. 8. Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e dezesseis anos reinou em Jerusalém. 9. E dormiu Jotão com seus pais, e o sepultaram na Cidade de Davi; e Acaz, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Crônicas 28 1. Tinha Acaz vinte anos de idade quando começou a reinar e dezesseis anos reinou em Jerusalém; e não fez o que era reto aos olhos do SENHOR, como Davi, seu pai. 2. Antes, andou nos caminhos dos reis de Israel e, demais disso, fez imagens fundidas a baalins. 3. Também queimou incenso no vale do Filho de Hinom, e queimou os seus filhos, conforme as abominações dos gentios que o SENHOR tinha desterrado de diante dos filhos de Israel. 4. Também sacrificou e queimou incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore verde. 5. Pelo que o SENHOR, seu Deus, o entregou nas mãos do rei dos siros, os quais o feriram e levaram dele em cativeiro uma grande multidão de presos, que trouxeram a Damasco; também foi entregue nas mãos do rei de Israel, o qual o feriu com grande ferida. 6. Porque Peca, filho de Remalias, matou num dia em Judá cento e vinte mil, todos homens belicosos, porquanto deixaram o SENHOR, Deus de seus pais. 7. E Zicri, varão potente de Efraim, matou a Maaséias, filho do rei, e a Azricão, o mordomo, e a Elcana, o segundo depois do rei. 8. E os filhos de Israel levaram presos de seus irmãos duzentos mil, mulheres, filhos e filhas; e saquearam também deles grande despojo e trouxeram o despojo para Samaria. 9. E estava ali um profeta do SENHOR cujo nome era Obede, o qual saiu ao encontro do exército que vinha para Samaria e lhe disse: Eis que, irando-se o SENHOR, Deus de vossos pais, contra Judá, os entregou nas vossas mãos, e vós os matastes com uma raiva tal, que chegou até aos céus. 10. E, agora, vós cuidais em sujeitar a vós os filhos de Judá e Jerusalém, como cativos e cativas; porventura, não sois vós mesmos aqueles entre os quais há culpas contra o SENHOR, vosso Deus? 11. Agora, pois, ouvi-me e tornai a enviar os prisioneiros que trouxestes presos de vossos irmãos, porque o ardor da ira do SENHOR está sobre vós. 12. Então, alguns homens dentre os chefes dos filhos de Efraim, Azarias, filho de Joanã, Berequias, filho de Mesilemote, e Jeizquias, filho de Salum, e Amasa, filho de Hadlai, se levantaram contra os que voltavam da batalha. 13. E lhes disseram: Não fareis entrar aqui estes presos, porque, em relação à nossa culpa contra o SENHOR, vós intentais acrescentar mais a nossos pecados e a nossas culpas, sendo que já temos tanta culpa, e já o ardor da ira está sobre Israel. 14. Então, os homens armados deixaram os presos e o despojo diante dos maiorais e de toda a congregação. 15. E os homens que foram apontados por seus nomes se levantaram, e tomaram os presos, e vestiram do despojo a todos os que dentre eles estavam nus; e os vestiram, e os calçaram, e lhes deram de comer e de beber, e os ungiram; e a todos os que estavam fracos levaram sobre jumentos e os levaram a Jericó, a Cidade das Palmeiras, a seus irmãos; depois, voltaram para Samaria. 16. Naquele tempo, o rei Acaz mandou pedir aos reis da Assíria, que o ajudassem. 17. Além disso, também os edomitas vieram, e feriram a Judá, e levaram presos em cativeiro. 18. Também os filisteus deram sobre as cidades da campina e do Sul de Judá e tomaram Bete-Semes, e Aijalom, e Gederote, e Socó, e os lugares da sua jurisdição, e Timna, e os lugares da sua jurisdição, e Ginzo, e os lugares da sua jurisdição; e habitaram ali. 19. Porque o SENHOR humilhou a Judá por causa de Acaz, rei de Israel, porque Acaz desviara a Judá, que de todo se dera a prevaricar contra o SENHOR. 20. E veio a ele Tiglate-Pileser, rei da Assíria; porém o pôs em aperto e não o fortaleceu. 21. Porque Acaz tomou uma porção da Casa do SENHOR, e da casa do rei, e dos príncipes e a deu ao rei da Assíria; porém não o ajudou. 22. E, ao tempo em que este o apertou, então, ainda mais trangrediu contra o SENHOR; ele mesmo, o rei Acaz. 23. Porque sacrificou aos deuses de Damasco, que o feriram, e disse: Visto que os deuses dos reis da Síria os ajudam, eu lhes sacrificarei, para que me ajudem. Porém eles foram a sua ruína e de todo o Israel. 24. E ajuntou Acaz os utensílios da Casa de Deus, e os fez em pedaços, e fechou as portas da Casa do SENHOR, e fez para si altares em todos os cantos de Jerusalém. 25. Também em cada cidade de Judá fez altos para queimar incenso a outros deuses; assim provocou à ira o SENHOR, Deus de seus pais. 26. O resto, pois, de seus atos e de todos os seus caminhos, tanto os primeiros como os derradeiros, eis que está escrito no livro da história dos reis de Judá e de Israel. 27. E dormiu Acaz com seus pais, e o sepultaram na cidade, em Jerusalém, porém não o puseram nos sepulcros dos reis de Israel; e Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Crônicas 29 1. Tinha Ezequias vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abia, filha de Zacarias. 2. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo quanto fizera Davi, seu pai. 3. Ele, no ano primeiro do seu reinado, no mês primeiro, abriu as portas da Casa do SENHOR e as reparou. 4. E trouxe os sacerdotes e os levitas, e os ajuntou na praça oriental, 5. e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, Deus de vossos pais, e tirai do santuário a imundícia. 6. Porque nossos pais transgrediram, e fizeram o que era mal aos olhos do SENHOR, nosso Deus, e o deixaram; e desviaram o rosto do tabernáculo do SENHOR e lhe voltaram as costas. 7. Também fecharam as portas do alpendre, e apagaram as lâmpadas, e não queimaram incenso, nem ofereceram holocaustos no santuário ao Deus de Israel. 8. Pelo que veio grande ira do SENHOR sobre Judá e Jerusalém, e os entregou à perturbação, à assolação, e ao assobio, como vós o estais vendo com os vossos olhos. 9. Porque eis que nossos pais caíram à espada, e nossos filhos, e nossas filhas, e nossas mulheres estiveram por isso em cativeiro. 10. Agora, me tem vindo ao coração que façamos um concerto com o SENHOR, Deus de Israel; para que se desvie de nós o ardor na sua ira. 11. Agora, filhos meus, não sejais negligentes, pois o SENHOR vos tem escolhido para estardes diante dele para os servirdes, e para serdes seus ministros, e para queimardes incenso. 12. Então, se levantaram os levitas Maate, filho de Amasai, e Joel, filho de Azarias, dos filhos dos coatitas; e, dos filhos de Merari, Quis, filho de Abdi, e Azarias, filho de Jealelel; e, dos gersonitas, Joá, filho de Zima, e Éden, filho de Joá; 13. e, dentre os filhos de Elisafã, Sinri e Jeiel; e, dentre os filhos de Asafe, Zacarias e Matanias; 14. e, dentre os filhos de Hemã, Jeiel e Simei; e, dentre os filhos de Jedutum, Semaías e Uziel. 15. E ajuntaram seus irmãos, e santificaram-se, e vieram conforme o mandado do rei, pelas palavras do SENHOR, para purificarem a Casa do SENHOR. 16. E os sacerdotes entraram dentro da Casa do SENHOR, para a purificar, e tiraram para fora, ao pátio da Casa do SENHOR, toda a imundícia que acharam no templo do SENHOR; e os levitas a tomaram, para a levarem para fora, ao ribeiro de Cedrom. 17. Começaram, pois, a santificar ao primeiro do mês primeiro, e, ao oitavo dia do mês, vieram ao alpendre do SENHOR e santificaram a Casa do SENHOR em oito dias; e, no dia décimo-sexto do primeiro mês, acabaram. 18. Então, entraram para dentro, ao rei Ezequias, e disseram: Já purificamos toda a Casa do SENHOR, como também o altar do holocausto com todos os seus utensílios e a mesa da proposição com todos os seus objetos. 19. Também todos os objetos que o rei Acaz, no seu reinado, lançou fora, na sua trangressão, já preparamos e santificamos; e eis que estão diante do altar do SENHOR. 20. Então, o rei Ezequias se levantou de madrugada, e ajuntou os maiorais da cidade, e subiu à Casa do SENHOR. 21. E trouxeram sete novilhos, e sete carneiros, e sete cordeiros, e sete bodes, para sacrifício expiatório, pelo reino, e pelo santuário, e por Judá, e Ezequias disse aos filhos de Arão, os sacerdotes, que os oferecessem sobre o altar do SENHOR. 22. E eles mataram os bois, e os sacerdotes tomaram o sangue e o aspergiram sobre o altar; também mataram os carneiros, e aspergiram o sangue sobre o altar; semelhantemente, mataram os cordeiros e aspergiram o sangue sobre o altar. 23. Então, trouxeram os bodes para sacrifício pelo pecado, perante o rei e a congregação, e lhes impuseram as mãos. 24. E os sacerdotes os mataram e, com o seu sangue, fizeram expiação do pecado sobre o altar, para reconciliar a todo o Israel, porque o rei tinha ordenado que se fizesse aquele holocausto e sacrifício pelo pecado por todo o Israel. 25. E pôs os levitas na Casa do SENHOR com címbalos, com alaúdes e com harpas, conforme o mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã, porque este mandado veio do SENHOR, por mão de seus profetas. 26. Estavam, pois, os levitas em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes, com as trombetas. 27. E deu ordem Ezequias que oferecessem o holocausto sobre o altar, e, ao tempo em que começou o holocausto, começou também o canto do SENHOR, com as trombetas e com os instrumentos de Davi, rei de Israel. 28. E toda a congregação se prostrou quando cantavam o canto, e as trombetas tocavam; tudo isso, até o holocausto se acabar. 29. E, acabando de o oferecer, o rei e todos quantos com ele se acharam se prostraram e adoraram. 30. Então, o rei Ezequias e os maiorais disseram aos levitas que louvassem ao SENHOR com as palavras de Davi e de Asafe, o vidente. E o louvaram com alegria, e se inclinaram, e adoraram. 31. E respondeu Ezequias e disse: Agora, vos consagrastes ao SENHOR; chegai-vos e trazei sacrifícios e ofertas de louvor à Casa do SENHOR. E a congregação trouxe sacrifícios e ofertas de louvor, e todo o que tinha essa vontade do coração trouxe holocaustos. 32. E o número dos holocaustos que a congregação trouxe foi de setenta bois, cem carneiros, duzentos cordeiros; tudo isso, em holocausto para o SENHOR. 33. Houve também, de coisas consagradas, seiscentos bois e três mil ovelhas. 34. Eram, porém, os sacerdotes mui poucos e não podiam esfolar a todos os holocaustos; pelo que seus irmãos, os levitas, os ajudaram, até a obra se acabar e até que os outros sacerdotes se santificaram; porque os levitas foram mais retos de coração para se santificarem do que os sacerdotes. 35. E houve também holocaustos em abundância, com a gordura das ofertas pacíficas e com as ofertas de vinho para os holocaustos. Assim, se estabeleceu o ministério da Casa do SENHOR. 36. E Ezequias e todo o povo se alegraram por causa daquilo que Deus tinha preparado para o povo; porque apressuradamente se fez esta obra. 2 Crônicas 30 1. Depois disso, Ezequias enviou mensageiros por todo o Israel e Judá e escreveu também cartas a Efraim e a Manassés que viessem à Casa do SENHOR, a Jerusalém, para celebrarem a Páscoa ao SENHOR, Deus de Israel. 2. Porque o rei tivera conselho com os seus maiorais e com toda a congregação em Jerusalém para celebrarem a Páscoa no segundo mês. 3. Porquanto, no mesmo tempo, não a puderam celebrar, porque se não tinham santificado bastantes sacerdotes, e o povo se não tinha ajuntado em Jerusalém. 4. E foi isso reto aos olhos do rei e aos olhos de toda a congregação. 5. E ordenaram que se fizesse passar pregão por todo o Israel, desde Berseba até Dã, para que viessem a celebrar a Páscoa ao SENHOR, Deus de Israel, a Jerusalém; porque muitos a não tinham celebrado como estava escrito. 6. Foram, pois, os correios com as cartas das mãos do rei e dos seus príncipes por todo o Israel e Judá e segundo o mandado do rei, dizendo: Filhos de Israel, convertei-vos ao SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, para que ele se volte para aqueles de vós que escaparam e escaparam das mãos dos reis da Assíria. 7. E não sejais como vossos pais e como vossos irmãos, que transgrediram contra o SENHOR, Deus de seus pais, pelo que os pôs em assolação como o vedes. 8. Não endureçais, agora, a vossa cerviz, como vossos pais; dai a mão ao SENHOR, e vinde ao santuário que ele santificou para sempre, e servi ao SENHOR, vosso Deus, para que o ardor da sua ira se desvie de vós. 9. Porque, em vos convertendo ao SENHOR, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia perante os que os levaram cativos e tornarão a esta terra; porque o SENHOR, vosso Deus, é piedoso e misericordioso e não desviará de vós o rosto, se vos converterdes a ele. 10. E os correios foram passando de cidade em cidade, pela terra de Efraim e Manassés até Zebulom; porém riram-se e zombaram deles. 11. Todavia, alguns de Aser, e de Manassés, e de Zebulom se humilharam e vieram a Jerusalém. 12. E em Judá esteve a mão de Deus, dando-lhes um só coração, para fazerem o mandado do rei e dos príncipes, conforme a palavra do SENHOR. 13. E ajuntou-se em Jerusalém muito povo para celebrar a Festa dos Pães Asmos, no segundo mês; uma mui grande congregação. 14. E levantaram-se, e tiraram os altares que havia em Jerusalém, e também tiraram todos os vasos de incenso, e os lançaram no ribeiro de Cedrom. 15. Então, sacrificaram a Páscoa no dia décimo-quarto do segundo mês; e os sacerdotes e levitas se envergonharam, e se santificaram, e trouxeram holocaustos à Casa do SENHOR. 16. E puseram-se no seu lugar, segundo o seu costume, conforme a Lei de Moisés, o homem de Deus; e os sacerdotes aspergiam o sangue, tomando-o das mãos dos levitas. 17. Porque havia muitos na congregação que se não tinham santificado; pelo que os levitas estavam encarregados de matarem os cordeiros da Páscoa por todo aquele que não estava limpo, para o santificarem ao SENHOR. 18. Porque uma multidão do povo, muitos de Efraim e Manassés, Issacar e Zebulom, se não tinham purificado e, contudo, comeram a Páscoa, não como está escrito; porém Ezequias orou por eles, dizendo: O SENHOR, que é bom, faça reconciliação com aquele 19. que tem preparado o coração para buscar ao SENHOR Deus, o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário. 20. E ouviu o SENHOR a Ezequias e sarou o povo. 21. E os filhos de Israel que se acharam em Jerusalém celebraram a Festa dos Pães Asmos sete dias, com grande alegria; e os levitas e os sacerdotes louvaram bem alto ao SENHOR, dia após dia. 22. E Ezequias falou benignamente a todos os levitas que tinham entendimento no bom conhecimento do SENHOR; e comeram as ofertas da solenidade por sete dias, oferecendo ofertas pacíficas e louvando ao SENHOR, Deus de seus pais. 23. E, tendo toda a congregação conselho para celebrarem outros sete dias, celebraram ainda sete dias com alegria. 24. Porque Ezequias, rei de Judá, apresentou à congregação mil novilhos e sete mil ovelhas; e os príncipes apresentaram à congregação mil novilhos e dez mil ovelhas; e os sacerdotes se santificaram em grande número. 25. E alegraram-se toda a congregação de Judá, e os sacerdotes, e os levitas, e toda a congregação de todos os que vieram de Israel, como também os estrangeiros que vieram da terra de Israel e os que habitavam em Judá. 26. E houve grande alegria em Jerusalém, porque, desde os dias de Salomão, filho de Davi, rei de Israel, tal não houve em Jerusalém. 27. Então, os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até à sua santa habitação, aos céus. 2 Crônicas 31 1. E, acabando tudo isso, todos os israelitas que ali se achavam saíram às cidades de Judá e quebraram as estátuas, cortaram os bosques e derribaram os altos e altares por todo o Judá e Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até que tudo destruíram; então, tornaram todos os filhos de Israel, cada um para sua possessão, para as cidades deles. 2. E estabeleceu Ezequias as turmas dos sacerdotes e levitas, segundo as suas turmas, a cada um segundo o seu ministério; aos sacerdotes e levitas para o holocausto e para as ofertas pacíficas, para ministrarem, e louvarem, e cantarem às portas dos arraiais do SENHOR. 3. Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos, e para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos sábados, e das Festas da Lua Nova, e das solenidades, como está escrito na Lei do SENHOR. 4. E ordenou ao povo, moradores de Jerusalém, que desse a parte dos sacerdotes e levitas, para que se pudessem dedicar à Lei do SENHOR. 5. E, depois que essa ordem se divulgou, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, e de mosto, e de azeite, e de mel, e de toda a novidade do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância. 6. E os filhos de Israel e de Judá que habitavam nas cidades de Judá também trouxeram dízimos das vacas e das ovelhas e dízimos das coisas sagradas que foram consagradas ao SENHOR, seu Deus; e fizeram muitos montões. 7. No terceiro mês, começaram a fazer os primeiros montões e no sétimo mês acabaram. 8. Vindo, pois, Ezequias e os príncipes e vendo aqueles montões, bendisseram ao SENHOR e ao seu povo de Israel. 9. E perguntou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas acerca daqueles montões. 10. E Azarias, o sumo sacerdote da casa de Zadoque, lhe falou, dizendo: Desde que esta oferta se começou a trazer à Casa do SENHOR, houve o que comer e de que se fartar e ainda sobejo em abundância, porque o SENHOR abençoou ao seu povo, e sobejou esta abastança. 11. Então, disse Ezequias que se preparassem câmaras na Casa do SENHOR, e as prepararam. 12. Ali, meteram fielmente as ofertas, e os dízimos, e as coisas consagradas; e isso estava a cargo de Conanias, o levita maioral, e Simei, seu irmão, o segundo. 13. Jeiel, e Azarias, e Naate, e Asael, e Jerimote, e Jozabade, e Eliel, e Ismaquias, e Maate, e Benaia eram superintendentes sob a direção de Conanias e Simei, seu irmão, por mandado do rei Ezequias e de Azarias, maioral da Casa de Deus. 14. E Coré, filho de Imna, o levita, porteiro da banda do oriente, estava encarregado das ofertas voluntárias a Deus, para distribuir as ofertas alçadas do SENHOR e as coisas santíssimas. 15. E debaixo das suas ordens estavam Éden, e Miniamim, e Jesua, e Semaías, e Amarias, e Secanias, nas cidades dos sacerdotes, para distribuírem com fidelidade a seus irmãos, segundo as suas turmas, tanto aos pequenos como aos grandes; 16. além dos que estavam contados pelas genealogias dos varões, da idade de três anos e daí para cima, a todos os que entravam na Casa do SENHOR, para a obra de cada dia no seu dia pelo seu ministério nas suas guardas, segundo as suas turmas, 17. e os que estavam contados pelas genealogias dos sacerdotes, segundo a casa de seus pais, como também os levitas, da idade de vinte anos e daí para cima, nas suas guardas, segundo as suas turmas; 18. como também conforme as genealogias, com todas as suas crianças, e suas mulheres, e seus filhos, e suas filhas, por toda a congregação, porque, com fidelidade, estes se santificavam nas coisas consagradas. 19. Também dentre os filhos de Arão havia sacerdotes nos campos dos arrabaldes das suas cidades, em cada cidade, homens que foram contados pelo seu nome para distribuírem as porções a todo varão entre os sacerdotes e a todos os que estavam contados pelas genealogias entre os levitas. 20. E assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, e reto, e verdadeiro perante o SENHOR, seu Deus. 21. E em toda obra que começou no serviço da Casa de Deus, e na lei, e nos mandamentos, para buscar a seu Deus, com todo o seu coração o fez e prosperou. 2 Crônicas 32 1. Depois dessas coisas e dessa fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria, e entrou em Judá, e acampou-se contra as cidades fortes, e intentou separá-las para si. 2. Vendo, pois, Ezequias que Senaqueribe vinha e que o seu rosto era de guerra contra Jerusalém, 3. teve conselho com os seus príncipes e os seus varões, para que se tapassem as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o ajudaram. 4. Assim, muito povo se ajuntou e tapou todas as fontes, como também o ribeiro que se estendia pelo meio da terra. E disseram: Por que viriam os reis da Assíria e achariam tantas águas? 5. E ele se fortificou, e edificou todo o muro quebrado até às torres, e levantou o outro muro para fora, e fortificou a Milo na Cidade de Davi, e fez armas e escudos em abundância. 6. E pôs oficiais de guerra sobre o povo, e ajuntou-os a si na praça da porta da cidade, e falou-lhes ao coração, dizendo: 7. Esforçai-vos e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, porque há um maior conosco do que com ele. 8. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá. 9. Depois disso, Senaqueribe, rei da Assíria, enviou os seus servos a Jerusalém (ele, porém, estava diante de Laquis, com todo o seu domínio), a Ezequias, rei de Judá, e a todo o Judá que estava em Jerusalém, dizendo: 10. Assim diz Senaqueribe, rei da Assíria: Em que confiais vós, que vos ficais na fortaleza em Jerusalém? 11. Porventura, não vos incita Ezequias, para morrerdes à fome e à sede, dizendo: O SENHOR, nosso Deus, nos livrará das mãos do rei da Assíria? 12. Não é Ezequias o mesmo que tirou os seus altos e os seus altares e falou a Judá e a Jerusalém, dizendo: Diante do único altar vos prostrareis e sobre ele queimareis incenso? 13. Não sabeis vós o que eu e meus pais fizemos a todos os povos das terras? Porventura, puderam de qualquer maneira os deuses das nações daquelas terras livrar a sua terra das minhas mãos? 14. Qual é, de todos os deuses daquelas nações que meus pais destruíram, que pôde livrar o seu povo das minhas mãos, para que vosso Deus vos possa livrar das minhas mãos? 15. Agora, pois, não vos engane Ezequias, nem vos incite assim, nem lhe deis crédito, porque nenhum deus de nação alguma, nem de reino algum pôde livrar o seu povo das minhas mãos, nem das mãos de meus pais, quanto menos vos poderá livrar o vosso Deus das minhas mãos. 16. Também seus servos falaram ainda mais contra o SENHOR Deus e contra Ezequias, o seu servo. 17. Escreveu também cartas, para blasfemar do SENHOR, Deus de Israel, e para falar contra ele, dizendo: Assim como os deuses das nações das terras não livraram o seu povo das minhas mãos, assim também o Deus de Ezequias não livrará o seu povo das minhas mãos. 18. E clamaram em alta voz em judaico contra o povo de Jerusalém que estava em cima do muro, para os atemorizarem e os perturbarem, para tomarem a cidade. 19. E falaram do Deus de Jerusalém, como dos deuses dos povos da terra, obras das mãos dos homens. 20. Porém o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amoz, oraram por causa disso e clamaram ao céu. 21. Então, o SENHOR enviou um anjo que destruiu todos os varões valentes, e os príncipes, e os chefes no arraial do rei da Assíria; e este tornou com vergonha de rosto à sua terra; e, entrando na casa de seu deus, os mesmos que descenderam dele o mataram ali à espada. 22. Assim livrou o SENHOR a Ezequias e aos moradores de Jerusalém das mãos de Senaqueribe, rei da Assíria, e das mãos de todos; e de todos os lados os guiou. 23. E muitos traziam presentes a Jerusalém, ao SENHOR, e coisas preciosíssimas a Ezequias, rei de Judá, de modo que, depois disso, foi exaltado perante os olhos de todas as nações. 24. Naqueles dias, Ezequias adoeceu de morte e orou ao SENHOR, o qual lhe falou e lhe deu um sinal. 25. Mas não correspondeu Ezequias ao benefício que se lhe fez, porque o seu coração se exaltou; pelo que veio grande indignação sobre ele e sobre Judá e Jerusalém. 26. Ezequias, porém, se humilhou pela soberba do seu coração, ele e os habitantes de Jerusalém; e a grande indignação do SENHOR não veio sobre eles, nos dias de Ezequias. 27. E teve Ezequias riquezas e glória em grande abundância; e fizeram-se tesouros de prata, e de ouro, e de pedras preciosas, e de especiarias, e de escudos, e de tudo o que se podia desejar, 28. também armazéns para a colheita do trigo, e do mosto, e do azeite, e estrebarias para toda casta de animais, e currais para os rebanhos. 29. Edificou também cidades e possuiu ovelhas e vacas em abundância, porque Deus lhe tinha dado muitíssima fazenda. 30. Também o mesmo Ezequias tapou o manancial superior das águas de Giom e as fez correr por baixo para o ocidente da Cidade de Davi, porque Ezequias prosperou em toda a sua obra. 31. Contudo, no negócio dos embaixadores dos príncipes da Babilônia que foram enviados a ele a perguntarem acerca do prodígio que se fez naquela terra, Deus o desamparou, para tentá-lo, para saber tudo o que havia no seu coração. 32. Quanto ao resto dos atos de Ezequias e às suas beneficências, eis que estão escritos na visão do profeta Isaías, filho de Amoz, e no livro da história dos reis de Judá e de Israel. 33. E dormiu Ezequias com seus pais, e o sepultaram no mais alto dos sepulcros dos filhos de Davi; e todo o Judá e os habitantes de Jerusalém lhe fizeram honras na sua morte; e Manassés, seu filho, reinou em seu lugar. 2 Crônicas 33 1. Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém. 2. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, conforme as abominações dos gentios que o SENHOR lançara de diante dos filhos de Israel. 3. Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha derribado, e levantou altares a baalins, e fez bosques, e prostrou-se diante de todo o exército dos céus, e o serviu. 4. E edificou altares na Casa do SENHOR, da qual o SENHOR tinha dito: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente. 5. Edificou altares a todo o exército dos céus, em ambos os pátios da Casa do SENHOR. 6. Fez ele também passar os seus filhos pelo fogo no vale do Filho de Hinom, e usou de adivinhações, e de agouros, e de feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira. 7. Também pôs uma imagem esculpida, o ídolo que tinha feito, na Casa de Deus, da qual Deus tinha dito a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa, em Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de Israel, porei eu o meu nome para sempre; 8. e nunca mais removerei o pé de Israel da terra que destinei a vossos pais, contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que eu lhes ordenei, conforme toda a lei, e estatutos, e juízos dados pelas mãos de Moisés. 9. E Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel. 10. E falou o SENHOR a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos. 11. Pelo que o SENHOR trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés entre os espinhais, e o amarraram com cadeias, e o levaram à Babilônia. 12. E ele, angustiado, orou deveras ao SENHOR, seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais, 13. e lhe fez oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e o tornou a trazer a Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o SENHOR é Deus. 14. E, depois disso edificou o muro de fora da Cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, e à entrada da Porta do Peixe, e à roda, até Ofel, e o levantou mui alto; também pôs oficiais valentes em todas as cidades fortes de Judá. 15. E tirou da Casa do SENHOR os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que tinha edificado no monte da Casa do SENHOR e em Jerusalém e os lançou fora da cidade. 16. E reparou o altar do SENHOR, e ofereceu sobre ele ofertas pacíficas e de louvor, e mandou a Judá que servisse ao SENHOR, Deus de Israel. 17. Mas ainda o povo sacrificava nos altos, mas somente ao SENHOR, seu Deus. 18. O resto, pois, dos atos de Manassés, e a sua oração ao seu Deus, e as palavras dos videntes que lhe falaram em nome do SENHOR, Deus de Israel, eis que estão no livro da história dos reis de Israel. 19. E a sua oração, como Deus se aplacou para com ele, e todo o seu pecado, e a sua transgressão, e os lugares onde edificou altos e pôs bosques e imagens de escultura, antes que se humilhasse, eis que está tudo escrito nos livros dos videntes. 20. E dormiu Manassés com seus pais, e o sepultaram em sua casa; Amom, seu filho, reinou em seu lugar. 21. Era Amom da idade de vinte e dois anos quando começou a reinar e dois anos reinou em Jerusalém. 22. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, como havia feito Manassés, seu pai, porque Amom sacrificou a todas as imagens de escultura que Manassés, seu pai, tinha feito e as serviu. 23. Mas não se humilhou perante o SENHOR, como Manassés, seu pai, se humilhara; antes, multiplicou Amom os seus delitos. 24. E conspiraram contra ele os seus servos e o mataram em sua casa. 25. Porém o povo da terra feriu todos quantos conspiraram contra o rei Amom e o povo da terra fez reinar em seu lugar a Josias, seu filho. 2 Crônicas 34 1. Tinha Josias oito anos quando começou a reinar e trinta e um anos reinou em Jerusalém. 2. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR e andou nos caminhos de Davi, seu pai, sem se desviar deles nem para a direita nem para a esquerda. 3. Porque, no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de Davi, seu pai; e, no duodécimo ano, começou a purificar a Judá e a Jerusalém dos altos, e dos bosques, e das imagens de escultura e de fundição. 4. E derribaram perante ele os altares de baalins; e cortou as imagens do sol, que estavam acima deles, e os bosques, e as imagens de escultura e de fundição quebrou, e reduziu a pó, e o aspergiu sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado. 5. E os ossos dos sacerdotes queimou sobre os seus altares e purificou a Judá e a Jerusalém. 6. O mesmo fez nas cidades de Manassés, e de Efraim, e de Simeão, e ainda até Naftali, em seus lugares assolados, ao redor. 7. E, tendo derribado os altares, e os bosques, e as imagens de escultura, até reduzi-los a pó, e tendo cortado todas as imagens do sol em toda a terra de Israel, então, voltou para Jerusalém. 8. E, no ano décimo-oitavo do seu reinado, havendo já purificado a terra e a casa, enviou a Safã, filho de Azalias, e a Maaséias, maioral da cidade, e a Joá, filho de Joacaz, registrador, para repararem a Casa do SENHOR, seu Deus. 9. E vieram a Hilquias, sumo sacerdote, e deram o dinheiro que se tinha trazido à Casa de Deus e que os levitas que guardavam o umbral tinham recolhido das mãos de Manassés, e de Efraim, e de todo o resto de Israel, como também de todo o Judá e Benjamim; e voltaram para Jerusalém. 10. E o entregaram aos que dirigiam a obra e superintendiam sobre a Casa do SENHOR; e estes o deram aos que faziam a obra e trabalhavam na Casa do SENHOR, para consertarem e repararem a casa. 11. E o deram aos mestres da obra e aos edificadores, para comprarem pedras lavradas e madeira para as junturas e para sobradarem as casas que os reis de Judá tinham destruído. 12. E estes homens trabalhavam fielmente na obra; e os superintendentes sobre eles eram Jaate e Obadias, levitas, dos filhos de Merari, como também Zacarias e Mesulão, dos filhos dos coatitas, para adiantarem a obra, e outros levitas, todos que eram peritos em instrumentos de música. 13. Estavam também sobre os carregadores e os inspetores de todos os que trabalhavam em alguma obra; e, dentre os levitas, eram os escrivães, e os oficiais, e os porteiros. 14. E, tirando eles o dinheiro que se tinha trazido à Casa do SENHOR, Hilquias, o sacerdote, achou o livro da Lei do SENHOR, dada pelas mãos de Moisés. 15. E Hilquias respondeu e disse a Safã, o escrivão: Achei o livro da Lei na Casa do SENHOR. E Hilquias deu o livro a Safã. 16. E Safã levou o livro ao rei e deu conta também ao rei, dizendo: Teus servos fazem tudo quanto se lhes encomendou. 17. E ajuntaram o dinheiro que se achou na Casa do SENHOR e o deram nas mãos dos superintendentes e nas mãos dos que faziam a obra. 18. Além disso, Safã, o escrivão, fez saber ao rei, dizendo: O sacerdote Hilquias me deu um livro. E Safã leu nele perante o rei. 19. Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei as palavras da Lei, rasgou as suas vestes. 20. E o rei deu ordem a Hilquias, e a Aicão, filho de Safã, e a Abdom, filho de Mica, e a Safã, o escrivão, e a Asaías, ministro do rei, dizendo: 21. Ide, consultai ao SENHOR, por mim e pelos que restam em Israel e em Judá, sobre as palavras deste livro que se achou, porque grande é o furor do SENHOR, que se derramou sobre nós; porquanto nossos pais não guardaram a palavra do SENHOR, para fazerem conforme tudo quanto está escrito neste livro. 22. Então, Hilquias e os enviados do rei foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Tocate, filho de Harás, guarda das vestimentas (e habitava ela em Jerusalém na segunda parte); e falaram-lhe naquele sentido. 23. E ela lhes disse: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: 24. Assim diz o SENHOR: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá. 25. Porque me deixaram e queimaram incenso perante outros deuses, para me provocarem à ira com toda a obra das suas mãos; portanto, o meu furor se derramou sobre este lugar e não se apagará. 26. Porém ao rei de Judá, que vos enviou a consultar ao SENHOR, assim lhe direis: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, quanto às palavras que ouviste: 27. Como o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas palavras contra este lugar e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te tenho ouvido, diz o SENHOR. 28. Eis que te ajuntarei a teus pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes. E voltaram com esta resposta ao rei. 29. Então, o rei convocou e ajuntou todos os anciãos de Judá e Jerusalém. 30. E o rei subiu à Casa do SENHOR com todos os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém, e os sacerdotes, e os levitas, e todo o povo, desde o maior até ao menor; e ele leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se tinha achado na Casa do SENHOR. 31. E pôs-se o rei em pé em seu lugar e fez concerto perante o SENHOR, para andar após o SENHOR e para guardar os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o seu coração e com toda a sua alma, cumprindo as palavras do concerto, que estão escritas naquele livro. 32. E fez estar em pé a todos quantos se acharam em Jerusalém e em Benjamim; e os habitantes de Jerusalém fizeram conforme o concerto de Deus, do Deus de seus pais. 33. E Josias tirou todas as abominações de todas as terras que eram dos filhos de Israel; e a todas quantos se achara em Israel obrigou a que com tal culto servissem ao SENHOR, seu Deus; todos os seus dias não se desviaram de após o SENHOR, Deus de seus pais. 2 Crônicas 35 1. Então, Josias celebrou a Páscoa ao SENHOR em Jerusalém; e mataram o cordeiro da Páscoa no décimo-quarto dia do mês primeiro. 2. E Josias estabeleceu os sacerdotes nos seus cargos e os animou ao ministério da Casa do SENHOR. 3. E disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao SENHOR: Ponde a arca sagrada na casa que edificou Salomão, filho de Davi, rei de Israel; não tereis mais esta carga aos ombros; agora, servi ao SENHOR, vosso Deus, e ao seu povo de Israel. 4. E preparai-vos segundo as casas de vossos pais, segundo as vossas turmas, conforme a prescrição de Davi, rei de Israel, e conforme a prescrição de Salomão, seu filho. 5. E estai no santuário segundo as divisões das casas paternas de vossos irmãos, os filhos do povo; e haja para cada um uma porção das casas paternas dos levitas. 6. E imolai a Páscoa, e santificai-vos, e preparai-a para vossos irmãos, fazendo conforme a palavra do SENHOR, dada pelas mãos de Moisés. 7. E ofereceu Josias aos filhos do povo cordeiros e cabritos do rebanho, todos para os sacrifícios da Páscoa, em número de trinta mil, por todos que ali se achavam, e, de bois, três mil; isso era da fazenda do rei. 8. Também fizeram os seus príncipes ofertas voluntárias ao povo, aos sacerdotes e aos levitas; Hilquias, e Zacarias, e Jeiel, maiorial da Casa de Deus, deram aos sacerdotes para os sacrifícios da Páscoa duas mil e seiscentas reses de gado miúdo e trezentos bois. 9. E Conanias, e Semaías, e Natanael, seus irmãos, como também Hasabias, e Jeiel, e Jozabade, maiorais dos levitas, apresentaram aos levitas, para os sacrifícios da Páscoa, cinco mil reses de gado miúdo, e quinhentos bois. 10. Assim se preparou o serviço; e puseram-se os sacerdotes nos seus postos, e os levitas, nas suas turmas, conforme o mandado do rei. 11. Então, imolaram a Páscoa; e os sacerdotes aspergiam o sangue recebido nas suas mãos, e os levitas esfolavam as reses. 12. E puseram de parte os holocaustos para os darem aos filhos do povo, segundo as divisões das casas paternas, para o oferecerem ao SENHOR, como está escrito no livro de Moisés; e assim fizeram com os bois. 13. E assaram a Páscoa no fogo, segundo o rito, e as ofertas sagradas cozeram em panelas, e em caldeiras, e em frigideiras, e prontamente as repartiram entre todo o povo. 14. Depois, prepararam o que era preciso para si e para os sacerdotes, porque os sacerdotes, filhos de Arão, se ocuparam até à noite com o sacrifício dos holocaustos e da gordura; por isso é que os levitas prepararam para si e para os sacerdotes, filhos de Arão. 15. E os cantores, filhos de Asafe, estavam no seu posto, segundo o mandado de Davi, e de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, vidente do rei, como também os porteiros, a cada porta; não necessitaram de se desviarem do seu ministério, porquanto seus irmãos, os levitas, preparavam o necessário para eles. 16. Assim se estabeleceu todo o serviço do SENHOR naquele dia, para celebrar a Páscoa e sacrificar holocaustos sobre o altar do SENHOR, segundo o mandado do rei Josias. 17. E os filhos de Israel que ali se acharam celebraram a Páscoa naquele tempo e a Festa dos Pães Asmos, durante sete dias. 18. Nunca, pois, se celebrou tal Páscoa em Israel, desde os dias do profeta Samuel, nem nenhuns reis de Israel celebraram tal Páscoa como a que celebrou Josias com os sacerdotes, e levitas, e todo o Judá e Israel que ali se acharam, e os habitantes de Jerusalém. 19. No ano décimo-oitavo do reinado de Josias, se celebrou essa Páscoa. 20. Depois de tudo isso, havendo Josias já preparado a casa, subiu Neco, rei do Egito, para guerrear contra Carquemis, junto ao Eufrates; e Josias lhe saiu ao encontro. 21. Então, ele lhe mandou mensageiros, dizendo: Que tenho eu que fazer contigo, rei de Judá? Quanto a ti, contra ti não venho hoje, senão contra a casa que me faz guerra; e disse Deus que me apressasse; guarda-te de te opores a Deus, que é comigo, para que não te destrua. 22. Porém Josias não virou dele o rosto; antes, se disfarçou, para pelejar com ele; e não deu ouvidos às palavras de Neco, que saíram da boca de Deus; antes, veio pelejar no vale de Megido. 23. E os flecheiros atiraram no rei Josias; então, o rei disse a seus servos: Tirai-me daqui, porque estou gravemente ferido. 24. E seus servos o tiraram do carro, e o levaram no segundo carro que tinha, e o trouxeram a Jerusalém; e morreu, e o sepultaram nos sepulcros de seus pais; e todo o Judá e Jerusalém tomaram luto por Josias. 25. E Jeremias fez uma lamentação sobre Josias; e todos os cantores e cantoras falaram de Josias nas suas lamentações, até ao dia de hoje; porque as deram por estatuto em Israel; e eis que estão escritas na coleção de lamentações. 26. Quanto ao mais dos atos de Josias, e às suas beneficências, conforme está escrito na Lei do SENHOR, 27. e aos seus atos, tanto os primeiros como os últimos, eis que estão escritos no livro da história dos reis de Israel e de Judá. 2 Crônicas 36 1. Então, o povo da terra tomou a Joacaz, filho de Josias, e o fez rei em lugar de seu pai, em Jerusalém. 2. Era Joacaz da idade de vinte e três anos quando começou a reinar e três meses reinou em Jerusalém. 3. Porque o rei do Egito o depôs em Jerusalém e condenou a terra à contribuição de cem talentos de prata e um talento de ouro. 4. E o rei do Egito pôs a Eliaquim, irmão de Joacaz, rei sobre Judá e Jerusalém e mudou-lhe o nome para Jeoaquim; mas a seu irmão Joacaz tomou Neco e levou-o para o Egito. 5. Era Jeoaquim de vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e onze anos reinou em Jerusalém; e fez o que era mau aos olhos do SENHOR, seu Deus. 6. Subiu, pois, contra ele Nabucodonosor, rei da Babilônia e o amarrou com cadeias, para o levar à Babilônia. 7. Também alguns dos utensílios da Casa do SENHOR levou Nabucodonosor para a Babilônia e pô-los no seu templo em Babilônia. 8. Quanto ao mais dos atos de Jeoaquim, e às abominações que fez, e ao mais que se achou nele, eis que estão escritos no livro da história dos reis de Israel e de Judá; e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar. 9. Era Joaquim da idade de oito anos quando começou a reinar e três meses e dez dias reinou em Jerusalém; e fez o que era mau aos olhos do SENHOR. 10. E, no decurso de um ano, o rei Nabucodonosor mandou que o levassem à Babilônia, com também os mais preciosos utensílios da Casa do SENHOR, e pôs a Zedequias, seu irmão, rei sobre Judá e Jerusalém. 11. Era Zedequias da idade de vinte e cinco anos quando começou a reinar e onze anos reinou em Jerusalém. 12. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, seu Deus; nem se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do SENHOR. 13. Além disso, também se rebelou contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus; mas endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que se não converteu ao SENHOR, Deus de Israel. 14. Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a Casa do SENHOR, que ele tinha santificado em Jerusalém. 15. E o SENHOR, Deus de seus pais, lhes enviou a sua palavra pelos seus mensageiros, madrugando e enviando- lhos, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação. 16. Porém zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve. 17. Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens, nem das moças, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos os deu nas suas mãos. 18. E todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, e os tesouros da Casa do SENHOR, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou para a Babilônia. 19. E queimaram a Casa de Deus, e derribaram os muros de Jerusalém, e todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos os seus preciosos objetos. 20. E os que escaparam da espada levou para a Babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia, 21. para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram. 22. Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: 23. Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem, dentre vós é de todo o seu povo, que suba, e o SENHOR, seu Deus, seja com ele. Esdras 1 1. No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: 2. Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. 3. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém. 4. E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazenda, e com gados, afora as dádivas voluntárias para a Casa de Deus, que habita em Jerusalém. 5. Então, se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a Casa do SENHOR, que está em Jerusalém. 6. E todos os que habitavam nos arredores lhes confortaram as mãos com objetos de prata, e com ouro, e com fazenda, e com gados, e com coisas preciosas, afora tudo o que voluntariamente se deu. 7. Também o rei Ciro tirou os utensílios da Casa do SENHOR, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém e que tinha posto na casa de seus deuses. 8. Estes tirou Ciro, rei da Pérsia, pela mão de Mitredate, o tesoureiro, que os deu por conta a Sesbazar, príncipe de Judá. 9. E este é o número deles: trinta bacias de ouro, mil bacias de prata, vinte e nove facas, 10. trinta taças de ouro, quatrocentas e dez taças de prata doutra espécie e mil outros objetos. 11. Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos; todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro subiram de Babilônia para Jerusalém. Esdras 2 1. Estes são os filhos da província que subiram do cativeiro, dos transportados que Nabucodonosor, rei de Babilônia, tinha levado para Babilônia, e tornaram a Jerusalém e a Judá, cada um para a sua casa, 2. os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Mardoqueu, Bilsã, Mispar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do povo de Israel: 3. os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois. 4. Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois. 5. Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco. 6. Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesua-Joabe, dois mil oitocentos e doze. 7. Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro. 8. Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e cinco. 9. Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta. 10. Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois. 11. Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três. 12. Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois. 13. Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis. 14. Os filhos de Bigvai, dois mil e cinqüenta e seis. 15. Os filhos de Adim, quatrocentos e cinqüenta e quatro. 16. Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito. 17. Os filhos de Besai, trezentos e vinte e três. 18. Os filhos de Jora, cento e doze. 19. Os filhos de Hasum, duzentos e vinte e três. 20. Os filhos de Gibar, noventa e cinco. 21. Os filhos de Belém, cento e vinte e três. 22. Os homens de Netofa, cinqüenta e seis. 23. Os homens de Anatote, cento e vinte e oito. 24. Os filhos de Azmavete, quarenta e dois. 25. Os filhos de Quiriate-Arim, Cefira e Beerote, setecentos e quarenta e três. 26. Os filhos de Ramá e Gibeá, seiscentos e vinte e um. 27. Os homens de Micmás, cento e vinte e dois. 28. Os homens de Betel e Ai, duzentos e vinte e três. 29. Os filhos de Nebo, cinqüenta e dois. 30. Os filhos de Magbis, cento e cinqüenta e seis. 31. Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro. 32. Os filhos de Harim, trezentos e vinte. 33. Os filhos de Lode, Hadide e Ono, setecentos e vinte e cinco. 34. Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco. 35. Os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta. 36. Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesua, novecentos e setenta e três. 37. Os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois. 38. Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete. 39. Os filhos de Harim, mil e dezessete. 40. Os levitas: os filhos de Jesua e Cadmiel, dos filhos de Hodavias, setenta e quatro. 41. Os cantores: os filhos de Asafe, cento e vinte e oito. 42. Os filhos dos porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, por todos, cento e trinta e nove. 43. Os netineus: os filhos de Zia, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote, 44. os filhos de Queros, os filhos de Sia, os filhos de Padom, 45. os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube, 46. os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã, 47. os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías, 48. os filhos de Rezim, os filhos de Necoda, os filhos de Gazão, 49. os filhos de Uzá, os filhos de Paséia, os filhos de Besai, 50. os filhos de Asná, os filhos dos meunitas, os filhos dos nefuseus, 51. os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Harur, 52. os filhos de Baslute, os filhos de Meida, os filhos de Harsa, 53. os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Temá, 54. os filhos de Nesias, os filhos de Hatifa, 55. os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda, 56. os filhos de Jaala, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel, 57. os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim, os filhos de Ami. 58. Todos os netineus e os filhos dos servos de Salomão, trezentos e noventa e dois. 59. Também estes subiram de Tel-Melá e Tel-Harsa, Querube, Adã e Imer, porém não puderam mostrar a casa de seus pais e sua linhagem, se de Israel eram. 60. Os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinqüenta e dois. 61. E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome. 62. Estes buscaram o seu registro entre os que estavam registrados nas genealogias, mas não se acharam nelas; pelo que por imundos foram rejeitados do sacerdócio. 63. E o tirsata lhes disse que não comessem das coisas sagradas até que houvesse sacerdote com Urim e com Tumim. 64. Toda essa congregação junta foi de quarenta e dois mil trezentos e sessenta, 65. afora os seus servos e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; também tinham duzentos cantores e cantoras. 66. Os seus cavalos, setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco; 67. os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; os jumentos, seis mil setecentos e vinte. 68. E alguns dos chefes dos pais, vindo à Casa do SENHOR, que habita em Jerusalém, deram voluntárias ofertas para a Casa de Deus, para a fundarem no seu lugar. 69. Conforme o seu poder, deram para o tesouro da obra, em ouro, sessenta e um mil daricos, e, em prata, cinco mil arráteis, e cem vestes sacerdotais. 70. E habitaram os sacerdotes, e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os netineus nas suas cidades, como também todo o Israel nas suas cidades. Esdras 3 1. Chegando, pois, o sétimo mês e estando os filhos de Israel já nas cidades, se ajuntou o povo, como um só homem, em Jerusalém. 2. E levantou-se Jesua, filho de Jozadaque, e seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na Lei de Moisés, o homem de Deus. 3. E firmaram o altar sobre as suas bases, porque o terror estava sobre eles, por causa dos povos das terras; e ofereceram sobre ele holocaustos ao SENHOR, holocaustos de manhã e de tarde. 4. E celebraram a Festa dos Tabernáculos, como está escrito, e ofereceram holocaustos de dia em dia, por ordem, conforme o rito, cada coisa no seu dia; 5. e, depois disso, o holocausto contínuo e os das luas novas e de todas as solenidades consagradas ao SENHOR, como também de qualquer que oferecia oferta voluntária ao SENHOR. 6. Desde o primeiro dia do sétimo mês, começaram a oferecer holocaustos ao SENHOR; porém ainda não estavam postos os fundamentos do templo do SENHOR. 7. Deram, pois, o dinheiro aos cortadores e artífices, como também comida, e bebida, e azeite aos sidônios e aos tírios, para trazerem do Líbano madeira de cedro ao mar, para Jope, segundo a concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia. 8. E, no segundo ano da sua vinda à Casa de Deus, em Jerusalém, no segundo mês, começaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, os sacerdotes e os levitas, e todos os que vieram do cativeiro a Jerusalém e constituíram levitas da idade de vinte anos e daí para cima, para que aviassem a obra da Casa do SENHOR. 9. Então, se levantou Jesua, seus filhos e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, como um só homem, para vigiarem os que faziam a obra na Casa de Deus, os filhos de Henadade, seus filhos e seus irmãos, os levitas. 10. Quando, pois, os edificadores lançaram os alicerces do templo do SENHOR, então, apresentaram-se os sacerdotes, já paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com saltérios, para louvarem ao SENHOR, conforme a instituição de Davi, rei de Israel. 11. E cantavam a revezes, louvando e celebrando ao SENHOR, porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com grande júbilo, quando louvou o SENHOR, pela fundação da Casa do SENHOR. 12. Porém muitos dos sacerdotes, e levitas, e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa sobre o seu fundamento, vendo perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria. 13. De maneira que não discernia o povo as vozes de alegria das vozes do choro do povo; porque o povo jubilava com tão grande júbilo, que as vozes se ouviam de mui longe. Esdras 4 1. Ouvindo, pois, os adversários de Judá e Benjamim que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao SENHOR, Deus de Israel, 2. chegaram-se a Zorobabel e aos chefes dos pais e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos mandou vir para aqui. 3. Porém Zorobabel, e Jesua, e os outros chefes dos pais de Israel lhes disseram: Não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós, sós, a edificaremos ao SENHOR, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia. 4. Todavia, o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judá e inquietava-os no edificar. 5. E alugaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até ao reinado de Dario, rei da Pérsia. 6. E sob o reinado de Assuero, no princípio do seu reinado, escreveram uma acusação contra os habitantes de Judá e de Jerusalém. 7. E, nos dias de Artaxerxes, escreveu Bislão, Mitredate, Tabeel e os outros da sua companhia a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta estava escrita em caracteres aramaicos e na língua siríaca. 8. Escreveram, pois, Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, uma carta contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes, nesta maneira. 9. Então, escreveu Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, e os outros da sua companhia: dinaítas e afarsaquitas, tarpelitas, afarsitas, arquevitas, babilônios, susanquitas, deavitas, elamitas 10. e outros povos, que o grande e afamado Osnapar transportou e que fez habitar na cidade de Samaria, e os outros dalém do rio e em tal tempo. 11. Este, pois, é o teor da carta que ao rei Artaxerxes lhe mandaram: Teus servos, os homens daquém do rio e em tal tempo. 12. Saiba o rei que os judeus que subiram de ti vieram a nós a Jerusalém, e edificam aquela rebelde e malvada cidade, e vão restaurando os seus muros, e reparando os seus fundamentos. 13. Agora, saiba o rei que, se aquela cidade se reedificar, e os muros se restaurarem, eles não pagarão os direitos, os tributos e as rendas; e assim se danificará a fazenda dos reis. 14. Agora, pois, como somos assalariados do paço, e não nos convém ver a desonra do rei, por isso mandamos dar aviso ao rei, 15. para que se busque no livro das crônicas de teus pais, e, então, acharás no livro das crônicas e saberás que aquela foi uma cidade rebelde e danosa aos reis e províncias e que nela houve rebelião em tempos antigos; pelo que foi aquela cidade destruída. 16. Nós, pois, fazemos notório ao rei que, se aquela cidade se reedificar e os seus muros se restaurarem, desta maneira não terás porção alguma desta banda do rio. 17. E o rei enviou esta resposta a Reum, o chanceler, e a Sinsai, o escrivão, e aos mais da sua companhia, que habitavam em Samaria; como também ao resto dos que estavam dalém do rio: Paz! E em tal tempo. 18. A carta que nos enviastes foi explicitamente lida diante de mim. 19. E, ordenando-o eu, buscaram e acharam que, de tempos antigos, aquela cidade se levantou contra os reis, e nela se tem feito rebelião e sedição. 20. Também houve reis poderosos sobre Jerusalém, que dalém do rio dominaram em todo lugar, e se lhes pagaram direitos, e tributos, e rendas. 21. Agora, pois, dai ordem para que aqueles homens parem, a fim de que não se edifique aquela cidade, até que se dê uma ordem por mim. 22. E guardai-vos de cometerdes erro nisso; por que cresceria o dano para prejuízo dos reis? 23. Então, depois que a cópia da carta do rei Artaxerxes se leu perante Reum, e Sinsai, o escrivão, e seus companheiros, apressadamente foram eles a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força de braço e com violência. 24. Então, cessou a obra da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e cessou até ao ano segundo do reinado de Dario, rei da Pérsia. Esdras 5 1. E Ageu, profeta, e Zacarias, filho de Ido, profeta, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram. 2. Então, se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a Casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus, que os ajudavam. 3. Naquele tempo, veio a eles Tatenai, governador daquém do rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros e disseram-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificardes esta casa e restaurardes este muro? 4. Então, assim lhes dissemos: E quais são os nomes dos homens que construíram este edifício? 5. Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio veio a Dario, e, então, responderam por carta sobre isso. 6. Cópia da carta que Tatenai, o governador daquém do rio, com Setar-Bozenai e os seus companheiros, os afarsaquitas, que estavam daquém do rio, enviaram ao rei Dario. 7. Enviaram-lhe uma relação; e assim estava escrito nela: Toda a paz ao rei Dario. 8. Seja notório ao rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, que se edifica com grandes pedras, e já a madeira se está pondo sobre as paredes; e essa obra apressuradamente se faz e se adianta em suas mãos. 9. Então, perguntamos aos anciãos e assim lhes dissemos: Quem vos deu ordem para edificardes esta casa e restaurardes este muro? 10. Demais disto, lhes perguntamos também pelos seus nomes, para tos declararmos, para que te pudéssemos escrever os nomes dos homens que são entre eles os chefes. 11. E esta resposta nos deram, dizendo: Nós somos servos do Deus dos céus e da terra e reedificamos a casa que foi edificada muitos anos antes; porque um grande rei de Israel a edificou e a aperfeiçoou. 12. Mas, depois que nossos pais provocaram à ira o Deus dos céus, ele os entregou nas mãos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, o caldeu, o qual destruiu esta casa e transportou o seu povo para Babilônia. 13. Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei Ciro deu ordem para que esta Casa de Deus se edificasse. 14. E até os utensílios de ouro e de prata, da Casa de Deus, que Nabucodonosor tomou do templo que estava em Jerusalém e os meteu no templo de Babilônia, o rei Ciro os tirou do templo de Babilônia, e foram dados a um homem cujo nome era Sesbazar, a quem nomeou governador. 15. E disse-lhe: Toma estes utensílios, e vai, e leva-os ao templo que está em Jerusalém, e faze edificar a Casa de Deus, no seu lugar. 16. Então, veio o dito Sesbazar e pôs os fundamentos da Casa de Deus, que está em Jerusalém; e desde então para cá se está edificando e ainda não está acabada. 17. Agora, pois, se parece bem ao rei, busque-se lá na casa dos tesouros do rei, que está em Babilônia, se é verdade haver uma ordem do rei Ciro para edificar esta Casa de Deus em Jerusalém; e sobre isso nos faça o rei saber a sua vontade. Esdras 6 1. Então, o rei Dario deu ordem, e buscaram na chancelaria, onde se metiam os tesouros em Babilônia. 2. E em Acmetá, no palácio que está na província de Média, se achou um rolo, e nele estava escrito um memorial, que dizia assim: 3. No ano primeiro do rei Ciro, o rei Ciro deu esta ordem: Com respeito à Casa de Deus em Jerusalém, essa casa se edificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura, de sessenta côvados, e a sua largura, de sessenta côvados, 4. com três carreiras de grandes pedras e uma carreira de madeira nova; e a despesa se fará da casa do rei. 5. Demais disto, os utensílios de ouro e de prata da Casa de Deus, que Nabucodonosor transportou do templo que estava em Jerusalém e levou para Babilônia, se tornarão a dar, para que vão ao seu lugar, ao templo que está em Jerusalém, e os levarão à Casa de Deus. 6. Agora, pois, Tatenai, governador de além do rio, Setar-Bozenai e os seus companheiros, os afarsaquitas, que estais de além do rio, apartai-vos dali. 7. Deixa- os na obra desta Casa de Deus, para que o governador dos judeus e os judeus edifiquem esta Casa de Deus no seu lugar. 8. Também por mim se decreta o que haveis de fazer com os anciãos dos judeus, para que edifiquem a Casa de Deus, a saber, que da fazenda do rei, dos tributos dalém do rio, se pague prontamente a despesa a estes homens, para que não sejam impedidos. 9. E o que for necessário, como bezerros, e carneiros, e cordeiros, para holocausto ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho e azeite, segundo o rito dos sacerdotes que estão em Jerusalém, dê-se-lhes de dia em dia, para que não haja falta; 10. para que ofereçam sacrifícios de cheiro suave ao Deus dos céus e orem pela vida do rei e de seus filhos. 11. Também por mim se decreta que todo homem que mudar este decreto, um madeiro se arrancará da sua casa, e, levantado, o pendurarão nele, e da sua casa se fará por isso um monturo. 12. O Deus, pois, que fez habitar ali o seu nome derribe a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para o mudarem e para destruírem esta Casa de Deus, que está em Jerusalém. Eu, Dario, dei o decreto; apressuradamente se execute. 13. Então, Tatenai, o governador de além do rio, Setar-Bozenai e os seus companheiros assim fizeram apressuradamente, conforme o que decretara o rei Dario. 14. E os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia do profeta Ageu e de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme o mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia. 15. E acabou-se esta casa no dia terceiro do mês de Adar, que era o sexto ano do reinado do rei Dario. 16. E os filhos de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, e o resto dos filhos do cativeiro fizeram a consagração desta Casa de Deus com alegria. 17. E ofereceram para a consagração desta Casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros e doze cabritos, por expiação do pecado de todo o Israel, segundo o número das tribos de Israel. 18. E puseram os sacerdotes nas suas turmas e os levitas nas suas divisões, para o ministério de Deus, que está em Jerusalém, conforme o escrito do livro de Moisés. 19. E os que vieram do cativeiro celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês; 20. porque os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem, e todos estavam limpos; e mataram o cordeiro da Páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos. 21. Assim, comeram a Páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com todos os que a eles se apartavam da imundícia das nações da terra, para buscarem o SENHOR, Deus de Israel. 22. E celebraram a Festa dos Pães Asmos os sete dias com alegria, porque o SENHOR os tinha alegrado e tinha mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da Casa de Deus, o Deus de Israel. Esdras 7 1. E, passadas essas coisas, no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias, 2. filho de Salum, filho de Zadoque, filho de Aitube, 3. filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiote, 4. filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de Buqui, 5. filho de Abisua, filho de Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sumo sacerdote, 6. este Esdras subiu de Babilônia; e era escriba hábil na Lei de Moisés, dada pelo SENHOR, Deus de Israel; e, segundo a mão do SENHOR, seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira. 7. Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos de Israel, e dos sacerdotes, e dos levitas, e dos cantores, e dos porteiros, e dos netineus, no ano sétimo do rei Artaxerxes. 8. E, no mês quinto, veio ele a Jerusalém; e era o sétimo ano desse rei; 9. porque, no primeiro dia do primeiro mês, foi o princípio da sua subida de Babilônia; e, no primeiro dia do quinto mês, chegou a Jerusalém, segundo a boa mão do seu Deus sobre ele. 10. Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos. 11. Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o escriba das palavras, dos mandamentos do SENHOR e dos seus estatutos sobre Israel: 12. Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da Lei do Deus do céu, paz perfeita! 13. Por mim se decreta que, no meu reino, todo aquele do povo de Israel e dos seus sacerdotes e levitas que quiser ir contigo a Jerusalém, vá. 14. Porquanto da parte do rei e dos seus sete conselheiros és mandado, para fazeres inquirição em Judá e em Jerusalém, conforme a Lei do teu Deus, que está na tua mão; 15. e para levares a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros voluntariamente deram ao Deus de Israel, cuja habitação está em Jerusalém; 16. e toda a prata e o ouro que achares em toda a província de Babilônia, com as ofertas voluntárias do povo e dos sacerdotes, que voluntariamente oferecerem, para a Casa de seu Deus, que está em Jerusalém. 17. Portanto, comprarás com este dinheiro novilhos, carneiros, cordeiros, com as suas ofertas de manjares e as suas libações e oferece-as sobre o altar da Casa do vosso Deus, que está em Jerusalém. 18. Também o que a ti e a teus irmãos bem parecer fazerdes do resto da prata e do ouro, o fareis conforme a vontade do vosso Deus. 19. E os utensílios que te foram dados para o serviço da Casa de teu Deus, restitui-os perante o Deus de Jerusalém. 20. E o resto do que for necessário para a Casa de teu Deus, que te convenha dar, o darás da casa dos tesouros do rei. 21. E por mim mesmo, o rei Artaxerxes, se decreta a todos os tesoureiros que estão dalém do rio que tudo quanto vos pedir o sacerdote Esdras, escriba da Lei do Deus dos céus, apressuradamente se faça. 22. Até cem talentos de prata, e até cem coros de trigo, e até cem batos de vinho, e até cem batos de azeite, e sal sem conta. 23. Tudo quanto se ordenar, segundo o mandado do Deus do céu, prontamente se faça para a Casa do Deus dos céus, porque para que haveria grande ira sobre o reino do rei e de seus filhos? 24. Também vos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes, levitas, cantores, porteiros, netineus e ministros desta Casa de Deus que se lhes não possa impor nem direito, nem antigo tributo, nem renda. 25. E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que está na tua mão, põe regedores e juízes que julguem a todo o povo que está dalém do rio, a todos os que sabem as leis de teu Deus, e ao que as não sabe as fareis saber. 26. E todo aquele que não observar a lei do teu Deus e a lei do rei, logo se faça justiça dele, quer seja morte, quer degredo, quer multa sobre os seus bens, quer prisão. 27. Bendito seja o SENHOR, Deus de nossos pais, que tal inspirou ao coração do rei, para ornarmos a Casa do SENHOR, que está em Jerusalém; 28. e que estendeu para mim a sua beneficência perante o rei, e os seus conselheiros, e todos os príncipes poderosos do rei. Assim, me esforcei, segundo a mão do SENHOR sobre mim, e ajuntei dentre Israel alguns chefes para subirem comigo. Esdras 8 1. Estes, pois, são os chefes de seus pais, com as suas genealogias, os que subiram comigo de Babilônia no reinado do rei Artaxerxes: 2. dos filhos de Finéias, Gérson; dos filhos de Itamar, Daniel; dos filhos de Davi, Hatus; 3. dos filhos de Secanias e dos filhos de Parós, Zacarias, e com ele por genealogias se contaram até cento e cinqüenta homens; 4. dos filhos de Paate-Moabe, Elioenai, filho de Zeraías, e, com ele, duzentos homens; 5. dos filhos de Secanias, o filho de Jaaziel, e, com ele, trezentos homens; 6. e dos filhos de Adim, Ebede, filho de Jônatas, e, com ele, cinqüenta homens; 7. e dos filhos de Elão, Jesaías, filho de Atalias, e, com ele, setenta homens; 8. e dos filhos de Sefatias, Zebadias, filho de Micael, e, com ele, oitenta homens; 9. dos filhos de Joabe, Obadias, filho de Jeiel, e, com ele, duzentos e dezoito homens; 10. e dos filhos de Selomite, o filho de Josifias, e, com ele, cento e sessenta homens; 11. e dos filhos de Bebai, Zacarias, o filho de Bebai, e, com ele, vinte e oito homens; 12. e dos filhos de Azgade, Joanã, o filho de Hacatã, e, com ele, cento e dez homens; 13. e dos últimos filhos de Adonicão, seus nomes eram estes: Elifelete, Jeiel e Semaías, e, com eles, sessenta homens; 14. e dos filhos de Bigvai, Utai e Zabude, e, com eles, setenta homens. 15. E ajuntei-os perto do rio que vai a Aava, e ficamos ali acampados três dias; então, atentei para o povo e para os sacerdotes e não achei ali nenhum dos filhos de Levi. 16. Enviei, pois, Eliézer, Ariel, Semaías, Elnatã, Jaribe, Elnatã, Natã, Zacarias e Mesulão, os chefes, como também a Joiaribe e a Elnatã, que eram sábios. 17. E dei-lhes mandado para Ido, chefe no lugar de Casifia, e lhes pus palavras na boca para dizerem a Ido, seu irmão, e aos netineus, no lugar de Casifia, que nos trouxessem ministros para a Casa do nosso Deus. 18. E trouxeram-nos, segundo a boa mão de Deus sobre nós, um homem sábio, dos filhos de Mali, filho de Levi, filho de Israel, a saber, Serebias, com os seus filhos e irmãos, dezoito; 19. e a Hasabias e com ele Jesaías, dos filhos de Merari, com seus irmãos e os filhos deles, vinte; 20. e dos netineus, que Davi e os príncipes deram para o ministério dos levitas, duzentos e vinte netineus, que todos foram expressos por seus nomes. 21. Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus, para lhe pedirmos caminho direito para nós, e para nossos filhos, e para toda a nossa fazenda. 22. Porque me envergonhei de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto tínhamos falado ao rei, dizendo: A mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam para o bem, mas a sua força e a sua ira, sobre todos os que o deixam. 23. Nós, pois, jejuamos e pedimos isso ao nosso Deus, e moveu-se pelas nossas orações. 24. Então, separei doze dos maiorais dos sacerdotes: Serebias, Hasabias e com eles dez dos seus irmãos. 25. E pesei-lhes a prata, e o ouro, e os utensílios, que eram a oferta para a Casa de nosso Deus, a qual ofereceram o rei, e os seus conselheiros, e os seus príncipes, e todo o Israel que ali se achou. 26. E pesei em suas mãos seiscentos e cinqüenta talentos de prata, e em objetos de prata cem talentos, e cem talentos de ouro. 27. E vinte taças de ouro de mil daricos e dois vasos de bom metal lustroso, tão desejável como ouro. 28. E disse-lhes: Consagrados sois do SENHOR, e sagrados são estes vasos, como também esta prata e este ouro, oferta voluntária, oferecida ao SENHOR, Deus de vossos pais. 29. Vigiai, pois, e guardai- os até que os peseis na presença dos maiorais dos sacerdotes, e dos levitas, e dos príncipes dos pais de Israel, em Jerusalém, nas câmaras da Casa do SENHOR. 30. Então, receberam os sacerdotes e os levitas o peso da prata, e do ouro, e dos vasos, para trazerem a Jerusalém, à Casa de nosso Deus. 31. E partimos do rio de Aava, no dia doze do primeiro mês, para irmos para Jerusalém; e a boa mão do nosso Deus estava sobre nós e livrou-nos da mão dos inimigos e dos que nos armavam ciladas no caminho. 32. E viemos a Jerusalém e repousamos ali três dias. 33. E no dia quatro se pesou a prata, e o ouro, e os vasos, na Casa do nosso Deus, por mão de Meremote, filho do sacerdote Urias; e com ele estava Eleazar, filho de Finéias, e com eles, Jozabade, filho de Jesua, e Noadias, filho de Binui, levitas; 34. conforme o número e conforme o peso de tudo aquilo; e todo o peso se descreveu no mesmo tempo. 35. E os transportados que vieram do cativeiro ofereceram holocaustos ao Deus de Israel: doze novilhos por todo o Israel, noventa e seis carneiros, setenta e sete cordeiros e doze bodes em sacrifício pelo pecado; tudo em holocausto ao SENHOR. 36. Então, deram as ordens do rei aos sátrapas do rei e aos governadores de aquém do rio; e ajudaram o povo e a Casa de Deus. Esdras 9 1. Acabadas, pois, essas coisas, chegaram-se a mim os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas não se têm separado dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus, 2. porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a semente santa com os povos destas terras, e até a mão dos príncipes e magistrados foi a primeira nesta transgressão. 3. E, ouvindo eu tal coisa, rasguei a minha veste e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e me assentei atônito. 4. Então, se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel, por causa da trangressão dos do cativeiro; porém eu me fiquei assentado atônito até ao sacrifício da tarde. 5. E, perto do sacrifício da tarde, me levantei da minha aflição, havendo já rasgado a minha veste e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o SENHOR, meu Deus. 6. E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus, porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. 7. Desde os dias de nossos pais até ao dia de hoje, estamos em grande culpa e, por causa das nossas iniqüidades, fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, ao roubo e à confusão do rosto, como hoje se vê. 8. E, agora, como por um pequeno momento, se nos fez graça da parte do SENHOR, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem e para dar-nos uma estabilidade no seu santo lugar; para nos alumiar os olhos; ó Deus nosso, e para nos dar um pouco de vida na nossa servidão; 9. porque servos somos, porém na nossa servidão não nos desamparou o nosso Deus; antes, estendeu sobre nós beneficência perante os reis da Pérsia, para revivermos, e para levantarmos a Casa do nosso Deus, e para restaurarmos as suas assolações, e para que nos desse uma parede em Judá e em Jerusalém. 10. Agora, pois, ó nosso Deus, que diremos depois disso? Pois deixamos os teus mandamentos, 11. os quais mandaste pelo ministério de teus servos, os profetas, dizendo: A terra em que entrais para a possuir terra imunda é pelas imundícias dos seus povos, pelas abominações com que, na sua corrupção, a encheram de uma extremidade à outra. 12. Agora, pois, vossas filhas não dareis a seus filhos, e suas filhas não tomareis para vossos filhos, e nunca procurareis a sua paz e o seu bem; para que vos fortaleçais, e comais o bem da terra, e a façais possuir a vossos filhos para sempre. 13. E, depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, estorvaste que fôssemos destruídos, por causa da nossa iniqüidade, e ainda nos deste livramento como este, 14. tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos e a aparentar-nos com os povos destas abominações? Não te indignarias tu, assim, contra nós até de todo nos consumires, até que não ficasse resto nem quem escapasse? 15. Ah! SENHOR, Deus de Israel, justo és, pois ficamos escapos, como hoje se vê; eis que estamos diante de ti no nosso delito, porque ninguém há que possa estar na tua presença por causa disso. Esdras 10 1. E orando Esdras assim, e fazendo esta confissão, e chorando, e prostrando-se diante da Casa de Deus, ajuntou-se a ele de Israel uma mui grande congregação de homens e mulheres e de crianças, porque o povo chorava com grande choro. 2. Então, respondeu Secanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, e disse a Esdras: Nós temos transgredido contra o nosso Deus e casamos com mulheres estranhas do povo da terra, mas, no tocante a isso, ainda há esperança para Israel. 3. Agora, pois, façamos concerto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e tudo o que é nascido delas, conforme o conselho do Senhor e dos que tremem no mandado do nosso Deus; e faça-se conforme a Lei. 4. Levanta-te, pois, porque te pertence este negócio, e nós seremos contigo; esforça-te e faze assim. 5. Então, Esdras se levantou e ajuramentou os maiorais dos sacerdotes e dos levitas e todo o Israel, de que fariam conforme esta palavra; e eles juraram. 6. E Esdras se levantou de diante da Casa de Deus, e entrou na câmara de Jeoanã, filho de Eliasibe, e, vindo lá, pão não comeu, e água não bebeu, porque estava angustiado pela transgressão dos do cativeiro. 7. E fizeram passar pregão, por Judá e Jerusalém, a todos os que vieram do cativeiro, para que se ajuntassem em Jerusalém; 8. e que todo aquele que, em três dias, não viesse, segundo o conselho dos príncipes e dos anciãos, toda a sua fazenda se poria em interdito, e ele seria separado da congregação dos do cativeiro. 9. Então, todos os homens de Judá e Benjamim, em três dias, se ajuntaram em Jerusalém; era o nono mês, no dia vinte do mês; e todo o povo se assentou na praça da Casa de Deus, tremendo por este negócio e por causa das grandes chuvas. 10. Então, se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-lhes: Vós tendes transgredido e casastes com mulheres estranhas, multiplicando o delito de Israel. 11. Agora, pois, fazei confissão ao SENHOR, Deus de vossos pais, e fazei a sua vontade; apartai-vos dos povos das terras e das mulheres estranhas. 12. E respondeu toda a congregação e disse em altas vozes: Assim seja; conforme as tuas palavras, nos convém fazer. 13. Porém o povo é muito, e também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora; nem é obra de um dia nem de dois, porque somos muitos os que transgredimos neste negócio. 14. Ora, ponham-se os nossos príncipes, por toda a congregação, sobre este negócio; e todos os que, em nossas cidades, casaram com mulheres estranhas venham em tempos apontados, e com eles os anciãos de cada cidade, e os seus juízes, até que desviemos de nós o ardor da ira do nosso Deus, por esta causa. 15. Porém somente Jônatas, filho de Asael, e Jazeías, filho de Ticva, se puseram sobre este negócio; e Mesulão e Sabetai, levita, os ajudaram. 16. E assim o fizeram os que tornaram do cativeiro; e apartaram-se o sacerdote Esdras e os homens, cabeças dos pais segundo a casa de seus pais, e todos pelos seus nomes; e assentaram-se no primeiro dia do décimo mês, para inquirirem neste negócio. 17. E acabaram de tratar com todos os homens que casaram com mulheres estranhas, até ao primeiro dia do primeiro mês. 18. E acharam-se dos filhos dos sacerdotes que casaram com mulheres estranhas: dos filhos de Jesua, filho de Jozadaque, e seus irmãos, Maaséias, e Eliézer, e Jaribe, e Gedalias. 19. E deram-se as mãos, prometendo que despediriam suas mulheres, e, achando-se culpados, ofereceram um carneiro do rebanho pelo seu delito. 20. E dos filhos de Imer: Hanani e Zebadias. 21. E dos filhos de Harim: Maaséias, e Elias, e Semaías, e Jeiel, e Uzias. 22. E dos filhos de Pasur: Elioenai, Maaséias, Ismael, Natanael, Jozabade e Elasa. 23. E dos levitas: Jozabade, e Simei, e Quelaías (este é Quelita), e Petaías, e Judá, e Eliézer. 24. E dos cantores: Eliasibe; e dos porteiros: Salum, e Telém, e Uri. 25. E de Israel, dos filhos de Parós: Ramias, e Jezias, e Malquias, e Miamim, e Eleazar, e Malquias, e Benaia. 26. E dos filhos de Elão: Matanias, e Zacarias, e Jeiel, e Abdi, e Jeremote, e Elias. 27. E dos filhos de Zatu: Elioenai, e Eliasibe, e Matanias, e Jeremote, e Zabade, e Aziza. 28. E dos filhos de Bebai: Jeoanã, Hananias, Zabai e Atlai. 29. E dos filhos de Bani: Mesulão, e Maluque, e Adaías, e Jasube, e Seal, e Jeremote. 30. E dos filhos de Paate-Moabe: Adna, e Quelal, e Benaia, e Maaséias, e Matanias, e Bezalel, e Binui, e Manassés. 31. E dos filhos de Harim: Eliézer, Issias, Malquias, Semaías, Simeão, 32. Benjamim, Maluque e Semarias. 33. Dos filhos de Hasum: Matenai, Matatá, Zabade, Elifelete, Jeremai, Manassés e Simei. 34. Dos filhos de Bani: Maadai, Anrão, e Uel, 35. Benaia, Bedias, Queluí, 36. Vanias, Meremote, Eliasibe, 37. Matanias, Matenai, Jaasai, 38. Bani, Binui, Simei, 39. Selemias, Natã, Adaías, 40. Macnadebai, Sasai, Sarai, 41. Azarel, Selemias, Semarias, 42. Salum, Amarias e José. 43. Dos filhos de Nebo: Jeiel, Matitias, Zabade, Zebina, Jadai, Joel e Benaia. 44. Todos estes tinham tomado mulheres estranhas; e alguns deles tinham mulheres de quem alcançaram filhos. Neemias 1 1. As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, 2. que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém. 3. E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo. 4. E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. 5. E disse: Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos! 6. Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos. 7. De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. 8. Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos. 9. E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os fareis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10. Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. 11. Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro do rei. Neemias 2 1. Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele. 2. E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi muito em grande maneira 3. e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo? 4. E o rei me disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus 5. e disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique. 6. Então, o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um certo tempo. 7. Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me dêem passagem até que chegue a Judá; 8. como também uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, e para o muro da cidade, e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim. 9. Então, vim aos governadores dalém do rio e dei-lhes as cartas do rei; e o rei tinha enviado comigo chefes do exército e cavaleiros. 10. O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, lhes desagradou com grande desagrado que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel. 11. E cheguei a Jerusalém e estive ali três dias. 12. E, de noite, me levantei, eu e poucos homens comigo, e não declarei a ninguém o que o meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém; e não havia comigo animal algum, senão aquele em que estava montado. 13. E, de noite, saí pela Porta do Vale, para a banda da Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam fendidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo. 14. E passei à Porta da Fonte e ao viveiro do rei; e não havia lugar por onde pudesse passar a cavalgadura que estava debaixo de mim. 15. Então, de noite, subi pelo ribeiro e contemplei o muro; e voltei, e entrei pela Porta do Vale, e assim voltei. 16. E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma. 17. Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio. 18. Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então, disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem. 19. O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei? 20. Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém. Neemias 3 1. E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes, edificaram a Porta do Gado, a qual consagraram, e levantaram as suas portas; e até a Torre de Meá consagraram e até a Torre de Hananel. 2. E, junto a ele, edificaram os homens de Jericó; também, ao seu lado, edificou Zacur, filho de Inri. 3. E a Porta do Peixe edificaram os filhos de Hassenaá, a qual emadeiraram, e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos. 4. E, ao seu lado, reparou Meremote, filho de Urias, filho de Coz; e, ao seu lado, reparou Mesulão, filho de Berequias, filho de Mesezabel; e, ao seu lado, reparou Zadoque, filho de Baaná. 5. E, ao seu lado, repararam os tecoítas; porém os seus nobres não meteram o seu pescoço ao serviço de seu senhor. 6. E a Porta Velha repararam- na Joiada, filho de Paséia; e Mesulão, filho de Besodias; estes a emadeiraram e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos. 7. E, ao seu lado, repararam Melatias, o gibeonita, e Jadom, meronotita, homens de Gibeão e Mispa, que pertenciam ao domínio do governador daquém do rio. 8. Ao seu lado, reparou Uziel, filho de Haraías, um dos ourives; e, ao seu lado, reparou Hananias, filho de um dos boticários; e fortificaram a Jerusalém até ao Muro Largo. 9. E, ao seu lado, reparou Refaías, filho de Hur, maioral da metade de Jerusalém. 10. E, ao seu lado, reparou Jedaías, filho de Harumafe, e defronte de sua casa; e, ao seu lado, reparou Hatus, filho de Hasabnéias. 11. A outra porção reparou Malquias, filho de Harim, e Hassube, filho de Paate-Moabe, como também a Torre dos Fornos. 12. E, ao seu lado, reparou Salum, filho de Haloés, maioral da outra meia parte de Jerusalém, ele e suas filhas. 13. A Porta do Vale, reparou-a Hanum e os moradores de Zanoa; estes a edificaram e lhe levantaram as portas com fechaduras e os seus ferrolhos, como também mil côvados do muro, até à Porta do Monturo. 14. E a Porta do Monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, maioral do distrito de Bete-Haquerém; este a edificou e lhe levantou as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos. 15. E a Porta da Fonte reparou-a Salum, filho de Col-Hozé, maioral do distrito de Mispa; este a edificou, e a cobriu, e lhe levantou as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos, como também o muro do viveiro de Selá, ao pé do jardim do rei, mesmo até aos degraus que descem da Cidade de Davi. 16. Depois dele, edificou Neemias, filho de Azbuque, maioral da metade de Bete-Zur, até defronte dos sepulcros de Davi, e até ao viveiro artificial, e até à casa dos varões. 17. Depois dele, repararam os levitas, Reum, filho de Bani, e, ao seu lado, reparou Hasabias, maioral da metade de Queila, no seu distrito. 18. Depois dele, repararam seus irmãos: Bavai, filho de Henadade, maioral da outra meia parte de Queila; 19. ao seu lado, reparou Ezer, filho de Jesua, maioral de Mispa, outra porção, defronte da subida para a casa das armas, à esquina. 20. Depois dele, reparou com grande ardor Baruque, filho de Zabai, outra medida, desde a esquina até à porta da casa de Eliasibe, o sumo sacerdote. 21. Depois dele, reparou Meremote, filho de Urias, filho de Coz, outra porção, desde a porta da casa de Eliasibe até à extremidade da casa de Eliasibe. 22. E, depois dele, repararam os sacerdotes que habitavam na campina. 23. Depois, repararam Benjamim e Hassube, defronte da sua casa; depois deles, reparou Azarias, filho de Maaséias, filho de Ananias, junto à sua casa. 24. Depois dele, reparou Binui, filho de Henadade, outra porção, desde a casa de Azarias até à esquina e até ao canto. 25. Palal, filho de Uzai, reparou defronte da esquina e a torre que sai da casa real superior, que está junto ao pátio da prisão; depois dele, reparou Pedaías, filho de Parós, 26. e os netineus, que habitavam em Ofel, até defronte da Porta das Águas, para o oriente, e até à torre alta. 27. Depois, repararam os tecoítas outra porção, defronte da torre grande e alta e até ao Muro de Ofel. 28. Desde a Porta dos Cavalos, repararam os sacerdotes, cada um defronte da sua casa. 29. Depois deles, reparou Zadoque, filho de Imer, defronte de sua casa, e, depois dele, reparou Semaías, filho de Secanias, guarda da Porta Oriental. 30. Depois dele, reparou Hananias, filho de Selemias, e Hanum, filho de Zalafe, o sexto, outra porção; depois deles reparou Mesulão, filho de Berequias, defronte da sua câmara. 31. Depois dele, reparou Malquias, filho de um ourives, até à casa dos netineus e mercadores, defronte da Porta de Mifcade, e até à câmara do canto. 32. E, entre a câmara do canto e a Porta do Gado, repararam os ourives e os mercadores. Neemias 4 1. E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus. 2. E falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isso? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas? 3. E estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra. 4. Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e caia o seu opróbrio sobre a sua cabeça, e faze com que sejam um despojo, numa terra de cativeiro. 5. E não cubras a sua iniqüidade, e não se risque diante de ti o seu pecado, pois que te irritaram defronte dos edificadores. 6. Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar. 7. E sucedeu que, ouvindo Sambalate, e Tobias, e os arábios, e os amonitas, e os asdoditas que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo. 8. E ligaram-se entre si todos, para virem atacar Jerusalém e para os desviarem do seu intento. 9. Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles. 10. Então, disse Judá: Já desfaleceram as forças dos acarretadores, e o pó é muito, e nós não poderemos edificar o muro. 11. Disseram, porém, os nossos inimigos: Nada saberão disso, nem verão, até que entremos no meio deles e os matemos; assim, faremos cessar a obra. 12. E sucedeu que, vindo os judeus que habitavam entre eles, dez vezes nos disseram que, de todos os lugares, tornavam a nós. 13. Pelo que pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus o povo, pelas suas famílias, com as suas espadas, com as suas lanças e com os seus arcos. 14. E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas. 15. E sucedeu que, ouvindo os nossos inimigos que já o sabíamos e que Deus tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao muro, cada um à sua obra. 16. E sucedeu que, desde aquele dia, metade dos meus moços trabalhava na obra, e a outra metade deles tinha as lanças, os escudos, os arcos e as couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá. 17. Os que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, e os que carregavam, cada um com uma mão fazia a obra e na outra tinha as armas. 18. E os edificadores cada um trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam; e o que tocava a trombeta estava junto comigo. 19. E disse eu aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos outros. 20. No lugar onde ouvirdes o som da buzina, ali vos ajuntareis conosco; o nosso Deus pelejará por nós. 21. Assim trabalhávamos na obra; e metade deles tinha as lanças desde a subida da alva até ao sair das estrelas. 22. Também, naquele tempo, disse ao povo: Cada um com o seu moço fique em Jerusalém, para que, de noite, nos sirvam de guarda e, de dia, na obra. 23. E nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me seguiam largávamos as nossas vestes; cada um ia com suas armas à água. Neemias 5 1. Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos. 2. Porque havia quem dizia: Com nossos filhos e nossas filhas, nós somos muitos; pelo que tomemos trigo, para que comamos e vivamos. 3. Também havia quem dizia: As nossas terras, as nossas vinhas e as nossas casas empenhamos, para tomarmos trigo nesta fome. 4. Também havia quem dizia: Tomamos dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas. 5. Agora, pois, a nossa carne é como a carne de nossos irmãos, e nossos filhos, como seus filhos; e eis que sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para serem servos, e até algumas de nossas filhas são tão sujeitas, que já não estão no poder de nossas mãos; e outros têm as nossas terras e as nossas vinhas. 6. Ouvindo eu, pois, o seu clamor e essas palavras, muito me enfadei. 7. E considerei comigo mesmo no meu coração; depois, pelejei com os nobres e com os magistrados e disse-lhes: Usura tomais cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles um grande ajuntamento. 8. E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis vossos irmãos ou vender-se-iam a nós? Então, se calaram e não acharam que responder. 9. Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos? 10. Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado dinheiro e trigo. Deixemos este ganho. 11. Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles. 12. Então, disseram: Restituir- lho- emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra. 13. Também o meu regaço sacudi e disse: Assim sacuda Deus a todo homem da sua casa e do seu trabalho que não cumprir esta palavra; e assim seja sacudido e vazio. E toda a congregação disse: Amém! E louvaram o SENHOR; e o povo fez conforme esta palavra. 14. Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte até ao ano trinta e dois do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão do governador. 15. Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata; ainda também os seus moços dominavam sobre o povo; porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus. 16. Antes, também na obra deste muro fiz reparação, e terra nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra. 17. Também cento e cinqüenta homens dos judeus e dos magistrados e os que vinham a nós, dentre as gentes que estão à roda de nós, se punham à minha mesa. 18. E o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também aves se me preparavam e, de dez em dez dias, de todo o vinho muitíssimo; e nem por isso exigi o pão do governador, porquanto a servidão deste povo era grande. 19. Lembra-te de mim para bem, ó meu Deus, e de tudo quanto fiz a este povo. Neemias 6 1. Sucedeu mais que, ouvindo Sambalate, Tobias, Gesém, o arábio, e o resto dos nossos inimigos que eu tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais, 2. Sambalate e Gesém enviaram a dizer: Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal. 3. E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco? 4. E da mesma maneira enviaram a mim quatro vezes; e da mesma maneira lhes respondi. 5. Então, Sambalate, da mesma maneira, pela quinta vez, me enviou o seu moço com uma carta aberta na sua mão, 6. e na qual estava escrito: Entre as gentes se ouviu e Gesém diz que tu e os judeus intentais revoltar-vos, pelo que edificais o muro; e que tu te farás rei deles segundo estas palavras; 7. e que puseste profetas para pregarem de ti em Jerusalém, dizendo: Este é rei em Judá. Ora, o rei o ouvirá, segundo estas palavras; vem, pois, agora, e consultemos juntamente. 8. Porém eu enviei a dizer-lhe: De tudo o que dizes coisa nenhuma sucedeu; mas tu, do teu coração, o inventas. 9. Porque todos eles nos procuravam atemorizar, dizendo: As suas mãos largarão a obra, e não se efetuará. Agora, pois, ó Deus, esforça as minhas mãos. 10. E, entrando eu em casa de Semaías, filho de Delaías, o filho de Meetabel (que estava encerrado), disse ele: Vamos juntamente à Casa de Deus, ao meio do templo, e fechemos as portas do templo; porque virão matar-te; sim, de noite virão matar-te. 11. Porém eu disse: Um homem, como eu, fugiria? E quem há, como eu, que entre no templo e viva? De maneira nenhuma entrarei. 12. E conheci que eis que não era Deus quem o enviara; mas essa profecia falou contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o subornaram. 13. Para isso o subornaram, para me atemorizar, e para que eu assim fizesse e pecasse, para que tivessem alguma causa a fim de me infamarem e assim me vituperarem. 14. Lembra-te, meu Deus, de Tobias e de Sambalate, conforme estas suas obras, e também da profetisa Noadias e dos mais profetas que procuraram atemorizar-me. 15. Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco de elul, em cinqüenta e dois dias. 16. E sucedeu que, ouvindo- o todos os nossos inimigos, temeram todos os gentios que havia em roda de nós e abateram-se muito em seus próprios olhos; porque reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra. 17. Também, naqueles dias, alguns nobres de Judá escreveram muitas cartas, que iam para Tobias, e as cartas de Tobias vinham para eles. 18. Porque muitos em Judá se lhe ajuramentaram, porque era genro de Secanias, filho de Ará; e seu filho Joanã tomara a filha de Mesulão, filho de Berequias. 19. Também as suas bondades contavam perante mim, e as minhas palavras lhe levavam a ele; portanto, Tobias escrevia cartas para me atemorizar. Neemias 7 1. Sucedeu mais que, depois que o muro fora edificado, eu levantei as portas; e foram estabelecidos os porteiros, e os cantores, e os levitas. 2. Eu nomeei a Hanani, meu irmão, e a Hananias, maioral da fortaleza, sobre Jerusalém, porque era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos; 3. e disse-lhes: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça; e, enquanto assistirem ali, fechem as portas, e, vós, trancai- as; e ponham-se guardas dos moradores de Jerusalém, cada um na sua guarda e cada um diante da sua casa. 4. E era a cidade larga de espaço e grande, porém pouco povo havia dentro dela; e ainda as casas não estavam edificadas. 5. Então, o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, e os magistrados, e o povo, para registrar as genealogias. E achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro e assim achei escrito nele: 6. Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro, os transportados, que transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia; e voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade; 7. os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mardoqueu, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná; este é o número dos homens do povo de Israel: 8. foram os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois. 9. Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois. 10. Os filhos de Ará, seiscentos e cinqüenta e dois. 11. Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesua e de Joabe, dois mil oitocentos e dezoito. 12. Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro. 13. Os filhos de Zatu, oitocentos e quarenta e cinco. 14. Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta. 15. Os filhos de Binui, seiscentos e quarenta e oito. 16. Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e oito. 17. Os filhos de Azgade, dois mil trezentos e vinte e dois. 18. Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e sete. 19. Os filhos de Bigvai, dois mil e sessenta e sete. 20. Os filhos de Adim, seiscentos e cinqüenta e cinco. 21. Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito. 22. Os filhos de Hasum, trezentos e vinte e oito. 23. Os filhos de Besai, trezentos e vinte e quatro. 24. Os filhos de Harife, cento e doze. 25. Os filhos de Gibeão, noventa e cinco. 26. Os homens de Belém e de Netofa, cento e oitenta e oito. 27. Os homens de Anatote, cento e vinte e oito. 28. Os homens de Bete-Azmavete, quarenta e dois. 29. Os homens de Quiriate-Jearim, Cefira e Beerote, setecentos e quarenta e três. 30. Os homens de Ramá e Geba, seiscentos e vinte e um. 31. Os homens de Micmás, cento e vinte e dois. 32. Os homens de Betel e Ai, cento e vinte e três. 33. Os homens doutra Nebo, cinqüenta e dois. 34. Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro. 35. Os filhos de Harim, trezentos e vinte. 36. Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco. 37. Os filhos de Lode, Hadide e Ono, setecentos e vinte e um. 38. Os filhos de Senaá, três mil novecentos e trinta. 39. Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesua, novecentos e setenta e três. 40. Os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois. 41. Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete. 42. Os filhos de Harim, mil e dezessete. 43. Os levitas: os filhos de Jesua, de Cadmiel, dos filhos de Hodeva, setenta e quatro. 44. Os cantores: os filhos de Asafe, cento e quarenta e oito. 45. Os porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, cento e trinta e oito. 46. Os netineus: os filhos de Zia, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote, 47. os filhos de Queros, os filhos de Sia, os filhos de Padom, 48. os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Salmai, 49. os filhos de Hanã, os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, 50. os filhos de Reaías, os filhos de Rezim, os filhos de Necoda, 51. os filhos de Gazão, os filhos de Uzá, os filhos de Paséia, 52. os filhos de Besai, os filhos de Meunim, os filhos de Nefusesim, 53. os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Harur, 54. os filhos de Bazlite, os filhos de Meida, os filhos de Harsa, 55. os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tama, 56. os filhos de Nesias, os filhos de Hatifa. 57. Os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Perida, 58. os filhos de Jaala, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel, 59. os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim, os filhos de Amom. 60. Todos os netineus e os filhos dos servos de Salomão, trezentos e noventa e dois. 61. Também estes subiram de Tel-Melá, Tel-Harsa, Querube, Adom e Imer, porém não puderam mostrar a casa de seus pais e a sua linhagem, se eram de Israel: 62. os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e quarenta e dois. 63. E dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai, que tomara uma mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e se chamou do nome delas. 64. Estes buscaram o seu registro, querendo contar a sua geração, porém não se achou; pelo que, como imundos, foram excluídos do sacerdócio. 65. E o tirsata lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que se aprestasse um sacerdote com Urim e Tumim. 66. Toda essa congregação junta foi de quarenta e dois mil trezentos e sessenta, 67. afora os seus servos e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; e tinham duzentos e quarenta e cinco cantores e cantoras. 68. Os seus cavalos, setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco. 69. Camelos, quatrocentos e trinta e cinco; jumentos, seis mil setecentos e vinte. 70. E uma parte dos cabeças dos pais deram para a obra; o tirsata deu para o tesouro, em ouro, mil daricos, cinqüenta bacias e quinhentas e trinta vestes sacerdotais. 71. E alguns mais dos cabeças dos pais deram para o tesouro da obra, em ouro, vinte mil daricos; e, em prata, dois mil e duzentos arráteis. 72. E o que deu o resto do povo foi, em ouro, vinte mil daricos; e, em prata, dois mil arráteis; e sessenta e sete vestes sacerdotais. 73. E habitaram os sacerdotes, e os levitas, e os porteiros, e os cantores, e alguns do povo, e os netineus, e todo o Israel nas suas cidades. Neemias 8 1. E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel. 2. E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os sábios para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês. 3. E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. 4. E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estavam em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, e Sema, e Anaías, e Urias, e Hilquias, e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, e Misael, e Malquias, e Hasum, e Hasbadana, e Zacarias, e Mesulão. 5. E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. 6. E Esdras louvou o SENHOR, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! --, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra. 7. E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto. 8. E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. 9. E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao SENHOR, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei. 10. Disse-lhes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força. 11. E os levitas fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; por isso, não vos entristeçais. 12. Então, todo o povo se foi a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber. 13. E, no dia seguinte, ajuntaram-se os cabeças dos pais de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba, e isso para atentarem nas palavras da Lei. 14. E acharam escrito na Lei que o SENHOR ordenara pelo ministério de Moisés que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês. 15. Assim, o publicaram e fizeram passar pregão por todas as suas cidades e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte e trazei ramos de oliveira, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito. 16. Saiu, pois, o povo, e de tudo trouxeram e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, e nos seus pátios, e nos átrios da Casa de Deus, e na praça da Porta das Águas, e na praça da Porta de Efraim. 17. E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fez cabanas e habitou nas cabanas; porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Josué, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria. 18. E, de dia em dia, ele lia o livro da Lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias e, no oitavo dia, a festa do encerramento, segundo o rito. Neemias 9 1. E, no dia vinte e quatro deste mês, se ajuntaram os filhos de Israel com jejum e com pano de saco e traziam terra sobre si. 2. E a geração de Israel se apartou de todos os estranhos, e puseram-se em pé e fizeram confissão dos seus pecados e das iniqüidades de seus pais. 3. E, levantando-se no seu posto, leram no livro da Lei do SENHOR, seu Deus, uma quarta parte do dia; e, na outra quarta parte, fizeram confissão; e adoraram o SENHOR, seu Deus. 4. E Jesua, Bani, Cadmiel, Sebanias, Buni, Serebias, Bani e Quenani se puseram em pé no lugar alto dos levitas e clamaram em alta voz ao SENHOR, seu Deus. 5. E os levitas, Jesua, Cadmiel, Bani, Hasabnéias, Serebias, Hodias, Sebanias e Petaías disseram: Levantai-vos, bendizei ao SENHOR, vosso Deus, de eternidade em eternidade; ora, bendigam o nome da tua glória, que está levantado sobre toda bênção e louvor. 6. Tu só és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há; e tu os guardas em vida a todos, e o exército dos céus te adora. 7. Tu és SENHOR, o Deus, que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão. 8. E achaste o seu coração fiel perante ti e fizeste com ele o concerto, que lhe darias a terra dos cananeus, e dos heteus, e dos amorreus, e dos ferezeus, e dos jebuseus, e dos girgaseus, para a dares à sua semente; e confirmaste as tuas palavras, porquanto és justo. 9. E viste a aflição de nossos pais no Egito e ouviste o seu clamor junto ao mar Vermelho. 10. E mostraste sinais e prodígios a Faraó, e a todos os seus servos, e a todo o povo da sua terra, porque soubeste que soberbamente os trataram; e assim te adquiriste nome, como hoje se vê. 11. E o mar fendeste perante eles, e passaram pelo meio do mar, em seco; e lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas violentas. 12. E os guiaste, de dia por uma coluna de nuvem e de noite por uma coluna de fogo, para os alumiares no caminho por onde haviam de ir. 13. E sobre o monte de Sinai desceste, e falaste com eles desde os céus, e deste-lhes juízos retos e leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. 14. E o teu santo sábado lhes fizeste conhecer; e preceitos, e estatutos, e lei lhes mandaste pelo ministério de Moisés, teu servo. 15. E pão dos céus lhes deste na sua fome e água da rocha lhes produziste na sua sede; e lhes disseste que entrassem para possuírem a terra pela qual alçaste a tua mão, que lha havias de dar. 16. Porém eles, nossos pais, se houveram soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos. 17. E recusaram ouvir- te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz, e na sua rebelião levantaram um chefe, a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu os não desamparaste, 18. ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de fundição, e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito, e cometeram grandes blasfêmias; 19. todavia, tu, pela multidão das tuas misericórdias, os não deixaste no deserto. A coluna de nuvem nunca deles se apartou de dia, para os guiar pelo caminho, nem a coluna de fogo de noite, para os alumiar e mostrar o caminho por onde haviam de ir. 20. E deste o teu bom espírito, para os ensinar; e o teu maná não retiraste da sua boca; e água lhes deste na sua sede. 21. Desse modo os sustentaste quarenta anos no deserto; falta nenhuma tiveram; as suas vestes não se envelheceram, e os seus pés não se incharam. 22. Também lhes deste reinos e povos e os repartiste em porções; e eles possuíram a terra de Seom, a saber, a terra do rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã. 23. E multiplicaste os seus filhos como as estrelas do céu e trouxeste-os à terra de que tinhas dito a seus pais que entrariam nela para a possuírem. 24. Assim, entraram nela os filhos e tomaram aquela terra; e abateste perante eles os moradores da terra, os cananeus, e lhos entregaste na mão, como também os reis e os povos da terra, para fazerem deles conforme a sua vontade. 25. E tomaram cidades fortes e terra gorda e possuíram casas cheias de toda fartura, cisternas cavadas, vinhas, e olivais, e árvores de mantimento, em abundância; e comeram, e se fartaram, e engordaram, e viveram em delícias, pela tua grande bondade. 26. Porém se obstinaram, e se revoltaram contra ti, e lançaram a tua lei para trás das suas costas, e mataram os teus profetas, que protestavam contra eles, para que voltassem para ti; assim fizeram grandes abominações. 27. Pelo que os entregaste na mão dos seus angustiadores, que os angustiaram; mas no tempo de sua angústia, clamando a ti, desde os céus tu os ouviste; e, segundo a tua grande misericórdia, lhes deste libertadores que os libertaram da mão de seus angustiadores. 28. Porém, em tendo repouso, tornavam a fazer o mal diante de ti; e tu os deixavas na mão dos seus inimigos, para que dominassem sobre eles; e, convertendo-se eles e clamando a ti, tu os ouviste desde os céus e, segundo a tua misericórdia, os livraste muitas vezes. 29. E protestaste contra eles, para que voltassem para a tua lei; porém eles se houveram soberbamente e não deram ouvidos aos teus mandamentos, mas pecaram contra os teus juízos, pelos quais o homem que os cumprir viverá; e retiraram os seus ombros, e endureceram a sua cerviz, e não ouviram. 30. Porém estendeste a tua benignidade sobre eles por muitos anos e protestaste contra eles pelo teu Espírito, pelo ministério dos teus profetas; porém eles não deram ouvidos; pelo que os entregaste na mão dos povos das terras. 31. Mas, pela tua grande misericórdia, não os destruíste nem desamparaste; porque és um Deus clemente e misericordioso. 32. Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e terrível, que guardas o concerto e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a aflição que nos alcançou a nós, e aos nossos reis, e aos nossos príncipes, e aos nossos sacerdotes, e aos nossos profetas, e aos nossos pais, e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje. 33. Porém tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; porque tu fielmente te houveste, e nós impiamente nos houvemos. 34. E os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos sacerdotes e os nossos pais não guardaram a tua lei e não deram ouvidos aos teus mandamentos e aos teus testemunhos, que testificaste contra eles. 35. Porque eles nem no seu reino, nem na muita abundância de bens que lhes deste, nem na terra espaçosa e gorda que puseste diante deles te serviram, nem se converteram de suas más obras. 36. Eis que hoje somos servos; e até na terra que deste a nossos pais, para comerem o seu fruto e o seu bem, eis que somos servos nela. 37. E ela multiplica os seus produtos para os reis que puseste sobre nós por causa dos nossos pecados; e, conforme a sua vontade, dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado; e estamos numa grande angústia. 38. E, com tudo isso, fizemos um firme concerto e o escrevemos; e selaram-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes. Neemias 10 1. E os que selaram foram Neemias, o tirsata, filho de Hacalias, e Zedequias, 2. Seraías, Azarias, Jeremias, 3. Pasur, Amarias, Malquias, 4. Hatus, Sebanias, Maluque, 5. Harim, Meremote, Obadias, 6. Daniel, Ginetom, Baruque, 7. Mesulão, Abias, Miamim, 8. Maaséias, Bilgai, Semaías; estes foram os sacerdotes. 9. E os levitas: Jesua, filho de Azanias, Binui, dos filhos de Henadade, Cadmiel 10. e seus irmãos: Sebanias, Hodias, Quelita, Pelaías, Hanã, 11. Mica, Reobe, Hasabias, 12. Zacur, Serebias, Sebanias, 13. Hodias, Bani, Beninu. 14. Os chefes do povo: Parós, Paate-Moabe, Elão, Zatu, Bani, 15. Buni, Azgade, Bebai, 16. Adonias, Bigvai, Adim, 17. Ater, Ezequias, Azur, 18. Hodias, Hasum, Besai, 19. Harife, Anatote, Nebai, 20. Magpias, Mesulão, Hezir, 21. Mesezabel, Zadoque, Jadua, 22. Pelatias, Hanã, Anaías, 23. Oséias, Hananias, Hassube, 24. Haloés, Pileá, Sobeque, 25. Reum, Hasabna, Maaséias; 26. Aías, Hanã, Anã, 27. Maluque, Harim e Baaná. 28. E o resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os netineus e todos os que se tinham separado dos povos das terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os sábios e os que tinham capacidade para entender 29. firmemente aderiram a seus irmãos, os mais nobres de entre eles, e convieram num anátema e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de Deus; e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do SENHOR, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos; 30. e que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos; 31. e de que, trazendo os povos da terra no dia de sábado algumas fazendas e qualquer grão para venderem, nada tomaríamos deles no sábado, nem no dia santificado; e livre deixaríamos o ano sétimo e toda e qualquer cobrança. 32. Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo, para o ministério da Casa do nosso Deus; 33. para os pães da proposição, e para a contínua oferta de manjares, e para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas, e para as festas solenes, e para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para reconciliar a Israel, e para toda a obra da Casa do nosso Deus. 34. Também lançamos as sortes entre os sacerdotes, levitas e o povo, acerca da oferta da lenha que se havia de trazer à Casa do nosso Deus, segundo as casas de nossos pais, a tempos determinados, de ano em ano, para se queimar sobre o altar do SENHOR, nosso Deus, como está escrito na Lei. 35. E que também traríamos as primeiras novidades da nossa terra e todos os primeiros frutos de todas as árvores, de ano em ano, à Casa do SENHOR; 36. e os primogênitos dos nossos filhos e os do nosso gado, como está escrito na Lei; e que os primogênitos das nossas vacas e das nossas ovelhas traríamos à Casa do nosso Deus, aos sacerdotes que ministram na Casa do SENHOR; 37. e que as primícias da nossa massa, e as nossas ofertas alçadas, e o fruto de toda árvore, e o mosto, e o azeite traríamos aos sacerdotes, às câmaras da Casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas pagariam os dízimos em todas as cidades da nossa lavoura; 38. e que o sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando os levitas recebessem os dízimos, e que os levitas traríam os dízimos dos dízimos à Casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro. 39. Porque àquelas câmaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas do grão, do mosto e do azeite; porquanto ali estão os utensílios do santuário, como também os sacerdotes que ministram, e os porteiros, e os cantores; e que assim não desampararíamos a Casa do nosso Deus. Neemias 11 1. E os príncipes do povo habitaram em Jerusalém, mas o resto do povo lançou sortes para tirar um de dez, para que habitasse na santa cidade de Jerusalém, e as nove partes, nas outras cidades. 2. E o povo bendisse a todos os homens que voluntariamente se ofereciam para habitar em Jerusalém. 3. E estes são os chefes da província que habitaram em Jerusalém (porém nas cidades de Judá habitou cada um na sua possessão, nas suas cidades, a saber, Israel, os sacerdotes, e os levitas, e os netineus, e os filhos dos servos de Salomão). 4. Habitaram, pois, em Jerusalém alguns dos filhos de Judá e dos filhos de Benjamim. Dos filhos de Judá: Ataías, filho de Uzias, filho de Zacarias, filho de Amarias, filho de Sefatias, filho de Maalalel, dos filhos de Perez; 5. e Maaséias, filho de Baruque, filho de Col-Hozé, filho de Hazaías, filho de Adaías, filho de Joiaribe, filho de Zacarias, filho do silonita. 6. Todos os filhos de Perez, que habitaram em Jerusalém, foram quatrocentos e sessenta e oito homens valentes. 7. E estes são os filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Joede, filho de Pedaías, filho de Colaías, filho de Maaséias, filho de Itiel, filho de Jesaías. 8. E, depois dele, Gabai e Salai: novecentos e vinte e oito. 9. E Joel, filho de Zicri, superintendente sobre eles; e Judá, filho de Senua, segundo sobre a cidade. 10. Dos sacerdotes: Jedaías, filho de Joiaribe, Jaquim, 11. Seraías, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote, filho de Aitube, maioral da Casa de Deus, 12. e seus irmãos, que faziam a obra da casa, oitocentos e vinte e dois; e Adaías, filho de Jeroão, filho de Pelalias, filho de Anzi, filho de Zacarias, filho de Pasur, filho de Malquias, 13. e seus irmãos, cabeças dos pais, duzentos e quarenta e dois; e Amasai, filho de Azarel, filho de Azai, filho de Mesilemote, filho de Imer, 14. e os irmãos deles, varões valentes, cento e vinte e oito, e superintendente sobre eles Zabdiel, filho de Gedolim. 15. E dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, filho de Buni; 16. e Sabetai e Jozabade, dos cabeças dos levitas, presidiam sobre a obra de fora da Casa de Deus; 17. e Matanias, filho de Mica, filho de Zabdi, filho de Asafe, o chefe, que era quem começava a dar graças na oração, e Baquebuquias, o segundo de seus irmãos; depois, Abda, filho de Samua, filho de Galal, filho de Jedutum. 18. Todos os levitas na santa cidade foram duzentos e oitenta e quatro. 19. E os porteiros: Acube, Talmom, com seus irmãos, os guardas das portas, cento e setenta e dois. 20. E o resto de Israel, dos sacerdotes e levitas, esteve em todas as cidades de Judá, cada um na sua herdade. 21. E os netineus habitaram em Ofel; e Zia e Gispa presidiam sobre os netineus. 22. E o superintendente dos levitas em Jerusalém foi Uzi, filho de Bani, filho de Hasabias, filho de Matanias, filho de Mica, dos filhos de Asafe, os cantores, ao serviço da Casa de Deus. 23. Porque havia um mandado do rei acerca deles, a saber, uma certa porção para os cantores, cada qual no seu dia. 24. E Petaías, filho de Mesezabel, dos filhos de Zerá, filho de Judá, estava à mão do rei, em todos os negócios do povo. 25. E, quanto às aldeias, com as suas terras, alguns dos filhos de Judá habitaram em Quiriate-Arba e nos lugares da sua jurisdição; e em Dibom e nos lugares da sua jurisdição; e em Jecabzeel e nas suas aldeias, 26. e em Jesua, e em Molada, e em Bete-Palete, 27. e em Hasar-Sual, e em Berseba, e nos lugares da sua jurisdição; 28. e em Ziclague, e em Mecona, e nos lugares da sua jurisdição; 29. e em En-Rimom, e em Zorá, e em Jarmute; 30. em Zanoa, Adulão e nas suas aldeias; em Laquis e nas suas terras; em Azeca e nos lugares da sua jurisdição. E acamparam-se desde Berseba até ao vale de Hinom. 31. E os filhos de Benjamim, de Geba, habitaram em Micmás, e Aia, e Betel, e nos lugares da sua jurisdição; 32. e em Anatote, em Nobe, em Ananias, 33. em Hazor, em Ramá, em Gitaim, 34. em Hadide, em Zeboim, em Nebalate, 35. em Lode e em Ono, no vale dos Artífices. 36. E alguns dos levitas habitaram nos repartimentos de Judá e de Benjamim. Neemias 12 1. Estes são os sacerdotes e levitas que subiram com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com Jesua: Seraías, Jeremias, Esdras, 2. Amarias, Maluque, Hatus, 3. Secanias, Reum, Meremote, 4. Ido, Ginetoi, Abias, 5. Miamim, Maadias, Bilga, 6. Semaías, Joiaribe, Jedaías, 7. Salu, Amoque, Hilquias e Jedaías; estes foram os chefes dos sacerdotes e de seus irmãos, nos dias de Jesua. 8. E foram os levitas: Jesua, Binui, Cadmiel, Serebias, Judá e Matanias; este e seus irmãos presidiam sobre os louvores. 9. E Baquebuquias e Uni, seus irmãos, estavam defronte dele nas guardas. 10. E Jesua gerou a Joiaquim, e Joiaquim gerou a Eliasibe, e Eliasibe gerou a Joiada, 11. e Joiada gerou a Jônatas, e Jônatas gerou a Jadua. 12. E, nos dias de Joiaquim, foram sacerdotes, chefes das casas dos pais: de Seraías, Meraías; de Jeremias, Hananias; 13. de Esdras, Mesulão; de Amarias, Joanã; 14. de Maluqui, Jônatas; de Sebanias, José; 15. de Harim, Adna; de Meraiote, Helcai; 16. de Ido, Zacarias; de Ginetom, Mesulão; 17. de Abias, Zicri; de Miniamim e de Moadias, Piltai; 18. de Bilga, Samua; de Semaías, Jônatas; 19. e de Joiaribe, Matenai; de Jedaías, Uzi; 20. de Salai, Calai; de Amoque, Héber; 21. de Hilquias, Hasabias; de Jedaías, Netanel. 22. Dos levitas foram, nos dias de Eliasibe, inscritos como chefes das casas dos pais, Joiada, e Jonã, e Jadua, como também os sacerdotes, até ao reinado de Dario, o persa. 23. Os filhos de Levi foram inscritos como chefes das casas dos pais no livro das crônicas, até aos dias de Joanã, filho de Eliasibe. 24. Foram, pois, os chefes dos levitas: Hasabias, Serebias e Jesua, filho de Cadmiel; e seus irmãos estavam defronte deles para louvarem e darem graças, segundo o mandado de Davi, homem de Deus, guarda contra guarda. 25. Matanias, Baquebuquias, Obadias, Mesulão, Talmom e Acube eram porteiros que faziam a guarda às tesourarias das portas. 26. Estes foram nos dias de Joiaquim, filho de Jesua, filho de Jozadaque, como também nos dias de Neemias, o governador, e do sacerdote Esdras, o escriba. 27. E, na dedicação dos muros de Jerusalém, buscaram os levitas de todos os seus lugares, para os trazerem, a fim de fazerem a dedicação com alegria, louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas. 28. E se ajuntaram os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias de Netofa, 29. como também da casa de Gilgal e dos campos de Gibeá e Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém. 30. E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro. 31. Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e ordenei dois grandes coros e procissões, sendo um à mão direita sobre o muro da banda da Porta do Monturo. 32. E, após eles, ia Hosaías, e a metade dos príncipes de Judá, 33. e Azarias, Esdras, Mesulão, 34. Judá, Benjamim, Semaías e Jeremias; 35. e dos filhos dos sacerdotes, com trombetas: Zacarias, filho de Jônatas, filho de Semaías, filho de Matanias, filho de Micaías, filho de Zacur, filho de Asafe, 36. e seus irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e Hanani, com os instrumentos músicos de Davi, homem de Deus; e Esdras, o escriba, ia adiante deles. 37. Indo assim para a Porta da Fonte e defronte deles, subiram as escadas da Cidade de Davi pela subida do muro, desde cima da casa de Davi até à Porta das Águas, da banda do oriente. 38. E o segundo coro ia em frente, e eu, após ele; e a metade do povo ia sobre o muro, desde a Torre dos Fornos até à Muralha Larga; 39. e desde a Porta de Efraim, e desde a Porta Velha, e desde a Porta do Peixe e a Torre de Hananel e a Torre de Meá até à Porta do Gado; e pararam à Porta da Prisão. 40. Então, ambos os coros pararam na Casa de Deus, como também eu e a metade dos magistrados comigo. 41. E os sacerdotes Eliaquim, Maaséias, Miniamim, Micaías, Elioenai, Zacarias e Hananias iam com trombetas, 42. como também Maaséias, e Semaías, e Eleazar, e Uzi, e Joanã, e Malquias, e Elão, e Ezer; e faziam-se ouvir os cantores, juntamente com Jezraías, o superintendente. 43. E sacrificaram, no mesmo dia, grandes sacrifícios e se alegraram, porque Deus os alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe. 44. Também, no mesmo dia, se nomearam homens sobre as câmaras, para os tesouros, para as ofertas alçadas, para as primícias e para os dízimos, para ajuntarem nelas, das terras das cidades, as porções designadas pela Lei para os sacerdotes e para os levitas; porque Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali. 45. E faziam a guarda do seu Deus e a guarda da purificação; como também os cantores e porteiros, conforme o mandado de Davi e de seu filho Salomão. 46. Porque, já nos dias de Davi e de Asafe, desde a antiguidade, havia chefes dos cantores, e cânticos de louvores, e ação de graças a Deus. 47. Pelo que todo o Israel, já nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava as porções dos cantores e dos porteiros, a cada um no seu dia; e santificavam as porções para os levitas, e os levitas santificavam para os filhos de Arão. Neemias 13 1. Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, 2. porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda que o nosso Deus converteu a maldição em bênção. 3. Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura. 4. Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias; 5. e fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes. 6. Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei. 7. E vim a Jerusalém e compreendi o mal que Eliasibe fizera para beneficiar a Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da Casa de Deus, 8. o que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara. 9. E, ordenando-o eu, purificaram as câmaras; e tornei a trazer ali os utensílios da Casa de Deus, com as ofertas de manjares e o incenso. 10. Também entendi que o quinhão dos levitas se lhes não dava, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra. 11. Então, contendi com os magistrados e disse: Por que se desamparou a Casa de Deus? Porém eu os ajuntei e os restaurei no seu posto. 12. Então, todo o Judá trouxe os dízimos do grão, e do mosto, e do azeite aos celeiros. 13. E por tesoureiros pus sobre os celeiros a Selemias, o sacerdote, e a Zadoque, o escrivão, e a Pedaías, dentre os levitas; e com eles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias; porque se tinham achado fiéis, e se lhes encarregou a eles a distribuição para seus irmãos. 14. (Por isto, Deus meu, lembra-te de mim e não risques as beneficências que eu fiz à Casa de meu Deus e às suas guardas.) 15. Naqueles dias, vi em Judá os que pisavam lagares ao sábado e traziam feixes que carregavam sobre os jumentos; como também vinho, uvas e figos e toda casta de cargas, que traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles no dia em que vendiam mantimentos. 16. Também tírios habitavam dentro e traziam peixe e toda mercadoria, que no sábado vendiam aos filhos de Judá e em Jerusalém. 17. E contendi com os nobres de Judá e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado? 18. Porventura, não fizeram vossos pais assim, e nosso Deus não trouxe todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda mais acrescentais o ardor de sua ira sobre Israel, profanando o sábado. 19. Sucedeu, pois, que, dando as portas de Jerusalém já sombra antes do sábado, ordenando-o eu, as portas se fecharam; e mandei que não as abrissem até passado o sábado; e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado. 20. Então, os negociantes e os vendedores de toda mercadoria passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes. 21. Protestei, pois, contra eles e lhes disse: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão sobre vós. Daquele tempo em diante, não vieram no sábado. 22. Também disse aos levitas que se purificassem e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. (Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim; e perdoa-me segundo a abundância da tua benignidade.) 23. Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. 24. E seus filhos falavam meio asdodita e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de cada povo. 25. E contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vós mesmos. 26. Porventura, não pecou nisso Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E, contudo, as mulheres estranhas o fizeram pecar. 27. E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso Deus, casando com mulheres estranhas? 28. Também um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe, o sumo sacerdote, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim. 29. Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio, como também o concerto do sacerdócio e dos levitas. 30. Assim, os alimpei de todos os estranhos e designei os cargos dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra, 31. como também para as ofertas da lenha em tempos determinados e para as primícias. Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem. Ester 1 1. E sucedeu, nos dias de Assuero (este é aquele Assuero que reinou, desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias); 2. naqueles dias, assentando-se o rei Assuero sobre o trono do seu reino, que está na fortaleza de Susã, 3. no terceiro ano de seu reinado, fez um convite a todos os seus príncipes e seus servos (o poder da Pérsia e Média e os maiores senhores das províncias estavam perante ele), 4. para mostrar as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber, cento e oitenta dias. 5. E, acabados aqueles dias, fez o rei um convite a todo o povo que se achou na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real. 6. As tapeçarias eram de pano branco, verde e azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de pedras preciosas. 7. E dava-se de beber em vasos de ouro, e os vasos eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo o estado do rei. 8. E o beber era, por lei, feito sem que ninguém forçasse a outro; porque assim o tinha ordenado o rei expressamente a todos os grandes da sua casa que fizessem conforme a vontade de cada um. 9. Também a rainha Vasti fez um banquete para as mulheres da casa real do rei Assuero. 10. E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero, 11. que introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista. 12. Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do rei, pela mão dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira. 13. Então, perguntou o rei aos sábios que entendiam dos tempos (porque assim se tratavam os negócios do rei na presença de todos os que sabiam a lei e o direito; 14. e os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, Memucã, os sete príncipes dos persas e dos medos, que viam a face do rei e se assentavam os primeiros no reino) 15. o que, segundo a lei, se devia fazer da rainha Vasti, por não haver cumprido o mandado do rei Assuero, pela mão dos eunucos. 16. Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente pecou contra o rei a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero. 17. Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos, quando se disser: Mandou o rei Assuero que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não veio. 18. E, neste mesmo dia, as princesas da Pérsia e da Média dirão o mesmo a todos os príncipes do rei, ouvindo o feito da rainha; e, assim, haverá assaz desprezo e indignação. 19. Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, e não se revogue que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e o rei dê o reino dela à sua companheira que seja melhor do que ela. 20. E, ouvindo-se o mandado que o rei decretar em todo o seu reino (porque é grande), todas as mulheres darão honra a seus maridos, desde a maior até à menor. 21. E pareceram bem essas palavras aos olhos do rei e dos príncipes; e fez o rei conforme a palavra de Memucã. 22. Então, enviou cartas a todas as províncias do rei, a cada província segundo a sua escritura e a cada povo segundo a sua língua: Que cada homem fosse senhor em sua casa; e que isso se publicasse em todos os povos conforme a língua de cada um. Ester 2 1. Passadas essas coisas, e apaziguado já o furor do rei Assuero, lembrou-se de Vasti, e do que fizera, e do que se tinha decretado a seu respeito. 2. Então, disseram os jovens do rei que lhe serviam: Busquem-se para o rei moças virgens, formosas à vista. 3. E ponha o rei comissários em todas as províncias do seu reino, que reúnam todas as moças virgens, formosas à vista, na fortaleza de Susã, na casa das mulheres, debaixo da mão de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os seus enfeites. 4. E a moça que parecer bem aos olhos do rei reine em lugar de Vasti. E isso pareceu bem aos olhos do rei, e assim fez. 5. Havia, então, um homem judeu na fortaleza de Susã, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, homem benjamita, 6. que fora transportado de Jerusalém com os cativos que foram levados com Jeconias, rei de Judá, ao qual transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia. 7. Este criara a Hadassa (que é Ester, filha do seu tio), porque não tinha pai nem mãe; e era moça bela de aparência e formosa à vista; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha. 8. Sucedeu, pois, que, divulgando-se o mandado do rei e a sua lei e ajuntando-se muitas moças na fortaleza de Susã, debaixo da mão de Hegai, também levaram Ester à casa do rei, debaixo da mão de Hegai, guarda das mulheres. 9. E a moça pareceu formosa aos seus olhos e alcançou graça perante ele; pelo que se apressou a dar-lhe os seus enfeites e os seus alimentos, como também em lhe dar sete moças de respeito da casa do rei; e a fez passar com as suas moças ao melhor lugar da casa das mulheres. 10. Ester, porém, não declarou o seu povo e a sua parentela; porque Mardoqueu lhe tinha ordenado que o não declarasse. 11. E passeava Mardoqueu cada dia diante do pátio da casa das mulheres, para se informar de como Ester passava e do que lhe sucederia. 12. E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com as coisas para a purificação das mulheres), 13. desta maneira, pois, entrava a moça ao rei; tudo quanto ela desejava se lhe dava, para ir da casa das mulheres à casa do rei; 14. à tarde, entrava e, pela manhã, tornava à segunda casa das mulheres, debaixo da mão de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse e fosse chamada por nome. 15. Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam. 16. Assim, foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado. 17. E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti. 18. Então, o rei fez um grande convite a todos os seus príncipes e aos seus servos para a festa de Ester; e deu repouso às províncias e fez presentes segundo o estado do rei. 19. E, reunindo-se segunda vez as virgens, Mardoqueu estava assentado à porta do rei. 20. Ester, porém, não declarava a sua parentela e o seu povo, como Mardoqueu lhe ordenara; porque Ester cumpria o mandado de Mardoqueu, como quando a criara. 21. Naqueles dias, assentando-se Mardoqueu à porta do rei, dois eunucos do rei, dos guardas da porta, Bigtã e Teres, grandemente se indignaram e procuraram pôr as mãos sobre o rei Assuero. 22. E veio isso ao conhecimento de Mardoqueu, e ele o fez saber à rainha Ester, e Ester o disse ao rei, em nome de Mardoqueu. 23. E inquiriu-se o negócio, e se descobriu; e ambos foram enforcados numa forca. Isso foi escrito no livro das crônicas perante o rei. Ester 3 1. Depois dessas coisas, o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou; e pôs o seu lugar acima de todos os príncipes que estavam com ele. 2. E todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava. 3. Então, os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei? 4. Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles isso, de dia em dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que era judeu. 5. Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor. 6. Porém, em seus olhos, teve em pouco o pôr as mãos só sobre Mardoqueu (porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir todos os judeus que havia em todo o reino de Assuero, ao povo de Mardoqueu. 7. No primeiro mês (que é o mês de nisã), no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante Hamã, de dia em dia e de mês em mês, até ao duodécimo mês, que é o mês de adar. 8. E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as leis do rei; pelo que não convém ao rei deixá-lo ficar. 9. Se bem parecer ao rei, escreva-se que os matem; e eu porei nas mãos dos que fizerem a obra dez mil talentos de prata, para que entrem nos tesouros do rei. 10. Então, tirou o rei o anel da sua mão e o deu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus. 11. E disse o rei a Hamã: Essa prata te é dada, como também esse povo, para fazeres dele o que bem parecer aos teus olhos. 12. Então, chamaram os escrivães do rei no primeiro mês, no dia treze do mesmo, e conforme tudo quanto Hamã mandou se escreveu aos príncipes do rei, e aos governadores que havia sobre cada província, e aos principais de cada povo; a cada província segundo a sua escritura e a cada povo segundo a sua língua; em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou. 13. E as cartas se enviaram pela mão dos correios a todas as províncias do rei, que destruíssem, matassem, e lançassem a perder a todos os judeus desde o moço até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês (que é mês de adar), e que saqueassem o seu despojo. 14. Uma cópia do escrito para que se proclamasse a lei em cada província foi enviada a todos os povos, para que estivessem preparados para aquele dia. 15. Os correios, pois, impelidos pela palavra do rei, saíram, e a lei se proclamou na fortaleza de Susã; e o rei e Hamã se assentaram a beber; porém a cidade de Susã estava confusa. Ester 4 1. Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou Mardoqueu as suas vestes, e vestiu-se de um pano de saco com cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande e amargo clamor; 2. e chegou até diante da porta do rei; porque ninguém vestido de pano de saco podia entrar pelas portas do rei. 3. E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegavam havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em pano de saco e em cinza. 4. Então, vieram as moças de Ester e os seus eunucos e fizeram-lhe saber, com o que a rainha muito se doeu; e mandou vestes para vestir a Mardoqueu e tirar-lhe o seu silício; porém ele não as aceitou. 5. Então, Ester chamou a Hataque ( um dos eunucos do rei, que este tinha posto na presença dela) e deu-lhe mandado para Mardoqueu, para saber que era aquilo e para quê. 6. E, saindo Hataque a Mardoqueu, à praça da cidade que estava diante da porta do rei, 7. Mardoqueu lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido, como também a oferta da prata que Hamã dissera que daria para os tesouros do rei pelos judeus, para os lançar a perder. 8. Também lhe deu a cópia da lei escrita que se publicara em Susã para os destruir, para a mostrar a Ester, e lha fazer saber, e para lhe ordenar que fosse ter com o rei, e lhe pedisse, e suplicasse na sua presença pelo seu povo. 9. Veio, pois, Hataque e fez saber a Ester as palavras de Mardoqueu. 10. Então, disse Ester a Hataque e mandou-lhe dizer a Mardoqueu: 11. Todos os servos do rei e o povo das províncias do rei bem sabem que para todo homem ou mulher que entrar ao rei, no pátio interior, sem ser chamado, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva; e eu, nestes trinta dias, não sou chamada para entrar ao rei. 12. E fizeram saber a Mardoqueu as palavras de Ester. 13. Então, disse Mardoqueu que tornassem a dizer a Ester: Não imagines, em teu ânimo, que escaparás na casa do rei, mais do que todos os outros judeus. 14. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? 15. Então, disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu: 16. Vai, e ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço. 17. Então, Mardoqueu foi e fez conforme tudo quanto Ester lhe ordenou. Ester 5 1. Sucedeu, pois, que, ao terceiro dia, Ester se vestiu de suas vestes reais e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte do aposento do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono real, na casa real, defronte da porta do aposento. 2. E sucedeu que, vendo o rei a rainha Ester, que estava no pátio, ela alcançou graça aos seus olhos; e o rei apontou para Ester com o cetro de ouro, que tinha na sua mão, e Ester chegou e tocou a ponta do cetro. 3. Então, o rei lhe disse: Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará. 4. E disse Ester: Se bem parecer ao rei, venha o rei e Hamã hoje ao banquete que tenho preparado para o rei. 5. Então, disse o rei: Fazei apressar a Hamã, que cumpra o mandado de Ester. Vindo, pois, o rei e Hamã ao banquete, que Ester tinha preparado, 6. disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? E se te dará. E qual é o teu requerimento? E se fará, ainda até metade do reino. 7. Então, respondeu Ester e disse: Minha petição e requerimento é: 8. se achei graça aos olhos do rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a minha petição e outorgar-me o meu requerimento, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme o mandado do rei. 9. Então, saiu Hamã, naquele dia, alegre e de bom ânimo; porém, vendo Hamã a Mardoqueu à porta do rei e que não se levantara nem se movera diante dele, então, Hamã se encheu de furor contra Mardoqueu. 10. Hamã, porém, se refreou e veio à sua casa; e enviou e mandou vir os seus amigos e a Zeres, sua mulher. 11. E contou-lhes Hamã a glória das suas riquezas, e a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido, e aquilo em que o tinha exaltado sobre os príncipes e servos do rei. 12. Disse mais Hamã: Tampouco a rainha Ester a ninguém fez vir com o rei ao banquete que tinha preparado, senão a mim; e também para amanhã estou convidado por ela juntamente com o rei. 13. Porém tudo isso não me satisfaz, enquanto vir o judeu Mardoqueu assentado à porta do rei. 14. Então, lhe disse Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca de cinqüenta côvados de altura, e amanhã dize ao rei que enforquem nela Mardoqueu e, então, entra alegre com o rei ao banquete. E esse conselho bem pareceu a Hamã, e mandou fazer a forca. Ester 6 1. Naquela mesma noite, fugiu o sono do rei; então, mandou trazer o livro das memórias das crônicas, e se leram diante do rei. 2. E achou-se escrito que Mardoqueu tinha dado notícia de Bigtã e de Teres, dois eunucos do rei, dos da guarda da porta, de que procuraram pôr as mãos sobre o rei Assuero. 3. Então, disse o rei: Que honra e galardão se deu por isso a Mardoqueu? E os jovens do rei, seus servos, disseram: Coisa nenhuma se lhe fez. 4. Então, disse o rei: Quem está no pátio? E Hamã tinha entrado no pátio exterior do rei, para dizer ao rei que enforcassem a Mardoqueu na forca que lhe tinha preparado. 5. E os jovens do rei lhe disseram: Eis que Hamã está no pátio. E disse o rei que entrasse. 6. E, entrando Hamã, o rei lhe disse: Que se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada? Então, Hamã disse no seu coração: De quem se agradará o rei para lhe fazer honra mais do que a mim? 7. Pelo que disse Hamã ao rei: Quanto ao homem de cuja honra o rei se agrada, 8. traga a veste real de que o rei se costuma vestir, monte também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça; 9. e entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes do rei, dos maiores senhores, e vistam dele aquele homem de cuja honra se agrada; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada! 10. Então, disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma a veste e o cavalo, como disseste, e faze assim para com o judeu Mardoqueu, que está assentado à porta do rei; e coisa nenhuma deixes cair de tudo quanto disseste. 11. E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada! 12. Depois disso, Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã se retirou correndo a sua casa, angustiado e coberta a cabeça. 13. E contou Hamã a Zeres, sua mulher, e a todos os seus amigos tudo quanto lhe tinha sucedido. Então, os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueu, diante de quem já começaste a cair, é da semente dos judeus, não prevalecerás contra ele; antes, certamente cairás perante ele. 14. Estando eles ainda falando com ele, chegaram os eunucos do rei e se apressaram a levar Hamã ao banquete que Ester preparara. Ester 7 1. Vindo, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester, 2. disse também o rei a Ester, no segundo dia, no banquete do vinho: Qual é a tua petição, rainha Ester? E se te dará. E qual é o teu requerimento? Até metade do reino se fará. 3. Então, respondeu a rainha Ester e disse: Se, ó rei, achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei, dê-se-me a minha vida como minha petição e o meu povo como meu requerimento. 4. Porque estamos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e lançarem a perder; se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia, ainda que o opressor não recompensaria a perda do rei. 5. Então, falou o rei Assuero e disse à rainha Ester: Quem é esse? E onde está esse cujo coração o instigou a fazer assim? 6. E disse Ester: O homem, o opressor e o inimigo é este mau Hamã. Então, Hamã se perturbou perante o rei e a rainha. 7. E o rei, no seu furor, se levantou do banquete do vinho para o jardim do palácio; e Hamã se pôs em pé, para rogar à rainha Ester pela sua vida; porque viu que já o mal lhe era determinado pelo rei. 8. Tornando, pois, o rei do jardim do palácio à casa do banquete do vinho, Hamã tinha caído prostrado sobre o leito em que estava Ester. Então, disse o rei: Porventura, quereria ele também forçar a rainha perante mim nesta casa? Saindo essa palavra da boca do rei, cobriram a Hamã o rosto. 9. Então, disse Harbona, um dos eunucos que serviam diante do rei: Eis que também a forca de cinqüenta côvados de altura que Hamã fizera para Mardoqueu, que falara para bem do rei, está junto à casa de Hamã. Então, disse o rei: Enforcai-o nela. 10. Enforcaram, pois, a Hamã na forca que ele tinha preparado para Mardoqueu. Então, o furor do rei se aplacou. Ester 8 1. Naquele mesmo dia, deu o rei Assuero à rainha Ester a casa de Hamã, inimigo dos judeus; e Mardoqueu veio perante o rei, porque Ester tinha declarado o que lhe era. 2. E tirou o rei o seu anel, que tinha tomado a Hamã, e o deu a Mardoqueu. E Ester pôs a Mardoqueu sobre a casa de Hamã. 3. Falou mais Ester perante o rei e se lhe lançou aos pés; e chorou e lhe suplicou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e o seu intento que tinha intentado contra os judeus. 4. E estendeu o rei para Ester o cetro de ouro. Então, Ester se levantou, e se pôs em pé perante o rei, 5. e disse: Se bem parecer ao rei, e se eu achei graça perante ele, e se este negócio é reto diante do rei, e se eu lhe agrado aos seus olhos, escreva-se que se revoguem as cartas e o intento de Hamã, filho de Hamedata, o agagita, as quais ele escreveu para lançar a perder os judeus que há em todas as províncias do rei. 6. Por que como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a perdição da minha geração? 7. Então, disse o rei Assuero à rainha Ester e ao judeu Mardoqueu: Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele enforcaram numa forca, porquanto quisera pôr as mãos sobre os judeus. 8. Escrevei, pois, aos judeus, como parecer bem aos vossos olhos e em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque a escritura que se escreve em nome do rei e se sela com o anel do rei não é para revogar. 9. Então, foram chamados os escrivães do rei, naquele mesmo tempo e no mês terceiro (que é o mês de sivã), aos vinte e três do mesmo, e se escreveu conforme tudo quanto ordenou Mardoqueu aos judeus, como também aos sátrapas, e aos governadores, e aos maiorais das províncias que se estendem da Índia até à Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada província segundo a sua escritura e a cada povo conforme a sua língua; como também aos judeus segundo a sua escritura e conforme a sua língua. 10. E se escreveu em nome do rei Assuero, e se selou com o anel do rei; e se enviaram as cartas pela mão de correios a cavalo e que cavalgavam sobre ginetes, que eram das cavalariças do rei. 11. Nelas, o rei concedia aos judeus que havia em cada cidade que se reunissem, e se dispusessem para defenderem as suas vidas, e para destruírem, e matarem, e assolarem a todas as forças do povo e província que com eles apertassem, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus despojos, 12. num mesmo dia, em todas as províncias do rei Assuero, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar. 13. E uma cópia da carta, que uma ordem se anunciaria em todas as províncias, foi enviada a todos os povos, para que os judeus estivessem preparados para aquele dia, para se vingarem dos seus inimigos. 14. Os correios, sobre ginetes das cavalariças do rei, apressuradamente saíram, impelidos pela palavra do rei; e foi publicada esta ordem na fortaleza de Susã. 15. Então, Mardoqueu saiu da presença do rei com uma veste real azul celeste e branca, como também com uma grande coroa de ouro e com uma capa de linho fino e púrpura, e a cidade de Susã exultou e se alegrou. 16. E para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, e honra. 17. Também em toda província e em toda cidade aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e gozo, banquetes e dias de folguedo; e muitos, entre os povos da terra, se fizeram judeus; porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles. Ester 9 1. E, no mês duodécimo, que é o mês de adar, no dia treze do mesmo mês em que chegou a palavra do rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus esperavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, porque os judeus foram os que se assenhorearam dos seus aborrecedores. 2. Porque os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, se ajuntaram para pôr as mãos sobre aqueles que procuravam o seu mal; e nenhum podia resistir-lhes, porque o seu terror caiu sobre todos aqueles povos. 3. E todos os maiorais das províncias, e os sátrapas, e os governadores, e os que faziam a obra do rei auxiliavam os judeus, porque tinha caído sobre eles o temor de Mardoqueu. 4. Porque Mardoqueu era grande na casa do rei, e a sua fama saía por todas as províncias; porque o homem Mardoqueu se ia engrandecendo. 5. Feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos, a golpes de espada e com matança e com destruição; e fizeram dos seus aborrecedores o que quiseram. 6. E, na fortaleza de Susã, mataram e destruíram os judeus quinhentos homens; 7. como também a Parsandata, e a Dalfom, e a Aspata, 8. e a Porata, e a Adalia, e a Aridata, 9. e a Farmasta, e a Arisai, e a Aridai, e a Vaizata. 10. Os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, inimigo dos judeus, foram mortos; porém ao despojo não estenderam a sua mão. 11. No mesmo dia, veio perante o rei o número dos mortos na fortaleza de Susã. 12. E disse o rei à rainha Ester: Na fortaleza de Susã, mataram e destruíram os judeus quinhentos homens e os dez filhos de Hamã; nas mais províncias do rei, que fariam? Qual é, pois, a tua petição? E dar-se-te-á. Ou qual é ainda o teu requerimento? E far-se-á. 13. Então, disse Ester: Se bem parecer ao rei, conceda-se também, amanhã, aos judeus que se acham em Susã que façam conforme o mandado de hoje; e enforquem os dez filhos de Hamã numa forca. 14. Então, disse o rei que assim se fizesse; e publicou-se um edito em Susã, e enforcaram os dez filhos de Hamã. 15. E reuniram-se os judeus que se achavam em Susã também no dia catorze do mês de adar e mataram em Susã a trezentos homens; porém ao despojo não estenderam a sua mão. 16. Também os demais judeus que se achavam nas províncias do rei se reuniram para se porem em defesa da sua vida e tiveram repouso dos seus inimigos; e mataram dos seus aborrecedores setenta e cinco mil; porém ao despojo não estenderam a sua mão. 17. Sucedeu isso no dia treze do mês de adar; e repousaram no dia catorze do mesmo e fizeram daquele dia dia de banquetes e de alegria. 18. Também os judeus que se achavam em Susã se ajuntaram nos dias treze e catorze do mesmo; e repousaram no dia quinze do mesmo e fizeram daquele dia dia de banquetes e de alegria. 19. E também os judeus das aldeias que habitavam nas vilas fizeram do dia catorze do mês de adar dia de alegria e de banquetes e dia de folguedo e de mandarem presentes uns aos outros. 20. E Mardoqueu escreveu essas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, 21. ordenando-lhes que guardassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos, 22. como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria e de luto em dia de folguedo; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres. 23. E se encarregaram os judeus de fazerem o que já tinham começado, como também o que Mardoqueu lhes tinha escrito. 24. Porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os judeus; e tinha lançado Pur, isto é, a sorte para os assolar e destruir. 25. Mas, vindo isso perante o rei, mandou ele por cartas que o seu mau intento, que intentara contra os judeus, se tornasse sobre a sua cabeça; pelo que o enforcaram a ele e a seus filhos numa forca. 26. Por isso, àqueles dias chamam Purim, do nome Pur; pelo que também, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que viram sobre isso, e do que lhes tinha sucedido, 27. confirmaram os judeus e tomaram sobre si, e sobre a sua semente, e sobre todos os que se achegassem a eles que não se deixaria de guardar esses dois dias conforme o que se escrevera deles e segundo o seu tempo determinado, todos os anos; 28. e que estes dias seriam lembrados e guardados geração após geração, família, província e cidade, e que estes dias de Purim se celebrariam entre os judeus, e que a memória deles nunca teria fim entre os de sua semente. 29. Depois disso, escreveu a rainha Ester, filha de Abiail, e Mardoqueu, o judeu, com toda a força, para confirmarem segunda vez esta carta de Purim. 30. E mandaram cartas a todos os judeus, às cento e vinte e sete províncias do reino de Assuero, com palavras de paz e fidelidade, 31. para confirmarem estes dias de Purim nos seus tempos determinados, como Mardoqueu, o judeu, e a rainha Ester lhes tinham estabelecido e como eles mesmos já o tinham estabelecido sobre si e sobre a sua semente, acerca do jejum e do seu clamor. 32. E o mandado de Ester estabeleceu o que respeitava ao Purim; e escreveu-se num livro. Ester 10 1. Depois disto, pôs o rei Assuero tributo sobre a terra e sobre as ilhas do mar. 2. E todas as obras do seu poder e do seu valor e a declaração da grandeza de Mardoqueu, a quem o rei engrandeceu, porventura, não estão escritas no livro das crônicas dos reis da Média e da Pérsia? 3. Porque o judeu Mardoqueu foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus, e agradável para com a multidão de seus irmãos, procurando o bem do seu povo e trabalhando pela prosperidade de toda a sua nação. Jó 1 1. Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal. 2. E nasceram-lhe sete filhos e três filhas. 3. E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente. 4. E iam seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no seu dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. 5. Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente. 6. E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. 7. Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela. 8. E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal. 9. Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura, teme Jó a Deus debalde? 10. Porventura, não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentado na terra. 11. Mas estende a tua mão, e toca- lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face! 12. E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR. 13. E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito, 14. que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles; 15. e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova. 16. Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova. 17. Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova. 18. Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, 19. eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova. 20. Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, 21. e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR. 22. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Jó 2 1. E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o SENHOR. 2. Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E respondeu Satanás ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela. 3. E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus, desviando-se do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa. 4. Então, Satanás respondeu ao SENHOR e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. 5. Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face! 6. E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua vida. 7. Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. 8. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza. 9. Então, sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre. 10. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. 11. Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e concertaram juntamente virem condoer-se dele e consolá-lo. 12. E, levantando de longe os olhos e não o conhecendo, levantaram a voz e choraram; e rasgando cada um o seu manto, sobre a cabeça lançaram pó ao ar. 13. E se assentaram juntamente com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande. Jó 3 1. Depois disto, abriu Jó a boca e amaldiçoou o seu dia. 2. E Jó, falando, disse: 3. Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! 4. Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz! 5. Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; negros vapores do dia o espantem! 6. A escuridão tome aquela noite, e não se goze entre os dias do ano, e não entre no número dos meses! 7. Ah! Que solitária seja aquela noite e suave música não entre nela! 8. Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para fazer correr o seu pranto. 9. Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e não veja as pestanas dos olhos da alva! 10. Porquanto não fechou as portas do ventre, nem escondeu dos meus olhos a canseira. 11. Por que não morri eu desde a madre e, em saindo do ventre, não expirei? 12. Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos, para que mamasse? 13. Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e, então, haveria repouso para mim, 14. com os reis e conselheiros da terra que para si edificavam casas nos lugares assolados, 15. ou com os príncipes que tinham ouro, que enchiam as suas casas de prata; 16. ou, como aborto oculto, não existiria; como as crianças que nunca viram a luz. 17. Ali, os maus cessam de perturbar; e, ali, repousam os cansados. 18. Ali, os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do exator. 19. Ali, está o pequeno e o grande, e o servo fica livre de seu senhor. 20. Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo, 21. que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos; 22. que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura? 23. Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu? 24. Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água. 25. Por que o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu? 26. Nunca estive descansado, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação. Jó 4 1. Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse: 2. Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderá conter as palavras? 3. Eis que ensinaste a muitos e esforçaste as mãos fracas. 4. As tuas palavras levantaram os que tropeçavam, e os joelhos desfalecentes fortificaste. 5. Mas agora a ti te vem, e te enfadas; e, tocando-te a ti, te perturbas. 6. Porventura, não era o teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança, a sinceridade dos teus caminhos? 7. Lembra-te, agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? 8. Segundo eu tenho visto, os que lavram iniqüidade e semeiam o mal segam isso mesmo. 9. Com o hálito de Deus perecem; e com o assopro da sua ira se consomem. 10. O bramido do leão, e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebrantam. 11. Perece o leão velho, porque não há presa, e os filhos da leoa andam dispersos. 12. Uma palavra se me disse em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. 13. Entre pensamentos de visões da noite, quando cai sobre os homens o sono profundo, 14. sobreveio-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram. 15. Então, um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos da minha carne; 16. parou ele, mas não conheci a sua feição; um vulto estava diante dos meus olhos; e, calando-me, ouvi uma voz que dizia: 17. Seria, porventura, o homem mais justo do que Deus? Seria, porventura, o varão mais puro do que o seu Criador? 18. Eis que nos seus servos não confia e nos seus anjos encontra loucura; 19. quanto mais naqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são machucados como a traça! 20. Desde de manhã até à tarde são despedaçados; e eternamente perecem, sem que disso se faça caso. 21. Porventura, não passa com eles a sua excelência? Morrem, mas sem sabedoria. Jó 5 1. Chama agora; há alguém que te responda? E para qual dos santos te virarás? 2. Porque a ira destrói o louco; e o zelo mata o tolo. 3. Bem vi eu o louco lançar raízes; mas logo amaldiçoei a sua habitação. 4. Seus filhos estão longe da salvação; e são despedaçados às portas, e não há quem os livre. 5. A sua messe a devora o faminto, que até dentre os espinhos a tira; e o salteador traga a sua fazenda. 6. Porque do pó não procede a aflição, nem da terra brota o trabalho. 7. Mas o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar. 8. Mas quanto a mim eu buscaria a Deus, e a ele dirigiria a minha fala. 9. Ele faz coisas tão grandiosas, que se não podem esquadrinhar; e tantas maravilhas que se não podem contar. 10. Ele dá a chuva sobre a terra e envia água sobre os campos, 11. para pôr os abatidos num lugar alto; e para que os enlutados se exaltem na salvação. 12. Ele aniquila as imaginações dos astutos, para que as suas mãos não possam levar coisa alguma a efeito. 13. Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; e o conselho dos perversos se precipita. 14. Eles, de dia, encontram as trevas; e, ao meio-dia, andam como de noite, às apalpadelas. 15. Mas ao necessitado livra da espada da sua boca, e da mão do forte. 16. Assim, há esperança para o pobre; e a iniqüidade tapa a sua própria boca. 17. Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus castiga; não desprezes, pois, o castigo do Todo-poderoso. 18. Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam. 19. Em seis angústias, te livrará; e, na sétima, o mal te não tocará. 20. Na fome, te livrará da morte; e, na guerra, da violência da espada. 21. Do açoite da língua estarás abrigado; e não temerás a assolação, quando vier. 22. Da assolação e da fome te rirás; e os animais da terra não temerás. 23. Porque até com as pedras do campo terás a tua aliança; e os animais do campo estarão contigo. 24. E saberás que a tua tenda está em paz; e visitarás a tua habitação, e nada te faltará. 25. Também saberás que se multiplicará a tua semente, e a tua posteridade, como a erva da terra. 26. Na velhice virás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo. 27. Eis que isto já o havemos inquirido, e assim é; ouve-o e medita nisso para teu bem. Jó 6 1. Então, Jó respondeu e disse: 2. Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! 3. Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas. 4. Porque as flechas do Todo-poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim. 5. Porventura, zurrará o jumento montês junto à relva? Ou berrará o boi junto ao seu pasto? 6. Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo? 7. A minha alma recusa tocar em vossas palavras, pois são como a minha comida fastienta. 8. Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero! 9. E que Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e acabasse comigo! 10. Isto ainda seria a minha consolação e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não repulsei as palavras do Santo. 11. Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que prolongue a minha vida? 12. É, porventura, a minha força a força da pedra? Ou é de cobre a minha carne? 13. Está em mim a minha ajuda? Não me desamparou todo auxílio eficaz? 14. Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-poderoso. 15. Meus irmãos aleivosamente me trataram; são como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam, 16. que estão encobertos com a geada, e neles se esconde a neve. 17. No tempo em que se derretem com o calor, se desfazem; e, em se aquentando, desaparecem do seu lugar. 18. Desviam-se as caravanas dos seus caminhos; sobem ao vácuo e perecem. 19. Os caminhantes de Temá os vêem; os passageiros de Sabá olham para eles. 20. Foram envergonhados por terem confiado; e, chegando ali, se confundem. 21. Agora, sois semelhantes a eles; vistes o terror e temestes. 22. Disse- vos eu: dai-me ou oferecei-me da vossa fazenda presentes? 23. Ou: livrai-me das mãos do opressor? Ou: redimi-me das mãos dos tiranos? 24. Ensinai-me, e eu me calarei; e dai-me a entender em que errei. 25. Oh! Quão fortes são as palavras da boa razão! Mas que é o que censura a vossa argüição? 26. Porventura, buscareis palavras para me repreenderdes, visto que as razões do desesperado são como vento? 27. Mas, antes, lançais sortes sobre o órfão e especulais com o vosso amigo. 28. Agora, pois, se sois servidos, olhai para mim; e vede se minto em vossa presença. 29. Voltai, pois, não haja iniqüidade; voltai, sim, que a minha causa é justa. 30. Há, porventura, iniqüidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar dar a entender as minhas misérias? Jó 7 1. Porventura, não tem o homem guerra sobre a terra? E não são os seus dias como os dias do jornaleiro? 2. Como o cervo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga, 3. assim me deram por herança meses de vaidade, e noites de trabalho me prepararam. 4. Deitando-me a dormir, então, digo: quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me voltar na cama até à alva. 5. A minha carne se tem vestido de bichos e de torrões de pó; a minha pele está gretada e se fez abominável. 6. Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão e perecem sem esperança. 7. Lembra-te de que a minha vida é como o vento; os meus olhos não tornarão a ver o bem. 8. Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais. 9. Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir. 10. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá. 11. Por isso, não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito; queixar-me-ei na amargura da minha alma. 12. Sou eu, porventura, o mar, ou a baleia, para que me ponhas uma guarda? 13. Dizendo eu: Consolar-me-á a minha cama, meu leito aliviará a minha ânsia! 14. Então, me espantas com sonhos e com visões me assombras; 15. pelo que a minha alma escolheria, antes, a estrangulação; e, antes, a morte do que estes meus ossos. 16. A minha vida abomino, pois não viverei para sempre; retira-te de mim, pois vaidade são os meus dias. 17. Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas sobre ele o teu coração, 18. e cada manhã o visites, e cada momento o proves? 19. Até quando me não deixarás, nem me largarás, até que engula a minha saliva? 20. Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado? 21. E por que me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Pois agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não estarei lá. Jó 8 1. Então, respondeu Bildade, o suíta, e disse: 2. Até quando falarás tais coisas, e as razões da tua boca serão qual vento impetuoso? 3. Porventura, perverteria Deus o direito, e perverteria o Todo-poderoso a justiça? 4. Se teus filhos pecaram contra ele, também ele os lançou na mão da sua transgressão. 5. Mas, se tu de madrugada buscares a Deus e ao Todo-poderoso pedires misericórdia, 6. se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti e restaurará a morada da tua justiça. 7. O teu princípio, na verdade, terá sido pequeno, mas o teu último estado crescerá em extremo. 8. Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas e prepara-te para a inquirição de seus pais. 9. Porque nós somos de ontem e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra. 10. Porventura, não te ensinarão eles, e não te falarão, e do seu coração não tirarão razões? 11. Porventura, sobe o junco sem lodo? Ou cresce a espadana sem água? 12. Estando ainda na sua verdura, e ainda não cortada, todavia, antes de qualquer outra erva, se seca. 13. Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; e a esperança do hipócrita perecerá. 14. A sua esperança fica frustrada, e a sua confiança será como a teia de aranha; 15. encostar-se-á à sua casa, e ela não se terá firme; ampará-la-á, e ela não ficará em pé; 16. está sumarento antes que venha o sol, e os seus renovos saem sobre o seu jardim; 17. as suas raízes se entrelaçam junto à fonte; para o pedregal atenta; 18. desaparecendo ele do seu lugar, negá-lo-á este, dizendo: Nunca te vi; 19. eis que este é alegria do seu caminho, e outros brotarão do pó. 20. Eis que Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores; 21. até que de riso te encha a boca, e os teus lábios, de louvor. 22. Teus aborrecedores se vestirão de confusão, e a tenda dos ímpios não existirá mais. Jó 9 1. Então, Jó respondeu e disse: 2. Na verdade sei que assim é; porque como se justificaria o homem para com Deus? 3. Se quiser contender com ele, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder. 4. Ele é sábio de coração, poderoso em forças; quem se endureceu contra ele e teve paz? 5. Ele é o que transporta as montanhas, sem que o sintam, e o que, no seu furor, as transtorna; 6. o que remove a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem; 7. o que fala ao sol, e ele não sai, e sela as estrelas; 8. o que sozinho estende os céus e anda sobre os altos do mar; 9. o que faz a Ursa, e o Órion, e o Sete-estrelo, e as recâmaras do sul. 10. O que faz coisas grandes, que se não podem esquadrinhar, e maravilhas tais que se não podem contar. 11. Eis que passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar perante mim, e não o sinto. 12. Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir? Quem lhe dirá: Que fazes? 13. Deus não revogará a sua ira; debaixo dele se encurvam os auxiliadores soberbos. 14. Quanto menos lhe poderei eu responder ou escolher diante dele as minhas palavras! 15. A ele, ainda que eu fosse justo, lhe não responderia; antes, ao meu juiz pediria misericórdia. 16. Ainda que chamasse, e ele me respondesse, nem por isso creria que desse ouvidos à minha voz. 17. Porque me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa. 18. Nem me permite respirar; antes, me farta de amarguras. 19. Quanto às forças, eis que ele é o forte; e, quanto ao juízo, quem me citará com ele? 20. Se eu me justificar, a minha boca me condenará; se reto me disser, então, me declarará perverso. 21. Ainda que perfeito, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida. 22. A coisa é esta; por isso, eu digo que ele consome ao reto e ao ímpio. 23. Matando o açoite de repente, então, se ri da prova dos inocentes. 24. A terra é entregue às mãos do ímpio; Deus cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo? 25. E os meus dias são mais velozes do que um corredor; fugiram e nunca viram o bem. 26. Passam como navios veleiros, como águia que se lança à comida. 27. Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, mudarei o meu rosto e tomarei alento; 28. receio todas as minhas dores, porque bem sei que me não terás por inocente. 29. E, sendo eu ímpio, por que trabalharei em vão? 30. Ainda que me lave com água de neve, e purifique as minhas mãos com sabão, 31. mesmo assim me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão. 32. Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo. 33. Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos. 34. Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror. 35. Então, falarei e não o temerei; porque, assim, não estou em mim. Jó 10 1. A minha alma tem tédio de minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. 2. Direi a Deus: não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo. 3. Parece-te bem que me oprimas, que rejeites o trabalho das tuas mãos e resplandeças sobre o conselho dos ímpios? 4. Tens tu, porventura, olhos de carne? Vês tu como vê o homem? 5. São os teus dias como os dias do homem? Ou são os teus anos como os anos de um homem, 6. para te informares da minha iniqüidade e averiguares o meu pecado? 7. Bem sabes tu que eu não sou ímpio; todavia, ninguém há que me livre da tua mão. 8. As tuas mãos me fizeram e me entreteceram; e, todavia, me consomes. 9. Peço-te que te lembres de que, como barro, me formaste, e de que ao pó me farás tornar. 10. Porventura, não me vazaste como leite e como queijo me não coalhaste? 11. De pele e carne me vestiste e de ossos e nervos me entreteceste. 12. Vida e beneficência me concedeste; e o teu cuidado guardou o meu espírito. 13. Mas estas coisas as ocultaste no teu coração; bem sei eu que isto esteve contigo. 14. Se eu pecar, tu me observas; e da minha iniqüidade não me escusarás. 15. Se for ímpio, ai de mim! E se for justo, não levantarei a cabeça; cheio estou de ignomínia e olho para a minha miséria. 16. Porque se me exalto, tu me caças como a um leão feroz, e de novo fazes maravilhas contra mim. 17. Tu renovas contra mim as tuas testemunhas e multiplicas contra mim a tua ira; reveses e combate estão comigo. 18. Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! Se, então, dera o espírito, e olhos nenhuns me vissem! 19. Então, fora como se nunca houvera sido; e desde o ventre seria levado à sepultura! 20. Porventura, não são poucos os meus dias? Cessa, pois, e deixa-me para que por um pouco eu tome alento; 21. antes que me vá, para nunca mais voltar, à terra da escuridão e da sombra da morte; 22. terra escuríssima, como a mesma escuridão, terra da sombra da morte e sem ordem alguma, e onde a luz é como a escuridão. Jó 11 1. Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse: 2. Porventura, não se dará resposta à multidão de palavras? E o homem falador será justificado? 3. Às tuas mentiras se hão de calar os homens? E zombarás tu sem que ninguém te envergonhe? 4. Pois tu disseste: A minha doutrina é pura; limpo sou aos teus olhos. 5. Mas, na verdade, prouvera Deus que ele falasse e abrisse os seus lábios contra ti, 6. e te fizesse saber os segredos da sabedoria, que é multíplice em eficácia; pelo que sabe que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade. 7. Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso? 8. Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o inferno; que poderás tu saber? 9. Mais comprida é a sua medida do que a terra; e mais larga do que o mar. 10. Se ele destruir, e encerrar, ou juntar, quem o impedirá? 11. Porque ele conhece os homens vãos e vê o vício; e não o terá em consideração? 12. Mas o homem vão é falto de entendimento; sim, o homem nasce como a cria do jumento montês. 13. Se tu preparaste o teu coração, estende as tuas mãos para ele; 14. se há iniqüidade na tua mão, lança-a para longe de ti e não deixes habitar a injustiça nas tuas tendas, 15. porque, então, o teu rosto levantarás sem mácula; e estarás firme e não temerás. 16. Porque te esquecerás dos trabalhos e te lembrarás deles como das águas que já passaram. 17. E a tua vida mais clara se levantará do que o meio-dia; ainda que haja trevas, será como a manhã. 18. E terás confiança, porque haverá esperança; olharás em volta e repousarás seguro. 19. E deitar-te-ás, e ninguém te espantará; muitos acariciarão o teu rosto. 20. Mas os olhos dos ímpios desfalecerão, e perecerá o seu refúgio; e a sua esperança será o expirar da alma. Jó 12 1. Então, Jó respondeu e disse: 2. Na verdade, que só vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria. 3. Também eu tenho um coração como vós e não vos sou inferior; e quem não sabe tais coisas como estas? 4. Eu sou irrisão para os meus amigos; eu, que invoco a Deus, e ele me responde; o justo e o reto servem de irrisão. 5. Tocha desprezível é, na opinião do que está descansado, aquele que está pronto a tropeçar com os pés. 6. As tendas dos assoladores têm descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; nas suas mãos Deus lhes põe tudo. 7. Mas, pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves dos céus, e elas to farão saber; 8. ou fala com a terra, e ela to ensinará; até os peixes do mar to contarão. 9. Quem não entende por todas estas coisas que a mão do SENHOR fez isto, 10. que está na sua mão a alma de tudo quanto vive, e o espírito de toda carne humana? 11. Porventura, o ouvido não provará as palavras, como o paladar prova as comidas? 12. Com os idosos está a sabedoria, e na abundância de dias, o entendimento. 13. Com ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento tem. 14. Eis que ele derriba, e não se reedificará; e a quem ele encerra não se abrirá. 15. Eis que ele retém as águas, e se secam; e as larga, e transtornam a terra. 16. Com ele está a força e a sabedoria; seu é o que erra e o que faz errar. 17. Aos conselheiros leva despojados e aos juízes faz desvairar. 18. Solta a atadura dos reis e ata o cinto aos seus lombos. 19. Aos príncipes leva despojados; aos poderosos transtorna. 20. Aos confiados tira a fala e toma o entendimento aos velhos. 21. Derrama desprezo sobre os príncipes e afrouxa o cinto dos fortes. 22. As profundezas das trevas manifesta e a sombra da morte traz à luz. 23. Multiplica os povos e os faz perecer; dispersa as nações e de novo as reconduz. 24. Tira o coração aos chefes dos povos da terra e os faz vaguear pelos desertos, sem caminho. 25. Nas trevas andam às apalpadelas, sem terem luz, e os faz desatinar como ébrios. Jó 13 1. Eis que tudo isto viram os meus olhos, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam. 2. Como vós o sabeis, o sei eu também; não vos sou inferior. 3. Mas eu falarei ao Todo-poderoso; e quero defender-me perante Deus. 4. Vós, porém, sois inventores de mentiras e vós todos, médicos que não valem nada. 5. Tomara que vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria! 6. Ouvi agora a minha defesa e escutai os argumentos dos meus lábios. 7. Porventura, por Deus falareis perversidade e por ele enunciareis mentiras? 8. Fareis aceitação da sua pessoa? Contendereis por Deus? 9. Ser-vos-ia bom, se ele vos esquadrinhasse? Ou zombareis dele, como se zomba de qualquer homem? 10. Certamente, vos repreenderá, se em oculto fizerdes distinção de pessoas. 11. Porventura, não vos espantará a sua alteza? E não cairá sobre vós o seu temor? 12. As vossas memórias são como a cinza; as vossas alturas, como alturas de lodo. 13. Calai-vos perante mim, e falarei eu; e venha sobre mim o que vier. 14. Por que razão tomaria eu a minha carne com os dentes e poria a minha vida na minha mão? 15. Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele. 16. Também isto será a minha salvação, porque o ímpio não virá perante ele. 17. Ouvi com atenção as minhas razões; e com os vossos ouvidos, a minha demonstração. 18. Eis que já tenho ordenado a minha causa e sei que serei achado justo. 19. Quem é o que contenderá comigo? Se eu agora me calasse, renderia o espírito. 20. Duas coisas somente faze comigo; então, me não esconderei do teu rosto: 21. Desvia a tua mão para longe de mim e não me espante o teu terror. 22. Chama, pois, e eu responderei; ou, eu falarei e tu, responde-me. 23. Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado. 24. Por que escondes o teu rosto e me tens por teu inimigo? 25. Porventura, quebrantarás a folha arrebatada pelo vento? E perseguirás o restolho seco? 26. Por que escreves contra mim coisas amargas e me fazes herdar as culpas da minha mocidade? 27. Também pões os meus pés em cepos, e observas todos os meus caminhos, e marcas os sinais dos meus pés, 28. apesar de eu ser como uma coisa podre que se consome e como a veste, a qual rói a traça. Jó 14 1. O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação. 2. Sai como a flor e se seca; foge também como a sombra e não permanece. 3. E sobre este tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar em juízo contigo. 4. (Quem do imundo tirará o puro? Ninguém!) 5. Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles. 6. Desvia-te dele, para que tenha repouso, até que, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia. 7. Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. 8. Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó, 9. ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como a planta. 10. Mas, morto o homem, é consumido; sim, rendendo o homem o espírito, então, onde está? 11. Como as águas se retiram do mar, e o rio se esgota e fica seco, 12. assim o homem se deita e não se levanta; até que não haja mais céus, não acordará, nem se erguerá de seu sono. 13. Tomara que me escondesses na sepultura, e me ocultasses até que a tua ira se desviasse, e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim! 14. Morrendo o homem, porventura, tornará a viver? Todos os dias de meu combate esperaria, até que viesse a minha mudança. 15. Chamar-me-ias, e eu te responderia; afeiçoa-te à obra de tuas mãos. 16. Mas agora contas os meus passos; não estás tu vigilante sobre o meu pecado? 17. A minha transgressão está selada num saco, e amontoas as minhas iniqüidades. 18. E, na verdade, caindo a montanha, desfaz-se; e a rocha se remove do seu lugar. 19. As águas gastam as pedras; as cheias afogam o pó da terra; e tu fazes perecer a esperança do homem. 20. Tu para sempre prevaleces contra ele, e ele passa; tu, mudando o seu rosto, o despedes. 21. Os seus filhos estão em honra, sem que ele o saiba; ou ficam minguados, sem que ele o perceba; 22. mas a sua carne, nele, tem dores; e a sua alma, nele, lamenta. Jó 15 1. Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse: 2. Porventura, dará o sábio, em resposta, ciência de vento? E encherá o seu ventre de vento oriental, 3. argüindo com palavras que de nada servem e com razões que de nada aproveitam? 4. E tu tens feito vão o temor e diminuis os rogos diante de Deus. 5. Porque a tua boca declara a tua iniqüidade; e tu escolheste a língua dos astutos. 6. A tua boca te condena, e não eu; e os teus lábios testificam contra ti. 7. És tu, porventura, o primeiro homem que foi nascido? Ou foste gerado antes dos outeiros? 8. Ou ouviste o secreto conselho de Deus e a ti somente limitaste a sabedoria? 9. Que sabes tu, que nós não saibamos? Que entendes, que não haja em nós? 10. Também há entre nós encanecidos e idosos, muito mais idosos do que teu pai. 11. Porventura, as consolações de Deus te são pequenas? Ou alguma coisa se oculta em ti? 12. Por que te arrebata o teu coração e por que piscas os teus olhos, 13. para virares contra Deus o teu espírito e deixares sair tais palavras da tua boca? 14. Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo? 15. Eis que nos seus santos não confiaria, e nem os céus são puros aos seus olhos. 16. Quanto mais abominável e corrupto é o homem, que bebe a iniqüidade como a água? 17. Escuta-me, e mostrar- to- ei; e o que vi te contarei; 18. o que os sábios anunciaram, e o que ouviram de seus pais, e não ocultaram 19. (aos quais somente se dera a terra, e nenhum estranho passou por entre eles): 20. Todos os dias o ímpio se dá pena a si mesmo, no curto número de anos que se reservam para o tirano. 21. O sonido dos horrores está nos seus ouvidos; até na paz lhe sobrevém o assolador. 22. Não crê que tornará das trevas, mas que o espera a espada. 23. Anda vagueando por pão, dizendo: Onde está? Bem sabe que o dia das trevas lhe está perto, à mão. 24. Assombram-no a angústia e a tribulação; prevalecem contra ele, como o rei preparado para a peleja. 25. Porque estendeu a sua mão contra Deus e contra o Todo-poderoso se embraveceu. 26. Arremete contra ele com dura cerviz e com os pontos grossos dos seus escudos. 27. Porquanto cobriu o rosto com a sua gordura e criou enxúndias nas ilhargas. 28. E habitou em cidades assoladas, em casas em que ninguém morava, que estavam a ponto de fazer-se montões de ruínas. 29. Não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda, nem se estenderão pela terra as suas possessões. 30. Não escapará das trevas; a chama do fogo secará os seus renovos e, ao assopro da boca de Deus, desaparecerá. 31. Não confie, pois, na vaidade enganando-se a si mesmo, porque a vaidade será a sua recompensa. 32. Antes do seu dia ela se consumará; e o seu ramo não reverdecerá. 33. Sacudirá as suas uvas verdes, como as da vide, e deixará cair a sua flor como a da oliveira. 34. Porque o ajuntamento dos hipócritas se fará estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno. 35. Concebem o trabalho e produzem a iniqüidade; e o seu ventre prepara enganos. Jó 16 1. Então, respondeu Jó e disse: 2. Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores molestos. 3. Porventura, não terão fim estas palavras de vento? Ou que te irrita, para assim responderes? 4. Falaria eu também como vós falais, se a vossa alma estivesse em lugar da minha alma? Ou amontoaria palavras contra vós e menearia contra vós a minha cabeça? 5. Antes, vos fortaleceria com a minha boca, e a consolação dos meus lábios abrandaria a vossa dor. 6. Se eu falar, a minha dor não cessa; e, calando- me, qual é o meu alívio? 7. Na verdade, agora me molestou; tu assolaste toda a minha companhia. 8. Testemunha disto é que já me fizeste enrugado, e a minha magreza já se levanta contra mim e no meu rosto testifica contra mim. 9. Na sua ira, me despedaçou, e ele me perseguiu; rangeu os dentes contra mim; aguça o meu adversário os olhos contra mim. 10. Abrem a boca contra mim; com desprezo me feriram nos queixos e contra mim se ajuntam todos. 11. Entrega-me Deus ao perverso e nas mãos dos ímpios me faz cair. 12. Descansado estava eu, porém ele me quebrantou; e pegou-me pelo pescoço e me despedaçou; também me pôs por seu alvo. 13. Cercam-me os seus flecheiros; atravessa-me os rins e não me poupa; e o meu fel derrama pela terra. 14. Quebranta-me com golpe sobre golpe; arremete contra mim como um valente. 15. Cosi sobre a minha pele o cilício e revolvi a minha cabeça no pó. 16. O meu rosto todo está descorado de chorar, e sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte, 17. apesar de não haver violência nas minhas mãos e de ser pura a minha oração. 18. Ah! terra, não cubras o meu sangue; e não haja lugar para o meu clamor! 19. Eis que também, agora, está a minha testemunha no céu, e o meu fiador, nas alturas. 20. Os meus amigos são os que zombam de mim; os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus. 21. Ah! Se alguém pudesse contender com Deus pelo homem, como o filho do homem pelo seu amigo! 22. Porque, decorridos poucos anos, eu seguirei o caminho por onde não tornarei. Jó 17 1. O meu espírito se vai consumindo, os meus dias se vão apagando, e só tenho perante mim a sepultura. 2. Porventura, não estão zombadores comigo? E os meus olhos não contemplam as suas amarguras? 3. Promete agora, e dá-me um fiador para contigo; quem há que me dê a mão? 4. Porque ao seu coração encobriste o entendimento, pelo que não os exaltarás. 5. O que, lisonjeando, fala aos amigos, também os olhos de seus filhos desfalecerão. 6. Mas a mim me pôs por um provérbio dos povos, de modo que me tornei uma abominação para eles. 7. Pelo que já se escureceram de mágoa os meus olhos e já todos os meus membros são como a sombra; 8. os retos pasmarão disto, e o inocente se levantará contra o hipócrita. 9. E o justo seguirá o seu caminho firmemente, e o puro de mãos irá crescendo em força. 10. Mas, na verdade, tornai todos vós e vinde cá; porque sábio nenhum acho entre vós. 11. Os meus dias passaram, e malograram-se os meus propósitos, as aspirações do meu coração. 12. Trocaram a noite em dia; a luz está perto do fim, por causa das trevas. 13. Se eu olhar a sepultura como a minha casa; se nas trevas estender a minha cama; 14. se à corrupção clamar: tu és meu pai; e aos bichos: vós sois minha mãe e minha irmã; 15. onde estaria, então, agora, a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver? 16. Ela descerá até aos ferrolhos do Seol, quando juntamente no pó teremos descanso. Jó 18 1. Então, respondeu Bildade, o suíta, e disse: 2. Até quando usareis artifícios em vez de palavras? Considerai bem, e, então, falaremos. 3. Por que somos tratados como animais, e como imundos aos vossos olhos? 4. Ó tu, que despedaças a tua alma na tua ira, será a terra deixada por tua causa? Remover-se-ão as rochas do seu lugar? 5. Na verdade, a luz dos ímpios se apagará, e a faísca do seu lar não resplandecerá. 6. A luz se escurecerá nas suas tendas, e sua lâmpada sobre ele se apagará. 7. Os seus passos firmes se estreitarão, e o seu próprio conselho o derribará. 8. Porque por seus próprios pés é lançado na rede e andará nos fios enredados. 9. O laço o apanhará pelo calcanhar, e prevalecerá contra ele o salteador. 10. Está escondida debaixo da terra uma corda; e uma armadilha, na vereda. 11. Os assombros o espantarão em redor e o farão correr de uma parte para a outra, por onde quer que apresse os passos. 12. O seu poder será faminto, e a destruição está pronta ao seu lado. 13. Ela devorará os membros do seu corpo; sim, o primogênito da morte devorará os seus membros. 14. Será arrancado da sua tenda, onde estava confiado, e será levado ao rei dos terrores. 15. Morará na sua tenda aquele que nada lhe era; espalhar-se-á enxofre sobre a sua habitação. 16. Por baixo, se secarão as suas raízes, e, por cima, serão cortados os seus ramos. 17. A sua memória perecerá na terra, e pelas praças não terá nome. 18. Da luz o lançarão nas trevas e afugentá-lo-ão do mundo. 19. Não terá filho nem neto entre o seu povo, e resto nenhum dele ficará nas suas moradas. 20. Do seu dia se espantarão os vindouros, e os antigos serão sobressaltados de horror. 21. Tais são, na verdade, as moradas do perverso, e este é o lugar do que não conhece a Deus. Jó 19 1. Respondeu, porém, Jó e disse: 2. Até quando entristecereis a minha alma e me quebrantareis com palavras? 3. Já dez vezes me envergonhastes; vergonha não tendes de contra mim vos endurecerdes. 4. Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro. 5. Se deveras vos levantais contra mim e me argüís pelo meu opróbrio, 6. sabei agora que Deus é que me transtornou e com a sua rede me cercou. 7. Eis que clamo: Violência! Mas não sou ouvido; grito: Socorro! Mas não há justiça. 8. O meu caminho ele entrincheirou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas. 9. Da minha honra me despojou; e tirou-me a coroa da minha cabeça. 10. Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore. 11. E fez inflamar contra mim a sua ira e me reputou para consigo como um de seus inimigos. 12. Juntas vieram as suas tropas, e prepararam contra mim o seu caminho, e se acamparam ao redor da minha tenda. 13. Pôs longe de mim a meus irmãos, e os que me conhecem deveras me estranharam. 14. Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim. 15. Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como um estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos. 16. Chamei a meu criado, e ele me não respondeu; cheguei a suplicar com a minha boca. 17. O meu bafo se fez estranho a minha mulher; e a minha súplica, aos filhos do meu corpo. 18. Até os rapazes me desprezam, e, levantando-me eu, falam contra mim. 19. Todos os homens do meu secreto conselho me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim. 20. Os meus ossos se apegaram à minha pele e à minha carne, e escapei só com a pele dos meus dentes. 21. Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou. 22. Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne vos não fartais? 23. Quem me dera, agora, que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem num livro! 24. E que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! 25. Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. 26. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. 27. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim. 28. Na verdade, que devíeis dizer: Por que o perseguimos? Pois a raiz da acusação se acha em mim. 29. Temei vós mesmos a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para saberdes que há um juízo. Jó 20 1. Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse: 2. Visto que os meus pensamentos me fazem responder, eu me apresso. 3. Eu ouvi a repreensão, que me envergonha, mas o espírito do meu entendimento responderá por mim. 4. Porventura, não sabes tu que desde a antiguidade, desde que o homem foi posto sobre a terra, 5. o júbilo dos ímpios é breve, e a alegria dos hipócritas, apenas de um momento? 6. Ainda que a sua altura suba até ao céu, e a sua cabeça chegue até às nuvens, 7. como o seu próprio esterco perecerá para sempre; e os que o viam dirão: Onde está? 8. Como um sonho, voa, e não será achado, e será afugentado como uma visão da noite. 9. O olho que o viu jamais o verá, nem olhará mais para ele o seu lugar. 10. Os seus filhos procurarão agradar aos pobres, e as suas mãos restaurarão a sua fazenda. 11. Os seus ossos estão cheios do vigor da sua juventude, mas deitar-se-ão com ele no pó. 12. Ainda que o mal lhe seja doce na boca, e ele o esconda debaixo da sua língua, 13. e o guarde, e o não deixe, antes, o retenha no seu paladar, 14. contudo, a sua comida se mudará nas suas entranhas; fel de áspides será interiormente. 15. Engoliu fazendas, mas vomitá-las-á; do seu ventre, Deus as lançará. 16. Veneno de áspides sorverá; língua de víbora o matará. 17. Não verá as correntes, os rios e os ribeiros de mel e manteiga. 18. Restituirá o seu trabalho e não o engolirá; conforme o poder de sua mudança, não saltará de gozo, 19. porque oprimiu, desamparou os pobres e roubou a casa que não edificou; 20. porquanto não sentiu sossego no seu ventre, da sua tão desejada fazenda coisa nenhuma reterá. 21. Nada lhe sobejará para comer; pelo que a sua fazenda não será durável. 22. Sendo plena a sua abastança, estará angustiado; toda a mão dos miseráveis virá sobre ele. 23. Haja, porém, ainda, de que possa encher o seu ventre, e Deus mandará sobre ele o ardor da sua ira e a fará chover sobre ele quando for comer. 24. Ainda que fuja das armas de ferro, o arco de aço o atravessará. 25. Arrancará o dardo do seu corpo, e resplandecente virá do seu fel; e haverá sobre ele assombros. 26. Toda a escuridão se ocultará nos seus esconderijos; um fogo não assoprado o consumirá, e devorará o que ficar na sua tenda. 27. Os céus manifestarão a sua iniqüidade; e a terra se levantará contra ele. 28. As rendas de sua casa serão transportadas; no dia da sua ira, todas se derramarão. 29. Esta, da parte de Deus, é a porção do homem ímpio; esta é a herança que Deus lhe reserva. Jó 21 1. Respondeu, porém, Jó e disse: 2. Ouvi atentamente as minhas razões; e isto vos sirva de consolação. 3. Sofrei-me, e eu falarei; e, havendo eu falado, zombai. 4. Porventura, eu me queixo a algum homem? Mas, ainda que assim fosse, por que se não angustiaria o meu espírito? 5. Olhai para mim e pasmai; e ponde a mão sobre a boca, 6. Porque, quando me lembro disto, me perturbo, e a minha carne é sobressaltada de horror. 7. Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se esforçam em poder? 8. A sua semente se estabelece com eles perante a sua face; e os seus renovos, perante os seus olhos. 9. As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de Deus não está sobre eles. 10. O seu touro gera e não falha; pare a sua vaca e não aborta. 11. Fazem sair as suas crianças como a um rebanho, e seus filhos andam saltando. 12. Levantam a voz ao som do tamboril e da harpa e alegram-se ao som das flautas. 13. Na prosperidade gastam os seus dias e num momento descem à sepultura. 14. E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos. 15. Quem é o Todo-poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará que lhe façamos orações? 16. Vede, porém, que o seu bem não está na mão deles; esteja longe de mim o conselho dos ímpios! 17. Quantas vezes sucede que se apaga a candeia dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus, na sua ira, lhes reparte dores! 18. Porque são como a palha diante do vento, e como a pragana, que arrebata o redemoinho. 19. Deus guarda a sua violência para os filhos deles, e aos ímpios dá o pago, para que o conheçam. 20. Seus olhos vêem a sua ruína, e ele bebe do furor do Todo-poderoso. 21. Porque, que prazer teria na sua casa depois de si, cortando-se- lhe o número dos seus meses? 22. Porventura, a Deus se ensinaria ciência, a ele que julga os excelsos? 23. Um morre na força da sua plenitude, estando todo quieto e sossegado. 24. Os seus baldes estão cheios de leite, e os seus ossos estão regados de tutanos. 25. E outro morre, ao contrário, na amargura do seu coração, não havendo provado do bem. 26. Juntamente jazem no pó, e os bichos os cobrem. 27. Eis que conheço bem os vossos pensamentos; e os maus intentos com que injustamente me fazeis violência. 28. Porque direis: Onde está a casa do príncipe e onde a tenda em que morava o ímpio? 29. Porventura, o não perguntastes aos que passam pelo caminho e não conheceis os seus sinais? 30. Que o mau é preservado para o dia da destruição e arrebatado no dia do furor? 31. Quem acusará diante dele o seu caminho? E quem lhe dará o pago do que faz? 32. Finalmente, é levado à sepultura e vigia no túmulo. 33. Os torrões do vale lhe são doces, e ele arrasta após si a todos os homens; e antes dele havia inumeráveis. 34. Como, pois, me consolais em vão? Pois nas vossas respostas só há falsidade. Jó 22 1. Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse: 2. Porventura, o homem será de algum proveito a Deus? Antes, a si mesmo o prudente será proveitoso. 3. Ou tem o Todo-poderoso prazer em que tu sejas justo, ou lucro algum em que tu faças perfeitos os teus caminhos? 4. Ou te repreende pelo temor que tem de ti, ou entra contigo em juízo? 5. Porventura, não é grande a tua malícia; e sem termo, as tuas iniqüidades? 6. Porque penhoraste a teus irmãos sem causa alguma e aos nus despojaste das vestes. 7. Não deste água a beber ao cansado e ao faminto retiveste o pão. 8. Mas para o violento era a terra, e o homem tido em respeito habitava nela. 9. As viúvas despediste vazias, e os braços dos órfãos foram quebrantados. 10. Por isso, é que estás cercado de laços, e te perturbou um pavor repentino, 11. ou trevas, em que nada vês; e a abundância de águas te cobre. 12. Porventura, Deus não está na altura dos céus? Olha para a altura das estrelas; quão elevadas estão! 13. E dizes: Que sabe Deus disto? Porventura, julgará por entre a escuridão? 14. As nuvens são o escondedouro dele, para que não veja; e ele passeia pelo circuito dos céus. 15. Porventura, consideraste a vereda do século passado, que pisaram os homens iníquos? 16. Eles foram arrebatados antes do seu tempo; sobre o seu fundamento um dilúvio se derramou. 17. Diziam a Deus: Retira-te de nós. E: Que foi que o Todo-poderoso nos fez? 18. Ora, ele enchera de bens as suas casas; pelo que, longe de mim o conselho dos ímpios! 19. Os justos o viram e se alegraram, e o inocente escarneceu deles, 20. dizendo: Na verdade, os ímpios foram destruídos, e o fogo consumiu o resto deles. 21. Une-te, pois, a Deus, e tem paz, e, assim, te sobrevirá o bem. 22. Aceita, peço-te, a lei da sua boca e põe as suas palavras no teu coração. 23. Se te converteres ao Todo-poderoso, serás edificado; afasta a iniqüidade da tua tenda. 24. Então, amontoarás ouro como pó e o ouro de Ofir, como pedras dos ribeiros. 25. E até o Todo-poderoso te será por ouro e por prata amontoada. 26. Porque, então, te deleitarás no Todo-poderoso e levantarás o teu rosto para Deus. 27. Tu orarás a ele, e ele te ouvirá; e pagarás os teus votos. 28. Determinando tu algum negócio, ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos. 29. Quando te abaterem, então, tu dirás: Haja exaltação! E Deus salvará ao humilde 30. e livrará até ao que não é inocente; sim, ele será libertado pela pureza de tuas mãos. Jó 23 1. Respondeu, porém, Jó e disse: 2. Ainda hoje a minha queixa está em amargura; a violência da minha praga mais se agrava do que o meu gemido. 3. Ah! Se eu soubesse que o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal. 4. Com boa ordem exporia ante ele a minha causa e a minha boca encheria de argumentos. 5. Saberia as palavras com que ele me responderia e entenderia o que me dissesse. 6. Porventura, segundo a grandeza de seu poder contenderia comigo? Não; antes, cuidaria de mim. 7. Ali, o reto pleitearia com ele, e eu me livraria para sempre do meu juiz. 8. Eis que, se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo. 9. Se opera à mão esquerda, não o vejo; encobre-se à mão direita, e não o diviso. 10. Mas ele sabe o meu caminho; prove-me, e sairei como o ouro. 11. Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho e não me desviei dele. 12. Do preceito de seus lábios nunca me apartei e as palavras da sua boca prezei mais do que o meu alimento. 13. Mas, se ele está contra alguém, quem, então, o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará. 14. Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito e muitas coisas como estas ainda tem consigo. 15. Por isso, me perturbo perante ele; e quando isto considero, temo-me dele. 16. Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-poderoso me perturbou. 17. Porquanto não fui desarraigado antes das trevas, nem encobriu a escuridão o meu rosto. Jó 24 1. Visto que do Todo-poderoso se não encobriram os tempos, por que não vêem os seus dias os que o conhecem? 2. Há os que até os limites removem; roubam os rebanhos e os apascentam. 3. Levam o jumento do órfão; tomam em penhor o boi da viúva. 4. Desviam do caminho os necessitados; e os miseráveis da terra juntos se escondem. 5. Eis que, como jumentos monteses no deserto, saem à sua obra, madrugando para a presa; o campo raso dá mantimento a eles e aos seus filhos. 6. No campo, segam o seu pasto e vindimam a vinha do ímpio. 7. Ao nu fazem passar a noite sem roupa, não tendo ele coberta contra o frio. 8. Pelas correntes das montanhas são molhados e, não tendo refúgio, abraçam-se com as rochas. 9. Ao orfãozinho arrancam do peito e aceitam o penhor do pobre. 10. Fazem com que os nus vão sem veste e aos famintos tiram as espigas. 11. Dentro dos seus muros fazem o azeite; pisam os lagares e ainda têm sede. 12. Desde as cidades gemem os homens, e a alma dos feridos clama; e, contudo, Deus lho não imputa como loucura. 13. Eles estão entre os que se opõem à luz; não conhecem os seus caminhos e não permanecem nas suas veredas. 14. De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado e de noite é como o ladrão. 15. Assim como os olhos do adúltero aguardam o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum, e oculta o rosto, 16. nas trevas minam as casas que de dia assinalaram; não conhecem a luz. 17. Porque a manhã, para todos eles, é como sombra de morte; porque, sendo conhecidos, sentem os pavores da sombra da morte. 18. São ligeiros sobre a face das águas; maldita é a sua porção sobre a terra; não voltam pelo caminho das vinhas. 19. A secura e o calor desfazem as águas da neve; assim desfará a sepultura aos que pecaram. 20. A madre se esquecerá deles, os vermes os comerão gostosamente; nunca mais haverá lembrança deles, e a iniqüidade se quebrará como a árvore. 21. Afligem a estéril que não dá à luz e à viúva não fazem bem; 22. até aos poderosos arrastam com a sua força; se eles se levantam, não há vida segura. 23. Se Deus lhes dá descanso, estribam-se nisso; seus olhos, porém, estão nos caminhos deles. 24. Por um pouco se alçam e logo desaparecem; são abatidos, encerrados como todos os outros e cortados como as pontas das espigas. 25. Se agora não é assim, quem me desmentirá e desfará as minhas razões? Jó 25 1. Então, respondeu Bildade, o suíta, e disse: 2. Com ele estão domínio e temor; ele faz paz nas suas alturas. 3. Porventura, têm número os seus exércitos? E para quem não se levanta a sua luz? 4. Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce da mulher? 5. Olha, até a lua não resplandece, e as estrelas não são puras aos seus olhos. 6. E quanto menos o homem, que é um verme, e o filho do homem, que é um bicho! Jó 26 1. Jó, porém, respondeu e disse: 2. Como ajudaste aquele que não tinha força e sustentaste o braço que não tinha vigor! 3. Como aconselhaste aquele que não tinha sabedoria e plenamente lhe fizeste saber a causa, assim como era! 4. Para quem proferiste palavras? E de quem é o espírito que saiu de ti? 5. Os mortos tremem debaixo das águas com os seus moradores. 6. O inferno está nu perante ele, e não há coberta para a perdição. 7. O norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. 8. Prende as águas em densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas. 9. Encobre a face do seu trono e sobre ela estende a sua nuvem. 10. Marcou um limite à superfície das águas em redor, até aos confins da luz e das trevas. 11. As colunas do céu tremem e se espantam da sua ameaça. 12. Com a sua força fende o mar e com o seu entendimento abate a sua soberba. 13. Pelo seu Espírito ornou os céus; a sua mão formou a serpente enroscadiça. 14. Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem, pois, entenderia o trovão do seu poder? Jó 27 1. E prosseguindo Jó em sua parábola, disse: 2. Vive Deus, que desviou a minha causa, e o Todo-poderoso, que amargurou a minha alma. 3. Enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz, 4. não falarão os meus lábios iniqüidade, nem a minha língua pronunciará engano. 5. Longe de mim que eu vos justifique; até que eu expire, nunca apartarei de mim a minha sinceridade. 6. À minha justiça me apegarei e não a largarei; não me remorderá o meu coração em toda a minha vida. 7. Seja como o ímpio o meu inimigo; e o que se levantar contra mim, como o perverso. 8. Porque qual será a esperança do hipócrita, havendo sido avaro, quando Deus lhe arrancar a sua alma? 9. Porventura, Deus ouvirá o seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação? 10. Ou deleitar-se-á no Todo-poderoso ou invocará a Deus em todo o tempo? 11. Ensinar-vos-ei o que é concernente à mão de Deus, e não vos encobrirei o que está com o Todo-poderoso. 12. Eis que todos vós já vistes isso; por que, pois, vos desvaneceis na vossa vaidade? 13. Eis qual será, da parte de Deus, a porção do homem ímpio e a herança que os tiranos receberão do Todo-poderoso: 14. Se os seus filhos se multiplicarem, será para a espada, e os seus renovos se não fartarão de pão. 15. Os que ficarem dele, na morte serão enterrados, e as suas viúvas não chorarão. 16. Se amontoar prata como pó, e aparelhar vestes como lodo, 17. ele as aparelhará, mas o justo as vestirá, e o inocente repartirá a prata. 18. Ele edifica a sua casa como a traça, e como o guarda que faz a cabana. 19. Rico se deita e não será recolhido; seus olhos abre e ele não será. 20. Pavores se apoderam dele como águas; de noite, o arrebatará a tempestade. 21. O vento oriental o levará, e ir-se-á; varrê-lo-á com ímpeto do seu lugar. 22. E Deus lançará isto sobre ele e não o poupará; irá fugindo da sua mão. 23. Cada um baterá contra ele as palmas das mãos e do seu lugar o assobiará. Jó 28 1. Na verdade, há veios de onde se extrai a prata, e, para o ouro, lugar em que o derretem. 2. O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o metal. 3. O homem pôs fim às trevas e até à extremidade ele esquadrinha, procurando as pedras na escuridão e na sombra da morte. 4. Trasborda o ribeiro até ao que junto dele habita, de maneira que se não pode passar a pé; então, intervém o homem, e as águas se vão. 5. A terra, de onde procede o pão, embaixo é revolvida como por fogo. 6. As suas pedras são o lugar da safira e têm pós de ouro. 7. Essa vereda, a ignora a ave de rapina, e não a viram os olhos da gralha. 8. Nunca a pisaram filhos de animais altivos, nem o feroz leão passou por ela. 9. Ele estende a sua mão contra o rochedo, e revolve os montes desde as suas raízes. 10. Dos rochedos faz sair rios, e o seu olho descobre todas as coisas preciosas. 11. Os rios tapa, e nem uma gota sai deles, e tira para a luz o que estava escondido. 12. Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar da inteligência? 13. O homem não lhe conhece o valor; não se acha na terra dos viventes. 14. O abismo diz: Não está em mim; e o mar diz: Ela não está comigo. 15. Não se dará por ela ouro fino, nem se pesará prata em câmbio dela. 16. Nem se pode comprar por ouro fino de Ofir, nem pelo precioso ônix, nem pela safira. 17. Com ela se não pode comparar o ouro ou o cristal; nem se trocará por jóia de ouro fino. 18. Ela faz esquecer o coral e as pérolas; porque a aquisição da sabedoria é melhor que a dos rubis. 19. Não se lhe igualará o topázio da Etiópia, nem se pode comprar por ouro puro. 20. De onde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência? 21. Porque está encoberta aos olhos de todo vivente e oculta às aves do céu. 22. A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama. 23. Deus entende o seu caminho, e ele sabe o seu lugar. 24. Porque ele vê as extremidades da terra; e vê tudo o que há debaixo dos céus. 25. Quando deu peso ao vento e tomou a medida das águas; 26. quando prescreveu uma lei para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões, 27. então, a viu e a manifestou; estabeleceu-a e também a esquadrinhou. 28. Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência. Jó 29 1. E, prosseguindo Jó em sua parábola, disse: 2. Ah! Quem me dera ser como eu fui nos meses passados, como nos dias em que Deus me guardava! 3. Quando fazia resplandecer a sua candeia sobre a minha cabeça, e eu, com a sua luz, caminhava pelas trevas; 4. como era nos dias da minha mocidade, quando o segredo de Deus estava sobre a minha tenda; 5. quando o Todo-poderoso ainda estava comigo, e os meus meninos, em redor de mim; 6. quando lavava os meus passos em manteiga, e da rocha me corriam ribeiros de azeite; 7. quando saía para a porta da cidade e na praça fazia preparar a minha cadeira. 8. Os moços me viam e se escondiam; e os idosos se levantavam e se punham em pé; 9. os príncipes continham as suas palavras e punham a mão sobre a boca; 10. a voz dos chefes se escondia, e a sua língua se pegava ao seu paladar; 11. ouvindo- me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; vendo- me algum olho, dava testemunho de mim; 12. porque eu livrava o miserável, que clamava, como também o órfão que não tinha quem o socorresse. 13. A bênção do que ia perecendo vinha sobre mim, e eu fazia que rejubilasse o coração da viúva. 14. Cobria-me de justiça, e ela me servia de veste; como manto e diadema era o meu juízo. 15. Eu era o olho do cego e os pés do coxo; 16. dos necessitados era pai e as causas de que não tinha conhecimento inquiria com diligência; 17. e quebrava os queixais do perverso e dos seus dentes tirava a presa. 18. E dizia: no meu ninho expirarei e multiplicarei os meus dias como a areia. 19. A minha raiz se estendia junto às águas, e o orvalho fazia assento sobre os meus ramos; 20. a minha honra se renovava em mim, e o meu arco se reforçava na minha mão. 21. Ouvindo-me, esperavam e em silêncio atendiam ao meu conselho. 22. Acabada a minha palavra, não replicavam, e minhas razões destilavam sobre eles; 23. porque me esperavam como à chuva; e abriam a boca como à chuva tardia. 24. Se me ria para eles, não o criam e não faziam abater a luz do meu rosto; 25. se eu escolhia o seu caminho, assentava-me como chefe; e habitava como rei entre as suas tropas, como aquele que consola os que pranteiam. Jó 30 1. Mas agora se riem de mim os de menos idade do que eu, e cujos pais eu teria desdenhado de pôr com os cães do meu rebanho. 2. De que também me serviria a força das suas mãos, força de homens cuja velhice esgotou-lhes o vigor? 3. De míngua e fome se debilitaram; e recolhiam-se para os lugares secos, tenebrosos, assolados e desertos. 4. Apanhavam malvas junto aos arbustos, e o seu mantimento eram raízes dos zimbros. 5. Do meio dos homens eram expulsos (gritava-se contra eles como contra um ladrão), 6. para habitarem nos barrancos dos vales e nas cavernas da terra e das rochas. 7. Bramavam entre os arbustos e ajuntavam-se debaixo das urtigas. 8. Eram filhos de doidos e filhos de gente sem nome e da terra eram expulsos. 9. Mas agora sou a sua canção e lhes sirvo de provérbio. 10. Abominam-me, e fogem para longe de mim, e no meu rosto não se privam de cuspir. 11. Porque Deus desatou a sua corda e me oprimiu; pelo que sacudiram de si o freio perante o meu rosto. 12. À direita se levantam os moços; empurram os meus pés e preparam contra mim os seus caminhos de destruição. 13. Desbaratam-me o meu caminho; promovem a minha miséria; uma gente que não tem nenhum ajudador. 14. Vêm contra mim como por uma grande brecha e revolvem-se entre a assolação. 15. Sobrevieram-me pavores; como vento perseguem a minha honra, e como nuvem passou a minha felicidade. 16. E agora derrama-se em mim a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim. 17. De noite, se me traspassam os meus ossos, e o mal que me corrói não descansa. 18. Pela grande força do meu mal se demudou a minha veste, que, como a gola da minha túnica, me cinge. 19. Lançou-me na lama, e fiquei semelhante ao pó e à cinza. 20. Clamo a ti, mas tu não me respondes; estou em pé, mas para mim não atentas. 21. Tornaste-te cruel contra mim; com a força da tua mão resistes violentamente. 22. Levantas-me sobre o vento, fazes-me cavalgar sobre ele e derretes-me o ser. 23. Porque eu sei que me levarás à morte e à casa do ajuntamento destinada a todos os viventes. 24. Mas não estenderás a mão para um montão de terra, se houver clamor nele na sua desventura? 25. Porventura, não chorei sobre aquele que estava aflito, ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado? 26. Todavia, aguardando eu o bem, eis que me veio o mal; e, esperando eu a luz, veio a escuridão. 27. O meu íntimo ferve e não está quieto; os dias da aflição me surpreenderam. 28. Denegrido ando, mas não do sol; levantando-me na congregação, clamo por socorro. 29. Irmão me fiz dos dragões, e companheiro dos avestruzes. 30. Enegreceu-se a minha pele sobre mim, e os meus ossos estão queimados do calor. 31. Pelo que se tornou a minha harpa em lamentação, e a minha flauta, em voz dos que choram. Jó 31 1. Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? 2. Porque qual seria a parte de Deus vinda de cima, ou a herança do Todo-poderoso desde as alturas? 3. Porventura, não é a perdição para o perverso, e o desastre, para os que praticam iniqüidade? 4. Ou não vê ele os meus caminhos e não conta todos os meus passos? 5. Se andei com vaidade, e se o meu pé se apressou para o engano 6. (pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade); 7. se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou alguma coisa, 8. então, semeie eu, e outro coma, e seja a minha descendência arrancada até à raiz. 9. Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu andei rondando à porta do meu próximo, 10. então, moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela. 11. Porque isso seria uma infâmia e delito, pertencente aos juízes. 12. Porque é fogo que consome até à perdição e desarraigaria toda a minha renda. 13. Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo, 14. então, que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo a causa, que lhe responderia? 15. Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre? 16. Se retive o que os pobres desejavam ou fiz desfalecer os olhos da viúva; 17. ou sozinho comi o meu bocado, e o órfão não comeu dele 18. (porque desde a minha mocidade cresceu comigo como com seu pai, e o guiei desde o ventre da minha mãe); 19. se a alguém vi perecer por falta de veste e, ao necessitado, por não ter coberta; 20. se os seus lombos me não abençoaram, se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros; 21. se eu levantei a mão contra o órfão, porque na porta via a minha ajuda, 22. então, caia do ombro a minha espádua, e quebre-se o meu braço desde o osso. 23. Porque o castigo de Deus era para mim um assombro, e eu não podia suportar a sua grandeza. 24. Se no ouro pus a minha esperança ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; 25. se me alegrei de que era muita a minha fazenda e de que a minha mão tinha alcançado muito; 26. se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa; 27. e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, 28. também isto seria delito pertencente ao juiz; pois assim negaria a Deus, que está em cima. 29. Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio, e se eu exultei quando o mal o achou 30. (também não deixei pecar o meu paladar, desejando a sua morte com maldição); 31. se a gente da minha tenda não disse: Ah! Quem se não terá saciado com a sua carne! 32. O estrangeiro não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante. 33. Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio, 34. trema eu perante uma grande multidão, e o desprezo das famílias me apavore, e eu me cale, e não saia da porta. 35. Ah! Quem me dera um que me ouvisse! Eis que o meu intento é que o Todo-poderoso me responda e que o meu adversário escreva um livro. 36. Por certo que o levaria sobre o meu ombro, sobre mim o ataria como coroa. 37. O número dos meus passos lhe mostraria; como príncipe me chegaria a ele. 38. Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus regos juntamente chorarem; 39. se comi a sua novidade sem dinheiro e sufoquei a alma dos seus donos, 40. por trigo me produza cardos, e por cevada, joio. Acabaram-se as palavras de Jó. Jó 32 1. Então, aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos. 2. E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus. 3. Também a sua ira se acendeu contra os seus três amigos; porque, não achando que responder, todavia, condenavam a Jó. 4. Eliú, porém, esperou para falar a Jó, porquanto tinham mais idade do que ele. 5. Vendo, pois, Eliú que já não havia resposta na boca daqueles três homens, a sua ira se acendeu. 6. E respondeu Eliú, filho de Baraquel, o buzita, e disse: Eu sou de menos idade, e vós sois idosos; arreceei-me e temi de vos declarar a minha opinião. 7. Dizia eu: Falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria. 8. Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-poderoso os faz sábios. 9. Os grandes não são os sábios, nem os velhos entendem o que é reto. 10. Pelo que digo: Dai-me ouvidos, e também eu declararei a minha opinião. 11. Eis que aguardei as vossas palavras, e dei ouvidos às vossas considerações, até que buscásseis razões. 12. Atentando, pois, para vós, eis que nenhum de vós há que possa convencer a Jó, nem que responda às suas razões. 13. Pelo que não digais: Achamos a sabedoria, Deus o derribou, e não homem algum. 14. Ora, ele não dirigiu contra mim palavra alguma, nem lhe responderei com as vossas palavras. 15. Estais pasmados, não respondeis mais, faltam-vos as palavras. 16. Esperei, pois, mas não falais; porque já parastes, e não respondeis mais. 17. Também eu responderei pela minha parte; também eu declararei a minha opinião. 18. Porque estou cheio de palavras; o meu espírito me constrange. 19. Eis que o meu ventre é como o mosto, sem respiradouro, e virá a arrebentar como odres novos. 20. Falarei e respirarei; abrirei os meus lábios e responderei. 21. Queira Deus que eu não faça acepção de pessoas, nem use de lisonjas com o homem! 22. Porque não sei usar de lisonjas; em breve me levaria o meu Criador. Jó 33 1. Assim, na verdade, ó Jó, ouve as minhas razões e dá ouvidos a todas as minhas palavras. 2. Eis que já abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar. 3. As minhas razões sairão da sinceridade do meu coração; e a pura ciência, dos meus lábios. 4. O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida. 5. Se podes, responde-me; dispõe bem as tuas razões e levanta-te. 6. Eis que vim de Deus, como tu; do lodo também eu fui formado. 7. Eis que não te perturbará o meu terror, nem será pesada sobre ti a minha mão. 8. Na verdade, tu falaste aos meus ouvidos; e eu ouvi a voz das tuas palavras; dizias: 9. Limpo estou, sem transgressão; puro sou; e não tenho culpa. 10. Eis que ele acha contra mim ocasiões e me considerou como seu inimigo. 11. Põe no tronco os meus pés e observa todas as minhas veredas. 12. Eis que nisto te respondo: Não foste justo; porque maior é Deus do que o homem. 13. Por que razão contendes com ele? Porque ele não dá contas de nenhum dos seus feitos. 14. Antes, Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso. 15. Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama, 16. então, abre os ouvidos dos homens, e lhes sela a sua instrução, 17. para apartar o homem do seu desígnio e esconder do homem a soberba; 18. para desviar a sua alma da cova e a sua vida, de passar pela espada. 19. Também na sua cama é com dores castigado, e com a incessante contenda dos seus ossos; 20. de modo que a sua vida abomina até o pão; e a sua alma, a comida apetecível. 21. Desaparece a sua carne a olhos vistos; e os seus ossos, que se não viam, agora aparecem; 22. e a sua alma se vai chegando à cova; e a sua vida, ao que traz morte. 23. Se com ele, pois, houver um mensageiro, um intérprete, um entre milhares para declarar ao homem a sua retidão, 24. então, terá misericórdia dele e lhe dirá: Livra-o, que não desça à cova; já achei resgate. 25. Sua carne se reverdecerá mais do que na sua infância e tornará aos dias da sua juventude. 26. Deveras, orará a Deus, que se agradará dele, e verá a sua face com júbilo, e restituirá ao homem a sua justiça. 27. Olhará para os homens e dirá: Pequei e perverti o direito, o que de nada me aproveitou. 28. Mas Deus livrou a minha alma de ir para a cova; e a minha vida verá a luz. 29. Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem, 30. para desviar a sua alma da perdição e o alumiar com a luz dos viventes. 31. Escuta, pois, ó Jó, ouve-me; cala-te, e eu falarei. 32. Se tens alguma coisa que dizer, responde-me; fala, porque desejo justificar-te. 33. Se não, escuta-me tu; cala-te, e ensinar-te-ei a sabedoria. Jó 34 1. Respondeu mais Eliú e disse: 2. Ouvi vós, sábios, as minhas razões; e vós, instruídos, inclinai os ouvidos para mim. 3. Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida. 4. O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom. 5. Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito. 6. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão. 7. Que homem há como Jó, que bebe a zombaria como água? 8. E caminha em companhia dos que praticam a iniqüidade, e anda com homens ímpios? 9. Porque disse: De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus. 10. Pelo que vós, homens de entendimento, escutai-me: longe de Deus a impiedade, e do Todo-poderoso, a perversidade! 11. Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga; e faz que cada um ache segundo o seu caminho. 12. Também, na verdade, Deus não procede impiamente; nem o Todo-poderoso perverte o juízo. 13. Quem lhe entregou o governo da terra? E quem dispôs a todo o mundo? 14. Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego, 15. toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó. 16. Se, pois, há em ti entendimento, ouve isto; inclina os ouvidos à voz do meu discurso. 17. Porventura, o que aborrecesse o direito governaria? E quererás tu condenar aquele que é justo e poderoso? 18. Ou dir-se-á a um rei: Oh! Belial? Ou, aos príncipes: Oh! Ímpios? 19. Quanto menos àquele que não faz acepção da pessoa de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obra de suas mãos. 20. Eles, num momento, morrem; e, até à meia-noite, os povos são perturbados e passam, e os poderosos são tomados sem mão. 21. Porque os olhos de Deus estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos. 22. Não há trevas nem sombra de morte onde se escondam os que praticam a iniqüidade. 23. Porque não precisa considerar muito no homem para o fazer ir a juízo diante de Deus. 24. Ele quebranta os fortes, sem que se possa inquirir, e põe outros em seu lugar. 25. Ele conhece, pois, as suas obras; de noite, os transtorna, e ficam moídos. 26. Ele bate-lhes como ímpios que são à vista de quem os contempla; 27. porquanto se desviaram dele, e não compreenderam nenhum de seus caminhos, 28. para fazer que o clamor do pobre subisse até ele, e que ouvisse o clamor dos aflitos. 29. Se ele aquietar, quem, então, inquietará? Se encobrir o rosto, quem, então, o poderá contemplar, seja para com um povo, seja para com um homem só? 30. Para que o homem hipócrita nunca mais reine, e não haja laços no povo. 31. Na verdade, quem disse a Deus: Sofri, não pecarei mais; 32. o que não vejo, ensina-mo tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer? 33. Virá de ti como há de ser a recompensa, para que tu a desprezes? Faze tu, pois, e não eu, a escolha; que é, logo, o que sabes? Fala! 34. Os homens de entendimento dirão comigo, e o varão sábio, que me ouvir: 35. Jó falou sem ciência; e às suas palavras falta prudência. 36. Pai meu! Provado seja Jó até ao fim, pelas suas respostas próprias de homens malignos. 37. Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate as palmas e multiplica contra Deus as suas razões. Jó 35 1. Respondeu mais Eliú e disse: 2. Tens por direito dizeres: Maior é a minha justiça do que a de Deus? 3. Porque disseste: De que te serviria? Que proveito tiraria mais do que do meu pecado? 4. Eu te darei resposta, a ti e aos teus amigos contigo. 5. Atenta para os céus e vê; e contempla as mais altas nuvens, que estão mais altas do que tu. 6. Se pecares, que efetuarás contra ele? Se as tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás? 7. Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá da tua mão? 8. A tua impiedade faria mal a outro tal como tu; e a tua justiça aproveitaria a um filho do homem. 9. Por causa da grandeza da opressão eles clamam; eles clamam por causa do braço dos grandes. 10. Mas ninguém diz: Onde está Deus, que me fez? Que dá salmos entre a noite? 11. Que nos faz mais doutos do que os animais da terra e nos faz mais sábios do que as aves dos céus? 12. Clamam, porém ele não responde, por causa da arrogância dos maus. 13. Certo é que Deus não ouvirá a vaidade, nem atentará para ela o Todo-poderoso. 14. E quanto ao que disseste, que o não verás, juízo há perante ele; por isso, espera nele. 15. Mas agora, porque a sua ira ainda se não exerce, nem grandemente considera a arrogância, 16. logo, Jó em vão abre a sua boca e sem ciência multiplica palavras. Jó 36 1. Prosseguiu ainda Eliú e disse: 2. Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus. 3. Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu Criador atribuirei a justiça. 4. Porque, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que é sincero na sua opinião. 5. Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; grande é em força de coração. 6. Não deixa viver ao ímpio e faz justiça aos aflitos. 7. Dos justos não tira os seus olhos; antes, com os reis no trono os assenta para sempre, e assim são exaltados. 8. E, se estão presos em grilhões e amarrados com cordas de aflição, 9. então, lhes faz saber a obra deles e as suas transgressões; porquanto prevaleceram nelas. 10. E revela isso aos seus ouvidos, para seu ensino, e lhes diz que se convertam da maldade. 11. Se o ouvirem e o servirem, acabarão seus dias em bem e os seus anos, em delícias. 12. Porém, se o não ouvirem, à espada serão passados e expirarão sem conhecimento. 13. E os hipócritas de coração amontoam para si a ira; e amarrando-os ele, não clamam por socorro. 14. Eles morrem na mocidade, e a sua vida perece entre os sodomitas. 15. Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se revela aos seus ouvidos. 16. Assim também te desviará da angústia para um lugar espaçoso, em que não há aperto, e as iguarias da tua mesa serão cheias de gordura. 17. Mas tu estás cheio do juízo do ímpio; o juízo e a justiça te alcançam. 18. Porquanto há furor, guarda-te de que, porventura, não sejas levado pela tua suficiência, nem te desvie a grandeza do resgate. 19. Estimaria ele tanto tuas riquezas, ou todos os esforços da tua força, que por isso não estivesses em aperto? 20. Não suspires pela noite, em que os povos sejam tomados do seu lugar. 21. Guarda-te e não te inclines para a iniqüidade; porquanto isto escolheste antes que a tua miséria. 22. Eis que Deus exalta com a sua força; quem ensina como ele? 23. Quem lhe pedirá conta do seu caminho, ou quem lhe disse: Tu cometeste maldade? 24. Lembra-te de engrandecer a sua obra que os homens contemplam. 25. Todos os homens a vêem, e o homem a enxerga de longe. 26. Eis que Deus é grande, e nós o não compreendemos, e o número dos seus anos não se pode calcular. 27. Porque reúne as gotas das águas que derrama em chuva do seu vapor, 28. a qual as nuvens destilam e gotejam sobre o homem abundantemente. 29. Porventura, também se poderão entender a extensão das nuvens e os trovões da sua tenda? 30. Eis que estende sobre elas a sua luz e encobre os altos do mar. 31. Porque por estas coisas julga os povos e lhes dá mantimento em abundância. 32. Com as mãos encobre a luz e a proíbe de passar por entre elas. 33. O que nos dá a entender o seu pensamento, como também aos gados, acerca do temporal que sobe. Jó 37 1. Sobre isto também treme o meu coração e salta do seu lugar. 2. Atentamente ouvi o movimento da sua voz e o sonido que sai da sua boca. 3. Ele o envia por debaixo de todos os céus e a sua luz, até aos confins da terra. 4. Depois disto, brama com grande voz, troveja com a sua alta voz; e, ouvida a sua voz, não tarda com estas coisas. 5. Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas que nós não compreendemos. 6. Porque à neve diz: Cai na terra; como também ao aguaceiro e à sua forte chuva. 7. Ele sela as mãos de todo homem, para que conheçam todos os homens a sua obra. 8. E as alimárias entram nos seus esconderijos e ficam nas suas cavernas. 9. Das recâmaras do sul sai o pé de vento e, do norte, o frio. 10. Pelo assopro de Deus, se dá a geada, e as largas águas se endurecem. 11. Também com a umidade carrega as grossas nuvens e esparge a nuvem da sua luz. 12. Então, ela, segundo o seu prudente conselho, se espalha em roda, para que faça tudo quanto lhe ordena sobre a superfície do mundo habitável; 13. seja para correção, ou para a sua terra, ou para beneficência, que a faça vir. 14. A isto, ó Jó, inclina os teus ouvidos; atende e considera as maravilhas de Deus. 15. Porventura, sabes tu como Deus as opera e faz resplandecer a luz da sua nuvem? 16. Tens tu notícia do equilíbrio das grossas nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos? 17. Ou de como as tuas vestes aquecem, quando do sul há calma sobre a terra? 18. Ou estendeste com ele os céus, que estão firmes como espelho fundido? 19. Ensina-nos o que lhe diremos; porque nós nada poderemos pôr em boa ordem, por causa das trevas. 20. Contar-lhe-ia alguém o que tenho dito? Ou desejaria um homem que ele fosse devorado? 21. E agora não se pode ver o sol, que resplandece nos céus; mas, passando o vento e purificando-os, 22. o esplendor de ouro vem do norte; pois em Deus há uma tremenda majestade. 23. Ao Todo-poderoso não podemos alcançar; grande é em poder; porém a ninguém oprime em juízo e grandeza de justiça. 24. Por isso, o temem os homens; ele não respeita os que são sábios no coração. Jó 38 1. Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse: 2. Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? 3. Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me. 4. Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze- mo saber, se tens inteligência. 5. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? 6. Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, 7. quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam? 8. Ou quem encerrou o mar com portas, quando trasbordou e saiu da madre, 9. quando eu pus as nuvens por sua vestidura e, a escuridão, por envolvedouro? 10. Quando passei sobre ele o meu decreto, e lhe pus portas e ferrolhos, 11. e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas? 12. Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada ou mostraste à alva o seu lugar, 13. para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela? 14. Tudo se modela como o barro sob o selo e se põe como vestes; 15. e dos ímpios se desvia a sua luz, e o braço altivo se quebranta. 16. Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo? 17. Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte? 18. Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze- mo saber, se sabes tudo isto. 19. Onde está o caminho da morada da luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar, 20. para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa? 21. Decerto, tu o sabes, porque já então eras nascido, e porque é grande o número dos teus dias! 22. Ou entraste tu até aos tesouros da neve e viste os tesouros da saraiva, 23. que eu retenho até ao tempo da angústia, até ao dia da peleja e da guerra? 24. Onde está o caminho em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra? 25. Quem abriu para a inundação um leito e um caminho para os relâmpagos dos trovões, 26. para chover sobre uma terra onde não há ninguém e no deserto, em que não há gente; 27. para fartar a terra deserta e assolada e para fazer crescer os renovos da erva? 28. A chuva, porventura, tem pai? Ou quem gera as gotas do orvalho? 29. De que ventre procede o gelo? E quem gera a geada do céu, 30. quando debaixo de pedras as águas se escondem, e a superfície do abismo se coalha? 31. Ou poderás tu ajuntar as cadeias do Sete-estrelo ou soltar os atilhos do Órion? 32. Ou produzir as constelações a seu tempo e guiar a Ursa com seus filhos? 33. Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes dispor do domínio deles sobre a terra? 34. Ou podes levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das águas te cubra? 35. Ou ordenarás aos raios que saiam e te digam: Eis-nos aqui? 36. Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem à mente deu o entendimento? 37. Quem numerará as nuvens pela sabedoria? Ou os odres dos céus, quem os abaixará, 38. quando se funde o pó numa massa, e se pegam os torrões uns aos outros? 39. Porventura, caçarás tu presa para a leoa ou satisfarás a fome dos filhos dos leões, 40. quando se agacham nos covis e estão à espreita nas covas? 41. Quem prepara para os corvos o seu alimento, quando os seus pintainhos gritam a Deus e andam vagueando, por não terem que comer? Jó 39 1. Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas? 2. Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto? 3. Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores. 4. Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas. 5. Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, 6. ao qual dei o ermo por casa e a terra salgada, por moradas? 7. Ri-se do arruído da cidade; não ouve os muitos gritos do exator. 8. O que descobre nos montes é o seu pasto, e anda buscando tudo que está verde. 9. Querer-te-á servir o unicórnio ou ficará na tua cavalariça? 10. Ou amarrarás o unicórnio ao rego com uma corda, ou estorroará após ti os vales? 11. Ou confiarás nele, por ser grande a sua força, ou deixarás a seu cargo o teu trabalho? 12. Ou te fiarás dele que te torne o que semeaste e o recolha na tua eira? 13. Bate alegre as asas o avestruz, que tem penas de cegonha; 14. ele deixa os seus ovos na terra e os aquenta no pó. 15. E se esquece de que algum pé os pode pisar, ou de que podem calcá-los os animais do campo. 16. Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, porquanto está sem temor. 17. Porque Deus o privou de sabedoria e não lhe repartiu entendimento. 18. A seu tempo se levanta ao alto; ri-se do cavalo e do que vai montado nele. 19. Ou darás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço de crinas? 20. Ou espantá-lo-ás, como ao gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas. 21. Escarva a terra, e folga na sua força, e sai ao encontro dos armados. 22. Ri-se do temor, e não se espanta, e não torna atrás por causa da espada. 23. Contra ele rangem a aljava, o ferro flamante da lança e o dardo. 24. Sacudindo-se e removendo-se, escarva a terra e não faz caso do som da buzina. 25. Ao soar das buzinas, diz: Eia! E de longe cheira a guerra, e o trovão dos príncipes, e o alarido. 26. Ou voa o gavião pela tua inteligência, estendendo as suas asas para o sul? 27. Ou se remonta a águia ao teu mandado e põe no alto o seu ninho? 28. Nas penhas, mora e habita; no cume das penhas, e nos lugares seguros. 29. Dali, descobre a presa; seus olhos a avistam desde longe. 30. Seus filhos chupam o sangue; e onde há mortos, ela aí está. Jó 40 1. Respondeu mais o SENHOR a Jó e disse: 2. Porventura, o contender contra o Todo-poderoso é ensinar? Quem assim argúi a Deus, que responda a estas coisas. 3. Então, Jó respondeu ao SENHOR e disse: 4. Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca. 5. Uma vez tenho falado e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei. 6. Então, o SENHOR respondeu a Jó desde a tempestade e disse: 7. Cinge agora os teus lombos como varão; eu te perguntarei a ti, e tu me responderás. 8. Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para te justificares? 9. Ou tens braço como Deus, ou podes trovejar com voz como a sua? 10. Orna-te, pois, de excêlencia e alteza; e veste-te de majestade e de glória. 11. Derrama os furores da tua ira, e atenta para todo soberbo, e abate-o. 12. Olha para todo soberbo, e humilha-o, e atropela os ímpios no seu lugar. 13. Esconde-os juntamente no pó; ata- lhes os rostos em oculto. 14. Então, também eu de ti confessarei que a tua mão direita te haverá livrado. 15. Contempla agora o beemote, que eu fiz contigo, que come erva como o boi. 16. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder, nos músculos do seu ventre. 17. Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos da suas coxas estão entretecidos. 18. Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro. 19. Ele é obra-prima dos caminhos de Deus; o que o fez o proveu da sua espada. 20. Em verdade, os montes lhe produzem pasto, onde todos os animais do campo folgam. 21. Deita-se debaixo das árvores sombrias, no esconderijo dos canaviais e da lama. 22. As árvores sombrias o cobrem com a sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam. 23. Eis que um rio trasborda, e ele não se apressa, confiando que o Jordão possa entrar na sua boca. 24. Podê-lo-iam, porventura, caçar à vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz? Jó 41 1. Poderás pescar com anzol o leviatã ou ligarás a sua língua com a corda? 2. Podes pôr uma corda no seu nariz ou com um espinho furarás a sua queixada? 3. Porventura, multiplicará as suas suplicações para contigo? Ou brandamente te falará? 4. Fará ele concertos contigo, ou o tomarás tu por escravo para sempre? 5. Brincarás com ele, como se fora um passarinho, ou o prenderás para tuas meninas? 6. Os teus companheiros farão dele um banquete, ou o repartirão entre os negociantes? 7. Encherás a sua pele de ganchos, ou a sua cabeça de arpéus de pescadores? 8. Põe a tua mão sobre ele, lembra-te da peleja e nunca mais tal intentarás. 9. Eis que a sua esperança falhará; porventura, nenhum à sua vista será derribado? 10. Ninguém há tão atrevido, que a despertá-lo se atreva; quem, pois, é aquele que ousa erguer-se diante de mim? 11. Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir- lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu. 12. Não me calarei a respeito dos seus membros, nem da relação das suas forças, nem da graça da sua compostura. 13. Quem descobriria a superfície da sua veste? Quem entrará entre as suas queixadas dobradas? 14. Quem abriria as portas do seu rosto? Pois em roda dos seus dentes está o terror. 15. As suas fortes escamas são excelentíssimas, cada uma fechada como com selo apertado. 16. Uma à outra se chega tão perto, que nem um assopro passa por entre elas. 17. Umas às outras se ligam; tanto aderem entre si, que não se podem separar. 18. Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva. 19. Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela. 20. Do seu nariz procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira. 21. O seu hálito faz acender os carvões; e da sua boca sai chama. 22. No seu pescoço pousa a força; perante ele, até a tristeza salta de prazer. 23. Os músculos da sua carne estão pegados entre si; cada um está firme nele, e nenhum se move. 24. O seu coração é firme como uma pedra e firme como a mó de baixo. 25. Levantando-se ele, tremem os valentes; em razão dos seus abalos, ficam fora de si. 26. Se alguém lhe tocar com a espada, essa não poderá penetrar, nem lança, dardo ou flecha. 27. Ele reputa o ferro palha, e o cobre, pau podre. 28. A seta o não fará fugir; as pedras das fundas se lhe tornam em restolho. 29. As pedras atiradas são para ele como arestas, e ri-se do brandir da lança. 30. Debaixo de si tem conchas pontiagudas; estende-se sobre coisas pontiagudas como na lama. 31. As profundezas faz ferver, como uma panela; torna o mar como quando os ungüentos fervem. 32. Após ele alumia o caminho; parece o abismo tornado em brancura de cãs. 33. Na terra, não há coisa que se lhe possa comparar, pois foi feito para estar sem pavor. 34. Todo o alto vê; é rei sobre todos os filhos de animais altivos. Jó 42 1. Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse: 2. Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido. 3. Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia. 4. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me. 5. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. 6. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza. 7. Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. 8. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó. 9. Então, foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram como o SENHOR lhes dissera; e o SENHOR aceitou a face de Jó. 10. E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. 11. Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro. 12. E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas. 13. Também teve sete filhos e três filhas. 14. E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque. 15. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. 16. E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. 17. Então, morreu Jó, velho e farto de dias. Salmos 1 1. Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2. Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará. 4. Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. 5. Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. 6. Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá. Salmos 2 1. Por que se amotinam as nações, e os povos imaginam coisas vãs? 2. Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos se mancomunam contra o SENHOR e contra o seu ungido, dizendo: 3. Rompamos as suas ataduras e sacudamos de nós as suas cordas. 4. Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. 5. Então, lhes falará na sua ira e no seu furor os confundirá. 6. Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. 7. Recitarei o decreto: O SENHOR me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei. 8. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão. 9. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. 10. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. 11. Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos com tremor. 12. Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se inflamar a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam. Salmos 3 1. Salmo de Davi, quando fugiu de diante da face de Absalão, seu filho SENHOR, como se têm multiplicado os meus adversários! São muitos os que se levantam contra mim. 2. Muitos dizem da minha alma: Não há salvação para ele em Deus. (Selá) 3. Mas tu, SENHOR, és um escudo para mim, a minha glória e o que exalta a minha cabeça. 4. Com a minha voz clamei ao SENHOR; ele ouviu-me desde o seu santo monte. (Selá) 5. Eu me deitei e dormi; acordei, porque o SENHOR me sustentou. 6. Não terei medo de dez milhares de pessoas que se puseram contra mim ao meu redor. 7. Levanta-te, SENHOR; salva-me, Deus meu, pois feriste a todos os meus inimigos nos queixos; quebraste os dentes aos ímpios. 8. A salvação vem do SENHOR; sobre o teu povo seja a tua bênção. (Selá) Salmos 4 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Neguinote Ouve-me quando eu clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. 2. Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? (Selá) 3. Sabei, pois, que o SENHOR separou para si aquele que lhe é querido; o SENHOR ouvirá quando eu clamar a ele. 4. Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos. (Selá) 5. Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no SENHOR. 6. Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? SENHOR, exalta sobre nós a luz do teu rosto. 7. Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram o seu trigo e o seu vinho. 8. Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança. Salmos 5 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Neilote Dá ouvidos às minhas palavras, ó SENHOR; atende à minha meditação. 2. Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei. 3. Pela manhã, ouvirás a minha voz, ó SENHOR; pela manhã, me apresentarei a ti, e vigiarei. 4. Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal. 5. Os loucos não pararão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a maldade. 6. Destruirás aqueles que proferem a mentira; o SENHOR aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento. 7. Mas eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo. 8. SENHOR, guia-me na tua justiça, por causa dos meus inimigos; aplana diante de mim o teu caminho. 9. Porque não há retidão na boca deles; o seu íntimo são verdadeiras maldades; a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua. 10. Declara-os culpados, ó Deus; caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se revoltaram contra ti. 11. Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam o teu nome. 12. Pois tu, SENHOR, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás da tua benevolência como de um escudo. Salmos 6 1. Salmo de Davi para o cantor-mor em Neguinote, sobre Seminite SENHOR, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor. 2. Tem misericórdia de mim, SENHOR, porque sou fraco; sara-me, SENHOR, porque os meus ossos estão perturbados. 3. Até a minha alma está perturbada; mas tu, SENHOR, até quando? 4. Volta-te, SENHOR, livra a minha alma; salva-me por tua benignidade. 5. Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará? 6. Já estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas. 7. Já os meus olhos estão consumidos pela mágoa e têm envelhecido por causa de todos os meus inimigos. 8. Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniqüidade; porque o SENHOR já ouviu a voz do meu lamento. 9. O SENHOR já ouviu a minha súplica; o SENHOR aceitará a minha oração. 10. Envergonhem-se e perturbem-se todos os meus inimigos; tornem atrás e envergonhem-se num momento. Salmos 7 1. Sigaiom de Davi, que cantou ao SENHOR, sobre as palavras de Cuxe, benjamita SENHOR, meu Deus, em ti confio; salva-me de todos os que me perseguem e livra-me; 2. para que ele não arrebate a minha alma, como leão, despedaçando- a, sem que haja quem a livre; 3. SENHOR, meu Deus, se eu fiz isto, se há perversidade nas minhas mãos, 4. se paguei com o mal àquele que tinha paz comigo (antes, livrei ao que me oprimia sem causa); 5. persiga o inimigo a minha alma e alcance-a; calque aos pés a minha vida sobre a terra e reduza a pó a minha glória. (Selá) 6. Levanta-te, SENHOR, na tua ira; exalta-te por causa do furor dos meus opressores; e desperta por mim, para o juízo que ordenaste. 7. Assim, te rodeará o ajuntamento de povos; por causa deles, pois, volta às alturas. 8. O SENHOR julgará os povos; julga-me, SENHOR, conforme a minha justiça e conforme a integridade que há em mim. 9. Tenha já fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e a mente. 10. O meu escudo está com Deus, que salva os retos de coração. 11. Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias. 12. Se o homem se não converter, Deus afiará a sua espada; já tem armado o seu arco e está aparelhado; 13. e já para ele preparou armas mortais; e porá em ação as suas setas inflamadas contra os perseguidores. 14. Eis que esse está com dores de perversidade; concebeu trabalhos e produzirá mentiras. 15. Cavou um poço, e o fez fundo, e caiu na cova que fez. 16. A sua obra cairá sobre a sua cabeça; e a sua violência descerá sobre a sua mioleira. 17. Eu louvarei ao SENHOR segundo a sua justiça e cantarei louvores ao nome do SENHOR Altíssimo. Salmos 8 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Gitite Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus! 2. Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres calar o inimigo e vingativo. 3. Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; 4. que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? 5. Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste. 6. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: 7. todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo; 8. as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares. 9. Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra! Salmos 9 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Mute-Laben Eu te louvarei, SENHOR, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. 2. Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo. 3. Porquanto os meus inimigos retrocederam e caíram; e pereceram diante da tua face. 4. Pois tu tens sustentado o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente. 5. Repreendeste as nações, destruíste os ímpios, apagaste o seu nome para sempre e eternamente. 6. Oh! Inimigo! Consumaram-se as assolações; -- tu arrasaste as cidades, e a sua memória pereceu com elas. 7. Mas o SENHOR está assentado perpetuamente; já preparou o seu tribunal para julgar. 8. Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com retidão. 9. O SENHOR será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia. 10. E em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, SENHOR, nunca desamparaste os que te buscam. 11. Cantai louvores ao SENHOR, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos, 12. pois inquire do derramamento de sangue e lembra-se dele; não se esquece do clamor dos aflitos. 13. Tem misericórdia de mim, SENHOR; vê como me fazem sofrer aqueles que me aborrecem, tu que me levantas das portas da morte; 14. para que eu conte todos os teus louvores às portas da filha de Sião e me alegre na tua salvação. 15. As nações precipitaram-se na cova que abriram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé. 16. O SENHOR é conhecido pelo juízo que fez; enlaçado ficou o ímpio nos seus próprios feitos. (Higaiom; Selá) 17. Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus. 18. Porque o necessitado não será esquecido para sempre, nem a expectação dos pobres se malogrará perpetuamente. 19. Levanta-te, SENHOR! Não prevaleça o homem; sejam julgadas as nações perante a tua face. 20. Tu os pões em medo, SENHOR, para que saibam as nações que são constituídas por meros homens. (Selá) Salmos 10 1. Por que te conservas longe, SENHOR? Por que te escondes nos tempos de angústia? 2. Os ímpios, na sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam apanhados nas ciladas que maquinaram. 3. Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma, bendiz ao avarento e blasfema do SENHOR. 4. Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus. 5. Os seus caminhos são sempre atormentadores; os teus juízos estão longe dele, em grande altura; trata com desprezo os seus adversários. 6. Diz em seu coração: Não serei abalado, porque nunca me verei na adversidade. 7. A sua boca está cheia de imprecações, de enganos e de astúcia; debaixo da sua língua há malícia e maldade. 8. Põe-se nos cerrados das aldeias; nos lugares ocultos mata o inocente; os seus olhos estão ocultamente fixos sobre o pobre. 9. Arma ciladas em esconderijos, como o leão no seu covil; arma ciladas para roubar o pobre; rouba-o colhendo-o na sua rede. 10. Encolhe-se, abaixa-se, para que os pobres caiam em suas fortes garras. 11. Diz em seu coração: Deus esqueceu-se; cobriu o seu rosto e nunca verá isto. 12. Levanta-te, SENHOR! Ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças dos necessitados! 13. Por que blasfema de Deus o ímpio, dizendo no seu coração que tu não inquirirás? 14. Tu o viste, porque atentas para o trabalho e enfado, para os tomares sob tuas mãos; a ti o pobre se encomenda; tu és o auxílio do órfão. 15. Quebranta o braço do ímpio e malvado; busca a sua impiedade até nada mais achares dela. 16. O SENHOR é Rei eterno; da sua terra serão desarraigados os gentios. 17. SENHOR, tu ouviste os desejos dos mansos; confortarás o seu coração; os teus ouvidos estarão abertos para eles; 18. para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, não prossiga mais em usar da violência. Salmos 11 1. Salmo de Davi para o cantor-mor No SENHOR confio; como dizeis, pois, à minha alma: Foge para a tua montanha como pássaro? 2. Porque eis que os ímpios armam o arco, põem as flechas na corda, para com elas atirarem, às ocultas, aos retos de coração. 3. Na verdade, que já os fundamentos se transtornam; que pode fazer o justo? 4. O SENHOR está no seu santo templo; o trono do SENHOR está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens. 5. O SENHOR prova o justo, mas a sua alma aborrece o ímpio e o que ama a violência. 6. Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; eis a porção do seu copo. 7. Porque o SENHOR é justo e ama a justiça; o seu rosto está voltado para os retos. Salmos 12 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Seminite Salva-nos, SENHOR, porque faltam os homens benignos; porque são poucos os fiéis entre os filhos dos homens. 2. Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobrado. 3. O SENHOR cortará todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente. 4. Pois dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os lábios são nossos; quem é o senhor sobre nós? 5. Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, me levantarei agora, diz o SENHOR; porei em salvo aquele para quem eles assopram. 6. As palavras do SENHOR são palavras puras como prata refinada em forno de barro e purificada sete vezes. 7. Tu nos guardarás, SENHOR; desta geração nos livrarás para sempre. 8. Os ímpios circulam por toda parte quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados. Salmos 13 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Até quando te esquecerás de mim, SENHOR? Para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto? 2. Até quando consultarei com a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando se exaltará sobre mim o meu inimigo? 3. Atenta em mim, ouve-me, ó SENHOR, meu Deus; alumia os meus olhos para que eu não adormeça na morte; 4. para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus adversários se não alegrem, vindo eu a vacilar. 5. Mas eu confio na tua benignidade; na tua salvação, meu coração se alegrará. 6. Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem. Salmos 14 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem. 2. O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. 3. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um. 4. Não terão conhecimento os obreiros da iniqüidade, que comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocam ao SENHOR. 5. Ali se acharam em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos. 6. Vós envergonhais o conselho dos pobres, porquanto o SENHOR é o seu refúgio. 7. Oh! Se de Sião tivera já vindo a redenção de Israel! Quando o SENHOR fizer voltar os cativos do seu povo, se regozijará Jacó e se alegrará Israel. Salmos 15 1. Salmo de Davi SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? 2. Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala verazmente segundo o seu coração; 3. aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhuma afronta contra o seu próximo; 4. aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao SENHOR; aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda. 5. Aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem recebe subornos contra o inocente; quem faz isto nunca será abalado. Salmos 16 1. Salmo excelentíssimo de Davi Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio. 2. A minha alma disse ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; não tenho outro bem além de ti. 3. Digo aos santos que estão na terra e aos ilustres em quem está todo o meu prazer: 4. As dores se multiplicarão àqueles que fazem oferendas a outro deus; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei o seu nome nos meus lábios. 5. O SENHOR é a porção da minha herança e o meu cálice; tu sustentas a minha sorte. 6. As linhas caem-me em lugares deliciosos; sim, coube-me uma formosa herança. 7. Louvarei ao SENHOR que me aconselhou; até o meu coração me ensina de noite. 8. Tenho posto o SENHOR continuamente diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei. 9. Portanto, está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura. 10. Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. 11. Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente. Salmos 17 1. Oração de Davi Ouve, SENHOR, a justiça e atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não é feita com lábios enganosos. 2. Saia a minha sentença de diante do teu rosto; atendam os teus olhos à razão. 3. Provaste o meu coração; visitaste- me de noite; examinaste-me e nada achaste; o que pensei, a minha boca não transgredirá. 4. Quanto ao trato dos homens, pela palavra dos teus lábios me guardei das veredas do destruidor. 5. Dirige os meus passos nos teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem. 6. Eu te invoquei, ó Deus, pois me queres ouvir; inclina para mim os teus ouvidos e escuta as minhas palavras. 7. Faze maravilhosas as tuas beneficências, tu que livras aqueles que em ti confiam dos que se levantam contra a tua destra. 8. Guarda-me como à menina do olho, esconde-me à sombra das tuas asas, 9. dos ímpios que me oprimem, dos meus inimigos mortais que me andam cercando. 10. Na sua gordura se encerram e com a boca falam soberbamente. 11. Andam-nos agora espiando os nossos passos; e fixam os seus olhos em nós para nos derribarem por terra; 12. parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa e com o leãozinho que se põe em esconderijos. 13. Levanta-te, SENHOR! Detém-no, derriba-o, livra a minha alma do ímpio, pela tua espada; 14. dos homens, com a tua mão, SENHOR, dos homens do mundo, cuja porção está nesta vida e cujo ventre enches do teu tesouro oculto; seus filhos estão fartos, e estes dão os seus sobejos às suas crianças. 15. Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar. Salmos 18 1. Para o cantor-mor. Salmo do servo do SENHOR, Davi, que disse as palavras deste cântico ao SENHOR, no dia em que o SENHOR o livrou de todos os seus inimigos e das mãos de Saul Eu te amarei do coração, ó SENHOR, fortaleza minha. 2. O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação e o meu alto refúgio. 3. Invocarei o nome do SENHOR, que é digno de louvor, e ficarei livre dos meus inimigos. 4. Cordéis de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram. 5. Cordas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam. 6. Na angústia, invoquei ao SENHOR e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz e aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face. 7. Então, a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou. 8. Do seu nariz subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele. 9. Abaixou os céus e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés. 10. E montou num querubim e voou; sim, voou sobre as asas do vento. 11. Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus. 12. Ao resplendor da sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva, e as brasas de fogo. 13. E o SENHOR trovejou nos céus; o Altíssimo levantou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo. 14. Despediu as suas setas e os espalhou; multiplicou raios e os perturbou. 15. Então, foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo; pela tua repreensão, SENHOR, ao soprar das tuas narinas. 16. Enviou desde o alto e me tomou; tirou-me das muitas águas. 17. Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me aborreciam, pois eram mais poderosos do que eu. 18. Surpreenderam-me no dia da minha calamidade; mas o SENHOR foi o meu amparo. 19. Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim. 20. Recompensou-me o SENHOR conforme a minha justiça e retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos. 21. Porque guardei os caminhos do SENHOR e não me apartei impiamente do meu Deus. 22. Porque todos os seus juízos estavam diante de mim, e não rejeitei os seus estatutos. 23. Também fui sincero perante ele e me guardei da minha iniqüidade. 24. Pelo que me retribuiu o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos. 25. Com o benigno te mostrarás benigno; e com o homem sincero te mostrarás sincero; 26. com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável. 27. Porque tu livrarás o povo aflito e abaterás os olhos altivos. 28. Porque tu acenderás a minha candeia; o SENHOR, meu Deus, alumiará as minhas trevas. 29. Porque contigo entrei pelo meio de um esquadrão e com o meu Deus saltei uma muralha. 30. O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; é um escudo para todos os que nele confiam. 31. Porque, quem é Deus senão o SENHOR? E quem é rochedo senão o nosso Deus? 32. Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho. 33. Faz os meus pés como os das cervas e põe-me nas minhas alturas. 34. Adestra as minhas mãos para o combate, de sorte que os meus braços quebraram um arco de cobre. 35. Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu. 36. Alargaste os meus passos e os meus artelhos não vacilaram. 37. Persegui os meus inimigos e os alcancei; não voltei, senão depois de os ter consumido. 38. Atravessei-os, de sorte que não se puderam levantar; caíram debaixo dos meus pés. 39. Pois me cingiste de força para a peleja; fizeste abater debaixo de mim aqueles que contra mim se levantaram. 40. Deste-me também o pescoço dos meus inimigos, para que eu pudesse destruir os que me aborrecem. 41. Clamaram, mas não houve quem os livrasse; até ao SENHOR, mas ele não lhes respondeu. 42. Então, os esmiucei como o pó diante do vento; deitei-os fora como a lama das ruas. 43. Livraste-me das contendas do povo e me fizeste cabeça das nações; um povo que não conheci me servirá. 44. Em ouvindo a minha voz, me obedecerão; os estranhos se submeterão a mim. 45. Os estranhos decairão e terão medo nas suas fortificações. 46. O SENHOR vive; e bendito seja o meu rochedo, e exaltado seja o Deus da minha salvação. 47. É Deus que me vinga inteiramente e sujeita os povos debaixo de mim; 48. o que me livra de meus inimigos; -- sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim, tu me livras do homem violento. 49. Pelo que, ó SENHOR, te louvarei entre as nações e cantarei louvores ao teu nome. 50. É ele que engrandece as vitórias do seu rei e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi, e com a sua posteridade para sempre. Salmos 19 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. 2. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. 3. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes 4. em toda a extensão da terra, e as suas palavras, até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, 5. que é qual noivo que sai do seu tálamo e se alegra como um herói a correr o seu caminho. 6. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso, até à outra extremidade deles; e nada se furta ao seu calor. 7. A lei do SENHOR é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. 8. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e alumia os olhos. 9. O temor do SENHOR é limpo e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. 10. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. 11. Também por eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa. 12. Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. 13. Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim; então, serei sincero e ficarei limpo de grande transgressão. 14. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, rocha minha e libertador meu! Salmos 20 1. Salmo de Davi para o cantor-mor O SENHOR te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja. 2. Envie-te socorro desde o seu santuário e te sustenha desde Sião. 3. Lembre-se de todas as tuas ofertas e aceite os teus holocaustos. (Selá) 4. Conceda-te conforme o teu coração e cumpra todo o teu desígnio. 5. Nós nos alegraremos pela tua salvação e, em nome do nosso Deus, arvoraremos pendões; satisfaça o SENHOR todas as tuas petições. 6. Agora sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele o ouvirá desde o seu santo céu com a força salvadora da sua destra. 7. Uns confiam em carros, e outros, em cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR, nosso Deus. 8. Uns encurvam-se e caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé. 9. Salva- nos, SENHOR! Ouça-nos o Rei quando clamarmos. Salmos 21 1. Salmo de Davi para o cantor-mor O rei se alegra em tua força, SENHOR; e na tua salvação grandemente se regozija. 2. Cumpriste-lhe o desejo do seu coração e não desatendeste as súplicas dos seus lábios. (Selá) 3. Pois o provês das bênçãos de bondade; pões na sua cabeça uma coroa de ouro fino. 4. Vida te pediu, e lha deste, mesmo longura de dias para sempre e eternamente. 5. Grande é a sua glória pela tua salvação; de honra e de majestade o revestiste. 6. Pois o abençoaste para sempre; tu o enches de gozo com a tua face. 7. Porque o rei confia no SENHOR e pela misericórdia do Altíssimo nunca vacilará. 8. A tua mão alcançará todos os teus inimigos; a tua mão direita alcançará aqueles que te aborrecem. 9. Tu os farás como um forno aceso quando te manifestares; o SENHOR os devorará na sua indignação, e o fogo os consumirá. 10. Seu fruto destruirás da terra e a sua descendência, dentre os filhos dos homens. 11. Porque intentaram o mal contra ti; maquinaram um ardil, mas não prevalecerão. 12. Portanto, tu lhes farás voltar as costas; e com tuas flechas postas nas cordas lhes apontarás ao rosto. 13. Exalta-te, SENHOR, na tua força; então, cantaremos e louvaremos o teu poder. Salmos 22 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Aijelete-Hás-Saar Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias? 2. Deus meu, eu clamo de dia, e tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego. 3. Porém tu és Santo, o que habitas entre os louvores de Israel. 4. Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste. 5. A ti clamaram e escaparam; em ti confiaram e não foram confundidos. 6. Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo. 7. Todos os que me vêem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça, dizendo: 8. Confiou no SENHOR, que o livre; livre-o, pois nele tem prazer. 9. Mas tu és o que me tiraste do ventre; o que me preservaste estando ainda aos seios de minha mãe. 10. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe. 11. Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude. 12. Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam. 13. Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge. 14. Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera e derreteu-se dentro de mim. 15. A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte. 16. Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou; traspassaram-me as mãos e os pés. 17. Poderia contar todos os meus ossos; eles vêem e me contemplam. 18. Repartem entre si as minhas vestes e lançam sortes sobre a minha túnica. 19. Mas tu, SENHOR, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me. 20. Livra a minha alma da espada e a minha predileta, da força do cão. 21. Salva-me da boca do leão; sim, ouve-me desde as pontas dos unicórnios. 22. Então, declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação. 23. Vós que temeis ao SENHOR, louvai-o; todos vós, descendência de Jacó, glorificai-o; e temei-o todos vós, descendência de Israel. 24. Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu. 25. O meu louvor virá de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem. 26. Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao SENHOR os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente. 27. Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao SENHOR; e todas as gerações das nações adorarão perante a tua face. 28. Porque o reino é do SENHOR, e ele domina entre as nações. 29. Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; como também os que não podem reter a sua vida. 30. Uma semente o servirá; falará do Senhor de geração em geração. 31. Chegarão e anunciarão a sua justiça ao povo que nascer, porquanto ele o fez. Salmos 23 1. Salmo de Davi O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. 2. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. 3. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. 4. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. 5. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. 6. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR por longos dias. Salmos 24 1. Salmo de Davi Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. 2. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios. 3. Quem subirá ao monte do SENHOR ou quem estará no seu lugar santo? 4. Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. 5. Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da sua salvação. 6. Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá) 7. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. 8. Quem é este Rei da Glória? O SENHOR forte e poderoso, o SENHOR poderoso na guerra. 9. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. 10. Quem é este Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos; ele é o Rei da Glória. (Selá) Salmos 25 1. Salmo de Davi A ti, SENHOR, levanto a minha alma. 2. Deus meu, em ti confio; não me deixes confundido, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim. 3. Na verdade, não serão confundidos os que esperam em ti; confundidos serão os que transgridem sem causa. 4. Faze-me saber os teus caminhos, SENHOR; ensina-me as tuas veredas. 5. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação; por ti estou esperando todo o dia. 6. Lembra-te, SENHOR, das tuas misericórdias e das tuas benignidades, porque são desde a eternidade. 7. Não te lembres dos pecados da minha mocidade nem das minhas trangressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, por tua bondade, SENHOR. 8. Bom e reto é o SENHOR; pelo que ensinará o caminho aos pecadores. 9. Guiará os mansos retamente; e aos mansos ensinará o seu caminho. 10. Todas as veredas do SENHOR são misericórdia e verdade para aqueles que guardam o seu concerto e os seus testemunhos. 11. Por amor do teu nome, SENHOR, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande. 12. Qual é o homem que teme ao SENHOR? Ele o ensinará no caminho que deve escolher. 13. A sua alma pousará no bem, e a sua descendência herdará a terra. 14. O segredo do SENHOR é para os que o temem; e ele lhes fará saber o seu concerto. 15. Os meus olhos estão continuamente no SENHOR, pois ele tirará os meus pés da rede. 16. Olha para mim e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito. 17. As ânsias do meu coração se têm multiplicado; tira-me dos meus apertos. 18. Olha para a minha aflição e para a minha dor e perdoa todos os meus pecados. 19. Olha para os meus inimigos, pois se vão multiplicando e me aborrecem com ódio cruel. 20. Guarda a minha alma e livra-me; não me deixes confundido, porquanto confio em ti. 21. Guardem-me a sinceridade e a retidão, porquanto espero em ti. 22. Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias. Salmos 26 1. Salmo de Davi Julga-me, SENHOR, pois tenho andado em minha sinceridade; tenho confiado também no SENHOR; não vacilarei. 2. Examina-me, SENHOR, e prova-me; esquadrinha a minha mente e o meu coração. 3. Porque a tua benignidade está diante dos meus olhos; e tenho andado na tua verdade. 4. Não me tenho assentado com homens vãos, nem converso com os homens dissimulados. 5. Tenho aborrecido a congregação de malfeitores; não me ajunto com os ímpios. 6. Lavo as minhas mãos na inocência; e assim andarei, SENHOR, ao redor do teu altar, 7. para publicar com voz de louvor e contar todas as tuas maravilhas. 8. SENHOR, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória. 9. Não colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida com a dos homens sanguinolentos, 10. em cujas mãos há malefício, e cuja mão direita está cheia de subornos. 11. Mas eu ando na minha sinceridade; livra-me e tem piedade de mim. 12. O meu pé está posto em caminho plano; nas congregações louvarei ao SENHOR. Salmos 27 1. Salmo de Davi O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O SENHOR é a força da minha vida; de quem me recearei? 2. Quando os malvados, meus adversários e meus inimigos, investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e caíram. 3. Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nele confiaria. 4. Uma coisa pedi ao SENHOR e a buscarei: que possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR e aprender no seu templo. 5. Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; por-me-á sobre uma rocha. 6. Também a minha cabeça será exaltada sobre os meus inimigos que estão ao redor de mim; pelo que oferecerei sacrifício de júbilo no seu tabernáculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao SENHOR. 7. Ouve, SENHOR, a minha voz quando clamo; tem também piedade de mim e responde-me. 8. Quando tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu coração te disse a ti: O teu rosto, SENHOR, buscarei. 9. Não escondas de mim a tua face e não rejeites ao teu servo com ira; tu foste a minha ajuda; não me deixes, nem me desampares, ó Deus da minha salvação. 10. Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me recolherá. 11. Ensina-me, SENHOR, o teu caminho e guia-me pela vereda direita, por causa dos que me andam espiando. 12. Não me entregues à vontade dos meus adversários, pois se levantaram falsas testemunhas contra mim, e os que respiram crueldade. 13. Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria os bens do SENHOR na terra dos viventes. 14. Espera no SENHOR, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no SENHOR. Salmos 28 1. Salmo de Davi A ti clamarei, ó SENHOR, rocha minha; não emudeças para comigo; não suceda, calando-te tu a meu respeito, que eu me torne semelhante aos que descem à cova. 2. Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamar, quando levantar as minhas mãos para o oráculo do teu santuário. 3. Não me arremesses com os ímpios e com os que praticam a iniqüidade; que falam de paz ao seu próximo, mas têm o mal no seu coração. 4. Retribui-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus esforços; dá-lhes conforme a obra das suas mãos; envia-lhes a sua recompensa. 5. Porquanto não atentam para as obras do SENHOR, nem para o que as suas mãos têm feito; pelo que ele os derribará e não os reedificará. 6. Bendito seja o SENHOR, porque ouviu a voz das minhas súplicas. 7. O SENHOR é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu canto o louvarei. 8. O SENHOR é a força do seu povo; também é a força salvadora do seu ungido. 9. Salva o teu povo e abençoa a tua herança; apascenta-os e exalta-os para sempre. Salmos 29 1. Salmo de Davi Dai ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força. 2. Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome; adorai o SENHOR na beleza da sua santidade. 3. A voz do SENHOR ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o SENHOR está sobre as muitas águas. 4. A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade. 5. A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR quebra os cedros do Líbano. 6. Ele os faz saltar como a um bezerro; ao Líbano e Siriom, como novos unicórnios. 7. A voz do SENHOR separa as labaredas do fogo. 8. A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de Cades. 9. A voz do SENHOR faz parir as cervas e desnuda as brenhas. E no seu templo cada um diz: Glória! 10. O SENHOR se assentou sobre o dilúvio; o SENHOR se assenta como Rei perpetuamente. 11. O SENHOR dará força ao seu povo; o SENHOR abençoará o seu povo com paz. Salmos 30 1. Salmo e canção na dedicação da casa. Salmo de Davi Exaltar-te-ei, ó SENHOR, porque tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim. 2. SENHOR, meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste. 3. SENHOR, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo. 4. Cantai ao SENHOR, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua santidade. 5. Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida; o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. 6. Eu dizia na minha prosperidade: Não vacilarei jamais. 7. Tu, SENHOR, pelo teu favor fizeste forte a minha montanha; tu encobriste o teu rosto, e fiquei perturbado. 8. A ti, SENHOR, clamei, e ao SENHOR supliquei. 9. Que proveito há no meu sangue, quando desço à cova? Porventura, te louvará o pó? Anunciará ele a tua verdade? 10. Ouve, SENHOR, e tem piedade de mim; SENHOR, sê o meu auxílio. 11. Tornaste o meu pranto em folguedo; tiraste o meu cilício e me cingiste de alegria; 12. para que a minha glória te cante louvores e não se cale; SENHOR, Deus meu, eu te louvarei para sempre. Salmos 31 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Em ti, SENHOR, confio; nunca me deixes confundido; livra-me pela tua justiça. 2. Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa; sê a minha firme rocha, uma casa fortíssima que me salve. 3. Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me. 4. Tira-me da rede que para mim esconderam, pois tu és a minha força. 5. Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade. 6. Aborreço aqueles que se entregam a vaidades enganosas; eu, porém, confio no SENHOR. 7. Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias. 8. E não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar espaçoso. 9. Tem misericórdia de mim, ó SENHOR, porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo. 10. Porque a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos, de suspiros; a minha força descai por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem. 11. Por causa de todos os meus inimigos, fui o opróbrio dos meus vizinhos e um horror para os meus conhecidos; os que me viam na rua fugiam de mim. 12. Estou esquecido no coração deles, como um morto; sou como um vaso quebrado. 13. Pois ouvi a murmuração de muitos; temor havia ao redor; porquanto todos se conluiavam contra mim; intentam tirar-me a vida. 14. Mas eu confiei em ti, SENHOR; e disse: Tu és o meu Deus. 15. Os meus tempos estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem. 16. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tuas misericórdias. 17. Não me deixes confundido, SENHOR, porque te tenho invocado; deixa confundidos os ímpios; emudeçam na sepultura. 18. Emudeçam os lábios mentirosos que dizem coisas más com arrogância e desprezo contra o justo. 19. Oh! Quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, e que tu mostraste àqueles que em ti confiam na presença dos filhos dos homens! 20. Tu os esconderás, no secreto da tua presença, das intrigas dos homens; ocultá-los-ás, em um pavilhão, da contenda das línguas. 21. Bendito seja o SENHOR, pois fez maravilhosa a sua misericórdia para comigo em cidade segura. 22. Pois eu dizia na minha pressa: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste a voz das minhas súplicas, quando eu a ti clamei. 23. Amai ao SENHOR, vós todos os que sois seus santos; porque o SENHOR guarda os fiéis e retribui com abundância aos soberbos. 24. Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos os que esperais no SENHOR. Salmos 32 1. Masquil de Davi Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. 2. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. 3. Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. 4. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. (Selá) 5. Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. (Selá) 6. Pelo que todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas a ele não chegarão. 7. Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento. (Selá) 8. Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. 9. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, para que se não atirem a ti. 10. O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no SENHOR, a misericórdia o cercará. 11. Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, vós, os justos; e cantai alegremente todos vós que sois retos de coração. Salmos 33 1. Regozijai-vos no SENHOR, vós, justos, pois aos retos convém o louvor. 2. Louvai ao SENHOR com harpa, cantai a ele com saltério de dez cordas. 3. Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo. 4. Porque a palavra do SENHOR é reta, e todas as suas obras são fiéis. 5. Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da bondade do SENHOR. 6. Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca. 7. Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe os abismos em tesouros. 8. Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no todos os moradores do mundo. 9. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu. 10. O SENHOR desfaz o conselho das nações; quebranta os intentos dos povos. 11. O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do seu coração, de geração em geração. 12. Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para a sua herança. 13. O SENHOR olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens; 14. da sua morada contempla todos os moradores da terra. 15. Ele é que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras. 16. Não há rei que se salve com a grandeza de um exército, nem o homem valente se livra pela muita força. 17. O cavalo é vão para a segurança; não livra ninguém com a sua grande força. 18. Eis que os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, 19. para livrar a sua alma da morte e para os conservar vivos na fome. 20. A nossa alma espera no SENHOR; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo. 21. Pois nele se alegra o nosso coração, porquanto temos confiado no seu santo nome. 22. Seja a tua misericórdia, SENHOR, sobre nós, como em ti esperamos. Salmos 34 1. Salmo de Davi, quando mudou o seu semblante perante Abimeleque, que o expulsou, e ele se foi Louvarei ao SENHOR em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca. 2. A minha alma se gloriará no SENHOR; os mansos o ouvirão e se alegrarão. 3. Engrandecei ao SENHOR comigo, e juntos exaltemos o seu nome. 4. Busquei ao SENHOR, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores. 5. Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficarão confundidos. 6. Clamou este pobre, e o SENHOR o ouviu; e o salvou de todas as suas angústias. 7. O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. 8. Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele confia. 9. Temei ao SENHOR, vós os seus santos, pois não têm falta alguma aqueles que o temem. 10. Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas aqueles que buscam ao SENHOR de nada têm falta. 11. Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR. 12. Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem? 13. Guarda a tua língua do mal e os teus lábios, de falarem enganosamente. 14. Aparta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue-a. 15. Os olhos do SENHOR estão sobre os justos; e os seus ouvidos, atentos ao seu clamor. 16. A face do SENHOR está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a memória deles. 17. Os justos clamam, e o SENHOR os ouve e os livra de todas as suas angústias. 18. Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito. 19. Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas. 20. Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra. 21. A malícia matará o ímpio, e os que aborrecem o justo serão punidos. 22. O SENHOR resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele confiam será condenado. Salmos 35 1. Salmo de Davi Pleiteia, SENHOR, com aqueles que pleiteiam comigo; peleja contra os que pelejam contra mim. 2. Pega do escudo e da rodela e levanta-te em minha ajuda. 3. Tira da lança e obstrui o caminho aos que me perseguem; dize à minha alma: Eu sou a tua salvação. 4. Sejam confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida; voltem atrás e envergonhem-se os que contra mim intentam o mal. 5. Sejam como pragana perante o vento; o anjo do SENHOR os faça fugir. 6. Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do SENHOR os persiga. 7. Porque sem causa encobriram de mim a rede na cova, que sem razão cavaram para a minha alma. 8. Sobrevenha-lhes destruição sem o saberem, e prenda-os a rede que ocultaram; caiam eles nessa mesma destruição. 9. E a minha alma se alegrará no SENHOR; alegrar-se-á na sua salvação. 10. Todos os meus ossos dirão: SENHOR, quem é como tu? Pois livras o pobre daquele que é mais forte do que ele; sim, o pobre e o necessitado, daquele que os rouba. 11. Falsas testemunhas se levantaram; depuseram contra mim coisas que eu não sabia. 12. Tornaram-me o mal pelo bem, roubando a minha alma. 13. Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, a minha veste era pano de saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha oração voltava para o meu seio. 14. Portava-me com ele como se fora meu irmão ou amigo; andava lamentando e muito encurvado, como quem chora por sua mãe. 15. Mas eles com a minha adversidade se alegravam e se congregavam; os abjetos se congregavam contra mim, e eu não o sabia; rasgavam-me e não cessavam. 16. Como hipócritas zombadores nas festas, rangiam os dentes contra mim. 17. Senhor, até quando verás isto? Resgata a minha alma das suas assolações, e a minha predileta, dos leões. 18. Louvar-te-ei na grande congregação; entre muitíssimo povo te celebrarei. 19. Não se alegrem de mim os meus inimigos sem razão, nem pisquem os olhos aqueles que me aborrecem sem causa. 20. Pois não falam de paz; antes, projetam enganar os quietos da terra. 21. Abrem a boca de par em par contra mim e dizem: Ah! Ah! Os nossos olhos o viram! 22. Tu, SENHOR, o viste, não te cales; Senhor, não te alongues de mim; 23. desperta e acorda para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu e Senhor meu! 24. Julga-me segundo a tua justiça, SENHOR, Deus meu, e não deixes que se alegrem de mim. 25. Não digam em seu coração: Eia, sus, alma nossa! Não digam: Nós o havemos devorado! 26. Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim. 27. Cantem e alegrem-se os que amam a minha justiça, e digam continuamente: O SENHOR, que ama a prosperidade do seu servo, seja engrandecido. 28. E assim a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor, todo o dia. Salmos 36 1. Salmo de Davi, servo do SENHOR, para o cantor-mor A prevaricação do ímpio fala no íntimo do seu coração; não há temor de Deus perante os seus olhos. 2. Porque em seus olhos se lisonjeia, até que a sua iniqüidade se mostre detestável. 3. As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de entender e de fazer o bem. 4. Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não aborrece o mal. 5. A tua misericórdia, SENHOR, está nos céus, e a tua fidelidade chega até às mais excelsas nuvens. 6. A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são um grande abismo; SENHOR, tu conservas os homens e os animais. 7. Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! E por isso os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas. 8. Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias; 9. porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz. 10. Estende a tua benignidade sobre os que te conhecem, e a tua justiça sobre os retos de coração. 11. Não venha sobre mim o pé dos soberbos, e não me mova a mão dos ímpios. 12. Ali caem os obreiros da iniqüidade; cairão e não se poderão levantar. Salmos 37 1. Salmo de Davi Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade. 2. Porque cedo serão ceifados como a erva e murcharão como a verdura. 3. Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado. 4. Deleita-te também no SENHOR, e ele te concederá o que deseja o teu coração. 5. Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará. 6. E ele fará sobressair a tua justiça como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia. 7. Descansa no SENHOR e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos. 8. Deixa a ira e abandona o furor; não te indignes para fazer o mal. 9. Porque os malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que esperam no SENHOR herdarão a terra. 10. Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá. 11. Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz. 12. O ímpio maquina contra o justo e contra ele range os dentes. 13. O Senhor se rirá dele, pois vê que vem chegando o seu dia. 14. Os ímpios puxaram da espada e entesaram o arco, para derribarem o pobre e necessitado e para matarem os de reto caminho. 15. Mas a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos se quebrarão. 16. Vale mais o pouco que tem o justo do que as riquezas de muitos ímpios. 17. Pois os braços dos ímpios se quebrarão, mas o SENHOR sustém os justos. 18. O SENHOR conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre. 19. Não serão envergonhados nos dias maus e nos dias de fome se fartarão. 20. Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do SENHOR serão como a gordura dos cordeiros; desaparecerão e em fumaça se desfarão. 21. O ímpio toma emprestado e não paga; mas o justo se compadece e dá. 22. Porque aqueles que ele abençoa herdarão a terra, e aqueles que forem por ele amaldiçoados serão desarraigados. 23. Os passos de um homem bom são confirmados pelo SENHOR, e ele deleita-se no seu caminho. 24. Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o SENHOR o sustém com a sua mão. 25. Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão. 26. Compadece-se sempre, e empresta, e a sua descendência é abençoada. 27. Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada para sempre. 28. Porque o SENHOR ama o juízo e não desampara os seus santos; eles são preservados para sempre; mas a descendência dos ímpios será desarraigada. 29. Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre. 30. A boca do justo fala da sabedoria; a sua língua fala do que é reto. 31. A lei do seu Deus está em seu coração; os seus passos não resvalarão. 32. O ímpio espreita o justo e procura matá-lo. 33. O SENHOR não o deixará em suas mãos, nem o condenará quando for julgado. 34. Espera no SENHOR e guarda o seu caminho, e te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem desarraigados. 35. Vi o ímpio com grande poder espalhar-se como a árvore verde na terra natal. 36. Mas passou e já não é; procurei-o, mas não se pôde encontrar. 37. Nota o homem sincero e considera o que é reto, porque o futuro desse homem será de paz. 38. Quanto aos transgressores, serão, à uma, destruídos, e as relíquias dos ímpios todas perecerão. 39. Mas a salvação dos justos vem do SENHOR; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia. 40. E o SENHOR os ajudará e os livrará; ele os livrará dos ímpios e os salvará, porquanto confiam nele. Salmos 38 1. Salmo de Davi para lembrança Ó SENHOR, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor. 2. Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e a tua mão sobre mim desceu. 3. Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há paz em meus ossos, por causa do meu pecado. 4. Pois já as minhas iniqüidades ultrapassam a minha cabeça; como carga pesada são demais para as minhas forças. 5. As minhas chagas cheiram mal e estão corruptas, por causa da minha loucura. 6. Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando todo o dia. 7. Porque os meus lombos estão cheios de ardor, e não há coisa sã na minha carne. 8. Estou fraco e mui quebrantado; tenho rugido por causa do desassossego do meu coração. 9. Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu gemido não te é oculto. 10. O meu coração dá voltas, a minha força me falta; quanto à luz dos meus olhos, até essa me deixou. 11. Os meus amigos e os meus propínquos afastam-se da minha chaga; e os meus parentes se põem em distância. 12. Também os que buscam a minha vida me armam laços, e os que procuram o meu mal dizem coisas que danificam e imaginam astúcias todo o dia. 13. Mas eu, como surdo, não ouvia e, como mudo, não abri a boca. 14. Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca não há reprovação. 15. Porque em ti, SENHOR, espero; tu, Senhor, meu Deus, me ouvirás. 16. Porque dizia eu: Ouve-me, para que se não alegrem de mim; quando escorrega o meu pé, eles se engrandecem contra mim. 17. Porque estou prestes a coxear; a minha dor está constantemente perante mim. 18. Porque eu confessarei a minha iniqüidade; afligir-me-ei por causa do meu pecado. 19. Mas os meus inimigos estão vivos e são fortes, e os que sem causa me odeiam se engrandecem. 20. Os que dão mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom. 21. Não me desampares, SENHOR; meu Deus, não te alongues de mim. 22. Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação. Salmos 39 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, para Jedutum Eu disse: Guardarei os meus caminhos para não delinqüir com a minha língua; enfrearei a minha boca enquanto o ímpio estiver diante de mim. 2. Com o silêncio fiquei como mudo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou. 3. Incendeu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava se acendeu um fogo: então falei com a minha língua. Disse: 4. Faze-me conhecer, SENHOR, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil. 5. Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. (Selá) 6. Na verdade, todo homem anda como uma sombra; na verdade, em vão se inquietam; amontoam riquezas e não sabem quem as levará. 7. Agora, pois, Senhor, que espero eu? A minha esperança está em ti. 8. Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio dos loucos. 9. Emudeci; não abro a minha boca, porquanto tu o fizeste. 10. Tira de sobre mim a tua praga; estou desfalecido pelo golpe da tua mão. 11. Se com repreensões castigas alguém, por causa da iniqüidade, logo destróis, como traça, a sua beleza; de sorte que todo homem é vaidade. (Selá) 12. Ouve, SENHOR, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como um estranho, e peregrino como todos os meus pais. 13. Poupa-me, até que tome alento, antes que me vá e não seja mais. Salmos 40 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. 2. Tirou-me de um lago horrível, de um charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos; 3. e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR. 4. Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança e que não respeita os soberbos, nem os que se desviam para a mentira. 5. Muitas são, SENHOR, meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti; eu quisera anunciá-los e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar. 6. Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste. 7. Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito de mim: 8. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração. 9. Preguei a justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios, SENHOR, tu o sabes. 10. Não escondi a tua justiça dentro do meu coração; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade. 11. Não detenhas para comigo, SENHOR, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade. 12. Porque males sem número me têm rodeado; as minhas iniqüidades me prenderam, de modo que não posso olhar para cima; são mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu coração. 13. Digna-te, SENHOR, livrar-me; SENHOR, apressa-te em meu auxílio. 14. Sejam à uma confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me querem mal. 15. Confundidos sejam em troca da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah! 16. Folguem e alegrem-se em ti os que te buscam; digam constantemente os que amam a tua salvação: Engrandecido seja o SENHOR. 17. Eu sou pobre e necessitado; mas o Senhor cuida de mim: tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus. Salmos 41 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o SENHOR o livrará no dia do mal. 2. O SENHOR o livrará e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos. 3. O SENHOR o sustentará no leito da enfermidade; tu renovas a sua cama na doença. 4. Eu dizia: SENHOR, tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei contra ti. 5. Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá o seu nome? 6. E, se algum deles vem ver-me, diz coisas vãs; no seu coração amontoa a maldade; em saindo para fora, é disso que fala. 7. Todos os que me aborrecem murmuram à uma contra mim; contra mim imaginam o mal, dizendo: 8. Uma doença má se lhe pegou; e, pois que está deitado, não se levantará mais. 9. Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar. 10. Mas tu, SENHOR, tem piedade de mim, e levanta-me, para que eu lhes dê o pago. 11. Por isto conheço eu que tu me favoreces: que o meu inimigo não triunfa de mim. 12. Quanto a mim, tu me sustentas na minha sinceridade e me puseste diante da tua face para sempre. 13. Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, de século em século! Amém e amém! Salmos 42 1. Masquil para o cantor-mor, entre os filhos de Corá Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! 2. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? 3. As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? 4. Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à Casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava. 5. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença. 6. Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; portanto, lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermon, e desde o pequeno monte. 7. Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim. 8. Contudo, o SENHOR mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida. 9. Direi a Deus, a minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando angustiado por causa da opressão do inimigo? 10. Como com ferida mortal em meus ossos, me afrontam os meus adversários, quando todo o dia me dizem: Onde está o teu Deus? 11. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus. Salmos 43 1. Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra a gente ímpia; livra-me do homem fraudulento e injusto. 2. Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me rejeitas? Por que me visto de luto por causa da opressão do inimigo? 3. Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos. 4. Então, irei ao altar de Deus, do Deus que é a minha grande alegria, e com harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu. 5. Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e Deus meu. Salmos 44 1. Masquil para o cantor-mor, entre os filhos de Corá Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, e nossos pais nos têm contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da antiguidade. 2. Como expeliste as nações com a tua mão e aos nossos pais plantaste; como afligiste os povos e aos nossos pais alargaste. 3. Pois não conquistaram a terra pela sua espada, nem o seu braço os salvou, e sim a tua destra, e o teu braço, e a luz da tua face, porquanto te agradaste deles. 4. Tu és o meu Rei, ó Deus; ordena salvações para Jacó. 5. Por ti venceremos os nossos inimigos; pelo teu nome pisaremos os que se levantam contra nós. 6. Pois eu não confiarei no meu arco, nem a minha espada me salvará. 7. Mas tu nos salvaste dos nossos inimigos e confundiste os que nos aborreciam. 8. Em Deus nos gloriamos todo o dia e louvamos o teu nome eternamente. (Selá) 9. Mas, agora, tu nos rejeitaste, e nos confundiste, e não sais com os nossos exércitos. 10. Tu nos fazes retirar-nos do inimigo, e aqueles que nos odeiam nos tomam como saque. 11. Tu nos entregaste como ovelhas para comer e nos espalhaste entre as nações. 12. Tu vendes por nada o teu povo e não aumentas a tua riqueza com o seu preço. 13. Tu nos fazes o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria daqueles que estão à roda de nós. 14. Tu nos pões por provérbio entre as nações, por movimento de cabeça entre os povos. 15. A minha confusão está constantemente diante de mim, e a vergonha do meu rosto me cobre, 16. à voz daquele que afronta e blasfema, por causa do inimigo e do que se vinga. 17. Tudo isto nos sobreveio; todavia, não nos esquecemos de ti, nem nos houvemos falsamente contra o teu concerto. 18. O nosso coração não voltou atrás, nem os nossos passos se desviaram das tuas veredas, 19. ainda que nos quebrantaste num lugar de dragões e nos cobriste com a sombra da morte. 20. Se nós esquecermos o nome do nosso Deus e estendermos as nossas mãos para um deus estranho, 21. porventura, não conhecerá Deus isso? Pois ele sabe os segredos do coração. 22. Sim, por amor de ti, somos mortos todo dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. 23. Desperta! Por que dormes, Senhor? Acorda! Não nos rejeites para sempre! 24. Por que escondes a face e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão? 25. Pois a nossa alma está abatida até ao pó; o nosso corpo, curvado até ao chão. 26. Levanta-te em nosso auxílio e resgata-nos por amor das tuas misericórdias. Salmos 45 1. Masquil, cântico de amor, para o cantor-mor, entre os filhos de Corá, sobre Sosanim O meu coração ferve com palavras boas; falo do que tenho feito no tocante ao rei; a minha língua é a pena de um destro escritor. 2. Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em teus lábios; por isso, Deus te abençoou para sempre. 3. Cinge a tua espada à coxa, ó valente, com a tua glória e a tua majestade. 4. E neste teu esplendor cavalga prosperamente pela causa da verdade, da mansidão e da justiça; e a tua destra te ensinará coisas terríveis. 5. As tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei, e por elas os povos caíram debaixo de ti. 6. O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade. 7. Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros. 8. Todas as tuas vestes cheiram a mirra, a aloés e a cássia, desde os palácios de marfim de onde te alegram. 9. As filhas dos reis estavam entre as tuas ilustres donzelas; à tua direita estava a rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir. 10. Ouve, filha, e olha, e inclina teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa de teu pai. 11. Então, o rei se afeiçoará à tua formosura, pois ele é teu senhor; obedece-lhe. 12. E a filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu favor. 13. A filha do rei é toda ilustre no seu palácio; as suas vestes são de ouro tecido. 14. Levá-la-ão ao rei com vestes bordadas; as virgens que a acompanham a trarão a ti. 15. Com alegria e regozijo serão trazidas; elas entrarão no palácio do rei. 16. Em lugar de teus pais será a teus filhos que farás príncipes sobre toda a terra. 17. Farei lembrado o teu nome de geração em geração; pelo que os povos te louvarão eternamente. Salmos 46 1. Cântico sobre Alamote, para o cantor-mor, entre os filhos de Corá Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. 2. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. 3. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá) 4. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. 5. Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã. 6. As nações se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu. 7. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá) 8. Vinde, contemplai as obras do SENHOR; que desolações tem feito na terra! 9. Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. 10. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra. 11. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá) Salmos 47 1. Salmo para o cantor-mor, entre os filhos de Corá Aplaudi com as mãos, todos os povos; cantai a Deus com voz de triunfo. 2. Porque o SENHOR Altíssimo é tremendo e Rei grande sobre toda a terra. 3. Ele nos submeterá os povos e porá as nações debaixo dos nossos pés. 4. Escolherá para nós a nossa herança, a glória de Jacó, a quem amou. (Selá) 5. Deus subiu com júbilo, o SENHOR subiu ao som da trombeta. 6. Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores. 7. Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com inteligência. 8. Deus reina sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade. 9. Os príncipes dos povos se congregam para serem o povo do Deus de Abraão; porque os escudos da terra são de Deus; ele está muito elevado! Salmos 48 1. Cântico. Salmo para os filhos de Corá Grande é o SENHOR e mui digno de louvor na cidade do nosso Deus, no seu monte santo. 2. Formoso de sítio e alegria de toda a terra é o monte Sião sobre os lados do Norte, a cidade do grande Rei. 3. Deus é conhecido nos seus palácios por um alto refúgio. 4. Porque eis que os reis se ajuntaram; eles passaram juntos. 5. Viram- no e ficaram maravilhados; ficaram assombrados e se apressaram em fugir. 6. Tremor ali os tomou, e dores, como de parturiente. 7. Tu quebras as naus de Társis com um vento oriental. 8. Como o ouvimos, assim o vimos na cidade do SENHOR dos Exércitos, na cidade do nosso Deus. Deus a confirmará para sempre. (Selá) 9. Lembramo-nos, ó Deus, da tua benignidade no meio do teu templo. 10. Segundo é o teu nome, ó Deus, assim é o teu louvor, até aos confins da terra; a tua mão direita está cheia de justiça. 11. Alegre-se o monte de Sião; alegrem-se as filhas de Judá por causa dos teus juízos. 12. Rodeai Sião; cercai-a; contai as suas torres; 13. notai bem os seus antemuros; observai os seus palácios, para que tudo narreis à geração seguinte. 14. Porque este Deus é o nosso Deus para sempre; ele será nosso guia até à morte. Salmos 49 1. Salmo para o cantor-mor, entre os filhos de Corá Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os moradores do mundo, 2. quer humildes quer grandes, tanto ricos como pobres. 3. A minha boca falará da sabedoria; e a meditação do meu coração será de entendimento. 4. Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; decifrarei o meu enigma na harpa. 5. Por que temerei eu nos dias maus, quando me cercar a iniqüidade dos que me armam ciladas? 6. Aqueles que confiam na sua fazenda e se gloriam na multidão das suas riquezas, 7. nenhum deles, de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele 8. (pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes); 9. por isso, tampouco viverá para sempre ou deixará de ver a corrupção; 10. porque vê que os sábios morrem, que perecem igualmente o louco e o bruto e deixam a outros os seus bens. 11. O seu pensamento interior é que as suas casas serão perpétuas, e as suas habitações, de geração em geração; dão às suas terras os seus próprios nomes. 12. Todavia, o homem que está em honra não permanece; antes, é como os animais, que perecem. 13. Este caminho deles é a sua loucura; contudo, a sua posteridade aprova as suas palavras. (Selá) 14. Como ovelhas, são enterrados; a morte se alimentará deles; os retos terão domínio sobre eles na manhã; e a sua formosura na sepultura se consumirá, por não ter mais onde more. 15. Mas Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá. (Selá) 16. Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa se engrandece. 17. Porque, quando morrer, nada levará consigo, nem a sua glória o acompanhará. 18. Ainda que na sua vida ele bendisse a sua alma, e os homens o louvem quando faz bem a si mesmo, 19. irá para a geração dos seus pais; eles nunca verão a luz. 20. O homem que está em honra, e não tem entendimento, é semelhante aos animais, que perecem. Salmos 50 1. Salmo de Asafe O Deus poderoso, o SENHOR, falou e chamou a terra desde o nascimento do sol até ao seu ocaso. 2. Desde Sião, a perfeição da formosura, resplandeceu Deus. 3. Virá o nosso Deus e não se calará; adiante dele um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dele. 4. Do alto, chamará os céus e a terra, para julgar o seu povo. 5. Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um concerto com sacrifícios. 6. E os céus anunciarão a sua justiça, pois Deus mesmo é o Juiz. (Selá) 7. Ouve, povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu, Deus, o teu Deus, protestarei contra ti. 8. Não te repreenderei pelos teus sacrifícios, ou holocaustos, de contínuo perante mim. 9. Da tua casa não tirarei bezerro nem bodes dos teus currais. 10. Porque meu é todo animal da selva e as alimárias sobre milhares de montanhas. 11. Conheço todas as aves dos montes; e minhas são todas as feras do campo. 12. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e a sua plenitude. 13. Comerei eu carne de touros? Ou beberei sangue de bodes? 14. Oferece a Deus sacrifício de louvor e paga ao Altíssimo os teus votos. 15. E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás. 16. Mas ao ímpio diz Deus: Que tens tu que recitar os meus estatutos e que tomar o meu concerto na tua boca, 17. pois aborreces a correção e lanças as minhas palavras para detrás de ti? 18. Quando vês o ladrão, consentes com ele; e tens a tua parte com adúlteros. 19. Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua compõe o engano. 20. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. 21. Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que era como tu; mas eu te argüirei, e, em sua ordem, tudo porei diante dos teus olhos. 22. Ouvi, pois, isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre. 23. Aquele que oferece sacrifício de louvor me glorificará; e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus. Salmos 51 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, quando o profeta Natã veio a ele, depois de ele ter estado com Bate-Seba Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. 2. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado. 3. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. 5. Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. 6. Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. 7. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. 8. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. 9. Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades. 10. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto. 11. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. 12. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário. 13. Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão. 14. Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça. 15. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. 16. Porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. 17. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. 18. Abençoa a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. 19. Então, te agradarás de sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; então, se oferecerão novilhos sobre o teu altar. Salmos 52 1. Masquil de Davi para o cantor-mor, quando Doegue, o edomita, o anunciou a Saul e lhe disse: Davi veio à casa de Abimeleque Por que te glorias na malícia, ó homem poderoso? Pois a bondade de Deus permanece continuamente. 2. A tua língua intenta o mal, como uma navalha afiada, traçando enganos. 3. Tu amas mais o mal do que o bem; e mais a mentira do que o falar conforme a retidão. (Selá) 4. Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta. 5. Também Deus te destruirá para sempre; arrebatar-te-á e arrancar-te-á da tua habitação; e desarraigar-te-á da terra dos viventes. (Selá) 6. E os justos o verão, e temerão, e se rirão dele, dizendo: 7. Eis aqui o homem que não pôs a Deus por sua fortaleza; antes, confiou na abundância das suas riquezas e se fortaleceu na sua maldade. 8. Mas eu sou como a oliveira verde na Casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para sempre, eternamente. 9. Para sempre te louvarei, porque tu isso fizeste; e esperarei no teu nome, porque é bom diante de teus santos. Salmos 53 1. Masquil de Davi para o cantor-mor, sobre Maalate Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido e têm cometido abominável iniqüidade; não há ninguém que faça o bem. 2. Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. 3. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um. 4. Acaso não têm conhecimento estes obreiros da iniqüidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocam a Deus. 5. Eis que se acharam em grande temor, onde temor não havia, porque Deus espalhou os ossos daquele que te cercava; tu os confundiste, porque Deus os rejeitou. 6. Oh! Se de Sião já viesse a salvação de Israel! Quando Deus fizer voltar os cativos do seu povo, então, se regozijará Jacó e se alegrará Israel. Salmos 54 1. Masquil de Davi para o cantor-mor, sobre Neguinote, quando os zifeus vieram e disseram a Saul: Porventura, não está escondido entre nós? Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder. 2. Ó Deus, ouve a minha oração; inclina os teus ouvidos às palavras da minha boca. 3. Porque estranhos se levantam contra mim, e tiranos procuram a minha vida; não põem a Deus perante os seus olhos. (Selá) 4. Eis que Deus é o meu ajudador; o SENHOR está com aqueles que sustêm a minha alma. 5. Ele pagará o mal daqueles que me andam espiando; destrói-os por tua verdade. 6. Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó SENHOR, porque é bom, 7. porque me livrou de toda a angústia; e os meus olhos viram cumprido o meu desejo acerca dos meus inimigos. Salmos 55 1. Masquil de Davi para o cantor-mor, sobre Neguinote Inclina, ó Deus, os teus ouvidos à minha oração e não te escondas da minha súplica. 2. Atende-me e ouve-me; lamento-me e rujo, 3. por causa do clamor do inimigo e da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim iniqüidade e com furor me aborrecem. 4. O meu coração está dorido dentro de mim, e terrores de morte sobre mim caíram. 5. Temor e tremor me sobrevêm; e o horror me cobriu. 6. Pelo que disse: Ah! Quem me dera asas como de pomba! Voaria e estaria em descanso. 7. Eis que fugiria para longe e pernoitaria no deserto. (Selá) 8. Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento e da tempestade. 9. Despedaça, Senhor, e divide a sua língua, pois tenho visto violência e contenda na cidade. 10. De dia e de noite andam ao redor dela, sobre os seus muros; iniqüidade e malícia estão no meio dela. 11. Maldade há lá dentro; astúcia e engano não se apartam das suas ruas. 12. Pois não era um inimigo que me afrontava; então, eu o teria suportado; nem era o que me aborrecia que se engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido, 13. mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo. 14. Praticávamos juntos suavemente, e íamos com a multidão à Casa de Deus. 15. A morte os assalte, e vivos os engula a terra; porque há maldade nas suas habitações e no seu próprio interior. 16. Mas eu invocarei a Deus, e o SENHOR me salvará. 17. De tarde, e de manhã, e ao meio-dia, orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz. 18. Livrou em paz a minha alma da guerra que me moviam; pois eram muitos contra mim. 19. Deus ouvirá; e os afligirá aquele que preside desde a antiguidade (Selá), porque não há neles nenhuma mudança, e tampouco temem a Deus. 20. Puseram suas mãos nos que tinham paz com ele; romperam a sua aliança. 21. A sua boca era mais macia do que a manteiga, mas no seu coração, guerra; as suas palavras eram mais brandas do que o azeite; todavia, eram espadas nuas. 22. Lança o teu cuidado sobre o SENHOR, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado. 23. Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de fraude não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei. Salmos 56 1. Mictão de Davi para o cantor-mor, sobre Jonate-Elém-Recoquim, quando os filisteus o prenderam em Gate Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem procura devorar-me; e me oprime, pelejando todo o dia. 2. Os que me andam espiando procuram devorar-me todo o dia; pois são muitos os que pelejam contra mim, ó Altíssimo. 3. No dia em que eu temer, hei de confiar em ti. 4. Em Deus louvarei a sua palavra; em Deus pus a minha confiança e não temerei; que me pode fazer a carne? 5. Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal. 6. Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como aguardando a minha morte. 7. Porventura, escaparão eles por meio da sua iniqüidade? Ó Deus, derriba os povos na tua ira! 8. Tu contaste as minhas vagueações; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro? 9. Quando eu a ti clamar, então, retrocederão os meus inimigos; isto sei eu, porque Deus está comigo. 10. Em Deus louvarei a sua palavra; no SENHOR louvarei a sua palavra. 11. Em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem. 12. Os teus votos estão sobre mim, ó Deus; eu te renderei ações de graças; 13. pois tu livraste a minha alma da morte, como também os meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz dos viventes. Salmos 57 1. Mictão de Davi para o cantor-mor, sobre Al-Tachete, quando fugia de diante de Saul na caverna Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades. 2. Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. 3. Ele dos céus enviará seu auxílio e me salvará do desprezo daquele que procurava devorar-me (Selá). Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade. 4. A minha alma está entre leões, e eu estou entre aqueles que estão abrasados, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e cuja língua é espada afiada. 5. Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; seja a tua glória sobre toda a terra. 6. Armaram uma rede aos meus passos, e a minha alma ficou abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram. (Selá) 7. Preparado está o meu coração, ó Deus, preparado está o meu coração; cantarei e salmodiarei. 8. Desperta, glória minha! Desperta, alaúde e harpa! Eu mesmo despertarei ao romper da alva. 9. Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei entre as nações. 10. Pois a tua misericórdia é grande até aos céus, e a tua verdade até às nuvens. 11. Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; e seja a tua glória sobre toda a terra. Salmos 58 1. Mictão de Davi para o cantor-mor, sobre Al-Tachete Acaso falais vós deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens? 2. Antes, no coração forjais iniqüidades; sobre a terra fazeis pesar a violência das vossas mãos. 3. Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras. 4. Têm veneno semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tem tapados os seus ouvidos 5. para não ouvir a voz dos encantadores, do encantador perito em encantamentos. 6. Ó Deus, quebra-lhes os dentes na boca; arranca, SENHOR, os queixais aos filhos dos leões. 7. Sumam-se como águas que se escoam; se armarem as suas flechas, fiquem estas feitas em pedaços. 8. Como a lesma que se derrete, assim se vão; como o aborto de uma mulher, nunca vejam o sol. 9. Antes que os espinhos cheguem a aquecer as vossas panelas, serão arrebatados, tanto os verdes como os que estão ardendo, como por um redemoinho. 10. O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio. 11. Então, dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra. Salmos 59 1. Mictão de Davi para o cantor-mor, sobre Al-Tachete, quando Saul lhes mandou que guardassem a sua casa para o matarem Livra-me, meu Deus, dos meus inimigos; defende-me daqueles que se levantam contra mim. 2. Livra-me dos que praticam a iniqüidade e salva-me dos homens sanguinários, 3. pois eis que armam ciladas à minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, sem transgressão minha ou pecado meu, ó SENHOR. 4. Eles correm e se preparam, sem culpa minha; desperta para me ajudares e olha. 5. Tu, pois, ó SENHOR, Deus dos Exércitos, Deus de Israel, desperta para visitares todas as nações: não tenhas misericórdia de nenhum dos pérfidos que praticam a iniqüidade. (Selá) 6. Voltam à tarde; dão ganidos como cães, rodeando a cidade. 7. Eis que eles dão gritos com a boca; espadas estão nos seus lábios; porque dizem eles: Quem ouve? 8. Mas tu, SENHOR, te rirás deles; zombarás de todos os gentios. 9. Por causa da sua força eu te aguardarei; pois Deus é a minha alta defesa. 10. O Deus da minha misericórdia virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos. 11. Não os mates, para que o meu povo se não esqueça; espalha-os pelo teu poder e abate-os, ó Senhor, nosso escudo. 12. Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios fiquem presos na sua soberba; e pelas maldições e pelas mentiras que proferem. 13. Consome- os na tua indignação, consome- os de modo que não existam mais, para que saibam que Deus reina em Jacó até aos confins da terra. (Selá) 14. E tornem a vir à tarde e dêem ganidos como cães, rodeando a cidade. 15. Vagueiem buscando o que comer, passem a noite sem se fartarem. 16. Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã, louvarei com alegria a tua misericórdia, porquanto tu foste o meu alto refúgio e proteção no dia da minha angústia. 17. A ti, ó fortaleza minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha defesa, é o Deus da minha misericórdia. Salmos 60 1. Mictão de Davi, de doutrina, para o cantor-mor, sobre Susã-Edute, quando pelejou com os siros da Mesopotâmia, e com os siros de Zobá, e quando Joabe, voltando, feriu no vale do Sal a doze mil dos edomitas Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu nos espalhaste, tu tens estado indignado; oh! Volta-te para nós! 2. Abalaste a terra e a fendeste; sara as suas fendas, pois ela treme. 3. Fizeste ver ao teu povo duras coisas; fizeste-nos beber o vinho da perturbação. 4. Deste um estandarte aos que te temem, para o arvorarem no alto pela causa da verdade. (Selá) 5. Para que os teus amados sejam livres, salva- nos com a tua destra e ouve-nos; 6. Deus disse na sua santidade: Eu me regozijarei, repartirei a Siquém e medirei o vale de Sucote. 7. Meu é Gileade e meu é Manassés; Efraim é a força da minha cabeça; Judá é o meu legislador. 8. Moabe é a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia jubilarei. 9. Quem me conduzirá à cidade forte? Quem me guiará até Edom? 10. Não serás tu, ó Deus, que nos tinhas rejeitado? Tu, ó Deus, que não saíste com os nossos exércitos? 11. Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem. 12. Em Deus faremos proezas; porque ele é que pisará os nossos inimigos. Salmos 61 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Neguinote Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração. 2. Desde o fim da terra clamo a ti, por estar abatido o meu coração. Leva-me para a rocha que é mais alta do que eu, 3. pois tens sido o meu refúgio e uma torre forte contra o inimigo. 4. Habitarei no teu tabernáculo para sempre; abrigar-me-ei no oculto das tuas asas. (Selá) 5. Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste- me a herança dos que temem o teu nome. 6. Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas gerações. 7. Ele permanecerá diante de Deus para sempre; prepara- lhe misericórdia e verdade que o preservem. 8. Assim, cantarei salmos ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia. Salmos 62 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Jedutum A minha alma espera somente em Deus; dele vem a minha salvação. 2. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei grandemente abalado. 3. Até quando maquinareis o mal contra um homem? Sereis mortos todos vós, sereis como uma parede encurvada e uma sebe pouco segura. 4. Eles somente consultam como o hão de derribar da sua excelência; deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas, no seu interior, maldizem. (Selá) 5. Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança. 6. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei abalado. 7. Em Deus está a minha salvação e a minha glória; a rocha da minha fortaleza e o meu refúgio estão em Deus. 8. Confiai nele, ó povo, em todos os tempos; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio. (Selá) 9. Certamente que os homens de classe baixa são vaidade, e os homens de ordem elevada são mentira; pesados em balanças, eles juntos são mais leves do que a vaidade. 10. Não confieis na opressão, nem vos desvaneçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração. 11. Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus. 12. A ti também, Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra. Salmos 63 1. Salmo de Davi, quando estava no deserto de Judá Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água, 2. para ver a tua fortaleza e a tua glória, como te vi no santuário. 3. Porque a tua benignidade é melhor do que a vida; os meus lábios te louvarão. 4. Assim, eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. 5. A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louvará com alegres lábios, 6. quando me lembrar de ti na minha cama e meditar em ti nas vigílias da noite. 7. Porque tu tens sido o meu auxílio; jubiloso cantarei refugiado à sombra das tuas asas. 8. A minha alma te segue de perto; a tua destra me sustenta. 9. Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruirem irão para as profundezas da terra. 10. Cairão à espada, serão uma ração para as raposas. 11. Mas o rei se regozijará em Deus; qualquer que por ele jurar se gloriará; porque se tapará a boca dos que falam mentira. Salmos 64 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Ouve, ó Deus, a minha voz na minha oração; livra a minha vida do horror do inimigo. 2. Esconde-me do secreto conselho dos maus e do tumulto dos que praticam a iniqüidade, 3. os quais afiaram a sua língua como espadas; e armaram, por suas flechas, palavras amargas, 4. para de lugares ocultos atirarem sobre o que é reto; disparam sobre ele repentinamente e não temem. 5. Firmam-se em mau intento; falam de armar laços secretamente e dizem: Quem nos verá? 6. Fazem indagações maliciosas, inquirem tudo o que se pode inquirir; até o íntimo de cada um e o profundo coração. 7. Mas Deus disparará sobre eles uma seta, e de repente ficarão feridos. 8. Assim, eles farão com que a sua língua se volte contra si mesmos; todos aqueles que os virem, fugirão. 9. E todos os homens temerão e anunciarão a obra de Deus; e considerarão prudentemente os seus feitos. 10. O justo se alegrará no SENHOR e confiará nele; e todos os retos de coração se regozijarão. Salmos 65 1. Salmo e cântico de Davi para o cantor-mor A ti, ó Deus, espera o louvor em Sião, e a ti se pagará o voto. 2. Ó tu que ouves as orações! A ti virá toda a carne. 3. Prevalecem as iniqüidades contra mim; mas tu perdoas as nossas transgressões. 4. Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos satisfeitos da bondade da tua casa e do teu santo templo. 5. Com coisas tremendas de justiça nos responderás, ó Deus da nossa salvação; tu és a esperança de todas as extremidades da terra e daqueles que estão longe sobre o mar; 6. o que pela sua força consolida os montes, cingido de fortaleza; 7. o que aplaca o ruído dos mares, o ruído das suas ondas e o tumulto das nações. 8. E os que habitam nos confins da terra temem os teus sinais; tu fazes alegres as saídas da manhã e da tarde. 9. Tu visitas a terra e a refrescas; tu a enriqueces grandemente com o rio de Deus, que está cheio de água; tu lhe dás o trigo, quando assim a tens preparada; 10. tu enches de água os seus sulcos, regulando a sua altura; tu a amoleces com a muita chuva; tu abençoas as suas novidades; 11. tu coroas o ano da tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura; 12. destilam sobre os pastos do deserto, e os outeiros cingem-se de alegria. 13. Os campos cobrem-se de rebanhos, e os vales vestem-se de trigo; por isso, eles se regozijam e cantam. Salmos 66 1. Cântico e salmo para o cantor-mor Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras. 2. Cantai a glória do seu nome; dai glória ao seu louvor. 3. Dizei a Deus: Quão terrível és tu nas tuas obras! Pela grandeza do teu poder se submeterão a ti os teus inimigos. 4. Toda a terra te adorará, e te cantará louvores, e cantará o teu nome. (Selá) 5. Vinde e vede as obras de Deus; é terrível nos seus feitos para com os filhos dos homens. 6. Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos nele. 7. Ele domina eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes. (Selá) 8. Bendizei, povos, ao nosso Deus e fazei ouvir a voz do seu louvor; 9. ao que sustenta com vida a nossa alma e não consente que resvalem os nossos pés. 10. Pois tu, ó Deus, nos provaste; tu nos afinaste como se afina a prata. 11. Tu nos meteste na rede; afligiste os nossos lombos. 12. Fizeste com que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água; mas trouxeste-nos a um lugar de abundância. 13. Entrarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos, 14. que haviam pronunciado os meus lábios, e dissera a minha boca, quando eu estava na angústia. 15. Oferecer-te-ei holocaustos de animais nédios, com odorante fumaça de carneiros; oferecerei novilhos com cabritos. (Selá) 16. Vinde e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que ele tem feito à minha alma. 17. A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua. 18. Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá; 19. mas, na verdade, Deus me ouviu; atendeu à voz da minha oração. 20. Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem desviou de mim a sua misericórdia. Êxodo 67 1. Salmo e cântico para o cantor-mor, sobre Neguinote Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós. (Selá) 2. Para que se conheça na terra o teu caminho, e em todas as nações a tua salvação. 3. Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. 4. Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás os povos com eqüidade, e governarás as nações sobre a terra. (Selá) 5. Louvem-te a ti, ó Deus, os povos, louvem-te os povos todos. 6. Então, a terra dará o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, nos abençoará. 7. Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra o temerão. Êxodo 68 1. Salmo e cântico de Davi para o cantor-mor Levante-se Deus, e sejam dissipados os seus inimigos; fugirão de diante dele os que o aborrecem. 2. Como se impele a fumaça, assim tu os impeles; como a cera se derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus. 3. Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e folguem de alegria. 4. Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que vai sobre os céus, pois o seu nome é JEOVÁ; exultai diante dele. 5. Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus no seu lugar santo. 6. Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca. 7. Ó Deus! Quando saías adiante do teu povo, quando caminhavas pelo deserto, (Selá) 8. a terra abalava-se, e os céus destilavam perante a face de Deus; o próprio Sinai tremeu na presença de Deus, do Deus de Israel. 9. Tu, ó Deus, mandaste a chuva em abundância e confortaste a tua herança, quando estava cansada. 10. Nela habitava o teu rebanho; tu, ó Deus, proveste o pobre da tua bondade. 11. O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boas-novas. 12. Reis de exércitos fugiram à pressa; e aquela que ficava em casa repartia os despojos. 13. Ainda que vos deiteis entre redis, sereis como as asas de uma pomba, cobertas de prata, com as suas penas de ouro amarelo. 14. Quando o Onipotente ali espalhou os reis, foi como quando cai a neve em Zalmom. 15. O monte de Deus é como o monte de Basã, um monte elevado como o monte de Basã. 16. Por que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Deus desejou para sua habitação, e o SENHOR habitará nele eternamente. 17. Os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares. O Senhor está entre eles, como em Sinai, no lugar santo. 18. Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens e até para os rebeldes, para que o SENHOR Deus habitasse entre eles. 19. Bendito seja o Senhor, que de dia em dia nos cumula de benefícios; o Deus que é a nossa salvação. (Selá) 20. O nosso Deus é o Deus da salvação; e a JEOVÁ, o Senhor, pertencem as saídas para escapar da morte. 21. Mas Deus ferirá gravemente a cabeça de seus inimigos e o crânio cabeludo do que anda em suas culpas. 22. Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basã; farei voltar o meu povo das profundezas do mar; 23. para que o teu pé mergulhe no sangue de teus inimigos, e nele mergulhe até a língua dos teus cães. 24. Ó Deus, eles têm visto os teus caminhos; os caminhos do meu Deus, meu Rei, no santuário. 25. Os cantores iam adiante, os tocadores de instrumentos, atrás; entre eles, as donzelas tocando adufes. 26. Celebrai a Deus nas congregações; ao SENHOR, desde a fonte de Israel. 27. Ali está o pequeno Benjamim, que domina sobre eles, os príncipes de Judá com o seu ajuntamento, os príncipes de Zebulom e os príncipes de Naftali. 28. O teu Deus ordenou a tua força; confirma, ó Deus, o que já realizaste por nós. 29. Por amor do teu templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes. 30. Repreende as feras dos canaviais, a multidão dos touros, com os novilhos dos povos, pisando com os pés as suas peças de prata; dissipa os povos que desejam a guerra. 31. Embaixadores reais virão do Egito; a Etiópia cedo estenderá para Deus as suas mãos. 32. Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor, (Selá) 33. àquele que vai montado sobre os céus dos céus, desde a antiguidade; eis que envia a sua voz e dá um brado veemente. 34. Dai a Deus fortaleza; a sua excelência, está sobre Israel e a sua fortaleza nas mais altas nuvens. 35. Ó Deus, tu és tremendo desde os teus santuários; o Deus de Israel é o que dá fortaleza e poder ao seu povo. Bendito seja Deus! Salmos 69 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, sobre Sosanim Livra-me, ó Deus, pois as águas entraram até à minha alma. 2. Atolei-me em profundo lamaçal, onde se não pode estar em pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me leva. 3. Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem esperando o meu Deus. 4. Aqueles que me aborrecem sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; aqueles que procuram destruir-me sendo injustamente meus inimigos, são poderosos; então, restituí o que não furtei. 5. Tu, ó Deus, bem conheces a minha insipiência; e os meus pecados não te são encobertos. 6. Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor, SENHOR dos Exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel. 7. Porque por amor de ti tenho suportado afronta; a confusão cobriu o meu rosto. 8. Tenho-me tornado como um estranho para com os meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe. 9. Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim. 10. Chorei, e castiguei com jejum a minha alma, mas até isto se me tornou em afrontas. 11. Pus, por veste, um pano de saco e me fiz um provérbio para eles. 12. Aqueles que se assentam à porta falam contra mim; sou a canção dos bebedores de bebida forte. 13. Eu, porém, faço a minha oração a ti, SENHOR, num tempo aceitável; ó Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericórdia, segundo a verdade da tua salvação. 14. Tira-me do lamaçal e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me aborrecem e das profundezas das águas. 15. Não me leve a corrente das águas e não me sorva o abismo, nem o poço cerre a sua boca sobre mim. 16. Ouve-me, SENHOR, pois boa é a tua misericórdia; olha para mim segundo a tua muitíssima piedade. 17. E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado; ouve-me depressa. 18. Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos. 19. Bem conheces a minha afronta, e a minha vergonha, e a minha confusão; diante de ti estão todos os meus adversários. 20. Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei. 21. Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre. 22. Torne-se a sua mesa diante dele em laço e, para sua inteira recompensa, em ruína. 23. Escureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente. 24. Derrama sobre eles a tua indignação, e prenda-os o ardor da tua ira. 25. Fique desolado o seu palácio; e não haja quem habite nas suas tendas. 26. Pois perseguem a quem afligiste e conversam sobre a dor daqueles a quem feriste. 27. Acrescenta iniqüidade à iniqüidade deles, e não entrem na tua justiça. 28. Sejam riscados do livro da vida e não sejam inscritos com os justos. 29. Eu, porém, estou aflito e triste; ponha-me a tua salvação, ó Deus, num alto retiro. 30. Louvarei o nome de Deus com cântico e engrandecê-lo-ei com ação de graças. 31. Isto será mais agradável ao SENHOR do que o boi ou bezerro que tem pontas e unhas. 32. Os mansos verão isto e se agradarão; o vosso coração viverá, pois que buscais a Deus. 33. Porque o SENHOR ouve os necessitados e não despreza os seus cativos. 34. Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move. 35. Porque Deus salvará a Sião e edificará as cidades de Judá, para que habitem ali e a possuam. 36. E herdá-la-á a semente de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão nela. Salmos 70 1. Salmo de Davi para o cantor-mor, para lembrança Apressa-te, ó Deus, em me livrar; SENHOR, apressa-te em ajudar-me. 2. Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram a minha alma; tornem atrás e confundam-se os que me desejam mal. 3. Voltem as costas cobertos de vergonha os que dizem: Ah! Ah! 4. Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua salvação digam continuamente: Engrandecido seja Deus. 5. Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te por mim, ó Deus; tu és o meu auxílio e o meu libertador; SENHOR, não te detenhas! Salmos 71 1. Em ti, SENHOR, confio; nunca seja eu confundido. 2. Livra-me na tua justiça e faze que eu escape; inclina os teus ouvidos para mim e salva-me. 3. Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente; deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza. 4. Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel, 5. pois tu és a minha esperança, SENHOR Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade. 6. Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste do ventre de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente. 7. Sou como um prodígio para muitos, mas tu és o meu refúgio forte. 8. Encha-se a minha boca do teu louvor e da tua glória todo o dia. 9. Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força. 10. Porque os meus inimigos falam contra mim, e os que espiam a minha alma consultam juntos, 11. dizendo: Deus o desamparou; persegui- o e prendei-o, pois não há quem o livre. 12. Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em ajudar-me. 13. Sejam confundidos e consumidos os que são adversários da minha alma; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal. 14. Mas eu esperarei continuamente e te louvarei cada vez mais. 15. A minha boca relatará as bênçãos da tua justiça e da tua salvação todo o dia, posto que não conheça o seu número. 16. Sairei na força do SENHOR Deus; farei menção da tua justiça, e só dela. 17. Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas. 18. Agora, também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros. 19. Também a tua justiça, ó Deus, está muito alta, pois fizeste grandes coisas; ó Deus, quem é semelhante a ti? 20. Tu, que me tens feito ver muitos males e angústias, me darás ainda a vida e me tirarás dos abismos da terra. 21. Aumentarás a minha grandeza e de novo me consolarás. 22. Também eu te louvarei com o saltério, bem como à tua verdade, ó meu Deus; cantar-te-ei com a harpa, ó Santo de Israel. 23. Os meus lábios exultarão quando eu te cantar, assim como a minha alma que tu remiste. 24. A minha língua falará da tua justiça todo o dia; pois estão confundidos e envergonhados aqueles que procuram o meu mal. Salmos 72 1. Salmo de Salomão Ó Deus, dá ao rei os teus juízos e a tua justiça, ao filho do rei. 2. Ele julgará o teu povo com justiça e os teus pobres com juízo. 3. Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça. 4. Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado e quebrantará o opressor. 5. Temer-te-ão enquanto durar o sol e a lua, de geração em geração. 6. Ele descerá como a chuva sobre a erva ceifada, como os chuveiros que umedecem a terra. 7. Nos seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto durar a lua. 8. Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra. 9. Aqueles que habitam no deserto se inclinarão ante ele, e os seus inimigos lamberão o pó. 10. Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de Sebá oferecerão dons. 11. E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão. 12. Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude. 13. Compadecer-se-á do pobre e do aflito e salvará a alma dos necessitados. 14. Libertará a sua alma do engano e da violência, e precioso será o seu sangue aos olhos dele. 15. E viverá, e se lhe dará do ouro de Sabá, e continuamente se fará por ele oração, e todos os dias o bendirão. 16. Haverá um punhado de trigo na terra sobre os cumes dos montes; o seu fruto se moverá como o Líbano, e os da cidade florescerão como a erva da terra. 17. O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos, enquanto o sol durar; e os homens serão abençoados nele; todas as nações lhe chamarão bem-aventurado. 18. Bendito seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, que só ele faz maravilhas. 19. E bendito seja para sempre o seu nome glorioso; e encha-se toda a terra da sua glória! Amém e amém! 20. Findam aqui as orações de Davi, filho de Jessé. Salmos 73 1. Salmo de Asafe Verdadeiramente, bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração. 2. Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. 3. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. 4. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força. 5. Não se acham em trabalhos como outra gente, nem são afligidos como outros homens. 6. Pelo que a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de um adorno. 7. Os olhos deles estão inchados de gordura; superabundam as imaginações do seu coração. 8. São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente. 9. Erguem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra. 10. Pelo que o seu povo volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem. 11. E dizem: Como o sabe Deus? Ou: Há conhecimento no Altíssimo? 12. Eis que estes são ímpios; e, todavia, estão sempre em segurança, e se lhes aumentam as riquezas. 13. Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência. 14. Pois todo o dia tenho sido afligido e castigado cada manhã. 15. Se eu dissesse: Também falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos. 16. Quando pensava em compreender isto, fiquei sobremodo perturbado; 17. até que entrei no santuário de Deus; então, entendi eu o fim deles. 18. Certamente, tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. 19. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores. 20. Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles. 21. Assim, o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins. 22. Assim, me embruteci e nada sabia; era como animal perante ti. 23. Todavia, estou de contínuo contigo; tu me seguraste pela mão direita. 24. Guiar-me-ás com o teu conselho e, depois, me receberás em glória. 25. A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti. 26. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração e a minha porção para sempre. 27. Pois eis que os que se alongam de ti perecerão; tu tens destruído todos aqueles que, apostatando, se desviam de ti. 28. Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no SENHOR Deus, para anunciar todas as tuas obras. Salmos 74 1. Masquil de Asafe Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto? 2. Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antiguidade; da tua herança que remiste, deste monte Sião, em que habitaste. 3. Levanta-te contra as perpétuas assolações, contra tudo o que o inimigo tem feito de mal no santuário. 4. Os teus inimigos bramam no meio dos lugares santos; põem neles as suas insígnias por sinais. 5. Parecem-se com o homem que avança com o seu machado através da espessura do arvoredo. 6. Eis que toda a obra entalhada quebram com machados e martelos. 7. Lançaram fogo ao teu santuário; profanaram, derribando-a até ao chão, a morada do teu nome. 8. Disseram no seu coração: Despojemo-los de uma vez. Queimaram todos os lugares santos de Deus na terra. 9. Já não vemos os nossos sinais, já não há profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará. 10. Até quando, ó Deus, nos afrontará o adversário? Blasfemará o inimigo o teu nome para sempre? 11. Por que retiras a tua mão, sim, a tua destra? Tira- a do teu seio e consome-os. 12. Todavia, Deus é o meu Rei desde a antiguidade, operando a salvação no meio da terra. 13. Tu dividiste o mar pela tua força; quebrantaste a cabeça dos monstros das águas. 14. Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto. 15. Fendeste a fonte e o ribeiro; secaste os rios impetuosos. 16. Teu é o dia e tua é a noite; preparaste a luz e o sol. 17. Estabeleceste todos os limites da terra; verão e inverno, tu os formaste. 18. Lembra-te disto: que o inimigo afrontou ao SENHOR, e que um povo louco blasfemou o teu nome. 19. Não entregues às feras a alma da tua pombinha; não te esqueças para sempre da vida dos teus aflitos. 20. Atenta para o teu concerto, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de crueldade. 21. Oh! Não volte envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o necessitado. 22. Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te da afronta que o louco te faz cada dia. 23. Não te esqueças dos gritos dos teus inimigos; o tumulto daqueles que se levantam contra ti aumenta continuamente. Salmos 75 1. Para o cantor-mor, sobre Al-Tachete. Salmo e cântico de Asafe A ti, ó Deus, glorificamos, a ti damos louvor, pois o teu nome está perto, as tuas maravilhas o declaram. 2. Quando eu ocupar o lugar determinado, julgarei retamente. 3. Dissolve-se a terra e todos os seus moradores, mas eu fortaleci as suas colunas. (Selá) 4. Disse eu aos loucos: não enlouqueçais; e aos ímpios: não levanteis a fronte; 5. não levanteis a fronte altiva, nem faleis com cerviz dura. 6. Porque nem do Oriente, nem do Ocidente, nem do deserto vem a exaltação. 7. Mas Deus é o juiz; a um abate e a outro exalta. 8. Porque na mão do SENHOR há um cálice cujo vinho ferve, cheio de mistura, e dá a beber dele; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes. 9. Mas, quanto a mim, exultarei para sempre; cantarei louvores ao Deus de Jacó. 10. E quebrantarei todas as forças dos ímpios, mas as forças dos justos serão exaltadas. Salmos 76 1. Salmo e cântico de Asafe para o cantor-mor, sobre Neguinote Conhecido é Deus em Judá; grande é o seu nome em Israel. 2. E em Salém está o seu tabernáculo, e a sua morada, em Sião. 3. Ali quebrou as flechas do arco; o escudo, e a espada, e a guerra. (Selá) 4. Tu és mais ilustre e glorioso do que os montes de presa. 5. Os que são ousados de coração foram despojados; dormiram o seu sono, e nenhum dos homens de força achou as próprias mãos. 6. À tua repreensão, ó Deus de Jacó, carros e cavalos são lançados num sono profundo. 7. Tu, tu és terrível! E quem subsistirá à tua vista, se te irares? 8. Desde os céus fizeste ouvir o teu juízo; a terra tremeu e se aquietou 9. quando Deus se levantou para julgar, para livrar a todos os mansos da terra. (Selá) 10. Porque a cólera do homem redundará em teu louvor, e o restante da cólera, tu o restringirás. 11. Fazei votos e pagai ao SENHOR, vosso Deus; tragam presentes, os que estão em redor dele, àquele que é tremendo. 12. Ele ceifará o espírito dos príncipes: é tremendo para com os reis da terra. Salmos 77 1. Salmo de Asafe para o cantor-mor, por Jedutum Clamei a Deus com a minha voz; a Deus levantei a minha voz, e ele inclinou para mim os ouvidos. 2. No dia da minha angústia busquei ao Senhor; a minha mão se estendeu de noite e não cessava; a minha alma recusava ser consolada. 3. Lembrava-me de Deus e me perturbava; queixava-me, e o meu espírito desfalecia. (Selá) 4. Sustentaste os meus olhos vigilantes; estou tão perturbado, que não posso falar. 5. Considerava os dias da antiguidade, os anos dos tempos passados. 6. De noite chamei à lembrança o meu cântico; meditei em meu coração, e o meu espírito investigou: 7. Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável? 8. Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se já a promessa que veio de geração em geração? 9. Esqueceu-se Deus de ter misericórdia? Ou encerrou ele as suas misericórdias na sua ira? (Selá) 10. E eu disse: isto é enfermidade minha; e logo me lembrei dos anos da destra do Altíssimo. 11. Lembrar-me-ei, pois, das obras do SENHOR; certamente que me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade. 12. Meditarei também em todas as tuas obras e falarei dos teus feitos. 13. O teu caminho, ó Deus, está no santuário. Que deus é tão grande como o nosso Deus? 14. Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu fizeste notória a tua força entre os povos. 15. Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José. (Selá) 16. As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os abismos também se abalaram. 17. Grossas nuvens se desfizeram em água; os céus retumbaram; as tuas flechas correram de uma para outra parte. 18. A voz do teu trovão repercutiu-se nos ares; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu. 19. Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas, pelas grandes águas; e as tuas pegadas não se conheceram. 20. Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão. Salmos 78 1. Masquil de Asafe Escutai a minha lei, povo meu; inclinai os ouvidos às palavras da minha boca. 2. Abrirei a boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade, 3. os quais temos ouvido e sabido, e nossos pais no-los têm contado. 4. Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do SENHOR, assim como a sua força e as maravilhas que fez. 5. Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, e ordenou aos nossos pais que a fizessem conhecer a seus filhos, 6. para que a geração vindoura a soubesse, e os filhos que nascessem se levantassem e a contassem a seus filhos; 7. para que pusessem em Deus a sua esperança e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos 8. e não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel para com Deus. 9. Os filhos de Efraim, armados e trazendo arcos, retrocederam no dia da peleja. 10. Não guardaram o concerto de Deus e recusaram andar na sua lei. 11. E esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver, 12. maravilhas que ele fez à vista de seus pais na terra do Egito, no campo de Zoã. 13. Dividiu o mar, e os fez passar por ele; fez com que as águas parassem como num montão. 14. De dia os guiou com uma nuvem, e toda a noite, com um clarão de fogo. 15. Fendeu as penhas no deserto e deu- lhes de beber como de grandes abismos. 16. Fez sair fontes da rocha e fez correr as águas como rios. 17. E ainda prosseguiram em pecar contra ele, provocando ao Altíssimo na solidão. 18. E tentaram a Deus no seu coração, pedindo carne para satisfazerem o seu apetite. 19. E falaram contra Deus e disseram: Poderá Deus, porventura, preparar- nos uma mesa no deserto? 20. Eis que feriu a penha, e águas correram dela; rebentaram ribeiros em abundância; poderá também dar- nos pão ou preparar carne para o seu povo? 21. Pelo que o SENHOR os ouviu e se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e furor também subiu contra Israel, 22. porquanto não creram em Deus, nem confiaram na sua salvação, 23. posto que tivesse mandado às altas nuvens, e tivesse aberto as portas dos céus, 24. e fizesse chover sobre eles o maná para comerem, e lhes tivesse dado do trigo do céu. 25. Cada um comeu o pão dos poderosos; ele lhes mandou comida com abundância. 26. Fez soprar o vento do Oriente nos céus e trouxe o Sul com a sua força. 27. E choveu sobre eles carne como pó, e aves de asas como a areia do mar. 28. E as fez cair no meio do seu arraial, ao redor de suas habitações. 29. Então, comeram e se fartaram bem; pois lhes satisfez o desejo. 30. Não refrearam o seu apetite. Ainda lhes estava a comida na boca, 31. quando a ira de Deus desceu sobre eles, e matou os mais fortes deles, e feriu os escolhidos de Israel. 32. Com tudo isto, ainda pecaram e não deram crédito às suas maravilhas. 33. Pelo que consumiu os seus dias na vaidade e os seus anos, na angústia. 34. Pondo-os ele à morte, então, o procuravam; e voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. 35. E lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo, o seu Redentor. 36. Todavia, lisonjeavam-no com a boca e com a língua lhe mentiam. 37. Porque o seu coração não era reto para com ele, nem foram fiéis ao seu concerto. 38. Mas ele, que é misericordioso, perdoou a sua iniqüidade e não os destruiu; antes, muitas vezes desviou deles a sua cólera e não deixou despertar toda a sua ira, 39. porque se lembrou de que eram carne, um vento que passa e não volta. 40. Quantas vezes o provocaram no deserto e o ofenderam na solidão! 41. Voltaram atrás, e tentaram a Deus, e duvidaram do Santo de Israel. 42. Não se lembraram do poder da sua mão, nem do dia em que os livrou do adversário; 43. como operou os seus sinais no Egito e as suas maravilhas no campo de Zoã; 44. e converteu em sangue os seus rios e as suas correntes, para que não pudessem beber. 45. E lhes mandou enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os destruíram. 46. Deu, também, ao pulgão a sua novidade, e o seu trabalho, aos gafanhotos. 47. Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicômoros, com pedrisco. 48. Também entregou o seu gado à saraiva, e aos coriscos, os seus rebanhos. 49. E atirou para o meio deles, quais mensageiros de males, o ardor da sua ira: furor, indignação e angústia. 50. Abriu caminho à sua ira; não poupou a alma deles à morte, nem a vida deles à pestilência. 51. E feriu todo primogênito no Egito, primícias da sua força nas tendas de Cam, 52. mas fez com que o seu povo saísse como ovelhas e os guiou pelo deserto, como a um rebanho. 53. E os guiou com segurança, e não temeram; mas o mar cobriu os seus inimigos. 54. E conduziu-os até ao limite do seu santuário, até este monte que a sua destra adquiriu, 55. e expulsou as nações de diante deles, e, dividindo suas terras, lhas deu por herança, e fez habitar em suas tendas as tribos de Israel. 56. Contudo, tentaram, e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os seus testemunhos. 57. Mas tornaram atrás e portaram-se aleivosamente como seus pais; viraram-se como um arco traiçoeiro, 58. pois lhe provocaram a ira com os seus altos e despertaram-lhe o zelo com as suas imagens de escultura. 59. Deus ouviu isto e se indignou; e sobremodo aborreceu a Israel, 60. pelo que desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda que estabelecera como sua morada entre os homens, 61. e deu a sua força ao cativeiro, e a sua glória, à mão do inimigo, 62. e entregou o seu povo à espada, e encolerizou-se contra a sua herança. 63. Aos seus jovens, consumiu-os o fogo, e as suas donzelas não tiveram festa nupcial. 64. Os seus sacerdotes caíram à espada, e suas viúvas não se lamentaram. 65. Então, o Senhor despertou como de um sono, como um valente que o vinho excitasse. 66. E feriu os seus adversários, que fugiram, e os pôs em perpétuo desprezo. 67. Além disto, rejeitou a tenda de José e não elegeu a tribo de Efraim. 68. Antes, elegeu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava. 69. E edificou o seu santuário como aos lugares elevados, como a terra que fundou para sempre. 70. Também elegeu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas. 71. De após as ovelhas pejadas o trouxe, para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança. 72. Assim, os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de suas mãos. Salmos 79 1. Salmo de Asafe Ó Deus, as nações entraram na tua herança; contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a montões de pedras. 2. Deram os cadáveres dos teus servos por comida às aves dos céus e a carne dos teus santos, às alimárias da terra. 3. Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não houve quem os sepultasse. 4. Estamos feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que estão à roda de nós. 5. Até quando, SENHOR? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo? 6. Derrama o teu furor sobre nações que te não conhecem e sobre os reinos que não invocam o teu nome. 7. Porque devoraram a Jacó e assolaram as suas moradas. 8. Não te lembres das nossas iniqüidades passadas; apressa-te e antecipem-se-nos as tuas misericórdias, pois estamos muito abatidos. 9. Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome. 10. Por que diriam os gentios: Onde está o seu Deus? Torne-se manifesta entre as nações, à nossa vista, a vingança do sangue derramado dos teus servos. 11. Chegue à tua presença o gemido dos presos; segundo a grandeza do teu braço, preserva aqueles que estão sentenciados à morte. 12. E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, setuplicadamente, a sua injúria com que te injuriaram, Senhor. 13. Assim, nós, teu povo e ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em geração cantaremos os teus louvores. Salmos 80 1. Para o cantor-mor, sobre Sosanim Edute. Salmo de Asafe Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um rebanho, que te assentas entre os querubins, resplandece. 2. Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu poder e vem salvar-nos. 3. Faze-nos voltar, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos. 4. Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, até quando te indignarás contra a oração do teu povo? 5. Tu os sustentas com pão de lágrimas e lhes dás a beber lágrimas em abundância. 6. Tu nos pões por objeto de contenção entre os nossos vizinhos; e os nossos inimigos zombam de nós entre si. 7. Faze-nos voltar, ó Deus dos Exércitos; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos. 8. Trouxeste uma vinha do Egito; lançaste fora as nações e a plantaste. 9. Preparaste-lhe lugar, e fizeste com que ela aprofundasse raízes; e, assim, encheu a terra. 10. Os montes cobriram-se com a sua sombra, e como os cedros de Deus se tornaram os seus ramos. 11. Ela estendeu a sua ramagem até ao mar, e os seus ramos, até ao rio. 12. Por que quebraste, então, os seus valados, de modo que todos os que passam por ela a vindimam? 13. O javali da selva a devasta, e as feras do campo a devoram. 14. Oh! Deus dos Exércitos, volta-te, nós te rogamos, atende dos céus, e vê, e visita esta vinha, 15. e a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que fortificaste para ti! 16. Está queimada pelo fogo, está cortada; pereceu pela repreensão da tua face. 17. Seja a tua mão sobre o varão da tua destra, sobre o filho do homem, que fortificaste para ti. 18. Deste modo, não nos iremos de após ti; guarda-nos em vida, e invocaremos o teu nome. 19. Faze-nos voltar, SENHOR, Deus dos Exércitos; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos. Salmos 81 1. Salmo de Asafe para o cantor-mor, sobre Gitite Cantai alegremente a Deus, nossa fortaleza; celebrai o Deus de Jacó. 2. Tomai o saltério e trazei o adufe, a harpa suave e o alaúde. 3. Tocai a trombeta na Festa da Lua Nova, no tempo marcado para a nossa solenidade. 4. Porque isto é um estatuto para Israel, e uma ordenança do Deus de Jacó. 5. Ordenou-o em José por testemunho, quando saíra contra a terra do Egito, onde ouvi uma língua que não entendia. 6. Tirei de seus ombros a carga; as suas mãos ficaram livres dos cestos. 7. Clamaste na angústia, e te livrei; respondi-te do lugar oculto dos trovões; provei-te nas águas de Meribá. (Selá) 8. Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei. Ah! Israel, se me ouvisses! 9. Não haverá entre ti deus alheio, nem te prostrarás ante um deus estranho. 10. Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito; abre bem a tua boca, e ta encherei. 11. Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis. 12. Pelo que eu os entreguei aos desejos do seu coração, e andaram segundo os seus próprios conselhos. 13. Ah! Se o meu povo me tivesse ouvido! Se Israel andasse nos meus caminhos! 14. Em breve eu abateria os seus inimigos e voltaria a minha mão contra os seus adversários. 15. Os que aborrecem ao SENHOR ter-se-lhe-iam sujeitado, e o tempo dele seria eterno. 16. E eu o sustentaria com o trigo mais fino e o saciaria com o mel saído da rocha. Salmos 82 1. Salmo de Asafe Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses. 2. Até quando julgareis injustamente e respeitareis a aparência da pessoa dos ímpios? (Selá) 3. Defendei o pobre e o órfão; fazei justiça ao aflito e necessitado. 4. Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. 5. Eles nada sabem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam. 6. Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo. 7. Todavia, como homens morrereis e caireis como qualquer dos príncipes. 8. Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois te pertencem todas as nações! Salmos 83 1. Cântico e salmo de Asafe Ó Deus, não estejas em silêncio! Não cerres os ouvidos nem fiques impassível, ó Deus! 2. Porque eis que teus inimigos se alvoroçam, e os que te aborrecem levantaram a cabeça. 3. Astutamente formam conselho contra o teu povo e conspiram contra os teus protegidos. 4. Disseram: Vinde, e desarraiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel. 5. Porque à uma se conluiaram; aliaram-se contra ti: 6. As tendas de Edom, dos ismaelitas, de Moabe, dos agarenos, 7. de Gebal, de Amom, de Amaleque e a Filístia com os moradores de Tiro. 8. Também a Assíria se ligou a eles; foram eles o braço dos filhos de Ló. (Selá) 9. Faze-lhes como fizeste a Midiã, como a Sísera, como a Jabim na ribeira de Quisom, 10. os quais foram destruídos em En-Dor; vieram a servir de estrume para a terra. 11. Faze aos seus nobres como a Orebe, e como a Zeebe; e a todos os seus príncipes como a Zeba e como a Zalmuna, 12. que disseram: Tomemos para nós, em possessão hereditária, as famosas habitações de Deus. 13. Deus meu, faze-os como que impelidos por um tufão, como a palha diante do vento. 14. Como o fogo que queima um bosque, e como a chama que incendeia as brenhas, 15. assim persegue-os com a tua tempestade e assombra-os com o teu torvelinho. 16. Encham-se de vergonha as suas faces, para que busquem o teu nome, SENHOR. 17. Confundam-se e assombrem-se perpetuamente; envergonhem-se e pereçam. 18. Para que saibam que tu, a quem só pertence o nome de JEOVÁ, és o Altíssimo sobre toda a terra. Salmos 84 1. Para o cantor-mor, sobre Gitite. Salmo para os filhos de Corá Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! 2. A minha alma está anelante e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. 3. Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para a sua prole, junto dos teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu. 4. Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente. (Selá) 5. Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados, 6. o qual, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques. 7. Vão indo de força em força; cada um deles em Sião aparece perante Deus. 8. SENHOR, Deus dos Exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó! (Selá) 9. Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido. 10. Porque vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar à porta da Casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade. 11. Porque o SENHOR Deus é um sol e escudo; o SENHOR dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão. 12. SENHOR dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança. Salmos 85 1. Salmo para o cantor-mor, entre os filhos de Corá Abençoaste, SENHOR, a tua terra; fizeste regressar os cativos de Jacó. 2. Perdoaste a iniqüidade do teu povo; cobriste todos os seus pecados. (Selá) 3. Fizeste cessar toda a tua indignação; desviaste-te do ardor da tua ira. 4. Torna-nos a trazer, ó Deus da nossa salvação, e retira de sobre nós a tua ira. 5. Estarás para sempre irado contra nós? Estenderás a tua ira a todas as gerações? 6. Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se alegre em ti? 7. Mostra-nos, SENHOR, a tua misericórdia e concede-nos a tua salvação. 8. Escutarei o que Deus, o SENHOR, disser; porque falará de paz ao seu povo e aos seus santos, contanto que não voltem à loucura. 9. Certamente que a salvação está perto daqueles que o temem, para que a glória habite em nossa terra. 10. A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. 11. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus. 12. Também o SENHOR dará o bem, e a nossa terra dará o seu fruto. 13. A justiça irá adiante dele, e ele nos fará andar no caminho aberto pelos seus passos. Salmos 86 1. Oração de Davi Inclina, SENHOR, os teus ouvidos e ouve-me, porque estou necessitado e aflito. 2. Guarda a minha alma, pois sou santo; ó Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia. 3. Tem misericórdia de mim, ó Senhor, pois a ti clamo todo o dia. 4. Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, levanto a minha alma. 5. Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para com todos os que te invocam. 6. Dá ouvidos, SENHOR, à minha oração e atende à voz das minhas súplicas. 7. No dia da minha angústia, clamarei a ti, porquanto me respondes. 8. Entre os deuses não há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas. 9. Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o teu nome. 10. Porque tu és grande e operas maravilhas; só tu és Deus. 11. Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome. 12. Louvar-te-ei, Senhor, Deus meu, com todo o meu coração e glorificarei o teu nome para sempre. 13. Pois grande é a tua misericórdia para comigo; e livraste a minha alma do mais profundo da sepultura. 14. Ó Deus, os soberbos se levantaram contra mim, e as assembléias dos tiranos procuraram a minha morte; e não te puseram perante os seus olhos. 15. Mas tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, e sofredor, e grande em benignidade e em verdade. 16. Volta-te para mim e tem misericórdia de mim; dá a tua fortaleza ao teu servo e salva ao filho da tua serva. 17. Mostra-me um sinal para bem, para que o vejam aqueles que me aborrecem e se confundam, quando tu, SENHOR, me ajudares e consolares. Salmos 87 1. Salmo e canto para os filhos de Corá O seu fundamento está nos montes santos. 2. O SENHOR ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de Jacó. 3. Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus. (Selá) 4. Dentre os que me conhecem, farei menção de Raabe e de Babilônia; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este é nascido ali. 5. E de Sião se dirá: Este e aquele nasceram ali; e o mesmo Altíssimo a estabelecerá. 6. O SENHOR, ao fazer descrição dos povos, dirá: Este é nascido ali. (Selá) 7. E os cantores e tocadores de instrumentos entoarão: Todas as minhas fontes estão em ti. Salmos 88 1. Cântico e salmo para os filhos de Corá e para o cantor-mor, sobre Maalate Leanote. Instrução de Hemã, ezraíta SENHOR, Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite. 2. Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor. 3. Porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima da sepultura. 4. Já estou contado com os que descem à cova; estou como um homem sem forças, 5. posto entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais te não lembras mais; antes, os exclui a tua mão. 6. Puseste-me no mais profundo do abismo, em trevas e nas profundezas. 7. Sobre mim pesa a tua cólera; tu me abateste com todas as tuas ondas. (Selá) 8. Alongaste de mim os meus conhecidos e fizeste-me em extremo abominável para eles; estou fechado e não posso sair. 9. A minha vista desmaia por causa da aflição. SENHOR, tenho clamado a ti todo o dia, tenho estendido para ti as minhas mãos. 10. Mostrarás tu maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? (Selá) 11. Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição? 12. Saber-se-ão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimento? 13. Eu, porém, SENHOR, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração. 14. SENHOR, por que rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face? 15. Estou aflito e prestes a morrer, desde a minha mocidade; quando sofro os teus terrores, fico perturbado. 16. A tua ardente indignação sobre mim vai passando; os teus terrores fazem-me perecer. 17. Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos. 18. Afastaste para longe de mim amigos e companheiros; os meus íntimos amigos agora são trevas. Salmos 89 1. Masquil de Etã, o ezraíta As benignidades do SENHOR cantarei perpetuamente; com a minha boca manifestarei a tua fidelidade de geração em geração. 2. Pois disse eu: a tua benignidade será edificada para sempre; tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo: 3. Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: 4. a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono de geração em geração. (Selá) 5. E os céus louvarão as tuas maravilhas, ó SENHOR, e a tua fidelidade também na assembléia dos santos. 6. Pois quem no céu se pode igualar ao SENHOR? Quem é semelhante ao SENHOR entre os filhos dos poderosos? 7. Deus deve ser em extremo tremendo na assembléia dos santos e grandemente reverenciado por todos os que o cercam. 8. Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, quem é forte como tu, SENHOR, com a tua fidelidade ao redor de ti?! 9. Tu dominas o ímpeto do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as fazes aquietar. 10. Tu quebrantaste a Raabe como se fora ferida de morte; espalhaste os teus inimigos com o teu braço poderoso. 11. Teus são os céus e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste. 12. O Norte e o Sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermom regozijam-se em teu nome. 13. Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, e elevada, a tua destra. 14. Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade vão adiante do teu rosto. 15. Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo; andará, ó SENHOR, na luz da tua face. 16. Em teu nome se alegrará todo o dia e na tua justiça se exaltará. 17. Pois tu és a glória da sua força; e pelo teu favor será exaltado o nosso poder. 18. Porque o SENHOR é a nossa defesa, e o Santo de Israel, o nosso Rei. 19. Então, em visão falaste do teu santo e disseste: Socorri um que é esforçado; exaltei a um eleito do povo. 20. Achei a Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi; 21. com ele, a minha mão ficará firme, e o meu braço o fortalecerá. 22. O inimigo não o importunará, nem o filho da perversidade o afligirá. 23. E eu derribarei os seus inimigos perante a sua face e ferirei os que o aborrecem. 24. E a minha fidelidade e a minha benignidade estarão com ele; e em meu nome será exaltado o seu poder. 25. E porei a sua mão no mar e a sua direita, nos rios. 26. Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação. 27. Também por isso lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei mais elevado do que os reis da terra. 28. A minha benignidade lhe guardarei para sempre, e o meu concerto lhe será firme. 29. E conservarei para sempre a sua descendência; e, o seu trono, como os dias do céu. 30. Se os seus filhos deixarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, 31. se profanarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, 32. então, visitarei com vara a sua transgressão, e a sua iniqüidade, com açoites. 33. Mas não retirarei totalmente dele a minha benignidade, nem faltarei à minha fidelidade. 34. Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. 35. Uma vez jurei por minha santidade (não mentirei a Davi). 36. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim; 37. será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel. (Selá) 38. Mas tu rejeitaste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu ungido. 39. Abominaste o concerto do teu servo; profanaste a sua coroa, lançando-a por terra. 40. Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas fortificações. 41. Todos os que passam pelo caminho o despojam; tornou-se ele o opróbrio dos seus vizinhos. 42. Exaltaste a destra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem. 43. Também embotaste o fio da sua espada e não o sustentaste na peleja. 44. Fizeste cessar o seu esplendor e deitaste por terra o seu trono. 45. Abreviaste os dias da sua mocidade; cobriste-o de vergonha. (Selá) 46. Até quando, SENHOR? Esconder-te-ás para sempre? Arderá a tua ira como fogo? 47. Lembra-te de quão breves são os meus dias; por que criarias debalde todos os filhos dos homens? 48. Que homem há, que viva e não veja a morte? Ou que livre a sua alma do poder do mundo invisível? (Selá) 49. Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades, que juraste a Davi pela tua verdade? 50. Lembra-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos; e de como trago no meu peito o escárnio de todos os povos poderosos, 51. com o qual, SENHOR, os teus inimigos têm difamado, com o qual têm difamado as pisadas do teu ungido. 52. Bendito seja o SENHOR para sempre! Amém e amém! Salmos 90 1. Oração de Moisés, varão de Deus SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. 2. Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus. 3. Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Volvei, filhos dos homens. 4. Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite. 5. Tu os levas como corrente de água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada; 6. de madrugada, cresce e floresce; à tarde, corta-se e seca. 7. Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor somos angustiados. 8. Diante de ti puseste as nossas iniqüidades; os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto. 9. Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro. 10. A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos. 11. Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? 12. Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio. 13. Volta-te para nós, SENHOR; até quando? E aplaca-te para com os teus servos. 14. Sacia-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias. 15. Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. 16. Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória, sobre seus filhos. 17. E seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos. Salmos 91 1. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. 2. Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. 3. Porque ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. 4. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é escudo e broquel. 5. Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia, 6. nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia. 7. Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido. 8. Somente com os teus olhos olharás e verás a recompensa dos ímpios. 9. Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio! O Altíssimo é a tua habitação. 10. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. 11. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. 12. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. 13. Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. 14. Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome. 15. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei. 16. Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe mostrarei a minha salvação. Salmos 92 1. Salmo e cântico para o sábado Bom é louvar ao SENHOR e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, 2. para de manhã anunciar a tua benignidade e, todas as noites, a tua fidelidade, 3. sobre um instrumento de dez cordas e sobre o saltério; sobre a harpa com som solene. 4. Pois tu, SENHOR, me alegraste com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos. 5. Quão grandes são, SENHOR, as tuas obras! Mui profundos são os teus pensamentos! 6. O homem brutal nada sabe, e o louco não entende isto. 7. Brotam os ímpios como a erva, e florescem todos os que praticam a iniqüidade, mas para serem destruídos para sempre. 8. Mas tu, SENHOR, és o Altíssimo para sempre. 9. Pois eis que os teus inimigos, SENHOR, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniqüidade. 10. Mas tu exaltarás o meu poder, como o do unicórnio: serei ungido com óleo fresco. 11. Os meus olhos verão cumprido o meu desejo sobre os meus inimigos, e os meus ouvidos dele se certificarão quanto aos malfeitores que se levantam contra mim. 12. O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. 13. Os que estão plantados na Casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. 14. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes, 15. para anunciarem que o SENHOR é reto; ele é a minha rocha, e nele não há injustiça. Salmos 93 1. O SENHOR reina; está vestido de majestade; o SENHOR se revestiu e cingiu de fortaleza; o mundo também está firmado e não poderá vacilar. 2. O teu trono está firme desde então; tu és desde a eternidade. 3. Os rios levantam, ó SENHOR, os rios levantam o seu ruído, os rios levantam as suas ondas. 4. Mas o SENHOR nas alturas é mais poderoso do que o ruído das grandes águas e do que as grandes ondas do mar. 5. Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, SENHOR, para sempre. Salmos 94 1. Ó SENHOR Deus, a quem a vingança pertence, ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente! 2. Exalta-te, tu, que és juiz da terra; dá o pago aos soberbos. 3. Até quando os ímpios, SENHOR, até quando os ímpios saltarão de prazer? 4. Até quando proferirão e dirão coisas duras e se gloriarão todos os que praticam a iniqüidade? 5. Reduzem a pedaços o teu povo, SENHOR, e afligem a tua herança. 6. Matam a viúva e o estrangeiro e ao órfão tiram a vida. 7. E dizem: O SENHOR não o verá; nem para isso atentará o Deus de Jacó. 8. Atendei, ó brutais dentre o povo; e vós, loucos, quando sereis sábios? 9. Aquele que fez o ouvido, não ouvirá? E o que formou o olho, não verá? 10. Aquele que argúi as nações, não castigará? E o que dá ao homem o conhecimento, não saberá? 11. O SENHOR conhece os pensamentos do homem, que são vaidade. 12. Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó SENHOR, e a quem ensinas a tua lei, 13. para lhe dares descanso dos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio. 14. Pois o SENHOR não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança. 15. Mas o juízo voltará a ser justiça, e hão de segui-lo todos os retos de coração. 16. Quem será por mim contra os malfeitores? Quem se porá ao meu lado contra os que praticam a iniqüidade? 17. Se o SENHOR não fora em meu auxílio, já a minha alma habitaria no lugar do silêncio. 18. Quando eu disse: O meu pé vacila; a tua benignidade, SENHOR, me susteve. 19. Multiplicando-se dentro de mim os meus cuidados, as tuas consolações reanimaram a minha alma. 20. Podia, acaso, associar-se contigo o trono de iniqüidade, que forja o mal tendo por pretexto uma lei? 21. Acorrem em tropel contra a vida do justo e condenam o sangue inocente. 22. Mas o SENHOR foi o meu alto retiro; e o meu Deus, a rocha em que me refugiei. 23. E fará recair sobre eles a sua própria iniqüidade; e os destruirá na sua própria malícia; o SENHOR, nosso Deus, os destruirá. Salmos 95 1. Vinde, cantemos ao SENHOR! Cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação! 2. Apresentemo-nos ante a sua face com louvores e celebremo-lo com salmos. 3. Porque o SENHOR é Deus grande e Rei grande acima de todos os deuses. 4. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. 5. Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca. 6. Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou. 7. Porque ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. Se hoje ouvirdes a sua voz, 8. não endureçais o coração, como em Meribá e como no dia da tentação no deserto, 9. quando vossos pais me tentaram; provaram-me e viram a minha obra. 10. Quarenta anos estive desgostado com esta geração e disse: é um povo que erra de coração e não tem conhecimento dos meus caminhos. 11. Por isso, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso. Salmos 96 1. Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, todos os moradores da terra. 2. Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome; anunciai a sua salvação de dia em dia. 3. Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos, as suas maravilhas. 4. Porque grande é o SENHOR e digno de louvor, mais tremendo do que todos os deuses. 5. Porque todos os deuses dos povos são coisas vãs; mas o SENHOR fez os céus. 6. Glória e majestade estão ante a sua face; força e formosura, no seu santuário. 7. Dai ao SENHOR, ó famílias dos povos, dai ao SENHOR glória e força. 8. Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios. 9. Adorai ao SENHOR na beleza da santidade; tremei diante dele todos os moradores da terra. 10. Dizei entre as nações: O SENHOR reina! O mundo também se firmará para que se não abale. Ele julgará os povos com retidão. 11. Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra: brame o mar e a sua plenitude. 12. Alegre-se o campo com tudo o que há nele; então, se regozijarão todas as árvores do bosque, 13. ante a face do SENHOR, porque vem, porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com a sua verdade. Salmos 97 1. O SENHOR reina. Regozije-se a terra, alegrem-se as muitas ilhas. 2. Nuvens e obscuridade estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono. 3. Adiante dele vai um fogo que abrasa os seus inimigos em redor. 4. Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a terra viu e tremeu. 5. Os montes se derretem como cera na presença do SENHOR, na presença do Senhor de toda a terra. 6. Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua glória. 7. Confundidos sejam todos os que servem a imagens de escultura, que se gloriam de ídolos inúteis; prostrai-vos diante dele todos os deuses. 8. Sião ouviu e se alegrou; e os filhos de Judá se alegraram por causa da tua justiça, ó SENHOR. 9. Pois tu, SENHOR, és o Altíssimo em toda a terra; muito mais elevado que todos os deuses. 10. Vós que amais ao SENHOR, aborrecei o mal; ele guarda a alma dos seus santos, ele os livra das mãos dos ímpios. 11. A luz semeia-se para o justo, e a alegria, para os retos de coração. 12. Alegrai-vos, ó justos, no SENHOR, e dai louvores em memória da sua santidade. Salmos 98 1. Salmo Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque ele fez maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória. 2. O SENHOR fez notória a sua salvação; manifestou a sua justiça perante os olhos das nações. 3. Lembrou-se da sua benignidade e da sua verdade para com a casa de Israel; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso Deus. 4. Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os moradores da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos e cantai louvores. 5. Cantai louvores ao SENHOR com a harpa; com a harpa e a voz do canto. 6. Com trombetas e som de buzinas, exultai perante a face do SENHOR, do Rei. 7. Brame o mar e a sua plenitude; o mundo e os que nele habitam. 8. Os rios batam palmas; regozijem-se também as montanhas, 9. perante a face do SENHOR, porque vem a julgar a terra; com justiça julgará o mundo e o povo, com eqüidade. Salmos 99 1. O SENHOR reina; tremam as nações. Ele está entronizado entre os querubins; comova-se a terra. 2. O SENHOR é grande em Sião e mais elevado que todas as nações. 3. Louvem o teu nome, grande e tremendo, pois é santo. 4. E a força do Rei ama o juízo; tu firmas a eqüidade, fazes juízo e justiça em Jacó. 5. Exaltai ao SENHOR, nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés, porque ele é santo. 6. Moisés e Arão, entre os seus sacerdotes, e Samuel, entre os que invocam o seu nome, clamavam ao SENHOR, e ele os ouvia. 7. Na coluna de nuvem lhes falava; eles guardavam os seus testemunhos e os estatutos que lhes dera. 8. Tu os escutaste, SENHOR, nosso Deus; tu foste um Deus que lhes perdoaste, posto que vingador dos seus feitos. 9. Exaltai ao SENHOR, nosso Deus, e adorai-o no seu santo monte, porque o SENHOR, nosso Deus, é santo. Salmos 100 1. Salmo de louvor Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os moradores da terra. 2. Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto. 3. Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele, e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto. 4. Entrai pelas portas dele com louvor e em seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o seu nome. 5. Porque o SENHOR é bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração. Salmos 101 1. Salmo de Davi Cantarei a misericórdia e o juízo; a ti, SENHOR, cantarei. 2. Portar-me-ei com inteligência no caminho reto. Quando virás a mim? Andarei em minha casa com um coração sincero. 3. Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará. 4. Um coração perverso se apartará de mim; não conhecerei o homem mau. 5. Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não o suportarei. 6. Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda n um caminho reto, esse me servirá. 7. O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos. 8. Pela manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do SENHOR todos os que praticam a iniqüidade. Salmos 102 1. Oração do aflito, vendo-se desfalecido, e derramando a sua queixa perante a face do SENHOR SENHOR, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. 2. Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa. 3. Porque os meus dias se consomem como fumaça, e os meus ossos ardem como lenha. 4. O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão. 5. Já os meus ossos se pegam à minha pele, em virtude do meu gemer doloroso. 6. Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como um mocho nas solidões. 7. Velo e sou como o pardal solitário no telhado. 8. Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem me amaldiçoam. 9. Pois tenho comido cinza como pão e misturado com lágrimas a minha bebida, 10. por causa da tua ira e da tua indignação, pois tu me levantaste e me arremessaste. 11. Os meus dias são como a sombra que declina, e como a erva me vou secando. 12. Mas tu, SENHOR, permanecerás para sempre, e a tua memória, de geração em geração. 13. Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois o tempo de te compadeceres dela, o tempo determinado, já chegou. 14. Porque os teus servos têm prazer nas suas pedras e se compadecem do seu pó. 15. Então, as nações temerão o nome do SENHOR, e todos os reis da terra, a sua glória, 16. quando o SENHOR edificar a Sião, e na sua glória se manifestar, 17. e atender à oração do desamparado, e não desprezar a sua oração. 18. Isto se escreverá para a geração futura; e o povo que se criar louvará ao SENHOR, 19. porquanto olhara desde o alto do seu santuário; desde os céus, o SENHOR observou a terra, 20. para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados à morte; 21. a fim de que seja anunciado o nome do SENHOR em Sião, e o seu louvor, em Jerusalém, 22. quando os povos todos se congregarem, e os reinos, para servirem ao SENHOR. 23. Abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias. 24. Dizia eu: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações. 25. Desde a antiguidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos. 26. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como uma veste, envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão mudados. 27. Mas tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim. 28. Os filhos dos teus servos continuarão, e a sua descendência ficará firmada perante ti. Salmos 103 1. Salmo de Davi Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. 2. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. 3. É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades e sara todas as tuas enfermidades; 4. quem redime a tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de misericórdia; 5. quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia. 6. O SENHOR faz justiça e juízo a todos os oprimidos. 7. Fez notórios os seus caminhos a Moisés e os seus feitos, aos filhos de Israel. 8. Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade. 9. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. 10. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniqüidades. 11. Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. 12. Quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. 13. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem. 14. Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. 15. Porque o homem, são seus dias como a erva; como a flor do campo, assim floresce; 16. pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não conhece mais. 17. Mas a misericórdia do SENHOR é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos; 18. sobre aqueles que guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprirem. 19. O SENHOR tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. 20. Bendizei ao SENHOR, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra. 21. Bendizei ao SENHOR, todos os seus exércitos, vós, ministros seus, que executais o seu beneplácito. 22. Bendizei ao SENHOR, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Salmos 104 1. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade. 2. Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina. 3. Põe nas águas os vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre as asas do vento. 4. Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo abrasador. 5. Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. 6. Tu a cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas estavam sobre os montes; 7. à tua repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se apressaram. 8. Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste. 9. Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra. 10. Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes. 11. Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede. 12. Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos. 13. Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras. 14. Ele faz crescer a erva para os animais e a verdura, para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento 15. e o vinho que alegra o seu coração; ele faz reluzir o seu rosto com o azeite e o pão, que fortalece o seu coração. 16. Satisfazem-se as árvores do SENHOR, os cedros do Líbano que ele plantou, 17. onde as aves se aninham; quanto à cegonha, a sua casa é nas faias. 18. Os altos montes são um refúgio para as cabras monteses, e as rochas, para os coelhos. 19. Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso. 20. Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animais da selva. 21. Os leõezinhos bramam pela presa e de Deus buscam o seu sustento. 22. Nasce o sol e logo se recolhem e se deitam nos seus covis. 23. Então, sai o homem para a sua lida e para o seu trabalho, até à tarde. 24. Ó SENHOR, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas. 25. Tal é este vasto e espaçoso mar, onde se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes. 26. Ali passam os navios; e o leviatã que formaste para nele folgar. 27. Todos esperam de ti que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno. 28. Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e enchem-se de bens. 29. Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem e voltam ao próprio pó. 30. Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra. 31. A glória do SENHOR seja para sempre! Alegre-se o Senhor em suas obras! 32. Olhando ele para a terra, ela treme; tocando nos montes, logo fumegam. 33. Cantarei ao SENHOR enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto existir. 34. A minha meditação a seu respeito será suave; eu me alegrarei no SENHOR. 35. Desapareçam da terra os pecadores, e os ímpios não sejam mais. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR. Louvai ao SENHOR. Salmos 105 1. Louvai ao SENHOR e invocai o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos. 2. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; falai de todas as suas maravilhas. 3. Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração daqueles que buscam ao SENHOR. 4. Buscai ao SENHOR e a sua força; buscai a sua face continuamente. 5. Lembrai-vos das maravilhas que fez, dos seus prodígios e dos juízos da sua boca, 6. vós, descendência de Abraão, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus escolhidos. 7. Ele é o SENHOR, nosso Deus; os seus juízos estão em toda a terra. 8. Lembra-se perpetuamente do seu concerto, da palavra que mandou, até milhares de gerações; 9. do concerto que fez com Abraão e do seu juramento a Isaque, 10. o qual ele confirmou a Jacó por estatuto e a Israel por concerto eterno, 11. dizendo: A ti darei a terra de Canaã por limite da vossa herança. 12. Quando eram ainda poucos homens, sim, muito poucos, e estrangeiros nela; 13. quando andavam de nação em nação e de um reino para outro povo, 14. não permitiu a ninguém que os oprimisse, e por amor deles repreendeu reis, dizendo: 15. Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis os meus profetas. 16. Chamou a fome sobre a terra; fez mirrar toda a planta do pão. 17. Mandou adiante deles um varão, que foi vendido por escravo: José, 18. cujos pés apertaram com grilhões e a quem puseram em ferros, 19. até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do SENHOR o provou. 20. Mandou o rei e o fez soltar; o dominador dos povos o soltou. 21. Fê-lo senhor da sua casa e governador de toda a sua fazenda 22. para, a seu gosto, sujeitar os seus príncipes e instruir os seus anciãos. 23. Então, Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cam. 24. E ele multiplicou sobremodo o seu povo e o fez mais poderoso do que os seus inimigos. 25. Mudou o coração deles para que aborrecessem o seu povo, para que tratassem astutamente aos seus servos. 26. Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera. 27. Fizeram entre eles os seus sinais e prodígios na terra de Cam. 28. Mandou às trevas que a escurecessem; e elas não foram rebeldes à sua palavra. 29. Converteu as suas águas em sangue e assim fez morrer os peixes. 30. A sua terra produziu rãs em abundância, até nas câmaras dos seus reis. 31. Falou ele, e vieram enxames de moscas e piolhos em todo o seu território. 32. Converteu as suas chuvas em saraiva e fogo abrasador, na sua terra. 33. Feriu as suas vinhas e os seus figueirais e quebrou as árvores dos seus termos. 34. Falou ele, e vieram gafanhotos e pulgão em quantidade inumerável, 35. e comeram toda a erva da sua terra, e devoraram o fruto dos seus campos. 36. Feriu também a todos os primogênitos da sua terra, as primícias de todas as suas forças. 37. Mas, a eles, os fez sair com prata e ouro, e entre as suas tribos não houve um só enfermo. 38. O Egito alegrou-se quando eles saíram, porque o seu temor caíra sobre eles. 39. Estendeu uma nuvem por coberta e um fogo, para os alumiar de noite. 40. Oraram, e ele fez vir codornizes e saciou-os com pão do céu. 41. Abriu a penha, e dela brotaram águas, que correram pelos lugares secos, como um rio. 42. Porque se lembrou da sua santa palavra e de Abraão, seu servo. 43. E tirou dali o seu povo com alegria e, os seus escolhidos, com regozijo. 44. E deu-lhes as terras das nações, e herdaram o trabalho dos povos, 45. para que guardassem os seus preceitos e observassem as suas leis. Louvai ao SENHOR! Salmos 106 1. Louvai ao SENHOR! Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre. 2. Quem pode referir as obras poderosas do SENHOR? Quem anunciará os seus louvores? 3. Bem-aventurados os que observam o direito, o que pratica a justiça em todos os tempos. 4. Lembra-te de mim, SENHOR, segundo a tua boa vontade para com o teu povo; visita-me com a tua salvação, 5. para que eu veja o bem de teus escolhidos, para que eu me alegre com a alegria do teu povo, para que me regozije com a tua herança. 6. Nós pecamos como os nossos pais; cometemos iniqüidade, andamos perversamente. 7. Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito; não se lembraram da multidão das tuas misericórdias; antes, foram rebeldes junto ao mar, sim, o mar Vermelho. 8. Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder. 9. Repreendeu o mar Vermelho, e este se secou, e os fez caminhar pelos abismos como pelo deserto. 10. E livrou-os da mão daquele que os aborrecia e remiu-os da mão do inimigo. 11. As águas cobriram os seus adversários; nem um só deles ficou. 12. Então, creram nas suas palavras e cantaram os seus louvores. 13. Cedo, porém, se esqueceram das suas obras; não esperaram o seu conselho; 14. mas deixaram-se levar da cobiça, no deserto, e tentaram a Deus na solidão. 15. E ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma. 16. E tiveram inveja de Moisés, no acampamento, e de Arão, o santo do SENHOR. 17. Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a gente de Abirão. 18. E lavrou um fogo na sua gente; a chama abrasou os ímpios. 19. Fizeram um bezerro em Horebe e adoraram a imagem fundida. 20. E converteram a sua glória na figura de um boi que come erva. 21. Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que fizera grandes coisas no Egito, 22. maravilhas na terra de Cam, coisas tremendas no mar Vermelho. 23. Pelo que disse que os teria destruído se Moisés, seu escolhido, se não pusera perante ele, naquele transe, para desviar a sua indignação, a fim de os não destruir. 24. Também desprezaram a terra aprazível; não creram na sua palavra. 25. Antes, murmuraram em suas tendas e não deram ouvidos à voz do SENHOR. 26. Pelo que levantou a mão contra eles, afirmando que os faria cair no deserto; 27. que humilharia também a sua descendência entre as nações e os espalharia pelas terras. 28. Também se juntaram com Baal-Peor e comeram os sacrifícios dos mortos. 29. Assim, o provocaram à ira com as suas ações; e a peste rebentou entre eles. 30. Então, se levantou Finéias, que executou o juízo, e cessou aquela peste, 31. e isto lhe foi imputado por justiça, de geração em geração, para sempre. 32. Indignaram-n o também junto às águas da contenda, de sorte que sucedeu mal a Moisés, por causa deles; 33. porque irritaram o seu espírito, de modo que falou imprudentemente com seus lábios. 34. Não destruíram os povos, como o SENHOR lhes dissera. 35. Antes, se misturaram com as nações e aprenderam as suas obras. 36. E serviram os seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. 37. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios; 38. e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas, que sacrificaram aos ídolos de Canaã, e a terra foi manchada com sangue. 39. Assim, se contaminaram com as suas obras e se corromperam com os seus feitos. 40. Pelo que se acendeu a ira do SENHOR contra o seu povo, de modo que abominou a sua herança 41. e os entregou nas mãos das nações; e aqueles que os aborreciam se assenhorearam deles. 42. E os seus inimigos os oprimiram, humilhando-os debaixo das suas mãos. 43. Muitas vezes os livrou; mas eles provocaram-no com o seu conselho e foram abatidos pela sua iniqüidade. 44. Contudo, atentou para a sua aflição, ouvindo o seu clamor. 45. E lembrou-se do seu concerto, e compadeceu-se, segundo a multidão das suas misericórdias. 46. Por isso, fez com que deles tivessem misericórdia os que os levaram cativos. 47. Salva-nos, SENHOR, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações, para que louvemos o teu nome santo e nos gloriemos no teu louvor. 48. Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, de eternidade em eternidade, e todo o povo diga: Amém! Louvai ao SENHOR! Salmos 107 1. Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre. 2. Digam-n o os remidos do SENHOR, os que remiu da mão do inimigo 3. e os que congregou das terras do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul. 4. Andaram desgarrados pelo deserto, por caminhos solitários; não acharam cidade que habitassem. 5. Famintos e sedentos, a sua alma neles desfalecia. 6. E clamaram ao SENHOR na sua angústia, e ele os livrou das suas necessidades. 7. E os levou por caminho direito, para irem à cidade que deviam habitar. 8. Louvem ao SENHOR pela sua bondade e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 9. Pois fartou a alma sedenta e encheu de bens a alma faminta, 10. tal como a que se assenta nas trevas e sombra da morte, presa em aflição e em ferro. 11. Como se rebelaram contra as palavras de Deus e desprezaram o conselho do Altíssimo, 12. eis que lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não houve quem os ajudasse. 13. Então, clamaram ao SENHOR na sua angústia, e ele os livrou das suas necessidades. 14. Tirou-os das trevas e sombra da morte e quebrou as suas prisões. 15. Louvem ao SENHOR pela sua bondade e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 16. Pois quebrou as portas de bronze e despedaçou os ferrolhos de ferro. 17. Os loucos, por causa do seu caminho de transgressão e por causa das suas iniqüidades, são afligidos. 18. A sua alma aborreceu toda comida, e chegaram até às portas da morte. 19. Então, clamaram ao SENHOR na sua angústia, e ele os livrou das suas necessidades. 20. Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da sua destruição. 21. Louvem ao SENHOR pela sua bondade e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 22. E ofereçam sacrifícios de louvor e relatem as suas obras com regozijo! 23. Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes águas, 24. esses vêem as obras do SENHOR e as suas maravilhas no profundo. 25. Pois ele manda, e se levanta o vento tempestuoso, que eleva as suas ondas. 26. Sobem aos céus, descem aos abismos, e a sua alma se derrete em angústias. 27. Andam e cambaleiam como ébrios, e esvai-se-lhes toda a sua sabedoria. 28. Então, clamam ao SENHOR na sua tribulação, e ele os livra das suas angústias. 29. Faz cessar a tormenta, e acalmam-se as ondas. 30. Então, se alegram com a bonança; e ele, assim, os leva ao porto desejado. 31. Louvem ao SENHOR pela sua bondade e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 32. Exaltem-no na congregação do povo e glorifiquem-no na assembléia dos anciãos! 33. Ele converte rios em desertos; nascentes, em terra sedenta; 34. a terra frutífera, em terreno salgado, pela maldade dos que nela habitam. 35. Converte o deserto em lagos e a terra seca, em nascentes. 36. E faz habitar ali os famintos, que edificam cidade para sua residência, 37. e semeiam campos, e plantam vinhas, que produzem fruto abundante. 38. E ele os abençoa, de modo que se multiplicam muito; e o seu gado não diminui. 39. Mas outra vez decrescem e são abatidos, pela opressão, aflição e tristeza. 40. Derrama o desprezo sobre os príncipes e os faz andar desgarrados pelo deserto, onde não há caminho. 41. Mas ele levanta da opressão o necessitado, para um alto retiro, e multiplica as famílias como rebanhos. 42. Os retos vêem isto e alegram-se, mas todos os iníquos fecham a boca. 43. Quem é sábio observe estas coisas e considere atentamente as benignidades do SENHOR. Salmos 108 1. Cântico e salmo de Davi Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei e salmodiarei com toda a minha alma. 2. Despertai, saltério e harpa! Eu despertarei ao romper da alva. 3. Louvar-te-ei entre os povos, SENHOR, e a ti cantarei salmos entre as nações. 4. Porque a tua benignidade se eleva acima dos céus, e a tua verdade ultrapassa as mais altas nuvens. 5. Exalta-te sobre os céus, ó Deus, e a tua glória sobre toda a terra, 6. para que sejam livres os teus amados; salva- nos com a tua destra e ouve-nos. 7. Deus falou no seu santuário: Eu me regozijarei; repartirei a Siquém e medirei o vale de Sucote. 8. Meu é Galaade, meu é Manassés; Efraim é a força da minha cabeça; Judá, o meu legislador. 9. Moabe, a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia jubilarei. 10. Quem me levará à cidade forte? Quem me guiará até Edom? 11. Porventura, não serás tu, ó Deus, que nos rejeitaste? E não sairás, ó Deus, com os nossos exércitos? 12. Dá-nos auxílio para sairmos da angústia, porque vão é o socorro da parte do homem. 13. Em Deus faremos proezas, pois ele calcará aos pés os nossos inimigos. Salmos 109 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Ó Deus do meu louvor, não te cales! 2. Pois a boca do ímpio e a boca fraudulenta estão abertas contra mim; têm falado contra mim com uma língua mentirosa. 3. Eles me cercaram com palavras odiosas e pelejaram contra mim sem causa. 4. Em paga do meu amor, são meus adversários; mas eu faço oração. 5. Deram-me mal pelo bem e ódio pelo meu amor. 6. Põe acima do meu inimigo um ímpio, e Satanás esteja à sua direita. 7. Quando for julgado, saia condenado; e em pecado se lhe torne a sua oração. 8. Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício. 9. Sejam órfãos os seus filhos, e viúva, sua mulher. 10. Sejam errantes e mendigos os seus filhos e busquem o seu pão longe da sua habitação assolada. 11. Lance o credor mão de tudo quanto tenha, e despojem-no os estranhos do seu trabalho. 12. Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem favoreça os seus órfãos. 13. Desapareça a sua posteridade, e o seu nome seja apagado na seguinte geração. 14. Esteja na memória do SENHOR a iniqüidade de seus pais, e não se apague o pecado de sua mãe. 15. Antes, estejam sempre perante o SENHOR, para que faça desaparecer a sua memória da terra. 16. Porquanto se não lembrou de usar de misericórdia; antes, perseguiu o varão aflito e o necessitado, como também o quebrantado de coração, para o matar. 17. Visto que amou a maldição, ela lhe sobrevenha; e pois que não desejou a bênção, ela se afaste dele. 18. Assim como se vestiu de maldição tal como de uma veste, assim penetre ela nas suas entranhas como água e em seus ossos como azeite. 19. Seja para ele como a veste que o cobre e como cinto que o cinja sempre. 20. Seja este, da parte do SENHOR, o galardão dos meus contrários e dos que falam mal da minha alma. 21. Mas tu, ó JEOVÁ Senhor, sê comigo por amor do teu nome; porque a tua misericórdia é boa, livra-me. 22. Porque estou aflito e necessitado, e, dentro de mim, está aflito o meu coração. 23. Eis que me vou como a sombra que declina; sou sacudido como o gafanhoto. 24. De jejuar, estão enfraquecidos os meus joelhos, e a minha carne emagrece. 25. E ainda lhes sirvo de opróbrio; quando me contemplam, movem a cabeça. 26. Ajuda-me, SENHOR, Deus meu! Salva-me segundo a tua misericórdia. 27. Para que saibam que nisto está a tua mão, e que tu, SENHOR, o fizeste. 28. Amaldiçoem eles, mas abençoa tu; levantem-se, mas fiquem confundidos; e alegre-se o teu servo. 29. Vistam-se os meus adversários de vergonha, e cubra-os a sua própria confusão como uma capa. 30. Louvarei grandemente ao SENHOR com a minha boca; louvá-lo-ei entre a multidão. 31. Pois se porá à direita do pobre, para o livrar dos que condenam a sua alma. Salmos 110 1. Salmo de Davi Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. 2. O SENHOR enviará o cetro da tua fortaleza desde Sião, dizendo: Domina no meio dos teus inimigos. 3. O teu povo se apresentará voluntariamente no dia do teu poder, com santos ornamentos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua mocidade. 4. Jurou o SENHOR e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque. 5. O Senhor, à tua direita, ferirá os reis no dia da sua ira. 6. Julgará entre as nações; enchê-las-á de cadáveres; ferirá os cabeças de grandes terras. 7. Pelo caminho, dessedentar-se-á no ribeiro e prosseguirá de cabeça erguida. Salmos 111 1. Louvai ao SENHOR! Louvarei ao SENHOR de todo o coração, na assembléia dos justos e na congregação. 2. Grandes são as obras do SENHOR, procuradas por todos os que nelas tomam prazer. 3. Glória e majestade há em sua obra, e a sua justiça permanece para sempre. 4. Fez lembradas as suas maravilhas; piedoso e misericordioso é o SENHOR. 5. Deu mantimento aos que o temem; lembrar-se-á sempre do seu concerto. 6. Mostrou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das nações. 7. As obras das suas mãos são verdade e juízo; fiéis, todos os seus mandamentos. 8. Permanecem firmes para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão. 9. Redenção enviou ao seu povo; ordenou o seu concerto para sempre; santo e tremendo é o seu nome. 10. O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor permanece para sempre. Salmos 112 1. Louvai ao SENHOR! Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR, que em seus mandamentos tem grande prazer. 2. A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos justos será abençoada. 3. Fazenda e riquezas haverá na sua casa, e a sua justiça permanece para sempre. 4. Aos justos nasce luz nas trevas; ele é piedoso, misericordioso e justo. 5. Bem irá ao homem que se compadece e empresta; disporá as suas coisas com juízo. 6. Na verdade, nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna. 7. Não temerá maus rumores; o seu coração está firme, confiando no SENHOR. 8. O seu coração, bem firmado, não temerá, até que ele veja cumprido o seu desejo sobre os seus inimigos. 9. É liberal, dá aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória. 10. O ímpio verá isto e se enraivecerá; rangerá os dentes e se consumirá; o desejo dos ímpios perecerá. Salmos 113 1. Louvai ao SENHOR! Louvai, servos do SENHOR, louvai o nome do SENHOR. 2. Seja bendito o nome do SENHOR, desde agora e para sempre. 3. Desde o nascimento do sol até ao ocaso, seja louvado o nome do SENHOR. 4. Exaltado está o SENHOR, acima de todas as nações, e a sua glória, sobre os céus. 5. Quem é como o SENHOR, nosso Deus, que habita nas alturas; 6. que se curva para ver o que está nos céus e na terra; 7. que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado, 8. para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo; 9. que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos? Louvai ao SENHOR! Salmos 114 1. Quando Israel saiu do Egito, e a casa de Jacó, de um povo bárbaro, 2. Judá ficou sendo o seu santuário; e Israel, o seu domínio. 3. O mar viu isto e fugiu; o Jordão tornou atrás. 4. Os montes saltaram como carneiros; e os outeiros, como cordeiros. 5. Que tiveste, ó mar, que fugiste, e tu, ó Jordão, que tornaste atrás? 6. E vós, montes, que saltastes como carneiros, e vós, outeiros, como cordeiros? 7. Treme, terra, na presença do Senhor, na presença do Deus de Jacó, 8. o qual converteu o rochedo em lago de águas; e um seixo, em manancial. Salmos 115 1. Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade. 2. Por que dirão as nações: Onde está o seu Deus? 3. Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz. 4. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. 5. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; 6. têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm, mas não cheiram. 7. Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. 8. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam. 9. Confia, ó Israel, no SENHOR; ele é teu auxílio e teu escudo. 10. Casa de Arão, confia no SENHOR; ele é teu auxílio e teu escudo. 11. Vós, os que temeis ao SENHOR, confiai no SENHOR; ele é vosso auxílio e vosso escudo. 12. O SENHOR, que se lembrou de nós, abençoará; abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de Arão. 13. Abençoará os que temem ao SENHOR, tanto pequenos como grandes. 14. O SENHOR vos aumentará cada vez mais, a vós e a vossos filhos. 15. Sede benditos do SENHOR, que fez os céus e a terra. 16. Os céus são os céus do SENHOR; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens. 17. Os mortos não louvam ao SENHOR, nem os que descem ao silêncio. 18. Mas nós bendiremos ao SENHOR, desde agora e para sempre. Louvai ao SENHOR! Salmos 116 1. Amo ao SENHOR, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica. 2. Porque inclinou para mim os seus ouvidos; portanto, invocá-lo-ei enquanto viver. 3. Cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza. 4. Então, invoquei o nome do SENHOR, dizendo: Ó SENHOR, livra a minha alma! 5. Piedoso é o SENHOR e justo; o nosso Deus tem misericórdia. 6. O SENHOR guarda aos símplices; estava abatido, mas ele me livrou. 7. Volta, minha alma, a teu repouso, pois o SENHOR te fez bem. 8. Porque tu, Senhor, livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas e os meus pés da queda. 9. Andarei perante a face do SENHOR, na terra dos viventes. 10. Cri; por isso, falei: estive muito aflito. 11. Eu dizia na minha precipitação: todo homem é mentira. 12. Que darei eu ao SENHOR por todos os benefícios que me tem feito? 13. Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. 14. Pagarei os meus votos ao SENHOR, agora, na presença de todo o seu povo. 15. Preciosa é à vista do SENHOR a morte dos seus santos. 16. Ó SENHOR, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas ataduras. 17. Oferecer-te-ei sacrifícios de louvor e invocarei o nome do SENHOR. 18. Pagarei os meus votos ao SENHOR; que eu possa fazê-lo na presença de todo o meu povo, 19. nos átrios da Casa do SENHOR, no meio de ti, ó Jerusalém! Louvai ao SENHOR! Salmos 117 1. Louvai ao SENHOR, todas as nações; louvai-o, todos os povos. 2. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do SENHOR é para sempre. Louvai ao SENHOR! Salmos 118 1. Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre. 2. Diga, agora, Israel que a sua benignidade é para sempre. 3. Diga, agora, a casa de Arão que a sua benignidade é para sempre. 4. Digam, agora, os que temem ao SENHOR que a sua benignidade é para sempre. 5. Invoquei o SENHOR na angústia; o SENHOR me ouviu e me pôs em um lugar largo. 6. O SENHOR está comigo; não temerei o que me pode fazer o homem. 7. O SENHOR está comigo entre aqueles que me ajudam; pelo que verei cumprido o meu desejo sobre os que me aborrecem. 8. É melhor confiar no SENHOR do que confiar no homem. 9. É melhor confiar no SENHOR do que confiar nos príncipes. 10. Todas as nações me cercaram, mas no nome do SENHOR as despedacei. 11. Cercaram-me e tornaram a cercar-me; mas no nome do SENHOR eu as despedacei. 12. Cercaram-me como abelhas, mas apagaram-se como fogo de espinhos; pois no nome do SENHOR as despedacei. 13. Com força me impeliste para me fazeres cair, mas o SENHOR me ajudou. 14. O SENHOR é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou. 15. Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do SENHOR faz proezas. 16. A destra do SENHOR se exalta, a destra do SENHOR faz proezas. 17. Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do SENHOR. 18. O SENHOR castigou-me muito, mas não me entregou à morte. 19. Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas e louvarei ao SENHOR. 20. Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão. 21. Louvar-te-ei porque me escutaste e me salvaste. 22. A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabeça de esquina. 23. Foi o SENHOR que fez isto, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos. 24. Este é o dia que fez o SENHOR; regozijemo-nos e alegremo-nos nele. 25. Oh! Salva, SENHOR, nós te pedimos; ó SENHOR, nós te pedimos, prospera! 26. Bendito aquele que vem em nome do SENHOR; nós vos bendizemos desde a Casa do SENHOR. 27. Deus é o SENHOR que nos concedeu a luz; atai a vítima da festa com cordas e levai-a até aos ângulos do altar. 28. Tu és o meu Deus, e eu te louvarei; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei. 29. Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre. Salmos 119 1. Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na lei do SENHOR. 2. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos e o buscam de todo o coração. 3. E não praticam iniqüidade, mas andam em seus caminhos. 4. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos. 5. Tomara que os meus caminhos sejam dirigidos de maneira a poder eu observar os teus estatutos. 6. Então, não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos. 7. Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juízos. 8. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente. 9. Como purificará o jovem o seu caminho? Observando- o conforme a tua palavra. 10. De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. 11. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. 12. Bendito és tu, ó SENHOR! Ensina-me os teus estatutos. 13. Com os meus lábios declarei todos os juízos da tua boca. 14. Folgo mais com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas. 15. Em teus preceitos meditarei e olharei para os teus caminhos. 16. Alegrar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra. 17. Faze bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra. 18. Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei. 19. Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. 20. A minha alma está quebrantada de desejar os teus juízos em todo o tempo. 21. Tu repreendeste asperamente os soberbos, amaldiçoados, que se desviam dos teus mandamentos. 22. Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos. 23. Enquanto os príncipes se conluiavam e falavam contra mim, o teu servo meditava nos teus estatutos. 24. Também os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros. 25. A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra. 26. Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos. 27. Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim, falarei das tuas maravilhas. 28. A minha alma consome-se de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra. 29. Desvia de mim o caminho da falsidade e concede-me piedosamente a tua lei. 30. Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os teus juízos. 31. Apego-me aos teus testemunhos; ó SENHOR, não me confundas. 32. Correrei pelo caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração. 33. Ensina-me, ó SENHOR, o caminho dos teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim. 34. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei e observá-la-ei de todo o coração. 35. Faze-me andar na verdade dos teus mandamentos, porque nela tenho prazer. 36. Inclina o meu coração a teus testemunhos e não à cobiça. 37. Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade e vivifica-me no teu caminho. 38. Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor. 39. Desvia de mim o opróbrio que temo, pois os teus juízos são bons. 40. Eis que tenho desejado os teus preceitos; vivifica-me por tua justiça. 41. Venham também sobre mim as tuas misericórdias, ó SENHOR, e a tua salvação, segundo a tua palavra. 42. Assim, terei que responder ao que me afronta, pois confio na tua palavra. 43. E de minha boca não tires nunca de todo a palavra de verdade, pois me atenho aos teus juízos. 44. Assim, observarei de contínuo a tua lei, para sempre e eternamente. 45. E andarei em liberdade, pois busquei os teus preceitos. 46. Também falarei dos teus testemunhos perante os reis e não me envergonharei. 47. E alegrar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo. 48. Também levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amo, e meditarei nos teus estatutos. 49. Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar. 50. Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou. 51. Os soberbos zombaram grandemente de mim; apesar disso, não me desviei da tua lei. 52. Lembrei-me dos teus juízos antiquíssimos, ó SENHOR, e, assim, me consolei. 53. Grande indignação se apoderou de mim, por causa dos ímpios que abandonam a tua lei. 54. Os teus estatutos têm sido os meus cânticos no lugar das minhas peregrinações. 55. De noite, me lembrei do teu nome, ó SENHOR, e observei a tua lei. 56. Isto fiz eu, porque guardei os teus mandamentos. 57. O SENHOR é a minha porção; eu disse que observaria as tuas palavras. 58. Implorei deveras o teu favor de todo o meu coração; tem piedade de mim, segundo a tua palavra. 59. Considerei os meus caminhos e voltei os meus pés para os teus testemunhos. 60. Apressei-me e não me detive a observar os teus mandamentos. 61. Bandos de ímpios me despojaram; apesar disso, eu não me esqueci da tua lei. 62. À meia-noite, me levantarei para te louvar pelos teus justos juízos. 63. Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos. 64. A terra, ó SENHOR, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus estatutos. 65. Fizeste bem ao teu servo, SENHOR, segundo a tua palavra. 66. Ensina-me bom juízo e ciência, pois cri nos teus mandamentos. 67. Antes de ser afligido, andava errado; mas agora guardo a tua palavra. 68. Tu és bom e abençoador; ensina-me os teus estatutos. 69. Os soberbos forjaram mentiras contra mim; mas eu de todo o coração guardarei os teus preceitos. 70. Engrossa-se-lhes o coração como gordura, mas eu me alegro na tua lei. 71. Foi- me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. 72. Melhor é para mim a lei da tua boca do que inúmeras riquezas em ouro ou prata. 73. As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; dá-me inteligência para que aprenda os teus mandamentos. 74. Os que te temem alegraram-se quando me viram, porque tenho esperado na tua palavra. 75. Bem sei eu, ó SENHOR, que os teus juízos são justos e que em tua fidelidade me afligiste. 76. Sirva, pois, a tua benignidade para me consolar, segundo a palavra que deste ao teu servo. 77. Venham sobre mim as tuas misericórdias, para que viva, pois a tua lei é a minha delícia. 78. Confundam-se os soberbos, pois me trataram de uma maneira perversa, sem causa; mas eu meditarei nos teus preceitos. 79. Voltem-se para mim os que te temem e aqueles que têm conhecido os teus testemunhos. 80. Seja reto o meu coração para com os teus estatutos, para que eu não seja confundido. 81. Desfaleceu a minha alma, esperando por tua salvação; mas confiei na tua palavra. 82. Os meus olhos desfaleceram, esperando por tua promessa; entretanto, dizia: Quando me consolarás tu? 83. Pois fiquei como odre na fumaça; mas não me esqueci dos teus estatutos. 84. Quantos serão os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem? 85. Os soberbos abriram covas para mim, o que não é conforme a tua lei. 86. Todos os teus mandamentos são verdade; com mentiras me perseguem; ajuda-me! 87. Quase que me têm consumido sobre a terra; mas eu não deixei os teus preceitos. 88. Vivifica-me segundo a tua benignidade; então, guardarei o testemunho da tua boca. 89. Para sempre, ó SENHOR, a tua palavra permanece no céu. 90. A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece. 91. Conforme o que ordenaste, tudo se mantém até hoje; porque todas as coisas te obedecem. 92. Se a tua lei não fora toda a minha alegria, há muito que teria perecido na minha angústia. 93. Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado. 94. Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos. 95. Os ímpios me esperam para me destruírem, mas eu atentarei para os teus testemunhos. 96. A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é amplíssimo. 97. Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia! 98. Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo. 99. Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. 100. Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos. 101. Desviei os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra. 102. Não me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste. 103. Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca. 104. Pelos teus mandamentos, alcancei entendimento; pelo que aborreço todo falso caminho. 105. Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho. 106. Jurei e cumprirei que hei de guardar os teus justos juízos. 107. Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua palavra. 108. Aceita, SENHOR, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca; ensina-me os teus juízos. 109. A minha alma está de contínuo nas minhas mãos; todavia, não me esqueço da tua lei. 110. Os ímpios me armaram laço; contudo, não me desviei dos teus preceitos. 111. Os teus testemunhos tenho eu tomado por herança para sempre, pois são o gozo do meu coração. 112. Inclinei o meu coração a guardar os teus estatutos, para sempre, até ao fim. 113. Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei. 114. Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na tua palavra. 115. Apartai-vos de mim, malfeitores, para que guarde os mandamentos do meu Deus. 116. Sustenta-me conforme a tua palavra, para que viva, e não me deixes envergonhado da minha esperança. 117. Sustenta-me, e serei salvo e de contínuo me alegrarei nos teus estatutos. 118. Tu desprezas a todos os que se desviam dos teus estatutos, pois o engano deles é falsidade. 119. Tu tiraste da terra, como escórias, a todos os ímpios; pelo que amo os teus testemunhos. 120. O meu corpo se arrepiou com temor de ti, e temi os teus juízos. 121. Fiz juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores. 122. Fica por fiador do teu servo para o bem; não deixes que os soberbos me oprimam. 123. Os meus olhos desfaleceram, esperando por tua salvação e pela promessa da tua justiça. 124. Trata com o teu servo segundo a tua benignidade e ensina-me os teus estatutos. 125. Sou teu servo; dá-me inteligência, para entender os teus testemunhos. 126. Já é tempo de operares, ó SENHOR, pois eles têm quebrantado a tua lei. 127. Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o ouro, e ainda mais do que o ouro fino. 128. Por isso, tenho, em tudo, como retos todos os teus preceitos e aborreço toda falsa vereda. 129. Maravilhosos são os teus testemunhos; por isso, a minha alma os guarda. 130. A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices. 131. Abri a boca e respirei, pois que desejei os teus mandamentos. 132. Olha para mim e tem piedade de mim, conforme usas com os que amam o teu nome. 133. Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniqüidade alguma. 134. Livra-me da opressão do homem; assim, guardarei os teus preceitos. 135. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo e ensina-me os teus estatutos. 136. Rios de águas correm dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei. 137. Justo és, ó SENHOR, e retos são os teus juízos. 138. Os teus testemunhos, que ordenaste, são retos e muito fiéis. 139. O meu zelo me consumiu, porque os meus inimigos se esqueceram da tua palavra. 140. A tua palavra é muito pura; por isso, o teu servo a ama. 141. Pequeno sou e desprezado, mas não me esqueço dos teus mandamentos. 142. A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade. 143. Aperto e angústia se apoderam de mim; não obstante, os teus mandamentos são o meu prazer. 144. A justiça dos teus testemunhos é eterna; dá-me inteligência, e viverei. 145. Clamei de todo o meu coração; escuta-me, SENHOR, e guardarei os teus estatutos. 146. A ti te invoquei; salva-me, e guardarei os teus testemunhos. 147. Antecipei-me à alva da manhã e clamei; esperei na tua palavra. 148. Os meus olhos anteciparam-me às vigílias da noite, para meditar na tua palavra. 149. Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó SENHOR, segundo o teu juízo. 150. Aproximam-se os que seguem aos malvados; afastam-se da tua lei. 151. Tu estás perto, ó SENHOR, e todos os teus mandamentos são a verdade. 152. Acerca dos teus testemunhos eu soube, desde a antiguidade, que tu os fundaste para sempre. 153. Olha para a minha aflição e livra-me, pois não me esqueci da tua lei. 154. Pleiteia a minha causa e livra-me; vivifica-me, segundo a tua palavra. 155. A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos. 156. Muitas são, ó SENHOR, as tuas misericórdias; vivifica-me, segundo os teus juízos. 157. Muitos são os meus perseguidores e os meus inimigos; mas não me desvio dos teus testemunhos. 158. Vi os transgressores e me afligi, porque não observam a tua palavra. 159. Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua benignidade. 160. A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre. 161. Príncipes me perseguiram sem causa, mas o meu coração temeu a tua palavra. 162. Folgo com a tua palavra, como aquele que acha um grande despojo. 163. Abomino e aborreço a falsidade, mas amo a tua lei. 164. Sete vezes no dia te louvo pelos juízos da tua justiça. 165. Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço. 166. SENHOR, tenho esperado na tua salvação e tenho cumprido os teus mandamentos. 167. A minha alma tem observado os teus testemunhos; amo-os extremamente. 168. Tenho observado os teus preceitos e os teus testemunhos, porque todos os meus caminhos estão diante de ti. 169. Chegue a ti o meu clamor, ó SENHOR; dá-me entendimento conforme a tua palavra. 170. Chegue a minha súplica perante a tua face; livra-me segundo a tua palavra. 171. Os meus lábios proferiram o louvor, quando me ensinaste os teus estatutos. 172. A minha língua falará da tua palavra, pois todos os teus mandamentos são justiça. 173. Venha a tua mão socorrer-me, pois escolhi os teus preceitos. 174. Tenho desejado a tua salvação, ó SENHOR; a tua lei é todo o meu prazer. 175. Viva a minha alma e louvar-te-á; ajudem-me os teus juízos. 176. Desgarrei-me como a ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueci dos teus mandamentos. Salmos 120 1. Cântico dos degraus Na minha angústia clamei ao SENHOR, e ele me ouviu. 2. SENHOR, livra a minha alma dos lábios mentirosos e da língua enganadora. 3. Que te dará, ou que te acrescentará a língua enganadora? 4. Flechas agudas do valente, com brasas vivas de zimbro. 5. Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito nas tendas de Quedar. 6. A minha alma bastante tempo habitou com os que detestam a paz. 7. Pacífico sou, mas, em eu falando, já eles estão em guerra. Salmos 121 1. Cântico dos degraus Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? 2. O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra. 3. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará. 4. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel. 5. O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. 6. O sol não te molestará de dia, nem a lua, de noite. 7. O SENHOR te guardará de todo mal; ele guardará a tua alma. 8. O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre. Salmos 122 1. Cântico dos degraus, de Davi Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR! 2. Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém. 3. Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida, 4. aonde sobem as tribos, as tribos do SENHOR, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do SENHOR, 5. pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi. 6. Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam. 7. Haja paz dentro de teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios. 8. Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: haja paz em ti! 9. Por causa da Casa do SENHOR, nosso Deus, buscarei o teu bem. Salmos 123 1. Cântico dos degraus Para ti, que habitas nos céus, levanto os meus olhos. 2. Eis que, como os olhos dos servos atentam para as mãos do seu senhor, e os olhos da serva, para as mãos de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o SENHOR, nosso Deus, até que tenha piedade de nós. 3. Tem piedade de nós, ó SENHOR, tem piedade de nós, pois estamos assaz fartos de desprezo. 4. A nossa alma está sobremodo farta da zombaria daqueles que estão à sua vontade e do desprezo dos soberbos. Salmos 124 1. Cântico dos degraus, de Davi Se não fora o SENHOR, que esteve ao nosso lado, ora, diga Israel: 2. Se não fora o SENHOR, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, 3. eles, então, nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós; 4. então, as águas teriam trasbordado sobre nós, e a corrente teria passado sobre a nossa alma; 5. então, as águas altivas teriam passado sobre a nossa alma. 6. Bendito seja o SENHOR, que não nos deu por presa aos seus dentes. 7. A nossa alma escapou, como um pássaro do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos. 8. O nosso socorro está em o nome do SENHOR, que fez o céu e a terra. Salmos 125 1. Cântico dos degraus Os que confiam no SENHOR serão como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre. 2. Como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o SENHOR está em volta do seu povo, desde agora e para sempre. 3. Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda as mãos à iniqüidade. 4. Faze bem, ó SENHOR, aos bons e aos que são retos de coração. 5. Quanto àqueles que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o SENHOR com os que praticam a maldade; paz haverá sobre Israel. Salmos 126 1. Cântico dos degraus Quando o SENHOR trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. 2. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de cânticos; então, se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o SENHOR a estes. 3. Grandes coisas fez o SENHOR por nós, e, por isso, estamos alegres. 4. Faze-nos regressar outra vez do cativeiro, SENHOR, como as correntes do Sul. 5. Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. 6. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos. Salmos 127 1. Cântico dos degraus, de Salomão Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. 2. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono. 3. Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão. 4. Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade. 5. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta. Salmos 128 1. Cântico dos degraus Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! 2. Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem. 3. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. 4. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR! 5. O SENHOR te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida. 6. E verás os filhos de teus filhos e a paz sobre Israel. Salmos 129 1. Cântico dos degraus Muitas vezes me angustiaram desde a minha mocidade, diga agora Israel. 2. Muitas vezes me angustiaram desde a minha mocidade; todavia, não prevaleceram contra mim. 3. Os lavradores araram sobre as minhas costas; compridos fizeram os seus sulcos. 4. O SENHOR é justo; cortou as cordas dos ímpios. 5. Sejam confundidos e tornem atrás todos os que aborrecem a Sião! 6. Sejam como a erva dos telhados, que se seca antes que a arranquem, 7. com a qual o segador não enche a mão, nem o que ata os feixes enche o braço, 8. nem tampouco os que passam dizem: A bênção do SENHOR seja sobre vós! Nós vos abençoamos em nome do SENHOR! Salmos 130 1. Cântico dos degraus Das profundezas a ti clamo, ó SENHOR! 2. Senhor, escuta a minha voz! Sejam os teus ouvidos atentos à voz das minhas súplicas. 3. Se tu, SENHOR, observares as iniqüidades, Senhor, quem subsistirá? 4. Mas contigo está o perdão, para que sejas temido. 5. Aguardo o SENHOR; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra. 6. A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã; sim, mais do que aqueles que esperam pela manhã. 7. Espere Israel no SENHOR, porque no SENHOR há misericórdia, e nele há abundante redenção, 8. e ele remirá a Israel de todas as suas iniqüidades. Salmos 131 1. Cântico dos degraus, de Davi SENHOR, o meu coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim. 2. Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para comigo. 3. Espere Israel no SENHOR, desde agora e para sempre. Salmos 132 1. Cântico dos degraus Lembra-te, SENHOR, de Davi e de todas as suas aflições. 2. Como jurou ao SENHOR e fez votos ao Poderoso de Jacó, dizendo: 3. Certamente, que não entrarei na tenda em que habito, nem subirei ao leito em que durmo; 4. não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras, 5. enquanto não achar lugar para o SENHOR, uma morada para o Poderoso de Jacó. 6. Eis que ouvimos falar da arca em Efrata e a achamos no campo do bosque. 7. Entraremos nos seus tabernáculos; prostrar-nos-emos ante o escabelo de seus pés. 8. Levanta-te, SENHOR, no teu repouso, tu e a arca da tua força. 9. Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e alegrem-se os teus santos. 10. Por amor de Davi, teu servo, não faças virar o rosto do teu ungido. 11. O SENHOR jurou a Davi com verdade e não se desviará dela: Do fruto do teu ventre porei sobre o teu trono. 12. Se os teus filhos guardarem o meu concerto e os meus testemunhos, que eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão perpetuamente no teu trono. 13. Porque o SENHOR elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: 14. Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei. 15. Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados. 16. Vestirei de salvação os seus sacerdotes, e os seus santos rejubilarão. 17. Ali farei brotar a força de Davi; preparei uma lâmpada para o meu ungido. 18. Vestirei os seus inimigos de confusão; mas sobre ele florescerá a sua coroa. Salmos 133 1. Cântico dos degraus, de Davi Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! 2. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. 3. Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre. Salmos 134 1. Cântico dos degraus Eis aqui, bendizei ao SENHOR todos vós, servos do SENHOR, que assistis na Casa do SENHOR todas as noites. 2. Levantai as mãos no santuário e bendizei ao SENHOR. 3. O SENHOR, que fez o céu e a terra, te abençoe desde Sião! Salmos 135 1. Louvai ao SENHOR! Louvai o nome do SENHOR; louvai-o, servos do SENHOR. 2. Vós que assistis na Casa do SENHOR, nos átrios da Casa do nosso Deus. 3. Louvai ao SENHOR, porque o SENHOR é bom; cantai louvores ao seu nome, porque é agradável. 4. Porque o SENHOR escolheu para si a Jacó e a Israel, para seu tesouro peculiar. 5. Porque eu conheço que o SENHOR é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses. 6. Tudo o que o SENHOR quis, ele o fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos. 7. Faz subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus tesouros. 8. Foi ele que feriu os primogênitos do Egito, desde os homens até aos animais; 9. que operou sinais e prodígios no meio de ti, ó Egito, contra Faraó e contra os seus servos; 10. que feriu muitas nações e deu morte a poderosos reis: 11. a Seom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, e a todos os reinos de Canaã, 12. e deu a sua terra em herança, em herança a Israel, seu povo. 13. O teu nome, ó SENHOR, permanece perpetuamente; e a tua memória, ó SENHOR, de geração em geração. 14. Pois o SENHOR julgará o seu povo e se arrependerá em atenção aos seus servos. 15. Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens. 16. Têm boca, mas não falam; têm olhos, e não vêem; 17. têm ouvidos, mas não ouvem, nem há respiro algum na sua boca. 18. Semelhantes a eles se tornem os que os fazem, e todos os que confiam neles. 19. Casa de Israel, bendizei ao SENHOR! Casa de Arão, bendizei ao SENHOR! 20. Casa de Levi, bendizei ao SENHOR! Vós, os que temeis ao SENHOR, louvai ao SENHOR! 21. Bendito seja, desde Sião, o SENHOR, que habita em Jerusalém. Louvai ao SENHOR! Salmos 136 1. Louvai ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua benignidade é para sempre. 2. Louvai ao Deus dos deuses; porque a sua benignidade é para sempre. 3. Louvai ao Senhor dos senhores; porque a sua benignidade é para sempre. 4. Àquele que só faz maravilhas; porque a sua benignidade é para sempre. 5. Àquele que com entendimento fez os céus; porque a sua benignidade é para sempre. 6. Àquele que estendeu a terra sobre as águas; porque a sua benignidade é para sempre. 7. Àquele que fez os grandes luminares; porque a sua benignidade é para sempre. 8. O sol para governar de dia; porque a sua benignidade é para sempre. 9. A lua e as estrelas para presidirem a noite; porque a sua benignidade é para sempre. 10. Que feriu o Egito nos seus primogênitos; porque a sua benignidade é para sempre. 11. E tirou a Israel do meio deles; porque a sua benignidade é para sempre. 12. Com mão forte, e com braço estendido; porque a sua benignidade é para sempre. 13. Àquele que dividiu o mar Vermelho em duas partes; porque a sua benignidade é para sempre. 14. E fez passar Israel pelo meio dele; porque a sua benignidade é para sempre. 15. Mas derribou a Faraó com o seu exército no mar Vermelho; porque a sua benignidade é para sempre. 16. Àquele que guiou o seu povo pelo deserto; porque a sua benignidade é para sempre. 17. Àquele que feriu os grandes reis; porque a sua benignidade é para sempre. 18. E deu morte a reis famosos; porque a sua benignidade é para sempre. 19. Seom, rei dos amorreus; porque a sua benignidade é para sempre. 20. E Ogue, rei de Basã; porque a sua benignidade é para sempre. 21. E deu a terra deles em herança; porque a sua benignidade é para sempre. 22. Sim, em herança a Israel, seu servo; porque a sua benignidade é para sempre. 23. Que se lembrou da nossa humilhação; porque a sua benignidade é para sempre. 24. E nos remiu dos nossos inimigos; porque a sua benignidade é para sempre. 25. Que dá mantimento a toda a carne; porque a sua benignidade é para sempre. 26. Louvai ao Deus dos céus; porque a sua benignidade é para sempre. Salmos 137 1. Junto aos rios da Babilônia nos assentamos e choramos, lembrando-nos de Sião. 2. Nos salgueiros, que há no meio dela, penduramos as nossas harpas. 3. Porquanto aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. 4. Mas como entoaremos o cântico do SENHOR em terra estranha? 5. Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. 6. Apegue-se-me a língua ao paladar se me não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria. 7. Lembra-te, SENHOR, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, porque diziam: Arrasai-a, arrasai-a, até aos seus alicerces. 8. Ah! Filha da Babilônia, que vais ser assolada! Feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós! 9. Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras! Salmos 138 1. Salmo de Davi Eu te louvarei, SENHOR, de todo o meu coração; na presença dos deuses a ti cantarei louvores. 2. Inclinar-me-ei para o teu santo templo e louvarei o teu nome, pela tua benignidade e pela sua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome. 3. No dia em que eu clamei, me escutaste; alentaste-me, fortalecendo a minha alma. 4. Todos os reis da terra te louvarão, ó SENHOR, quando ouvirem as palavras da tua boca; 5. e cantarão os caminhos do SENHOR, pois grande é a glória do SENHOR. 6. Ainda que o SENHOR é excelso, atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece- o de longe. 7. Andando eu no meio da angústia, tu me revivificarás; estenderás a mão contra a ira dos meus inimigos, e a tua destra me salvará. 8. O SENHOR aperfeiçoará o que me concerne; a tua benignidade, ó SENHOR, é para sempre; não desampares as obras das tuas mãos. Salmos 139 1. Salmo de Davi para o cantor-mor SENHOR, tu me sondaste e me conheces. 2. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. 3. Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. 4. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó SENHOR, tudo conheces. 5. Tu me cercaste em volta e puseste sobre mim a tua mão. 6. Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta, que não a posso atingir. 7. Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? 8. Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também; 9. se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, 10. até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. 11. Se disser: decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim. 12. Nem ainda as trevas me escondem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa. 13. Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe. 14. Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. 15. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. 16. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia. 17. E quão preciosos são para mim, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles! 18. Se os contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo, ainda estou contigo. 19. Ó Deus! Tu matarás, decerto, o ímpio! Apartai-vos, portanto, de mim, homens de sangue. 20. Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão. 21. Não aborreço eu, ó SENHOR, aqueles que te aborrecem, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? 22. Aborreço-os com ódio completo; tenho-os por inimigos. 23. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. 24. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno. Salmos 140 1. Salmo de Davi para o cantor-mor Livra-me, ó SENHOR, do homem mau; guarda-me do homem violento; 2. os quais pensam o mal no coração; continuamente se ajuntam para a guerra. 3. Aguçaram a língua como a serpente; o veneno das víboras está debaixo dos seus lábios. (Selá) 4. Guarda-me, ó SENHOR, das mãos do ímpio e guarda-me do homem violento, os quais se propuseram desviar os meus passos. 5. Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam a rede à beira do caminho; armaram-me laços corrediços. (Selá) 6. Eu disse ao SENHOR: tu és o meu Deus; ouve a voz das minhas súplicas, ó SENHOR. 7. SENHOR Deus, fortaleza da minha salvação, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha. 8. Não cumpras, ó SENHOR, ao ímpio os seus desejos; não deixes ir por diante o seu mau propósito, para que não se exalte. (Selá) 9. Quanto aos que, cercando-me, levantam a cabeça, cubra-os a maldade dos seus lábios. 10. Caiam sobre eles brasas vivas, sejam lançados no fogo em covas profundas, para que se não tornem a levantar. 11. Não terá firmeza na terra o homem de má língua; o mal perseguirá o homem violento, até que seja desterrado. 12. Sei que o SENHOR sustentará a causa do oprimido e o direito do necessitado. 13. Assim, os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua presença. Salmos 141 1. Salmo de Davi SENHOR, a ti clamo! Escuta-me! Inclina os teus ouvidos à minha voz, quando a ti clamar. 2. Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde. 3. Põe, ó SENHOR, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios. 4. Não inclines o meu coração para o mal, nem para se ocupar de coisas más com aqueles que praticam a iniqüidade; e não coma eu das suas delícias. 5. Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e repreenda-me, será um excelente óleo, que a minha cabeça não rejeitará; porque continuarei a orar a despeito das maldades deles. 6. Quando os seus juízes forem arremessados da rocha, ouvirão as minhas palavras, pois são agradáveis. 7. Como quando alguém lavra e sulca a terra, são os nossos ossos espalhados à boca da sepultura. 8. Mas os meus olhos te contemplam, ó Deus, SENHOR; em ti confio; não desampares a minha alma. 9. Guarda-me dos laços que me armaram; e dos laços corrediços dos que praticam a iniqüidade. 10. Caiam os ímpios nas suas próprias redes, até que eu tenha escapado inteiramente. Salmos 142 1. Masquil de Davi. Oração que fez quando estava na caverna Com a minha voz clamei ao SENHOR; com a minha voz ao SENHOR supliquei. 2. Derramei a minha queixa perante a sua face; expus-lhe a minha angústia. 3. Quando o meu espírito estava angustiado em mim, então, conheceste a minha vereda. No caminho em que eu andava, ocultaram um laço. 4. Olhei para a minha direita e vi; mas não havia quem me conhecesse; refúgio me faltou; ninguém cuidou da minha alma. 5. A ti, ó SENHOR, clamei; eu disse: tu és o meu refúgio e a minha porção na terra dos viventes. 6. Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu. 7. Tira a minha alma da prisão, para que louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me fizeste bem. Salmos 143 1. Salmo de Davi Ó SENHOR, ouve a minha oração! Inclina os ouvidos às minhas súplicas; escuta-me segundo a tua verdade e segundo a tua justiça 2. e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente. 3. Pois o inimigo perseguiu a minha alma; abateu-me até ao chão; fez-me habitar na escuridão, como aqueles que morreram há muito. 4. Pelo que o meu espírito se angustia em mim; e o meu coração em mim está desolado. 5. Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos. 6. Estendo para ti as minhas mãos; a minha alma tem sede de ti como terra sedenta. (Selá) 7. Ouve-me depressa, ó SENHOR! O meu espírito desfalece; não escondas de mim a tua face, para que eu não seja semelhante aos que descem à cova. 8. Faze-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti levanto a minha alma. 9. Livra-me, ó SENHOR, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me refugio. 10. Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terra plana. 11. Vivifica-me, ó SENHOR, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira a minha alma da angústia. 12. E, por tua misericórdia, desarraiga os meus inimigos e destrói a todos os que angustiam a minha alma, pois sou teu servo. Salmos 144 1. Salmo de Davi Bendito seja o SENHOR, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra; 2. benignidade minha e fortaleza minha; alto retiro meu e meu libertador és tu; escudo meu, em quem eu confio, e que me sujeita o meu povo. 3. SENHOR, que é o homem, para que o conheças, e o filho do homem, para que o estimes? 4. O homem é semelhante à vaidade; os seus dias são como a sombra que passa. 5. Abaixa, ó SENHOR, os teus céus e desce; toca os montes, e fumegarão. 6. Vibra os teus raios e dissipa-os; envia as tuas flechas e desbarata-os. 7. Estende as mãos desde o alto; livra-me e arrebata-me das muitas águas e das mãos dos filhos estranhos, 8. cuja boca fala vaidade e cuja mão direita é a destra da falsidade. 9. A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com o saltério e com o instrumento de dez cordas te cantarei louvores. 10. É ele que dá a vitória aos reis e que livra a Davi, seu servo, da espada maligna. 11. Livra-me e tira-me das mãos dos filhos estranhos, cuja boca fala vaidade e cuja mão direita é a destra da iniqüidade. 12. Para que nossos filhos sejam, como plantas, bem desenvolvidos na sua mocidade; para que as nossas filhas sejam como pedras de esquina lavradas, como colunas de um palácio; 13. para que as nossas despensas se encham de todo o provimento; para que os nossos gados produzam a milhares e a dezenas de milhares em nossas ruas; 14. para que os nossos bois sejam fortes para o trabalho; para que não haja nem assaltos, nem saídas, nem clamores em nossas ruas. 15. Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o SENHOR! Salmos 145 1. Cântico de Davi Eu te exaltarei, ó Deus, Rei meu, e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos. 2. Cada dia te bendirei e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos. 3. Grande é o SENHOR e muito digno de louvor; e a sua grandeza, inescrutável. 4. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração e anunciará as tuas proezas. 5. Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade e das tuas obras maravilhosas. 6. E se falará da força dos teus feitos terríveis; e contarei a tua grandeza. 7. Publicarão abundantemente a memória da tua grande bondade e cantarão a tua justiça. 8. Piedoso e benigno é o SENHOR, sofredor e de grande misericórdia. 9. O SENHOR é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras. 10. Todas as tuas obras te louvarão, ó SENHOR, e os teus santos te bendirão. 11. Falarão da glória do teu reino e relatarão o teu poder, 12. para que façam saber aos filhos dos homens as tuas proezas e a glória da magnificência do teu reino. 13. O teu reino é um reino eterno; o teu domínio estende-se a todas as gerações. 14. O SENHOR sustenta a todos os que caem e levanta a todos os abatidos. 15. Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo. 16. Abres a mão e satisfazes os desejos de todos os viventes. 17. Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras. 18. Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. 19. Ele cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor e os salvará. 20. O SENHOR guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos. 21. A minha boca entoará o louvor do SENHOR, e toda a carne louvará o seu santo nome para todo o sempre. Salmos 146 1. Louvai ao SENHOR! Ó minha alma, louva ao SENHOR! 2. Louvarei ao SENHOR durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver. 3. Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação. 4. Sai-lhes o espírito, e eles tornam para sua terra; naquele mesmo dia, perecem os seus pensamentos. 5. Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no SENHOR, seu Deus, 6. que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto há neles e que guarda a verdade para sempre; 7. que faz justiça aos oprimidos; que dá pão aos famintos. O SENHOR solta os encarcerados; 8. o SENHOR abre os olhos aos cegos; o SENHOR levanta os abatidos; o SENHOR ama os justos; 9. o SENHOR guarda os estrangeiros; ampara o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios. 10. O SENHOR reinará eternamente; o teu Deus, ó Sião, é de geração em geração. Louvai ao SENHOR! Salmos 147 1. Louvai ao SENHOR, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; isto é agradável; decoroso é o louvor. 2. O SENHOR edifica Jerusalém; congrega os dispersos de Israel; 3. sara os quebrantados de coração e liga-lhes as feridas; 4. conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes. 5. Grande é o nosso SENHOR e de grande poder; o seu entendimento é infinito. 6. O SENHOR eleva os humildes e abate os ímpios até à terra. 7. Cantai ao SENHOR em ação de graças; cantai louvores ao nosso Deus sobre a harpa. 8. Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra e que faz produzir erva sobre os montes; 9. que dá aos animais o seu sustento e aos filhos dos corvos, quando clamam. 10. Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do varão. 11. O SENHOR agrada-se dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia. 12. Louva, ó Jerusalém, ao SENHOR; louva, ó Sião, ao teu Deus. 13. Porque ele fortaleceu os ferrolhos das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti. 14. Ele é quem pacifica os teus termos e da flor da farinha te farta; 15. quem envia o seu mandamento à terra; a sua palavra corre velozmente; 16. quem dá a neve como lã e esparge a geada como cinza; 17. quem lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio? 18. Manda a sua palavra e os faz derreter; faz soprar o vento, e correm as águas. 19. Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos, a Israel. 20. Não fez assim a nenhuma outra nação; e, quanto aos seus juízos, nenhuma os conhece. Louvai ao SENHOR! Salmos 148 1. Louvai ao SENHOR! Louvai ao SENHOR desde os céus, louvai-o nas alturas. 2. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos. 3. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes. 4. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. 5. Que louvem o nome do SENHOR, pois mandou, e logo foram criados. 6. E os confirmou para sempre e lhes deu uma lei que não ultrapassarão. 7. Louvai ao SENHOR desde a terra, vós, baleias e todos os abismos, 8. fogo e saraiva, neve e vapores e vento tempestuoso que executa a sua palavra; 9. montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros; 10. as feras e todos os gados, répteis e aves voadoras; 11. reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra; 12. rapazes e donzelas, velhos e crianças. 13. Que louvem o nome do SENHOR, pois só o seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu. 14. Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao SENHOR! Salmos 149 1. Louvai ao SENHOR! Cantai ao SENHOR um cântico novo e o seu louvor, na congregação dos santos. 2. Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei. 3. Louvem o seu nome com flauta, cantem-lhe o seu louvor com adufe e harpa. 4. Porque o SENHOR se agrada do seu povo; ele adornará os mansos com a salvação. 5. Exultem os santos na glória, cantem de alegria no seu leito. 6. Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus e espada de dois fios, nas suas mãos, 7. para tomarem vingança das nações e darem repreensões aos povos, 8. para prenderem os seus reis com cadeias e os seus nobres, com grilhões de ferro; 9. para fazerem neles o juízo escrito; esta honra, tê-la-ão todos os santos. Louvai ao SENHOR! Salmos 150 1. Louvai ao SENHOR! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder. 2. Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza. 3. Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa. 4. Louvai-o com o adufe e a flauta; louvai-o com instrumento de cordas e com flautas. 5. Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes. 6. Tudo quanto tem fôlego louve ao SENHOR. Louvai ao SENHOR! Provérbios 1 1. Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. 2. Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras da prudência; 3. para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a eqüidade; 4. para dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso; 5. para o sábio ouvir e crescer em sabedoria, e o instruído adquirir sábios conselhos; 6. para entender provérbios e sua interpretação, como também as palavras dos sábios e suas adivinhações. 7. O temor do SENHOR é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução. 8. Filho meu, ouve a instrução de teu pai e não deixes a doutrina de tua mãe. 9. Porque diadema de graça serão para a tua cabeça e colares para o teu pescoço. 10. Filho meu, se os pecadores, com blandícias, te quiserem tentar, não consintas. 11. Se disserem: Vem conosco, espiemos o sangue, espreitemos sem razão os inocentes, 12. traguemo-los vivos, como a sepultura, e inteiros, como os que descem à cova; 13. acharemos toda sorte de fazenda preciosa; encheremos as nossas casas de despojos; 14. lançarás a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa. 15. Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; desvia o teu pé das suas veredas. 16. Porque os pés deles correm para o mal e se apressam a derramar sangue. 17. Na verdade, debalde se estenderia a rede perante os olhos de qualquer ave. 18. E estes armam ciladas contra o seu próprio sangue; e a sua própria vida espreitam. 19. Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela prenderá a alma dos que a possuem. 20. A suprema Sabedoria altissonantemente clama de fora; pelas ruas levanta a sua voz. 21. Nas encruzilhadas, no meio dos tumultos, clama; às entradas das portas e na cidade profere as suas palavras: 22. Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento? 23. Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. 24. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem desse atenção; 25. antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão; 26. também eu me rirei na vossa perdição e zombarei, vindo o vosso temor, 27. vindo como assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia. 28. Então, a mim clamarão, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, mas não me acharão. 29. Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR; 30. não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão. 31. Portanto, comerão do fruto do seu caminho e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. 32. Porque o desvio dos simples os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá. 33. Mas o que me der ouvidos habitará seguramente e estará descansado do temor do mal. Provérbios 2 1. Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, 2. para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento, 3. e, se clamares por entendimento, e por inteligência alçares a tua voz, 4. se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, 5. então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus. 6. Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento. 7. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; escudo é para os que caminham na sinceridade, 8. para que guarde as veredas do juízo e conserve o caminho dos seus santos. 9. Então, entenderás justiça, e juízo, e eqüidade, e todas as boas veredas. 10. Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será suave à tua alma. 11. O bom siso te guardará, e a inteligência te conservará; 12. para te livrar do mau caminho e do homem que diz coisas perversas; 13. dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas; 14. que se alegram de mal fazer e folgam com as perversidades dos maus, 15. cujas veredas são tortuosas e desviadas nas suas carreiras; 16. para te livrar da mulher estranha e da estrangeira, que lisonjeia com suas palavras, 17. a qual deixa o guia da sua mocidade e se esquece do concerto do seu Deus; 18. porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas, para os mortos; 19. todos os que se dirigem a elas não voltarão e não atinarão com as veredas da vida. 20. Para que andes pelo caminho dos bons e guardes as veredas dos justos. 21. Porque os retos habitarão a terra, e os sinceros permanecerão nela. 22. Mas os ímpios serão arrancados da terra, e os aleivosos serão dela exterminados. Provérbios 3 1. Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os meus mandamentos. 2. Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz. 3. Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração 4. e acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens. 5. Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. 6. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. 7. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal. 8. Isso será remédio para o teu umbigo e medula para os teus ossos. 9. Honra ao SENHOR com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda; 10. e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares. 11. Filho meu, não rejeites a correção do SENHOR, nem te enojes da sua repreensão. 12. Porque o SENHOR repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem. 13. Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. 14. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. 15. Mais preciosa é do que os rubins; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela. 16. Aumento de dias há na sua mão direita; na sua esquerda, riquezas e honra. 17. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas, paz. 18. É árvore da vida para os que a seguram, e bem-aventurados são todos os que a retêm. 19. O SENHOR, com sabedoria, fundou a terra; preparou os céus com inteligência. 20. Pelo seu conhecimento, se fenderam os abismos, e as nuvens destilam o orvalho. 21. Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos; guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso; 22. porque serão vida para a tua alma e graça, para o teu pescoço. 23. Então, andarás com confiança no teu caminho, e não tropeçará o teu pé. 24. Quando te deitares, não temerás; sim, tu te deitarás, e o teu sono será suave. 25. Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando vier. 26. Porque o SENHOR será a tua esperança e guardará os teus pés de serem presos. 27. Não detenhas dos seus donos o bem, estando na tua mão poder fazê-lo. 28. Não digas ao teu próximo: Vai e torna, e amanhã to darei, tendo-o tu contigo. 29. Não maquines mal contra o teu próximo, pois habita contigo confiadamente. 30. Não contendas com alguém sem razão, se te não tem feito mal. 31. Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus caminhos. 32. Porque o perverso é abominação para o SENHOR, mas com os sinceros está o seu segredo. 33. A maldição do SENHOR habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos ele abençoará. 34. Certamente ele escarnecerá dos escarnecedores, mas dará graça aos mansos. 35. Os sábios herdarão honra, mas os loucos tomam sobre si confusão. Provérbios 4 1. Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência. 2. Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei. 3. Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe. 4. E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive. 5. Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca. 6. Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te conservará. 7. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento. 8. Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará. 9. Dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará. 10. Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida. 11. No caminho da sabedoria, te ensinei e, pelas carreiras direitas, te fiz andar. 12. Por elas andando, não se embaraçarão os teus passos; e, se correres, não tropeçarás. 13. Pega-te à correção e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida. 14. Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus. 15. Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo. 16. Pois não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono, se não fizerem tropeçar alguém. 17. Porque comem o pão da impiedade e bebem o vinho das violências. 18. Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. 19. O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem conhecem aquilo em que tropeçam. 20. Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. 21. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no meio do teu coração. 22. Porque são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo. 23. Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida. 24. Desvia de ti a tortuosidade da boca e alonga de ti a perversidade dos lábios. 25. Os teus olhos olhem direitos, e as tuas pálpebras olhem diretamente diante de ti. 26. Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados! 27. Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal. Provérbios 5 1. Filho meu, atende à minha sabedoria; à minha razão inclina o teu ouvido; 2. para que conserves os meus avisos, e os teus lábios guardem o conhecimento. 3. Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite; 4. mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios. 5. Os seus pés descem à morte; os seus passos firmam-se no inferno. 6. Ela não pondera a vereda da vida; as suas carreiras são variáveis, e não as conhece. 7. Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos e não vos desvieis das palavras da minha boca. 8. Afasta dela o teu caminho e não te aproximes da porta da sua casa; 9. para que não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a cruéis. 10. Para que não se fartem os estranhos do teu poder, e todos os teus trabalhos entrem na casa do estrangeiro; 11. e gemas no teu fim, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo, 12. e digas: Como aborreci a correção! E desprezou o meu coração a repreensão! 13. E não escutei a voz dos meus ensinadores, nem a meus mestres inclinei o meu ouvido! 14. Quase que em todo o mal me achei no meio da congregação e do ajuntamento. 15. Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço. 16. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e pelas ruas, os ribeiros de águas? 17. Sejam para ti só e não para os estranhos contigo. 18. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, 19. como cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente. 20. E por que, filho meu, andarias atraído pela estranha e abraçarias o seio da estrangeira? 21. Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele aplana todas as suas carreiras. 22. Quanto ao ímpio, as suas iniqüidades o prenderão, e, com as cordas do seu pecado, será detido. 23. Ele morrerá, porque sem correção andou, e, pelo excesso da sua loucura, andará errado. Provérbios 6 1. Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho, 2. enredaste-te com as palavras da tua boca, prendeste-te com as palavras da tua boca. 3. Faze, pois, isto agora, filho meu, e livra-te, pois já caíste nas mãos do teu companheiro: vai, humilha-te e importuna o teu companheiro; 4. não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras; 5. livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro. 6. Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio. 7. A qual, não tendo superior, nem oficial, nem dominador, 8. prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento. 9. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? 10. Um pouco de sono, um pouco tosquenejando, um pouco encruzando as mãos, para estar deitado, 11. assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado. 12. O homem de Belial, o homem vicioso, anda em perversidade de boca. 13. Acena com os olhos, fala com os pés, faz sinais com os dedos. 14. Perversidade há no seu coração; todo o tempo maquina mal; anda semeando contendas. 15. Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura. 16. Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina: 17. olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, 18. e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, 19. e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos. 20. Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a lei de tua mãe. 21. Ata-os perpetuamente ao teu coração e pendura-os ao teu pescoço. 22. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo. 23. Porque o mandamento é uma lâmpada, e a lei, uma luz, e as repreensões da correção são o caminho da vida, 24. para te guardarem da má mulher e das lisonjas da língua estranha. 25. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te prendas com os seus olhos. 26. Porque por causa de uma mulher prostituta se chega a pedir um bocado de pão; e a adúltera anda à caça de preciosa vida. 27. Tomará alguém fogo no seu seio, sem que as suas vestes se queimem? 28. Ou andará alguém sobre as brasas, sem que se queimem os seus pés? 29. Assim será o que entrar à mulher do seu próximo; não ficará inocente todo aquele que a tocar. 30. Não se injuria o ladrão, quando furta para saciar a sua alma, tendo fome; 31. mas, encontrado, pagará sete vezes tanto; dará toda a fazenda de sua casa. 32. O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói a sua alma o que tal faz. 33. Achará castigo e vilipêndio, e o seu opróbrio nunca se apagará. 34. Porque furioso é o ciúme do marido; e de maneira nenhuma perdoará no dia da vingança. 35. Nenhum resgate aceitará, nem consentirá, ainda que multipliques os presentes. Provérbios 7 1. Filho meu, guarda as minhas palavras e esconde dentro de ti os meus mandamentos. 2. Guarda os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos. 3. Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração. 4. Dize à Sabedoria: Tu és minha irmã; e à prudência chama tua parenta; 5. para te guardarem da mulher alheia, da estranha que lisonjeia com as suas palavras. 6. Porque da janela da minha casa, por minhas grades olhando eu, 7. vi entre os simples, descobri entre os jovens, um jovem falto de juízo, 8. que passava pela rua junto à sua esquina e seguia o caminho da sua casa, 9. no crepúsculo, à tarde do dia, na escuridão e trevas da noite. 10. E eis que uma mulher lhe saiu ao encontro, com enfeites de prostituta e astuto coração. 11. Esta era alvoroçadora e contenciosa, e não paravam em casa os seus pés; 12. ora pelas ruas, ora pelas praças, espreitando por todos os cantos, 13. aproximou-se dele, e o beijou, e esforçou o seu rosto, e disse-lhe: 14. Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos. 15. Por isso, saí ao teu encontro, a buscar diligentemente a tua face, e te achei. 16. Já cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas com linho fino do Egito; 17. já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela. 18. Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores. 19. Porque o marido não está em casa, foi fazer uma jornada ao longe. 20. Um saquitel de dinheiro levou na sua mão; só no dia marcado voltará a casa. 21. Seduziu-o com a multidão das suas palavras, com as lisonjas dos seus lábios o persuadiu. 22. E ele segue-a logo, como boi que vai ao matadouro; e, como o louco ao castigo das prisões, 23. até que a flecha lhe atravesse o fígado, como a ave que se apressa para o laço e não sabe que ele está ali contra a sua vida. 24. Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos e estai atentos às palavras da minha boca; 25. não se desvie para os seus caminhos o teu coração, e não andes perdido nas suas veredas; 26. porque a muitos feridos derribou; e são muitíssimos os que por ela foram mortos. 27. Caminhos de sepultura é a sua casa, os quais descem às câmaras da morte. Provérbios 8 1. Não clama, porventura, a Sabedoria? E a Inteligência não dá a sua voz? 2. No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas, ela se coloca. 3. Da banda das portas da cidade, à entrada da cidade e à entrada das portas está clamando: 4. A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens. 5. Entendei, ó simples, a prudência; e vós, loucos, entendei de coração. 6. Ouvi, porque proferirei coisas excelentes; os meus lábios se abrirão para a eqüidade. 7. Porque a minha boca proferirá a verdade; os meus lábios abominam a impiedade. 8. Em justiça são todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem perversa. 9. Todas elas são retas para o que bem as entende e justas, para os que acham o conhecimento. 10. Aceitai a minha correção, e não a prata, e o conhecimento mais do que o ouro fino escolhido. 11. Porque melhor é a sabedoria do que os rubins; e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela. 12. Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos. 13. O temor do SENHOR é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço. 14. Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento, minha é a fortaleza. 15. Por mim, reinam os reis, e os príncipes ordenam justiça. 16. Por mim governam os príncipes e os nobres; sim, todos os juízes da terra. 17. Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão. 18. Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça. 19. Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e as minhas novidades, melhores do que a prata escolhida. 20. Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo. 21. Para fazer herdar bens permanentes aos que me amam e encher os seus tesouros. 22. O SENHOR me possuiu no princípio de seus caminhos e antes de suas obras mais antigas. 23. Desde a eternidade, fui ungida; desde o princípio, antes do começo da terra. 24. Antes de haver abismos, fui gerada; e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. 25. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada. 26. Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo. 27. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando compassava ao redor a face do abismo; 28. quando firmava as nuvens de cima, quando fortificava as fontes do abismo; 29. quando punha ao mar o seu termo, para que as águas não trespassassem o seu mando; quando compunha os fundamentos da terra, 30. então, eu estava com ele e era seu aluno; e era cada dia as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo, 31. folgando no seu mundo habitável e achando as minhas delícias com os filhos dos homens. 32. Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque bem-aventurados serão os que guardarem os meus caminhos. 33. Ouvi a correção, não a rejeiteis e sede sábios. 34. Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da minha entrada. 35. Porque o que me achar achará a vida e alcançará favor do SENHOR. 36. Mas o que pecar contra mim violentará a sua própria alma; todos os que me aborrecem amam a morte. Provérbios 9 1. A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas. 2. Já sacrificou as suas vítimas, misturou o seu vinho e já preparou a sua mesa. 3. Já deu ordens às suas criadas, já anda convidando desde as alturas da cidade, dizendo: 4. Quem é simples volte-se para aqui. Aos faltos de entendimento diz: 5. Vinde, comei do meu pão e bebei do vinho que tenho misturado. 6. Deixai os insensatos, e vivei, e andai pelo caminho do entendimento. 7. O que repreende o escarnecedor afronta toma para si; e o que censura o ímpio recebe a sua mancha. 8. Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e amar-te-á. 9. Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento. 10. O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e a ciência do Santo, a prudência. 11. Porque, por mim, se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão. 12. Se fores sábio, para ti sábio serás; e, se fores escarnecedor, tu só o suportarás. 13. A mulher louca é alvoroçadora; é néscia e não sabe coisa alguma. 14. E assenta-se à porta da sua casa ou numa cadeira, nas alturas da cidade, 15. para chamar os que passam e seguem direito o seu caminho. 16. Quem é simples, volte-se para aqui. E aos faltos de entendimento diz: 17. As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é suave. 18. Mas não sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do inferno. Provérbios 10 1. Provérbios de Salomão. O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho louco é a tristeza de sua mãe. 2. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte. 3. O SENHOR não deixa ter fome a alma do justo, mas o desejo dos ímpios rechaça. 4. O que trabalha com mão enganosa empobrece, mas a mão dos diligentes enriquece. 5. O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha. 6. Bênçãos há sobre a cabeça do justo, mas a violência cobre a boca dos ímpios. 7. A memória do justo é abençoada, mas o nome dos ímpios apodrecerá. 8. O sábio de coração aceita os mandamentos, mas o louco palrador será transtornado. 9. Quem anda em sinceridade anda seguro, mas o que perverte os seus caminhos será conhecido. 10. O que acena com os olhos dá dores, e o tolo de lábios será transtornado. 11. A boca do justo é manancial de vida, mas a violência cobre a boca dos ímpios. 12. O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões. 13. Nos lábios do sábio se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento. 14. Os sábios escondem a sabedoria, mas a boca do tolo é uma destruição. 15. A fazenda do rico é a cidade da sua fortaleza; a destruição dos pobres é a sua pobreza. 16. A obra do justo conduz à vida, as produções do ímpio, ao pecado. 17. O caminho para a vida é daquele que guarda a correção, mas o que abandona a repreensão erra. 18. O que encobre o ódio tem lábios falsos, e o que difama é um insensato. 19. Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente. 20. Prata escolhida é a língua do justo; o coração dos ímpios é de nenhum preço. 21. Os lábios do justo apascentam muitos, mas os tolos, por falta de entendimento, morrem. 22. A bênção do SENHOR é que enriquece, e ele não acrescenta dores. 23. Um divertimento é para o tolo praticar a iniqüidade; para o homem inteligente, o mesmo é o ser sábio. 24. O temor do ímpio virá sobre ele, mas o desejo dos justos Deus o cumprirá. 25. Como a tempestade, assim passa o ímpio, mas o justo tem perpétuo fundamento. 26. Como vinagre para os dentes, como fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam. 27. O temor do SENHOR aumenta os dias, mas os anos dos ímpios serão abreviados. 28. A esperança dos justos é alegria, mas a expectação dos ímpios perecerá. 29. O caminho do SENHOR é fortaleza para os retos, mas ruína virá aos que praticam a iniqüidade. 30. O justo nunca será abalado, mas os ímpios não habitarão a terra. 31. A boca do justo produz sabedoria em abundância, mas a língua da perversidade será desarraigada. 32. Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos ímpios anda cheia de perversidades. Provérbios 11 1. Balança enganosa é abominação para o SENHOR, mas o peso justo é o seu prazer. 2. Vindo a soberba, virá também a afronta; mas com os humildes está a sabedoria. 3. A sinceridade dos sinceros os encaminhará, mas a perversidade dos desleais os destruirá. 4. Não aproveitam as riquezas no dia da ira, mas a justiça livra da morte. 5. A justiça do sincero endireitará o seu caminho, mas o ímpio, pela sua impiedade, cairá. 6. A justiça dos virtuosos os livrará, mas, na sua perversidade, serão apanhados os iníquos. 7. Morrendo o homem ímpio, perece a sua expectação, e a esperança da iniqüidade perde-se. 8. O justo é libertado da angústia, e o ímpio fica em seu lugar. 9. O hipócrita, com a boca, danifica o seu próximo, mas os justos são libertados pelo conhecimento. 10. No bem dos justos, exulta a cidade; e, perecendo os ímpios, há júbilo. 11. Pela bênção dos sinceros, se exalta a cidade, mas pela boca dos ímpios é derribada. 12. O que despreza o seu próximo é falto de sabedoria, mas o homem de entendimento cala-se. 13. O que anda praguejando descobre o segredo, mas o fiel de espírito encobre o negócio. 14. Não havendo sábia direção, o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança. 15. Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que aborrece a fiança estará seguro. 16. A mulher aprazível guarda a honra, como os violentos guardam as riquezas. 17. O homem benigno faz bem à sua própria alma, mas o cruel perturba a sua própria carne. 18. O ímpio recebe um salário enganoso, mas, para o que semeia justiça, haverá galardão certo. 19. Como a justiça encaminha para a vida, assim o que segue o mal faz isso para sua morte. 20. Abominação para o SENHOR são os perversos de coração, mas os que são perfeitos em seu caminho são o seu deleite. 21. Ainda que o mau junte mão à mão, não ficará sem castigo, mas a semente dos justos escapará. 22. Como jóia de ouro em focinho de porca, assim é a mulher formosa que se aparta da razão. 23. O desejo dos justos é somente o bem, mas a esperança dos ímpios é a ira. 24. Alguns há que espalham, e ainda se lhes acrescenta mais; e outros, que retêm mais do que é justo, mas é para a sua perda. 25. A alma generosa engordará, e o que regar também será regado. 26. Ao que retém o trigo o povo o amaldiçoa, mas bênção haverá sobre a cabeça do vendedor. 27. O que busca cedo o bem busca favor, mas ao que procura o mal, este lhe sobrevirá. 28. Aquele que confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a rama. 29. O que perturba a sua casa herdará o vento, e o tolo será servo do sábio de coração. 30. O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas sábio é. 31. Eis que o justo é punido na terra; quanto mais o ímpio e o pecador! Provérbios 12 1. O que ama a correção ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é um bruto. 2. O homem de bem alcançará o favor do SENHOR, mas ao homem de perversas imaginações ele condenará. 3. O homem não se estabelecerá pela impiedade, mas a raiz dos justos não será removida. 4. A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos. 5. Os pensamentos do justo são retos, mas os conselhos do ímpio, engano. 6. As palavras dos ímpios são para armarem ciladas ao sangue, mas a boca dos retos os livrará. 7. Transtornados serão os ímpios e não serão mais, mas a casa dos justos permanecerá. 8. Segundo o seu entendimento, será louvado cada qual, mas o perverso de coração estará em desprezo. 9. Melhor é o que se estima em pouco e tem servos do que o que se honra a si mesmo e tem falta de pão. 10. O justo olha pela vida dos seus animais, mas as misericórdias dos ímpios são cruéis. 11. O que lavra a sua terra se fartará de pão, mas o que segue os ociosos está falto de juízo. 12. Deseja o ímpio a rede dos maus, mas a raiz dos justos produz o seu fruto. 13. O laço do ímpio está na transgressão dos lábios, mas o justo sairá da angústia. 14. Cada um se farta de bem pelo fruto da sua boca, e o que as mãos do homem fizerem isso ele receberá. 15. O caminho do tolo é reto aos seus olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio. 16. A ira do louco se conhece no mesmo dia, mas o avisado encobre a afronta. 17. O que diz a verdade manifesta a justiça, mas a testemunha falsa engana. 18. Há alguns cujas palavras são como pontas de espada, mas a língua dos sábios é saúde. 19. O lábio de verdade ficará para sempre, mas a língua mentirosa dura só um momento. 20. Engano há no coração dos que maquinam mal, mas alegria têm os que aconselham a paz. 21. Nenhum agravo sobrevirá ao justo, mas os ímpios ficam cheios de mal. 22. Os lábios mentirosos são abomináveis ao SENHOR, mas os que agem fielmente são o seu deleite. 23. O homem avisado encobre o conhecimento, mas o coração dos tolos proclama a estultícia. 24. A mão dos diligentes dominará, mas os enganadores serão tributários. 25. A solicitude no coração do homem o abate, mas uma boa palavra o alegra. 26. O justo é um guia para o seu companheiro, mas o caminho dos ímpios os faz errar. 27. O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser diligente. 28. Na vereda da justiça está a vida, e no caminho da sua carreira não há morte. Provérbios 13 1. O filho sábio ouve a correção do pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão. 2. Do fruto da boca cada um comerá o bem, mas a alma dos prevaricadores comerá a violência. 3. O que guarda a sua boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios tem perturbação. 4. A alma do preguiçoso deseja e coisa nenhuma alcança, mas a alma dos diligentes engorda. 5. O justo aborrece a palavra de mentira, mas o ímpio é abominável e se confunde. 6. A justiça guarda ao que é sincero no seu caminho, mas a impiedade transtornará o pecador. 7. Há quem se faça rico, não tendo coisa nenhuma, e quem se faça pobre, tendo grande riqueza. 8. O resgate da vida de cada um são as suas riquezas, mas o pobre não ouve as ameaças. 9. A luz dos justos alegra, mas a candeia dos ímpios se apagará. 10. Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria. 11. A fazenda que procede da vaidade diminuirá, mas quem a ajunta pelo trabalho terá aumento. 12. A esperança demorada enfraquece o coração, mas o desejo chegado é árvore de vida. 13. O que despreza a palavra perecerá, mas o que teme o mandamento será galardoado. 14. A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte. 15. O bom entendimento dá graça, mas o caminho dos prevaricadores é áspero. 16. Todo prudente age com conhecimento, mas o tolo espraia a sua loucura. 17. Um mau mensageiro cai no mal, mas o embaixador fiel é saúde. 18. Pobreza e afronta virão ao que rejeita a correção, mas o que guarda a repreensão será venerado. 19. O desejo que se cumpre deleita a alma, mas apartar-se do mal é abominação para os loucos. 20. Anda com os sábios e serás sábio, mas o companheiro dos tolos será afligido. 21. O mal perseguirá aos pecadores, mas os justos serão galardoados com o bem. 22. O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é depositada para o justo. 23. Abundância de mantimento há na lavoura do pobre, mas alguns há que se consomem por falta de juízo. 24. O que retém a sua vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga. 25. O justo come até que a sua alma fique satisfeita, mas o ventre dos ímpios terá necessidade. Provérbios 14 1. Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos. 2. O que anda na sua sinceridade teme ao SENHOR, mas o que se desvia de seus caminhos despreza-o. 3. Na boca do tolo está a vara da soberba, mas os lábios do sábio preservá-lo-ão. 4. Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas, pela força do boi, há abundância de colheitas. 5. A testemunha verdadeira não mentirá, mas a testemunha falsa se desboca em mentiras. 6. O escarnecedor busca sabedoria e não a acha, mas para o prudente o conhecimento é fácil. 7. Vai-te à presença do homem insensato e nele não divisarás os lábios do conhecimento. 8. A sabedoria do prudente é entender o seu caminho, mas a estultícia dos tolos é enganar. 9. Os loucos zombam do pecado, mas entre os retos há boa vontade. 10. O coração conhece a sua própria amargura, e o estranho não se entremeterá na sua alegria. 11. A casa dos ímpios se desfará, mas a tenda dos retos florescerá. 12. Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. 13. Até no riso terá dor o coração, e o fim da alegria é tristeza. 14. Dos seus caminhos se fartará o infiel de coração, mas o homem bom se fartará de si mesmo. 15. O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os seus passos. 16. O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo encoleriza-se e dá-se por seguro. 17. O que presto se ira fará doidices, e o homem de más imaginações será aborrecido. 18. Os simples herdarão a estultícia, mas os prudentes se coroarão de conhecimento. 19. Os maus inclinam-se perante a face dos bons, e os ímpios, diante das portas do justo. 20. O pobre é aborrecido até do companheiro, mas os amigos dos ricos são muitos. 21. O que despreza ao seu companheiro peca, mas o que se compadece dos humildes é bem-aventurado. 22. Porventura, não erram os que praticam o mal? Mas beneficência e fidelidade haverá para os que praticam o bem. 23. Em todo trabalho há proveito, mas a palavra dos lábios só encaminha para a pobreza. 24. A coroa dos sábios é a sua riqueza, a estultícia dos tolos é só estultícia. 25. A testemunha verdadeira livra as almas, mas o que se desboca em mentiras é enganador. 26. No temor do SENHOR, há firme confiança, e ele será um refúgio para seus filhos. 27. O temor do SENHOR é uma fonte de vida para preservar dos laços da morte. 28. Na multidão do povo está a magnificência do rei, mas, na falta de povo, a perturbação do príncipe. 29. O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura. 30. O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos. 31. O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado honra-o. 32. Pela sua malícia, será lançado fora o ímpio, mas o justo até na sua morte tem esperança. 33. No coração do prudente, repousa a sabedoria, mas o que há no interior dos tolos se conhece. 34. A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos. 35. O rei tem seu contentamento no servo prudente, mas, sobre o que procede indignamente, cairá o seu furor. Provérbios 15 1. A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. 2. A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia. 3. Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons. 4. Uma língua saudável é árvore de vida, mas a perversidade nela quebranta o espírito. 5. O tolo despreza a correção de seu pai, mas o que observa a repreensão prudentemente se haverá. 6. Na casa do justo há um grande tesouro, mas nos frutos do ímpio há perturbação. 7. Os lábios dos sábios derramarão o conhecimento, mas o coração dos tolos não fará assim. 8. O sacrifício dos ímpios é abominável ao SENHOR, mas a oração dos retos é o seu contentamento. 9. O caminho do ímpio é abominável ao SENHOR, mas ele ama o que segue a justiça. 10. Correção molesta há para o que deixa a vereda, e o que aborrece a repreensão morrerá. 11. O inferno e a perdição estão perante o SENHOR; quanto mais o coração dos filhos dos homens! 12. Não ama o escarnecedor aquele que o repreende, nem se chegará para os sábios. 13. O coração alegre aformoseia o rosto, mas, pela dor do coração, o espírito se abate. 14. O coração sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia. 15. Todos os dias do aflito são maus, mas o de coração alegre tem um banquete contínuo. 16. Melhor é o pouco com o temor do SENHOR do que um grande tesouro onde há inquietação. 17. Melhor é a comida de hortaliça onde há amor do que o boi gordo e, com ele, o ódio. 18. O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apaziguará a luta. 19. O caminho do preguiçoso é como a sebe de espinhos, mas a vereda dos retos está bem igualada. 20. O filho sábio alegrará a seu pai, mas o homem insensato despreza a sua mãe. 21. A estultícia é alegria para o que carece de entendimento, mas o homem sábio anda retamente. 22. Onde não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão. 23. O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é! 24. Para o sábio, o caminho da vida é para cima, para que ele se desvie do inferno que está embaixo. 25. O SENHOR arrancará a casa dos soberbos, mas firmará a herança da viúva. 26. Abomináveis são para o SENHOR os pensamentos do mau, mas as palavras dos limpos são aprazíveis. 27. O que se dá à cobiça perturba a sua casa, mas o que aborrece as dádivas viverá. 28. O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos ímpios derrama em abundância coisas más. 29. Longe está o SENHOR dos ímpios, mas escutará a oração dos justos. 30. A luz dos olhos alegra o coração; a boa fama engorda os ossos. 31. Os ouvidos que escutam a repreensão da vida no meio dos sábios farão a sua morada. 32. O que rejeita a correção menospreza a sua alma, mas o que escuta a repreensão adquire entendimento. 33. O temor do SENHOR é a instrução da sabedoria, e diante da honra vai a humildade. Provérbios 16 1. Do homem são as preparações do coração, mas do SENHOR, a resposta da boca. 2. Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos. 3. Confia ao SENHOR as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos. 4. O SENHOR fez todas as coisas para os seus próprios fins e até ao ímpio, para o dia do mal. 5. Abominação é para o SENHOR todo altivo de coração; ainda que ele junte mão à mão, não ficará impune. 6. Pela misericórdia e pela verdade, se purifica a iniqüidade; e, pelo temor do SENHOR, os homens se desviam do mal. 7. Sendo os caminhos do homem agradáveis ao SENHOR, até a seus inimigos faz que tenham paz com ele. 8. Melhor é o pouco com justiça do que a abundância de colheita com injustiça. 9. O coração do homem considera o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos. 10. Adivinhação se acha nos lábios do rei; em juízo não prevaricará a sua boca. 11. O peso e a balança justa são do SENHOR; obra sua são todas as pedras da bolsa. 12. Abominação é para os reis o praticarem a impiedade, porque com justiça se estabelece o trono. 13. Os lábios de justiça são o contentamento dos reis, e eles amarão o que fala coisas retas. 14. O furor do rei é como um mensageiro da morte, mas o homem sábio o apaziguará. 15. Na luz do rosto do rei está a vida, e a sua benevolência é como a nuvem de chuva serôdia. 16. Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! E quanto mais excelente, adquirir a prudência do que a prata! 17. O alto caminho dos retos é desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma. 18. A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. 19. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos do que repartir o despojo com os soberbos. 20. O que atenta prudentemente para a palavra achará o bem, e o que confia no SENHOR será bem-aventurado. 21. O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino. 22. O entendimento, para aqueles que o possuem, é uma fonte de vida, mas a instrução dos tolos é a sua estultícia. 23. O coração do sábio instrui a sua boca e acrescenta doutrina aos seus lábios. 24. Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos. 25. Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte. 26. O trabalhador trabalha para si mesmo, porque a sua boca o instiga. 27. O homem vão cava o mal, e nos seus lábios se acha como que um fogo ardente. 28. O homem perverso levanta a contenda, e o difamador separa os maiores amigos. 29. O homem violento persuade o seu companheiro e guia-o por caminho não bom. 30. Fecha os olhos para imaginar perversidades; mordendo os lábios, efetua o mal. 31. Coroa de honra são as cãs, achando-se elas no caminho da justiça. 32. Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade. 33. A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda a sua disposição. Provérbios 17 1. Melhor é um bocado seco e com ele a tranqüilidade do que a casa cheia de vítimas, com contenda. 2. O servo prudente dominará sobre o filho que procede indignamente; e entre os irmãos repartirá a herança. 3. O crisol é para a prata, e o forno, para o ouro; mas o SENHOR prova os corações. 4. O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna. 5. O que escarnece do pobre insulta ao que o criou; o que se alegra da calamidade não ficará impune. 6. Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais. 7. Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe, o lábio mentiroso! 8. Pedra preciosa é o presente aos olhos dos que o recebem; para onde quer que se volte, servirá de proveito. 9. O que encobre a transgressão busca a amizade, mas o que renova a questão separa os maiores amigos. 10. Mais profundamente entra a repreensão no prudente do que cem açoites no tolo. 11. Na verdade, o rebelde não busca senão o mal, mas mensageiro cruel se enviará contra ele. 12. Encontre-se com o homem a ursa à qual roubaram os filhos, mas não o louco na sua estultícia. 13. Quanto àquele que torna mal por bem, não se apartará o mal da sua casa. 14. Como o soltar as águas, é o princípio da contenda; deixa por isso a porfia, antes que sejas envolvido. 15. O que justifica o ímpio e o que condena o justo abomináveis são para o SENHOR, tanto um como o outro. 16. De que serviria o preço na mão do tolo para comprar a sabedoria, visto que não tem entendimento? 17. Em todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce o irmão. 18. O homem falto de entendimento dá a mão, ficando por fiador do seu companheiro. 19. O que ama a contenda ama a transgressão; o que alça a sua porta busca a ruína. 20. O perverso de coração nunca achará o bem; e o que tem a língua dobre virá a cair no mal. 21. O que gera um tolo, para sua tristeza o faz; e o pai do insensato não se alegrará. 22. O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos. 23. O ímpio tira o presente do seio para perverter as veredas da justiça. 24. No rosto do sábio se vê a sabedoria, mas os olhos do louco estão nas extremidades da terra. 25. O filho insensato é tristeza para seu pai e amargura para quem o deu à luz. 26. Não é bom também punir o justo, nem ferirem os príncipes ao que age justamente. 27. Retém as suas palavras o que possui o conhecimento, e o homem de entendimento é de precioso espírito. 28. Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio. Provérbios 18 1. Busca seu próprio desejo aquele que se separa; ele insurge-se contra a verdadeira sabedoria. 2. Não toma prazer o tolo no entendimento, senão em que se descubra o seu coração. 3. Vindo o ímpio, vem também o desprezo; e, com a ignomínia, a vergonha. 4. Águas profundas são as palavras da boca do homem, e ribeiro transbordante é a fonte da sabedoria. 5. Não é bom ter respeito à pessoa do ímpio, para derribar o justo em juízo. 6. Os lábios do tolo entram na contenda, e a sua boca brada por açoites. 7. A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios, um laço para a sua alma. 8. As palavras do linguareiro são como doces bocados, e elas descem ao íntimo do ventre. 9. Também o negligente na sua obra é irmão do desperdiçador. 10. Torre forte é o nome do SENHOR; para ela correrá o justo e estará em alto retiro. 11. A fazenda do rico é sua cidade forte e, como um muro alto, na sua imaginação. 12. Antes de ser quebrantado, eleva-se o coração do homem; e, diante da honra, vai a humildade. 13. Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha. 14. O espírito do homem aliviará a sua enfermidade, mas ao espírito abatido, quem o levantará? 15. O coração do sábio adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a ciência. 16. O presente do homem alarga-lhe o caminho e leva-o à presença dos grandes. 17. O que primeiro começa o seu pleito justo parece; mas vem o seu companheiro e o examina. 18. A sorte faz cessar os pleitos e faz separação entre os poderosos. 19. O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um palácio. 20. Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios se fartará. 21. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto. 22. O que acha uma mulher acha uma coisa boa e alcançou a benevolência do SENHOR. 23. O pobre fala com rogos, mas o rico responde com durezas. 24. O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão. Provérbios 19 1. Melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o perverso de lábios e tolo. 2. Assim também ficar a alma sem conhecimento não é bom; e o que se apressa com seus pés peca. 3. A estultícia do homem perverterá o seu caminho, e o seu coração se irará contra o SENHOR. 4. As riquezas granjeiam muitos amigos, mas ao pobre o seu próprio amigo o deixa. 5. A falsa testemunha não ficará inocente; e o que profere mentiras não escapará. 6. Muitos suplicam a face do príncipe, e cada um é amigo daquele que dá presentes. 7. Todos os irmãos do pobre o aborrecem; quanto mais se afastarão dele os seus amigos! Corre após eles com palavras, mas não servem de nada. 8. O que adquire entendimento ama a sua alma; o que conserva a inteligência achará o bem. 9. A falsa testemunha não ficará impune; e o que profere mentiras perecerá. 10. Ao tolo não está bem o deleite; quanto menos ao servo dominar os príncipes! 11. O entendimento do homem retém a sua ira; e sua glória é passar sobre a transgressão. 12. Como o bramido do filho do leão é a indignação do rei; mas, como o orvalho sobre a erva, é a sua benevolência. 13. Grande miséria é para o pai o filho insensato, e um gotejar contínuo, as contenções da mulher. 14. A casa e a fazenda são a herança dos pais; mas do SENHOR vem a mulher prudente. 15. A preguiça faz cair em profundo sono, e a alma enganadora padecerá fome. 16. O que guardar o mandamento guardará a sua alma; mas o que desprezar os seus caminhos morrerá. 17. Ao SENHOR empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício. 18. Castiga teu filho enquanto há esperança, mas para o matar não alçarás a tua alma. 19. Homem de grande ira tem de sofrer o dano; porque, se tu o livrares, virás ainda a fazê-lo novamente. 20. Ouve o conselho e recebe a correção, para que sejas sábio nos teus últimos dias. 21. Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do SENHOR permanecerá. 22. O desejo do homem é a sua beneficência; mas o pobre é melhor do que o mentiroso. 23. O temor do SENHOR encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e não o visitará mal nenhum. 24. O preguiçoso esconde a mão no seio; enfada-se de a levar à boca. 25. Fere o escarnecedor, e o simples tomará aviso; repreende ao sábio, e aprenderá conhecimento. 26. O que aflige a seu pai ou afugenta a sua mãe filho é que envergonha e desonra. 27. Cessa, filho meu, ouvindo a instrução, de te desviares das palavras do conhecimento. 28. A testemunha de Belial escarnece do juízo, e a boca dos ímpios engole a iniqüidade. 29. Preparados estão os juízos para os escarnecedores e os açoites para as costas dos tolos. Provérbios 20 1. O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio. 2. Como o bramido do leão é o terror do rei; o que provoca a sua ira peca contra a sua própria alma. 3. Honroso é para o homem o desviar-se de questões, mas todo tolo se entremete nelas. 4. O preguiçoso não lavrará por causa do inverno, pelo que mendigará na sega e nada receberá. 5. Como águas profundas é o conselho no coração do homem; mas o homem de inteligência o tirará para fora. 6. Cada qual entre os homens apregoa a sua bondade; mas o homem fiel, quem o achará? 7. O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele. 8. Assentando-se o rei no trono do juízo, com os seus olhos dissipa todo mal. 9. Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado! 10. Duas espécies de peso e duas espécies de medida são abominação para o SENHOR, tanto uma coisa como outra. 11. Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra for pura e reta. 12. O ouvido que ouve e o olho que vê, o SENHOR os fez a ambos. 13. Não ames o sono, para que não empobreças; abre os teus olhos e te fartarás de pão. 14. Nada vale, nada vale, dirá o comprador, mas, indo-se, então, se gabará. 15. Há ouro e abundância de rubins, mas os lábios do conhecimento são jóia preciosa. 16. Aquele que fica por fiador do estranho tira a sua roupa e penhora-a por um estranho. 17. Suave é ao homem o pão da mentira, mas, depois, a sua boca se encherá de pedrinhas de areia. 18. Cada pensamento com conselho se confirma; e com conselhos prudentes faz a guerra. 19. O que anda maldizendo descobre o segredo; pelo que, com o que afaga com seus lábios, não te entremetas. 20. O que a seu pai ou a sua mãe amaldiçoar, apagar-se-lhe-á a sua lâmpada e ficará em trevas densas. 21. Entrando-se apressadamente de posse de uma herança no princípio, o seu fim não será bendito. 22. Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo SENHOR, e ele te livrará. 23. Duas espécies de peso são abomináveis ao SENHOR, e balanças enganosas não são boas. 24. Os passos do homem são dirigidos pelo SENHOR; o homem, pois, como entenderá o seu caminho? 25. Laço é para o homem dizer precipitadamente: É santo; e, feitos os votos, então, inquirir. 26. O rei sábio dissipa os ímpios e faz girar sobre eles a roda. 27. A alma do homem é a lâmpada do SENHOR, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do ventre. 28. Benignidade e verdade guardam o rei, e com benignidade sustém ele o seu trono. 29. O ornato dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos, as cãs. 30. Os vergões das feridas são a purificação dos maus, como também as pancadas que penetram até o mais íntimo do ventre. Provérbios 21 1. Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do SENHOR; a tudo quanto quer o inclina. 2. Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o SENHOR sonda os corações. 3. Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao SENHOR do que oferecer- lhe sacrifício. 4. Olhar altivo, coração orgulhoso e até a lavoura dos ímpios são pecado. 5. Os pensamentos do diligente tendem à abundância, mas os de todo apressado, tão-somente à pobreza. 6. Trabalhar por ajuntar tesouro com língua falsa é uma vaidade, e aqueles que a isso são impelidos buscam a morte. 7. As rapinas dos ímpios virão a destruí-los, porquanto eles recusam praticar a justiça. 8. O caminho do homem perverso é inteiramente tortuoso, mas a obra do puro é reta. 9. Melhor é morar n um canto de umas águas-furtadas do que com a mulher rixosa numa casa ampla. 10. A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não agrada aos seus olhos. 11. Quando o escarnecedor é castigado, o simples torna-se sábio; e, quando o sábio é instruído, recebe o conhecimento. 12. Prudentemente considera o justo a casa do ímpio, quando os ímpios são arrastados para o mal. 13. O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido. 14. O presente que se dá em segredo abate a ira, e a dádiva no seio, uma forte indignação. 15. Praticar a justiça é alegria para o justo, mas espanto para os que praticam a iniqüidade. 16. O homem que anda desviado do caminho do entendimento na congregação dos mortos repousará. 17. Necessidade padecerá o que ama os prazeres; o que ama o vinho e o azeite nunca enriquecerá. 18. O resgate do justo é o ímpio; o do reto, o iníquo. 19. Melhor é morar n uma terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda. 20. Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato o devora. 21. O que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra. 22. À cidade dos fortes sobe o sábio e derruba a força em que confiaram. 23. O que guarda a boca e a língua guarda das angústias a sua alma. 24. Quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; trata com indignação e soberba. 25. O desejo do preguiçoso o mata, porque as suas mãos recusam-se a trabalhar. 26. Todo o dia avidamente cobiça, mas o justo dá e nada retém. 27. O sacrifício dos ímpios é abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna! 28. A testemunha mentirosa perecerá, mas o homem que ouve falará sem imputação. 29. O homem ímpio endurece o seu rosto, mas o reto considera o seu caminho. 30. Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o SENHOR. 31. O cavalo prepara-se para o dia da batalha, mas do SENHOR vem a vitória. Provérbios 22 1. Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o ouro. 2. O rico e o pobre se encontraram; a todos os fez o SENHOR. 3. O avisado vê o mal e esconde-se; mas os simples passam e sofrem a pena. 4. O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida. 5. Espinhos e laços há no caminho do perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe dele. 6. Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele. 7. O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta. 8. O que semear a perversidade segará males; e a vara da sua indignação falhará. 9. O que é de bons olhos será abençoado, porque deu do seu pão ao pobre. 10. Lança fora ao escarnecedor, e se irá a contenda; e cessará a questão e a vergonha. 11. O que ama a pureza do coração e tem graça nos seus lábios terá por seu amigo o rei. 12. Os olhos do SENHOR conservam o que tem conhecimento, mas as palavras do iníquo ele transtornará. 13. Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas. 14. Cova profunda é a boca das mulheres estranhas; aquele contra quem o SENHOR se irar cairá nela. 15. A estultícia está ligada ao coração do menino, mas a vara da correção a afugentará dele. 16. O que oprime o pobre para se engrandecer a si ou o que dá ao rico, certamente, empobrecerá. 17. Inclina o teu ouvido, e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração à minha ciência. 18. Porque é coisa suave, se as guardares no teu coração, se as aplicares todas aos teus lábios. 19. Para que a tua confiança esteja no SENHOR, a ti tas faço saber hoje, sim, a ti mesmo. 20. Porventura, não te escrevi excelentes coisas acerca de todo conselho e conhecimento, 21. para te fazer saber a certeza das palavras de verdade, para que possas responder palavras de verdade aos que te enviarem? 22. Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem atropeles, na porta, o aflito. 23. Porque o SENHOR defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida. 24. Não acompanhes o iracundo, nem andes com o homem colérico, 25. para que não aprendas as suas veredas e tomes um laço para a tua alma. 26. Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. 27. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti? 28. Não removas os limites antigos que fizeram teus pais. 29. Viste um homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não será posto perante os de baixa sorte. Provérbios 23 1. Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para o que se te pôs diante; 2. e põe uma faca à tua garganta, se és homem glutão. 3. Não cobices os seus manjares gostosos, porque são pão de mentiras. 4. Não te canses para enriqueceres; dá de mão à tua própria sabedoria. 5. Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Porque, certamente, isso se fará asas e voará ao céu como a águia. 6. Não comas o pão daquele que tem os olhos malignos, nem cobices os seus manjares gostosos. 7. Porque, como imaginou na sua alma, assim é; ele te dirá: Come e bebe; mas o seu coração não estará contigo. 8. Vomitarias o bocado que comeste e perderias as tuas suaves palavras. 9. Não fales aos ouvidos do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras. 10. Não removas os limites antigos, nem entres nas herdades dos órfãos, 11. porque o seu Redentor é forte; ele pleiteará a sua causa contra ti. 12. Aplica à disciplina o teu coração e os teus ouvidos, às palavras do conhecimento. 13. Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. 14. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno. 15. Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu coração, sim, o meu próprio. 16. E exultará o meu íntimo, quando os teus lábios falarem coisas retas. 17. Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, sê no temor do SENHOR todo o dia. 18. Porque deveras há um fim bom; não será malograda a tua esperança. 19. Ouve tu, filho meu, e sê sábio e dirige no caminho o teu coração. 20. Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne. 21. Porque o beberrão e o comilão cairão em pobreza; e a sonolência faz trazer as vestes rotas. 22. Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer. 23. Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência. 24. Grandemente se regozijará o pai do justo, e o que gerar a um sábio se alegrará nele. 25. Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se a que te gerou. 26. Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos. 27. Porque cova profunda é a prostituta, e poço estreito, a estranha. 28. Também ela, como um salteador, se põe a espreitar e multiplica entre os homens os iníquos. 29. Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as pelejas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos? 30. Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada. 31. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. 32. No seu fim, morderá como a cobra e, como o basilisco, picará. 33. Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. 34. E serás como o que dorme no meio do mar e como o que dorme no topo do mastro 35. e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando virei a despertar? Ainda tornarei a buscá-la outra vez. Provérbios 24 1. Não tenhas inveja dos homens malignos, nem desejes estar com eles, 2. porque o seu coração medita a rapina, e os seus lábios falam maliciosamente. 3. Com a sabedoria se edifica a casa, e com a inteligência ela se firma; 4. e pelo conhecimento se encherão as câmaras de todas as substâncias preciosas e deleitáveis. 5. Um varão sábio é forte, e o varão de conhecimento consolida a força. 6. Porque com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros. 7. É demasiadamente alta para o tolo toda a sabedoria; na porta não abrirá a boca. 8. Aquele que cuida em fazer mal, mestre de maus intentos o chamarão. 9. O pensamento do tolo é pecado, e é abominável aos homens o escarnecedor. 10. Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena. 11. Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar. 12. Se disseres: Eis que o não sabemos; porventura, aquele que pondera os corações não o considerará? E aquele que atenta para a tua alma não o saberá? Não pagará ele ao homem conforme a sua obra? 13. Come mel, meu filho, porque é bom, e o favo de mel, que é doce ao teu paladar. 14. Tal será o conhecimento da sabedoria para a tua alma; se a achares, haverá para ti galardão, e não será cortada a tua expectação. 15. Não espies a habitação do justo, ó ímpio, nem assoles a sua câmara. 16. Porque sete vezes cairá o justo e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal. 17. Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem quando tropeçar se regozije o teu coração; 18. para que o SENHOR isso não veja, e seja mau aos seus olhos, e desvie dele a sua ira. 19. Não te aflijas por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos ímpios. 20. Porque o maligno não terá galardão algum, e a lâmpada dos ímpios se apagará. 21. Teme ao SENHOR, filho meu, e ao rei, e não te entremetas com os que buscam mudanças. 22. Porque, de repente, se levantará a sua perdição, e a ruína deles, quem a conhecerá? 23. Também estes são provérbios dos sábios. Ter respeito a pessoas no juízo não é bom. 24. O que disser ao ímpio: Justo és, os povos o amaldiçoarão, as nações o detestarão. 25. Mas, para os que o repreenderem, haverá delícias, e sobre eles virá a bênção do bem. 26. Beija com os lábios o que responde com palavras retas. 27. Prepara fora a tua obra, e apronta-a no campo, e então edifica a tua casa. 28. Não sejas testemunha sem causa contra o teu próximo; por que enganarias com os teus lábios? 29. Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra. 30. Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; 31. e eis que toda estava cheia de cardos, e a sua superfície, coberta de urtigas, e a sua parede de pedra estava derribada. 32. O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo- o, recebi instrução. 33. Um pouco de sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado, 34. assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado. Provérbios 25 1. Também estes são provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá. 2. A glória de Deus é encobrir o negócio, mas a glória dos reis é tudo investigar. 3. Para a altura dos céus, e para a profundeza da terra, e para o coração dos reis, não há investigação alguma. 4. Tira da prata as escórias, e sairá vaso para o fundidor. 5. Tira o ímpio da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça. 6. Não te glories na presença do rei, nem te ponhas no lugar dos grandes; 7. porque melhor é que te digam: Sobe para aqui, do que seres humilhado diante do príncipe a quem já os teus olhos viram. 8. Não te apresses a litigar, para depois, ao fim, não saberes o que hás de fazer, podendo-te confundir o teu próximo. 9. Pleiteia a tua causa com o teu próximo mesmo e não descubras o segredo de outro; 10. para que não te desonre o que o ouvir, não se apartando de ti a infâmia. 11. Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. 12. Como pendentes de ouro e gargantilhas de ouro fino, assim é o sábio repreensor para o ouvido ouvinte. 13. Como frieza de neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam; porque alegra a alma dos seus senhores. 14. Como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o homem que se gaba falsamente de dádivas. 15. Pela longanimidade se persuade o príncipe, e a língua branda quebranta os ossos. 16. Achaste mel? Come o que te basta; para que, porventura, não te fartes dele e o venhas a vomitar. 17. Retira o pé da casa do teu próximo, para que se não enfade de ti e te aborreça. 18. Martelo, e espada, e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu próximo. 19. Como dente quebrado e pé deslocado, assim é a confiança no desleal, no tempo da angústia. 20. O que entoa canções junto ao coração aflito é como aquele que se despe num dia de frio e como vinagre sobre salitre. 21. Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; e, se tiver sede, dá-lhe água para beber, 22. porque, assim, brasas lhe amontoarás sobre a cabeça; e o SENHOR to pagará. 23. O vento norte afungenta a chuva, e a língua fingida, a face irada. 24. Melhor é morar num canto de umas águas-furtadas do que com a mulher rixosa numa casa ampla. 25. Como água fria para uma alma cansada, assim são as boas-novas de terra remota. 26. Como fonte turva e manancial corruto, assim é o justo que cai diante do ímpio. 27. Comer muito mel não é bom; assim, a investigação da própria glória não é glória. 28. Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito. Provérbios 26 1. Como a neve no verão e como a chuva na sega, assim não é conveniente ao louco a honra. 2. Como o pássaro no seu vaguear, e como a andorinha no seu vôo, assim a maldição sem causa não virá. 3. O açoite é para o cavalo, o freio, para o jumento, e a vara, para as costas dos tolos. 4. Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia, para que também te não faças semelhante a ele. 5. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus olhos. 6. Os pés corta e o dano bebe quem manda mensagens pelas mãos de um tolo. 7. Como as pernas do coxo, que pendem frouxas, assim é o provérbio na boca dos tolos. 8. Como o que prende a pedra preciosa na funda, assim é aquele que dá honra ao tolo. 9. Como o espinho que entra na mão do ébrio, assim é o provérbio na boca dos tolos. 10. Como um besteiro que a todos espanta, assim é o que assalaria os tolos e os transgressores. 11. Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o tolo que reitera a sua estultícia. 12. Tens visto um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no tolo do que nele. 13. Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas. 14. Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim o preguiçoso, na sua cama. 15. O preguiçoso esconde a mão no seio; enfada-se de a levar à sua boca. 16. Mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que bem respondem. 17. O que, passando, se mete em questão alheia é como aquele que toma um cão pelas orelhas. 18. Como o louco que lança de si faíscas, flechas e mortandades, 19. assim é o homem que engana o seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira. 20. Sem lenha, o fogo se apagará; e, não havendo maldizente, cessará a contenda. 21. Como o carvão é para o borralho, e a lenha, para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas. 22. As palavras do maldizente são como deliciosos bocados, que descem ao íntimo do ventre. 23. Como o caco coberto de escórias de prata, assim são os lábios ardentes e o coração maligno. 24. Aquele que aborrece dissimula com os seus lábios, mas no seu interior encobre o engano. 25. Quando te suplicar com a sua voz, não te fies nele, porque sete abominações há no seu coração. 26. Ainda que o seu ódio se encobre com engano, a sua malícia se descobrirá na congregação. 27. O que faz uma cova nela cairá; e o que revolve a pedra, esta sobre ele rolará. 28. A língua falsa aborrece aquele a quem ela tem maravilhado, e a boca lisonjeira opera a ruína. Provérbios 27 1. Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que produzirá o dia. 2. Louve-te o estranho, e não a tua boca, o estrangeiro, e não os teus lábios. 3. Pesada é a pedra, e a areia também; mas a ira do insensato é mais pesada do que elas ambas. 4. Cruel é o furor e a impetuosa ira, mas quem parará perante a inveja? 5. Melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto. 6. Fiéis são as feridas feitas pelo que ama, mas os beijos do que aborrece são enganosos. 7. A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce. 8. Qual ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lugar. 9. O óleo e o perfume alegram o coração; assim a doença do amigo, com o conselho cordial. 10. Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai, nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade; melhor é o vizinho perto do que o irmão longe. 11. Sê sábio, filho meu, e alegra o meu coração, para que tenha alguma coisa que responder àquele que me desprezar. 12. O avisado vê o mal e esconde-se; mas os simples passam e sofrem a pena. 13. Quando alguém fica por fiador do estranho, toma-lhe tu a sua roupa e penhora-o pela estranha. 14. O que bendiz ao seu amigo em alta voz, madrugando pela manhã, por maldição se lhe contará. 15. O gotejar contínuo no dia de grande chuva e a mulher rixosa, um e outro são semelhantes. 16. Aquele que a contivesse, conteria o vento; e a sua destra acomete o óleo. 17. Como o ferro com o ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo. 18. O que guarda a figueira comerá do seu fruto; e o que vela pelo seu senhor será honrado. 19. Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem. 20. O inferno e a perdição nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem. 21. O crisol é para a prata, e o forno, para o ouro, e o homem é provado pelos louvores. 22. Ainda que pisasses o tolo com uma mão de gral entre grãos de cevada pilada, não se iria dele a sua estultícia. 23. Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre o gado. 24. Porque as riquezas não duram para sempre; e duraria a coroa de geração em geração? 25. Quando se mostrar a erva, e aparecerem os renovos, então, ajunta as ervas dos montes. 26. Os cordeiros serão para te vestires, e os bodes, para o preço do campo. 27. E haverá bastante leite de cabras para o teu sustento, para sustento da tua casa e para sustento das tuas criadas. Provérbios 28 1. Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas qualquer justo está confiado como o filho do leão. 2. Por causa da transgressão da terra, muitos são os seus príncipes, mas, por virtude de homens prudentes e sábios, ela continuará. 3. O homem pobre que oprime os pobres é como chuva impetuosa, que não deixa nenhum trigo. 4. Os que deixam a lei louvam o ímpio; mas os que guardam a lei pelejam contra eles. 5. Os homens maus não entendem o juízo, mas os que buscam o SENHOR entendem tudo. 6. Melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico. 7. O que guarda a lei é filho sábio, mas o companheiro dos comilões envergonha a seu pai. 8. O que aumenta a sua fazenda com usura e onzena ajunta-a para o que se compadece do pobre. 9. O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável. 10. O que faz com que os retos se desviem para um mau caminho, ele mesmo cairá na sua cova; mas os sinceros herdarão o bem. 11. O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; mas o pobre que é sábio o examina. 12. Quando os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se. 13. O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia. 14. Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal. 15. Como leão bramidor e urso faminto, assim é o ímpio que domina sobre um povo pobre. 16. O príncipe falto de inteligência também multiplica as opressões, mas o que aborrece a avareza prolongará os seus dias. 17. O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha. 18. O que anda sinceramente salvar-se-á, mas o perverso em seus caminhos cairá logo. 19. O que lavrar a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que segue a ociosos se fartará de pobreza. 20. O homem fiel abundará em bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará sem castigo. 21. Ter respeito à aparência de pessoas não é bom, porque até por um bocado de pão o homem prevaricará. 22. Aquele que tem um olho mau corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a pobreza. 23. O que repreende ao homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua. 24. O que rouba a seu pai ou a sua mãe e diz: Não há transgressão, companheiro é do destruidor. 25. O altivo de ânimo levanta contendas, mas o que confia no SENHOR engordará. 26. O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda sabiamente escapará. 27. O que dá ao pobre não terá necessidade, mas o que esconde os olhos terá muitas maldições. 28. Quando os ímpios sobem, os homens se escondem, mas, quando eles perecem, os justos se multiplicam. Provérbios 29 1. O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura. 2. Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo suspira. 3. O homem que ama a sabedoria alegra a seu pai, mas o companheiro de prostitutas desperdiça a fazenda. 4. O rei com juízo sustém a terra, mas o amigo de subornos a transtorna. 5. O homem que lisonjeia a seu próximo arma uma rede aos seus passos. 6. Na transgressão do homem mau há laço, mas o justo canta e regozija-se. 7. Informa-se o justo da causa dos pobres, mas o ímpio não compreende isso. 8. Os homens escarnecedores abrasam a cidade, mas os sábios desviam a ira. 9. O homem sábio que pleiteia com o tolo, quer se perturbe quer se ria, não terá descanso. 10. Os homens sanguinários aborrecem aquele que é sincero, mas os retos procuram o seu bem. 11. Um tolo expande toda a sua ira, mas o sábio a encobre e reprime. 12. O governador que dá atenção às palavras mentirosas achará que todos os seus servos são ímpios. 13. O pobre e o usurário se encontram, e o SENHOR alumia os olhos de ambos. 14. O rei, que julga os pobres conforme a verdade, firmará o seu trono para sempre. 15. A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe. 16. Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões, mas os justos verão a sua queda. 17. Castiga o teu filho, e te fará descansar e dará delícias à tua alma. 18. Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado. 19. O servo não se emendará com palavras, porque, ainda que te entenda, não te atenderá. 20. Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há de um tolo do que dele. 21. Quando alguém cria delicadamente o seu servo desde a mocidade, por derradeiro ele quererá ser seu filho. 22. O homem iracundo levanta contendas; e o furioso multiplica as transgressões. 23. A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra. 24. O que tem parte com o ladrão aborrece a sua própria alma; ouve maldições e não o denuncia. 25. O receio do homem armará laços, mas o que confia no SENHOR será posto em alto retiro. 26. Muitos buscam a face do príncipe, mas o juízo de cada um vem do SENHOR. 27. Abominação é para os justos o homem iníquo, e abominação é para o ímpio o de retos caminhos. Provérbios 30 1. Palavras de Agur, filho de Jaque, o oráculo. Disse este varão a Itiel, a Itiel e a Ucal: 2. Na verdade, que eu sou mais bruto do que ninguém; não tenho o entendimento do homem, 3. nem aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo. 4. Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes? 5. Toda palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. 6. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso. 7. Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: 8. afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; 9. para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus. 10. Não calunies o servo diante de seu senhor, para que te não amaldiçoe e fiques culpado. 11. Há uma geração que amaldiçoa a seu pai e que não bendiz a sua mãe. 12. Há uma geração que é pura aos seus olhos e que nunca foi lavada da sua imundícia. 13. Há uma geração cujos olhos são altivos e cujas pálpebras são levantadas para cima. 14. Há uma geração cujos dentes são espadas e cujos queixais são facas, para consumirem na terra os aflitos e os necessitados entre os homens. 15. A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Estas três coisas nunca se fartam; e quatro nunca dizem: Basta: 16. a sepultura, a madre estéril, a terra, que se não farta de água, e o fogo, que nunca diz: Basta. 17. Os olhos que zombam do pai ou desprezam a obediência da mãe, corvos do ribeiro os arrancarão, e os pintãos da águia os comerão. 18. Há três coisas que me maravilham, e a quarta não a conheço: 19. o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma virgem. 20. Tal é o caminho da mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e diz: Não cometi maldade. 21. Por três coisas se alvoroça a terra, e a quarta não a pode suportar: 22. pelo servo, quando reina; e pelo tolo, quando anda farto de pão; 23. pela mulher aborrecida, quando se casa; e pela serva, quando fica herdeira da sua senhora. 24. Estas quatro coisas são das mais pequenas da terra, mas sábias, bem providas de sabedoria: 25. as formigas são um povo impotente; todavia, no verão preparam a sua comida; 26. os coelhos são um povo débil; e, contudo, fazem a sua casa nas rochas; 27. os gafanhotos não têm rei; e, contudo, todos saem e em bandos se repartem; 28. a aranha, que se apanha com as mãos e está nos paços dos reis. 29. Há três que têm um bom andar, e o quarto passeia muito bem: 30. o leão, o mais forte entre os animais, que por ninguém torna atrás; 31. o cavalo de guerra, bem cingido pelos lombos; o bode também; e o rei, a quem se não pode resistir. 32. Se procedeste loucamente, elevando-te, e se imaginaste o mal, põe a mão na boca. 33. Porque o espremer do leite produz manteiga, e o espremer do nariz produz sangue, e o espremer da ira produz contenda. Provérbios 31 1. Palavras do rei Lemuel, a profecia que lhe ensinou sua mãe. 2. Como, filho meu? E como, ó filho do meu ventre? E como, ó filho das minhas promessas? 3. Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos, ao que destrói os reis. 4. Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. 5. Para que não bebam, e se esqueçam do estatuto, e pervertam o juízo de todos os aflitos. 6. Dai bebida forte aos que perecem, e o vinho, aos amargosos de espírito; 7. para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e do seu trabalho não se lembrem mais. 8. Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham em desolação. 9. Abre a tua boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados. 10. Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins. 11. O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará. 12. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida. 13. Busca lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos. 14. É como o navio mercante: de longe traz o seu pão. 15. Ainda de noite, se levanta e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas. 16. Examina uma herdade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos. 17. Cinge os lombos de força e fortalece os braços. 18. Prova e vê que é boa sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite. 19. Estende as mãos ao fuso, e as palmas das suas mãos pegam na roca. 20. Abre a mão ao aflito; e ao necessitado estende as mãos. 21. Não temerá, por causa da neve, porque toda a sua casa anda forrada de roupa dobrada. 22. Faz para si tapeçaria; de linho fino e de púrpura é a sua veste. 23. Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra. 24. Faz panos de linho fino, e vende-os, e dá cintas aos mercadores. 25. A força e a glória são as suas vestes, e ri-se do dia futuro. 26. Abre a boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua. 27. Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça. 28. Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo: 29. Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior. 30. Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. 31. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras. Eclesiastes 1 1. Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém: 2. Vaidade de vaidades! -- diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade. 3. Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol? 4. Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece. 5. E nasce o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar, de onde nasceu. 6. O vento vai para o sul e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento e volta fazendo os seus circuitos. 7. Todos os ribeiros vão para o mar, e, contudo, o mar não se enche; para o lugar para onde os ribeiros vão, para aí tornam eles a ir. 8. Todas essas coisas se cansam tanto, que ninguém o pode declarar; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir. 9. O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; de modo que nada há novo debaixo do sol. 10. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. 11. Já não há lembrança das coisas que precederam; e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, nos que hão de vir depois. 12. Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. 13. E apliquei o meu coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar. 14. Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito. 15. Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não pode ser calculado. 16. Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis que eu me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim, em Jerusalém; na verdade, o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e a ciência. 17. E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras e vim a saber que também isso era aflição de espírito. 18. Porque, na muita sabedoria, há muito enfado; e o que aumenta em ciência aumenta em trabalho. Eclesiastes 2 1. Disse eu no meu coração: Ora, vem, eu te provarei com a alegria; portanto, goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade. 2. Do riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta? 3. Busquei no meu coração como me daria ao vinho (regendo, porém, o meu coração com sabedoria) e como reteria a loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu, durante o número dos dias de sua vida. 4. Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. 5. Fiz para mim hortas e jardins e plantei neles árvores de toda espécie de fruto. 6. Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. 7. Adquiri servos e servas e tive servos nascidos em casa; também tive grande possessão de vacas e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém. 8. Amontoei também para mim prata, e ouro, e jóias de reis e das províncias; provi-me de cantores, e de cantoras, e das delícias dos filhos dos homens, e de instrumentos de música de toda sorte. 9. E engrandeci-me e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim, em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. 10. E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhos neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. 11. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol. 12. Então, passei à contemplação da sabedoria, e dos desvarios, e da doidice; porque que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram. 13. Então, vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas. 14. Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; também, então, entendi eu que o mesmo lhes sucede a todos. 15. Pelo que eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que, então, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse no meu coração que também isso era vaidade. 16. Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo nos dias futuros total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo! 17. Pelo que aborreci esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito. 18. Também eu aborreci todo o meu trabalho, em que trabalhei debaixo do sol, visto como eu havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim. 19. E quem sabe se será sábio ou tolo? Contudo, ele se assenhoreará de todo o meu trabalho em que trabalhei e em que me houve sabiamente debaixo do sol; também isso é vaidade. 20. Pelo que eu me apliquei a fazer que o meu coração perdesse a esperança de todo trabalho em que trabalhei debaixo do sol. 21. Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, e ciência, e destreza; contudo, a um homem que não trabalhou nele, o deixará como porção sua; também isso é vaidade e grande enfado. 22. Porque que mais tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? 23. Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isso é vaidade. 24. Não é, pois, bom para o homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma do bem do seu trabalho? Isso também eu vi que vem da mão de Deus. 25. (Porque quem pode comer ou quem pode gozar melhor do que eu?) 26. Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, e o dê ao bom perante a sua face. Também isso é vaidade e aflição de espírito. Eclesiastes 3 1. Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: 2. há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; 3. tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; 4. tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar; 5. tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; 6. tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; 7. tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; 8. tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz. 9. Que vantagem tem o trabalhador naquilo em que trabalha? 10. Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os afligir. 11. Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração deles, sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim. 12. Já tenho conhecido que não há coisa melhor para eles do que se alegrarem e fazerem bem na sua vida; 13. e também que todo homem coma e beba e goze do bem de todo o seu trabalho. Isso é um dom de Deus. 14. Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar e nada se lhe deve tirar. E isso faz Deus para que haja temor diante dele. 15. O que é já foi; e o que há de ser também já foi; e Deus pede conta do que passou. 16. Vi mais debaixo do sol: no lugar do juízo, impiedade; e no lugar da justiça, impiedade ainda. 17. Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo intento e para toda obra. 18. Disse eu no meu coração: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os animais. 19. Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. 20. Todos vão para um lugar; todos são pó e todos ao pó tornarão. 21. Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra? 22. Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; porque quem o fará voltar para ver o que será depois dele? Eclesiastes 4 1. Depois, voltei-me e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador; e a força estava da banda dos seus opressores; mas eles não tinham nenhum consolador. 2. Pelo que eu louvei os que já morreram, mais do que os que vivem ainda. 3. E melhor que uns e outros é aquele que ainda não é; que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol. 4. Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras trazem ao homem a inveja do seu próximo. Também isso é vaidade e aflição de espírito. 5. O tolo cruza as suas mãos e come a sua própria carne. 6. Melhor é uma mão cheia com descanso do que ambas as mãos cheias com trabalho e aflição de espírito. 7. Outra vez me voltei e vi vaidade debaixo do sol. 8. Há um que é só e não tem segundo; sim, ele não tem filho nem irmã; e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas; e não diz: Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isso é vaidade e enfadonha ocupação. 9. Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. 10. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. 11. Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? 12. E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. 13. Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que se não deixa mais admoestar. 14. Porque um sai do cárcere para reinar; sim, um que nasceu pobre no seu reino. 15. Vi todos os viventes andarem debaixo do sol com o jovem, o sucessor, que ficará em seu lugar. 16. Não tem fim todo o povo, todo o que ele domina; tampouco os descendentes se alegrarão dele. Na verdade que também isso é vaidade e aflição de espírito. Eclesiastes 5 1. Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. 2. Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras. 3. Porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão das palavras. 4. Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. 5. Melhor é que não votes do que votes e não pagues. 6. Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que destruísse a obra das tuas mãos? 7. Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu, teme a Deus. 8. Se vires em alguma província opressão de pobres e a violência em lugar do juízo e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que mais alto é do que os altos para isso atenta; e há mais altos do que eles. 9. O proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo. 10. O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade. 11. Onde a fazenda se multiplica, aí se multiplicam também os que a comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que a verem com os seus olhos? 12. Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir. 13. Há mal que vi debaixo do sol e atrai enfermidades: as riquezas que os seus donos guardam para o próprio dano. 14. Porque as mesmas riquezas se perdem por qualquer má aventura; e, havendo algum filho, nada fica na sua mão. 15. Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão. 16. Também isto é um mal que causa enfermidades: que, infalivelmente, como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem de trabalhar para o vento, 17. e de haver comido todos os seus dias nas trevas, e de haver padecido muito enfado, e enfermidades, e cruel furor? 18. Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer, e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias da sua vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. 19. E quanto ao homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isso é dom de Deus. 20. Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida; porquanto Deus lhe responde na alegria do seu coração. Eclesiastes 6 1. Há um mal que tenho visto debaixo do sol e que mui freqüente é entre os homens: 2. um homem a quem Deus deu riquezas, fazenda e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Deus não lhe dá poder para daí comer; antes, o estranho lho come; também isso é vaidade e má enfermidade. 3. Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma se não fartar do bem, e além disso não tiver um enterro, digo que um aborto é melhor do que ele, 4. porquanto debalde veio e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome. 5. E, ainda que nunca viu o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal. 6. E certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar? 7. Todo trabalho do homem é para a sua boca, e, contudo, nunca se satisfaz a sua cobiça. 8. Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos? 9. Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade e aflição de espírito. 10. Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem e que não pode contender com o que é mais forte do que ele. 11. Sendo certo que há muitas coisas que aumentam a vaidade, que mais tem o homem de melhor? 12. Porque, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vaidade, os quais gasta como sombra? Porque, quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol? Eclesiastes 7 1. Melhor é a boa fama do que o melhor ungüento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento de alguém. 2. Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração. 3. Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. 4. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos, na casa da alegria. 5. Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção do tolo. 6. Porque qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é o riso do tolo; também isso é vaidade. 7. Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração. 8. Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o longânimo do que o altivo de coração. 9. Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos. 10. Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque nunca com sabedoria isso perguntarias. 11. Tão boa é a sabedoria como a herança, e dela tiram proveito os que vêem o sol. 12. Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor. 13. Atenta para a obra de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto? 14. No dia da prosperidade, goza do bem, mas, no dia da adversidade, considera; porque também Deus fez este em oposição àquele, para que o homem nada ache que tenha de vir depois dele. 15. Tudo isso vi nos dias da minha vaidade; há um justo que perece na sua justiça, e há um ímpio que prolonga os seus dias na sua maldade. 16. Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? 17. Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo? 18. Bom é que retenhas isso e também disso não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isso. 19. A sabedoria fortalece o sábio, mais do que dez governadores que haja na cidade. 20. Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que faça bem e nunca peque. 21. Tampouco apliques o teu coração a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir que o teu servo te amaldiçoa. 22. Porque o teu coração também já confessou muitas vezes que tu amaldiçoaste a outros. 23. Tudo isso inquiri com sabedoria e disse: Sabedoria adquirirei; mas ela ainda estava longe de mim. 24. Longe está o que foi e profundíssimo; quem o achará? 25. Eu tornei a voltar-me e determinei em meu coração saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos desvarios. 26. E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte: a mulher cujo coração são redes e laços e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela. 27. Vedes aqui, isso achei, diz o Pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a causa, 28. causa que a minha alma ainda busca, mas não a achei; um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas estas não achei. 29. Vede, isto tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções. Eclesiastes 8 1. Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e a dureza do seu rosto se muda. 2. Eu digo: observa o mandamento do rei, e isso em consideração para com o juramento de Deus. 3. Não te apresses a sair da presença dele, nem persistas em alguma coisa má, porque ele faz tudo o que quer. 4. Porque a palavra do rei tem poder; e quem lhe dirá: Que fazes? 5. Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo. 6. Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto o mal do homem é grande sobre ele. 7. Porque não sabe o que há de suceder; e, como haja de suceder, quem lho dará a entender? 8. Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para reter o espírito; nem tem poder sobre o dia da morte; nem há armas nessa peleja; nem tampouco a impiedade livrará aos ímpios. 9. Tudo isso vi quando apliquei o meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua. 10. Assim também vi os ímpios sepultados, e eis que havia quem fosse à sua sepultura; e os que fizeram bem e saíam do lugar santo foram esquecidos na cidade; também isso é vaidade. 11. Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal. 12. Ainda que o pecador faça mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem diante dele. 13. Mas ao ímpio não irá bem, e ele não prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que ele não teme diante de Deus. 14. Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra: há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isso é vaidade. 15. Então, exaltei eu a alegria, porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol. 16. Aplicando eu o meu coração a conhecer a sabedoria e a ver o trabalho que há sobre a terra (pois nem de dia nem de noite vê o homem sono nos seus olhos), 17. então, vi toda a obra de Deus, que o homem não pode alcançar a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a buscar, não a achará; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá alcançar. Eclesiastes 9 1. Deveras revolvi todas essas coisas no meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras estão nas mãos de Deus, e também que o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante a sua face. 2. Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento. 3. Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo; que também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; que há desvarios no seu coração, na sua vida, e que depois se vão aos mortos. 4. Ora, para o que acompanha com todos os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto). 5. Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento. 6. Até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram e já não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. 7. Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com bom coração o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras. 8. Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça. 9. Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de vida da tua vaidade; os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida e do teu trabalho que tu fizeste debaixo do sol. 10. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma. 11. Voltei-me e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes, a peleja, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos. 12. Que também o homem não conhece o seu tempo; como os peixes que se pescam com a rede maligna e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando cai de repente sobre eles. 13. Também vi sabedoria debaixo do sol, que foi para mim grande. 14. Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens, e veio contra ela um grande rei, e a cercou, e levantou contra ela grandes tranqueiras. 15. E vivia nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e ninguém se lembrava daquele pobre homem. 16. Então, disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada e as suas palavras não foram ouvidas. 17. As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina sobre os tolos. 18. Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, mas um só pecador destrói muitos bens. Eclesiastes 10 1. Assim como a mosca morta faz exalar mau cheiro e inutilizar o ungüento do perfumador, assim é para o famoso em sabedoria e em honra um pouco de estultícia. 2. O coração do sábio está à sua mão direita, mas o coração do tolo está à sua esquerda. 3. E, até quando o tolo vai pelo caminho, lhe falta entendimento, e diz a todos que é tolo. 4. Levantando-se contra ti o espírito do governador, não deixes o teu lugar, porque o acordo é um remédio que aquieta grandes pecados. 5. Ainda há um mal que vi debaixo do sol, como o erro que procede do governador: 6. o tolo, assentam-no em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. 7. Vi servos a cavalo e príncipes que andavam a pé como servos sobre a terra. 8. Quem fizer uma cova cairá nela, e quem romper um muro, uma cobra o morderá. 9. Quem acarretar pedras será maltratado por elas, e o que rachar lenha expõe-se ao perigo. 10. Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então, se deve pôr mais forças; mas a sabedoria é excelente para dirigir. 11. Se a cobra morder antes de estar encantada, então, remédio nenhum haverá no mais hábil encantador. 12. Nas palavras da boca do sábio, há favor, mas os lábios do tolo o devoram. 13. O princípio das palavras da sua boca é a estultícia, e o fim da sua boca, um desvario péssimo. 14. Bem que o tolo multiplique as palavras, não sabe o homem o que será; e quem lhe fará saber o que será depois dele? 15. O trabalho dos tolos a cada um deles fatiga, pois não sabem como ir à cidade. 16. Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança e cujos príncipes comem de manhã. 17. Bem-aventurada, tu, ó terra cujo rei é filho dos nobres e cujos príncipes comem a tempo, para refazerem as forças e não para bebedice. 18. Pela muita preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa. 19. Para rir se fazem convites, e o vinho alegra a vida, e por tudo o dinheiro responde. 20. Nem ainda no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem tampouco no mais interior da tua recâmara amaldiçoes o rico; porque as aves dos céus levariam a voz e o que tem asas daria notícia da palavra. Eclesiastes 11 1. Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás. 2. Reparte com sete e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra. 3. Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e, caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará. 4. Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. 5. Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas. 6. Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas. 7. Verdadeiramente suave é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol. 8. Mas, se o homem viver muitos anos e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade. 9. Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo. 10. Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade. Eclesiastes 12 1. Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; 2. antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; 3. no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas; 4. e as duas portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as vozes do canto se baixarem; 5. como também quando temerem o que está no alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; 6. antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço, 7. e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. 8. Vaidade de vaidade, diz o Pregador, tudo é vaidade. 9. E, quanto mais sábio foi o Pregador, tanto mais sabedoria ao povo ensinou; e atentou, e esquadrinhou, e compôs muitos provérbios. 10. Procurou o Pregador achar palavras agradáveis; e o escrito é a retidão, palavras de verdade. 11. As palavras dos sábios são como aguilhões e como pregos bem fixados pelos mestres das congregações, que nos foram dadas pelo único Pastor. 12. E, de mais disso, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar enfado é da carne. 13. De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. 14. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau. Cantares de Salomâo 1 1. Cântico de cânticos, que é de Salomão. 2. Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o seu amor do que o vinho. 3. Para cheirar são bons os teus ungüentos; como ungüento derramado é o teu nome; por isso, as virgens te amam. 4. Leva-me tu, correremos após ti. O rei me introduziu nas suas recâmaras. Em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; os retos te amam. 5. Eu sou morena e agradável, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão. 6. Não olheis para o eu ser morena, porque o sol resplandeceu sobre mim. Os filhos de minha mãe se indignaram contra mim e me puseram por guarda de vinhas; a vinha que me pertence não guardei. 7. Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma: onde apascentas o teu rebanho, onde o recolhes pelo meio-dia, pois por que razão seria eu como a que erra ao pé dos rebanhos de teus companheiros? 8. Se tu o não sabes, ó mais formosa entre as mulheres, sai-te pelas pisadas das ovelhas e apascenta as tuas cabras junto às moradas dos pastores. 9. Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó amiga minha. 10. Agradáveis são as tuas faces entre os teus enfeites, o teu pescoço com os colares. 11. Enfeites de ouro te faremos, com pregos de prata. 12. Enquanto o rei está assentado à sua mesa, dá o meu nardo o seu cheiro. 13. O meu amado é para mim um ramalhete de mirra; morará entre os meus seios. 14. Como um cacho de Chipre nas vinhas de En-Gedi, é para mim o meu amado. 15. Eis que és formosa, ó amiga minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. 16. Eis que és gentil e agradável, ó amado meu; o nosso leito é viçoso. 17. As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas, de cipreste. Cantares de Salomâo 2 1. Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales. 2. Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amiga entre as filhas. 3. Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os filhos; desejo muito a sua sombra e debaixo dela me assento; e o seu fruto é doce ao meu paladar. 4. Levou-me à sala do banquete, e o seu estandarte em mim era o amor. 5. Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor. 6. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace. 7. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira. 8. Esta é a voz do meu amado; ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros. 9. O meu amado é semelhante ao gamo ou ao filho do corço; eis que está detrás da nossa parede, olhando pelas janelas, reluzindo pelas grades. 10. O meu amado fala e me diz: Levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem. 11. Porque eis que passou o inverno: a chuva cessou e se foi. 12. Aparecem as flores na terra, o tempo de cantar chega, e a voz da rola ouve-se em nossa terra. 13. A figueira já deu os seus figuinhos, e as vides em flor exalam o seu aroma. Levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem. 14. Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face, aprazível. 15. Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor. 16. O meu amado é meu, e eu sou dele; ele apascenta o seu rebanho entre os lírios. 17. Antes que refresque o dia e caiam as sombras, volta, amado meu; faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos corços sobre os montes de Beter. Cantares de Salomâo 3 1. De noite busquei em minha cama aquele a quem ama a minha alma; busquei-o e não o achei. 2. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o e não o achei. 3. Acharam-me os guardas, que rondavam pela cidade; eu perguntei- lhes: Vistes aquele a quem ama a minha alma? 4. Apartando-me eu um pouco deles, logo achei aquele a quem ama a minha alma; detive-o, até que o introduzi em casa de minha mãe, na câmara daquela que me gerou. 5. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira. 6. Quem é esta que sobe do deserto, como colunas de fumaça, perfumada de mirra, de incenso e de toda a sorte de pós aromáticos? 7. Eis que é a liteira de Salomão; sessenta valentes estão ao redor dela, dos valentes de Israel. 8. Todos armados de espadas, destros na guerra; cada um com a sua espada à cinta, por causa dos temores noturnos. 9. O rei Salomão fez para si um palanquim de madeira do Líbano. 10. Fez-lhe as colunas de prata, o estrado de ouro, o assento de púrpura, o interior revestido com amor pelas filhas de Jerusalém. 11. Saí, ó filhas de Sião, e contemplai o rei Salomão com a coroa com que o coroou sua mãe no dia do seu desposório e no dia do júbilo do seu coração. Cantares de Salomâo 4 1. Eis que és formosa, amiga minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas entre as tuas tranças, o teu cabelo é como o rebanho de cabras que pastam no monte de Gileade. 2. Os teus dentes são como o rebanho das ovelhas tosquiadas, que sobem do lavadouro, e das quais todas produzem gêmeos, e nenhuma há estéril entre elas. 3. Os teus lábios são como um fio de escarlata, e o teu falar é doce; a tua fronte é qual pedaço de romã entre as tuas tranças. 4. O teu pescoço é como a torre de Davi, edificada para pendurar armas; mil escudos pendem dela, todos broquéis de valorosos. 5. Os teus dois peitos são como dois filhos gêmeos da gazela, que se apascentam entre os lírios. 6. Antes que refresque o dia e caiam as sombras, irei ao monte da mirra e ao outeiro do incenso. 7. Tu és toda formosa, amiga minha, e em ti não há mancha. 8. Vem comigo do Líbano, minha esposa, vem comigo do Líbano; olha desde o cume de Amana, desde o cume de Senir e de Hermom, desde as moradas dos leões, desde os montes dos leopardos. 9. Tiraste-me o coração, minha irmã, minha esposa; tiraste-me o coração com um dos teus olhos, com um colar do teu pescoço. 10. Que belos são os teus amores, irmã minha! Ó esposa minha! Quanto melhores são os teus amores do que o vinho! E o aroma dos teus bálsamos do que o de todas as especiarias! 11. Favos de mel manam dos teus lábios, minha esposa! Mel e leite estão debaixo da tua língua, e o cheiro das tuas vestes é como o cheiro do Líbano. 12. Jardim fechado és tu, irmã minha, esposa minha, manancial fechado, fonte selada. 13. Os teus renovos são um pomar de romãs, com frutos excelentes: o cipreste e o nardo, 14. o nardo e o açafrão, o cálamo e a canela, com toda a sorte de árvores de incenso, a mirra e aloés, com todas as principais especiarias. 15. És a fonte dos jardins, poço das águas vivas, que correm do Líbano! 16. Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu jardim, para que se derramem os seus aromas. Ah! Se viesse o meu amado para o seu jardim, e comesse os seus frutos excelentes! Cantares de Salomâo 5 1. Já vim para o meu jardim, irmã minha, minha esposa; colhi a minha mirra com a minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite. Comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados. 2. Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a voz do meu amado, que estava batendo: Abre-me, irmã minha, amiga minha, pomba minha, minha imaculada, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos, das gotas da noite. 3. Já despi as minhas vestes; como as tornarei a vestir? Já lavei os meus pés; como os tornarei a sujar? 4. O meu amado meteu a sua mão pela fresta da porta, e o meu coração estremeceu por amor dele. 5. Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos gotejavam mirra sobre as aldravas da fechadura. 6. Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado se tinha retirado e se tinha ido; a minha alma tinha-se derretido quando ele falara; busquei-o e não o achei; chamei-o, e não me respondeu. 7. Acharam-me os guardas que rondavam pela cidade, espancaram-me e feriram-me; tiraram-me o meu manto os guardas dos muros. 8. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que, se achardes o meu amado, lhe digais que estou enferma de amor. 9. Que é o teu amado mais do que outro amado, ó tu, a mais formosa entre as mulheres? Que é o teu amado mais do que outro amado, que tanto nos conjuraste. 10. O meu amado é cândido e rubicundo; ele traz a bandeira entre dez mil. 11. A sua cabeça é como o ouro mais apurado, os seus cabelos são crespos, pretos como o corvo. 12. Os seus olhos são como os das pombas junto às correntes das águas, lavados em leite, postos em engaste. 13. As suas faces são como um canteiro de bálsamo, como colinas de ervas aromáticas; os seus lábios são como lírios que gotejam mirra. 14. As suas mãos são como anéis de ouro que têm engastadas as turquesas; o seu ventre, como alvo marfim, coberto de safiras. 15. As suas pernas, como colunas de mármore, fundadas sobre bases de ouro puro; o seu aspecto, como o Líbano, excelente como os cedros. 16. O seu falar é muitíssimo suave; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de Jerusalém. Cantares de Salomâo 6 1. Para onde foi o teu amado, ó mais formosa entre as mulheres? Para onde virou a vista o teu amado, e o buscaremos contigo? 2. O meu amado desceu ao seu jardim, aos canteiros de bálsamo, para se alimentar nos jardins e para colher os lírios. 3. Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele se alimenta entre os lírios. 4. Formosa és, amiga minha, como Tirza, aprazível como Jerusalém, formidável como um exército com bandeiras. 5. Desvia de mim os teus olhos, porque eles me perturbam. O teu cabelo é como o rebanho das cabras que pastam em Gileade. 6. Os teus dentes são como o rebanho de ovelhas que sobem do lavadouro, e das quais todas produzem gêmeos, e não há estéril entre elas. 7. Como um pedaço de romã, assim são as tuas faces entre as tuas tranças. 8. Sessenta são as rainhas, e oitenta, as concubinas, e as virgens, sem número. 9. Mas uma é a minha pomba, a minha imaculada, a única de sua mãe e a mais querida daquela que a deu à luz; vendo-a, as filhas lhe chamarão bem-aventurada, as rainhas e as concubinas a louvarão. 10. Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, formidável como um exército com bandeiras? 11. Desci ao jardim das nogueiras, para ver os novos frutos do vale, a ver se floresciam as vides, se brotavam as romeiras. 12. Antes de eu o sentir, me pôs a minha alma nos carros do meu povo excelente. 13. Volta, volta, ó sulamita, volta, volta, para que nós te vejamos. Por que olhas para a sulamita como para as fileiras de dois exércitos? Cantares de Salomâo 7 1. Que formosos são os teus pés nos sapatos, ó filha do príncipe! As voltas de tuas coxas são como jóias, trabalhadas por mãos de artista. 2. O teu umbigo, como uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre, como monte de trigo, cercado de lírios. 3. Os teus dois peitos, como dois filhos gêmeos da gazela. 4. O teu pescoço, como a torre de marfim; os teus olhos, como os viveiros de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz, como a torre do Líbano, que olha para Damasco. 5. A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos da tua cabeça, como a púrpura; o rei está preso pelas suas tranças. 6. Quão formosa e quão aprazível és, ó amor em delícias! 7. A tua estatura é semelhante à palmeira, e os teus peitos, aos cachos de uvas. 8. Dizia eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; e, então, os teus peitos serão como os cachos na vide, e o cheiro da tua respiração, como o das maçãs. 9. E o teu paladar, como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente e faz com que falem os lábios dos que dormem. 10. Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição. 11. Vem, ó meu amado, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias. 12. Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as vides, se se abre a flor, se já brotam as romeiras; ali te darei o meu grande amor. 13. As mandrágoras dão cheiro, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; ó amado meu, eu os guardei para ti. Cantares de Salomâo 8 1. Ah! Quem me dera que foras meu irmão e que te tivesses amamentado aos seios de minha mãe! Quando te achasse na rua, beijar-te-ia, e não me desprezariam! 2. Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; e te daria a beber vinho aromático e do mosto das minhas romãs. 3. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua direita me abrace. 4. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira. 5. Quem é esta que sobe do deserto e vem encostada tão aprazivelmente ao seu amado? Debaixo de uma macieira te despertei, ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. 6. Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, labaredas do SENHOR. 7. As muitas águas não poderiam apagar esse amor nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam. 8. Temos uma irmã pequena, que ainda não tem peitos; que faremos a esta nossa irmã, no dia em que dela se falar? 9. Se ela for um muro, edificaremos sobre ela um palácio de prata; e, se ela for uma porta, cercá-la-emos com tábuas de cedro. 10. Eu sou um muro, e os meus peitos, como as suas torres; então, eu era aos seus olhos como aquela que acha paz. 11. Teve Salomão uma vinha em Baal-Hamom; entregou essa vinha a uns guardas; e cada um lhe trazia pelo seu fruto mil peças de prata. 12. A minha vinha que tenho está diante de mim; as mil peças de prata são para ti, ó Salomão, e duzentas, para os guardas do seu fruto. 13. Ó tu que habitas nos jardins, para a tua voz os companheiros atentam; faze-ma, pois, também ouvir. 14. Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos corços sobre os montes dos aromas. Isaías 1 1. Visão de Isaías, filho de Amoz, a qual ele viu a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá. 2. Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu, ó terra, porque fala o SENHOR: Criei filhos e exalcei-os, mas eles prevaricaram contra mim. 3. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. 4. Ai da nação pecadora, do povo carregado da iniqüidade da semente de malignos, dos filhos corruptores! Deixaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás. 5. Porque seríeis ainda castigados, se mais vos rebelaríeis? Toda a cabeça está enferma, e todo o coração, fraco. 6. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecida com óleo. 7. A vossa terra está assolada, e as vossas cidades, abrasadas pelo fogo; a vossa região, os estranhos a devoram em vossa presença; e está devastada, como em uma subversão de estranhos. 8. E a filha de Sião se ficou como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal, como cidade sitiada. 9. Se o SENHOR dos Exércitos nos não deixara algum remanescente, já como Sodoma seríamos e semelhantes a Gomorra. 10. Ouvi a palavra do SENHOR, vós príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei de nosso Deus, vós, ó povo de Gomorra. 11. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais nédios; e não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. 12. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu isso de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? 13. Não tragais mais ofertas debalde; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, e os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo o ajuntamento solene. 14. As vossas Festas da Lua Nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. 15. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. 16. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos e cessai de fazer mal. 17. Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. 18. Vinde, então, e argüi-me, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. 19. Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o bem desta terra. 20. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada, porque a boca do SENHOR o disse. 21. Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas, agora, homicidas. 22. A tua prata se tornou em escórias, o teu vinho se misturou com água. 23. Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama os subornos e corre após salários; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas. 24. Portanto, diz o SENHOR Deus dos Exércitos, o Forte de Israel: Ah! Consolar-me-ei acerca dos meus adversários, e vingar-me-ei dos meus inimigos. 25. E voltarei contra ti a minha mão e purificarei inteiramente as tuas escórias; e tirar-te-ei toda a impureza. 26. E te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os teus conselheiros, como antigamente; e, então, te chamarão cidade de justiça, cidade fiel. 27. Sião será remida com juízo, e os que voltam para ela, com justiça. 28. Mas os transgressores e os pecadores serão juntamente destruídos; e os que deixarem o SENHOR serão consumidos. 29. Porque vos envergonhareis pelos carvalhos que cobiçastes e sereis confundidos pelos jardins que escolhestes. 30. Porque sereis como o carvalho, ao qual caem as folhas, e como a floresta que não tem água. 31. E o forte se tornará em estopa, e a sua obra, em faísca; e ambos arderão juntamente, e não haverá quem os apague. Isaías 2 1. Visão que teve Isaías, filho de Amoz, a respeito de Judá e de Jerusalém. 2. E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do SENHOR no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. 3. E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR. 4. E ele exercerá o seu juízo sobre as nações e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices; não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear. 5. Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do SENHOR. 6. Mas tu desamparaste o teu povo, a casa de Jacó; porque se encheram dos costumes do Oriente, e são agoureiros como os filisteus, e se associam com os filhos dos estranhos. 7. E a sua terra está cheia de prata e ouro, e não têm fim os seus tesouros; também está cheia de cavalos a sua terra, e os seus carros não têm fim. 8. Também está cheia de ídolos a sua terra; inclinaram-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que fabricaram os seus dedos. 9. Ali, o povo se abate, e os nobres se humilham; portanto, lhes não perdoarás. 10. Vai, entra nas rochas e esconde-te no pó, da presença espantosa do SENHOR e da glória da sua majestade. 11. Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a altivez dos varões será humilhada; e só o SENHOR será exaltado naquele dia. 12. Porque o dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo e contra todo o que se exalta, para que seja abatido; 13. e contra todos os cedros do Líbano, altos e sublimes; e contra todos os carvalhos de Basã; 14. e contra todos os montes altos, e contra todos os outeiros elevados; 15. e contra toda torre alta e contra todo muro firme; 16. e contra todos os navios de Társis e contra todas as pinturas desejáveis. 17. E a altivez do homem será humilhada, e a altivez dos varões se abaterá, e só o SENHOR será exaltado naquele dia. 18. E todos os ídolos totalmente desaparecerão. 19. Então, os homens se meterão nas concavidades das rochas e nas cavernas da terra, por causa da presença espantosa do SENHOR e por causa da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra. 20. Naquele dia, os homens lançarão às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem. 21. E meter-se-ão pelas fendas das rochas e pelas cavernas das penhas, por causa da presença espantosa do SENHOR e por causa da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra. 22. Afastai-vos, pois, do homem cujo fôlego está no seu nariz; porque em que se deve ele estimar? Isaías 3 1. Porque eis que o SENHOR Deus dos Exércitos tirará de Jerusalém e de Judá o bordão e o cajado, todo o sustento de pão e toda a sede de água; 2. o valente, e o soldado, e o juíz, e o profeta, e o adivinho, e o ancião; 3. o capitão de cinqüenta, e o respeitável, e o conselheiro, e o sábio entre os artífices, e o eloqüente; 4. e dar-lhes-ei jovens por príncipes, e crianças governarão sobre eles. 5. E o povo será oprimido; um será contra o outro, e cada um, contra o seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil, contra o nobre. 6. Quando algum for ter com seu irmão à casa de seu pai, dizendo: Tu tens roupa, sê nosso príncipe e toma sob a tua mão esta ruína; 7. naquele dia, levantará este a voz dizendo: Não posso ser médico, nem tampouco há em minha casa pão ou veste alguma; não me ponhais por príncipe do povo. 8. Porque Jerusalém tropeçou, e Judá caiu, porquanto a sua língua e as suas obras são contra o SENHOR, para irritarem os olhos da sua glória. 9. A aparência do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque se fazem mal a si mesmos. 10. Dizei aos justos que bem lhes irá, porque comerão do fruto das suas obras. 11. Ai do ímpio! Mal lhe irá, porque a recompensa das suas mãos se lhe dará. 12. Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres estão à testa do seu governo. Ah! Povo meu! Os que te guiam te enganam e destroem o caminho das tuas veredas. 13. O SENHOR se levanta para pleitear e sai a julgar os povos. 14. O SENHOR vem em juízo contra os anciãos do seu povo e contra os seus príncipes; é que fostes vós que consumistes esta vinha; o espólio do pobre está em vossas casas. 15. Que tendes vós que afligir o meu povo e moer as faces do pobre? -- diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos. 16. Diz ainda mais o SENHOR: Porquanto as filhas de Sião se exaltam, e andam de pescoço erguido, e têm olhares impudentes, e, quando andam, como que vão dançando, e cascavelando com os pés, 17. portanto, o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião e o SENHOR porá a descoberto a sua nudez. 18. Naquele dia, tirará o Senhor o enfeite das ligas, e as redezinhas, e as luetas, 19. e os pendentes, e as manilhas, e as vestes resplandecentes; 20. os diademas, e os enfeites dos braços, e as cadeias, e as caixinhas de perfumes e as arrecadas; 21. os anéis e as jóias pendentes do nariz; 22. as vestes de festa, e os mantos, e as coifas, e os alfinetes; 23. os espelhos, e as capinhas de linho finíssimas, e as toucas, e os véus. 24. E será que, em lugar de cheiro suave, haverá fedor, e, por cinto, uma corda; e, em lugar de encrespadura de cabelos, calvície, e, em lugar de veste larga, cilício; e queimadura, em lugar de formosura. 25. Teus varões cairão à espada, e teus valentes, na peleja. 26. E as portas da cidade gemerão e se carpirão, e ela se assentará no chão, desolada. Isaías 4 1. E sete mulheres, naquele dia, lançarão mão de um homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão e nos vestiremos de nossas vestes; tão-somente queremos que sejamos chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio. 2. Naquele dia, o Renovo do SENHOR será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra, excelente e formoso para os que escaparem de Israel. 3. E será que aquele que ficar em Sião e que permanecer em Jerusalém será chamado santo: todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em Jerusalém. 4. Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião e limpar o sangue de Jerusalém do meio dela, com o espírito de justiça e com o espírito de ardor, 5. criará o SENHOR sobre toda a habitação do monte de Sião e sobre as suas congregações uma nuvem de dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo chamejante de noite; porque sobre toda a glória haverá proteção. 6. E haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia, e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e contra a chuva. Isaías 5 1. Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha em um outeiro fértil. 2. E a cercou, e a limpou das pedras, e a plantou de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas. 3. Agora, pois, ó moradores de Jerusalém e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. 4. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas? 5. Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derribarei a sua parede, para que seja pisada; 6. e a tornarei em deserto; não será podada, nem cavada; mas crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. 7. Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor. 8. Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem herdade a herdade, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra! 9. A meus ouvidos disse o SENHOR dos Exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até as grandes e excelentes, sem moradores. 10. E dez jeiras de vinha não darão mais do que um bato; e um ômer de semente não dará mais do que um efa. 11. Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice! E se demoram até à noite, até que o vinho os esquenta! 12. Harpas, e alaúdes, e tamboris e pífanos, e vinho há nos seus banquetes; e não olham para a obra do SENHOR, nem consideram as obras das suas mãos. 13. Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede. 14. Por isso, a sepultura aumentou o seu apetite e abriu a boca desmesuradamente; e a glória deles, e a sua multidão, e a sua pompa, e os que entre eles folgavam a ela desceram. 15. Então, o plebeu se abaterá, e o nobre se humilhará; e os olhos dos altivos se humilharão. 16. Mas o SENHOR dos Exércitos será exaltado em juízo, e Deus, o Santo, será santificado em justiça. 17. Então, os cordeiros se pascerão como em pastios seus; e os lugares pisados pelos gordos servirão de alimento a forasteiros. 18. Ai dos que puxam pela iniqüidade com cordas de vaidade e pelo pecado, como se fosse com cordas de carros! 19. E dizem: Apresse-se e acabe a sua obra, para que a vejamos; e aproxime-se e venha o conselho do Santo de Israel, para que o conheçamos. 20. Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo! 21. Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes diante de si mesmos! 22. Ai dos que são poderosos para beber vinho e homens forçosos para misturar bebida forte! 23. Ai dos que justificam o ímpio por presentes e ao justo negam justiça! 24. Pelo que, como a língua de fogo consome a estopa, e a palha se desfaz pela chama, assim será a sua raiz, como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos e desprezaram a palavra do Santo de Israel. 25. Pelo que se acendeu a ira do SENHOR contra o seu povo, e estendeu a mão contra ele e o feriu; e as montanhas tremeram, e os seus cadáveres eram como monturo no meio das ruas; com tudo isto não tornou atrás a sua ira, mas ainda está alçada a sua mão. 26. E ele arvorará o estandarte ante as nações de longe e lhes assobiará desde a extremidade da terra; e eis que virão apressadamente. 27. Não haverá entre elas cansado, nem claudicante; ninguém tosquenejará, nem dormirá; não se lhe desatará o cinto dos seus lombos, nem se lhe quebrará a correia dos seus sapatos. 28. As suas flechas serão agudas, e todos os seus arcos, retesados; as unhas dos seus cavalos dir-se-iam de pederneira, e as rodas dos seus carros, um redemoinho. 29. O seu rugido será como o do leão; rugirão como filhos de leão; sim, rugirão, e arrebatarão a presa, e a levarão, e não haverá quem a livre. 30. E bramarão contra eles, naquele dia, como o bramido do mar; e, se alguém olhar para a terra, eis que só verá trevas e ânsia, e a luz se escurecerá em suas assolações. Isaías 6 1. No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. 2. Os serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, e com duas cobriam os pés, e com duas voavam. 3. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. 4. E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. 5. Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o SENHOR dos Exércitos! 6. Mas um dos serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7. e com ela tocou a minha boca e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e purificado o teu pecado. 8. Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. 9. Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. 10. Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; não venha ele a ver com os seus olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e a entender com o seu coração, e a converter-se, e a ser sarado. 11. Então, disse eu: até quando, Senhor? E respondeu: Até que se assolem as cidades, e fiquem sem habitantes, e nas casas não fique morador, e a terra seja assolada de todo. 12. E o SENHOR afaste dela os homens, e, no meio da terra, seja grande o desamparo. 13. Mas, se ainda a décima parte dela ficar, tornará a ser pastada; como o carvalho e como a azinheira, que, depois de se desfolharem, ainda ficam firmes, assim a santa semente será a firmeza dela. Isaías 7 1. Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem contra ela, mas nada puderam contra ela. 2. E deram aviso à casa de Davi, dizendo: A Síria fez aliança com Efraim. Então, se moveu o seu coração, e o coração do seu povo, como se movem as árvores do bosque com o vento. 3. Então, disse o SENHOR a Isaías: Agora, tu e teu filho Sear-Jasube, saí ao encontro de Acaz, ao fim do canal do viveiro superior, ao caminho do campo do lavandeiro. 4. E dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem se desanime o teu coração por causa destes dois pedaços de tições fumegantes, por causa do ardor da ira de Rezim, e da Síria, e do filho de Remalias. 5. Porquanto a Síria teve contra ti maligno conselho, com Efraim e com o filho de Remalias, dizendo: 6. Vamos subir contra Judá, e atormentemo-lo, e repartamo-lo entre nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Tabeal. 7. Assim diz o SENHOR Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá. 8. Mas a cabeça da Síria será Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim; e, dentro de sessenta e cinco anos, Efraim será quebrantado e deixará de ser povo. 9. Entretanto, a cabeça de Efraim será Samaria, e a cabeça de Samaria, o filho de Remalias; se o não crerdes, certamente, não ficareis firmes. 10. E continuou o SENHOR a falar com Acaz, dizendo: 11. Pede para ti ao SENHOR, teu Deus, um sinal; pede-o ou embaixo nas profundezas ou em cima nas alturas. 12. Acaz, porém, disse: Não o pedirei, nem tentarei ao SENHOR. 13. Então, ele disse: Ouvi, agora, ó casa de Davi! Pouco vos é afadigardes os homens, senão que ainda afadigareis também ao meu Deus? 14. Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel. 15. Manteiga e mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal e escolher o bem. 16. Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra de que te enfadas será desamparada dos seus dois reis. 17. Mas o SENHOR fará vir sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre a casa de teu pai, pelo rei da Assíria, dias tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de Judá. 18. Porque há de acontecer que, naquele dia, assobiará o SENHOR às moscas que há no extremo dos rios do Egito e às abelhas que andam na terra da Assíria; 19. e virão e pousarão todas nos vales desertos e nas fendas das rochas, e em todos os espinhos, e em todas as florestas. 20. Naquele dia, refará o Senhor com uma navalha alugada, que está além do rio, isto é, com o rei da Assíria, a cabeça e os cabelos dos pés e até a barba totalmente tirará. 21. E sucederá, naquele dia, que alguém criará uma vaca e duas ovelhas. 22. E acontecerá que, por causa da abundância do leite que elas hão de dar, comerá manteiga; e manteiga e mel comerá todo aquele que ficar de resto no meio da terra. 23. Sucederá, também, naquele dia, que todo lugar em que houver mil vides do valor de mil moedas de prata será para sarças e para espinheiros. 24. Com arco e flechas se entrará nele, porque as sarças e os espinheiros cobrirão toda a terra. 25. E também a todos os montes que costumam cavar com enxadas se não irá, por causa do temor das sarças e dos espinheiros; mas servirão para se mandarem para lá os bois e para serem pisados pelas ovelhas. Isaías 8 1. Disse-me também o SENHOR: Toma um grande volume e escreve nele em estilo de homem: Apressando-se ao despojo, apressou-se à presa. 2. Então, tomei comigo fiéis testemunhas, a Urias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias. 3. E fui ter com a profetisa; e ela concebeu e deu à luz um filho; e o SENHOR me disse: Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Hás-Baz. 4. Porque, antes que o menino saiba dizer meu pai ou minha mãe, se levarão as riquezas de Damasco e os despojos de Samaria, diante do rei da Assíria. 5. E continuou o SENHOR a falar ainda comigo, dizendo: 6. Porquanto este povo desprezou as águas de Siloé que correm brandamente e com Rezim e com o filho de Remalias se alegrou, 7. eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos e transbordará por todas as suas ribanceiras; 8. e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele, e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel. 9. Alvoroçai-vos, ó povos, e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os que sois de longíquas terras; cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos e sereis feitos em pedaços. 10. Tomai juntamente conselho, e ele será dissipado; dizei a palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco. 11. Porque assim o SENHOR me disse com uma forte mão e me ensinou que não andasse pelo caminho deste povo, dizendo: 12. Não chameis conjuração a tudo quanto este povo chama conjuração; e não temais o seu temor, nem tampouco vos assombreis. 13. Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor, e seja ele o vosso assombro. 14. Então, ele vos será santuário, mas servirá de pedra de tropeço e de rocha de escândalo às duas casas de Israel; de laço e rede, aos moradores de Jerusalém. 15. E muitos dentre eles tropeçarão, e cairão, e serão quebrantados, e enlaçados, e presos. 16. Liga o testemunho e sela a lei entre os meus discípulos. 17. E esperarei o SENHOR, que esconde o rosto da casa de Jacó, e a ele aguardarei. 18. Eis-me aqui, com os filhos que me deu o SENHOR, como sinais e maravilhas em Israel da parte do SENHOR dos Exércitos, que habita no monte de Sião. 19. Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; -- não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? 20. À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva. 21. E passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e será que, tendo fome e enfurecendo-se, então, amaldiçoarão ao seu rei e ao seu Deus, olhando para cima. 22. E, olhando para a terra, eis que haverá angústia e escuridão, e serão entenebrecidos com ânsias e arrastados para a escuridão. Isaías 9 1. Mas a terra que foi angustiada não será entenebrecida. Ele envileceu, nos primeiros tempos, a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos gentios. 2. O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra de morte resplandeceu a luz. 3. Tu multiplicaste este povo e a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos. 4. Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre ele, a vara que lhe feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas. 5. Porque toda a armadura daqueles que pelejavam com ruído e as vestes que rolavam no sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo. 6. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. 7. Do incremento deste principado e da paz, não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em juízo e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto. 8. O Senhor enviou uma palavra a Jacó, e ela caiu em Israel. 9. E todo este povo o saberá, Efraim e os moradores de Samaria, que, em soberba e altivez de coração, dizem: 10. Os ladrilhos caíram, mas com cantaria tornaremos a edificar; cortaram-se as figueiras bravas, mas por cedros as substituiremos. 11. Portanto, o SENHOR suscitará contra ele os adversários de Rezim e instigará os seus inimigos. 12. Pela frente virão os siros, e por detrás, os filisteus, e devorarão a Israel com a boca escancarada; e nem com tudo isto se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão. 13. Contudo, este povo não se voltou para quem o feria, nem buscou ao SENHOR dos Exércitos. 14. Pelo que o SENHOR cortará de Israel a cabeça e a cauda, o ramo e o junco, em um mesmo dia. 15. (O ancião e o varão de respeito são a cabeça, e o profeta que ensina a falsidade é a cauda.) 16. Porque os guias deste povo são enganadores, e os que por eles são guiados são devorados. 17. Pelo que o Senhor não se regozijará com os seus jovens e não se compadecerá dos seus órfãos e das suas viúvas, porque todos eles são hipócritas e malfazejos, e toda boca profere doidices. Com tudo isto não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão. 18. Porque a impiedade lavra como um fogo, ela devora as sarças e os espinheiros; sim, ela se ateará no emaranhado da floresta; e subirão ao alto espessas nuvens de fumaça. 19. Por causa da ira do SENHOR dos Exércitos, a terra se escurecerá, e será o povo como pasto do fogo; ninguém poupará ao seu irmão. 20. Se cortar da banda direita, ainda terá fome, e, se comer da banda esquerda, ainda se não fartará; cada um comerá a carne de seu braço: 21. Manassés a Efraim, e Efraim a Manassés, e ambos eles serão contra Judá. Com tudo isto não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão. Isaías 10 1. Ai dos que decretam leis injustas e dos escrivães que escrevem perversidades, 2. para prejudicarem os pobres em juízo, e para arrebatarem o direito dos aflitos do meu povo, e para despojarem as viúvas, e para roubarem os órfãos! 3. Mas que fareis vós outros no dia da visitação e da assolação que há de vir de longe? A quem recorrereis para obter socorro e onde deixareis a vossa glória, 4. sem que cada um se abata entre os presos e caia entre os mortos? Com tudo isto a sua ira não se apartou, mas ainda está estendida a sua mão. 5. Ai da Assíria, a vara da minha ira! Porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos. 6. Enviá-la-ei contra uma nação hipócrita e contra o povo do meu furor lhe darei ordem, para que lhe roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas, 7. ainda que ele não cuide assim, nem o seu coração assim o imagine; antes, no seu coração, intenta destruir e desarraigar não poucas nações. 8. Porque diz: Não são meus príncipes todos eles reis? 9. Não é Calno como Carquemis? Não é Hamate como Arpade? E Samaria, como Damasco? 10. A minha mão alcançou os reinos dos ídolos, ainda que as suas imagens de escultura eram melhores do que as de Jerusalém e do que as de Samaria. 11. Porventura, como fiz a Samaria e aos seus ídolos, não o faria igualmente a Jerusalém e aos seus ídolos? 12. Por isso, acontecerá que, havendo o SENHOR acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então, visitarei o fruto do arrogante coração do rei da Assíria e a pompa da altivez dos seus olhos. 13. Porquanto disse: Com a força da minha mão fiz isto e com a minha sabedoria, porque sou inteligente; eu removi os limites dos povos, e roubei os seus tesouros, e, como valente, abati aos que se sentavam sobre tronos. 14. E achou a minha mão as riquezas dos povos como a um ninho; e, como se ajuntam os ovos abandonados, assim eu ajuntei toda a terra; e não houve quem movesse a asa, ou abrisse a boca, ou murmurasse. 15. Porventura, gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? Ou presumirá a serra contra o que puxa por ela? Como se o bordão movesse aos que o levantam ou a vara levantasse o que não é um pedaço de madeira! 16. Pelo que o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, fará definhar os que entre eles são gordos e, debaixo da sua glória, ateará um incêndio, como incêndio de fogo. 17. Porque a Luz de Israel virá a ser como fogo, e o seu Santo, como labareda que abrase e consuma os seus espinheiros e as suas sarças em um dia. 18. Também consumirá a glória da sua floresta e do seu campo fértil, desde a alma até ao corpo; e será como quando desmaia o porta-bandeira. 19. E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco, que um menino as poderá contar. 20. E acontecerá, naquele dia, que os resíduos de Israel e os escapados da casa de Jacó nunca mais se estribarão sobre o que os feriu; antes, se estribarão sobre o SENHOR, o Santo de Israel, em verdade. 21. Os resíduos se converterão, sim, os resíduos de Jacó, ao Deus forte. 22. Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um resto dele se converterá; uma destruição está determinada, trasbordando de justiça. 23. Porque determinada já a destruição, o Senhor JEOVÁ dos Exércitos a executará no meio de toda esta terra. 24. Pelo que assim diz o Senhor JEOVÁ dos Exércitos: Não temas, povo meu, que habitas em Sião, a Assíria, quando te ferir com a vara e contra ti levantar o seu bordão, à maneira dos egípcios; 25. porque daqui a bem pouco se cumprirá a minha indignação e a minha ira, para os consumir. 26. Porque o SENHOR dos Exércitos suscitará contra ele um flagelo, como a matança de Midiã junto à rocha de Orebe e como a sua vara sobre o mar, que contra ele se levantará, como sucedeu aos egípcios. 27. E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo, do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção. 28. Já vem chegando a Aiate, já vai passando por Migrom e, em Micmás, lança a sua bagagem. 29. Já vão passando, já se alojam em Geba; já Ramá treme, e Gibeá de Saul vai fugindo. 30. Clama alto com a tua voz, ó filha de Galim! Ouve, ó Laís! Ó tu, pobre Anatote! 31. Já Madmena se foi; os moradores de Gebim vão fugindo em bandos. 32. Neste mesmo dia, parará em Nobe, acenará com a sua mão ao monte da filha de Sião, o outeiro de Jerusalém. 33. Mas eis que o Senhor JEOVÁ dos Exércitos desbastará os ramos com violência, e os de alta estatura serão cortados, e os altivos serão abatidos. 34. E cortará com o ferro a espessura da floresta, e o Líbano cairá pela mão de um poderoso. Isaías 11 1. Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. 2. E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR. 3. E deleitar-se-á no temor do SENHOR e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; 4. mas julgará com justiça os pobres, e repreenderá com eqüidade os mansos da terra, e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio. 5. E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade, o cinto dos seus rins. 6. E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão, e a nédia ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará. 7. A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. 8. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. 9. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar. 10. E acontecerá, naquele dia, que as nações perguntarão pela raiz de Jessé, posta por pendão dos povos, e o lugar do seu repouso será glorioso. 11. Porque há de acontecer, naquele dia, que o Senhor tornará a estender a mão para adquirir outra vez os resíduos do seu povo que restarem da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elão, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar. 12. E levantará um pendão entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra. 13. E desterrar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a Efraim. 14. Antes, voarão sobre os ombros dos filisteus ao Ocidente; juntos, despojarão os filhos do Oriente; em Edom e Moabe lançarão as mãos, e os filhos de Amom lhes obedecerão. 15. E o SENHOR destruirá totalmente o braço de mar do Egito, e moverá a sua mão contra o rio com a força do seu vento, e, ferindo-o, dividi-lo-á em sete correntes, que qualquer atravessará com calçados. 16. E haverá caminho plano para os resíduos do seu povo que restarem da Assíria, como sucedeu a Israel no dia em que subiu da terra do Egito. Isaías 12 1. E dirás, naquele dia: Graças te dou, ó SENHOR, porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. 2. Eis que Deus é a minha salvação; eu confiarei e não temerei porque o SENHOR JEOVÁ é a minha força e o meu cântico e se tornou a minha salvação. 3. E vós, com alegria, tirareis águas das fontes da salvação. 4. E direis, naquele dia: Dai graças ao SENHOR, invocai o seu nome, tornai manifestos os seus feitos entre os povos e contai quão excelso é o seu nome. 5. Cantai ao SENHOR, porque fez coisas grandiosas; saiba-se isso em toda a terra. 6. Exulta e canta de gozo, ó habitante de Sião, porque grande é o Santo de Israel no meio de ti. Isaías 13 1. Peso da Babilônia que viu Isaías, filho de Amoz. 2. Alçai uma bandeira sobre o monte escalvado; levantai a voz para eles e acenai-lhes com a mão, para que entrem pelas portas dos príncipes. 3. Eu dei ordens aos meus santificados, sim, já chamei os meus valentes para a minha ira, os que exultam com a minha majestade. 4. Já se ouve a gritaria da multidão sobre os montes, semelhante à de um grande povo, a voz do reboliço de reinos e de nações já congregadas. O SENHOR dos Exércitos passa em revista o exército de guerra. 5. Já vêm de uma terra de longe, desde a extremidade do céu, o SENHOR e os instrumentos da sua indignação, para destruir toda aquela terra. 6. Uivai, porque o dia do SENHOR está perto; vem do Todo-poderoso como assolação. 7. Pelo que todas as mãos se debilitarão, e o coração de todos os homens se desanimará. 8. E assombrar-se-ão, e apoderar-se-ão deles dores e ais, e se angustiarão como a mulher parturiente; cada um se espantará do seu próximo; o seu rosto será rosto flamejante. 9. Eis que o dia do SENHOR vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação e destruir os pecadores dela. 10. Porque as estrelas dos céus e os astros não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz. 11. E visitarei sobre o mundo a maldade e, sobre os ímpios, a sua iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei a soberba dos tiranos. 12. Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro e mais raro do que o ouro fino de Ofir. 13. Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do SENHOR dos Exércitos e por causa do dia da sua ardente ira. 14. E cada um será como a corça que foge e como a ovelha que ninguém recolhe; cada um voltará para o seu povo e cada um fugirá para a sua terra. 15. Todo o que for achado será traspassado e, todo o que for apanhado, cairá à espada. 16. E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; as suas casas serão saqueadas, e a mulher de cada um, violada. 17. Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro. 18. E os seus arcos despedaçarão os jovens, e não se compadecerão do fruto do ventre; o seu olho não poupará os filhos. 19. E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. 20. Nunca mais será habitada, nem reedificada de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos. 21. Mas as feras do deserto repousarão ali, e a sua casa se encherá de horríveis animais; e ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali. 22. E as feras que uivam gritarão umas às outras nos seus palácios vazios, como também os chacais, nos seus palácios de prazer; pois bem perto já vem chegando o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão. Isaías 14 1. Porque o SENHOR se compadecerá de Jacó, e ainda elegerá a Israel, e o porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com ele os estranhos e se achegarão à casa de Jacó. 2. E os povos os receberão e os levarão aos seus lugares, e a casa de Israel possuirá esses povos por servos e servas, na terra do SENHOR; e cativarão aqueles que os cativaram e dominarão os seus opressores. 3. E acontecerá que, no dia em que o SENHOR vier a dar-te descanso do teu trabalho, e do teu tremor, e da dura servidão com que te fizeram servir, 4. então, proferirás este dito contra o rei da Babilônia e dirás: Como cessou o opressor! A cidade dourada acabou! 5. Já quebrantou o SENHOR o bastão dos ímpios e o cetro dos dominadores. 6. Aquele que feria os povos com furor, com praga incessante, o que com ira dominava as nações, agora, é perseguido, sem que alguém o possa impedir. 7. Já descansa, já está sossegada toda a terra! -- exclamam com júbilo. 8. Até as faias se alegram sobre ti, e os cedros do Líbano, dizendo: Desde que tu caíste, ninguém sobe contra nós para nos cortar. 9. O inferno, desde o profundo, se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinda; despertou por ti os mortos e todos os príncipes da terra e fez levantar do seu trono a todos o reis das nações. 10. Estes todos responderão e te dirão: Tu também adoeceste como nós e foste semelhante a nós. 11. Já foi derribada no inferno a tua soberba, com o som dos teus alaúdes; os bichinhos, debaixo te ti, se estenderão, e os bichos te cobrirão. 12. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! 13. E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. 14. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. 15. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. 16. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? 17. Que punha o mundo como um deserto e assolava as suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para a casa deles? 18. Todos os reis das nações, todos eles, jazem com honra, cada um na sua casa. 19. Mas tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável, como uma veste de mortos atravessados à espada, como os que descem ao covil de pedras, como corpo morto e pisado. 20. Com eles não te reunirás na sepultura, porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo; a descendência dos malignos não será nomeada para sempre. 21. Preparai a matança para os filhos, por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem, e possuam a terra, e encham o mundo de cidades. 22. Porque me levantarei contra eles, diz o SENHOR dos Exércitos, e desarraigarei da Babilônia o nome, e os resíduos, e o filho, e o neto, diz o SENHOR. 23. E reduzi-la-ei a possessão de corujas e a lagoas de águas; e varrê-la-ei com vassoura de perdição, diz o SENHOR dos Exércitos. 24. O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá; e, como determinei, assim se efetuará. 25. Quebrantarei a Assíria na minha terra e, nas minhas montanhas, a pisarei, para que o seu jugo se aparte deles, e a sua carga se desvie dos seus ombros. 26. Este é o conselho que foi determinado sobre toda esta terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. 27. Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem pois o invalidará? E a sua mão estendida está; quem, pois, a fará voltar atrás? 28. No ano em que morreu o rei Acaz, houve este peso. 29. Não te alegres, toda a Filístia, por ser quebrada a vara que te feria; porque da raiz da cobra sairá um basilisco, e o seu fruto será uma serpente ardente, voadora. 30. E os primogênitos dos pobres serão apascentados, e os necessitados se deitarão seguros; mas farei morrer de fome a tua raiz, e serão destruídos os teus resíduos. 31. Uiva, ó porta; grita, ó cidade; tu, ó Filístia, estás toda derretida; porque do Norte vem uma fumaça, e ninguém ficará solitário no tempo determinado. 32. Que se responderá, pois, aos mensageiros do povo? Que o SENHOR fundou a Sião, para que os opressos do seu povo nela encontrem abrigo. Isaías 15 1. Peso de Moabe. Certamente, em uma noite, foi destruída Ar de Moabe e foi desfeita; certamente, em uma noite, foi destruída Quir de Moabe e foi desfeita. 2. Vai subindo a Bajite, e a Dibom, e aos lugares altos, a chorar; por Nebo e por Medeba, Moabe uivará; todas as cabeças ficarão calvas, e toda barba será rapada. 3. Cingiram-se de panos de saco nas suas ruas; nos seus terraços e nas suas praças, todos andam uivando e choram abundantemente. 4. Assim Hesbom, como Eleale, anda gritando; até Jaza se ouve a sua voz; por isso, os armados de Moabe clamam; a sua alma treme dentro deles. 5. O meu coração clama por causa de Moabe; fugiram os seus nobres para Zoar, como a novilha de três anos, porque vão chorando pela subida de Luíte, porque, no caminho de Horonaim, levantam um lastimoso pranto. 6. Porque as águas de Ninrim serão pura assolação; porque se secou o feno, definhou a erva, e não há verdura alguma. 7. Pelo que a abundância que ajuntaram e o que guardaram, ao ribeiro dos salgueiros, o levarão. 8. Porque o pranto rodeará os limites de Moabe; até Eglaim chegará o seu clamor, e ainda até Beer-Elim chegará o seu rugido. 9. Porquanto as águas de Dimom estão cheias de sangue, porque ainda acrescentarei mais a Dimom: leões contra aqueles que escaparem de Moabe e contra as relíquias da terra. Isaías 16 1. Enviai o cordeiro ao dominador da terra, desde Sela, no deserto, até ao monte da filha de Sião. 2. Doutro modo, sucederá que serão as filhas de Moabe junto aos vaus de Arnom como o pássaro vagueante, lançado fora do ninho. 3. Toma conselho, executa o juízo, e põe a tua sombra no pino do meio-dia como a noite; esconde os desterrados e não descubras os vagueantes. 4. Habitem entre ti os meus desterrados, ó Moabe; serve-lhes de refúgio perante a face do destruidor; porque o homem violento terá fim; a destruição é desfeita, e os opressores são consumidos sobre a terra. 5. Porque um trono se firmará em benignidade, e sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, e busque o juízo, e se apresse a fazer justiça. 6. Ouvimos da soberba de Moabe, a soberbíssima, e da sua altivez, e da sua soberba, e do seu furor; a sua jactância é vã. 7. Portanto, Moabe uivará por Moabe; todos uivarão; gemereis pelos fundamentos de Quir-Haresete, pois já estão abalados. 8. Porque os campos de Hesbom e a vinha de Sibma enfraqueceram; os senhores das nações talaram as suas melhores plantas; vão chegando a Jazer; andam vagueando pelo deserto; os seus ramos se estenderam e já passaram além do mar. 9. Pelo que prantearei, com o pranto de Jazer, a vinha de Sibma; regar-te-ei com as minhas lágrimas, ó Hesbom e Eleale, porque o júbilo dos teus frutos de verão e da tua sega desapareceu. 10. E fugiu o folguedo e a alegria do campo fértil, e já nas vinhas se não canta, nem há júbilo algum; já o pisador não pisará as uvas nos lagares. Eu fiz cessar o júbilo. 11. Pelo que minhas entranhas soam por Moabe como harpa, e o meu interior, por Quir-Heres. 12. E será que, quando Moabe se apresentar, quando se cansar nos altos, e entrar no seu santuário a orar, nada alcançará. 13. Esta é a palavra que o SENHOR falou, no passado, contra Moabe. 14. Mas, agora, falou o SENHOR, dizendo: Dentro em três anos, tais quais os anos de assalariados, será envilecida a glória de Moabe, com toda a sua grande multidão; e o resíduo será pouco, pequeno e impotente. Isaías 17 1. Peso de Damasco. Eis que Damasco será tirada e já não será cidade, mas um montão de ruínas. 2. As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os rebanhos, que se deitarão sem haver quem os espante. 3. E a fortaleza de Efraim cessará, como também o reino de Damasco e o resíduo da Síria; serão como a glória dos filhos de Israel, diz o SENHOR dos Exércitos. 4. E será diminuída, naquele dia, a glória de Jacó, e a gordura da sua carne desaparecerá. 5. Porque será como o segador que colhe o trigo e, com o seu braço, sega as espigas; e será também como o que colhe espigas no vale dos Refains. 6. Mas ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira: duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos e quatro ou cinco nos ramos mais exteriores de uma árvore frutífera, diz o SENHOR Deus de Israel. 7. Naquele dia, atentará o homem para o seu Criador, e os seus olhos olharão para o Santo de Israel. 8. E não atentará para os altares, obra das suas mãos, nem olhará para o que fizeram seus dedos, nem para os bosques, nem para as imagens do sol. 9. Naquele dia, serão as suas cidades fortes como os lugares abandonados no bosque ou sobre o cume das montanhas, os quais foram abandonados ante os filhos de Israel; e haverá assolação. 10. Porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação e não te lembraste da rocha da tua fortaleza; pelo que bem plantarás plantas formosas e as cercarás de sarmentos estranhos: 11. No dia em que as plantares, as cercarás e, pela manhã, farás que a tua semente brote; mas a colheita voará no dia da tribulação e das dores insofríveis. 12. Ai da multidão dos grandes povos que bramam como bramam os mares e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas águas! 13. Bem rugirão as nações, como rugem as muitas águas, mas ele repreendê-las-á, e fugirão para longe; e serão afugentadas como a pragana dos montes diante do vento e como a bola diante do tufão. 14. Ao anoitecer, eis que há pavor; e, antes que amanheça, eles não serão. Esta é a parte daqueles que nos despojam e a sorte daqueles que nos saqueiam. Isaías 18 1. Ai da terra que ensombra com as suas asas, que está além dos rios da Etiópia! 2. Que envia embaixadores por mar em navios de junco sobre as águas, dizendo: Ide, mensageiros velozes, a uma nação alta e polida, a um povo terrível desde o seu princípio; a uma nação de medidas e de vexames, cuja terra os rios dividem. 3. Vós, todos os habitantes do mundo, e vós, os moradores da terra, quando se arvorar a bandeira nos montes, o vereis; e, quando se tocar a trombeta, o ouvireis. 4. Porque assim me disse o SENHOR: Estarei quieto, olhando desde a minha morada, como o ardor do sol resplandecente, como a nuvem do orvalho no calor da sega. 5. Porque antes da sega, quando já o renovo está perfeito, e as uvas verdes amadurecem, então, podará os sarmentos, e tirará os ramos, e os cortará. 6. Eles serão deixados juntos às aves dos montes e aos animais da terra; e sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra invernarão sobre eles. 7. Naquele tempo, trará um presente ao SENHOR dos Exércitos um povo alto e polido e um povo terrível desde o seu princípio; uma nação de medidas e de vexames, cuja terra os rios dividem; ao lugar do nome do SENHOR dos Exércitos, ao monte de Sião. Isaías 19 1. Peso do Egito. Eis que o SENHOR vem cavalgando em uma nuvem ligeira e virá ao Egito; e os ídolos do Egito serão movidos perante a sua face, e o coração dos egípcios se derreterá no meio deles. 2. Porque farei com que os egípcios se levantem contra os egípcios, e cada um pelejará contra o seu irmão e cada um, contra o seu próximo, cidade contra cidade, reino contra reino. 3. E o espírito dos egípcios se esvaecerá dentro deles; eu destruirei o seu conselho, e eles consultarão os seus ídolos, e encantadores, e adivinhos, e mágicos. 4. E entregarei os egípcios nas mãos de um senhor duro, e um rei rigoroso os dominará, diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos. 5. E faltarão as águas do mar, e o rio se esgotará e secará. 6. Também os rios apodrecerão; e se esgotarão e secarão os canais do Egito; as canas e os juncos se murcharão. 7. A relva que está junto ao rio, junto às ribanceiras dos rios, e tudo o que foi semeado junto ao rio se secarão, e serão arrancados, e não subsistirão. 8. E os pescadores gemerão, e suspirarão todos os que lançam anzol ao rio, e os que estendem rede sobre as águas desfalecerão. 9. E envergonhar-se-ão os que trabalham em linho fino e os que tecem pano branco. 10. E os seus fundamentos serão despedaçados, e todos os que trabalham por salário ficarão com tristeza na alma. 11. Na verdade, loucos são os príncipes de Zoã; o conselho dos sábios conselheiros de Faraó se embruteceu; como, pois, a Faraó direis: Sou filho de sábios, filho de antigos reis? 12. Onde estão, agora, os teus sábios? Anunciem-te, agora, ou informem-te do que o SENHOR dos Exércitos determinou contra o Egito. 13. Loucos se tornaram os príncipes de Zoã, e enganados estão os príncipes de Nofe; eles farão errar o Egito, eles que são a pedra de esquina das suas tribos. 14. O SENHOR derramou no meio deles um perverso espírito; e eles fizeram errar o Egito com toda a sua obra, como o bêbedo quando se revolve no seu vômito. 15. E não aproveitará ao Egito obra alguma que possa fazer a cabeça, a cauda, o ramo ou o junco. 16. Naquele tempo, os egípcios serão como mulheres, e tremerão, e temerão por causa do movimento da mão do SENHOR dos Exércitos, porque ela se há de mover contra eles. 17. E a terra de Judá será um espanto para o Egito; todo aquele a quem isso se anunciar se assombrará, por causa do propósito do SENHOR dos Exércitos, do que determinou contra eles. 18. Naquele tempo, haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão a língua de Canaã e farão juramento ao SENHOR dos Exércitos; e uma se chamará Cidade da Destruição. 19. Naquele tempo, o SENHOR terá um altar no meio da terra do Egito, e um monumento se erigirá ao SENHOR, na sua fronteira. 20. E servirá de sinal e de testemunho ao SENHOR dos Exércitos na terra do Egito, porque ao SENHOR clamarão por causa dos opressores, e ele lhes enviará um Redentor e Protetor que os livrará. 21. E o SENHOR se dará a conhecer ao Egito, e os egípcios conhecerão ao SENHOR, naquele dia; sim, eles o adorarão com sacrifícios e ofertas, e farão votos ao SENHOR, e os cumprirão. 22. E ferirá o SENHOR aos egípcios e os curará; e converter-se-ão ao SENHOR, e ele mover-se-á às suas orações e os curará. 23. Naquele dia haverá estrada do Egito até à Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios ao Senhor. 24. Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra. 25. Porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança. Isaías 20 1. No ano em que veio Tartã a Asdode, enviando-o Sargão, rei da Assíria, e guerreou contra Asdode, e a tomou, 2. falou o SENHOR, pelo mesmo tempo, pelo ministério de Isaías, filho de Amoz, dizendo: Vai, solta o cilício de teus lombos e descalça os sapatos dos teus pés. E assim o fez, indo nu e descalço. 3. Então, disse o SENHOR: Assim como o meu servo Isaías andou três anos nu e descalço, por sinal e prodígio sobre o Egito e sobre a Etiópia, 4. assim o rei da Assíria levará em cativeiro os presos do Egito e os exilados da Etiópia, tanto moços como velhos, nus, e descalços, e com as nádegas descobertas, para vergonha do Egito. 5. E assombrar-se-ão e envergonhar-se-ão, por causa dos etíopes, sua esperança, e dos egípcios, sua glória. 6. Então, dirão os moradores desta ilha, naquele dia: Vede que tal é a nossa esperança, aquilo que buscamos por socorro, para nos livrarmos da face do rei da Assíria! Como, pois, escaparemos nós? Isaías 21 1. Peso do deserto do mar. Como os tufões de vento do Sul, que tudo assolam, ele virá do deserto, da terra horrível. 2. Visão dura se me manifesta: o pérfido trata perfidamente, e o destruidor anda destruindo. Sobe, ó Elão, sitia, ó medo, que já fiz cessar todo o seu gemido. 3. Pelo que os meus lombos estão cheios de grande enfermidade; angústias se apoderaram de mim como as angústias da que dá à luz; estou tão atribulado, que não posso ouvir, e tão desfalecido, que não posso ver. 4. O meu coração está anelante, e o horror apavora-me; o crepúsculo, que desejava, se me tornou em tremores. 5. Eles põem a mesa, estão de atalaia, comem e bebem; levantai-vos, príncipes, e untai o escudo. 6. Porque assim me disse o Senhor: Vai, põe uma sentinela, e ela que diga o que vir. 7. E, quando vir um bando com cavaleiros a par, um bando de jumentos e um bando de camelos, ela que escute atentamente com grande cuidado. 8. E clamou como um leão: Senhor, sobre a torre de vigia estou em pé continuamente de dia e de guarda me ponho noites inteiras. 9. E eis, agora, vêm um bando de homens e cavaleiros aos pares. Então, respondeu e disse: Caída é Babilônia, caída é! E todas as imagens de escultura dos seus deuses se quebraram contra a terra. 10. Ah! Malhada minha, e trigo da minha eira! O que ouvi do SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, isso vos anunciei. 11. Peso de Dumá. Gritam-me de Seir: Guarda, que houve de noite? Guarda, que houve de noite? 12. E disse o guarda: Vem a manhã, e, também, a noite; se quereis perguntar, perguntai; voltai, vinde. 13. Peso contra a Arábia. Nos bosques da Arábia, passareis a noite, ó viandantes dedanitas. 14. Saí, com água, ao encontro dos sedentos; os moradores da terra de Tema encontraram os que fugiam com seu pão. 15. Porque fogem diante das espadas, diante da espada nua, e diante do arco armado, e diante do peso da guerra. 16. Porque assim me disse o Senhor: Dentro de um ano, tal como os anos de assalariados, toda a glória de Quedar desaparecerá. 17. E os restantes dos números dos flecheiros, os valentes dos filhos de Quedar, serão diminuídos, porque assim o disse o SENHOR, Deus de Israel. Isaías 22 1. Peso do vale da Visão. Que tens, agora, para que assim totalmente subisses aos telhados? 2. Cidade cheia de aclamações, cidade turbulenta, cidade que salta de alegria, os teus mortos não são mortos à espada, nem morreram na guerra. 3. Todos os teus príncipes juntamente fugiram, foram ligados pelos arqueiros; todos os que em ti se acharam foram amarrados juntamente e fugiram para longe. 4. Portanto, digo: desviai de mim a vista, e chorarei amargamente; não vos canseis mais em consolar-me pela destruição da filha do meu povo. 5. Porque dia de alvoroço, e de vexame, e de confusão é este da parte do Senhor JEOVÁ dos Exércitos, no vale da Visão: um derribar de muros e um clamor até às montanhas. 6. Porque Elão tomou a aljava, com carros de homens e cavaleiros; e Quir descobre os escudos. 7. E será que os teus mais formosos vales se encherão de carros, e os cavaleiros se porão em ordem às portas. 8. E se tirará a cobertura de Judá, e, naquele dia, olharás para as armas da casa do bosque. 9. E vereis as brechas da cidade de Davi, porquanto são muitas; e ajuntareis as águas do viveiro inferior. 10. Também contareis as casas de Jerusalém e derribareis as casas, para fortalecer os muros. 11. Fizestes também um reservatório entre os dois muros para as águas do viveiro velho, mas não olhastes para cima, para o que o tinha feito, nem considerastes o que o formou desde a antiguidade. 12. E o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, vos convidará naquele dia ao choro, e ao pranto, e ao rapar da cabeça, e ao cingidouro do cilício. 13. Mas eis aqui gozo e alegria; matam-se vacas e degolam-se ovelhas; come-se carne, e bebe-se vinho, e diz-se: Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. 14. Mas o SENHOR dos Exércitos se declarou aos meus ouvidos, dizendo: Certamente, esta maldade não será expiada até que morrais, diz o Senhor JEOVÁ dos Exércitos. 15. Assim diz o Senhor JEOVÁ dos Exércitos: Anda, vai ter com este tesoureiro, com Sebna, o mordomo, e dize-lhe: 16. Que é que tens aqui? Ou a quem tens tu aqui, para que cavasses aqui uma sepultura, cavando em lugar alto a sua sepultura, cinzelando na rocha uma morada para si mesmo! 17. Eis que o SENHOR te arrojará violentamente como um homem forte e de todo te envolverá. 18. Certamente, te fará rolar, como se faz rolar uma bola em terra larga e espaçosa; ali, morrerás, e, ali, acabarão os carros da tua glória, o opróbrio da casa do teu senhor. 19. E demitir-te-ei do teu ofício e te arrancarei do teu assento. 20. E será, naquele dia, que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias. 21. E revesti-lo-ei da tua túnica, e esforçá-lo-ei com o teu talabarte, e entregarei nas suas mãos o teu domínio, e ele será como pai para os moradores de Jerusalém e para a casa de Judá. 22. E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará, e fechará, e ninguém abrirá. 23. E fixá-lo-ei como a um prego em um lugar firme, e será como um trono de honra para a casa de seu pai. 24. E dele penderá toda a glória da casa de seu pai, os renovos e os descendentes, todos os vasos menores, desde as taças até às garrafas. 25. Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, o prego pregado em lugar firme será tirado; será arrancado e cairá, e a carga que nele estava se desprenderá, porque o SENHOR o disse. Isaías 23 1. Peso de Tiro. Uivai, navios de Társis, porque está assolada, a ponto de não haver nela casa nenhuma, e de ninguém mais entrar nela; desde a terra de Quitim lhes foi isto revelado. 2. Calai-vos, moradores da ilha, vós a quem encheram os mercadores de Sidom, navegando pelo mar. 3. E a sua provisão era a semente do Canal, que vinha com as muitas águas, e a ceifa do Nilo; e ela era a feira das nações. 4. Envergonha-te, ó Sidom, porque o mar, a fortaleza do mar, fala, dizendo: Eu não tive dores de parto, nem dei à luz, nem ainda criei jovens, nem eduquei donzelas. 5. Como com as novas do Egito, assim haverá dores quando se ouvirem as de Tiro. 6. Passai a Társis e uivai, moradores da ilha. 7. É esta a vossa cidade, que andava pulando de alegria? Cuja antiguidade vem de dias remotos? Pois levá-la-ão os seus próprios pés para longe andarem a peregrinar. 8. Quem formou este desígnio contra Tiro, a cidade coroada, cujos mercadores são príncipes e cujos negociantes são os mais nobres da terra? 9. O SENHOR dos Exércitos formou este desígnio para denegrir a soberba de todo o ornamento e envilecer os mais nobres da terra. 10. Passa como o Nilo pela tua terra, ó filha de Társis; já não há cinto ao redor de ti. 11. Ele estendeu a mão sobre o mar e turbou os reinos; o SENHOR deu mandado contra Canaã, para que se destruíssem as suas fortalezas. 12. E disse: Nunca mais pularás de alegria, ó oprimida donzela, filha de Sidom; levanta-te, passa a Quitim e mesmo ali não terás descanso. 13. Vede a terra dos caldeus, povo que ainda não era povo; a Assíria a fundou para os que moravam no deserto; levantaram as suas fortalezas e edificaram os seus paços, mas já está arruinada de todo. 14. Uivai, navios de Társis, porque é destruída a vossa força. 15. E sucederá, naquele dia, que Tiro será posta em esquecimento por setenta anos, conforme os dias de um rei; mas, no fim de setenta anos, Tiro será como a canção de uma prostituta. 16. Toma a harpa, rodeia a cidade, ó prostituta entregue ao esquecimento; toca bem, canta e repete a ária, para que haja memória de ti. 17. Porque será no fim de setenta anos que o SENHOR visitará a Tiro, e ela tornará à sua ganância de prostituta e terá comércio com todos os reinos que há sobre a face da terra. 18. E será consagrado ao SENHOR o seu comércio e a sua ganância de prostituta; não se entesourará, nem se fechará; mas o seu comércio será para os que habitam perante o SENHOR, para que comam suficientemente e tenham vestes duráveis. Isaías 24 1. Eis que o SENHOR esvazia a terra, e a desola, e transtorna a sua superfície, e dispersa os seus moradores. 2. E o que suceder ao povo sucederá ao sacerdote; ao servo, como ao seu senhor; à serva, como à sua senhora; ao comprador, como ao vendedor; ao que empresta, como ao que toma emprestado; ao que dá usura, como ao que paga usura. 3. De todo se esvaziará a terra e de todo será saqueada, porque o SENHOR pronunciou esta palavra. 4. A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. 5. Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna. 6. Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela serão desolados; por isso, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão. 7. Pranteia o mosto, e enfraquece a vide; e suspirarão todos os alegres de coração. 8. Cessou o folguedo dos tamboris, acabou o ruído dos que pulam de prazer, e descansou a alegria da harpa. 9. Com canções não beberão vinho; a bebida forte será amarga para os que a beberem. 10. Demolida está a cidade vazia, todas as casas fecharam, ninguém já pode entrar. 11. Há lastimoso clamor nas ruas por causa do vinho; toda a alegria se escureceu, desterrou-se o gozo da terra. 12. Na cidade, só ficou a desolação, e, com estalidos, se quebra a porta. 13. Porque será no interior da terra, no meio destes povos, como a sacudidura da oliveira e como os rabiscos, quando está acabada a vindima. 14. Estes alçarão a sua voz e cantarão com alegria; por causa da glória do SENHOR clamarão desde o mar. 15. Por isso, glorificai ao SENHOR nos vales e nas ilhas do mar, ao nome do SENHOR, Deus de Israel. 16. Dos confins da terra ouvimos cantar: glória ao Justo; mas eu digo: emagreço, emagreço, ai de mim! Os pérfidos tratam perfidamente; sim, os pérfidos tratam perfidamente. 17. O temor, e a cova, e o laço vêm sobre ti, ó morador da terra. 18. E será que aquele que fugir da voz do temor cairá na cova, e o que subir da cova, o laço o prenderá; porque as janelas do alto se abriram, e os fundamentos da terra tremem. 19. De todo será quebrantada a terra, de todo se romperá e de todo se moverá a terra. 20. De todo vacilará a terra como o ébrio e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão se agravará sobre ela, e cairá e nunca mais se levantará. 21. E será que, naquele dia, o SENHOR visitará os exércitos do alto na altura e os reis da terra, sobre a terra. 22. E serão amontoados como presos em uma masmorra, e serão encerrados em um cárcere, e serão visitados depois de muitos dias. 23. E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém; e, então, perante os seus anciãos haverá glória. Isaías 25 1. Ó SENHOR, tu és o meu Deus; exaltar-te-ei e louvarei o teu nome, porque fizeste maravilhas; os teus conselhos antigos são verdade e firmeza. 2. Porque da cidade fizeste um montão de pedras, e da cidade forte, uma ruína, e do paço dos estranhos, que não seja mais cidade e jamais se torne a edificar. 3. Pelo que te glorificará um povo poderoso, e a cidade das nações formidáveis te temerá. 4. Porque foste a fortaleza do pobre e a fortaleza do necessitado na sua angústia; refúgio contra a tempestade e sombra contra o calor; porque o sopro dos opressores é como a tempestade contra o muro. 5. Como o calor em lugar seco, tu abaterás o ímpeto dos estranhos; como se abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim o cântico dos tiranos será humilhado. 6. E o SENHOR dos Exércitos dará, neste monte, a todos os povos uma festa com animais gordos, uma festa com vinhos puros, com tutanos gordos e com vinhos puros, bem purificados. 7. E destruirá, neste monte, a máscara do rosto com que todos os povos andam cobertos e o véu com que todas as nações se escondem. 8. Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor JEOVÁ as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o SENHOR o disse. 9. E, naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará; este é o SENHOR, a quem aguardávamos; na sua salvação, exultaremos e nos alegraremos. 10. Porque a mão do SENHOR descansará neste monte; mas Moabe será trilhado debaixo dele, como se trilha a palha no monturo. 11. E Moabe estenderá as mãos por entre eles, como as estende o nadador para nadar; mas o SENHOR abaterá a sua altivez, apesar da perícia das suas mãos. 12. E abaixará as altas fortalezas dos teus muros e abatê-las-á, e derribá-las-á por terra, até ao pó. Isaías 26 1. Naquele dia, se entoará este cântico na terra de Judá: Uma forte cidade temos, a quem Deus pôs a salvação por muros e antemuros. 2. Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade. 3. Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. 4. Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna. 5. Porque ele abate os que habitam em lugares sublimes, e a cidade exaltada humilhará até ao chão, e a derribará até ao pó. 6. O pé a pisará: os pés dos aflitos e os passos dos pobres. 7. O caminho do justo é todo plano; tu retamente pesas o andar do justo. 8. Até no caminho dos teus juízos, SENHOR, te esperamos; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma. 9. Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. 10. Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão, ele pratica a iniqüidade e não atenta para a majestade do SENHOR. 11. SENHOR, a tua mão está exaltada, mas nem por isso a vêem; vê-la-ão, porém confundir-se-ão por causa do zelo que tens do teu povo; e o fogo consumirá os teus adversários. 12. SENHOR, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras. 13. Ó SENHOR, Deus nosso, outros senhores têm tido domínio sobre nós; mas, por ti só, nos lembramos do teu nome. 14. Morrendo eles, não tornarão a viver; falecendo, não ressuscitarão; por isso, os visitaste, e destruíste, e apagaste toda a sua memória. 15. Tu, SENHOR, aumentaste esta gente, tu aumentaste esta gente, fizeste-te glorioso; mas longe os lançaste, para todos os confins da terra. 16. SENHOR, no aperto, te visitaram; vindo sobre eles a tua correção, derramaram a sua oração secreta. 17. Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó SENHOR! 18. Bem concebemos nós e tivemos dores de parto, mas isso não foi senão vento; livramento não trouxemos à terra, nem caíram os moradores do mundo. 19. Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. 20. Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. 21. Porque eis que o SENHOR sairá do seu lugar para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos. Isaías 27 1. Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão que está no mar. 2. Naquele dia, haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe. 3. Eu, o SENHOR, a guardo e, a cada momento, a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei. 4. Não há indignação em mim; quem me poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. 5. Ou que se apodere da minha força e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo. 6. Dias virão em que Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto a face do mundo. 7. Porventura, feriu-o ele como feriu aos que o feriram? Ou matou-o ele assim como matou aos que por ele foram mortos? 8. Com medida contendeste com ela quando a rejeitaste; ele a tirou com o seu vento forte, no tempo do vento leste. 9. Por isso, se expiará a iniqüidade de Jacó, e este será todo o fruto de se haver tirado o seu pecado; quando ele fizer a todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em pedaços, os bosques e as imagens do sol não poderão ficar em pé. 10. Porque a cidade forte está solitária, uma habitação rejeitada e abandonada como um deserto; ali, pastarão os bezerros, e ali se deitarão, e devorarão os seus ramos. 11. Quando os seus ramos se secarem, serão quebrados; vindo as mulheres, os acenderão, porque este povo não é povo de entendimento; por isso, aquele que o fez não se compadecerá dele e aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor. 12. E será, naquele dia, que o SENHOR padejará o seu fruto desde as correntes do rio até o rio do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um. 13. E será, naquele dia, que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria e os que foram desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão ao SENHOR no monte santo, em Jerusalém. Isaías 28 1. Ai da coroa de soberba dos bêbados de Efraim, cujo glorioso ornamento é como a flor que cai, que está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do vinho! 2. Eis que o Senhor mandará um homem valente e poderoso; como uma queda de saraiva, uma tormenta de destruição e como uma tempestade de impetuosas águas que trasbordam, violentamente a derribará por terra. 3. A coroa de soberba dos bêbados de Efraim será pisada aos pés. 4. E a flor caída do seu glorioso ornamento que está sobre a cabeça do fértil vale será como o figo antes do verão, que, vendo-o alguém e tendo-o ainda na mão, o engole. 5. Naquele dia, o SENHOR dos Exércitos será por coroa gloriosa e por grinalda formosa para os restantes de seu povo; 6. e será espírito de juízo para o que se assenta a julgar e por fortaleza para os que fazem recuar a peleja até à porta. 7. Mas também estes erram por causa do vinho e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo. 8. Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia; não há nenhum lugar limpo. 9. A quem, pois, se ensinaria a ciência? E a quem se daria a entender o que se ouviu? Ao desmamado e ao arrancado dos seios? 10. Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali. 11. Pelo que, por lábios estranhos e por outra língua, falará a este povo, 12. ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir. 13. Assim, pois, a palavra do SENHOR lhes será mandamento sobre mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem, e se enlacem, e sejam presos. 14. Ouvi, pois, a palavra do SENHOR, homens escarnecedores que dominais este povo que está em Jerusalém. 15. Porquanto dizeis: Fizemos concerto com a morte e com o inferno fizemos aliança; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio e debaixo da falsidade nos escondemos. 16. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse. 17. E regrarei o juízo pela linha e a justiça, pelo prumo, e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo. 18. E o vosso concerto com a morte se anulará; e a vossa aliança com o inferno não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, então, sereis oprimidos por ele. 19. Desde que comece a passar, vos arrebatará, porque todas as manhãs passará e todos os dias e todas as noites; e será que somente o ouvir tal notícia causará grande turbação. 20. Porque a cama será tão curta, que ninguém se poderá estender nela; e o cobertor, tão estreito, que ninguém se poderá cobrir com ele. 21. Porque o SENHOR se levantará, como no monte de Perazim, e se irará, como no vale de Gibeão, para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estranho ato. 22. Agora, pois, não mais escarneçais, para que vossas ligaduras se não façam mais fortes; porque já ouvi o Senhor JEOVÁ dos Exércitos falar de uma destruição, e esta já está determinada sobre toda a terra. 23. Inclinai os ouvidos e ouvi a minha voz; atendei bem e ouvi o meu discurso. 24. Porventura, lavra todo o dia o lavrador, para semear? Ou abre e esterroa todo o dia a sua terra? 25. Não é, antes, assim: quando já tem gradado a sua superfície, então, espalha nela ervilhaca, e semeia cominhos; ou lança nela do melhor trigo, ou cevada escolhida, ou centeio, cada qual no seu lugar? 26. O seu Deus o ensina e o instrui acerca do que há de fazer. 27. Porque a ervilhaca não se trilha com instrumento de trilhar, nem sobre os cominhos passa roda de carro; mas, com uma vara, se sacode a ervilhaca e os cominhos, com um pedaço de pau. 28. O trigo é esmiuçado, mas não se trilha continuamente, nem se esmiúça com as rodas do seu carro, nem se quebra com os seus cavalos. 29. Até isto procede do SENHOR dos Exércitos, porque é maravilhoso em conselho e grande em obra. Isaías 29 1. Ai de Ariel, da cidade de Ariel, em que Davi assentou o seu arraial! Acrescentai ano a ano, e sucedam-se as festas. 2. Contudo, porei a Ariel em aperto, e haverá pranto e tristeza; e ela será para mim como Ariel. 3. Porque te cercarei com o meu arraial, e te sitiarei com baluartes, e levantarei trincheiras contra ti. 4. Então, serás abatida, falarás de debaixo da terra, e a tua fala desde o pó sairá fraca, e será a tua voz debaixo da terra como a de um feiticeiro, e a tua fala assobiará desde o pó. 5. E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo, e a multidão dos tiranos, como a pragana que passa; em um momento repentino, isso acontecerá. 6. Do SENHOR dos Exércitos serás visitada com trovões, e com terremotos, e grande ruído, e com tufão de vento, e tempestade, e labareda de fogo consumidor. 7. E como o sonho e uma visão da noite será a multidão de todas as nações que hão de pelejar contra Ariel, como também todos os que pelejarem contra ela e contra os seus muros e a puserem em aperto. 8. Será também como o faminto que sonha que está comendo, mas, acordando, sente a sua alma vazia; ou como o sequioso que sonha que está bebendo, mas, acordando, eis que ainda desfalecido se acha, e a sua alma, com sede; assim será toda a multidão das nações que pelejarem contra o monte Sião. 9. Tardai, e maravilhai-vos, e folgai, e clamai; bêbados estão, mas não de vinho; andam titubeando, mas não de bebida forte. 10. Porque o SENHOR derramou sobre vós um espírito de profundo sono e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou os vossos líderes, os videntes. 11. Pelo que toda visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora, lê isto; e ele dirá: Não posso, porque está selado. 12. Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora, lê isto; e ele dirá: Não sei ler. 13. Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído; 14. eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa no meio deste povo; uma obra maravilhosa e um assombro, porque a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus prudentes se esconderá. 15. Ai dos que querem esconder profundamente o seu propósito do SENHOR! Fazem as suas obras às escuras e dizem: Quem nos vê? E quem nos conhece? 16. Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe. 17. Porventura, não se converterá o Líbano, em um breve momento, em campo fértil? E o campo fértil não se reputará por um bosque? 18. E, naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro, e, dentre a escuridão e dentre as trevas, as verão os olhos dos cegos. 19. E os mansos terão regozijo sobre regozijo no SENHOR; e os necessitados entre os homens se alegrarão no Santo de Israel. 20. Porque o tirano é reduzido a nada, e se consome o escarnecedor, e todos os que se dão a iniqüidade são desarraigados, 21. os que fazem culpado ao homem em uma causa, os que armam laços ao que repreende na porta e os que põem de parte o justo, sem motivo. 22. Portanto, assim diz o SENHOR, que remiu a Abraão, acerca da casa de Jacó: Jacó não será, agora, envergonhado, nem, agora, se descorará a sua face. 23. Mas, quando vir a seus filhos a obra das minhas mãos, no meio dele, santificarão o meu nome, e santificarão o Santo de Jacó, e temerão ao Deus de Israel. 24. E os errados de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores aprenderão doutrina. Isaías 30 1. Ai dos filhos rebeldes, diz o SENHOR, que tomaram conselho, mas não de mim! E que se cobriram com uma cobertura, mas não do meu Espírito, para acrescentarem pecado a pecado! 2. Que descem ao Egito, sem perguntarem à minha boca, para se fortificarem com a força de Faraó e para confiarem na sombra do Egito! 3. Porque a força de Faraó se vos tornará em vergonha, e a confiança na sombra do Egito, em confusão. 4. Porque os seus príncipes estão em Zoã, e os seus embaixadores chegaram a Hanes. 5. Eles se envergonharão de um povo que de nada lhe servirá, nem de ajuda, nem de proveito; antes, de vergonha e de opróbrio. 6. Peso dos animais do Sul. Para a terra de aflição e de angústia (donde vem a leoa, o leão, o basilisco e a áspide ardente voadora) levarão às costas de jumentinhos as suas fazendas, e sobre as corcovas de camelos, os seus tesouros a um povo que de nada lhes aproveitará. 7. Porque o Egito os ajudará em vão e para nenhum fim; pelo que clamei acerca disto: No estarem quietos, estará a sua força. 8. Vai, pois, agora, escreve isto em uma tábua perante eles e aponta-o em um livro; para que fique escrito para o tempo vindouro, para sempre e perpetuamente. 9. Porque povo rebelde é este, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do SENHOR; 10. que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis e tende para nós enganadoras lisonjas; 11. desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que deixe de estar o Santo de Israel perante nós. 12. Pelo que assim diz o Santo de Israel: Visto que rejeitais esta palavra, e confiais na opressão e na perversidade, e sobre isso vos estribais, 13. por isso, esta maldade vos será como a parede fendida, que já forma barriga desde o mais alto sítio, e cuja queda virá subitamente, em um momento. 14. E ele o quebrará como se quebra o vaso do oleiro e, quebrando-o, não se compadecerá; não se achará entre os seus pedaços um que sirva para tomar fogo do lar ou tirar água da poça. 15. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em repousardes, estaria a vossa salvação; no sossego e na confiança, estaria a vossa força, mas não a quisestes. 16. Mas dizeis: Não; antes, sobre cavalos fugiremos; portanto, fugireis; e: Sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; por isso, os vossos perseguidores serão ligeiros. 17. Mil homens fugirão ao grito de um e, ao grito de cinco, todos vós fugireis, até que sejais deixados como o mastro no cume do monte e como a bandeira no outeiro. 18. Por isso, o SENHOR esperará para ter misericórdia de vós; e, por isso, será exalçado para se compadecer de vós, porque o SENHOR é um Deus de eqüidade. Bem-aventurados todos os que nele esperam. 19. Porque o povo habitará em Sião, em Jerusalém; não chorarás mais; certamente, se compadecerá de ti, à voz do teu clamor; e, ouvindo-a, te responderá. 20. Bem vos dará o Senhor pão de angústia e água de aperto, mas os teus instruidores nunca mais fugirão de ti, como voando com asas; antes, os teus olhos verão a todos os teus mestres. 21. E os teus ouvidos ouvirão a palavra que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda. 22. E terás por contaminadas as coberturas das tuas esculturas de prata e a coberta das tuas esculturas fundidas de ouro; e as lançarás fora como um pano imundo e dirás a cada uma delas: Fora daqui! 23. Então, te dará chuva sobre a semente com que semeares a terra, como também pão da novidade da terra; e esta será fértil e cheia; naquele dia, o teu gado pastará em lugares largos de pasto. 24. E os bois e os jumentinhos que lavram a terra comerão grão puro, que for padejado com a pá e cirandado com a ciranda. 25. E haverá, em todo monte alto e em todo outeiro elevado, ribeiros e correntes de águas, no dia da grande matança, quando caírem as torres. 26. E será a luz da lua como a luz do sol, e a luz do sol, sete vezes maior, como a luz de sete dias, no dia em que o SENHOR ligar a quebradura do seu povo e curar a chaga da sua ferida. 27. Eis que o nome do SENHOR vem de longe ardendo na sua ira e lançando espessa fumaça; os seus lábios estão cheios de indignação, e a sua língua é como um fogo consumidor; 28. e a sua respiração é como o ribeiro trasbordando, que chega até ao pescoço, para peneirar as nações com peneira de vaidade; e um freio de fazer errar estará nas queixadas dos povos. 29. Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquela que sai tocando pífano, para vir ao monte do SENHOR, à Rocha de Israel. 30. E o SENHOR fará ouvir a glória da sua voz e fará ver o abaixamento do seu braço, com indignação de ira, e a labareda do seu fogo consumidor, e raios, e dilúvio, e pedra de saraiva. 31. Porque, com a voz do SENHOR, será desfeita em pedaços a Assíria, que feriu com a vara. 32. E, a cada pancada do bordão do juízo que o SENHOR der, haverá tamboris e harpas; e, com combates de agitação, combaterá contra eles. 33. Porque uma fogueira está preparada desde ontem, sim, está preparada para o rei; ele a fez profunda e larga; a sua pilha é fogo e tem muita lenha; o assopro do SENHOR como torrente de enxofre a acenderá. Isaías 31 1. Ai dos que descem ao Egito a buscar socorro e se estribam em cavalos! Têm confiança em carros, porque são muitos, e nos cavaleiros, porque são poderosíssimos; e não atentam para o Santo de Israel e não buscam ao SENHOR. 2. Todavia, também ele é sábio, e fará vir o mal, e não retirará as suas palavras; ele se levantará contra a casa dos malfeitores e contra a ajuda dos que praticam a iniqüidade. 3. Porque os egípcios são homens e não Deus; e os seus cavalos, carne e não espírito; e, quando o SENHOR estender a mão, todos cairão por terra, tanto o auxiliador como o ajudado, e todos juntamente serão consumidos. 4. Porque assim me disse o SENHOR: Como o leão e o filhote do leão rugem sobre a sua presa, ainda que se convoque contra eles uma multidão de pastores, e não se espantam das suas vozes, nem se abatem pela sua multidão, assim o SENHOR dos Exércitos descerá para pelejar pelo monte Sião e pelo seu outeiro. 5. Como as aves voam, assim o SENHOR dos Exércitos amparará a Jerusalém; ele a amparará, e a livrará, e, passando, a salvará. 6. Convertei-vos, pois, àquele contra quem os filhos de Israel se rebelaram tão profundamente. 7. Porque, naquele dia, cada um lançará fora os seus ídolos de prata e os seus ídolos de ouro, que fabricaram as vossas mãos para pecardes. 8. E a Assíria cairá pela espada e não por varão; e a espada, não de homem, a consumirá; e fugirá perante a espada, e os seus jovens serão derrotados. 9. E, de medo, passará a sua rocha de refúgio, e os seus príncipes desertarão a bandeira, diz o SENHOR, cujo fogo está em Sião e cuja fornalha, em Jerusalém. Isaías 32 1. Reinará um rei com justiça, e dominarão os príncipes segundo o juízo. 2. E será aquele varão como um esconderijo contra o vento, e como um refúgio contra a tempestade, e como ribeiros de águas em lugares secos, e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta. 3. E os olhos dos que vêem não olharão para trás; e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos. 4. E o coração dos imprudentes entenderá a sabedoria; e a língua dos gagos estará pronta para falar distintamente. 5. Ao louco nunca mais se chamará nobre; e do avarento nunca mais se dirá que é generoso. 6. Porque o louco fala loucamente, e o seu coração pratica a iniqüidade, para usar de hipocrisia, e para proferir erros contra o SENHOR, e para deixar vazia a alma do faminto, e para fazer com que o sedento venha a ter falta de bebida. 7. Também todos os instrumentos do avarento são maus; ele maquina invenções malignas, para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o pobre chega a falar retamente. 8. Mas o nobre projeta coisas nobres e, pela nobreza, está em pé. 9. Levantai-vos, mulheres que estais em repouso, e ouvi a minha voz; e vós, filhas que estais tão seguras, inclinai os ouvidos às minhas palavras. 10. Porque daqui a um ano e dias vireis a ser turbadas, ó mulheres que estais tão seguras; porque a vindima se acabará, e a colheita não virá. 11. Tremei, mulheres que estais em repouso, e turbai-vos, vós que estais tão seguras; despi-vos, e ponde-vos nuas, e cingi com panos de saco os vossos lombos. 12. Feri os peitos sobre os campos desejáveis e sobre as vides frutuosas. 13. Sobre a terra do meu povo virão espinheiros e sarças, como também sobre todas as casas de alegria, na cidade que anda pulando de prazer. 14. Porque o palácio será abandonado, o ruído da cidade cessará; Ofel e as torres da guarda servirão de cavernas eternamente, para alegria dos jumentos monteses e para pasto dos gados, 15. até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em campo fértil, e o campo fértil será reputado por um bosque. 16. E o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no campo fértil. 17. E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança, para sempre. 18. E o meu povo habitará em morada de paz, e em moradas bem seguras, e em lugares quietos de descanso, 19. ainda que caia saraiva, e caia o bosque, e a cidade seja inteiramente abatida. 20. Bem-aventurados vós, que semeais sobre todas as águas e que dais liberdade ao pé do boi e do jumento. Isaías 33 1. Ai de ti despojador que não foste despojado e que ages perfidamente contra os que não agiram perfidamente contra ti! Acabando tu de despojar, serás despojado; e, acabando tu de tratar perfidamente, perfidamente te tratarão. 2. SENHOR, tem misericórdia de nós! Por ti temos esperado; sê tu o nosso braço cada manhã, como também a nossa salvação em tempos de tribulação. 3. Ao ruído do tumulto, fugirão os povos; à tua exaltação as nações serão dispersas. 4. Então, ajuntar-se-á o vosso despojo como se apanha o pulgão; como os gafanhotos saltam, ali saltará. 5. O SENHOR é exalçado, pois habita nas alturas; encheu a Sião de retidão e de justiça. 6. E haverá estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e ciência; e o temor do SENHOR será o seu tesouro. 7. Eis que os seus embaixadores estão clamando de fora; e os mensageiros de paz estão chorando amargamente. 8. As estradas estão desoladas, cessam os que passam pelas veredas; ele rompeu a aliança, desprezou as cidades e a homem nenhum estima. 9. A terra geme e pranteia, o Líbano se envergonha e se murcha, Sarom se tornou como um deserto, Basã e Carmelo foram sacudidos. 10. Agora, me levantarei, diz o SENHOR; agora, me levantarei a mim mesmo; agora, serei exaltado. 11. Concebestes palha, produzireis pragana, e o vosso espírito vos devorará como fogo. 12. E os povos serão como os incêndios de cal, como espinhos cortados arderão no fogo. 13. Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós que estais vizinhos, conhecei o meu poder. 14. Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? 15. O que anda em justiça e que fala com retidão, que arremessa para longe de si o ganho de opressões, que sacode das suas mãos todo o presente; que tapa os ouvidos para não ouvir falar de sangue e fecha os olhos para não ver o mal, 16. este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, e as suas águas serão certas. 17. Os teus olhos verão o Rei na sua formosura e verão a terra que está longe. 18. O teu coração considerará em assombro, dizendo: Onde está o escrivão? Onde está o pagador? Onde está o que conta as torres? 19. Não verás mais aquele povo cruel, povo de fala tão profunda, que não se pode perceber, e de língua tão estranha, que não se pode entender. 20. Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação quieta, tenda que não será derribada, cujas estacas nunca serão arrancadas, e das suas cordas nenhuma se quebrará. 21. Mas o SENHOR ali nos será grandioso, lugar de rios e correntes largas; barco nenhum de remo passará por eles, nem navio grande navegará por eles. 22. Porque o SENHOR é o nosso Juíz; o SENHOR é o nosso Legislador; o SENHOR é o nosso Rei; ele nos salvará. 23. As tuas cordas estão frouxas; não puderam ter firme o seu mastro, e vela não estenderam; então, a presa de abundantes despojos se repartirá; e até os coxos roubarão a presa. 24. E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniqüidade. Isaías 34 1. Chegai-vos, nações, para ouvir; e vós, povos, escutai; ouça a terra, e a sua plenitude, o mundo e tudo quanto produz. 2. Porque a indignação do SENHOR está sobre todas as nações, e o seu furor sobre todo o exército delas; ele as destruiu totalmente, entregou-as à matança. 3. E os mortos serão arremessados, e do seu corpo subirá o mau cheiro; e com o seu sangue os montes se derreterão. 4. E todo o exército dos céus se gastará, e os céus se enrolarão como um livro, e todo o seu exército cairá como cai a folha da vide e como cai o figo da figueira. 5. Porque a minha espada se embriagou nos céus; eis que sobre Edom descerá e sobre o povo do meu anátema, para exercer juízo. 6. A espada do SENHOR está cheia de sangue, está cheia da gordura de sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque o SENHOR tem sacrifício em Bozra e grande matança na terra de Edom. 7. E os unicórnios descerão com eles, e os bezerros, com os touros; e a sua terra beberá sangue até se fartar, e o seu pó de gordura se encherá. 8. Porque será o dia da vingança do SENHOR, ano de retribuições, pela luta de Sião. 9. E os seus ribeiros se transformarão em pez, e o seu pó, em enxofre, e a sua terra, em pez ardente. 10. Nem de noite nem de dia, se apagará; para sempre a sua fumaça subirá; de geração em geração será assolada, e de século em século ninguém passará por ela. 11. Mas o pelicano e a coruja a possuirão, e o bufo e o corvo habitarão nela, e ele estenderá sobre ela cordel de confusão e nível de vaidade. 12. Eles chamarão ao reino os seus nobres, mas nenhum haverá, e todos os seus príncipes não serão coisa nenhuma. 13. E, nos seus palácios, crescerão espinhos, urtigas e cardos nas suas fortalezas; e será uma habitação de dragões e sala para os filhos do avestruz. 14. E os cães bravos se encontrarão com os gatos bravos; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e os animais noturnos ali pousarão e acharão lugar de repouso para si. 15. Ali, se aninhará a mélroa, e porá os seus ovos, e tirará os seus filhotes, e os recolherá debaixo da sua sombra; também ali os abutres se ajuntarão uns com os outros. 16. Buscai no livro do SENHOR e lede; nenhuma dessas coisas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a sua própria boca o ordenou, e o seu espírito mesmo as ajuntará. 17. Porque ele mesmo lançou as sortes por eles, e a sua mão lhes repartiu a terra com o cordel; para sempre a possuirão, de geração em geração habitarão nela. Isaías 35 1. O deserto e os lugares secos se alegrarão com isso; e o ermo exultará e florescerá como a rosa. 2. Abundantemente florescerá e também regorgitará de alegria e exultará; a glória do Líbano se lhe deu, bem como a excelência do Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do SENHOR, a excelência do nosso Deus. 3. Confortai as mãos fracas e fortalecei os joelhos trementes. 4. Dizei aos turbados de coração: Esforçai-vos e não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará. 5. Então, os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. 6. Então, os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará, porque águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo. 7. E a terra seca se transformará em tanques, e a terra sedenta, em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos. 8. E ali haverá um alto caminho, um caminho que se chamará O Caminho Santo; o imundo não passará por ele, mas será para o povo de Deus; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão. 9. Ali, não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; mas os remidos andarão por ele. 10. E os resgatados do SENHOR voltarão e virão a Sião com júbilo; e alegria eterna haverá sobre a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido. Isaías 36 1. E aconteceu, no ano décimo-quarto do rei Ezequias, que Senaqueribe, rei da Assíria, subiu contra todas as cidades fortes de Judá e as tomou. 2. Então, o rei da Assíria enviou Rabsaqué, desde Laquis a Jerusalém, ao rei Ezequias com um grande exército; e ele parou junto ao cano do tanque mais alto, junto ao caminho do campo do lavandeiro. 3. Então, saiu a ele Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o chanceler. 4. E Rabsaqué lhes disse: Ora, dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei da Assíria: Que confiança é esta que tu manifestas? 5. Bem posso eu dizer: teu conselho e poder para a guerra são apenas vãs palavras; em quem, pois, agora, confias, que contra mim te rebelas? 6. Eis que confias naquele bordão de cana quebrada, a saber, no Egito, que, se alguém se apoiar nele, lhe entrará pela mão e lha furará; assim é Faraó, rei do Egito, para com todos os que nele confiam. 7. Mas, se me disseres: No SENHOR, nosso Deus, confiamos, porventura, não é esse aquele cujos altos e cujos altares Ezequias tirou e disse a Judá e a Jerusalém: Perante este altar vos inclinareis? 8. Ora, pois, dá, agora, reféns ao meu senhor, o rei da Assíria, e dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles. 9. Como, não podendo tu voltar o rosto a um só príncipe dos mínimos servos do meu senhor, confias no Egito, por causa dos carros e cavaleiros? 10. E subi eu, agora, sem o SENHOR contra esta terra, para destruí-la? O SENHOR mesmo me disse: Sobe contra esta terra e destrói-a. 11. Então, disse Eliaquim, e Sebna, e Joá a Rabsaqué: Pedimos- te que fales aos teus servos em siríaco, porque bem o entendemos, e não nos fales em judaico, aos ouvidos do povo que está sobre os muros. 12. Mas Rabsaqué disse: Porventura, mandou-me o meu senhor só ao teu senhor e a ti, para dizer estas palavras? E não, antes, aos homens que estão assentados sobre os muros, para que comam convosco o seu esterco e bebam a sua urina? 13. Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do grande rei, do rei da Assíria. 14. Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias, porque não vos poderá livrar. 15. Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no SENHOR, dizendo: Infalivelmente, nos livrará o SENHOR, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria. 16. Não deis ouvidos a Ezequias, porque assim diz o rei da Assíria: Aliai-vos comigo e saí a mim, e coma cada um da sua vide e da sua figueira e beba cada um da água da sua cisterna, 17. até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas. 18. Não vos engane Ezequias, dizendo: O SENHOR nos livrará. Porventura, os deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da Assíria? 19. Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? Onde estão os deuses de Sefarvaim? Porventura, livraram eles a Samaria das minhas mãos? 20. Quais são eles, dentre todos os deuses desses países, os que livraram a sua terra das minhas mãos, para que o SENHOR livrasse a Jerusalém das minhas mãos? 21. Mas eles calaram-se e não lhe responderam palavra, porque havia mandado do rei, dizendo: Não lhe respondereis. 22. Então, Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o chanceler, vieram a Ezequias com as vestes rasgadas e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué. Isaías 37 1. E aconteceu que, tendo ouvido isso o rei Ezequias, rasgou as suas vestes, e se cobriu de saco de pano grosseiro, e entrou na Casa do SENHOR. 2. E o rei enviou a Eliaquim, o mordomo, e a Sebna, o escrivão, e aos anciãos dos sacerdotes, cobertos de sacos de pano grosseiro, a Isaías, filho de Amoz, o profeta. 3. E disseram-lhe: Assim diz Ezequias: Este dia é dia de angústia, e de vitupérios, e de blasfêmias, porque chegados são os filhos ao parto, e força não há para os dar à luz. 4. Porventura, o SENHOR, teu Deus, terá ouvido as palavras de Rabsaqué, a quem enviou o rei da Assíria, seu amo, para afrontar o Deus vivo e para o vituperar com as palavras que o SENHOR, teu Deus, tem ouvido; faze oração pelo resto que ficou. 5. E os servos do rei Ezequias vieram a Isaías. 6. E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso amo: Assim diz o SENHOR: Não temas à vista das palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria de mim blasfemaram. 7. Eis que porei nele um espírito, e ele ouvirá um rumor e voltará para a sua terra; e fá-lo-ei cair morto à espada, na sua terra. 8. Voltou, pois, Rabsaqué e achou o rei da Assíria pelejando contra Libna; porque ouvira que já se havia retirado de Laquis. 9. E ouviu dizer que Tiraca, rei da Etiópia, tinha saído para lhe fazer guerra. Assim que ouviu isso, enviou mensageiros a Ezequias, dizendo: 10. Assim falareis a Ezequias, rei de Judá, dizendo: Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue nas mãos do rei da Assíria. 11. Eis que já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a todas as terras, destruindo-as totalmente; e escaparias tu? 12. Porventura, as livraram os deuses das nações que meus pais destruíram: Gozã, e Harã, e Rezefe, e os filhos de Éden, que estavam em Telassar? 13. Onde está o rei de Hamate, e o rei de Arpade, e o rei das cidades de Sefarvaim, Hena e Iva? 14. Recebendo, pois, Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros e lendo-as, subiu à Casa do SENHOR; e Ezequias as estendeu perante o SENHOR. 15. E orou Ezequias ao SENHOR, dizendo: 16. Ó SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, que habitas entre os querubins; tu és o Deus, tu somente, de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. 17. Inclina, ó SENHOR, os ouvidos e ouve; abre, SENHOR, os olhos e olha; e ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele mandou para afrontar o Deus vivo. 18. Verdade é, SENHOR, que os reis da Assíria assolaram todos os países e suas terras. 19. E lançaram no fogo os seus deuses; porque deuses não eram, senão obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso, os destruíram. 20. Agora, pois, ó SENHOR, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra conheçam que só tu és o SENHOR. 21. Então, Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Quanto ao que me pediste acerca de Senaqueribe, rei da Assíria, 22. esta é a palavra que o SENHOR falou a respeito dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza e de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti. 23. A quem afrontaste e de quem blasfemaste? E contra quem alçaste a voz e ergueste os olhos ao alto? Contra o Santo de Israel! 24. Por meio de teus servos, afrontaste o Senhor e disseste: Com a multidão dos meus carros subi eu aos cumes dos montes, aos últimos recessos do Líbano; e cortarei os seus altos cedros e as suas faias escolhidas e entrarei no seu cume mais elevado, no bosque do seu campo fértil. 25. Eu cavei e bebi as águas; e, com a planta de meus pés, sequei todos os rios do Egito. 26. Porventura, não ouviste que já muito antes eu fiz isso e que já desde os dias antigos o tinha pensado? Agora, porém, se cumpre, e eu quis que fosses tu que destruísses as cidades fortes e as reduzisses a montões assolados. 27. Por isso, os seus moradores, com as mãos caídas, andaram atemorizados e envergonhados; eram como a erva do campo, e a erva verde, e o feno dos telhados, e o trigo queimado antes do crescimento. 28. Mas eu conheço o teu assentar, e o teu sair, e o teu entrar, e o teu furor contra mim. 29. Por causa da tua raiva contra mim e porque a tua arrogância subiu até aos meus ouvidos, eis que porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio, nos teus lábios e te farei voltar pelo caminho por onde vieste. 30. E isto te será por sinal: este ano se comerá o que espontaneamente nascer e, no segundo ano, o que daí proceder; mas, no terceiro ano, semeai, e segai, e plantai vinhas, e comei os frutos delas. 31. Porque o que escapou da casa de Judá e ficou de resto tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto para cima. 32. Porque de Jerusalém sairá o restante, e, do monte Sião, o que escapou; o zelo do SENHOR dos Exércitos fará isso. 33. Pelo que assim diz o SENHOR acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco virá perante ela com escudo, ou levantará contra ela tranqueira. 34. Pelo caminho por onde vier, por esse voltará; mas nesta cidade não entrará, diz o SENHOR. 35. Porque eu ampararei esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo Davi. 36. Então, saiu o Anjo do SENHOR e feriu, no arraial dos assírios, a cento e oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram pela manhã cedo, eis que tudo eram corpos mortos. 37. Assim, Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou, e se foi, e voltou, e ficou em Nínive. 38. E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; e eles fugiram para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar. Isaías 38 1. Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; e veio a ele Isaías, filho de Amoz, o profeta, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás. 2. Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR. 3. E disse: Ah! SENHOR, lembra-te, peço-te, de que andei diante de ti em verdade e com coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. 4. Então, veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo: 5. Vai e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos. 6. E livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti, e a esta cidade; eu defenderei esta cidade. 7. E isto te será da parte do SENHOR como sinal de que o SENHOR cumprirá esta palavra que falou: 8. eis que farei que a sombra dos graus, que passou com o sol pelos graus do relógio de Acaz, volte dez graus atrás. Assim, recuou o sol dez graus pelos graus que já tinha andado. 9. Cântico de Ezequias, rei de Judá, de quando adoeceu e sarou de sua enfermidade. 10. Eu disse: na tranqüilidade de meus dias, ir-me-ei às portas da sepultura; já estou privado do resto de meus anos. 11. Eu disse: já não verei mais ao SENHOR na terra dos viventes; jamais verei o homem com os moradores do mundo. 12. O tempo da minha vida se foi e foi removido de mim, como choça de pastor; cortei como tecelão a minha vida; como que do tear me cortará; desde a manhã até à noite, me acabarás. 13. Eu sosseguei até à madrugada; como um leão, quebrou todos os meus ossos; desde a manhã até à noite, me acabarás. 14. Como o grou ou a andorinha, assim eu chilreava e gemia como a pomba; alçava os olhos ao alto; ó Senhor, ando oprimido! Fica por meu fiador. 15. Que direi? Como mo prometeu, assim o fez; assim, passarei mansamente por todos os meus anos, por causa da amargura da minha alma. 16. Senhor, com estas coisas se vive, e em todas elas está a vida do meu espírito; portanto, cura-me e faze-me viver. 17. Eis que, para minha paz, eu estive em grande amargura; tu, porém, tão amorosamente abraçaste a minha alma, que não caiu na cova da corrupção, porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados. 18. Porque não pode louvar-te a sepultura, nem a morte glorificar-te; nem esperarão em tua verdade os que descem à cova. 19. Os vivos, os vivos, esses te louvarão, como eu hoje faço; o pai aos filhos fará notória a tua verdade. 20. O SENHOR veio salvar-me; pelo que, tangendo eu meus instrumentos, nós o louvaremos todos os dias de nossa vida na Casa do SENHOR. 21. E dissera Isaías: Tomem uma pasta de figos e a ponham como emplasto sobre a chaga; e sarará. 22. Também dissera Ezequias: Qual será o sinal de que hei de subir à Casa do SENHOR? Isaías 39 1. Naquele tempo, enviou Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, cartas e um presente a Ezequias, porque tinha ouvido dizer que havia estado doente e que já tinha convalescido. 2. E Ezequias se alegrou com eles e lhes mostrou a casa do seu tesouro, e a prata, e o ouro, e as especiarias, e os melhores ungüentos, e toda a sua casa de armas, e tudo quanto se achava nos seus tesouros; coisa nenhuma houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias lhes não mostrasse. 3. Então, o profeta Isaías veio ao rei Ezequias e lhe disse: Que foi que aqueles homens disseram e donde vieram a ti? E disse Ezequias: De uma terra remota vieram a mim, da Babilônia. 4. E disse ele: Que foi que viram em tua casa? E disse Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu deixasse de lhes mostrar. 5. Então, disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do SENHOR dos Exércitos: 6. Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o SENHOR. 7. E dos teus filhos, que procederem de ti e tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da Babilônia. 8. Então, disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do SENHOR que disseste. Disse mais: Porque haverá paz e verdade em meus dias. Isaías 40 1. Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. 2. Falai benignamente a Jerusalém e bradai-lhe que já a sua servidão é acabada, que a sua iniqüidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do SENHOR, por todos os seus pecados. 3. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. 4. Todo vale será exaltado, e todo monte e todo outeiro serão abatidos; e o que está torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará. 5. E a glória do SENHOR se manifestará, e toda carne juntamente verá que foi a boca do SENHOR que disse isso. 6. Voz que diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda carne é erva, e toda a sua beleza, como as flores do campo. 7. Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do SENHOR. Na verdade, o povo é erva. 8. Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente. 9. Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus. 10. Eis que o Senhor JEOVÁ virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele, e o seu salário, diante da sua face. 11. Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente. 12. Quem mediu com o seu punho as águas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu em uma medida o pó da terra, e pesou os montes e os outeiros em balanças? 13. Quem guiou o Espírito do SENHOR? E que conselheiro o ensinou? 14. Com quem tomou conselho, para que lhe desse entendimento, e lhe mostrasse as veredas do juízo, e lhe ensinasse sabedoria, e lhe fizesse notório o caminho da ciência? 15. Eis que as nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças; eis que lança por aí as ilhas como a uma coisa pequeníssima. 16. Nem todo o Líbano basta para o fogo, nem os seus animais bastam para holocaustos. 17. Todas as nações são como nada perante ele; ele considera-as menos do que nada e como uma coisa vã. 18. A quem, pois, fareis semelhante a Deus ou com que o comparareis? 19. O artífice grava a imagem, e o ourives a cobre de ouro e cadeias de prata funde para ela. 20. O empobrecido, que não pode oferecer tanto, escolhe madeira que não se corrompe; artífice sábio busca, para gravar uma imagem que se não pode mover. 21. Porventura, não sabeis? Porventura, não ouvis? Ou desde o princípio se vos não notificou isso mesmo? Ou não atentastes para os fundamentos da terra? 22. Ele é o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; ele é o que estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar; 23. o que faz voltar ao nada os príncipes e torna coisa vã os juízes da terra. 24. E não se plantam, nem se semeiam, nem se arraiga na terra o seu tronco cortado; sopra sobre eles, e secam-se; e um tufão, como pragana, os levará. 25. A quem pois me fareis semelhante, para que lhe seja semelhante? -- diz o Santo. 26. Levantai ao alto os olhos e vede quem criou estas coisas, quem produz por conta o seu exército, quem a todas chama pelo seu nome; por causa da grandeza das suas forças e pela fortaleza do seu poder, nenhuma faltará. 27. Por que, pois, dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao SENHOR, e o meu juízo passa de largo pelo meu Deus? 28. Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu entendimento. 29. Dá vigor ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. 30. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens certamente cairão. 31. Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão. Isaías 41 1. Calai-vos perante mim, ó ilhas; povos, renovai as forças e cheguai-vos, e então falai; cheguemo-nos juntos a juízo. 2. Quem suscitou do Oriente o justo e o chamou para o pé de si? Quem deu as nações à sua face e o fez dominar sobre reis? Ele os entregou à sua espada como o pó e como pragana arrebatada do vento, ao seu arco. 3. Ele persegue-os e passa em paz por uma vereda em que, com os seus pés, nunca tinha caminhado. 4. Quem operou e fez isso, chamando as gerações desde o princípio? Eu, o SENHOR, o primeiro, e com os últimos, eu mesmo. 5. As ilhas o viram e temeram; os confins da terra tremeram, aproximaram-se e vieram. 6. Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: Esforça-te! 7. E o artífice animou o ourives, e o que alisa com o martelo, ao que bate na safra, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então, com pregos o firma, para que não venha a mover-se. 8. Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi, semente de Abraão, meu amigo, 9. tu, a quem tomei desde os confins da terra e te chamei dentre os seus mais excelentes e te disse: tu és o meu servo, a ti te escolhi e não te rejeitei; 10. não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. 11. Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritaram contra ti; tornar-se-ão nada; e os que contenderem contigo perecerão. 12. Buscá-los-ás, mas não os acharás; e os que pelejarem contigo tornar-se-ão nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem contigo. 13. Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: não temas, que eu te ajudo. 14. Não temas, ó bichinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o SENHOR, e o teu Redentor é o Santo de Israel. 15. Eis que te preparei trilho novo, que tem dentes agudos; os montes trilharás e moerás; e os outeiros tornarás como a palha. 16. Tu os padejarás, e o vento os levará, e o tufão os espalhará; mas tu te alegrarás no SENHOR e te gloriarás no Santo de Israel. 17. Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o SENHOR, os ouvirei, eu, o Deus de Israel os não desampararei. 18. Abrirei rios em lugares altos e fontes, no meio dos vales; tornarei o deserto em tanques de águas e a terra seca, em mananciais. 19. Plantarei no deserto o cedro, e a árvore de sita, e a murta, e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo a faia, o olmeiro e o álamo, 20. para que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão do SENHOR fez isso, e o Santo de Israel o criou. 21. Apresentai a vossa demanda, diz o SENHOR; trazei as vossas firmes razões, diz o Rei de Jacó. 22. Tragam e anunciem-nos as coisas que hão de acontecer; anunciai- nos as coisas passadas, para que atentemos para elas e saibamos o fim delas; ou fazei-nos ouvir as coisas futuras. 23. Anunciai- nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou fazei mal, para que nos assombremos e, juntamente, o vejamos. 24. Eis que sois menos do que nada, e a vossa obra é menos do que nada; abominação é quem vos escolhe. 25. Suscito a um do Norte, e ele há de vir; desde o nascimento do sol, invocará o meu nome; e virá sobre os magistrados, como sobre o lodo; e, como o oleiro pisa o barro, assim ele os pisará. 26. Quem anunciou isso desde o princípio, para que o possamos saber; ou em outro tempo, para que digamos: Justo é? Mas não há quem anuncie, nem tampouco quem manifeste, nem tampouco quem ouça as vossas palavras. 27. Eu sou o que primeiro direi a Sião: Eis que ali estão; e a Jerusalém darei um anunciador de boas-novas. 28. E, quando olhei, ninguém havia; nem mesmo entre estes conselheiros algum havia a quem perguntasse ou que me respondesse palavra. 29. Eis que todos são vaidade; as suas obras não são coisa alguma; as suas imagens de fundição são vento e nada. Isaías 42 1. Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu Espírito sobre ele; juízo produzirá entre os gentios. 2. Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça. 3. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade, produzirá o juízo. 4. Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra o juízo; e as ilhas aguardarão a sua doutrina. 5. Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e formou a terra e a tudo quanto produz, que dá a respiração ao povo que nela está e o espírito, aos que andam nela. 6. Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por concerto do povo e para luz dos gentios; 7. para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos e do cárcere, os que jazem em trevas. 8. Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura. 9. Eis que as primeiras coisas passaram, e novas coisas eu vos anuncio, e, antes que venham à luz, vo-las faço ouvir. 10. Cantai ao SENHOR um cântico novo e o seu louvor, desde o fim da terra, vós que navegais pelo mar e tudo quanto há nele; vós, ilhas e seus habitantes. 11. Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as aldeias que Quedar habita; exultem os que habitam nas rochas e clamem do cume dos montes. 12. Dêem glória ao SENHOR e anunciem o seu louvor nas ilhas. 13. O SENHOR, como poderoso, sairá; como homem de guerra, despertará o zelo; clamará, e fará grande ruído, e sujeitará os seus inimigos. 14. Por muito tempo, me calei, estive em silêncio e me contive; mas, agora, darei gritos como a que está de parto, e a todos assolarei, e juntamente devorarei. 15. Os montes e outeiros tornarei em deserto, e toda a sua erva farei secar, e tornarei os rios em ilhas, e as lagoas secarei. 16. E guiarei os cegos por um caminho que nunca conheceram, fá-los-ei caminhar por veredas que não conheceram; tornarei as trevas em luz perante eles e as coisas tortas farei direitas. Essas coisas lhes farei e nunca os desampararei. 17. Tornarão atrás e confundir-se-ão de vergonha os que confiam em imagens de escultura e dizem às imagens de fundição: Vós sois nossos deuses. 18. Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhai, para que possais ver. 19. Quem é cego, senão o meu servo ou surdo como o meu mensageiro, a quem envio? E quem é cego como o galardoado e cego, como o servo do SENHOR? 20. Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que tenha os ouvidos abertos, nada ouve. 21. O SENHOR se agradava dele por amor da sua justiça; engrandeceu-o pela lei e o fez glorioso. 22. Mas este é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em cavernas e escondidos nas casas dos cárceres; são postos por presa, e ninguém há que os livre; por despojo, e ninguém diz: Restitui. 23. Quem há entre vós que ouça isso? Que atenda e ouça o que há de ser depois? 24. Quem entregou Jacó por despojo e Israel, aos roubadores? Porventura, não foi o SENHOR, aquele contra quem pecaram e nos caminhos do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei? 25. Pelo que derramou sobre eles a indignação da sua ira e a força da guerra e lhes pôs labaredas em redor, mas nisso não atentaram; e os queimou, mas não puseram nisso o coração. Isaías 43 1. Mas, agora, assim diz o SENHOR que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu. 2. Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. 3. Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sebá, por ti. 4. Enquanto foste precioso aos meus olhos, também foste glorificado, e eu te amei, pelo que dei os homens por ti, e os povos, pela tua alma. 5. Não temas, pois, porque estou contigo; trarei a tua semente desde o Oriente e te ajuntarei desde o Ocidente. 6. Direi ao Norte: Dá; e ao Sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra, 7. a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz. 8. Trazei o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que têm ouvidos. 9. Todas as nações se congreguem, e os povos se reúnam; quem dentre eles pode anunciar isto e fazer-nos ouvir as coisas antigas? Apresentem as suas testemunhas, para que se justifiquem, e para que se ouça, e para que se diga: Verdade é. 10. Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibas, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. 11. Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador. 12. Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus. 13. Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá? 14. Assim diz o SENHOR, teu Redentor, o Santo de Israel: Por amor de vós, enviei inimigos contra a Babilônia e a todos farei descer como fugitivos, isto é, os caldeus, nos navios com que se vangloriavam. 15. Eu sou o SENHOR, vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei. 16. Assim diz o SENHOR, o que preparou no mar um caminho e nas águas impetuosas, uma vereda; 17. o que trouxe o carro e o cavalo, o exército e a força; eles juntamente se deitaram e nunca se levantarão; estão extintos e como um pavio, se apagaram. 18. Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. 19. Eis que farei uma coisa nova, e, agora, sairá à luz; porventura, não a sabereis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo. 20. Os animais do campo me servirão, os dragões e os filhos do avestruz; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito. 21. Esse povo que formei para mim, para que me desse louvor. 22. Contudo, tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel. 23. Não me trouxeste o gado miúdo dos teus holocaustos, nem me honraste com os teus sacrifícios; não te fiz servir com ofertas, nem te fatiguei com incenso. 24. Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me encheste, mas me deste trabalho com os teus pecados e me cansaste com as tuas maldades. 25. Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados me não lembro. 26. Procura lembrar-me; entremos em juízo juntamente; apresenta as tuas razões, para que te possa justificar. 27. Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra mim. 28. Pelo que profanarei os maiorais do santuário e farei de Jacó um anátema e de Israel, um opróbrio. Isaías 44 1. Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, e tu, ó Israel, a quem escolhi. 2. Assim diz o SENHOR que te criou, e te formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas, ó Jacó, servo meu, e tu, Jesurum, a quem escolhi. 3. Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes. 4. E brotarão entre a erva, como salgueiros junto aos ribeiros das águas. 5. Este dirá: Eu sou do SENHOR; e aquele se chamará do nome de Jacó; e aquele outro escreverá com a mão: Eu sou do SENHOR; e por sobrenome tomará o nome de Israel. 6. Assim diz o SENHOR, Rei de Israel e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e fora de mim não há Deus. 7. E quem chamará como eu, e anunciará isso, e o porá em ordem perante mim, desde que ordenei um povo eterno? Este que anuncie as coisas futuras e as que ainda hão de vir. 8. Não vos assombreis, nem temais; porventura, desde então, não vo-lo fiz ouvir e não vo-lo anunciei? Porque vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não! Não há outra Rocha que eu conheça. 9. Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade, e as suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas mesmas testemunhas nada vêem, nem entendem, para que eles sejam confundidos. 10. Quem forma um deus e funde uma imagem de escultura, que é de nenhum préstimo? 11. Eis que todos os seus seguidores ficarão confundidos, pois os mesmos artífices são dentre os homens; ajuntem-se todos e levantem-se; assombrar-se-ão e serão juntamente confundidos. 12. O ferreiro faz o machado, e trabalha nas brasas, e o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço; ele tem fome, e a sua força falta, e não bebe água, e desfalece. 13. O carpinteiro estende a régua, e emprega a almagra, e aplaina com o cepilho, e marca com o compasso, e faz o seu deus à semelhança de um homem, segundo a forma de um homem, para ficar em casa. 14. Tomou para si cedros, ou toma um cipreste, ou um carvalho e esforça-se contra as árvores do bosque; planta um olmeiro, e a chuva o faz crescer. 15. Então, servirão ao homem para queimar; com isso, se aquenta e coze o pão; também faz um deus e se prostra diante dele; fabrica uma imagem de escultura e ajoelha diante dela. 16. Metade queima, com a outra metade come carne; assa-a e farta-se; também se aquenta e diz: Ora, já me aquentei, já vi o fogo. 17. Então, do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, e se inclina, e lhe dirige a sua oração, e diz: Livra-me, porquanto tu és o meu deus. 18. Nada sabem, nem entendem; porque se lhe untaram os olhos, para que não vejam, e o coração, para que não entendam. 19. E nenhum deles toma isso a peito, e já não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei, e cozi pão sobre as suas brasas, e assei sobre elas carne, e a comi; e faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ia eu ao que saiu de uma árvore? 20. Apascenta-se de cinza; o seu coração enganado o desviou, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Não há uma mentira na minha mão direita? 21. Lembra-te dessas coisas, ó Jacó, e, tu, Israel, porquanto és meu servo; eu te formei, meu servo és, ó Israel; não me esquecerei de ti. 22. Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi. 23. Cantai alegres, vós, ó céus, porque o SENHOR fez isso; exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também vós, bosques e todas as árvores em vós; porque o SENHOR remiu a Jacó e glorificou-se em Israel. 24. Assim diz o SENHOR, teu Redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o SENHOR que faço todas as coisas, que estendo os céus e espraio a terra por mim mesmo; 25. que desfaço os sinais dos inventores de mentiras e enlouqueço os adivinhos; que faço tornar atrás os sábios e transtorno a ciência deles; 26. sou eu quem confirma a palavra do seu servo e cumpre o conselho dos seus mensageiros; quem diz a Jerusalém: Tu serás habitada, e às cidades de Judá: Sereis reedificadas, e eu levantarei as suas ruínas; 27. quem diz à profundeza: Seca-te, e eu secarei os teus rios; 28. quem diz de Ciro: É meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; dizendo também a Jerusalém: Sê edificada; e ao templo: Funda-te. Isaías 45 1. Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante de sua face; eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão. 2. Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortos; quebrarei as portas de bronze e despedaçarei os ferrolhos de ferro. 3. E te darei os tesouros das escuridades e as riquezas encobertas, para que possas saber que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. 4. Por amor de meu servo Jacó e de Israel, meu eleito, eu a ti te chamarei pelo teu nome; pus-te o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses. 5. Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim, não há deus; eu te cingirei, ainda que tu me não conheças. 6. Para que se saiba desde o nascente do sol e desde o poente que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro. 7. Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas essas coisas. 8. Destilai vós, céus, dessas alturas, e as nuvens chovam justiça; abra-se a terra, e produza-se salvação, e a justiça frutifique juntamente; eu, o SENHOR, as criei. 9. Ai daquele que contende com o seu Criador, caco entre outros cacos de barro! Porventura, dirá o barro ao que o formou: Que fazes? Ou a tua obra: Não tens mãos? 10. Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? E à mulher: Que dás tu à luz? 11. Assim diz o SENHOR, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos e acerca da obra das minhas mãos. 12. Eu fiz a terra e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens. 13. Eu o despertei em justiça e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade e soltará os meus cativos não por preço nem por presentes, diz o SENHOR dos Exércitos. 14. Assim diz o SENHOR: O trabalho do Egito, e o comércio dos etíopes, e os sabeus, homens de alta estatura, se passarão para ti e serão teus; irão atrás de ti, virão em grilhões e diante de ti se prostrarão; far-te-ão as suas súplicas, dizendo: Deveras Deus está em ti, e nenhum outro deus há mais. 15. Verdadeiramente, tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador. 16. Envergonhar-se-ão e também se confundirão todos; cairão juntamente na afronta os que fabricam imagens. 17. Mas Israel é salvo pelo SENHOR, com uma eterna salvação; pelo que não sereis envergonhados, nem confundidos em todas as eternidades. 18. Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o SENHOR, e não há outro. 19. Não falei em segredo, nem em lugar algum escuro da terra; não disse à descendência de Jacó: Buscai-me em vão; eu sou o SENHOR, que falo a justiça e anuncio coisas retas. 20. Congregai-vos e vinde; chegai-vos juntos, vós que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar. 21. Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos; quem fez ouvir isso desde a antiguidade? Quem, desde então, o anunciou? Porventura, não sou eu, o SENHOR? E não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador, não há fora de mim. 22. Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro. 23. Por mim mesmo tenho jurado; saiu da minha boca a palavra de justiça e não tornará atrás: que diante de mim se dobrará todo joelho, e por mim jurará toda língua. 24. De mim se dirá: Deveras no SENHOR há justiça e força; até ele virão, mas serão envergonhados todos os que se irritarem contra ele. 25. Mas no SENHOR será justificada e se gloriará toda a descendência de Israel. Isaías 46 1. Já abatido está Bel, Nebo já se encurvou, os seus ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; as cargas dos vossos fardos são canseira para as bestas já cansadas. 2. Juntamente se encurvaram e se abateram; não puderam livrar-se da carga, mas a sua alma entrou em cativeiro. 3. Ouvi-me, ó casa de Jacó e todo o resíduo da casa de Israel; vós, a quem trouxe nos braços desde o ventre e levei desde a madre. 4. E até à velhice eu serei o mesmo e ainda até às cãs eu vos trarei; eu o fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei e vos guardarei. 5. A quem me fareis semelhante, e com quem me igualareis, e me comparareis, para que sejamos semelhantes? 6. Gastam o ouro da bolsa e pesam a prata nas balanças; assalariam o ourives, e ele faz um deus, e diante dele se prostram e se inclinam. 7. Sobre os ombros o tomam, o levam e o põem no seu lugar; ali está, do seu lugar não se move; e, se recorrem a ele, resposta nenhuma dá, nem livra ninguém da sua tribulação. 8. Lembrai-vos disso e tende ânimo; reconduzi-o ao coração, ó prevaricadores. 9. Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; 10. que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade; 11. que chamo a ave de rapina desde o Oriente e o homem do meu conselho, desde terras remotas; porque assim o disse, e assim acontecerá; eu o determinei e também o farei. 12. Ouvi-me, ó duros de coração, vós que estais longe da justiça. 13. Faço chegar a minha justiça, e não estará ao longe, e a minha salvação não tardará; mas estabelecerei em Sião a salvação e em Israel, a minha glória. Isaías 47 1. Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babilônia; assenta-te no chão; já não há trono, ó filha dos caldeus, porque nunca mais serás chamada a tenra, nem a delicada. 2. Toma a mó e mói a farinha; descobre a cabeça, descalça os pés, descobre as pernas e passa os rios. 3. A tua vergonha se descobrirá, e ver-se-á o teu opróbrio; tomarei vingança e não farei acepção de homem algum. 4. O nome do nosso Redentor é o SENHOR dos Exércitos, o Santo de Israel. 5. Assenta-te silenciosa e entra nas trevas, ó filha dos caldeus, porque nunca mais serás chamada senhora de reinos. 6. Muito me agastei contra o meu povo, tornei profana a minha herança e os entreguei nas tuas mãos; não usaste com eles de misericórdia e até sobre os velhos fizeste muito pesado o teu jugo. 7. E dizias: Eu serei senhora para sempre; até agora não tomaste estas coisas em teu coração, nem te lembraste do fim delas. 8. Agora, pois, ouve isto, tu que és dada a delícias, que habitas tão segura, que dizes no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos. 9. Mas ambas estas coisas virão sobre ti em um momento, no mesmo dia: perda de filhos e viuvez; em toda a sua força, virão sobre ti, por causa da multidão das tuas feitiçarias, por causa da abundância dos teus muitos encantamentos. 10. Porque confiaste na tua maldade e disseste: Ninguém me pode ver; a tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez desviar, e disseste no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra. 11. Pelo que sobre ti virá mal de que não saberás a origem, e tal destruição cairá sobre ti, que a não poderás afastar; porque virá sobre ti de repente tão tempestuosa desolação, que a não poderás conhecer. 12. Deixa-te estar com os teus encantamentos e com a multidão das feitiçarias em que trabalhaste desde a tua mocidade, a ver se podes tirar proveito ou se, porventura, te podes fortificar. 13. Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se, pois, agora, os agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os prognosticadores das luas novas, e salvem-te do que há de vir sobre ti. 14. Eis que serão como a pragana, o fogo os queimará; não poderão salvar a sua vida do poder da labareda; ela não será um braseiro, para se aquentarem, nem fogo, para se assentarem junto dele. 15. Assim serão para contigo aqueles com quem trabalhaste, os teus negociantes desde a tua mocidade; cada qual irá vagueando pelo seu caminho; ninguém te salvará. Isaías 48 1. Ouvi isto, casa de Jacó, que vos chamais pelo nome de Israel e saístes das águas de Judá, que jurais pelo nome do SENHOR e fazeis menção do Deus de Israel, mas não em verdade nem em justiça. 2. E até da santa cidade tomam o nome e se firmam sobre o Deus de Israel; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome. 3. As primeiras coisas, desde a antiguidade, as anunciei; sim, pronunciou-as a minha boca, e eu as fiz ouvir; apressadamente as fiz, e passaram. 4. Porque eu sabia que eras duro, e a tua cerviz, um nervo de ferro, e a tua testa, de bronze. 5. Por isso, to anunciei desde então e to fiz ouvir antes que acontecesse, para que não dissesses: O meu ídolo fez estas coisas, ou a minha imagem de escultura, ou a minha imagem de fundição as mandou. 6. Já o tens ouvido; olha bem para tudo isto; porventura, não o anunciareis? Desde agora, te faço ouvir coisas novas e ocultas, que nunca conheceste. 7. Agora, são criadas e não desde então, e antes deste dia não as ouviste, para que não digas: Eis que já eu as sabia. 8. Nem tu as ouviste, nem tu as conheceste, nem tampouco desde então foi aberto o teu ouvido, porque eu sabia que procederias muito perfidamente e que eras prevaricador desde o ventre. 9. Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e, por amor do meu louvor, me conterei para contigo, para que te não venha a cortar. 10. Eis que te purifiquei, mas não como a prata; provei-te na fornalha da aflição. 11. Por amor de mim, por amor de mim, o farei, porque como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem. 12. Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, eu o primeiro, eu também o último. 13. Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra mediu os céus a palmos; eu os chamarei, e aparecerão juntos. 14. Ajuntai-vos, todos vós, e ouvi: Quem, dentre eles, tem anunciado estas coisas? O SENHOR o amou e executará a sua vontade contra a Babilônia, e o seu braço será contra os caldeus. 15. Eu, eu o tenho dito; também já o chamei, e o farei vir, e farei próspero o seu caminho. 16. Chegai-vos a mim e ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que aquilo se fez, eu estava ali; e, agora, o Senhor JEOVÁ me enviou o seu Espírito. 17. Assim diz o SENHOR, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o SENHOR, o teu Deus, que te ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar. 18. Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! Então, seria a tua paz como o rio, e a tua justiça, como as ondas do mar. 19. Também a tua descendência seria como a areia, e os que procedem das tuas entranhas seriam tantos como os grãos da areia da praia; o seu nome nunca seria cortado, nem destruído da minha face. 20. Saí da Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com voz de júbilo, e fazei ouvir isso, e levai-o até ao fim da terra; dizei: O SENHOR remiu a seu servo Jacó. 21. E Jacó não tinha sede, quando o levava pelos desertos; fez-lhe correr água da rocha; fendendo ele as rochas, as águas manavam delas. 22. Mas os ímpios não têm paz, diz o SENHOR. Isaías 49 1. Ouvi-me, ilhas, e escutai vós, povos de longe! O SENHOR me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe, fez menção do meu nome. 2. E fez a minha boca como uma espada aguda, e, com a sombra da sua mão, me cobriu, e me pôs como uma flecha limpa, e me escondeu na sua aljava. 3. E me disse: Tu és meu servo, e Israel, aquele por quem hei de ser glorificado. 4. Mas eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia, o meu direito está perante o SENHOR, e o meu galardão, perante o meu Deus. 5. E, agora, diz o SENHOR, que me formou desde o ventre para seu servo, que eu lhe torne a trazer Jacó; mas Israel não se deixou ajuntar; contudo, aos olhos do SENHOR, serei glorificado, e o meu Deus será a minha força. 6. Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra. 7. Assim diz o SENHOR, o Redentor de Israel, o seu Santo, à alma desprezada, ao que as nações abominam, ao servo dos que dominam: Os reis o verão e se levantarão; os príncipes diante de ti se inclinarão, por amor do SENHOR, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu. 8. Assim diz o SENHOR: No tempo favorável, te ouvi e, no dia da salvação, te ajudei, e te guardarei, e te darei por concerto do povo, para restaurares a terra e lhe dares em herança as herdades assoladas; 9. para dizeres aos presos: Saí; e aos que estão em trevas: Aparecei. Eles pastarão nos caminhos e, em todos os lugares altos, terão o seu pasto. 10. Nunca terão fome nem sede, nem a calma nem o sol os afligirão, porque o que se compadece deles os guiará e os levará mansamente aos mananciais das águas. 11. E farei de todos os meus montes um caminho; e as minhas veredas serão exaltadas. 12. Eis que estes virão de longe, e eis que aqueles, do Norte e do Ocidente, e aqueles outros, da terra de Sinim. 13. Exultai, ó céus, e alegra-te tu, terra, e vós, montes, estalai de júbilo, porque o SENHOR consolou o seu povo e dos seus aflitos se compadecerá. 14. Mas Sião diz: Já me desamparou o SENHOR; o Senhor se esqueceu de mim. 15. Pode uma mulher esquecer-se tanto do filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, me não esquecerei de ti. 16. Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado; os teus muros estão continuamente perante mim. 17. Os teus filhos apressadamente virão, mas os teus destruidores e os teus assoladores sairão para fora de ti. 18. Levanta os olhos ao redor e olha; todos estes que se ajuntam vêem a ti; vivo eu, diz o SENHOR, que de todos estes te vestirás, como de um ornamento, e te cingirás deles como noiva. 19. Porque, nos teus desertos, e nos teus lugares solitários, e na tua terra destruída, te verás, agora, apertada de moradores, e os que te devoravam se afastarão para longe de ti. 20. Até mesmo os filhos da tua orfandade dirão aos teus ouvidos: Mui estreito é para mim este lugar; aparta-te de mim, para que possa habitar nele. 21. E dirás no teu coração: Quem me gerou estes? Pois eu estava desfilhada e solitária; entrara em cativeiro e me retirara; quem, então, me criou estes? Eis que eu fui deixada sozinha; e estes onde estavam? 22. Assim diz o SENHOR: Eis que levantarei a mão para as nações e, ante os povos, arvorarei a minha bandeira; então, trarão os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros. 23. E os reis serão os teus aios, e as suas princesas, as tuas amas; diante de ti, se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés, e saberás que eu sou o SENHOR e que os que confiam em mim não serão confundidos. 24. Tirar-se-ia a presa ao valente? Ou os presos justamente escapariam? 25. Mas assim diz o SENHOR: Por certo que os presos se tirarão ao valente, e a presa do tirano escapará; porque eu contenderei com os que contendem contigo e os teus filhos eu remirei. 26. E sustentarei os teus opressores com a sua própria carne, e com o seu próprio sangue se embriagarão, como com mosto; e toda carne saberá que eu sou o SENHOR, o teu Salvador e o teu Redentor, o Forte de Jacó. Isaías 50 1. Assim diz o SENHOR: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas prevaricações vossa mãe foi repudiada. 2. Por que razão vim eu, e ninguém apareceu? Chamei, e ninguém respondeu? Tanto se encolheu a minha mão, que já não possa remir? Ou não há mais força em mim para livrar? Eis que, com a minha repreensão, faço secar o mar, torno os rios em deserto, até que cheirem mal os seus peixes, pois não têm água e morrem de sede. 3. Eu visto os céus de negridão e por-lhes-ei um pano de saco grosseiro por sua cobertura. 4. O Senhor JEOVÁ me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta- me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça como aqueles que aprendem. 5. O Senhor JEOVÁ me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde; não me retiro para trás. 6. As costas dou aos que me ferem e a face, aos que me arrancam os cabelos; não escondo a face dos que me afrontam e me cospem. 7. Porque o Senhor JEOVÁ me ajuda, pelo que me não confundo; por isso, pus o rosto como um seixo e sei que não serei confundido. 8. Perto está o que me justifica; quem contenderá comigo? Compareçamos juntamente; quem é meu adversário? Chegue-se para mim. 9. Eis que o Senhor JEOVÁ me ajuda; quem há que me condene? Eis que todos eles, como vestes, se envelhecerão, e a traça os comerá. 10. Quem há entre vós que tema ao SENHOR e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas e não tiver luz nenhuma, confie no nome do SENHOR e firme-se sobre o seu Deus. 11. Todos vós que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo e entre as faíscas que acendestes; isso vos vem da minha mão, e em tormentos jazereis. Isaías 51 1. Ouvi-me, vós que seguis a justiça, que buscais ao SENHOR; olhai para a rocha de onde fostes cortados e para a caverna do poço de onde fostes cavados. 2. Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque, sendo ele só, eu o chamei, e o abençoei, e o multipliquei. 3. Porque o SENHOR consolará a Sião, e consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden e a sua solidão, como o jardim do SENHOR; gozo e alegria se acharão nela, ações de graças e voz de melodia. 4. Atendei-me, povo meu e nação minha! Inclinai os ouvidos para mim, porque de mim sairá a lei, e o meu juízo se estabelecerá como luz dos povos. 5. Perto está a minha justiça, vem saindo a minha salvação, e os meus braços julgarão os povos; as ilhas me aguardarão e no meu braço esperarão. 6. Levantai os olhos para os céus e olhai para a terra de baixo, porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se envelhecerá como uma veste, e os seus moradores morrerão como mosquitos; mas a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será quebrantada. 7. Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis pelas suas injúrias. 8. Porque a traça os roerá como a uma veste, e o bicho os comerá como à lã; mas a minha justiça durará para sempre, e a minha salvação, de geração em geração. 9. Desperta, desperta, veste-te de força, ó braço do SENHOR; desperta como nos dias passados, como nas gerações antigas; não és tu aquele que cortou em pedaços a Raabe e feriu o dragão? 10. Não és tu aquele que secou o mar, as águas do grande abismo? E que fez o caminho no fundo do mar, para que passassem os remidos? 11. Assim, voltarão os resgatados do SENHOR e virão a Sião com júbilo, e perpétua alegria haverá sobre a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão. 12. Eu, eu sou aquele que vos consola; quem pois és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que se tornará em feno? 13. E te esqueces do SENHOR, que te criou, que estendeu os céus e fundou a terra, e temes todo o dia o furor do angustiador, quando se prepara para destruir? Onde está o furor daquele que te atribulava? 14. O exilado cativo depressa será solto e não morrerá na caverna, e o seu pão lhe não faltará. 15. Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, que fende o mar, e bramem as suas ondas. SENHOR dos Exércitos é o seu nome. 16. E ponho as minhas palavras na tua boca e te cubro com a sombra da minha mão, para plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião: Tu és o meu povo. 17. Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do SENHOR o cálice do seu furor, bebeste e sorveste as fezes do cálice da vacilação. 18. De todos os filhos que teve, nenhum há que a guie mansamente; e, de todos os filhos que criou, nenhum que a tome pela mão. 19. Essas duas coisas te aconteceram; quem terá compaixão de ti? A assolação, e o quebrantamento, e a fome, e a espada! Como te consolarei? 20. Já os teus filhos desmaiaram, jazem nas entradas de todos os caminhos, como o antílope na rede; cheios estão do furor do SENHOR e da repreensão do teu Deus. 21. Pelo que, agora, ouve isto, ó opressa e embriagada, mas não de vinho: 22. Assim diz o teu Senhor, JEOVÁ, e teu Deus, que pleiteará a causa do seu povo: Eis que eu tomo da tua mão o cálice da vacilação, as fezes do cálice do meu furor; nunca mais dele beberás. 23. Mas pô-lo-ei nas mãos dos que te entristeceram, que dizem à tua alma: Abaixa-te, para que passemos sobre ti; e tu puseste as costas como chão e como caminho aos viandantes. Isaías 52 1. Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas vestes formosas, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. 2. Sacode o pó, levanta-te e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião. 3. Porque assim diz o SENHOR: Por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados. 4. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: O meu povo, em tempos passados, desceu ao Egito, para peregrinar lá, e a Assíria sem razão o oprimiu. 5. E, agora, que tenho eu aqui que fazer, diz o SENHOR, pois o meu povo foi tomado sem nenhuma razão? Os que dominam sobre ele dão uivos, diz o SENHOR; e o meu nome é blasfemado incessantemente todo o dia. 6. Portanto, o meu povo saberá o meu nome, por esta causa, naquele dia, porque eu mesmo sou o que digo: Eis-me aqui. 7. Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina! 8. Eis a voz dos teus atalaias! Eles alçam a voz, juntamente exultam, porque olho a olho verão, quando o SENHOR voltar a Sião. 9. Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém! Porque o SENHOR consolou o seu povo, remiu a Jerusalém. 10. O SENHOR desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus. 11. Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, vós que levais os utensílios do SENHOR. 12. Porque não saireis apressadamente, nem vos ireis fugindo, porque o SENHOR irá diante de vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda. 13. Eis que o meu servo operará com prudência; será engrandecido, e elevado, e mui sublime. 14. Como pasmaram muitos à vista dele, pois a sua aparência estava tão desfigurada, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura, mais do que a dos outros filhos dos homens. 15. Assim, borrifará muitas nações, e os reis fecharão a boca por causa dele, porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que eles não ouviram entenderão. Isaías 53 1. Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? 2. Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 3. Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 4. Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. 5. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. 6. Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. 7. Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. 8. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido. 9. E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca. 10. Todavia, ao SENHOR agradou o moê-lo, fazendo- o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. 11. O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. 12. Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu. Isaías 54 1. Canta alegremente, ó estéril que não deste à luz! Exulta de prazer com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto! Porque mais são os filhos da solitária do que os filhos da casada, diz o SENHOR. 2. Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas. 3. Porque trasbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas. 4. Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não serás confundida; antes, te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez. 5. Porque o teu Criador é o teu marido; SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele será chamado o Deus de toda a terra. 6. Porque o SENHOR te chamou como a uma mulher desamparada e triste de espírito; como a uma mulher da mocidade, que é desprezada, diz o teu Deus. 7. Por um pequeno momento, te deixei, mas com grande misericórdia te recolherei; 8. em grande ira, escondi a face de ti por um momento; mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o SENHOR, o teu Redentor. 9. Porque isso será para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não inundariam mais a terra; assim jurei que não me irarei mais contra ti, nem te repreenderei. 10. Porque as montanhas se desviarão e os outeiros tremerão; mas a minha benignidade não se desviará de ti, e o concerto da minha paz não mudará, diz o SENHOR, que se compadece de ti. 11. Ó oprimida, arrojada com a tormenta e desconsolada! Eis que eu porei as tuas pedras com todo o ornamento e te fundarei sobre safiras. 12. E as tuas janelas farei cristalinas e as tuas portas, de rubins, e todos os teus termos, de pedras aprazíveis. 13. E todos os teus filhos serão discípulos do SENHOR; e a paz de teus filhos será abundante. 14. Com justiça serás confirmada e estarás longe da opressão, porque já não temerás; e também do espanto, porque não chegará a ti. 15. Eis que poderão vir a juntar-se, mas não será por mim; quem se ajuntar contra ti, cairá por amor de ti. 16. Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as brasas no fogo, que produz a ferramenta para a sua obra; também criei o assolador, para destruir. 17. Toda ferramenta preparada contra ti não prosperará; e toda língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR e a sua justiça que vem de mim, diz o SENHOR. Isaías 55 1. Ó vós todos os que tendes sede, vinde às águas, e vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. 2. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. 3. Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei um concerto perpétuo, dando-vos as firmes beneficências de Davi. 4. Eis que eu o dei como testemunha aos povos, como príncipe e governador dos povos. 5. Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para ti, por amor do SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel; porque ele te glorificou. 6. Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. 7. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. 8. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR. 9. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. 10. Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, 11. assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei. 12. Porque, com alegria, saireis e, em paz, sereis guiados; os montes e os outeiros exclamarão de prazer perante a vossa face, e todas as árvores do campo baterão palmas. 13. Em lugar do espinheiro, crescerá a faia, e, em lugar da sarça, crescerá a murta; isso será para o SENHOR por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará. Isaías 56 1. Assim diz o SENHOR: Mantende o juízo e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, a manifestar-se. 2. Bem-aventurado o homem que fizer isso, e o filho do homem que lançar mão disso, que se guarda de profanar o sábado e guarda a sua mão de perpetrar algum mal. 3. E não fale o filho do estrangeiro que se houver chegado ao SENHOR, dizendo: De todo me apartará o SENHOR do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca. 4. Porque assim diz o SENHOR a respeito dos eunucos que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo que me agrada, e abraçam o meu concerto: 5. Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles que nunca se apagará. 6. E aos filhos dos estrangeiros que se chegarem ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu concerto, 7. também os levarei ao meu santo monte e os festejarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos. 8. Assim diz o Senhor JEOVÁ, que ajunta os dispersos de Israel: Ainda ajuntarei outros aos que já se ajuntaram. 9. Vós todos os animais do campo todas as feras dos bosques, vinde comer. 10. Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados e amam o tosquenejar. 11. E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte. 12. Vinde, dizem eles, traremos vinho e beberemos bebida forte; e o dia de amanhã será como este e ainda maior e mais famoso. Isaías 57 1. Perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, e os homens compassivos são retirados, sem que alguém considere que o justo é levado antes do mal. 2. Ele entrará em paz; descansarão nas suas camas os que houveram andado na sua retidão. 3. Mas chegai-vos aqui, vós, filhos da agoureira, semente de adultério e de prostituição. 4. De quem fazeis o vosso passatempo? Contra quem escancarais a boca e deitais para fora a língua? Porventura, não sois filhos da transgressão, semente da falsidade, 5. que vos esquentais com os ídolos debaixo de toda árvore verde e sacrificais os filhos nos ribeiros, nas aberturas dos penhascos? 6. Nas pedras lisas dos ribeiros, está a tua parte; estas, estas são a tua sorte; sobre elas também derramas a tua libação e lhes ofereces ofertas; contentar-me-ia eu com essas coisas? 7. Sobre os montes altos e levantados pões a tua cama; e a eles sobes para oferecer sacrifícios. 8. E detrás das portas e das ombreiras pões os teus memoriais; porque a outros, mais do que a mim, te descobres, e sobes, e alargas a tua cama, e fazes concerto com eles; amas a sua cama, onde quer que a vês. 9. E vais ao rei com óleo e multiplicas os teus perfumes; envias os teus embaixadores para longe e te abates até aos infernos. 10. Na tua comprida viagem, te cansaste; mas não dizes: Não há esperança; o que buscavas achaste; por isso, não adoeces. 11. Mas de quem tiveste receio ou temor, para que mentisses e não te lembrasses de mim, nem no teu coração me pusesses? Não é, porventura, porque eu me calo, e isso já desde muito tempo, e me não temes? 12. Eu publicarei a tua justiça e as tuas obras, mas não te aproveitarão. 13. Quando clamares, livrem-te os teus congregados; mas o vento a todos levará, e a vaidade os arrebatará; mas o que confia em mim posssuirá a terra e herdará o meu santo monte. 14. E dir-se-á: Aplainai, aplainai, preparai o caminho; tirai os tropeços do caminho do meu povo. 15. Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos. 16. Porque para sempre não contenderei, nem continuamente me indignarei; porque o espírito perante a minha face se enfraqueceria, e as almas que eu fiz. 17. Pela iniqüidade da sua avareza, me indignei e os feri; escondi-me e indignei-me; mas, rebeldes, seguiram o caminho do seu coração. 18. Eu vejo os seus caminhos e os sararei; também os guiarei e lhes tornarei a dar consolações e aos seus pranteadores. 19. Eu crio os frutos dos lábios: paz, paz, para os que estão longe e para os que estão perto, diz o SENHOR, e eu os sararei. 20. Mas os ímpios são como o mar bravo que se não pode aquietar e cujas águas lançam de si lama e lodo. 21. Os ímpios, diz o meu Deus, não têm paz. Isaías 58 1. Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados. 2. Todavia, me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos; como um povo que pratica a justiça e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se chegar a Deus, 3. dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu o não sabes? Eis que, no dia em que jejuais, achais o vosso próprio contentamento e requereis todo o vosso trabalho. 4. Eis que, para contendas e debates, jejuais e para dardes punhadas impiamente; não jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa voz no alto. 5. Seria este o jejum que eu escolheria: que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco grosseiro e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aprazível ao SENHOR? 6. Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e que despedaces todo o jugo? 7. Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne? 8. Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda. 9. Então, clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui; acontecerá isso se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo e o falar vaidade; 10. e, se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. 11. E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam. 12. E os que de ti procederem edificarão os lugares antigamente assolados; e levantarás os fundamentos de geração em geração, e chamar-te-ão reparador das roturas e restaurador de veredas para morar. 13. Se desviares o teu pé do sábado, de fazer a tua vontade no meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR digno de honra, e se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem pretendento fazer a tua própria vontade, nem falar as tuas próprias palavras, 14. então, te deleitarás no SENHOR, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai; porque a boca do SENHOR o disse. Isaías 59 1. Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir. 2. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. 3. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos, de iniqüidade; os vossos lábios falam falsamente, e a vossa língua pronuncia perversidade. 4. Ninguém há que clame pela justiça, nem ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam na vaidade e andam falando mentiras; concebem o trabalho e produzem a iniqüidade. 5. Chocam ovos de basilisco e tecem teias de aranha; aquele que comer dos ovos deles morrerá; e, apertando-os, sai deles uma víbora. 6. As suas teias não prestam para vestes, nem se poderão cobrir com as suas obras; as suas obras são obras de iniqüidade, e obra de violência há nas suas mãos. 7. Os seus pés correm para o mal e se apressam para derramarem o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade; destruição e quebrantamento há nas suas estradas. 8. Não conhecem o caminho da paz, nem há juízo nos seus passos; as suas veredas tortuosas, as fizeram para si mesmos; todo aquele que anda por elas não tem conhecimento da paz. 9. Por isso, o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão. 10. Apalpamos as paredes como cegos; sim, como os que não têm olhos, andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e nos lugares escuros somos como mortos. 11. Todos nós bramamos como ursos e continuamente gememos como pombas; esperamos o juízo, e ele não aparece; pela salvação, e ela está longe de nós. 12. Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os nossos pecados testificam contra nós; porque as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniqüidades; 13. como o prevaricar, e o mentir contra o SENHOR, e o retirarmo-nos do nosso Deus, e o falar de opressão e rebelião, e o conceber e expectorar do coração palavras de falsidade. 14. Pelo que o juízo se tornou atrás, e a justiça se pôs longe, porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar. 15. Sim, a verdade desfalece, e quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; e o SENHOR o viu, e foi mal aos seus olhos que não houvesse justiça. 16. E viu que ninguém havia e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve; 17. porque se revestiu de justiça, como de uma couraça, e pôs o elmo da salvação na sua cabeça, e tomou vestes de vingança por vestidura, e cobriu-se de zelo, como de um manto. 18. Conforme forem as obras deles, assim será a sua retribuição; furor, aos seus adversários, e recompensa, aos seus inimigos; às ilhas dará ele a sua recompensa. 19. Então, temerão o nome do SENHOR desde o poente e a sua glória, desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do SENHOR arvorará contra ele a sua bandeira. 20. E virá um Redentor a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o SENHOR. 21. Quanto a mim, este é o meu concerto com eles, diz o SENHOR: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca da tua posteridade, nem da boca da posteridade da tua posteridade, diz o SENHOR, desde agora e para todo o sempre. Isaías 60 1. Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti. 2. Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti o SENHOR virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti. 3. E as nações caminharão à tua luz, e os reis, ao resplendor que te nasceu. 4. Levanta em redor os olhos e vê; todos estes já se ajuntaram e vêm a ti; teus filhos virão de longe, e tuas filhas se criarão ao teu lado. 5. Então, o verás e serás iluminado, e o teu coração estremecerá e se alargará; porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti virão. 6. A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efa; todos virão de Sabá; ouro e incenso trarão e publicarão os louvores do SENHOR. 7. Todas as ovelhas de Quedar se congregarão junto a ti, e os carneiros de Nebaiote te servirão; com agrado subirão ao meu altar, e eu glorificarei a casa da minha glória. 8. Quem são estes que vêm voando como nuvens e como pombas, às suas janelas? 9. Certamente, as ilhas me aguardarão, e, primeiro, os navios de Társis, para trazer teus filhos de longe, a sua prata e o seu ouro com eles, na santificação do nome do SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel, porquanto te glorificou. 10. E os filhos dos estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão, porque, no meu furor, te feri, mas, na minha benignidade, tive misericórdia de ti. 11. E as tuas portas estarão abertas de contínuo: nem de dia nem de noite se fecharão, para que tragam a ti as riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis. 12. Porque a nação e o reino que te não servirem perecerão; sim, essas nações de todo serão assoladas. 13. A glória do Líbano virá a ti; a faia, o pinheiro e o buxo conjuntamente, para ornarem o lugar do meu santuário, e glorificarei o lugar em que assentam os meus pés. 14. Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; e prostrar-se-ão à planta dos teus pés todos os que te desprezaram; e chamar-te-ão a Cidade do SENHOR, a Sião do Santo de Israel. 15. Em vez do desprezo e do aborrecimento a que foste votada, de modo que ninguém passava por ti, porei em ti uma excelência perpétua, um gozo de geração em geração. 16. E mamarás o leite das nações e te alimentarás aos peitos dos reis; e saberás que eu sou o SENHOR, o teu Salvador, e o teu Redentor, e o Possante de Jacó. 17. Por cobre trarei ouro, e por ferro trarei prata, e, por madeira, bronze, e, por pedras, ferro; e farei pacíficos os teus inspetores e justos, os teus exatores. 18. Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou destruição, nos teus termos; mas aos teus muros chamarás salvação, e às tuas portas, louvor. 19. Nunca mais te servirá o sol para luz do dia, nem com o seu resplendor a lua te alumiará; mas o SENHOR será a tua luz perpétua, e o teu Deus, a tua glória. 20. Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua minguará, porque o SENHOR será a tua luz perpétua, e os dias do teu luto findarão. 21. E todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado. 22. O menor virá a ser mil, e o mínimo, um povo grandíssimo. Eu, o SENHOR, a seu tempo o farei prontamente. Isaías 61 1. O Espírito do Senhor JEOVÁ está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos; 2. a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; 3. a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, veste de louvor por espírito angustiado, a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do SENHOR, para que ele seja glorificado. 4. E edificarão os lugares antigamente assolados, e restaurarão os de antes destruidos, e renovarão as cidades assoladas, destruídas de geração em geração. 5. E haverá estrangeiros que apascentarão os vossos rebanhos, e estranhos serão os vossos lavradores e os vossos vinhateiros. 6. Mas vós sereis chamados sacerdotes do SENHOR, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis das riquezas das nações e na sua glória vos gloriareis. 7. Por vossa dupla vergonha e afronta, exultarão pela sua parte; pelo que, na sua terra, possuirão o dobro e terão perpétua alegria. 8. Porque eu, o SENHOR, amo o juízo, e aborreço a iniqüidade; eu lhes darei sua recompensa em verdade e farei um concerto eterno com eles. 9. E a sua posteridade será conhecida entre as nações, e os seus descendentes, no meio dos povos; todos quantos os virem os conhecerão como semente bendita do SENHOR. 10. Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, me cobriu com o manto de justiça, como um noivo que se adorna com atavios e como noiva que se enfeita com as suas jóias. 11. Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o horto faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor JEOVÁ fará brotar a justiça e o louvor para todas as nações. Isaías 62 1. Por amor de Sião, me não calarei e, por amor de Jerusalém, me não aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa. 2. E as nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do SENHOR nomeará. 3. E serás uma coroa de glória na mão do SENHOR e um diadema real na mão do teu Deus. 4. Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais Assolada; mas chamar-te-ão Hefzibá; e à tua terra, Beulá, porque o SENHOR se agrada de ti; e com a tua terra o SENHOR se casará. 5. Porque, como o jovem se casa com a donzela, assim teus filhos se casarão contigo; e, como o noivo se alegra com a noiva, assim se alegrará contigo o teu Deus. 6. Ó Jerusalém! Sobre os teus muros pus guardas, que todo o dia e toda a noite se não calarão; ó vós que fazeis menção do SENHOR, não haja silêncio em vós, 7. nem estejais em silêncio, até que confirme e até que ponha a Jerusalém por louvor na terra. 8. Jurou o SENHOR pela sua mão direita e pelo braço da sua força: Nunca mais darei o teu trigo por comida aos teus inimigos, nem os estranhos beberão o teu mosto, em que trabalhaste. 9. Mas os que o ajuntarem o comerão e louvarão ao SENHOR; e os que o colherem beberão nos átrios do meu santuário. 10. Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aplainai, aplainai a estrada, limpai- a das pedras; arvorai a bandeira aos povos. 11. Eis que o SENHOR fez ouvir até às extremidades da terra: Dizei à filha de Sião: Eis que a tua salvação vem; eis que com ele vem o seu galardão, e a sua obra, diante dele. 12. E chamar-lhes-ão povo santo, os remidos do SENHOR; e tu serás chamada Procurada, Cidade não desamparada. Isaías 63 1. Quem é este que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas? Este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar. 2. Por que está vermelha a tua vestidura? E as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? 3. Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém se achava comigo; e os pisei na minha ira e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura. 4. Porque o dia da vingança estava no meu coração, e o ano dos meus redimidos é chegado. 5. E olhei, e não havia quem me ajudasse; e espantei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o meu braço me trouxe a salvação, e o meu furor me susteve. 6. E pisei os povos na minha ira e os embriaguei no meu furor, e a sua força derribei por terra. 7. As benignidades do SENHOR mencionarei e os muitos louvores do SENHOR, consoante tudo o que o SENHOR nos concedeu, e a grande bondade para com a casa de Israel, que usou com eles segundo as suas misericórdias e segundo a multidão das suas benignidades. 8. Porque o Senhor dizia: Certamente, eles são meu povo, filhos que não mentirão. Assim ele foi seu Salvador. 9. Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, e os tomou, e os conduziu todos os dias da antiguidade. 10. Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo; pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles. 11. Todavia, se lembrou dos dias da antiguidade, de Moisés e do seu povo, dizendo: Onde está aquele que os fez subir do mar com os pastores do seu rebanho? Onde está aquele que pôs no meio deles o seu Espírito Santo, 12. aquele cujo braço glorioso ele fez andar à mão direita de Moisés? Que fendeu as águas diante deles, para criar um nome eterno? 13. Aquele que os guiou pelos abismos, como o cavalo, no deserto, de modo que nunca tropeçaram? 14. Como ao animal que desce aos vales, o Espírito do SENHOR lhes deu descanso; assim guiaste ao teu povo, para criares um nome glorioso. 15. Atenta desde os céus e olha desde a tua santa e gloriosa habitação. Onde estão o teu zelo e as tuas obras poderosas? A ternura das tuas entranhas e das tuas misericórdias detém-se para comigo! 16. Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão nos não conhece, e Israel não nos reconhece. Tu, ó SENHOR, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome. 17. Por que, ó SENHOR, nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos? Faz voltar, por amor dos teus servos, as tribos da tua herança. 18. Só por um pouco de tempo, foi possuída pelo teu santo povo; nossos adversários pisaram o teu santuário. 19. Tornamo-nos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste e como aqueles que nunca se chamaram pelo teu nome. Isaías 64 1. Ó! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes se escoassem diante da tua face! 2. Como quando o fogo inflama a lenha e faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, assim as nações tremessem da tua presença! 3. Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos, descias, e os montes se escoavam diante da tua face. 4. Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera. 5. S aíste ao encontro daquele que se alegrava e praticava justiça, daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos; eis que te iraste, porque pecamos; neles há eternidade, para que sejamos salvos. 6. Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas, como um vento, nos arrebatam. 7. E já ninguém há que invoque o teu nome, que desperte e te detenha; porque escondes de nós o rosto e nos fazes derreter, por causa das nossas iniqüidades. 8. Mas, agora, ó SENHOR, tu és o nosso Pai; nós, o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos. 9. Não te enfureças tanto, ó SENHOR, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade; eis, olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo. 10. As tuas santas cidades estão feitas um deserto; Sião está feita um deserto, Jerusalém está assolada. 11. A nossa santa e gloriosa casa, em que te louvavam nossos pais, foi queimada; e todas as nossas coisas mais aprazíveis se tornaram em assolação. 12. Conter-te-ias tu ainda sobre estas calamidades, ó SENHOR? Ficarias calado, e nos afligirias tanto? Isaías 65 1. Fui buscado pelos que não perguntavam por mim; fui achado por aqueles que me não buscavam; a um povo que se não chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui. 2. Estendi as mãos todo o dia a um povo rebelde, que caminha por caminho que não é bom, após os seus pensamentos; 3. povo que me irrita diante da minha face de contínuo, sacrificando em jardins e queimando incenso sobre tijolos; 4. assentando-se junto às sepulturas, e passando as noites junto aos lugares secretos, e comendo carne de porco e caldo de coisas abomináveis nos seus pratos. 5. E dizem: Retira-te, e não te chegues a mim, porque sou mais santo do que tu. Estes são uma fumaça no meu nariz, um fogo que arde todo o dia. 6. Eis que está escrito diante de mim: não me calarei; mas eu pagarei, sim, deitar-lhes-ei a recompensa no seu seio, 7. as vossas iniqüidades e juntamente as iniqüidades de vossos pais, diz o SENHOR, que queimaram incenso nos montes e me afrontaram nos outeiros; pelo que lhes tornarei a medir as suas obras antigas no seu seio. 8. Assim diz o SENHOR: Como quando se acha mosto em um cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos, para que os não destrua a todos. 9. E produzirei descendência a Jacó e a Judá, um herdeiro que possua os meus montes; e os meus eleitos herdarão a terra, e os meus servos habitarão ali. 10. E Sarom servirá de curral de ovelhas, e o vale de Acor, de lugar de repouso de gado, para o meu povo que me buscar. 11. Mas a vós que vos apartais do SENHOR, que vos esqueceis do meu santo monte, que preparais uma mesa para a Fortuna e que misturais vinho para o Destino, 12. também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à matança, porquanto chamei, e não respondestes; falei, e não ouvistes, mas fizestes o que é mal aos meus olhos e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer. 13. Pelo que assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que os meus servos comerão, mas vós padecereis fome; eis que os meus servos beberão, mas vós tereis sede; eis que os meus servos se alegrarão, mas vós vos envergonhareis; 14. eis que os meus servos cantarão por terem o seu coração alegre, mas vós gritareis com tristeza de ânimo e uivareis pelo vosso quebrantamento de espírito; 15. e deixareis o vosso nome aos meus eleitos por maldição; e o Senhor JEOVÁ vos matará; e a seus servos chamará por outro nome. 16. De sorte que aquele que se bendisser na terra será bendito no Deus da verdade; e aquele que jurar na terra jurará pelo Deus da verdade; porque já estão esquecidas as angústias passadas e estão encobertas diante dos meus olhos. 17. Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. 18. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, gozo. 19. E folgarei em Jerusalém e exultarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. 20. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. 21. E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. 22. Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice. 23. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a perturbação, porque são a semente dos benditos do SENHOR, e os seus descendentes, com eles. 24. E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. 25. O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; e o pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o SENHOR. Isaías 66 1. Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra, o escabelo dos meus pés. Que casa me edificaríeis vós? E que lugar seria o do meu descanso? 2. Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas estas coisas foram feitas, diz o SENHOR; mas eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra. 3. Aquele que mata um boi é como aquele que fere um homem; aquele que sacrifica um cordeiro, como aquele que degola um cão; aquele que oferece uma oblação, como aquele que oferece sangue de porco; aquele que queima incenso, como aquele que bendiz a um ídolo; também estes escolhem os seus próprios caminhos, e a sua alma toma prazer nas suas abominações. 4. Também eu quererei as suas ilusões, farei vir sobre eles os seus temores, porquanto clamei, e ninguém respondeu; falei, e não escutaram, mas fizeram o que é mal aos meus olhos e escolheram aquilo em que eu não tinha prazer. 5. Ouvi a palavra do SENHOR, vós que tremeis diante da sua palavra. Vossos irmãos, que vos aborrecem e que para longe vos lançam por amor do meu nome, dizem: O SENHOR seja glorificado, para que vejamos a vossa alegria! Mas eles serão confundidos. 6. Uma voz de grande rumor virá da cidade, uma voz do templo, a voz do SENHOR, que dá o pago aos seus inimigos. 7. Antes que estivesse de parto, ela deu à luz; antes que lhe viessem as dores, ela deu à luz um filho. 8. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra em um só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos. 9. Abriria eu a madre e não geraria, diz o SENHOR; geraria eu e fecharia a madre? -- diz o teu Deus. 10. Regozijai-vos com Jerusalém e alegrai-vos por ela, vós todos que a amais; enchei-vos por ela de alegria, todos que por ela pranteastes; 11. para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis e vos deleiteis com o resplendor da sua glória. 12. Porque assim diz o SENHOR: Eis que estenderei sobre ela a paz, como um rio, e a glória das nações, como um ribeiro que trasborda; então, mamareis, ao colo vos trarão e sobre os joelhos vos afagarão. 13. Como a alguém que sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados. 14. Isso vereis, e alegrar-se-á o vosso coração, e os vossos ossos reverdecerão como a erva tenra; então, a mão do SENHOR será notória aos seus servos, e ele se indignará contra os seus inimigos. 15. Porque eis que o SENHOR virá em fogo; e os seus carros, como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor e a sua repreensão, em chamas de fogo. 16. Porque, com fogo e com a sua espada, entrará o SENHOR em juízo com toda a carne; e os mortos do SENHOR serão multiplicados. 17. Os que se santificam e se purificam nos jardins uns após outros, os que comem carne de porco, e a abominação, e o rato juntamente serão consumidos, diz o SENHOR. 18. Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos! O tempo vem, em que ajuntarei todas as nações e línguas; e virão e verão a minha glória. 19. E porei entre eles um sinal e os que deles escaparem enviarei às nações, a Társis, Pul e Lude, flecheiros, a Tubal e Javã, até às ilhas de mais longe que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e anunciarão a minha glória entre as nações. 20. E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por presente ao SENHOR, sobre cavalos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários, ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o SENHOR, como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à Casa do SENHOR. 21. E também deles tomarei alguns para sacerdotes e para levitas, diz o SENHOR. 22. Porque, como os céus novos e a terra nova que hei de fazer estarão diante da minha face, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. 23. E será que, desde uma Festa da Lua Nova até à outra e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR. 24. E sairão e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror para toda a carne. Jeremias 1 1. Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim. 2. A ele veio a palavra do SENHOR, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no décimo-terceiro ano do seu reinado. 3. E lhe veio também nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, até ao fim do ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém foi levada em cativeiro no quinto mês. 4. Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 5. Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta. 6. Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança. 7. Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. 8. Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR. 9. E estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. 10. Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares. 11. Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. 12. E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir. 13. E veio a mim a palavra do SENHOR, segunda vez, dizendo: Que é que, vês? E eu disse: Vejo uma panela a ferver, cuja face está para a banda do Norte. 14. E disse-me o SENHOR: Do Norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra. 15. Porque eis que eu convoco todas as famílias dos reinos do Norte, diz o SENHOR; e virão, e cada um porá o seu trono à entrada das portas de Jerusalém, e contra todos os seus muros em redor, e contra todas as cidades de Judá. 16. E eu pronunciarei contra eles os meus juízos, por causa de toda a sua malícia; pois me deixaram a mim, e queimaram incenso a deuses estranhos, e se encurvaram diante das obras das suas mãos. 17. Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te, e dize-lhes tudo quanto eu te mandar; não desanimes diante deles, porque eu farei com que não temas na sua presença. 18. Porque eis que te ponho hoje por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze, contra toda a terra, e contra os reis de Judá, e contra os seus príncipes, e contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra. 19. E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo, diz o SENHOR, para te livrar. Jeremias 2 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o SENHOR: Lembro-me de ti, da beneficiência da tua mocidade e do amor dos teus desposórios, quando andavas após mim no deserto, numa terra que se não semeava. 3. Então, Israel era santidade para o SENHOR e era as primícias da sua novidade; todos os que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles, diz o SENHOR. 4. Ouvi a palavra do SENHOR, ó casa de Jacó e todas as famílias da casa de Israel. 5. Assim diz o SENHOR: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos? 6. E não disseram: Onde está o SENHOR, que nos fez subir da terra do Egito? Que nos guiou através do deserto, por uma terra de ermos e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de morte, por uma terra em que ninguém transitava, e na qual não morava homem algum. 7. E eu vos introduzi numa terra fértil, para comerdes o seu fruto e o seu bem; mas, quando nela entrastes, contaminastes a minha terra e da minha herança fizestes uma abominação. 8. Os sacerdotes não disseram: Onde está o SENHOR? E os que tratavam da lei não me conheceram, e os pastores prevaricaram contra mim, e os profetas profetizaram por Baal e andaram após o que é de nenhum proveito. 9. Portanto, ainda pleitearei convosco, diz o SENHOR; e até com os filhos de vossos filhos pleitearei. 10. Porquanto, passai às ilhas de Quitim e vede; e enviai a Quedar, e atentai bem, e vede se sucedeu coisa semelhante. 11. Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito. 12. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o SENHOR. 13. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas. 14. Acaso é Israel um servo? Ou um escravo nascido em casa? Por que, pois, veio a ser presa? 15. Os filhos de leão bramaram sobre ele e levantaram a sua voz; e puseram a sua terra em assolação; as suas cidades se queimaram, e ninguém habita nelas. 16. Até os filhos de Nofa e de Tafnes te quebraram o alto da cabeça. 17. Porventura, não procuras isso para ti mesmo, deixando o SENHOR, teu Deus, no tempo em que ele te guia pelo caminho? 18. Agora, pois, que te importa a ti o caminho do Egito, para beberes as águas de Sior? E que te importa a ti o caminho da Assíria, para beberes as águas do rio? 19. A tua malícia te castigará, e as tuas apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que mau e quão amargo é deixares ao SENHOR, teu Deus, e não teres o meu temor contigo, diz o Senhor JEOVÁ dos Exércitos. 20. Quando eu já há muito quebrava o teu jugo e rompia as tuas algemas, dizias tu: Nunca mais transgredirei; contudo, em todo outeiro alto e debaixo de toda árvore verde te andas encurvando e corrompendo. 21. Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, de vide estranha? 22. Pelo que, ainda que te laves com salitre e amontoes sabão, a tua iniqüidade estará gravada diante de mim, diz o Senhor JEOVÁ. 23. Como dizes logo: Não estou contaminado nem andei após os baalins? Vê o teu caminho no vale, conhece o que fizeste; dromedária ligeira és, que anda torcendo os seus caminhos; 24. jumenta montês, acostumada ao deserto e que, conforme o desejo da sua alma, sorve o vento; quem impediria o seu encontro? Todos os que a buscarem não se cansarão; no mês dela a acharão. 25. Evita que o teu pé ande descalço e que a tua garganta tenha sede; mas tu dizes: Não há esperança; não, porque amo os estranhos e após eles andarei. 26. Como fica confundido o ladrão quando o apanham, assim se confundem os da casa de Israel; eles, os seus reis, os seus príncipes, os seus sacerdotes e os seus profetas, 27. que dizem ao pedaço de madeira: Tu és meu pai; e à pedra: Tu me geraste; porque me viraram as costas e não o rosto; mas, no tempo do seu aperto, dirão: Levanta-te e livra-nos. 28. Onde, pois, estão os teus deuses, que fizeste para ti? Que se levantem, se te podem livrar no tempo da tua tribulação; porque os teus deuses, ó Judá, são tão numerosos como as tuas cidades. 29. Por que disputais comigo? Todos vós transgredistes contra mim, diz o SENHOR. 30. Em vão castiguei os vossos filhos; eles não aceitaram a correção; a vossa espada devorou os vossos profetas como um leão destruidor. 31. Ó geração! Considerai vós a palavra do SENHOR. Porventura, tenho eu sido para Israel um deserto? Ou uma terra da mais espessa escuridão? Por que, pois, diz o meu povo: Desligamo-nos de ti; nunca mais a ti viremos? 32. Porventura, esquece-se a virgem dos seus enfeites ou a esposa dos seus cendais? Todavia, o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias. 33. Como ornamentas o teu caminho, para buscares o amor! De sorte que até às malignas ensinaste os teus caminhos. 34. Até nas orlas das tuas vestes se achou o sangue da alma dos inocentes e necessitados; não cavei para o achar, pois se vê em todas estas coisas. 35. E ainda dizes: Eu estou inocente; certamente, a sua ira se desviou de mim. Eis que entrarei em juízo contigo, porquanto dizes: Não pequei. 36. Por que te desvias tanto, mudando o teu caminho? Também do Egito serás envergonhada, como foste envergonhada da Assíria. 37. Também daquele sairás com as mãos sobre a tua cabeça; porque o SENHOR rejeitou as tuas confianças, e não prosperarás com elas. Jeremias 3 1. Eles dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ela se ausentar dele e se ajuntar a outro homem, porventura, tornará a ela mais? Não se poluiria de todo aquela terra? Ora, tu te maculaste com muitos amantes; mas, ainda assim, torna para mim, diz o SENHOR. 2. Levanta os olhos aos altos e vê; onde não te prostituíste? Nos caminhos te assentavas para eles, como o árabe no deserto; assim, manchaste a terra com as tuas devassidões e com a tua malícia. 3. Pelo que foram retiradas as chuvas, e não houve chuva tardia; mas tu tens a testa de uma prostituta e não queres ter vergonha. 4. Ao menos desde agora não me invocarás, dizendo: Pai meu, tu és o guia da minha mocidade? 5. Conservará ele para sempre a sua ira? Ou a guardará continuamente? Eis que tens dito e feito coisas más e nelas permaneces. 6. Disse mais o SENHOR nos dias do rei Josias: Viste o que fez a rebelde Israel? Ela foi-se a todo monte alto e debaixo de toda árvore verde e ali andou prostituindo-se. 7. E eu disse, depois que fez tudo isto: Volta para mim; mas não voltou. E viu isso a sua aleivosa irmã Judá. 8. E, quando por causa de tudo isso, por ter cometido adultério, a rebelde Israel despedi e lhe dei o seu libelo de divórcio, vi que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas foi-se e também ela mesma se prostituiu. 9. E sucedeu que, pela fama da sua prostituição, contaminou a terra; porque adulterou com a pedra e com o pedaço de madeira. 10. E, contudo, nem por tudo isso voltou para mim a sua aleivosa irmã Judá com sincero coração, mas falsamente, diz o SENHOR. 11. E o SENHOR me disse: Já a rebelde Israel justificou mais a sua alma do que a aleivosa Judá. 12. Vai, pois, e apregoa estas palavras para a banda do Norte, e dize: Volta, ó rebelde Israel, diz o SENHOR, e não farei cair a minha ira sobre vós; porque benigno sou, diz o SENHOR, e não conservarei para sempre a minha ira. 13. Somente reconhece a tua iniqüidade, que contra o SENHOR, teu Deus, transgrediste, e estendeste os teus caminhos aos estranhos, debaixo de toda árvore verde e não deste ouvidos à minha voz, diz o SENHOR. 14. Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o SENHOR; porque eu vos desposarei e vos tomarei, a um de uma cidade e a dois de uma geração; e vos levarei a Sião. 15. E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência. 16. E sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o SENHOR, nunca mais se dirá: A arca do concerto do SENHOR! Nem lhes virá ao coração, nem dela se lembrarão, nem a visitarão; isso não se fará mais. 17. Naquele tempo, chamarão Jerusalém de trono do SENHOR, e todas as nações se ajuntarão a ela, ao nome do SENHOR, a Jerusalém; e nunca mais andarão segundo o propósito do seu coração maligno. 18. Naqueles dias, andará a casa de Judá com a casa de Israel; e virão, juntas, da terra do Norte, para a terra que dei em herança a vossos pais. 19. Mas eu dizia: Como te porei entre os filhos e te darei a terra desejável, a excelente herança dos exércitos das nações? E eu disse: Pai me chamarás e de mim te não desviarás. 20. Deveras, como a mulher se aparta aleivosamente do seu companheiro, assim aleivosamente te houveste comigo, ó casa de Israel, diz o SENHOR. 21. Nos lugares altos se ouviu uma voz, pranto e súplicas dos filhos de Israel; porquanto perverteram o seu caminho e se esqueceram do SENHOR, seu Deus. 22. Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões. Eis-nos aqui, vimos a ti; porque tu és o SENHOR, nosso Deus. 23. Certamente, em vão se confia nos outeiros e na multidão das montanhas; deveras, no SENHOR, nosso Deus, está a salvação de Israel. 24. Porque a confusão devorou o trabalho de nossos pais, desde a nossa mocidade: as suas ovelhas, e as suas vacas, e os seus filhos, e as suas filhas. 25. Jazemos na nossa vergonha e estamos cobertos da nossa confusão, porque pecamos contra o SENHOR, nosso Deus, nós e nossos pais, desde a nossa mocidade até o dia de hoje; e não demos ouvidos à voz do SENHOR, nosso Deus. Jeremias 4 1. Se voltares, ó Israel, diz o SENHOR, para mim voltarás; e, se tirares as tuas abominações de diante de mim, não andarás mais vagueando, 2. e jurarás: Vive o SENHOR, na verdade, no juízo e na justiça; e nele se bendirão as nações e nele se gloriarão. 3. Porque assim diz o SENHOR aos homens de Judá e a Jerusalém: Lavrai para vós o campo de lavoura e não semeeis entre espinhos. 4. Circuncidai-vos para o SENHOR e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que a minha indignação não venha a sair como fogo e arda de modo que não haja quem a apague, por causa da malícia das vossas obras. 5. Anunciai em Judá, e fazei ouvir em Jerusalém, e dizei: Tocai a trombeta na terra! Gritai em alta voz, dizendo: Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortes! 6. Arvorai a bandeira para Sião, fugi para salvação vossa, não pareis; porque eu trago um mal do Norte, uma grande destruição. 7. Já um leão subiu da sua ramada, e um destruidor das nações; ele já partiu e saiu do seu lugar para fazer da tua terra uma desolação, a fim de que as tuas cidades sejam destruídas, e ninguém habite nelas. 8. Por isso, cingi-vos de panos de saco, lamentai e uivai; porque o ardor da ira do SENHOR não se desviou de nós. 9. E sucederá, naquele tempo, diz o SENHOR, que se desfará o coração do rei e o coração dos príncipes; e os sacerdotes pasmarão, e os profetas se maravilharão. 10. Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Verdadeiramente trouxeste grande ilusão a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; pois a espada penetra-lhe até à alma. 11. Naquele tempo, se dirá a este povo e a Jerusalém: Um vento seco das alturas do deserto veio ao caminho da filha do meu povo, não para padejar, nem para alimpar. 12. Um vento virá a mim, de grande veemência; agora, também eu pronunciarei juízos contra eles. 13. Eis que virá subindo como nuvens, e os seus carros, como a tormenta; os seus cavalos serão mais ligeiros do que as águias. Ai de nós, que somos assolados! 14. Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os teus maus pensamentos? 15. Porque uma voz anuncia desde Dã e faz ouvir a calamidade desde o monte de Efraim. 16. Proclamai isto às nações, fazei-o ouvir contra Jerusalém: Vigias vêm de uma terra remota e levantarão a sua voz contra as cidades de Judá. 17. Como os guardas de um campo, eles a rodeiam; porquanto ela se rebelou contra mim, diz o SENHOR. 18. O teu caminho e as tuas obras te trouxeram estas coisas; esta é a tua iniqüidade, que, de tão amargosa, te chega até ao coração. 19. Ah! Entranhas minhas, entranhas minhas! Estou ferido no meu coração! O meu coração ruge; não me posso calar, porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra. 20. Quebranto sobre quebranto se apregoa, porque já toda a terra está destruída; de repente, foram destruídas as minhas tendas, e as minhas cortinas num momento. 21. Até quando verei a bandeira e ouvirei a voz da trombeta? 22. Deveras o meu povo está louco, já me não conhece; são filhos néscios e não inteligentes; sábios são para mal fazer, mas para bem fazer nada sabem. 23. Observei a terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz. 24. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. 25. Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. 26. Vi também que a terra fértil era um deserto e que todas as suas cidades estavam derribadas diante do SENHOR, diante do furor da sua ira. 27. Porque assim diz o SENHOR: Toda esta terra será assolada; de todo, porém, a não consumirei. 28. Por isso, lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão; porquanto assim o disse, assim o propus e não me arrependi nem me desviarei disso. 29. Ao clamor dos cavaleiros e dos flecheiros fugiram todas as cidades; entraram pelas nuvens e subiram pelos penhascos; todas as cidades ficaram desamparadas, e já ninguém habita nelas. 30. Agora, pois, que farás, ó assolada? Ainda que te vistas de carmesim, ainda que te adornes com enfeites de ouro, ainda que te pintes em volta dos teus olhos com o antimônio, debalde te farias bela; os amantes te desprezam e procuram tirar-te a vida. 31. Porquanto ouço uma voz como de mulher que está de parto, uma angústia como da que está com dores do primeiro filho; a voz da filha de Sião, ofegante, que estende as mãos, dizendo: Oh! Ai de mim agora! Porque a minha alma desmaia diante dos assassinos. Jeremias 5 1. Dai voltas às ruas de Jerusalém, e vede agora, e informai-vos, e buscai pelas suas praças, a ver se achais alguém ou se há um homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei. 2. E ainda que digam: Vive o SENHOR, decerto falsamente juram. 3. Ah! SENHOR, não atentam os teus olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os, e não quiseram receber a correção; endureceram as suas faces mais do que uma rocha; não quiseram voltar. 4. Eu, porém, disse: Deveras, estes são uns pobres; são loucos, pois não sabem o caminho do SENHOR, o juízo do seu Deus. 5. Irei aos grandes e falarei com eles, porque eles sabem o caminho do SENHOR, o juízo do seu Deus; mas estes, de comum acordo, quebraram o jugo e romperam as ataduras. 6. Por isso, um leão do bosque os feriu, um lobo dos desertos os assolará, um leopardo vigia contra as suas cidades; qualquer que sair delas será despedaçado; porque as suas transgressões se multiplicaram, multiplicaram-se as suas apostasias. 7. Como, vendo isso, te perdoaria? Teus filhos me deixam a mim e juram pelos que não são deuses; depois de os eu ter fartado, adulteraram e em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos; 8. como cavalos bem fartos, levantam-se pela manhã, rinchando cada um à mulher do seu companheiro. 9. Deixaria eu de castigar estas coisas, diz o SENHOR, ou não se vingaria a minha alma de uma nação como esta? 10. Subi aos seus muros e destruí-os (não façais, porém, uma destruição final); tirai as suas ameias, porque não são do SENHOR. 11. Porque aleivosissimamente se houveram contra mim a casa de Israel e a casa de Judá, diz o SENHOR. 12. Negam ao SENHOR e dizem: Não é ele; e: Nenhum mal nos sobrevirá; não veremos espada nem fome. 13. E até os profetas se farão como vento, porque a palavra não está com eles; assim lhes sucederá a eles mesmos. 14. Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos: Porquanto disseste tal palavra, eis que converterei as minhas palavras na tua boca em fogo, e a este povo, em lenha, e eles serão consumidos. 15. Eis que trarei sobre vós uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o SENHOR, uma nação robusta, uma nação antiqüíssima, uma nação cuja língua ignorarás; e não entenderás o que ela falar. 16. A sua aljava é como uma sepultura aberta; todos eles são valentes. 17. E comerão a tua sega e o teu pão, que haviam de comer teus filhos e tuas filhas; comerão as tuas ovelhas e as tuas vacas; comerão a tua vide e a tua figueira; as tuas cidades fortes, em que confiavas, abatê-las-ão à espada. 18. Contudo, ainda naqueles dias, diz o SENHOR, não farei de vós uma destruição final. 19. E sucederá que, quando disserem: Por que nos fez o SENHOR, nosso Deus, todas estas coisas? Então, lhes dirás: Como vós me deixastes e servistes a deuses estranhos na vossa terra, assim servireis a estrangeiros, em terra que não é vossa. 20. Anunciai isto na casa de Jacó e fazei-o ouvir em Judá, dizendo: 21. Ouvi, agora, isto, ó povo louco e sem coração, que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis. 22. Não me temereis a mim? -- diz o SENHOR; não temereis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar, por ordenança eterna, que ele não traspassará? Ainda que se levantem as suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não a traspassarão. 23. Mas este povo é de coração rebelde e pertinaz; rebelaram-se e foram-se. 24. E não dizem no seu coração: Temamos, agora, ao SENHOR, nosso Deus, que dá chuva, a temporã e a tardia, a seu tempo; e as semanas determinadas da sega nos conserva. 25. As vossas iniqüidades desviam estas coisas, e os vossos pecados afastam de vós o bem. 26. Porque ímpios se acham entre o meu povo; cada um anda espiando, como se acaçapam os passarinheiros; armam laços perniciosos, com que prendem os homens. 27. Como uma gaiola cheia de pássaros, são as suas casas cheias de engano; por isso, se engrandeceram e enriqueceram. 28. Engordam-se, alisam-se e ultrapassam até os feitos dos malignos; não julgam a causa dos órfãos, para que eles prosperem; nem julgam o direito dos necessitados. 29. Não castigaria eu estas coisas? -- diz o SENHOR; não se vingaria a minha alma de uma nação como esta? 30. Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: 31. os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; e que fareis no fim disso? Jeremias 6 1. Fugi para salvação vossa, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém; tocai a buzina em Tecoa e levantai o facho sobre Bete-Haquerém; porque da banda do Norte espreita um mal e um grande quebrantamento. 2. A formosa e delicada, a filha de Sião, eu deixarei desolada. 3. A ela virão pastores com os seus rebanhos; levantarão contra ela tendas em redor, e cada um apascentará no seu lugar. 4. Preparai a guerra contra ela, levantai-vos, e subamos ao pino do meio-dia; ai de nós, que já declina o dia, que já se vão estendendo as sombras da tarde! 5. Levantai-vos, e subamos de noite e destruamos os seus palácios. 6. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Cortai árvores e levantai tranqueiras contra Jerusalém; esta é a cidade que há de ser visitada; só opressão há no meio dela. 7. Como a fonte produz as suas águas, assim ela produz a sua malícia; violência e estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há diante de mim continuadamente. 8. Corrige-te, ó Jerusalém, para que a minha alma não se aparte de ti, para que não te torne em assolação e terra não habitada. 9. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Diligentemente, respigarão os resíduos de Israel como uma vinha; torna a tua mão, como o vindimador, aos cestos. 10. A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a palavra do SENHOR é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela. 11. Pelo que estou cheio do furor do SENHOR; estou cansado de o conter; derramá-lo-ei sobre os meninos pelas ruas e nas reuniões dos jovens juntamente; porque até o marido com a mulher serão presos, e o velho, com o que está cheio de dias. 12. E as suas casas passarão a outros, herdades e mulheres juntamente; porque estenderei a mão contra os habitantes desta terra, diz o SENHOR. 13. Porque, desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; e, desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. 14. E curam a ferida da filha do meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. 15. Porventura, envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se; portanto, cairão entre os que caem; no tempo em que eu os visitar, tropeçarão, diz o SENHOR. 16. Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos. 17. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos à voz da buzina; mas dizem: Não escutaremos. 18. Portanto, ouvi, vós, nações, e informa-te tu, ó congregação, do que se faz entre eles! 19. Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras e rejeitam a minha lei. 20. Para que, pois, me virá o incenso de Sabá e a melhor cana aromática de terras remotas? Vossos holocaustos não me agradam, nem me são suaves os vossos sacrifícios. 21. Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que armarei tropeços a este povo, e tropeçarão neles pais e filhos juntamente; o vizinho e o seu companheiro perecerão. 22. Assim diz o SENHOR: Eis que um povo vem da terra do Norte, e uma grande nação se levantará das bandas da terra. 23. Arco e lança trarão; eles são cruéis e não usarão de misericórdia; a sua voz rugirá como o mar, e em cavalos irão montados, dispostos como homens de guerra contra ti, ó filha de Sião. 24. Ouvimos a sua fama, afrouxaram-se as nossas mãos; angústia nos tomou, e dores como de parturiente. 25. Não saiais ao campo, nem andeis pelo caminho; porque espada do inimigo e espanto há em redor. 26. Ó filha do meu povo, cinge-te de cilício e revolve-te na cinza; pranteia como por um filho único, pranto de amarguras; porque presto virá o destruidor sobre nós. 27. Por torre de guarda te pus entre o meu povo, por fortaleza, para que soubesses e examinasses o seu caminho. 28. Todos eles são os mais rebeldes e andam murmurando; são duros como bronze e ferro, todos eles andam corruptamente. 29. Já o fole se queimou, o chumbo se consumiu com o fogo; em vão vai fundindo o fundidor tão diligentemente, pois os maus não são arrancados. 30. Prata rejeitada lhes chamarão, porque o SENHOR os rejeitou. Jeremias 7 1. A palavra que foi dita a Jeremias pelo SENHOR, dizendo: 2. Põe-te à porta da Casa do SENHOR, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do SENHOR, todos de Judá, vós os que entrais por estas portas, para adorardes ao SENHOR. 3. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar neste lugar. 4. Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este. 5. Mas, se deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras fizerdes juízo entre um homem e entre o seu companheiro, 6. se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal, 7. eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, de século em século. 8. Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada são proveitosas. 9. Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes, 10. e então vireis, e vos poreis diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Somos livres, podemos fazer todas estas abominações? 11. É, pois, esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isso, diz o SENHOR. 12. Mas ide agora ao meu lugar, que estava em Siló, onde, no princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo de Israel. 13. Agora, pois, porquanto fazeis todas estas obras, diz o SENHOR, e eu vos falei, madrugando e falando, e não ouvistes, chamei-vos, e não respondestes, 14. farei também a esta casa, que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós e a vossos pais, como fiz a Siló. 15. E vos arrojarei da minha presença, como arrojei a todos os vossos irmãos, a toda a geração de Efraim. 16. Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me importunes, porque eu não te ouvirei. 17. Não vês tu o que andam fazendo nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém? 18. Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos à deusa chamada Rainha dos Céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira. 19. Acaso é a mim que eles provocam à ira, diz o SENHOR, e não antes a si mesmos, para confusão dos seus rostos? 20. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este lugar, e sobre os homens, e sobre os animais, e sobre as árvores do campo, e sobre os frutos da terra; e acender-se-á e não se apagará. 21. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios, e comei carne. 22. Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que vos tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. 23. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem. 24. Mas não ouviram, nem inclinaram os ouvidos, mas andaram nos seus próprios conselhos, no propósito do seu coração malvado; e andaram para trás e não para diante. 25. Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias madrugando e enviando-os. 26. Mas não me deram ouvidos, nem inclinaram os ouvidos, mas endureceram a sua cerviz e fizeram pior do que seus pais. 27. Dir-lhes-ás, pois, todas estas palavras, mas não te darão ouvidos; chamá-los-ás, mas não te responderão. 28. E lhes dirás: Uma gente é esta que não dá ouvidos à voz do SENHOR, seu Deus, e não aceita a correção; já pereceu a verdade e se arrancou da sua boca. 29. Corta o cabelo da tua cabeça, e lança- o fora, e levanta o teu pranto sobre as alturas; porque já o SENHOR rejeitou e desamparou a geração do seu furor; 30. porque os filhos de Judá fizeram o que era mal aos meus olhos, diz o SENHOR; puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a contaminarem. 31. E edificaram os altos de Tofete, que está no vale do filho de Hinom, para queimarem a seus filhos e a suas filhas; o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração. 32. Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que nunca se chamará mais Tofete, nem vale do filho de Hinom, mas o vale da Matança; e enterrarão em Tofete, por não haver mais lugar. 33. E os cadáveres deste povo servirão de pasto às aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém os espantará. 34. E farei cessar nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém a voz de folguedo, e a voz de alegria, e a voz de esposo, e a voz de esposa; porque a terra se tornará em desolação. Jeremias 8 1. Naquele tempo, diz o SENHOR, tirarão os ossos dos reis de Judá, e os ossos dos seus príncipes, e os ossos dos sacerdotes, e os ossos dos profetas, e os ossos dos habitantes de Jerusalém para fora das suas sepulturas; 2. e expô-los-ão ao sol, e à lua, e a todo o exército do céu, a quem tinham amado, e a quem tinham servido, e após quem tinham ido, e a quem tinham buscado e diante de quem se tinham prostrado; não serão recolhidos nem sepultados; serão como esterco sobre a face da terra. 3. E escolher-se-á antes a morte do que a vida de todo o resto dos que restarem desta raça maligna que ficar nos lugares onde os lancei, diz o SENHOR dos Exércitos. 4. Dize-lhes mais: Assim diz o SENHOR: Cairão os homens e não se tornarão a levantar? Desviar-se-ão e não voltarão? 5. Por que, pois, se desvia este povo de Jerusalém com uma apostasia contínua? Retém o engano e não quer voltar. 6. Eu escutei e ouvi; não falam o que é reto, ninguém há que se arrependa da sua maldade, dizendo: Que fiz eu? Cada um se desvia na sua carreira como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha. 7. Até a cegonha no céu conhece os seus tempos determinados; e a rola, e o grou, e a andorinha observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do SENHOR. 8. Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a lei do SENHOR está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. 9. Os sábios foram envergonhados, foram espantados e presos; eis que rejeitaram a palavra do SENHOR; que sabedoria, pois, teriam? 10. Portanto, darei suas mulheres a outros, e as suas herdades, a quem as possua; porque, desde o menor até ao maior, cada um deles se dá à avareza; desde o profeta até ao sacerdote, cada um deles usa de falsidade. 11. E curam a ferida da filha de meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. 12. Porventura, envergonham-se de cometer abominação? Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem sabem que coisa é envergonhar-se; portanto, cairão entre os que caem e tropeçarão no tempo em que eu os visitar, diz o SENHOR. 13. Certamente os apanharei, diz o SENHOR; já não há uvas na vide, nem figos na figueira, e a folha caiu; e até aquilo mesmo que lhes dei se irá deles. 14. Por que nos assentamos ainda? Juntai-vos, e entremos nas cidades fortes e ali estejamos calados; pois já o SENHOR, nosso Deus, nos fez calar e nos deu a beber água de fel; porquanto pecamos contra o SENHOR. 15. Espera-se a paz, e não há bem: o tempo da cura, e eis o terror. 16. Já desde Dã se ouve o resfolegar dos seus cavalos; toda a terra treme à voz dos rinchos dos seus fortes; e vêm e devoram a terra, e a sua abundância, e a cidade, e os que habitam nela. 17. Porque eis que enviarei entre vós serpentes e basiliscos, contra os quais não há encantamento, e vos morderão, diz o SENHOR. 18. Oh! Se eu pudesse consolar-me na minha tristeza! O meu coração desfalece em mim. 19. Eis a voz do clamor da filha do meu povo de terra mui remota: Não está o SENHOR em Sião? Não está nela o seu Rei? Por que me provocaram à ira com as suas imagens de escultura, com vaidades estranhas? 20. Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos. 21. Estou quebrantado pela ferida da filha do meu povo; ando de luto; o espanto se apoderou de mim. 22. Porventura, não há ungüento em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não teve lugar a cura da filha do meu povo? Jeremias 9 1. Prouvera a Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em uma fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo. 2. Prouvera a Deus eu tivesse no deserto uma estalagem de caminhantes! Então, deixaria o meu povo e me apartaria dele, porque todos eles são adúlteros, são um bando de aleivosos; 3. e estendem a língua, como se fosse o seu arco para a mentira; fortalecem-se na terra, mas não para a verdade, porque avançam de malícia em malícia e a mim me não conhecem, diz o SENHOR. 4. Guardai-vos cada um do seu amigo e de irmão nenhum vos fieis; porque todo irmão não faz mais do que enganar, e todo amigo anda caluniando. 5. E zombará cada um do seu próximo, e não falam a verdade; ensinam a sua língua a falar a mentira; andam-se cansando em obrar perversamente. 6. A tua habitação está no meio do engano; pelo engano recusam conhecer-me, diz o SENHOR. 7. Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que eu os fundirei e os provarei; por que, de que outra maneira procederia com a filha do meu povo? 8. Uma flecha mortífera é a língua deles; fala engano; com a sua boca fala cada um de paz com o seu companheiro, mas no seu interior arma-lhe ciladas. 9. Porventura, por estas coisas não os visitaria? -- diz o SENHOR; ou não se vingaria a minha alma de gente tal como esta? 10. Pelos montes levantarei choro e pranto e pelas pastagens do deserto, lamentação; porque já estão queimadas, e ninguém passa por elas; nem já se ouve mugido de gado; desde as aves dos céus até aos animais, andaram vagueando e fugiram. 11. E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de dragões, e das cidades de Judá farei uma assolação, de sorte que fiquem desabitadas. 12. Quem é o homem sábio, que entenda isso? E a quem falou a boca do SENHOR, para que o possa anunciar? Por que razão pereceu a terra e se queimou como deserto, de sorte que ninguém passa por ela? 13. E disse o SENHOR: Porque deixaram a minha lei, que publiquei perante a sua face, e não deram ouvidos à minha voz, nem andaram nela. 14. Antes, andaram após o propósito do seu coração e após os baalins, como lhes ensinaram os seus pais. 15. Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que darei de comer alosna a este povo e lhe darei a beber água de fel. 16. E os espalharei entre nações que não conheceram, nem eles nem seus pais, e mandarei a espada após eles, até que venha a consumi-los. 17. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai e chamai carpideiras, para que venham; e mandai procurar mulheres sábias, para que venham também. 18. E se apressem e levantem o seu lamento sobre nós; e desfaçam-se os nossos olhos em lágrimas, e as nossas pálpebras destilem águas. 19. Porque uma voz de pranto se ouviu de Sião: Como estamos arruinados! Estamos mui envergonhados, porque deixamos a terra, e eles transtornaram as nossas moradas. 20. Ouvi, pois, vós, mulheres, a palavra do SENHOR, e os vossos ouvidos recebam a palavra da sua boca; e ensinai o pranto a vossas filhas, e cada uma, à sua companheira, a lamentação. 21. Porque a morte subiu pelas nossas janelas e entrou em nossos palácios, para exterminar das ruas as crianças e os jovens das praças. 22. Fala: Assim diz o SENHOR: Até os cadáveres dos homens jazerão como esterco sobre a face do campo e como gavela atrás do segador, e não há quem a recolha. 23. Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. 24. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficiência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR. 25. Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que visitarei a todo circuncidado com o incircunciso. 26. Ao Egito, e a Judá, e a Edom, e aos filhos de Amom, e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos do seu cabelo, que habitam no deserto; porque todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração. Jeremias 10 1. Ouvi a palavra que o SENHOR vos fala a vós, ó casa de Israel. 2. Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho das nações, nem vos espanteis com os sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações. 3. Porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado. 4. Com prata e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam, para que não se mova. 5. São como a palmeira, obra torneada, mas não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar; não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, nem tampouco têm poder de fazer bem. 6. Ninguém há semelhante a ti, ó SENHOR; tu és grande, e grande é o teu nome em força. 7. Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações? Pois isso só a ti pertence; porquanto, entre todos os sábios das nações e em todo o seu reino, ninguém há semelhante a ti. 8. Mas eles todos se embruteceram e se tornaram loucos; ensino de vaidades é o madeiro. 9. Trazem prata estendida de Társis e ouro de Ufaz, trabalho do artífice e das mãos do fundidor; fazem suas vestes de azul celeste e púrpura; obra de sábios são todos eles. 10. Mas o SENHOR Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação. 11. Assim lhes direis: Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra e de debaixo deste céu. 12. Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus. 13. Fazendo ele soar a voz, logo há arruído de águas no céu, e sobem os vapores da extremidade da terra; ele faz os relâmpagos para a chuva e faz sair o vento dos seus tesouros. 14. Todo homem se embruteceu e não tem ciência; envergonha-se todo fundidor da sua imagem de escultura; porque sua imagem fundida mentira é, e não há espírito nela. 15. Vaidade são, obra de enganos; no tempo da sua visitação, virão a perecer. 16. Não é semelhante a estes a porção de Jacó; porque ele é o Criador de todas as coisas, e Israel é a vara da sua herança; SENHOR dos Exércitos é o seu nome. 17. Ajunta da terra a tua mercadoria, ó habitante da fortaleza. 18. Porque assim diz o SENHOR: Eis que desta vez arrojarei, como se fora com uma funda, os moradores da terra e os angustiarei, para que venham a senti-lo, dizendo: 19. Ai de mim, por causa do meu quebrantamento! A minha chaga me causa grande dor; e eu tinha dito: Certamente isto é enfermidade que eu poderei suportar. 20. A minha tenda está destruída, e todas as minhas cordas se quebraram; os meus filhos foram-se de mim e não existem; ninguém há mais que estenda a minha tenda e que levante as minhas cortinas. 21. Porque os pastores se embruteceram e não buscaram ao SENHOR; por isso, não prosperaram, e todos os seus gados se espalharam. 22. Eis que vem uma voz de fama, grande tumulto da terra do Norte, para fazer das cidades de Judá uma assolação, uma morada de dragões. 23. Eu sei, ó SENHOR, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, o dirigir os seus passos. 24. Castiga-me, ó SENHOR, mas com medida, não na tua ira, para que me não reduzas a nada. 25. Derrama a tua indignação sobre as nações que te não conhecem e sobre as gerações que não invocam o teu nome; porque devoraram a Jacó; devoraram-no, e consumiram-no, e assolaram a sua morada. Jeremias 11 1. A palavra que veio a Jeremias, da parte do SENHOR, dizendo: 2. Ouvi as palavras deste concerto e falai aos homens de Judá e aos habitantes de Jerusalém. 3. Dize-lhes, pois: Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Maldito o homem que não escutar as palavras deste concerto, 4. que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo: Dai ouvidos à minha voz e fazei conforme tudo que vos mando; e vós me sereis a mim por povo, e eu vos serei a vós por Deus; 5. para que confirme o juramento que fiz a vossos pais de dar-lhes uma terra que manasse leite e mel, como se vê neste dia. Então, eu respondi e disse: Amém, ó SENHOR! 6. E disse-me o SENHOR: Apregoa todas estas palavras nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, dizendo: Ouvi as palavras deste concerto e cumpri-as. 7. Porque, deveras, protestei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, até ao dia de hoje, madrugando, e protestando, e dizendo: Dai ouvidos à minha voz. 8. Mas não ouviram, nem inclinaram os ouvidos; antes, andaram cada um conforme o propósito do seu coração malvado; pelo que trouxe sobre eles todas as palavras deste concerto que lhes mandei que cumprissem, mas não cumpriram. 9. Disse-me mais o SENHOR: Uma conjuração se achou entre os homens de Judá, entre os habitantes de Jerusalém. 10. Tornaram às maldades de seus primeiros pais, que não quiseram ouvir as minhas palavras; e eles andaram após deuses estranhos para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá quebrantaram o meu concerto, que tinha feito com seus pais. 11. Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que trarei mal sobre eles, de que não poderão escapar, e clamarão a mim; e eu não os ouvirei. 12. Então, irão as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém e clamarão aos deuses a que eles queimaram incenso; eles, porém, de nenhuma sorte, os livrarão no tempo do seu mal. 13. Porque, segundo o número das tuas cidades, foram os teus deuses, ó Judá! E, segundo o número das ruas de Jerusalém, levantaste altares à impudência, altares para queimares incenso a Baal. 14. Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por eles clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em que eles clamarem a mim, por causa do seu mal. 15. Que tem o meu amado que fazer na minha casa, visto como muitos nela cometem grande abominação, e as carnes santas se desviaram de ti? Quando tu fazes mal, então, andas saltando de prazer. 16. Denominou-te o SENHOR oliveira verde, formosa por seus deliciosos frutos; mas, agora, à voz de um grande tumulto, acendeu fogo ao redor dela, e se quebraram os seus ramos. 17. Porque o SENHOR dos Exércitos, que te plantou, pronunciou contra ti o mal, pela maldade da casa de Israel e da casa de Judá, que para si mesmos fizeram, pois me provocaram à ira, queimando incenso a Baal. 18. E o SENHOR mo fez saber, e eu o soube; então, me fizeste ver as suas ações. 19. E eu era como um manso cordeiro, que levam à matança; porque não sabia que imaginavam projetos contra mim, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto e cortemo-lo da terra dos viventes, e não haja mais memória do seu nome. 20. Mas, ó SENHOR dos Exércitos, justo Juiz, que provas os pensamentos e o coração, veja eu a tua vingança sobre eles; pois a ti descobri a minha causa. 21. Portanto, assim diz o SENHOR acerca dos homens de Anatote, que procuram a tua morte, dizendo: Não profetizes no nome do SENHOR, para que não morras às nossas mãos. 22. Sim, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que eu os punirei; os jovens morrerão à espada, os seus filhos e as suas filhas morrerão de fome. 23. E não haverá deles um resto, porque farei vir o mal sobre os homens de Anatote, no ano da sua visitação. Jeremias 12 1. Justo serias, ó SENHOR, ainda que eu entrasse contigo num pleito; contudo, falarei contigo dos teus juízos. Por que prospera o caminho dos ímpios, e vivem em paz todos os que cometem o mal aleivosamente? 2. Plantaste-os, e eles arraigaram-se; avançam, dão também fruto; chegado estás à sua boca, mas longe do seu coração. 3. Mas tu, ó SENHOR, me conheces, tu me vês e provas o meu coração para contigo; impele-os como a ovelhas para o matadouro e prepara-os para o dia da matança. 4. Até quando lamentará a terra, e se secará a erva de todo o campo? Pela maldade dos que habitam nela, perecem os animais e as aves; porquanto dizem: Ele não verá o nosso último fim. 5. Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com cavalos? Se tão-somente numa terra de paz estás confiado, que farás na enchente do Jordão? 6. Porque até os teus irmãos e a casa de teu pai, eles próprios se hão deslealmente contigo; eles mesmos clamam após ti em altas vozes. Não te fies neles ainda que te digam coisas boas. 7. Desamparei a minha casa, abandonei a minha herança e entreguei a amada da minha alma na mão de seus inimigos. 8. Tornou-se a minha herança para mim como leão numa floresta; levantou a sua voz contra mim; por isso, eu a aborreci. 9. A minha herança é para mim ave de várias cores; andam as aves de rapina contra ela em redor; vinde, pois, ajuntai-vos, todos os animais do campo, vinde a devorá-la. 10. Muitos pastores destruíram a minha vinha, pisaram o meu campo e tornaram em desolado deserto o meu campo desejado. 11. Em assolação o tornaram, e a mim clama na sua desolação; toda a terra está assolada, porquanto não há ninguém que tome isso a peito. 12. Sobre todos os lugares altos do deserto vieram destruidores; porque a espada do SENHOR devora desde um extremo até outro extremo da terra; não há paz para nenhuma carne. 13. Semearam trigo e segaram espinhos; cansaram-se, mas de nada se aproveitaram; estais envergonhados das vossas colheitas, por causa do ardor da ira do SENHOR. 14. Assim diz o SENHOR acerca de todos os meus maus vizinhos, que tocam a minha herança, que fiz herdar ao meu povo de Israel: Eis que os arrancarei da sua terra e a casa de Judá arrancarei do meio deles. 15. E será que, depois de os haver arrancado, tornarei, e me compadecerei deles, e os farei tornar cada um à sua herança e cada um à sua terra. 16. E será que, se diligentemente aprenderem os caminhos do meu povo, jurando pelo meu nome: Vive o SENHOR, como ensinaram o meu povo a jurar por Baal, então, edificar-se-ão no meio do meu povo. 17. Mas, se não quiserem ouvir, totalmente arrancarei a tal nação e a farei perecer, diz o SENHOR. Jeremias 13 1. Assim me disse o SENHOR: Vai, e compra um cinto de linho, e põe-no sobre os teus lombos, mas não o metas na água. 2. E comprei o cinto, conforme a palavra do SENHOR, e o pus sobre os meus lombos. 3. Então, veio a palavra do SENHOR a mim, segunda vez, dizendo: 4. Toma o cinto que compraste, e trazes sobre os teus lombos, e levanta-te; vai ao Eufrates e esconde-o ali na fenda de uma rocha. 5. E fui e escondi-o junto ao Eufrates, como o SENHOR me havia ordenado. 6. Sucedeu, pois, ao cabo de muitos dias, que me disse o SENHOR: Levanta-te, vai ao Eufrates e toma dali o cinto que te ordenei que escondesses ali. 7. E fui ao Eufrates, e cavei, e tomei o cinto do lugar onde o havia escondido; e eis que o cinto tinha apodrecido e para nada prestava. 8. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 9. Assim diz o SENHOR: Do mesmo modo farei apodrecer a soberba de Judá e a muita soberba de Jerusalém. 10. Este povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo o propósito do seu coração e anda após deuses alheios, para servi-los e inclinar-se diante deles, será tal como este cinto, que para nada presta. 11. Porque, como o cinto está ligado aos lombos do homem, assim eu liguei a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá, diz o SENHOR, para me serem por povo, e por nome, e por louvor, e por glória; mas não deram ouvidos. 12. Pelo que dize-lhes esta palavra: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Todo odre se encherá de vinho; e dir-te-ão: Não sabemos nós muito bem que todo odre se encherá de vinho? 13. Mas tu dize-lhes: Assim diz o SENHOR: Eis que eu encherei de embriaguez todos os habitantes desta terra, e os reis da estirpe de Davi, que estão assentados sobre o seu trono, e os sacerdotes, e os profetas, e todos os habitantes de Jerusalém. 14. E fá-los-ei em pedaços uns contra os outros, e juntamente os pais com os filhos, diz o SENHOR; não perdoarei, nem pouparei, nem terei deles compaixão, para que os não destrua. 15. Escutai, e inclinai os ouvidos, e não vos ensoberbeçais; porque o SENHOR falou. 16. Dai glória ao SENHOR, vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz, ele a mude em sombra de morte e a reduza à escuridão. 17. E, se isso não ouvirdes, a minha alma chorará em lugares ocultos, por causa da vossa soberba; e amargamente chorarão os meus olhos e se desfarão em lágrimas, porquanto o rebanho do SENHOR foi levado cativo. 18. Dize ao rei e à rainha: Humilhai-vos e assentai-vos no chão; porque já caiu todo o ornato de vossas cabeças, a coroa de vossa glória. 19. As cidades do Sul estão fechadas, e ninguém há que as abra; todo o Judá foi levado cativo; sim, inteiramente foi levado cativo. 20. Levantai os olhos e vede os que vêm do Norte; onde está o rebanho que se te deu, e as ovelhas da tua glória? 21. Que dirás, quando puser os teus amigos sobre ti como cabeça, se foste tu mesmo que contra ti os ensinaste? Porventura, não te tomarão as dores, como à mulher que está de parto? 22. Quando, pois, disseres no teu coração: Por que me sobrevieram estas coisas? Pela multidão das tuas maldades se descobriram as tuas fraldas, e os teus calcanhares sofrem violentamente. 23. Pode o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal. 24. Pelo que os espalharei como o restolho, restolho que passa com o vento do deserto. 25. Esta será a tua sorte, a porção que te será medida por mim, diz o SENHOR; pois te esqueceste de mim e confiaste em mentiras. 26. Assim também eu descobrirei as tuas fraldas até ao teu rosto; e aparecerá a tua ignomínia. 27. Vi as tuas abominações, e os teus adultérios, e os teus rinchos, e a enormidade da tua prostituição sobre os outeiros no campo; ai de ti, Jerusalém! Não te purificarás? Até quando ainda? Jeremias 14 1. A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias, a respeito da grande seca. 2. Anda chorando Judá, e as suas portas estão enfraquecidas; andam de luto até ao chão, e o clamor de Jerusalém vai subindo. 3. E os seus mais ilustres mandam os seus pequenos buscar água; vêm às cavas e não acham água; voltam com os seus cântaros vazios, e envergonham-se, e confundem-se, e cobrem a cabeça. 4. Por causa da terra que se fendeu, pois que não há chuva sobre a terra, os lavradores se envergonham e cobrem a cabeça. 5. Porque até as cervas no campo parem e abandonam seus filhos, porquanto não há erva. 6. E os jumentos monteses se põem nos lugares altos, sorvem o vento como os dragões; desfalecem os seus olhos, porquanto não há erva. 7. Posto que as nossas maldades testifiquem contra nós, ó SENHOR, opera tu por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos. 8. Oh! Esperança de Israel, Redentor seu no tempo da angústia! Por que serias como um estrangeiro na terra e como o viandante que se retira a passar a noite? 9. Por que serias como homem cansado, como valoroso que não pode livrar? Mas tu estás no meio de nós, ó SENHOR, e nós somos chamados pelo teu nome; não nos desampares. 10. Assim diz o SENHOR acerca deste povo: Pois que tanto amaram o afastar-se e não detiveram os pés; por isso, o SENHOR se não agrada deles, mas agora se lembrará da maldade deles e visitará os seus pecados. 11. Disse-me mais o SENHOR: Não rogues por este povo para bem. 12. Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor e quando oferecerem holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei deles; antes, eu os consumirei pela espada, e pela fome, e pela peste. 13. Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ, eis que os profetas lhes dizem: Não vereis espada e não tereis fome; antes, vos darei paz verdadeira neste lugar. 14. E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente em meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração são o que eles vos profetizam. 15. Portanto, assim diz o SENHOR acerca dos profetas que profetizam em meu nome, sem que eu os tenha mandado, e dizem que nem espada, nem fome haverá nesta terra: À espada e à fome serão consumidos esses profetas. 16. E o povo a quem eles profetizam será lançado nas ruas de Jerusalém, por causa da fome e da espada; e não haverá quem enterre as suas mulheres, e os seus filhos, e as suas filhas; assim derramarei sobre eles a sua maldade. 17. Portanto, lhes dirás esta palavra: Os meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia e não cessem porque a virgem, filha do meu povo, está ferida de grande ferida, de chaga mui dolorosa. 18. Se eu saio ao campo, eis aqui os mortos à espada; e, se entro na cidade, estão ali os debilitados pela fome; e até os profetas e os sacerdotes correram em redor da terra e não sabem nada. 19. De todo rejeitaste tu a Judá? Ou aborrece a tua alma a Sião? Por que nos feriste, e não há cura para nós? Aguardamos a paz, e não aparece o bem; e o tempo da cura, e eis aqui turbação. 20. Ah! SENHOR! Conhecemos a nossa impiedade e a maldade de nossos pais; porque pecamos contra ti. 21. Não nos rejeites por amor do teu nome; não abatas o trono da tua glória; lembra-te e não anules o teu concerto conosco. 22. Haverá, porventura, entre as vaidades dos gentios, alguma que faça chover? Ou podem os céus dar chuvas? Não és tu somente, ó SENHOR, nosso Deus? Portanto, em ti esperaremos, pois tu fazes todas estas coisas. Jeremias 15 1. Disse-me, porém, o SENHOR: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não seria a minha alma com este povo; lança-os de diante da minha face, e saiam. 2. E será que, quando te disserem: Para onde iremos? Dir-lhes-ás: Assim diz o SENHOR: Os que são para a morte, para a morte; e os que são para a espada, para a espada; e os que são para a fome, para a fome; e os que são para o cativeiro, para o cativeiro. 3. Porque os visitarei com quatro gêneros de males, diz o SENHOR: com espada para matar, e com cães, para os arrastarem, e com as aves dos céus e os animais da terra, para os devorarem e destruírem. 4. Entregá-los-ei ao desterro em todos os reinos da terra; por causa de Manassés, filho de Ezequias, rei de Judá, por tudo quanto fez em Jerusalém. 5. Por que quem se compadeceria de ti, ó Jerusalém? Ou quem se entristeceria por ti? Ou quem se desviaria a perguntar pela tua paz? 6. Tu me deixaste, diz o SENHOR, voltaste para trás; por isso, estenderei a mão contra ti e te destruirei; estou cansado de me arrepender. 7. E padejá-los-ei com a pá nas portas da terra; desfilhei, destruí o meu povo; não voltaram dos seus caminhos. 8. As suas viúvas mais se multiplicaram do que as areias dos mares; trouxe ao meio-dia um destruidor sobre a mãe dos jovens; fiz que caísse de repente sobre ela e enchesse a cidade de terrores. 9. A que dava à luz sete se enfraqueceu; expirou a sua alma; pôs-se o seu sol sendo ainda de dia; ela confundiu-se e envergonhou-se; e os que ficarem dela eu os entregarei à espada, diante dos seus inimigos, diz o SENHOR. 10. Ai de mim, minha mãe! Por que me deste à luz homem de rixa e homem de contenda para toda a terra? Nunca lhes emprestei com usura, nem eles me emprestaram a mim com usura, e, todavia, cada um deles me amaldiçoa. 11. Disse o SENHOR: Decerto que te fortalecerei para bem e, no tempo da calamidade e no tempo da angústia, farei que o inimigo te dirija súplicas. 12. Pode alguém quebrar o ferro, o ferro do Norte, ou o aço? 13. A tua fazenda e os teus tesouros entregarei sem preço ao saque; e isso por todos os teus pecados, mesmo em todos os teus limites. 14. E levarei a ti com os teus inimigos para a terra que não conheces; porque o fogo se acendeu em minha ira e sobre vós arderá. 15. Tu, ó SENHOR, o sabes; lembra-te de mim, e visita-me, e vinga-me dos meus perseguidores; não me arrebates, por tua longanimidade; sabe que, por amor de ti, tenho sofrido afronta. 16. Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome me chamo, ó SENHOR, Deus dos Exércitos. 17. Nunca me assentei no congresso dos zombadores, nem me regozijei; por causa da tua mão, me assentei solitário, pois me encheste de indignação. 18. Por que dura a minha dor continuamente, e a minha ferida me dói, não admite cura? Serias tu para mim como ilusório ribeiro e como águas inconstantes? 19. Portanto, assim diz o SENHOR: Se tu voltares, então, te trarei, e estarás diante da minha face; e, se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles. 20. E eu te porei contra este povo como forte muro de bronze; e pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo para te guardar, para te livrar deles, diz o SENHOR. 21. E arrebatar-te-ei da mão dos malignos e livrar-te-ei das mãos dos fortes. Jeremias 16 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Não tomarás para ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar. 3. Porque assim diz o SENHOR acerca dos filhos e das filhas que nascerem neste lugar, acerca de suas mães que os tiverem e de seus pais que os gerarem nesta terra: 4. Morrerão de enfermidades dolorosas e não serão pranteados nem sepultados; servirão de esterco para a terra; e, pela espada e pela fome, serão consumidos, e os seus cadáveres servirão de mantimento às aves do céu e aos animais da terra. 5. Porque assim diz o SENHOR: Não entres na casa do luto, nem vás a lamentar, nem te compadeças deles; porque deste povo, diz o SENHOR, retirei a minha paz, benignidade e misericórdia. 6. E morrerão grandes e pequenos nesta terra e não serão sepultados; e não os prantearão nem se farão por eles incisões, nem por eles se raparão os cabelos. 7. E nada se lhes dará por dó, para consolá-los por causa de morte; nem lhes darão a beber do copo de consolação, pelo pai de alguém ou pela mãe de alguém. 8. Nem entres na casa do banquete, para te assentares com eles a comer e a beber. 9. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que farei cessar neste lugar, perante os vossos olhos e em vossos dias, a voz de gozo, e a voz de alegria, e a voz do esposo, e a voz da esposa. 10. E será que, quando anunciares a este povo todas estas palavras, e eles te disserem: Por que pronuncia o SENHOR sobre nós todo este grande mal, e qual é a nossa iniqüidade, e qual é o nosso pecado, que pecamos contra o SENHOR, nosso Deus? 11. Então, lhes dirás: Porquanto vossos pais me deixaram, diz o SENHOR, e se foram após deuses alheios, e os serviram, e se inclinaram diante deles, e a mim me deixaram, e a minha lei não guardaram, 12. e vós fizestes pior do que vossos pais; porque, eis que cada um de vós anda após o propósito do seu malvado coração para me não dar ouvidos a mim. 13. Portanto, lançar-vos-ei fora desta terra, para uma terra que não conhecestes, nem vós nem vossos pais; e ali servireis a deuses estranhos, de dia e de noite, porque não usarei de misericórdia convosco. 14. Portanto, eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que nunca mais se dirá: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito. 15. Mas: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Norte e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, que dei a seus pais. 16. Eis que mandarei muitos pescadores, diz o SENHOR, os quais os pescarão; e depois enviarei muitos caçadores, os quais os caçarão sobre todo monte, e sobre todo outeiro, e até nas fendas das rochas. 17. Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; não se escondem perante a minha face, nem a sua maldade se encobre aos meus olhos. 18. E primeiramente retribuirei em dobro a sua maldade e o seu pecado, porque profanaram a minha terra com os cadáveres das suas coisas detestáveis e das suas abominações encheram a minha herança. 19. Ó SENHOR, fortaleza minha, e força minha, e refúgio meu no dia da angústia! A ti virão as nações desde os fins da terra e dirão: Nossos pais herdaram só mentiras e vaidade, em que não havia proveito. 20. Fará um homem para si deuses que, contudo, não são deuses? 21. Portanto, eis que lhes farei conhecer, desta vez lhes farei conhecer a minha mão e o meu poder, e saberão que o meu nome é SENHOR. Jeremias 17 1. O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro, com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nos ângulos dos seus altares. 2. Seus filhos se lembram dos seus altares, e dos seus bosques, e das árvores verdes, sobre os altos outeiros. 3. Ó minha montanha no campo, a tua riqueza e todos os teus tesouros darei por presa, como também os teus altos por causa do pecado, em todos os teus termos! 4. Assim, por ti mesmo te privarás da tua herança que te dei, e far-te-ei servir os teus inimigos, na terra que não conheces; porque o fogo que acendeste na minha ira arderá para sempre. 5. Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR! 6. Porque será como a tamargueira no deserto e não sentirá quando vem o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. 7. Bendito o varão que confia no SENHOR, e cuja esperança é o SENHOR. 8. Porque ele será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se afadiga nem deixa de dar fruto. 9. Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? 10. Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações. 11. Como a perdiz que ajunta ovos que não choca, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará e no seu fim se fará um insensato. 12. Um trono de glória, posto bem alto desde o princípio, é o lugar do nosso santuário. 13. Ó SENHOR, Esperança de Israel! Todos aqueles que te deixam serão envergonhados; os que se apartam de mim serão escritos sobre a terra; porque abandonam o SENHOR, a fonte das águas vivas. 14. Sara-me, SENHOR, e sararei; salva-me, e serei salvo; porque tu és o meu louvor. 15. Eis que eles me dizem: Onde está a palavra do SENHOR? Venha agora! 16. Mas eu não me apressei em ser o pastor, após ti; nem tampouco desejei o dia de aflição, tu o sabes; o que saiu dos meus lábios está diante de tua face. 17. Não me sejas por espanto; meu refúgio és tu no dia do mal. 18. Envergonhem-se os que me perseguem, e não me envergonhe eu; assombrem-se eles, e não me assombre eu; traze sobre eles o dia do mal e destrói-os com dobrada destruição. 19. Assim me disse o SENHOR: Vai, põe-te à porta dos filhos do povo, pela qual entram os reis de Judá e pela qual saem, como também a todas as portas de Jerusalém, 20. e dize-lhes: Ouvi a palavra do SENHOR, vós, reis de Judá e todo o Judá e todos os moradores de Jerusalém, que entrais por estas portas. 21. Assim diz o SENHOR: Guardai a vossa alma e não tragais cargas no dia de sábado, nem as introduzais pelas portas de Jerusalém; 22. nem tireis cargas de vossas casas no dia de sábado, nem façais obra alguma; antes, santificai o dia de sábado, como eu ordenei a vossos pais. 23. Mas não deram ouvidos, nem inclinaram as orelhas; antes, endureceram a sua cerviz, para não ouvirem e para não receberem correção. 24. Será, pois, que, se diligentemente me ouvirdes, diz o SENHOR, não introduzindo cargas pelas portas desta cidade no dia de sábado, e santificardes o dia de sábado, não fazendo nele obra alguma; 25. então, entrarão pelas portas desta cidade reis e príncipes, assentados sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles e seus príncipes, os homens de Judá e os moradores de Jerusalém; e esta cidade será para sempre habitada. 26. E virão das cidades de Judá, e dos contornos de Jerusalém, e da terra de Benjamim, e das planícies, e das montanhas, e do Sul, trazendo holocaustos, e sacrifícios, e ofertas de manjares, e incenso, trazendo igualmente sacrifícios de louvores à Casa do SENHOR. 27. Mas, se não me derdes ouvidos, para santificardes o dia de sábado e para não trazerdes carga alguma, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de Jerusalém e não se apagará. Jeremias 18 1. A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo: 2. Levanta-te e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. 3. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas. 4. Como o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer. 5. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 6. Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? -- diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel. 7. No momento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e para derribar, e para destruir, 8. se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. 9. E, no momento em que eu falar de uma gente e de um reino, para o edificar e para plantar, 10. se ele fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que tinha dito lhe faria. 11. Ora, pois, fala agora aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz o SENHOR: Eis que estou forjando mal contra vós e projeto um plano contra vós; convertei-vos, pois, agora, cada um do seu mau caminho, e melhorai os vossos caminhos e as vossas ações. 12. Mas eles dizem: Não há esperança, porque após as nossas imaginações andaremos; e fará cada um segundo o propósito do seu malvado coração. 13. Portanto, assim diz o SENHOR: Perguntai, agora, entre os gentios quem ouviu tal coisa? Coisa mui horrenda fez a virgem de Israel! 14. Porventura, deixar-se-á a neve do Líbano por uma rocha do campo? Ou deixar-se-ão as águas estranhas, frias e correntes? 15. Contudo, o meu povo se tem esquecido de mim, queimando incenso à vaidade; e fizeram-nos tropeçar nos seus caminhos e nas veredas antigas, para que andassem por veredas afastadas, não aplainadas; 16. para fazerem da sua terra um espanto e uma irrisão perpétua; todo aquele que passar por ela se espantará e meneará a cabeça. 17. Com vento oriental os espalharei diante da face do inimigo; mostrar-lhes-ei as costas e não o rosto, no dia da sua perdição. 18. Então, disseram: Vinde, e maquinemos projetos contra Jeremias; porquanto não perecerá a lei do sacerdote, nem o conselho do sábio, nem a palavra do profeta; vinde, e firamo-lo com a língua e não escutemos nenhuma das suas palavras. 19. Olha para mim, SENHOR, e ouve a voz dos que contendem comigo. 20. Porventura, pagar-se-á mal por bem? Pois cavaram uma cova para a minha alma; lembra-te de que eu compareci na tua presença, para falar por seu bem, para desviar deles a tua indignação. 21. Portanto, entrega seus filhos à fome e entrega-os ao poder da espada; e sejam suas mulheres roubadas dos filhos e fiquem viúvas; e seus maridos sejam feridos de morte, e os seus jovens, feridos à espada na peleja. 22. Ouça-se o clamor de suas casas, quando trouxeres esquadrões sobre eles de repente. Porquanto cavaram uma cova para prender-me e armaram laços aos meus pés. 23. Mas tu, ó SENHOR, sabes todo o seu conselho contra mim para matar-me; não perdoes a sua maldade, nem apagues o seu pecado de diante da tua face; mas tropecem diante de ti; trata-os assim no tempo da tua ira. Jeremias 19 1. Assim diz o SENHOR: Vai, e compra uma botija de oleiro, e leva contigo os anciãos do povo e os anciãos dos sacerdotes. 2. E sai ao vale do filho de Hinom, que está à entrada da Porta do Sol, e apregoa ali as palavras que eu te disser. 3. E dize: Ouvi a palavra do SENHOR, ó reis de Judá e moradores de Jerusalém. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei tão grande mal sobre este lugar, que quem quer que dele ouvir retinir-lhe-ão as orelhas. 4. Porquanto me deixaram, e profanaram este lugar, e nele queimaram incenso a outros deuses, que nunca conheceram, nem eles, nem seus pais, nem os reis de Judá; e encheram este lugar de sangue de inocentes. 5. Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos em holocausto a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem subiu ao meu coração. 6. Por isso, eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que este lugar não se chamará mais Tofete, nem o vale do filho de Hinom, mas o vale da Matança. 7. Porque dissiparei o conselho de Judá e de Jerusalém, neste lugar, e os farei cair à espada diante de seus inimigos e pela mão dos que buscam a vida deles; e darei os seus cadáveres por pasto às aves dos céus e aos animais da terra. 8. E porei esta cidade por espanto e por objeto de assobios; todo aquele que passar por ela se espantará e assobiará, por causa de todas as suas pragas. 9. E lhes farei comer a carne de seus filhos e a carne de suas filhas, e comerá cada um a carne do seu próximo, no cerco e no aperto em que os apertarão os seus inimigos e os que buscam a vida deles. 10. Então, quebrarás a botija à vista dos homens que foram contigo; 11. e dir-lhes-ás: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Deste modo quebrarei eu este povo e esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se, e os enterrarão em Tofete, porque não haverá outro lugar para os enterrar. 12. Assim farei a este lugar, diz o SENHOR, e aos seus moradores; sim, para pôr esta cidade como Tofete. 13. E as casas de Jerusalém e as casas dos reis de Judá serão imundas como o lugar de Tofete; como também todas as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a todo o exército dos céus e ofereceram libações a deuses estranhos. 14. Vindo, pois, Jeremias de Tofete, para onde o tinha enviado o SENHOR a profetizar, se pôs em pé no átrio da Casa do SENHOR e disse a todo o povo: 15. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre esta cidade e sobre todas as suas cidades todo o mal que pronunciei contra ela, porquanto endureceram a sua cerviz, para não ouvirem as minhas palavras. Jeremias 20 1. E Pasur, filho de Imer, o sacerdote, que havia sido nomeado presidente na Casa do SENHOR, ouviu a Jeremias, que profetizava estas coisas. 2. E feriu Pasur ao profeta Jeremias, e o meteu no cepo que está na porta superior de Benjamim, a qual está na Casa do SENHOR. 3. E sucedeu que, no dia seguinte, Pasur tirou a Jeremias do cepo. Então, disse-lhe Jeremias: O SENHOR não chama o teu nome Pasur, mas Magor-Missabibe. 4. Porque assim diz o SENHOR: Eis que farei de ti um terror para ti mesmo e para todos os teus amigos; eles cairão à espada de seus inimigos, e teus olhos o verão; todo o Judá entregarei na mão do rei de Babilônia; ele os levará presos a Babilônia e feri-los-á à espada. 5. Também darei toda a fazenda desta cidade, e todo o seu trabalho, e todas as suas coisas preciosas; sim, todos os tesouros dos reis de Judá entregarei na mão de seus inimigos, os quais saqueá-los-ão, tomá-los-ão e levá-los-ão a Babilônia. 6. E tu, Pasur, e todos os moradores da tua casa ireis para o cativeiro; e irás a Babilônia, e ali morrerás, e ali serás sepultado, tu e todos os teus amigos, aos quais profetizaste falsamente. 7. Iludiste-me, ó SENHOR, e iludido fiquei; mais forte foste do que eu e prevaleceste; sirvo de escárnio todo o dia; cada um deles zomba de mim. 8. Porque, desde que falo, grito e clamo: Violência e destruição! Porque se tornou a palavra do SENHOR um opróbrio para mim e um ludíbrio todo o dia. 9. Então, disse eu: Não me lembrarei dele e não falarei mais no seu nome; mas isso foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou fatigado de sofrer e não posso. 10. Porque ouvi a murmuração de muitos: Há terror de todos os lados! Denunciai, e o denunciaremos! Todos os que têm paz comigo aguardam o meu manquejar, dizendo: Bem pode ser que se deixe persuadir; então, prevaleceremos contra ele e nos vingaremos dele. 11. Mas o SENHOR está comigo como um valente terrível; por isso, tropeçarão os meus perseguidores e não prevalecerão; ficarão mui confundidos; como não se houveram prudentemente, terão uma confusão perpétua, que nunca se esquecerá. 12. Tu, pois, ó SENHOR dos Exércitos, que provas o justo e vês os pensamentos e o coração, veja eu a tua vingança sobre eles, pois te descobri a minha causa. 13. Cantai ao SENHOR, louvai ao SENHOR; pois livrou a alma do necessitado da mão dos malfeitores. 14. Maldito o dia em que nasci; o dia em que minha mãe me deu à luz não seja bendito. 15. Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho; alegrando-o com isso grandemente. 16. E seja esse homem como as cidades que o SENHOR destruiu sem que se arrependesse; e ouça ele clamor pela manhã e, ao tempo do meio-dia, um alarido. 17. Por que não me matou desde a madre? Ou minha mãe não foi minha sepultura? Ou não ficou grávida perpetuamente? 18. Por que saí da madre para ver trabalho e tristeza e para que se consumam os meus dias na confusão? Jeremias 21 1. A palavra que veio a Jeremias da parte do SENHOR, quando o rei Zedequias lhe enviou a Pasur, filho de Malquias, e a Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote, dizendo: 2. Pergunta, agora, por nós, ao SENHOR, por que Nabucodonosor, rei de Babilônia, guerreia contra nós; bem pode ser que o SENHOR opere conosco segundo todas as suas maravilhas e o faça retirar-se de nós. 3. Então, Jeremias lhes disse: Assim direis a Zedequias. 4. Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Eis que virarei contra vós as armas de guerra que estão nas vossas mãos, com que vós pelejais contra o rei de Babilônia e contra os caldeus, que vos têm cercado fora dos muros; e ajuntá-los-ei no meio desta cidade. 5. E eu pelejarei contra vós com mão estendida, e com braço forte, e com ira, e com indignação, e com grande furor. 6. E ferirei os habitantes desta cidade, assim os homens como os animais; de grande pestilência morrerão. 7. E, depois disto, diz o SENHOR, entregarei Zedequias, rei de Judá, e seus servos, e o povo, e os que desta cidade restarem da pestilência, e da espada, e da fome na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e na mão de seus inimigos, e na mão dos que buscam a sua vida; e feri-los-á a fio de espada; não os poupará, nem se compadecerá, nem terá misericórdia. 8. E a este povo dirás: Assim diz o SENHOR: Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte. 9. O que ficar nesta cidade há de morrer à espada, ou à fome, ou da pestilência; mas o que sair e se render aos caldeus, que vos têm cercado, viverá e terá a sua vida por despojo. 10. Porque pus o rosto contra esta cidade para mal e não para bem, diz o SENHOR; na mão do rei de Babilônia se entregará, e ele a queimará a fogo. 11. E à casa do rei de Judá dirás: Ouvi a palavra do SENHOR! 12. Ó casa de Davi, assim diz o SENHOR: Julgai pela manhã justamente e livrai o espoliado da mão do opressor; para que não saia o meu furor como fogo e se acenda, sem que haja quem o apague, por causa da maldade de vossas ações. 13. Eis que eu sou contra ti, ó moradora do vale, ó rocha da campina, diz o SENHOR; contra vós que dizeis: Quem descerá contra nós? Ou: Quem entrará nas nossas moradas? 14. E eu vos visitarei segundo o fruto das vossas ações, diz o SENHOR; e acenderei o fogo no seu bosque, que consumirá a tudo o que está em redor dela. Jeremias 22 1. Assim diz o SENHOR: Desce à casa do rei de Judá, e anuncia ali esta palavra, 2. e dize: Ouve a palavra do SENHOR, ó rei de Judá, que te assentas no trono de Davi; tu, e os teus servos, e o teu povo, que entrais por estas portas. 3. Assim diz o SENHOR: Exercei o juízo e a justiça e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar. 4. Porque, se, deveras, cumprirdes esta palavra, entrarão pelas portas desta casa os reis que se assentarão no lugar de Davi sobre o seu trono, em carros e montados em cavalos, eles, e os seus servos, e o seu povo. 5. Mas, se não derdes ouvidos a estas palavras, por mim mesmo tenho jurado, diz o SENHOR, que esta casa se tornará em assolação. 6. Porque assim diz o SENHOR acerca da casa do rei de Judá: Tu és para mim Gileade e a cabeça do Líbano; mas por certo que farei de ti um deserto e cidades desabitadas. 7. Porque prepararei contra ti destruidores, cada um com as suas armas; e cortarão os teus cedros escolhidos e lançá-los-ão no fogo. 8. E muitas nações passarão por esta cidade, e dirá cada um ao seu companheiro: Por que procedeu o SENHOR assim com esta grande cidade? 9. Então, responderão: Porque deixaram o concerto do SENHOR, seu Deus, e se inclinaram diante de deuses alheios, e os serviram. 10. Não choreis o morto, nem o lastimeis; chorai abundantemente aquele que sai, porque nunca mais tornará, nem verá a terra onde nasceu. 11. Porque assim diz o SENHOR acerca de Salum, filho de Josias, rei de Judá, que reinou em lugar de Josias, seu pai, e que saiu deste lugar: Nunca ali tornará mais. 12. Mas no lugar para onde o levaram cativo morrerá e nunca mais verá esta terra. 13. Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos sem direito; que se serve do serviço do seu próximo, sem paga, e não lhe dá o salário do seu trabalho; 14. que diz: Edificarei para mim uma casa espaçosa e aposentos largos, e lhe abre janelas, e está forrada de cedro e pintada de vermelhão. 15. Reinarás tu, só porque te encerras em cedro? Acaso, teu pai não comeu e bebeu e não exercitou o juízo e a justiça? Por isso, tudo lhe sucedeu bem. 16. Julgou a causa do aflito e do necessitado; então, lhe sucedeu bem; porventura, não é isto conhecer-me? -- diz o SENHOR. 17. Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua avareza, e para o sangue inocente, a fim de derramá-lo, e para a opressão, e para a violência, a fim de levar isso a efeito. 18. Portanto, assim diz o SENHOR acerca de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá: Não lamentarão por ele, dizendo: Ai, irmão meu! Ou: Ai, minha irmã! Nem lamentarão por ele, dizendo: Ai, senhor! Ou: Ai, majestoso! 19. Em sepultura de jumento, o sepultarão, arrastando-o e lançando-o para bem longe, fora das portas de Jerusalém. 20. Sobe ao Líbano, e clama, e levanta a tua voz em Basã, e clama desde Abarim, porque estão quebrantados os teus namorados. 21. Falei contigo da tua prosperidade, mas tu disseste: Não ouvirei. Este é o teu caminho, desde a tua mocidade, pois nunca deste ouvidos à minha voz. 22. O vento apascentará todos os teus pastores, e os teus namorados irão para o cativeiro; certamente, então, te confundirás e te envergonharás, por causa de toda a tua maldade. 23. Ó tu que habitas no Líbano e fazes o teu ninho nos cedros! Quão lastimada serás quando te vierem as dores e os ais como da que está de parto! 24. Vivo eu, diz o SENHOR, que, ainda que Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, fosse o selo do anel da minha mão direita, eu dali te arrancaria. 25. E te entregarei na mão dos que buscam a tua vida, e na mão daqueles diante de quem tu temes, a saber, na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e na mão dos caldeus. 26. E lançar-te-ei a ti e à tua mãe, que te deu à luz, para uma terra estranha, em que não nasceste; e ali morrereis. 27. Mas à terra, para a qual eles levantam a sua alma, para ali tornarem, a ela não tornarão. 28. É, pois, este homem Jeconias um vil utensílio quebrado ou um utensílio de que ninguém se agrada? Por que razão foram arremessados fora, ele e a sua geração, e arrojados para uma terra que não conhecem? 29. Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do SENHOR! 30. Assim diz o SENHOR: Escrevei que este homem está privado de seus filhos e é homem que não prosperará nos seus dias; nem prosperará algum da sua geração, para se assentar no trono de Davi e reinar mais em Judá. Jeremias 23 1. Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR. 2. Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o SENHOR. 3. E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se multiplicarão. 4. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o SENHOR. 5. Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra. 6. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o nome com que o nomearão: O SENHOR, Justiça Nossa. 7. Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que nunca mais dirão: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito, 8. mas: Vive o SENHOR que fez subir e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do Norte e de todas as terras para onde os tinha arrojado. E habitarão na sua terra. 9. Quanto aos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como um homem embriagado e como um homem vencido pelo vinho, por causa do SENHOR e por causa das palavras da sua santidade. 10. Porque a terra está cheia de adúlteros e a terra chora por causa da maldição; e os pastos do deserto se secam, pois a sua carreira é má, e a sua força não é reta. 11. Porque tanto o profeta como o sacerdote estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR. 12. Portanto, o seu caminho lhes será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles mal, o ano mesmo da sua visitação, diz o SENHOR. 13. Nos profetas de Samaria, bem vi eu loucura: profetizaram da parte de Baal e fizeram errar o meu povo de Israel. 14. Mas, nos profetas de Jerusalém, vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e esforçam as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os moradores dela, como Gomorra. 15. Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer alosna, e lhes farei beber águas de fel, porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra. 16. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades e falam da visão do seu coração, não da boca do SENHOR. 17. Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo o propósito do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós. 18. Porque quem esteve no conselho do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ouviu? 19. Eis que saiu com indignação a tempestade do SENHOR, e uma tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. 20. Não se desviará a ira do SENHOR até que execute e cumpra os pensamentos do seu coração; no fim dos dias, entendereis isso claramente. 21. Não mandei os profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; todavia, eles profetizaram. 22. Mas, se estivessem no meu conselho, então, fariam ouvir as minhas palavras ao meu povo, e o fariam voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações. 23. Sou eu apenas Deus de perto, diz o SENHOR, e não também Deus de longe? 24. Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? -- diz o SENHOR. Porventura, não encho eu os céus e a terra? -- diz o SENHOR. 25. Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei! Sonhei! 26. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras e que são só profetas do engano do seu coração? 27. Os quais cuidam que farão que o meu povo se esqueça do meu nome, pelos sonhos que cada um conta ao seu companheiro, assim como seus pais se esqueceram do meu nome, por causa de Baal. 28. O profeta que teve um sonho, que conte o sonho; e aquele em quem está a minha palavra, que fale a minha palavra, com verdade. Que tem a palha com o trigo? -- diz o SENHOR. 29. Não é a minha palavra como fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiúça a penha? 30. Portanto, eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro. 31. Eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que usam de sua língua e dizem: Ele disse. 32. Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem e não trouxeram proveito nenhum a este povo, diz o SENHOR. 33. Quando, pois, te perguntar este povo, ou qualquer profeta, ou sacerdote, dizendo: Qual é o peso do SENHOR?, então, lhe dirás: Vós sois o peso, eu vos deixarei, diz o SENHOR. 34. E, quanto ao profeta, e ao sacerdote, e ao povo que disser: Peso do SENHOR, eu castigarei o tal homem e a sua casa. 35. Assim direis, cada um ao seu companheiro e cada um ao seu irmão: Que respondeu o SENHOR? Que falou o SENHOR? 36. Mas nunca mais vos lembrareis do peso do SENHOR, porque a cada um lhe servirá de peso a sua própria palavra. Vós torceis as palavras do Deus vivo, do SENHOR dos Exércitos, o nosso Deus. 37. Assim dirás ao profeta: O que te respondeu o SENHOR? O que falou o SENHOR? 38. Mas, porque dizeis: Peso do SENHOR, assim o diz o SENHOR: Porque dizeis esta expressão Peso do SENHOR (havendo-vos eu ordenado: não direis Peso do SENHOR), 39. por isso, eis que também eu me esquecerei totalmente de vós e a vós, e à cidade que vos dei a vós, e a vossos pais, tirarei da minha presença. 40. E porei sobre vós perpétuo opróbrio e eterna vergonha, que não serão esquecidos. Jeremias 24 1. Fez-me o SENHOR ver, e vi dois cestos de figos postos diante do templo do SENHOR, depois que Nabucodonosor, rei da Babilônia, levou em cativeiro a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e os príncipes de Judá, e os carpinteiros, e os ferreiros de Jerusalém e os trouxe à Babilônia. 2. Um cesto tinha figos muito bons, como os figos temporãos, mas o outro cesto tinha figos muito maus, que não se podiam comer, de maus que eram. 3. E disse-me o SENHOR: Que vês tu, Jeremias? E eu disse: Figos. Os figos bons, muito bons, e os maus, muito maus, que não se podem comer, de maus que são. 4. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 5. Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Como a estes bons figos, assim conhecerei aos de Judá levados em cativeiro e que eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus, para seu bem. 6. Porei os olhos sobre eles, para seu bem, e os farei voltar a esta terra; e edificá-los-ei, e não os destruirei, e plantá-los-ei, e não os arrancarei. 7. E dar-lhes-ei coração para que me conheçam, porque eu sou o SENHOR; e ser-me-ão por povo, e eu lhes serei por Deus, porque se converterão a mim de todo o seu coração. 8. E, como aos figos maus, que se não podem comer, de maus que são (porque assim diz o SENHOR), assim entregarei Zedequias, rei de Judá, e os seus príncipes, e o resto de Jerusalém, tanto os que ficaram nesta terra como os que habitaram na terra do Egito. 9. Eu os entregarei para que sejam um terror, um mal para todos os reinos da terra, um opróbrio, provérbio, um escárnio e uma maldição em todos os lugares para onde os arrojei. 10. E enviarei entre eles a espada, a fome e a peste, até que se consumam de sobre a terra que dei a eles e a seus pais. Jeremias 25 1. Palavra que veio a Jeremias acerca de todo o povo de Judá, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá (que é o primeiro ano de Nabucodonosor, rei da Babilônia), 2. a qual anunciou o profeta Jeremias a todo o povo de Judá e a todos os habitantes de Jerusalém, dizendo: 3. Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até este dia (que é o ano vinte e três), veio a mim a palavra do SENHOR, e vo-la anunciei a vós, madrugando e falando; mas vós não escutastes. 4. Também vos enviou o SENHOR todos os seus servos, os profetas, madrugando e enviando- os (mas vós não escutastes, nem inclinaste os ouvidos para ouvir), 5. dizendo: Convertei-vos, agora, cada um do seu mau caminho e da maldade das suas ações e habitai na terra que o SENHOR vos deu e a vossos pais, de século em século; 6. e não andeis após deuses alheios para os servirdes e para vos inclinardes diante deles, nem me provoqueis à ira com a obra de vossas mãos, para que vos não faça mal. 7. Todavia, não me destes ouvidos, diz o SENHOR, mas me provocastes à ira com a obra de vossas mãos, para vosso mal. 8. Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Visto que não escutastes as minhas palavras, 9. eis que eu enviarei, e tomarei a todas as gerações do Norte, diz o SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e pô-los-ei em espanto, e em assobio, e em perpétuos desertos. 10. E farei perecer, entre eles, a voz de folguedo, e a voz de alegria, e a voz do esposo, e a voz da esposa, e o som das mós, e a luz do candeeiro. 11. E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. 12. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei da Babilônia, e esta nação, diz o SENHOR, castigando a sua iniqüidade, e a da terra dos caldeus; farei deles um deserto perpétuo. 13. E trarei sobre esta terra todas as palavras que disse contra ela, tudo quanto está escrito neste livro, que profetizou Jeremias contra todas estas nações. 14. Porque também deles se servirão muitas nações e grandes reis; assim lhes retribuirei segundo os seus feitos e segundo as obras das suas mãos. 15. Porque assim me disse o SENHOR, o Deus de Israel: Toma da minha mão este copo de vinho do furor e darás a beber dele a todas as nações às quais eu te enviar. 16. Para que bebam, e tremam, e enlouqueçam, por causa da espada que eu enviarei entre eles. 17. E tomei o copo da mão do SENHOR e dei a beber a todas as nações às quais o SENHOR me tinha enviado: 18. a Jerusalém, e às cidades de Judá, e aos seus reis, e aos seus príncipes, para fazer deles um deserto, um espanto, um assobio e uma maldição, como hoje se vê; 19. e a Faraó, rei do Egito, e a seus servos, e a seus príncipes, e a todo o seu povo; 20. e a toda a mistura de gente, e a todos os reis da terra de Uz, e a todos os reis da terra dos filisteus, e a Asquelom, e a Gaza, e a Ecrom, e ao resto de Asdode; 21. e a Edom, e a Moabe, e aos filhos de Amom; 22. e a todos os reis de Tiro, e a todos os reis de Sidom, e aos reis das ilhas dalém do mar; 23. e a Dedã, e a Tema, e a Buz, e a todos os que habitam nos últimos cantos da terra; 24. e a todos os reis da Arábia, e a todos os reis do misturado povo que habita no deserto; 25. e a todos os reis de Zinri, e a todos os reis de Elão, e a todos os reis da Média; 26. e a todos os reis do Norte, os de perto e os de longe, um com outro, e a todos os reinos da terra; e o rei de Sesaque beberá depois deles. 27. Pois lhes dirás: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Bebei, e embebedai-vos, e vomitai, e caí, e não torneis a levantar-vos, por causa da espada que eu vos enviarei. 28. E será que, se não quiserem tomar o copo da tua mão para beber, então, lhes dirás: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Certamente, bebereis. 29. Porque, eis que, na cidade que se chama pelo meu nome, começo a castigar; e ficareis vós totalmente impunes? Não, não ficareis impunes, porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o SENHOR dos Exércitos. 30. Tu, pois, lhes profetizarás todas estas palavras e lhes dirás: O SENHOR, desde o alto, bramirá e fará ouvir a sua voz desde a morada da sua santidade; terrivelmente bramirá contra a sua habitação, com grito de alegria, como dos que pisam as uvas, contra todos os moradores da terra. 31. Chegará o estrondo até à extremidade da terra, porque o SENHOR tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne; os ímpios entregará à espada, diz o SENHOR. 32. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que o mal sai de nação para nação, e grande tormenta se levantará dos confins da terra. 33. E serão os mortos do SENHOR, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como estrume sobre a face da terra. 34. Uivai, pastores, e clamai, e revolvei-vos na cinza, principais do rebanho, porque já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e eu vos quebrantarei, e vós, então, caireis como um jarro precioso. 35. E não haverá fuga para os pastores, nem salvamento para os principais do rebanho. 36. Voz de grito dos pastores, e uivo dos principais do rebanho! Porque o SENHOR destruiu o pasto deles. 37. Porque as suas malhadas pacíficas serão desarraigadas por causa do furor da ira do SENHOR. 38. Desamparou a sua cabana, como o filho de leão, porque a sua terra foi posta em assolação, por causa do furor do opressor e por causa do furor da sua ira. Jeremias 26 1. No princípio do reinado de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, veio esta palavra do SENHOR, dizendo: 2. Assim diz o SENHOR: Põe-te no átrio da Casa do SENHOR e dize a todas as cidades de Judá que vêm adorar à Casa do SENHOR todas as palavras que te mandei que lhes dissesses; não esqueças nem uma palavra. 3. Bem pode ser que ouçam e se convertam cada um do seu mau caminho, e eu me arrependa do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações. 4. Dize-lhes, pois: Assim diz o SENHOR: Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei que pus diante de vós, 5. para que ouvísseis as palavras dos meus servos, os profetas, que eu vos envio, madrugando e enviando, mas não ouvistes. 6. Então, farei que esta casa seja como Siló e farei desta cidade uma maldição para todas as nações da terra. 7. E ouviram os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, a Jeremias anunciando estas palavras na Casa do SENHOR. 8. E sucedeu que, acabando Jeremias de dizer tudo quanto o SENHOR lhe havia ordenado que dissesse a todo o povo, pegaram nele os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, dizendo: Certamente, morrerás. 9. Por que profetizaste no nome do SENHOR, dizendo: Será como Siló esta casa, e esta cidade será assolada, de sorte que fique sem moradores? E ajuntou-se todo o povo contra Jeremias, na Casa do SENHOR. 10. E, ouvindo os príncipes de Judá estas palavras, subiram da casa do rei à Casa do SENHOR e se assentaram à entrada da Porta Nova da Casa do SENHOR. 11. Então, falaram os sacerdotes e os profetas aos príncipes e a todo o povo, dizendo: Este homem é réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com os vossos ouvidos. 12. E falou Jeremias a todos os príncipes e a todo o povo, dizendo: O SENHOR me enviou a profetizar contra esta casa e contra esta cidade todas as palavras que ouvistes. 13. Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as vossas ações e ouvi a voz do SENHOR, vosso Deus, e arrepender-se-á o SENHOR do mal que falou contra vós. 14. Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim conforme o que for bom e reto aos vossos olhos. 15. Sabei, porém, com certeza, que, se me matardes a mim, trareis sangue inocente sobre vós, e sobre esta cidade, e sobre os seus habitantes, porque, na verdade, o SENHOR me enviou a vós para dizer aos vossos ouvidos todas estas palavras. 16. Então, disseram os príncipes e todo o povo aos sacerdotes e aos profetas: Este homem não é réu de morte, porque, em nome do SENHOR, nosso Deus, nos falou. 17. Também se levantaram alguns dentre os anciãos da terra e falaram a toda a congregação do povo, dizendo: 18. Miquéias, o morastita, profetizou nos dias de Ezequias, rei de Judá, e falou a todo o povo de Judá, dizendo: Assim disse o SENHOR dos Exércitos: Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa, como os altos de um bosque. 19. Mataram-no, porventura, Ezequias, rei de Judá, e todo o Judá? Antes, não temeu este ao SENHOR e não implorou o favor do SENHOR? E o SENHOR se arrependeu do mal que falara contra eles. E nós não fazemos um grande mal contra a nossa alma? 20. Também houve um homem que profetizava em nome do SENHOR: Urias, filho de Semaías, de Quiriate-Jearim. Ele profetizou contra esta cidade e contra esta terra, conforme todas as palavras de Jeremias. 21. E, ouvindo o rei Jeoaquim, e todos os seus valentes, e todos os príncipes as suas palavras, procurou o rei matá-lo. Mas, ouvindo isto Urias, temeu, e fugiu, e foi para o Egito. 22. Mas o rei Jeoaquim enviou uns homens e a Elnatã, filho de Acbor, ao Egito. 23. E eles tiraram a Urias do Egito e o trouxeram ao rei Jeoaquim, que o feriu à espada e lançou o seu cadáver nas sepulturas dos filhos do povo. 24. A mão, pois, de Aicão, filho de Safã, foi com Jeremias, para que o não entregassem nas mãos do povo, para ser morto. Jeremias 27 1. No princípio do reinado de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, veio, da parte do SENHOR, esta palavra a Jeremias, dizendo: 2. Assim me disse o SENHOR: Faze umas prisões e jugos e pô-los-ás sobre o teu pescoço. 3. E envia-os ao rei de Edom, e ao rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de Tiro, e ao rei de Sidom, pelas mãos dos mensageiros que vêm a Jerusalém ter com Zedequias, rei de Judá. 4. E lhes darás uma mensagem para seus senhores, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos senhores: 5. Eu fiz a terra, o homem e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder e com o meu braço estendido, e os dou a quem me agrada. 6. E, agora, eu entreguei todas estas terras nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo, e até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. 7. E todas as nações servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele. 8. E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não puserem o pescoço debaixo do jugo do rei da Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz o SENHOR, até que a consuma pelas suas mãos. 9. E não deis ouvidos aos vossos profetas, e aos vossos adivinhos, e aos vossos sonhos, e aos vossos agoureiros, e aos vossos encantadores, que vos falam, dizendo: Não servireis ao rei da Babilônia. 10. Porque mentiras vos profetizam, para vos mandarem para longe da vossa terra, e para que eu vos lance dela, e vós pereçais. 11. Mas a nação que meter o pescoço sob o jugo do rei da Babilônia e o servir, eu a deixarei na sua terra, diz o SENHOR, e lavrá-la-á e habitará nela. 12. E falei com Zedequias, rei de Judá, conforme todas estas palavras, dizendo: colocai o pescoço no jugo do rei da Babilônia, e servi-o, a ele e ao seu povo, e vivereis. 13. Por que morrerias tu e o teu povo à espada, e à fome, e de peste, como o SENHOR disse da gente que não servir ao rei da Babilônia? 14. E não deis ouvidos às palavras dos profetas que vos falam, dizendo: Não servireis ao rei da Babilônia; pois vos profetizam mentiras. 15. Porque não os enviei, diz o SENHOR, e profetizam falsamente em meu nome, para que eu vos lance fora, e pereçais vós e os profetas que vos profetizam. 16. Também falei aos sacerdotes e a todo este povo, dizendo: Assim diz o SENHOR: Não deis ouvidos às palavras dos vossos profetas que vos profetizam, dizendo: Eis que os utensílios da Casa do SENHOR cedo voltarão da Babilônia; pois eles vos profetizam mentiras. 17. Não lhes deis ouvidos, servi ao rei da Babilônia e vivereis. Por que se tornaria esta cidade um deserto? 18. Porém, se são profetas, e se há palavras do SENHOR com eles, orem, agora, ao SENHOR dos Exércitos, para que os utensílios que ficaram na Casa do SENHOR, e na casa do rei de Judá, e em Jerusalém não sejam levados para a Babilônia. 19. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca das colunas, e do mar, e das bases, e dos restantes utensílios que ficaram na cidade, 20. os quais Nabucodonosor, rei da Babilônia, não levou, quando transportou de Jerusalém para a Babilônia a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, como também a todos os nobres de Jerusalém. 21. Assim, pois, diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, acerca dos utensílios que ficaram na Casa do SENHOR, e na casa do rei de Judá, e em Jerusalém: 22. À Babilônia serão levados e ali ficarão até ao dia em que os visitar, diz o SENHOR. Então, os farei subir e os tornarei a trazer a este lugar. Jeremias 28 1. E sucedeu no mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, no ano quarto, no mês quinto, que Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão, me falou na Casa do SENHOR, perante os olhos dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo: 2. Assim fala o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Eu quebrei o jugo do rei da Babilônia. 3. Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do SENHOR que deste lugar tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia. 4. Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos os do cativeiro de Judá que entraram na Babilônia eu tornarei a trazer a este lugar, diz o SENHOR, porque quebrarei o jugo do rei da Babilônia. 5. Então, falou Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta, aos olhos dos sacerdotes e aos olhos de todo o povo que estava na Casa do SENHOR. 6. Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Que assim faça o SENHOR! Que o SENHOR confirme as tuas palavras que profetizaste e torne ele a trazer os utensílios da Casa do SENHOR e todos os do cativeiro da Babilônia a este lugar. 7. Mas ouve, agora, esta palavra que eu falo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo: 8. Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde a antiguidade, profetizaram contra muitas terras e contra grandes reinos guerra, e mal, e peste. 9. O profeta que profetizar paz, somente quando se cumprir a palavra desse profeta é que será conhecido como aquele a quem o SENHOR, na verdade, enviou. 10. Então, Hananias, o profeta, tomou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e o quebrou. 11. E falou Hananias aos olhos de todo o povo, dizendo: Assim diz o SENHOR: Assim quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, depois de passados dois anos completos, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, se foi, tomando o seu caminho. 12. Mas veio a palavra do SENHOR a Jeremias, depois que Hananias, o profeta, quebrou o jugo de sobre o pescoço do profeta Jeremias, dizendo: 13. Vai e fala a Hananias, dizendo: Assim diz o SENHOR: Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de ferro. 14. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia; e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei. 15. E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve, agora, Hananias: não te enviou o SENHOR, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. 16. Pelo que assim diz o SENHOR: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o SENHOR. 17. E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês. Jeremias 29 1. E estas são as palavras da carta que Jeremias, o profeta, enviou, de Jerusalém, ao resto dos anciãos do cativeiro, como também aos sacerdotes, e aos profetas, e a todo o povo que Nabucodonosor havia transportado de Jerusalém para a Babilônia, 2. (depois que saíram o rei Jeconias, e a rainha, e os eunucos, e os príncipes de Judá e Jerusalém, e os carpinteiros, e os ferreiros de Jerusalém), 3. pelas mãos de Elasa, filho de Safã, e de Gemarias, filho de Hilquias (os quais Zedequias, rei de Judá, tinha enviado à Babilônia, a Nabucodonosor, rei da Babilônia), dizendo: 4. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os que foram transportados, que eu fiz transportar de Jerusalém para a Babilônia: 5. Edificai casas e habitai-as; plantai jardins e comei o seu fruto. 6. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; tomai mulheres para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos ali e não vos diminuais. 7. Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao SENHOR, porque, na sua paz, vós tereis paz. 8. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais. 9. Porque eles vos profetizam falsamente em meu nome; não os enviei, diz o SENHOR. 10. Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar. 11. Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais. 12. Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. 13. E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. 14. E serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei. 15. Porque dizeis: O SENHOR nos levantou profetas na Babilônia. 16. Porque assim diz o SENHOR a respeito do rei que se assenta no trono de Davi e de todo o povo que habita nesta cidade, vossos irmãos, que não saíram convosco para o cativeiro. 17. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que enviarei entre eles a espada, e a fome, e a peste e fá-los-ei como a figos podres, que não se podem comer, de maus que são. 18. E persegui-los-ei com a espada, e com a fome, e com a peste; dá-los-ei para andarem de um lado para outro entre todos os reinos da terra e para serem uma maldição, e um espanto, e um assobio, e um opróbrio entre todas as nações para onde os tiver lançado; 19. porquanto não deram ouvidos às minhas palavras, diz o SENHOR, enviando-lhes eu os meus servos, os profetas, madrugando e enviando; mas vós não escutastes, diz o SENHOR. 20. Vós, pois, ouvi a palavra do SENHOR, todos os do cativeiro que enviei de Jerusalém para a Babilônia. 21. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, acerca de Acabe, filho de Colaías, e de Zedequias, filho de Maaséias, que vos profetizam falsamente em meu nome: Eis que os entregarei nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e ele os ferirá diante dos vossos olhos. 22. E tomarão deles a maldição que estava sobre todos os transportados de Judá que estão em Babilônia, dizendo: O SENHOR te faça como a Zedequias e como a Acabe, os quais o rei da Babilônia assou no fogo! 23. Porquanto fizeram loucura em Israel, e cometeram adultério com as mulheres de seus companheiros, e anunciaram falsamente em meu nome palavras que não lhes mandei dizer; e eu o sei e sou testemunha disso, diz o SENHOR. 24. E a Semaías, o neelamita, falarás, dizendo: 25. Assim fala o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Porquanto tu enviaste no teu nome cartas a todo o povo que está em Jerusalém, como também a Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote, e a todos os sacerdotes, dizendo: 26. O SENHOR te pôs por sacerdote em lugar de Joiada, o sacerdote, para que sejas encarregado da Casa do SENHOR sobre todo homem obsesso e que profetiza, para o lançares na prisão e no tronco. 27. Agora, pois, por que não repreendeste a Jeremias, o anatotita, que vos profetiza? 28. Ele até nos mandou dizer à Babilônia: O cativeiro muito há de durar; edificai casas e habitai-as; plantai jardins e comei o seu fruto. 29. (Mas lera Sofonias, o sacerdote, esta carta aos ouvidos de Jeremias, o profeta.) 30. E veio a palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: 31. Manda a todos os do cativeiro, dizendo: Assim diz o SENHOR acerca de Semaías, o neelamita: Semaías vos profetizou, e eu não o enviei, e vos fez confiar em mentiras. 32. Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que visitarei a Semaías, o neelamita, e a sua descendência; ele não terá ninguém que habite entre este povo e não verá o bem que hei de fazer ao meu povo, diz o SENHOR, porquanto falou em rebelião contra o SENHOR. Jeremias 30 1. Palavra que, da parte do SENHOR, veio a Jeremias, dizendo: 2. Assim fala o SENHOR, Deus de Israel, dizendo: Escreve num livro todas as palavras que te tenho dito. 3. Porque eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei tornar do cativeiro o meu povo de Israel e de Judá, diz o SENHOR; e torná-los-ei a trazer à terra que dei a seus pais, e a possuirão. 4. E estas são as palavras que disse o SENHOR acerca de Israel e de Judá: 5. Assim diz o SENHOR: Ouvimos uma voz de tremor, de temor, mas não de paz. 6. Perguntai, pois, e vede se um homem tem dores de parto. Por que, pois, vejo a cada homem com as mãos sobre os lombos, como a que está dando à luz? E por que se têm tornado macilentos todos os rostos? 7. Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela. 8. Porque será naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço e quebrarei as tuas ataduras; e nunca mais se servirão dele os estranhos, 9. mas servirão ao SENHOR, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei. 10. Não temas, pois, tu, meu servo Jacó, diz o SENHOR, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei das terras de longe, e a tua descendência, da terra do seu cativeiro; e Jacó tornará, e descansará, e ficará em sossego, e não haverá quem o atemorize. 11. Porque eu sou contigo, diz o SENHOR, para te salvar, porquanto darei fim a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida e, de todo, não te terei por inocente. 12. Porque assim diz o SENHOR: Teu quebrantamento é mortal, e a tua chaga é dolorosa. 13. Não há quem defenda a tua causa; para que possas ser curado, não tens remédios nem emplasto. 14. Todos os teus amantes se esqueceram de ti e não perguntam por ti; porque te feri com ferida de inimigo e com castigo de cruel, pela grandeza de tua maldade e multidão de teus pecados. 15. Por que gritas em razão de teu quebrantamento? Tua dor é mortal. Pela grandeza de tua maldade e pela multidão de teus pecados, eu fiz estas coisas. 16. Mas também todos os que te devoram serão devorados; e todos os teus adversários irão, todos eles, para o cativeiro; e os que te roubam serão roubados, e a todos os que te despojam entregarei ao saque. 17. Porque restaurarei a tua saúde e sararei as tuas chagas, diz o SENHOR; pois te chamam a enjeitada, dizendo: É Sião, por quem ninguém pergunta. 18. Assim diz o SENHOR: Eis que acabarei o cativeiro das tendas de Jacó e apiedar-me-ei das suas moradas; e a cidade será reedificada sobre o seu montão, e o palácio permanecerá como habitualmente. 19. E sairá deles o louvor e a voz de júbilo; e multiplicá-los-ei, e não serão diminuídos; e glorificá-los-ei, e não serão humilhados. 20. E seus filhos serão como na antiguidade, e a sua congregação será confirmada perante o meu rosto; e punirei todos os seus opressores. 21. E o seu príncipe será deles; e o seu governador sairá do meio deles, e o farei aproximar, e ele se chegará a mim; porque quem é aquele que se tem empenhado em se chegar a mim? -- diz o SENHOR. 22. E ser-me-eis por povo, e eu vos serei por Deus. 23. Eis que a tormenta do SENHOR, a sua indignação, saiu; é uma tormenta varredora e cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. 24. Não voltará atrás o furor da ira do SENHOR, até que tenha executado e até que tenha cumprido os desígnios do seu coração; no fim dos dias, entendereis isto. Jeremias 31 1. Naquele tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as gerações de Israel, e elas serão o meu povo. 2. Assim diz o SENHOR: O povo que escapou da espada encontrou graça no deserto; é Israel mesmo, quando eu o fizer descansar. 3. Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Com amor eterno te amei; também com amável benignidade te atraí. 4. Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus adufes e sairás com o coro dos que dançam. 5. Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os plantadores plantarão e comerão dos frutos. 6. Porque haverá um dia em que gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Sião, ao SENHOR, nosso Deus. 7. Porque assim diz o SENHOR: Cantai sobre Jacó, com alegria; e exultai por causa do Chefe das nações; proclamai, cantai louvores e dizei: Salva, SENHOR, o teu povo, o resto de Israel. 8. Eis que os trarei da terra do Norte e os congregarei das extremidades da terra; e, com eles, os cegos, os aleijados, as mulheres grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação, voltarão para aqui. 9. Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, em que não tropeçarão; porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito. 10. Ouvi a palavra do SENHOR, ó nações, e anunciai-a nas ilhas de longe, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho. 11. Porque o SENHOR resgatou a Jacó e o livrou das mãos do que era mais forte do que ele. 12. Hão de vir, e exultarão na altura de Sião, e correrão aos bens do SENHOR: o trigo, e o mosto, e o azeite, e os cordeiros, e os bezerros; e a sua alma será como um jardim regado, e nunca mais andarão tristes. 13. Então, a virgem se alegrará na dança, e também os jovens e os velhos; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e transformarei em regozijo a sua tristeza. 14. E saciarei a alma dos sacerdotes de gordura, e o meu povo se fartará dos meus bens, diz o SENHOR. 15. Assim diz o SENHOR: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos, sem admitir consolação por eles, porque já não existem. 16. Assim diz o SENHOR: Reprime a voz de choro, e as lágrimas de teus olhos, porque há galardão para o teu trabalho, diz o SENHOR; pois eles voltarão da terra do inimigo. 17. E há esperanças, no derradeiro fim, para os teus descendentes, diz o SENHOR, porque teus filhos voltarão para o seu país. 18. Bem ouvi eu que Efraim se queixava, dizendo: Castigaste-me, e fui castigado como novilho ainda não domado; converte-me, e converter-me-ei, porque tu és o SENHOR, meu Deus. 19. Na verdade que, depois que me converti, tive arrependimento; e, depois que me conheci, bati na minha coxa; fiquei confuso; sim, envergonhei-me, porque suportei o opróbrio da minha mocidade. 20. Não é Efraim para mim um filho precioso, uma criança das minhas delícias? Porque, depois que falo contra ele, ainda me lembro dele solicitamente; por isso, se comove por ele o meu coração; deveras me compadecerei dele, diz o SENHOR. 21. Ergue para ti marcos, levanta para ti pirâmides, aplica o coração à vereda, ao caminho em que andaste; regressa, ó virgem de Israel, regressa a estas tuas cidades. 22. Até quando andarás errante, ó filha rebelde? Porque o SENHOR criou uma coisa nova na terra: uma mulher cercará um varão. 23. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Ainda dirão esta palavra na terra de Judá e nas suas cidades, quando eu acabar o seu cativeiro: O SENHOR te abençoe, ó morada de justiça, ó monte de santidade! 24. E nela habitarão Judá e todas as suas cidades juntamente, como também os lavradores e os que andam com o rebanho. 25. Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma entristecida saciei. 26. Sobre isto despertei e olhei, e o meu sono foi doce para mim. 27. Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que semearei a casa de Israel e a casa de Judá com a semente de homens e com a semente de animais. 28. E será que, como velei sobre eles, para arrancar, e para derribar, e para transtornar, e para destruir, e para afligir, assim velarei sobre eles, para edificar e para plantar, diz o SENHOR. 29. Naqueles dias, nunca mais dirão: Os pais comeram uvas verdes, mas foram os dentes dos filhos que se embotaram. 30. Ao contrário, cada um morrerá pela sua iniqüidade, e de todo homem que comer uvas verdes os dentes se embotarão. 31. Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. 32. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR. 33. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 34. E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao SENHOR; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o SENHOR; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados. 35. Assim diz o SENHOR, que dá o sol para luz do dia e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que fende o mar e faz bramir as suas ondas; SENHOR dos Exércitos é o seu nome. 36. Se se desviarem estas ordenanças de diante de mim, diz o SENHOR, deixará também a semente de Israel de ser uma nação diante de mim, para sempre. 37. Assim disse o SENHOR: Se puderem ser medidos os céus para cima, e sondados os fundamentos da terra para baixo, também eu rejeitarei toda a semente de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o SENHOR. 38. Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que esta cidade será reedificada para o SENHOR, desde a torre de Hananel até à Porta da Esquina. 39. E a linha de medir estender-se-á para diante, até ao outeiro de Garebe, e virar-se-á para Goa. 40. E todo o vale dos cadáveres e da cinza e todos os campos até ao ribeiro de Cedrom, até à esquina da Porta dos Cavalos para o oriente, serão consagrados ao SENHOR; não se arrancarão, nem se derribarão mais, eternamente. Jeremias 32 1. Palavra que veio a Jeremias, da parte do SENHOR, no ano décimo de Zedequias, rei de Judá; este ano foi o ano décimo-oitavo de Nabucodonosor. 2. (Cercava, porém, então, o exército do rei da Babilônia a Jerusalém; e Jeremias, o profeta, estava encerrado no pátio da guarda que estava na casa do rei de Judá; 3. porque Zedequias, rei de Judá, o tinha encerrado, dizendo: Por que profetizas tu, dizendo: Assim diz o SENHOR: Eis que entrego esta cidade nas mãos do rei da Babilônia, e ele a tomará; 4. e Zedequias, rei de Judá, não escapará das mãos dos caldeus, mas, certamente, será entregue nas mãos do rei da Babilônia e com ele falará boca a boca, e os seus olhos verão os dele; 5. e ele levará Zedequias para a Babilônia e ali estará até que eu o visite, diz o SENHOR; e, ainda que pelejeis contra os caldeus, não ganhareis?) 6. Disse, pois, Jeremias: Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 7. Eis que Hananel, filho de Salum, teu tio, virá a ti, dizendo: Compra para ti a minha herdade que está em Anatote, pois tens o direito de resgate para comprá-la. 8. Veio, pois, a mim Hananel, filho de meu tio, segundo a palavra do SENHOR, ao pátio da guarda, e me disse: Compra, agora, a minha herdade que está em Anatote, na terra de Benjamim, porque teu é o direito de herança, e tens o resgate; compra-a para ti. Então, entendi que isto era a palavra do SENHOR. 9. Comprei, pois, a herdade de Hananel, filho de meu tio, a qual está em Anatote; e pesei-lhe o dinheiro: dezessete siclos de prata. 10. Subscrevi o auto e selei-o; ele foi confirmado por testemunhas, e pesei-lhe o dinheiro numa balança. 11. E tomei o auto da compra, tanto o que estava selado, conforme a lei e os estatutos, como o que estava aberto. 12. E dei o auto da compra a Baruque, filho de Nerias, filho de Maaséias, perante os olhos de Hananel, filho de meu tio, e perante os olhos das testemunhas que subscreveram a escritura da compra e perante os olhos de todos os judeus que se assentavam no pátio da guarda. 13. E dei ordem a Baruque, perante os olhos deles, dizendo: 14. assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Toma estes autos, este auto de compra, tanto o selado como o aberto, e mete-os num vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias; 15. porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Ainda se comprarão casas, e campos, e vinhas nesta terra. 16. E, depois que dei o auto da compra a Baruque, filho de Nerias, orei ao SENHOR, dizendo: 17. Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; não te é maravilhosa demais coisa alguma. 18. Tu usas de benignidade com milhares e tornas a maldade dos pais ao seio dos filhos depois deles; tu és o grande e poderoso Deus cujo nome é SENHOR dos Exércitos, 19. grande em conselho e magnífico em obras; porque os teus olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas obras. 20. Tu puseste sinais e maravilhas na terra do Egito até o dia de hoje, tanto em Israel como entre os outros homens, e te criaste um nome, qual é o que tens neste dia. 21. E tiraste o teu povo de Israel da terra do Egito, com sinais, e com maravilhas, e com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto; 22. e lhe deste esta terra que juraste a seus pais que lhes havias de dar; terra que mana leite e mel. 23. E entraram nela e a possuíram, mas não obedeceram à tua voz, nem andaram na tua lei; tudo o que lhes mandaste que fizessem, eles não o fizeram; pelo que ordenaste lhes sucedesse todo este mal. 24. Eis aqui os valados! Já vieram contra a cidade para tomá-la, e a cidade está dada nas mãos dos caldeus, que pelejam contra ela pela espada, e pela fome, e pela pestilência; e o que disseste se cumpriu, e eis aqui o estás presenciando. 25. Contudo, tu me disseste, ó SENHOR Deus: Compra para ti o campo por dinheiro e faze que o atestem testemunhas, embora a cidade esteja já dada nas mãos dos caldeus. 26. Então, veio a palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: 27. Eis que eu sou o SENHOR, o Deus de toda a carne. Acaso, seria qualquer coisa maravilhosa demais para mim? 28. Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que eu entrego esta cidade nas mãos dos caldeus, e nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia; e ele tomá-la-á. 29. E os caldeus, que pelejam contra esta cidade, entrarão nela, porão fogo a esta cidade, e queimarão as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem à ira. 30. Porque os filhos de Israel e os filhos de Judá não fizeram senão mal aos meus olhos, desde a sua mocidade; porque os filhos de Israel não fizeram senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o SENHOR. 31. Porque para minha ira e para meu furor me tem sido esta cidade, desde o dia em que a edificaram até ao dia de hoje, para que a tirasse da minha presença, 32. por todas as maldades dos filhos de Israel e dos filhos de Judá que fizeram, para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus príncipes, os seus sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá e os moradores de Jerusalém. 33. E viraram para mim as costas e não o rosto; ainda que eu os ensinava, madrugando e ensinando- os, eles não deram ouvidos para receberem o ensino; 34. antes, puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem. 35. E edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque, o que nunca lhes ordenei, nem subiu ao meu coração que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá. 36. Por isso, agora, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, acerca desta cidade, da qual vós dizeis: Já está dada nas mãos do rei da Babilônia, pela espada, e pela fome, e pela pestilência. 37. Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os houver lançado na minha ira, e no meu furor, e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar e farei que habitem nele seguramente. 38. E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. 39. E lhes darei um mesmo coração, e um mesmo caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos, depois deles. 40. E farei com eles um concerto eterno, que não se desviará deles, para lhes fazer bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. 41. E alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes bem; e os plantarei nesta terra certamente, com todo o meu coração e com toda a minha alma. 42. Porque assim diz o SENHOR: Como eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, assim eu trarei sobre ele todo o bem que lhes tenho prometido. 43. E comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: Está deserta, sem homens nem animais; está dada nas mãos dos caldeus. 44. Comprarão campos por dinheiro, e subscreverão os autos, e os selarão, e farão que os atestem testemunhas na terra de Benjamim, e nos contornos de Jerusalém, e nas cidades de Judá, e nas cidades das montanhas, e nas cidades das planícies, e nas cidades do Sul; porque os farei voltar do seu cativeiro, diz o SENHOR. Jeremias 33 1. E veio a palavra do SENHOR a Jeremias, segunda vez, estando ele ainda encerrado no pátio da guarda, dizendo: 2. Assim diz o SENHOR que faz isto, o SENHOR que forma isto, para o estabelecer (o seu nome): é SENHOR. 3. Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes. 4. Porque assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, sobre as casas desta cidade e sobre as casas dos reis de Judá, que foram derribadas com os trabucos e à espada. 5. Eles entraram a pelejar contra os caldeus, mas para que os encha de cadáveres de homens, que feri na minha ira e no meu furor, porquanto escondi o rosto desta cidade, por causa de toda a sua maldade. 6. Eis que eu farei vir sobre ela saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância de paz e de verdade. 7. E removerei o cativeiro de Judá e o cativeiro de Israel e os edificarei como no princípio; 8. e os purificarei de toda a sua maldade com que pecaram contra mim e perdoarei todas as suas iniqüidades com que pecaram contra mim e com que transgrediram contra mim. 9. E esta cidade me servirá de nome de alegria, de louvor e de glória, entre todas as nações da terra que ouvirem todo o bem que eu lhe faço; e espantar-se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o bem e por causa de toda a paz que eu lhe dou. 10. Assim diz o SENHOR: Neste lugar (de que vós dizeis que está deserto, sem homens nem animais), nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, que estão assoladas, sem homens, sem moradores e sem animais, ainda se ouvirá 11. a voz de gozo, e a voz de alegria, e a voz de noivo, e a voz de esposa, e a voz dos que dizem: Louvai ao SENHOR dos Exércitos, porque bom é o SENHOR, porque a sua benignidade é para sempre; e a voz dos que trazem louvor à Casa do SENHOR; pois farei que torne o cativeiro da terra como no princípio, diz o SENHOR. 12. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda neste lugar que está deserto, sem homens e sem animais e em todas as suas cidades haverá uma morada de pastores que façam repousar o gado. 13. Nas cidades das montanhas, e nas cidades das planícies, e nas cidades do Sul, e na terra de Benjamim, e nos contornos de Jerusalém, e nas cidades de Judá, ainda passará o gado pelas mãos dos contadores, diz o SENHOR. 14. Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que cumprirei a palavra boa que falei à casa de Israel e à casa de Judá. 15. Naqueles dias e naquele tempo, farei que brote a Davi um Renovo de justiça, e ele fará juízo e justiça na terra. 16. Naqueles dias, Judá será salvo, e Jerusalém habitará seguramente; e este é o nome que lhe chamarão: O SENHOR É Nossa Justiça. 17. Porque assim diz o SENHOR: Nunca faltará a Davi varão que se assente sobre o trono da casa de Israel, 18. nem aos sacerdotes levíticos faltará varão diante de mim, para que ofereça holocausto, e queime oferta de manjares, e faça sacrifício todos os dias. 19. E veio a palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: 20. Assim diz o SENHOR: Se puderdes invalidar o meu concerto do dia, e o meu concerto da noite, de tal modo que não haja dia e noite a seu tempo, 21. também se poderá invalidar o meu concerto com Davi, meu servo, para que não tenha filho que reine no seu trono, como também com os levitas sacerdotes, meus ministros. 22. Como não se pode contar o exército dos céus, nem medir-se a areia do mar, assim multiplicarei a descendência de Davi, meu servo, e os levitas que ministram diante de mim. 23. E veio ainda a palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: 24. Não tens visto o que este povo fala, dizendo: As duas gerações que o SENHOR elegeu, agora as rejeitou? E desprezam o meu povo, como se não fora já um povo diante deles. 25. Assim diz o SENHOR: Se o meu concerto do dia e da noite não permanecer, e eu não puser as ordenanças dos céus e da terra, 26. também rejeitarei a descendência de Jacó e de Davi, meu servo, de modo que não tome da sua semente quem domine sobre a semente de Abraão, Isaque e Jacó; porque removerei o seu cativeiro e apiedar-me-ei deles. Jeremias 34 1. A palavra que do SENHOR veio a Jeremias quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, e todo o seu exército, e todos os reinos da terra que estavam sob o domínio da sua mão, e todos os povos pelejavam contra Jerusalém e contra todas as suas cidades, dizendo: 2. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Vai, e fala a Zedequias, rei de Judá, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR: Eis que eu entrego esta cidade nas mãos do rei da Babilônia, o qual a queimará. 3. E tu não escaparás das suas mãos; antes, decerto, serás preso e serás entregue nas suas mãos; e teus olhos verão os olhos do rei da Babilônia, e ele te falará boca a boca, e entrarás na Babilônia. 4. Todavia ouve a palavra do SENHOR, ó Zedequias, rei de Judá. Assim diz o SENHOR a teu respeito: Não morrerás à espada. 5. Em paz morrerás, e, conforme as incinerações de teus pais, os reis precedentes, que foram antes de ti, assim te queimarão a ti e prantear-te-ão, dizendo: Ah! Senhor! Porque sou eu que digo a palavra, diz o SENHOR. 6. E anunciou Jeremias, o profeta, a Zedequias, rei de Judá, todas estas palavras, em Jerusalém, 7. quando o exército do rei da Babilônia pelejava contra Jerusalém, contra todas as cidades de Judá que ficaram de resto, contra Laquis e contra Azeca; porque estas fortes cidades foram as que ficaram dentre as cidades de Judá. 8. A palavra que do SENHOR veio a Jeremias, depois que o rei Zedequias fez concerto com todo o povo que havia em Jerusalém, para lhes apregoar a liberdade: 9. que cada um despedisse forro o seu servo e cada um, a sua serva, hebreu ou hebréia, de maneira que ninguém se fizesse servir deles, sendo judeus, seus irmãos. 10. E ouviram todos os príncipes e todo o povo que entrou no concerto que cada um despedisse forro o seu servo e cada um, a sua serva, de maneira que não se fizessem mais servir deles; ouviram, pois, e os soltaram. 11. Mas, depois, se arrependeram, e fizeram voltar os servos e as servas que tinham libertado, e os sujeitaram por servos e por servas. 12. Veio, pois, a palavra do SENHOR a Jeremias, da parte do SENHOR, dizendo: 13. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eu fiz concerto com vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, da casa da servidão, dizendo: 14. Ao fim de sete anos libertareis cada um a seu irmão hebreu que te for vendido a ti e te houver servido a ti seis anos; e despedi-lo-ás forro de ti; mas vossos pais me não ouviram, nem inclinaram os ouvidos. 15. E vos havíeis, hoje, convertido e tínheis feito o que é reto aos meus olhos, apregoando liberdade cada um ao seu próximo; e tínheis feito diante de mim um concerto, na casa que se chama pelo meu nome. 16. Mudastes, porém, e profanastes o meu nome, e fizestes voltar cada um ao seu servo, e cada um, à sua serva, os quais já tínheis despedido forros, conforme a sua vontade; e os sujeitastes, para que se vos fizessem servos e servas. 17. Portanto, assim diz o SENHOR: Vós não me ouvistes a mim, para apregoardes a liberdade, cada um ao seu irmão e cada um ao seu próximo; pois eis que eu vos apregôo a liberdade, diz o SENHOR, para a espada, para a pestilência e para a fome; e dar-vos-ei por espanto a todos os reinos da terra. 18. E entregarei os homens que traspassaram o meu concerto, que não confirmaram as palavras do concerto, como eles fizeram diante de mim com o bezerro que dividiram em duas partes, passando pelo meio das duas porções. 19. Os príncipes de Judá, e os príncipes de Jerusalém, e os eunucos, e os sacerdotes, e todo o povo da terra que passou por meio das porções do bezerro, 20. entregá-los-ei, digo, nas mãos de seus inimigos e nas mãos dos que procuram a sua morte, e os cadáveres deles servirão de mantimento às aves dos céus e aos animais da terra. 21. E até o rei Zedequias, rei de Judá, e seus príncipes entregarei nas mãos de seus inimigos e nas mãos dos que procuram a sua morte, e nas mãos do exército do rei da Babilônia, que já se retirou de vós. 22. Eis que eu darei ordem, diz o SENHOR, e os farei tornar a esta cidade, e pelejarão contra ela, e a tomarão, e a queimarão; e as cidades de Judá porei em assolação, de sorte que ninguém habite nelas. Jeremias 35 1. Palavra que do SENHOR veio a Jeremias, nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: 2. Vai à casa dos recabitas, e fala com eles, e leva-os à Casa do SENHOR, a uma das câmaras, e dá-lhes vinho a beber. 3. Então, tomei a Jazanias, filho de Jeremias, filho de Habazinias, e a seus irmãos, e a todos os seus filhos, e a toda a casa dos recabitas; 4. e os levei à Casa do SENHOR, à câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias, homem de Deus, que está junto à câmara dos príncipes, que está sobre a câmara de Maaséias, filho de Salum, guarda do vestíbulo; 5. e pus diante dos filhos da casa dos recabitas taças cheias de vinho e copos e disse-lhes: Bebei vinho. 6. Mas eles disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos mandou, dizendo: Nunca bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos; 7. não edificareis casa, nem semeareis semente, não plantareis, nem possuireis vinha alguma; mas habitareis em tendas todos os vossos dias, para que vivais muitos dias sobre a face da terra em que vós andais peregrinando. 8. Obedecemos, pois, à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas; 9. nem edificamos casas para nossa habitação, nem temos vinha, nem campo, nem semente, 10. mas habitamos em tendas. Assim, ouvimos e fizemos conforme tudo quanto nos mandou Jonadabe, nosso pai. 11. Sucedeu, porém, que, subindo Nabucodonosor, rei da Babilônia, a esta terra, dissemos: Vinde, e vamo-nos a Jerusalém, por causa do exército dos caldeus e por causa do exército dos siros; e assim ficamos em Jerusalém. 12. Então, veio a palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: 13. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Vai e dize aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém: Porventura, nunca aceitareis instrução, para ouvirdes as minhas palavras? -- diz o SENHOR. 14. As palavras de Jonadabe, filho de Recabe, que ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas, pois não beberam até este dia; antes, ouviram o mandamento de seu pai; a mim, porém, que vos tenho falado a vós, madrugando e falando, vós não me ouvistes. 15. E vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando, e enviando, e dizendo: Convertei-vos, agora, cada um do seu mau caminho, e fazei boas as vossas ações, e não sigais a outros deuses para servi-los; e assim ficareis na terra que vos dei a vós e a vossos pais; mas não inclinastes os ouvidos, nem me obedecestes a mim. 16. Visto que os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai, que ele lhes ordenou, mas este povo não me obedeceu, 17. assim diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá e sobre todos os moradores de Jerusalém todo o mal que falei contra eles; pois lhes tenho falado, e não ouviram; e clamei a eles, e não responderam. 18. E à casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Visto que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus mandamentos, e fizestes conforme tudo quanto vos ordenou, 19. assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Nunca faltará varão a Jonadabe, filho de Recabe, que assista perante a minha face todos os dias. Jeremias 36 1. Sucedeu, pois, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, que veio esta palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: 2. Toma o rolo de um livro e escreve nele todas as palavras que te tenho falado sobre Israel, e sobre Judá, e sobre todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje. 3. Ouvirão, talvez, os da casa de Judá todo o mal que eu intento fazer-lhes, para que cada qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a sua maldade e o seu pecado. 4. Então, Jeremias chamou a Baruque, filho de Nerias; e escreveu Baruque da boca de Jeremias todas as palavras do SENHOR, que ele lhe tinha revelado, no rolo de um livro. 5. E Jeremias deu ordem a Baruque, dizendo: Eu estou encerrado e não posso entrar na Casa do SENHOR. 6. Entra, pois, tu e lê pelo rolo que escreveste da minha boca as palavras do SENHOR aos ouvidos do povo, na Casa do SENHOR, no dia de jejum; e também aos ouvidos de todo o Judá vindo das suas cidades as lerás. 7. Pode ser que caia a sua súplica diante do SENHOR, e se converta cada um do seu mau caminho, porque grande é a ira e o furor que o SENHOR tem manifestado contra este povo. 8. E fez Baruque, filho de Nerias, conforme tudo quanto lhe havia ordenado Jeremias, o profeta, lendo naquele livro as palavras do SENHOR na Casa do SENHOR. 9. E aconteceu, no ano quinto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono, que apregoaram jejum diante do SENHOR a todo o povo em Jerusalém, como também a todo o povo que vinha das cidades de Judá a Jerusalém. 10. Leu, pois, Baruque naquele livro as palavras de Jeremias na Casa do SENHOR, na câmara de Gemarias, filho de Safã, o escriba, no átrio superior, à entrada da Porta Nova da Casa do SENHOR, aos ouvidos de todo o povo. 11. E, ouvindo Miquéias, filho de Gemarias, filho de Safã, todas as palavras do SENHOR, naquele livro, 12. desceu à casa do rei, à câmara do escriba. E eis que todos os príncipes estavam ali assentados: Elisama, o escriba; e Delaías, filho de Semaías; e Elnatã, filho de Acbor; e Gemarias, filho de Safã; e Zedequias, filho de Hananias; e todos os outros príncipes. 13. E Miquéias anunciou-lhes todas as palavras que ouvira, lendo- as Baruque, pelo livro, aos ouvidos do povo. 14. Então, todos os príncipes mandaram Jeudi, filho de Netanias, filho de Selemias, filho de Cusi, dizer a Baruque: O rolo que leste aos ouvidos do povo, toma-o nas tuas mãos, e vem. E Baruque, filho de Nerias, tomou o rolo nas suas mãos, e veio a eles. 15. E disseram-lhe: Assenta-te, agora, e lê-o aos nossos ouvidos. E leu Baruque aos ouvidos deles. 16. E sucedeu que, ouvindo eles todas aquelas palavras, se voltaram temerosos uns para os outros e disseram a Baruque: Sem dúvida nenhuma, anunciaremos ao rei todas estas palavras. 17. E perguntaram a Baruque, dizendo: Declara-nos, agora, como escreveste da sua boca todas estas palavras. 18. E disse-lhes Baruque: Com a sua boca, ditava-me todas estas palavras, e eu as escrevia, no livro, com tinta. 19. Então, disseram os príncipes a Baruque: Vai e esconde-te, tu e Jeremias, e ninguém saiba onde estais. 20. E foram ter com o rei ao átrio; mas depositaram o rolo na câmara de Elisama, o escriba, e anunciaram aos ouvidos do rei todas aquelas palavras. 21. Então, enviou o rei a Jeudi, para que trouxesse o rolo; e Jeudi tomou-o da câmara de Elisama, o escriba, e leu-o aos ouvidos do rei e aos ouvidos de todos os príncipes que estavam em torno do rei. 22. (Estava, então, o rei assentado na casa de inverno, pelo nono mês; e estava diante dele um braseiro aceso.) 23. E sucedeu que, tendo Jeudi lido três ou quatro folhas, cortou-o o rei com um canivete de escrivão e lançou-o ao fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo que estava sobre o braseiro. 24. E não temeram, nem rasgaram as suas vestes o rei e todos os seus servos que ouviram todas aquelas palavras. 25. Posto que Elnatã, e Delaías, e Gemarias tivessem pedido ao rei que não queimasse o rolo, ele não lhes deu ouvidos; 26. antes, deu ordem o rei a Jerameel, filho de Hameleque, e a Seraías, filho de Azriel, e a Selemias, filho de Abdeel, que prendessem Baruque, o escrivão, e Jeremias, o profeta. Mas o SENHOR tinha-os escondido. 27. Então, veio a Jeremias a palavra do SENHOR, depois que o rei queimara o rolo, com as palavras que Baruque escrevera da boca de Jeremias, dizendo: 28. Toma ainda outro rolo e escreve nele todas as palavras que estavam no primeiro volume, o qual Jeoaquim, rei de Judá, queimou. 29. E a Jeoaquim, rei de Judá, dirás: Assim diz o SENHOR: Tu queimaste este rolo, dizendo: Por que escreveste nele anunciando: Certamente, virá o rei da Babilônia, e destruirá esta terra, e fará cessar nela homens e animais? 30. Portanto, assim diz o SENHOR acerca de Jeoaquim, rei de Judá: Não terá quem se assente sobre o trono de Davi, e será lançado o seu cadáver ao calor de dia e à geada de noite. 31. E visitarei sobre ele, e sobre a sua semente, e sobre os seus servos a sua iniqüidade; e trarei sobre ele, e sobre os moradores de Jerusalém, e sobre os homens de Judá todo aquele mal que lhes tenho falado sem que me ouvissem. 32. Tomou, pois, Jeremias outro rolo e o deu a Baruque, filho de Nerias, o escrivão, o qual escreveu nele, da boca de Jeremias, todas as palavras do livro que Jeoaquim, rei de Judá, tinha queimado; e ainda se acrescentaram a elas muitas palavras semelhantes. Jeremias 37 1. E reinou o rei Zedequias, filho de Josias, em lugar de Conias, filho de Jeoaquim, a quem Nabucodonosor, rei da Babilônia, constituiu rei na terra de Judá. 2. Mas nem ele, nem os seus servos, nem o povo da terra deram ouvidos às palavras do SENHOR que falou pelo ministério de Jeremias, o profeta. 3. Contudo, mandou o rei Zedequias a Jucal, filho de Selemias, e a Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote, ao profeta Jeremias, para lhe dizerem: Roga, agora, por nós ao SENHOR, nosso Deus. 4. E entrava e saía Jeremias entre o povo, porque não o tinham encerrado na prisão. 5. Contudo, o exército de Faraó saiu do Egito; ouvindo os caldeus que tinham sitiado Jerusalém esta notícia, retiraram-se de Jerusalém. 6. Então, veio a Jeremias, o profeta, a palavra do SENHOR, dizendo: 7. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Assim direis ao rei de Judá, que vos enviou a mim, para se informar: Eis que o exército de Faraó, que saiu em vosso socorro, voltará para a sua terra no Egito. 8. E voltarão os caldeus, e pelejarão contra esta cidade, e a tomarão, e a queimarão. 9. Assim diz o SENHOR: Não enganeis a vossa alma, dizendo: Sem dúvida, se irão os caldeus de nós; porque não se irão. 10. Porque, ainda que ferísseis a todo o exército dos caldeus que peleja contra vós, e ficassem deles apenas homens traspassados, cada um se levantaria na sua tenda e queimaria a fogo esta cidade. 11. E sucedeu que, subindo de Jerusalém o exército dos caldeus, por causa do exército de Faraó, 12. saiu Jeremias de Jerusalém, a fim de ir à terra de Benjamim para receber a sua parte no meio do povo. 13. Estando ele à porta de Benjamim, achava-se ali um capitão da guarda, cujo nome era Jerias, filho de Selemias, filho de Hananias, o qual prendeu a Jeremias, o profeta, dizendo: Tu foges para os caldeus. 14. E Jeremias disse: Isso é falso; não fujo para os caldeus. Mas ele não lhe deu ouvidos; e assim Jerias prendeu a Jeremias e o levou aos príncipes. 15. E os príncipes se iraram muito contra Jeremias, e o feriram, e o puseram na prisão, na casa de Jônatas, o escrivão; porque a tinham transformado em cárcere. 16. Entrando, pois, Jeremias na casa do calabouço e nas suas celas, ficou ali Jeremias muitos dias. 17. E mandou o rei Zedequias soltá-lo. Então, o rei lhe perguntou em sua casa, em segredo, dizendo: Há alguma palavra do SENHOR? E disse Jeremias: Há. E disse ainda: Na mão do rei da Babilônia serás entregue. 18. Disse mais Jeremias ao rei Zedequias: Em que tenho pecado contra ti, e contra os teus servos, e contra este povo, para que me pusésseis na prisão? 19. Onde estão, agora, os vossos profetas que vos profetizavam, dizendo: O rei da Babilônia não virá contra vós nem contra esta terra? 20. Agora, pois, ó rei, meu senhor, caia a minha súplica diante de ti: não me deixes tornar à casa de Jônatas, o escriba, para que não venha a morrer ali. 21. Então, ordenou o rei Zedequias que pusessem Jeremias no átrio da guarda; e deram-lhe um bolo de pão cada dia, da rua dos padeiros, até que se acabou todo o pão da cidade. Assim, ficou Jeremias no átrio da guarda. Jeremias 38 1. Ouviu, pois, Sefatias, filho de Matã, e Gedalias, filho de Pasur, e Jucal, filho de Selemias, e Pasur, filho de Malquias, as palavras que anunciava Jeremias a todo o povo, dizendo: 2. Assim diz o SENHOR: Aquele que ficar nesta cidade morrerá à espada, à fome e de pestilência; mas quem for para os caldeus viverá; porque a sua alma lhe será por despojo, e viverá. 3. Assim diz o SENHOR: Esta cidade, infalivelmente, será entregue nas mãos do exército do rei da Babilônia, e ele a tomará. 4. E disseram os príncipes ao rei: Morra este homem, visto que ele, assim, enfraquece as mãos dos homens de guerra que restam nesta cidade e as mãos de todo o povo, dizendo-lhes tais palavras; porque este homem não busca a paz para este povo, senão o mal. 5. E disse o rei Zedequias: Eis que ele está na vossa mão, porque o rei nada pode contra vós. 6. Então, tomaram Jeremias e o lançaram no calabouço de Malquias, filho do rei, que estava no átrio da guarda; e desceram Jeremias com cordas; mas, no calabouço, não havia água, senão lama; e atolou-se Jeremias na lama. 7. Ouviu, pois, Ebede-Meleque, o etíope, um eunuco que, então, estava na casa do rei, que tinham metido a Jeremias no calabouço. Estava, porém, o rei assentado à Porta de Benjamim. 8. Logo, Ebede-Meleque saiu da casa do rei e falou ao rei, dizendo: 9. Ó rei, senhor meu, agiram mal estes homens em tudo quanto fizeram a Jeremias, o profeta, lançando-o no calabouço; decerto, morreria de fome no lugar onde se acha, pois não há mais pão na cidade. 10. Então, deu ordem o rei a Ebede-Meleque, o etíope, dizendo: Toma contigo daqui trinta homens e tira Jeremias, o profeta, do calabouço, antes que morra. 11. E tomou Ebede-Meleque os homens consigo, e foi à casa do rei, por debaixo da tesouraria, e tomou dali uns trapos velhos e rotos e roupas velhas em bocados, e desceu-os a Jeremias, no calabouço, por meio de cordas. 12. E disse Ebede-Meleque, o etíope, a Jeremias: Põe, agora, estes trapos velhos e rotos, já apodrecidos, nas covas dos teus braços, por debaixo das cordas. E Jeremias o fez assim. 13. E puxaram a Jeremias com as cordas e o tiraram do calabouço; e ficou Jeremias no átrio da guarda. 14. Então, enviou o rei Zedequias e fez vir à sua presença Jeremias, o profeta, à terceira entrada, que estava na Casa do SENHOR; e disse o rei a Jeremias: Pergunto-te uma coisa; não me encubras nada. 15. Disse Jeremias a Zedequias: Se eu ta declarar, com certeza, não me matarás? E, aconselhando-te eu, ouvir-me-ás? 16. Então, jurou o rei Zedequias a Jeremias, em segredo, dizendo: Vive o SENHOR, que nos fez esta alma, que não te matarei, nem te entregarei nas mãos destes homens que procuram a tua morte. 17. Então, Jeremias disse a Zedequias: Assim diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, Deus de Israel: Se, voluntariamente, saíres, aos príncipes do rei da Babilônia, então, viverá a tua alma, e esta cidade não será queimada, e viverás tu e a tua casa. 18. Mas, se não saíres aos príncipes do rei da Babilônia, então, será entregue esta cidade nas mãos dos caldeus, e eles a queimarão, e tu não escaparás das mãos deles. 19. Então, disse o rei Zedequias a Jeremias: Receio-me dos judeus que se passaram para os caldeus; que me entreguem nas suas mãos e escarneçam de mim. 20. Disse Jeremias: Não te entregarão; ouve, te peço, a voz do SENHOR, conforme a qual eu te falo; e bem te irá, e viverá a tua alma. 21. Mas, se tu não quiseres sair, esta é a palavra que me mostrou o SENHOR. 22. Eis que todas as mulheres que ficaram na casa do rei de Judá serão levadas aos príncipes do rei da Babilônia, e elas mesmas dirão: Os teus pacificadores te incitaram e prevaleceram contra ti; e, agora, que se atolaram os teus pés na lama, eles voltaram atrás. 23. Assim, a todas as tuas mulheres e a teus filhos levarão aos caldeus, e tu não escaparás das suas mãos; antes, pela mão do rei da Babilônia, serás preso, e esta cidade ele queimará. 24. Então, disse Zedequias a Jeremias: Ninguém saiba estas palavras, e não morrerás. 25. E, quando os príncipes, ouvindo que falei contigo, vierem a ti e te disserem: Declara-nos, agora, o que disseste ao rei; não no-lo encubras, e não te mataremos; e disserem também: Que te disse o rei? 26. Então, lhes dirás: Eu lancei a minha súplica diante do rei, para que não me fizesse tornar à casa de Jônatas, para morrer ali. 27. Vindo, pois, todos os príncipes a Jeremias e interrogando-o, declarou-lhes conforme todas as palavras que o rei lhe havia ordenado; e o deixaram, porque não se revelou o negócio. 28. E ficou Jeremias no átrio da guarda até o dia em que foi tomada Jerusalém e ainda ali estava quando foi tomada Jerusalém. Jeremias 39 1. No ano nono de Zedequias, rei de Judá, no mês décimo, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, e todo o seu exército contra Jerusalém e a cercaram. 2. No ano undécimo de Zedequias, no quarto mês, aos nove do mês, se fez a brecha na cidade. 3. E entraram todos os príncipes do rei da Babilônia, e pararam na Porta do Meio, os quais eram Nergal-Sarezer, Sangar-Nebo, Sarsequim, Rabe-Saris, Nergal-Sarezer, Rabe-Mague, e todos os outros príncipes do rei da Babilônia. 4. E sucedeu que, vendo-os Zedequias, rei de Judá, e todos os homens de guerra, fugiram, então e saíram de noite da cidade, pelo caminho do jardim do rei, pela porta dentre os dois muros; e saiu pelo caminho da campina. 5. Mas o exército dos caldeus os perseguiu; e alcançaram Zedequias nas campinas de Jericó, e o prenderam, e o fizeram ir a Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Ribla, na terra de Hamate, e ali o rei da Babilônia o sentenciou. 6. E o rei da Babilônia matou os filhos de Zedequias em Ribla, à sua vista; também matou o rei da Babilônia todos os nobres de Judá. 7. E arrancou os olhos a Zedequias e o atou com duas cadeias de bronze, para levá-lo à Babilônia. 8. E os caldeus queimaram a casa do rei e as casas do povo e derribaram os muros de Jerusalém. 9. E o resto do povo que ficara na cidade, e os rebeldes que se tinham passado para ele, e o resto do povo que ficou levou Nebuzaradã, capitão da guarda, para Babilônia. 10. Mas os pobres de entre o povo, que não tinham nada, deixou Nebuzaradã, capitão da guarda, na terra de Judá; e deu-lhes vinhas e campos naquele dia. 11. Mas Nabucodonosor, rei da Babilônia, havia ordenado acerca de Jeremias, a Nebuzaradã, capitão dos da guarda, dizendo: 12. Toma-o, e põe sobre ele os olhos, e não lhe faças nenhum mal; antes, como ele te disser, assim procederás para com ele. 13. Deste modo, Nebuzaradã, capitão dos da guarda, ordenou a Nebusazbã, Rabe-Saris, Nergal-Sarezer, Rabe-Mague e todos os príncipes do rei da Babilônia. 14. Mandaram retirar Jeremias do átrio da guarda e o entregaram a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, para que o levasse à sua casa; e ele ficou entre o povo. 15. Ora, tinha vindo a Jeremias a palavra do SENHOR, estando ele ainda encerrado no átrio da guarda, dizendo: 16. Vai e fala a Ebede-Meleque, o etíope, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu trarei as minhas palavras sobre esta cidade para mal e não para bem; e se cumprirão diante de ti naquele dia. 17. A ti, porém, eu livrarei naquele dia, diz o SENHOR, e não serás entregue nas mãos dos homens perante cuja face tu temes. 18. Porque, certamente, te salvarei, e não cairás à espada; mas a tua alma terás por despojo, porquanto confiaste em mim, diz o SENHOR. Jeremias 40 1. Palavra que veio a Jeremias, da parte do SENHOR, depois que Nebuzaradã, capitão da guarda, o deixou ir de Ramá, quando o tomou, estando ele atado com cadeias no meio de todos os do cativeiro de Jerusalém e de Judá, que foram levados cativos para a Babilônia; 2. porque o capitão da guarda levou a Jeremias e lhe disse. O SENHOR, teu Deus, pronunciou este mal contra este lugar; 3. e o SENHOR o trouxe e fez como tinha dito, porque pecastes contra o SENHOR e não obedecestes à sua voz; pelo que vos sucedeu tudo isto. 4. Agora, pois, eis que te soltei, hoje, das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para a Babilônia, vem, e eu velarei por ti; mas, se te não apraz vir comigo para Babilônia, deixa de vir. Olha: toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos que vás, para ali vai. 5. Mas, como ele ainda não tinha voltado, disse-lhe: Volta a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a quem o rei da Babilônia pôs sobre as cidades de Judá, e habita com ele no meio do povo; ou, se para qualquer outra parte te aprouver ir, vai. Deu-lhe o capitão da guarda sustento para o caminho e um presente e o deixou ir. 6. Assim, veio Jeremias a Gedalias, filho de Aicão, a Mispa e habitou com ele no meio do povo que havia ficado na terra. 7. Ouvindo, pois, todos os príncipes dos exércitos que estavam no campo, eles e os seus homens, que o rei da Babilônia tinha posto sobre a terra a Gedalias, filho de Aicão, e que lhe havia confiado os homens, e as mulheres, e os meninos, e os mais pobres da terra, que não foram levados cativos para a Babilônia, 8. vieram ter com Gedalias, a Mispa; e eram: Ismael, filho de Netanias, e Joanã e Jônatas, filhos de Careá, e Seraías, filho de Tanumete, e os filhos de Efai, o netofatita, e Jezanias, filho de um maacatita, eles e os seus homens. 9. Jurou Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a eles e aos seus homens, dizendo: Não temais servir aos caldeus; ficai na terra e servi ao rei da Babilônia, e bem vos irá. 10. Eu, porém, eis que habito em Mispa, para estar às ordens dos caldeus que vierem a nós; e vós, recolhei o vinho, e as frutas de verão, e o azeite, e metei-os nas vossas vasilhas, e habitai nas cidades que tomastes. 11. Do mesmo modo, quando todos os judeus que estavam em Moabe, e entre os filhos de Amom, e em Edom, e os que havia em todas aquelas terras ouviram que o rei da Babilônia havia deixado um resto em Judá e que havia posto sobre eles a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, 12. tornaram, então, todos os judeus de todos os lugares para onde foram lançados, e vieram à terra de Judá, a Gedalias, a Mispa, e recolheram vinho e frutas do verão com muita abundância. 13. Joanã, filho de Careá, e todos os príncipes dos exércitos que estavam no campo vieram a Gedalias, a Mispa. 14. E disseram-lhe: Bem sabes que Baalis, rei dos filhos de Amom, enviou a Ismael, filho de Netanias, para te tirar a vida. Mas não lhes deu crédito Gedalias, filho de Aicão. 15. Todavia, Joanã, filho de Careá, falou a Gedalias em segredo, em Mispa, dizendo: Irei, agora, e ferirei a Ismael, filho de Netanias, sem que ninguém o saiba. Por que razão te tiraria ele a vida, e todo o Judá que se tem congregado a ti seria disperso, e pereceria o resto de Judá? 16. Mas disse Gedalias, filho de Aicão, a Joanã, filho de Careá: Não faças tal coisa, porque falas falsamente contra Ismael. Jeremias 41 1. Sucedeu, porém, no mês sétimo, que veio Ismael, filho de Netanias, filho de Elisama, de sangue real, e os capitães do rei, a saber, dez homens com ele, a Gedalias, filho de Aicão, a Mispa; e ali eles comeram pão juntos em Mispa. 2. E levantou-se Ismael, filho de Netanias, com os dez homens que estavam com ele, e feriram a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, à espada, matando, assim, aquele que o rei da Babilônia havia posto sobre a terra. 3. Também feriu Ismael todos os judeus que estavam com Gedalias em Mispa, como também aos caldeus, homens de guerra, que se achavam ali. 4. Sucedeu, pois, no dia seguinte, depois que ele matara a Gedalias, sem ninguém o saber, 5. que vieram homens de Siquém, de Siló e de Samaria, oitenta homens, com a barba rapada, e as vestes rasgadas, e o corpo retalhado; e traziam nas suas mãos ofertas de manjares e incenso, para levarem à Casa do SENHOR. 6. E, saindo-lhes ao encontro Ismael, filho de Netanias, desde Mispa, ia chorando; e sucedeu que, encontrando-os, lhes disse: Vinde a Gedalias, filho de Aicão. 7. Sucedeu, porém, que, indo eles até ao meio da cidade, matou-os Ismael, filho de Netanias, e os lançou num poço, ele e os homens que estavam com ele. 8. Mas houve entre eles dez homens que disseram a Ismael: Não nos mates a nós; porque temos no campo tesouros escondidos, trigo, e cevada, e azeite, e mel. E ele, por isso, os deixou e não os matou, como a seus irmãos. 9. E o poço em que Ismael lançou todos os cadáveres dos homens que feriu por causa de Gedalias é o mesmo que fez o rei Asa, por causa de Baasa, rei de Israel; foi esse mesmo que Ismael, filho de Netanias, encheu de mortos. 10. E Ismael levou cativo a todo o resto do povo que estava em Mispa; as filhas do rei, e todo o povo que ficara em Mispa, que Nebuzaradã, capitão da guarda, havia confiado a Gedalias, filho de Aicão, levou-os cativos Ismael, filho de Netanias; e foi-se, para passar aos filhos de Amom. 11. Ouvindo, pois, Joanã, filho de Careá, e todos os príncipes dos exércitos que estavam com ele todo o mal que havia feito Ismael, filho de Netanias, 12. tomaram todos os seus homens e foram pelejar contra Ismael, filho de Netanias; e acharam-no ao pé das muitas águas que há em Gibeão. 13. E aconteceu que, vendo todo o povo que estava com Ismael a Joanã, filho de Careá, e a todos os príncipes dos exércitos que vinham com ele, se alegrou. 14. E todo o povo que Ismael levara cativo de Mispa virou as costas, e voltou, e foi para Joanã, filho de Careá. 15. Mas Ismael, filho de Netanias, escapou com oito homens de diante de Joanã e se foi para os filhos de Amom. 16. Então, tomou Joanã, filho de Careá, e todos os príncipes dos exércitos que estavam com ele a todo o resto do povo que ele havia recobrado de Ismael, filho de Netanias, desde Mispa, depois que tinha sido ferido Gedalias, filho de Aicão, e aos homens valentes de guerra, e às mulheres, e aos meninos, e aos eunucos que havia recobrado de Gibeão. 17. E partiram, indo habitar em Gerute-Quimã, que está perto de Belém, para dali entrarem no Egito, 18. por causa dos caldeus; porque os temiam, por ter Ismael, filho de Netanias, ferido a Gedalias, filho de Aicão, a quem o rei da Babilônia tinha posto sobre a terra. Jeremias 42 1. Então, chegaram todos os príncipes dos exércitos, e Joanã, filho de Careá, e Jezanias, filho de Hosaías, e todo o povo, desde o menor até ao maior, 2. e disseram a Jeremias, o profeta: Caia, agora, a nossa súplica diante de ti, e roga por nós ao SENHOR, teu Deus, por todo este resto; porque de muitos restamos uns poucos, como vêem os teus olhos; 3. para que o SENHOR, teu Deus, nos ensine o caminho por onde havemos de andar e aquilo que havemos de fazer. 4. E disse-lhes Jeremias, o profeta: Eu vos ouvi; eis que orarei ao SENHOR, vosso Deus, conforme as vossas palavras; e seja o que for que o SENHOR vos responder, eu vo-lo declararei; não vos ocultarei nada. 5. Então, eles disseram a Jeremias: Seja o SENHOR entre nós testemunha da verdade e fidelidade, se não fizermos conforme toda a palavra com que te enviar a nós o SENHOR, teu Deus. 6. Seja ela boa ou seja má, à voz do SENHOR, nosso Deus, a quem te enviamos, obedeceremos, para que nos suceda bem, obedecendo à voz do SENHOR, nosso Deus. 7. E sucedeu que, ao fim de dez dias, veio a palavra do SENHOR a Jeremias. 8. Então, chamou a Joanã, filho de Careá, e a todos os príncipes dos exércitos que havia com ele, e a todo o povo, desde o menor até ao maior, 9. e disse-lhes: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, a quem me enviastes, para lançar a vossa súplica diante dele: 10. Se de boa mente ficardes nesta terra, então, vos edificarei e não vos derribarei; e vos plantarei e não vos arrancarei, porque estou arrependido do mal que vos tenho feito. 11. Não temais o rei da Babilônia, a quem vós temeis; não o temais, diz o SENHOR, porque eu sou convosco, para vos salvar e para vos fazer livrar das suas mãos. 12. E vos farei misericórdia, para que ele tenha misericórdia de vós e vos faça voltar à vossa terra. 13. Mas, se vós disserdes: Não ficaremos nesta terra, não obedecendo à voz do SENHOR, vosso Deus, 14. dizendo: Não; antes, iremos à terra do Egito, onde não veremos guerra, nem ouviremos som de trombeta, nem teremos fome de pão, e ali ficaremos. 15. Nesse caso, ouvi a palavra do SENHOR, ó resto de Judá; assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Se vós, absolutamente, puserdes o vosso rosto para entrardes no Egito e entrardes para lá peregrinar; 16. acontecerá, então, que a espada que vós temeis ali vos alcançará na terra do Egito, e a fome que vós receais estará convosco no Egito, e ali morrereis. 17. Assim será com todos os homens que puseram o seu rosto para entrarem no Egito, a fim de lá peregrinarem: morrerão à espada, à fome e da peste; e deles não haverá quem reste e escape do mal que eu farei vir sobre eles. 18. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Como se derramaram a minha ira e a minha indignação sobre os habitantes de Jerusalém, assim se derramará a minha indignação sobre vós, quando entrardes no Egito; e sereis uma maldição, e um espanto, e uma execração, e um opróbrio e não vereis mais este lugar. 19. Falou o SENHOR acerca de vós, ó resto de Judá: Não entreis no Egito. Sabei, decerto, que testifiquei contra vós, hoje. 20. Porquanto, enganastes a vossa alma, pois me enviastes ao SENHOR, vosso Deus, dizendo: Ora por nós ao SENHOR, nosso Deus; e, conforme tudo o que disser o SENHOR, Deus nosso, declara-no-lo assim, e o faremos. 21. E vo-lo tenho declarado hoje; mas não destes ouvidos à voz do SENHOR, vosso Deus, em coisa alguma pela qual ele me enviou a vós. 22. Agora, pois, sabei, por certo, que à espada, à fome e da peste morrereis no mesmo lugar onde desejastes entrar, para lá peregrinardes. Jeremias 43 1. E sucedeu que, acabando Jeremias de anunciar a todo o povo todas as palavras do SENHOR, Deus deles, com as quais o SENHOR, Deus deles, o havia enviado, e que foram todas aquelas palavras, 2. então, falou Azarias, filho de Hosaías, e Joanã, filho de Careá, e todos os homens soberbos, dizendo a Jeremias: Tu dizes mentiras; o SENHOR, nosso Deus, não te enviou a dizer: Não entreis no Egito, para lá peregrinardes. 3. Baruque, filho de Nerias, é que te incita contra nós, para nos entregar nas mãos dos caldeus, para eles nos matarem ou para nos transportarem para a Babilônia. 4. Não obedeceu, pois, Joanã, filho de Careá, nem nenhum de todos os príncipes dos exércitos, nem o povo todo à voz do SENHOR, para ficarem na terra de Judá. 5. Antes, tomou Joanã, filho de Careá, e todos os príncipes dos exércitos a todo o resto de Judá que havia voltado dentre todas as nações para onde haviam sido lançados com o fim de peregrinarem na terra de Judá; 6. aos homens, e às mulheres, e aos meninos, e às filhas do rei, e a toda alma que deixara Nebuzaradã, capitão da guarda, com Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã; como também a Jeremias, o profeta, e a Baruque, filho de Nerias. 7. E entraram na terra do Egito, porque não obedeceram à voz do SENHOR; e vieram até Tafnes. 8. Então, veio a palavra do SENHOR a Jeremias, em Tafnes, dizendo: 9. Toma na tua mão pedras grandes e esconde-as entre o barro no forno que está à porta da casa de Faraó em Tafnes, perante os olhos de homens judeus. 10. E dize-lhes: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu enviarei, e tomarei a Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo, e porei o seu trono sobre estas pedras que escondi; e ele estenderá a sua tenda real sobre elas. 11. E virá e ferirá a terra do Egito: quem para a morte, para a morte; e quem para o cativeiro, para o cativeiro; e quem para a espada, para a espada. 12. E lançarei fogo às casas dos deuses do Egito, e ele queimá-los-á e levá-los-á cativos; e ornar-se-á da terra do Egito, como veste o pastor sua veste, e sairá dali em paz. 13. E quebrará as estátuas de Bete-Semes, que está na terra do Egito; e as casas dos deuses do Egito queimará. Jeremias 44 1. Palavra que veio a Jeremias acerca de todos os judeus habitantes da terra do Egito, que habitavam em Migdol, e em Tafnes, e em Nofe, e na terra de Patros, dizendo: 2. Assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Vós vistes todo o mal que fiz cair sobre Jerusalém e sobre todas as cidades de Judá; e eis que elas são, hoje, um deserto, e ninguém habita nelas; 3. por causa da sua maldade que fizeram, para me irarem, indo queimar incenso e servir a deuses estranhos, que eles nunca conheceram, eles, vós e vossos pais. 4. E eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, madrugando e enviando a dizer: Ora, não façais esta coisa abominável que aborreço. 5. Mas eles não deram ouvidos, nem inclinaram os ouvidos, para se converterem da sua maldade, para não queimarem incenso a deuses estranhos. 6. Derramaram-se, pois, a minha indignação e a minha ira e acenderam-se nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém; e elas tornaram-se em deserto e em assolação, como hoje se vê. 7. Agora, pois, assim diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, Deus de Israel: Por que fazeis vós tão grande mal contra a vossa alma, para desarraigardes ao homem, e à mulher, à criança, e ao que mama do meio de Judá, a fim de não deixardes ali resto algum; 8. irando-me com as obras de vossas mãos, queimando incenso a deuses estranhos na terra do Egito, onde vós entrastes, para lá peregrinardes, para que a vós mesmos vos desarraigueis e para que sirvais de maldição, de opróbrio entre todas as nações da terra? 9. Esquecestes já as maldades de vossos pais, e as maldades dos reis de Judá, e as maldades das suas mulheres, e as vossas maldades, e as maldades das vossas mulheres, que cometeram na terra de Judá e nas ruas de Jerusalém? 10. Não se humilharam até ao dia de hoje, nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que pus diante de vós e diante de vossos pais. 11. Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o rosto contra vós, para mal e para desarraigar a todo o Judá. 12. E tomarei o resto de Judá, que pôs o rosto para entrar na terra do Egito, a fim de lá peregrinar; e ele será todo consumido na terra do Egito; cairá à espada e de fome morrerá; consumir-se-ão, desde o menor até ao maior; à espada e à fome morrerão e serão uma execração, e um espanto, e uma maldição, e um opróbrio. 13. Porque visitarei os que habitam na terra do Egito, como visitei Jerusalém, com a espada, com a fome e com a peste. 14. De maneira que não haverá quem escape e fique da parte remanescente do Judá que entrou na terra do Egito, a fim de lá peregrinar, para tornar à terra de Judá, à qual era grande desejo da sua alma voltar e habitar lá; mas não tornarão senão os que escaparem. 15. Então, responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a deuses estranhos e todas as mulheres que estavam em pé em grande multidão, como também todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros, dizendo: 16. Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do SENHOR, não te obedeceremos a ti; 17. antes, certamente, cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à deusa chamada Rainha dos Céus e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes temos feito, nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém; e tivemos, então, fartura de pão, e andávamos alegres, e não vimos mal algum. 18. Mas, desde que cessamos de queimar incenso à Rainha dos Céus e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo e fomos consumidos pela espada e pela fome. 19. Quando nós queimávamos incenso à Rainha dos Céus e lhe oferecíamos libações, fizemos-lhe bolos para a adorar e oferecemos-lhe libações sem nossos maridos? 20. Então, disse Jeremias a todo o povo, aos homens e às mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado esta resposta, dizendo: 21. Porventura, não se lembrou o SENHOR, e não lhe subiu ao coração o incenso que queimastes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, vós e vossos pais, vossos reis e vossos príncipes, como também o povo da terra? 22. De maneira que o SENHOR não podia por mais tempo sofrer a maldade das vossas ações, as abominações que cometestes; pelo que se tornou a vossa terra em deserto, e em espanto, e em maldição, sem habitantes, como hoje se vê. 23. Visto que queimastes incenso, e pecastes contra o SENHOR, e não obedecestes à voz do SENHOR, e na sua lei e nos seus testemunhos não andastes, vos sucedeu este mal, como se vê neste dia. 24. Disse mais Jeremias a todo o povo e a todas as mulheres: Ouvi a palavra do SENHOR, vós, todo o Judá que estais na terra do Egito. 25. Assim fala o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, dizendo: Vós e vossas mulheres não somente falastes por vossa boca, senão também o fizestes por vossas mãos, dizendo: Certamente, cumpriremos os nossos votos que fizemos, de queimar incenso à Rainha dos Céus e de lhe oferecer libações; perfeitamente confirmastes os vossos votos e perfeitamente cumpristes os vossos votos. 26. Portanto, ouvi a palavra do SENHOR, todo o Judá que habitais na terra do Egito: Eis que eu juro pelo meu grande nome, diz o SENHOR, que nunca mais será pronunciado o meu nome pela boca de homem de Judá em toda a terra do Egito, dizendo: Vive o Senhor JEOVÁ! 27. Eis que velarei sobre eles para mal e não para bem; e serão consumidos todos os homens de Judá que estão na terra do Egito à espada e à fome, até que se acabem de todo. 28. E os que escaparem da espada tornarão da terra do Egito à terra de Judá, poucos em número; e saberá todo o resto de Judá que entrou na terra do Egito, para peregrinar ali, se subsistirá a minha palavra ou a sua. 29. E isto vos servirá de sinal, diz o SENHOR, que eu vos castigarei neste lugar, para que saibais que, certamente, subsistirão as minhas palavras contra vós para mal. 30. Assim diz o SENHOR: Eis que eu entregarei o Faraó Hofra, rei do Egito, nas mãos de seus inimigos e nas mãos dos que procuram a sua morte, como entreguei Zedequias, rei de Judá, nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, seu inimigo e que procurava a sua morte. Jeremias 45 1. Palavra que falou Jeremias, o profeta, a Baruque, filho de Nerias, escrevendo ele aquelas palavras, num livro, da boca de Jeremias, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: 2. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque: 3. Disseste: Ai de mim agora, porque me acrescentou o SENHOR tristeza à minha dor! Estou cansado do meu gemido e não acho descanso. 4. Isto lhe dirás: Assim diz o SENHOR: Eis que o que edifiquei eu derribo e o que plantei eu arranco, e isso em toda esta terra. 5. E procuras tu grandezas? Não as busques, porque eis que trarei mal sobre toda a carne, diz o SENHOR; a ti, porém, darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores. Jeremias 46 1. Palavra do SENHOR que veio a Jeremias, o profeta, contra as nações. 2. Acerca do Egito, contra o exército de Faraó Neco, rei do Egito, que estava junto ao rio Eufrates, em Carquemis; ao qual feriu Nabucodonosor, rei da Babilônia, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá: 3. Preparai o escudo e o pavês e chegai-vos para a peleja. 4. Selai os cavalos, e montai, cavaleiros, e apresentai-vos com elmos; alimpai as lanças e vesti-vos de couraças. 5. Por que razão vejo os medrosos voltando as costas? Os seus heróis estão abatidos e vão fugindo, sem olharem para trás; terror há ao redor, diz o SENHOR. 6. Não fuja o ligeiro, e não escape o herói; para a banda do Norte, junto à borda do rio Eufrates, tropeçaram e caíram. 7. Quem é este que vem subindo como o Nilo e cujas águas se movem como os rios? 8. O Egito vem subindo como o Nilo, e as suas águas se movem como os rios; ele disse: Subirei, cobrirei a terra, destruirei a cidade e os que habitam nela. 9. Avançai, ó cavalos, e estrondeai, ó carros, e saiam os valentes: os etíopes, e os de Pute, que tomam o escudo, e os lídios, que tomam e entesam o arco. 10. Porque este dia é o dia do Senhor JEOVÁ dos Exércitos, dia de vingança para se vingar dos seus adversários; e a espada devorará, e fartar-se-á, e embriagar-se-á com o sangue deles; porque o Senhor JEOVÁ dos Exércitos tem um sacrifício na terra do Norte, junto ao rio Eufrates. 11. Sobe a Gileade e toma bálsamo, ó virgem filha do Egito; debalde, multiplicas remédios; não há cura para ti. 12. As nações ouviram falar da tua vergonha, e a terra está cheia do teu clamor; porque o valente tropeçou no valente, e ambos caíram juntos. 13. Palavra que falou o SENHOR a Jeremias, o profeta, acerca da vinda de Nabucodonosor, rei da Babilônia, para ferir a terra do Egito: 14. Anunciai no Egito e fazei ouvir isto em Migdol; fazei também ouvi-lo em Nofe e em Tafnes; dizei: Apresenta-te e prepara-te, porque a espada devorou o que está ao redor de ti. 15. Por que foram derribados os teus valentes? Não se puderam ter em pé, porque o SENHOR os abateu. 16. Multiplicou os que tropeçavam; também caíram uns sobre os outros e disseram: Levanta-te, e voltemos ao nosso povo e à terra do nosso nascimento, por causa da espada que oprime. 17. Clamaram ali: Faraó, rei do Egito, é apenas um som; deixou passar o tempo assinalado. 18. Vivo eu, diz o rei, cujo nome é o SENHOR dos Exércitos, que, certamente, como o Tabor entre os montes e como o Carmelo junto ao mar, assim ele virá. 19. Prepara-te para ires para o cativeiro, ó moradora, filha do Egito; porque Nofe será tornada em desolação e será abrasada, até que ninguém mais aí more. 20. Bezerra mui formosa é o Egito, mas já vem a destruição; vem do Norte. 21. Até os seus mercenários no meio dela são como bezerros cevados; mas também eles viraram as costas e fugiram juntos; não estiveram firmes, porque veio sobre eles o dia da sua ruína e o tempo da sua visitação. 22. A sua voz irá como a da serpente, porque marcharão com um exército e virão a ela com machados, como cortadores de lenha. 23. Cortaram o seu bosque, diz o SENHOR, que era impenetrável, porque se multiplicaram mais do que os gafanhotos; são inumeráveis. 24. A filha do Egito está envergonhada; foi entregue na mão do povo do Norte. 25. Diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu visitarei Amom de Nô, e a Faraó, e ao Egito, e aos seus deuses, e aos seus reis; ao próprio Faraó e aos que confiam nele. 26. E os entregarei nas mãos dos que procuram a sua morte, nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia e nas mãos dos seus servos; mas, depois, será habitada como nos dias antigos, diz o SENHOR. 27. Não temas, pois, tu, servo meu, Jacó, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei mesmo de longe e a tua semente da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e descansará, e sossegará, e não haverá quem o atemorize. 28. Não temas, servo meu, Jacó, diz o SENHOR, porque estou contigo; porque porei termo a todas as nações entre as quais te lancei; mas a ti não porei termo, mas castigar-te-ei com medida e não te deixarei de todo impune. Jeremias 47 1. Palavra do SENHOR que veio a Jeremias, o profeta, contra os filisteus, antes que Faraó ferisse a Gaza. 2. Assim diz o SENHOR: Eis que se levantam as águas do Norte, e tornar-se-ão em torrente transbordante, e alagarão a terra e sua plenitude, a cidade e os que moram nela; e os homens clamarão, e todos os moradores da terra se lamentarão, 3. ao ruído estrepitoso das unhas dos seus fortes cavalos, ao barulho de seus carros, ao estrondo das suas rodas; os pais não atendem aos filhos, por causa da fraqueza das mãos; 4. por causa do Dia que vem para destruir a todos os filisteus, para cortar de Tiro e de Sidom todo o resto que os socorra; porque o SENHOR destruirá os filisteus, o resto da ilha de Caftor. 5. A calvície veio sobre Gaza, e foi desarraigada Asquelom, com o resto do seu vale; até quando te retalharás? 6. Ah! Espada do SENHOR! Até quando deixarás de repousar? Volta para a tua bainha, descansa e aquieta-te. 7. Como podes estar quieta, se o SENHOR te deu uma ordem contra Asquelom e contra as bordas do mar? Ali, lho tem prescrito. Jeremias 48 1. Contra Moabe assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Ai de Nebo, porque foi destruída! Envergonhada está Quiriataim e já é tomada; Misgabe está envergonhada e espantada. 2. A glória de Moabe não existe mais; em Hesbom, pensaram mal contra ela, dizendo: Vinde, e desarraiguemo-la, para que não seja mais povo; também tu, ó Madmém, serás desarraigada; a espada te irá seguindo. 3. Voz de grito de Horonaim: Ruína e grande destruição! 4. Está destruída Moabe; seus filhinhos fizeram ouvir gritos. 5. Porque, pela subida de Luíte, eles irão com choro contínuo; porque, na descida de Horonaim, os adversários de Moabe ouviram um lastimoso clamor. 6. Fugi, salvai a vossa vida e sereis como a tamargueira no deserto. 7. Porque, por causa da tua confiança nas tuas obras e nos teus tesouros, também tu serás tomada; e Quemos sairá para o cativeiro, os seus sacerdotes e os seus príncipes juntamente. 8. Porque virá o destruidor sobre cada uma das cidades, e nenhuma escapará, e perecerá o vale, e destruir-se-á a campina, porque o SENHOR o disse. 9. Dai asas a Moabe, porque, voando, sairá, e as suas cidades se tornarão em assolação, e ninguém morará nelas. 10. Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR fraudulentamente! E maldito aquele que preserva a sua espada do sangue! 11. Moabe esteve descansado desde a sua mocidade, e as suas fezes repousaram; não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso, conservou o seu sabor, e o seu cheiro não se alterou. 12. Portanto, eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que lhe enviarei derramadores que o farão andar a grandes passos; e despejarão as suas vasilhas e romperão os seus odres. 13. E Moabe terá vergonha de Quemos, como se envergonhou a casa de Israel de Betel, sua confiança. 14. Como direis: Somos valentes e homens fortes para guerra? 15. Moabe está destruída e subiu das suas cidades, e os seus jovens escolhidos desceram à matança, diz o Rei, cujo nome é o SENHOR dos Exércitos. 16. Está prestes a vir a perdição de Moabe; e apressa-se muito o seu mal. 17. Condoei-vos dele, todos os que estais em redor dele e todos os que sabeis o seu nome; dizei: Como se quebrou a vara forte, o cajado formoso! 18. Desce da tua glória e assenta-te em seco, ó moradora, filha de Dibom; porque o destruidor de Moabe subiu contra ti e desfez as tuas fortalezas. 19. Põe-te no caminho e espia, ó moradora do Aroer; pergunta ao que vai fugindo, e à que escapou dize: Que sucedeu? 20. Moabe está envergonhado, porque foi quebrantado; uivai e gritai; anunciai em Arnom que Moabe está destruído. 21. Também o julgamento veio sobre a terra da campina, e sobre Holom, e sobre Jaza, e sobre Mefaate, 22. e sobre Dibom, e sobre Nebo, e sobre Bete-Diblataim, 23. e sobre Quiriataim, e sobre Bete-Gamul, e sobre Bete-Meom, 24. e sobre Queriote, e sobre Bozra e até sobre todas as cidades da terra de Moabe, as de longe e as de perto. 25. Está cortado o poder de Moabe, e quebrantado o seu braço, diz o SENHOR. 26. Embriagai-o, porque contra o SENHOR se engrandeceu; e Moabe se revolverá no seu vômito e será ele também um objeto de escárnio. 27. Pois não foi também Israel objeto de escárnio para ti? Porventura, foi achado entre ladrões? Por que, então, desde que falas dele, te ris? 28. Deixai as cidades e habitai no rochedo, ó moradores de Moabe; e sede como a pomba que se aninha nas extremidades da boca da caverna. 29. Ouvimos falar da soberba de Moabe, que é soberbíssimo, da sua arrogância, e do seu orgulho, e da sua altivez, e da altura do seu coração. 30. Eu conheço, diz o SENHOR, a sua indignação, mas isso nada é; as suas mentiras nada farão. 31. Por isso, gemerei por Moabe; sim, gritarei por todo o Moabe, pois os homens de Quir-Heres se lamentarão. 32. Com o choro de Jazer, chorar-te-ei, ó vide de Sibma; os teus ramos passaram o mar, chegaram até ao mar de Jazer; mas o destruidor caiu sobre os frutos do teu verão e sobre a tua vindima. 33. Tirou-se, pois, o folguedo e a alegria do campo fértil e da terra de Moabe; porque fiz que o vinho acabasse nos lagares; já não pisarão uvas com júbilo; o júbilo não será júbilo. 34. Ouviu-se o grito de Hesbom até Eleale e até Jaza; e, desde Zoar até Horonaim, se ouviu a sua voz, como de bezerra de três anos; porque até as águas do Ninrim se tornarão em assolação. 35. E farei desaparecer de Moabe, diz o SENHOR, quem sacrifique nos altos e queime incenso aos seus deuses. 36. Por isso, soará como flautas o meu coração por Moabe; e como flautas soará o meu coração pelos homens de Quir-Heres; porquanto a abundância que ajuntou se perdeu. 37. Porque toda a cabeça ficará calva, e toda a barba, diminuída; sobre todas as mãos haverá incisões, e sobre os lombos, panos de saco. 38. Sobre todos os telhados de Moabe e nas suas ruas haverá um pranto geral; porque quebrei a Moabe, como a um vaso que não agrada, diz o SENHOR. 39. Como está quebrantado! Como uivam! Como virou Moabe as costas e se envergonhou! Assim será Moabe objeto de escárnio e de espanto para todos os que estão em redor dele. 40. Porque assim diz o SENHOR: Eis que voará como a águia e estenderá as asas sobre Moabe. 41. São tomadas as cidades e ocupadas as fortalezas; e será o coração dos valentes de Moabe, naquele dia, como o coração da mulher em suas dores. 42. E Moabe será destruído, para que não seja povo, porque se engrandeceu contra o SENHOR. 43. Temor, e cova, e laço vêm sobre ti, ó morador de Moabe, diz o SENHOR. 44. O que fugir do temor cairá na cova, e o que sair da cova ficará preso no laço, porque trarei sobre ele, sobre Moabe, o ano da sua visitação, diz o SENHOR. 45. Os que fugiam ficaram sem força e pararam à sombra de Hesbom; mas fogo saiu de Hesbom, e a labareda, do meio de Seom, e devorou o canto de Moabe e o poder dos turbulentos. 46. Ai de ti, Moabe! Pereceu o povo de Quemos, porque teus filhos ficaram cativos, e tuas filhas, em cativeiro. 47. Mas farei voltar os cativos de Moabe no último dos dias, diz o SENHOR. Até aqui o juízo de Moabe. Jeremias 49 1. Contra os filhos de Amom. Assim diz o SENHOR: Acaso, não tem filhos Israel, nem tem herdeiros? Por que, pois, herdou Malcã a Gade, e o seu povo habitou nas suas cidades? 2. Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que farei ouvir em Rabá dos filhos de Amom o alarido de guerra, e tornar-se-á num montão de ruínas, e os lugares da sua jurisdição serão queimados; e Israel herdará aqueles que o herdaram, diz o SENHOR. 3. Uiva, ó Hesbom, porque é destruída Ai; clamai, ó filhas de Rabá, cingi-vos de panos de saco, lamentai e dai voltas pelos valados, porque Malcã irá em cativeiro, e os seus sacerdotes e os seus príncipes juntamente. 4. Por que te glorias nos vales, teus luxuriantes vales, ó filha rebelde, que confias nos teus tesouros, dizendo: Quem virá contra mim? 5. Eis que eu trarei temor sobre ti, diz o Senhor JEOVÁ dos Exércitos, de todos os que estão ao redor de ti; e sereis lançados fora, cada um em frente, e ninguém recolherá o desgarrado. 6. Mas, depois disto, farei voltar os cativos dos filhos de Amom, diz o SENHOR. 7. Contra Edom. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Acaso, não há mais sabedoria em Temã? Já pereceu o conselho dos sábios? Corrompeu-se a sua sabedoria? 8. Fugi, voltai e habitai em profundezas, ó moradores de Dedã, porque eu trouxe sobre ele a ruína de Esaú, no tempo em que o visitei. 9. Se vindimadores viessem a ti, não deixariam alguns rabiscos? Se ladrões, de noite, não te danificariam quanto julgassem suficiente? 10. Mas eu despi a Esaú, descobri os seus esconderijos, e não se poderá esconder; é destruída a sua descendência, como também seus irmãos e seus vizinhos, e ele já não existe. 11. Deixa os teus órfãos; eu os guardarei em vida; e as tuas viúvas confiarão em mim. 12. Porque assim diz o SENHOR: Eis que aqueles que não estavam condenados a beber o copo totalmente o beberão, e tu ficarias inteiramente impune? Não ficarás impune, mas, certamente, o beberás. 13. Porque por mim mesmo jurei, diz o SENHOR, que Bozra servirá de espanto, de opróbrio, de assolação e de execração; e todas as suas cidades se tornarão em assolações perpétuas. 14. Ouvi um rumor vindo do SENHOR, que um embaixador é enviado às nações, para lhes dizer: Ajuntai-vos, e vinde contra ela, e levantai-vos para a guerra. 15. Porque eis que te fiz pequeno entre as nações, desprezado entre os homens. 16. Quanto à tua terribilidade, a arrogância do teu coração te enganou. Tu, que habitas nas cavernas das rochas, que ocupas as alturas dos outeiros, ainda que eleves o teu ninho como a águia, de lá te derribarei, diz o SENHOR. 17. Assim servirá Edom de espanto; todo aquele que passar por ele se espantará e assobiará por causa de todas as suas pragas. 18. Será como a destruição de Sodoma e Gomorra e dos seus vizinhos, diz o SENHOR; não habitará ninguém ali, nem morará nela filho de homem. 19. Eis que, como leão, subirá da enchente do Jordão contra a morada do forte; porque, num momento, o farei correr dali; e quem é o escolhido que porei sobre ela? Porque quem é semelhante a mim? E quem me emprazaria? E quem é o pastor que subsistiria perante mim? 20. Portanto, ouvi o conselho do SENHOR, que ele decretou contra Edom, e os seus desígnios, que ele intentou contra os moradores de Temã; certamente, os menores do rebanho os arrastarão; certamente, assolará as suas moradas sobre eles. 21. A terra estremeceu com o estrondo da sua queda; e do seu grito até ao mar Vermelho se ouviu o som. 22. Eis que, como águia, subirá, e voará, e estenderá as asas sobre Bozra; e o coração dos valentes de Edom, naquele dia, será como o coração da mulher que está em suas dores. 23. Contra Damasco. Envergonhou-se Hamate e Arpade e, porquanto ouviram más novas, desmaiaram; no mar há angústia; não se pode sossegar. 24. Enfraquecida está Damasco; virou as costas para fugir, e tremor a tomou; angústia e dores a tomaram como da mulher que está de parto. 25. Como não está abandonada a afamada cidade, a cidade de meu folguedo? 26. Portanto, cairão os seus jovens nas suas ruas; e todos os homens de guerra serão consumidos naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos. 27. E acenderei fogo no muro de Damasco, o qual consumirá os palácios de Ben-Hadade. 28. Contra Quedar e contra os reinos de Hazor, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, feriu. Assim diz o SENHOR: Levantai-vos, subi contra Quedar e destruí os filhos do Oriente. 29. Tomarão as suas tendas, e os seus gados, as suas cortinas, e todos os seus utensílios, e os seus camelos levarão para si; e lhes gritarão: Há medo de todos os lados! 30. Fugi, desviai-vos para mui longe e habitai nas profundezas, ó moradores de Hazor, diz o SENHOR, porque Nabucodonosor, rei da Babilônia, tomou conselho contra vós e intentou um desígnio contra vós. 31. Levantai-vos e subi contra uma nação em repouso, que habita confiadamente, diz o SENHOR; que não tem portas, nem ferrolhos; eles habitam sós. 32. E os seus camelos serão para presa, e a multidão dos seus gados, para despojo; e espalharei a todo vento, aqueles que têm cortados os cantos do seu cabelo, e de todos os lados lhes trarei a sua ruína, diz o SENHOR. 33. E Hazor se tornará em morada de dragões, em assolação para sempre; ninguém habitará ali, nem morará nela filho de homem. 34. Palavra do SENHOR que veio a Jeremias, o profeta, contra Elão, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, dizendo: 35. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que eu quebrarei o arco de Elão, o principal do seu poder. 36. E trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá nação aonde não venham os fugitivos de Elão. 37. E farei que Elão tema diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; e farei vir sobre eles o mal, o furor da minha ira, diz o SENHOR; e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los. 38. E porei o meu trono em Elão; e destruirei dali o rei e príncipes, diz o SENHOR. 39. Acontecerá, porém, no último dos dias, que farei voltar os cativos de Elão, diz o SENHOR. Jeremias 50 1. Palavra que falou o SENHOR contra a Babilônia, contra a terra dos caldeus, por Jeremias, o profeta. 2. Anunciai entre as nações, e fazei ouvir, e arvorai um estandarte, e fazei ouvir, e não encubrais; dizei: Tomada é a Babilônia, confundido está Bel, atropelado está Merodaque, confundidos estão os seus ídolos, e caídos estão os seus deuses. 3. Porque subiu contra ela uma nação do Norte, que fará da sua terra uma solidão, e não haverá quem habite nela; desde os homens até os animais fugiram e se foram. 4. Naqueles dias e naquele tempo, diz o SENHOR, os filhos de Israel virão, eles e os filhos de Judá juntamente; andando e chorando, virão e buscarão ao SENHOR, seu Deus. 5. Pelo caminho de Sião perguntarão, para ali dirigirão o rosto; virão e se ajuntarão ao SENHOR num concerto eterno, que nunca será esquecido. 6. Ovelhas perdidas foram o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, para os montes as deixaram desviar; de monte em outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu repouso. 7. Todos os que as achavam as devoraram; e os seus adversários diziam: Culpa nenhuma teremos; porque pecaram contra o SENHOR e a morada da justiça, sim, o SENHOR, a Esperança de seus pais. 8. Fugi do meio da Babilônia e saí da terra dos caldeus; e sede como os carneiros diante do rebanho. 9. Porque eis que eu suscitarei e farei subir contra a Babilônia uma congregação de grandes nações da terra do Norte, e se prepararão contra ela; dali, será tomada; as suas flechas serão como de valente herói; nenhuma tornará sem efeito. 10. E a Caldéia servirá de presa; todos os que a saquearem ficarão fartos, diz o SENHOR, 11. porquanto vos alegrastes, e saltastes de prazer, ó saqueadores da minha herança, e vos inchastes como bezerra gorda, e rinchastes como cavalos vigorosos. 12. Será mui confundida vossa mãe, ficará envergonhada a que vos deu à luz; eis que ela será a última das nações, um deserto, uma terra seca e uma solidão. 13. Por causa do furor do SENHOR, não será habitada; antes, se tornará em total assolação; qualquer que passar por Babilônia se espantará e assobiará, vendo todas as suas pragas. 14. Preparai-vos para cercar Babilônia, todos os que armais arcos; atirai-lhe, não poupeis as flechas, porque pecou contra o SENHOR. 15. Gritai contra ela, rodeando-a; ela já se submeteu; caíram seus fundamentos, estão derribados os seus muros, porque esta é a vingança do SENHOR; vingai-vos dela; como ela fez, fazei-lhe. 16. Arrancai da Babilônia aquele que semeia e aquele que leva a foice no tempo da sega; por causa da espada aflitiva, virar-se-á cada um para o seu povo e fugirá cada um para a sua terra. 17. Cordeiro desgarrado é Israel; os leões o afugentaram. O primeiro a devorá-lo foi o rei da Assíria; e, por último, Nabucodonosor, rei da Babilônia, lhe quebrou os ossos. 18. Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que visitarei o rei da Babilônia e a sua terra, como visitei o rei da Assíria. 19. E farei tornar Israel para a sua morada e pastará no Carmelo e em Basã; e fartar-se-á a sua alma no monte de Efraim e em Gileade. 20. Naqueles dias e naquele tempo, diz o SENHOR, buscar-se-á a maldade de Israel e não será achada; e os pecados de Judá, mas não se acharão, porque perdoarei os que eu deixar de resto. 21. Sobe contra a terra de Merataim, sobe contra ela e contra os moradores de Pecode; assola e inteiramente destrói tudo após eles, diz o SENHOR, e faze conforme tudo o que te mandei. 22. Estrondo de batalha há na terra e de grande destruição. 23. Como foi cortado e quebrado o martelo de toda a terra! Como se tornou a Babilônia em espanto entre as nações! 24. Laços te armei, e também foste presa, ó Babilônia, e tu não o soubeste; foste achada e também apanhada, porque contra o SENHOR te entremeteste. 25. O SENHOR abriu o seu tesouro e tirou os instrumentos da sua indignação, porque o Senhor JEOVÁ dos Exércitos, tem uma obra a realizar na terra dos caldeus. 26. Vinde contra ela dos confins da terra, abri os seus celeiros, trilhai-a como a feixes e destruí-a de todo; nada lhe fique de resto. 27. Matai à espada a todos os seus novilhos, que eles desçam ao degoladouro; ai deles! Porque veio o seu dia, o tempo da sua visitação. 28. Tal é a voz dos que fugiram e escaparam da terra da Babilônia para anunciarem em Sião a vingança do SENHOR, nosso Deus, a vingança do seu templo. 29. Convocai contra Babilônia os flecheiros, todos os que armam arcos; acampai-vos contra ela em redor, que ninguém escape dela; pagai-lhe conforme a sua obra; conforme tudo o que fez, fazei-lhe; porque se houve arrogantemente contra o SENHOR, contra o Santo de Israel. 30. Portanto, cairão os seus jovens nas suas ruas; e todos os seus homens de guerra serão desarraigados naquele dia, diz o SENHOR. 31. Eis que eu sou contra ti, ó soberbo, diz o SENHOR Deus dos Exércitos, porque veio o teu dia, o tempo em que te hei de visitar. 32. Então, tropeçará o soberbo e cairá, e ninguém haverá que o levante; e porei fogo às suas cidades, o qual consumirá todos os seus contornos. 33. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Os filhos de Israel e os filhos de Judá foram oprimidos juntamente; todos os que os levaram cativos os retiveram e não os quiseram soltar. 34. Mas o seu Redentor é forte, o SENHOR dos Exércitos é o seu nome; certamente, pleiteará a causa deles, para dar descanso à terra e inquietar os moradores da Babilônia. 35. A espada virá sobre os caldeus, diz o SENHOR, e sobre os moradores da Babilônia, e sobre os seus príncipes, e sobre os seus sábios. 36. A espada virá sobre os mentirosos, e ficarão insensatos; a espada virá sobre os seus valentes, e desmaiarão. 37. A espada virá sobre os seus cavalos, e sobre os seus carros, e sobre todo o povo misto que está no meio dela; e eles serão como mulheres; a espada virá sobre os seus tesouros, e serão saqueados. 38. Cairá a seca sobre as suas águas, e secarão, porque é uma terra de imagens de escultura, e eles, pelos seus ídolos, andam enfurecidos. 39. Por isso, habitarão nela as feras do deserto, com os animais bravos das ilhas; também habitarão nela os avestruzes; e nunca mais será povoada, nem será habitada de geração em geração. 40. Como quando Deus transtornou a Sodoma e a Gomorra e aos seus vizinhos, diz o SENHOR, assim ninguém habitará ali, nem morará nela filho de homem. 41. Eis que um povo vem do Norte, e uma grande nação e reis poderosos se levantarão dos lados mais remotos da terra. 42. Arco e lança tomarão; eles são cruéis e não conhecem a compaixão; a sua voz bramará como o mar, e eles cavalgarão cavalos, como um homem, apercebido para a batalha, contra ti, ó filha da Babilônia. 43. O rei da Babilônia ouviu a fama deles, e desfaleceram as suas mãos; angústia se apoderou dele, dores, como da que está de parto. 44. Eis que um como leão subirá da enchente do Jordão contra a morada forte, mas, num momento, o farei correr dali; e ao escolhido porei contra ela, porque quem é semelhante a mim? E quem me citaria a mim? E quem é o pastor que subsistiria perante mim? 45. Portanto, ouvi o conselho que o SENHOR decretou contra Babilônia e os seus desígnios que intentou contra a terra dos caldeus; certamente, os menores do rebanho os arrastarão; certamente, será assolada a morada deles. 46. Ao estrondo da tomada da Babilônia, estremeceu a terra, e o grito se ouviu entre as nações. Jeremias 51 1. Assim diz o SENHOR: Eis que levantarei um vento destruidor contra a Babilônia e contra os que habitam no coração dos que se levantam contra mim. 2. E enviarei padejadores contra a Babilônia, que a padejarão e despojarão a sua terra, porque virão contra ela em redor no dia da calamidade. 3. O flecheiro arme o seu arco contra aquele que arma o seu arco e contra o que presume da sua couraça; e não perdoeis a seus jovens; destruí a todo o seu exército. 4. E mortos cairão na terra dos caldeus e atravessados pelas ruas. 5. Porque Israel e Judá não foram abandonados pelo seu Deus, pelo SENHOR dos Exércitos, ainda que a sua terra esteja cheia de culpas perante o Santo de Israel. 6. Fugi do meio da Babilônia, e livre cada um a sua alma; não vos destruais a vós na sua maldade, porque este é o tempo da vingança do SENHOR; ele lhe dará a sua recompensa. 7. A Babilônia era um copo de ouro na mão do SENHOR, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso, as nações enlouqueceram. 8. Num momento, caiu a Babilônia e ficou arruinada; gemei sobre ela, tomai bálsamo para a sua dor; porventura, sarará. 9. Queríamos sarar a Babilônia, mas ela não sarou; deixai-a, e vá cada um para a sua terra, porque o seu juízo chegou até ao céu e se elevou até às mais altas nuvens. 10. O SENHOR trouxe a nossa justiça à luz; vinde e contemos em Sião a obra do SENHOR, nosso Deus. 11. Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos; o SENHOR despertou o espírito dos reis da Média, porque o seu intento contra a Babilônia é para a destruir; pois esta é a vingança do SENHOR, a vingança do seu templo. 12. Arvorai um estandarte sobre os muros de Babilônia, reforçai a guarda, colocai sentinelas e preparai as ciladas; porque o SENHOR intentou e fez o que tinha dito acerca dos moradores da Babilônia. 13. Ó tu que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza. 14. Jurou o SENHOR dos Exércitos por si mesmo, dizendo: Certamente, te encherei de homens, como de pulgão, e eles cantarão com júbilo sobre ti. 15. Ele fez a terra com o seu poder, e ordenou o mundo com a sua sabedoria, e estendeu os céus com o seu entendimento. 16. Fazendo ele ouvir a sua voz, grande estrondo de águas há nos céus, e sobem os vapores desde o fim da terra; faz os relâmpagos com a chuva e tira o vento dos seus tesouros. 17. Embruteceu-se todo homem e não tem ciência; envergonhou-se todo ourives de imagem de escultura, porque a sua imagem de fundição é mentira, e não há espírito em nenhuma delas. 18. Vaidade são e obra de enganos; no tempo em que eu as visitar, perecerão. 19. Não é semelhante a estes a porção de Jacó, porque ele é o Criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome. 20. Tu és meu martelo e minhas armas de guerra; e contigo despedaçarei nações e contigo destruirei os reis; 21. e contigo despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro; e contigo despedaçarei o carro e o que vai nele; 22. e contigo despedaçarei o homem e a mulher; e contigo despedaçarei o velho e o moço; e contigo despedaçarei o jovem e a virgem; 23. e contigo despedaçarei o pastor e o seu rebanho; e contigo despedaçarei o lavrador e a sua junta de bois; e contigo despedaçarei os capitães e os magistrados. 24. E pagarei à Babilônia e a todos os moradores da Caldéia toda a maldade que fizeram em Sião, à vossa vista, diz o SENHOR. 25. Diz o SENHOR: Eis-me aqui contra ti, ó monte destruidor, que destróis toda a terra; e estenderei a mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte de incêndio. 26. E não tomarão de ti pedra para esquina, nem pedra para fundamentos, porque te tornarás numa assolação perpétua, diz o SENHOR. 27. Arvorai um estandarte na terra, tocai a buzina entre as nações, santificai as nações contra ela e convocai contra ela os reinos de Ararate, Mini e Asquenaz; ordenai contra ela um capitão, fazei subir cavalos, como pulgão agitado. 28. Santificai contra ela as nações, os reis da Média, os seus capitães, todos os seus magistrados e toda a terra do seu domínio. 29. Então, tremerá a terra e doer-se-á, porque cada um dos desígnios do SENHOR está firme contra Babilônia, para fazer da terra de Babilônia uma assolação, sem habitantes. 30. Os valentes de Babilônia cessaram de pelejar, ficaram nas fortalezas, desfaleceu a sua força, tornaram-se como mulheres; incendiaram as suas moradas, quebrados foram os seus ferrolhos. 31. Um correio correrá ao encontro de outro correio, e um mensageiro, ao encontro de outro mensageiro, para anunciar ao rei da Babilônia que a sua cidade foi tomada de todos os lados. 32. E os vaus estão ocupados, e os canaviais, queimados; e os homens de guerra ficaram assombrados. 33. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: A filha de Babilônia é como uma eira no tempo da debulha; ainda um pouco, e o tempo da sega lhe virá. 34. Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, pisou-me, fez de mim um vaso vazio, como dragão me tragou, encheu o seu ventre das minhas delicadezas e lançou-me fora. 35. A violência que se me fez a mim e à minha carne venha sobre a Babilônia, diga a moradora de Sião; e o meu sangue caia sobre os moradores da Caldéia, diga Jerusalém. 36. Pelo que assim diz o SENHOR: Eis que pleitearei a tua causa e te vingarei da vingança que se tomou contra ti; secarei o seu mar e farei que se esgote o seu manancial. 37. E Babilônia se tornará em montões, morada de dragões, espanto e assobio, sem um só habitante. 38. Juntamente, rugirão como filhos dos leões, bramarão como filhotes de leões. 39. Estando eles excitados, lhes darei a sua bebida e os embriagarei, para que andem saltando; mas dormirão um perpétuo sono e não acordarão, diz o SENHOR. 40. Fá-los-ei descer como cordeiros ao matadouro, como carneiros com os bodes. 41. Como foi tomada Sesaque, e apanhada de surpresa a glória de toda a terra! Como se tornou Babilônia um espanto entre as nações! 42. O mar subiu sobre Babilônia, com a multidão das suas ondas se cobriu. 43. Tornaram-se as suas cidades em assolação, terra seca e deserta, terra em que ninguém habita, nem passa por ela filho de homem. 44. E visitarei a Bel na Babilônia e tirarei da sua boca o que ele tragou, e nunca mais concorrerão a ele as nações; também o muro de Babilônia caiu. 45. Saí do meio dela, ó povo meu, e livre cada um a sua alma, por causa do ardor da ira do SENHOR. 46. E não se enterneça o vosso coração, nem temais pelo rumor que se ouvir na terra; porque virá, num ano, um rumor, e depois, noutro ano, outro rumor; e haverá violência na terra, dominador contra dominador. 47. Portanto, eis que vêm dias em que visitarei as imagens de escultura da Babilônia, e toda a sua terra será envergonhada, e todos os seus traspassados cairão no meio dela. 48. E os céus e a terra, com tudo quanto neles há, jubilarão sobre a Babilônia, porque do Norte lhe virão os destruidores, diz o SENHOR. 49. Como Babilônia fez cair os traspassados de Israel, assim em Babilônia cairão os traspassados de toda a terra. 50. Vós que escapastes da espada, ide-vos, não pareis; de longe, lembrai-vos do SENHOR, e suba Jerusalém ao vosso coração. 51. Direis: Envergonhados estamos, porque ouvimos opróbrio; vergonha cobriu o nosso rosto, porque vieram estrangeiros sobre os santuários da Casa do SENHOR. 52. Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que visitarei as suas imagens de escultura; e gemerá o traspassado em toda a sua terra. 53. Ainda que a Babilônia subisse aos céus, e ainda que fortificasse a altura da sua fortaleza, de mim viriam destruidores sobre ela, diz o SENHOR. 54. O som de um clamor se ouve da Babilônia e de grande destruição, da terra dos caldeus; 55. porque o SENHOR destrói Babilônia e fará perecer nela a sua grande voz; e as suas ondas bramirão como muitas águas; ouvir-se-á o arruído da sua voz. 56. Porque o destruidor vem sobre ela, sobre Babilônia, e os seus valentes serão presos; já estão quebrados os seus arcos, porque o SENHOR, Deus das recompensas, certamente, lhe retribuirá. 57. E embriagarei os seus príncipes, e os seus sábios, e os seus capitães, e os seus magistrados, e os seus valentes; e dormirão um sono perpétuo e não acordarão, diz o Rei cujo nome é o SENHOR dos Exércitos. 58. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Os largos muros de Babilônia totalmente serão derribados, e as suas portas excelsas serão abrasadas pelo fogo; e trabalharão os povos em vão, e as nações serão para o fogo e cansar-se-ão. 59. A palavra que mandou Jeremias, o profeta, a Seraías, filho de Nerias, filho de Maaséias, indo ele com Zedequias, rei de Judá, à Babilônia, no ano quarto do seu reinado; e Seraías era um príncipe pacífico. 60. Escreveu, pois, Jeremias num livro todo o mal que havia de vir sobre a Babilônia; todas estas palavras que estavam escritas contra a Babilônia. 61. E disse Jeremias a Seraías: Em tu chegando a Babilônia, verás e lerás todas estas palavras. 62. E dirás: SENHOR! Tu falaste a respeito deste lugar, que o havias de desarraigar, até não ficar nele morador algum, desde o homem até ao animal, mas que se tornaria em perpétuas assolações. 63. E será que, acabando tu de ler este livro, o atarás a uma pedra e o lançarás no meio do Eufrates. 64. E dirás: Assim será afundada a Babilônia e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; eles se cansarão. Até aqui as palavras de Jeremias. Jeremias 52 1. Era Zedequias da idade de vinte e um anos quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém; e o nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna. 2. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Jeoaquim. 3. Por esta razão, sucedeu que, por causa da ira do SENHOR contra Jerusalém e Judá, ele os lançou fora da sua presença; e Zedequias se rebelou contra o rei da Babilônia. 4. E aconteceu, no ano nono do seu reinado, no mês décimo, no décimo dia do mês, que veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela e levantaram contra ela tranqueiras ao redor. 5. Assim esteve cercada a cidade, até ao ano undécimo do rei Zedequias. 6. No mês quarto, aos nove do mês, quando a fome prevalecia na cidade, e o povo da terra não tinha pão, 7. foi aberta uma brecha na cidade, e todos os homens de guerra fugiram, e saíram de noite, pelo caminho da porta, entre os dois muros que estavam junto ao jardim do rei (porque os caldeus estavam contra a cidade ao redor), e foram pelo caminho da campina. 8. Mas o exército dos caldeus seguiu o rei, e alcançaram Zedequias nas campinas de Jericó, e todo o seu exército se espalhou, abandonando-o. 9. E prenderam o rei e o fizeram subir ao rei da Babilônia, a Ribla, na terra de Hamate, o qual lhe lavrou ali a sentença. 10. E o rei da Babilônia degolou os filhos de Zedequias à sua vista e também degolou a todos os príncipes de Judá, em Ribla. 11. E arrancou os olhos a Zedequias e o atou com duas cadeias de bronze; e o rei da Babilônia o levou para a Babilônia e o conservou na prisão até o dia da sua morte. 12. E, no quinto mês, no décimo dia do mês (este era o décimo-nono ano do rei Nabucodonosor, rei da Babilônia), veio Nebuzaradã, capitão da guarda, que assistia na presença do rei da Babilônia, a Jerusalém. 13. E queimou a Casa do SENHOR, e a casa do rei, e também a todas as casas de Jerusalém, e incendiou todas as casas dos grandes. 14. E todo o exército dos caldeus que estavam com o capitão da guarda derribou todos os muros que rodeavam Jerusalém. 15. E os mais pobres do povo, e a parte do povo que tinha ficado na cidade, e os rebeldes que se haviam passado para o rei da Babilônia, e o resto da multidão, Nebuzaradã, capitão da guarda, levou presos. 16. Mas dos mais pobres da terra deixou Nebuzaradã, capitão da guarda, ficar alguns, para serem vinhateiros e lavradores. 17. Quebraram mais os caldeus as colunas de bronze que estavam na Casa do SENHOR, e as bases, e o mar de bronze que estavam na Casa do SENHOR e levaram todo o bronze para a Babilônia. 18. Também tomaram os caldeirões, e as pás, e os garfos, e as bacias, e os perfumadores, e todos os utensílios de bronze, com que se ministrava. 19. E tomou o capitão da guarda os copos, e os incensários, e as bacias, e os caldeirões, e os castiçais, e os perfumadores, e as galhetas, tanto o que era de puro ouro como o que era de prata maciça. 20. As duas colunas, e o único mar, e os doze bois de bronze que estavam no lugar das bases e que fizera o rei Salomão para a Casa do SENHOR, o bronze de todos estes utensílios era sem medida. 21. Quanto às colunas, a altura de uma coluna era de dezoito côvados, e um fio de doze côvados a cercava; e era a sua espessura de quatro dedos, e era oca. 22. E havia sobre ela um capitel de bronze, e altura do capitel era de cinco côvados, e a rede e as romãs em roda do capitel; e tudo era de bronze; e semelhante a esta era a outra coluna, com as romãs. 23. E havia noventa e seis romãs em cada banda; as romãs todas eram um cento, em roda da rede. 24. Levou também o capitão da guarda a Seraías, o sumo-sacerdote, e a Sofonias, o segundo sacerdote, e aos três guardas do umbral da porta. 25. E da cidade levou um eunuco que tinha a seu cargo a gente de guerra, e a sete homens dos que viam a face do rei que se acharam na cidade, como também o escrivão-mor do exército, que registrava o povo da terra para a guerra, e mais sessenta homens do povo da terra que se acharam no meio da cidade. 26. Tomando-os, pois, Nebuzaradã, capitão da guarda, os trouxe ao rei da Babilônia, a Ribla. 27. E o rei da Babilônia os feriu e os matou em Ribla, na terra de Hamate; assim Judá foi levado da sua terra para o cativeiro. 28. Este é o povo que Nabucodonosor levou cativo no sétimo ano: três mil e vinte e três judeus. 29. No ano décimo-oitavo de Nabucodonosor, ele levou cativas de Jerusalém oitocentas e trinta e duas almas. 30. No ano vigésimo-terceiro de Nabucodonosor, Nebuzaradã, capitão da guarda, levou cativos, dentre os judeus, setecentas e quarenta e cinco almas; todas as almas são quatro mil e seiscentas. 31. Sucedeu, pois, no ano trigésimo-sétimo do cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no mês duodécimo, aos vinte e cinco do mês, que Evil-Merodaque, rei da Babilônia, no ano primeiro do seu reinado, levantou a cabeça de Joaquim, rei de Judá, e o tirou da casa da prisão; 32. e falou com ele benignamente e pôs o seu trono acima dos tronos dos reis que estavam com ele em Babilônia; 33. e lhe mudou as vestes da sua prisão, e Joaquim comeu pão sempre na sua presença, todos os dias da sua vida. 34. E, quanto ao seu tratamento, foi-lhe sempre dado o tratamento comum do rei da Babilônia, a sua porção cotidiana, até o dia da sua morte, todos os dias da sua vida. Lamentações de Jeremias 1 1. Como se acha solitária aquela cidade dantes tão populosa! Tornou-se como viúva a que foi grande entre as nações; e princesa entre as províncias tornou-se tributária! 2. Continuamente chora de noite, e as suas lágrimas correm pelas suas faces; não tem quem a console entre todos os seus amadores; todos os seus amigos se houveram aleivosamente com ela, tornaram-se seus inimigos. 3. Judá passou ao cativeiro por causa da aflição e por causa da grandeza da sua servidão; habita entre as nações, não acha descanso; todos os seus perseguidores a surpreenderam nas suas angústias. 4. Os caminhos de Sião pranteiam, porque não há quem venha à reunião solene; todas as suas portas estão desoladas; os seus sacerdotes suspiram; as suas virgens estão tristes, e ela mesma tem amargura. 5. Os seus adversários a dominaram, os seus inimigos prosperam; porque o SENHOR a entristeceu, por causa da multidão das suas prevaricações; os seus filhinhos vão em cativeiro na frente do adversário. 6. E da filha de Sião foi-se toda a sua glória; os seus príncipes ficaram sendo como corços que não acham pasto e caminham sem força na frente do perseguidor. 7. Lembra-se Jerusalém, nos dias da sua aflição e das suas rebeliões, de todas as suas mais queridas coisas, que tivera dos tempos antigos; quando caía o seu povo na mão do adversário, e ela não tinha quem a socorresse, os adversários a viram e fizeram escárnio da sua queda. 8. Jerusalém gravemente pecou; por isso, se fez instável; todos os que a honravam a desprezaram, porque viram a sua nudez; ela também suspirou e voltou para trás. 9. A sua imundícia está nas suas saias, nunca se lembrou do seu fim; por isso, foi pasmosamente abatida, não tem consolador. Vê, SENHOR, a minha aflição, porque o inimigo se engrandece. 10. Estendeu o adversário a sua mão a todas as coisas mais preciosas dela; pois viu entrar no seu santuário as nações acerca das quais mandaste que não entrassem na tua congregação. 11. Todo o seu povo anda suspirando, buscando o pão; deram as suas coisas mais preciosas a troco de mantimento para refrescarem a alma; vê, SENHOR, e contempla, pois me tornei desprezível. 12. Não vos comove isso, a todos vós que passais pelo caminho? Atendei e vede se há dor como a minha dor, que veio sobre mim, com que me entristeceu o SENHOR, no dia do furor da sua ira. 13. Desde o alto enviou fogo a meus ossos, o qual se assenhoreou deles; estendeu uma rede aos meus pés, fez-me voltar para trás, fez-me assolada e enferma todo o dia. 14. Já o jugo das minhas prevaricações está atado pela sua mão; elas estão entretecidas, subiram sobre o meu pescoço, e ele abateu a minha força; entregou-me o Senhor na suas mãos, e eu não posso levantar-me. 15. O Senhor atropelou todos os meus valentes no meio de mim; apregoou contra mim um ajuntamento, para quebrantar os meus jovens; o Senhor pisou, como em um lagar, a virgem filha de Judá. 16. Por essas coisas, choro eu; os meus olhos, os meus olhos se desfazem em águas; porque se afastou de mim o consolador que devia restaurar a minha alma; os meus filhos estão desolados, porque prevaleceu o inimigo. 17. Estende Sião as suas mãos, não há quem a console; mandou o SENHOR acerca de Jacó que fossem inimigos os que estão em redor dele; Jerusalém é para eles como uma coisa imunda. 18. Justo é o SENHOR, pois me rebelei contra os seus mandamentos; ouvi, pois, todos os povos e vede a minha dor; as minhas virgens e os meus jovens se foram para o cativeiro. 19. Chamei os meus amadores, mas eles me enganaram; os meus sacerdotes e os meus anciãos expiraram na cidade, enquanto buscavam para si mantimento, para refrescarem a sua alma. 20. Olha, SENHOR, quanto estou angustiada; turbada está a minha alma, o meu coração está transtornado no meio de mim, porque gravemente me rebelei; fora, me desfilhou a espada, dentro de mim está a morte. 21. Ouvem que eu suspiro, mas não tenho quem me console; todos os meus inimigos que souberam do meu mal folgam, porque tu o determinaste; mas, em trazendo tu o dia que apregoaste, serão como eu. 22. Venha toda a sua iniqüidade à tua presença, e faze-lhes como me fizeste a mim por causa de todas as minhas prevaricações; porque os meus suspiros são muitos, e o meu coração está desfalecido. Lamentações de Jeremias 2 1. Como cobriu o Senhor de nuvens, na sua ira, a filha de Sião! Derribou do céu à terra a glória de Israel e não se lembrou do escabelo de seus pés, no dia da sua ira. 2. Devorou o Senhor todas as moradas de Jacó e não se apiedou; derribou no seu furor as fortalezas da filha de Judá e as abateu até à terra; profanou o reino e os seus príncipes. 3. Cortou, no furor da sua ira, toda a força de Israel; retirou para trás a sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra Jacó, como labareda de fogo que tudo consome em redor. 4. Armou o seu arco como inimigo, firmou a sua destra como adversário e matou tudo o que era formoso à vista; derramou a sua indignação, como fogo na tenda da filha de Sião. 5. Tornou-se o Senhor como inimigo; devorou Israel, devorou todos os seus palácios, destruiu as suas fortalezas; e multiplicou na filha de Judá a lamentação e a tristeza. 6. E arrancou a sua cabana com violência, como se fosse a de uma horta; destruiu a sua congregação; o SENHOR, em Sião, pôs em esquecimento a solenidade e o sábado e, na indignação da sua ira, rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote. 7. Rejeitou o Senhor o seu altar, detestou o seu santuário; entregou na mão do inimigo os muros dos seus palácios; deram gritos na Casa do SENHOR, como em dia de reunião solene. 8. Intentou o SENHOR destruir o muro da filha de Sião; estendeu o cordel, não retirou a sua mão destruidora; fez gemer o antemuro e o muro; eles estão juntamente enfraquecidos. 9. Abateram as suas portas; ele destruiu e quebrou os seus ferrolhos; o seu rei e os seus príncipes estão entre as nações onde não há lei, nem acham visão alguma do SENHOR os seus profetas. 10. Estão sentados na terra, silenciosos, os anciãos da filha de Sião; lançam pó sobre a sua cabeça, cingiram panos de saco; as virgens de Jerusalém abaixam a sua cabeça até à terra. 11. Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbada está a minha alma, o meu coração se derramou pela terra, por causa do quebrantamento da filha do meu povo; pois desfalecem os meninos e as crianças de peito pelas ruas da cidade. 12. Dizem a suas mães: Onde há trigo e vinho? Quando desfalecem como o ferido pelas ruas da cidade, derramando-se a sua alma no regaço de suas mães. 13. Que testemunho te trarei? A quem te compararei, ó filha de Jerusalém? A quem te assemelharei, para te consolar a ti, ó virgem filha de Sião? Porque grande como o mar é a tua ferida; quem te sarará? 14. Os teus profetas viram para ti vaidade e loucura e não manifestaram a tua maldade, para afastarem o teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão. 15. Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém, dizendo: É esta a cidade que denominavam perfeita em formosura, gozo de toda a terra? 16. Todos os teus inimigos abrem a boca contra ti, assobiam e rangem os dentes; dizem: Devoramo-la; certamente este é o dia que esperávamos; achamo-lo e vimo-lo. 17. Fez o SENHOR o que intentou; cumpriu a sua palavra, que ordenou desde os dias da antiguidade: derribou e não se apiedou; fez que o inimigo se alegrasse por tua causa, exaltou o poder dos teus adversários. 18. O coração deles clamou ao Senhor: Ó muralha da filha de Sião, corram as tuas lágrimas como um ribeiro, de dia e de noite; não te dês descanso, nem parem as meninas de teus olhos. 19. Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor; levanta a eles as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas. 20. Vê, ó SENHOR, e considera a quem fizeste assim! Hão de as mulheres comer o fruto de si mesmas, as crianças que trazem nos braços? Ou matar-se-á no santuário do Senhor o sacerdote e o profeta? 21. Jazem em terra pelas ruas o moço e o velho; as minhas virgens e os meus jovens vieram a cair à espada; tu os mataste no dia da tua ira; degolaste-os e não te apiedaste deles. 22. Convocaste de toda parte os meus receios, como em um dia de solenidade; não houve no dia da ira do SENHOR quem escapasse ou ficasse; aqueles que trouxe nas mãos e sustentei, o meu inimigo os consumiu. Lamentações de Jeremias 3 1. Eu sou o homem que viu a aflição pela vara do seu furor. 2. Ele me levou e me fez andar em trevas e não na luz. 3. Deveras se tornou contra mim; virou contra mim de contínuo, a mão todo o dia. 4. Fez envelhecer a minha carne e a minha pele, quebrantou os meus ossos. 5. Edificou contra mim e me cercou de fel e trabalho. 6. Assentou-me em lugares tenebrosos, como os que estavam mortos há muito. 7. Circunvalou-me, e não posso sair; agravou os meus grilhões. 8. Ainda quando clamo e grito, ele exclui a minha oração. 9. Circunvalou os meus caminhos com pedras lavradas, fez tortuosas as minhas veredas. 10. Fez-me como urso de emboscada, um leão em esconderijos. 11. Desviou os meus caminhos e fez-me em pedaços; deixou-me assolado. 12. Armou o seu arco, e me pôs como alvo à flecha. 13. Fez entrar nos meus rins as flechas da sua aljava. 14. Fui feito um objeto de escárnio para todo o meu povo e a sua canção todo o dia. 15. Fartou-me de amarguras, saciou-me de absinto. 16. Quebrou com pedrinhas de areia os meus dentes; cobriu-me de cinza. 17. E afastaste da paz a minha alma; esqueci-me do bem. 18. Então, disse eu: Já pereceu a minha força, como também a minha esperança no SENHOR. 19. Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do fel. 20. Minha alma, certamente, se lembra e se abate dentro de mim. 21. Disso me recordarei no meu coração; por isso, tenho esperança. 22. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim. 23. Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. 24. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. 25. Bom é o SENHOR para os que se atêm a ele, para a alma que o busca. 26. Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do SENHOR. 27. Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade; 28. assentar-se solitário e ficar em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele. 29. Ponha a boca no pó; talvez assim haja esperança. 30. Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta. 31. Porque o Senhor não rejeitará para sempre. 32. Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias. 33. Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos homens. 34. Pisar debaixo dos pés todos os presos da terra, 35. perverter o direito do homem perante a face do Altíssimo, 36. subverter o homem no seu pleito, não o veria o Senhor? 37. Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande? 38. Porventura da boca do Altíssimo não sai o mal e o bem? 39. De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados. 40. Esquadrinhemos os nossos caminhos, experimentemo-los e voltemos para o SENHOR. 41. Levantemos o coração juntamente com as mãos para Deus nos céus, dizendo: 42. Nós prevaricamos e fomos rebeldes; por isso, tu não perdoaste. 43. Cobriste- nos de ira e nos perseguiste; mataste, não perdoaste. 44. Cobriste-te de nuvens, para que não passe a nossa oração. 45. Como cisco e rejeitamento, nos puseste no meio dos povos. 46. Todos os nossos inimigos abriram contra nós a sua boca. 47. Temor e cova vieram sobre nós, assolação e quebrantamento. 48. Torrentes de águas derramaram os meus olhos, por causa da destruição da filha do meu povo. 49. Os meus olhos choram e não cessam, porque não há descanso, 50. até que o SENHOR atente e veja desde os céus. 51. O meu olho move a minha alma, por causa de todas as filhas da minha cidade. 52. Como ave, me caçaram os que são meus inimigos sem causa. 53. Arrancaram a minha vida na cova e lançaram pedras sobre mim. 54. Águas correram sobre a minha cabeça; eu disse: Estou cortado. 55. Invoquei o teu nome, SENHOR, desde a mais profunda cova. 56. Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor. 57. Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas. 58. Pleiteaste, Senhor, os pleitos da minha alma, remiste a minha vida. 59. Viste, SENHOR, a injustiça que me fizeram; julga a minha causa. 60. Viste toda a sua vingança, todos os seus pensamentos contra mim. 61. Ouviste as suas afrontas, SENHOR, todos os seus pensamentos contra mim; 62. os lábios dos que se levantam contra mim e as suas imaginações contra mim todo o dia. 63. Observa- os ao se assentarem e ao se levantarem; eu sou a sua canção. 64. Tu lhes darás a recompensa, SENHOR, conforme a obra das suas mãos. 65. Tu lhes darás ânsia de coração, maldição tua sobre eles. 66. Na tua ira, os perseguirás, e eles serão desfeitos debaixo dos céus do SENHOR. Lamentações de Jeremias 4 1. Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro fino e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário ao canto de todas as ruas! 2. Os preciosos filhos de Sião, comparáveis a puro ouro, como são, agora, reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro! 3. Até os chacais abaixam o peito, dão de mamar aos seus filhos; mas a filha do meu povo tornou-se cruel como os avestruzes no deserto. 4. A língua do que mama fica pegada pela sede ao seu paladar; os meninos pedem pão, e ninguém lho dá. 5. Os que comiam iguarias delicadas desfalecem nas ruas; os que se criaram em carmesim abraçam o esterco. 6. Porque maior é a maldade da filha do meu povo do que o pecado de Sodoma, a qual se subverteu como em um momento, sem que trabalhassem nela mãos algumas. 7. Os seus nazireus eram mais alvos do que a neve, eram mais brancos do que o leite, eram mais roxos de corpo do que os rubins, mais polidos do que a safira. 8. Mas, agora, escureceu-se o seu parecer mais do que o negrume, não se conhecem nas ruas; a sua pele se lhes pegou aos ossos, secou-se, tornou-se como um pedaço de pau. 9. Os mortos à espada mais ditosos são do que os mortos à fome; porque estes se esgotam como traspassados, por falta dos frutos dos campos. 10. As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo. 11. Deu o SENHOR cumprimento ao seu furor; derramou o ardor da sua ira e acendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos. 12. Não creram os reis da terra, nem todos os moradores do mundo, que entrasse o adversário e o inimigo pelas portas de Jerusalém. 13. Foi por causa dos pecados dos profetas, das maldades dos seus sacerdotes, que derramaram o sangue dos justos no meio dela. 14. Erram como cegos nas ruas, andam contaminados de sangue; de tal sorte que ninguém pode tocar nas suas roupas. 15. Desviai-vos, bradavam eles. Imundo! Desviai-vos, desviai-vos, não toqueis; quando fugiram e erraram, disseram entre as nações: Nunca mais morarão aqui. 16. A ira do SENHOR os dividiu; ele nunca mais tornará a olhar para eles; não reverenciaram a face dos sacerdotes, nem se compadeceram dos velhos. 17. Os nossos olhos desfaleciam, esperando vão socorro; olhávamos atentamente para gente que não pode livrar. 18. Espiaram os nossos passos, de maneira que não podíamos andar pelas nossas ruas; está chegando o nosso fim, estão cumpridos os nossos dias, porque é vindo o nosso fim. 19. Os nossos perseguidores foram mais ligeiros do que as aves dos céus; sobre os montes nos perseguiram, no deserto nos armaram ciladas. 20. O respiro das nossas narinas, o ungido do SENHOR, foi preso nas suas covas; dele dizíamos: Debaixo da sua sombra viveremos entre as nações. 21. Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz; o cálice chegará também para ti; embebedar-te-ás e te descobrirás. 22. O castigo da tua maldade está consumado, ó filha de Sião; ele nunca mais te levará para o cativeiro; ele visitará a tua maldade, ó filha de Edom, descobrirá os teus pecados. Lamentações de Jeremias 5 1. Lembra-te, SENHOR, do que nos tem sucedido; considera e olha para o nosso opróbrio. 2. A nossa herdade passou a estranhos, e as nossas casas, a forasteiros. 3. Órfãos somos sem pai, nossas mães são como viúvas. 4. A nossa água por dinheiro a bebemos, por preço vem a nossa lenha. 5. Os nossos perseguidores estão sobre os nossos pescoços; estamos cansados e não temos descanso. 6. Aos egípcios estendemos as mãos, e aos assírios, para nos fartarem de pão. 7. Nossos pais pecaram e já não existem; nós levamos as suas maldades. 8. Servos dominam sobre nós; ninguém há que nos arranque da sua mão. 9. Com perigo de nossas vidas, trazemos o nosso pão, por causa da espada do deserto. 10. Nossa pele se enegreceu como um forno, por causa do ardor da fome. 11. Forçaram as mulheres em Sião; as virgens, nas cidades de Judá. 12. Os príncipes foram enforcados pelas mãos deles; as faces dos velhos não foram reverenciadas. 13. Aos jovens obrigam a moer, e os moços tropeçaram debaixo da lenha. 14. Os velhos já não têm assento à porta, os jovens já não cantam. 15. Cessou o gozo de nosso coração, converteu-se em lamentação a nossa dança. 16. Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós, porque pecamos. 17. Por isso, desmaiou o nosso coração; por isso, se escureceram os nossos olhos. 18. Pelo monte de Sião, que está assolado, andam as raposas. 19. Tu, SENHOR, permaneces eternamente, e o teu trono, de geração em geração. 20. Por que te esquecerias de nós para sempre? Por que nos desampararias por tanto tempo? 21. Converte-nos, SENHOR, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes. 22. Por que nos rejeitarias totalmente? Por que te enfurecerias contra nós em tão grande maneira? Ezequiel 1 1. E aconteceu, no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que, estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus. 2. No quinto dia do mês (no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim), 3. veio expressamente a palavra do SENHOR a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do SENHOR. 4. Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do Norte, e uma grande nuvem, com um fogo a revolver-se, e um resplendor ao redor dela, e no meio uma coisa como de cor de âmbar, que saía dentre o fogo. 5. E, do meio dela, saía a semelhança de quatro animais; e esta era a sua aparência: tinham a semelhança de um homem. 6. E cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles, quatro asas. 7. E os seus pés eram pés direitos; e as plantas dos seus pés, como a planta do pé de uma bezerra, e luziam como a cor de cobre polido. 8. E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e assim todos quatro tinham seus rostos e suas asas. 9. Uniam-se as suas asas uma à outra; não se viravam quando andavam; cada qual andava diante do seu rosto. 10. E a semelhança do seu rosto era como o rosto de homem; e, à mão direita, todos os quatro tinham rosto de leão, e, à mão esquerda, todos os quatro tinham rosto de boi, e também rosto de águia, todos os quatro. 11. E o seu rosto e as suas asas eram separados em cima; cada qual tinha duas asas juntas uma à outra, e duas cobriam os corpos deles. 12. E cada qual andava diante do seu rosto; para onde o Espírito havia de ir, iam; não se viravam quando andavam. 13. E, quanto à semelhança dos animais, o seu parecer era como brasas de fogo ardentes, como uma aparência de tochas; o fogo corria por entre os animais, e o fogo resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos. 14. E os animais corriam e tornavam, à semelhança dos relâmpagos. 15. E vi os animais; e eis que havia uma roda na terra junto aos animais, para cada um dos seus quatro rostos. 16. O aspecto das rodas e a obra delas eram como cor de turquesa; e as quatro tinham uma mesma semelhança; e o seu aspecto e a sua obra eram como se estivera uma roda no meio de outra roda. 17. Andando elas, andavam pelos quatro lados deles; não se viravam quando andavam. 18. Essas rodas eram tão altas, que metiam medo; e as quatro tinham as suas cambas cheias de olhos ao redor. 19. E, andando os animais, andavam as rodas ao pé deles; e, elevando-se os animais da terra, elevavam-se também as rodas. 20. Para onde o Espírito queria ir, iam; pois o Espírito os impelia; e as rodas se elevavam defronte deles, porque o Espírito da criatura vivente estava nas rodas. 21. Andando eles, andavam elas, e, parando eles, paravam elas, e, elevando-se eles da terra, elevavam-se também as rodas defronte deles, porque o Espírito dos animais estava nas rodas. 22. E, sobre a cabeça dos animais, havia uma semelhança de firmamentos, como um aspecto de cristal terrível, estendido por cima, sobre a sua cabeça. 23. E, debaixo do firmamento, estavam as suas asas direitas, uma em direção à outra; cada um tinha duas, que lhe cobriam o corpo de uma banda; e cada um tinha outras duas, que o cobriam da outra banda. 24. E, andando eles, ouvi o ruído das suas asas, como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, a voz de um estrondo, como o estrépito de um exército; parando eles, abaixavam as suas asas. 25. E ouviu-se uma voz por cima do firmamento, que estava por cima da sua cabeça; parando eles, abaixavam as suas asas. 26. E, por cima do firmamento, que estava por cima da sua cabeça, havia uma semelhança de trono como de uma safira; e, sobre a semelhança do trono, havia como que a semelhança de um homem, no alto, sobre ele. 27. E vi como a cor de âmbar, como o aspecto do fogo pelo interior dele, desde a semelhança dos seus lombos e daí para cima; e, desde a semelhança dos seus lombos e daí para baixo, vi como a semelhança de fogo e um resplendor ao redor dele. 28. Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do SENHOR; e, vendo isso, caí sobre o meu rosto e ouvi a voz de quem falava. Ezequiel 2 1. E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. 2. Então, entrou em mim o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava. 3. E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra mim, até este mesmo dia. 4. E os filhos são de semblante duro e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor JEOVÁ. 5. E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles um profeta. 6. E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que sejam sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões, não temas as suas palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque são casa rebelde. 7. Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes. 8. Mas tu, ó filho do homem, ouve o que eu te digo, não sejas rebelde como a casa rebelde; abre a boca e come o que eu te dou. 9. Então, vi, e eis que uma mão se estendia para mim, e eis que nela estava um rolo de livro. 10. E estendeu-o diante de mim, e ele estava escrito por dentro e por fora; e nele se achavam escritas lamentações, e suspiros, e ais. Ezequiel 3 1. Depois, me disse: Filho do homem, come o que achares; come este rolo, e vai, e fala à casa de Israel. 2. Então, abri a minha boca, e me deu a comer o rolo. 3. E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então, o comi, e era na minha boca doce como o mel. 4. E disse-me: Filho do homem, vai, e entra na casa de Israel, e dize-lhe as minhas palavras. 5. Porque tu não és enviado a um povo de estranha fala, nem de língua difícil, mas à casa de Israel; 6. nem a muitos povos de estranha fala e de língua difícil, cujas palavras não possas entender; se eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos. 7. Mas a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não me querem dar ouvidos a mim; porque toda a casa de Israel é de rosto obstinado e dura de coração. 8. Eis que fiz duro o teu rosto contra o seu rosto, e forte a tua fronte contra a sua fronte. 9. Fiz como diamante a tua fronte, mais forte do que a pederneira; não os temas, pois, nem te assombres com o seu rosto, porque casa rebelde são. 10. Disse-me mais: Filho do homem, coloca no coração todas as minhas palavras que te hei de dizer e ouve- as com os teus ouvidos. 11. Eia, pois, vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo, e lhes falarás, e lhes dirás: Assim diz o Senhor JEOVÁ, quer ouçam quer deixem de ouvir. 12. E levantou-me o Espírito, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glória do SENHOR, desde o seu lugar. 13. E ouvi o barulho das asas dos animais, que tocavam umas nas outras, e o barulho das rodas defronte deles, e o sonido de um grande estrondo. 14. Então, o Espírito me levantou e me levou; e eu me fui mui triste, no ardor do meu espírito; mas a mão do SENHOR era forte sobre mim. 15. E vim aos do cativeiro, a Tel-Abibe, que moravam junto ao rio Quebar, e eu morava onde eles moravam; e fiquei ali sete dias, pasmado no meio deles. 16. E sucedeu que, ao fim de sete dias, veio a palavra do SENHOR a mim, dizendo: 17. Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte. 18. Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. 19. Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua alma. 20. Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá; porque, não o avisando tu, no seu pecado morrerá, e suas justiças que praticara não virão em memória, mas o seu sangue da tua mão o requererei. 21. Mas, avisando tu o justo, para que o justo não peque, e ele não pecar, certamente viverá, porque foi avisado; e tu livraste a tua alma. 22. E a mão do SENHOR estava sobre mim ali, e ele me disse: Levanta-te e sai ao vale, e ali falarei contigo. 23. E levantei-me e saí ao vale, e eis que a glória do SENHOR estava ali, como a glória que vi junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto. 24. Então, entrou em mim o Espírito, e me pôs em pé, e falou comigo, e me disse: Entra, encerra-te dentro da tua casa. 25. Porque, ó filho do homem, eis que porão cordas sobre ti e te ligarão com elas; não sairás, pois, ao meio deles. 26. E eu farei que a tua língua se pegue ao teu paladar, e ficarás mudo e não lhes servirás de varão que repreenda; porque casa rebelde são eles. 27. Mas, quando eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o SENHOR: Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe; porque casa rebelde são eles. Ezequiel 4 1. Tu, pois, ó filho do homem, toma um tijolo, e po-lo-ás diante de ti, e grava nele a cidade de Jerusalém. 2. E põe contra ela um cerco, e edifica contra ela uma fortificação, e levanta contra ela uma tranqueira, e põe contra ela arraiais, e põe-lhe aríetes em redor. 3. E tu toma uma assadeira de ferro, e põe-na por muro de ferro entre ti e a cidade, e dirige para ela o teu rosto; e assim será cercada, e a cercarás; isso servirá de sinal à casa de Israel. 4. Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo e põe a maldade da casa de Israel sobre ele; conforme o número dos dias que te deitares sobre ele, levarás as suas maldades. 5. Porque eu te tenho fixado os anos da sua maldade, conforme o número dos dias, trezentos e noventa dias; e levarás a maldade da casa de Israel. 6. E, quando cumprires estes, tornar-te-ás a deitar sobre o teu lado direito e levarás a maldade da casa de Judá quarenta dias; um dia te dei para cada ano. 7. Dirigirás, pois, o rosto para o cerco de Jerusalém com o teu braço descoberto e profetizarás contra ela. 8. E eis que porei sobre ti cordas; assim, tu não te voltarás de um lado para outro, até que cumpras os dias do teu cerco. 9. E tu, toma trigo, e cevada, e favas, e lentilhas, e trigo miúdo, e aveia, e coloca-os numa vasilha, e faze deles pão; conforme o número dos dias que te deitares sobre o teu lado, trezentos e noventa dias, comerás disso. 10. E a tua comida, que hás de comer, será do peso de vinte siclos cada dia; de tempo em tempo a comerás. 11. Também beberás a água por medida, a sexta parte de um him; de tempo em tempo beberás. 12. E o que comeres será como bolos de cevada, e o cozerás com o esterco que sai do homem, diante dos olhos deles. 13. E disse o SENHOR: Assim comerão os filhos de Israel o seu pão imundo, entre as nações, para onde serão lançados. 14. Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que a minha alma não foi contaminada, porque nunca comi coisa morta, nem despedaçada, desde a minha mocidade até agora, nem carne abominável entrou na minha boca. 15. E disse-me: Vê, tenho-te dado esterco de vacas, em lugar de esterco de homem; e com ele prepararás o teu pão. 16. Então, me disse: Filho do homem, eis que eu torno instável o sustento de pão em Jerusalém, e comerão o pão por peso e com desgosto; e a água beberão por medida e com espanto; 17. para que o pão e a água lhes faltem, e se espantem uns com os outros e se consumam nas suas maldades. Ezequiel 5 1. E tu, ó filho do homem, toma uma faca afiada; como navalha de barbeiro a tomarás e a farás passar por cima da tua cabeça e da tua barba; então, tomarás uma balança e repartirás o cabelo. 2. A terça parte queimarás no fogo, no meio da cidade, quando se cumprirem os dias do cerco; então, tomarás outra terça parte e feri-la-ás com uma espada ao redor dela; e a outra terça parte espalharás ao vento; porque desembainharei a espada atrás deles. 3. Também tomarás deles um pequeno número e atá-los-ás nas bordas da tua veste. 4. E ainda destes tomarás alguns, e os lançarás no meio do fogo, e os queimarás no fogo; e dali sairá um fogo contra toda a casa de Israel. 5. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Esta é Jerusalém; pu-la no meio das nações e terras que estão ao redor dela. 6. Ela, porém, mudou em impiedade os meus juízos mais do que as nações, e os meus estatutos mais do que as terras que estão ao redor dela; porque rejeitaram os meus juízos e não andaram nos meus preceitos. 7. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Porque multiplicastes as vossas maldades mais do que as nações que estão ao redor de vós, nos meus estatutos não andastes, nem fizestes os meus juízos, nem ainda procedestes segundo os juízos das nações que estão ao redor de vós; 8. por isso, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu, sim, eu mesmo, estou contra ti; e executarei juízos no meio de ti aos olhos das nações. 9. E farei em ti o que nunca fiz e o que jamais farei, por causa de todas as tuas abominações. 10. Portanto, os pais devorarão os seus filhos no meio de ti, e os filhos devorarão os seus pais; e executarei em ti juízos, espalharei todo o remanescente a todos os ventos. 11. Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor JEOVÁ, pois que profanaste o meu santuário com todas as tuas coisas detestáveis e com todas as tuas abominações, também eu te diminuirei, e o meu olho te não perdoará, nem também terei piedade. 12. Uma terça parte de ti morrerá da peste e se consumirá à fome no meio de ti; e outra terça parte cairá à espada em redor de ti; e a outra terça parte espalharei a todos os ventos e a espada desembainharei atrás deles. 13. Assim, se cumprirá a minha ira, e satisfarei neles o meu furor e me consolarei; e saberão que sou eu, o SENHOR, que tenho falado no meu zelo, quando cumprir neles o meu furor. 14. E te porei em assolação e como opróbrio entre as nações que estão em redor de ti, aos olhos de todos os que passarem. 15. E o opróbrio e a infâmia servirão de instrução e espanto às nações que estão em redor de ti, quando eu executar em ti juízos com ira e com furor, em furiosos castigos. Eu, o SENHOR, falei. 16. Quando eu enviar as terríveis flechas da fome contra eles para sua destruição, as quais eu mandarei para vos destruir, então, aumentarei a fome sobre vós e tornarei instável o sustento do pão. 17. E enviarei sobre vós a fome e más bestas que te desfilharão; e a peste e o sangue passarão por ti; e trarei a espada sobre ti. Eu, o SENHOR, falei. Ezequiel 6 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, dirige o teu rosto para os montes de Israel e profetiza contra eles. 3. E dirás: Montes de Israel, ouvi a palavra do Senhor JEOVÁ: Assim diz o Senhor JEOVÁ aos montes, aos outeiros, aos ribeiros e aos vales: Eis que eu, sim, eu mesmo, trarei a espada sobre vós e destruirei os vossos altos. 4. E serão assolados os vossos altares, e quebradas as vossas imagens do sol; e derribarei os vossos traspassados, diante dos vossos ídolos. 5. E porei os cadáveres dos filhos de Israel diante dos seus ídolos e espalharei os vossos ossos em redor dos vossos altares. 6. Em todos os vossos lugares habitáveis, as cidades serão destruídas, e os altos, assolados; para que os vossos altares sejam destruídos e assolados, e os vossos ídolos se quebrem e cessem, e as vossas imagens do sol sejam cortadas, e desfeitas as vossas obras. 7. E os traspassados cairão no meio de vós, para que saibais que eu sou o SENHOR. 8. Mas deixarei um resto, para que haja alguns que escapem da espada entre as nações, quando fordes espalhados pelas terras. 9. Então, se lembrarão de mim os que de vós escaparem entre as nações para onde foram levados em cativeiro; porquanto me quebrantei por causa do seu coração corrompido, que se desviou de mim, e por causa dos seus olhos, que se andaram corrompendo após os seus ídolos; e terão nojo de si mesmos, por causa das maldades que fizeram em todas as suas abominações. 10. E saberão que eu, o SENHOR, não disse debalde que lhes faria este mal. 11. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Bate com a mão, e bate com o pé, e dize: Ah! Por todas as abominações das maldades da casa de Israel! Porque cairão à espada, e de fome, e de peste. 12. O que estiver longe morrerá de peste; e o que está perto cairá à espada; e o que ficar de resto e cercado morrerá de fome; e cumprirei o meu furor contra eles. 13. Então, sabereis que eu sou o SENHOR, quando estiverem os seus traspassados no meio dos seus ídolos, em redor dos seus altares, em todo o outeiro alto, em todos os cumes dos montes, e debaixo de toda árvore verde, e debaixo de todo carvalho espesso, no lugar onde ofereciam suave perfume a todos os seus ídolos. 14. E estenderei a mão sobre eles e farei a terra assolada, mais assolada do que o deserto da banda de Ribla, em todas as suas habitações; e saberão que eu sou o SENHOR. Ezequiel 7 1. Depois, veio a palavra do SENHOR a mim, dizendo: 2. E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra. 3. Agora, vem o fim sobre ti, porque enviarei sobre ti a minha ira, e te julgarei conforme os teus caminhos, e trarei sobre ti todas as tuas abominações. 4. E não te poupará o meu olho, nem terei piedade de ti, mas porei sobre ti os teus caminhos, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que eu sou o SENHOR. 5. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Um mal, eis que um só mal vem. 6. Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem; 7. vem a tua sentença, ó habitante da terra. Vem o tempo; chegado é o dia da turbação, e não da alegria, sobre os montes. 8. Agora, depressa derramarei o meu furor sobre ti, e cumprirei a minha ira contra ti, e te julgarei conforme os teus caminhos, e porei sobre ti todas as tuas abominações. 9. E não te poupará o meu olho, nem terei piedade; conforme os teus caminhos, assim carregarei sobre ti, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que eu, o SENHOR, castigo. 10. Eis aqui o dia, eis que vem; veio a tua ruína; já floresceu a vara, reverdeceu a soberba. 11. A violência se levantou em vara de impiedade; nada restará deles, nem da sua multidão, nem do seu arruído, nem haverá lamentação por eles. 12. Vem o tempo, é chegado o dia; o que compra não se alegre, e o que vende não se entristeça; porque a ira ardente está sobre toda a multidão deles. 13. Porque o que vende não tornará a possuir o que vendeu, ainda que esteja entre os viventes; porque a visão não tornará para trás sobre toda a sua multidão; nem ninguém fortalecerá a sua vida com a sua iniqüidade. 14. Tocaram a trombeta e tudo prepararam, mas não há quem vá à peleja, porque sobre toda a sua multidão está a minha ardente ira. 15. Fora está a espada, e dentro, a peste e a fome; o que estiver no campo morrerá à espada, e o que estiver na cidade a fome e a peste o consumirão. 16. E só escaparão os que deles se escaparem, mas estarão pelos montes, como pombas dos vales, todos gemendo, cada um por causa da sua maldade. 17. Todas as mãos se enfraquecerão, e todos os joelhos destilarão águas. 18. E se cingirão de panos de saco, e os cobrirá o tremor; e sobre todos os rostos haverá vergonha, e sobre toda a sua cabeça, calva. 19. A sua prata lançarão pelas ruas, e o seu ouro será como imundícia; nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do SENHOR; eles não fartarão a sua alma, nem lhes encherão as entranhas, porque isso foi o tropeço da sua maldade. 20. E a glória do seu ornamento, ele a pôs em magnificência; mas fizeram nela imagens das suas abominações e coisas detestáveis; por isso, eu a tornei para eles como uma coisa imunda. 21. E será entregue na mão dos estranhos por presa, e aos ímpios da terra, por despojo; e a profanarão. 22. E desviarei deles o rosto, e profanarão o meu lugar oculto; porque entrarão nele saqueadores e o profanarão. 23. Faze uma cadeia, porque a terra está cheia de crimes de sangue, e a cidade está cheia de violência. 24. E farei vir os piores de entre as nações, e possuirão as suas casas; e farei cessar a arrogância dos valentes, e os seus lugares santos serão profanados. 25. Vem a destruição; e eles buscarão a paz, mas não há nenhuma. 26. Miséria sobre miséria virá, e se levantará rumor sobre rumor; então, buscarão do profeta uma visão, mas do sacerdote perecerá a lei, e dos anciãos, o conselho. 27. O rei se lamentará, e o príncipe se vestirá de amargura, e as mãos do povo da terra se molestarão; conforme o seu caminho lhes farei e com os seus juízos os julgarei; e saberão que eu sou o SENHOR. Ezequiel 8 1. Sucedeu, pois, no sexto ano, no mês sexto, no quinto dia do mês, estando eu assentado na minha casa, e os anciãos de Judá, assentados diante de mim, que ali a mão do Senhor JEOVÁ caiu sobre mim. 2. E olhei, e eis uma semelhança como aparência de fogo; desde a aparência dos seus lombos, e daí para baixo, era fogo e dos seus lombos para cima, como aspecto de um resplendor, como cor de âmbar. 3. E estendeu a forma de uma mão e me tomou pelos cabelos da minha cabeça; e o Espírito me levantou entre a terra e o céu e me trouxe a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus. 4. E eis que a glória do Deus de Israel estava ali, conforme a semelhança que eu tinha visto no vale. 5. E disse-me: Filho do homem, levanta, agora, os teus olhos para o caminho do norte. E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que da banda do norte, à porta do altar, estava esta imagem de ciúmes, à entrada. 6. E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas verás ainda maiores abominações. 7. E levou-me à porta do átrio; então, olhei, e eis que havia um buraco na parede. 8. E disse-me: Filho do homem, cava, agora, naquela parede. E cavei na parede, e eis que havia uma porta. 9. Então, me disse: entra e vê as malignas abominações que eles fazem aqui. 10. E entrei e olhei, e eis que toda forma de répteis, e de animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel estavam pintados na parede em todo o redor. 11. E setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jazanias, filho de Safã, que se achava no meio deles, estavam em pé diante das pinturas, e cada um tinha na mão o seu incensário; e subia uma espessa nuvem de incenso. 12. Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? E eles dizem: O SENHOR não nos vê, o SENHOR abandonou a terra. 13. E disse-me: Tornarás a ver ainda maiores abominações do que as que estes fazem. 14. E levou-me à entrada da porta da Casa do SENHOR, que está da banda do norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando por Tamuz. 15. E disse-me: Viste, filho do homem? Verás ainda abominações maiores do que estas. 16. E levou-me para o átrio interior da Casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; e eles adoravam o sol, virados para o oriente. 17. Então, me disse: Viste, filho do homem? Há coisa mais leviana para a casa de Judá do que essas abominações, que fazem aqui? Havendo enchido a terra de violência, tornam a irritar-me; e ei-los a chegar o ramo ao seu nariz. 18. Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade; ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei. Ezequiel 9 1. Então, me gritou aos ouvidos com grande voz, dizendo: Fazei chegar os intendentes da cidade, cada um com as suas armas destruidoras na mão. 2. E eis que vinham seis homens a caminho da porta alta, que olha para o norte, cada um com as suas armas destruidoras na mão, e entre eles, um homem vestido de linho, com um tinteiro de escrivão à sua cinta; e entraram e se puseram junto ao altar de bronze. 3. E a glória do Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual estava, até à entrada da casa; e clamou ao homem vestido de linho, que tinha o tinteiro de escrivão à sua cinta. 4. E disse-lhe o SENHOR: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela. 5. E aos outros disse, ouvindo eu: Passai pela cidade após ele e feri; não poupe o vosso olho, nem vos compadeçais. 6. Matai velhos, e jovens, e virgens, e meninos, e mulheres, até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o sinal não vos chegueis; e começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa. 7. E disse-lhes: Contaminai a casa, e enchei os átrios de mortos, e saí. E saíram e feriram na cidade. 8. Sucedeu, pois, que, havendo-os eles ferido, e ficando eu de resto, caí sobre a minha face, e clamei, e disse: Ah! Senhor JEOVÁ! Dar-se-á o caso que destruas todo o restante de Israel, derramando a tua indignação sobre Jerusalém? 9. Então, me disse: A maldade da casa de Israel e de Judá é grandíssima, e a terra se encheu de sangue, e a cidade se encheu de perversidade; eles dizem: O SENHOR deixou a terra, o SENHOR não vê. 10. Pois também, quanto a mim, não poupará o meu olho, nem me compadecerei; sobre a cabeça deles farei recair o seu caminho. 11. E eis que o homem que estava vestido de linho, a cuja cinta estava o tinteiro, tornou com a resposta, dizendo: Fiz como me mandaste. Ezequiel 10 1. Depois, olhei, e eis que no firmamento, que estava por cima da cabeça dos querubins, apareceu sobre eles como uma pedra de safira, como o aspecto da semelhança de um trono. 2. E falou ao homem vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas, até debaixo do querubim, e enche as mãos de brasas acesas dentre os querubins, e espalha-as sobre a cidade. E ele entrou à minha vista. 3. E os querubins estavam ao lado direito da casa, quando entrou aquele homem; e uma nuvem encheu o átrio interior. 4. Então, se levantou a glória do SENHOR de sobre o querubim para a entrada da casa; e encheu-se a casa de uma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do SENHOR. 5. E o estrondo das asas dos querubins se ouviu até ao átrio exterior, como a voz do Deus Todo-poderoso, quando fala. 6. E sucedeu, pois, dando ele ordem ao homem vestido de linho, dizendo: Toma fogo dentre as rodas, dentre os querubins, que entrou ele e se pôs junto às rodas. 7. Então, estendeu um querubim a mão de entre os querubins para o fogo que estava entre os querubins; e tirou e o pôs nas mãos do que estava vestido de linho, o qual o tomou e saiu. 8. E apareceu nos querubins uma semelhança de mão de homem debaixo das suas asas. 9. Então, olhei, e eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a cada querubim; e o aspecto das rodas era como cor de pedra de turquesa. 10. E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma semelhança; eram como se estivesse uma roda no meio de outra roda. 11. Andando eles, andavam elas pelos seus quatro lados; não se viravam quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça, para esse andavam; não se viravam quando andavam. 12. E todo o seu corpo, e as suas costas, e as suas mãos, e as suas asas, e as rodas, as rodas que os quatro tinham, estavam cheias de olhos em redor. 13. E, quanto às rodas, elas foram chamadas, ouvindo eu, Galgal. 14. E cada um tinha quatro rostos: o rosto do primeiro era rosto de querubim, e o rosto do segundo era rosto de homem, e do terceiro era rosto de leão, e do quarto, rosto de águia. 15. E os querubins se elevaram ao alto; estes são os mesmos animais que vi junto ao rio Quebar. 16. E, andando os querubins, andavam as rodas juntamente com eles; e, levantando os querubins as suas asas, para se elevarem de sobre a terra, também as rodas não se separavam deles. 17. Parando eles, paravam elas, e, elevando-se eles, elevavam-se elas, porque o espírito de vida estava nelas. 18. Então, saiu a glória do SENHOR da entrada da casa e parou sobre os querubins. 19. E os querubins alçaram as suas asas e se elevaram da terra aos meus olhos, quando saíram; e as rodas os acompanhavam e pararam à entrada da porta oriental da Casa do SENHOR; e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles. 20. Estes são os animais que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar, e conheci que eram querubins. 21. Cada um tinha quatro rostos e quatro asas e a semelhança de mãos de homem debaixo das suas asas. 22. E a semelhança dos seus rostos era a dos rostos que eu tinha visto junto ao rio Quebar; tinham o mesmo aspecto, eram os próprios; cada um andava ao direito do seu rosto. Ezequiel 11 1. Então, me levantou o Espírito, e me levou à porta oriental da Casa do SENHOR, que olha para o oriente; e eis que estavam à entrada da porta vinte e cinco homens; e no meio deles vi a Jazanias, filho de Azur, e a Pelatias, filho de Benaías, príncipes do povo. 2. E disse-me: Filho do homem, estes são os homens que pensam na perversidade e dão ímpio conselho nesta cidade, 3. os quais dizem: Não está próximo o tempo de edificar casas; esta cidade é a panela, e nós, a carne. 4. Portanto, profetiza contra eles; profetiza, ó filho do homem. 5. Caiu, pois, sobre mim o Espírito do SENHOR e disse-me: Fala: Assim diz o SENHOR: Assim tendes dito, ó casa de Israel; porque, quanto às coisas que vos sobem ao espírito, eu as conheço. 6. Multiplicastes os vossos mortos nesta cidade e enchestes as suas ruas de mortos. 7. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Vossos mortos que deitastes no meio dela são a carne, e ela é a panela; a vós, porém, vos tirarei do meio dela. 8. Temestes a espada, e a espada trarei sobre vós, diz o Senhor JEOVÁ. 9. E vos farei sair do meio dela, e vos entregarei na mão de estranhos, e exercerei os meus juízos entre vós. 10. Caireis à espada; nos confins de Israel vos julgarei, e sabereis que eu sou o SENHOR. 11. Esta cidade não vos servirá de panela, nem vós servireis de carne no meio dela; nos confins de Israel vos julgarei. 12. E sabereis que eu sou o SENHOR, porque nos meus estatutos não andastes, nem executastes os meus juízos; antes, fizestes conforme os juízos das nações que estão em redor de vós. 13. E aconteceu que, profetizando eu, morreu Pelatias, filho de Benaías; então, caí sobre o meu rosto, e clamei com grande voz, e disse: Ah! Senhor JEOVÁ! Darás tu fim ao resto de Israel? 14. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 15. Filho do homem, teus irmãos, os teus próprios irmãos, os homens de teu parentesco, e toda a casa de Israel, todos eles são aqueles a quem os habitantes de Jerusalém disseram: Apartai-vos para longe do SENHOR; esta terra se nos deu em possessão. 16. Portanto, dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ainda que os lancei para longe entre as nações e ainda que os espalhei pelas terras, todavia, lhes servirei de santuário, por um pouco de tempo, nas terras para onde foram. 17. Portanto, dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Hei de ajuntar-vos do meio dos povos, e vos recolherei das terras para onde fostes lançados, e vos darei a terra de Israel. 18. E virão ali e tirarão dela todas as suas coisas detestáveis e todas as suas abominações. 19. E lhe darei um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei um coração de carne; 20. para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. 21. Mas, quanto àqueles cujo coração andar conforme o coração das suas coisas detestáveis e das suas abominações, eu farei recair na sua cabeça o seu caminho, diz o Senhor JEOVÁ. 22. Então, os querubins elevaram as suas asas, e as rodas as acompanhavam; e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles. 23. E a glória do SENHOR se alçou desde o meio da cidade e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade. 24. Depois, o Espírito me levantou e me levou em visão à Caldéia, para os do cativeiro; e se foi de mim a visão que eu tinha visto. 25. E falei aos do cativeiro todas as coisas que o SENHOR me tinha mostrado. Ezequiel 12 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, e tem ouvidos para ouvir e não ouve; porque é casa rebelde. 3. Tu, pois, ó filho do homem, prepara mobília para mudares de país e, de dia, muda de lugar à vista deles; e do teu lugar mudarás para outro lugar à vista deles; bem pode ser que reparem nisso, ainda que eles são casa rebelde. 4. À vista deles, pois, tirarás para fora, de dia, os teus trastes, como para mudança; então, tu sairás de tarde à vista deles, como quem sai mudando de lugar. 5. Escava para ti, à vista deles, a parede e tira-os para fora por ali. 6. À vista deles, aos ombros os levarás, e, às escuras, os tirarás, e cobrirás a face, para que não vejas a terra; porque te dei por sinal maravilhoso à casa de Israel. 7. E fiz assim, como se me deu ordem: os meus trastes tirei para fora, de dia, como para mudança; então, à tarde escavei na parede com a mão; às escuras, os tirei para fora e, aos ombros, os levei, à vista deles. 8. E veio a mim a palavra do SENHOR, pela manhã, dizendo: 9. Filho do homem, não te disse a casa de Israel, aquela casa rebelde: Que fazes tu? 10. Dize-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Esta carga refere-se ao príncipe em Jerusalém e a toda a casa de Israel, que está no meio dela. 11. Dize: Eu sou o vosso maravilhoso sinal. Assim como eu fiz, assim se lhes fará a eles; para o exílio irão cativos. 12. E o príncipe que está no meio deles levará aos ombros e às escuras os trastes e sairá; a parede escavarão para os tirarem por ela; o rosto cobrirá, para que, com os seus olhos, não veja a terra. 13. Também estenderei a minha rede sobre ele, e será apanhado no meu laço; e o levarei a Babilônia, à terra dos caldeus, mas não a verá, ainda que ali morrerá. 14. E todos os que estiverem ao redor dele para seu socorro, e todas as suas tropas espalharei a todos os ventos; e desembainharei a espada atrás deles. 15. Assim, saberão que eu sou o SENHOR, quando eu os dispersar entre as nações e os espalhar pelas terras. 16. Mas deles deixarei ficar alguns poucos, escapos da espada, da fome e da peste, para que contem todas as suas abominações entre as nações para onde forem; e saberão que eu sou o SENHOR. 17. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 18. Filho do homem, o teu pão comerás com tremor e a tua água beberás com estremecimento e com receio. 19. E dirás ao povo da terra: Assim diz o Senhor JEOVÁ acerca dos habitantes de Jerusalém, na terra de Israel: O seu pão comerão com receio e a sua água beberão com susto, pois que a sua terra será despojada de sua abundância, por causa da violência de todos os que habitam nela. 20. E as cidades habitadas serão desoladas, e a terra se tornará em assolação; e sabereis que eu sou o SENHOR. 21. E veio ainda a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 22. Filho do homem, que ditado é este que vós tendes na terra de Israel, dizendo: Prolongar-se-ão os dias, e perecerá toda visão? 23. Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Farei cessar este ditado, e não se servirão mais dele como provérbio em Israel; mas dize-lhes: Chegaram os dias e a palavra de toda visão. 24. Porque não haverá mais nenhuma visão vã, nem adivinhação lisonjeira, no meio da casa de Israel. 25. Porque eu, o SENHOR, falarei, e a palavra que eu falar se cumprirá; não será mais retardada; porque em vossos dias, ó casa rebelde, falarei uma palavra e a cumprirei, diz o Senhor JEOVÁ. 26. Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 27. Filho do homem, eis que os da casa de Israel dizem: A visão que este vê é para muitos dias, e ele profetiza de tempos que estão longe. 28. Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Não será mais retardada nenhuma das minhas palavras, e a palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 13 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que são profetizadores e dize aos que só profetizam o que vê o seu coração: Ouvi a palavra do SENHOR. 3. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram! 4. Os teus profetas, ó Israel, são como raposas nos desertos. 5. Não subistes às brechas, nem reparastes a fenda da casa de Israel, para estardes na peleja no dia do SENHOR. 6. Vêem vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O SENHOR disse; quando o SENHOR os não enviou; e fazem que se espere o cumprimento da palavra. 7. Não vedes visão de vaidade e não falais adivinhação mentirosa, quando dizeis: O SENHOR diz, sendo que eu tal não falei? 8. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Como falais vaidade e vedes a mentira, portanto, eis que eu sou contra vós, diz o Senhor JEOVÁ. 9. E a minha mão será contra os profetas que vêem vaidade e que adivinham mentira; na congregação do meu povo, não estarão, nem nos registros da casa de Israel se escreverão, nem entrarão na terra de Israel; e sabereis que eu sou o Senhor JEOVÁ. 10. Visto que, sim, visto que andam enganando o meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; e um edifica a parede de lodo, e outros a rebocam de cal não adubada, 11. dize aos que rebocam de cal não adubada que ela cairá. Haverá uma grande pancada de chuva, e vós, ó pedras grandes de saraiva, caireis, e um vento tempestuoso a fenderá. 12. Ora, eis que, caindo a parede, não vos dirão: Onde está o reboco de que a rebocastes? 13. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Um vento tempestuoso a fenderá no meu furor, e uma grande pancada de chuva haverá na minha ira, e grandes pedras de saraiva, na minha indignação, para a consumir. 14. E derribarei a parede que rebocastes de cal não adubada e darei com ela por terra, e o seu fundamento se descobrirá; assim cairá, e perecereis no meio dela e sabereis que eu sou o SENHOR. 15. Assim, cumprirei o meu furor contra a parede e contra os que a rebocam de cal não adubada e vos direi: A parede já não existe, nem aqueles que a rebocaram, 16. os profetas de Israel que profetizam de Jerusalém e vêem para ela visão de paz, não havendo paz, diz o Senhor JEOVÁ. 17. E tu, ó filho do homem, dirige o teu rosto contra as filhas do teu povo que profetizam de seu coração, e profetiza contra elas, 18. e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai das que cosem almofadas para todos os sovacos e que fazem travesseiros para cabeça de toda estátua, para caçarem as almas! Porventura, caçareis as almas do meu povo e guardareis vivas as almas para vós? 19. Vós me profanastes entre o meu povo, por punhados de cevada e por pedaços de pão, para matardes as almas que não haviam de morrer e para guardardes vivas as almas que não haviam de viver, mentindo, assim, ao meu povo que escuta a mentira. 20. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis aí vou eu contra as vossas almofadas, com que vós ali caçais as almas como aves, e as arrancarei de vossos braços; e soltarei as almas que vós caçais como aves. 21. E rasgarei os vossos véus e livrarei o meu povo das vossas mãos, e nunca mais estarão em vossas mãos para serem caçadas; e sabereis que eu sou o SENHOR. 22. Visto que entristecestes o coração do justo com falsidade, não o havendo eu entristecido, e esforçastes as mãos do ímpio, para que não se desviasse do seu mau caminho e vivesse, 23. portanto, não vereis mais a vaidade, nem mais fareis adivinhações; mas livrarei o meu povo das vossas mãos, e sabereis que eu sou o SENHOR. Ezequiel 14 1. E vieram a mim alguns homens dos anciãos de Israel e se assentaram diante de mim. 2. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 3. Filho do homem, estes homens levantaram os seus ídolos no seu coração e o tropeço da sua maldade puseram diante da sua face; devo eu de alguma maneira ser interrogado por eles? 4. Portanto, fala com eles e dize-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Qualquer homem da casa de Israel que levantar os seus ídolos no seu coração, e puser o tropeço da sua maldade diante da sua face, e vier ao profeta, eu, o SENHOR, vindo ele, lhe responderei conforme a multidão dos seus ídolos; 5. para que possa apanhar a casa de Israel no seu coração, porquanto todos se apartaram de mim para seguirem os seus ídolos. 6. Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Convertei-vos, e deixai os vossos ídolos, e desviai o vosso rosto de todas as vossas abominações. 7. Porque qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel que se alienar de mim, e levantar os seus ídolos no seu coração, e puser o tropeço da sua maldade diante do seu rosto, e vier ao profeta, para me consultar por meio dele, a esse, eu, o SENHOR, responderei por mim mesmo. 8. E porei o rosto contra o tal homem, e o farei um espanto, um sinal, e um provérbio, e arrancá-lo-ei do meio do meu povo; e sabereis que eu sou o SENHOR. 9. E, se o profeta for enganado e falar alguma coisa, eu, o SENHOR, persuadi esse profeta; e estenderei a mão contra ele e destruí-lo-ei do meio do meu povo de Israel. 10. E levarão a sua maldade; como a maldade do que pergunta será a maldade do profeta; 11. para que a casa de Israel não se desvie mais de mim, nem se contamine mais com todas as suas transgressões; então, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus, diz o Senhor JEOVÁ. 12. Veio ainda a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 13. Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, então, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e arrancarei dela homens e animais; 14. ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor JEOVÁ. 15. Se eu fizer passar pela terra nocivas alimárias, e elas a assolarem, que fique assolada, e ninguém possa passar por ela por causa das feras; 16. ainda que esses três homens estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem a filhos nem a filhas livrariam; só eles ficariam livres, e a terra seria assolada. 17. Ou, se eu trouxer a espada sobre a tal terra, e disser: Espada, passa pela terra: e eu arrancar dela homens e animais; 18. ainda que aqueles três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filhos nem filhas livrariam, mas eles só ficariam livres. 19. Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais; 20. ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça. 21. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, e a fome, e as nocivas alimárias, e a peste, contra Jerusalém para arrancar dela homens e animais? 22. Mas eis que alguns restarão nela, que serão levados para fora, assim filhos como filhas; eis que eles virão a vós, e vereis o seu caminho e os seus feitos; e ficareis consolados do mal que eu trouxe sobre Jerusalém e de tudo o que trouxe sobre ela. 23. E sereis consolados, quando virdes o seu caminho e os seus feitos; e sabereis que não fiz sem razão tudo quanto tenho feito nela, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 15 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, que mais é a madeira da videira que qualquer outro, o sarmento que está entre as árvores do bosque? 3. Toma-se dele madeira, para fazer alguma obra? Ou toma-se dele alguma estaca, para se pendurar algum traste? 4. Eis que é lançado no fogo, para ser consumido; ambas as suas extremidades consome o fogo, e o meio dele fica também queimado; serviria, pois, para alguma obra? 5. Ora, se, estando inteiro, não servia para obra alguma, quanto menos sendo consumido do fogo, quanto menos sendo queimado, se faria dele qualquer obra? 6. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Como a videira entre as árvores do bosque, que tenho entregado ao fogo para que seja consumida, assim entregarei os habitantes de Jerusalém. 7. E porei a minha face contra eles; eles sairão do fogo, mas o fogo os consumirá; e sabereis que eu sou o SENHOR, quando tiver posto a minha face contra eles. 8. E tornarei a terra em assolação, porquanto grandemente prevaricaram, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 16 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, faze conhecer a Jerusalém as suas abominações. 3. E dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ a Jerusalém: A tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus; teu pai era amorreu, e a tua mãe, hetéia. 4. E, quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste, não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água, para tua purificação, nem tampouco foste esfregada com sal, nem envolta em faixas. 5. Não se compadeceu de ti olho algum, para te fazer alguma destas coisas, compadecido de ti; antes, foste lançada em pleno campo, pelo nojo da tua alma, no dia em que tu nasceste. 6. E, passando eu por ti, vi-te manchada do teu sangue e disse-te: Ainda que estás no teu sangue, vive; sim, disse-te: Ainda que estás no teu sangue, vive. 7. Eu te fiz multiplicar como o renovo do campo, e cresceste, e te engrandeceste, e alcançaste grande formosura; avultaram os seios, e cresceu o teu cabelo; mas estavas nua e descoberta. 8. E, passando eu por ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a ourela do meu manto e cobri a tua nudez; e dei-te juramento e entrei em concerto contigo, diz o Senhor JEOVÁ, e tu ficaste sendo minha. 9. Então, te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo. 10. Também te vesti de bordadura, e te calcei com pele de texugo, e te cingi de linho fino, e te cobri de seda. 11. E te ornei de enfeites e te pus braceletes nas mãos e um colar à roda do teu pescoço. 12. E te pus uma jóia na testa, e pendentes nas orelhas, e uma coroa de glória na cabeça. 13. E assim foste ornada de ouro e prata, e a tua veste foi de linho fino, e de seda, e bordadura; nutriste-te de flor de farinha, e de mel, e de óleo; e foste formosa em extremo e foste próspera, até chegares a ser rainha. 14. E correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu tinha posto sobre ti, diz o Senhor JEOVÁ. 15. Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres sua. 16. E tomaste das tuas vestes, e fizeste lugares altos adornados de diversas cores, e te prostituíste sobre eles; tais coisas não vieram, nem hão de vir. 17. E tomaste as tuas jóias de enfeite, que eu te dei do meu ouro e da minha prata, e fizeste imagens de homens, e te prostituíste com elas. 18. E tomaste as tuas vestes bordadas e os cobriste; e o meu óleo e o meu perfume puseste diante delas. 19. E o meu pão que te dei, e a flor de farinha, e o óleo e o mel, com que eu te sustentava, também puseste diante delas em cheiro suave; e assim foi, diz o Senhor JEOVÁ. 20. Além disso, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que por mim geraras, e os sacrificaste a elas, para serem consumidos; acaso, é pequena a tua prostituição? 21. E mataste meus filhos e os entregaste a elas para os fazerem passar pelo fogo. 22. E, em todas as tuas abominações, e nas tuas prostituições, não te lembraste dos dias da tua mocidade, quando tu estavas nua, e descoberta, e manchada do teu sangue. 23. E sucedeu, depois de toda a tua maldade (Ai! Ai de ti! -- diz o Senhor JEOVÁ), 24. que edificaste uma abóbada e fizeste lugares altos por todas as ruas. 25. A cada canto do caminho edificaste o teu lugar alto, e fizeste abominável a tua formosura, e alargaste as pernas a todo o que passava; e multiplicaste as tuas prostituições. 26. Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos de grandes membros, e multiplicaste a tua prostituição, para me provocares à ira. 27. Pelo que eis que estendi a mão sobre ti, e diminuí a tua porção, e te entreguei à vontade dos que te aborrecem, as filhas dos filisteus, as quais se envergonhavam do teu caminho depravado. 28. Também te prostituíste com os filhos da Assíria, porquanto eras insaciável; e, prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste farta; 29. antes, multiplicaste as tuas prostituições na terra de Canaã até à Caldéia e nem ainda com isso te fartaste. 30. Quão fraco é teu coração, diz o Senhor JEOVÁ, fazendo tu todas essas coisas, obra de uma meretriz imperiosa! 31. Edificando tu a tua abóbada ao canto de cada caminho e fazendo o teu lugar alto em cada rua, não foste sequer como a meretriz, pois desprezaste a paga; 32. foste como a mulher adúltera, que, em lugar de seu marido, recebe os estranhos. 33. A todas as meretrizes dão paga, mas tu dás presentes a todos os teus amantes; e lhes dás presentes, para que venham a ti de todas as partes, pelas tuas prostituições. 34. Assim que contigo sucede o contrário de outras mulheres nas tuas prostituições, pois após ti não andam para prostituição; porque, dando tu a paga, e a ti não sendo dada a paga, fazes o contrário. 35. Portanto, ó meretriz, ouve a palavra do SENHOR. 36. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Pois que se derramou o teu dinheiro, e se descobriu a tua nudez nas tuas prostituições com os teus amantes, como também com todos os ídolos das tuas abominações, e no sangue de teus filhos que lhes deste, 37. eis que ajuntarei todos os teus amantes, com os quais te misturaste, como também todos os que amaste, com todos os que aborreceste, e ajuntá-los-ei contra ti em redor e descobrirei a tua nudez diante deles, para que vejam toda a tua nudez. 38. E julgar-te-ei como são julgadas as adúlteras e as que derramam sangue; e entregar-te-ei ao sangue de furor e de ciúme. 39. E entregar-te-ei nas suas mãos, e derribarão a tua abóbada, e transtornarão os teus altos lugares, e te despirão as tuas vestes, e tomarão as tuas jóias de enfeite, e te deixarão nua e descoberta. 40. Então, farão subir contra ti um ajuntamento, e te apedrejarão com pedra, e te traspassarão com as suas espadas. 41. E queimarão as tuas casas a fogo e executarão juízos contra ti, aos olhos de muitas mulheres; e te farei cessar de ser meretriz, e paga não darás mais. 42. Assim farei descansar em ti o meu furor, e os meus ciúmes se desviarão de ti, e me aquietarei e nunca mais me indignarei. 43. Visto que não te lembraste dos dias da tua mocidade e me provocaste à ira com tudo isto, eis que também eu farei recair o teu caminho sobre a tua cabeça, diz o Senhor JEOVÁ, e não farás tal perversidade sobre todas as tuas abominações. 44. Eis que todo o que usa de provérbios usará contra ti este provérbio, dizendo: Qual a mãe, tal é a sua filha. 45. Tu és a filha de tua mãe, que tinha nojo de seu marido e de seus filhos; e tu és a irmã de tuas irmãs, que tinham nojo de seus maridos e de seus filhos; vossa mãe foi hetéia, e vosso pai, amorreu. 46. E tua irmã maior é Samaria, ela e suas filhas, a qual habita à tua esquerda; e tua irmã menor que tu, que habita à tua mão direita, é Sodoma e suas filhas. 47. Todavia, não andaste nos seus caminhos, nem fizeste conforme as suas abominações; mas, como se isso mui pouco fora, ainda te corrompeste mais do que elas, em todos os teus caminhos. 48. Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que não fez Sodoma, tua irmã, ela e suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas. 49. Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado. 50. E se ensoberbeceram e fizeram abominação diante de mim; pelo que as tirei dali, vendo eu isso. 51. Também Samaria não cometeu metade de teus pecados; e multiplicaste as tuas abominações mais do que elas e justificaste a tuas irmãs, com todas as abominações que fizeste. 52. Tu, pois, sofre a tua vergonha, tu que julgaste a tuas irmãs, pelos teus pecados, que fizeste mais abomináveis do que elas; mais justas são do que tu; envergonha-te logo também e sofre a tua vergonha, pois justificaste a tuas irmãs. 53. Eu, pois, farei voltar os cativos deles, os cativos de Sodoma e suas filhas, e os cativos de Samaria e suas filhas, e os cativos do teu cativeiro entre eles; 54. para que sofras a tua vergonha e sejas envergonhada por tudo o que fizeste, dando-lhes tu consolação. 55. Quando tuas irmãs, Sodoma e suas filhas, tornarem ao seu primeiro estado, e Samaria e suas filhas tornarem ao seu primeiro estado, também tu e tuas filhas tornareis ao vosso primeiro estado. 56. Nem mesmo Sodoma, tua irmã, foi mencionada pela tua boca, no dia das tuas soberbas, 57. antes que se descobrisse a tua maldade? Agora, te tornaste, como ela, objeto do desprezo das filhas da Síria e de todos os que estavam ao redor dela, as filhas dos filisteus que te desprezavam em redor. 58. A tua perversidade e as tuas abominações tu levarás, diz o SENHOR. 59. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eu te farei como fizeste, que desprezaste o juramento, quebrantando o concerto. 60. Contudo, eu me lembrarei do meu concerto que contigo fiz nos dias da tua mocidade; e estabelecerei contigo um concerto eterno. 61. Então, te lembrarás dos teus caminhos e te confundirás, quando receberes tuas irmãs mais velhas do que tu com as mais novas do que tu, porque tas darei por filhas, mas não pelo teu concerto. 62. Porque eu estabelecerei o meu concerto contigo, e saberás que eu sou o SENHOR; 63. para que te lembres, e te envergonhes, e nunca mais abras a tua boca, por causa da tua vergonha, quando me reconciliar contigo de tudo quanto fizeste, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 17 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, propõe uma parábola e usa de uma comparação para com a casa de Israel. 3. E dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Uma grande águia, de grandes asas, de farta plumagem, cheia de penas de várias cores, veio ao Líbano e levou o mais alto ramo de um cedro. 4. E arrancou a ponta mais alta dos seus ramos e a trouxe a uma terra de mercancia; na cidade de mercadores a pôs. 5. Tomou da semente da terra e a lançou num campo de semente; tomando-a, a pôs junto às grandes águas, com grande prudência. 6. E brotou e tornou-se numa videira mui larga, de pouca altura, virando-se para ela os seus ramos, porque as suas raízes estavam debaixo dela; e tornou-se numa videira, e produzia sarmentos, e lançava renovos. 7. Houve mais uma grande águia, de grandes asas, e cheia de penas; e eis que essa videira lançou para ela as suas raízes e estendeu para ela os seus ramos, desde as auréolas do seu plantio, para que a regasse. 8. Numa boa terra, à borda de muitas águas, estava ela plantada, para produzir ramos e para dar fruto, para que fosse videira excelente. 9. Dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ela prosperará? Não lhe arrancará ele as suas raízes e não cortará o seu fruto, para que se seque? Em todas as folhas de seus renovos se secará; e, não com braço grande, nem com muita gente, será arrancada pelas suas raízes. 10. Mas, estando plantada, prosperará? Porventura, tocando-lhe vento oriental, de todo não se secará? Desde as auréolas do seu plantio se secará. 11. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 12. Dize, agora, à casa rebelde: Não sabeis o que significam estas coisas? Dize: Eis que veio o rei de Babilônia a Jerusalém, e tomou o seu rei e os seus príncipes, e os levou consigo para Babilônia; 13. e tomou um da semente real e fez concerto com ele; e o trouxe sob juramento e tomou os poderosos da terra, 14. para que o reino ficasse humilhado e não se levantasse; para que, guardando o seu concerto, pudesse subsistir. 15. Mas rebelou-se contra ele, enviando os seus mensageiros ao Egito, para que lhe mandassem cavalos e muita gente; prosperará ou escapará aquele que faz tais coisas? Ou quebrantará o concerto e escapará? 16. Como eu vivo, diz o Senhor JEOVÁ, no lugar em que habita o rei que o fez reinar, cujo juramento desprezou e cujo concerto quebrantou, sim, com ele, no meio de Babilônia certamente morrerá. 17. E Faraó, nem com grande exército, nem com uma companhia numerosa, fará coisa alguma com ele em guerra, levantando tranqueiras e edificando baluartes, para destruir muitas vidas. 18. Pois que desprezou o juramento, quebrantando o concerto, feito com aperto de mão; havendo feito todas essas coisas, não escapará. 19. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Vivo eu, que o meu juramento, que desprezou, e o meu concerto, que quebrantou, isto farei recair sobre a sua cabeça. 20. Estenderei sobre ele a minha rede, e ficará preso no meu laço; e o levarei a Babilônia e ali entrarei em juízo com ele pela rebeldia com que se rebelou contra mim. 21. E todos os seus fugitivos, com todas as suas tropas, cairão à espada, e os que restarem serão espalhados em todas as direções; e sabereis que eu, o SENHOR, o disse. 22. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Também eu tomarei o topo do cedro e o plantarei; do principal dos seus renovos cortarei o mais tenro e o plantarei sobre um monte alto e sublime. 23. No monte alto de Israel, o plantarei, e produzirá ramos, e dará fruto, e se fará um cedro excelente; e habitarão debaixo dele todas as aves de toda sorte de asas e à sombra dos seus ramos habitarão. 24. Assim saberão todas as árvores do campo que eu, o SENHOR, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa, sequei a árvore verde e fiz reverdecer a árvore seca; eu, o SENHOR, o disse e o farei. Ezequiel 18 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Que tendes vós, vós que dizeis esta parábola acerca da terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? 3. Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nunca mais direis este provérbio em Israel. 4. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. 5. Sendo, pois, o homem justo e fazendo juízo e justiça, 6. não comendo sobre os montes, nem levantando os olhos para os ídolos da casa de Israel, nem contaminando a mulher do seu próximo, nem se chegando à mulher na sua separação; 7. não oprimindo a ninguém, tornando ao devedor o seu penhor, não roubando, dando o seu pão ao faminto, cobrindo ao nu com veste; 8. não dando o seu dinheiro à usura, não recebendo demais, desviando a sua mão da injustiça, fazendo verdadeiro juízo entre homem e homem; 9. andando nos meus estatutos e guardando os meus juízos, para proceder segundo a verdade, o tal justo certamente viverá, diz o Senhor JEOVÁ. 10. E, se ele gerar um filho ladrão, derramador de sangue, que fizer a seu irmão qualquer destas coisas 11. e não cumprir todos aqueles deveres, mas, antes, comer sobre os montes, e contaminar a mulher de seu próximo, 12. e oprimir ao aflito e necessitado, e praticar roubos, e não tornar o penhor, e levantar os olhos para os ídolos, e cometer abominação, 13. e emprestar com usura, e receber de mais, porventura viverá? Não viverá! Todas estas abominações ele fez, certamente morrerá; o seu sangue será sobre ele. 14. E eis que, se ele gerar um filho que veja todos os pecados que seu pai fez, e, vendo- os não cometer coisas semelhantes, 15. não comer sobre os montes, e não levantar os olhos para os ídolos da casa de Israel, e não contaminar a mulher de seu próximo, 16. e não oprimir a ninguém, e não retiver o penhor, e não roubar, e der o seu pão ao faminto, e cobrir ao nu com veste, 17. e desviar do aflito a mão, e não receber usura em demasia, e fizer os meus juízos, e andar nos meus estatutos, o tal não morrerá pela maldade de seu pai; certamente viverá. 18. Seu pai, porque fez opressão, e roubou os bens do irmão, e fez o que não era bom no meio de seu povo, eis que ele morrerá pela sua maldade. 19. Mas dizeis: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez juízo e justiça, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso, certamente viverá. 20. A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. 21. Mas, se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá. 22. De todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que praticou, viverá. 23. Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor JEOVÁ; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva? 24. Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, e fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. 25. Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos? 26. Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniqüidade, morrerá por ela; na sua iniqüidade que cometeu, morrerá. 27. Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida. 28. Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que cometeu, certamente viverá, não morrerá. 29. Contudo, diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é direito. Não são os meus caminhos direitos, ó casa de Israel? E não são os vossos caminhos torcidos? 30. Portanto, eu vos julgarei, a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor JEOVÁ; vinde e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniqüidade não vos servirá de tropeço. 31. Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós um coração novo e um espírito novo; pois por que razão morreríeis, ó casa de Israel? 32. Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor JEOVÁ; convertei-vos, pois, e vivei. Ezequiel 19 1. E, tu, levanta uma lamentação sobre os príncipes de Israel 2. e dize: Quem foi tua mãe? Uma leoa entre leões deitada criou os seus filhotes no meio dos leõezinhos. 3. E fez crescer um dos seus filhotinhos, o qual veio a ser leãozinho e aprendeu a apanhar a presa; e devorou os homens. 4. E, ouvindo falar dele as nações, foi apanhado na sua cova, e o trouxeram com ganchos à terra do Egito. 5. Vendo, pois, ela que havia esperado e que a sua esperança era perdida, tomou outro dos seus filhotes e fez dele um leãozinho. 6. E este, andando continuamente no meio dos leões, veio a ser um leãozinho, e aprendeu a apanhar a presa, e devorou homens. 7. E conheceu os seus palácios e destruiu as suas cidades; e assolou-se a terra e a sua plenitude, ao ouvir o seu rugido. 8. Então, se ajuntaram contra ele as pessoas das províncias em roda, estenderam sobre ele a rede, e foi apanhado na sua cova. 9. E meteram-no em cárcere com ganchos e o levaram ao rei da Babilônia; fizeram-no entrar nos lugares fortes, para que se não ouvisse mais a sua voz nos montes de Israel. 10. Tua mãe era como uma videira na tua quietação, plantada à borda das águas; ela frutificou e encheu-se de ramos, por causa das muitas águas. 11. E tinha varas fortes para cetros de dominadores e elevou-se a sua estatura entre os espessos ramos, e foi vista na sua altura com a multidão dos seus ramos. 12. Mas foi arrancada com furor, foi abatida até à terra, e o vento oriental secou o seu fruto; quebraram-se e secaram-se as suas fortes varas, e o fogo as consumiu. 13. E, agora, está plantada no deserto, numa terra seca e sedenta. 14. E de uma vara dos seus ramos saiu fogo que consumiu o seu fruto, de maneira que não há nela nenhuma vara forte, cetro para dominar. Esta é a lamentação e servirá de lamentação. Ezequiel 20 1. E aconteceu, no sétimo ano, no mês quinto, aos dez do mês, que vieram alguns dos anciãos de Israel para consultarem o SENHOR; e assentaram-se diante de mim. 2. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 3. Filho do homem, fala aos anciãos de Israel e dize-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Vós vindes consultar-me? Vivo eu, que vós não me consultareis, diz o Senhor JEOVÁ. 4. Julgá-los-ias tu, ó filho do homem, julgá-los-ias? Faze-lhes saber as abominações de seus pais; 5. e dize-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: No dia em que escolhi a Israel, levantei a mão para a descendência da casa de Jacó, e me dei a conhecer a eles na terra do Egito, e levantei a mão para eles, dizendo: Eu sou o SENHOR, vosso Deus. 6. Naquele dia, levantei a mão para eles, para os tirar da terra do Egito para uma terra que tinha previsto para eles, a qual mana leite e mel e é a glória de todas as terras. 7. Então, lhes disse: Cada um lance de si as abominações dos seus olhos, e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou o SENHOR, vosso Deus. 8. Mas rebelaram-se contra mim e não me quiseram ouvir; ninguém lançava de si as abominações dos seus olhos, nem deixava os ídolos do Egito; então, eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a minha ira contra eles no meio da terra do Egito. 9. O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações, no meio das quais eles estavam, a cujos olhos eu me dei a conhecer a eles, para os tirar da terra do Egito. 10. E os tirei da terra do Egito e os levei ao deserto. 11. E dei-lhes os meus estatutos e lhes mostrei os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles. 12. E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o SENHOR que os santifica. 13. Mas a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto, não andando nos meus estatutos e rejeitando os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles; e profanaram grandemente os meus sábados; e eu disse que derramaria sobre eles o meu furor no deserto, para os consumir. 14. O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações perante as quais os fiz sair. 15. E, contudo, eu levantei a mão para eles no deserto, para os não deixar entrar na terra que lhes tinha dado, a qual mana leite e mel e é a glória de todas as terras. 16. Porque rejeitaram os meus juízos, e não andaram nos meus estatutos, e profanaram os meus sábados; porque o seu coração andava após os seus ídolos. 17. Não obstante, o meu olho lhes perdoou, para não os destruir nem os consumir no deserto. 18. Mas disse eu a seus filhos no deserto: Não andeis nos estatutos de vossos pais, nem guardeis os seus juízos, nem vos contamineis com os seus ídolos. 19. Eu sou o SENHOR, vosso Deus; andai nos meus estatutos, e guardai os meus juízos, e executai-os. 20. E santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o SENHOR, vosso Deus. 21. Mas também os filhos se rebelaram contra mim e não andaram nos meus estatutos, nem guardaram os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles; eles profanaram os meus sábados; por isso, eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir contra eles a minha ira no deserto. 22. Mas contive a mão e o fiz por amor do meu nome, para que não fosse profanado aos olhos das nações, à vista das quais os fiz sair. 23. Também levantei a mão para eles no deserto, para os espalhar entre as nações e os derramar pelas terras; 24. porque não executaram os meus juízos, e rejeitaram os meus estatutos, e profanaram os meus sábados, e os seus olhos se iam após os ídolos de seus pais. 25. Pelo que também lhes dei estatutos que não eram bons, e juízos pelos quais não haviam de viver; 26. e os contaminei em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo tudo o que abre a madre; para os assolar, para que soubessem que eu sou o SENHOR. 27. Portanto, fala à casa de Israel, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ainda nisto me blasfemaram vossos pais, e transgrediram contra mim. 28. Porque, havendo-os eu introduzido na terra sobre a qual eu levantara a mão, para lha dar, então, olharam para todo outeiro alto e para toda árvore frondosa, e sacrificaram ali os seus sacrifícios, e apresentaram ali a provocação das suas ofertas, e puseram ali os seus cheiros suaves, e ali derramaram as suas libações. 29. E eu lhes disse: Que alto é este, aonde vós ides? E seu nome tem sido Bamá, até ao dia de hoje. 30. Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Vós vos contaminais a vós mesmos, à maneira de vossos pais? E vos prostituís com as suas abominações? 31. E, quando ofereceis os vossos dons e fazeis passar os vossos filhos pelo fogo, não é certo que estais contaminados com todos os vossos ídolos, até este dia? E vós me consultaríeis, ó casa de Israel? Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que vós me não consultareis. 32. E o que veio ao vosso espírito de maneira alguma sucederá, quando dizeis: Seremos como as nações, como as outras gerações da terra, servindo ao madeiro e à pedra. 33. Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós; 34. e vos tirarei dentre os povos e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada. 35. E vos levarei ao deserto dos povos e ali entrarei em juízo convosco face a face. 36. Como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor JEOVÁ. 37. E vos farei passar debaixo da vara e vos farei entrar no vínculo do concerto; 38. e separarei dentre vós os rebeldes e os que prevaricaram contra mim; da terra das suas peregrinações os tirarei, mas à terra de Israel não voltarão; e sabereis que eu sou o SENHOR. 39. Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor JEOVÁ: Ide, sirva cada um aos seus ídolos, pois que a mim me não quereis ouvir; mas não profaneis mais o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos. 40. Porque no meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o Senhor JEOVÁ, ali me servirá toda a casa de Israel, toda ela naquela terra; ali me deleitarei neles e ali demandarei as vossas ofertas alçadas e as primícias das vossas dádivas, com todas as vossas coisas santas. 41. Com cheiro suave me deleitarei em vós, quando eu vos tirar dentre os povos e vos congregar das terras em que andais espalhados; e serei santificado em vós ante os olhos das nações. 42. E sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu vos fizer voltar à terra de Israel, à terra para a qual levantei a mão, para a dar a vossos pais. 43. E ali vos lembrareis de vossos caminhos e de todos os vossos atos com que vos contaminastes e tereis nojo de vós mesmos, por todas as vossas maldades que tendes cometido. 44. E sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu proceder para convosco por amor do meu nome, não conforme os vossos maus caminhos, nem conforme os vossos atos corrutos, ó casa de Israel, disse o Senhor JEOVÁ. 45. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 46. Filho do homem, dirige o rosto para o caminho do Sul, e derrama as tuas palavras contra o Sul, e profetiza contra o bosque do campo do Sul. 47. E dize ao bosque do Sul: Ouve a palavra do SENHOR: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que acenderei em ti um fogo que em ti consumirá toda árvore verde e toda árvore seca; não se apagará a chama flamejante; antes, com ela se queimarão todos os rostos, desde o Sul até ao Norte. 48. E verá toda carne que eu, o SENHOR, o acendi; não se apagará. 49. Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Eles dizem de mim: Não é este um dizedor de parábolas? Ezequiel 21 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, dirige o rosto contra Jerusalém, e derrama as tuas palavras contra os santuários, e profetiza contra a terra de Israel. 3. E dize à terra de Israel: Assim diz o SENHOR: Eis que sou contra ti, e tirarei a minha espada da bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio. 4. Por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha contra toda carne, desde o Sul até ao Norte. 5. E saberá toda carne que eu, o SENHOR, tirei a minha espada da bainha; nunca mais voltará a ela. 6. Tu, porém, ó filho do homem, suspira; suspira à vista deles, com quebrantamento dos teus lombos e com amargura. 7. E será que, quando eles te disserem: Por que suspiras tu?, dirás: Por causa das novas, porque vêm; e todo coração desmaiará, e todas as mãos se enfraquecerão, e todo espírito se angustiará, e todos os joelhos se desfarão em água; eis que vêm e se realizarão, diz o Senhor JEOVÁ. 8. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 9. Filho do homem, profetiza e dize: Assim diz o Senhor: A espada, a espada está afiada e também açacalada; 10. para matar está afiada, para reluzir está açacalada; alegrar-nos-emos, pois? A vara do meu filho é que despreza todo madeiro. 11. E foi dada a açacalar, para ser manejada; esta espada está afiada e está açacalada, para ser posta na mão do matador. 12. Grita e geme, ó filho do homem, porque ela será contra o meu povo, contra todos os príncipes de Israel; espantos terá o meu povo por causa da espada; bate, pois, na tua coxa. 13. Porque se faz uma prova; e que seria se não existisse a própria vara desprezadora? -- diz o Senhor JEOVÁ. 14. Tu, pois, ó filho do homem, profetiza e bate com as mãos uma na outra; porque a espada até à terceira vez se dobrará; a espada é dos atravessados, dos mortalmente feridos e entrará neles até às recâmaras. 15. Para que desmaie o coração, e se multipliquem os tropeços, contra todas as suas portas, pus a ponta da espada, que foi feita como raio e está reservada para matar! 16. Ó espada, une-te, vira-te para a direita, prepara-te, vira-te para a esquerda, para onde quer que o teu rosto se dirigir. 17. E também eu baterei com as minhas mãos uma na outra e farei descansar a minha indignação; eu, o SENHOR, falei. 18. E veio a mim a palavra do SENHOR dizendo: 19. Tu, pois, ó filho do homem, propõe dois caminhos, por onde venha a espada do rei da Babilônia; ambos procederão de uma mesma terra; põe neles marcos indicadores, põe-nos na entrada do caminho para a cidade. 20. Um caminho proporás, por onde virá a espada contra Rabá dos filhos de Amom e contra Judá, em Jerusalém, a fortificada. 21. Porque o rei de Babilônia parará na encruzilhada, no cimo dos dois caminhos para fazer adivinhações; aguçará as suas flechas, consultará os terafins, atentando nas entranhas. 22. À sua direita estará a adivinhação sobre Jerusalém, para ordenar os aríetes, para abrir a boca à matança, para levantar a voz com júbilo, para pôr os aríetes contra as portas, para levantar tranqueiras, para edificar baluartes. 23. Isso será aos olhos deles como adivinhação vã, pois foram ajuramentados com juramentos entre eles; mas ele se lembrará da maldade, para que sejam apanhados. 24. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto que me fazeis lembrar da vossa maldade, descobrindo-se as vossas prevaricações, aparecendo os vossos pecados em todos os vossos atos, e visto que viestes em memória, sereis apanhados na mão. 25. E tu, ó profano e ímpio príncipe de Israel, cujo dia virá no tempo da extrema maldade; 26. assim diz o Senhor JEOVÁ: Tira o diadema, e levanta a coroa; esta não será a mesma; exalta o humilde e humilha o soberbo. 27. Ao revés, ao revés, ao revés a porei, e ela não será mais, até que venha aquele a quem pertence de direito, e a ele a darei. 28. E tu, ó filho do homem, profetiza e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ acerca dos filhos de Amom e acerca do seu desprezo; dize, pois: A espada, a espada está desembainhada, açacalada para a matança, para consumir, para reluzir; 29. entretanto que te vêem vaidade, entretanto que te adivinham mentiras para te porem no pescoço dos ímpios, mortalmente feridos, cujo dia virá no tempo da extrema maldade. 30. Torne a tua espada à sua bainha; no lugar em que foste criado, na terra do teu nascimento, te julgarei. 31. E derramarei sobre ti a minha indignação, assoprarei contra ti o fogo do meu furor, entregar-te-ei nas mãos dos homens brutais, inventores de destruição. 32. Ao fogo servirás de pasto, o teu sangue estará no meio da terra, e não virás em memória; porque eu, o SENHOR, o disse. Ezequiel 22 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Tu, pois, ó filho do homem, julgarás, julgarás a cidade sanguinária? Faze-lhe conhecer, pois, todas as suas abominações 3. e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai da cidade que derrama o sangue no meio dela, para que venha o seu tempo! Que faz ídolos contra si mesma, para se contaminar! 4. Pelo teu sangue que derramaste te fizeste culpada, e pelos teus ídolos que fabricaste te contaminaste, e fizeste chegar os teus dias, e vieste ao fim dos teus anos; por isso, eu te fiz o opróbrio das nações e o escárnio de todas as terras. 5. As que estão perto e as que estão longe de ti escarnecerão de ti, infamada, cheia de inquietação. 6. Eis que os príncipes de Israel, cada um conforme o seu poder, tiveram domínio sobre ti, para derramarem o sangue. 7. Ao pai e à mãe desprezaram em ti, para com o estrangeiro usaram de opressão no meio de ti e ao órfão e à viúva oprimiram em ti. 8. As minhas coisas santas desprezaste e os meus sábados profanaste. 9. Homens caluniadores se acharam em ti, para derramarem o sangue; e em ti sobre os montes comeram e perversidade cometeram no meio de ti. 10. A vergonha do pai descobriram em ti e a que estava impura, na sua separação, humilharam no meio de ti. 11. Um cometeu abominação com a mulher do seu próximo, outro contaminou abominavelmente a sua nora, e outro humilhou no meio de ti a sua irmã, filha de seu pai. 12. Presentes se receberam no meio de ti para se derramar sangue; usura e lucros tomaste e usaste de avareza com o teu próximo, oprimindo-o; mas de mim te esqueceste, diz o Senhor JEOVÁ. 13. E eis que bati as mãos contra a tua avareza de que usaste e por causa de teu sangue, que houve no meio de ti. 14. Estará firme o teu coração? Estarão fortes as tuas mãos, nos dias em que eu tratarei contigo? Eu, o SENHOR, o disse e o farei. 15. E espalhar-te-ei entre as nações, e espalhar-te-ei pelas terras, e porei termo à tua imundícia. 16. E tu serás profanada em ti mesma, aos olhos das nações, e saberás que eu sou o SENHOR. 17. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 18. Filho do homem, a casa de Israel se tornou para mim em escória; todos eles são bronze, e estanho, e ferro, e chumbo no meio do forno; em escória de prata se tornaram. 19. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Pois que todos vós vos tornastes em escória, eis que eu vos ajuntarei no meio de Jerusalém. 20. Como se ajuntam a prata, e o bronze, e o ferro, e o chumbo, e o estanho no meio do forno, para assoprar o fogo sobre eles, a fim de se fundirem, assim vos ajuntarei na minha ira e no meu furor, e ali vos deixarei, e fundirei. 21. E congregar-vos-ei e assoprarei sobre vós o fogo do meu furor; e sereis fundidos no meio dela. 22. Como se funde a prata no meio do forno, assim sereis fundidos no meio dela; e sabereis que eu, o SENHOR, derramei o meu furor sobre vós. 23. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 24. Filho do homem, dize-lhe: Tu és uma terra que não está purificada e que não tem chuva no dia da indignação. 25. Conjuração dos seus profetas há no meio dela, como um leão que ruge, que arrebata a presa; eles devoram as almas; tesouros e coisas preciosas tomam, multiplicam as suas viúvas no meio dela. 26. Os seus sacerdotes transgridem a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; entre o santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles. 27. Os seus príncipes no meio dela são como lobos que arrebatam a presa, para derramarem o sangue, para destruírem as almas, para seguirem a avareza. 28. E os seus profetas têm feito para eles reboco de cal não adubada, vendo vaidade, e predizendo-lhes mentira e dizendo: Assim diz o Senhor JEOVÁ; sem que o SENHOR tivesse falado. 29. Ao povo da terra oprimem gravemente, e andam roubando, e fazem violência ao aflito e ao necessitado, e ao estrangeiro oprimem sem razão. 30. E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. 31. Por isso, eu derramei sobre eles a minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho recaísse sobre a sua cabeça, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 23 1. Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, houve duas mulheres, filhas de uma mesma mãe. 3. Estas prostituíram-se no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apertados os seus peitos, e ali foram apalpados os seios da sua virgindade. 4. E os seus nomes eram: Oolá, a mais velha, e Oolibá, sua irmã; e foram minhas e tiveram filhos e filhas; e, quanto ao seu nome, Samaria é Oolá, e Jerusalém é Oolibá. 5. E prostituiu-se Oolá, sendo minha; e enamorou-se dos seus amantes, dos assírios, seus vizinhos, 6. vestidos de azul, prefeitos e magistrados, todos jovens de cobiçar, cavaleiros montados a cavalo. 7. Assim, cometeu ela as suas devassidões com eles, que eram todos a flor dos filhos da Assíria, e com todos aqueles de quem se enamorava; com todos os seus ídolos se contaminou. 8. E as suas impudicícias, que trouxe do Egito, não as deixou; porque com ela se deitaram na sua mocidade, e eles apalparam os seios da sua virgindade, e derramaram sobre ela a sua impudicícia. 9. Portanto, a entreguei na mão dos seus amantes, na mão dos filhos da Assíria, de quem se enamorara. 10. Estes descobriram a sua vergonha, levaram seus filhos e suas filhas, mas, a ela, mataram-na à espada; e foi afamada entre as mulheres, e sobre ela executaram juízos. 11. Vendo isso sua irmã Oolibá, corrompeu o seu amor mais do que ela, e as suas devassidões foram maiores do que as de sua irmã. 12. Enamorou-se dos filhos da Assíria, dos prefeitos e dos magistrados, seus vizinhos, vestidos com primor, cavaleiros que andam montados em cavalos, todos jovens de cobiçar. 13. E vi que se tinha contaminado; o caminho de ambas era o mesmo. 14. E aumentou as suas impudicícias, porque viu homens pintados na parede, imagens dos caldeus, pintadas de vermelho; 15. com os seus lombos cingidos e com tingidas tiaras largas na sua cabeça, todos com a aparência de capitães, semelhantes aos filhos de Babilônia em Caldéia, terra do seu nascimento. 16. E se enamorou deles, vendo-os com os seus olhos, e lhes mandou mensageiros à Caldéia. 17. Então, vieram a ela os filhos de Babilônia para o leito dos amores e a contaminaram com as suas impudicícias; e ela se contaminou com eles; então, apartou-se deles a alma dela. 18. Assim, pôs a descoberto as suas devassidões e descobriu a sua vergonha; então, a minha alma se apartou dela, como já se tinha apartado a minha alma de sua irmã. 19. Ela, todavia, multiplicou as suas prostituições, lembrando-se dos dias da sua mocidade, em que se prostituíra na terra do Egito. 20. E enamorou-se dos seus amantes, cujos membros são como membros de jumentos e cujo fluxo é como o fluxo de cavalos. 21. Assim, trouxeste à memória a apostasia da tua mocidade, quando os do Egito apalpavam os teus seios, os peitos da tua mocidade. 22. Por isso, ó Oolibá, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu suscitarei contra ti os teus amantes, dos quais se tinha apartado a tua alma, e os trarei contra ti de toda parte em redor: 23. os filhos de Babilônia, e todos os caldeus de Pecode, e de Soa, e de Coa, e todos os filhos da Assíria com eles, jovens de cobiçar, prefeitos e magistrados todos eles, capitães e homens afamados, todos eles montados a cavalo. 24. E virão contra ti com carros, carretas e rodas e com ajuntamento de povos; e se porão contra ti em redor com rodelas, e escudos, e capacetes; e porei diante deles o juízo, e julgar-te-ão segundo os seus juízos. 25. E porei contra ti o meu zelo, e usarão de indignação contigo; o nariz e as orelhas te tirarão, e o que te ficar de resto cairá à espada; teus filhos e tuas filhas eles te tomarão, e o que ficar por último em ti será consumido pelo fogo. 26. Também te despirão as tuas vestes e te tomarão as tuas jóias de adorno. 27. Assim farei cessar em ti a tua malignidade e a tua corrupção da terra do Egito; e não levantarás os olhos para eles, nem te lembrarás mais do Egito. 28. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu te entregarei na mão dos que aborreces, na mão daqueles de quem se tinha apartado a tua alma. 29. E te tratarão com ódio, e levarão todo o teu trabalho, e te deixarão nua e despida; e descobrir-se-á a vergonha da tua prostituição, e a tua malignidade, e as tuas devassidões. 30. Essas coisas se te farão, porque te prostituíste após os gentios e te contaminaste com os seus ídolos. 31. No caminho de tua irmã, andaste; por isso, entregarei o seu copo na tua mão. 32. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Beberás o copo de tua irmã, fundo e largo; servirás de riso e escárnio; ele leva muito. 33. De embriaguez e de dor te encherás; o copo de tua irmã Samaria é copo de espanto e de assolação. 34. Bebê-lo-ás, pois, e esgotá-lo-ás, e os seus cacos roerás, e os teus peitos arrancarás; porque eu o anunciei, diz o Senhor JEOVÁ. 35. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Como te esqueceste de mim e me lançaste para trás das tuas costas, também carregarás com a tua malignidade e as tuas devassidões. 36. E disse-me o SENHOR: Filho do homem, julgarias a Oolá e a Oolibá? Mostra-lhes, pois, as suas abominações. 37. Porque adulteraram, e sangue se acha nas suas mãos; com os seus ídolos adulteraram, e até os seus filhos, que de mim geraram, fizeram passar pelo fogo, para os consumirem. 38. E ainda isto me fizeram: contaminaram o meu santuário no mesmo dia e profanaram os meus sábados. 39. Porquanto, havendo sacrificado seus filhos aos seus ídolos, vinham ao meu santuário no mesmo dia para o profanarem; e eis que assim fizeram no meio da minha casa. 40. E, o que mais é, mandaram vir uns homens de longe; fora-lhes enviado um mensageiro, e eis que vieram; por amor deles te lavaste, coloriste os teus olhos, e te ornaste de enfeites. 41. E te assentaste sobre um leito de honra, diante do qual estava uma mesa preparada; e puseste sobre ela o meu incenso e o meu óleo. 42. Havia com ela a voz de uma multidão satisfeita, e com homens de classe baixa foram trazidos beberrões do deserto; e puseram braceletes nas suas mãos e coroas de esplendor na sua cabeça. 43. Então, disse eu à envelhecida em adultérios: Agora deveras se contaminarão com ela, e ela, com eles. 44. E entraram a ela, como quem entra a uma prostituta; assim, entraram a Oolá e a Oolibá, mulheres infames. 45. De maneira que homens justos as julgarão como se julgam as adúlteras e como se julgam as que derramam o sangue; porque adúlteras são, e sangue há nas suas mãos. 46. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Farei subir contra elas uma congregação e as entregarei ao desterro e ao roubo. 47. E a congregação as apedrejará com pedras e as acutilará com as suas espadas; a seus filhos e suas filhas matarão e as suas casas queimarão a fogo. 48. Assim, farei cessar a infâmia da terra, para que se escarmentem todas as mulheres e não façam conforme a vossa infâmia. 49. E a vossa infâmia carregareis sobre vós e levareis os pecados dos vossos ídolos; e sabereis que eu sou o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 24 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, no nono ano, no décimo mês, aos dez do mês, dizendo: 2. Filho do homem, escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; porque o rei de Babilônia se aproxima de Jerusalém neste mesmo dia. 3. E usa de uma comparação para com a casa rebelde e dize-lhe: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Põe a panela ao lume, e põe-na, e deita-lhe água dentro, 4. e ajunta nela bons pedaços de carne, todos os bons pedaços, as pernas e as espáduas, e enche-a de ossos escolhidos. 5. Pega no melhor do rebanho e queima também os ossos debaixo dela; fá-la ferver bem, e cozam-se dentro dela os seus ossos. 6. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai da cidade sanguinária, da panela que escuma, e cuja escuma não saiu dela! Tira dela pedaço a pedaço, e não caia sorte sobre ela. 7. Porque o seu sangue está no meio dela; sobre uma penha descalvada o pôs e não o derramou sobre a terra, para o cobrir com pó; 8. para fazer subir a indignação, para tomar vingança, eu pus o seu sangue numa penha descalvada, para que não seja coberto. 9. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai da cidade sanguinária! Também eu farei uma grande fogueira. 10. Amontoa muita lenha, acende o fogo, consome a carne e tempera-a com especiarias, e ardam os ossos. 11. Então, a porás vazia sobre as suas brasas, para que ela aqueça, e se queime a sua ferrugem, e se funda a sua imundícia no meio dela, e se consuma a sua escuma. 12. De vaidades se cansou; e não saiu dela a sua muita escuma; ao fogo irá a sua escuma. 13. Na tua imundícia está a infâmia, pois te purifiquei, e tu não te purificaste; nunca mais serás purificada da tua imundícia, enquanto eu não fizer descansar sobre ti a minha indignação. 14. Eu, o SENHOR disse: Será assim, e o farei; não tornarei atrás e não pouparei, nem me arrependerei; conforme os teus caminhos e conforme os teus feitos, te julgarão, diz o Senhor JEOVÁ. 15. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 16. Filho do homem, eis que tirarei de ti o desejo dos teus olhos de um golpe, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas. 17. Refreia o teu gemido; não tomarás luto por mortos; ata o teu turbante e coloca nos pés os teus sapatos; e não te rebuçarás e o pão dos homens não comerás. 18. E falei ao povo pela manhã, e à tarde morreu minha mulher; e fiz pela manhã como se me deu ordem. 19. E o povo me disse: Não nos farás saber o que significam estas coisas que estás fazendo? 20. E eu lhes disse: Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 21. Dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu profanarei o meu santuário, a glória da vossa fortaleza, o desejo dos vossos olhos e o regalo da vossa alma; e vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada. 22. E fareis como eu fiz; não vos rebuçareis e não comereis o pão dos homens. 23. E tereis na cabeça os vossos turbantes e os vossos sapatos, nos pés; não lamentareis, nem chorareis, mas definhar-vos-eis nas vossas maldades e gemereis uns com os outros. 24. Assim vos servirá Ezequiel de sinal; conforme tudo quanto fez, fareis; e, quando isso suceder, então, sabereis que eu sou o Senhor JEOVÁ. 25. E, quanto a ti, filho do homem, não sucederá que, no dia que eu lhes tirar a sua fortaleza, o gozo do seu ornamento, o desejo dos seus olhos, a saudade da sua alma e seus filhos e suas filhas, 26. nesse dia, virá ter contigo algum que escapar, para to fazer ouvir com os ouvidos? 27. Nesse dia, abrir-se-á a tua boca para com aquele que escapar; e falarás e por mais tempo não ficarás mudo; assim, virás a ser para eles um sinal maravilhoso, e saberão que eu sou o SENHOR. Ezequiel 25 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, dirige o rosto contra os filhos de Amom e profetiza contra eles. 3. E dize aos filhos de Amom: Ouvi a palavra do Senhor JEOVÁ: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto que tu disseste: Ah! Ah!, acerca do meu santuário, quando foi profanado; e acerca da terra de Israel, quando foi assolada; e acerca da casa de Judá, quando foi para o cativeiro; 4. eis que te entregarei em possessão aos do Oriente, e estabelecerão os seus paços em ti e porão em ti as suas moradas; eles comerão os teus frutos e beberão o teu leite. 5. E farei de Rabá uma estrebaria de camelos e dos filhos de Amom, um curral de ovelhas; e sabereis que eu sou o SENHOR. 6. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto como bateste com as mãos, e pateaste com os pés, e te alegraste de coração em toda a tua maldade contra a terra de Israel, 7. eis que eu estenderei a mão contra ti, e te darei por despojo às nações, e te arrancarei dentre os povos, e te destruirei dentre as terras, e acabarei de todo contigo; e saberás que eu sou o SENHOR. 8. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto como dizem Moabe e Seir: Eis que a casa de Judá é como todas as nações; 9. portanto, eis que eu abrirei o lado de Moabe desde as cidades, desde as suas cidades fora das fronteiras, a glória da terra, Bete-Jesimote, Baal-Meom e até Quiriataim; 10. até aos filhos do Oriente, à terra dos filhos de Amom, a qual entregarei em possessão, para que não haja memória dos filhos de Amom entre as nações. 11. Também executarei juízos em Moabe, e os moabitas saberão que eu sou o SENHOR. 12. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Pois que Edom se houve vingativamente para com a casa de Judá, e se fizeram culpadíssimos, quando se vingaram dela, 13. portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Também estenderei a mão contra Edom, e arrancarei dele homens e animais; e o tornarei em deserto desde Temã, e até Dedã cairão à espada. 14. E exercerei a minha vingança sobre Edom, pela mão do meu povo de Israel; este fará em Edom segundo a minha ira e segundo o meu furor; e os edomitas conhecerão a minha vingança, diz o Senhor JEOVÁ. 15. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto como os filisteus usaram de vingança e executaram vingança de coração com malícia, para destruírem com perpétua inimizade, 16. portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estendo a mão contra os filisteus, e arrancarei os quereteus, e destruirei o resto da costa do mar. 17. E executarei neles grandes vinganças, com castigos de furor, e saberão que eu sou o SENHOR, quando eu tiver exercido a minha vingança sobre eles. Ezequiel 26 1. E sucedeu, no undécimo ano, ao primeiro do mês, que veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, visto como Tiro disse no tocante a Jerusalém: Ah! Ah! Está quebrada a porta dos povos; virou-se para mim; eu me encherei, agora que ela está assolada, 3. portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra ti, ó Tiro, e farei subir contra ti muitas nações, como se o mar fizesse subir as suas ondas. 4. Elas destruirão os muros de Tiro e derribarão as suas torres; e eu varrerei o seu pó e dela farei uma penha descalvada. 5. No meio do mar, virá a ser um enxugadouro das redes; porque eu o anunciei, diz o Senhor JEOVÁ; e ela servirá de despojo para as nações. 6. E suas filhas, que estão no campo, serão mortas, à espada; e saberão que eu sou o SENHOR. 7. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu trarei contra Tiro a Nabucodonosor, rei de Babilônia, desde o Norte, o rei dos reis, com cavalos, e com carros, e com cavaleiros, e companhias, e muito povo. 8. As tuas filhas, no campo ele as matará à espada, e fará um baluarte contra ti, e fundará uma tranqueira contra ti, e levantará rodelas contra ti. 9. E porá trabucos em frente de ti contra os teus muros e derribará as tuas torres com os seus machados. 10. Pela multidão de seus cavalos te cobrirá de pó; os teus muros tremerão com o estrondo dos cavaleiros, e das rodas, e dos carros, quando ele entrar pelas tuas portas, como pelas entradas de uma cidade em que se fez brecha. 11. Com as unhas dos seus cavalos pisará todas as tuas ruas; ao teu povo matará à espada, e as colunas da tua fortaleza cairão por terra. 12. E roubarão as tuas riquezas, e saquearão as tuas mercadorias, e derribarão os teus muros, e arrasarão as tuas casas preciosas; e as tuas pedras, e as tuas madeiras, e o teu pó lançarão no meio das águas. 13. E farei cessar o arruído das tuas cantigas, e o som das tuas harpas não se ouvirá mais. 14. E farei de ti uma penha descalvada; virás a ser um enxugadouro das redes, nunca mais serás edificada; porque eu, o SENHOR, o falei, diz o Senhor JEOVÁ. 15. Assim diz o Senhor JEOVÁ a Tiro: Não tremerão as ilhas com o estrondo da tua queda, quando gemerem os traspassados, quando se fizer uma espantosa matança no meio de ti? 16. E todos os príncipes do mar descerão dos seus tronos, e tirarão de si os seus mantos, e despirão as suas vestes bordadas; de tremores se vestirão, sobre a terra se assentarão e estremecerão a cada momento; e, por tua causa, pasmarão. 17. E levantarão uma lamentação sobre ti e te dirão: Como pereceste, ó bem povoada e afamada cidade, que foste forte no mar; tu e os teus moradores, que atemorizaram a todos os teus visitantes! 18. Agora, estremecerão as ilhas no dia da tua queda; as ilhas, que estão no mar, turbar-se-ão com tua saída. 19. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Quando eu te tiver feito uma cidade assolada, como as cidades que se não habitam, quando fizer sobre ti um abismo, e as muitas águas te cobrirem, 20. então, te farei descer com os que descem à cova, ao povo antigo, e te deitarei nas mais baixas partes da terra, em lugares desertos antigos, com os que descem à cova, para que não sejas habitada; e estabelecerei a glória na terra dos viventes. 21. Farei de ti um grande espanto, e não serás mais; quando te buscarem, nunca mais serás achada, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 27 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Tu, pois, ó filho do homem, levanta uma lamentação sobre Tiro. 3. E dize a Tiro, que habita nas estradas do mar e negocia com os povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ó Tiro, tu dizes: Eu sou perfeita em formosura. 4. No coração dos mares estão os teus termos; os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura. 5. Fabricaram todos os teus conveses de faias de Senir; trouxeram cedros do Líbano para fazerem mastros para ti. 6. Fizeram os teus remos de carvalhos de Basã; a companhia dos assírios fez os teus bancos de marfim das ilhas dos quiteus. 7. Linho fino bordado do Egito era a tua cortina, para te servir de vela; azul e púrpura das ilhas de Elisá eram a tua cobertura. 8. Os moradores de Sidom e de Arvade foram os teus remeiros; os teus sábios, ó Tiro, que se achavam em ti, esses foram os teus pilotos. 9. Os anciãos de Gebal e seus sábios foram em ti os que consertavam as tuas fendas; todos os navios do mar e os marinheiros se acharam em ti, para tratarem dos teus negócios. 10. Os persas, e os lídios, e os de Pute eram, no teu exército, os teus soldados; escudos e capacetes penduraram em ti; eles fizeram a tua beleza. 11. Os filhos de Arvade e o teu exército estavam sobre os teus muros em redor, e os gamaditas, sobre as tuas torres; penduravam os seus escudos nos teus muros em redor; eles aperfeiçoavam a tua formosura. 12. Társis negociava contigo, por causa da abundância de toda casta de fazenda; com prata, ferro, estanho e chumbo negociavam em tuas feiras. 13. Javã, Tubal e Meseque eram teus mercadores; com escravos e objetos de bronze fizeram negócios contigo. 14. Das casas de Togarma traziam às tuas feiras cavalos, e cavaleiros, e machos. 15. Os filhos de Dedã eram os teus mercadores; muitas ilhas eram o mercado da tua mão; dentes de marfim e madeira preta tornavam a dar-te em presente. 16. A Síria negociava contigo por causa da multidão das tuas obras; esmeralda, e púrpura, e obra bordada, e seda, e corais, e cristais traziam às tuas feiras. 17. Judá e a terra de Israel eram os teus mercadores; com o trigo de Minite, e confeitos, e mel, e azeite, e bálsamo fizeram negócios contigo. 18. Damasco negociava contigo, por causa da multidão das tuas obras, por causa da multidão de toda sorte de fazenda, com vinho de Helbom e lã branca. 19. Também Dã e Javã, o caminhante, traficavam nas tuas feiras; ferro polido, casca e cana aromática entravam no teu negócio. 20. Dedã negociava contigo com panos preciosos para carros. 21. Arábia e todos os príncipes de Quedar, eram eles os mercadores de tua mão, com cordeiros, e carneiros, e bodes; nessas coisas negociavam contigo. 22. Os mercadores de Sabá e Raamá, eram eles os teus mercadores; em todos os mais refinados aromas, e em toda pedra preciosa, e em ouro negociavam nas tuas feiras. 23. Harã, e Cane, e Éden, os mercadores de Sabá, Assur e Quilmade negociavam contigo. 24. Estes eram teus mercadores em toda sorte de mercadorias, em fardos de jacinto e de bordados, e em cofres de roupas preciosas, amarrados com cordas e feitos de cedro. 25. Os navios de Társis eram as tuas caravanas, por causa do teu negócio; e te encheste e te glorificaste muito no meio dos mares. 26. Os teus remeiros te conduziram sobre grandes águas; o vento oriental te quebrantou no meio dos mares. 27. As tuas fazendas, as tuas feiras, o teu negócio, os teus marinheiros, os teus pilotos, os que consertavam as tuas fendas, os que faziam os teus negócios e todos os teus soldados, que estão em ti, juntamente com toda a tua congregação, que está no meio de ti, cairão no meio dos mares no dia da tua queda. 28. Ao estrondo da gritaria dos teus pilotos tremerão os arrabaldes. 29. E todos os que pegam no remo, os marinheiros, e todos os pilotos do mar descerão de seus navios e na terra pararão. 30. E farão ouvir a sua voz sobre ti, e gritarão amargamente, e lançarão pó sobre a cabeça, e na cinza se revolverão. 31. E se farão inteiramente calvos por tua causa, e se cingirão de panos de saco, e chorarão sobre ti com amargura de alma, com amarga lamentação. 32. E levantarão uma lamentação sobre ti no seu pranto e lamentarão sobre ti, dizendo: Quem foi como Tiro, como a que está reduzida ao silêncio no meio do mar? 33. Quando as tuas mercadorias eram exportadas pelos mares, fartaste a muitos povos; com a multidão da tua fazenda e do teu negócio, enriqueceste os reis da terra. 34. No tempo em que foste quebrantada nos mares, nas profundezas das águas, caíram os teus negócios e toda a tua congregação no meio de ti. 35. Todos os moradores das ilhas foram cheios de espanto por tua causa; e os seus reis tremeram em grande maneira e foram perturbados no seu rosto. 36. Os mercadores dentre os povos assobiaram sobre ti; tu te tornaste em grande espanto, e nunca mais serás para sempre. Ezequiel 28 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto como se eleva o teu coração, e dizes: Eu sou Deus e sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares ( sendo tu homem e não Deus); e estimas o teu coração como se fora o coração de Deus, 3. eis que mais sábio és que Daniel, não há segredo algum que se possa esconder de ti; 4. pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste o teu poder e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros; 5. pela extensão da tua sabedoria no teu comércio, aumentaste o teu poder; e eleva-se o teu coração por causa do teu poder, 6. portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Pois que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus, 7. eis que eu trarei sobre ti estranhos, os mais formidáveis dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a formosura da tua sabedoria e mancharão o teu resplendor. 8. À cova te farão descer, e morrerás da morte dos traspassados no meio dos mares. 9. Dirás ainda diante daquele que te matar: Eu sou Deus? Mas tu és homem e não Deus na mão do que te traspassa. 10. Da morte dos incircuncisos morrerás, por mãos dos estranhos; porque eu o falei, diz o Senhor JEOVÁ. 11. Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 12. Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. 13. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turqueza, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados. 14. Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. 15. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti. 16. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas. 17. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. 18. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. 19. Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste e nunca mais serás para sempre. 20. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 21. Filho do homem, dirige o rosto contra Sidom e profetiza contra ela, 22. e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis-me contra ti, ó Sidom, e serei glorificado no meio de ti; e saberão que eu sou o SENHOR, quando nela executar juízos e nela me santificar. 23. Porque enviarei contra ela a peste e o sangue nas suas ruas, e os traspassados cairão no meio dela, estando a espada em roda contra ela; e saberão que eu sou o SENHOR. 24. E a casa de Israel nunca mais terá espinho que a pique, nem espinho que cause dor, de qualquer que ao redor deles os roubam; e saberão que eu sou o Senhor JEOVÁ. 25. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Quando eu congregar a casa de Israel dentre os povos entre os quais estão espalhados e eu me santificar entre eles, perante os olhos das nações, então, habitarão na sua terra que dei a meu servo, a Jacó. 26. E habitarão nela seguros, e edificarão casas, e plantarão vinhas; sim, habitarão seguros, quando eu executar juízos contra todos os que roubam nos seus contornos; e saberão que eu sou o SENHOR, seu Deus. Ezequiel 29 1. No décimo ano, no décimo mês, no dia doze do mês, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, dirige o rosto contra Faraó, rei do Egito, e profetiza contra ele e contra todo o Egito. 3. Fala e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim. 4. Mas eu porei anzóis em teus queixos e prenderei o peixe dos teus rios às tuas escamas; e todo peixe dos teus rios se pegará às tuas escamas. 5. E te deixarei no deserto, a ti e a todo peixe dos teus rios; sobre a face do campo cairás, não serás recolhido nem ajuntado; aos animais da terra e às aves do céu te dei por mantimento. 6. E saberão todos os moradores do Egito que eu sou o SENHOR, porque se tornaram um bordão de cana para a casa de Israel. 7. Tomando-te eles pela mão, te quebraste e lhes rasgaste todo o ombro; e, encostando-se eles a ti, te quebraste, tornando imóveis todos os seus lombos. 8. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu trarei sobre ti a espada e separarei de ti homem e animal. 9. E a terra do Egito se tornará em assolação e deserto; e saberão que eu sou o SENHOR. Porque disseste: O rio é meu, e eu o fiz, 10. portanto, eis que eu estou contra ti e contra os teus rios; e tornarei a terra do Egito em desertas e assoladas solidões, desde Migdol até Sevene, até aos confins da Etiópia. 11. Não passará por ela pé de homem, nem pé de animal passará por ela, nem será habitada quarenta anos. 12. Porquanto tornarei a terra do Egito em assolação no meio das terras assoladas; e as suas cidades no meio das cidades desertas se tornarão em assolação por quarenta anos; e espalharei os egípcios entre as nações e os derramarei pelas terras. 13. Mas assim diz o Senhor JEOVÁ: Ao cabo de quarenta anos, ajuntarei os egípcios dentre os povos entre os quais foram espalhados. 14. E removerei o cativeiro dos egípcios e os farei voltar à terra de Patros, à terra de sua origem; e serão ali um reino baixo. 15. Mais baixo se fará do que os outros reinos e nunca mais se exalçará sobre as nações; porque os diminuirei, para que não dominem sobre as nações. 16. E não terá mais da casa de Israel a confiança para lhes trazer à lembrança a sua iniqüidade, quando olharem para trás deles; antes, saberão que eu sou o Senhor JEOVÁ. 17. E sucedeu que, no ano vinte e sete, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 18. Filho do homem, Nabucodonosor, rei de Babilônia, fez com que o seu exército prestasse um grande serviço contra Tiro; toda cabeça se tornou calva, e todo ombro se pelou, e não houve paga de Tiro para ele, nem para o seu exército, pelo serviço que prestou contra ela. 19. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu darei a Nabucodonosor, rei de Babilônia, a terra do Egito; e levará a sua multidão, e tomará o seu despojo, e roubará a sua presa, e isso será a paga para o seu exército. 20. Por paga do seu trabalho, com que serviu contra ela, lhe dei a terra do Egito, visto que trabalharam por mim, diz o Senhor JEOVÁ. 21. Naquele dia, farei brotar o poder na casa de Israel e te darei abrimento da boca no meio deles; e saberão que eu sou o SENHOR. Ezequiel 30 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, profetiza e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Gemei: Ah! Aquele dia! 3. Porque está perto o dia, sim, está perto o dia do SENHOR, dia nublado; o tempo dos gentios ele será. 4. E uma espada virá ao Egito, e haverá grande dor na Etiópia, quando caírem os traspassados no Egito; e tomarão a sua multidão, e quebrar-se-ão os seus fundamentos. 5. Etiópia, e Pute, e Lude, e toda mistura de gente, e Cube, e os filhos da terra do concerto com eles cairão à espada. 6. Assim diz o SENHOR: Também cairão os que o Egito sustém, e descerá a soberba de seu poder; desde Migdol até Sevene, ali cairão à espada, diz o Senhor JEOVÁ. 7. E serão assolados no meio das terras assoladas; e as suas cidades estarão no meio das cidades desertas. 8. E saberão que eu sou o SENHOR, quando eu puser fogo ao Egito e forem destruídos todos os que lhe davam auxílio. 9. Naquele dia, sairão mensageiros de diante de mim em navios, para espantarem a Etiópia descuidada; e haverá neles grandes dores, como no dia do Egito; porque eis que já vem. 10. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eu, pois, farei cessar a multidão do Egito, por mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia. 11. Ele e o seu povo com ele, os mais formidáveis das nações, serão levados para destruírem a terra; e desembainharão as suas espadas contra o Egito e encherão a terra de traspassados. 12. E os rios farei secos, e venderei a terra, entregando-a na mão dos maus, e assolarei a terra e a sua plenitude pela mão de estranhos; eu, o SENHOR, o disse. 13. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Também destruirei os ídolos e farei cessar as imagens de Nofe; e não haverá mais um príncipe da terra do Egito; e porei o temor na terra do Egito. 14. E assolarei Patros, e porei fogo em Zoã, e executarei juízos em Nô. 15. E derramarei o meu furor sobre Sim, a força do Egito, e exterminarei a multidão de Nô. 16. E atearei um fogo no Egito; Sim terá grande dor, e Nô será fendida, e Nofe terá angústias cotidianas. 17. Os jovens de Áven e Pi-Besete cairão à espada, e estas cidades cairão em cativeiro. 18. E em Tafnes se escurecerá o dia, quando eu quebrar ali os jugos do Egito, e nela cessar a soberba da sua força; uma nuvem a cobrirá, e suas filhas cairão em cativeiro. 19. Assim, executarei juízos no Egito, e saberão que eu sou o SENHOR. 20. E sucedeu que, no ano undécimo, no mês primeiro, aos sete do mês, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 21. Filho do homem, eu quebrei o braço de Faraó, rei do Egito, e eis que não lhe aplicarão emplastos, nem lhe porão ligaduras para o atar, para o esforçar, para que pegue da espada. 22. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra Faraó, rei do Egito, e quebrarei os seus braços, tanto o forte como o que está quebrado, e farei cair da sua mão a espada. 23. E espalharei os egípcios entre as nações, e os espalharei pelas terras. 24. E esforçarei os braços do rei da Babilônia e porei a minha espada na sua mão; mas quebrarei os braços de Faraó, e diante dele gemerá como geme o traspassado. 25. Eu levantarei os braços do rei de Babilônia, mas os braços de Faraó cairão; e saberão que eu sou o SENHOR, quando eu puser a minha espada na mão do rei da Babilônia e ele a estender sobre a terra do Egito. 26. E espalharei os egípcios entre as nações e os espalharei pelas terras; assim saberão que eu sou o SENHOR. Ezequiel 31 1. E sucedeu, no ano undécimo, no terceiro mês, ao primeiro do mês, que veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, dize a Faraó, rei do Egito, e à sua multidão: A quem és semelhante na tua grandeza? 3. Eis que a Assíria era um cedro no Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura, e o seu topo estava entre os ramos espessos. 4. As águas o fizeram crescer, o abismo o exalçou, as suas correntes corriam em torno da sua plantação, e ela enviava os regatos a todas as árvores do campo. 5. Por isso, se elevou a sua estatura sobre todas as árvores do campo, e se multiplicaram os seus ramos, e se alongaram as suas varas, por causa das muitas águas que enviava. 6. Todas as aves do céu se aninhavam nos seus ramos, e todos os animais do campo geravam debaixo dos seus ramos, e todos os grandes povos se assentavam à sua sombra. 7. Assim, era ele formoso na sua grandeza, na extensão dos seus ramos, porque a sua raiz estava junto às muitas águas. 8. Os cedros não o podiam escurecer no jardim de Deus; as faias não igualavam os seus ramos, e as castanheiras não eram como os seus renovos; nenhuma árvore no jardim de Deus se assemelhava a ele na sua formosura. 9. Formoso o fiz com a multidão dos seus ramos; e todas as árvores do Éden, que estavam no jardim de Deus, tiveram inveja dele. 10. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Como te elevaste na tua estatura, e se levantou o seu topo no meio dos espessos ramos, e o seu coração se exalçou na sua altura, 11. eu o entregarei na mão da mais poderosa das nações, que lhe dará o tratamento merecido pela sua impiedade; o lançarei fora. 12. E estranhos, os mais formidáveis das nações, o cortaram e o deixaram; caíram os seus ramos sobre os montes e por todos os vales, e os seus renovos foram quebrados por todas as correntes da terra; e todos os povos da terra se retiraram da sua sombra e o deixaram. 13. Todas as aves do céu habitavam sobre a sua ruína, e todos os animais do campo se acolheram sob os seus ramos; 14. para que todas as árvores junto às águas não se exaltem na sua estatura, nem levantem o seu topo no meio dos ramos espessos, nem as que bebem as águas venham a confiar em si, por causa da sua altura; porque todos estão entregues à morte, até à terra mais baixa, no meio dos filhos dos homens, com os que descem à cova. 15. Assim diz o Senhor JEOVÁ: No dia em que ele desceu ao inferno, fiz eu que houvesse luto; fiz cobrir o abismo, por sua causa, e retive as suas correntes, e elas detiveram-se; e cobri o Líbano de preto por causa dele, e todas as árvores do campo por causa dele desfaleceram. 16. Ao som da sua queda, fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno com os que descem à cova; e todas as árvores do Éden, a flor e o melhor do Líbano, todas as que bebem águas se consolavam na terra mais baixa. 17. Também estes com ele descerão ao inferno, a juntar-se aos que foram traspassados à espada; sim, aos que foram seu braço e que estavam assentados à sombra no meio das nações. 18. A quem, pois, és semelhante em glória e em grandeza entre as árvores do Éden? Todavia, descerás com as árvores do Éden à terra mais baixa; no meio dos incircuncisos jazerás com os que foram traspassados à espada; este é Faraó e toda a sua multidão, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 32 1. E sucedeu que, no ano duodécimo, no mês duodécimo, ao primeiro do mês, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, levanta uma lamentação sobre Faraó, rei do Egito, e dize-lhe: Semelhante eras a um filho de leão entre as nações, e tu foste como um dragão nos mares, e ferias os teus rios, e turbavas as águas com os teus pés, e sujavas os teus rios. 3. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Portanto, estenderei sobre ti a minha rede com ajuntamento de muitos povos, e te farão subir na minha rede. 4. Então, te deixarei em terra; sobre a face do campo te lançarei e farei morar sobre ti todas as aves do céu; e se fartarão de ti os animais de toda a terra. 5. E porei as tuas carnes sobre os montes e encherei os vales da tua altura. 6. E a terra onde nadas regarei com o teu sangue até aos montes, e as correntes se encherão de ti. 7. E, apagando-te eu, cobrirei os céus e enegrecerei as suas estrelas; ao sol encobrirei com uma nuvem, e a lua não deixará resplandecer a sua luz. 8. Todas as brilhantes luzes do céu enegrecerei sobre ti e trarei trevas sobre a tua terra, diz o Senhor JEOVÁ. 9. E afligirei o coração de muitos povos, quando eu levar a tua destruição entre as nações, às terras que não conheceste. 10. E farei com que muitos povos fiquem pasmados a teu respeito, e os seus reis tremam em grande maneira, quando eu brandir a minha espada ante o seu rosto; e estremecerão a cada momento, cada um pela sua vida, no dia da tua queda. 11. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: A espada do rei de Babilônia virá sobre ti. 12. Farei cair a multidão com as espadas dos valentes, que são todos os mais terríveis das nações; e eles destruirão a soberba do Egito, e toda a sua multidão será perdida. 13. E exterminarei todos os seus animais sobre as muitas águas; nem as turbará mais pé de homem, nem as turbarão unhas de animais. 14. Então, farei assentar as suas águas e farei correr os seus rios como o azeite, diz o Senhor JEOVÁ. 15. Quando eu tornar a terra do Egito em assolação, e a terra for assolada em sua plenitude, e quando ferir todos os que nela habitam, então, saberão que eu sou o SENHOR. 16. Esta é a lamentação com que lamentarão; as filhas das nações o lamentarão; sobre o Egito e sobre toda a sua multidão assim se lamentará, diz o Senhor JEOVÁ. 17. E sucedeu que, no ano duodécimo, aos quinze do mês, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 18. Filho do homem, pranteia sobre a multidão do Egito e faze-a descer, a ela e às filhas das nações magníficas, à terra mais baixa, aos que descem à cova. 19. A quem sobrepujas tu em beleza? Desce e deita-te com os incircuncisos. 20. No meio daqueles que foram traspassados à espada, eles cairão; à espada ela está entregue; arrastai-a e a toda a sua multidão. 21. Os mais poderosos dos valentes lhe falarão desde o meio do inferno, juntamente com os que a socorrem: Desceram e estão lá os incircuncisos, traspassados à espada. 22. Ali está Assur com todo o seu ajuntamento; em redor dele estão os seus sepulcros; todos eles foram traspassados e caíram à espada. 23. Os seus sepulcros foram postos no mais interior da cova, e o seu ajuntamento está em redor do seu sepulcro; todos foram traspassados, e caíram à espada os que tinham causado espanto na terra dos viventes. 24. Ali está Elão com toda a sua multidão, em redor do seu sepulcro; todos eles foram traspassados e caíram à espada; eles desceram incircuncisos às mais baixas partes da terra; causaram terror na terra dos viventes e levaram a sua vergonha com os que desceram à cova. 25. No meio dos traspassados, lhe puseram uma cama entre toda a sua multidão; ao redor dele estão os seus sepulcros; todos eles são incircuncisos, traspassados à espada; porque causaram terror na terra dos viventes e levaram a sua vergonha com os que desceram à cova; no meio dos traspassados foi posto. 26. Ali estão Meseque e Tubal com toda a sua multidão; ao redor deles estão os seus sepulcros; todos eles são incircuncisos e traspassados à espada, porquanto causaram terror na terra dos viventes. 27. E não se acharão com os valentes que caíram dos incircuncisos, os quais desceram ao sepulcro com as suas armas de guerra e puseram as suas espadas debaixo da sua cabeça, e a sua iniqüidade está sobre os seus ossos, porque eram o terror dos heróis na terra dos viventes. 28. Também tu, Egito, serás quebrado no meio dos incircuncisos e jazerás com os que foram traspassados à espada. 29. Ali está Edom, os seus reis e todos os seus príncipes, que, no seu poder, foram postos com os que foram traspassados à espada; estes jazem com os incircuncisos e com os que desceram à cova. 30. Ali estão os príncipes do Norte, todos eles, e todos os sidônios, que desceram com os traspassados, envergonhados com o terror causado pelo seu poder; e jazem incircuncisos com os que foram traspassados à espada e levam a sua vergonha com os que desceram à cova. 31. Faraó os verá e se consolará com toda a sua multidão; sim, o próprio Faraó e todo o seu exército, traspassados à espada, diz o Senhor JEOVÁ. 32. Porque também eu pus o meu espanto na terra dos viventes; pelo que jazerá no meio dos incircuncisos, com os traspassados à espada, Faraó e toda a sua multidão, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 33 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, fala aos filhos do teu povo e dize-lhes: Quando eu fizer vir a espada sobre a terra e o povo da terra tomar um homem dos seus termos e o constituir por seu atalaia; 3. e, vendo ele que a espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo; 4. se aquele que ouvir o som da trombeta não se der por avisado, e vier a espada e o tomar, o seu sangue será sobre a sua cabeça. 5. Ele ouviu o som da trombeta e não se deu por avisado; o seu sangue será sobre ele; mas o que se dá por avisado salvará a sua vida. 6. Mas, se, quando o atalaia vir que vem a espada, não tocar a trombeta, e não for avisado o povo; se a espada vier e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade, mas o seu sangue demandarei da mão do atalaia. 7. A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca e lha anunciarás da minha parte. 8. Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue eu o demandarei da tua mão. 9. Mas, quando tu tiveres falado para desviar o ímpio do seu caminho, para que se converta dele, e ele se não converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma. 10. Tu, pois, filho do homem, dize à casa de Israel: Assim falais vós, dizendo: Visto que as nossas prevaricações e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como viveremos então? 11. Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva; convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel? 12. Tu, pois, filho do homem, dize aos filhos do teu povo: A justiça do justo não o fará escapar no dia da sua prevaricação; e, quanto à impiedade do ímpio, não cairá por ela, no dia em que se converter da sua impiedade; nem o justo, pela justiça, poderá viver no dia em que pecar. 13. Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar iniqüidade, não virão em memória todas as suas justiças, mas na sua iniqüidade, que pratica, ele morrerá. 14. Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado e fizer juízo e justiça, 15. restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá. 16. De todos os seus pecados com que pecou não se fará memória contra ele; juízo e justiça fez, certamente viverá. 17. Todavia, os filhos do teu povo dizem: Não é reto o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que não é reto. 18. Desviando-se o justo da sua justiça e praticando iniqüidade, morrerá nela. 19. E, convertendo-se o ímpio da sua impiedade e fazendo juízo e justiça, ele viverá por isto mesmo. 20. Todavia, vós dizeis: Não é reto o caminho do Senhor; julgar-vos-ei a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel. 21. E sucedeu que, no ano duodécimo, no décimo mês, aos cinco do mês do nosso cativeiro, veio a mim um que tinha escapado de Jerusalém, dizendo: Ferida está a cidade. 22. Ora, a mão do SENHOR estivera sobre mim pela tarde, antes que viesse o que tinha escapado; abriu a minha boca, até que veio a mim pela manhã; e abriu-se a minha boca, e não fiquei mais em silêncio. 23. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 24. Filho do homem, os moradores destes lugares desertos da terra de Israel falam, dizendo: Abraão era um só e possuiu esta terra; mas nós somos muitos; esta terra nos foi dada em possessão. 25. Dize-lhes, portanto: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Com sangue comeis, e levantais os olhos para os vossos ídolos, e derramais sangue! E possuíreis esta terra? 26. Vós vos estribais sobre a vossa espada, cometeis abominação, e contamina cada um a mulher do seu próximo! E possuireis a terra? 27. Assim lhes dirás: Assim disse o Senhor JEOVÁ: Vivo eu, que os que estiverem em lugares desertos cairão à espada, e o que estiver sobre a face do campo, o entregarei à fera, para que o coma, e os que estiverem em lugares fortes e em cavernas morrerão de pestilência. 28. E tornarei a terra em assolação e espanto, e cessará a soberba da sua força; e os montes de Israel ficarão tão assolados, que ninguém passará por eles. 29. Então, saberão que eu sou o SENHOR, quando eu tornar a terra em assolação e espanto, por todas as abominações que cometeram. 30. Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo falam de ti junto às paredes e nas portas das casas; e fala um com o outro, cada um a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a palavra que procede do SENHOR. 31. E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza. 32. E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de quem tem voz suave e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra. 33. Mas, quando vier isto (eis que está para vir), então, saberão que houve no meio deles um profeta. Ezequiel 34 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam. 6. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque. 7. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: 8. Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, 9. portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: 10. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto. 11. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as buscarei. 12. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão. 13. E as tirarei dos povos, e as farei vir dos diversos países, e as trarei à sua terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto às correntes e em todas as habitações da terra. 14. Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será a sua malhada; ali, se deitarão numa boa malhada e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. 15. Eu apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor JEOVÁ. 16. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo. 17. E, quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu julgarei entre gado pequeno e gado pequeno, entre carneiros e bodes. 18. Acaso não vos basta pastar o bom pasto, senão que pisais o resto de vossos pastos a vossos pés? E beber as profundas águas, senão que enlameais o resto com os vossos pés? 19. E, quanto às minhas ovelhas, elas pastam o que foi pisado com os vossos pés e bebem o que tem sido turvado com os vossos pés. 20. Por isso, o Senhor JEOVÁ assim lhes diz: Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre o gado gordo e o gado magro. 21. Visto como, com o lado e com o ombro, dais empurrões e, com as vossas pontas, escorneais todas as fracas, até que as espalhais para fora, 22. eu livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, e julgarei entre gado miúdo e gado miúdo. 23. E levantarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as há de apascentar; ele lhes servirá de pastor. 24. E eu, o SENHOR, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o SENHOR, o disse. 25. E farei com elas um concerto de paz e acabarei com a besta ruim da terra; e habitarão no deserto seguramente e dormirão nos bosques. 26. E a elas e aos lugares ao redor do meu outeiro, eu porei por bênção; e farei descer a chuva a seu tempo; chuvas de bênção serão. 27. E as árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na sua terra; e saberão que eu sou o SENHOR, quando eu quebrar as varas do seu jugo e as livrar da mão dos que se serviam delas. 28. E não servirão mais de rapina aos gentios, e a besta- fera da terra nunca mais as comerá; e habitarão seguramente, e ninguém haverá que as espante. 29. E lhes levantarei uma plantação de renome, e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si opróbrio dos gentios. 30. Saberão, porém, que eu, o SENHOR, seu Deus, estou com elas e que elas são o meu povo, a casa de Israel, diz o Senhor JEOVÁ. 31. Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso Deus, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 35 1. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, dirige o rosto contra o monte Seir e profetiza contra ele. 3. E dize-lhe: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra ti, ó monte Seir, e estenderei a mão contra ti, e te porei em assolação e espanto. 4. As tuas cidades porei em solidão, e tu te tornarás em assolação; e saberás que eu sou o SENHOR. 5. Pois que guardas inimizade perpétua e abandonaste os filhos de Israel à violência da espada, no tempo da extrema iniqüidade. 6. Por isso, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que te preparei para sangue, e o sangue te perseguirá; visto que não aborreceste o sangue, o sangue te perseguirá. 7. E farei do monte Seir uma extrema assolação e exterminarei dele o que por ele passa e o que por ele volta. 8. E encherei os seus montes dos seus traspassados; nos teus outeiros, e nos teus vales, e em todas as tuas correntes, cairão os traspassados à espada. 9. Em assolações perpétuas, te porei, e as tuas cidades nunca mais serão habitadas; assim sabereis que eu sou o SENHOR. 10. Visto como dizes: Os dois povos e as duas terras serão meus, e os possuiremos, sendo que o SENHOR se achava ali, 11. portanto, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que usarei conforme a tua ira e conforme a tua inveja, com que, no teu ódio, usaste contra eles; e serei conhecido deles, quando te julgar. 12. E saberás que eu, o SENHOR, ouvi todas as tuas blasfêmias, que proferiste contra os montes de Israel, dizendo: Já estão assolados, a nós nos são entregues por pasto. 13. Vós vos engrandecestes contra mim com a vossa boca e multiplicastes as vossas palavras contra mim; eu o ouvi. 14. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Enquanto se alegra toda a terra, a ti te porei em assolação. 15. Como te alegraste com a herança da casa de Israel, porque foi assolada, assim te farei a ti; assolado serás, ó monte Seir, e todo o Edom, sim, todo; e saberão que eu sou o SENHOR. Ezequiel 36 1. E tu, ó filho do homem, profetiza aos montes de Israel e dize: Montes de Israel, ouvi a palavra do SENHOR. 2. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Pois que diz o inimigo sobre vós: Ah! Ah! Até as eternas alturas serão nossa herança; 3. portanto, profetiza e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto que vos assolaram e devoraram em redor, para que ficásseis feitos herança do resto das nações, e andais em lábios paroleiros e na infâmia do povo, 4. portanto, ouvi, ó montes de Israel, a palavra do Senhor JEOVÁ: Assim diz o Senhor JEOVÁ aos montes e aos outeiros, às correntes e aos vales, aos lugares assolados e solitários e às cidades desamparadas, que se tornaram rapina e escárnio para o resto das nações que estão ao redor delas. 5. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Certamente, no fogo do meu zelo, falei contra o resto das nações e contra todo o Edom. Eles se apropriaram da minha terra, com alegria de todo o coração e com menosprezo de alma, para ser lançada à rapina. 6. Portanto, profetiza sobre a terra de Israel e dize aos montes, e aos outeiros, e às correntes, e aos vales: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que falei no meu zelo e no meu furor, porque levastes sobre vós o opróbrio dos gentios. 7. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Eu levantei a mão, para que os gentios que estão ao redor de vós levem o seu opróbrio sobre si mesmos. 8. Mas vós, ó montes de Israel, vós produzireis os vossos ramos e dareis o vosso fruto para o meu povo de Israel; porque estão prestes a vir. 9. Porque eis que eu estou convosco; e eu me voltarei para vós, e sereis lavrados e semeados. 10. E multiplicarei homens sobre vós, a toda a casa de Israel, sim, a toda ela; e as cidades serão habitadas, e os lugares devastados serão edificados. 11. E multiplicarei homens e animais sobre vós; e eles se multiplicarão e frutificarão; e vos farei habitar como dantes e farei vosso estado melhor que nos vossos princípios; e sabereis que eu sou o SENHOR. 12. E farei andar sobre vós os homens, o meu povo de Israel; eles te possuirão, e serás a sua herança e nunca mais os desfilharás. 13. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto como vos dizem: Tu és uma terra que devora os homens e és uma terra que desfilha os seus povos; 14. por isso, tu não devorarás mais os homens, nem desfilharás mais os teus povos, diz o Senhor JEOVÁ. 15. E farei que nunca mais se ouça em ti a afronta dos gentios; e não levarás mais sobre ti o opróbrio das nações, nem mais desfilharás a tua nação, diz o Senhor JEOVÁ. 16. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 17. Filho do homem, quando a casa de Israel habitava na sua terra, então, a contaminaram com os seus caminhos e com as suas ações; como a imundícia de uma mulher em sua separação, tal era o seu caminho perante o meu rosto. 18. Derramei, pois, o meu furor sobre eles, por causa do sangue que derramaram sobre a terra e dos seus ídolos com que a contaminaram. 19. E os espalhei entre as nações, e foram espalhados pelas terras; conforme os seus caminhos e conforme os seus feitos, eu os julguei. 20. E, chegando às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome, pois se dizia deles: Estes são o povo do SENHOR e saíram da sua terra. 21. Mas eu os poupei por amor do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi. 22. Dize, portanto, à casa de Israel: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Não é por vosso respeito que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanaste entre as nações para onde vós fostes. 23. E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio delas; e as nações saberão que eu sou o SENHOR, diz o Senhor JEOVÁ, quando eu for santificado aos seus olhos. 24. E vos tomarei dentre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. 25. Então, espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. 26. E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. 27. E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. 28. E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vós me sereis por povo, e eu vos serei por Deus. 29. E vos livrarei de todas as vossas imundícias; e chamarei o trigo, e o multiplicarei, e não trarei fome sobre vós. 30. E multiplicarei o fruto das árvores e a novidade do campo, para que nunca mais recebais o opróbrio da fome entre as nações. 31. Então, vos lembrareis dos vossos maus caminhos e dos vossos feitos, que não foram bons; e tereis nojo em vós mesmos das vossas maldades e das vossas abominações. 32. Não é por amor de vós que eu faço isso, diz o Senhor JEOVÁ; notório vos seja: envergonhai-vos e confundi-vos pelos vossos caminhos, ó casa de Israel. 33. Assim diz o Senhor JEOVÁ: No dia em que eu vos purificar de todas as vossas maldades, então, farei com que sejam habitadas as cidades e sejam edificados os lugares devastados. 34. E a terra assolada se lavrará, em vez de estar assolada aos olhos de todos os que passam. 35. E dirão: Esta terra assolada ficou como jardim do Éden; e as cidades solitárias, e assoladas, e destruídas estão fortalecidas e habitadas. 36. Então, saberão as nações que ficarem de resto em redor de vós que eu, o SENHOR, tenho reedificado as cidades destruídas e plantado o que estava devastado; eu, o SENHOR, o disse e o farei. 37. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ainda por isso me pedirá a casa de Israel, que lho faça: multiplicar-lhes-ei os homens, como a um rebanho. 38. Como o rebanho santificado, como o rebanho de Jerusalém nas suas solenidades, assim as cidades desertas se encherão de famílias; e saberão que eu sou o SENHOR. Ezequiel 37 1. Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos, 2. e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos. 3. E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor JEOVÁ, tu o sabes. 4. Então, me disse: Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. 5. Assim diz o Senhor JEOVÁ a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. 6. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o SENHOR. 7. Então, profetizei como se me deu ordem; e houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um reboliço, e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso. 8. E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito. 9. E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. 10. E profetizei como ele me deu ordem; então, o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo. 11. Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel; eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados. 12. Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. 13. E sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair das vossas sepulturas, ó povo meu. 14. E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra, e sabereis que eu, o SENHOR, disse isso e o fiz, diz o SENHOR. 15. E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 16. Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros. E toma outro pedaço de madeira e escreve nele: Por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros. 17. E ajunta um ao outro, para que se unam e se tornem um só na tua mão. 18. E, quando te falarem os filhos do teu povo, dizendo: Não nos declararás o que significam estas coisas? 19. Tu lhes dirás: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei a vara de José, que esteve na mão de Efraim, e as das tribos de Israel, suas companheiras, e as ajuntarei à vara de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na minha mão. 20. E os pedaços de madeira sobre que houveres escrito estarão na tua mão, perante os olhos deles. 21. Dize-lhes, pois: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. 22. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos. 23. E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com as suas prevaricações; e os livrarei de todos os lugares de sua residência em que pecaram e os purificarei; assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. 24. E meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor; e andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão. 25. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles, e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente. 26. E farei com eles um concerto de paz; e será um concerto perpétuo; e os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. 27. E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 28. E as nações saberão que eu sou o SENHOR que santifico a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles, para sempre. Ezequiel 38 1. Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2. Filho do homem, dirige o rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal, e profetiza contra ele. 3. E dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. 4. E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos bizarramente, congregação grande, com escudo e rodela, manejando todos a espada; 5. persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; 6. Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo. 7. Prepara-te, sim, dispõe-te, tu e todas as tuas congregações que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de guarda. 8. Depois de muitos dias, serás visitado; no fim dos anos, virás à terra que se retirou da espada e que veio dentre muitos povos aos montes de Israel, que sempre serviram de assolação; mas aquela terra foi tirada dentre os povos, e todos eles habitarão seguramente. 9. Então, subirás, virás como uma tempestade, far-te-ás como uma nuvem para cobrir a terra, tu e todas as tuas tropas, e muitos povos contigo. 10. Assim diz o Senhor JEOVÁ: E acontecerá, naquele dia, que terás imaginações no teu coração e conceberás um mau desígnio. 11. E dirás: Subirei contra a terra das aldeias não muradas, virei contra os que estão em repouso, que habitam seguros; todos eles habitam sem muro e não têm ferrolho nem portas; 12. isso a fim de tomar o despojo, e de arrebatar a presa, e tornar a tua mão contra as terras desertas que agora se habitam e contra o povo que se ajuntou dentre as nações, o qual tem gado e possessões e habita no meio da terra. 13. Sabá, e Dedã, e os mercadores de Társis, e todos os seus leõezinhos te dirão: Vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste o teu bando para arrebatar a presa, para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e as possessões, para saquear grande despojo? 14. Portanto, profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Não o saberás, naquele dia, quando o meu povo de Israel habitar com segurança? 15. Virás, pois, do teu lugar, das bandas do Norte, tu e muitos povos contigo, montados todos a cavalo, grande ajuntamento e exército numeroso; 16. e subirás contra o meu povo de Israel, como uma nuvem, para cobrir a terra; no fim dos dias, sucederá que hei de trazer-te contra a minha terra, para que as nações me conheçam a mim, quando eu me houver santificado em ti os seus olhos, ó Gogue. 17. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Não és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, pelo ministério de meus servos, os profetas de Israel, os quais, naqueles dias, profetizaram largos anos, que te traria contra eles? 18. Sucederá, porém, naquele dia, no dia em que vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor JEOVÁ, que a minha indignação subirá a meus narizes. 19. Porque disse no meu zelo, no fogo do meu furor, que, naquele dia, haverá grande tremor sobre a terra de Israel, 20. de tal sorte que tremerão diante da minha face os peixes do mar, e as aves do céu, e os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes cairão, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra. 21. Porque chamarei contra Gogue a espada, sobre todos os meus montes, diz o Senhor JEOVÁ; a espada de cada um se voltará contra seu irmão. 22. E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre farei cair sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele. 23. Assim, eu me engrandecerei, e me santificarei, e me farei conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o SENHOR. Ezequiel 39 1. Tu, pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra Gogue e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. 2. E te farei voltear, e te porei seis anzóis, e te farei subir das bandas do Norte, e te trarei aos montes de Israel. 3. E tirarei o teu arco da tua mão esquerda e farei cair as tuas flechas da tua mão direita. 4. Nos montes de Israel, cairás, tu, e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, e às aves de toda a asa, e aos animais do campo, te darei por pasto. 5. Sobre a face do campo cairás, porque eu falei, diz o Senhor JEOVÁ. 6. E enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o SENHOR. 7. E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo de Israel e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o SENHOR, o Santo em Israel. 8. Eis que é vindo e se cumprirá, diz o Senhor JEOVÁ; este é o dia de que tenho falado. 9. E os habitantes das cidades de Israel sairão, e totalmente queimarão as armas, e os escudos, e as rodelas, com os arcos, e com as flechas, e com os bastões de mão, e com as lanças; e farão fogo com tudo isso por sete anos. 10. E não trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo; e roubarão aos que os roubaram e despojarão aos que despojaram, diz o Senhor JEOVÁ. 11. E sucederá que, naquele dia, darei ali a Gogue um lugar de sepultura em Israel, o vale dos que passam ao oriente do mar; e se espantarão os que por ele passarem; e ali sepultarão Gogue e toda a sua multidão e lhe chamarão o vale da Multidão de Gogue. 12. E a casa de Israel os enterrará por sete meses, para purificar a terra. 13. Sim, todo o povo da terra os enterrará, e será para eles memorável o dia em que eu for glorificado, diz o Senhor JEOVÁ. 14. E serão separados homens que incessantemente passarão pela terra, para que sepultem os que tiverem ficado sobre a face da terra, para a purificarem; durará sete meses este trabalho. 15. E os que passam pela terra a atravessarão, e, vendo alguém o osso de um homem, lhe levantará ao pé um sinal, até que os enterradores o enterrem no vale da Multidão de Gogue. 16. E também o nome da cidade será Hamoná; assim, purificarão a terra. 17. T u, pois, ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ: Dize às aves de toda espécie e a todos os animais do campo: Ajuntai-vos, e vinde, vinde de toda parte para o meu sacrifício, que eu sacrifiquei por vós, sacrifício grande nos montes de Israel, e comei carne, e bebei sangue. 18. Comereis a carne dos poderosos e bebereis o sangue dos príncipes da terra, dos carneiros, dos cordeiros, dos bodes e dos bezerros, todos engordados em Basã. 19. E comereis a gordura até vos fartardes e bebereis o sangue até vos embebedardes, a gordura e o sangue do meu sacrifício que sacrificarei por vós. 20. E vos fartareis, à minha mesa, de cavalos, e de carros, e de valentes, e de todos os homens de guerra, diz o Senhor JEOVÁ. 21. E eu porei a minha glória entre as nações, e todas as nações verão o meu juízo, que eu tiver executado, e a minha mão, que sobre elas tiver descarregado. 22. E saberão os da casa de Israel que eu sou o SENHOR, seu Deus, desde aquele dia em diante. 23. E as nações saberão que os da casa de Israel, por causa da sua iniqüidade, foram levados em cativeiro, porque se rebelaram contra mim, e eu escondi deles a minha face e os entreguei nas mãos de seus adversários, e todos caíram à espada. 24. Conforme a sua imundícia e conforme as suas prevaricações, usei com eles e escondi deles a minha face. 25. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Agora, tornarei a trazer os cativos de Jacó. E me compadecerei de toda a casa de Israel; terei zelo pelo meu santo nome. 26. E levarão sobre si a sua vergonha e toda a sua rebeldia com que se rebelaram contra mim, quando eles habitarem seguros na sua terra, sem haver quem os espante; 27. quando eu os tornar a trazer de entre os povos, e os houver ajuntado das terras de seus inimigos, e for santificado neles aos olhos de muitas nações. 28. Então, saberão que eu sou o SENHOR, seu Deus, vendo que eu os fiz ir em cativeiro entre as nações, e os tornei a ajuntar para voltarem à sua terra, e nenhum deles excluí. 29. Nem esconderei mais a minha face deles, quando eu houver derramado o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 40 1. No ano vigésimo-quinto do nosso cativeiro, no princípio do ano, no décimo dia do mês, catorze anos depois que a cidade foi ferida, naquele mesmo dia, veio sobre mim a mão do SENHOR e me levou para lá. 2. Em visões de Deus, me levou à terra de Israel e me pôs sobre um monte muito alto; e havia sobre ele um como edifício de cidade para a banda do sul. 3. E, havendo-me levado ali, eis que um homem cuja aparência era como a aparência do cobre, tendo um cordel de linho na mão e uma cana de medir, estava em pé na porta. 4. E disse-me o homem: Filho do homem, vê com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu te fizer ver; porque, para to mostrar, foste tu aqui trazido; anuncia, pois, à casa de Israel tudo quanto tu vires. 5. E havia um muro fora da casa em redor e na mão do homem, uma cana de medir, de seis côvados, de um côvado e quatro dedos cada um; e ele mediu a largura do edifício: uma cana, e a altura, uma cana. 6. Então, veio à porta que olhava para o caminho do oriente, e subiu pelos seus degraus; mediu o umbral da porta: uma cana de largo; e o outro umbral: uma cana de largo. 7. E cada câmara tinha uma cana de comprido e uma cana de largo; e, entre as câmaras, havia cinco côvados; e o umbral da porta, ao pé do vestíbulo da porta, tinha uma cana, por dentro. 8. Também mediu o vestíbulo da porta por dentro: uma cana. 9. Então, mediu o outro alpendre da porta, que tinha oito côvados; e os seus pilares: dois côvados, e o vestíbulo da porta, por dentro. 10. E as câmaras da porta para o lado do oriente eram três deste lado, e três do outro, uma mesma medida era a das três; também os pilares deste lado e do outro tinham a mesma medida. 11. Mediu mais a largura da entrada da porta, que era de dez côvados; e o comprimento da porta: treze côvados. 12. E o espaço em frente das câmaras era de um côvado, e de um côvado, o espaço da outra banda; e cada câmara tinha seis côvados de um lado e seis côvados do outro. 13. Então, mediu a porta desde o telhado de uma câmara até ao telhado da outra: vinte e cinco côvados de largo, porta contra porta. 14. Também fez pilares de sessenta côvados e o átrio até ao pilar em roda da porta. 15. E, desde a dianteira da porta da entrada até à dianteira do vestíbulo da porta interior, havia cinqüenta côvados. 16. Fez também nas câmaras janelas de fechar e nos seus pilares, dentro da porta ao redor, e da mesma sorte nos vestíbulos; e as janelas estavam à roda pela parte de dentro, e nos pilares havia palmeiras. 17. E ele me levou ao átrio exterior; e eis que havia nele câmaras e um solhado que estava feito no átrio em redor; trinta câmaras havia naquele solhado. 18. E o solhado da banda das portas era a par do comprimento das portas; o solhado estava mais baixo. 19. E mediu a largura da dianteira do átrio interior, por fora: cem côvados da banda do oriente e do norte. 20. E, quanto à porta que olhava para o caminho do norte, no átrio exterior, ele mediu o seu comprimento e a sua largura. 21. E as suas câmaras, três de uma banda e três da outra, e os seus pilares, e os seus vestíbulos eram da medida do primeiro vestíbulo; de cinqüenta côvados era o seu comprimento, e a largura, de vinte e cinco côvados. 22. E as suas janelas, e os seus vestíbulos, e as suas palmeiras eram da medida da porta que olhava para o caminho do oriente; e subia-se para ela por sete degraus, e o seu vestíbulo estava diante dela. 23. E estava a porta do átrio interior defronte da porta do norte e do oriente; e mediu de porta a porta: cem côvados. 24. Então, ele me levou ao caminho do sul, e eis que havia ali uma porta que olhava para o caminho do sul; e mediu os seus pilares e os seus vestíbulos conforme estas medidas. 25. E havia também janelas em redor dos seus vestíbulos, como as outras janelas; cinqüenta côvados, o comprimento, e a largura, vinte e cinco côvados. 26. E de sete degraus eram as suas subidas, e os seus vestíbulos estavam diante deles; e tinha palmeiras, uma de uma banda e outra da outra, nos seus pilares. 27. Também havia uma porta no átrio interior para o caminho do sul; e mediu de porta a porta, para o caminho do sul: cem côvados. 28. Então, me levou ao átrio interior pela porta do sul; e mediu a porta do sul, conforme estas medidas. 29. E as suas câmaras, e os seus pilares, e os seus vestíbulos eram conforme estas medidas; e tinham também janelas ao redor dos seus vestíbulos; o comprimento era de cinqüenta côvados, e a largura, de vinte e cinco côvados. 30. E havia vestíbulos em redor; o comprimento era de vinte e cinco côvados, e a largura, de cinco côvados. 31. E os seus vestíbulos estavam na direção do átrio exterior, e havia palmeiras nos seus pilares; e de oito degraus eram as suas subidas. 32. Depois, me levou ao átrio interior, para o caminho do oriente, e mediu a porta conforme estas medidas; 33. e também as suas câmaras, e os seus pilares, e os seus vestíbulos, conforme estas medidas; e havia também janelas em redor dos seus vestíbulos; o comprimento, de cinqüenta côvados, e a largura, de vinte e cinco côvados. 34. E os seus vestíbulos estavam no átrio de fora; também havia palmeiras nos seus pilares de uma e de outra banda; e eram as suas subidas de oito degraus. 35. Então, me levou à porta do norte e mediu conforme estas medidas; 36. as suas camarinhas, e os seus pilares, e os seus vestíbulos; também tinha janelas em redor; o comprimento era de cinqüenta côvados, e a largura, de vinte e cinco côvados. 37. E os seus pilares estavam no átrio exterior; também havia palmeiras nos seus pilares de uma e de outra banda; e eram as suas subidas de oito degraus. 38. E a sua câmara e a sua entrada estavam junto aos pilares dos vestíbulos onde lavavam o holocausto. 39. E no vestíbulo da porta havia duas mesas de uma banda e duas mesas da outra, para nelas se degolar o holocausto e o sacrifício pelo pecado e pela culpa. 40. Também da banda de fora da subida para a entrada da porta do norte havia duas mesas; e da outra banda, que estava no vestíbulo da porta, havia duas mesas. 41. Quatro mesas de uma, e quatro mesas da outra banda; aos lados da porta, oito mesas, sobre as quais imolavam. 42. E as quatro mesas para o holocausto eram de pedras lavradas; o comprimento era de um côvado e meio, e a largura, de um côvado e meio, e a altura, de um côvado; e sobre elas se punham os instrumentos com que imolavam o holocausto e o sacrifício. 43. E as suas bordas, de quatro dedos de comprimento, estavam fixadas por dentro em redor; e sobre as mesas estava a carne da oferta. 44. E fora da porta interior estavam as câmaras dos cantores, no átrio de dentro, que estava da banda da porta do norte e olhava para o caminho do sul; uma estava à banda da porta do oriente, a qual olhava para o caminho do norte. 45. E ele me disse: Esta câmara que olha para o caminho do sul é para os sacerdotes que têm a guarda do templo. 46. Mas a câmara que olha para o caminho do norte é para os sacerdotes que têm a guarda do altar; estes são os filhos de Zadoque, que se chegam ao SENHOR, dentre os filhos de Levi, para o servir. 47. E mediu o átrio: o comprimento, de cem côvados, e a largura, de cem côvados, um quadrado; e o altar estava diante do templo. 48. Então, me levou ao vestíbulo do templo e mediu cada pilar do vestíbulo: cinco côvados de uma banda e cinco côvados da outra; e a largura da porta, três côvados de uma banda e três côvados da outra. 49. O comprimento do vestíbulo era de vinte côvados, e a largura, de onze côvados; e era por degraus que se subia; e havia colunas junto aos pilares, uma de uma banda e outra da outra. Ezequiel 41 1. Então, me levou ao templo e mediu os pilares: seis côvados de largura de uma banda, e seis côvados de largura da outra, que era a largura do tabernáculo. 2. E a largura da entrada, dez côvados; e os lados da entrada, cinco côvados de uma banda e cinco côvados da outra; também mediu o seu comprimento, de quarenta côvados, e a largura, de vinte côvados. 3. E entrou dentro e mediu o pilar da entrada: dois côvados; e a entrada: seis côvados, e a largura da entrada, sete côvados. 4. Também mediu o seu comprimento: vinte côvados, e a largura, vinte côvados, diante do templo; e me disse: Esta é a Santidade das Santidades. 5. E mediu a parede do templo: seis côvados, e a largura das câmaras laterais, quatro côvados, por todo o redor do templo. 6. E as câmaras laterais, câmara sobre câmara, eram trinta e três por ordem e entravam na parede que tocava no templo pelas câmaras laterais em redor, para se susterem nelas, porque não travavam da parede do templo. 7. E havia maior largura e volta nas câmaras laterais para cima, porque o caracol do templo subia mui alto por todo o redor do templo; por isso, o templo tinha mais largura para cima; e assim da câmara baixa se subia à mais alta pelo meio. 8. E olhei para a altura do templo em redor; e eram os fundamentos das câmaras laterais da medida de uma cana inteira: seis côvados grandes. 9. A grossura da parede das câmaras laterais de fora era de cinco côvados; e o que foi deixado vazio era o lugar das câmaras laterais, que estavam junto ao templo. 10. E entre as câmaras havia a largura de vinte côvados por todo o redor do templo. 11. E as entradas das câmaras laterais estavam voltadas para o lugar vazio; uma entrada para o caminho do norte, e outra entrada para o do sul; e a largura do lugar vazio era de cinco côvados em redor. 12. Era também o edifício que estava diante do lugar separado, à esquina do caminho do ocidente, da largura de setenta côvados; e a parede do edifício, de cinco côvados de largura em redor; e o seu comprimento era de noventa côvados. 13. E mediu o templo, do comprimento de cem côvados, como também o lugar separado, e o edifício, e as suas paredes: cem côvados de comprimento. 14. E a largura da dianteira do templo e do lugar separado para o oriente, de uma e de outra parte: cem côvados. 15. Também mediu o comprimento do edifício, diante do lugar separado, que estava por detrás, e as suas galerias de uma e de outra parte: cem côvados, com o templo de dentro e os vestíbulos do átrio. 16. Os umbrais e as janelas estreitas, e as galerias em redor dos três, defronte do umbral, estavam cobertas de madeira em redor; e isso desde o chão até às janelas; e as janelas estavam cobertas; 17. até ao espaço em cima da porta, e até ao templo de dentro e de fora, e até toda a parede em redor, por dentro e por fora, tudo com medidas, 18. e foi feito com querubins e palmeiras, de maneira que cada palmeira estava entre querubim e querubim, e cada querubim tinha dois rostos, 19. a saber, um rosto de homem olhava para a palmeira de uma banda, e um rosto de leãozinho, para a palmeira da outra; assim foi feito por toda a casa em redor. 20. Desde o chão até acima da entrada, estavam feitos os querubins e as palmeiras, como também pela parede do templo. 21. As ombreiras do templo eram quadradas, e, no tocante à dianteira do santuário, a feição de uma era como a feição da outra. 22. O altar de madeira era de três côvados de altura, e o seu comprimento, de dois côvados, e tinha as suas esquinas; e o seu fundamento e as suas paredes eram de madeira; e me disse: Esta é a mesa que está perante a face do SENHOR. 23. E o templo e o santuário, ambos tinham duas portas. 24. E havia dois batentes para as portas, dois batentes volantes; dois para uma porta, e dois batentes para a outra. 25. E foram feitos nelas, nas portas do templo, querubins e palmeiras, como estavam feitos nas paredes, e havia uma trave grossa de madeira na dianteira do vestíbulo por fora. 26. E havia janelas estreitas e palmeiras, de uma e de outra banda nos lados do vestíbulo, como também nas câmaras do templo e nas grossas traves. Ezequiel 42 1. Depois disso, fez-me sair para fora, ao átrio exterior, para a banda do caminho do norte; e me levou às câmaras que estavam defronte do largo vazio e que estavam defronte do edifício, da banda do norte. 2. Do comprimento de cem côvados era a entrada do norte; e a largura era de cinqüenta côvados. 3. Em frente dos vinte côvados, que tinha o átrio interior, e em frente do pavimento que tinha o átrio exterior, havia galeria contra galeria em três andares. 4. E diante das câmaras havia um passeio de dez côvados de largo, da banda de dentro, e um caminho de um côvado; e as suas entradas eram para o lado do norte. 5. E as câmaras de cima eram mais estreitas; porque as galerias tomavam aqui mais espaço do que nas de baixo e nas do meio do edifício. 6. Porque elas eram de três andares e não tinham colunas como as colunas dos átrios; por isso, desde o chão se iam estreitando mais do que as de baixo e as do meio. 7. E o muro que estava por fora, defronte das câmaras, no caminho do átrio exterior, diante das câmaras, tinha cinqüenta côvados de comprimento. 8. Porque o comprimento das câmaras, que estavam no átrio exterior, era de cinqüenta côvados; e eis que defronte do templo havia cem côvados. 9. E da parte de baixo destas câmaras estava a entrada do lado do oriente, quando se entra nelas pelo átrio exterior. 10. Na largura do muro do átrio para o caminho do oriente, diante do lugar separado, e diante do edifício, havia também câmaras. 11. E o caminho de diante delas era da feição das câmaras e olhava para o caminho do norte; conforme o seu comprimento, assim era a sua largura; e todas as suas saídas eram também conforme as suas feições e conforme as suas entradas. 12. E conforme as entradas das câmaras, que olhavam para o caminho do sul, havia também uma entrada do topo do caminho, do caminho diante do muro direito, para o caminho do oriente, quando se entra por elas. 13. Então, me disse: As câmaras do norte e as câmaras do sul, que estão diante do lugar separado, são câmaras santas, em que os sacerdotes, que se chegam ao SENHOR, comerão as coisas mais santas; ali porão as coisas mais santas, e as ofertas de comer, e a expiação pelo pecado, e a expiação pela culpa; porque o lugar é santo. 14. Quando os sacerdotes entrarem, não sairão do santuário para o átrio exterior, mas porão ali as suas vestiduras com que ministraram, porque elas são santidade; e vestir-se-ão de outras vestiduras e assim se aproximarão do lugar pertencente ao povo. 15. E, acabando ele de medir o templo interior, ele me fez sair pelo caminho da porta cuja face olha para o caminho do oriente; e mediu em redor. 16. Mediu a banda oriental com a cana de medir: quinhentas canas com a cana de medir ao redor. 17. Mediu a banda do norte: quinhentas canas com a cana de medir ao redor. 18. A banda do sul também mediu: quinhentas canas com a cana de medir. 19. Deu uma volta para a banda do ocidente e mediu quinhentas canas com a cana de medir. 20. Mediu pelas quatro bandas; e tinha um muro em redor, de quinhentas canas de comprimento e quinhentas de largura, para fazer separação entre o santo e o profano. Ezequiel 43 1. Então, me levou à porta, à porta que olha para o caminho do oriente. 2. E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória. 3. E o aspecto da visão que vi era como o da visão que eu tinha visto quando vim destruir a cidade; e eram as visões como a que vi junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto. 4. E a glória do SENHOR entrou no templo pelo caminho da porta cuja face está para o lado do oriente. 5. E levantou-me o Espírito e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do SENHOR encheu o templo. 6. E ouvi uma voz que me foi dirigida de dentro do templo; e um homem se pôs junto de mim 7. e me disse: Filho do homem, este é o lugar do meu trono e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome santo, nem eles nem os seus reis, com as suas prostituições e com os cadáveres dos seus reis, nos seus altos, 8. pondo o seu umbral ao pé do meu umbral e a sua ombreira junto à minha ombreira, e havendo uma parede entre mim e entre eles; e contaminaram o meu santo nome com as suas abominações que faziam; por isso, eu os consumi na minha ira. 9. Agora, lancem eles para longe de mim a sua prostituição e os cadáveres dos seus reis, e habitarei no meio deles para sempre. 10. Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel esta casa, para que se envergonhe das suas maldades; sirva-lhe ela de modelo. 11. E, envergonhando-se eles de tudo quanto fizeram, faze-lhes saber a forma desta casa, e a sua figura, e as suas saídas, e as suas entradas, e todas as suas formas, e todos os seus estatutos, e todas as suas formas, e todas as suas leis; e escreve isto aos seus olhos, para que guardem toda a sua forma e todos os seus estatutos e os cumpram. 12. Esta é a lei da casa. Sobre o cume do monte, todo o seu contorno em redor será santíssimo; eis que esta é a lei da casa. 13. E estas são as medidas do altar, por côvados (o côvado é um côvado e quatro dedos); a parte inferior será de um côvado de altura e um côvado de largura, e a sua borda, em todo o seu contorno, de um palmo; e esta é a base do altar. 14. Do fundo, desde a terra até à listra de baixo, dois côvados, e de largura, um côvado; e, desde a pequena listra até à listra grande, quatro côvados, e a largura, um côvado. 15. E o Harel, de quatro côvados; e, desde o Ariel até cima, havia quatro chifres. 16. E o Ariel terá doze côvados de comprimento e doze de largura, quadrado nos quatro lados. 17. E a listra, catorze côvados de comprimento e catorze de largura, nos seus quatro lados; e o contorno, ao redor dela, de meio côvado, e o fundo dela, de um côvado, ao redor; e os seus degraus olhavam para o oriente. 18. E me disse: Filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ: Estes são os estatutos do altar, no dia em que o farão, para oferecerem sobre ele holocausto e para espalharem sobre ele sangue. 19. E aos sacerdotes levitas, que são da semente de Zadoque, que se chegam a mim (diz o Senhor JEOVÁ) para me servirem, darás um bezerro, para expiação do pecado. 20. E tomarás do seu sangue, e o porás sobre os seus quatro ângulos, e, nas quatro esquinas da listra e no contorno ao redor, assim farás a purificação e a expiação. 21. Então, tomarás o bezerro da expiação do pecado, o qual será queimado no lugar da casa para isso ordenado, fora do santuário. 22. E, no segundo dia, oferecerás um bode sem mancha, para expiação do pecado; e purificarão o altar, como o purificaram com o bezerro. 23. E, acabando tu de o purificar, oferecerás um bezerro sem mancha e um carneiro do rebanho sem mancha. 24. E os oferecerás perante a face do SENHOR; e os sacerdotes deitarão sal sobre eles e os oferecerão em holocausto ao SENHOR. 25. Durante sete dias, prepararás cada dia um bode para expiação; também prepararão um bezerro, e um carneiro do rebanho sem mancha. 26. Por sete dias, expiarão o altar, e o purificarão, e assim o consagrarão. 27. E, cumprindo eles estes dias, será que, ao oitavo dia e dali em diante, prepararão os sacerdotes sobre o altar os vossos holocaustos e os vossos sacrifícios pacíficos; e eu me deleitarei em vós, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 44 1. Então, me fez voltar para o caminho da porta do santuário exterior, que olha para o oriente, a qual estava fechada. 2. E disse-me o SENHOR: Esta porta estará fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o SENHOR, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, estará fechada. 3. Quanto ao príncipe, ele ali se assentará como príncipe, para comer o pão diante do SENHOR; pelo caminho do vestíbulo da porta entrará e por esse mesmo caminho sairá. 4. Depois, me levou pelo caminho da porta do norte, diante da casa; e olhei, e eis que a glória do SENHOR encheu a Casa do SENHOR; então, caí sobre o meu rosto. 5. E disse-me o SENHOR: Filho do homem, pondera no teu coração, e vê com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos tudo quanto eu te disser de todos os estatutos da Casa do SENHOR e de todas as suas leis; e considera no teu coração a entrada da casa, com todas as saídas do santuário. 6. E dize aos rebeldes, à casa de Israel: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Bastem-vos todas as vossas abominações, ó casa de Israel! 7. Porquanto chamastes estranhos, incircuncisos de coração e incircuncisos de carne, para estarem no meu santuário, para o profanarem em minha casa, quando oferecereis o meu pão, a gordura e o sangue; e eles invalidaram o meu concerto, por causa de todas as vossas abominações. 8. E não guardastes a ordenança das minhas coisas sagradas; antes, vos constituístes a vós mesmos guardas da minha ordenança no meu santuário. 9. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Nenhum estranho, incircunciso de coração ou incircunciso de carne, entrará no meu santuário, dentre os estranhos que se acharem no meio dos filhos de Israel. 10. Mas os levitas que se apartaram para longe de mim, quando Israel andava errado, que andavam transviados, desviados de mim, para irem atrás dos seus ídolos, bem levarão sobre si a sua iniqüidade. 11. Contudo, serão ministros do meu santuário, nos cargos das portas da casa, e servirão à casa; eles degolarão o holocausto e o sacrifício para o povo e estarão perante ele, para lhe servir. 12. Porque lhes ministraram diante dos seus ídolos, e serviram à casa de Israel de tropeço de maldade; por isso, eu levantei a mão sobre eles, diz o Senhor JEOVÁ, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade. 13. E não se chegarão a mim, para me servirem no sacerdócio, nem se chegarão a nenhuma de todas as minhas coisas sagradas, à Santidade das Santidades, mas levarão sobre si a sua vergonha e as suas abominações que cometeram. 14. Contudo, eu os constituirei guardas da ordenança da casa, em todo o seu serviço e em tudo o que nela se fizer. 15. Mas os sacerdotes levíticos, os filhos de Zadoque, que guardaram a ordenança do meu santuário, quando os filhos de Israel se extraviaram de mim, se chegarão a mim, para me servirem, e estarão diante de mim, para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o Senhor JEOVÁ. 16. Eles entrarão no meu santuário, e se chegarão à minha mesa, para me servirem, e guardarão a minha ordenança. 17. E será que, quando entrarem pelas portas do átrio interior, se vestirão de vestiduras de linho; e não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, dentro da casa. 18. Coifas de linho estarão sobre a sua cabeça, e calções de linho estarão sobre os seus rins; não se cingirão de modo que lhes venha suor. 19. E, saindo eles ao átrio exterior, ao povo, no átrio exterior, despirão as suas vestiduras com que ministraram, e as porão nas santas câmaras, e se vestirão de outras vestes, para que não santifiquem o povo estando com as suas vestiduras. 20. E a cabeça não raparão, nem deixarão crescer o cabelo; antes, como convém, tosquiarão a sua cabeça. 21. E nenhum sacerdote beberá vinho quando entrar no átrio interior. 22. E eles não se casarão nem com viúva nem com repudiada, mas tomarão virgens da linhagem da casa de Israel ou viúva que for viúva de sacerdote. 23. E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o impuro e o puro. 24. E, quando houver pleito, eles assistirão a ele para o julgarem; pelos meus juízos o julgarão; e as minhas leis e os meus estatutos em todas as minhas solenidades guardarão e os meus sábados santificarão. 25. E eles não se aproximarão de nenhuma pessoa morta, porque se contaminariam; somente por pai, ou por mãe, ou por filho, ou por filha, ou por irmão, ou por irmã que não tiver marido, se poderão contaminar. 26. E, depois da sua purificação, lhe contarão sete dias. 27. E, no dia em que ele entrar no lugar santo, no átrio interior, para ministrar no lugar santo, oferecerá a sua expiação pelo pecado, diz o Senhor JEOVÁ. 28. Eles terão uma herança; eu serei a sua herança; não lhes dareis, portanto, possessão em Israel; eu sou a sua possessão. 29. E a oferta de manjares, e o sacrifício pelo pecado, e o sacrifício pela culpa eles comerão; e toda coisa consagrada em Israel será deles. 30. E as primícias de todos os primeiros frutos de tudo e toda oferta de todas as vossas ofertas serão dos sacerdotes; também as primeiras das vossas massas dareis ao sacerdote, para que faça repousar a bênção sobre a tua casa. 31. Nenhuma coisa que tenha morrido ou tenha sido arrebatada de aves e de animais comerão os sacerdotes. Ezequiel 45 1. Quando, pois, repartirdes a terra por sortes em herança, oferecereis uma oferta ao SENHOR, um lugar santo da terra; o comprimento será de vinte e cinco mil canas, e a largura, de dez mil; este será santo em todo o seu contorno ao redor. 2. E será o santuário de quinhentas com mais quinhentas, em quadrado, e terá em redor um arrabalde de cinqüenta côvados. 3. E desta medida medirás um comprimento de vinte e cinco mil côvados e uma largura de dez mil; e ali estará o santuário e o lugar santíssimo. 4. Este será o lugar santo da terra; ele será para os sacerdotes, ministros do santuário, que dele se aproximam para servir ao SENHOR; e lhes servirá de lugar para casas e de lugar santo para o santuário. 5. E terão os levitas, ministros da casa, por possessão sua, vinte e cinco mil medidas de comprimento, para vinte câmaras. 6. E, para a possessão da cidade, de largura dareis cinco mil canas e de comprimento vinte e cinco mil, defronte da oferta santa, o que será para toda a casa de Israel. 7. O príncipe, porém, terá a sua parte desta e da outra banda da santa oferta e da possessão da cidade, diante da santa oferta e diante da possessão da cidade, na esquina ocidental para o ocidente, e na esquina oriental para o oriente; e será o comprimento, defronte de uma das partes, desde o termo ocidental até ao termo oriental. 8. E esta terra será a sua possessão em Israel; e os meus príncipes nunca mais oprimirão o meu povo; antes, deixarão a terra à casa de Israel, conforme as suas tribos. 9. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Basta já, ó príncipes de Israel; afastai a violência e a assolação, e praticai juízo e justiça, e tirai as vossas imposições do meu povo, diz o Senhor JEOVÁ. 10. Balanças justas, e efa justo, e bato justo tereis. 11. O efa e o bato serão de uma mesma medida, de maneira que o bato contenha a décima parte do ômer, e o efa a décima parte do ômer; conforme o ômer, será a sua medida. 12. E o siclo será de vinte geras; vinte siclos, mais vinte e cinco siclos, mais quinze siclos vos servirão de um arrátel. 13. Esta será a oferta que haveis de fazer: a sexta parte de um efa de cada ômer de trigo; também dareis a sexta parte de um efa de cada ômer de cevada. 14. Quanto ao estatuto do azeite, de cada bato de azeite oferecereis a décima parte do bato tirado de um coro, que é um ômer de dez batos; porque dez batos fazem um ômer. 15. E um cordeiro do rebanho, de cada duzentos, da mais regada terra de Israel, para oferta de manjares, e para holocausto, e para sacrifício pacífico; para que façam expiação por eles, diz o Senhor JEOVÁ. 16. Todo o povo da terra concorrerá para esta oferta, pelo príncipe de Israel. 17. E estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações, nas festas, e nas luas novas, e nos sábados, e em todas as solenidades da casa de Israel; ele fará a expiação pelo pecado, e a oferta de manjares, e o holocausto, e os sacrifícios pacíficos, para fazer expiação pela casa de Israel. 18. Assim diz o Senhor JEOVÁ: No primeiro mês, no primeiro dia do mês, tomarás um bezerro sem mancha e purificarás o santuário. 19. E o sacerdote tomará do sangue do sacrifício pela expiação e porá dele nas ombreiras da casa, e nas quatro esquinas da listra do altar, e nas ombreiras da porta do átrio interior. 20. Assim também farás no sétimo dia do mês, por causa dos que erram e por causa dos símplices; assim, expiareis a casa. 21. No primeiro mês, no dia catorze do mês, tereis a Páscoa, uma festa de sete dias; pão asmo se comerá. 22. E o príncipe no mesmo dia, por si e por todo o povo da terra, preparará um bezerro de expiação pelo pecado. 23. E, nos sete dias da festa, preparará um holocausto ao SENHOR, de sete bezerros e sete carneiros sem mancha, cada dia durante os sete dias; e o sacrifício de expiação de um bode cada dia. 24. Também preparará uma oferta de manjares: um efa para cada bezerro, e um efa para cada carneiro, e um him de azeite para cada efa. 25. No sétimo mês, no dia quinze do mês, na festa, fará o mesmo todos os sete dias, tanto o sacrifício pela expiação como o holocausto, e como a oferta de manjares, e como o azeite. Ezequiel 46 1. Assim diz o Senhor JEOVÁ: A porta do átrio interior, que olha para o oriente, estará fechada durante os seis dias, que são de trabalho; mas, no dia de sábado, ela se abrirá; também no dia da lua nova se abrirá. 2. E o príncipe entrará pelo caminho do vestíbulo da porta, por fora, e permanecerá junto da ombreira da porta; e os sacerdotes prepararão o seu holocausto e os seus sacrifícios pacíficos, e ele se prostrará no umbral da porta e sairá; mas a porta não se fechará até à tarde. 3. E o povo da terra se prostrará à entrada da mesma porta, nos sábados e nas luas novas, diante do SENHOR. 4. E o holocausto, que o príncipe oferecer ao SENHOR, serão, no dia de sábado, seis cordeiros sem mancha e um carneiro sem mancha. 5. E a oferta de manjares será um efa pelo carneiro; e, pelo cordeiro, a oferta de manjares será o que puder dar; e de azeite um him para cada efa. 6. Mas, no dia da lua nova, será um bezerro sem mancha, e seis cordeiros, e um carneiro; eles serão sem mancha. 7. E preparará por oferta de manjares um efa pelo bezerro e um efa pelo carneiro, mas, pelos cordeiros, conforme o que alcançar a sua mão; e um him de azeite para um efa. 8. E, quando entrar o príncipe, entrará pelo caminho do vestíbulo da porta e sairá pelo mesmo caminho. 9. Mas, quando vier o povo da terra perante a face do SENHOR nas solenidades, aquele que entrar pelo caminho da porta do norte, para adorar, sairá pelo caminho da porta do sul; e aquele que entrar pelo caminho da porta do sul sairá pelo caminho da porta do norte; não tornará pelo caminho da porta por onde entrou, mas sairá pela que está em frente dele. 10. E o príncipe entrará no meio deles, quando eles entrarem; e, saindo eles, sairão todos. 11. E, nas festas e nas solenidades, será a oferta de manjares um efa pelo bezerro e um efa pelo carneiro; mas, pelos cordeiros, o que puder dar; e de azeite, um him para um efa. 12. E, quando o príncipe fizer oferta voluntária de holocaustos ou de sacrifício pacífico como oferta voluntária ao SENHOR, então, lhe abrirão a porta que olha para o oriente, e fará ele o seu holocausto e os seus sacrifícios pacíficos, como houver feito no dia de sábado; e sairá, e se fechará a porta depois de ele sair. 13. E prepararás um cordeiro de um ano, sem mancha, em holocausto ao SENHOR, cada dia; todas as manhãs o prepararás. 14. E, juntamente com ele, prepararás uma oferta de manjares para o SENHOR todas as manhãs, a sexta parte de um efa e, de azeite, a terça parte de um him, para misturar com a flor de farinha; isto é estatuto perpétuo e contínuo. 15. Assim, prepararão o cordeiro, e a oferta de manjares, e o azeite, todas as manhãs, em holocausto contínuo. 16. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Quando o príncipe der um presente a algum de seus filhos, é sua herança, pertencerá a seus filhos; será possessão deles por herança. 17. Mas, dando ele um presente da sua herança a algum dos seus servos, será deste até ao ano da liberdade; então, tornará para o príncipe, porque herança dele é; seus filhos, eles a herdarão. 18. E o príncipe não tomará nada da herança do povo, não os esbulhará da sua possessão; da sua própria possessão, deixará herança a seus filhos, para que o meu povo não seja retirado, cada um da sua possessão. 19. Depois disso, me trouxe pela entrada que estava ao lado da porta, às câmaras santas dos sacerdotes, as quais olhavam para o norte; e eis que ali havia um lugar em ambos os lados, para a banda do ocidente. 20. E ele me disse: Este é o lugar onde os sacerdotes cozerão o sacrifício pela culpa e o sacrifício pelo pecado e onde cozerão a oferta de manjares, para que a não tragam ao átrio exterior para santificarem o povo. 21. Então, me levou para fora, para o átrio exterior, e me fez passar às quatro esquinas do átrio; e eis que em cada esquina do átrio havia outro átrio. 22. Nas quatro esquinas do átrio, havia átrios fechados, com chaminés de quarenta côvados de comprimento e de trinta de largura; estas quatro esquinas tinham uma mesma medida. 23. E um muro havia ao redor delas, ao redor das quatro; e havia cozinhas feitas por baixo dos muros ao redor. 24. E me disse: Estas são as casas dos cozinheiros, onde os ministros da casa cozerão o sacrifício do povo. Ezequiel 47 1. Depois disso, me fez voltar à entrada da casa, e eis que saíam umas águas de debaixo do umbral da casa, para o oriente; porque a face da casa olhava para o oriente, e as águas vinham de baixo, desde a banda direita da casa, da banda do sul do altar. 2. E ele me tirou pelo caminho da porta do norte e me fez dar uma volta pelo caminho de fora, até a porta exterior, pelo caminho que olha para o oriente; e eis que corriam umas águas desde a banda direita. 3. Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos tornozelos. 4. E mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos. 5. E mediu mais mil e era um ribeiro, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, ribeiro pelo qual não se podia passar. 6. E me disse: Viste, filho do homem? Então, me levou e me tornou a trazer à margem do ribeiro. 7. E, tornando eu, eis que à margem do ribeiro havia uma grande abundância de árvores, de uma e de outra banda. 8. Então, me disse: Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar; e, sendo levadas ao mar, sararão as águas. 9. E será que toda criatura vivente que vier por onde quer que entrarem esses dois ribeiros viverá, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão essas águas e sararão, e viverá tudo por onde quer que entrar esse ribeiro. 10. Será também que os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o seu peixe, segundo a sua espécie, será como o peixe do mar Grande, em multidão excessiva. 11. Mas os seus charcos e os seus lamaceiros não sararão; serão deixados para sal. 12. E junto do ribeiro, à sua margem, de uma e de outra banda, subirá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto; nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de alimento, e a sua folha, de remédio. 13. Assim diz o Senhor JEOVÁ: Este será o termo conforme o qual tomareis a terra em herança, segundo as doze tribos de Israel. José terá duas partes. 14. E vós a herdareis, tanto um como o outro; pois sobre ela levantei a mão, para a dar a vossos pais; assim, que essa mesma terra vos cairá a vós em herança. 15. E este será o termo da terra, da banda do norte: desde o mar Grande, caminho de Hetlom, até à entrada de Zedade, 16. Hamate, Berota, Sibraim (que estão entre o termo de Damasco e entre o termo de Hamate) e a cidade de Hazer-Haticom (que está junto ao termo de Haurã). 17. E o termo desde o mar será Hazer-Enom, no termo de Damasco, e na direção do norte está o termo de Hamate; este será o termo do norte. 18. E o termo do oriente, entre Haurã, e Damasco, e Gileade, e a terra de Israel, será o Jordão; desde o termo do norte até ao mar do oriente medireis; este será o termo do oriente. 19. E o termo do sul será desde Tamar até às águas da contenda de Cades, junto ao ribeiro até ao mar Grande; este será o termo para o lado do sul. 20. E o termo do ocidente será o mar Grande, desde o termo do sul até à entrada de Hamate; este será o termo do ocidente. 21. Repartireis, pois, esta terra entre vós, segundo as tribos de Israel. 22. Será, porém, que a sorteareis para vossa herança e para a dos estrangeiros que peregrinam no meio de vós, que geraram filhos no meio de vós; e vos serão como naturais entre os filhos de Israel; convosco entrarão em herança, no meio das tribos de Israel. 23. E será que, na tribo em que peregrinar o estrangeiro, ali lhe dareis a sua herança, diz o Senhor JEOVÁ. Ezequiel 48 1. E estes são os nomes das tribos: desde a parte extrema do norte, da banda do caminho de Hetlom, vindo para Hamate, Hazer-Enom, no termo de Damasco, para o norte, ao pé de Hamate; e terão a banda do oriente e do ocidente; Dã, uma porção. 2. E, junto ao termo de Dã, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Aser, uma porção. 3. E, junto ao termo de Aser, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Naftali, uma porção. 4. E, junto ao termo de Naftali, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Manassés, uma porção. 5. E, junto ao termo de Manassés, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Efraim, uma porção. 6. E, junto ao termo de Efraim, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Rúben, uma porção. 7. E, junto ao termo de Rúben, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Judá, uma porção. 8. E, junto ao termo de Judá, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, será a oferta que haveis de fazer, de vinte e cinco mil canas de largura e do comprimento como uma das porções desde a banda do oriente até à banda do ocidente; e o santuário estará no meio dela. 9. A oferta que haveis de fazer ao SENHOR será do comprimento de vinte e cinco mil canas e da largura de dez mil. 10. E a oferta santa será dos sacerdotes; para o norte vinte e cinco mil canas de comprimento, e para o ocidente dez mil de largura, e para o oriente dez mil de largura, e para o sul vinte e cinco mil de comprimento; e o santuário do SENHOR estará no meio dela. 11. E será para os sacerdotes santificados dentre os filhos de Zadoque, que guardaram a minha ordenança, que não andaram errados, quando os filhos de Israel se extraviaram, como se extraviaram os outros levitas. 12. E o oferecido da oferta da terra lhes será Santidade das Santidades, junto ao termo dos levitas. 13. E os levitas terão, consoante o termo dos sacerdotes, vinte e cinco mil canas de comprimento e de largura dez mil; todo o comprimento será vinte e cinco mil, e a largura, dez mil. 14. E não venderão nada disso, nem trocarão, nem transferirão as primícias da terra, porque é santidade ao SENHOR. 15. Mas as cinco mil, as que ficaram da largura diante das vinte e cinco mil, ficarão para o uso da cidade, para habitação e para arrabaldes; e a cidade estará no meio. 16. E estas serão as suas medidas: a banda do norte, de quatro mil e quinhentas canas, e a banda do sul, de quatro mil e quinhentas, e a banda do oriente, de quatro mil e quinhentas, e a banda do ocidente, de quatro mil e quinhentas. 17. E os arrabaldes da cidade serão, para o norte, de duzentas e cinqüenta canas, e, para o sul, de duzentas e cinqüenta, e, para o oriente, de duzentas e cinqüenta, e, para o ocidente, de duzentas e cinqüenta. 18. E, quanto ao que ficou do resto do comprimento, paralela à santa oferta, será dez mil para o oriente, e dez mil, para o ocidente; e corresponderá à santa oferta; e a sua novidade será para sustento daqueles que servem à cidade. 19. E os que servem à cidade servir-lhe-ão dentre todas as tribos de Israel. 20. Toda a oferta será de vinte e cinco mil canas com mais vinte e cinco mil em quadrado; oferecereis a santa oferta, com a possessão da cidade. 21. E o que restar será para o príncipe; desta e da outra banda da santa oferta e da possessão da cidade, diante das vinte e cinco mil canas da oferta, na direção do termo do oriente e do ocidente, diante das vinte e cinco mil, na direção do termo do ocidente, correspondente às porções, será a parte do príncipe; e a oferta santa e o santuário da casa estarão no meio. 22. E, desde a possessão dos levitas e desde a possessão da cidade, no meio do que pertencer ao príncipe, entre o termo de Judá e o termo de Benjamim, será isso para o príncipe. 23. E, quanto ao resto das tribos, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Benjamim, uma porção. 24. E, junto ao termo de Benjamim, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Simeão, uma porção. 25. E, junto ao termo de Simeão, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Issacar, uma porção. 26. E, junto ao termo de Issacar, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Zebulom, uma porção. 27. E, junto ao termo de Zebulom, desde a banda do oriente até à banda do ocidente, Gade, uma porção. 28. E, junto ao termo de Gade, da banda do sul, o termo será desde Tamar até às águas da contenda de Cades, para o lado do ribeiro até ao mar Grande. 29. Esta é a terra que sorteareis em herança às tribos de Israel; e estas são as suas porções, diz o Senhor JEOVÁ. 30. E estas são as saídas da cidade, desde a banda do norte: quatro mil e quinhentas medidas. 31. E as portas da cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel: três portas para o norte: a porta de Rúben, uma, a porta de Judá, outra, a porta de Levi, outra; 32. da banda do oriente, quatro mil e quinhentas medidas e três portas, a saber: a porta de José, uma, a porta de Benjamim, outra, a porta de Dã, outra; 33. da banda do sul, quatro mil e quinhentas medidas e três portas: a porta de Simeão, uma, a porta de Issacar, outra, a porta de Zebulom, outra; 34. da banda do ocidente, quatro mil e quinhentas medidas e as suas três portas: a porta de Gade, uma, a porta de Aser, outra, a porta de Naftali, outra. 35. Dezoito mil medidas em redor; e o nome da cidade desde aquele dia será: O SENHOR Está Ali. Daniel 1 1. No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. 2. E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus. 3. E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, 4. jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus. 5. E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei. 6. E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. 7. E o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de Sadraque, e a Misael, o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-Nego. 8. E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar. 9. Ora, deu Deus a Daniel graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos. 10. E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos jovens que são vossos iguais? Assim, arriscareis a minha cabeça para com o rei. 11. Então, disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias: 12. Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos dêem legumes a comer e água a beber. 13. Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a aparência dos jovens que comem a porção do manjar do rei, e, conforme vires, te hajas com os teus servos. 14. E ele conveio nisso e os experimentou dez dias. 15. E, ao fim dos dez dias, pareceram os seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que todos os jovens que comiam porção do manjar do rei. 16. Desta sorte, o despenseiro tirou a porção do manjar deles e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes. 17. Ora, a esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos. 18. E, ao fim dos dias em que o rei tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor. 19. E o rei falou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, permaneceram diante do rei. 20. E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino. 21. E Daniel esteve até ao primeiro ano do rei Ciro. Daniel 2 1. E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, teve Nabucodonosor uns sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono. 2. E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei qual tinha sido o seu sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei. 3. E o rei lhes disse: Tive um sonho; e, para saber o sonho, está perturbado o meu espírito. 4. E os caldeus disseram ao rei em siríaco: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação. 5. Respondeu o rei e disse aos caldeus: O que foi me tem escapado; se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo; 6. mas, se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim presentes, e dádivas, e grande honra; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação. 7. Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a sua interpretação. 8. Respondeu o rei e disse: Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que o que eu sonhei me tem escapado. 9. Por conseqüência, se me não fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo; portanto, dizei-me o sonho, para que eu entenda que me podeis dar a sua interpretação. 10. Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, senhor ou dominador, que requeira coisa semelhante de algum mago, ou astrólogo, ou caldeu. 11. Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne. 12. Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia. 13. E saiu o decreto segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram Daniel e os seus companheiros, para que fossem mortos. 14. Então, Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia. 15. Respondeu e disse a Arioque, encarregado do rei: Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel. 16. E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação. 17. Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, 18. para que pedissem misericórdia ao Deus dos céus sobre este segredo, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. 19. Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu. 20. Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; 21. ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. 22. Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz. 23. Ó Deus de meus pais, eu te louvo e celebro porque me deste sabedoria e força; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei. 24. Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios da Babilônia; entrou e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e darei ao rei a interpretação. 25. Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e disse-lhe assim: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual fará saber ao rei a interpretação. 26. Respondeu o rei e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar): Podes tu fazer-me saber o sonho que vi e a sua interpretação? 27. Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem descobrir ao rei. 28. Mas há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça na tua cama são estas: 29. Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos ao que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela os segredos te fez saber o que há de ser. 30. E a mim me foi revelado este segredo, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei e para que entendesses os pensamentos do teu coração. 31. Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. 32. A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços, de prata; o seu ventre e as suas coxas, de cobre; 33. as pernas, de ferro; os seus pés, em parte de ferro e em parte de barro. 34. Estavas vendo isso, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. 35. Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o cobre, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra que feriu a estátua se fez um grande monte e encheu toda a terra. 36. Este é o sonho; também a interpretação dele diremos na presença do rei. 37. Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade. 38. E, onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo e aves do céu, ele tos entregou na tua mão e fez que dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro. 39. E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra. 40. E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará. 41. E, quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. 42. E, como os artelhos eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. 43. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro. 44. Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. 45. Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação. 46. Então, o rei Nabucodonosor caiu sobre o seu rosto, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e perfumes suaves. 47. Respondeu o rei a Daniel e disse: Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos segredos, pois pudeste revelar este segredo. 48. Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província de Babilônia, como também por principal governador de todos os sábios de Babilônia. 49. E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; mas Daniel estava às portas do rei. Daniel 3 1. O Rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta côvados, e a sua largura, de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilônia. 2. E o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os governadores das províncias, para que viessem à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado. 3. Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os presidentes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os governadores das províncias, para a consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado, e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado. 4. E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e gente de todas as línguas: 5. Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado. 6. E qualquer que se não prostrar e não a adorar será na mesma hora lançado dentro do forno de fogo ardente. 7. Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado. 8. Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus e acusaram os judeus. 9. E falaram e disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente! 10. Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música se prostraria e adoraria a estátua de ouro; 11. e qualquer que se não prostrasse e adorasse seria lançado dentro do forno de fogo ardente. 12. Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; esses homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem a estátua de ouro, que levantaste, adoraram. 13. Então, Nabucodonosor, com ira e furor, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E trouxeram a esses homens perante o rei. 14. Falou Nabucodonosor e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei? 15. Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se a não adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro do forno de fogo ardente; e quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos? 16. Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e disseram ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder sobre este negócio. 17. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. 18. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste. 19. Então, Nabucodonosor se encheu de furor, e se mudou o aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; falou e ordenou que o forno se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer. 20. E ordenou aos homens mais fortes que estavam no seu exército que atassem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, para os lançarem no forno de fogo ardente. 21. Então, aqueles homens foram atados com as suas capas, e seus calções, e seus chapéus, e suas vestes e foram lançados dentro do forno de fogo ardente. 22. E, porque a palavra do rei apertava, e o forno estava sobremaneira quente, a chama do fogo matou aqueles homens que levantaram a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. 23. E estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, caíram atados dentro do forno de fogo ardente. 24. Então, o rei Nabucodonosor se espantou e se levantou depressa; falou e disse aos seus capitães: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei. 25. Respondeu e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nada há de lesão neles; e o aspecto do quarto é semelhante ao filho dos deuses. 26. Então, se chegou Nabucodonosor à porta do forno de fogo ardente; falou e disse: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo. 27. E ajuntaram-se os sátrapas, e os prefeitos, e os presidentes, e os capitães do rei, contemplando estes homens, e viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles. 28. Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus. 29. Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro deus que possa livrar como este. 30. Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, na província de Babilônia. Daniel 4 1. Nabucodonosor, rei, a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada! 2. Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo. 3. Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas, as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio, de geração em geração. 4. Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa e florescente no meu palácio. 5. Tive um sonho, que me espantou; e as imaginações na minha cama e as visões da minha cabeça me turbaram. 6. Por mim, pois, se fez um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho. 7. Então, entraram os magos, os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante deles; mas não me fizeram saber a sua interpretação. 8. Mas, por fim, entrou na minha presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu contei o sonho diante dele: 9. Beltessazar, príncipe dos magos, eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum segredo te é difícil; dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua interpretação. 10. Eram assim as visões da minha cabeça, na minha cama: eu estava olhando e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande; 11. crescia essa árvore e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e foi vista até aos confins da terra. 12. A sua folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela, os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda carne se mantinha dela. 13. Estava vendo isso nas visões da minha cabeça, na minha cama; e eis que um vigia, um santo, descia do céu, 14. clamando fortemente e dizendo assim: Derribai a árvore, e cortai-lhe os ramos, e sacudi as suas folhas, e espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as aves dos seus ramos. 15. Mas o tronco, com as suas raízes, deixai na terra e, com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais na grama da terra. 16. Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de homem, e seja-lhe dado coração de animal; e passem sobre ele sete tempos. 17. Esta sentença é por decreto dos vigiadores, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens; e os dá a quem quer e até ao mais baixo dos homens constitui sobre eles. 18. Isso em sonho eu, rei Nabucodonosor, vi; tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação; todos os sábios do meu reino não puderam fazer-me saber a interpretação, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos. 19. Então, Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito quase uma hora, e os seus pensamentos o turbavam; falou, pois, o rei e disse: Beltessazar, não te espante o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar e disse: Senhor meu, o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação, para os teus inimigos. 20. A árvore que viste, que cresceu e se fez forte, cuja altura chegava até ao céu, e que foi vista por toda a terra; 21. cujas folhas eram formosas, e o seu fruto, abundante, e em que para todos havia mantimento; debaixo da qual moravam os animais do campo, e em cujos ramos habitavam as aves do céu, 22. és tu, ó rei, que cresceste e te fizeste forte; a tua grandeza cresceu e chegou até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra. 23. E, quanto ao que viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu e que dizia: Cortai a árvore e destruí-a, mas o tronco, com as suas raízes, deixai na terra e, com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos, 24. esta é a interpretação, ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor: 25. serás tirado de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. 26. E, quanto ao que foi dito, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina. 27. Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniqüidades, usando de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranqüilidade. 28. Todas essas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor. 29. Ao cabo de doze meses, andando a passear sobre o palácio real de Babilônia, 30. falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência? 31. Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino. 32. E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer. 33. Na mesma hora, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pêlo, como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves. 34. Mas, ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. 35. E todos os moradores da terra são reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão e lhe diga: Que fazes? 36. No mesmo tempo, me tornou a vir o meu entendimento, e para a dignidade do meu reino tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; e me buscaram os meus capitães e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino, e a minha glória foi aumentada. 37. Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba. Daniel 5 1. O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil. 2. Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas. 3. Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. 4. Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra. 5. Na mesma hora, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do castiçal, na estucada parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo. 6. Então, se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro. 7. E ordenou o rei, com força, que se introduzissem os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei e disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler esta escritura e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e será, no reino, o terceiro dominador. 8. Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação. 9. Então, o rei Belsazar perturbou-se muito, e mudou-se nele o seu semblante; e os seus grandes estavam sobressaltados. 10. A rainha, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete; e falou a rainha e disse: Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante. 11. Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores. 12. Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e ciência, e entendimento, interpretando sonhos, e explicando enigmas, e solvendo dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar; chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará interpretação. 13. Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá? 14. Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti e que a luz, e o entendimento, e a excelente sabedoria se acham em ti. 15. Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para lerem esta escritura, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras. 16. Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solver dúvidas; agora, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço, e no reino serás o terceiro dominador. 17. Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação. 18. Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino, e a grandeza, e a glória, e a magnificência. 19. E, por causa da grandeza que lhe deu, todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava e a quem queria dava a vida; e a quem queria engrandecia e a quem queria abatia. 20. Mas, quando o seu coração se exalçou e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória. 21. E foi tirado dentre os filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; fizeram-no comer erva como os bois, e pelo orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer constitui sobre eles. 22. E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso. 23. E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante ti, e tu, os teus grandes, as tuas mulheres e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste. 24. Então, dele foi enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura. 25. Esta, pois, é a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM. 26. Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou. 27. TEQUEL: Pesado foste na balança e foste achado em falta. 28. PERES: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas. 29. Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro dominador do reino. 30. Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. 31. E Dario, o medo, ocupou o reino, na idade de sessenta e dois anos. Daniel 6 1. E pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte presidentes, que estivessem sobre todo o reino; 2. e sobre eles três príncipes, dos quais Daniel era um, aos quais esses presidentes dessem conta, para que o rei não sofresse dano. 3. Então, o mesmo Daniel se distinguiu desses príncipes e presidentes, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino. 4. Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa. 5. Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus. 6. Então, estes príncipes e presidentes foram juntos ao rei e disseram-lhe assim: Ó rei Dario, vive eternamente! 7. Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, capitães e governadores tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões. 8. Agora, pois, ó rei, confirma o edito e assina a escritura, para que não seja mudada, conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar. 9. Por esta causa, o rei Dario assinou esta escritura e edito. 10. Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer. 11. Então, aqueles homens foram juntos e acharam Daniel orando e suplicando diante do seu Deus. 12. Então, se apresentaram e disseram ao rei: No tocante ao mandamento real, porventura não assinaste o edito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem, por espaço de trinta dias, e não a ti, ó rei, seria lançado na cova dos leões? Respondeu o rei e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar. 13. Então, responderam e disseram diante do rei: Daniel, que é dos transportados de Judá, não tem feito caso de ti, ó rei, nem do edito que assinaste; antes, três vezes por dia faz a sua oração. 14. Ouvindo, então, o rei o negócio, ficou muito penalizado e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo; e até ao pôr-do-sol trabalhou por salvá-lo. 15. Então, aqueles homens foram juntos ao rei e disseram ao rei: Sabe, ó rei, que é uma lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou ordenança, que o rei determine, se pode mudar. 16. Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará. 17. E foi trazida uma pedra e foi posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que se não mudasse a sentença acerca de Daniel. 18. Então, o rei dirigiu-se para o seu palácio, e passou a noite em jejum, e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono. 19. E, pela manhã cedo, se levantou e foi com pressa à cova dos leões. 20. E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e, falando o rei, disse a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões? 21. Então, Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre! 22. O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum. 23. Então, o rei muito se alegrou em si mesmo e mandou tirar a Daniel da cova; assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus. 24. E ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos. 25. Então, o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e gente de diferentes línguas, que moram em toda a terra: A paz vos seja multiplicada! 26. Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e para sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu domínio é até ao fim. 27. Ele livra, e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele livrou Daniel do poder dos leões. 28. Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa. Daniel 7 1. No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho e relatou a suma das coisas. 2. Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu combatiam no mar grande. 3. E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. 4. O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem. 5. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. 6. Depois disso, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também esse animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio. 7. Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas. 8. Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente. 9. Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa lã; o seu trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente. 10. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros. 11. Então, estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que provinha da ponta; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo, desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo. 12. E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada prolongação de vida até certo espaço de tempo. 13. Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. 14. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído. 15. Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me espantavam. 16. Cheguei-me a um dos que estavam perto e pedi-lhe a verdade acerca de tudo isso. E ele me disse e fez-me saber a interpretação das coisas. 17. Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra. 18. Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade. 19. Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, e as suas unhas, de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava; 20. e também das dez pontas que tinha na cabeça e da outra que subia, de diante da qual caíram três, daquela ponta, digo, que tinha olhos, e uma boca que falava grandiosamente, e cuja aparência era mais firme do que o das suas companheiras. 21. Eu olhava, e eis que essa ponta fazia guerra contra os santos e os vencia. 22. Até que veio o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. 23. Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. 24. E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis. 25. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo. 26. Mas o juízo estabelecer-se-á, e eles tirarão o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim. 27. E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão. 28. Aqui findou a visão. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me espantavam, e mudou-se em mim o meu semblante; mas guardei essas coisas no meu coração. Daniel 8 1. No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio. 2. E vi na visão (acontecendo, quando vi, que eu estava na cidadela de Susã, na província de Elão), vi, pois, na visão, que eu estava junto ao rio Ulai. 3. E levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta do que a outra; e a mais alta subiu por último. 4. Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o meio-dia; e nenhuns animais podiam estar diante dele, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade e se engrandecia. 5. E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta notável entre os olhos; 6. dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força. 7. E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se contra ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante dele; e o lançou por terra e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão. 8. E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu. 9. E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa. 10. E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a alguns do exército e das estrelas deitou por terra e os pisou. 11. E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra. 12. E o exército lhe foi entregue, com o sacrifício contínuo, por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra; fez isso e prosperou. 13. Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? 14. E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado. 15. E aconteceu que, havendo eu, Daniel, visto a visão, busquei entendê-la e eis que se me apresentou diante uma como semelhança de homem. 16. E ouvi uma voz de homem nas margens do Ulai, a qual gritou e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão. 17. E veio perto de onde eu estava; e, vindo ele, fiquei assombrado e caí sobre o meu rosto; mas ele me disse: Entende, filho do homem, porque esta visão se realizará no fim do tempo. 18. E, estando ele falando comigo, caí com o meu rosto em terra, adormecido; ele, pois, me tocou e me fez estar em pé. 19. E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque ela se exercerá no determinado tempo do fim. 20. Aquele carneiro que viste com duas pontas são os reis da Média e da Pérsia; 21. mas o bode peludo é o rei da Grécia; e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro; 22. o ter sido quebrada, levantando-se quatro em lugar dela, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, mas não com a força dela. 23. Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, se levantará um rei, feroz de cara, e será entendido em adivinhações. 24. E se fortalecerá a sua força, mas não pelo seu próprio poder; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os fortes e o povo santo. 25. E, pelo seu entendimento, também fará prosperar o engano na sua mão; e, no seu coração, se engrandecerá, e, por causa da tranqüilidade, destruirá muitos, e se levantará contra o príncipe dos príncipes, mas, sem mão, será quebrado. 26. E a visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira; tu, porém, cerra a visão, porque só daqui a muitos dias se cumprirá. 27. E eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias; então, levantei-me e tratei do negócio do rei; e espantei-me acerca da visão, e não havia quem a entendesse. Daniel 9 1. No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, 2. no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos. 3. E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza. 4. E orei ao SENHOR, meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; 5. pecamos, e cometemos iniqüidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; 6. e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra. 7. A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, a confusão do rosto, como se vê neste dia; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel; aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa da sua prevaricação, com que prevaricaram contra ti. 8. Ó SENHOR, a nós pertence a confusão do rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes e a nossos pais, porque pecamos contra ti. 9. Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos contra ele 10. e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu pela mão de seus servos, os profetas. 11. Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso, a maldição, o juramento que está escrito na Lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque pecamos contra ele. 12. E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto nunca debaixo de todo o céu aconteceu como em Jerusalém. 13. Como está escrito na Lei de Moisés, todo aquele mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do SENHOR, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades e para nos aplicarmos à tua verdade. 14. Por isso, o SENHOR vigiou sobre o mal e o trouxe sobre nós; porque justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz. 15. Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa e ganhaste para ti nome, como se vê neste dia, pecamos; procedemos impiamente. 16. Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós. 17. Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor. 18. Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos e ouve; abre os teus olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. 19. Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e opera sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome. 20. Estando eu ainda falando, e orando, e confessando o meu pecado e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, 21. estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde. 22. E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido. 23. No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra e entende a visão. 24. Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos. 25. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26. E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. 27. E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. Daniel 10 1. No ano terceiro de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome se chama Beltessazar; e a palavra é verdadeira e trata de uma guerra prolongada; e ele entendeu essa palavra e teve entendimento da visão. 2. Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas. 3. Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas. 4. E, no dia vinte e quatro do primeiro mês, eu estava à borda do grande rio Hidéquel; 5. e levantei os meus olhos, e olhei, e vi um homem vestido de linho, e os seus lombos, cingidos com ouro fino de Ufaz. 6. E o seu corpo era como turquesa, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos, como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés, como cor de bronze açacalado; e a voz das suas palavras, como a voz de uma multidão. 7. E só eu, Daniel, vi aquela visão; os homens que estavam comigo não a viram; não obstante, caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se. 8. Fiquei, pois, eu só e vi esta grande visão, e não ficou força em mim; e transmudou-se em mim a minha formosura em desmaio, e não retive força alguma. 9. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo a voz das suas palavras, eu caí com o meu rosto em terra, profundamente adormecido. 10. E eis que uma mão me tocou e fez que me movesse sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos. 11. E me disse: Daniel, homem mui desejado, está atento às palavras que te vou dizer e levanta-te sobre os teus pés; porque eis que te sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, eu estava tremendo. 12. Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia, em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. 13. Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. 14. Agora, vim para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias. 15. E, falando ele comigo essas palavras, abaixei o meu rosto e emudeci. 16. E eis que uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então, abri a minha boca, e falei, e disse àquele que estava diante de mim: Senhor meu, por causa da visão, sobrevieram-me dores, e não me ficou força alguma. 17. Como, pois, pode o servo deste meu senhor falar com aquele meu senhor? Porque, quanto a mim, desde agora não resta força em mim, e não ficou em mim fôlego. 18. E uma como semelhança de um homem me tocou outra vez e me confortou. 19. E disse: Não temas, homem mui desejado! Paz seja contigo! Anima-te, sim, anima-te! E, falando ele comigo, esforcei-me e disse: Fala, meu senhor, porque me confortaste. 20. E disse: Sabes porque eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia. 21. Mas eu te declararei o que está escrito na escritura da verdade; e ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe. Daniel 11 1. Eu, pois, no primeiro ano de Dario, medo, levantei-me para o animar e fortalecer. 2. E, agora, te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de grandes riquezas mais do que todos; e, esforçando-se com as suas riquezas, agitará todos contra o reino da Grécia. 3. Depois, se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver. 4. Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o poder com que reinou, porque o seu reino será arrancado e passará a outros. 5. E se fortalecerá o rei do Sul, e um de seus príncipes; e este se fortalecerá mais do que ele e reinará, e domínio grande será o seu domínio. 6. Mas, ao cabo de anos, eles se aliarão; e a filha do rei do Sul virá ao rei do Norte para fazer um tratado; mas não conservará a força de seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos. 7. Mas, do renovo das suas raízes, um se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e entrará nas fortalezas do rei do Norte, e operará contra elas, e prevalecerá. 8. E também os seus deuses, com a multidão das suas imagens, com os seus utensílios preciosos de prata e ouro, levará cativos para o Egito; e, por alguns anos, ele persistirá contra o rei do Norte. 9. E entrará no reino do rei do Sul e tornará para a sua terra. 10. Mas seus filhos intervirão e reunirão grande número de exércitos; e um deles virá apressadamente, e inundará, e passará; e, voltando, levará a guerra até à sua fortaleza. 11. Então, o rei do Sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do Norte; ele porá em campo grande multidão, e a multidão será entregue nas suas mãos. 12. E, aumentando a multidão, o seu coração se exaltará; mas, ainda que derribará muitos milhares, não prevalecerá. 13. Porque o rei do Norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira, e, ao cabo de tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e com muita fazenda. 14. E, naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do Sul; e os filhos dos prevaricadores do teu povo se levantarão para confirmar a visão; mas eles cairão. 15. E o rei do Norte virá, e levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do Sul não poderão subsistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força que possa subsistir. 16. O que, pois, há de vir contra ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá permanecer diante dele; e estará na terra gloriosa, e por sua mão se fará destruição. 17. E porá o seu rosto para vir com a força de todo o seu reino, e com ele os retos, e fará o que lhe aprouver; e lhe dará uma filha das mulheres, para a corromper; mas ela não subsistirá, nem será para ele. 18. Depois, virará o seu rosto para as ilhas e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra ele e ainda fará tornar sobre ele o seu opróbrio. 19. Virará, então, o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará, e cairá, e não será achado. 20. E, em seu lugar, se levantará quem fará passar um arrecadador pela glória real; mas em poucos dias será quebrantado, e isso sem ira e sem batalha. 21. Depois, se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente e tomará o reino com engano. 22. E, com os braços de uma inundação, serão arrancados de diante dele; e serão quebrantados, como também o príncipe do concerto. 23. E, depois do concerto com ele, usará de engano; e subirá e será fortalecido com pouca gente. 24. Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; repartirá entre eles a presa, e os despojos, e a riqueza e formará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo. 25. E suscitará a sua força e o seu coração contra o rei do Sul, com um grande exército, e o rei do Sul se envolverá na guerra com um grande e mui poderoso exército; mas não subsistirá, porque formarão projetos contra ele. 26. E os que comerem os seus manjares o quebrantarão; e o exército dele se derramará, e cairão muitos traspassados. 27. Também esses dois reis terão o coração atento para fazerem o mal e a uma mesma mesa falarão a mentira; ela, porém, não prosperará, porque o fim há de ser no tempo determinado. 28. Então, tornará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração será contra o santo concerto; e fará o que lhe aprouver e tornará para a sua terra. 29. No tempo determinado, tornará a vir contra o Sul; mas não será na última vez como foi na primeira. 30. Porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; e voltará, e se indignará contra o santo concerto, e fará como lhe apraz; e ainda voltará e atenderá aos que tiverem desamparado o santo concerto. 31. E sairão a ele uns braços, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o contínuo sacrifício, estabelecendo a abominação desoladora. 32. E aos violadores do concerto ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se esforçará e fará proezas. 33. E os sábios entre o povo ensinarão a muitos; todavia, cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias. 34. E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas. 35. E alguns dos sábios cairão para serem provados, e purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda no tempo determinado. 36. E esse rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito. 37. E não terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá. 38. Mas ao deus das fortalezas honrará em seu lugar; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis. 39. E haver-se-á com os castelos fortes com o auxílio do deus estranho; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço. 40. E, no fim do tempo, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do Norte o acometerá com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nas terras, e as inundará, e passará. 41. E entrará também na terra gloriosa, e muitos países serão derribados, mas escaparão das suas mãos estes: Edom, e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom. 42. E estenderá a sua mão às terras, e a terra do Egito não escapará. 43. E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas desejáveis do Egito; e os líbios e os etíopes o seguirão. 44. Mas os rumores do Oriente e do Norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos. 45. E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas virá ao seu fim, e não haverá quem o socorra. Daniel 12 1. E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. 2. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno. 3. Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente. 4. E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. 5. E eu, Daniel, olhei, e eis que estavam outros dois, um desta banda, à beira do rio, e o outro da outra banda, à beira do rio. 6. E ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Que tempo haverá até ao fim das maravilhas? 7. E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, quando levantou a sua mão direita e a sua mão esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive eternamente, que depois de um tempo, de tempos e metade de um tempo, e quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo, todas essas coisas serão cumpridas. 8. Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu disse: Senhor meu, qual será o fim dessas coisas? 9. E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. 10. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão. 11. E, desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias. 12. Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias. 13. Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias. Oséias 1 1. Palavra do SENHOR que foi dita a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. 2. O princípio da palavra do SENHOR por Oséias; disse, pois, o SENHOR a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR. 3. E foi-se e tomou a Gomer, filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho. 4. E disse-lhe o SENHOR: Põe-lhe o nome de Jezreel; porque daqui a pouco visitarei o sangue de Jezreel sobre a casa de Jeú e farei cessar o reino da casa de Israel. 5. E será, naquele dia, que quebrarei o arco de Israel no vale de Jezreel. 6. E tornou ela a conceber e deu à luz uma filha; e ele disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ruama; porque eu não me tornarei mais a compadecer da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei. 7. Mas da casa de Judá me compadecerei e os salvarei pelo SENHOR, seu Deus; pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros. 8. E, depois de haver desmamado a Lo-Ruama, concebeu e deu à luz um filho. 9. E ele disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami, porque vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus. 10. Todavia, o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que, no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo. 11. E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si uma única cabeça, e subirão da terra; porque grande será o dia de Jezreel. Oséias 2 1. Dizei a vossos irmãos: Ami; e a vossas irmãs: Ruama. 2. Contendei com vossa mãe, contendei, porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido; e desvie ela as suas prostituições da sua face e os seus adultérios de entre os seus peitos. 3. Para que eu não a deixe despida, e a ponha como no dia em que nasceu, e a faça como um deserto, e a ponha como uma terra seca, e a mate à sede, 4. e não me compadeça de seus filhos, porque são filhos de prostituições. 5. Porque sua mãe se prostituiu, aquela que os concebeu houve-se torpemente porque diz: Irei atrás de meus namorados, que me dão o meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas. 6. Portanto, eis que cercarei o teu caminho com espinhos; e levantarei uma parede de sebe, para que ela não ache as suas veredas. 7. E irá em seguimento de seus amantes, mas não os alcançará; e buscá-los-á, mas não os achará; então, dirá: Ir-me-ei e tornar-me-ei a meu primeiro marido, porque melhor me ia, então, do que agora. 8. Ela, pois, não reconhece que eu lhe dei o grão, e o mosto, e o óleo e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal. 9. Portanto, tornar-me-ei e, a seu tempo, tirarei o meu grão e o meu mosto, no seu determinado tempo; e arrebatarei a minha lã e o meu linho, com que cobriam a sua nudez. 10. E, agora, descobrirei a sua vileza diante dos olhos dos seus namorados, e ninguém a livrará da minha mão. 11. E farei cessar todo o seu gozo, e as suas festas, e as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades. 12. E devastarei a sua vide e a sua figueira, de que ela diz: É esta a paga que me deram os meus amantes; eu, pois, farei delas um bosque, e as bestas-feras do campo as devorarão. 13. E sobre ela visitarei os dias de Baal, nos quais lhe queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas gargantilhas, e andou atrás de seus namorados, mas de mim se esqueceu, diz o SENHOR. 14. Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. 15. E lhe darei as suas vinhas dali e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias da sua mocidade e como no dia em que subiu da terra do Egito. 16. E acontecerá naquele dia, diz o SENHOR, que me chamarás: Meu marido e não me chamarás mais: Meu Baal. 17. E da sua boca tirarei os nomes de baalins, e os seus nomes não virão mais em memória. 18. E, naquele dia, farei por eles aliança com as bestas-feras do campo, e com as aves do céu, e com os répteis da terra; e da terra tirarei o arco, e a espada, e a guerra e os farei deitar em segurança. 19. E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. 20. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás o SENHOR. 21. E acontecerá, naquele dia, que eu responderei, diz o SENHOR, eu responderei aos céus, e estes responderão à terra. 22. E a terra responderá ao trigo, e ao mosto, e ao óleo; e estes responderão a Jezreel. 23. E semeá-la-ei para mim na terra e compadecer-me-ei de Lo-Ruama; e a Lo-Ami direi: Tu és meu povo! E ele dirá: Tu és o meu Deus! Oséias 3 1. E o SENHOR me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem os bolos de uvas. 2. E a comprei para mim por quinze peças de prata, e um ômer de cevada, e meio ômer de cevada; 3. e lhe disse: Tu ficarás comigo muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim quero eu ser também para ti. 4. Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafins. 5. Depois, tornarão os filhos de Israel e buscarão o SENHOR, seu Deus, e Davi, seu rei; e temerão o SENHOR e a sua bondade, no fim dos dias. Oséias 4 1. Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra. 2. Só prevalecem o perjurar, e o mentir, e o matar, e o furtar, e o adulterar, e há homicídios sobre homicídios. 3. Por isso, a terra se lamentará, e qualquer que morar nela desfalecerá com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar serão tirados. 4. Todavia, ninguém contenda, nem qualquer repreenda; porque o teu povo é como os que contendem com o sacerdote. 5. Por isso, cairás de dia, e o profeta contigo cairá de noite; e destruirei a tua mãe. 6. O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. 7. Como eles se multiplicaram, assim contra mim pecaram; eu mudarei a sua honra em vergonha. 8. Alimentam-se do pecado do meu povo e da maldade dele têm desejo ardente. 9. Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e visitarei sobre ele os seus caminhos e lhe darei a recompensa das suas obras. 10. Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à luxúria, mas não se multiplicarão; porque deixaram de olhar para o SENHOR. 11. A incontinência, e o vinho, e o mosto tiram a inteligência. 12. O meu povo consulta a sua madeira, e a sua vara lhe responde, porque o espírito de luxúria os engana, e eles se corrompem, apartando-se da sujeição do seu Deus. 13. Sacrificam sobre os cumes dos montes e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, e do álamo, e do olmeiro, porque é boa a sua sombra; por isso, vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram. 14. Eu não castigarei vossas filhas, que se prostituem, nem vossas noras, quando adulteram; porque eles mesmos com as prostitutas se desviam e com as meretrizes sacrificam, pois o povo que não tem entendimento será transtornado. 15. Se tu, ó Israel, queres corromper-te, não se faça culpado Judá; não venhais a Gilgal, e não subais a Bete-Áven, e não jureis, dizendo: Vive o SENHOR. 16. Porque, como uma vaca rebelde, se rebelou Israel; agora, o SENHOR os apascentará como a um cordeiro em um lugar espaçoso. 17. Efraim está entregue aos ídolos; deixa-o. 18. A sua bebida se foi; eles corrompem-se cada vez mais; certamente amaram a vergonha os seus príncipes. 19. Um vento os envolveu nas suas asas, e envergonhar-se-ão por causa dos seus sacrifícios. Oséias 5 1. Ouvi isto, ó sacerdotes, e escutai, ó casa de Israel, e escutai, ó casa do rei, porque a vós pertence este juízo, visto que fostes um laço para Mispa e rede estendida sobre o Tabor. 2. Os transviados têm descido até ao profundo, na matança; mas eu serei a correção de todos eles. 3. Eu conheço Efraim, e Israel não se esconde de mim; porque, agora, te tens prostituído, ó Efraim, e se contaminou Israel. 4. Não querem ordenar as suas ações, a fim de voltarem para o seu Deus; porque o espírito da prostituição está no meio deles, e não conhecem o SENHOR. 5. Asoberba de Israel testificará, pois, no seu rosto; e Israel e Efraim cairão pela sua injustiça, e Judá cairá juntamente com eles. 6. Eles irão com as suas ovelhas e com as suas vacas, para buscarem o SENHOR, mas não o acharão: ele se retirou deles. 7. Aleivosamente se houveram contra o SENHOR, porque geraram filhos estranhos; agora, a lua nova os consumirá com as suas porções. 8. Tocai a buzina em Gibeá, a trombeta em Ramá; gritai altamente em Bete-Áven; após ti, ó Benjamim. 9. Efraim será para assolação no dia do castigo; entre as tribos de Israel manifestei o que certo está. 10. Os príncipes de Judá são como os que traspassam os limites; derramarei, pois, o meu furor sobre eles como água. 11. Efraim está oprimido e quebrantado no juízo, porque quis andar após a vaidade. 12. Portanto, para Efraim serei como a traça e para a casa de Judá, como a podridão. 13. Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá, a sua chaga, subiu Efraim à Assíria e enviou ao rei Jarebe; mas ele não poderá curar-vos, nem sarar a vossa chaga. 14. Porque, para Efraim, serei como um leão e como um leãozinho, para a casa de Judá; eu, eu despedaçarei e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre. 15. Irei e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, de madrugada me buscarão. Oséias 6 1. Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele despedaçou e nos sarará, fez a ferida e a ligará. 2. Depois de dois dias, nos dará a vida; ao terceiro dia, nos ressuscitará, e viveremos diante dele. 3. Conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra. 4. Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa beneficência é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa. 5. Por isso, os abati pelos profetas; pela palavra da minha boca, os matei; e os teus juízos sairão como a luz. 6. Porque eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos. 7. Mas eles traspassaram o concerto, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim. 8. Gileade é a cidade dos que praticam a iniqüidade, calcada de sangue. 9. Como hordas de salteadores que espreitam alguém, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho para Siquém; sim, eles têm praticado abominações. 10. Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel: ali está a prostituição de Efraim; Israel é contaminado. 11. Também para ti, ó Judá, foi assinada uma ceifa, quando eu remover o cativeiro do meu povo. Oséias 7 1. Sarando eu a Israel, se descobriu a iniqüidade de Efraim, como também as maldades de Samaria, porque praticaram a falsidade; e o ladrão entra, e a horda dos salteadores rouba cá fora. 2. E não dizem no seu coração que eu me lembro de toda a sua maldade; agora, pois, os cercam as suas obras; diante da minha face estão. 3. Com a sua malícia alegram ao rei e com as suas mentiras, aos príncipes. 4. Todos eles são adúlteros: semelhantes são ao forno aceso pelo padeiro, que cessa de atear o fogo, desde que amassou a massa até que seja levedada. 5. E, no dia do nosso rei, os príncipes se tornaram doentes com a excitação do vinho; ele estendeu a sua mão com os escarnecedores. 6. Porque, como um forno, aplicaram o coração, emboscando-se; toda a noite dorme o seu padeiro, pela manhã, arde como fogo de chama. 7. Eles estão todos quentes como um forno e consomem os seus juízes; todos os seus reis caem; ninguém entre eles há que me invoque. 8. Efraim com os povos se mistura; Efraim é um bolo que não foi virado. 9. Estrangeiros lhe devoraram a força, e ele não o sabe; também as cãs se espalharam sobre ele, e não o sabe. 10. E a soberba de Israel testificará em sua face; todavia, não voltarão para o SENHOR, seu Deus, nem o buscarão em tudo isso. 11. Porque Efraim é como uma pomba enganada, sem entendimento; invocam o Egito, vão para a Assíria. 12. Quando forem, sobre eles estenderei a minha rede e, como aves do céu, os farei descer; castigá-los-ei, conforme o que eles têm ouvido na sua congregação. 13. Ai deles, porque fugiram de mim; destruição sobre eles, porque se rebelaram contra mim; eu os remi, mas disseram mentiras contra mim. 14. E não clamaram a mim com seu coração, mas davam uivos nas suas camas; para o trigo e para o vinho se ajuntam, mas contra mim se rebelam. 15. Eu os ensinei e lhes fortaleci os braços, mas pensam mal contra mim. 16. Eles voltam, mas não para o Altíssimo. Fizeram-se como um arco enganador; caem à espada os seus príncipes por causa da violência da sua língua; este será o seu escárnio na terra do Egito. Oséias 8 1. Põe a trombeta à tua boca. Ele vem como águia contra a casa do SENHOR, porque traspassaram o meu concerto e se rebelaram contra a minha lei. 2. E a mim clamarão: Deus meu! Nós, Israel, te conhecemos. 3. Israel rejeitou o bem; o inimigo persegui-lo-á. 4. Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas eu não o soube; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruídos. 5. O teu bezerro, ó Samaria, foi rejeitado; a minha ira se acendeu contra eles; até quando serão eles incapazes de alcançar a inocência? 6. Porque isso é mesmo de Israel; um artífice o fez, e não é Deus; mas em pedaços será desfeito o bezerro de Samaria. 7. Porque semearam ventos e segarão tormentas; não há seara; a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros. 8. Israel foi devorado; agora, está entre as nações como coisa em que ninguém tem prazer. 9. Porque subiram à Assíria, como um jumento montês, por si só; mercou Efraim amores. 10. Todavia, ainda que eles merquem entre as nações, eu os congregarei; já começaram a ser diminuídos por causa da carga do rei dos príncipes. 11. Porquanto Efraim multiplicou os altares para pecar; teve altares para pecar. 12. Escrevi para eles as grandezas da minha lei; mas isso é para eles como coisa estranha. 13. Quanto aos sacrifícios dos meus dons, sacrificam carne e a comem, mas o SENHOR não a aceitou; agora, se lembrará da sua injustiça e visitará os seus pecados; eles voltarão para o Egito. 14. Porque Israel se esqueceu do seu Criador e edificou palácios, e Judá multiplicou cidades fortes; mas eu enviarei um fogo contra as suas cidades, e ele consumirá os seus palácios. Oséias 9 1. Não te alegres, ó Israel, até saltar, como os povos; porque te foste do teu Deus como uma meretriz; amaste a paga sobre todas as eiras de trigo. 2. A eira e o lagar não os manterão; e o mosto lhes faltará. 3. Na terra do SENHOR, não permanecerão; mas Efraim tornará ao Egito, e na Assíria comerão comida imunda. 4. Não derramarão vinho perante o SENHOR, nem as suas ofertas serão para ele suaves; os seus sacrifícios para eles serão como pão de pranteadores; todos os que dele comessem seriam imundos, porque o seu pão será para o seu apetite; não entrará na casa do SENHOR. 5. Que fareis vós no dia da solenidade e no dia da festa do SENHOR? 6. Porque eis que eles se foram por causa da destruição, mas o Egito os recolherá, Mênfis os sepultará; o desejável da sua prata as urtigas o possuirão por herança; espinhos haverá nas suas moradas. 7. Chegaram os dias da visitação, chegaram os dias da retribuição; Israel o saberá; o profeta é um insensato, o homem de espírito é um louco; por causa da abundância da tua iniqüidade, também avultará o ódio. 8. Efraim era vigia junto com o meu Deus, mas o profeta é como um laço de caçador de aves em todos os seus caminhos, um inimigo na casa do seu Deus. 9. Mui profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá. Ele lembrar-se-á das suas injustiças, visitará os pecados deles. 10. Achei Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como a fruta temporã da figueira no seu princípio; mas eles foram para Baal-Peor, e se consagraram a essa coisa vergonhosa, e se tornaram abomináveis como aquilo que amaram. 11. Quanto a Efraim, a sua glória, como ave, voará; não haverá nascimento, não haverá filho, nem concepção. 12. Ainda que venham a criar seus filhos, eu os privarei deles, para que não fique nenhum homem; porque também ai deles, quando deles me apartar! 13. Efraim, assim como vi Tiro, está plantado em um lugar deleitoso; mas Efraim levará seus filhos ao matador. 14. Dá-lhes, ó SENHOR; mas que lhes darás? Dá-lhes uma madre que aborte e seios secos. 15. Toda a sua malícia se acha em Gilgal, porque ali os aborreci; por causa da maldade das suas obras, os lançarei fora de minha casa; não os amarei mais; todos os seus príncipes são rebeldes. 16. Efraim foi ferido, secou-se a sua raiz; não darão fruto; sim, ainda que gerem, eu matarei os frutos desejáveis do seu ventre. 17. O meu Deus os rejeitará, porque não o ouvem; e desocupados andarão entre as nações. Oséias 10 1. Israel é uma vide frondosa; dá fruto para si mesmo; conforme a abundância do seu fruto, assim multiplicou os altares; conforme a bondade da terra, assim fizeram boas estátuas. 2. O seu coração está dividido; por isso, serão culpados; cortará os seus altares e destruirá as estátuas. 3. Certamente, agora, dirão: Não temos rei, porque não tememos o SENHOR; que, pois, nos faria o rei? 4. Multiplicaram palavras, jurando falsamente, fazendo um concerto; por isso, florescerá o juízo como erva peçonhenta nos regos dos campos. 5. Os moradores de Samaria serão atemorizados pelo bezerro de Bete-Áven, porquanto o seu povo se lamentará por causa dele, como também os seus sacerdotes ( que nele se alegravam), e por causa da sua glória, que se apartou dela. 6. Também a Assíria será levada como um presente ao rei Jarebe; Efraim ficará confuso, e Israel se envergonhará por causa do seu próprio conselho. 7. O rei de Samaria será desfeito como a espuma sobre a face da água. 8. E os altos de Áven, pecado de Israel, serão destruídos; espinhos e cardos crescerão sobre os seus altares; e dirão aos montes: Cobri-nos! E aos outeiros: Caí sobre nós! 9. Desde os dias de Gibeá, pecaste, ó Israel; ali permaneceram; a peleja em Gibeá contra os filhos da perversidade não os surpreenderá. 10. Eu os castigarei na medida do meu desejo; e congregar-se-ão contra eles os povos, quando os atar às suas transgressões. 11. Porque Efraim é uma bezerra domada, que gosta de trilhar; passei sobre a formosura do seu pescoço; farei cavalgar Efraim. Judá lavrará, Jacó lhe desfará os torrões. 12. Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar o SENHOR, até que venha, e chova a justiça sobre vós. 13. Lavrastes a impiedade, segastes a perversidade e comestes o fruto da mentira; porque confiaste no teu caminho, na multidão dos teus valentes. 14. Portanto, entre o teu povo se levantará um grande tumulto, e todas as tuas fortalezas serão destruídas, como Salmã destruiu a Bete-Arbel no dia da guerra; a mãe ali foi despedaçada com os filhos. 15. Assim vos fará Betel, por causa da vossa malícia; o rei de Israel, de madrugada, será totalmente destruído. Oséias 11 1. Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho. 2. Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura. 3. Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os pelos seus braços, mas não conheceram que eu os curava. 4. Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento. 5. Não voltará para a terra do Egito, mas a Assíria será seu rei, porque recusam converter-se. 6. E cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ferrolhos, e os devorará, por causa dos seus conselhos. 7. Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; bem que clamam ao Altíssimo, nenhum deles o exalta. 8. Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Por-te-ia como Zeboim? Está mudado em mim o meu coração, todos os meus pesares juntamente estão acesos. 9. Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não entrarei na cidade. 10. Andarão após o SENHOR; ele bramará como leão; bramando ele, os filhos do Ocidente tremerão. 11. Tremendo, virão, como um passarinho, os do Egito, e, como uma pomba, os da terra da Assíria, e os farei habitar em suas casas, diz o SENHOR. 12. Efraim me cercou com mentira, e a casa de Israel, com engano; mas Judá ainda domina com Deus e com o Santo está fiel. Oséias 12 1. Efraim se apascenta de vento e segue o vento leste; todo o dia multiplica a mentira e a destruição, e fazem aliança com a Assíria, e o azeite se leva ao Egito. 2. O SENHOR também com Judá tem contenda e castigará Jacó segundo os seus caminhos; segundo as suas obras, o recompensará. 3. No ventre, pegou do calcanhar de seu irmão e, pela sua força, como príncipe, se houve com Deus. 4. Como príncipe, lutou com o anjo e prevaleceu; chorou e lhe suplicou; em Betel o achou, e ali falou conosco; 5. sim, com o SENHOR, o Deus dos Exércitos; o SENHOR é o seu memorial. 6. Tu, pois, converte-te a teu Deus; guarda a beneficência e o juízo e em teu Deus espera sempre. 7. É um mercador; tem balança enganadora em sua mão; ele ama a opressão. 8. E diz Efraim: Contudo, eu tenho-me enriquecido, tenho adquirido para mim grandes bens; em todo o meu trabalho, não acharão em mim iniqüidade alguma que seja pecado. 9. Mas eu sou o SENHOR, teu Deus, desde a terra do Egito; eu ainda te farei habitar em tendas, como nos dias da reunião solene. 10. E falarei aos profetas e multiplicarei a visão; e, pelo ministério dos profetas, proporei símiles. 11. Não é Gileade iniqüidade? Pura vaidade eles são; em Gilgal sacrificam bois; os seus altares são como montões de pedras nos regos dos campos. 12. Jacó fugiu para o campo da Síria, e Israel serviu por uma mulher e por uma mulher guardou o gado. 13. Mas o SENHOR, por meio de um profeta, fez subir a Israel do Egito, e, por um profeta, foi ele guardado. 14. Efraim mui amargosamente provocou a sua ira; portanto, deixará ficar sobre ele o seu sangue e o seu Senhor fará cair sobre ele o seu opróbrio. Oséias 13 1. Quando Efraim falava, tremia-se; foi exalçado em Israel; mas ele fez-se culpado em Baal e morreu. 2. E, agora, multiplicaram pecados e da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos segundo o seu entendimento, todos obra de artífices, dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijam os bezerros. 3. Por isso, serão como a nuvem de manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa, como o folhelho, que a tempestade lança da eira, e como a fumaça da chaminé. 4. Todavia, eu sou o SENHOR, teu Deus, desde a terra do Egito; portanto, não reconhecerás outro deus além de mim, porque não há Salvador, senão eu. 5. Eu te conheci no deserto, em terra muito seca. 6. Depois, eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se o seu coração; por isso, se esqueceram de mim. 7. Serei, pois, para eles como leão; como leopardo, espiarei no caminho. 8. Como urso que tem perdido seus filhos, os encontrarei, lhes romperei as teias do seu coração; e ali os devorarei como leão; as feras do campo os despedaçarão. 9. Para tua perda, ó Israel, te rebelaste contra mim, contra o teu ajudador. 10. Onde está, agora, o teu rei, para que te guarde em todas as tuas cidades? E os teus juízes, dos quais disseste: Dá-me rei e príncipes? 11. Dei-te um rei na minha ira e to tirei no meu furor. 12. A iniqüidade de Efraim está atada, o seu pecado está armazenado. 13. Dores de mulher de parto lhe virão; ele é um filho insensato, porque é tempo, e não está no lugar em que deve vir à luz. 14. Eu os remirei da violência do inferno e os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua perdição? O arrependimento será escondido de meus olhos. 15. Ainda que ele dê fruto entre os irmãos, virá o vento leste, vento do SENHOR, subindo do deserto, e secar-se-á a sua nascente, e secar-se-á a sua fonte; ele saqueará o tesouro de todos os vasos desejáveis. 16. Samaria virá a ser deserta, porque se rebelou contra o seu Deus; cairão à espada, seus filhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão abertas pelo meio. Oséias 14 1. Converte-te, ó Israel, ao SENHOR, teu Deus; porque, pelos teus pecados, tens caído. 2. Tomai convosco palavras e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe: Expulsa toda a iniqüidade e recebe o bem; e daremos como bezerros os sacrifícios dos nossos lábios. 3. Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos e à obra das nossas mãos não diremos mais: Tu és o nosso Deus; porque, por ti, o órfão alcançará misericórdia. 4. Eu sararei a sua perversão, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles. 5. Eu serei, para Israel, como orvalho; ele florescerá como o lírio e espalhará as suas raízes como o Líbano. 6. Estender-se-ão as suas vergônteas, e a sua glória será como a da oliveira, o seu odor, como o do Líbano. 7. Voltarão os que se assentarem à sua sombra; serão vivificados como o trigo e florescerão como a vide; a sua memória será como o vinho do Líbano. 8. Efraim dirá: Que mais tenho eu com os ídolos? Eu o tenho ouvido e isso considerarei; eu sou como a faia verde; de mim é achado o teu fruto. 9. Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do SENHOR são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão. Joel 1 1. Palavra do SENHOR que foi dirigida a Joel, filho de Petuel. 2. Ouvi isto, vós, anciãos, e escutai, todos os moradores da terra: Aconteceu isto em vossos dias? Ou também nos dias de vossos pais? 3. Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos, a seus filhos, e os filhos destes, à outra geração. 4. O que ficou da lagarta, o comeu o gafanhoto, e o que ficou do gafanhoto, o comeu a locusta, e o que ficou da locusta, o comeu o pulgão. 5. Despertai, ébrios, e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto, porque tirado é da vossa boca. 6. Porque uma nação subiu sobre a minha terra, poderosa e sem número; os seus dentes são dentes de leão, e tem queixadas de um leão velho. 7. Fez da minha vide uma assolação, e tirou a casca da minha figueira, e despiu-a toda, e a lançou por terra; os seus sarmentos se embranqueceram. 8. Lamenta como a virgem que está cingida de pano de saco pelo marido da sua mocidade. 9. Foi cortada a oferta de manjar e a libação da Casa do SENHOR; os sacerdotes, servos do SENHOR, estão entristecidos. 10. O campo está assolado, e a terra, triste; porque o trigo está destruído, o mosto se secou, o óleo falta. 11. Os lavradores se envergonham, os vinhateiros gemem sobre o trigo e sobre a cevada; porque a colheita do campo pereceu. 12. A vide se secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a palmeira, e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e a alegria se secou entre os filhos dos homens. 13. Cingi-vos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai, vestidos de panos de saco, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a oferta de manjares e a libação cortadas foram da Casa de vosso Deus. 14. Santificai um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os moradores desta terra, na Casa do SENHOR, vosso Deus, e clamai ao SENHOR. 15. Ah! Aquele dia! Porque o dia do SENHOR está perto e virá como uma assolação do Todo-poderoso. 16. Porventura o mantimento não está cortado de diante de nossos olhos? A alegria e o regozijo, da Casa de nosso Deus? 17. A semente apodreceu debaixo dos seus torrões, os celeiros foram assolados, os armazéns, derribados, porque se secou o trigo. 18. Como geme o gado! As manadas de vacas estão confusas, porque não têm pasto; também os rebanhos de ovelhas são destruídos. 19. A ti, ó SENHOR, clamo, porque o fogo consumiu os pastos do deserto, e a chama abrasou todas as árvores do campo. 20. Também todos os animais do campo bramam a ti; porque os rios se secaram, e o fogo consumiu os pastos do deserto. Joel 2 1. Tocai a buzina em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade; perturbem-se todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele está perto; 2. dia de trevas e de tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas; como a alva espalhada sobre os montes, povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração. 3. Diante dele um fogo consome; e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará. 4. O seu parecer é como o parecer de cavalos; e correrão como cavaleiros. 5. Como o estrondo de carros sobre os cumes dos montes, irão eles saltando; como o ruído da chama de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, ordenado para o combate. 6. Diante dele temerão os povos; todos os rostos são como a tisnadura da panela. 7. Como valentes correrão, como homens de guerra subirão os muros; e irá cada um nos seus caminhos, e não se desviarão da sua fileira. 8. Ninguém apertará a seu irmão; irá cada um pelo seu carreiro; sobre a mesma espada se arremessarão e não serão feridos. 9. Irão pela cidade, correrão pelos muros, subirão às casas, pelas janelas entrarão como o ladrão. 10. Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor. 11. E o SENHOR levanta a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimos são os seus arraiais; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá sofrer? 12. Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. 13. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do mal. 14. Quem sabe se se voltará, e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de manjar e libação para o SENHOR, vosso Deus? 15. Tocai a buzina em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição. 16. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu tálamo. 17. Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa o teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus? 18. Então, o SENHOR terá zelo da sua terra e se compadecerá do seu povo. 19. E o SENHOR responderá e dirá ao seu povo: Eis que vos envio o trigo, e o mosto, e o óleo, e deles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opróbrio entre as nações. 20. E aquele que é do Norte farei partir para longe de vós, e lançá-lo-ei em uma terra seca e deserta; a sua frente para o mar oriental, e a sua retaguarda para o mar ocidental; e subirá o seu mau cheiro, e subirá a sua podridão; porque fez grandes coisas. 21. Não temas, ó terra; regozija-te e alegra-te; porque o SENHOR fez grandes coisas. 22. Não temais, animais do campo, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque o arvoredo dará o seu fruto, a vide e a figueira darão a sua força. 23. E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no SENHOR, vosso Deus, porque ele vos dará ensinador de justiça e fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, no primeiro mês. 24. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de mosto e de óleo. 25. E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, e a locusta, e o pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vós. 26. E comereis fartamente, e ficareis satisfeitos, e louvareis o nome do SENHOR, vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo não será mais envergonhado. 27. E vós sabereis que eu estou no meio de Israel e que eu sou o SENHOR, vosso Deus, e ninguém mais; e o meu povo não será envergonhado para sempre. 28. E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. 29. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito. 30. E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça. 31. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR. 32. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o SENHOR tem dito, e nos restantes que o SENHOR chamar. Joel 3 1. Porquanto eis que, naqueles dias e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém, 2. congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem eles espalharam entre as nações, repartindo a minha terra. 3. E lançaram a sorte sobre o meu povo, e deram um menino por uma meretriz, e venderam uma menina por vinho, para beberem. 4. E também que tendes vós comigo, Tiro e Sidom e todos os termos da Fenícia? É tal o pago que vós me dais? Pois, se me pagais assim, bem depressa farei cair a vossa paga sobre a vossa cabeça. 5. Visto como levastes a minha prata e o meu ouro e as minhas coisas desejáveis e formosas metestes nos vossos templos; 6. e vendestes os filhos de Judá e os filhos de Jerusalém aos filhos dos gregos, para os apartar para longe dos seus termos; 7. eis que eu os moverei do lugar para onde os vendestes; e farei cair a vossa paga sobre a vossa própria cabeça. 8. E venderei vossos filhos e vossas filhas pela mão dos filhos de Judá, que os venderão aos de Seba, a uma nação remota, porque o SENHOR o disse. 9. Proclamai isso entre as nações, santificai uma guerra; suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. 10. Forjai espadas das vossas enxadas e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte. 11. Ajuntai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos (0ó SENHOR, faze descer ali os teus fortes!); 12. movam-se as nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. 13. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande. 14. Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o dia do SENHOR está perto, no vale da Decisão. 15. O sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor. 16. E o SENHOR bramará de Sião e dará a sua voz de Jerusalém, e os céus e a terra tremerão; mas o SENHOR será o refúgio do seu povo e a fortaleza dos filhos de Israel. 17. E vós sabereis que eu sou o SENHOR, vosso Deus, que habito em Sião, o monte da minha santidade; e Jerusalém será santidade; estranhos não passarão mais por ela. 18. E há de ser que, naquele dia, os montes destilarão mosto, e dos outeiros manará leite, e todos os rios de Judá estarão cheios de águas; e sairá uma fonte da Casa do SENHOR e regará o vale de Sitim. 19. O Egito se tornará uma assolação, e Edom se fará um deserto de solidão, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente. 20. Mas Judá será habitada para sempre, e Jerusalém, de geração em geração. 21. E purificarei o sangue dos que eu não tinha purificado, porque o SENHOR habitará em Sião. Amós 1 1. As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, o que ele viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. 2. E disse: O SENHOR bramará de Sião e de Jerusalém dará a sua voz; nas habitações dos pastores haverá pranto, e secar-se-á o cume do Carmelo. 3. Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Damasco e por quatro, não retirarei o castigo, porque trilharam a Gileade com trilhos de ferro. 4. Por isso, porei fogo à casa de Hazael, e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade. 5. E quebrarei o ferrolho de Damasco e exterminarei o morador de Biqueate-Áven e ao que tem o cetro de Bete-Éden; e o povo da Síria será levado em cativeiro a Quir, diz o SENHOR. 6. Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Gaza e por quatro, não retirarei o castigo, porque levaram em cativeiro todos os cativos para os entregarem a Edom. 7. Por isso porei fogo ao muro de Gaza, e ele consumirá os seus palácios. 8. E exterminarei o morador de Asdode e o que tem o cetro de Asquelom e tornarei a minha mão contra Ecrom; e o resto dos filisteus perecerá, diz o Senhor JEOVÁ. 9. Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Tiro e por quatro, não retirarei o castigo, porque entregaram todos os cativos a Edom e não se lembraram da aliança dos irmãos. 10. Por isso, porei fogo ao muro de Tiro, e ele consumirá os seus palácios. 11. Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Edom e por quatro, não retirarei o castigo, porque perseguiu a seu irmão à espada e baniu toda a misericórdia; e a sua ira despedaça eternamente, e retém a sua indignação para sempre. 12. Por isso, porei fogo a Temã, e ele consumirá os palácios de Bozra. 13. Assim diz o SENHOR: Por três transgressões dos filhos de Amom e por quatro, não retirarei o castigo, porque fenderam as grávidas de Gileade, para dilatarem os seus termos. 14. Por isso, porei fogo ao muro de Rabá, e ele consumirá os seus palácios, com alarido no dia da batalha, com tempestade no dia da tormenta. 15. E o seu rei irá para o cativeiro, ele e os seus príncipes juntamente, diz o SENHOR. Amós 2 1. Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Moabe e por quatro, não retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os reduzir a cal. 2. Por isso, porei fogo a Moabe, e ele consumirá os palácios de Queriote; e Moabe morrerá com grande estrondo, com alarido, com som de buzina. 3. E tirarei o juiz do meio dele e a todos os seus príncipes com ele matarei, diz o SENHOR. 4. Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Judá e por quatro, não retirarei o castigo, porque rejeitaram a lei do SENHOR e não guardaram os seus estatutos; antes, se deixaram enganar por suas próprias mentiras, após as quais andaram seus pais. 5. Por isso, porei fogo a Judá, e ele consumirá os palácios de Jerusalém. 6. Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro e o necessitado por um par de sapatos. 7. Suspirando pelo pó da terra sobre a cabeça dos pobres, eles pervertem o caminho dos mansos; e um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome. 8. E se deitam junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas e na casa de seus deuses bebem o vinho dos que tinham multado. 9. Não obstante eu ter destruído o amorreu diante deles, a altura do qual era como a altura dos cedros, e cuja força era como a dos carvalhos; mas destruí o seu fruto por cima e as suas raízes por baixo. 10. Também vos fiz subir da terra do Egito e quarenta anos vos guiei no deserto, para que possuísseis a terra do amorreu. 11. E dentre vossos filhos levantei profetas e dentre os vossos jovens, nazireus. Não é isso assim, filhos de Israel? Diz o SENHOR. 12. Mas vós aos nazireus destes vinho a beber e aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizeis. 13. Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de manolhos. 14. Assim que de nada valerá a fuga ao ágil; nem o forte corroborará a sua força, nem o valente livrará a sua vida. 15. E não ficará em pé o que leva o arco, nem o ligeiro de pés se livrará, nem tampouco o que vai montado a cavalo livrará a sua alma. 16. E o mais animoso entre os valentes fugirá nu naquele dia, disse o SENHOR. Amós 3 1. Ouvi esta palavra que o SENHOR fala contra vós, filhos de Israel, contra toda a geração que fiz subir da terra do Egito, dizendo: 2. De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós. 3. Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo? 4. Bramirá o leão no bosque, sem que tenha presa? Levantará o leãozinho no covil a sua voz, se nada tiver apanhado? 5. Cairá a ave no laço em terra, se não houver laço para ela? Levantar-se-á o laço da terra, sem que tenha apanhado alguma coisa? 6. Tocar-se-á a buzina na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá qualquer mal à cidade, e o SENHOR não o terá feito? 7. Certamente o Senhor JEOVÁ não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas. 8. Bramiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor JEOVÁ, quem não profetizará? 9. Fazei ouvir isto nos palácios de Asdode e nos palácios da terra do Egito e dizei: Ajuntai-vos sobre os montes de Samaria e vede os grandes alvoroços no meio dela e os oprimidos dentro dela. 10. Porque não sabem fazer o que é reto, diz o SENHOR, entesourando nos seus palácios a violência e a destruição. 11. Portanto, o Senhor JEOVÁ diz assim: Um inimigo surgirá, e cercará a tua terra, e derribará a tua fortaleza, e os teus palácios serão saqueados. 12. Assim diz o SENHOR: Como o pastor livra da boca do leão as duas pernas ou um pedacinho da orelha, assim serão livrados os filhos de Israel que habitam em Samaria, no canto da liteira e na barra do leito. 13. Ouvi e protestai contra a casa de Jacó, diz o Senhor JEOVÁ, o Deus dos Exércitos: 14. No dia em que eu visitar as transgressões de Israel sobre ele, também visitarei os altares de Betel; e os chifres do altar serão cortados e cairão por terra. 15. E derribarei a casa de inverno com a casa de verão; e as casas de marfim perecerão, e as grandes casas terão fim, diz o SENHOR. Amós 4 1. Ouvi esta palavra, vós, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizeis a seus senhores: Dai cá, e bebamos. 2. Jurou o Senhor JEOVÁ, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e a vossos descendentes com anzóis de pesca. 3. E saireis pelas brechas, uma após outra, e vos lançareis para Hermom, disse o SENHOR. 4. Vinde a Betel e transgredi; a Gilgal, e multiplicai as transgressões; e, cada manhã, trazei os vossos sacrifícios e, de três em três dias, os vossos dízimos. 5. E oferecei sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai sacrifícios voluntários, e publicai-os; porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o Senhor JEOVÁ. 6. Por isso, também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. 7. Além disso, retive de vós a chuva, faltando ainda três meses para a ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre outra cidade não fiz chover; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu, se secou. 8. E andaram errantes duas ou três cidades, indo a outra cidade, para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. 9. Feri-vos com queimadura e com ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras foi comida pela locusta; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. 10. Enviei a peste contra vós, à maneira do Egito; os vossos jovens matei à espada, e os vossos cavalos deixei levar presos, e o fedor dos vossos exércitos fiz subir ao vosso nariz; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. 11. Subverti alguns dentre vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um tição arrebatado do incêndio; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. 12. Portanto, assim te farei, ó Israel! E, porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. 13. Porque é ele o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual é o seu pensamento, o que faz da manhã trevas e pisa os altos da terra; SENHOR, o Deus dos Exércitos, é o seu nome. Amós 5 1. Ouvi esta palavra que levanto como uma lamentação sobre vós, ó casa de Israel. 2. A virgem de Israel caiu, nunca mais tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há quem a levante. 3. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: A cidade da qual saem mil conservará cem, e aquela da qual saem cem conservará dez à casa de Israel. 4. Porque assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-me e vivei. 5. Mas não busqueis a Betel, nem venhais a Gilgal, nem passeis a Berseba, porque Gilgal certamente será levado cativo, e Betel será desfeito em nada. 6. Buscai o SENHOR e vivei, para que não se lance na casa de José como um fogo, e a consuma, e não haja em Betel quem o apague. 7. Vós que converteis o juízo em alosna e deitais por terra a justiça, 8. procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion, e torna a sombra da noite em manhã, e escurece o dia como a noite; o que chama as águas do mar e as derrama sobre a terra; SENHOR é o seu nome. 9. O que faz vir súbita destruição sobre o forte, de sorte que vem a assolação contra a fortaleza. 10. Aborrecem na porta ao que os repreende e abominam o que fala sinceramente. 11. Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificareis casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantareis, mas não bebereis do seu vinho. 12. Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. 13. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. 14. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. 15. Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei o juízo na porta; talvez o SENHOR, o Deus dos Exércitos, tenha piedade do resto de José. 16. Portanto, assim diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, o Senhor: Em todas as ruas haverá pranto, e em todos os bairros dirão: Ai! Ai! E ao lavrador chamarão para choro e para pranto os que souberem prantear. 17. E em todas as vinhas haverá pranto; porque passarei pelo meio de ti, diz o SENHOR. 18. Ai daqueles que desejam o dia do SENHOR! Para que quereis vós este dia do SENHOR? Trevas será e não luz. 19. Como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso ou como se, entrando em uma casa, a sua mão encostasse à parede, e fosse mordido por uma cobra. 20. Não será, pois, o dia do SENHOR trevas e não luz? Não será completa escuridade sem nenhum resplendor? 21. Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me dão nenhum prazer. 22. E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas, nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. 23. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos. 24. Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso. 25. Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? 26. Antes, levastes a tenda de vosso Moloque, e o altar das vossas imagens, e a estrela do vosso deus, que fizestes para vós mesmos. 27. Portanto, vos levarei cativos, para além de Damasco, diz o SENHOR, cujo nome é Deus dos Exércitos. Amós 6 1. Ai dos que repousam em Sião e dos que estão seguros no monte de Samaria; que têm nome entre as primeiras nações, e aos quais vem a casa de Israel! 2. Passai a Calné e vede; e dali ide à grande Hamate; depois descei a Gate dos filisteus; serão melhores que estes reinos? Ou será maior o seu termo do que o vosso termo? 3. Vós que dilatais o dia mau e vos chegais ao lugar de violência; 4. que dormis em camas de marfim, e vos estendeis sobre os vossos leitos, e comeis os cordeiros do rebanho e os bezerros do meio da manada; 5. que cantais ao som do alaúde e inventais para vós instrumentos músicos, como Davi; 6. que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos afligis pela quebra de José: 7. eis que, agora, ireis em cativeiro entre os primeiros que forem cativos, e cessarão os festins dos regalados. 8. Jurou o Senhor JEOVÁ pela sua alma, o SENHOR, Deus dos Exércitos: Tenho abominação pela soberba de Jacó e aborreço os seus palácios; e entregarei a cidade e tudo o que nela há. 9. E acontecerá que, ficando de resto dez homens em uma casa, morrerão. 10. E a alguém tomará o seu tio ou o que o queima, para levar os ossos para fora da casa; e dirá ao que estiver nos cantos da casa: Está ainda alguém contigo? E ele dirá: Ninguém. E dirá este: Cala-te, porque não podemos fazer menção do nome do SENHOR. 11. Porque eis que o SENHOR manda, e será ferida a casa grande de quebraduras, e a casa pequena, de fendas. 12. Poderão correr cavalos na rocha? Poderão lavrá-la com bois? Por que haveis vós tornado o juízo em fel e o fruto da justiça em alosna? 13. Vós que vos alegrais de nada, vós que dizeis: Não nos temos nós tornado poderosos por nossa força? 14. Porque eis que eu levantarei sobre vós, ó casa de Israel, um povo, diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, e oprimir-vos-á, desde a entrada de Hamate até ao ribeiro da planície. Amós 7 1. O Senhor JEOVÁ assim me fez ver: eis que ele formava gafanhotos no princípio do rebento da erva serôdia, e eis que era a erva serôdia depois da segada do rei. 2. E aconteceu que, como eles tivessem comido completamente a erva da terra, eu disse: Senhor JEOVÁ, perdoa; como se levantará agora Jacó? Pois ele é pequeno. 3. Então, o SENHOR se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o SENHOR. 4. Assim me mostrou o Senhor JEOVÁ: eis que o Senhor JEOVÁ clamava que queria contender por meio do fogo; e consumiu o grande abismo e também queria consumir a terra. 5. Então, eu disse: Senhor JEOVÁ, cessa agora; como se levantará Jacó? Pois ele é pequeno. 6. E o SENHOR se arrependeu disso. Nem isso acontecerá, disse o Senhor JEOVÁ. 7. Mostrou-me também assim: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na sua mão. 8. E o SENHOR me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então, disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele. 9. Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão. 10. Então, Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não poderá sofrer todas as suas palavras. 11. Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será levado para fora da sua terra em cativeiro. 12. Depois, Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o pão, e ali profetiza; 13. mas, em Betel, daqui por diante, não profetizarás mais, porque é o santuário do rei e a casa do reino. 14. E respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro e cultivador de sicômoros. 15. Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo Israel. 16. Ora, pois, ouve a palavra do SENHOR. Tu dizes: Não profetizarás contra Israel, nem falarás contra a casa de Isaque. 17. Portanto, assim diz o SENHOR: Tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra. Amós 8 1. O Senhor JEOVÁ assim me fez ver: e eis aqui um cesto de frutos do verão. 2. E disse: Que vês, Amós? E eu disse: Um cesto de frutos do verão. Então, o SENHOR me disse: Chegou o fim sobre o meu povo Israel; daqui por diante nunca mais passarei por ele. 3. Mas os cânticos do templo serão ouvidos naquele dia, diz o Senhor JEOVÁ; multiplicar-se-ão os cadáveres; em todos os lugares serão lançados fora em silêncio. 4. Ouvi isto, vós que anelais o abatimento do necessitado e destruís os miseráveis da terra, 5. dizendo: Quando passará a lua nova, para vendermos o grão? E o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo dolosamente com balanças enganadoras, 6. para comprarmos os pobres por dinheiro e os necessitados por um par de sapatos? E, depois, venderemos as cascas do trigo. 7. Jurou o SENHOR pela glória de Jacó: Eu não me esquecerei de todas as suas obras para sempre! 8. Por causa disso, não se comoverá a terra? E não chorará todo aquele que habita nela? Certamente, levantar-se-á toda como o grande rio, e será arrojada, e se submergirá como o rio do Egito. 9. E sucederá que, naquele dia, diz o SENHOR, farei que o sol se ponha ao meio-dia e a terra se entenebreça em dia de luz. 10. E tornarei as vossas festas em luto e todos os vossos cânticos em lamentações, e aparecerá pano de saco sobre todos os lombos e calva sobre toda cabeça; e farei que isso seja como luto de filho único e o seu fim como dia de amarguras. 11. Eis que vêm dias, diz o Senhor JEOVÁ, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. 12. E irão errantes de um mar até outro mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, buscando a palavra do SENHOR, e não a acharão. 13. Naquele dia, as virgens formosas e os jovens desmaiarão de sede. 14. Os que juram pelo delito de Samaria, dizendo: Como é certo viver o teu deus, ó Dã; e: Como é certo viver o caminho de Berseba; esses mesmos cairão e não se levantarão mais. Amós 9 1. Vi o Senhor, que estava em pé sobre o altar, e me disse: Fere o capitel, e estremeçam os umbrais, e faze tudo em pedaços sobre a cabeça de todos eles; e eu matarei à espada até ao último deles; o que fugir dentre eles não escapará, nem o que escapar dentre eles se salvará. 2. Ainda que cavem até ao inferno, a minha mão os tirará dali; e, se subirem ao céu, dali os farei descer. 3. E, se se esconderem no cume do Carmelo, buscá-los-ei e dali os tirarei; e, se se ocultarem aos meus olhos no fundo do mar, ali darei ordem à serpente, e ela os morderá. 4. E, se forem para o cativeiro diante de seus inimigos, ali darei ordem à espada para que os mate; e eu porei os meus olhos sobre eles para mal e não para bem. 5. Porque o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, é o que toca a terra, e ela se derrete, e todos os que habitam nela chorarão; e ela subirá toda como o grande rio e se submergirá como o Egito. 6. Ele é o que edifica as suas câmaras no céu, e a sua abóbada fundou na terra, e o que chama as águas do mar, e as derrama sobre a terra; o SENHOR é o seu nome. 7. Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? Diz o SENHOR. Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e aos filisteus, de Caftor, e aos siros, de Quir? 8. Eis que os olhos do Senhor JEOVÁ estão contra este reino pecador, e eu o destruirei de sobre a face da terra; mas não destruirei de todo a casa de Jacó, diz o SENHOR. 9. Porque eis que darei ordem e sacudirei a casa de Israel entre todas as nações, assim como se sacode grão no crivo, sem que caia na terra um só grão. 10. Todos os pecadores do meu povo morrerão à espada, os quais dizem: Não se avizinhará nem nos encontrará o mal. 11. Naquele dia, tornarei a levantar a tenda de Davi, que caiu, e taparei as suas aberturas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e a edificarei como nos dias da antiguidade; 12. para que possuam o restante de Edom e todas as nações que são chamadas pelo meu nome, diz o SENHOR, que faz estas coisas. 13. Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão. 14. E removerei o cativeiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto. 15. E os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o SENHOR, teu Deus. Obadias 1 1. Visão de Obadias: Assim diz o Senhor JEOVÁ a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra. 2. Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado. 3. A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra? 4. Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz o SENHOR. 5. Se viessem a ti ladrões ou roubadores de noite (como estás destruído!), não furtariam o que lhes bastasse? Se a ti viessem os vindimadores, não deixariam alguns cachos? 6. Como foram buscados os bens de Esaú! Como foram esquadrinhados os seus esconderijos! 7. Todos os teus confederados te levaram para fora dos teus limites; os que gozam da tua paz te enganaram, prevaleceram contra ti; os que comem o teu pão puseram debaixo de ti uma armadilha; não há em Edom entendimento. 8. E não acontecerá, naquele dia, diz o SENHOR, que farei perecer os sábios de Edom e o entendimento na montanha de Esaú? 9. E os teus valentes, ó Temã, estarão atemorizados, para que da montanha de Esaú seja cada um exterminado pela matança. 10. Por causa da violência feita a teu irmão Jacó, cobrir-te-á a confusão, e serás exterminado para sempre. 11. No dia em que estiveste em frente dele, no dia em que os forasteiros levavam cativo o seu exército, e os estranhos entravam pelas suas portas, e lançavam sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras um deles. 12. Mas tu não devias olhar para o dia de teu irmão, no dia do seu desterro; nem alegrar-te sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca, no dia da angústia; 13. nem entrar pela porta do meu povo, no dia da sua calamidade; sim, tu não devias olhar, satisfeito, para o seu mal, no dia da sua calamidade; nem estender as tuas mãos contra o seu exército, no dia da sua calamidade; 14. nem parar nas encruzilhadas, para exterminares os que escapassem, nem entregar os que lhe restassem, no dia da angústia. 15. Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça. 16. Porque, como vós bebestes no monte da minha santidade, assim beberão de contínuo todas as nações; beberão, e engolirão, e serão como se nunca tivessem sido. 17. Mas, no monte Sião, haverá livramento; e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades. 18. E a casa de Jacó será fogo; e a casa de José, chama; e a casa de Esaú, palha; e se acenderão contra eles e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o SENHOR o disse. 19. E os do Sul possuirão a montanha de Esaú; e os das planícies, os filisteus; possuirão também os campos de Efraim e os campos de Samaria; e Benjamim, Gileade. 20. E os cativos desse exército dos filhos de Israel, que estão entre os cananeus, possuirão até Zarefate; e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade, possuirão as cidades do Sul. 21. E levantar-se-ão salvadores no monte Sião, para julgarem a montanha de Esaú; e o reino será do SENHOR. Jonas 1 1. E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 2. Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. 3. E Jonas se levantou para fugir de diante da face do SENHOR para Társis; e, descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, de diante da face do SENHOR. 4. Mas o SENHOR mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava para quebrar-se. 5. Então, temeram os marinheiros, e clamava cada um ao seu deus, e lançavam no mar as fazendas que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso; Jonas, porém, desceu aos lugares do porão, e se deitou, e dormia um profundo sono. 6. E o mestre do navio chegou-se a ele e disse-lhe: Que tens, dormente? Levanta-te, invoca o teu Deus; talvez assim Deus se lembre de nós para que não pereçamos. 7. E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. 8. Então, lhe disseram: Declara-nos tu, agora, por que razão nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? E donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu? 9. E ele lhes disse: Eu sou hebreu e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca. 10. Então, os homens se encheram de grande temor e lhe disseram: Por que fizeste tu isso? Pois sabiam os homens que fugia de diante do SENHOR, porque ele lho tinha declarado. 11. E disseram-lhe: Que te faremos nós, para que o mar se acalme? Por que o mar se elevava e engrossava cada vez mais. 12. E ele lhes disse: Levantai-me e lançai-me ao mar, e o mar se aquietará; porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta grande tempestade. 13. Entretanto, os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra, mas não podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra eles. 14. Então, clamaram ao SENHOR e disseram: Ah! SENHOR! Nós te rogamos! Não pereçamos por causa da vida deste homem, e não ponhas sobre nós o sangue inocente; porque tu, SENHOR, fizeste como te aprouve. 15. E levantaram Jonas e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. 16. Temeram, pois, estes homens ao SENHOR com grande temor; e ofereceram sacrifícios ao SENHOR e fizeram votos. 17. Deparou, pois, o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe. Jonas 2 1. E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe. 2. E disse: Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz. 3. Porque tu me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima de mim. 4. E eu disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia, tornarei a ver o templo da tua santidade. 5. As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça. 6. Eu desci até aos fundamentos dos montes; os ferrolhos da terra correram-se sobre mim para sempre; mas tu livraste a minha vida da perdição, ó SENHOR, meu Deus. 7. Quando desfalecia em mim a minha alma, eu me lembrei do SENHOR; e entrou a ti a minha oração, no templo da tua santidade. 8. Os que observam as vaidades vãs deixam a sua própria misericórdia. 9. Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei; do SENHOR vem a salvação. 10. Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e ele vomitou a Jonas na terra. Jonas 3 1. E veio a palavra do SENHOR segunda vez a Jonas, dizendo: 2. Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a pregação que eu te disse. 3. E levantou-se Jonas e foi a Nínive, segundo a palavra do SENHOR; era, pois, Nínive uma grande cidade, de três dias de caminho. 4. E começou Jonas a entrar pela cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. 5. E os homens de Nínive creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até ao menor. 6. Porque esta palavra chegou ao rei de Nínive, e levantou-se do seu trono, e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de pano de saco, e assentou-se sobre a cinza. 7. E fez uma proclamação, que se divulgou em Nínive, por mandado do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê pasto, nem bebam água. 8. Mas os homens e os animais estarão cobertos de panos de saco, e clamarão fortemente a Deus, e se converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos. 9. Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos? 10. E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez. Jonas 4 1. Mas desgostou-se Jonas extremamente disso e ficou todo ressentido. 2. E orou ao SENHOR e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus piedoso e misericordioso, longânimo e grande em benignidade e que te arrependes do mal. 3. Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a minha vida, porque melhor me é morrer do que viver. 4. E disse o SENHOR: É razoável esse teu ressentimento? 5. Então, Jonas saiu da cidade, e assentou-se ao oriente da cidade, e ali fez uma cabana, e se assentou debaixo dela, à sombra, até ver o que aconteceria à cidade. 6. E fez o SENHOR Deus nascer uma aboboreira, que subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu enfado; e Jonas se alegrou em extremo por causa da aboboreira. 7. Mas Deus enviou um bicho, no dia seguinte, ao subir da alva, o qual feriu a aboboreira, e esta se secou. 8. E aconteceu que, aparecendo o sol, Deus mandou um vento calmoso, oriental, e o sol feriu a cabeça de Jonas e ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: Melhor me é morrer do que viver. 9. Então, disse Deus a Jonas: É acaso razoável que assim te enfades por causa da aboboreira? E ele disse: É justo que me enfade a ponto de desejar a morte. 10. E disse o SENHOR: Tiveste compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer; que, em uma noite, nasceu e, em uma noite, pereceu; 11. e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais? Miquéias 1 1. Palavra do SENHOR que veio a Miquéias, morastita, nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém. 2. Ouvi, todos os povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude, e seja o Senhor JEOVÁ testemunha contra vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade. 3. Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da terra. 4. E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam em um abismo. 5. Tudo isso por causa da prevaricação de Jacó e dos pecados da casa de Israel; qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria? E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém? 6. Por isso, farei de Samaria um montão de pedras do campo, uma terra de plantar vinhas, e farei rebolar as suas pedras no vale, e descobrirei os seus fundamentos. 7. E todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e todos os seus salários serão queimados pelo fogo, e de todos os seus ídolos eu farei uma assolação, porque do preço de sua prostituição os ajuntou, e em recompensa de prostituta se volverão. 8. Por isso, lamentarei, e uivarei, e andarei despojado e nu; farei lamentação como de dragões e pranto como de avestruzes. 9. Porque a sua chaga é incurável, porque chegou até Judá; estendeu-se até à porta do meu povo, até Jerusalém. 10. Não o anuncieis em Gate, nem choreis muito; revolve-te no pó, em Bete-Leafra. 11. Passa, ó moradora de Safir, com nudez vergonhosa; a moradora de Zaanã não saiu; o pranto de Bete-Ezel receberá de vós a sua morada. 12. Porque a moradora de Marote teve dor pelo bem; porque desceu do SENHOR o mal até à porta de Jerusalém. 13. Ata os animais ligeiros ao carro, ó moradora de Laquis (esta foi o princípio do pecado para a filha de Sião), porque em ti se acharam as transgressões de Israel. 14. Por isso, darás presentes a Moresete-Gate; as casas de Aczibe serão uma mentira para os reis de Israel. 15. Ainda te trarei um herdeiro, ó moradora de Maressa; chegará até Adulão a glória de Israel. 16. Faze-te calva e tosquia-te, por causa dos filhos das tuas delícias; alarga a tua calva como a águia, porque de ti foram levados para o cativeiro. Miquéias 2 1. Ai daqueles que, nas suas camas, intentam a iniqüidade e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque está no poder da sua mão! 2. E cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as tomam; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança. 3. Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que projeto um mal contra esta geração, do qual não tirareis os vossos pescoços; e não andareis tão altivos, porque o tempo será mau. 4. Naquele dia, se levantará um provérbio sobre vós, e se levantará pranto lastimoso, dizendo: Nós estamos inteiramente desolados! A porção do meu povo, ele a troca! Como me despoja! Tira os nossos campos e os reparte! 5. Portanto, não terás tu na congregação do SENHOR quem lance o cordel pela sorte. 6. Não profetizeis; os que profetizam, não profetizem deste modo, que se não apartará a vergonha. 7. Ó vós que sois chamados a casa de Jacó, tem-se restringido o Espírito do SENHOR? São estas as suas obras? E não é assim que fazem bem as minhas palavras ao que anda retamente? 8. Mas há pouco se levantou o meu povo como um inimigo; de sobre a vestidura tirastes a capa daqueles que passavam seguros, como homens que voltavam da guerra. 9. Lançastes fora as mulheres do meu povo, da casa das suas delícias; dos seus meninos tirastes o meu louvor para sempre. 10. Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente. 11. Se houver algum que siga o seu espírito de falsidade, mentindo e dizendo: Eu te profetizarei acerca do vinho e da bebida forte; será esse tal o profeta deste povo. 12. Certamente te ajuntarei todo inteiro, ó Jacó; certamente congregarei o restante de Israel; pô-los-ei todos juntos, como ovelhas de Bozra; como rebanho no meio do seu curral, farão estrondo por causa da multidão dos homens. 13. Subirá diante deles o arroteador; eles romperão, e entrarão pela porta, e sairão por ela; e o rei irá adiante deles, e o SENHOR, à testa deles. Miquéias 3 1. Mais disse eu: Ouvi agora vós, chefes de Jacó, e vós, príncipes da casa de Israel: não é a vós que pertence saber o direito? 2. A vós que aborreceis o bem e amais o mal, que arrancais a pele de cima deles e a sua carne de cima dos seus ossos, 3. e que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne do meio do caldeirão. 4. Então, clamarão ao SENHOR, mas não os ouvirá, antes esconderá deles a sua face naquele tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras. 5. Assim diz o SENHOR contra os profetas que fazem errar o meu povo, que mordem com os seus dentes e clamam: Paz! Mas contra aquele que nada lhes mete na boca preparam guerra. 6. Portanto, se vos fará noite, para que não haja profecia, e haverá trevas, para que não haja adivinhação, e se porá o sol sobre esses profetas, e o dia sobre eles se enegrecerá. 7. E os videntes se envergonharão, e os adivinhadores se confundirão, sim, todos eles cobrirão os seus lábios, porque não haverá resposta de Deus. 8. Mas, decerto, eu sou cheio da força do Espírito do SENHOR e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado. 9. Ouvi agora isto, vós, chefes da casa de Jacó, e vós, maiorais da casa de Israel, que abominais o juízo e perverteis tudo o que é direito, 10. edificando a Sião com sangue e a Jerusalém com injustiça. 11. Os seus chefes dão as sentenças por presentes, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá. 12. Portanto, por causa de vós, Sião será lavrado como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa, em lugares altos de um bosque. Miquéias 4 1. Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do SENHOR será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros, e concorrerão a ele os povos. 2. E irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. 3. E julgará entre muitos povos e castigará poderosas nações até mui longe; e converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. 4. Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do SENHOR dos Exércitos o disse. 5. Porque todos os povos andarão, cada um em nome do seu deus; mas nós andaremos no nome do SENHOR, nosso Deus, eternamente e para sempre. 6. Naquele dia, diz o SENHOR, congregarei a que coxeava e recolherei a que eu tinha expulsado e a que eu tinha maltratado. 7. E da que coxeava farei a parte restante, e da que tinha sido arrojada para longe, uma nação poderosa; e o SENHOR reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e para sempre. 8. E a ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, a ti virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém. 9. E, agora, porque farás tão grande pranto? Não há em ti rei? Pereceu o teu conselheiro? Apoderou-se de ti dor, como da que está de parto? 10. Sofre dores e trabalhos, ó filha de Sião, como a que está de parto, porque agora sairás da cidade, e morarás no campo, e virás até Babilônia; ali, porém, serás livrada; ali te remirá o SENHOR da mão de teus inimigos. 11. Agora, se congregaram muitas nações contra ti, que dizem: Seja profanada, e os nossos olhos verão seus desejos sobre Sião. 12. Mas não sabem os pensamentos do SENHOR, nem entendem o seu conselho, porque as ajuntou como gavelas em uma eira. 13. Levanta-te e trilha, ó filha de Sião; porque eu farei de ferro a tua ponta e de cobre, as tuas unhas, e esmiuçarás a muitos povos, e o seu ganho será consagrado ao SENHOR, e a sua fazenda, ao Senhor de toda a terra. Miquéias 5 1. Agora, ajunta-te em esquadrões, ó filha de esquadrões; por-se-á cerco contra nós; ferirão com a vara no queixo ao juiz de Israel. 2. E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. 3. Portanto, os entregará até ao tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então, o resto de seus irmãos voltará com os filhos de Israel. 4. E ele permanecerá e apascentará o povo na força do SENHOR, na excelência do nome do SENHOR, seu Deus; e eles permanecerão, porque agora será ele engrandecido até aos fins da terra. 5. E este será a nossa paz. Quando a Assíria vier à nossa terra e quando passar sobre os nossos palácios, levantaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens. 6. Esses consumirão a terra da Assíria à espada e a terra de Ninrode, nas suas entradas. Assim, nos livrará da Assíria, quando vier à nossa terra e quando calcar os nossos termos. 7. E estará o resto de Jacó no meio de muitos povos, como orvalho do SENHOR, como chuvisco sobre a erva, que não espera pelo homem, nem aguarda filhos de homens. 8. E o resto de Jacó estará entre as nações, no meio de muitos povos, como um leão entre os animais do bosque, como um leãozinho entre os rebanhos de ovelhas, o qual, quando passar, as pisará e despedaçará, sem que haja quem as livre. 9. A tua mão se exaltará sobre os teus adversários; e todos os teus inimigos serão exterminados. 10. E sucederá, naquele dia, diz o SENHOR, que eu exterminarei no meio de ti os teus cavalos e destruirei os teus carros; 11. e destruirei as cidades da tua terra e derribarei todas as tuas fortalezas; 12. e tirarei as feitiçarias da tua mão, e não terás agoureiros; 13. e arrancarei do meio de ti as tuas imagens de escultura e as tuas estátuas; e tu não te inclinarás mais diante da obra das tuas mãos. 14. E arrancarei os teus bosques do meio de ti; e destruirei as tuas cidades. 15. E, com ira e com furor, exercerei vingança sobre as nações que não ouvem. Miquéias 6 1. Ouvi, agora, o que diz o SENHOR: Levanta-te, contende com os montes, e ouçam os outeiros a tua voz. 2. Ouvi, montes, a contenda do SENHOR, e vós, fortes fundamentos da terra; porque o SENHOR tem uma contenda com o seu povo e com Israel entrará em juízo. 3. Ó povo meu! Que te tenho feito? E em que te enfadei? Testifica contra mim. 4. Certamente, te fiz subir da terra do Egito e da casa da servidão te remi; e pus diante de ti a Moisés, Arão e Miriã. 5. Povo meu, ora, lembra-te da consulta de Balaque, rei de Moabe, e do que lhe respondeu Balaão, filho de Beor, desde Sitim até Gilgal; para que conheças as justiças do SENHOR. 6. Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus Altíssimo? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? 7. Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma? 8. Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus? 9. A voz do SENHOR clama à cidade, e o sábio verá o teu nome: Ouvi a vara e quem a ordenou. 10. Ainda há na casa do ímpio tesouros de impiedade? E efa pequeno, que é detestável? 11. Seria eu limpo com balanças falsas? E com um saco de pesos enganosos? 12. Porque os seus ricos estão cheios de violência, e os seus habitantes falam mentiras; e a sua língua é enganosa na sua boca. 13. Assim, eu também te enfraquecerei, ferindo-te e assolando- te por causa dos teus pecados. 14. Tu comerás, mas não te fartarás; e a tua humilhação estará no meio de ti; removerás, mas não livrarás; e aquilo que livrares, eu o entregarei à espada. 15. Tu semearás, mas não segarás; pisarás a azeitona, mas não te ungirás com azeite; e o mosto, mas não beberás vinho. 16. Porque se observam os estatutos de Onri e toda a obra da casa de Acabe, e vós andais nos conselhos deles; para que eu faça de ti uma desolação e dos seus habitantes um assobio; assim, trareis sobre vós o opróbrio do meu povo. Miquéias 7 1. Ai de mim! Porque estou como quando são colhidas as frutas do verão, como os rabiscos da vindima: não há cacho de uvas para comer, nem figos temporãos que a minha alma desejou. 2. Pereceu o benigno da terra, e não há entre os homens um que seja reto; todos armam ciladas para sangue; caça cada um a seu irmão com uma rede. 3. As suas mãos fazem diligentemente o mal; o príncipe inquire, e o juiz se apressa à recompensa, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles são perturbadores. 4. O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que o espinhal; veio o dia dos teus vigias, veio a tua visitação; agora será a sua confusão. 5. Não creiais no amigo, nem confieis no vosso guia; daquela que repousa no teu seio guarda as portas da tua boca. 6. Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora, contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa. 7. Eu, porém, esperarei no SENHOR; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá. 8. Ó inimiga minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o SENHOR será a minha luz. 9. Sofrerei a ira do SENHOR, porque pequei contra ele, até que julgue a minha causa e execute o meu direito; ele me trará à luz, e eu verei a sua justiça. 10. E a minha inimiga verá isso, e cobri-la-á a confusão, a ela que me diz: Onde está o SENHOR, teu Deus? Os meus olhos a verão sendo pisada como a lama das ruas. 11. No dia em que reedificar os teus muros, nesse dia, longe estará ainda o estatuto. 12. Naquele dia, virão a ti, desde a Assíria até às cidades fortes, e das fortalezas até ao rio, e do mar até ao mar, e da montanha até à montanha. 13. Mas esta terra será posta em desolação, por causa dos seus moradores, por causa do fruto das suas obras. 14. Apascenta o teu povo com a tua vara, o rebanho da tua herança, que mora só no bosque, no meio da terra fértil; apascentem-se em Basã e Gileade, como nos dias da antiguidade. 15. Eu lhes mostrarei maravilhas, como nos dias da tua saída da terra do Egito. 16. As nações o verão e envergonhar-se-ão, por causa de todo o seu poder; porão a mão sobre a boca, e os seus ouvidos ficarão surdos. 17. Lamberão o pó como serpentes; como uns répteis da terra, tremendo, sairão dos seus encerramentos; com pavor virão ao SENHOR, nosso Deus, e terão medo de ti. 18. Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. 19. Tornará a apiedar-se de nós, subjugará as nossas iniqüidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. 20. Darás a Jacó a fidelidade e a Abraão, a benignidade que juraste a nossos pais, desde os dias antigos. Naum 1 1. Peso de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita. 2. O SENHOR é um Deus zeloso e que toma vingança; o SENHOR toma vingança e é cheio de furor; o SENHOR toma vingança contra os seus adversários e guarda a ira contra os seus inimigos. 3. O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés. 4. Ele repreende o mar, e o faz secar, e esgota todos os rios; desfalecem Basã e Carmelo, e a flor do Líbano se murcha. 5. Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta na sua presença, sim, o mundo e todos os que nele habitam. 6. Quem parará diante do seu furor? E quem subsistirá diante do ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e as rochas foram por ele derribadas. 7. O SENHOR é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele. 8. E com uma inundação transbordante acabará de uma vez com o seu lugar; e as trevas perseguirão os seus inimigos. 9. Que pensais vós contra o SENHOR? Ele mesmo vos consumirá de todo; não se levantará por duas vezes a angústia. 10. Porque, ainda que eles se entrelacem como os espinhos e se saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como palha seca. 11. De ti saiu um que pensa mal contra o SENHOR, um conselheiro de Belial. 12. Assim diz o SENHOR: Por mais seguros que estejam e por mais numerosos que sejam, ainda assim serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais. 13. Mas, agora, quebrarei o seu jugo de cima de ti e romperei os teus laços. 14. Contra ti, porém, o SENHOR deu ordem, que mais ninguém do teu nome seja semeado; da casa do teu deus exterminarei as imagens de escultura e de fundição; ali farei o teu sepulcro, porque és vil. 15. Eis sobre os montes os pés do que traz boas-novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os teus votos, porque o ímpio não tornará mais a passar por ti; ele é inteiramente exterminado. Naum 2 1. O destruidor está já diante de ti; guarda tu a fortaleza, observa o caminho, esforça os lombos, fortalece muito o teu poder. 2. Porque o SENHOR trará outra vez a excelência de Jacó, como a excelência de Israel; porque os que despejam os despejaram e corromperam os seus sarmentos. 3. Os escudos dos seus valentes estarão vermelhos, os homens valorosos, escarlates, os carros, como fogo de tochas no dia da sua preparação, e as lanças se sacudirão terrivelmente. 4. Os carros se enfurecerão nas praças, chocar-se-ão pelas ruas; o seu parecer é como o de tochas, correrão como relâmpagos. 5. Este se lembrará das suas riquezas; eles, porém, tropeçarão na sua marcha, apresentar-se-ão no muro, quando o amparo for preparado. 6. As portas do rio se abrirão, e o palácio se derreterá. 7. E Huzabe está descoberta; será levada cativa, e as suas servas a acompanharão, gemendo como pombas, batendo em seu peito. 8. Nínive, desde que existe, tem sido como um tanque de águas; elas, porém, fogem agora. Parai, parai, clamar-se-á; mas ninguém olhará para trás. 9. Saqueai a prata, saqueai o ouro, porque não tem termo o provimento, abastança há de todo gênero de móveis apetecíveis. 10. Vazia, e esgotada, e devastada ficará; e derrete-se o coração, e tremem os joelhos, e em todos os lombos há dor; e os rostos de todos eles empalidecem. 11. Onde está, agora, o covil dos leões e as pastagens dos leõezinhos, onde passeava o leão velho e o filhote do leão, sem haver ninguém que os espantasse? 12. O leão arrebatava o que bastava para os seus filhotes, e estrangulava a presa para as suas leoas, e enchia de presas as suas cavernas e os seus covis, de rapina. 13. Eis que eu estou contra ti, diz o SENHOR dos Exércitos, e queimarei na fumaça os teus carros, e a espada devorará os teus leõezinhos, e arrancarei da terra a tua presa, e não se ouvirá mais a voz dos teus embaixadores. Naum 3 1. Ai da cidade ensangüentada! Ela está toda cheia de mentiras e de rapina! Não se aparta dela o roubo. 2. Estrépito de açoite há, e o estrondo do ruído das rodas; e os cavalos atropelam, e carros vão saltando. 3. O cavaleiro levanta a espada flamejante e a lança relampagueante, e haverá uma multidão de mortos e abundância de cadáveres, e não terão fim os defuntos; tropeçarão nos seus corpos, 4. por causa da multidão dos pecados da mui graciosa meretriz, da mestra das feitiçarias, que vendeu os povos com os seus deleites e as gerações com as suas feitiçarias. 5. Eis que eu estou contra ti, diz o SENHOR dos Exércitos, e te descobrirei na tua face, e às nações mostrarei a tua nudez e aos reinos, a tua vergonha. 6. E lançarei sobre ti coisas abomináveis, e te envergonharei, e por-te-ei como espetáculo. 7. E há de ser que todos os que te virem fugirão de ti e dirão: Nínive está destruída; quem terá compaixão dela? Donde buscarei consoladores para ti? 8. És tu melhor do que Nô-Amom, que está situada entre os rios, cercada de águas, tendo por esplanada o mar e ainda o mar, por muralha? 9. Etiópia e Egito eram a sua força e esta não tinha fim; Pute e Líbia foram o teu socorro. 10. Todavia, ela foi levada, foi para o cativeiro; também os seus filhos foram despedaçados no topo de todas as ruas, e sobre os seus nobres lançaram sortes, e todos os seus grandes foram presos com grilhões. 11. Tu também, Nínive, serás embriagada e te esconderás; também buscarás força, por causa do inimigo. 12. Todas as tuas fortalezas serão como figueiras com figos temporãos; se se sacodem, caem na boca do que os há de comer. 13. Eis que o teu povo no meio de ti será como mulheres; as portas da tua terra estarão de todo abertas aos teus inimigos; o fogo consumirá os teus ferrolhos. 14. Tira águas para o cerco, fortifica as tuas fortalezas, entra no lodo, pisa o barro e repara o forno para os ladrilhos. 15. O fogo ali te consumirá, a espada te exterminará; consumir-te-á como a locusta; multiplica-te como a locusta, multiplica-te como os gafanhotos. 16. Multiplicaste os teus negociantes mais do que as estrelas do céu; a locusta se espalhará e voará. 17. Os teus coroados são como os gafanhotos, e os teus chefes, como os gafanhotos grandes, que se acampam nas sebes nos dias de frio; em subindo o sol, voam, e não se conhece o lugar onde estão. 18. Os teus pastores dormitarão, ó rei da Assíria; os teus ilustres deitar-se-ão, o teu povo se derramará pelos montes, sem que haja quem possa ajuntá-lo. 19. Não há cura para a tua ferida; a tua chaga é dolorosa; todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua malícia? Habacuque 1 1. O peso que viu o profeta Habacuque. 2. Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? 3. Por que razão me fazes ver a iniqüidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o litígio. 4. Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido. 5. Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizo, em vossos dias, uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada. 6. Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e apressada, que marcha sobre a largura da terra, para possuir moradas não suas. 7. Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua grandeza. 8. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos e mais perspicazes do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; sim, os seus cavaleiros virão de longe, voarão como águias que se apressam à comida. 9. Eles todos virão com violência; o seu rosto buscará o oriente, e eles congregarão os cativos como areia. 10. E escarnecerão dos reis e dos príncipes farão zombarias; eles se rirão de todas as fortalezas, porque, amontoando terra, as tomarão. 11. Então, passarão como um vento, e pisarão, e se farão culpados, atribuindo este poder ao seu deus. 12. Não és tu desde sempre, ó SENHOR, meu Deus, meu Santo? Nós não morreremos. Ó SENHOR, para juízo o puseste, e tu, ó Rocha, o fundaste para castigar. 13. Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar; por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele? 14. E farias os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm quem os governe? 15. Ele a todos levanta com o anzol, e apanha-os com a sua rede, e os ajunta na sua rede varredoura; por isso, ele se alegra e se regozija. 16. Por isso, sacrifica à sua rede e queima incenso à sua draga; porque, com elas, se engordou a sua porção, e se engrossou a sua comida. 17. Porventura, por isso, esvaziará a sua rede e não deixaria de matar os povos continuamente? Habacuque 2 1. Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei, e vigiarei, para ver o que fala comigo e o que eu responderei, quando eu for argüido. 2. Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa. 3. Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. 4. Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá. 5. Tanto mais que, por ser dado ao vinho, é desleal; um homem soberbo, que não se contém, que alarga como o sepulcro o seu desejo e, como a morte, que não se farta, ajunta a si todas as nações e congrega a si todos os povos. 6. Não levantarão, pois, todos estes contra ele uma parábola e um dito agudo contra ele, dizendo: Ai daquele que multiplica o que não é seu (até quando!) e daquele que se carrega a si mesmo de dívidas! 7. Não se levantarão de repente os que te hão de morder? E não despertarão os que te hão de abalar? E não lhes servirás tu de despojo? 8. Visto como despojaste muitas nações, todos os mais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos homens e da violência para com a terra, a cidade e todos os que habitam nela. 9. Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar da mão do mal! 10. Vergonha maquinaste para a tua casa; destruindo tu a muitos povos, pecaste contra a tua alma. 11. Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento. 12. Ai daquele que edifica a cidade com sangue e que funda a cidade com iniqüidade! 13. Eis que não vem do SENHOR dos Exércitos que os povos trabalhem para o fogo e os homens se cansem pela vaidade. 14. Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar. 15. Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Tu, que lhe chegas o teu odre e o embebedas, para ver a sua nudez, 16. serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe tu também e sê como um incircunciso; o cálice da mão direita do SENHOR se voltará sobre ti, e vômito ignominioso cairá sobre a tua glória. 17. Porque a violência cometida contra o Líbano te cobrirá, e a destruição dos animais ferozes os assombrará, por causa do sangue dos homens, e da violência para com a terra, a cidade e todos os seus moradores. 18. Que aproveitará a imagem de escultura, que esculpiu o seu artífice? E a imagem de fundição, que ensina a mentira, para que o artífice confie na obra, fazendo ídolos mudos? 19. Ai daquele que diz ao pau: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, mas no meio dele não há espírito algum. 20. Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra. Habacuque 3 1. Oração do profeta Habacuque sob a forma de canto. 2. Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia. 3. Deus veio de Temã, e o Santo, do monte de Parã. (Selá) A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor. 4. E o seu resplendor era como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força. 5. Adiante dele ia a peste, e raios de fogo, sob os seus pés. 6. Parou e mediu a terra; olhou e separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados, os outeiros eternos se encurvaram; o andar eterno é seu. 7. Vi as tendas de Cusã em aflição; as cortinas da terra de Midiã tremiam. 8. Acaso é contra os rios, SENHOR, que estás irado? Contra os ribeiros foi a tua ira ou contra o mar foi o teu furor, para que andasses montado sobre os teus cavalos, sobre os teus carros de salvação? 9. Descoberto se fez o teu arco; os juramentos feitos às tribos foram uma palavra segura. (Selá) Tu fendeste a terra com rios. 10. Os montes te viram e tremeram; a inundação das águas passou; deu o abismo a sua voz, levantou as suas mãos ao alto. 11. O sol e a lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da tua lança. 12. Com indignação marchaste pela terra, com ira trilhaste as nações. 13. Tu saíste para salvamento do teu povo, para salvamento do teu ungido; tu feriste a cabeça da casa do ímpio, descobrindo os fundamentos até ao pescoço. (Selá) 14. Tu abriste com os seus próprios cajados a cabeça dos seus guerreiros; eles me acometeram tempestuosos para me espalharem; alegravam-se, como se estivessem para devorar o pobre em segredo. 15. Tu, com os teus cavalos, marchaste pelo mar, pela massa de grandes águas. 16. Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim; descanse eu no dia da angústia, quando ele vier contra o povo que nos destruirá. 17. Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, 18. todavia, eu me alegrarei no SENHOR, exultarei no Deus da minha salvação. 19. JEOVÁ, o Senhor, é minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de música.) Sofonias 1 1. Palavra do SENHOR vinda a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá. 2. Inteiramente consumirei tudo sobre a face da terra, diz o SENHOR. 3. Arrebatarei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os ímpios; e exterminarei os homens de cima da terra, disse o SENHOR. 4. E estenderei a minha mão contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém e exterminarei deste lugar o resto de Baal e o nome dos quemarins com os sacerdotes; 5. e os que sobre os telhados se curvam ao exército do céu; e os que se inclinam jurando ao SENHOR e juram por Malcã; 6. e os que deixam de andar em seguimento do SENHOR, e os que não buscam ao SENHOR, nem perguntam por ele. 7. Cala-te diante do Senhor JEOVÁ, porque o dia do SENHOR está perto, porque o SENHOR preparou o sacrifício e santificou os seus convidados. 8. E acontecerá que, no dia do sacrifício do SENHOR, hei de castigar os príncipes, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de vestidura estranha. 9. Castigarei também, naquele dia, todos aqueles que saltam sobre o umbral, que enchem de violência e engano a casa dos seus senhores. 10. E, naquele dia, diz o SENHOR, far-se-á ouvir uma voz de clamor desde a Porta do Peixe, e um uivo desde a segunda parte, e grande quebranto desde os outeiros. 11. Uivai vós, moradores de Mactés, porque todo o povo de Canaã está arruinado, todos os carregados de dinheiro são destruídos. 12. E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei Jerusalém com lanternas e castigarei os homens que estão assentados sobre as suas fezes, que dizem no seu coração: O SENHOR não faz bem nem faz mal. 13. Por isso, será saqueada a sua fazenda, e assoladas as suas casas; e edificarão casas, mas não habitarão nelas, e plantarão vinhas, mas não lhes beberão o vinho. 14. O grande dia do SENHOR está perto, está perto, e se apressa muito a voz do dia do SENHOR; amargamente clamará ali o homem poderoso. 15. Aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, 16. dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortes e contra as torres altas. 17. E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o SENHOR; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne, como esterco. 18. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do SENHOR, mas, pelo fogo do seu zelo, toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada. Sofonias 2 1. Congrega-te, sim, congrega-te, ó nação que não tens desejo, 2. antes que saia o decreto, e o dia passe como a palha; antes que venha sobre vós a ira do SENHOR; sim, antes que venha sobre vós o dia da ira do SENHOR. 3. Buscai o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que pondes por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do SENHOR. 4. Porque Gaza será desamparada, e Asquelom, assolada; Asdode ao meio-dia será expelida, e Ecrom, desarraigada. 5. Ai dos habitantes da borda do mar, do povo dos quereteus! A palavra do SENHOR será contra vós, ó Canaã, terra dos filisteus, e eu vos farei destruir, até que não haja morador. 6. E a borda do mar será de pastagens, com cabanas para os pastores e currais para os rebanhos. 7. E será a costa para o resto da casa de Judá para que nela apascentem; à tarde, se assentarão nas casas de Asquelom, porque o SENHOR, seu Deus, os visitará e reconduzirá os seus cativos. 8. Eu ouvi o escárnio de Moabe e as injuriosas palavras dos filhos de Amom, com que escarneceram do meu povo e se engrandeceram contra o seu termo. 9. Portanto, tão certo como eu vivo, diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom, como Gomorra, campo de urtigas, e poços de sal, e assolação perpétua; o resto do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá. 10. Isso terão em recompensa da sua soberba, porque escarneceram e se engrandeceram contra o povo do SENHOR dos Exércitos. 11. O SENHOR será terrível para eles, porque aniquilará todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, todas as ilhas das nações. 12. Também vós, ó etíopes, sereis mortos com a minha espada. 13. Estenderá também a sua mão contra o Norte e destruirá a Assíria; e fará de Nínive uma assolação, terra seca como o deserto. 14. E, no meio dela, repousarão os rebanhos, todos os animais dos povos; e alojar-se-ão nos seus capitéis assim o pelicano como o ouriço; a voz do seu canto retinirá nas janelas, a assolação estará no umbral, quando tiver descoberto a sua obra de cedro. 15. Esta é a cidade alegre e descuidada, que dizia no seu coração: Eu sou, e não há outra além de mim; como se tornou em assolação, em pousada de animais! Qualquer que passar por ela assobiará e meneará a sua mão. Sofonias 3 1. Ai da rebelde e manchada, da cidade opressora! 2. Não ouve a voz, não aceita o castigo, não confia no SENHOR, nem se aproximou do seu Deus. 3. Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para o outro dia. 4. Os seus profetas são levianos e criaturas aleivosas; os seus sacerdotes profanaram o santuário e fizeram violência à lei. 5. O SENHOR é justo, no meio dela; ele não comete iniqüidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; mas o perverso não conhece a vergonha. 6. Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as habite. 7. Eu dizia: Certamente me temerás e aceitarás a correção; e assim a sua morada não seria destruída, conforme o que havia determinado; mas eles se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras. 8. Portanto, esperai-me a mim, diz o SENHOR, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu juízo é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo. 9. Porque, então, darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do SENHOR, para que o sirvam com um mesmo espírito. 10. Dalém dos rios da Etiópia os meus zelosos adoradores, a filha da minha dispersão, me trarão sacrifício. 11. Naquele dia, não te envergonharás de nenhuma das tuas obras, com que te rebelaste contra mim; porque então tirarei do meio de ti os que exultam na sua soberba, e tu nunca mais te ensoberbecerás no meu monte santo. 12. Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do SENHOR. 13. O remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; porque serão apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante. 14. Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. 15. O SENHOR afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o SENHOR, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais mal algum. 16. Naquele dia, se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos. 17. O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo. 18. Os que em ti se entristeceram, por causa da reunião solene, eu os congregarei; esses para os quais o peso foi uma afronta. 19. Eis que, naquele tempo, procederei contra todos os que te afligem, e salvarei os que coxeiam, e recolherei os que foram expulsos; e lhes darei um louvor e um nome em toda a terra em que foram envergonhados. 20. Naquele tempo, vos trarei, naquele tempo, vos recolherei; certamente, vos darei um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando reconduzir os vossos cativos diante dos vossos olhos, diz o SENHOR. Ageu 1 1. No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo: 2. Assim fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada. 3. Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: 4. É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? 5. Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. 6. Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado. 7. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. 8. Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o SENHOR. 9. Olhastes para muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por quê? -- disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa. 10. Por isso, retêm os céus o seu orvalho, e a terra retém os seus frutos. 11. E fiz vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, e sobre os animais, e sobre todo o trabalho das mãos. 12. Então, ouviu Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e todo o resto do povo a voz do SENHOR, seu Deus, e as palavras do profeta Ageu, como o SENHOR, seu Deus, o tinha enviado; e temeu o povo diante do SENHOR. 13. Então, Ageu, o embaixador do SENHOR, falou ao povo, conforme a mensagem do SENHOR, dizendo: Eu sou convosco, diz o SENHOR. 14. E o SENHOR levantou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo, e vieram e trabalharam na Casa do SENHOR dos Exércitos, seu Deus, 15. ao vigésimo-quarto dia do sexto mês, no segundo ano do rei Dario. Ageu 2 1. No sétimo mês, ao vigésimo-primeiro do mês, veio a palavra do SENHOR pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: 2. Fala agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e ao resto do povo, dizendo: 3. Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada em vossos olhos, comparada com aquela? 4. Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o SENHOR, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o SENHOR, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos, 5. segundo a palavra que concertei convosco, quando saístes do Egito, e o meu Espírito habitava no meio de vós; não temais. 6. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, e farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca; 7. e farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos. 8. Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos. 9. A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos. 10. Ao vigésimo-quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do SENHOR pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: 11. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Pergunta, agora, aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo: 12. Se alguém leva carne santa na aba da sua veste e com a sua aba tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará este santificado? E os sacerdotes, respondendo, diziam: Não. 13. E disse Ageu: Se alguém, que se tinha tornado impuro pelo contato com um corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará isso imundo? E os sacerdotes, respondendo, diziam: Ficará imunda. 14. Então, respondeu Ageu e disse: Assim é este povo, e assim é esta nação diante do meu rosto, disse o SENHOR; e assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é. 15. Agora, pois, aplicai o vosso coração a isso, desde este dia em diante, antes de pordes pedra sobre pedra no templo do SENHOR. 16. Depois daquele tempo, veio alguém a um monte de vinte medidas, e havia somente dez; vindo ao lagar para tirar cinqüenta, havia somente vinte. 17. Feri-vos com queimadura, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos; e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o SENHOR. 18. Ponde, pois, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo-quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, ponde o vosso coração nestas coisas. 19. Há ainda semente no celeiro? Nem a videira, nem a figueira, nem a romeira, nem a oliveira têm dado os seus frutos; mas desde este dia vos abençoarei. 20. E veio a palavra do SENHOR segunda vez a Ageu, aos vinte e quatro do mês, dizendo: 21. Fala a Zorobabel, príncipe de Judá, dizendo: Farei tremer os céus e a terra; 22. e derribarei o trono dos reinos e destruirei a força dos reinos das nações; e destruirei o carro e os que nele se assentam; e os cavalos e os que andam montados neles cairão, cada um pela espada do seu irmão. 23. Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, te tomarei, ó Zorobabel, filho de Sealtiel, servo meu, diz o SENHOR, e te farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o SENHOR dos Exércitos. Zacarias 1 1. No oitavo mês do segundo ano de Dario, veio a palavra do SENHOR ao profeta Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido, dizendo: 2. O SENHOR tem estado em extremo desgostoso com vossos pais. 3. Portanto, dize-lhes: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tornai para mim, diz o SENHOR dos Exércitos, e eu tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos. 4. E não sejais como vossos pais, aos quais clamavam os primeiros profetas, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Convertei-vos, agora, dos vossos maus caminhos e das vossas más obras. Mas não ouviram, nem me escutaram, diz o SENHOR. 5. Vossos pais, onde estão eles? E os profetas, viverão eles para sempre? 6. Contudo, as minhas palavras e os meus estatutos, que eu mandei pelos profetas, meus servos, não alcançaram a vossos pais? E eles tornaram e disseram: Assim como o SENHOR dos Exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos e segundo as nossas obras, assim ele nos tratou. 7. Aos vinte e quatro dias do mês undécimo (que é o mês de sebate), no segundo ano de Dario, veio a palavra do SENHOR ao profeta Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido, dizendo: 8. Olhei de noite e vi um homem montado em um cavalo vermelho, e parava entre as murtas que estavam na profundeza; e atrás dele estavam cavalos vermelhos, morenos e brancos. 9. E eu disse: Senhor meu, quem são estes? E disse-me o anjo que falava comigo: Eu te mostrarei quem estes são. 10. Então, respondeu o homem que estava entre as murtas e disse: Estes são os que o SENHOR tem enviado para andarem pela terra. 11. E eles responderam ao anjo do SENHOR, que estava entre as murtas, e disseram: Nós já andamos pela terra, e eis que toda a terra está tranqüila e em descanso. 12. Então, o anjo do SENHOR respondeu e disse: Ó SENHOR dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos? 13. Respondeu o SENHOR, ao anjo que falava comigo, palavras boas, palavras consoladoras. 14. E o anjo que falava comigo me disse: Clama, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Com grande zelo, estou zelando por Jerusalém e por Sião. 15. E, com grandíssima ira, estou irado contra as nações em descanso; porque, estando eu um pouco desgostoso, eles auxiliaram no mal. 16. Portanto, o SENHOR diz assim: Voltei-me para Jerusalém com misericórdia; a minha casa nela será edificada, diz o SENHOR dos Exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém. 17. Clama outra vez, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: As minhas cidades ainda aumentarão e prosperarão; porque o SENHOR ainda consolará a Sião e ainda escolherá a Jerusalém. 18. E levantei os meus olhos, e olhei, e vi quatro chifres. 19. E eu disse ao anjo que falava comigo: Que é isto? E ele me disse: Estes são os poderes que dispersaram Judá, Israel e Jerusalém. 20. E o SENHOR me mostrou quatro ferreiros. 21. Então, eu disse: Que vêm estes fazer? E ele falou, dizendo: Estes são os poderes que dispersaram Judá, de maneira que ninguém pôde levantar a sua cabeça; estes, pois, vieram para os amedrontarem, para derribarem os poderes das nações que levantaram o seu poder contra a terra de Judá, para a espalharem. Zacarias 2 1. Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e vi um homem em cuja mão estava um cordel de medir. 2. E eu disse: Para onde vais tu? E ele me disse: Medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento. 3. E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro 4. e lhe disse: Corre, fala a este jovem, dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão, nela, dos homens e dos animais. 5. E eu, diz o SENHOR, serei para ela um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória. 6. Olá! Oh! Fugi, agora, da terra do Norte, diz o SENHOR, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o SENHOR. 7. Oh! Sião! Livra-te tu que habitas com a filha da Babilônia. 8. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Depois da glória, ele me enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho. 9. Porque eis aí levantarei a minha mão sobre eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim, sabereis vós que o SENHOR dos Exércitos me enviou. 10. Exulta e alegra-te, ó filha de Sião, porque eis que venho e habitarei no meio de ti, diz o SENHOR. 11. E, naquele dia, muitas nações se ajuntarão ao SENHOR e serão o meu povo; e habitarei no meio de ti, e saberás que o SENHOR dos Exércitos me enviou a ti. 12. Então, o SENHOR possuirá a Judá como sua porção na terra santa e ainda escolherá a Jerusalém. 13. Cale-se, toda a carne, diante do SENHOR, porque ele despertou na sua santa morada. Zacarias 3 1. E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do SENHOR, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. 2. Mas o SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreende, ó Satanás, sim, o SENHOR, que escolheu Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo? 3. Ora, Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo. 4. Então, falando, ordenou aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a ele lhe disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade e te vestirei de vestes novas. 5. E disse eu: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre sua cabeça e o vestiram de vestes; e o anjo do SENHOR estava ali. 6. E o anjo do SENHOR protestou a Josué, dizendo: 7. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Se andares nos meus caminhos e se observares as minhas ordenanças, também tu julgarás a minha casa e também guardarás os meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui. 8. Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo. 9. Porque eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos; eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o SENHOR dos Exércitos, e tirarei a iniqüidade desta terra, em um dia. 10. Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, cada um de vós convidará o seu companheiro para debaixo da videira e para debaixo da figueira. Zacarias 4 1. E tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono, 2. e me disse: Que vês? E eu disse: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com as suas sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo tinha sete canudos. 3. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. 4. E falei e disse ao anjo que falava comigo, dizendo: Senhor meu, que é isto? 5. Então, respondeu o anjo que falava comigo e me disse: Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu. 6. E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos. 7. Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina; porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela. 8. E a palavra do SENHOR veio de novo a mim, dizendo: 9. As mãos de Zorobabel têm fundado esta casa, também as suas mãos a acabarão, para que saibais que o SENHOR dos Exércitos me enviou a vós. 10. Porque quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois esse se alegrará, vendo o prumo na mão de Zorobabel; são os sete olhos do SENHOR, que discorrem por toda a terra. 11. Falei mais e disse-lhe: Que são as duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda? 12. E, falando-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro e que vertem de si ouro? 13. E ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é isto? E eu disse: Não, Senhor meu. 14. Então, ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra. Zacarias 5 1. E outra vez levantei os meus olhos, e olhei, e vi um rolo voante. 2. E ele me disse: Que vês? E eu disse: Vejo um rolo voante, que tem vinte côvados de comprido e dez côvados de largo. 3. Então, me disse: Esta é a maldição que sairá pela face de toda a terra; porque qualquer que furtar será desarraigado, conforme a maldição de um lado; e qualquer que jurar falsamente será desarraigado, conforme a maldição do outro lado. 4. Eu a trarei, disse o SENHOR dos Exércitos, e a farei entrar na casa do ladrão e na casa do que jurar falsamente pelo meu nome; e pernoitará no meio da sua casa e a consumirá com a sua madeira e com as suas pedras. 5. E saiu o anjo que falava comigo e me disse: Levanta, agora, os teus olhos e vê que é isto que sai. 6. E eu disse: Que é isto? E ele disse: Isso é um efa que sai. Mais disse: Esta é a semelhança deles em toda a terra. 7. E eis que foi levantado um talento de chumbo, e uma mulher estava assentada no meio do efa. 8. E ele disse: Esta é a impiedade. E a lançou dentro do efa e pôs sobre a boca dele o peso de chumbo. 9. E levantei os meus olhos e olhei, e eis que duas mulheres saíram, agitando o ar com as suas asas, pois tinham asas como as da cegonha; e levantaram o efa entre a terra e o céu. 10. Então, eu disse ao anjo que falava comigo: Para onde levam estas o efa? 11. E ele me disse: Para lhe edificarem uma casa na terra de Sinar, e, estando ela acabada, ele será posto ali em seu próprio lugar. Zacarias 6 1. E outra vez levantei os meus olhos, e olhei, e vi quatro carros que saíram dentre dois montes, e estes montes eram montes de metal. 2. No primeiro carro, eram os cavalos vermelhos, e, no segundo carro, cavalos pretos. 3. E, no terceiro carro, cavalos brancos, e, no quarto carro, cavalos grisalhos e fortes. 4. E respondi e disse ao anjo que falava comigo: Que é isto, Senhor meu? 5. E o anjo respondeu e me disse: Estes são os quatro ventos do céu, saindo donde estavam perante o Senhor de toda a terra. 6. O carro em que estão os cavalos pretos sai para a terra do Norte, e os brancos saem atrás deles, e os grisalhos saem para a terra do Sul. 7. E os cavalos fortes saíam e procuravam ir por diante, para andarem pela terra. E ele disse: Ide, andai pela terra. E andavam pela terra. 8. E me chamou e me falou, dizendo: Eis que aqueles que saíram para a terra do Norte fizeram repousar o meu Espírito na terra do Norte. 9. E a palavra do SENHOR veio a mim, dizendo: 10. Recebe dos que foram levados cativos: de Heldai, de Tobias e de Jedaías (e vem naquele dia e entra na casa de Josias, filho de Sofonias), os quais vieram da Babilônia; 11. recebe, digo, prata e ouro, e faze coroas, e põe-nas na cabeça de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote. 12. E fala-lhe, dizendo: Assim fala e diz o SENHOR dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do SENHOR. 13. Ele mesmo edificará o templo do SENHOR, e levará a glória, e assentar-se-á, e dominará no seu trono, e será sacerdote no seu trono, e conselho de paz haverá entre ambos. 14. E estas coroas serão de Helém, e de Tobias, e de Jedaías, e de Hem, filho de Sofonias, como um memorial no templo do SENHOR. 15. E aqueles que estão longe virão e edificarão no templo do SENHOR, e vós sabereis que o SENHOR dos Exércitos me tem enviado a vós; e isso acontecerá, se ouvirdes mui atentos a voz do SENHOR, vosso Deus. Zacarias 7 1. Aconteceu, pois, no ano quarto do rei Dario, que a palavra do SENHOR veio a Zacarias, no dia quarto do nono mês, em quisleu. 2. Quando de Betel foram enviados Sarezer, e Regém-Meleque, e os seus homens, para suplicarem o favor do SENHOR, 3. disseram aos sacerdotes que estavam na Casa do SENHOR dos Exércitos e aos profetas: Chorarei eu no quinto mês, separando-me, como o tenho feito por tantos anos? 4. Então, a palavra do SENHOR dos Exércitos veio a mim, dizendo: 5. Fala a todo o povo desta terra e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, jejuastes vós para mim, mesmo para mim? 6. Ou, quando comestes e quando bebestes, não foi para vós mesmos que comestes e bebestes? 7. Não ouvistes vós as palavras que o SENHOR pregou pelo ministério dos profetas precedentes, quando Jerusalém estava habitada e quieta, com as suas cidades ao redor dela, e o Sul e a campina eram habitados? 8. E a palavra do SENHOR veio a Zacarias, dizendo: 9. Assim falou o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão; 10. e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração. 11. Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o ombro rebelde, e ensurdeceram os seus ouvidos, para que não ouvissem. 12. Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o SENHOR dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas precedentes; donde veio a grande ira do SENHOR dos Exércitos. 13. E aconteceu que, como ele clamou, e eles não ouviram, assim também eles clamarão, mas eu não ouvirei, diz o SENHOR dos Exércitos. 14. E os espalharei com tempestade entre todas as nações que eles não conheceram, e a terra será assolada atrás deles, de sorte que ninguém passará por ela, nem se voltará, porque têm feito da terra desejada uma desolação. Zacarias 8 1. Depois, veio a mim a palavra do SENHOR dos Exércitos, dizendo: 2. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Zelei por Sião com grande zelo e com grande indignação zelei por ela. 3. Assim diz o SENHOR: Voltarei para Sião e habitarei no meio de Jerusalém; e Jerusalém chamar-se-á a cidade de verdade, e o monte do SENHOR dos Exércitos, monte de santidade. 4. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém habitarão velhos e velhas, levando cada um na mão o seu bordão, por causa da sua muita idade. 5. E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão. 6. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Se isso for maravilhoso aos olhos do resto deste povo, naqueles dias, será também maravilhoso aos meus olhos? -- diz o SENHOR dos Exércitos. 7. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que salvarei o meu povo da terra do Oriente e da terra do Ocidente; 8. e trá-los-ei, e habitarão no meio de Jerusalém; e serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça. 9. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Esforcem-se as mãos de todos vós que nestes dias ouvistes estas palavras da boca dos profetas que estiveram no dia em que foi posto o fundamento da Casa do SENHOR dos Exércitos, para que o templo fosse edificado. 10. Porque antes destes dias não houve aluguel de homens, nem aluguel de animais; nem havia paz para o que entrava, nem para o que saía, por causa do inimigo, porque eu incitei a todos os homens, cada um contra o seu companheiro. 11. Mas, agora, não serei para com o resto deste povo como nos primeiros dias, diz o SENHOR dos Exércitos. 12. Porque a semente prosperará, a vide dará o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde tudo isto. 13. E há de acontecer, ó casa de Judá e ó casa de Israel, que, assim como fostes uma maldição entre as nações, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não temais, esforcem-se as vossas mãos. 14. Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Assim como pensei fazer-vos mal, quando vossos pais me provocaram à ira, diz o SENHOR dos Exércitos, e não me arrependi, 15. assim pensei de novo em fazer bem a Jerusalém e à casa de Judá nestes dias; não temais. 16. Eis as coisas que deveis fazer: falai verdade cada um com o seu companheiro; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas; 17. e nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu companheiro, nem ame o juramento falso; porque todas estas coisas eu aborreço, diz o SENHOR. 18. E a palavra do SENHOR dos Exércitos veio a mim, dizendo: 19. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: O jejum do quarto mês, e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês será para a casa de Judá gozo, e alegria, e festividades solenes; amai, pois, a verdade e a paz. 20. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda sucederá que virão povos e habitantes de muitas cidades; 21. e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do SENHOR e buscar o SENHOR dos Exércitos; eu também irei. 22. Assim, virão muitos povos e poderosas nações buscar, em Jerusalém, o SENHOR dos Exércitos e suplicar a bênção do SENHOR. 23. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco. Zacarias 9 1. Peso da palavra do SENHOR contra a terra de Hadraque e Damasco, que é o seu repouso; porque o olhar do homem e de todas as tribos de Israel se volta para o SENHOR. 2. E também Hamate nela terá termo, e Tiro, e Sidom, ainda que sejam mui sábias. 3. E Tiro edificou para si fortalezas e amontoou prata como o pó e ouro fino como a lama das ruas. 4. Eis que o Senhor a despojará e ferirá no mar a sua força, e ela será consumida pelo fogo. 5. Asquelom o verá e temerá, também Gaza e terá grande dor, igualmente Ecrom, porque a sua esperança será iludida; e o rei de Gaza perecerá, e Asquelom não será habitada. 6. E um bastardo habitará em Asdode, e exterminarei a soberba dos filisteus. 7. E da sua boca tirarei o seu sangue e dentre os seus dentes as suas abominações; e ele também ficará como um resto para o nosso Deus; e será como príncipe em Judá, e Ecrom, como um jebuseu. 8. E me acamparei ao redor da minha casa, contra o exército, para que ninguém passe e para que ninguém volte; para que não passe mais sobre eles o exator; porque agora vi com os meus olhos. 9. Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta. 10. E destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco de guerra será destruído; e ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e desde o rio até às extremidades da terra. 11. Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu concerto, tirei os teus presos da cova em que não havia água. 12. Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também hoje vos anuncio que vos recompensarei em dobro. 13. Porque curvei Judá para mim, enchi com Efraim o arco; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Grécia! E por-te-ei como a espada de um valente. 14. E o SENHOR será visto sobre eles, e as suas flechas sairão como o relâmpago; e o Senhor JEOVÁ fará soar a trombeta e irá com os redemoinhos do Sul. 15. O SENHOR dos Exércitos os amparará; e comerão, depois que os tiverem sujeitado, as pedras da funda; também beberão e farão barulho como excitados pelo vinho; e encher-se-ão como taças, como os cantos do altar. 16. E o SENHOR, seu Deus, naquele dia, os salvará, como ao rebanho do seu povo; porque, como as pedras de uma coroa, eles serão exaltados na sua terra. 17. Porque quão grande é a sua bondade! E quão grande é a sua formosura! O trigo fará florescer os jovens, e o mosto, as donzelas. Zacarias 10 1. Pedi ao SENHOR chuva no tempo da chuva serôdia; o SENHOR, que faz os relâmpagos, lhes dará chuveiro de água e erva no campo a cada um. 2. Porque os terafins têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira e descrito sonhos vãos; com vaidade consolam; por isso, vão como ovelhas, estão aflitos, porque não há pastor. 3. Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes; mas o SENHOR dos Exércitos visitará o seu rebanho, a casa de Judá, e os fará como o seu majestoso cavalo na peleja. 4. Dele a pedra de esquina, dele a estaca, dele o arco de guerra, dele juntamente sairão todos os exatores. 5. E serão como valentes que pelo lodo das ruas entram na peleja, esmagando os inimigos; porque o SENHOR estará com eles, e eles envergonharão os que andam montados em cavalos. 6. E fortalecerei a casa de Judá, e salvarei a casa de José, e tornarei a plantá-los, porque me apiedei deles; e serão como se os não tivera rejeitado; porque eu sou o SENHOR, seu Deus, e os ouvirei. 7. E os de Efraim serão como um valente, e o seu coração se alegrará como pelo vinho, e seus filhos o verão e se alegrarão; o seu coração se regozijará no SENHOR. 8. Eu lhes assobiarei e os ajuntarei, porque os tenho remido, e multiplicar-se-ão como se tinham multiplicado. 9. E eu os semearei entre os povos, e lembrar-se-ão de mim em lugares remotos; e viverão com seus filhos e voltarão. 10. Porque eu os farei voltar da terra do Egito e os congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano, e não se achará lugar para eles. 11. E ele passará o mar com angústia e ferirá as ondas do mar, e todas as profundezas dos rios se secarão; então, será derribada a soberba da Assíria, e o cetro do Egito se retirará. 12. E eu os fortalecerei no SENHOR, e andarão no seu nome, diz o SENHOR. Zacarias 11 1. Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo consuma os cedros. 2. Gemei, faias, porque os cedros caíram, porque os mais excelentes são destruídos; gemei, ó carvalhos de Basã, porque o bosque forte é derribado. 3. Eis voz de uivo dos pastores, porque a sua glória é destruída! Voz de bramido dos filhos de leões, porque foi destruída a soberba do Jordão! 4. Assim diz o SENHOR, meu Deus: Apascenta as ovelhas da matança, 5. cujos possuidores as matam e não se têm por culpados; e cujos vendedores dizem: Louvado seja o SENHOR, porque hei enriquecido, e os seus pastores não têm piedade delas. 6. Certamente não terei mais piedade dos moradores desta terra, diz o SENHOR, mas eis que entregarei os homens cada um na mão do seu companheiro e na mão do seu rei; eles ferirão a terra, e eu não os livrarei da sua mão. 7. E eu apascentei as ovelhas da matança, as pobres ovelhas do rebanho; e tomei para mim duas varas: a uma chamei Suavidade, e à outra chamei Laços; e apascentei as ovelhas. 8. E destruí os três pastores num mês, porque se angustiou deles a minha alma, e também a sua alma teve fastio de mim. 9. E eu disse: Não vos apascentarei mais; o que morrer morra, e o que for destruído seja, e as que restarem comam cada uma a carne da sua companheira. 10. E tomei a minha vara Suavidade e a quebrei, para desfazer o meu concerto, que tinha estabelecido com todos estes povos. 11. E foi quebrada, naquele dia, e conheceram assim os pobres do rebanho, que me aguardavam, que isso era palavra do SENHOR. 12. E eu disse-lhes: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o que me é devido e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata. 13. O SENHOR, pois, me disse: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do SENHOR. 14. Então, quebrei a minha segunda vara Laços, para romper a irmandade entre Judá e Israel. 15. E o SENHOR me disse: Toma ainda para ti o instrumento de um pastor insensato. 16. Porque eis que levantarei um pastor na terra, que não visitará as que estão perecendo, não buscará a desgarrada e não sarará a doente, nem apascentará a sã; mas comerá a carne da gorda e lhe despedaçará as unhas. 17. Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho; a espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; o seu braço completamente se secará, e o seu olho direito completamente se escurecerá. Zacarias 12 1. Peso da palavra do SENHOR sobre Israel. Fala o SENHOR, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele. 2. Eis que porei Jerusalém como um copo de tremor para todos os povos em redor e também para Judá, quando do cerco contra Jerusalém. 3. E acontecerá, naquele dia, que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que carregarem com ela certamente serão despedaçados, e ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra. 4. Naquele dia, diz o SENHOR, ferirei de espanto todos os cavalos e de loucura os que montam neles; e sobre a casa de Judá abrirei os meus olhos e ferirei de cegueira todos os cavalos dos povos. 5. Então, os chefes de Judá dirão no seu coração: A minha força são os habitantes de Jerusalém e o SENHOR dos Exércitos, seu Deus. 6. Naquele dia, porei os chefes de Judá como uma brasa ardente debaixo da lenha e como um facho entre as gavelas; e à direita e à esquerda eles consumirão a todos os povos em redor, e Jerusalém será habitada outra vez no seu próprio lugar, mesmo em Jerusalém. 7. E o SENHOR primeiramente salvará as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não sejam exaltadas acima de Judá. 8. Naquele dia, o SENHOR amparará os habitantes de Jerusalém; e o que dentre eles tropeçar, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o anjo do SENHOR diante deles. 9. E acontecerá, naquele dia, que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém. 10. E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito. 11. Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom no vale de Megido. 12. E a terra pranteará, cada linhagem à parte; a linhagem da casa de Davi, à parte, e suas mulheres, à parte, e a linhagem da casa de Natã, à parte, e suas mulheres, à parte; 13. a linhagem da casa de Levi, à parte, e suas mulheres, à parte; a linhagem de Simei, à parte, e suas mulheres, à parte. 14. Todas as mais linhagens, cada linhagem, à parte, e suas mulheres, à parte. Zacarias 13 1. Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, contra o pecado e contra a impureza. 2. E acontecerá, naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que tirarei da terra os nomes dos ídolos, e deles não haverá mais memória; e também farei sair da terra os profetas e o espírito da impureza. 3. E será que, quando alguém ainda profetizar, seu pai e sua mãe, que o geraram, lhe dirão: Não viverás, porque mentirosamente falaste em nome do SENHOR; e seu pai e sua mãe, que o geraram, o traspassarão quando profetizar. 4. E acontecerá, naquele dia, que os profetas se envergonharão, cada um da sua visão, quando profetizarem; nem mais se vestirão de manto de pêlos, para mentirem. 5. Mas dirão: Não sou profeta, sou lavrador da terra; porque tenho sido servo desde a minha mocidade. 6. E, se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos?, dirá ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos. 7. Ó espada, ergue-te contra o meu Pastor e contra o varão que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos; fere o Pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão para os pequenos. 8. E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas e expirarão; mas a terceira parte restará nela. 9. E farei passar essa terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é meu Deus. Zacarias 14 1. Eis que vem o dia do SENHOR, em que os teus despojos se repartirão no meio de ti. 2. Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres, forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o resto do povo não será expulso da cidade. 3. E o SENHOR sairá e pelejará contra estas nações, como pelejou no dia da batalha. 4. E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul. 5. E fugireis pelo vale dos meus montes (porque o vale dos montes chegará até Azel) e fugireis assim como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o SENHOR, meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor. 6. E acontecerá, naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão. 7. Mas será um dia conhecido do SENHOR; nem dia nem noite será; e acontecerá que, no tempo da tarde, haverá luz. 8. Naquele dia, também acontecerá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas até ao mar ocidental; no estio e no inverno, sucederá isso. 9. E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu nome. 10. Toda a terra em redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém; ela será exalçada e habitada no seu lugar, desde a Porta de Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à Porta da Esquina, e desde a Torre de Hananel até aos lagares do rei. 11. E habitarão nela, e não haverá mais anátema, porque Jerusalém habitará segura. 12. E esta será a praga com que o SENHOR ferirá todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne será consumida, estando eles de pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na sua boca. 13. Naquele dia, também acontecerá que haverá uma grande perturbação do SENHOR entre eles; porque pegará cada um na mão do seu companheiro, e alçar-se-á a mão de cada um contra a mão do seu companheiro. 14. E também Judá pelejará em Jerusalém, e se ajuntarão em redor as riquezas de todas as nações, ouro, e prata, e vestes em grande abundância. 15. E será a praga dos cavalos, dos mulos, dos camelos e dos jumentos e de todos os animais que estiverem naqueles exércitos, como foi a praga deles. 16. E acontecerá que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a Festa das Cabanas. 17. E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. 18. E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, virá sobre eles a praga com que o SENHOR ferirá as nações que não subirem a celebrar a Festa das Cabanas. 19. Este será o castigo dos egípcios e o castigo de todas as nações que não subirem a celebrar a Festa das Cabanas. 20. Naquele dia, se gravará sobre as campainhas dos cavalos: SANTIDADE AO SENHOR; e as panelas na Casa do SENHOR serão como as bacias diante do altar. 21. E todas as panelas em Jerusalém e Judá serão consagradas ao SENHOR dos Exércitos, e todos os que sacrificarem virão, e delas tomarão, e nelas cozerão; e não haverá mais cananeu na Casa do SENHOR dos Exércitos, naquele dia. Malaquias 1 1. Peso da palavra do SENHOR contra Israel, pelo ministério de Malaquias. 2. Eu vos amei, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos amaste? Não foi Esaú irmão de Jacó? -- disse o SENHOR; todavia amei a Jacó 3. e aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos dragões do deserto. 4. Ainda que Edom diga: Empobrecidos somos, porém tornaremos a edificar os lugares desertos, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, e eu destruirei, e lhes chamarão Termo-de-Impiedade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre. 5. E os vossos olhos o verão, e direis: O SENHOR seja engrandecido desde os termos de Israel. 6. O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? -- diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome e dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? 7. Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto, que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível. 8. Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? -- diz o SENHOR dos Exércitos. 9. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, e ele terá piedade de nós; isto veio da vossa mão; aceitará ele a vossa pessoa? -- diz o SENHOR dos Exércitos. 10. Quem há também entre vós que feche as portas e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oblação. 11. Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos. 12. Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é impura, e o seu produto, a sua comida, é desprezível. 13. E dizeis: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o SENHOR dos Exércitos: vós ofereceis o roubado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta; ser-me-á aceito isto de vossa mão? -- diz o SENHOR. 14. Pois maldito seja o enganador, que, tendo animal no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR uma coisa vil; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome será tremendo entre as nações. Malaquias 2 1. E, agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós. 2. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração. 3. Eis que vos corromperei a semente e espalharei esterco sobre o vosso rosto, o esterco das vossas festas; e com ele sereis tirados. 4. Então, sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que o meu concerto seja com Levi, diz o SENHOR dos Exércitos. 5. Meu concerto com ele foi de vida e de paz, e eu lhas dei para que me temesse, e me temeu e assombrou-se por causa do meu nome. 6. A lei da verdade esteve na sua boca, e a iniqüidade não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e apartou a muitos da iniqüidade. 7. Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo do SENHOR dos Exércitos. 8. Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos. 9. Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei. 10. Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais? 11. Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do SENHOR, a qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho. 12. O SENHOR extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao SENHOR dos Exércitos. 13. Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão. 14. E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto. 15. E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que somente um? Ele buscava uma semente de piedosos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade. 16. Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que aborrece o repúdio e aquele que encobre a violência com a sua veste, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso espírito e não sejais desleais. 17. Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou onde está o Deus do juízo? Malaquias 3 1. Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim; e, de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do concerto, a quem vós desejais; eis que vem, diz o SENHOR dos Exércitos. 2. Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. 3. E assentar-se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi e os afinará como ouro e como prata; então, ao SENHOR trarão ofertas em justiça. 4. E a oferta de Judá e de Jerusalém será suave ao SENHOR, como nos dias antigos e como nos primeiros anos. 5. E chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o jornaleiro, e pervertem o direito da viúva, e do órfão, e do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos. 6. Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. 7. Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? 8. Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. 9. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação. 10. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. 11. E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. 12. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos. 13. As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? 14. Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? 15. Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade se edificam; sim, eles tentam ao SENHOR e escapam. 16. Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com o seu companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome. 17. E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve. 18. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve. Malaquias 4 1. Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os soberbos e todos os que cometem impiedade serão como palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo. 2. Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis como os bezerros do cevadouro. 3. E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que farei, diz o SENHOR dos Exércitos. 4. Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a qual são os estatutos e juízos. 5. Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do SENHOR; 6. e converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição. Mateus 1 1. Livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão. 2. Abraão gerou a Isaque, e Isaque gerou a Jacó, e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos, 3. e Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá, e Perez gerou a Esrom, e Esrom gerou a Arão. 4. Arão gerou a Aminadabe, e Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a Salmom, 5. e Salmom gerou de Raabe a Boaz, e Boaz gerou de Rute a Obede, e Obede gerou a Jessé. 6. Jessé gerou ao rei Davi, e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias. 7. Salomão gerou a Roboão, e Roboão gerou a Abias, e Abias gerou a Asa, 8. e Asa gerou a Josafá, e Josafá gerou a Jorão, e Jorão gerou a Uzias, 9. e Uzias gerou a Jotão, e Jotão gerou a Acaz, e Acaz gerou a Ezequias. 10. Ezequias gerou a Manassés, e Manassés gerou a Amom, e Amom gerou a Josias, 11. e Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos na deportação para a Babilônia. 12. E, depois da deportação para a Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel, e Salatiel gerou a Zorobabel, 13. e Zorobabel gerou a Abiúde, e Abiúde gerou a Eliaquim, e Eliaquim gerou a Azor, 14. e Azor gerou a Sadoque, e Sadoque gerou a Aquim, e Aquim gerou a Eliúde, 15. e Eliúde gerou a Eleazar, e Eleazar gerou a Matã, e Matã gerou a Jacó, 16. e Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo. 17. De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e, desde Davi até a deportação para a Babilônia, catorze gerações; e, desde a deportação para a Babilônia até Cristo, catorze gerações. 18. Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. 19. Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. 20. E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. 21. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. 22. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: 23. Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco). 24. E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher, 25. e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de JESUS. Mateus 2 1. E, tendo nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, 2. e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo. 3. E o rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e toda a Jerusalém, com ele. 4. E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. 5. E eles lhe disseram: Em Belém da Judéia, porque assim está escrito pelo profeta: 6. E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel. 7. Então, Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. 8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino, e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. 9. E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. 10. E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande júbilo. 11. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra. 12. E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho. 13. E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar. 14. E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito. 15. E esteve lá até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho. 16. Então, Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos. 17. Então, se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz: 18. Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto; era Raquel chorando os seus filhos e não querendo ser consolada, porque já não existiam. 19. Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José, no Egito, 20. dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino. 21. Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel. 22. E, ouvindo que Arquelau reinava na Judéia em lugar de Herodes, seu pai, receou ir para lá; mas, avisado em sonhos por divina revelação, foi para as regiões da Galiléia. 23. E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno. Mateus 3 1. E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia 2. e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. 3. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 4. E este João tinha a sua veste de pêlos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre. 5. Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; 6. e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. 7. E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 8. Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento 9. e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10. E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. 11. E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 12. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará. 13. Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele. 14. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? 15. Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu. 16. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. 17. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Mateus 4 1. Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2. e, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; 3. E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. 4. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. 5. Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, 6. e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. 7. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. 8. Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. 9. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10. Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás. 11. Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram. 12. Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galiléia. 13. E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali, 14. para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: 15. A terra de Zebulom e a terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia das nações, 16. o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou. 17. Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. 18. E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. 19. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21. E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes; e chamou-os. 22. Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no. 23. E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 24. E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos, e ele os curava. 25. E seguia-o uma grande multidão da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e dalém do Jordão. Mateus 5 1. Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; 2. e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo: 3. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus; 4. bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; 5. bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 6. bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 7. bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 8. bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; 9. bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 10. bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; 11. bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. 12. Exultai e alegrai- vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. 13. Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. 14. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; 15. nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. 16. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus. 17. Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. 18. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. 19. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus. 20. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus. 21. Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. 22. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno. 23. Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24. deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta. 25. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. 26. Em verdade te digo que, de maneira nenhuma, sairás dali, enquanto não pagares o último ceitil. 27. Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. 28. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela. 29. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. 30. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. 31. Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite. 32. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério. 33. Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor. 34. Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus, 35. nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei, 36. nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. 37. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna. 38. Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. 39. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; 40. e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; 41. e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. 42. Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. 43. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. 44. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, 45. para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. 46. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47. E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? 48. Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus. Mateus 6 1. Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. 2. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 3. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, 4. para que a tua esmola seja dada ocultamente, e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. 5. E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 6. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará. 7. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos. 8. Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes. 9. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. 10. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. 11. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. 13. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém! 14. Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. 15. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. 16. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 17. Porém tu, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, 18. para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará. 19. Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. 20. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. 21. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. 22. A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. 23. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas! 24. Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. 25. Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta? 26. Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? 27. E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? 28. E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. 29. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 30. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé? 31. Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? 32. (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; 33. Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. 34. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. Mateus 7 1. Não julgueis, para que não sejais julgados, 2. porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. 3. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho? 4. Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? 5. Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. 6. Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos despedacem. 7. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. 8. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre. 9. E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? 10. E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? 11. Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? 12. Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas. 13. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; 14. E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. 15. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. 16. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17. Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. 18. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. 19. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. 20. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. 21. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22. Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? 23. E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. 24. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. 25. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. 26. E aquele que ouve estas minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. 27. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda. 28. E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, 29. porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas. Mateus 8 1. E, descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão. 2. E eis que veio um leproso e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. 3. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra. 4. Disse-lhe, então, Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. 5. E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe 6. e dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico e violentamente atormentado. 7. E Jesus lhe disse: Eu irei e lhe darei saúde. 8. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará, 9. pois também eu sou homem sob autoridade e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu criado: faze isto, e ele o faz. 10. E maravilhou-se Jesus, ouvindo isso, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. 11. Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no Reino dos céus; 12. E os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 13. Então, disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E, naquela mesma hora, o seu criado sarou. 14. E Jesus, entrando na casa de Pedro, viu a sogra deste jazendo com febre. 15. E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se e serviu-os. 16. E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos, 17. para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças. 18. E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para a outra margem. 19. E, aproximando-se dele um escriba, disse: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei. 20. E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. 21. E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que, primeiramente, vá sepultar meu pai. 22. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me e deixa aos mortos sepultar os seus mortos. 23. E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 24. E eis que, no mar, se levantou uma tempestade tão grande, que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo. 25. E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos. 26. E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pequena fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança. 27. E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem? 28. E, tendo chegado à outra margem, à província dos gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29. E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? 30. E andava pastando distante deles uma manada de muitos porcos. 31. E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos. 32. E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas. 33. Os porqueiros fugiram e, chegando à cidade, divulgaram tudo o que acontecera aos endemoninhados. 34. E eis que toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus, e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse do seu território. Mateus 9 1. E, entrando no barco, passou para a outra margem, e chegou à sua cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama. 2. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados. 3. E eis que alguns dos escribas diziam entre si: Ele blasfema. 4. Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: Por que pensais mal em vosso coração? 5. Pois o que é mais fácil? Dizer ao paralítico: Perdoados te são os teus pecados, ou: Levanta-te e anda? 6. Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra autoridade para perdoar pecados -- disse então ao paralítico: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa. 7. E, levantando-se, foi para sua casa. 8. E a multidão, vendo isso, maravilhou-se e glorificou a Deus, que dera tal poder aos homens. 9. E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu. 10. E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. 11. E os fariseus, vendo isso, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? 12. Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes. 13. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento. 14. Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós, e os fariseus, muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? 15. E disse-lhes Jesus: Podem, porventura, andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão. 16. Ninguém deita remendo de pano novo em veste velha, porque semelhante remendo rompe a veste, e faz-se maior a rotura. 17. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam. 18. Dizendo-lhes ele essas coisas, eis que chegou um chefe e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá. 19. E Jesus, levantando-se, seguiu- o, e os seus discípulos também. 20. E eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla da sua veste, 21. porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar a sua veste, ficarei sã. 22. E Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã. 23. E Jesus, chegando à casa daquele chefe, e vendo os instrumentistas e o povo em alvoroço, 24. disse-lhes: Retirai-vos, que a menina não está morta, mas dorme. E riram-se dele. 25. E, logo que o povo foi posto fora, entrou Jesus e pegou-lhe na mão, e a menina levantou-se. 26. E espalhou-se aquela notícia por todo aquele país. 27. E, partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando e dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi. 28. E, quando chegou à casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus disse-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor. 29. Tocou, então, os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. 30. E os olhos se lhes abriram. E Jesus ameaçou-os, dizendo: Olhai que ninguém o saiba. 31. Mas, tendo ele saído, divulgaram a sua fama por toda aquela terra. 32. E, havendo-se eles retirado, trouxeram-lhe um homem mudo e endemoninhado. 33. E, expulso o demônio, falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. 34. Mas os fariseus diziam: Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios. 35. E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 36. E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor. 37. Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros. 38. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara. Mateus 10 1. E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem e para curarem toda enfermidade e todo mal. 2. Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3. Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; 4. Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. 5. Jesus enviou estes doze e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; 6. mas ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel; 7. e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus. 8. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. 9. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; 10. nem alforges para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão, porque digno é o operário do seu alimento. 11. E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno e hospedai-vos aí até que vos retireis. 12. E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a; 13. e, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. 14. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15. Em verdade vos digo que, no Dia do Juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. 16. Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. 17. Acautelai-vos, porém, dos homens, porque eles vos entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas suas sinagogas; 18. e sereis até conduzidos à presença dos governadores e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. 19. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como ou o que haveis de falar, porque, naquela mesma hora, vos será ministrado o que haveis de dizer. 20. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. 21. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai, o filho; e os filhos se levantarão contra os pais e os matarão. 22. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. 23. Quando, pois, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem. 24. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem é o servo mais do que o seu senhor. 25. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo ser como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos? 26. Portanto, não os temais, porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. 27. O que vos digo em trevas, dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido, pregai- o sobre os telhados. 28. E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo. 29. Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. 30. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. 31. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos. 32. Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. 33. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus 34. Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; 35. porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra. 36. E, assim, os inimigos do homem serão os seus familiares. 37. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. 38. E quem não toma a sua cruz e não segue após mim não é digno de mim. 39. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á. 40. Quem vos recebe a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. 41. Quem recebe um profeta na qualidade de profeta receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo. 42. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão. Mateus 11 1. E aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. 2. E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos 3. a dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro? 4. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Ide e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: 5. Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. 6. E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em mim. 7. E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas a respeito de João: Que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? 8. Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que se trajam ricamente estão nas casas dos reis. 9. Mas, então, que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; 10. porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho. 11. Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele. 12. E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele. 13. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. 14. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. 15. Quem tem ouvidos para ouvir ouça. 16. Mas a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros, 17. e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes. 18. Porquanto veio João, não comendo, nem bebendo, e dizem: Tem demônio. 19. Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos. 20. Então, começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo: 21. Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido com pano de saco grosseiro e com cinza. 22. Por isso, eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no Dia do Juízo, do que para vós. 23. E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. 24. Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no Dia do Juízo, do que para ti. 25. Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. 26. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve. 27. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. 29. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. 30. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. Mateus 12 1. Naquele tempo, passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas e a comer. 2. E os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. 3. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? 4. Como entrou na Casa de Deus e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? 5. Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? 6. Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. 7. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. 8. Porque o Filho do Homem até do sábado é Senhor. 9. E, partindo dali, chegou à sinagoga deles. 10. E estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para acusarem Jesus, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados? 11. E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela e a levantará? 12. Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por conseqüência, lícito fazer bem nos sábados. 13. Então disse àquele homem: Estende a mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra. 14. E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem. 15. Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanhou-o uma grande multidão de gente, e ele curou a todos. 16. E recomendava-lhes rigorosamente que o não descobrissem, 17. para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: 18. Eis aqui o meu servo que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu Espírito, e anunciará aos gentios o juízo. 19. Não contenderá, nem clamará, nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz; 20. não esmagará a cana quebrada e não apagará o morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo. 21. E, no seu nome, os gentios esperarão. 22. Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via. 23. E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi? 24. Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios. 25. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. 26. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? 27. E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam, então, os vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes. 28. Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus. 29. Ou como pode alguém entrar em casa do homem valente e furtar os seus bens, se primeiro não manietar o valente, saqueando, então, a sua casa? 30. Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. 31. Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. 32. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro. 33. Ou dizeis que a árvore é boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. 34. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. 35. O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. 36. Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. 37. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado. 38. Então, alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal. 39. Mas ele lhes respondeu e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal, senão o do profeta Jonas, 40. pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra. 41. Os ninivitas ressurgirão no Juízo com esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas. 42. A Rainha do Sul se levantará no Dia do Juízo com esta geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é mais do que Salomão. 43. E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. 44. Então, diz: Voltarei para a minha casa, donde saí. E, voltando, acha- a desocupada, varrida e adornada. 45. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má. 46. E, falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. 47. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te. 48. Porém ele, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? 49. E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; 50. porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, este é meu irmão, e irmã, e mãe. Mateus 13 1. Tendo Jesus saído de casa naquele dia, estava assentado junto ao mar. 2. E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. 3. E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. 4. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-na; 5. e outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda. 6. Mas, vindo o sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz. 7. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. 8. E outra caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta. 9. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça. 10. E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? 11. Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; 12. porque àquele que tem se dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. 13. Por isso, lhes falo por parábolas, porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem. 14. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis e, vendo, vereis, mas não percebereis. 15. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure. 16. Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. 17. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não o viram, e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. 18. Escutai vós, pois, a parábola do semeador. 19. Ouvindo alguém a palavra do Reino e não a entendendo, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho; 20. porém o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21. mas não tem raiz em si mesmo; antes, é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se ofende; 22. e o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera; 23. mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro, sessenta, e outro, trinta. 24. Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; 25. mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. 26. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. 27. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem, então, joio? 28. E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo? 29. Porém ele lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. 30. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro. 31. Outra parábola lhes propôs, dizendo: O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem, pegando dele, semeou no seu campo; 32. o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu e se aninham nos seus ramos. 33. Outra parábola lhes disse: O Reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado. 34. Tudo isso disse Jesus por parábolas à multidão e nada lhes falava sem parábolas, 35. para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a boca; publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo. 36. Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. 37. E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem, 38. o campo é o mundo, a boa semente são os filhos do Reino, e o joio são os filhos do Maligno. 39. O inimigo que o semeou é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. 40. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. 41. Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniqüidade. 42. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 43. Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça. 44. Também o Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido n um campo que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem e compra aquele campo. 45. Outrossim, o Reino dos céus é semelhante ao homem negociante que busca boas pérolas; 46. e, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a. 47. Igualmente, o Reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar e que apanha toda qualidade de peixes. 48. E, estando cheia, a puxam para a praia e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. 49. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos. 50. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 51. E disse-lhes Jesus: Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor. 52. E ele disse-lhes: Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. 53. E aconteceu que Jesus, concluindo essas parábolas, se retirou dali. 54. E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam e diziam: Donde veio a este a sabedoria e estas maravilhas? 55. Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas? 56. E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso? 57. E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa. 58. E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles. Mateus 14 1. Naquele tempo, ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus. 2. E disse aos seus criados: Este é João Batista; ressuscitou dos mortos, e, por isso, estas maravilhas operam nele. 3. Porque Herodes tinha prendido João e tinha-o manietado e encerrado no cárcere por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; 4. porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la. 5. E, querendo matá-lo, temia o povo, porque o tinham como profeta. 6. Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante dele e agradou a Herodes, 7. pelo que prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse. 8. E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista. 9. E o rei afligiu-se, mas, por causa do juramento e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse. 10. E mandou degolar João no cárcere, 11. e a sua cabeça foi trazida num prato e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe. 12. E chegaram os seus discípulos, e levaram o corpo, e o sepultaram, e foram anunciá-lo a Jesus. 13. E Jesus, ouvindo isso, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, apartado; e, sabendo- o o povo, seguiu-o a pé desde as cidades. 14. E Jesus, saindo, viu uma grande multidão e, possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos. 15. E, sendo chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias e comprem comida para si. 16. Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão; dai-lhes vós de comer. 17. Então, eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. 18. E ele disse: Trazei-mos aqui. 19. Tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos, à multidão. 20. E comeram todos e saciaram-se, e levantaram dos pedaços que sobejaram doze cestos cheios. 21. E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças. 22. E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco e fossem adiante, para a outra banda, enquanto despedia a multidão. 23. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. 24. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário. 25. Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, caminhando por cima do mar. 26. E os discípulos, vendo-o caminhar sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram, com medo. 27. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu; não temais. 28. E respondeu-lhe Pedro e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. 29. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me. 31. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: Homem de pequena fé, por que duvidaste? 32. E, quando subiram para o barco, acalmou o vento. 33. Então, aproximaram-se os que estavam no barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus. 34. E, tendo passado para a outra banda, chegaram à terra de Genesaré. 35. E, quando os homens daquele lugar o conheceram, mandaram por todas aquelas terras em redor e trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos. 36. E rogavam-lhe que, ao menos, eles pudessem tocar a orla da sua veste; e todos os que a tocavam ficavam sãos. Mateus 15 1. Então, chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: 2. Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. 3. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição? 4. Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, que morra de morte. 5. Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim, esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe, 6. E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus. 7. Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: 8. Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. 9. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens. 10. E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi e entendei: 11. o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. 12. Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram? 13. Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. 14. Deixai-os; são condutores cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova. 15. E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola. 16. Jesus, porém, disse: Até vós mesmos estais ainda sem entender? 17. Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e é lançado fora? 18. Mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem. 19. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. 20. São essas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem. 21. E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom. 22. E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. 23. Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós. 24. E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. 25. Então, chegou ela e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me. 26. Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar o pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. 27. E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. 28. Então, respondeu Jesus e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé. Seja isso feito para contigo, como tu desejas. E, desde aquela hora, a sua filha ficou sã. 29. Partindo Jesus dali, chegou ao pé do mar da Galiléia e, subindo a um monte, assentou-se lá. 30. E veio ter com ele muito povo, que trazia coxos, cegos, mudos, aleijados e outros muitos; e os puseram aos pés de Jesus, e ele os sarou, 31. de tal sorte que a multidão se maravilhou vendo os mudos a falar, os aleijados sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver; e glorificava o Deus de Israel. 32. E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho. 33. E os seus discípulos disseram-lhe: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para saciar tal multidão? 34. E Jesus disse-lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete e uns poucos peixinhos. 35. Então, mandou à multidão que se assentasse no chão. 36. E, tomando os sete pães e os peixes e dando graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos, à multidão. 37. E todos comeram e se saciaram, e levantaram, do que sobejou, sete cestos cheios de pedaços. 38. Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças. 39. E, tendo despedido a multidão, entrou no barco e dirigiu-se ao território de Magdala. Mateus 16 1. E, chegando-se os fariseus e os saduceus para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu. 2. Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. 3. E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis diferençar a face do céu e não conheceis os sinais dos tempos? 4. Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se. 5. E, passando seus discípulos para a outra banda, tinham-se esquecido de fornecer-se de pão. 6. E Jesus disse-lhes: Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus. 7. E eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não nos fornecemos de pão. 8. E Jesus, percebendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós, homens de pequena fé, sobre o não vos terdes fornecido de pão? 9. Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos levantastes? 10. Nem dos sete pães para quatro mil e de quantos cestos levantastes? 11. Como não compreendestes que não vos falei a respeito do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus? 12. Então, compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus. 13. E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? 14. E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas. 15. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16. E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. 18. Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19. E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. 20. Então, mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo. 21. Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. 22. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. 23. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens. 24. Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me; 25. porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á. 26. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? 27. Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras. 28. Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu Reino. Mateus 17 1. Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte. 2. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. 3. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. 4. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias. 5. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o. 6. E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto e tiveram grande medo. 7. E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes e disse: Levantai-vos e não tenhais medo. 8. E, erguendo eles os olhos, ninguém viram, senão a Jesus. 9. E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos. 10. E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem, então, os escribas que é mister que Elias venha primeiro? 11. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. 12. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem. 13. Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista. 14. E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante dele e dizendo: 15. Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e, muitas vezes, na água; 16. e trouxe-o aos teus discípulos e não puderam curá-lo. 17. E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei eu convosco e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui. 18. E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele; e, desde aquela hora, o menino sarou. 19. Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Porque não pudemos nós expulsá-lo? 20. E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pequena fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá -- e há de passar; e nada vos será impossível. 21. Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum. 22. Ora, achando-se eles na Galiléia, disse-lhes Jesus: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, 23. e matá-lo-ão, e, ao terceiro dia, ressuscitará. E eles se entristeceram muito. 24. E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas e disseram: O vosso mestre não paga as didracmas? 25. Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos ou os impostos? Dos seus filhos ou dos alheios? 26. Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos. 27. Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o e dá-o por mim e por ti. Mateus 18 1. Naquela mesma hora, chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no Reino dos céus? 2. E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles 3. e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus. 4. Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus. 5. E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a mim me recebe. 6. Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. 7. Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! 8. Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. 9. E, se o teu olho te escandalizar, arranca- o, e atira- o para longe de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno. 10. Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus. 11. Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido. 12. Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? 13. E, se, porventura, a acha, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. 14. Assim também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca. 15. Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. 16. Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja confirmada. 17. E, se não as escutar, dize- o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano. 18. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. 20. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. 21. Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? 22. Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete. 23. Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; 24. e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. 25. E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. 26. Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. 27. Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. 28. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. 29. Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. 30. Ele, porém, não quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. 31. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. 32. Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. 33. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? 34. E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. 35. Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas. Mateus 19 1. E aconteceu que, concluindo Jesus esses discursos, saiu da Galiléia e dirigiu-se aos confins da Judéia, além do Jordão. 2. E seguiram-no muitas gentes e curou-as ali. 3. Então, chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea 5. e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? 6. Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. 7. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? 8. Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio, não foi assim. 9. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério. 10. Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. 11. Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isso, que o receba. 13. Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. 14. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus. 15. E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali. 16. E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna? 17. E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. 18. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; 19. honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. 20. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? 21. Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me. 22. E o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. 23. Disse, então, Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos céus. 24. E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus. 25. Os seus discípulos, ouvindo isso, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá, pois, salvar-se? 26. E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível. 27. Então, Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que receberemos? 28. E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. 29. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna. 30. Porém muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros. Mateus 20 1. Porque o Reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. 2. E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. 3. E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça. 4. E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. 5. Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo. 6. E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia? 7. Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha e recebereis o que for justo. 8. E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos derradeiros até aos primeiros. 9. E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um; 10. vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas, do mesmo modo, receberam um dinheiro cada um. 11. E, recebendo- o, murmuravam contra o pai de família, 12. dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia. 13. Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste tu comigo um dinheiro? 14. Toma o que é teu e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti. 15. Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? 16. Assim, os derradeiros serão primeiros, e os primeiros, derradeiros, porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos. 17. E, subindo Jesus a Jerusalém, chamou à parte os seus doze discípulos e, no caminho, disse-lhes: 18. Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, e condená-lo-ão à morte. 19. E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem, e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará. 20. Então, se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando- o e fazendo-lhe um pedido. 21. E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu Reino. 22. Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu hei de beber e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos. 23. E diz-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice, mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado. 24. E, quando os dez ouviram isso, indignaram-se contra os dois irmãos. 25. Então, Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados e que os grandes exercem autoridade sobre eles. 26. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal; 27. e qualquer que, entre vós, quiser ser o primeiro, que seja vosso servo, 28. bem como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos. 29. E, saindo eles de Jericó, seguiu-o grande multidão. 30. E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós. 31. E a multidão os repreendia, para que se calassem; eles, porém, cada vez clamavam mais, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós. 32. E Jesus, parando, chamou-os e disse: Que quereis que vos faça? 33. Disseram-lhe eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos. 34. Então, Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram. Mateus 21 1. E, quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao monte das Oliveiras, enviou, então, Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: 2. Ide à aldeia que está defronte de vós e logo encontrareis uma jumenta presa e um jumentinho com ela; desprendei- a e trazei- mos. 3. E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor precisa deles; e logo os enviará. 4. Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz: 5. Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, humilde e assentado sobre uma jumenta e sobre um jumentinho, filho de animal de carga. 6. E, indo os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara, 7. trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima. 8. E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam pelo caminho. 9. E as multidões, tanto as que iam adiante como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas! 10. E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este? 11. E a multidão dizia: Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galiléia. 12. E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. 13. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração. Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões. 14. E foram ter com ele ao templo cegos e coxos, e curou-os. 15. Vendo, então, os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia e os meninos clamando no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se 16. e disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor? 17. E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia e ali passou a noite. 18. E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome. 19. E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente. 20. E os discípulos, vendo isso, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira? 21. Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito. 22. E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis. 23. E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isso? E quem te deu tal autoridade? 24. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isso. 25. O batismo de João donde era? Do céu ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não o crestes? 26. E, se dissermos: dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. 27. E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isso. 28. Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. 29. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi. 30. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. 31. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus. 32. Porque João veio a vós no caminho de justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer. 33. Ouvi, ainda, outra parábola: Houve um homem, pai de família, que plantou uma vinha, e circundou-a de um valado, e construiu nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e ausentou-se para longe. 34. E, chegando o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos. 35. E os lavradores, apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro e apedrejaram outro. 36. Depois, enviou outros servos, em maior número do que os primeiros; e eles fizeram-lhes o mesmo. 37. E, por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho. 38. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança. 39. E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha e o mataram. 40. Quando, pois, vier o Senhor da vinha, que fará àqueles lavradores? 41. Dizem-lhe eles: Dará afrontosa morte aos maus e arrendará a vinha a outros lavradores, que, a seu tempo, lhe dêem os frutos. 42. Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isso e é maravilhoso aos nossos olhos? 43. Portanto, eu vos digo que o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos. 44. E quem cair sobre esta pedra despedaçar-se-á; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó. 45. E os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo essas palavras, entenderam que falava deles; 46. e, pretendendo prendê-lo, recearam o povo, porquanto o tinham por profeta. Mateus 22 1. Então, Jesus, tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas, dizendo: 2. O Reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho. 3. E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes não quiseram vir. 4. Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas. 5. Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, e outro para o seu negócio; 6. e, os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram. 7. E o rei, tendo notícias disso, encolerizou-se, e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade. 8. Então, disse aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. 9. Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas a todos os que encontrardes. 10. E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial ficou cheia de convidados. 11. E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste nupcial. 12. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. 13. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o e lançai- o nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 14. Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos. 15. Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam em alguma palavra. 16. E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque não olhas à aparência dos homens. 17. Dize-nos, pois, que te parece: é lícito pagar o tributo a César ou não? 18. Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? 19. Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. 20. E ele disse-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? 21. Disseram-lhe eles: De César. Então, ele lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. 22. E eles, ouvindo isso, maravilharam-se e, deixando-o, se retiraram. 23. No mesmo dia, chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram, 24. dizendo: Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, casará o seu irmão com a mulher dele e suscitará descendência a seu irmão. 25. Ora, houve entre nós sete irmãos; o primeiro, tendo casado, morreu e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão. 26. Da mesma sorte, o segundo, e o terceiro, até ao sétimo; 27. por fim, depois de todos, morreu também a mulher. 28. Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, visto que todos a possuíram? 29. Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus. 30. Porque, na ressurreição, nem casam, nem são dados em casamento; mas serão como os anjos no céu. 31. E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: 32. Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos. 33. E, as turbas, ouvindo isso, ficaram maravilhadas da sua doutrina. 34. E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. 35. E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: 36. Mestre, qual é o grande mandamento da lei? 37. E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38. Este é o primeiro e grande mandamento. 39. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 40. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. 41. E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus, 42. dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi. 43. Disse-lhes ele: Como é, então, que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo: 44. Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. 45. Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho? 46. E ninguém podia responder-lhe uma palavra, nem, desde aquele dia, ousou mais alguém interrogá-lo. Mateus 23 1. Então, falou Jesus à multidão e aos seus discípulos, 2. dizendo: Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus. 3. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam. 4. Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los. 5. E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens, pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, 6. e amam os primeiros lugares nas ceias, e as primeiras cadeiras nas sinagogas, 7. e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens: -- Rabi, Rabi. 8. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. 9. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. 10. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. 11. Porém o maior dentre vós será vosso servo. 12. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado. 13. Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando. 14. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso, sofrereis mais rigoroso juízo. 15. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós. 16. Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor. 17. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o templo, que santifica o ouro? 18. E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor. 19. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar, que santifica a oferta? 20. Portanto, o que jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está. 21. E o que jurar pelo templo jura por ele e por aquele que nele habita. 22. E o que jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele. 23. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas. 24. Condutores cegos! Coais um mosquito e engolis um camelo. 25. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade. 26. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. 27. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. 28. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. 29. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos 30. e dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas. 31. Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas. 32. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. 33. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? 34. Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade, 35. para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. 36. Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração. 37. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! 38. Eis que a vossa casa vos ficará deserta. 39. Porque eu vos digo que, desde agora, me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor! Mateus 24 1. E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. 2. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. 3. E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? 4. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane, 5. porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. 6. E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. 7. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. 8. Mas todas essas coisas são o princípio das dores. 9. Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. 10. Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. 11. E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. 12. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará. 13. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. 14. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim. 15. Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda), 16. então, os que estiverem na Judéia, que fujam para os montes; 17. e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; 18. e quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. 19. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! 20. E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado, 21. porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. 22. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias. 23. Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui ou ali, não lhe deis crédito, 24. porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. 25. Eis que eu vo-lo tenho predito. 26. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa, não acrediteis. 27. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem. 28. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias. 29. E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. 30. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. 31. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. 32. Aprendei, pois, esta parábola da figueira: quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. 33. Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. 34. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam. 35. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. 36. Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai. 37. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem. 38. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, 39. e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. 40. Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; 41. Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. 42. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. 43. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. 44. Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis. 45. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? 46. Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim. 47. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens. 48. Porém, se aquele mau servo disser consigo: O meu senhor tarde virá, 49. e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber com os bêbados, 50. virá o senhor daquele servo n um dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, 51. e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 25 1. Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. 2. E cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas. 3. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. 4. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. 5. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. 6. Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro! 7. Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. 8. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. 9. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai- o para vós. 10. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. 11. E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! 12. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. 13. Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir. 14. Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens, 15. e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. 16. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos. 17. Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois. 18. Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor. 19. E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. 20. Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com eles. 21. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. 22. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles ganhei outros dois talentos. 23. Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. 24. Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; 25. e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. 26. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; 27. devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros. 28. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos. 29. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado. 30. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 31. E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32. e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. 33. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. 34. Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 35. porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; 36. estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 37. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38. E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39. E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? 40. E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41. Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; 42. porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43. sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes. 44. Então, eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão e não te servimos? 45. Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. 46. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna. Mateus 26 1. E aconteceu que, quando Jesus concluiu todos esses discursos, disse aos seus discípulos: 2. Bem sabeis que, daqui a dois dias, é a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado. 3. Depois, os príncipes dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo reuniram-se na sala do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás, 4. e consultaram-se mutuamente para prenderem Jesus com dolo e o matarem. 5. Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja alvoroço entre o povo. 6. E, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, 7. aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com ungüento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa. 8. E os seus discípulos, vendo isso, indignaram-se, dizendo: Por que este desperdício? 9. Pois este ungüento podia vender-se por grande preço e dar-se o dinheiro aos pobres. 10. Jesus, porém, conhecendo isso, disse-lhes: Por que afligis esta mulher? Pois praticou uma boa ação para comigo. 11. Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre. 12. Ora, derramando ela este ungüento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. 13. Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua. 14. Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes 15. e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata. 16. E, desde então, buscava oportunidade para o entregar. 17. E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que preparemos a comida da Páscoa? 18. E ele disse: Ide à cidade a um certo homem e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos. 19. E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa. 20. E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze. 21. E, enquanto eles comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair. 22. E eles, entristecendo-se muito, começaram um por um a dizer-lhe: Porventura, sou eu, Senhor? 23. E ele, respondendo, disse: O que mete comigo a mão no prato, esse me há de trair. 24. Em verdade o Filho do Homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido. 25. E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura, sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste. 26. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando- o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. 27. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. 28. Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. 29. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai. 30. E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras. 31. Então, Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim, porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. 32. Mas, depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galiléia. 33. Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. 34. Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás. 35. Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo. 36. Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. 37. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. 38. Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. 39. E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. 40. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo? 41. Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. 42. E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. 43. E, voltando, achou-os outra vez adormecidos, porque os seus olhos estavam carregados. 44. E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. 45. Então, chegou junto dos seus discípulos e disse-lhes: Dormi, agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores. 46. Levantai-vos, partamos; eis que é chegado o que me trai. 47. E, estando ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele, grande multidão com espadas e porretes, vinda da parte dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos do povo. 48. E o traidor tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o. 49. E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi. E beijou-o. 50. Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus e o prenderam. 51. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. 52. Então, Jesus disse-lhe: Mete no seu lugar a tua espada, porque todos os que lançarem mão da espada à espada morrerão. 53. Ou pensas tu que eu não poderia, agora, orar a meu Pai e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? 54. Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça? 55. Então, disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e porretes, para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes. 56. Mas tudo isso aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram. 57. E os que prenderam Jesus o conduziram à casa do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos. 58. E Pedro o seguiu de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim. 59. Ora, os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o conselho buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem dar-lhe a morte, 60. e não o achavam, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas, mas, por fim, chegaram duas 61. e disseram: Este disse: Eu posso derribar o templo de Deus e reedificá-lo em três dias. 62. E, levantando-se o sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? 63. E Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. 64. Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. 65. Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes, agora, a sua blasfêmia. 66. Que vos parece? E eles, respondendo, disseram: É réu de morte. 67. Então, cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, 68. dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu? 69. Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. 70. Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. 71. E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. 72. E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem. 73. E, logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. 74. Então, começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. 75. E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente. Mateus 27 1. E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem. 2. E, manietando-o, o levaram e o entregaram ao governador Pôncio Pilatos. 3. Então, Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, 4. dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. 5. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar. 6. E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue. 7. E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros. 8. Por isso, foi chamado aquele campo, até ao dia de hoje, Campo de Sangue. 9. Então, se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram. 10. E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor determinou. 11. E foi Jesus apresentado ao governador, e o governador o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o dizes. 12. E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. 13. Disse-lhe, então, Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti? 14. E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o governador estava muito maravilhado. 15. Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. 16. E tinham, então, um preso bem conhecido, chamado Barrabás. 17. Portanto, estando eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado Cristo? 18. Porque sabia que por inveja o haviam entregado. 19. E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele. 20. Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram à multidão que pedisse Barrabás e matasse Jesus. 21. E, respondendo o governador, disse-lhes: Qual desses dois quereis vós que eu solte? E eles disseram: Barrabás. 22. Disse-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado! 23. O governador, porém, disse: Mas que mal fez ele? E eles mais clamavam, dizendo: Seja crucificado! 24. Então, Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo; considerai isso. 25. E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos. 26. Então, soltou-lhes Barrabás e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado. 27. E logo os soldados do governador, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto dele toda a coorte. 28. E, despindo-o, o cobriram com uma capa escarlate. 29. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, em sua mão direita, uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus! 30. E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana e batiam-lhe com ela na cabeça. 31. E, depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser crucificado. 32. E, quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz. 33. E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira, 34. deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber. 35. E, havendo- o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes. 36. E, assentados, o guardavam ali. 37. E, por cima da sua cabeça, puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. 38. E foram crucificados com ele dois salteadores, um, à direita, e outro, à esquerda. 39. E os que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça 40. e dizendo: Tu, que destróis o templo e, em três dias, o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és o Filho de Deus, desce da cruz. 41. E da mesma maneira também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam: 42. Salvou os outros e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça, agora, da cruz, e creremos nele; 43. confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus. 44. E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucificados. 45. E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona. 46. E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 47. E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Este chama por Elias. 48. E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo- a numa cana, dava-lhe de beber. 49. Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo. 50. E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. 51. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras. 52. E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; 53. E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitos. 54. E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor e disseram: Verdadeiramente, este era o Filho de Deus. 55. E estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galiléia, para o servir, 56. entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. 57. E, vinda já a tarde, chegou um homem rico de Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus. 58. Este foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que o corpo lhe fosse dado. 59. E José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol, 60. e o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rolando uma grande pedra para a porta do sepulcro, foi-se. 61. E estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro. 62. E, no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação, reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos, 63. dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias, ressuscitarei. 64. Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia; não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro. 65. E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai- o como entenderdes. 66. E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra. Mateus 28 1. E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela. 3. E o seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste branca como a neve. 4. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados e como mortos. 5. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscai a Jesus, que foi crucificado. 6. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia. 7. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dos mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito. 8. E, saindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos. 9. E, indo elas, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés e o adoraram. 10. Então, Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão a Galiléia e lá me verão. 11. E, quando iam, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido. 12. E, congregados eles com os anciãos e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados, ordenando: 13. Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram. 14. E, se isso chegar a ser ouvido pelo governador, nós o persuadiremos e vos poremos em segurança. 15. E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado esse dito entre os judeus, até ao dia de hoje. 16. E os onze discípulos partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. 17. E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. 18. E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. 19. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20. ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! Marcos 1 1. Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. 2. Como está escrito no profeta Isaías: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. 3. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 4. Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados. 5. E toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. 6. E João andava vestido de pêlos de camelo e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre, 7. e pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das sandálias. 8. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo. 9. E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão. 10. E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele. 11. E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo. 12. E logo o Espírito o impeliu para o deserto. 13. E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam. 14. E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do Reino de Deus 15. e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho. 16. E, andando junto ao mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17. E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens. 18. E, deixando logo as suas redes, o seguiram. 19. E, passando dali um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes, 20. e logo os chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os empregados, foram após ele. 21. Entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava. 22. E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade e não como os escribas. 23. E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: 24. Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. 25. E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te e sai dele. 26. Então, o espírito imundo, agitando-o e clamando com grande voz, saiu dele. 27. E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! 28. E logo correu a sua fama por toda a província da Galiléia. 29. E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André, com Tiago e João. 30. E a sogra de Simão estava deitada, com febre; e logo lhe falaram dela. 31. Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão e levantou-a; e a febre a deixou, e servia-os. 32. E, tendo chegado a tarde, quando já estava se pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos e os endemoninhados. 33. E toda a cidade se ajuntou à porta. 34. E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam. 35. E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava. 36. E seguiram-no Simão e os que com ele estavam. 37. E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam. 38. E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim. 39. E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galiléia, e expulsava os demônios. 40. E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. 41. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo! 42. E, tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo. 43. E, advertindo-o severamente, logo o despediu. 44. E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. 45. Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele. Marcos 2 1. E, alguns dias depois, entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa. 2. E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta eles cabiam; e anunciava-lhes a palavra. 3. E vieram ter com ele, conduzindo um paralítico, trazido por quatro. 4. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico. 5. E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados. 6. E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seu coração, dizendo: 7. Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? 8. E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração? 9. Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer- lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda? 10. Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), 11. a ti te digo: Levanta-te, e toma o teu leito, e vai para tua casa. 12. E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos. 13. E tornou a sair para o mar, e toda a multidão ia ter com ele, e ele os ensinava. 14. E, passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na alfândega e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu. 15. E aconteceu que, estando sentado à mesa em casa deste, também estavam sentados à mesa com Jesus e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores, porque eram muitos e o tinham seguido. 16. E os escribas e fariseus, vendo-o comer com os publicanos e pecadores, disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores? 17. E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores. 18. Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos? 19. E Jesus disse-lhes: Podem, porventura, os filhos das bodas jejuar, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar. 20. Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias. 21. Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o mesmo remendo novo rompe o velho, e a rotura fica maior. 22. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo rompe os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; o vinho novo deve ser posto em odres novos. 23. E aconteceu que, passando ele n um sábado pelas searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. 24. E os fariseus lhe disseram: Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito? 25. Mas ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi, quando estava em necessidade e teve fome, ele e os que com ele estavam? 26. Como entrou na Casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, dando também aos que com ele estavam? 27. E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado. 28. Assim, o Filho do Homem até do sábado é senhor. Marcos 3 1. E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. 2. E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem. 3. E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio. 4. E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? E eles calaram-se. 5. E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a mão, sã como a outra. 6. E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam. 7. E retirou-se Jesus com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão da Galiléia, e da Judéia, 8. e de Jerusalém, e da Iduméia, e dalém do Jordão, e de perto de Tiro, e de Sidom; uma grande multidão que, ouvindo quão grandes coisas fazia, vinha ter com ele. 9. E ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre pronto um barquinho junto dele, por causa da multidão, para que o não comprimisse, 10. porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem. 11. E os espíritos imundos, vendo-o, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus. 12. E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem. 13. E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. 14. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar 15. e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios: 16. Simão, a quem pôs o nome de Pedro; 17. Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; 18. André, e Filipe, e Bartolomeu, e Mateus, e Tomé, e Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu, e Simão, o Zelote, 19. e Judas Iscariotes, o que o traiu. 20. E foram para uma casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal maneira que nem sequer podiam comer pão. 21. E, quando os seus parentes ouviram isso, saíram para o prender, porque diziam: Está fora de si. 22. E os escribas, que tinham descido de Jerusalém, diziam: Tem Belzebu e pelo príncipe dos demônios expulsa os demônios. 23. E, chamando-os a si, disse-lhes por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás? 24. Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; 25. e se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir. 26. Se Satanás se levantar contra si mesmo, e for dividido, não pode subsistir; antes, tem fim. 27. Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar o valente; e, então, roubará a sua casa. 28. Na verdade vos digo que todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de blasfêmias, com que blasfemarem. 29. Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo. 30. (Porque diziam: Tem espírito imundo.) 31. Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando de fora, mandaram-no chamar. 32. E a multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram e estão lá fora. 33. E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? 34. E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 35. Porquanto qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe. Marcos 4 1. E outra vez começou a ensinar junto ao mar, e ajuntou-se a ele grande multidão; de sorte que ele entrou e assentou-se num barco, sobre o mar; e toda a multidão estava em terra junto ao mar. 2. E ensinava-lhes muitas coisas por parábolas e lhes dizia na sua doutrina: 3. Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. 4. E aconteceu que, semeando ele, uma parte da semente caiu junto ao caminho, e vieram as aves do céu e a comeram. 5. E outra caiu sobre pedregais, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque não tinha terra profunda. 6. Mas, saindo o sol, queimou-se e, porque não tinha raiz, secou-se. 7. E outra caiu entre espinhos, e, crescendo os espinhos, a sufocaram, e não deu fruto. 8. E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro, sessenta, e outro, cem. 9. E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça. 10. E, quando se achou só, os que estavam junto dele com os doze interrogaram-no acerca da parábola. 11. E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do Reino de Deus, mas aos que estão de fora todas essas coisas se dizem por parábolas, 12. para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam, para que se não convertam, e lhes sejam perdoados os pecados. 13. E disse-lhes: Não percebeis esta parábola? Como, pois, entendereis todas as parábolas? 14. O que semeia semeia a palavra; 15. e os que estão junto ao caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo eles a ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada no coração deles. 16. E da mesma sorte os que recebem a semente sobre pedregais, que, ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem; 17. mas não têm raiz em si mesmos; antes, são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. 18. E os outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; 19. mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera. 20. E os que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, e a recebem, e dão fruto, um, a trinta, outro, a sessenta, e outro, a cem, por um. 21. E disse-lhes: Vem, porventura, a candeia para ser posta debaixo do cesto ou debaixo da cama? Não vem, antes, para se colocar no velador? 22. Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto. 23. Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça. 24. E disse-lhes: Atendei ao que ides ouvir. Com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada. 25. Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. 26. E dizia: O Reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra, 27. e dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. 28. Porque a terra por si mesma frutifica; primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga. 29. E, quando já o fruto se mostra, mete-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa. 30. E dizia: A que assemelharemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? 31. É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra; 32. mas, tendo sido semeado, cresce, e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra. 33. E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. 34. E sem parábolas nunca lhes falava, porém tudo declarava em particular aos seus discípulos. 35. E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para a outra margem. 36. E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos. 37. E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia de água. 38. E ele estava na popa dormindo sobre uma almofada; e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos? 39. E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. 40. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? 41. E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? Marcos 5 1. E chegaram à outra margem do mar, à província dos gadarenos. 2. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, 3. o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender. 4. Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas, e ninguém o podia amansar. 5. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras. 6. E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. 7. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes. 8. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) 9. E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. 10. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. 11. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. 12. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. 13. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil) e afogou-se no mar. 14. E os que apascentavam os porcos fugiram e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido. 15. E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram. 16. E os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado e acerca dos porcos. 17. E começaram a rogar-lhe que saísse do seu território. 18. E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. 19. Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti. 20. E ele foi e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilhavam. 21. E, passando Jesus outra vez num barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava junto do mar. 22. E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés 23. e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva. 24. E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava. 25. E certa mulher, que havia doze anos tinha um fluxo de sangue, 26. e que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior, 27. ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua vestimenta. 28. Porque dizia: Se tão-somente tocar nas suas vestes, sararei. 29. E logo se lhe secou a fonte do seu sangue, e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal. 30. E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão e disse: Quem tocou nas minhas vestes? 31. E disseram-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou? 32. E ele olhava em redor, para ver a que isso fizera. 33. Então, a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade. 34. E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal. 35. Estando ele ainda falando, chegaram alguns do principal da sinagoga, a quem disseram: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre? 36. E Jesus, tendo ouvido essas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente. 37. E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago. 38. E, tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço e os que choravam muito e pranteavam. 39. E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme. 40. E riam-se dele; porém ele, tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina e os que com ele estavam e entrou onde a menina estava deitada. 41. E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talitá cumi, que, traduzido, é: Menina, a ti te digo: levanta-te. 42. E logo a menina se levantou e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto. 43. E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe dessem de comer. Marcos 6 1. E, partindo dali, chegou à sua terra, e os seus discípulos o seguiram. 2. E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo- o, se admiravam, dizendo: De onde lhe vêm essas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? 3. Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. 4. E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa. 5. E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6. E estava admirado da incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando. 7. Chamou a si os doze, e começou a enviá-los de dois a dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, 8. e ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão um bordão; nem alforje, nem pão, nem dinheiro no cinto; 9. mas que calçassem sandálias e que não vestissem duas túnicas. 10. E dizia-lhes: Na casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali. 11. E, quando alguns vos não receberem, nem vos ouvirem, saindo dali, sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pés, em testemunho contra eles. Em verdade vos digo que haverá mais tolerância no Dia do Juízo para Sodoma e Gomorra do que para os daquela cidade. 12. E, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse. 13. E expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam. 14. E ouviu isso o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara notório) e disse: João, o que batizava, ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele. 15. Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta ou como um dos profetas. 16. Herodes, porém, ouvindo isso, disse: Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dos mortos. 17. Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João e encerrá-lo manietado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado com ela. 18. Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão. 19. E Herodias o espiava e queria matá-lo, mas não podia; 20. porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo; e guardava-o com segurança e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa vontade o ouvia. 21. E, chegando uma ocasião favorável em que Herodes, no dia do seu aniversário, dava uma ceia aos grandes, e tribunos, e príncipes da Galiléia, 22. entrou a filha da mesma Herodias, e dançou, e agradou a Herodes e aos que estavam com ele à mesa. Disse, então, o rei à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. 23. E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires te darei, até metade do meu reino. 24. E, saindo ela, perguntou à sua mãe: Que pedirei? E ela disse: A cabeça de João Batista. 25. E, entrando apressadamente, pediu ao rei, dizendo: Quero que, imediatamente, me dês num prato a cabeça de João Batista. 26. E o rei entristeceu-se muito; todavia, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não lha quis negar. 27. E, enviando logo o rei o executor, mandou que lhe trouxessem ali a cabeça de João. E ele foi e degolou-o na prisão. 28. E trouxe a cabeça num prato e deu-a à jovem, e esta a deu à sua mãe. 29. E os seus discípulos, tendo ouvido isso, foram, tomaram o seu corpo e o puseram num sepulcro. 30. E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado. 31. E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam, e vinham, e não tinham tempo para comer. 32. E foram sós num barco para um lugar deserto. 33. E a multidão viu-os partir, e muitos os conheceram, e correram para lá, a pé, de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles, e aproximavam-se deles. 34. E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas. 35. E, como o dia fosse já muito adiantado, os seus discípulos se aproximaram dele e lhe disseram: O lugar é deserto, e o dia está já muito adiantado; 36. despede-os, para que vão aos campos e aldeias circunvizinhas e comprem pão para si, porque não têm o que comer. 37. Ele, porém, respondendo, lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram-lhe: Iremos nós e compraremos duzentos dinheiros de pão para lhes darmos de comer? 38. E ele disse-lhes: Quantos pães tendes? Ide ver. E, sabendo-o eles, disseram: Cinco pães e dois peixes. 39. E ordenou-lhes que fizessem assentar a todos, em grupos, sobre a erva verde. 40. E assentaram-se repartidos de cem em cem e de cinqüenta em cinqüenta. 41. E, tomando ele os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, e abençoou, e partiu os pães, e deu- os aos seus discípulos para que os pusessem diante deles. E repartiu os dois peixes por todos. 42. E todos comeram e ficaram fartos, 43. e levantaram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. 44. E os que comeram os pães eram quase cinco mil homens. 45. E logo obrigou os seus discípulos a subir para o barco, e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. 46. E, tendo-os despedido, foi ao monte para orar. 47. E, sobrevindo a tarde, estava o barco no meio do mar, e ele, sozinho em terra. 48. E, vendo que se fatigavam a remar, porque o vento lhes era contrário, perto da quarta vigília da noite, aproximou-se deles, andando sobre o mar, e queria passar adiante deles, 49. mas, quando eles o viram andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e deram grandes gritos. 50. Porque todos o viram e perturbaram-se; mas logo falou com eles e disse-lhes: Tende bom ânimo, sou eu; não temais. 51. E subiu para o barco para estar com eles, e o vento se aquietou; e, entre si, ficaram muito assombrados e maravilhados, 52. pois não tinham compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido. 53. E, quando já estavam no outro lado, dirigiram-se à terra de Genesaré e ali atracaram. 54. E, saindo eles do barco, logo o reconheceram; 55. e, percorrendo toda a terra em redor, começaram a trazer em leitos, onde quer que sabiam que ele estava, os que se achavam enfermos. 56. E, onde quer que entrava, ou em cidade, ou em aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste, e todos os que lhe tocavam saravam. Marcos 7 1. E reuniram-se em volta dele os fariseus e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém. 2. E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam. 3. Porque os fariseus e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; 4. e, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal, e as camas. 5. Depois, perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem com as mãos por lavar? 6. E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. 8. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos, e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. 9. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição. 10. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe e: Quem maldisser ou o pai ou a mãe deve ser punido com a morte. 11. Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor, 12. nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, 13. invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas. 14. E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me, vós todos, e compreendei. 15. Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele, isso é que contamina o homem. 16. Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça. 17. Depois, quando deixou a multidão e entrou em casa, os seus discípulos o interrogavam acerca desta parábola. 18. E ele disse-lhes: Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, 19. porque não entra no seu coração, mas no ventre e é lançado fora, ficando puras todas as comidas? 20. E dizia: O que sai do homem, isso é que contamina o homem. 21. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, 22. os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. 23. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem. 24. E, levantando-se dali, foi para os territórios de Tiro e de Sidom. E, entrando numa casa, queria que ninguém o soubesse, mas não pôde esconder-se, 25. porque uma mulher cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus pés. 26. E a mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio. 27. Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá- lo aos cachorrinhos. 28. Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. 29. Então, ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. 30. E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, pois o demônio já tinha saído. 31. E ele, tornando a sair dos territórios de Tiro e de Sidom, foi até ao mar da Galiléia, pelos confins de Decápolis. 32. E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente, e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele. 33. E, tirando-o à parte de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e, cuspindo, tocou-lhe na língua. 34. E, levantando os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá, isto é, abre-te. 35. E logo se lhe abriram os ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente. 36. E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lho proibia, tanto mais o divulgavam. 37. E, admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos. Marcos 8 1. Naqueles dias, havendo mui grande multidão e não tendo o que comer, Jesus chamou a si os seus discípulos e disse-lhes: 2. Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer. 3. E, se os deixar ir em jejum para casa, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe. 4. E os seus discípulos responderam-lhe: Donde poderá alguém satisfazê-los de pão aqui no deserto? 5. E perguntou-lhes: Quantos pães tendes? E disseram-lhe: Sete. 6. E ordenou à multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães e tendo dado graças, partiu- os e deu-os aos seus discípulos, para que os pusessem diante deles; e puseram- nos diante da multidão. 7. Tinham também uns poucos peixinhos; e, tendo dado graças, ordenou que também lhos pusessem diante. 8. E comeram e saciaram-se; e, dos pedaços que sobejaram, levantaram sete cestos. 9. E os que comeram eram quase quatro mil; e despediu-os. 10. E, entrando logo no barco com os seus discípulos, foi para as regiões de Dalmanuta. 11. E saíram os fariseus e começaram a disputar com ele, pedindo-lhe, para o tentarem, um sinal do céu. 12. E, suspirando profundamente em seu espírito, disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se dará sinal algum. 13. E, deixando-os, tornou a entrar no barco e foi para o outro lado. 14. E eles se esqueceram de levar pão e no barco não tinham consigo senão um pão. 15. E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. 16. E arrazoavam entre si, dizendo: É porque não temos pão. 17. E Jesus, conhecendo isso, disse-lhes: Para que arrazoais, que não tendes pão? Não considerastes, nem compreendestes ainda? Tendes ainda o vosso coração endurecido? 18. Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? E não vos lembrais 19. quando parti os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? Disseram-lhe: Doze. 20. E, quando parti os sete entre os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? E disseram-lhe: Sete. 21. E ele lhes disse: Como não entendeis ainda? 22. E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego e rogaram-lhe que lhe tocasse. 23. E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. 24. E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam. 25. Depois, tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e ele, olhando firmemente, ficou restabelecido e já via ao longe e distintamente a todos. 26. E mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia. 27. E saiu Jesus e os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e, no caminho, perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou? 28. E eles responderam: João Batista; e outros, Elias; mas outros, um dos profetas. 29. E ele lhes disse: Mas vós quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse: Tu és o Cristo. 30. E admoestou-os, para que a ninguém dissessem aquilo dele. 31. E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do Homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos, e pelos príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que, depois de três dias, ressuscitaria. 32. E dizia abertamente estas palavras. E Pedro o tomou à parte e começou a repreendê-lo. 33. Mas ele, virando-se e olhando para os seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens. 34. E, chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. 35. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. 36. Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? 37. Ou que daria o homem pelo resgate da sua alma? 38. Porquanto qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos. Marcos 9 1. Dizia-lhes também: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder. 2. E, seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte, e transfigurou-se diante deles. 3. E as suas vestes tornaram-se resplandecentes, em extremo brancas como a neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear. 4. E apareceram-lhes Elias e Moisés e falavam com Jesus. 5. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. 6. Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados. 7. E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz, que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi. 8. E, tendo olhado ao redor, ninguém mais viram, senão Jesus com eles. 9. E, descendo eles do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos. 10. E eles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros que seria aquilo, ressuscitar dos mortos. 11. E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? 12. E, respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro e todas as coisas restaurará; e, como está escrito do Filho do Homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado. 13. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito. 14. E, quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão e alguns escribas que disputavam com eles. 15. E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada, e, correndo para ele, o saudaram. 16. E perguntou aos escribas: Que é que discutis com eles? 17. E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo; 18. e este, onde quer que o apanha, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai-se secando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. 19. E ele, respondendo-lhes, disse: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo. 20. E trouxeram-lho; e, quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência; e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, espumando. 21. E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância. 22. E muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. 23. E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê. 24. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade. 25. E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai dele e não entres mais nele. 26. E ele, clamando e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto. 27. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou. 28. E, quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que o não pudemos nós expulsar? 29. E disse-lhes: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum. 30. E, tendo partido dali, caminharam pela Galiléia, e não queria que alguém o soubesse, 31. porque ensinava os seus discípulos e lhes dizia: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens e matá-lo-ão; e, morto, ele ressuscitará ao terceiro dia. 32. Mas eles não entendiam esta palavra e receavam interrogá-lo. 33. E chegou a Cafarnaum e, entrando em casa, perguntou-lhes: Que estáveis vós discutindo pelo caminho? 34. Mas eles calaram-se, porque, pelo caminho, tinham disputado entre si qual era o maior. 35. E ele, assentando-se, chamou os doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos. 36. E, lançando mão de uma criança, pô-la no meio deles e, tomando-a nos seus braços, disse-lhes: 37. Qualquer que receber uma destas crianças em meu nome a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber recebe não a mim, mas ao que me enviou. 38. E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que, em teu nome, expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. 39. Jesus, porém, disse: Não lho proibais, porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. 40. Porque quem não é contra nós é por nós. 41. Porquanto qualquer que vos der a beber um copo de água em meu nome, porque sois discípulos de Cristo, em verdade vos digo que não perderá o seu galardão. 42. E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma grande pedra de moinho e que fosse lançado no mar. 43. E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, 44. onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. 45. E, se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga, 46. onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. 47. E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no Reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno, 48. onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. 49. Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal. 50. Bom é o sal, mas, se o sal se tornar insulso, com que o adubareis? Tende sal em vós mesmos e paz, uns com os outros. Marcos 10 1. E, levantando-se dali, foi para o território da Judéia, além do Jordão, e a multidão se reuniu em torno dele; e tornou a ensiná-los, como tinha por costume. 2. E, aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher? 3. Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? 4. E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar. 5. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza do vosso coração vos deixou ele escrito esse mandamento; 6. porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. 7. Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher. 8. E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne. 9. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem. 10. E em casa tornaram os discípulos a interrogá-lo acerca disso mesmo. 11. E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra adultera contra ela. 12. E, se a mulher deixar a seu marido e casar com outro, adultera. 13. E traziam-lhe crianças para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos que lhas traziam. 14. Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus. 15. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele. 16. E, tomando-as nos seus braços e impondo-lhes as mãos, as abençoou. 17. E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 18. E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus. 19. Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falsos testemunhos; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe. 20. Ele, porém, respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade. 21. E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me. 22. Mas ele, contrariado com essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. 23. Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! 24. E os discípulos se admiraram destas suas palavras; mas Jesus, tornando a falar, disse-lhes: Filhos, quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no Reino de Deus! 25. É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus. 26. E eles se admiravam ainda mais, dizendo entre si: Quem poderá, pois, salvar-se? 27. Jesus, porém, olhando para eles, disse: Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis. 28. E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos. 29. E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, 30. que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições, e, no século futuro, a vida eterna. 31. Porém muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros. 32. E iam no caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles. E eles maravilhavam-se e seguiam-no atemorizados. E, tornando a tomar consigo os doze, começou a dizer-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, 33. dizendo: Eis que nós subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, e o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios, 34. e o escarnecerão, e açoitarão, e cuspirão nele, e o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará. 35. E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que pedirmos. 36. E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? 37. E eles lhe disseram: Concede-nos que, na tua glória, nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda. 38. Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? 39. E eles lhe disseram: Podemos. Jesus, porém, disse-lhes: Em verdade vós bebereis o cálice que eu beber e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado, 40. mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo, mas isso é para aqueles a quem está reservado. 41. E os dez, tendo ouvido isso, começaram a indignar-se contra Tiago e João. 42. Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; 43. mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. 44. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. 45. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. 46. Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto ao caminho, mendigando. 47. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! 48. E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! 49. E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. 50. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. 51. E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. 52. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho. Marcos 11 1. E, logo que se aproximaram de Jerusalém, de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos 2. e disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis preso um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; soltai-o e trazei- mo. 3. E, se alguém vos disser: Por que fazeis isso?, dizei-lhe que o Senhor precisa dele, e logo o deixará trazer para aqui. 4. E foram, e encontraram o jumentinho preso fora da porta, entre dois caminhos, e o soltaram. 5. E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que fazeis, soltando o jumentinho? 6. Eles, porém, disseram-lhes como Jesus lhes tinha mandado; e os deixaram ir. 7. E levaram o jumentinho a Jesus e lançaram sobre ele as suas vestes, e assentou-se sobre ele. 8. E muitos estendiam as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos das árvores e os espalhavam pelo caminho. 9. E aqueles que iam adiante e os que seguiam clamavam, dizendo: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10. Bendito o Reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas! 11. E Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e, tendo visto tudo ao redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia, com os doze. 12. E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. 13. Vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. 14. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isso. 15. E vieram a Jerusalém; e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. 16. E não consentia que ninguém levasse algum vaso pelo templo. 17. E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões. 18. E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isso, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina. 19. E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. 20. E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. 21. E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira que tu amaldiçoaste se secou. 22. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus, 23. porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. 24. Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis. 25. E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. 26. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas. 27. E tornaram a Jerusalém; e, andando ele pelo templo, os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos se aproximaram dele 28. e lhe disseram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? Ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas? 29. Mas Jesus, respondendo, disse-lhes: Também eu vos perguntarei uma coisa, e respondei-me; e, então, vos direi com que autoridade faço estas coisas. 30. O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei-me. 31. E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então, por que o não crestes? 32. Se, porém, dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos sustentavam que João, verdadeiramente, era profeta. 33. E, respondendo, disseram a Jesus: Não sabemos. E Jesus lhes replicou: Também eu vos não direi com que autoridade faço estas coisas. Marcos 12 1. E começou a falar-lhes por parábolas: Um homem plantou uma vinha, e cercou- a de um valado, e fundou nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra. 2. E, chegado o tempo, mandou um servo aos lavradores para que recebesse, dos lavradores, do fruto da vinha. 3. Mas estes, apoderando-se dele, o feriram e o mandaram embora vazio. 4. E tornou a enviar-lhes outro servo; e eles, apedrejando-o, o feriram na cabeça e o mandaram embora, tendo- o afrontado. 5. E tornou a enviar-lhes outro, e a este mataram; e a outros muitos, dos quais a uns feriram e a outros mataram. 6. Tendo ele, pois, ainda um, seu filho amado, enviou-o também a estes por derradeiro, dizendo: Ao menos terão respeito ao meu filho. 7. Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vamos, matemo-lo, e a herança será nossa. 8. E, agarrando-o, o mataram e o lançaram fora da vinha. 9. Que fará, pois, o Senhor da vinha? Virá, e destruirá os lavradores, e dará a vinha a outros. 10. Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta por cabeça da esquina; 11. isso foi feito pelo Senhor e é coisa maravilhosa aos nossos olhos? 12. E buscavam prendê-lo, mas temiam a multidão, porque entendiam que contra eles dizia esta parábola; e, deixando-o, foram-se. 13. E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra. 14. E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade e não te importas com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens, antes, com verdade, ensinas o caminho de Deus. É lícito pagar tributo a César ou não? Pagaremos ou não pagaremos? 15. Então, ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que a veja. 16. E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César. 17. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. E maravilharam-se dele. 18. Então, os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele e perguntaram-lhe, dizendo: 19. Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse mulher, e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele e suscitasse descendência a seu irmão. 20. Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou mulher e morreu sem deixar descendência; 21. e o segundo também a tomou, e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro, da mesma maneira. 22. E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher. 23. Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? Porque os sete a tiveram por mulher. 24. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura, não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus? 25. Porquanto, quando ressuscitarem dos mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos nos céus. 26. E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? 27. Ora, Deus não é de mortos, mas sim é Deus de vivos. Por isso, vós errais muito. 28. Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar e, sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? 29. E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. 30. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. 31. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. 32. E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus e que não há outro além dele; 33. e que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças e amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. 34. E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada. 35. E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é Filho de Davi? 36. O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. 37. Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade. 38. E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças, 39. e das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias; 40. que devoram as casas das viúvas e isso, com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação. 41. E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos depositavam muito. 42. Vindo, porém, uma pobre viúva, depositou duas pequenas moedas, que valiam cinco réis. 43. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva depositou mais do que todos os que depositaram na arca do tesouro; 44. porque todos ali depositaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, depositou tudo o que tinha, todo o seu sustento. Marcos 13 1. E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras e que edifícios! 2. E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada. 3. E, assentando-se ele no monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João, e André lhe perguntaram em particular: 4. Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir. 5. E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Olhai que ninguém vos engane, 6. porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. 7. E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis, porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim. 8. Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes. Isso será o princípio de dores. 9. Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; sereis açoitados e sereis apresentados ante governadores e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho. 10. Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações: 11. Quando, pois, vos conduzirem para vos entregarem, não estejais solícitos de antemão pelo que haveis de dizer; mas o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo. 12. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai, o filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais e os farão morrer. 13. E sereis aborrecidos por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo. 14. Ora, quando vós virdes a abominação do assolamento, que foi predito, estar onde não deve estar (quem lê, que entenda), então, os que estiverem na Judéia, que fujam para os montes; 15. e o que estiver sobre o telhado, que não desça para casa, nem entre a tomar coisa alguma de sua casa; 16. e o que estiver no campo, que não volte atrás, para tomar a sua veste. 17. Mas ai das grávidas e das que criarem naqueles dias! 18. Orai, pois, para que a vossa fuga não suceda no inverno, 19. porque, naqueles dias, haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá. 20. E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos que escolheu, abreviou aqueles dias. 21. E, então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo, ou: Ei-lo ali, não acrediteis. 22. Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos. 23. Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo. 24. Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz. 25. E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas. 26. E, então, verão vir o Filho do Homem nas nuvens, com grande poder e glória. 27. E ele enviará os seus anjos e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu. 28. Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já o seu ramo se torna tenro, e brotam folhas, bem sabeis que já está próximo o verão. 29. Assim também vós, quando virdes sucederem essas coisas, sabei que já está perto, às portas. 30. Na verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam. 31. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. 32. Mas, daquele Dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. 33. Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo. 34. É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um, a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. 35. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, 36. para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo. 37. E as coisas que vos digo digo- as a todos: Vigiai. Marcos14 1. E, dali a dois dias, era a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos; e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo e o matariam. 2. Mas eles diziam: Não na festa, para que, porventura, se não faça alvoroço entre o povo. 3. E, estando ele em Betânia assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro, com ungüento de nardo puro, de muito preço, e, quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça. 4. E alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício de ungüento? 5. Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros e dá-lo aos pobres. E bramavam contra ela. 6. Jesus, porém, disse: Deixai-a, para que a molestais? Ela fez-me boa obra. 7. Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes. 8. Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. 9. Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória. 10. E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos sacerdotes para lho entregar. 11. E eles, ouvindo- o, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro; e buscava como o entregaria em ocasião oportuna. 12. E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando sacrificavam a Páscoa, disseram-lhe os discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comer a Páscoa? 13. E enviou dois dos seus discípulos e disse-lhes: Ide à cidade, e um homem que leva um cântaro de água vos encontrará; segui-o. 14. E, onde quer que entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 15. E ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali. 16. E, saindo os seus discípulos, foram à cidade, e acharam como lhes tinha dito, e prepararam a Páscoa. 17. E, chegada a tarde, foi com os doze. 18. E, quando estavam assentados a comer, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me. 19. E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: Porventura, sou eu, Senhor? E outro: Porventura, sou eu, Senhor? 20. Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que mete comigo a mão no prato. 21. Na verdade o Filho do Homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido. 22. E, comendo eles, tomou Jesus pão, e, abençoando-o, o partiu, e deu-lh o, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. 23. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lh o; e todos beberam dele. 24. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado. 25. Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até àquele Dia em que o beber novo, no Reino de Deus. 26. E, tendo cantado o hino, saíram para o monte das Oliveiras. 27. E disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim, porque escrito está: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão. 28. Mas, depois que eu houver ressuscitado, irei adiante de vós para a Galiléia. 29. E disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu. 30. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. 31. Mas ele disse com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. E da mesma maneira diziam todos também. 32. E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. 33. E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João e começou a ter pavor e a angustiar-se. 34. E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e vigiai. 35. E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. 36. E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres. 37. E, chegando, achou-os dormindo e disse a Pedro: Simão, dormes? Não podes vigiar uma hora? 38. Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. 39. E foi outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras. 40. E, voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam carregados, e não sabiam o que responder-lhe. 41. E voltou terceira vez e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. 42. Levantai-vos, vamos; eis que está perto o que me trai. 43. E logo, falando ele ainda, veio Judas, que era um dos doze, da parte dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e dos anciãos, e, com ele, uma grande multidão com espadas e porretes. 44. Ora, o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é; prendei-o e levai- o com segurança. 45. E, logo que chegou, aproximou-se dele e disse-lhe: Rabi, Rabi. E beijou-o. 46. E lançaram-lhe as mãos e o prenderam. 47. E um dos que ali estavam presentes, puxando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe uma orelha. 48. E, respondendo Jesus, disse-lhes: Saístes com espadas e porretes a prender-me, como a um salteador? 49. Todos os dias estava convosco ensinando no templo, e não me prendestes; mas isto é para que as Escrituras se cumpram. 50. Então, deixando-o, todos fugiram. 51. E um jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe as mãos, 52. mas ele, largando o lençol, fugiu nu. 53. E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos, e os escribas. 54. E Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote e estava assentado com os servidores, aquentando-se ao lume. 55. E os principais dos sacerdotes e todo o concílio buscavam algum testemunho contra Jesus, para o matar, e não o achavam. 56. Porque muitos testificavam falsamente contra ele, mas os testemunhos não eram coerentes. 57. E, levantando-se alguns, testificavam falsamente contra ele, dizendo: 58. Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derribarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens. 59. E nem assim o testemunho deles era coerente. 60. E, levantando-se o sumo sacerdote no Sinédrio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes? Que testificam estes contra ti? 61. Mas ele calou-se e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? 62. E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. 63. E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? 64. Vós ouvistes a blasfêmia; que vos parece? E todos o consideraram culpado de morte. 65. E alguns começaram a cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe punhadas, e a dizer-lhe: Profetiza. E os servidores davam-lhe bofetadas. 66. E, estando Pedro embaixo, no átrio, chegou uma das criadas do sumo sacerdote; 67. e, vendo a Pedro, que estava se aquentando, olhou para ele e disse: Tu também estavas com Jesus, o Nazareno. 68. Mas ele negou-o, dizendo: Não o conheço, nem sei o que dizes. E saiu fora ao alpendre, e o galo cantou. 69. E a criada, vendo-o outra vez, começou a dizer aos que ali estavam: Este é um dos tais. 70. Mas ele o negou outra vez. E, pouco depois, os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente, tu és um deles, porque és também galileu. 71. E ele começou a imprecar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais. 72. E o galo cantou segunda vez. E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás tu. E, retirando-se dali, chorou. Marcos 15 1. E, logo ao amanhecer, os principais dos sacerdotes, e os anciãos, e os escribas, e todo o Sinédrio tiveram conselho; e, amarrando Jesus, o levaram e entregaram a Pilatos. 2. E Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes. 3. E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas, porém ele nada respondia. 4. E Pilatos o interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra ti. 5. Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava. 6. Ora, no dia da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem. 7. E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte. 8. E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito. 9. E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos judeus? 10. Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado. 11. Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que fosse solto antes Barrabás. 12. E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos judeus? 13. E eles tornaram a clamar: Crucifica-o. 14. Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o. 15. Então, Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhes Barrabás, e, açoitado Jesus, o entregou para que fosse crucificado. 16. E os soldados o levaram para dentro do palácio, à sala da audiência, e convocaram toda a coorte. 17. E vestiram-no de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça. 18. E começaram a saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos judeus! 19. E feriram-no na cabeça com uma cana, e cuspiram nele, e, postos de joelhos, o adoravam. 20. E, havendo-o escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e o vestiram com as suas próprias vestes, e o levaram para fora, a fim de o crucificarem. 21. E constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz. 22. E levaram-no ao lugar do Gólgota, que se traduz por lugar da Caveira. 23. E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou. 24. E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sobre eles sortes, para saber o que cada um levaria. 25. E era a hora terceira, e o crucificaram. 26. E, por cima dele, estava escrita a sua acusação: O REI DOS JUDEUS. 27. E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. 28. E cumpriu-se a Escritura que diz: E com os malfeitores foi contado. 29. E os que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ah! Tu que derribas o templo e, em três dias, o edificas! 30. Salva-te a ti mesmo e desce da cruz. 31. E da mesma maneira também os principais dos sacerdotes, com os escribas, diziam uns para os outros, zombando: Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo. 32. O Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos. Também os que com ele foram crucificados o injuriavam. 33. E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até à hora nona. 34. E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lemá sabactâni? Isso, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 35. E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Eis que chama por Elias. 36. E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo- a numa cana, deu-lho a beber, dizendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo. 37. E Jesus, dando um grande brado, expirou. 38. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. 39. E o centurião que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus. 40. E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé, 41. as quais também o seguiam e o serviam, quando estava na Galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém. 42. E, chegada a tarde, porquanto era o Dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado, 43. chegou José de Arimatéia, senador honrado, que também esperava o Reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. 44. E Pilatos se admirou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido. 45. E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José, 46. o qual comprara um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele, e o depositou num sepulcro lavrado numa rocha, e revolveu uma pedra para a porta do sepulcro. 47. E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o punham. Marcos 16 1. E, passado o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram aromas para irem ungi-lo. 2. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol, 3. e diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? 4. E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande. 5. E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida e branca; e ficaram espantadas. 6. Porém ele disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. 7. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse. 8. E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém, porque temiam. 9. E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. 10. E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam tristes e chorando. 11. E, ouvindo eles que Jesus vivia e que tinha sido visto por ela, não o creram. 12. E, depois, manifestou-se em outra forma a dois deles que iam de caminho para o campo. 13. E, indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram. 14. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado. 15. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17. E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18. pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão. 19. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus. 20. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Lucas 1 1. Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, 2. segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra, 3. pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, 4. para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado. 5. Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote, chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; o nome dela era Isabel. 6. E eram ambos justos perante Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. 7. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade. 8. E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma, 9. segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso. 10. E toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do incenso. 11. Então, um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso. 12. E Zacarias, vendo- o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. 13. Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. 14. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, 15. porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. 16. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, 17. e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto. 18. Disse, então, Zacarias ao anjo: Como saberei isso? Pois eu já sou velho, e minha mulher, avançada em idade. 19. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. 20. Todavia ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam, porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir. 21. E o povo estava esperando a Zacarias e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo. 22. E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tivera alguma visão no templo. E falava por acenos e ficou mudo. 23. E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa. 24. E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu e, por cinco meses, se ocultou, dizendo: 25. Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens. 26. E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27. a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. 29. E, vendo- o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. 30. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, 31. E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. 32. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, 33. e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim. 34. E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? 35. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. 36. E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril. 37. Porque para Deus nada é impossível. 38. Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela. 39. E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, 40. e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. 41. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo, 42. e exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre! 43. E de onde me provém isso a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? 44. Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. 45. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas! 46. Disse, então, Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, 47. e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48. porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada. 49. Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e Santo é o seu nome. 50. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem. 51. Com o seu braço, agiu valorosamente, dissipou os soberbos no pensamento de seu coração, 52. depôs dos tronos os poderosos e elevou os humildes; 53. encheu de bens os famintos, despediu vazios os ricos, 54. e auxiliou a Israel, seu servo, recordando-se da sua misericórdia 55. (como falou a nossos pais) para com Abraão e sua posteridade, para sempre. 56. E Maria ficou com ela quase três meses e depois voltou para sua casa. 57. E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho. 58. E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia e alegraram-se com ela. 59. E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai. 60. E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João. 61. E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome. 62. E perguntaram, por acenos, ao pai como queria que lhe chamassem. 63. E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam. 64. E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus. 65. E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas da Judéia foram divulgadas todas essas coisas. 66. E todos os que as ouviam as conservavam em seu coração, dizendo: Quem será, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele. 67. E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo e profetizou, dizendo: 68. Bendito o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo! 69. E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi, seu servo, 70. como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio do mundo, 71. para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos aborrecem 72. e para manifestar misericórdia a nossos pais, e para lembrar-se do seu santo concerto 73. e do juramento que jurou a Abraão, nosso pai, 74. de conceder-nos que, libertados das mãos de nossos inimigos, o servíssemos sem temor, 75. em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida. 76. E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos, 77. para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados, 78. pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o oriente do alto nos visitou, 79. para alumiar os que estão assentados em trevas e sombra de morte, a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz. 80. E o menino crescia, e se robustecia em espírito, e esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel. Lucas 2 1. E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse. 2. (Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirênio governador da Síria.) 3. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. 4. E subiu da Galiléia também José, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), 5. a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. 6. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. 7. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. 8. Ora, havia, naquela mesma comarca, pastores que estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. 9. E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. 10. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, 11. pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. 12. E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura. 13. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: 14. Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! 15. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos fez saber. 16. E foram apressadamente e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. 17. E, vendo- o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita. 18. E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. 19. Mas Maria guardava todas essas coisas, conferindo- as em seu coração. 20. E voltaram os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito. 21. E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. 22. E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor 23. (segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo macho primogênito será consagrado ao Senhor) 24. e para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos. 25. Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26. E fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. 27. E, pelo Espírito, foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, 28. ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: 29. Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, 30. pois já os meus olhos viram a tua salvação, 31. a qual tu preparaste perante a face de todos os povos, 32. luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel. 33. José e Maria se maravilharam das coisas que dele se diziam. 34. E Simeão os abençoou e disse à Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel e para sinal que é contraditado 35. (e uma espada traspassará também a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. 36. E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade, 37. e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia. 38. E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém. 39. E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. 40. E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. 41. Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. 42. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. 43. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais. 44. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia e procuravam-no entre os parentes e conhecidos. 45. E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. 46. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 47. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. 48. E, quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos. 49. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? 50. E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. 51. E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no coração todas essas coisas. 52. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens. Lucas 3 1. E, no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, e Herodes, tetrarca da Galiléia, e seu irmão Filipe, tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene, 2. sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias. 3. E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados, 4. segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas. 5. Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro; e o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se aplanarão; 6. e toda carne verá a salvação de Deus. 7. Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? 8. Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai, porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. 9. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo. 10. E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois? 11. E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, que reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, que faça da mesma maneira. 12. E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer? 13. E ele lhes disse: Não peçais mais do que aquilo que vos está ordenado. 14. E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo. 15. E, estando o povo em expectação e pensando todos de João, em seu coração, se, porventura, seria o Cristo, 16. respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias; este vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 17. Ele tem a pá na sua mão, e limpará a sua eira, e ajuntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga. 18. E assim admoestando-os, muitas outras coisas também anunciava ao povo. 19. Sendo, porém, o tetrarca Herodes repreendido por ele por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, e por todas as maldades que Herodes tinha feito, 20. acrescentou a todas as outras ainda esta, a de encerrar João num cárcere. 21. E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu, 22. e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido. 23. E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José, de Eli, 24. e Eli, de Matate, e Matate, de Levi, e Levi, de Melqui, e Melqui, de Janai, e Janai, de José, 25. e José, de Matatias, e Matatias, de Amós, e Amós, de Naum, e Naum, de Esli, e Esli, de Nagai, 26. e Nagai, de Maate, e Maate, de Matatias, e Matatias, de Semei, e Semei, de José, e José, de Jodá, 27. e Jodá, de Joanã, e Joanã, de Resa, e Resa, de Zorobabel, e Zorobabel, de Salatiel, e Salatiel, de Neri, 28. e Neri, de Melqui, e Melqui, de Adi, e Adi, de Cosã, e Cosã, de Elmadã, e Elmadã, de Er, 29. e Er, de Josué, e Josué, de Eliézer, e Eliézer, de Jorim, e Jorim, de Matate, e Matate, de Levi, 30. e Levi, de Simeão, e Simeão, de Judá, e Judá, de José, e José, de Jonã, e Jonã, de Eliaquim, 31. e Eliaquim, de Meleá, e Meleá, de Mená, e Mená, de Matatá, e Matatá, de Natã, e Natã, de Davi, 32. e Davi, de Jessé, e Jessé, de Obede, e Obede, de Boaz, e Boaz, de Salá, e Salá, de Naassom, 33. e Naassom, de Aminadabe, e Aminadabe, de Admim, e Admim, de Arni, e Arni, de Esrom, e Esrom, de Perez, e Perez, de Judá, 34. e Judá, de Jacó, e Jacó, de Isaque, e Isaque, de Abraão, e Abraão, de Tera, e Tera de Naor, 35. e Naor, de Serugue, e Serugue, de Ragaú, e Ragaú, de Faleque, e Faleque, de Éber, e Éber, de Salá, 36. e Salá, de Cainã, e Cainã, de Arfaxade, e Arfaxade, de Sem, e Sem, de Noé, e Noé, de Lameque, 37. e Lameque, de Metusalém, e Metusalém, de Enoque, e Enoque, de Jarede, e Jarede, de Maalalel, e Maalalel, de Cainã, 38. e Cainã, de Enos, e Enos, de Sete, e Sete, de Adão, e Adão, de Deus. Lucas 4 1. E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. 2. E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome. 3. E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. 4. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus. 5. E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. 6. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. 7. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. 8. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás. 9. Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, 10. porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem 11. e que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. 12. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor, teu Deus. 13. E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo. 14. Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor. 15. E ensinava nas suas sinagogas e por todos era louvado. 16. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. 17. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: 18. O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19. a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. 20. E, cerrando o livro e tornando a dá- lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. 21. Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos. 22. E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José? 23. E ele lhes disse: Sem dúvida, me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo o que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum. 24. E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria. 25. Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; 26. e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva. 27. E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro. 28. E todos, na sinagoga, ouvindo essas coisas, se encheram de ira. 29. E, levantando-se, o expulsaram da cidade e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem. 30. Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se. 31. E desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e os ensinava nos sábados. 32. E admiravam-se da sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade. 33. E estava na sinagoga um homem que tinha um espírito de um demônio imundo, e este exclamou em alta voz, 34. dizendo: Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. 35. E Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele, sem lhe fazer mal. 36. E veio espanto sobre todos, e falavam uns e outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos imundos manda com autoridade e poder, e eles saem? 37. E a sua fama divulgava-se por todos os lugares, em redor daquela comarca. 38. Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre; e rogaram-lhe por ela. 39. E, inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. E ela, levantando-se logo, servia-os. 40. E, ao pôr-do-sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, impondo as mãos sobre cada um deles, os curava. 41. E também de muitos saíam demônios, clamando e dizendo: Tu és o Cristo, o Filho de Deus. E ele, repreendendo- os, não os deixava falar, pois sabiam que ele era o Cristo. 42. E, sendo já dia, saiu e foi para um lugar deserto; e a multidão o procurava e chegou junto dele; e o detinham, para que não se ausentasse deles. 43. Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do Reino de Deus, porque para isso fui enviado. 44. E pregava nas sinagogas da Galiléia. Lucas 5 1. E aconteceu que, apertando-o a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré. 2. E viu estar dois barcos junto à praia do lago; e os pescadores, havendo descido deles, estavam lavando as redes. 3. E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão. 4. E, quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar. 5. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede. 6. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede. 7. E fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique. 8. E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador. 9. Pois que o espanto se apoderara dele e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca que haviam feito, 10. e, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante, serás pescador de homens. 11. E, levando os barcos para terra, deixaram tudo e o seguiram. 12. E aconteceu que, quando estava em uma daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. 13. E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero; sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele. 14. E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho. 15. Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. 16. Porém ele retirava-se para os desertos e ali orava. 17. E aconteceu que, em um daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei que tinham vindo de todas as aldeias da Galiléia, e da Judéia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava com ele para curar. 18. E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dele. 19. E, não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado e, por entre as telhas, o baixaram com a cama até ao meio, diante de Jesus. 20. E, vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados. 21. E os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? 22. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, respondeu e disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração? 23. Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda? 24. Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), eu te digo: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa. 25. E, levantando-se logo diante deles e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa glorificando a Deus. 26. E todos ficaram maravilhados, e glorificaram a Deus, e ficaram cheios de temor, dizendo: Hoje, vimos prodígios. 27. E, depois disso, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me. 28. E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu. 29. E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa. 30. E os escribas deles e os fariseus murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores? 31. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos. 32. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento. 33. Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam muitas vezes os discípulos de João e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem? 34. E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os convidados das bodas, enquanto o esposo está com eles? 35. Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e, então, naqueles dias, jejuarão. 36. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém tira um pedaço de uma veste nova para o coser em veste velha, pois que romperá a nova, e o remendo não condiz com a veste velha. 37. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra sorte, o vinho novo romperá os odres e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão. 38. Mas o vinho novo deve ser posto em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. 39. E ninguém, tendo bebido o velho, quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho. Lucas 6 1. E aconteceu que, num sábado, passou pelas searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as mãos, as comiam. 2. E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito fazer nos sábados? 3. E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nunca lestes o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam? 4. Como entrou na Casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que estavam com ele, os quais não lhes era lícito comer, senão só aos sacerdotes? 5. E dizia-lhes: O Filho do Homem é senhor até do sábado. 6. E aconteceu também, em outro sábado, que entrou na sinagoga e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. 7. E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar. 8. Mas ele, conhecendo bem os seus pensamentos, disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé. 9. Então, Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? 10. E, olhando para todos ao redor, disse ao homem: Estende a mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra. 11. E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus. 12. E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus. 13. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos: 14. Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15. Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; 16. Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. 17. E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão do povo de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom; 18. os quais tinham vindo para o ouvir e serem curados das suas enfermidades, como também os atormentados dos espíritos imundos. E eram curados. 19. E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele virtude que curava todos. 20. E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. 21. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. 22. Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do Homem. 23. Folgai nesse dia, exultai, porque é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas. 24. Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação. 25. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome! Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis! 26. Ai de vós quando todos os homens falarem bem de vós, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas! 27. Mas a vós, que ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem, 28. bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam. 29. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses. 30. E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir. 31. E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também. 32. E, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. 33. E, se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. 34. E, se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto. 35. Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. 36. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. 37. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. 38. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo. 39. E disse-lhes uma parábola: Pode, porventura, um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova? 40. O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre. 41. E por que atentas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho? 42. Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão. 43. Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. 44. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos. 45. O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca. 46. E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? 47. Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante. 48. É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha. 49. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa. Lucas 7 1. E, depois de concluir todos esses discursos perante o povo, entrou em Cafarnaum. 2. E o servo de um certo centurião, a quem este muito estimava, estava doente e moribundo. 3. E, quando ouviu falar de Jesus, enviou-lhe uns anciãos dos judeus, rogando-lhe que viesse curar o seu servo. 4. E, chegando eles junto de Jesus, rogaram-lhe muito, dizendo: É digno de que lhe concedas isso. 5. Porque ama a nossa nação e ele mesmo nos edificou a sinagoga. 6. E foi Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; 7. e, por isso, nem ainda me julguei digno de ir ter contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará. 8. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: vai; e ele vai; e a outro: vem; e ele vem; e ao meu servo: faze isto; e ele o faz. 9. E, ouvindo isso, Jesus maravilhou-se dele e, voltando-se, disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé. 10. E, voltando para casa os que foram enviados, acharam são o servo enfermo. 11. E aconteceu, pouco depois, ir ele à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão. 12. E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. 13. E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. 14. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te. 15. E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à sua mãe. 16. E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo. 17. E correu dele esta fama por toda a Judéia e por toda a terra circunvizinha. 18. E os discípulos de João anunciaram-lhe todas essas coisas. 19. E João, chamando dois dos seus discípulos, enviou- os a Jesus, dizendo: És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro? 20. E, quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João Batista enviou-nos a perguntar-te: És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro? 21. E, na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e males, e espíritos maus; e deu vista a muitos cegos. 22. Respondendo, então, Jesus, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho. 23. E bem-aventurado aquele que em mim se não escandalizar. 24. E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? Uma cana abalada pelo vento? 25. Mas que saístes a ver? Um homem trajado de vestes delicadas? Eis que os que andam com vestes preciosas e em delícias estão nos paços reais. 26. Mas que saístes a ver? Um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. 27. Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu anjo diante da tua face, o qual preparará diante de ti o teu caminho. 28. E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João Batista; mas o menor no Reino de Deus é maior do que ele. 29. E todo o povo que o ouviu e os publicanos, tendo sido batizados com o batismo de João, justificaram a Deus. 30. Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido batizados por ele. 31. E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes? 32. São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros e dizem: Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes. 33. Porque veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio. 34. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores. 35. Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos. 36. E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. 37. E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento. 38. E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento. 39. Quando isso viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora. 40. E, respondendo, Jesus disse-lhe: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre. 41. Um certo credor tinha dois devedores; um devia- lhe quinhentos dinheiros, e outro, cinqüenta. 42. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois: qual deles o amará mais? 43. E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem. 44. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas e mos enxugou com os seus cabelos. 45. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. 46. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. 47. Por isso, te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama. 48. E disse a ela: Os teus pecados te são perdoados. 49. E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? 50. E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz. Lucas 8 1. E aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele, 2. e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; 3. e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas. 4. E, ajuntando-se uma grande multidão, e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse por parábolas: 5. Um semeador saiu a semear a sua semente, e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho e foi pisada, e as aves do céu a comeram. 6. E outra caiu sobre pedra e, nascida, secou-se, pois que não tinha umidade. 7. E outra caiu entre espinhos, e, crescendo com ela os espinhos, a sufocaram; 8. E outra caiu em boa terra e, nascida, produziu fruto, cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça. 9. E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Que parábola é esta? 10. E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros, por parábolas, para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam. 11. Esta é, pois, a parábola: a semente é a palavra de Deus; 12. e os que estão junto do caminho, estes são os que ouvem; depois, vem o diabo e tira-lhes do coração a palavra, para que se não salvem, crendo; 13. e os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas crêem por algum tempo e, no tempo da tentação, se desviam; 14. e a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram, e, indo por diante, são sufocados com os cuidados, e riquezas, e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição; 15. e a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom e dão fruto com perseverança. 16. E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz. 17. Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. 18. Vede, pois, como ouvis, porque a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver até o que parece ter lhe será tirado. 19. E foram ter com ele sua mãe e seus irmãos e não podiam aproximar-se dele, por causa da multidão. 20. E foi-lhe dito: Estão lá fora tua mãe e teus irmãos, que querem ver-te. 21. Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam. 22. E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos e disse-lhes: Passemos para a outra banda do lago. E partiram. 23. E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e o barco enchia-se de água, estando eles em perigo. 24. E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, estamos perecendo. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança. 25. E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? 26. E navegaram para a terra dos gadarenos, que está defronte da Galiléia. 27. E, quando desceu para terra, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade, um homem que, desde muito tempo, estava possesso de demônios e não andava vestido nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros. 28. E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando e dizendo com alta voz: Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes. 29. Porque tinha ordenado ao espírito imundo que saísse daquele homem; pois já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-no preso com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões, era impelido pelo demônio para os desertos. 30. E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios. 31. E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo. 32. E andava pastando ali no monte uma manada de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e concedeu-lho. 33. E, tendo saído os demônios do homem, entraram nos porcos, e a manada precipitou-se de um despenhadeiro no lago e afogou-se. 34. E aqueles que os guardavam, vendo o que acontecera, fugiram e foram anunciá-lo na cidade e nos campos. 35. E saíram a ver o que tinha acontecido e vieram ter com Jesus. Acharam, então, o homem de quem haviam saído os demônios, vestido e em seu juízo, assentado aos pés de Jesus; e temeram. 36. E os que tinham visto contaram-lhes também como fora salvo aquele endemoninhado. 37. E toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles, porque estavam possuídos de grande temor. E, entrando ele no barco, voltou. 38. E aquele homem de quem haviam saído os demônios rogou-lhe que o deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo: 39. Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito. 40. E aconteceu que, quando voltou Jesus, a multidão o recebeu, porque todos o estavam esperando. 41. E eis que chegou um varão de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; e, prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua casa; 42. porque tinha uma filha única, quase de doze anos, que estava à morte. E, indo ele, apertava-o a multidão. 43. E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada, 44. chegando por detrás dele, tocou na orla da sua veste, e logo estancou o fluxo do seu sangue. 45. E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? 46. E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. 47. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que lhe havia tocado e como logo sarara. 48. E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz. 49. Estando ele ainda falando, chegou um da casa do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta; não incomodes o Mestre. 50. Jesus, porém, ouvindo- o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva. 51. E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai, e a mãe da menina. 52. E todos choravam e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme. 53. E riam-se dele, sabendo que estava morta. 54. Mas ele, pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina! 55. E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer. 56. E seus pais ficaram maravilhados, e ele lhes mandou que a ninguém dissessem o que havia sucedido. Lucas 9 1. E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre todos os demônios e para curarem enfermidades; 2. e enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3. E disse-lhes: Nada leveis convosco para o caminho, nem bordões, nem alforje, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas vestes. 4. E, em qualquer casa em que entrardes, ficai ali e de lá saireis. 5. E, se em qualquer cidade vos não receberem, saindo vós dali, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles. 6. E, saindo eles, percorreram todas as aldeias, anunciando o evangelho e fazendo curas por toda a parte. 7. E o tetrarca Herodes ouvia tudo o que se passava e estava em dúvida, porque diziam alguns que João ressuscitara dos mortos, 8. e outros, que Elias tinha aparecido, e outros, que um profeta dos antigos havia ressuscitado. 9. E disse Herodes: A João mandei eu degolar; quem é, pois, este de quem ouço dizer tais coisas? E procurava vê-lo. 10. E, regressando os apóstolos, contaram-lhe tudo o que tinham feito. E, tomando-os consigo, retirou-se para um lugar deserto de uma cidade chamada Betsaida. 11. E, sabendo- o a multidão, o seguiu; e ele os recebeu, e falava-lhes do Reino de Deus, e sarava os que necessitavam de cura. 12. E já o dia começava a declinar; então, chegando-se a ele os doze, disseram-lhe: Despede a multidão, para que, indo aos campos e aldeias ao redor, se agasalhem e achem o que comer, porque aqui estamos em lugar deserto. 13. Mas ele lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram: Não temos senão cinco pães e dois peixes, salvo se nós próprios formos comprar comida para todo este povo. 14. Porquanto estavam ali quase cinco mil homens. Disse, então, aos seus discípulos: Fazei-os assentar, em grupos de cinqüenta em cinqüenta. 15. E assim o fizeram, fazendo- os assentar a todos. 16. E, tomando os cinco pães e os dois peixes e olhando para o céu, abençoou-os, e partiu-os, e deu-os aos seus discípulos para os porem diante da multidão. 17. E comeram todos e saciaram-se; e levantaram, do que lhes sobejou, doze cestos de pedaços. 18. E aconteceu que, estando ele orando em particular, estavam com ele os discípulos; e perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou? 19. E, respondendo eles, disseram: João Batista; outros, Elias, e outros, que um dos antigos profetas ressuscitou. 20. E disse-lhes: E vós quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, disse: O Cristo de Deus. 21. E, admoestando-os, mandou que a ninguém referissem isso, 22. dizendo: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia. 23. E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. 24. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida a salvará. 25. Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo? 26. Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos. 27. E em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte até que vejam o Reino de Deus. 28. E aconteceu que, quase oito dias depois dessas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago e subiu ao monte a orar. 29. E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e as suas vestes ficaram brancas e mui resplandecentes. 30. E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, 31. os quais apareceram com glória e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém. 32. E Pedro e os que estavam com ele estavam carregados de sono; e, quando despertaram, viram a sua glória e aqueles dois varões que estavam com ele. 33. E aconteceu que, quando aqueles se apartaram dele, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui e façamos três tendas, uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias, não sabendo o que dizia. 34. E, dizendo ele isso, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando eles na nuvem, temeram. 35. E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi. 36. E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só; e eles calaram-se e, por aqueles dias, não contaram a ninguém nada do que tinham visto. 37. E aconteceu, no dia seguinte, que, descendo eles do monte, lhes saiu ao encontro uma grande multidão. 38. E eis que um homem da multidão clamou, dizendo, Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho. 39. Eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado. 40. E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. 41. E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho. 42. E, quando vinha chegando, o demônio o derribou e convulsionou; porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai. 43. E todos pasmavam da majestade de Deus. E, maravilhando-se todos de todas as coisas que Jesus fazia, disse aos seus discípulos: 44. Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos, porque o Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens. 45. Mas eles não entendiam essa palavra, que lhes era encoberta, para que a não compreendessem; e temiam interrogá-lo acerca dessa palavra. 46. E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. 47. Mas Jesus, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto a si 48. e disse-lhes: Qualquer que receber esta criança em meu nome recebe-me a mim; e qualquer que me recebe a mim recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande. 49. E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco. 50. E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós. 51. E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. 52. E mandou mensageiros diante da sua face; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada. 53. Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. 54. E os discípulos Tiago e João, vendo isso, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? 55. Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. 56. Porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá- las. E foram para outra aldeia. 57. E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores. 58. E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. 59. E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá enterrar meu pai. 60. Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu, vai e anuncia o Reino de Deus. 61. Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. 62. E Jesus lhe disse: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus. Lucas 10 1. E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir. 2. E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. 3. Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos. 4. E não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho. 5. E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa. 6. E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós. 7. E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa. 8. E, em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos puserem diante. 9. E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus. 10. Mas, em qualquer cidade em que entrardes e vos não receberem, saindo por suas ruas, dizei: 11. Até o pó que da vossa cidade se nos pegou sacudimos sobre vós. Sabei, contudo, isto: já o Reino de Deus é chegado a vós. 12. E digo-vos que mais tolerância haverá naquele dia para Sodoma do que para aquela cidade. 13. Ai de ti, Corazim, ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, já há muito, assentadas em saco de pano grosseiro e cinza, se teriam arrependido. 14. Portanto, para Tiro e Sidom haverá menos rigor no Dia do Juízo do que para vós. 15. E tu, Cafarnaum, serás levantada até ao céu? Até ao inferno serás abatida. 16. Quem vos ouve a vós a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita rejeita aquele que me enviou. 17. E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam. 18. E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu. 19. Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum. 20. Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus. 21. Naquela mesma hora, se alegrou Jesus no Espírito Santo e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve. 22. Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 23. E, voltando-se para os discípulos, disse- lhes em particular: Bem-aventurados os olhos que vêem o que vós vedes, 24. pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes e não o viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram. 25. E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 26. E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? 27. E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo. 28. E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás. 29. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? 30. E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando- o meio morto. 31. E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. 32. E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo- o, passou de largo. 33. Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão. 34. E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele; 35. E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu- os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar. 36. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? 37. E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira. 38. E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. 39. E tinha esta uma irmã, chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. 40. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude. 41. E, respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, 42. mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. Lucas 11 1. E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. 2. E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; 3. dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano; 4. perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve; e não nos conduzas em tentação, mas livra-nos do mal. 5. Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo e, se for procurá-lo à meia-noite, lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, 6. pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho o que apresentar-lhe; 7. se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar. 8. Digo-vos que, ainda que se não levante a dar- lhos por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação e lhe dará tudo o que houver mister. 9. E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; 10. porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. 11. E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? 12. Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13. Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? 14. E estava ele expulsando um demônio, o qual era mudo. E aconteceu que, saindo o demônio, o mudo falou; e maravilhou-se a multidão. 15. Mas alguns deles diziam: Ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios. 16. E outros, tentando- o, pediam-lhe um sinal do céu. 17. Mas, conhecendo ele os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo será assolado; e a casa dividida contra si mesma cairá. 18. E, se também Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que eu expulso os demônios por Belzebu. 19. E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Eles, pois, serão os vossos juízes. 20. Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, a vós é chegado o Reino de Deus. 21. Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem. 22. Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele e vencendo-o, tira- lhe toda a armadura em que confiava e reparte os seus despojos. 23. Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. 24. Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. 25. E, chegando, acha- a varrida e adornada. 26. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele; e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro. 27. E aconteceu que, dizendo ele essas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste! 28. Mas ele disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam. 29. E, ajuntando-se a multidão, começou a dizer: Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas. 30. Porquanto assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será também para esta geração. 31. A rainha do Sul se levantará no Dia do Juízo com os homens desta geração e os condenará; pois até dos confins da terra veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é maior do que Salomão. 32. Os homens de Nínive se levantarão no Dia do Juízo com esta geração e a condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Jonas. 33. E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz. 34. A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. 35. Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas. 36. Se, pois, todo o teu corpo é luminoso, não tendo em trevas parte alguma, todo será luminoso, como quando a candeia te alumia com o seu resplandor. 37. E, estando ele ainda falando, rogou-lhe um fariseu que fosse jantar com ele; e, entrando, assentou-se à mesa. 38. Mas o fariseu admirou-se, vendo que se não lavara antes do jantar. 39. E o Senhor lhe disse: Agora, vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade. 40. Loucos! O que fez o exterior não fez também o interior? 41. Dai, antes, esmola do que tiverdes, e eis que tudo vos será limpo. 42. Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda hortaliça e desprezais o Juízo e o amor de Deus! Importava fazer essas coisas e não deixar as outras. 43. Ai de vós, fariseus, que amais os primeiros assentos nas sinagogas e as saudações nas praças! 44. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que sois como as sepulturas que não aparecem, e os homens que sobre elas andam não o sabem! 45. E, respondendo um dos doutores da lei, disse-lhe: Mestre, quando dizes isso também nos afrontas a nós. 46. E ele lhe disse: Ai de vós também, doutores da lei, que carregais os homens com cargas difíceis de transportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocais essas cargas! 47. Ai de vós que edificais os sepulcros dos profetas, e vossos pais os mataram! 48. Bem testificais, pois, que consentis nas obras de vossos pais; porque eles os mataram, e vós edificais os seus sepulcros. 49. Por isso, diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns e perseguirão outros; 50. para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado; 51. desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta geração. 52. Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da ciência! Vós mesmos não entrastes e impedistes os que entravam. 53. E, dizendo-lhes ele isso, começaram os escribas e os fariseus a apertá-lo fortemente e a fazê-lo falar acerca de muitas coisas, 54. armando-lhe ciladas, a fim de apanharem da sua boca alguma coisa para o acusarem. Lucas 12 1. Ajuntando-se, entretanto, muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2. Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. 3. Porquanto tudo o que em trevas dissestes à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete sobre os telhados será apregoado. 4. E digo-vos, amigos meus: não temais os que matam o corpo e depois não têm mais o que fazer. 5. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei. 6. Não se vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido diante de Deus. 7. E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos. 8. E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus. 9. Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus. 10. E a todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem ser-lhe-á perdoada, mas ao que blasfemar contra o Espírito Santo não lhe será perdoado. 11. E, quando vos conduzirem às sinagogas, aos magistrados e potestades, não estejais solícitos de como ou do que haveis de responder, nem do que haveis de dizer. 12. Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar. 13. E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. 14. Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós? 15. E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. 16. E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância. 17. E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. 18. E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; 19. e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. 20. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será? 21. Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus. 22. E disse aos seus discípulos: Portanto, vos digo: não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. 23. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo, mais do que as vestes. 24. Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves? 25. E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? 26. Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras? 27. Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. 28. E, se Deus assim veste a erva, que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pequena fé? 29. Não pergunteis, pois, que haveis de comer ou que haveis de beber, e não andeis inquietos. 30. Porque os gentios do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. 31. Buscai, antes, o Reino de Deus, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. 32. Não temas, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino. 33. Vendei o que tendes, e dai esmolas, e fazei para vós bolsas que não se envelheçam, tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não rói. 34. Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração. 35. Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias. 36. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. 37. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá. 38. E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos. 39. Sabei, porém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. 40. Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais. 41. E disse-lhe Pedro: Senhor, dizes essa parábola a nós ou também a todos? 42. E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? 43. Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim. 44. Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá. 45. Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, 46. virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. 47. E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. 48. Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com poucos açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá. 49. Vim lançar fogo na terra e que mais quero, se já está aceso? 50. Importa, porém, que eu seja batizado com um certo batismo, e como me angustio até que venha a cumprir-se! 51. Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas, antes, dissensão. 52. Porque, daqui em diante, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três. 53. O pai estará dividido contra o filho, e o filho, contra o pai, a mãe, contra a filha, e a filha, contra a mãe, a sogra, contra sua nora, e a nora, contra sua sogra. 54. E dizia também à multidão: Quando vedes a nuvem que vem do ocidente, logo dizeis: Lá vem chuva; e assim sucede. 55. E, quando assopra o vento sul, dizeis: Haverá calma; e assim sucede. 56. Hipócritas, sabeis discernir a face da terra e do céu; como não sabeis, então, discernir este tempo? 57. E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo? 58. Quando, pois, vais com o teu adversário ao magistrado, procura livrar-te dele no caminho; para que não suceda que te conduza ao juiz, e o juiz te entregue ao meirinho, e o meirinho te encerre na prisão. 59. Digo-te que não sairás dali enquanto não pagares o derradeiro ceitil. Lucas 13 1. E, naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. 2. E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? 3. Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis. 4. E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? 5. Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis. 6. E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi procurar nela fruto, não o achando. 7. E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não o acho; corta-a. Por que ela ocupa ainda a terra inutilmente? 8. E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; 9. e, se der fruto, ficará; e, se não, depois a mandarás cortar. 10. E ensinava no sábado, numa das sinagogas. 11. E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se. 12. E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. 13. E impôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou e glorificava a Deus. 14. E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga, indignado porque Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que é mister trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados e não no dia de sábado. 15. Respondeu-lhe, porém, o Senhor e disse: Hipócrita, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi ou jumento e não o leva a beber água? 16. E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás mantinha presa? 17. E, dizendo ele isso, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele. 18. E dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? 19. É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu. 20. E disse outra vez: A que compararei o Reino de Deus? 21. É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou. 22. E percorria as cidades e as aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. 23. E disse-lhe um: Senhor, são poucos os que se salvam? E ele lhe respondeu: 24. Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão. 25. Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta, e começardes a estar de fora e a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois, 26. então, começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas. 27. E ele vos responderá: Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniqüidade. 28. Ali, haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no Reino de Deus e vós, lançados fora. 29. E virão do Oriente, e do Ocidente, e do Norte, e do Sul e assentar-se-ão à mesa no Reino de Deus. 30. E eis que derradeiros há que serão os primeiros; e primeiros há que serão os derradeiros. 31. Naquele mesmo dia, chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te. 32. E lhes respondeu: Ide e dizei àquela raposa: eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e, no terceiro dia, sou consumado. 33. Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém. 34. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? 35. Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Lucas 14 1. Aconteceu, num sábado, que, entrando ele em casa de um dos principais dos fariseus para comer pão, eles o estavam observando. 2. E eis que estava ali diante dele um certo homem hidrópico. 3. E Jesus, tomando a palavra, falou aos doutores da lei e aos fariseus, dizendo: É lícito curar no sábado? 4. Eles, porém, calaram-se. E tomando- o, o curou e despediu. 5. E disse-lhes: Qual será de vós o que, caindo-lhe num poço, em dia de sábado, o jumento ou o boi, o não tire logo? 6. E nada lhe podiam replicar sobre isso. 7. E disse aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes: 8. Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar, para que não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu, 9. e, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar. 10. Mas, quando fores convidado, vai e assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, assenta-te mais para cima. Então, terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa. 11. Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. 12. E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado. 13. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos 14. e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos. 15. E , ouvindo isso um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no Reino de Deus! 16. Porém ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia e convidou a muitos. 17. E, à hora da ceia, mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. 18. E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado. 19. E outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado. 20. E outro disse: Casei e, portanto, não posso ir. 21. E, voltando aquele servo, anunciou essas coisas ao seu senhor. Então, o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade e traze aqui os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos. 22. E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há lugar. 23. E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e atalhos e força- os a entrar, para que a minha casa se encha. 24. Porque eu vos digo que nenhum daqueles varões que foram convidados provará a minha ceia. 25. Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: 26. Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27. E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo. 28. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? 29. Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, 30. dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. 31. Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? 32. De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz. 33. Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. 34. Bom é o sal, mas, se ele degenerar, com que se adubará? 35. Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça. Lucas 15 1. E chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. 2. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles. 3. E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: 4. Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la? 5. E, achando-a, a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo; 6. e, chegando à sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. 7. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. 8. Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? 9. E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. 10. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. 11. E disse: Um certo homem tinha dois filhos. 12. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. 13. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. 14. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. 15. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. 16. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. 17. E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! 18. Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. 19. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores. 20. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou. 21. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho. 22. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, 23. e trazei o bezerro cevado, e matai- o; e comamos e alegremo-nos, 24. porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se. 25. E o seu filho mais velho estava no campo; e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. 26. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. 27. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. 28. Mas ele se indignou e não queria entrar. E, saindo o pai, instava com ele. 29. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos. 30. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. 31. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. 32. Mas era justo alegrarmo- nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. Lucas 16 1. E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. 2. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. 3. E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. 4. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. 5. E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6. E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua conta e, assentando-te já, escreve cinqüenta. 7. Disse depois a outro: E tu quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. 8. E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. 9. E eu vos digo: granjeai amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. 10. Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo também é injusto no muito. 11. Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? 12. E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? 13. Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro ou se há de chegar a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. 14. E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele. 15. E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração, porque o que entre os homens é elevado perante Deus é abominação. 16. A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele. 17. E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da Lei. 18. Qualquer que deixa sua mulher e casa com outra adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido adultera também. 19. Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. 20. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele. 21. E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. 22. E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado. 23. E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio. 24. E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. 25. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado. 26. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá. 27. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, 28. pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. 29. Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. 30. E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. 31. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite. Lucas 17 1. E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! 2. Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos. 3. Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe; 4. e, se pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me, perdoa-lhe. 5. Disseram, então, os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé. 6. E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui e planta-te no mar, e ela vos obedeceria. 7. E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te e assenta-te à mesa? 8. E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me, até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? 9. Porventura, dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. 10. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer. 11. E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia; 12. e, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe. 13. E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós! 14. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. 15. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. 16. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. 17. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? 18. Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? 19. E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou. 20. E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior. 21. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o Reino de Deus está entre vós. 22. E disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do Homem e não o vereis. 23. E dir-vos-ão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Não vades, nem os sigais, 24. porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do Homem no seu dia. 25. Mas primeiro convém que ele padeça muito e seja reprovado por esta geração. 26. E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem. 27. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos. 28. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. 29. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos. 30. Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar. 31. Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo os seus utensílios em casa, não desça a tomá-los; e, da mesma sorte, o que estiver no campo não volte para trás. 32. Lembrai-vos da mulher de Ló. 33. Qualquer que procurar salvar a sua vida perdê-la-á, e qualquer que a perder salvá-la-á. 34. Digo-vos que, naquela noite, estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. 35. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada. 36. Dois estarão no campo; um será tomado, e outro será deixado. 37. E, respondendo, disseram-lhe: Onde, Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias. Lucas 18 1. E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, 2. dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava homem algum. 3. Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. 4. E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, 5. todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. 6. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. 7. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? 8. Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra? 9. E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 10. Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano. 11. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. 12. Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo. 13. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! 14. Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. 15. E traziam-lhe também crianças, para que ele as tocasse; e os discípulos, vendo isso, repreendiam-nos. 16. Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus. 17. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele. 18. E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? 19. Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus. 20. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. 21. E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade. 22. E, quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte- o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. 23. Mas, ouvindo ele isso, ficou muito triste, porque era muito rico. 24. E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! 25. Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus. 26. E os que ouviram isso disseram: Logo, quem pode salvar-se? 27. Mas ele respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus. 28. E disse Pedro: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. 29. E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos pelo Reino de Deus 30. e não haja de receber muito mais neste mundo e, na idade vindoura, a vida eterna. 31. E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do Homem tudo o que pelos profetas foi escrito. 32. Pois há de ser entregue aos gentios e escarnecido, injuriado e cuspido; 33. e, havendo- o açoitado, o matarão; e, ao terceiro dia, ressuscitará. 34. E eles nada disso entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia. 35. E aconteceu que, chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. 36. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. 37. E disseram-lhe que Jesus, o Nazareno, passava. 38. Então, clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! 39. E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! 40. Então, Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, 41. dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. 42. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. 43. E logo viu e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isso, dava louvores a Deus. Lucas 19 1. E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. 2. E eis que havia ali um homem, chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos e era rico. 3. E procurava ver quem era Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. 4. E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque havia de passar por ali. 5. E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa. 6. E, apressando-se, desceu e recebeu-o com júbilo. 7. E, vendo todos isso, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador. 8. E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. 9. E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. 10. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. 11. E, ouvindo eles essas coisas, ele prosseguiu e contou uma parábola, porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de manifestar o Reino de Deus. 12. Disse, pois: Certo homem nobre partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois. 13. E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu venha. 14. Mas os seus concidadãos aborreciam-no e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós. 15. E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando. 16. E veio o primeiro dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. 17. E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás a autoridade. 18. E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. 19. E a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades. 20. E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço, 21. porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste e segas o que não semeaste. 22. Porém ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei; sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus e sego o que não semeei. 23. Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros? 24. E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina e dai- a ao que tem dez minas. 25. E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas. 26. Pois eu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver até o que tem lhe será tirado. 27. E, quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai- os diante de mim. 28. E, dito isso, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém. 29. E aconteceu que, chegando perto de Betfagé e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos, 30. dizendo: Ide à aldeia que está defronte e aí, ao entrardes, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda montou; soltai-o e trazei- o. 31. E, se alguém vos perguntar: Por que o soltais?, assim lhe direis: Porque o Senhor precisa dele. 32. E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera. 33. E, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho? 34. E eles responderam: O Senhor precisa dele. 35. E trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima. 36. E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes. 37. E, quando já chegava perto da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto, 38. dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas! 39. E disseram-lhe dentre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos. 40. E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão. 41. E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, 42. dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas, agora, isso está encoberto aos teus olhos. 43. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas, 44. e te derribarão, a ti e a teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação. 45. E, entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam, 46. dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores. 47. E todos os dias ensinava no templo; mas os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo 48. e não achavam meio de o fazer, porque todo o povo pendia para ele, escutando-o. Lucas 20 1. E aconteceu, num daqueles dias, que, estando ele ensinando o povo no templo e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos 2. e falaram-lhe, dizendo: Dize-nos: com que autoridade fazes essas coisas? Ou quem é que te deu esta autoridade? 3. E, respondendo ele, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta: dizei-me, pois: 4. o batismo de João era do céu ou dos homens? 5. E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que o não crestes? 6. E, se dissermos: dos homens, todo o povo nos apedrejará, pois têm por certo que João era profeta. 7. E responderam que não sabiam de onde era. 8. E Jesus lhes disse: Tampouco vos direi com que autoridade faço isto. 9. E começou a dizer ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra por muito tempo. 10. E, no devido tempo, mandou um servo aos lavradores, para que lhe dessem dos frutos da vinha; mas os lavradores, espancando-o, mandaram-no vazio. 11. E tornou ainda a mandar outro servo; mas eles, espancando também a este e afrontando- o, mandaram-no vazio. 12. E tornou ainda a mandar um terceiro; mas eles, ferindo também a este, o expulsaram. 13. E disse o senhor da vinha: Que farei? Mandarei o meu filho amado; talvez, vendo-o, o respeitem. 14. Mas, vendo-o os lavradores, arrazoaram entre si dizendo: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, para que a herança seja nossa. 15. E, lançando-o fora da vinha, o mataram. Que lhes fará, pois, o senhor da vinha? 16. Irá, e destruirá estes lavradores, e dará a outros a vinha. E, ouvindo eles isso, disseram: Não seja assim! 17. Mas ele, olhando para eles, disse: Que é isto, pois, que está escrito? A pedra que os edificadores reprovaram, essa foi feita cabeça da esquina. 18. Qualquer que cair sobre aquela pedra ficará em pedaços, e aquele sobre quem ela cair será feito em pó. 19. E os principais dos sacerdotes e os escribas procuravam lançar mão dele naquela mesma hora; mas temeram o povo, porque entenderam que contra eles dissera esta parábola. 20. E, trazendo- o debaixo de olho, mandaram espias que se fingiam de justos, para o apanharem em alguma palavra e o entregarem à jurisdição e poder do governador. 21. E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus. 22. É-nos lícito dar tributo a César ou não? 23. E, entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais? 24. Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César. 25. Disse-lhes, então: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. 26. E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da sua resposta, calaram-se. 27. E, chegando-se alguns dos saduceus, que dizem não haver ressurreição, perguntaram-lhe, 28. dizendo: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se o irmão de alguém falecer, tendo mulher e não deixar filhos, o irmão dele tome a mulher e suscite posteridade a seu irmão. 29. Houve, pois, sete irmãos, e o primeiro tomou mulher e morreu sem filhos; 30. e o segundo 31. e o terceiro também a tomaram, e, igualmente, os sete. Todos eles morreram e não deixaram filhos. 32. E, por último, depois de todos, morreu também a mulher. 33. Portanto, na ressurreição, de qual deles será a mulher, pois que os sete por mulher a tiveram? 34. E, respondendo Jesus, disse-lhes: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento, 35. mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro e a ressurreição dos mortos nem hão de casar, nem ser dados em casamento; 36. porque já não podem mais morrer, pois são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição. 37. E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. 38. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, porque para ele vivem todos. 39. E, respondendo alguns dos escribas, disseram: Mestre, disseste bem. 40. E não ousavam perguntar-lhe mais coisa alguma. 41. E ele lhes disse: Como dizem que o Cristo é Filho de Davi? 42. Visto como o mesmo Davi diz no livro dos Salmos: Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, 43. até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. 44. Se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho? 45. E, ouvindo-o todo o povo, disse Jesus aos seus discípulos: 46. Guardai-vos dos escribas, que querem andar com vestes compridas e amam as saudações nas praças, e as principais cadeiras nas sinagogas, e os primeiros lugares nos banquetes; 47. que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto, largas orações. Estes receberão maior condenação. Lucas 21 1. E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; 2. e viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; 3. e disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos esta pobre viúva, 4. porque todos aqueles deram como ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deu todo o sustento que tinha. 5. E, dizendo alguns a respeito do templo, que estava ornado de formosas pedras e dádivas, disse: 6. Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que se não deixará pedra sobre pedra que não seja derribada. 7. E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, quando serão, pois, essas coisas? E que sinal haverá quando isso estiver para acontecer? 8. Disse, então, ele: Vede que não vos enganem, porque virão muitos em meu nome, dizendo: Sou eu, e o tempo está próximo; não vades, portanto, após eles. 9. E, quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis. Porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas o fim não será logo. 10. Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino, contra reino; 11. e haverá, em vários lugares, grandes terremotos, e fomes, e pestilências; haverá também coisas espantosas e grandes sinais do céu. 12. Mas, antes de todas essas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando- vos às sinagogas e às prisões e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por amor do meu nome. 13. E vos acontecerá isso para testemunho. 14. Proponde, pois, em vosso coração não premeditar como haveis de responder, 15. porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem. 16. E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós. 17. E de todos sereis odiados por causa do meu nome. 18. Mas não perecerá um único cabelo da vossa cabeça. 19. Na vossa paciência, possuí a vossa alma. 20. Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei, então, que é chegada a sua desolação. 21. Então, os que estiverem na Judéia, que fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, que saiam; e, os que estiverem nos campos, que não entrem nela. 22. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. 23. Mas ai das grávidas e das que criarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira sobre este povo. 24. E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem. 25. E haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, na terra, angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas; 26. homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados. 27. E, então, verão vir o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória. 28. Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima. 29. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as árvores. 30. Quando já começam a brotar, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. 31. Assim também vós, quando virdes acontecer essas coisas, sabei que o Reino de Deus está perto. 32. Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. 33. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar. 34. E olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. 35. Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra. 36. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas essas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do Homem. 37. E, de dia, ensinava no templo e, à noite, saindo, ficava no monte chamado das Oliveiras. 38. E todo o povo ia ter com ele ao templo, de manhã cedo, para o ouvir. Lucas 22 1. Estava, pois, perto a Festa dos Pães Asmos, chamada de Páscoa. 2. E os principais dos sacerdotes e os escribas andavam procurando como o matariam, porque temiam o povo. 3. Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze. 4. E foi e falou com os principais dos sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria, 5. os quais se alegraram e convieram em lhe dar dinheiro. 6. E ele concordou e buscava oportunidade para lho entregar sem alvoroço. 7. Chegou, porém, o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava sacrificar a Páscoa. 8. E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos. 9. E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? 10. E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar. 11. E direis ao pai de família da casa: O mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 12. Então, ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado; aí fazei os preparativos. 13. E, indo eles, acharam como lhes havia sido dito; e prepararam a Páscoa. 14. E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e, com ele, os doze apóstolos. 15. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa, antes que padeça, 16. porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no Reino de Deus. 17. E, tomando o cálice e havendo dado graças, disse: Tomai-o e reparti- o entre vós, 18. porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o Reino de Deus. 19. E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu- o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim. 20. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós. 21. Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. 22. E, na verdade, o Filho do Homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído! 23. E começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer isso. 24. E houve também entre eles contenda sobre qual deles parecia ser o maior. 25. E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. 26. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve. 27. Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve. 28. E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. 29. E eu vos destino o Reino, como meu Pai mo destinou, 30. para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel. 31. Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. 32. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. 33. E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte. 34. Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces. 35. E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje ou sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Eles responderam: Nada. 36. Disse-lhes, pois: Mas, agora, aquele que tiver bolsa, tome- a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua veste e compre-a; 37. porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento. 38. E eles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta. 39. E, saindo, foi, como costumava, para o monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. 40. E, quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. 41. E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, 42. dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua. 43. E apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava. 44. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão. 45. E, levantando-se da oração, foi ter com os seus discípulos e achou-os dormindo de tristeza. 46. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai para que não entreis em tentação. 47. E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela e chegou-se a Jesus para o beijar. 48. E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem? 49. E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada? 50. E um deles feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha direita. 51. E, respondendo Jesus, disse: Deixai-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou. 52. E disse Jesus aos principais dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos que tinham ido contra ele: Saístes com espadas e porretes, como para deter um salteador? 53. Tenho estado todos os dias convosco no templo e não estendestes as mãos contra mim, mas esta é a vossa hora e o poder das trevas. 54. Então, prendendo-o, o levaram e o meteram em casa do sumo sacerdote. E Pedro seguia-o de longe. 55. E, havendo-se acendido fogo no meio do pátio, estando todos sentados, assentou-se Pedro entre eles. 56. E como certa criada, vendo-o estar assentado ao fogo, pusesse os olhos nele, disse: Este também estava com ele. 57. Porém ele negou-o, dizendo: Mulher, não o conheço. 58. E, um pouco depois, vendo-o outro, disse: Tu és também deles. Mas Pedro disse: Homem, não sou. 59. E, passada quase uma hora, um outro afirmava, dizendo: Também este verdadeiramente estava com ele, pois também é galileu. 60. E Pedro disse: Homem, não sei o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. 61. E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes. 62. E, saindo Pedro para fora, chorou amargamente. 63. E os homens que detinham Jesus zombavam dele, ferindo-o. 64. E, vendando-lhe os olhos, feriam-no no rosto e perguntavam-lhe, dizendo: Profetiza-nos: quem é que te feriu? 65. E outras muitas coisas diziam contra ele, blasfemando. 66. E logo que foi dia, ajuntaram-se os anciãos do povo, e os principais dos sacerdotes, e os escribas, e o conduziram ao seu concílio, 67. e lhe perguntaram: Se tu és o Cristo, dize-nos. Ele replicou: Se vo-lo disser, não o crereis; 68. e também, se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis. 69. Desde agora, o Filho do Homem se assentará à direita do poder de Deus. 70. E disseram todos: Logo, és tu o Filho de Deus? E ele lhes disse: Vós dizeis que eu sou. 71. Então, disseram: De que mais testemunho necessitamos? Pois nós mesmos o ouvimos da sua boca. Lucas 23 1. E, levantando-se toda a multidão deles, o levaram a Pilatos. 2. E começaram a acusá-lo, dizendo: Havemos achado este pervertendo a nossa nação, proibindo dar o tributo a César e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei. 3. E Pilatos perguntou-lhe, dizendo: Tu és o Rei dos judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes. 4. E disse Pilatos aos principais dos sacerdotes e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem. 5. Mas eles insistiam cada vez mais, dizendo: Alvoroça o povo ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galiléia até aqui. 6. Então, Pilatos, ouvindo falar da Galiléia, perguntou se aquele homem era galileu. 7. E, sabendo que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também, naqueles dias, estava em Jerusalém. 8. E Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito, porque havia muito que desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; e esperava que lhe veria fazer algum sinal. 9. E interrogava-o com muitas palavras, mas ele nada lhe respondia. 10. E estavam os principais dos sacerdotes e os escribas acusando-o com grande veemência. 11. E Herodes, com os seus soldados, desprezou-o, e, escarnecendo dele, vestiu-o de uma roupa resplandecente, e tornou a enviá-lo a Pilatos. 12. E, no mesmo dia, Pilatos e Herodes, entre si, se fizeram amigos; pois, dantes, andavam em inimizade um com o outro. 13. E, convocando Pilatos os principais dos sacerdotes, e os magistrados, e o povo, disse-lhes: 14. Haveis-me apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem. 15. Nem mesmo Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de morte. 16. Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei. 17. E era-lhe necessário soltar-lhes um detento por ocasião da festa. 18. Mas toda a multidão clamou à uma, dizendo: Fora daqui com este e solta-nos Barrabás. 19. Barrabás fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade e de um homicídio. 20. Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. 21. Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica- o! Crucifica-o! 22. Então, ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei. 23. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos e os dos principais dos sacerdotes redobravam. 24. Então, Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam. 25. E soltou-lhes o que fora lançado na prisão por uma sedição e homicídio, que era o que pediam; mas entregou Jesus à vontade deles. 26. E, quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus. 27. E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos e o lamentavam. 28. Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos. 29. Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram! 30. Então, começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos! 31. Porque, se ao madeiro verde fazem isso, que se fará ao seco? 32. E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos. 33. E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram e aos malfeitores, um, à direita, e outro, à esquerda. 34. E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes. 35. E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou; salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus. 36. E também os soldados escarneciam dele, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre, 37. e dizendo: Se tu és o Rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. 38. E também, por cima dele, estava um título, escrito em letras gregas, romanas e hebraicas: ESTE É O REI DOS JUDEUS. 39. E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós. 40. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? 41. E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. 42. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino. 43. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. 44. E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, 45. escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo. 46. E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou. 47. E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo. 48. E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo nos peitos. 49. E todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galiléia estavam de longe vendo essas coisas. 50. E eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e justo 51. (que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros), natural de Arimatéia, cidade dos judeus, e que também esperava o Reino de Deus, 52. este, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. 53. E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto. 54. E era o Dia da Preparação, e amanhecia o sábado. 55. E as mulheres que tinham vindo com ele da Galiléia seguiram também e viram o sepulcro e como foi posto o seu corpo. 56. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos e, no sábado, repousaram, conforme o mandamento. Lucas 24 1. E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. 2. E acharam a pedra do sepulcro removida. 3. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. 4. E aconteceu que, estando elas perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois varões com vestes resplandecentes. 5. E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? 6. Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, 7. dizendo: Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite. 8. E lembraram-se das suas palavras. 9. E, voltando do sepulcro, anunciaram todas essas coisas aos onze e a todos os demais. 10. E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam as que diziam estas coisas aos apóstolos. 11. E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram. 12. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e, abaixando-se, viu só os lenços ali postos; e retirou-se, admirando consigo aquele caso. 13. E eis que, no mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. 14. E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido. 15. E aconteceu que, indo eles falando entre si e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou e ia com eles. 16. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem. 17. E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós e por que estais tristes? 18. E, respondendo um, cujo nome era Cleopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias? 19. E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; 20. e como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte e o crucificaram. 21. E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas, agora, com tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. 22. É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; 23. e, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive. 24. E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro e acharam ser assim como as mulheres haviam dito, porém, não o viram. 25. E ele lhes disse: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! 26. Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? 27. E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. 28. E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe. 29. E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles. 30. E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o e lho deu. 31. Abriram-se-lhes, então, os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes. 32. E disseram um para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras? 33. E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém e acharam congregados os onze e os que estavam com eles, 34. os quais diziam: Ressuscitou, verdadeiramente, o Senhor e já apareceu a Simão. 35. E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido no partir do pão. 36. E, falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco. 37. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. 38. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos ao vosso coração? 39. Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. 40. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? 42. Então, eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado e um favo de mel, 43. o que ele tomou e comeu diante deles. 44. E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos. 45. Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. 46. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; 47. e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. 48. E dessas coisas sois vós testemunhas. 49. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. 50. E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as mãos, os abençoou. 51. E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu. 52. E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém. 53. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém! João 1 1. No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2. Ele estava no princípio com Deus. 3. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. 4. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; 5. e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 6. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. 7. Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. 8. Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz. 9. Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo, 10. estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. 11. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome, 13. os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. 14. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. 15. João testificou dele e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: o que vem depois de mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. 16. E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça. 17. Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. 18. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer. 19. E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? 20. E confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. 21. E perguntaram-lhe: Então, quem és, pois? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. 22. Disseram-lhe, pois: Quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo? 23. Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. 24. E os que tinham sido enviados eram dos fariseus, 25. e perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26. João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água, mas, no meio de vós, está um a quem vós não conheceis. 27. Este é aquele que vem após mim, que foi antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar as correias das sandálias. 28. Essas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando. 29. No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30. Este é aquele do qual eu disse: após mim vem um homem que foi antes de mim, porque já era primeiro do que eu. 31. E eu não o conhecia, mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. 32. E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele. 33. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. 34. E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus. 35. No dia seguinte João estava outra vez ali, na companhia de dois dos seus discípulos. 36. E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus. 37. E os dois discípulos ouviram-no dizer isso e seguiram a Jesus. 38. E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? 39. Ele lhes disse: Vinde e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima. 40. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João e o haviam seguido. 41. Este achou primeiro a seu irmão Simão e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). 42. E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro). 43. No dia seguinte, quis Jesus ir à Galiléia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me. 44. E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. 45. Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. 46. Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê. 47. Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. 48. Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu estando tu debaixo da figueira. 49. Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel. 50. Jesus respondeu e disse-lhe: Porque te disse: vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás. 51. E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem. João 2 1. E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. 2. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. 3. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. 4. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5. Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo quanto ele vos disser. 6. E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. 7. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. 8. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. 9. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. 10. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. 11. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. 12. Depois disso, desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos, e ficaram ali não muitos dias. 13. E estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 14. E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados. 15. E, tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, bem como os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas, 16. e disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes e não façais da casa de meu Pai casa de vendas. 17. E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará. 18. Responderam, pois, os judeus e disseram-lhe: Que sinal nos mostras para fazeres isso? 19. Jesus respondeu e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei. 20. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos, foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias? 21. Mas ele falava do templo do seu corpo. 22. Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso; e creram na Escritura e na palavra que Jesus tinha dito. 23. E, estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. 24. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia 25. e não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem. João 3 1. E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2. Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. 3. Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. 4. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5. Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. 6. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. 8. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. 9. Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? 10. Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? 11. Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. 12. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? 13. Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu. 14. E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, 15. para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. 19. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. 20. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. 21. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. 22. Depois disso, foi Jesus com os seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali com eles e batizava. 23. Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali e eram batizados. 24. Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão. 25. Houve, então, uma questão entre os discípulos de João e um judeu, acerca da purificação. 26. E foram ter com João e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-lo batizando, e todos vão ter com ele. 27. João respondeu e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu. 28. Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele. 29. Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já essa minha alegria está cumprida. 30. É necessário que ele cresça e que eu diminua. 31. Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos. 32. E aquilo que ele viu e ouviu, isso testifica; e ninguém aceita o seu testemunho. 33. Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que Deus é verdadeiro. 34. Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois não lhe dá Deus o Espírito por medida. 35. O Pai ama o Filho e todas as coisas entregou nas suas mãos. 36. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece. João 4 1. E, quando o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João 2. (ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos), 3. deixou a Judéia e foi outra vez para a Galiléia. 4. E era-lhe necessário passar por Samaria. 5. Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. 6. E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isso quase à hora sexta. 7. Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. 8. Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. 9. Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)? 10. Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. 11. Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? 12. És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado? 13. Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, 14. mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. 15. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la. 16. Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá. 17. A mulher respondeu e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido, 18. porque tiveste cinco maridos e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. 19. Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. 20. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. 21. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. 23. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. 25. A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. 26. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo. 27. E nisso vieram os seus discípulos e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela? 28. Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: 29. Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo? 30. Saíram, pois, da cidade e foram ter com ele. 31. E, entretanto, os seus discípulos lhe rogaram, dizendo: Rabi, come. 32. Porém ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis. 33. Então, os discípulos diziam uns aos outros: Trouxe-lhe, porventura, alguém de comer? 34. Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra. 35. Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. 36. E o que ceifa recebe galardão e ajunta fruto para a vida eterna, para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem. 37. Porque nisso é verdadeiro o ditado: Um é o que semeia, e outro, o que ceifa. 38. Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. 39. E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito. 40. Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias. 41. E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra. 42. E diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos, porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo. 43. E, dois dias depois, partiu dali e foi para a Galiléia. 44. Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria. 45. Chegando, pois, à Galiléia, os galileus o receberam, porque viram todas as coisas que fizera em Jerusalém no dia da festa; porque também eles tinham ido à festa. 46. Segunda vez foi Jesus a Caná da Galiléia, onde da água fizera vinho. E havia ali um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. 47. Ouvindo este que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele e rogou-lhe que descesse e curasse o seu filho, porque já estava à morte. 48. Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis. 49. Disse-lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho morra. 50. Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-se. 51. E, descendo ele logo, saíram- lhe ao encontro os seus servos e lhe anunciaram, dizendo: O teu filho vive. 52. Perguntou-lhes, pois, a que hora se achara melhor; e disseram-lhe: Ontem, às sete horas, a febre o deixou. 53. Entendeu, pois, o pai que era aquela hora a mesma em que Jesus lhe disse: O teu filho vive; e creu ele, e toda a sua casa. 54. Jesus fez este segundo milagre quando ia da Judéia para a Galiléia. João 5 1. Depois disso, havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 2. Ora, em Jerusalém há, próximo à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. 3. Nestes jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o movimento das águas. 4. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. 5. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. 6. E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? 7. O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. 8. Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda. 9. Logo, aquele homem ficou são, e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era sábado. 10. Então, os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar a cama. 11. Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama e anda. 12. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma a tua cama e anda? 13. E o que fora curado não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande multidão. 14. Depois, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior. 15. E aquele homem foi e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara. 16. E, por essa causa, os judeus perseguiram Jesus e procuravam matá-lo, porque fazia essas coisas no sábado. 17. E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. 18. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. 19. Mas Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai, porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente. 20. Porque o Pai ama ao Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e ele lhe mostrará maiores obras do que estas, para que vos maravilheis. 21. Pois assim como o Pai ressuscita os mortos e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer. 22. E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo, 23. para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai, que o enviou. 24. Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. 25. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. 26. Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo. 27. E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do Homem. 28. Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. 29. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação. 30. Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo, e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou. 31. Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. 32. Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. 33. Vós mandastes a João, e ele deu testemunho da verdade. 34. Eu, porém, não recebo testemunho de homem, mas digo isso, para que vos salveis. 35. Ele era a candeia que ardia e alumiava; e vós quisestes alegrar-vos por um pouco de tempo com a sua luz. 36. Mas eu tenho maior testemunho do que o de João, porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço testificam de mim, de que o Pai me enviou. 37. E o Pai, que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer; 38. e a sua palavra não permanece em vós, porque naquele que ele enviou não credes vós. 39. Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. 40. E não quereis vir a mim para terdes vida. 41. Eu não recebo glória dos homens, 42. mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus. 43. Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis. 44. Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros e não buscando a honra que vem só de Deus? 45. Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais. 46. Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele. 47. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras? João 6 1. Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galiléia, que é o de Tiberíades. 2. E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos. 3. E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali com os seus discípulos. 4. E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. 5. Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? 6. Mas dizia isso para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer. 7. Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco. 8. E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: 9. Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tantos? 10. E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil. 11. E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes, quanto eles queriam. 12. E, quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca. 13. Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. 14. Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo. 15. Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte. 16. E, quando veio a tarde, os seus discípulos desceram para o mar. 17. E, entrando no barco, passaram o mar em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado perto deles. 18. E o mar se levantou, porque um grande vento assoprava. 19. E, tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco, e temeram. 20. Porém ele lhes disse: Sou eu; não temais. 21. Então, eles, de boa mente, o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam. 22. No dia seguinte, a multidão que estava do outro lado do mar, vendo que não havia ali mais do que um barquinho e que Jesus não entrara com seus discípulos naquele barquinho, mas que os seus discípulos tinham ido sós 23. (contudo, outros barquinhos tinham chegado de Tiberíades, perto do lugar onde comeram o pão, havendo o Senhor dado graças); 24. vendo, pois, a multidão que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, entraram eles também nos barcos e foram a Cafarnaum, em busca de Jesus. 25. E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui? 26. Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. 27. Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou. 28. Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? 29. Jesus respondeu e disse-lhes: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou. 30. Disseram-lhe, pois: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu? 31. Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu. 32. Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. 33. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. 34. Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão. 35. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede. 36. Mas já vos disse que também vós me vistes e, contudo, não credes. 37. Tudo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38. Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39. E a vontade do Pai, que me enviou, é esta: que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último Dia. 40. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último Dia. 41. Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu. 42. E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu? 43. Respondeu, pois, Jesus e disse-lhes: Não murmureis entre vós. 44. Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último Dia. 45. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim. 46. Não que alguém visse ao Pai, a não ser aquele que é de Deus; este tem visto ao Pai. 47. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. 48. Eu sou o pão da vida. 49. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. 50. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. 51. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. 52. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer? 53. Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. 54. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último Dia. 55. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. 56. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. 57. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim. 58. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre. 59. Ele disse essas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarnaum. 60. Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? 61. Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam a respeito disso, disse-lhes: Isto vos escandaliza? 62. Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do Homem para onde primeiro estava? 63. O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida. 64. Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam e quem era o que o havia de entregar. 65. E dizia: Por isso, eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai lhe não for concedido. 66. Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele. 67. Então, disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? 68. Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, 69. e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus. 70. Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo. 71. E isso dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão, porque este o havia de entregar, sendo um dos doze. João 7 1. E, depois disso, Jesus andava pela Galiléia e já não queria andar pela Judéia, pois os judeus procuravam matá-lo. 2. E estava próxima a festa dos judeus chamada de Festa dos Tabernáculos. 3. Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. 4. Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes essas coisas, manifesta-te ao mundo. 5. Porque nem mesmo seus irmãos criam nele. 6. Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto. 7. O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más. 8. Subi vós a esta festa; eu não subo ainda a esta festa, porque ainda o meu tempo não está cumprido. 9. E, havendo-lhes dito isso, ficou na Galiléia. 10. Mas, quando seus irmãos já tinham subido à festa, então, subiu ele também não manifestamente, mas como em oculto. 11. Ora, os judeus procuravam-no na festa e diziam: Onde está ele? 12. E havia grande murmuração entre a multidão a respeito dele. Diziam alguns: Ele é bom. E outros diziam: Não; antes, engana o povo. 13. Todavia, ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus. 14. Mas, no meio da festa, subiu Jesus ao templo e ensinava. 15. E os judeus maravilhavam-se, dizendo: Como sabe este letras, não as tendo aprendido? 16. Jesus respondeu e disse-lhes: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. 17. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo. 18. Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça. 19. Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me? 20. A multidão respondeu e disse: Tens demônio; quem procura matar-te? 21. Respondeu Jesus e disse-lhes: Fiz uma obra, e todos vos maravilhais. 22. Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), no sábado circuncidais um homem. 23. Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja quebrantada, indignais-vos contra mim, porque, no sábado, curei de todo um homem? 24. Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça. 25. Então, alguns dos de Jerusalém diziam: Não é este o que procuram matar? 26. E ei-lo aí está falando abertamente, e nada lhe dizem. Porventura, sabem, verdadeiramente, os príncipes, que este é o Cristo? 27. Todavia, bem sabemos de onde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde ele é. 28. Clamava, pois, Jesus no templo, ensinando e dizendo: Vós me conheceis e sabeis de onde sou; e eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis. 29. Mas eu conheço-o, porque dele sou, e ele me enviou. 30. Procuravam, pois, prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele, porque ainda não era chegada a sua hora. 31. E muitos da multidão creram nele e diziam: Quando o Cristo vier, fará ainda mais sinais do que os que este tem feito? 32. Os fariseus ouviram que a multidão murmurava dele essas coisas; e os fariseus e os principais dos sacerdotes mandaram servidores para o prenderem. 33. Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda um pouco de tempo estou convosco e, depois, vou para aquele que me enviou. 34. Vós me buscareis e não me achareis; e aonde eu estou vós não podeis vir. 35. Disseram, pois, os judeus uns para os outros: Para onde irá este, que o não acharemos? Irá, porventura, para os dispersos entre os gregos e ensinará os gregos? 36. Que palavra é esta que disse: Buscar-me-eis e não me achareis; e: Aonde eu estou, vós não podeis ir? 37. E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. 38. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. 39. E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado. 40. Então, muitos da multidão, ouvindo essa palavra, diziam: Verdadeiramente, este é o Profeta. 41. Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galiléia? 42. Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi e de Belém, da aldeia de onde era Davi? 43. Assim, entre o povo havia dissensão por causa dele. 44. E alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele. 45. E os servidores foram ter com os principais dos sacerdotes e fariseus; e eles lhes perguntaram: Por que o não trouxestes? 46. Responderam os servidores: Nunca homem algum falou assim como este homem. 47. Responderam-lhes, pois, os fariseus: Também vós fostes enganados? 48. Creu nele, porventura, algum dos principais ou dos fariseus? 49. Mas esta multidão, que não sabe a lei, é maldita. 50. Nicodemos, que era um deles (o que de noite fora ter com Jesus), disse-lhes: 51. Porventura, condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz? 52. Responderam eles e disseram-lhe: És tu também da Galiléia? Examina e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu. 53. E cada um foi para sua casa. João 8 1. Porém Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2. E, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava. 3. E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. 4. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, 5. e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? 6. Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. 7. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. 8. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. 9. Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio. 10. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11. E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais. 12. Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. 13. Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro. 14. Respondeu Jesus e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim e para onde vou; mas vós não sabeis de onde vim, nem para onde vou. 15. Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo. 16. E, se, na verdade, julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai, que me enviou. 17. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. 18. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai, que me enviou. 19. Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai. 20. Essas palavras disse Jesus no lugar do tesouro, ensinando no templo, e ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a sua hora. 21. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Eu retiro-me, e buscar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou não podeis vós ir. 22. Diziam, pois, os judeus: Porventura, quererá matar-se a si mesmo, pois diz: Para onde eu vou não podeis vós ir? 23. E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24. Por isso, vos disse que morrereis em vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados. 25. Disseram-lhe, pois: Quem és tu? Jesus lhes disse: Isso mesmo que já desde o princípio vos disse. 26. Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo. 27. Mas não entenderam que ele lhes falava do Pai. 28. Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, conhecereis quem eu sou e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou. 29. E aquele que me enviou está comigo; o Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. 30. Dizendo ele essas coisas, muitos creram nele. 31. Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos 32. e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 33. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres? 34. Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. 35. Ora, o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. 36. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres. 37. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós. 38. Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. 39. Responderam e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. 40. Mas, agora, procurais matar-me a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isso. 41. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. 42. Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente, me amaríeis, pois que eu saí e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. 43. Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra. 44. Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. 45. Mas porque vos digo a verdade, não me credes. 46. Quem dentre vós me convence de pecado? E, se vos digo a verdade, por que não credes? 47. Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso, vós não as escutais, porque não sois de Deus. 48. Responderam, pois, os judeus e disseram-lhe: Não dizemos nós bem que és samaritano e que tens demônio? 49. Jesus respondeu: Eu não tenho demônio; antes, honro a meu Pai, e vós me desonrais. 50. Eu não busco a minha glória; há quem a busque e julgue. 51. Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte. 52. Disseram-lhe, pois, os judeus: Agora, conhecemos que tens demônio. Morreu Abraão e os profetas; e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte. 53. És tu maior do que Abraão, o nosso pai, que morreu? E também os profetas morreram; quem te fazes tu ser? 54. Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus. 55. E vós não o conheceis, mas eu conheço-o; e, se disser que não o conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua palavra. 56. Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu- o, e alegrou-se. 57. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão? 58. Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou. 59. Então, pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou. João 9 1. E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. 2. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? 3. Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. 4. Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. 5. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. 6. Tendo dito isso, cuspiu na terra, e, com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. 7. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo. 8. Então, os vizinhos e aqueles que dantes tinham visto que era cego diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava? 9. Uns diziam: É este. E outros: Parece-se com ele. Ele dizia: Sou eu. 10. Diziam-lhe, pois: Como se te abriram os olhos? 11. Ele respondeu e disse-lhes: O homem chamado Jesus fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, e lavei-me, e vi. 12. Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Respondeu: Não sei. 13. Levaram, pois, aos fariseus o que dantes era cego. 14. E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. 15. Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me e vejo. 16. Então, alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles. 17. Tornaram, pois, a dizer ao cego: Tu que dizes daquele que te abriu os olhos? E ele respondeu: Que é profeta. 18. Os judeus, porém, não creram que ele tivesse sido cego e que agora visse, enquanto não chamaram os pais do que agora via. 19. E perguntaram-lhes, dizendo: É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Como, pois, vê agora? 20. Seus pais responderam e disseram-lhes: Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego, 21. mas como agora vê não sabemos; ou quem lhe tenha aberto os olhos não sabemos; tem idade; perguntai-lho a ele mesmo, e ele falará por si mesmo. 22. Seus pais disseram isso, porque temiam os judeus, porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o Cristo, fosse expulso da sinagoga. 23. Por isso, é que seus pais disseram: Tem idade; perguntai-lho a ele mesmo. 24. Chamaram, pois, pela segunda vez o homem que tinha sido cego e disseram-lhe: Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador. 25. Respondeu ele, pois, e disse: Se é pecador, não sei; uma coisa sei, e é que, havendo eu sido cego, agora vejo. 26. E tornaram a dizer-lhe: Que te fez ele? Como te abriu os olhos? 27. Respondeu-lhes: Já vo-lo disse e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir? Quereis vós, porventura, fazer-vos também seus discípulos? 28. Então, o injuriaram e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés. 29. Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é. 30. O homem respondeu e disse-lhes: Nisto, pois, está a maravilha: que vós não saibais de onde ele é e me abrisse os olhos. 31. Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus e faz a sua vontade, a esse ouve. 32. Desde o princípio do mundo, nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. 33. Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer. 34. Responderam eles e disseram-lhe: Tu és nascido todo em pecados e nos ensinas a nós? E expulsaram-no. 35. Jesus ouviu que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no Filho de Deus? 36. Ele respondeu e disse: Quem é ele, Senhor, para que nele creia? 37. E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é aquele que fala contigo. 38. Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou. 39. E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam e os que vêem sejam cegos. 40. Aqueles dos fariseus que estavam com ele, ouvindo isso, disseram-lhe: Também nós somos cegos? 41. Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos, por isso, o vosso pecado permanece. João 10 1. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 2. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. 4. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5. Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos. 6. Jesus disse-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia. 7. Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. 8. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. 9. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. 10. O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância. 11. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. 12. Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa. 13. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas. 14. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. 15. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas. 16. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor. 17. Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. 18. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai. 19. Tornou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa dessas palavras. 20. E muitos deles diziam: Tem demônio e está fora de si; por que o ouvis? 21. Diziam outros: Estas palavras não são de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos? 22. E em Jerusalém havia a Festa da Dedicação, e era inverno. 23. E Jesus passeava no templo, no alpendre de Salomão. 24. Rodearam-no, pois, os judeus e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. 25. Respondeu-lhes Jesus: Já vo- lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim. 26. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. 27. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; 28. e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos. 29. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai. 30. Eu e o Pai somos um. 31. Os judeus pegaram, então, outra vez, em pedras para o apedrejarem. 32. Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais? 33. Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. 34. Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? 35. Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), 36. àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? 37. Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. 38. Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras, para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim, e eu, nele. 39. Procuravam, pois, prendê-lo outra vez, mas ele escapou de suas mãos, 40. e retirou-se outra vez para além do Jordão, para o lugar onde João tinha primeiramente batizado, e ali ficou. 41. E muitos iam ter com ele e diziam: Na verdade, João não fez sinal algum, mas tudo quanto João disse deste era verdade. 42. E muitos ali creram nele. João 11 1. Estava, então, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. 2. E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão, Lázaro, estava enfermo. 3. Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. 4. E Jesus, ouvindo isso, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. 5. Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. 6. Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava. 7. Depois disso, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia. 8. Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá? 9. Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. 10. Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz. 11. Assim falou e, depois, disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. 12. Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. 13. Mas Jesus dizia isso da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono. 14. Então, Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto, 15. e folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis. Mas vamos ter com ele. 16. Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele. 17. Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura. 18. (Ora, Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios.) 19. E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão. 20. Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa. 21. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 22. Mas também, agora, sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. 23. Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. 24. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia. 25. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; 26. e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso? 27. Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo. 28. E, dito isso, partiu e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está aqui e chama-te. 29. Ela, ouvindo isso, levantou-se logo e foi ter com ele. 30. (Ainda Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.) 31. Vendo, pois, os judeus que estavam com ela em casa e a consolavam que Maria apressadamente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali. 32. Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 33. Jesus, pois, quando a viu chorar e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito e perturbou-se. 34. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem e vê. 35. Jesus chorou. 36. Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava. 37. E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse? 38. Jesus, pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, foi ao sepulcro; e era uma caverna e tinha uma pedra posta sobre ela. 39. Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias. 40. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? 41. Tiraram, pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. 42. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me enviaste. 43. E, tendo dito isso, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora. 44. E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir. 45. Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria e que tinham visto o que Jesus fizera creram nele. 46. Mas alguns deles foram ter com os fariseus e disseram-lhes o que Jesus tinha feito. 47. Depois, os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho e diziam: Que faremos? Porquanto este homem faz muitos sinais. 48. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação. 49. E Caifás, um deles, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, 50. nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo e que não pereça toda a nação. 51. Ora, ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação. 52. E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos. 53. Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem. 54. Jesus, pois, já não andava manifestamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a terra junto do deserto, para uma cidade chamada Efraim; e ali andava com os seus discípulos. 55. E estava próxima a Páscoa dos judeus, e muitos daquela região subiram a Jerusalém antes da Páscoa, para se purificarem. 56. Buscavam, pois, a Jesus e diziam uns aos outros, estando no templo: Que vos parece? Não virá à festa? 57. Ora, os principais dos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que, se alguém soubesse onde ele estava, o denunciasse, para o prenderem. João 12 1. Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos. 2. Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3. Então, Maria, tomando uma libra de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento. 4. Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: 5. Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres? 6. Ora, ele disse isso não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava. 7. Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto. 8. Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes. 9. E muita gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas também para ver a Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. 10. E os principais dos sacerdotes tomaram deliberação para matar também a Lázaro, 11. porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam em Jesus. 12. No dia seguinte, ouvindo uma grande multidão que viera à festa que Jesus vinha a Jerusalém, 13. tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor! 14. E achou Jesus um jumentinho e assentou-se sobre ele, como está escrito: 15. Não temas, ó filha de Sião! Eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta. 16. Os seus discípulos, porém, não entenderam isso no princípio; mas, quando Jesus foi glorificado, então, se lembraram de que isso estava escrito dele e que isso lhe fizeram. 17. A multidão, pois, que estava com ele quando Lázaro foi chamado da sepultura testificava que ele o ressuscitara dos mortos. 18. Pelo que a multidão lhe saiu ao encontro, porque tinham ouvido que ele fizera este sinal. 19. Disseram, pois, os fariseus entre si: Vedes que nada aproveitais? Eis que todos vão após ele. 20. Ora, havia alguns gregos entre os que tinham subido a adorar no dia da festa. 21. Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus. 22. Filipe foi dizê-lo a André, e, então, André e Filipe o disseram a Jesus. 23. E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado. 24. Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. 25. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem, neste mundo, aborrece a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna. 26. Se alguém me serve, siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará. 27. Agora, a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isso vim a esta hora. 28. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei. 29. Ora, a multidão que ali estava e que a tinha ouvido dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou. 30. Respondeu Jesus e disse: Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós. 31. Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo. 32. E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. 33. E dizia isso significando de que morte havia de morrer. 34. Respondeu-lhe a multidão: Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre, e como dizes tu que convém que o Filho do Homem seja levantado? Quem é esse Filho do Homem? 35. Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo; andai enquanto tendes luz, para que as trevas vos não apanhem, pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai. 36. Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Essas coisas disse Jesus; e, retirando-se, escondeu-se deles. 37. E, ainda que tivesse feito tantos sinais diante deles, não criam nele, 38. para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? 39. Por isso, não podiam crer, pelo que Isaías disse outra vez: 40. Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure. 41. Isaías disse isso quando viu a sua glória e falou dele. 42. Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. 43. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus. 44. E Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me enviou. 45. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou. 46. Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47. E, se alguém ouvir as minhas palavras e não crer, eu não o julgo, porque eu vim não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. 48. Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia. 49. Porque eu não tenho falado de mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar. 50. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito. João 13 1. Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. 2. E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse, 3. Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus, e que ia para Deus, 4. levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. 5. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar- lhos com a toalha com que estava cingido. 6. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? 7. Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois. 8. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. 9. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. 10. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos. 11. Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso, disse: Nem todos estais limpos. 12. Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? 13. Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. 14. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. 15. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. 16. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. 17. Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes. 18. Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar. 19. Desde agora, vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. 20. Na verdade, na verdade vos digo que se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim recebe aquele que me enviou. 21. Tendo Jesus dito isso, turbou-se em espírito e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair. 22. Então, os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem ele falava. 23. Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus. 24. Então, Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava. 25. E, inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é? 26. Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão. 27. E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa. 28. E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isso, 29. porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa ou que desse alguma coisa aos pobres. 30. E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite. 31. Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora, é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele. 32. Se Deus é glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e logo o há de glorificar. 33. Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, e, como tinha dito aos judeus: para onde eu vou não podeis vós ir, eu vo-lo digo também agora. 34. Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. 35. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. 36. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes, agora, seguir-me, mas, depois, me seguirás. 37. Disse-lhe Pedro: Por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida. 38. Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo, enquanto me não tiveres negado três vezes. João 14 1. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. 2. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. 3. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. 4. Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho. 5. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? 6. Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. 7. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis e o tendes visto. 8. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. 9. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? 10. Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. 11. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. 12. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. 13. E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. 15. Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. 16. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, 17. o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós. 18. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. 19. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. 20. Naquele dia, conhecereis que estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós. 21. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. 22. Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós e não ao mundo? 23. Jesus respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. 24. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou. 25. Tenho-vos dito isso, estando convosco. 26. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. 27. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. 28. Ouvistes o que eu vos disse: vou e venho para vós. Se me amásseis, certamente, exultaríeis por ter dito: vou para o Pai, porque o Pai é maior do que eu. 29. Eu vo-lo disse, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30. Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo e nada tem em mim. 31. Mas é para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me mandou. Levantai-vos, vamo-nos daqui. João 15 1. Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. 2. Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. 3. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. 4. Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. 5. Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer. 6. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. 7. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. 8. Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. 9. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. 10. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. 11. Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa. 12. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. 13. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. 14. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. 16. Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda. 17. Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros. 18. Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. 19. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece. 20. Lembrai-vos da palavra que vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardarem a minha palavra, também guardarão a vossa. 21. Mas tudo isso vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. 22. Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas, agora, não têm desculpa do seu pecado. 23. Aquele que me aborrece aborrece também a meu Pai. 24. Se eu, entre eles, não fizesse tais obras, quais nenhum outro têm feito, não teriam pecado; mas, agora, viram-nas e me aborreceram a mim e a meu Pai. 25. Mas é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Aborreceram-me sem causa. 26. Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim. 27. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio. João 16 1. Tenho-vos dito essas coisas para que vos não escandalizeis. 2. Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. 3. E isso vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim. 4. Mas tenho-vos dito isso, a fim de que, quando chegar aquela hora, vos lembreis de que já vo-lo tinha dito; e eu não vos disse isso desde o princípio, porque estava convosco. 5. E, agora, vou para aquele que me enviou; e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais? 6. Antes, porque isso vos tenho dito, o vosso coração se encheu de tristeza. 7. Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. 8. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: 9. do pecado, porque não crêem em mim; 10. da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 11. e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. 12. Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. 13. Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir. 14. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. 15. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso, vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. 16. Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis, porquanto vou para o Pai. 17. Então, alguns dos seus discípulos disseram uns para os outros: Que é isto que nos diz: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Porquanto vou para o Pai? 18. Diziam, pois: Que quer dizer isto: um pouco? Não sabemos o que diz. 19. Conheceu, pois, Jesus que o queriam interrogar e disse-lhes: Indagais entre vós acerca disto que disse: um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis? 20. Na verdade, na verdade vos digo que vós chorastes e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes; mas a vossa tristeza se converterá em alegria. 21. A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já se não lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. 22. Assim também vós, agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria, ninguém vo-la tirará. 23. E, naquele dia, nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar. 24. Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria se cumpra. 25. Disse-vos isso por parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do Pai. 26. Naquele dia, pedireis em meu nome, e não vos digo que eu rogarei por vós ao Pai, 27. pois o mesmo Pai vos ama, visto como vós me amastes e crestes que saí de Deus. 28. Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez, deixo o mundo e vou para o Pai. 29. Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que, agora, falas abertamente e não dizes parábola alguma. 30. Agora, conhecemos que sabes tudo e não precisas de que alguém te interrogue. Por isso, cremos que saíste de Deus. 31. Respondeu-lhes Jesus: Credes, agora? 32. Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só, mas não estou só, porque o Pai está comigo. 33. Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. João 17 1. Jesus falou essas coisas e, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti, 2. assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. 3. E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste. 4. Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. 5. E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. 6. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. 7. Agora, já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti, 8. porque lhes dei as palavras que me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste. 9. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10. E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado. 11. E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. 12. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. 13. Mas, agora, vou para ti e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. 14. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. 15. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. 16. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. 17. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. 18. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. 19. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. 20. Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; 21. para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. 22. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. 23. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como me tens amado a mim. 24. Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me hás amado antes da criação do mundo. 25. Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim. 26. E eu lhes fiz conhecer o teu nome e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja. João 18 1. Tendo Jesus dito isso, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou com os seus discípulos. 2. E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discípulos. 3. Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes, e armas. 4. Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e disse-lhes: A quem buscais? 5. Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava também com eles. 6. Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra. 7. Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus, o Nazareno. 8. Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois me buscais a mim, deixai ir estes, 9. para se cumprir a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi. 10. Então, Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. 11. Mas Jesus disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu? 12. Então, a coorte, e o tribuno, e os servos dos judeus prenderam a Jesus, e o manietaram, 13. e conduziram-no primeiramente a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano. 14. Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que convinha que um homem morresse pelo povo. 15. E Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. E este discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus na sala do sumo sacerdote. 16. E Pedro estava da parte de fora, à porta. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do sumo sacerdote e falou à porteira, levando Pedro para dentro. 17. Então, a porteira disse a Pedro: Não és tu também dos discípulos deste homem? Disse ele: Não sou. 18. Ora, estavam ali os servos e os criados, que tinham feito brasas, e se aquentavam, porque fazia frio; e com eles estava Pedro, aquentando-se também. 19. E o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. 20. Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se ajuntam, e nada disse em oculto. 21. Para que me perguntas a mim? Pergunta aos que ouviram o que é que lhes ensinei; eis que eles sabem o que eu lhes tenho dito. 22. E, tendo dito isso, um dos criados que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao sumo sacerdote? 23. Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, porque me feres? 24. Anás mandou-o, manietado, ao sumo sacerdote Caifás. 25. E Simão Pedro estava ali e aquentava-se. Disseram-lhe, pois: Não és também tu um dos seus discípulos? Ele negou e disse: Não sou. 26. E um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: Não te vi eu no horto com ele? 27. E Pedro negou outra vez, e logo o galo cantou. 28. Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para a audiência. E era pela manhã cedo. E não entraram na audiência, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. 29. Então, Pilatos saiu e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? 30. Responderam e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. 31. Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe, então, os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma. 32. (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer.) 33. Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o rei dos judeus? 34. Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo ou disseram-to outros de mim? 35. Pilatos respondeu: Porventura, sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? 36. Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui. 37. Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. 38. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isso, voltou até os judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum. 39. Mas vós tendes por costume que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? 40. Então, todos voltaram a gritar, dizendo: Este não, mas Barrabás! E Barrabás era um salteador. João 19 1. Pilatos, pois, tomou, então, a Jesus e o açoitou. 2. E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram sobre a cabeça e lhe vestiram uma veste de púrpura. 3. E diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. 4. Então, Pilatos saiu outra vez fora e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum. 5. Saiu, pois, Jesus, levando a coroa de espinhos e a veste de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis aqui o homem. 6. Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os servos, gritaram, dizendo: Crucifica- o! Crucifica- o! Disse-lhes Pilatos: Tomai- o vós e crucificai- o, porque eu nenhum crime acho nele. 7. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus. 8. E Pilatos, quando ouviu essa palavra, mais atemorizado ficou. 9. E entrou outra vez na audiência e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. 10. Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? 11. Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem. 12. Desde então, Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus gritavam, dizendo: Se soltas este, não és amigo do César! Qualquer que se faz rei é contra o César! 13. Ouvindo, pois, Pilatos esse dito, levou Jesus para fora e assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, e em hebraico o nome é Gabatá. 14. E era a preparação da Páscoa e quase à hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei. 15. Mas eles bradaram: Tira! Tira! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão o César. 16. Então, entregou-lho, para que fosse crucificado. E tomaram a Jesus e o levaram. 17. E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, que em hebraico se chama Gólgota, 18. onde o crucificaram, e, com ele, outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19. E Pilatos escreveu também um título e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS. 20. E muitos dos judeus leram este título, porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim. 21. Diziam, pois, os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, Rei dos judeus, mas que ele disse: Sou Rei dos judeus. 22. Respondeu Pilatos: O que escrevi escrevi. 23. Tendo, pois, os soldados crucificado a Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte, e também a túnica. A túnica, porém, tecida toda de alto a baixo, não tinha costura. 24. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será. Isso foi assim para que se cumprisse a Escritura, que diz: Dividiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Os soldados, pois, fizeram essas coisas. 25. E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26. Ora, Jesus, vendo ali sua mãe e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse à sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. 27. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa. 28. Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. 29. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja e, pondo- a num hissopo, lha chegaram à boca. 30. E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31. Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. 32. Foram, pois, os soldados e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele fora crucificado. 33. Mas, vindo a Jesus e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. 34. Contudo, um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35. E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro, e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais. 36. Porque isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado. 37. E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram. 38. Depois disso, José de Arimatéia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então, foi e tirou o corpo de Jesus. 39. E foi também Nicodemos (aquele que, anteriormente, se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem libras de um composto de mirra e aloés. 40. Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer na preparação para o sepulcro. 41. E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado e, no horto, um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto. 42. Ali, pois (por causa da preparação dos judeus e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus. João 20 1. E, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. 2. Correu, pois, e foi a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. 3. Então, Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao sepulcro. 4. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia, não entrou. 6. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis 7. e que o lenço que tinha estado sobre a sua cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte. 8. Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. 9. Porque ainda não sabiam a Escritura, que diz que era necessário que ressuscitasse dos mortos. 10. Tornaram, pois, os discípulos para casa. 11. E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro 12. e viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14. E, tendo dito isso, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus. 15. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. 16. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer Mestre)! 17. Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. 18. Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor e que ele lhe dissera isso. 19. Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco! 20. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. 21. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. 22. E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23. Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes são perdoados; e, àqueles a quem os retiverdes, lhes são retidos. 24. Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. 26. E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco! 27. Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. 28. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! 29. Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram! 30. Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. 31. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. João 21 1. Depois disso, manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos, junto ao mar de Tiberíades; e manifestou-se assim: 2. estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, e os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. 3. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam. 4. E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus. 5. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. 6. E ele lhes disse: Lançai a rede à direita do barco e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes. 7. Então, aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. 8. E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede cheia de peixes. 9. Logo que saltaram em terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão. 10. Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes. 11. Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e, sendo tantos, não se rompeu a rede. 12. Disse-lhes Jesus: Vinde, jantai. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? Porque sabiam que era o Senhor. 13. Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lho, e, semelhantemente, o peixe. 14. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos depois de ter ressuscitado dos mortos. 15. E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. 16. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 17. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 18. Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias: mas, quando já fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde tu não queiras. 19. E disse isso significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isso, disse-lhe: Segue-me. 20. E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair? 21. Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será? 22. Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu. 23. Divulgou-se, pois, entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? 24. Este é o discípulo que testifica dessas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25. Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém! Atos 1 1. Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, 2. até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; 3. aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus. 4. E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. 5. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. 6. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? 7. E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. 8. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. 9. E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. 10. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, 11. os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. 12. Então, voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. 13. E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. 14. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos. 15. E, naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas), disse: 16. Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; 17. porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério. 18. Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniqüidade e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. 19. E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém, de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue. 20. Porque no Livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu bispado. 21. É necessário, pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, 22. começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. 23. E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. 24. E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, 25. para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. 26. E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos. Atos 2 1. Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2. e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 5. E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. 6. E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? 8. Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? 9. Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia, 10. e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos), 11. e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. 12. E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? 13. E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. 14. Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. 15. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia. 16. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: 17. E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; 18. e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão; 19. e farei aparecer prodígios em cima no céu e sinais em baixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. 20. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso Dia do Senhor; 21. e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 22. Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; 23. a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; 24. ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela. 25. Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja comovido; 26. por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; e ainda a minha carne há de repousar em esperança. 27. Pois não deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção. 28. Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; com a tua face me encherás de júbilo. 29. Varões irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. 30. Sendo, pois, ele profeta e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono, 31. nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção. 32. Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. 33. De sorte que, exaltado pela destra de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. 34. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, 35. até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. 36. Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. 37. Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos? 38. E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 39. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. 40. E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. 42. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. 43. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. 46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47. louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. Atos 3 1. Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. 2. E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. 3. Ele, vendo a Pedro e a João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. 4. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. 5. E olhou para eles, esperando receber alguma coisa. 6. E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. 7. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se firmaram. 8. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. 9. E todo o povo o viu andar e louvar a Deus; 10. e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à Porta Formosa do templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro pelo que lhe acontecera. 11. E, apegando-se ele a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles no alpendre chamado de Salomão. 12. E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem? 13. O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. 14. Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida. 15. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas. 16. E, pela fé no seu nome, fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde. 17. E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes. 18. Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer. 19. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. 20. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado, 21. o qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. 22. Porque Moisés disse: O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. 23. E acontecerá que toda alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. 24. E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias. 25. Vós sois os filhos dos profetas e do concerto que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. 26. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse, a cada um, das vossas maldades. Atos 4 1. E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus, 2. doendo-se muito de que ensinassem o povo e anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos. 3. E lançaram mão deles e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois era já tarde. 4. Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil. 5. E aconteceu, no dia seguinte, reunirem-se em Jerusalém os seus principais, os anciãos, os escribas, 6. e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote. 7. E, pondo-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? 8. Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Principais do povo e vós, anciãos de Israel, 9. visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo e do modo como foi curado, 10. seja conhecido de vós todos e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. 11. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. 12. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. 13. Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam; e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus. 14. E, vendo estar com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário. 15. Todavia, mandando-os sair fora do conselho, conferenciaram entre si, 16. dizendo: Que havemos de fazer a estes homens? Porque a todos os que habitam em Jerusalém é manifesto que por eles foi feito um sinal notório, e não o podemos negar; 17. mas, para que não se divulgue mais entre o povo, ameacemo-los para que não falem mais nesse nome a homem algum. 18. E, chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus. 19. Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; 20. porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido. 21. Mas eles ainda os ameaçaram mais e, não achando motivo para os castigar, deixaram-nos ir por causa do povo; porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera, 22. pois tinha mais de quarenta anos o homem em quem se operara aquele milagre de saúde. 23. E, soltos eles, foram para os seus e contaram tudo o que lhes disseram os principais dos sacerdotes e os anciãos. 24. E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus e disseram: Senhor, tu és o que fizeste o céu, e a terra, e o mar, e tudo o que neles há; 25. que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram as gentes, e os povos pensaram coisas vãs? 26. Levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se ajuntaram à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido. 27. Porque, verdadeiramente, contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel, 28. para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. 29. Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra, 30. enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus. 31. E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. 32. E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. 33. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. 34. Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos. 35. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. 36. Então, José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação), levita, natural de Chipre, 37. possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos. Atos 5 1. Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade 2. e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. 3. Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? 4. Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. 5. E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram. 6. E, levantando-se os jovens, cobriram o morto e, transportando- o para fora, o sepultaram. 7. E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. 8. E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. 9. Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. 10. E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens, acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido. 11. E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas. 12. E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. 13. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima. 14. E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais, 15. de sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. 16. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados. 17. E, levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja, 18. e lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública. 19. Mas, de noite, um anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, tirando-os para fora, disse: 20. Ide, apresentai-vos no templo e dizei ao povo todas as palavras desta vida. 21. E, ouvindo eles isto, entraram de manhã cedo no templo e ensinavam. Chegando, porém, o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o conselho e a todos os anciãos dos filhos de Israel e enviaram servidores ao cárcere, para que de lá os trouxessem. 22. Mas, tendo lá ido os servidores, não os acharam na prisão e, voltando, lho anunciaram, 23. dizendo: Achamos realmente o cárcere fechado, com toda a segurança, e os guardas, que estavam fora, diante das portas; mas, quando abrimos, ninguém achamos dentro. 24. Então, o capitão do templo e os principais dos sacerdotes, ouvindo estas palavras, estavam perplexos acerca deles e do que viria a ser aquilo. 25. E, chegando um, anunciou-lhes, dizendo: Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam ao povo. 26. Então, foi o capitão com os servidores e os trouxe, não com violência (porque temiam ser apedrejados pelo povo). 27. E, trazendo-os, os apresentaram ao conselho. E o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: 28. Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. 29. Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. 30. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo- o no madeiro. 31. Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados. 32. E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem. 33. Porém, ouvindo eles isto, se enfureceram e deliberaram matá-los. 34. Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco, levassem para fora os apóstolos; 35. e disse-lhes: Varões israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens. 36. Porque, antes destes dias, levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. 37. Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos. 38. E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, 39. mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus. 40. E concordaram com ele. E, chamando os apóstolos e tendo- os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus e os deixaram ir. 41. Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. 42. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo. Atos 6 1. Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. 2. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. 3. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. 4. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. 5. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; 6. e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7. E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. 8. E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. 9. E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. 10. E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. 11. Então, subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. 12. E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo com ele, o arrebataram e o levaram ao conselho. 13. Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; 14. porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu. 15. Então, todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo. Atos 7 1. E disse o sumo sacerdote: Porventura, é isto assim? 2. E ele disse: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, 3. e disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à terra que eu te mostrar. 4. Então, saiu da terra dos caldeus e habitou em Harã. E dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que habitais agora. 5. E não lhe deu nela herança, nem ainda o espaço de um pé; mas prometeu que lhe daria a posse dela e, depois dele, à sua descendência, não tendo ele filho. 6. E falou Deus assim: Que a sua descendência seria peregrina em terra alheia, e a sujeitariam à escravidão e a maltratariam por quatrocentos anos. 7. E eu julgarei a nação que os tiver escravizado, disse Deus. E, depois disto, sairão e me servirão neste lugar. 8. E deu-lhe o pacto da circuncisão; e, assim, gerou a Isaque e o circuncidou ao oitavo dia; e Isaque, a Jacó; e Jacó, aos doze patriarcas. 9. E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito; mas Deus era com ele. 10. E livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa. 11. Sobreveio, então, a todo o país do Egito e de Canaã fome e grande tribulação; e nossos pais não achavam alimentos. 12. Mas, tendo ouvido Jacó que no Egito havia trigo, enviou ali nossos pais, a primeira vez. 13. E, na segunda vez, foi José conhecido por seus irmãos, e a sua linhagem foi manifesta a Faraó. 14. E José mandou chamar a Jacó, seu pai, e a toda sua parentela, que era de setenta e cinco almas. 15. E Jacó desceu ao Egito e morreu, ele e nossos pais; 16. e foram transportados para Siquém e depositados na sepultura que Abraão comprara por certa soma de dinheiro aos filhos de Hamor, pai de Siquém. 17. Aproximando-se, porém, o tempo da promessa que Deus tinha feito a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito; 18. até que se levantou outro rei, que não conhecia a José. 19. Esse, usando de astúcia contra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, ao ponto de os fazer enjeitar as suas crianças, para que não se multiplicassem. 20. Nesse tempo, nasceu Moisés, e era mui formoso, e foi criado três meses em casa de seu pai. 21. E, sendo enjeitado, tomou-o a filha de Faraó e o criou como seu filho. 22. E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em suas palavras e obras. 23. E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. 24. E, vendo maltratado um deles, o defendeu e vingou o ofendido, matando o egípcio. 25. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam. 26. E, no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto e quis levá-los à paz, dizendo: Varões, sois irmãos; por que vos agravais um ao outro? 27. E o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós? 28. Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio? 29. E a esta palavra fugiu Moisés e esteve como estrangeiro na terra de Midiã, onde gerou dois filhos. 30. E, completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor, no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo de um sarçal. 31. Então, Moisés, quando viu isto, se maravilhou da visão; e, aproximando-se para observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor, 32. dizendo: Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar. 33. E disse-lhe o Senhor: Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. 34. Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci a livrá-los. Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito. 35. A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? A este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera no sarçal. 36. Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, no mar Vermelho e no deserto, por quarenta anos. 37. Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: O Senhor, vosso Deus, vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis. 38. Este é o que esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar. 39. Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram e, em seu coração, se tornaram ao Egito, 40. dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a esse Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. 41. E, naqueles dias, fizeram o bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos. 42. Mas Deus se afastou e os abandonou a que servissem ao exército do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura, me oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? 43. Antes, tomastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além de Babilônia. 44. Estava entre nossos pais no deserto o tabernáculo do Testemunho (como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto), 45. o qual nossos pais, recebendo-o também, o levaram com Josué, quando entraram na posse das nações que Deus lançou para fora da presença de nossos pais, até aos dias de Davi, 46. que achou graça diante de Deus e pediu que pudesse achar tabernáculo para o Deus de Jacó. 47. E Salomão lhe edificou casa; 48. mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: 49. O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? 50. Porventura, não fez a minha mão todas estas coisas? 51. Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais. 52. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; 53. vós que recebestes a lei por ordenação dos anjos e não a guardastes. 54. E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele. 55. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus, 56. e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus. 57. Mas eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. 58. E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. 59. E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. 60. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu. Atos 8 1. E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos. 2. E uns varões piedosos foram enterrar Estêvão e fizeram sobre ele grande pranto. 3. E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. 4. Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. 5. E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. 6. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, 7. pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. 8. E havia grande alegria naquela cidade. 9. E estava ali um certo homem chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; 10. ao qual todos atendiam, desde o mais pequeno até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. 11. E atendiam-no a ele, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas. 12. Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres. 13. E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito. 14. Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, 15. os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo. 16. (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus.) 17. Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. 18. E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, 19. dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. 20. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. 21. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. 22. Arrepende-te, pois, dessa tua iniqüidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração; 23. pois vejo que estás em fel de amargura e em laço de iniqüidade. 24. Respondendo, porém, Simão disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes venha sobre mim. 25. Tendo eles, pois, testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e, em muitas aldeias dos samaritanos, anunciaram o evangelho. 26. E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto. 27. E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração, 28. regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. 29. E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. 30. E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: Entendes tu o que lês? 31. E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. 32. E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca. 33. Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. 34. E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro? 35. Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus. 36. E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? 37. E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. 38. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. 39. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho. 40. E Filipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia. Atos 9 1. E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote 2. e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. 3. E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. 4. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 5. E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. 6. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse- lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. 7. E os varões, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. 8. E Saulo levantou-se da terra e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. 9. E esteve três dias sem ver, e não comeu, nem bebeu. 10. E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias. E disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor! 11. E disse- lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; 12. e numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver. 13. E respondeu Ananias: Senhor, de muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; 14. e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome. 15. Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. 16. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome. 17. E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. 18. E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado. 19. E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco. 20. E logo, nas sinagogas, pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus. 21. Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes? 22. Saulo, porém, se esforçava muito mais e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo. 23. E, tendo passado muitos dias, os judeus tomaram conselho entre si para o matar. 24. Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo; e, como eles guardavam as portas, tanto de dia como de noite, para poderem tirar-lhe a vida, 25. tomando-o de noite os discípulos, o desceram, dentro de um cesto, pelo muro. 26. E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. 27. Então, Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor, e este lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus. 28. E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo. 29. E falava ousadamente no nome de Jesus. Falava e disputava também contra os gregos, mas eles procuravam matá-lo. 30. Sabendo- o, porém, os irmãos, o acompanharam até Cesaréia e o enviaram a Tarso. 31. Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo. 32. E aconteceu que, passando Pedro por toda parte, veio também aos santos que habitavam em Lida. 33. E achou ali certo homem chamado Enéias, jazendo numa cama havia oito anos, o qual era paralítico. 34. E disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou. 35. E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor. 36. E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que, traduzido, se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. 37. E aconteceu, naqueles dias, que, enfermando ela, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto. 38. E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois varões, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles. 39. E, levantando-se Pedro, foi com eles. Quando chegou, o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestes que Dorcas fizera quando estava com elas. 40. Mas Pedro, fazendo- as sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se. 41. E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. 42. E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor. 43. E ficou muitos dias em Jope, com um certo Simão, curtidor. Atos 10 1. E havia em Cesaréia um varão por nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, 2. piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. 3. Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de Deus, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio! 4. Este, fixando os olhos nele e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. 5. Agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. 6. Este está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar. Ele te dirá o que deves fazer. 7. E, retirando-se o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço. 8. E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope. 9. E, no dia seguinte, indo eles seu caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. 10. E, tendo fome, quis comer; e, enquanto lhe preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos, 11. e viu o céu aberto e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para a terra, 12. no qual havia de todos os animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. 13. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro! Mata e come. 14. Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. 15. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou. 16. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se no céu. 17. E, estando Pedro duvidando entre si acerca do que seria aquela visão que tinha visto, eis que os varões que foram enviados por Cornélio pararam à porta, perguntando pela casa de Simão. 18. E, chamando, perguntaram se Simão, que tinha por sobrenome Pedro, morava ali. 19. E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três varões te buscam. 20. Levanta-te, pois, e desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei. 21. E, descendo Pedro para junto dos varões que lhe foram enviados por Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a causa por que estais aqui? 22. E eles disseram: Cornélio, o centurião, varão justo e temente a Deus e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse a sua casa e ouvisse as tuas palavras. 23. Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. No dia seguinte, foi Pedro com eles, e foram com ele alguns irmãos de Jope. 24. E, no dia imediato, chegaram a Cesaréia. E Cornélio os estava esperando, tendo já convidado os seus parentes e amigos mais íntimos. 25. E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo e, prostrando-se a seus pés, o adorou. 26. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem. 27. E, falando com ele, entrou e achou muitos que ali se haviam ajuntado. 28. E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo. 29. Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto, pois: por que razão mandastes chamar-me? 30. E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. 31. E eis que diante de mim se apresentou um varão com vestes resplandecentes e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus. 32. Envia, pois, a Jope e manda chamar Simão, o que tem por sobrenome Pedro; este está em casa de Simão, curtidor, junto do mar, e ele, vindo, te falará. 33. E logo mandei chamar-te, e bem fizeste em vir. Agora, pois, estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo quanto por Deus te é mandado. 34. E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; 35. mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo. 36. A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos), 37. esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judéia, começando pela Galiléia, depois do batismo que João pregou; 38. como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. 39. E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judéia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro. 40. A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e fez que se manifestasse, 41. não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dos mortos. 42. E nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. 43. A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome. 44. E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. 46. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus. 47. Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo? 48. E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias. Atos 11 1. E ouviram os apóstolos e os irmãos que estavam na Judéia que também os gentios tinham recebido a palavra de Deus. 2. E, subindo Pedro a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão, 3. dizendo: Entraste em casa de varões incircuncisos e comeste com eles. 4. Mas Pedro começou a fazer-lhes uma exposição por ordem, dizendo: 5. Estando eu orando na cidade de Jope, tive, num arrebatamento dos sentidos, uma visão; via um vaso, como um grande lençol que descia do céu e vinha até junto de mim. 6. E, pondo nele os olhos, considerei e vi animais da terra, quadrúpedes, e feras, e répteis, e aves do céu. 7. E ouvi uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro! Mata e come. 8. Mas eu disse: De maneira nenhuma, Senhor; pois nunca em minha boca entrou coisa alguma comum ou imunda. 9. Mas a voz respondeu-me do céu segunda vez: Não chames tu comum ao que Deus purificou. 10. E sucedeu isto por três vezes; e tudo tornou a recolher-se no céu. 11. E eis que, na mesma hora, pararam junto da casa em que eu estava três varões que me foram enviados de Cesaréia. 12. E disse-me o Espírito que fosse com eles, nada duvidando; e também estes seis irmãos foram comigo, e entramos em casa daquele varão. 13. E contou-nos como vira em pé um anjo em sua casa, e lhe dissera: Envia varões a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro, 14. o qual te dirá palavras com que te salves, tu e toda a tua casa. 15. E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio. 16. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. 17. Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a Deus? 18. E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade, até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida. 19. E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus. 20. E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. 21. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor. 22. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia, 23. o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor. 24. Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor. 25. E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. 26. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. 27. Naqueles dias, desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. 28. E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. 29. E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. 30. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo. Atos 12 1. Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja para os maltratar; 2. e matou à espada Tiago, irmão de João. 3. E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E eram os dias dos asmos. 4. E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando- o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa. 5. Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus. 6. E, quando Herodes estava para o fazer comparecer, nessa mesma noite, estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. 7. E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! E caíram-lhe das mãos as cadeias. 8. E disse-lhe o anjo: Cinge-te e ata as tuas sandálias. E ele o fez assim. Disse-lhe mais: Lança às costas a tua capa e segue-me. 9. E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão. 10. E, quando passaram a primeira e a segunda guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele. 11. E Pedro, tornando a si, disse: Agora, sei, verdadeiramente, que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que o povo dos judeus esperava. 12. E, considerando ele nisso, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam. 13. E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a escutar. 14. E, conhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta. 15. E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo. 16. Mas Pedro perseverava em bater, e, quando abriram, viram-no e se espantaram. 17. E, acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar. 18. E, sendo já dia, houve não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que seria feito de Pedro. 19. E, quando Herodes o procurou e o não achou, feita inquirição aos guardas, mandou-os justiçar. E, partindo da Judéia para Cesaréia, ficou ali. 20. E ele estava irritado com os de Tiro e de Sidom; mas estes, vindo de comum acordo ter com ele e obtendo a amizade de Blasto, que era o camarista do rei, pediam paz, porquanto o seu país se abastecia do país do rei. 21. E, num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribunal e lhes dirigiu a palavra. 22. E o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem! 23. No mesmo instante, feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus; e, comido de bichos, expirou. 24. E a palavra de Deus crescia e se multiplicava. 25. E Barnabé e Saulo, havendo terminado aquele serviço, voltaram de Jerusalém, levando também consigo a João, que tinha por sobrenome Marcos. Atos 13 1. Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. 2. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. 3. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. 4. E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. 5. E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador. 6. E, havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu, mágico, falso profeta, chamado Barjesus, 7. o qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, varão prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus. 8. Mas resistia-lhes Elimas, o encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul. 9. Todavia, Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo e fixando os olhos nele, disse: 10. Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? 11. Eis aí, pois, agora, contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. No mesmo instante, a escuridão e as trevas caíram sobre ele, e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão. 12. Então, o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor. 13. E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém. 14. E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia da Pisídia e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se. 15. E, depois da lição da Lei e dos Profetas, lhes mandaram dizer os principais da sinagoga: Varões irmãos, se tendes alguma palavra de consolação para o povo, falai. 16. E, levantando-se Paulo e pedindo silêncio com a mão, disse: Varões israelitas e os que temeis a Deus, ouvi: 17. O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito; e com braço poderoso o tirou dela; 18. e suportou os seus costumes no deserto por espaço de quase quarenta anos. 19. E, destruindo a sete nações na terra de Canaã, deu-lhes por sorte a terra deles. 20. E, depois disto, por quase quatrocentos e cinqüenta anos, lhes deu juízes, até ao profeta Samuel. 21. E, depois, pediram um rei, e Deus lhes deu, por quarenta anos, a Saul, filho de Quis, varão da tribo de Benjamim. 22. E, quando este foi retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade. 23. Da descendência deste, conforme a promessa, levantou Deus a Jesus para Salvador de Israel, 24. tendo primeiramente João, antes da vinda dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo do arrependimento. 25. Mas João, quando completava a carreira, disse: Quem pensais vós que eu sou? Eu não sou o Cristo; mas eis que após mim vem aquele a quem não sou digno de desatar as sandálias dos pés. 26. Varões irmãos, filhos da geração de Abraão, e os que dentre vós temem a Deus, a vós vos é enviada a palavra desta salvação. 27. Por não terem conhecido a este, os que habitavam em Jerusalém e os seus príncipes, condenaram-no, cumprindo assim as vozes dos profetas que se lêem todos os sábados. 28. E, embora não achassem alguma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto. 29. E, havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando- o do madeiro, o puseram na sepultura. 30. Mas Deus o ressuscitou dos mortos. 31. E ele, por muitos dias, foi visto pelos que subiram com ele da Galiléia a Jerusalém, e são suas testemunhas para com o povo. 32. E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, 33. como também está escrito no Salmo segundo: Meu filho és tu; hoje te gerei. 34. E que o ressuscitaria dos mortos, para nunca mais tornar à corrupção, disse- o assim: As santas e fiéis bênçãos de Davi vos darei. 35. Pelo que também em outro Salmo diz: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção. 36. Porque, na verdade, tendo Davi, no seu tempo, servido conforme a vontade de Deus, dormiu, e foi posto junto de seus pais, e viu a corrupção. 37. Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu. 38. Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. 39. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê. 40. Vede, pois, que não venha sobre vós o que está dito nos profetas: 41. Vede, ó desprezadores, e espantai-vos e desaparecei; porque opero uma obra em vossos dias, obra tal que não crereis se alguém vo-la contar. 42. E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas. 43. E, despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos seguiram Paulo e Barnabé, os quais, falando-lhes, os exortavam a que permanecessem na graça de Deus. 44. E, no sábado seguinte, ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de Deus. 45. Então, os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo dizia. 46. Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios. 47. Porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, para que sejas de salvação até aos confins da terra. 48. E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna. 49. E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província. 50. Mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus limites. 51. Sacudindo, porém, contra eles o pó dos pés, partiram para Icônio. 52. E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo. Atos 14 1. E aconteceu que, em Icônio, entraram juntos na sinagoga dos judeus e falaram de tal modo, que creu uma grande multidão, não só de judeus, mas também de gregos. 2. Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios. 3. Detiveram-se, pois, muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios. 4. E dividiu-se a multidão da cidade: uns eram pelos judeus, e outros, pelos apóstolos. 5. E, havendo um motim, tanto dos judeus como dos gentios com os seus principais, para os insultarem e apedrejarem, 6. sabendo-o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e para a província circunvizinha; 7. e ali pregavam o evangelho. 8. E estava assentado em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o seu nascimento, o qual nunca tinha andado. 9. Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado, 10. disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou. 11. E as multidões, vendo o que Paulo fizera, levantaram a voz, dizendo em língua licaônica: Fizeram-se os deuses semelhantes aos homens e desceram até nós. 12. E chamavam Júpiter a Barnabé, e Mercúrio, a Paulo, porque este era o que falava. 13. E o sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para a entrada da porta touros e grinaldas, queria com a multidão sacrificar- lhes. 14. Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando 15. e dizendo: Varões, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, e o mar, e tudo quanto há neles; 16. o qual, nos tempos passados, deixou andar todos os povos em seus próprios caminhos; 17. contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria o vosso coração. 18. Dizendo isto, com dificuldade impediram que as multidões lhes sacrificassem. 19. Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e de Icônio, que, tendo convencido a multidão, apedrejaram a Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto. 20. Mas, rodeando-o os discípulos, levantou-se e entrou na cidade. E, no dia seguinte, saiu, com Barnabé, para Derbe. 21. E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, 22. confirmando o ânimo dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus. 23. E, havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. 24. Passando depois por Pisídia, dirigiram-se a Panfília. 25. E, tendo anunciado a palavra em Perge, desceram a Atália. 26. E dali navegaram para Antioquia, onde tinham sido recomendados à graça de Deus para a obra que já haviam cumprido. 27. E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles e como abrira aos gentios a porta da fé. 28. E ficaram ali não pouco tempo com os discípulos. Atos 15 1. Então, alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. 2. Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão. 3. E eles, sendo acompanhados pela igreja, passaram pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios, e davam grande alegria a todos os irmãos. 4. Quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles. 5. Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar- lhes que guardassem a lei de Moisés. 6. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. 7. E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse- lhes: Varões irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho e cressem. 8. E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; 9. e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé. 10. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar? 11. Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também. 12. Então, toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios. 13. E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Varões irmãos, ouvi-me. 14. Simão relatou como, primeiramente, Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. 15. E com isto concordam as palavras dos profetas, como está escrito: 16. Depois disto, voltarei e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído; levantá-lo-ei das suas ruínas e tornarei a edificá-lo. 17. Para que o resto dos homens busque ao Senhor, e também todos os gentios sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas 18. que são conhecidas desde toda a eternidade. 19. Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus, 20. mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. 21. Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue e, cada sábado, é lido nas sinagogas. 22. Então, pareceu bem aos apóstolos e aos ançiãos, com toda a igreja, eleger varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos. 23. E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde. 24. Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento), 25. pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, 26. homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. 27. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo. 28. Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: 29. Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá. 30. Tendo-se eles, então, despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta. 31. E, quando a leram, alegraram-se pela exortação. 32. Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. 33. E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos, 34. mas pareceu bem a Silas ficar ali. 35. E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor. 36. Alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão. 37. E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos. 38. Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra. 39. E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. 40. E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus. 41. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas. Atos 16 1. E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego, 2. do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio. 3. Paulo quis que este fosse com ele e, tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego. 4. E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém, 5. de sorte que as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número. 6. E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. 7. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu. 8. E, tendo passado por Mísia, desceram a Trôade. 9. E Paulo teve, de noite, uma visão em que se apresentava um varão da Macedônia e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos! 10. E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho. 11. E, navegando de Trôade, fomos correndo em caminho direito para a Samotrácia e, no dia seguinte, para Neápolis; 12. e dali, para Filipos, que é a primeira cidade desta parte da Macedônia e é uma colônia; e estivemos alguns dias nesta cidade. 13. No dia de sábado, saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos haver um lugar para oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram. 14. E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. 15. Depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa e ficai ali. E nos constrangeu a isso. 16. E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. 17. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. 18. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora, saiu. 19. E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas e os levaram à praça, à presença dos magistrados. 20. E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade. 21. E nos expõem costumes que nos não é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos. 22. E a multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá- los com varas. 23. E, havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança, 24. o qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no cárcere interior e lhes segurou os pés no tronco. 25. Perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam. 26. E, de repente, sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos. 27. Acordando o carcereiro e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido. 28. Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos. 29. E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas. 30. E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? 31. E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa. 32. E lhe pregaram a palavra do Senhor e a todos os que estavam em sua casa. 33. E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus. 34. Então, levando-os a sua casa, lhes pôs a mesa; e, na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa. 35. E, sendo já dia, os magistrados mandaram quadrilheiros, dizendo: Soltai aqueles homens. 36. O carcereiro anunciou a Paulo estas palavras, dizendo: Os magistrados mandaram que vos soltasse; agora, pois, saí e ide em paz. 37. Mas Paulo replicou: Açoitaram-nos publicamente, e, sem sermos condenados, sendo homens romanos, nos lançaram na prisão, e agora, encobertamente, nos lançam fora? Não será assim; mas venham eles mesmos e tirem-nos para fora. 38. E os quadrilheiros foram dizer aos magistrados estas palavras; e eles temeram, ouvindo que eram romanos. 39. Então, vindo, lhes dirigiram súplicas; e, tirando-os para fora, lhes pediram que saíssem da cidade. 40. E, saindo da prisão, entraram em casa de Lídia, e, vendo os irmãos, os confortaram, e depois partiram. Atos 17 1. E, passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. 2. E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e, por três sábados, disputou com eles sobre as Escrituras, 3. expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo. 4. E alguns deles creram e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos e não poucas mulheres distintas. 5. Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos dentre os vadios, e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e, assaltando a casa de Jasom, procuravam tirá-los para junto do povo. 6. Porém, não os achando, trouxeram Jasom e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo chegaram também aqui, 7. os quais Jasom recolheu. Todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus. 8. E alvoroçaram a multidão e os principais da cidade, que ouviram estas coisas. 9. Tendo, porém, recebido satisfação de Jasom e dos demais, os soltaram. 10. E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. 11. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. 12. De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos varões. 13. Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus também era anunciada por Paulo em Beréia, foram lá e excitaram as multidões. 14. No mesmo instante, os irmãos mandaram a Paulo que fosse até ao mar, mas Silas e Timóteo ficaram ali. 15. E os que acompanhavam Paulo o levaram até Atenas e, recebendo ordem para que Silas e Timóteo fossem ter com ele o mais depressa possível, partiram. 16. E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria. 17. De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos e, todos os dias, na praça, com os que se apresentavam. 18. E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição. 19. E, tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas? 20. Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isso. 21. (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes de nenhuma outra coisa se ocupavam senão de dizer e ouvir alguma novidade.) 22. E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; 23. porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio. 24. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. 25. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; 26. e de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação, 27. para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós; 28. porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. 29. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens. 30. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam, 31. porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos. 32. E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez. 33. E assim Paulo saiu do meio deles. 34. Todavia, chegando alguns varões a ele, creram: entre os quais estava Dionísio, o areopagita, e uma mulher por nome Dâmaris, e, com eles, outros. Atos 18 1. Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto. 2. E, achando um certo judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles, 3. e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. 4. E todos os sábados disputava na sinagoga e convencia a judeus e gregos. 5. Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado pela palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. 6. Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo e, desde agora, parto para os gentios. 7. E, saindo dali, entrou em casa de um homem chamado Tito Justo, que servia a Deus e cuja casa estava junto da sinagoga. 8. E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; também muitos dos coríntios, ouvindo- o, creram e foram batizados. 9. E disse o Senhor, em visão, a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; 10. porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade. 11. E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus. 12. Mas, sendo Gálio procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus concordemente contra Paulo e o levaram ao tribunal, 13. dizendo: Este persuade os homens a servir a Deus contra a lei. 14. E, querendo Paulo abrir a boca, disse Gálio aos judeus: Se houvesse, ó judeus, algum agravo ou crime enorme, com razão vos sofreria; 15. mas, se a questão é de palavras, e de nomes, e da lei que entre vós há, vede-o vós mesmos; porque eu não quero ser juiz dessas coisas! 16. E expulsou-os do tribunal. 17. Então, todos agarraram Sóstenes, principal da sinagoga, e o feriram diante do tribunal; porém, a Gálio nada destas coisas o incomodava. 18. E Paulo, ficando ainda ali muitos dias, despediu-se dos irmãos e dali navegou para a Síria e, com ele, Priscila e Áqüila, tendo rapado a cabeça em Cencréia, porque tinha voto. 19. E chegou a Éfeso e deixou-os ali; mas ele, entrando na sinagoga, disputava com os judeus. 20. E, rogando- lhe eles que ficasse por mais algum tempo, não conveio nisso. 21. Antes, se despediu deles, dizendo: Querendo Deus, outra vez voltarei a vós. E partiu de Éfeso. 22. E, chegando a Cesaréia, subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia. 23. E, estando ali algum tempo, partiu, passando sucessivamente pela província da Galácia e da Frígia, confirmando a todos os discípulos. 24. E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloqüente e poderoso nas Escrituras. 25. Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. 26. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áqüila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus. 27. Querendo ele passar à Acaia, o animaram os irmãos e escreveram aos discípulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam. 28. Porque com grande veemência convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo. Atos 19 1. E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, 2. disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. 3. Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João. 4. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. 5. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam. 7. Estes eram, ao todo, uns doze varões. 8. E, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do Reino de Deus. 9. Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. 10. E durou isto por espaço de dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos. 11. E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, 12. de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam. 13. E alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. 14. Os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes. 15. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? 16. E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa. 17. E foi isto notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido. 18. Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos. 19. Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata. 20. Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia. 21. E, cumpridas estas coisas, Paulo propôs, em espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, dizendo: Depois que houver estado ali, importa-me ver também Roma. 22. E, enviando à Macedônia dois daqueles que o serviam, Timóteo e Erasto, ficou ele por algum tempo na Ásia. 23. Naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho. 24. Porque um certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia, de prata, nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, 25. aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Varões, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa prosperidade; 26. e bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. 27. Não somente há o perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, vindo a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram a ser destruída. 28. Ouvindo isto, encheram-se de ira e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios! 29. E encheu-se de confusão toda a cidade, e unânimes correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem. 30. E, querendo Paulo apresentar-se ao povo, não lho permitiram os discípulos. 31. Também alguns dos principais da Ásia, que eram seus amigos, lhe rogaram que não se apresentasse no teatro. 32. Uns, pois, clamavam de uma maneira, outros, de outra, porque o ajuntamento era confuso; e os mais deles não sabiam por que causa se tinham ajuntado. 33. Então, tiraram Alexandre dentre a multidão, impelindo-o os judeus para diante; e Alexandre, acenando com a mão, queria dar razão disto ao povo. 34. Mas, quando conheceram que era judeu, todos unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios! 35. Então, o escrivão da cidade, tendo apaziguado a multidão, disse: Varões efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana e da imagem que desceu de Júpiter? 36. Ora, não podendo isto ser contraditado, convém que vos aplaqueis e nada façais temerariamente; 37. porque estes homens que aqui trouxestes nem são sacrílegos nem blasfemam da vossa deusa. 38. Mas, se Demétrio e os artífices que estão com ele têm alguma coisa contra alguém, há audiências e há procônsules; que se acusem uns aos outros. 39. Mas, se alguma outra coisa demandais, averiguar-se-á em legítimo ajuntamento. 40. Na verdade, até corremos perigo de que, por hoje, sejamos acusados de sedição, não havendo causa alguma com que possamos justificar este concurso. 41. E, tendo dito isto, despediu o ajuntamento. Atos 20 1. Depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou a si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a Macedônia. 2. E, havendo andado por aquelas terras e exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia. 3. Passando ali três meses e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria, determinou voltar pela Macedônia. 4. E acompanhou-o, até à Ásia, Sópatro, de Beréia, e, dos de Tessalônica, Aristarco e Segundo, e Gaio, de Derbe, e Timóteo, e, dos da Ásia, Tíquico e Trófimo. 5. Estes, indo adiante, nos esperaram em Trôade. 6. E, depois dos dias dos pães asmos, navegamos de Filipos e, em cinco dias, fomos ter com eles a Trôade, onde estivemos sete dias. 7. No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia-noite. 8. Havia muitas luzes no cenáculo onde estavam juntos. 9. E, estando um certo jovem, por nome Êutico, assentado numa janela, caiu do terceiro andar, tomado de um sono profundo que lhe sobreveio durante o extenso discurso de Paulo; e foi levantado morto. 10. Paulo, porém, descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a sua alma nele está. 11. E, subindo, e partindo o pão, e comendo, ainda lhes falou largamente até à alvorada; e, assim, partiu. 12. E levaram vivo o jovem, e ficaram não pouco consolados. 13. Nós, porém, subindo ao navio, navegamos até Assôs, onde devíamos receber a Paulo, porque assim o ordenara, indo ele por terra. 14. E, logo que se ajuntou conosco em Assôs, o recebemos e fomos a Mitilene. 15. E, navegando dali, chegamos no dia seguinte defronte de Quios, no outro, aportamos a Samos e, ficando em Trogílio, chegamos no dia seguinte a Mileto. 16. Porque já Paulo tinha determinado passar adiante de Éfeso, para não gastar tempo na Ásia. Apressava-se, pois, para estar, se lhe fosse possível, em Jerusalém no dia de Pentecostes. 17. De Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja. 18. E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós, 19. servindo ao Senhor com toda a humildade e com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram; 20. como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas, 21. testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. 22. E, agora, eis que, ligado eu pelo espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que lá me há de acontecer, 23. senão o que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações. 24. Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. 25. E, agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o Reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. 26. Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos; 27. porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. 28. Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. 29. Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. 30. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. 31. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. 32. Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele, que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados. 33. De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste. 34. Vós mesmos sabeis que, para o que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. 35. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. 36. E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles. 37. E levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38. entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio. Atos 21 1. E aconteceu que, separando-nos deles, navegamos e fomos correndo caminho direito e chegamos a Cós e, no dia seguinte, a Rodes, de onde passamos a Pátara. 2. Achando um navio que ia para a Fenícia, embarcamos nele e partimos. 3. E, indo já à vista de Chipre, deixando-a à esquerda, navegamos para a Síria e chegamos a Tiro; porque o navio havia de ser descarregado ali. 4. E, achando discípulos, ficamos ali sete dias; e eles, pelo Espírito, diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém. 5. E, havendo passado ali aqueles dias, saímos e seguimos nosso caminho, acompanhando-nos todos, cada um com sua mulher e filhos até fora da cidade; e, postos de joelhos na praia, oramos. 6. E, saudando-nos uns aos outros, subimos ao navio; e eles voltaram para casa. 7. E nós, concluída a navegação de Tiro, viemos a Ptolemaida; e, havendo saudado os irmãos, ficamos com eles um dia. 8. No dia seguinte, partindo dali Paulo e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. 9. Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam. 10. E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; 11. e, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo e, ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus, em Jerusalém, o varão de quem é esta cinta e o entregarão nas mãos dos gentios. 12. E, ouvindo nós isto, rogamos- lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém. 13. Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. 14. E, como não podíamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor! 15. Depois daqueles dias, havendo feito os nossos preparativos, subimos a Jerusalém. 16. E foram também conosco alguns discípulos de Cesaréia, levando consigo um certo Mnasom, natural de Chipre, discípulo antigo, com quem havíamos de hospedar-nos. 17. E, logo que chegamos a Jerusalém, os irmãos nos receberam de muito boa vontade. 18. No dia seguinte, Paulo entrou conosco em casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali. 19. E, havendo-os saudado, contou- lhes minuciosamente o que por seu ministério Deus fizera entre os gentios. 20. E, ouvindo- o eles, glorificaram ao Senhor e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zelosos da lei. 21. E já acerca de ti foram informados de que ensinas todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar os filhos, nem andar segundo o costume da lei. 22. Que faremos, pois? Em todo o caso é necessário que a multidão se ajunte; porque terão ouvido que já és vindo. 23. Faze, pois, isto que te dizemos: temos quatro varões que fizeram voto. 24. Toma estes contigo, e santifica-te com eles, e faze por eles os gastos para que rapem a cabeça, e todos ficarão sabendo que nada há daquilo de que foram informados acerca de ti, mas que também tu mesmo andas guardando a lei. 25. Todavia, quanto aos que crêem dos gentios, já nós havemos escrito e achado por bem que nada disto observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado, e da prostituição. 26. Então, Paulo, tomando consigo aqueles varões, entrou, no dia seguinte, no templo, já santificado com eles, anunciando serem já cumpridos os dias da purificação; e ficou ali até se oferecer em favor de cada um deles a oferta. 27. Quando os sete dias estavam quase a terminar, os judeus da Ásia, vendo-o no templo, alvoroçaram todo o povo e lançaram mão dele, 28. clamando: Varões israelitas, acudi! Este é o homem que por todas as partes ensina a todos, contra o povo, e contra a lei, e contra este lugar; e, demais disto, introduziu também no templo os gregos e profanou este santo lugar. 29. Porque tinham visto com ele na cidade a Trófimo, de Éfeso, o qual pensavam que Paulo introduzira no templo. 30. E alvoroçou-se toda a cidade, e houve grande concurso de povo; e, pegando de Paulo, o arrastaram para fora do templo, e logo as portas se fecharam. 31. E, procurando eles matá-lo, chegou ao tribuno da coorte o aviso de que Jerusalém estava toda em confusão. 32. Este, tomando logo consigo soldados e centuriões, correu para eles. E, quando viram o tribuno e os soldados, cessaram de ferir a Paulo. 33. Então, aproximando-se o tribuno, o prendeu, e o mandou atar com duas cadeias, e lhe perguntou quem era e o que tinha feito. 34. E, na multidão, uns clamavam de uma maneira; outros, de outra; mas, como nada podia saber ao certo por causa do alvoroço, mandou conduzi-lo para a fortaleza. 35. E sucedeu que, chegando às escadas, os soldados tiveram de lhe pegar por causa da violência da multidão, 36. porque a multidão do povo o seguia, clamando: Mata-o! 37. E, quando iam introduzir Paulo na fortaleza, disse Paulo ao tribuno: É-me permitido dizer-te alguma coisa? E ele disse: Sabes o grego? 38. Não és tu, porventura, aquele egípcio que antes destes dias fez uma sedição e levou ao deserto quatro mil salteadores? 39. Mas Paulo lhe disse: Na verdade, eu sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo. 40. E, havendo-lho permitido, Paulo, pondo-se em pé nas escadas, fez sinal com a mão ao povo; e, feito grande silêncio, falou-lhes em língua hebraica, dizendo: Atos 22 1. Varões irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós. 2. (E, quando ouviram falar-lhes em língua hebraica, maior silêncio guardaram.) E disse: 3. Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois. 4. Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens como mulheres, 5. como também o sumo sacerdote me é testemunha, e todo o conselho dos anciãos; e, recebendo destes cartas para os irmãos, fui a Damasco, para trazer manietados para Jerusalém aqueles que ali estivessem, a fim de que fossem castigados. 6. Ora, aconteceu que, indo eu já de caminho e chegando perto de Damasco, quase ao meio-dia, de repente me rodeou uma grande luz do céu. 7. E caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 8. E eu respondi: Quem és, Senhor? E disse-me: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues. 9. E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, e se atemorizaram muito; mas não ouviram a voz daquele que falava comigo. 10. Então, disse eu: Senhor, que farei? E o Senhor disse-me: Levanta-te e vai a Damasco, e ali se te dirá tudo o que te é ordenado fazer. 11. E, como eu não via por causa do esplendor daquela luz, fui levado pela mão dos que estavam comigo e cheguei a Damasco. 12. E um certo Ananias, varão piedoso conforme a lei, que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali moravam, 13. vindo ter comigo e apresentando-se, disse-me: Saulo, irmão, recobra a vista. E naquela mesma hora o vi. 14. E ele disse: O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca. 15. Porque hás de ser sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido. 16. E, agora, por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor. 17. E aconteceu que, tornando eu para Jerusalém, quando orava no templo, fui arrebatado para fora de mim. 18. E vi aquele que me dizia: Dá-te pressa e sai apressadamente de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho acerca de mim. 19. E eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu lançava na prisão e açoitava nas sinagogas os que criam em ti. 20. E, quando o sangue de Estêvão, tua testemunha, se derramava, também eu estava presente, e consentia na sua morte, e guardava as vestes dos que o matavam. 21. E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe. 22. E ouviram-no até esta palavra e levantaram a voz, dizendo: Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva! 23. E, clamando eles, e arrojando de si as vestes, e lançando pó para o ar, 24. o tribuno mandou que o levassem para a fortaleza, dizendo que o examinassem com açoites, para saber por que causa assim clamavam contra ele. 25. E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado? 26. E, ouvindo isto, o centurião foi e anunciou ao tribuno, dizendo: Vê o que vais fazer, porque este homem é romano. 27. E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim. 28. E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu sou-o de nascimento. 29. E logo dele se apartaram os que o haviam de examinar; e até o tribuno teve temor, quando soube que era romano, visto que o tinha ligado. 30. No dia seguinte, querendo saber ao certo a causa por que era acusado pelos judeus, soltou-o das prisões e mandou vir os principais dos sacerdotes e todo o seu conselho; e, trazendo Paulo, o apresentou diante deles. Atos 23 1. E, pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Varões irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência. 2. Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam junto dele que o ferissem na boca. 3. Então, Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada! Tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei e, contra a lei, me mandas ferir? 4. E os que ali estavam disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus? 5. E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu povo. 6. E Paulo, sabendo que uma parte era de saduceus, e outra, de fariseus, clamou no conselho: Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu! No tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado! 7. E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu. 8. Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa. 9. E originou-se um grande clamor; e, levantando-se os escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Nenhum mal achamos neste homem, e se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a Deus. 10. E, havendo grande dissensão, o tribuno, temendo que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a soldadesca, para que o tirassem do meio deles e o levassem para a fortaleza. 11. E, na noite seguinte, apresentando-se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma. 12. Quando já era dia, alguns dos judeus fizeram uma conspiração e juraram dizendo que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem a Paulo. 13. E eram mais de quarenta os que fizeram esta conjuração. 14. Estes foram ter com os principais dos sacerdotes e anciãos e disseram: Conjuramo-nos, sob pena de maldição, a nada provarmos até que matemos a Paulo. 15. Agora, pois, vós, com o conselho, rogai ao tribuno que vo-lo traga amanhã, como querendo saber mais alguma coisa de seus negócios, e, antes que chegue, estaremos prontos para o matar. 16. E o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido acerca desta cilada, foi, e entrou na fortaleza, e o anunciou a Paulo. 17. E Paulo, chamando a si um dos centuriões, disse: Leva este jovem ao tribuno, porque tem alguma coisa que lhe comunicar. 18. Tomando-o ele, pois, o levou ao tribuno e disse: O preso Paulo, chamando-me a si, me rogou que te trouxesse este jovem, que tem alguma coisa que dizer-te. 19. E o tribuno, tomando- o pela mão e pondo-se à parte, perguntou-lhe em particular: Que tens que me contar? 20. E disse ele: Os judeus se concertaram rogar-te que amanhã leves Paulo ao conselho como tendo de inquirir dele mais alguma coisa ao certo. 21. Mas tu não os creias, porque mais de quarenta homens dentre eles lhe andam armando ciladas, os quais se obrigaram, sob pena de maldição, a não comerem nem beberem até que o tenham morto; e já estão apercebidos, esperando de ti promessa. 22. Então, o tribuno despediu o jovem, mandando-lhe que a ninguém dissesse que lhe havia contado aquilo. 23. E, chamando dois centuriões, lhes disse: Aprontai para as três horas da noite duzentos soldados, e setenta de cavalo, e duzentos lanceiros para irem até Cesaréia; 24. e aparelhai cavalgaduras, para que, pondo nelas a Paulo, o levem salvo ao governador Félix. 25. E escreveu uma carta que continha isto: 26. Cláudio Lísias a Félix, potentíssimo governador, saúde. 27. Este homem foi preso pelos judeus; e, estando já a ponto de ser morto por eles, sobrevim eu com a soldadesca e o livrei, informado de que era romano. 28. Querendo saber a causa por que o acusavam, o levei ao seu conselho. 29. E achei que o acusavam de algumas questões da sua lei, mas que nenhum crime havia nele digno de morte ou de prisão. 30. E, sendo-me notificado que os judeus haviam de armar ciladas a esse homem, logo to enviei, mandando também aos acusadores que perante ti digam o que tiverem contra ele. Passa bem. 31. Tomando, pois, os soldados a Paulo, como lhes fora mandado, o trouxeram de noite a Antipátride. 32. No dia seguinte, deixando aos de cavalo irem com ele, tornaram à fortaleza; 33. os quais, logo que chegaram a Cesaréia e entregaram a carta ao governador, lhe apresentaram Paulo. 34. E o governador, lida a carta, perguntou de que província era; e, sabendo que era da Cilícia, 35. disse: Ouvir-te-ei quando também aqui vierem os teus acusadores. E mandou que o guardassem no pretório de Herodes. Atos 24 1. Cinco dias depois, o sumo sacerdote, Ananias, desceu com os anciãos e um certo Tértulo, orador, os quais compareceram perante o governador contra Paulo. 2. E, sendo chamado, Tértulo começou a acusá- lo, dizendo: 3. Visto como, por ti, temos tanta paz, e, por tua prudência, se fazem a este povo muitos e louváveis serviços, sempre e em todo lugar, ó potentíssimo Félix, com todo o agradecimento o queremos reconhecer. 4. Mas, para que te não detenha muito, rogo-te que, conforme a tua eqüidade, nos ouças por pouco tempo. 5. Temos achado que este homem é uma peste e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo, e o principal defensor da seita dos nazarenos; 6. o qual intentou também profanar o templo; e, por isso, o prendemos e, conforme a nossa lei, o quisemos julgar. 7. Mas, sobrevindo o tribuno Lísias, no-lo tirou dentre as mãos, com grande violência, 8. mandando aos seus acusadores que viessem a ti; e dele tu mesmo, examinando-o, poderás entender tudo o de que o acusamos. 9. E também os judeus o acusavam, dizendo serem estas coisas assim. 10. Paulo, porém, fazendo-lhe o governador sinal que falasse, respondeu: Porque sei que já vai para muitos anos que desta nação és juiz, com tanto melhor ânimo respondo por mim. 11. Pois bem podes saber que não há mais de doze dias que subi a Jerusalém a adorar; 12. e não me acharam no templo falando com alguém, nem amotinando o povo nas sinagogas, nem na cidade; 13. nem tampouco podem provar as coisas de que agora me acusam. 14. Mas confesso-te que, conforme aquele Caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei e nos Profetas. 15. Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, tanto dos justos como dos injustos. 16. E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens. 17. Ora, muitos anos depois, vim trazer à minha nação esmolas e ofertas. 18. Nisto, me acharam já santificado no templo, não em ajuntamentos, nem com alvoroços, uns certos judeus da Ásia, 19. os quais convinha que estivessem presentes perante ti e me acusassem, se alguma coisa contra mim tivessem. 20. Ou digam estes mesmos se acharam em mim alguma iniqüidade, quando compareci perante o conselho, 21. a não ser estas palavras que, estando entre eles, clamei: hoje, sou julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos! 22. Então, Félix, havendo ouvido estas coisas, lhes pôs dilação, dizendo: Havendo-me informado melhor deste Caminho, quando o tribuno Lísias tiver descido, então tomarei inteiro conhecimento dos vossos negócios. 23. E mandou ao centurião que o guardassem em prisão, tratando-o com brandura, e que a ninguém dos seus proibisse servi-lo ou vir ter com ele. 24. Alguns dias depois, vindo Félix com sua mulher Drusila, que era judia, mandou chamar a Paulo e ouviu-o acerca da fé em Cristo. 25. E, tratando ele da justiça, e da temperança, e do Juízo vindouro, Félix, espavorido, respondeu: Por agora, vai-te, e, em tendo oportunidade, te chamarei; 26. esperando, ao mesmo tempo, que Paulo lhe desse dinheiro, para que o soltasse; pelo que também, muitas vezes, o mandava chamar e falava com ele. 27. Mas, passados dois anos, Félix teve por sucessor a Pórcio Festo; e, querendo Félix comprazer aos judeus, deixou a Paulo preso. Atos 25 1. Entrando, pois, Festo na província, subiu dali a três dias de Cesaréia a Jerusalém. 2. E o sumo sacerdote e os principais dos judeus compareceram perante ele contra Paulo e lhe rogaram, 3. pedindo como favor, contra ele, que o fizesse vir a Jerusalém, armando ciladas para o matarem no caminho. 4. Mas Festo respondeu que Paulo estava guardado em Cesaréia e que ele brevemente partiria para lá. 5. Os que, pois, disse, dentre vós têm poder desçam comigo e, se neste varão houver algum crime, acusem-no. 6. E, não se demorando entre eles mais de dez dias, desceu a Cesaréia; e, no dia seguinte, assentando-se no tribunal, mandou que trouxessem Paulo. 7. Chegando ele, o rodearam os judeus que haviam descido de Jerusalém, trazendo contra Paulo muitas e graves acusações, que não podiam provar. 8. Mas ele, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César. 9. Todavia, Festo, querendo comprazer aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalém e ser lá perante mim julgado acerca destas coisas? 10. Mas Paulo disse: Estou perante o tribunal de César, onde convém que seja julgado; não fiz agravo algum aos judeus, como tu muito bem sabes. 11. Se fiz algum agravo ou cometi alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; mas, se nada há das coisas de que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles. Apelo para César. 12. Então, Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Apelaste para César? Para César irás. 13. Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice vieram a Cesaréia, a saudar Festo. 14. E, como ali ficassem muitos dias, Festo contou ao rei os negócios de Paulo, dizendo: Um certo varão foi deixado por Félix aqui preso, 15. a respeito de quem os principais dos sacerdotes e os anciãos dos judeus, estando eu em Jerusalém, compareceram perante mim, pedindo sentença contra ele. 16. A eles respondi que não é costume dos romanos entregar algum homem à morte, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores e possa defender-se da acusação. 17. De sorte que, chegando eles aqui juntos, no dia seguinte, sem fazer dilação alguma, assentado no tribunal, mandei que trouxessem o homem. 18. Acerca dele, estando presentes os acusadores, nenhuma coisa apontaram daquelas que eu suspeitava. 19. Tinham, porém, contra ele algumas questões acerca de sua superstição e de um tal Jesus, defunto, que Paulo afirmava viver. 20. E, estando eu perplexo acerca da inquirição desta causa, perguntei se queria ir a Jerusalém e lá ser julgado acerca destas coisas. 21. Mas, apelando Paulo para que fosse reservado ao conhecimento de Augusto, mandei que o guardassem até que o envie a César. 22. Então, Agripa disse a Festo: Bem quisera eu ouvir também esse homem. E ele disse: Amanhã o ouvirás. 23. No dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com muito aparato, entraram no auditório com os tribunos e varões principais da cidade, sendo trazido Paulo por mandado de Festo. 24. E Festo disse: Rei Agripa e todos os varões que estais presentes conosco, aqui vedes um homem de quem toda a multidão dos judeus me tem falado, tanto em Jerusalém como aqui, clamando que não convém que viva mais. 25. Mas, achando eu que nenhuma coisa digna de morte fizera, e apelando ele mesmo também para Augusto, tenho determinado enviar-lho. 26. Dele, porém, não tenho coisa alguma certa que escreva ao meu senhor e, por isso, perante vós o trouxe, principalmente perante ti, ó rei Agripa, para que, depois de interrogado, tenha alguma coisa que escrever. 27. Porque me parece contra a razão enviar um preso e não notificar contra ele as acusações. Atos 26 1. Depois, Agripa disse a Paulo: Permite-se-te que te defendas. Então, Paulo, estendendo a mão em sua defesa, respondeu: 2. Tenho-me por venturoso, ó rei Agripa, de que perante ti me haja, hoje, de defender de todas as coisas de que sou acusado pelos judeus, 3. mormente sabendo eu que tens conhecimento de todos os costumes e questões que há entre os judeus; pelo que te rogo que me ouças com paciência. 4. A minha vida, pois, desde a mocidade, qual haja sido, desde o princípio, em Jerusalém, entre os da minha nação, todos os judeus a sabem. 5. Sabendo de mim, desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu. 6. E, agora, pela esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais, estou aqui e sou julgado, 7. à qual as nossas doze tribos esperam chegar, servindo a Deus continuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó rei Agripa, eu sou acusado pelos judeus. 8. Pois quê? Julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos? 9. Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus, o Nazareno, devia eu praticar muitos atos, 10. o que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e, quando os matavam, eu dava o meu voto contra eles. 11. E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui. 12. Sobre o que, indo, então, a Damasco, com poder e comissão dos principais dos sacerdotes, 13. ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo. 14. E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava e, em língua hebraica, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. 15. E disse eu: Quem és, Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. 16. Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, 17. livrando-te deste povo e dos gentios, a quem agora te envio, 18. para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em mim. 19. Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial. 20. Antes, anunciei primeiramente aos que estão em Damasco e em Jerusalém, e por toda a terra da Judéia, e aos gentios, que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento. 21. Por causa disto, os judeus lançaram mão de mim no templo e procuraram matar- me. 22. Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço, dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer, 23. isto é, que o Cristo devia padecer e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios. 24. E, dizendo ele isto em sua defesa, disse Festo em alta voz: Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar! 25. Mas ele disse: Não deliro, ó potentíssimo Festo! Antes, digo palavras de verdade e de um são juízo. 26. Porque o rei, diante de quem falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto. 27. Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês. 28. E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão! 29. E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias. 30. Dizendo ele isto, se levantou o rei, e o governador, e Berenice, e os que com eles estavam assentados. 31. E, apartando-se dali, falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada fez digno de morte ou de prisões. 32. E Agripa disse a Festo: Bem podia soltar-se este homem, se não houvera apelado para César. Atos 27 1. Como se determinou que havíamos de navegar para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião por nome Júlio, da Coorte Augusta. 2. E, embarcando nós em um navio adramitino, partimos navegando pelos lugares da costa da Ásia, estando conosco Aristarco, macedônio de Tessalônica. 3. E chegamos no dia seguinte a Sidom, e Júlio, tratando Paulo humanamente, lhe permitiu ir ver os amigos, para que cuidassem dele. 4. E, partindo dali, fomos navegando abaixo de Chipre, porque os ventos eram contrários. 5. E, tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia. 6. Achando ali o centurião um navio de Alexandria, que navegava para a Itália, nos fez embarcar nele. 7. E, como por muitos dias navegássemos vagarosamente, havendo chegado apenas defronte de Cnido, não nos permitindo o vento ir mais adiante, navegamos abaixo de Creta, junto de Salmona. 8. E, costeando-a dificilmente, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laséia. 9. Passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, pois também o jejum já tinha passado, Paulo os admoestava, 10. dizendo-lhes: Varões, vejo que a navegação há de ser incômoda e com muito dano, não só para o navio e a carga, mas também para a nossa vida. 11. Mas o centurião cria mais no piloto e no mestre do que no que dizia Paulo. 12. E, como aquele porto não era cômodo para invernar, os mais deles foram de parecer que se partisse dali para ver se podiam chegar a Fenice, que é um porto de Creta que olha para a banda do vento da África e do Coro, e invernar ali. 13. E, soprando o vento sul brandamente, lhes pareceu terem já o que desejavam, e, fazendo-se de vela, foram de muito perto costeando Creta. 14. Mas, não muito depois, deu nela um pé de vento, chamado Euroaquilão. 15. E, sendo o navio arrebatado e não podendo navegar contra o vento, dando de mão a tudo, nos deixamos ir à toa. 16. E, correndo abaixo de uma pequena ilha chamada Cauda, apenas pudemos ganhar o batel. 17. E, levado este para cima, usaram de todos os meios, cingindo o navio; e, temendo darem à costa na Sirte, amainadas as velas, assim foram à toa. 18. Andando nós agitados por uma veemente tempestade, no dia seguinte, aliviaram o navio. 19. E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio. 20. E, não aparecendo, havia já muitos dias, nem sol nem estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena tempestade, fugiu-nos toda a esperança de nos salvarmos. 21. Havendo já muito que se não comia, então, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Fora, na verdade, razoável, ó varões, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este incômodo e esta perdição. 22. Mas, agora, vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio. 23. Porque, esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, 24. dizendo: Paulo, não temas! Importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo. 25. Portanto, ó varões, tende bom ânimo! Porque creio em Deus que há de acontecer assim como a mim me foi dito. 26. É, contudo, necessário irmos dar numa ilha. 27. Quando chegou a décima quarta noite, sendo impelidos de uma e outra banda no mar Adriático, lá pela meia-noite, suspeitaram os marinheiros que estavam próximos de alguma terra. 28. E, lançando o prumo, acharam vinte braças; passando um pouco mais adiante, tornando a lançar o prumo, acharam quinze braças. 29. E, temendo ir dar em alguns rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, desejando que viesse o dia. 30. Procurando, porém, os marinheiros fugir do navio e tendo já deitado o batel ao mar, como que querendo lançar as âncoras pela proa, 31. disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos. 32. Então, os soldados cortaram os cabos do batel e o deixaram cair. 33. E, enquanto o dia vinha, Paulo exortava a todos a que comessem alguma coisa, dizendo: É já hoje o décimo-quarto dia que esperais e permaneceis sem comer, não havendo provado nada. 34. Portanto, exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós. 35. E, havendo dito isto, tomando o pão, deu graças a Deus na presença de todos e, partindo- o, começou a comer. 36. E, tendo já todos bom ânimo, puseram-se também a comer. 37. E éramos ao todo no navio duzentas e setenta e seis almas. 38. Refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar. 39. E, sendo já dia, não reconheceram a terra; enxergaram, porém, uma enseada que tinha praia e consultaram-se sobre se deveriam encalhar nela o navio. 40. Levantando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme; e, alçando a vela maior ao vento, dirigiram-se para a praia. 41. Dando, porém, num lugar de dois mares, encalharam ali o navio; e, fixa a proa, ficou imóvel, mas a popa abria-se com a força das ondas. 42. Então, a idéia dos soldados foi que matassem os presos para que nenhum fugisse, escapando a nado. 43. Mas o centurião, querendo salvar a Paulo, lhes estorvou este intento; e mandou que os que pudessem nadar se lançassem primeiro ao mar e se salvassem em terra; 44. e os demais, uns em tábuas e outros em coisas do navio. E assim aconteceu que todos chegaram à terra, a salvo. Atos 28 1. Havendo escapado, então, souberam que a ilha se chamava Malta. 2. E os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade; porque, acendendo uma grande fogueira, nos recolheram a todos por causa da chuva que caía e por causa do frio. 3. E, havendo Paulo ajuntado uma quantidade de vides e pondo-as no fogo, uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão. 4. E os bárbaros, vendo-lhe a víbora pendurada na mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, visto como, escapando do mar, a Justiça não o deixa viver. 5. Mas, sacudindo ele a víbora no fogo, não padeceu nenhum mal. 6. E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente; mas tendo esperado já muito e vendo que nenhum incômodo lhe sobrevinha, mudando de parecer, diziam que era um deus. 7. E ali, próximo daquele mesmo lugar, havia umas herdades que pertenciam ao principal da ilha, por nome Públio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por três dias. 8. Aconteceu estar de cama enfermo de febres e disenteria o pai de Públio, que Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele e o curou. 9. Feito, pois, isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades e sararam, 10. os quais nos distinguiram também com muitas honras; e, havendo de navegar, nos proveram das coisas necessárias. 11. Três meses depois, partimos num navio de Alexandria, que invernara na ilha, o qual tinha por insígnia Castor e Pólux. 12. E, chegando a Siracusa, ficamos ali três dias, 13. donde, indo costeando, viemos a Régio; e, soprando, um dia depois, um vento do sul, chegamos no segundo dia a Putéoli, 14. onde, achando alguns irmãos, nos rogaram que por sete dias ficássemos com eles; e depois nos dirigimos a Roma. 15. E de lá, ouvindo os irmãos novas de nós, nos saíram ao encontro à Praça de Ápio e às Três Vendas, e Paulo, vendo-os, deu graças a Deus e tomou ânimo. 16. E, logo que chegamos a Roma, o centurião entregou os presos ao general dos exércitos; mas a Paulo se lhe permitiu morar por sua conta, com o soldado que o guardava. 17. E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os principais dos judeus e, juntos eles, lhes disse: Varões irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo ou contra os ritos paternos, vim, contudo, preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos, 18. os quais, havendo-me examinado, queriam soltar- me, por não haver em mim crime algum de morte. 19. Mas, opondo-se os judeus, foi-me forçoso apelar para César, não tendo, contudo, de que acusar a minha nação. 20. Por esta causa vos chamei, para vos ver e falar; porque pela esperança de Israel estou com esta cadeia. 21. Então, eles lhe disseram: Nós não recebemos acerca de ti cartas algumas da Judéia, nem veio aqui algum dos irmãos que nos anunciasse ou dissesse de ti mal algum. 22. No entanto, bem quiséramos ouvir de ti o que sentes; porque, quanto a esta seita, notório nos é que em toda parte se fala contra ela. 23. E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o Reino de Deus e procurava persuadi-los à fé de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde pela manhã até à tarde. 24. E alguns criam no que se dizia, mas outros não criam. 25. E, como ficaram entre si discordes, se despediram, dizendo Paulo esta palavra: Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías, 26. dizendo: Vai a este povo e dize: De ouvido, ouvireis e de maneira nenhuma entendereis; e, vendo, vereis e de maneira nenhuma percebereis. 27. Porquanto o coração deste povo está endurecido, e com os ouvidos ouviram pesadamente e fecharam os olhos, para que nunca com os olhos vejam, nem com os ouvidos ouçam, nem do coração entendam, e se convertam, e eu os cure. 28. Seja-vos, pois, notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão. 29. E, havendo ele dito isto, partiram os judeus, tendo entre si grande contenda. 30. E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara e recebia todos quantos vinham vê-lo, 31. pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum. Romanos 1 1. Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus, 2. o qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras, 3. acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, 4. declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, -- Jesus Cristo, nosso Senhor, 5. pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome, 6. entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo. 7. A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 8. Primeiramente, dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé. 9. Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós, 10. pedindo sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco. 11. Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados, 12. isto é, para que juntamente convosco eu seja consolado pela fé mútua, tanto vossa como minha. 13. Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios. 14. Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. 15. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma. 16. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. 17. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé. 18. Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; 19. porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. 20. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; 21. porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. 22. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. 23. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. 24. Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si; 25. pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! 26. Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28. E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; 29. estando cheios de toda iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; 30. sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe; 31. néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; 32. os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Romanos 2 1. Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. 2. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. 3. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? 4. Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? 5. Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus, 6. o qual recompensará cada um segundo as suas obras, 7. a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra, e incorrupção; 8. mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade; 9. tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego; 10. glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego; 11. porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. 12. Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. 13. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, 15. os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, 16. no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho. 17. Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; 18. e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; 19. e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, 20. instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; 21. tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? 22. Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? 23. Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? 24. Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós. 25. Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão. 26. Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão? 27. E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei? 28. Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. 29. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. Romanos 3 1. Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? 2. Muita, em toda maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas. 3. Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? 4. De maneira nenhuma! Sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso, como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras e venças quando fores julgado. 5. E, se a nossa injustiça for causa da justiça de Deus, que diremos? Porventura, será Deus injusto, trazendo ira sobre nós? (Falo como homem.) 6. De maneira nenhuma! Doutro modo, como julgará Deus o mundo? 7. Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador? 8. E por que não dizemos (como somos blasfemados, e como alguns dizem que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa. 9. Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado, 10. como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. 11. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. 12. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. 13. A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; 14. cuja boca está cheia de maldição e amargura. 15. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. 16. Em seus caminhos há destruição e miséria; 17. e não conheceram o caminho da paz. 18. Não há temor de Deus diante de seus olhos. 19. Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. 20. Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. 21. Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas, 22. isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. 23. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, 24. sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, 25. ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; 26. para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. 27. Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé. 28. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei. 29. É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente. 30. Se Deus é um só, que justifica, pela fé, a circuncisão e, por meio da fé, a incircuncisão, 31. anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei. Romanos 4 1. Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? 2. Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. 3. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. 4. Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. 5. Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. 6. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo: 7. Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. 8. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado. 9. Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão. 10. Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão. 11. E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem (estando eles também na incircuncisão, a fim de que também a justiça lhes seja imputada), 12. e fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai, que tivera na incircuncisão. 13. Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé. 14. Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada. 15. Porque a lei opera a ira; porque onde não há lei também não há transgressão. 16. Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós 17. (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem. 18. O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência. 19. E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. 20. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus; 21. e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. 22. Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça. 23. Ora, não só por causa dele está escrito que lhe fosse tomado em conta, 24. mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus, nosso Senhor, 25. o qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação. Romanos 5 1. Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; 2. pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 3. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; 4. e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. 5. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. 7. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. 8. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 9. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10. Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. 11. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação. 12. Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. 13. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. 14. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. 15. Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. 16. E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou; porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. 17. Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. 18. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. 19. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos. 20. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; 21. para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor. Romanos 6 1. Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante? 2. De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? 3. Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? 4. De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. 5. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; 6. sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. 7. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. 8. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; 9. sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele. 10. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. 11. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor. 12. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; 13. nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. 14. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. 15. Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum! 16. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? 17. Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. 18. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. 19. Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação. 20. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. 21. E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. 22. Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. 23. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 7 1. Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? 2. Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. 3. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido. 4. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus. 5. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. 6. Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. 7. Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. 8. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado. 9. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri; 10. e o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. 11. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou. 12. Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom. 13. Logo, tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum! Mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem, a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. 14. Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. 15. Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço. 16. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17. De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 18. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. 19. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. 20. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. 21. Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. 22. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. 23. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. 24. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? 25. Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado. Romanos 8 1. Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. 2. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. 3. Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, 4. para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. 5. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. 6. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. 7. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. 8. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. 9. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. 10. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. 11. E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita. 12. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne, 13. porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. 14. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. 15. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. 16. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 17. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados. 18. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. 19. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. 20. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, 21. na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. 23. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. 24. Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará? 25. Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. 26. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 27. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. 28. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto. 29. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. 31. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32. Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? 33. Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. 34. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. 35. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36. Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. 37. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. 38. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, 39. nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor! Romanos 9 1. Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): 2. tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. 3. Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; 4. que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; 5. dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém! 6. Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; 7. nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. 8. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência. 9. Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho. 10. E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; 11. porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), 12. foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. 13. Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú. 14. Que diremos, pois? Que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma! 15. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. 16. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. 17. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. 18. Logo, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer. 19. Dir-me-ás, então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem resiste à sua vontade? 20. Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? 21. Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? 22. E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição, 23. para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, 24. os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? 25. Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada. 26. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo, aí serão chamados filhos do Deus vivo. 27. Também Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. 28. Porque o Senhor executará a sua palavra sobre a terra, completando-a e abreviando-a. 29. E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, teríamos sido feitos como Sodoma e seríamos semelhantes a Gomorra. 30. Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. 31. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. 32. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei. Tropeçaram na pedra de tropeço, 33. como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido. Romanos 10 1. Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. 2. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. 3. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. 4. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê. 5. Ora, Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas. 6. Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu (isto é, a trazer do alto a Cristo)? 7. Ou: Quem descerá ao abismo (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo)? 8. Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, 9. a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. 11. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. 12. Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. 13. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 14. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? 15. E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! 16. Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? 17. De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. 18. Mas digo: Porventura, não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras até aos confins do mundo. 19. Mas digo: Porventura, Israel não o soube? Primeiramente, diz Moisés: Eu vos meterei em ciúmes com aqueles que não são povo, com gente insensata vos provocarei à ira. 20. E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que me não buscavam, fui manifestado aos que por mim não perguntavam. 21. Mas contra Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente. Romanos 11 1. Digo, pois: porventura, rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. 2. Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo: 3. Senhor, mataram os teus profetas e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma? 4. Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal. 5. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça. 6. Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. 7. Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos. 8. Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono: olhos para não verem e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje. 9. E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, e em tropeço, por sua retribuição; 10. escureçam-se-lhes os olhos para não verem, e encurvem-se-lhes continuamente as costas. 11. Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. 12. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! 13. Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, glorificarei o meu ministério; 14. para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles. 15. Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? 16. E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são. 17. E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, 18. não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. 19. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. 20. Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não te ensoberbeças, mas teme. 21. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também. 22. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado. 23. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. 24. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! 25. Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. 26. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. 27. E este será o meu concerto com eles, quando eu tirar os seus pecados. 28. Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. 29. Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento. 30. Porque assim como vós também, antigamente, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia pela desobediência deles, 31. assim também estes, agora, foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada. 32. Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia. 33. Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! 34. Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? 35. Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? 36. Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém! Romanos 12 1. Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 3. Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. 4. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, 5. assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. 6. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; 7. se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; 8. ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. 9. O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. 10. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. 11. Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor; 12. alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; 13. comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade; 14. abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis. 15. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. 16. Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos. 17. A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas perante todos os homens. 18. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. 19. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. 20. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. 21. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. Romanos 13 1. Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. 2. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. 3. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela. 4. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal. 5. Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. 6. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. 7. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. 8. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. 9. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 10. O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor. 11. E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. 12. A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. 13. Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. 14. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências. Romanos 14 1. Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. 2. Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. 3. O que come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. 4. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar. 5. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo. 6. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O que come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não come e dá graças a Deus. 7. Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si. 8. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. 9. Foi para isto que morreu Cristo e tornou a viver; para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos. 10. Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. 11. Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. 12. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. 13. Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes, seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão. 14. Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda. 15. Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu. 16. Não seja, pois, blasfemado o vosso bem; 17. porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. 18. Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. 19. Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. 20. Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo. 21. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça. 22. Tens tu fé? Tem- na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. 23. Mas aquele que tem dúvidas, se come, está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado. Romanos 15 1. Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. 2. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. 3. Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. 4. Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança. 5. Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, 6. para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. 7. Portanto, recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus. 8. Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais; 9. e para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto, eu te louvarei entre os gentios e cantarei ao teu nome. 10. E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo. 11. E outra vez: Louvai ao Senhor, todos os gentios, e celebrai-o todos os povos. 12. E outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, e, naquele que se levantar para reger os gentios, os gentios esperarão. 13. Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo. 14. Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros. 15. Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, pela graça que por Deus me foi dada, 16. que eu seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo. 17. De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus. 18. Porque não ousaria dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para obediência dos gentios, por palavra e por obras; 19. pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que, desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo. 20. E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio; 21. antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado o verão, e os que não ouviram o entenderão. 22. Pelo que também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco. 23. Mas, agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco, 24. quando partir para a Espanha, irei ter convosco; pois espero que, de passagem, vos verei e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia. 25. Mas, agora, vou a Jerusalém para ministrar aos santos. 26. Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. 27. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais. 28. Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha. 29. E bem sei que, indo ter convosco, chegarei com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo. 30. E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus, 31. para que seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos; 32. a fim de que, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria e possa recrear-me convosco. 33. E o Deus de paz seja com todos vós. Amém! Romanos 16 1. Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia, 2. para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo. 3. Saudai a Priscila e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus, 4. os quais pela minha vida expuseram a sua cabeça; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios. 5. Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Ásia em Cristo. 6. Saudai a Maria, que trabalhou muito por nós. 7. Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em Cristo. 8. Saudai a Amplíato, meu amado no Senhor. 9. Saudai a Urbano, nosso cooperador em Cristo, e a Estáquis, meu amado. 10. Saudai a Apeles, aprovado em Cristo. Saudai aos da família de Aristóbulo. 11. Saudai a Herodião, meu parente. Saudai aos da família de Narciso, os que estão no Senhor. 12. Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai à amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor. 13. Saudai a Rufo, eleito no Senhor, e a sua mãe e minha. 14. Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermas, a Pátrobas, a Hermes, e aos irmãos que estão com eles. 15. Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas, e a todos os santos que com eles estão. 16. Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo. As igrejas de Cristo vos saúdam. 17. E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. 18. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos símplices. 19. Quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal. 20. E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém! 21. Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, e Jasom, e Sosípatro, meus parentes. 22. Eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor. 23. Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro e de toda a igreja. Saúda-vos Erasto, procurador da cidade, e também o irmão Quarto. 24. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém! 25. Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, 26. mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé, 27. ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém! 1 Coríntios 1 1. Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus) e o irmão Sóstenes, 2. à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: 3. graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 4. Sempre dou graças ao meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo. 5. Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento 6. (como foi mesmo o testemunho de Cristo confirmado entre vós). 7. De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, 8. o qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. 10. Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer. 11. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloe que há contendas entre vós. 12. Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. 13. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo? 14. Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio; 15. para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome. 16. E batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro. 17. Porque Cristo enviou-me não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. 18. Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. 19. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. 20. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? 21. Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. 22. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; 23. mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos. 24. Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. 25. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. 26. Porque vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. 27. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. 28. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; 29. para que nenhuma carne se glorie perante ele. 30. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; 31. para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor. 1 Coríntios 2 1. E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. 2. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 3. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. 4. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, 5. para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. 6. Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; 7. mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; 8. a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. 9. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. 10. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. 11. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. 12. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. 13. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. 14. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 15. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. 16. Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. 1 Coríntios 3 1. E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. 2. Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; 3. porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens? 4. Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu, de Apolo; porventura, não sois carnais? 5. Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? 6. Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. 7. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. 8. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho. 9. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. 10. Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. 11. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. 12. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, 13. a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. 14. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. 15. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo. 16. Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 17. Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo. 18. Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. 19. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. 20. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos. 21. Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: 22. seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso, 23. e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus. 1 Coríntios 4 1. Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. 2. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel. 3. Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. 4. Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor. 5. Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor. 6. E eu, irmãos, apliquei essas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós, para que, em nós, aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. 7. Porque quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias como se não o houveras recebido? 8. Já estais fartos! Já estais ricos! Sem nós reinais! E prouvera Deus reinásseis para que também nós reinemos convosco! 9. Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens. 10. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, ilustres, e nós, vis. 11. Até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, 12. e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados e bendizemos; somos perseguidos e sofremos; 13. somos blasfemados e rogamos; até ao presente, temos chegado a ser como o lixo deste mundo e como a escória de todos. 14. Não escrevo essas coisas para vos envergonhar; mas admoesto- vos como meus filhos amados. 15. Porque, ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu, pelo evangelho, vos gerei em Jesus Cristo. 16. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores. 17. Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda parte ensino em cada igreja. 18. Mas alguns andam inchados, como se eu não houvesse de ir ter convosco. 19. Mas, em breve, irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas a virtude. 20. Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude. 21. Que quereis? Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão? 1 Coríntios 5 1. Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. 2. Estais inchados e nem ao menos vos entristecestes, por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. 3. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, 4. em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, 5. seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus. 6. Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? 7. Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. 8. Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade. 9. Já por carta vos tenho escrito que não vos associeis com os que se prostituem; 10. isso não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. 11. Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. 12. Porque que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? 13. Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo. 1 Coríntios 6 1. Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos e não perante os santos? 2. Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas? 3. Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? 4. Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes na cadeira aos que são de menos estima na igreja? 5. Para vos envergonhar o digo: Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos? 6. Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isso perante infiéis. 7. Na verdade, é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano? 8. Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano e isso aos irmãos. 9. Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus? 10. Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus. 11. E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus. 12. Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma. 13. Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo. 14. Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. 15. Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. 16. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. 17. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. 18. Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. 19. Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? 20. Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus. 1 Coríntios 7 1. Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; 2. mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. 3. O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. 4. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. 5. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência. 6. Digo, porém, isso como que por permissão e não por mandamento. 7. Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra. 8. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. 9. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. 10. Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. 11. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. 12. Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. 13. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. 14. Porque o marido descrente é santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo marido. Doutra sorte, os vossos filhos seriam imundos; mas, agora, são santos. 15. Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. 16. Porque, donde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, donde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher? 17. E, assim, cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um, como o Senhor o chamou. É o que ordeno em todas as igrejas. 18. É alguém chamado, estando circuncidado? Fique circuncidado. É alguém chamado, estando incircuncidado? Não se circuncide. 19. A circuncisão é nada, e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus. 20. Cada um fique na vocação em que foi chamado. 21. Foste chamado sendo servo? Não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião. 22. Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é liberto do Senhor; e, da mesma maneira, também o que é chamado, sendo livre, servo é de Cristo. 23. Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens. 24. Irmãos, cada um fique diante de Deus no estado em que foi chamado. 25. Ora, quanto às virgens, não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel. 26. Tenho, pois, por bom, por causa da instante necessidade, que é bom para o homem o estar assim. 27. Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques mulher. 28. Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia, os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos. 29. Isto, porém, vos digo, irmãos: que o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se as não tivessem; 30. e os que choram, como se não chorassem; e os que folgam, como se não folgassem; e os que compram, como se não possuíssem; 31. e os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa. 32. E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; 33. mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher. 34. Há diferença entre a mulher casada e a virgem: a solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém a casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido. 35. E digo isso para proveito vosso; não para vos enlaçar, mas para o que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor, sem distração alguma. 36. Mas, se alguém julga que trata dignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se. 37. Todavia, o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas com poder sobre a sua própria vontade, se resolveu no seu coração guardar a sua virgem, faz bem. 38. De sorte que, o que a dá em casamento faz bem; mas o que a não dá em casamento faz melhor. 39. A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. 40. Será, porém, mais bem-aventurada se ficar assim, segundo o meu parecer, e também eu cuido que tenho o Espírito de Deus. 1 Coríntios 8 1. Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica. 2. E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber. 3. Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele. 4. Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo e que não há outro Deus, senão um só. 5. Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), 6. todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele. 7. Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada. 8. Ora, o manjar não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais, e, se não comemos, nada nos falta. 9. Mas vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos. 10. Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos? 11. E, pela tua ciência, perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. 12. Ora, pecando assim contra os irmãos e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo. 13. Pelo que, se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize. 1 Coríntios 9 1. Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo, Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor? 2. Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. 3. Esta é a minha defesa para com os que me condenam. 4. Não temos nós direito de comer e de beber? 5. Não temos nós direito de levar conosco uma mulher irmã, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? 6. Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? 7. Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não come do leite do gado? 8. Digo eu isso segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? 9. Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura, tem Deus cuidado dos bois? 10. Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança, e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. 11. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? 12. Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes, suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. 13. Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? 14. Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho. 15. Mas eu de nenhuma destas coisas usei e não escrevi isso para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer do que alguém fazer vã esta minha glória. 16. Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho! 17. E, por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada. 18. Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo, para não abusar do meu poder no evangelho. 19. Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. 20. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. 21. Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. 22. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns. 23. E eu faço isso por causa do evangelho, para ser também participante dele. 24. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. 25. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível. 26. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. 27. Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado. 1 Coríntios 10 1. Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, 2. e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, 3. e todos comeram de um mesmo manjar espiritual, 4. e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo. 5. Mas Deus não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no deserto. 6. E essas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. 7. Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar. 8. E não nos prostituamos, como alguns deles fizeram e caíram num dia vinte e três mil. 9. E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram e pereceram pelas serpentes. 10. E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor. 11. Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. 12. Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia. 13. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. 14. Portanto, meus amados, fugi da idolatria. 15. Falo como a sábios; julgai vós mesmos o que digo. 16. Porventura, o cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? 17. Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão. 18. Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são, porventura, participantes do altar? 19. Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? 20. Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. 21. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. 22. Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele? 23. Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. 24. Ninguém busque o proveito próprio; antes, cada um, o que é de outrem. 25. Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência. 26. Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude. 27. E, se algum dos infiéis vos convidar e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem nada perguntar, por causa da consciência. 28. Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude. 29. Digo, porém, a consciência, não a tua, mas a do outro. Pois por que há de a minha liberdade ser julgada pela consciência de outrem? 30. E, se eu com graça participo, por que sou blasfemado naquilo por que dou graças? 31. Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus. 32. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. 33. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar. 1 Coríntios 11 1. Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo. 2. E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim e retendes os preceitos como vo-los entreguei. 3. Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo. 4. Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. 5. Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. 6. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. 7. O varão, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do varão. 8. Porque o varão não provém da mulher, mas a mulher, do varão. 9. Porque também o varão não foi criado por causa da mulher, mas a mulher, por causa do varão. 10. Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. 11. Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher, sem o varão, no Senhor. 12. Porque, como a mulher provém do varão, assim também o varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus. 13. Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? 14. Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido? 15. Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. 16. Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus. 17. Nisto, porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior. 18. Porque, antes de tudo, ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio. 19. E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós. 20. De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor. 21. Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro embriaga-se. 22. Não tendes, porventura, casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos louvo. 23. Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24. e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 25. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. 26. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. 27. Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. 28. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice. 29. Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. 30. Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem. 31. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. 32. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. 33. Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. 34. Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que vos não ajunteis para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter convosco. 1 Coríntios 12 1. Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. 2. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. 3. Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo. 4. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. 5. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. 7. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. 8. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 9. e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; 10. e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas. 11. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. 12. Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. 13. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. 14. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. 15. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 16. E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 17. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? 18. Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. 19. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20. Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo. 21. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós. 22. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários. 23. E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra. 24. Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, 25. para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. 26. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. 27. Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular. 28. E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 29. Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? 30. Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos? 31. Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente. 1 Coríntios 13 1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 2. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. 3. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria. 4. A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, 5. não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6. não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; 7. tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8. A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9. porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10. Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado. 11. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12. Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. 13. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade. 1 Coríntios 14 1. Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 2. Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. 3. Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. 4. O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 5. E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a igreja receba edificação. 6. E, agora, irmãos, se eu for ter convosco falando línguas estranhas, que vos aproveitaria, se vos não falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina? 7. Da mesma sorte, se as coisas inanimadas que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara? 8. Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? 9. Assim, também vós, se, com a língua, não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar. 10. Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação. 11. Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim. 12. Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja. 13. Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar. 14. Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. 15. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. 16. Doutra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto o Amém sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes? 17. Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. 18. Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. 19. Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida. 20. Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento. 21. Está escrito na lei: Por gente doutras línguas e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. 22. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. 23. Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas estranhas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão, porventura, que estais loucos? 24. Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. 25. Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós. 26. Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 27. E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete. 28. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus. 29. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. 30. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. 31. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados. 32. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. 33. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. 34. As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. 35. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja. 36. Porventura, saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? 37. Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. 38. Mas, se alguém ignora isso, que ignore. 39. Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas. 40. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem. 1 Coríntios 15 1. Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; 2. pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão. 3. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, 4. e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, 5. e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. 6. Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. 7. Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos 8. e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo. 9. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. 10. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo. 11. Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos, e assim haveis crido. 12. Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? 13. E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. 14. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. 15. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. 16. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. 17. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. 18. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. 19. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. 20. Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem. 21. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. 22. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. 23. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. 24. Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. 25. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. 26. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. 27. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que sujeitou todas as coisas. 28. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. 29. Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles, então, pelos mortos? 30. Por que estamos nós também a toda hora em perigo? 31. Eu protesto que cada dia morro gloriando-me em vós, irmãos, por Cristo Jesus, nosso Senhor. 32. Se, como homem, combati em Éfeso contra as bestas, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam? Comamos e bebamos, que amanhã morreremos. 33. Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. 34. Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo- o para vergonha vossa. 35. Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? 36. Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. 37. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo ou doutra qualquer semente. 38. Mas Deus dá-lhe o corpo como quer e a cada semente, o seu próprio corpo. 39. Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, e outra, a carne dos animais, e outra, a dos peixes, e outra, a das aves. 40. E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes, e outra, a dos terrestres. 41. Uma é a glória do sol, e outra, a glória da lua, e outra, a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela. 42. Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção. 43. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. 44. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual. 45. Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante. 46. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal; depois, o espiritual. 47. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. 48. Qual o terreno, tais são também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. 49. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial. 50. E, agora, digo isto, irmãos: que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. 51. Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, 52. num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. 54. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. 55. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? 56. Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 57. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. 58. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. 1 Coríntios 16 1. Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. 2. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar. 3. E, quando tiver chegado, mandarei os que, por cartas, aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém. 4. E, se valer a pena que eu também vá, irão comigo. 5. Irei, porém, ter convosco depois de ter passado pela Macedônia (porque tenho de passar pela Macedônia). 6. E bem pode ser que fique convosco e passe também o inverno, para que me acompanheis aonde quer que eu for. 7. Porque não vos quero agora ver de passagem, mas espero ficar convosco algum tempo, se o Senhor o permitir. 8. Ficarei, porém, em Éfeso até ao Pentecostes; 9. porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários. 10. E, se for Timóteo, vede que esteja sem temor convosco; porque trabalha na obra do Senhor, como eu também. 11. Portanto, ninguém o despreze, mas acompanhai-o em paz, para que venha ter comigo, pois o espero com os irmãos. 12. E, acerca do irmão Apolo, roguei-lhe muito que fosse com os irmãos ter convosco, mas, na verdade, não teve vontade de ir agora; irá, porém, quando se lhe ofereça boa ocasião. 13. Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente e fortalecei-vos. 14. Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade. 15. Agora, vos rogo, irmãos (sabeis que a família de Estéfanas é as primícias da Acaia e que se tem dedicado ao ministério dos santos), 16. que também vos sujeiteis aos tais e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha. 17. Folgo, porém, com a vinda de Estéfanas, e de Fortunato, e de Acaico; porque estes supriram o que da vossa parte me faltava. 18. Porque recrearam o meu espírito e o vosso. Reconhecei, pois, aos tais. 19. As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor Áqüila e Prisca, com a igreja que está em sua casa. 20. Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. 21. Saudação da minha própria mão, de Paulo. 22. Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; maranata! 23. A graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco. 24. O meu amor seja com todos vós, em Cristo Jesus. Amém! 2 Coríntios 1 1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia: 2. graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. 3. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação, 4. que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus. 5. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo. 6. Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera, suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos. 7. E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação. 8. Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos. 9. Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos; 10. o qual nos livrou de tão grande morte e livrará; em quem esperamos que também nos livrará ainda, 11. ajudando-nos também vós, com orações por nós, para que, pela mercê que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito. 12. Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que, com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo e maiormente convosco. 13. Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até ao fim as reconhecereis, 14. como também já em parte reconhecestes em nós, que somos a vossa glória, como também vós sereis a nossa no Dia do Senhor Jesus. 15. E, com essa confiança, quis primeiro ir ter convosco, para que tivésseis uma segunda graça; 16. e por vós passar à Macedônia, e da Macedônia ir outra vez ter convosco, e ser guiado por vós à Judéia. 17. E, deliberando isso, usei, porventura, de leviandade? Ou o que delibero, o delibero segundo a carne, para que haja em mim sim, sim e não, não? 18. Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não. 19. Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que entre vós foi pregado por nós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas nele houve sim. 20. Porque todas quantas promessas há de Deus são nele sim; e por ele o Amém, para glória de Deus, por nós. 21. Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é Deus, 22. o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações. 23. Invoco, porém, a Deus por testemunha sobre a minha alma, que, para vos poupar, não tenho até agora ido a Corinto; 24. não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vosso gozo; porque pela fé estais em pé. 2 Coríntios 2 1. Mas deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter convosco em tristeza. 2. Porque, se eu vos entristeço, quem é que me alegrará, senão aquele que por mim foi contristado? 3. E escrevi-vos isso mesmo para que, quando lá for, não tenha tristeza da parte dos que deveriam alegrar-me, confiando em vós todos de que a minha alegria é a de todos vós. 4. Porque, em muita tribulação e angústia do coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que vos entristecêsseis, mas para que conhecêsseis o amor que abundantemente vos tenho. 5. Porque, se alguém me contristou, não me contristou a mim senão em parte, para vos não sobrecarregar a vós todos; 6. basta ao tal esta repreensão feita por muitos. 7. De maneira que, pelo contrário, deveis, antes, perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja, de modo algum, devorado de demasiada tristeza. 8. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor. 9. E para isso vos escrevi também, para por essa prova saber se sois obedientes em tudo. 10. E a quem perdoardes alguma coisa também eu; porque o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás, 11. porque não ignoramos os seus ardis. 12. Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo e abrindo-se-me uma porta no Senhor, 13. não tive descanso no meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a Macedônia. 14. E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar o cheiro do seu conhecimento. 15. Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. 16. Para estes, certamente, cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de vida para vida. E, para essas coisas, quem é idôneo? 17. Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus. 2 Coríntios 3 1. Porventura, começamos outra vez a louvar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós? 2. Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, 3. porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração. 4. E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; 5. não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, 6. o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica. 7. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, 8. como não será de maior glória o ministério do Espírito? 9. Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. 10. Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória. 11. Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece. 12. Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. 13. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. 14. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido. 15. E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. 16. Mas, quando se converterem ao Senhor, então, o véu se tirará. 17. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. 18. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. 2 Coríntios 4 1. Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; 2. antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3. Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, 4. nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus. 6. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7. Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. 8. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; 9. perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10. trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos. 11. E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal. 12. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida. 13. E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri; por isso, falei. Nós cremos também; por isso, também falamos, 14. sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus e nos apresentará convosco. 15. Porque tudo isso é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, torne abundante a ação de graças, para glória de Deus. 16. Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente, 18. não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. 2 Coríntios 5 1. Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. 2. E, por isso, também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; 3. se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. 4. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. 5. Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito. 6. Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor 7. (Porque andamos por fé e não por vista.). 8. Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor. 9. Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. 10. Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal. 11. Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, mas somos manifestos a Deus; e espero que, na vossa consciência, sejamos também manifestos. 12. Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damo-vos ocasião de vos gloriardes de nós, para que tenhais que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração. 13. Porque, se enlouquecemos, é para Deus; e, se conservamos o juízo, é para vós. 14. Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram. 15. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16. Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo. 17. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 18. E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19. isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. 20. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus. 21. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. 2 Coríntios 6 1. E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão 2. (Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.); 3. não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado. 4. Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, 5. nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, 6. na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, 7. na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, 8. por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros; 9. como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo e eis que vivemos; como castigados e não mortos; 10. como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo. 11. Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado. 12. Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos. 13. Ora, em recompensa disso (falo como a filhos), dilatai-vos também vós. 14. Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? 15. E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? 16. E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 17. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; 18. e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso. 2 Coríntios 7 1. Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus. 2. Recebei-nos em vossos corações; a ninguém agravamos, a ninguém corrompemos, de ninguém buscamos o nosso proveito. 3. Não digo isso para vossa condenação; pois já, antes, tinha dito que estais em nossos corações para juntamente morrer e viver. 4. Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação e transbordante de gozo em todas as nossas tribulações. 5. Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes, em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. 6. Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito; 7. e não somente com a sua vinda, mas também pela consolação com que foi consolado de vós, contando-nos as vossas saudades, o vosso choro, o vosso zelo por mim, de maneira que muito me regozijei. 8. Porquanto, ainda que vos tenha contristado com a minha carta, não me arrependo, embora já me tivesse arrependido por ver que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo; 9. agora, folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. 10. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. 11. Porque quanto cuidado não produziu isso mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio. 12. Portanto, ainda que vos tenha escrito, não foi por causa do que fez o agravo, nem por causa do que sofreu o agravo, mas para que o vosso grande cuidado por nós fosse manifesto diante de Deus. 13. Por isso, fomos consolados pela vossa consolação e muito mais nos alegramos pela alegria de Tito, porque o seu espírito foi recreado por vós todos. 14. Porque, se nalguma coisa me gloriei de vós para com ele, não fiquei envergonhado; mas, como vos dissemos tudo com verdade, também a nossa glória para com Tito se achou verdadeira. 15. E o seu entranhável afeto para convosco é mais abundante, lembrando-se da obediência de vós todos e de como o recebestes com temor e tremor. 16. Regozijo-me de em tudo poder confiar em vós. 2 Coríntios 8 1. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; 2. como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade. 3. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente, 4. pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. 5. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus; 6. de maneira que exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também acabe essa graça entre vós. 7. Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça. 8. Não digo isso como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade da vossa caridade; 9. porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis. 10. E nisso dou o meu parecer; pois isso vos convém a vós, que desde o ano passado começastes; e não foi só praticar, mas também querer. 11. Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes. 12. Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem. 13. Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão; 14. mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade, 15. como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos. 16. Mas graças a Deus, que pôs a mesma solicitude por vós no coração de Tito; 17. pois ele aceitou a exortação e, muito diligente, partiu voluntariamente para vós. 18. E com ele enviamos aquele irmão cujo louvor no evangelho está espalhado em todas as igrejas. 19. E não só isso, mas foi também escolhido pelas igrejas para companheiro da nossa viagem, nessa graça que por nós é ministrada para glória do mesmo Senhor e prontidão do vosso ânimo; 20. evitando isto: que alguém nos vitupere por essa abundância, que por nós é ministrada; 21. pois zelamos o que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens. 22. Com eles, enviamos também outro nosso irmão, o qual, muitas vezes e em muitas coisas, já experimentamos ser diligente e agora muito mais diligente ainda pela muita confiança que em vós tem. 23. Quanto a Tito, é meu companheiro e cooperador para convosco; quanto a nossos irmãos, são embaixadores das igrejas e glória de Cristo. 24. Portanto, mostrai para com eles, perante a face das igrejas, a prova da vossa caridade e da nossa glória acerca de vós. 2 Coríntios 9 1. Quanto à administração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos, 2. porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós, para com os macedônios, que a Acaia está pronta desde o ano passado, e o vosso zelo tem estimulado muitos. 3. Mas enviei estes irmãos, para que a nossa glória, acerca de vós, não seja vã nessa parte; para que (como já disse) possais estar prontos, 4. a fim de, se acaso os macedônios vierem comigo e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós (para não dizermos, vós) deste firme fundamento de glória. 5. Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que, primeiro, fossem ter convosco e preparassem de antemão a vossa bênção já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção e não como avareza. 6. E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. 7. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. 8. E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra, 9. conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. 10. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça; 11. para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. 12. Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus, 13. visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para com todos, 14. e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há. 15. Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável. 2 Coríntios 10 1. Além disso, eu, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde, mas ausente, ousado para convosco; 2. rogo- vos, pois, que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança da ousadia que espero ter com alguns que nos julgam como se andássemos segundo a carne. 3. Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. 4. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; 5. destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo, 6. e estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência. 7. Olhais para as coisas segundo a aparência? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo: assim como ele é de Cristo, também nós de Cristo somos. 8. Porque, ainda que eu me glorie mais alguma coisa do nosso poder, o qual o Senhor nos deu para edificação e não para vossa destruição, não me envergonharei, 9. para que não pareça como se quisera intimidar-vos por cartas. 10. Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra, desprezível. 11. Pense o tal isto: quais somos na palavra por cartas, estando ausentes, tais seremos também por obra, estando presentes. 12. Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas esses que se medem a si mesmos e se comparam consigo mesmos estão sem entendimento. 13. Porém não nos gloriaremos fora de medida, mas conforme a reta medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós; 14. porque não nos estendemos além do que convém, como se não houvéssemos de chegar até vós, pois já chegamos também até vós no evangelho de Cristo; 15. não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios; antes, tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra, 16. para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós e não em campo de outrem, para nos não gloriarmos no que estava já preparado. 17. Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor. 18. Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva. 2 Coríntios 11 1. Tomara que me suportásseis um pouco na minha loucura! Suportai-me, porém, ainda. 2. Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. 3. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo. 4. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis. 5. Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos. 6. E, se sou rude na palavra, não o sou, contudo, na ciência; mas já em tudo nos temos feito conhecer totalmente entre vós. 7. Pequei, porventura, humilhando-me a mim mesmo, para que vós fôsseis exaltados, porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus? 8. Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário; e, quando estava presente convosco e tinha necessidade, a ninguém fui pesado. 9. Porque os irmãos que vieram da Macedônia supriram a minha necessidade; e em tudo me guardei de vos ser pesado e ainda me guardarei. 10. Como a verdade de Cristo está em mim, esta glória não me será impedida nas regiões da Acaia. 11. Por quê? Porque vos não amo? Deus o sabe. 12. Mas o que eu faço o farei para cortar ocasião aos que buscam ocasião, a fim de que, naquilo em que se gloriam, sejam achados assim como nós. 13. Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. 14. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. 15. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras. 16. Outra vez digo: ninguém me julgue insensato ou, então, recebei-me como insensato, para que também me glorie um pouco. 17. O que digo, não o digo segundo o Senhor, mas, como por loucura, nesta confiança de gloriar-me. 18. Pois que muitos se gloriam segundo a carne, eu também me gloriarei. 19. Porque, sendo vós sensatos, de boa mente tolerais os insensatos. 20. Pois sois sofredores, se alguém vos põe em servidão, se alguém vos devora, se alguém vos apanha, se alguém se exalta, se alguém vos fere no rosto. 21. Envergonhado o digo, como se nós fôssemos fracos, mas, no que qualquer tem ousadia (com insensatez falo), também eu tenho ousadia. 22. São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendência de Abraão? Também eu. 23. São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. 24. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; 25. três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; 26. em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; 27. em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. 28. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. 29. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me abrase? 30. Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. 31. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto. 32. Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem, 33. e fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos. 2 Coríntios 12 1. Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. 2. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu. 3. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) 4. foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar. 5. De um assim me gloriarei eu, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. 6. Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas deixo isso, para que ninguém cuide de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve. 7. E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar. 8. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim. 9. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. 10. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte. 11. Fui néscio em gloriar-me; vós me constrangestes; porque eu devia ser louvado por vós, visto que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou. 12. Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 13. Porque, em que tendes vós sido inferiores às outras igrejas, a não ser que eu mesmo vos não fui pesado? Perdoai-me este agravo. 14. Eis aqui estou pronto para, pela terceira vez, ir ter convosco e não vos serei pesado; pois que não busco o que é vosso, mas, sim, a vós; porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos. 15. Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado. 16. Mas seja assim, eu não vos fui pesado; mas, sendo astuto, vos tomei com dolo. 17. Porventura, aproveitei-me de vós por algum daqueles que vos enviei? 18. Roguei a Tito e enviei com ele um irmão. Porventura, Tito se aproveitou de vós? Não andamos, porventura, no mesmo espírito, sobre as mesmas pisadas? 19. Cuidais que ainda nos desculpamos convosco? Falamos em Cristo perante Deus, e tudo isto, ó amados, para vossa edificação. 20. Porque receio que, quando chegar, vos não ache como eu quereria, e eu seja achado de vós como não quereríeis, e que de alguma maneira haja pendências, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos, tumultos; 21. que, quando for outra vez, o meu Deus me humilhe para convosco, e eu chore por muitos daqueles que dantes pecaram e não se arrependeram da imundícia, e prostituição, e desonestidade que cometeram. 2 Coríntios 13 1. É esta a terceira vez que vou ter convosco. Por boca de duas ou três testemunhas, será confirmada toda palavra. 2. Já anteriormente o disse e segunda vez o digo, como quando estava presente; mas agora, estando ausente, o digo aos que antes pecaram e a todos os mais que, se outra vez for, não lhes perdoarei, 3. visto que buscais uma prova de Cristo que fala em mim, o qual não é fraco para convosco; antes, é poderoso entre vós. 4. Porque, ainda que tenha sido crucificado por fraqueza, vive, contudo, pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos com ele pelo poder de Deus em vós. 5. Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. 6. Mas espero que entendereis que nós não somos reprovados. 7. Ora, eu rogo a Deus que não façais mal algum, não para que sejamos achados aprovados, mas para que vós façais o bem, embora nós sejamos como reprovados. 8. Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade. 9. Porque nos regozijamos de estar fracos, quando vós estais fortes; e o que desejamos é a vossa perfeição. 10. Portanto, escrevo essas coisas estando ausente, para que, estando presente, não use de rigor, segundo o poder que o Senhor me deu para edificação e não para destruição. 11. Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco. 12. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todos os santos vos saúdam. 13. A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém! Gálatas 1 1. Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos), 2. e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia: 3. graça e paz, da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo, 4. o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus, nosso Pai, 5. ao qual glória para todo o sempre. Amém! 6. Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, 7. o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. 8. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. 9. Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. 10. Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. 11. Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, 12. porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. 13. Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. 14. E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15. Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça, 16. revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, 17. nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco. 18. Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias. 19. E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. 20. Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 21. Depois, fui para as partes da Síria e da Cilícia. 22. E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo; 23. mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes, destruía. 24. E glorificavam a Deus a respeito de mim. Gálatas 2 1. Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. 2. E subi por uma revelação e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão. 3. Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se. 4. E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; 5. aos quais, nem ainda por uma hora, cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. 6. E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; 7. antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão 8. (porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios), 9. e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios e eles, à circuncisão; 10. recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência. 11. E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. 12. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. 13. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. 14. Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? 15. Nós somos judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios. 16. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. 17. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é, porventura, Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. 18. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. 19. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. 20. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim. 21. Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde. Gálatas 3 1. Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado? 2. Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 3. Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne? 4. Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão. 5. Aquele, pois, que vos dá o Espírito e que opera maravilhas entre vós o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 6. É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. 7. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. 8. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. 9. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão. 10. Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. 11. E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. 12. Ora, a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas por elas viverá. 13. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; 14. para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo e para que, pela fé, nós recebamos a promessa do Espírito. 15. Irmãos, como homem falo. Se o testamento de um homem for confirmado, ninguém o anula nem lhe acrescenta alguma coisa. 16. Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade. Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo. 17. Mas digo isto: que tendo sido o testamento anteriormente confirmado por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a abolir a promessa. 18. Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus, pela promessa, a deu gratuitamente a Abraão. 19. Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro. 20. Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um. 21. Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei. 22. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes. 23. Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. 24. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados. 25. Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio. 26. Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; 27. porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. 28. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. 29. E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa. Gálatas 4 1. Digo, pois, que, todo o tempo em que o herdeiro é menino, em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo. 2. Mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai. 3. Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo; 4. mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, 5. para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. 6. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. 7. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo. 8. Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. 9. Mas agora, conhecendo a Deus ou, antes, sendo conhecidos de Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? 10. Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. 11. Receio de vós que haja eu trabalhado em vão para convosco. 12. Irmãos, rogo-vos que sejais como eu, porque também eu sou como vós; nenhum mal me fizestes. 13. E vós sabeis que primeiro vos anunciei o evangelho estando em fraqueza da carne. 14. E não rejeitastes, nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne; antes, me recebestes como um anjo de Deus, como Jesus Cristo mesmo. 15. Qual é, logo, a vossa bem-aventurança? Porque vos dou testemunho de que, se possível fora, arrancaríeis os olhos, e mos daríeis. 16. Fiz-me, acaso, vosso inimigo, dizendo a verdade? 17. Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles. 18. É bom ser zeloso, mas sempre do bem e não somente quando estou presente convosco. 19. Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós; 20. eu bem quisera, agora, estar presente convosco e mudar a minha voz; porque estou perplexo a vosso respeito. 21. Dizei-me vós, os que quereis estar debaixo da lei: não ouvis vós a lei? 22. Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. 23. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por promessa, 24. o que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos: um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. 25. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. 26. Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós; 27. porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz, esforça-te e clama, tu que não estás de parto; porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. 28. Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque. 29. Mas, como, então, aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é também, agora. 30. Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque, de modo algum, o filho da escrava herdará com o filho da livre. 31. De maneira que, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre. Gálatas 5 1. Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. 2. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. 3. E, de novo, protesto a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. 4. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído. 5. Porque nós, pelo espírito da fé, aguardamos a esperança da justiça. 6. Porque, em Jesus Cristo, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas, sim, a fé que opera por caridade. 7. Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade? 8. Esta persuasão não vem daquele que vos chamou. 9. Um pouco de fermento leveda toda a massa. 10. Confio de vós, no Senhor, que nenhuma outra coisa sentireis; mas aquele que vos inquieta, seja ele quem for, sofrerá a condenação. 11. Eu, porém, irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que sou, pois, perseguido? Logo, o escândalo da cruz está aniquilado. 12. Eu quereria que fossem cortados aqueles que vos andam inquietando. 13. Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade. 14. Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 15. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros. 16. Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. 17. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis. 18. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. 19. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, 20. idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, 21. invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. 22. Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. 23. Contra essas coisas não há lei. 24. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. 25. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. 26. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. Gálatas 6 1. Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. 2. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo. 3. Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. 4. Mas prove cada um a sua própria obra e terá glória só em si mesmo e não noutro. 5. Porque cada qual levará a sua própria carga. 6. E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui. 7. Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. 8. Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna. 9. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. 10. Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé. 11. Vede com que grandes letras vos escrevi por minha mão. 12. Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. 13. Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne. 14. Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para o mundo. 15. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura. 16. E, a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus. 17. Desde agora, ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus. 18. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito. Amém! Efésios 1 1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus: 2. a vós graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. 3. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, 4. como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, 5. e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6. para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. 7. Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, 8. que Ele tornou abundante para conosco em toda a sabedoria e prudência, 9. descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, 10. de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; 11. nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade, 12. com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que primeiro esperamos em Cristo; 13. em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; 14. o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória. 15. Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e a vossa caridade para com todos os santos, 16. não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, 17. para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, 18. tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos 19. e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, 20. que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, 21. acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. 22. E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, 23. que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. Efésios 2 1. E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2. em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; 3. entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5. estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6. e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; 7. para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. 8. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. 9. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. 11. Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; 12. que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. 13. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. 14. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, 15. na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, 16. e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. 17. E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto; 18. porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. 19. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; 20. edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; 21. no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, 22. no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito. Efésios 3 1. Por esta causa, eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios, 2. se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; 3. como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi, 4. pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, 5. o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, 6. a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; 7. do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. 8. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo 9. e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou; 10. para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, 11. segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor, 12. no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele. 13. Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória. 14. Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, 15. do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, 16. para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; 17. para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, 18. poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade 19. e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. 20. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, 21. a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém! Efésios 4 1. Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, 2. com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3. procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz: 4. há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5. um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6. um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos. 7. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. 8. Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. 9. Ora, isto -- ele subiu -- que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra? 10. Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. 11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 12. querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, 13. até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, 14. para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. 15. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 16. do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor. 17. E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido, 18. entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração, 19. os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza. 20. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, 21. se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus, 22. que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, 23. e vos renoveis no espírito do vosso sentido, 24. e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade. 25. Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros. 26. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. 27. Não deis lugar ao diabo. 28. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. 29. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. 30. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção. 31. Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós. 32. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. Efésios 5 1. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 2. e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. 3. Mas a prostituição e toda impureza ou avareza nem ainda se nomeiem entre vós, como convém a santos; 4. nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas, antes, ações de graças. 5. Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus. 6. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. 7. Portanto, não sejais seus companheiros. 8. Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz 9. (porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade), 10. aprovando o que é agradável ao Senhor. 11. E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as. 12. Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe. 13. Mas todas essas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta. 14. Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. 15. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, 16. remindo o tempo, porquanto os dias são maus. 17. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. 18. E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, 19. falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, 20. dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 21. sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. 22. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; 23. porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. 24. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido. 25. Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 26. para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27. para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 28. Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. 29. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; 30. porque somos membros do seu corpo. 31. Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. 32. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. 33. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido. Efésios 6 1. Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. 2. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, 3. para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. 4. E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor. 5. Vós, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, 6. não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; 7. servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens, 8. sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre. 9. E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas. 10. No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. 11. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; 12. porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. 13. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. 14. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, 15. e calçados os pés na preparação do evangelho da paz; 16. tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. 17. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, 18. orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos 19. e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho, 20. pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar. 21. Ora, para que vós também possais saber dos meus negócios e o que eu faço, Tíquico, irmão amado e fiel ministro do Senhor, vos informará de tudo, 22. o qual vos enviei para o mesmo fim, para que saibais do nosso estado, e ele console os vossos corações. 23. Paz seja com os irmãos e caridade com fé, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo. 24. A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade. Amém! Filipenses 1 1. Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos: 2. graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. 3. Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, 4. fazendo, sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas, 5. pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora. 6. Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo. 7. Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho. 8. Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo. 9. E peço isto: que a vossa caridade aumente mais e mais em ciência e em todo o conhecimento. 10. Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo algum até ao Dia de Cristo, 11. cheios de frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. 12. E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho. 13. De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares; 14. e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. 15. Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente; 16. uns por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho; 17. mas outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. 18. Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei ainda. 19. Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo, 20. segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. 21. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. 22. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva escolher. 23. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. 24. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne. 25. E, tendo esta confiança, sei que ficarei e permanecerei com todos vós para proveito vosso e gozo da fé, 26. para que a vossa glória aumente por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós. 27. Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho. 28. E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas, para vós, de salvação, e isto de Deus. 29. Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele, 30. tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e, agora, ouvis estar em mim. Filipenses 2 1. Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, 2. completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. 3. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. 4. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. 5. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6. que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. 7. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8. e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. 9. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, 10. para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11. e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. 12. De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; 13. porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. 14. Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; 15. para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo; 16. retendo a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão. 17. E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós. 18. E vós também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo. 19. E espero, no Senhor Jesus, que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios. 20. Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado; 21. porque todos buscam o que é seu e não o que é de Cristo Jesus. 22. Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai. 23. De sorte que espero enviá-lo a vós logo que tenha provido a meus negócios. 24. Mas confio no Senhor que também eu mesmo, em breve, irei ter convosco. 25. Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades; 26. porquanto tinha muitas saudades de vós todos e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que ele estivera doente. 27. E, de fato, esteve doente e quase à morte, mas Deus se apiedou dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. 28. Por isso, vo-lo enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza. 29. Recebei-o, pois, no Senhor, com todo o gozo, e tende-o em honra: 30. porque, pela obra de Cristo, chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida, para suprir para comigo a falta do vosso serviço. Filipenses 3 1. Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós. 2. Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão! 3. Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne. 4. Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: 5. circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu, 6. segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. 7. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. 8. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo 9. e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; 10. para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte; 11. para ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos. 12. Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. 13. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, 14. prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15. Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará. 16. Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo. 17. Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. 18. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. 19. O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas. 20. Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21. que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. Filipenses 4 1. Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados. 2. Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor. 3. E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida. 4. Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos. 5. Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. 6. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. 7. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. 8. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. 9. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco. 10. Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. 11. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. 12. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. 13. Posso todas as coisas naquele que me fortalece. 14. Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição. 15. E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente. 16. Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica. 17. Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta. 18. Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus. 19. O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus. 20. Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém! 21. Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. 22. Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César. 23. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém! Colossenses 1 1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, 2. aos santos e irmãos fiéis em Cristo que estão em Colossos: graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. 3. Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós, 4. porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e da caridade que tendes para com todos os santos; 5. por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, 6. que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade; 7. como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo, 8. o qual nos declarou também a vossa caridade no Espírito. 9. Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; 10. para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus; 11. corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência e longanimidade, com gozo, 12. dando graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz. 13. Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor, 14. em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; 15. o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16. porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. 17. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. 18. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência, 19. porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse 20. e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus. 21. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou 22. no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, 23. se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro. 24. Regozijo-me, agora, no que padeço por vós e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja; 25. da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus: 26. o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos; 27. aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória; 28. a quem anunciamos, admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo; 29. e para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente. Colossenses 2 1. Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram o meu rosto em carne; 2. para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus -- Cristo, 3. em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. 4. E digo isto para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. 5. Porque, ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo. 6. Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, 7. arraigados e edificados nele e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças. 8. Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; 9. porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. 10. E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo principado e potestade; 11. no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo. 12. Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. 13. E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, 14. havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. 15. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. 16. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, 17. que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. 18. Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, 19. e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. 20. Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, 21. tais como: não toques, não proves, não manuseies? 22. As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; 23. as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne. Colossenses 3 1. Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. 2. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; 3. porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. 4. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em glória. 5. Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria; 6. pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; 7. nas quais também, em outro tempo, andastes, quando vivíeis nelas. 8. Mas, agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. 9. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos 10. e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; 11. onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos. 12. Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, 13. suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. 14. E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição. 15. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. 16. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. 17. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. 18. Vós, mulheres, estai sujeitas a vosso próprio marido, como convém no Senhor. 19. Vós, maridos, amai a vossa mulher e não vos irriteis contra ela. 20. Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor. 21. Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo. 22. Vós, servos, obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. 23. E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, 24. sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. 25. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas. Colossenses 4 1. Vós, senhores, fazei o que for de justiça e eqüidade a vossos servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus. 2. Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; 3. orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; 4. para que o manifeste, como me convém falar. 5. Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. 6. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um. 7. Tíquico, irmão amado, e fiel ministro, e conservo no Senhor, vos fará saber o meu estado; 8. o qual vos enviei para o mesmo fim, para que saiba do vosso estado e console o vosso coração, 9. juntamente com Onésimo, amado e fiel irmão, que é dos vossos; eles vos farão saber tudo o que por aqui se passa. 10. Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o; 11. e Jesus, chamado Justo, os quais são da circuncisão; são estes unicamente os meus cooperadores no Reino de Deus e para mim têm sido consolação. 12. Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus. 13. Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e pelos que estão em Hierápolis. 14. Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas. 15. Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia, e a Ninfa, e à igreja que está em sua casa. 16. E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses; e a que veio de Laodicéia, lede-a vós também. 17. E dizei a Arquipo: Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras. 18. Saudação de minha mão, de Paulo. Lembrai-vos das minhas prisões. A graça seja convosco. Amém! 1 Tessalonicenses 1 1. Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 2. Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, 3. lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho da caridade e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai, 4. sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; 5. porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. 6. E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo, 7. de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia. 8. Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; 9. porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro 10. e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura. 1 Tessalonicenses 2 1. Porque vós mesmos, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada para convosco não foi vã; 2. mas, havendo primeiro padecido e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate. 3. Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência; 4. mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração. 5. Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha. 6. E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados; 7. antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos. 8. Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos. 9. Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus. 10. Vós e Deus sois testemunhas de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos houvemos para convosco, os que crestes. 11. Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos, 12. para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória. 13. Pelo que também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes. 14. Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que, na Judéia, estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles, 15. os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens. 16. E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim. 17. Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por um momento de tempo, de vista, mas não do coração, tanto mais procuramos com grande desejo ver o vosso rosto. 18. Pelo que bem quisemos, uma e outra vez, ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu. 19. Porque qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura, não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda? 20. Na verdade, vós sois a nossa glória e gozo. 1 Tessalonicenses 3 1. Pelo que, não podendo esperar mais, de boa mente quisemos deixar-nos ficar sós em Atenas; 2. e enviamos Timóteo, nosso irmão, e ministro de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confortar e vos exortar acerca da vossa fé; 3. para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados; 4. pois, estando ainda convosco, vos predizíamos que havíamos de ser afligidos, como sucedeu, e vós o sabeis. 5. Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei- o saber da vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser inútil. 6. Vindo, porém, agora, Timóteo de vós para nós e trazendo-nos boas novas da vossa fé e caridade e de como sempre tendes boa lembrança de nós, desejando muito ver-nos, como nós também a vós, 7. por esta razão, irmãos, ficamos consolados acerca de vós, em toda a nossa aflição e necessidade, pela vossa fé, 8. porque, agora, vivemos, se estais firmes no Senhor. 9. Porque que ação de graças poderemos dar a Deus por vós, por todo o gozo com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus, 10. orando abundantemente dia e noite, para que possamos ver o vosso rosto e supramos o que falta à vossa fé? 11. Ora, o mesmo nosso Deus e Pai e nosso Senhor Jesus Cristo encaminhem a nossa viagem para vós. 12. E o Senhor vos aumente e faça crescer em caridade uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco; 13. para confortar o vosso coração, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos. 1 Tessalonicenses 4 1. Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que continueis a progredir cada vez mais; 2. porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus. 3. Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, 4. que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra, 5. não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. 6. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também, antes, vo-lo dissemos e testificamos. 7. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. 8. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo. 9. Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros; 10. porque também já assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Exortamo-vos, porém, a que ainda nisto continueis a progredir cada vez mais, 11. e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado; 12. para que andeis honestamente para com os que estão de fora e não necessiteis de coisa alguma. 13. Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. 14. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. 15. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. 16. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; 17. depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. 18. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. 1 Tessalonicenses 5 1. Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; 2. porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite. 3. Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão. 4. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão; 5. porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. 6. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios. 7. Porque os que dormem dormem de noite, e os que se embebedam embebedam-se de noite. 8. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade e tendo por capacete a esperança da salvação. 9. Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, 10. que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele. 11. Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis. 12. E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; 13. e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós. 14. Rogamo-vos também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos e sejais pacientes para com todos. 15. Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui, sempre, o bem, tanto uns para com os outros como para com todos. 16. Regozijai-vos sempre. 17. Orai sem cessar. 18. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. 19. Não extingais o Espírito. 20. Não desprezeis as profecias. 21. Examinai tudo. Retende o bem. 22. Abstende-vos de toda aparência do mal. 23. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 24. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará. 25. Irmãos, orai por nós. 26. Saudai a todos os irmãos com ósculo santo. 27. Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a todos os santos irmãos. 28. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém! 2 Tessalonicenses 1 1. Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo: 2. graça e paz a vós, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. 3. Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é de razão, porque a vossa fé cresce muitíssimo, e a caridade de cada um de vós aumenta de uns para com os outros, 4. de maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais, 5. prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também padeceis; 6. se, de fato, é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam, 7. e a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder, 8. como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; 9. os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder, 10. quando vier para ser glorificado nos seus santos e para se fazer admirável, naquele Dia, em todos os que crêem (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós). 11. Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo desejo da sua bondade e a obra da fé com poder; 12. para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. 2 Tessalonicenses 2 1. Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com ele, 2. que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o Dia de Cristo estivesse já perto. 3. Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, 4. o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. 5. Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? 6. E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. 7. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; 8. e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; 9. a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, 10. e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. 11. E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, 12. para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniqüidade. 13. Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade, 14. para o que, pelo nosso evangelho, vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo. 15. Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. 16. E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, 17. console o vosso coração e vos conforte em toda boa palavra e obra. 2 Tessalonicenses 3 1. No demais, irmãos, rogai por nós, para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorificada, como também o é entre vós; 2. e para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos. 3. Mas fiel é o Senhor, que vos confortará e guardará do maligno. 4. E confiamos de vós no Senhor que não só fazeis como fareis o que vos mandamos. 5. Ora, o Senhor encaminhe o vosso coração na caridade de Deus e na paciência de Cristo. 6. Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que andar desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebeu. 7. Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós, 8. nem, de graça, comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós; 9. não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes. 10. Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. 11. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs. 12. A esses tais, porém, mandamos e exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão. 13. E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. 14. Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. 15. Todavia, não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão. 16. Ora, o mesmo Senhor da paz vos dê sempre paz de toda maneira. O Senhor seja com todos vós. 17. Saudação da minha própria mão, de mim, Paulo, que é o sinal em todas as epístolas; assim escrevo. 18. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém! 1 Timóteo 1 1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa, 2. a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor. 3. Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina, 4. nem se dêem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora. 5. Ora, o fim do mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. 6. Do que desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas, 7. querendo ser doutores da lei e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam. 8. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente, 9. sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, 10. para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina, 11. conforme o evangelho da glória do Deus bem-aventurado, que me foi confiado. 12. E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus, Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo- me no ministério, 13. a mim, que, dantes, fui blasfemo, e perseguidor, e opressor; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade. 14. E a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo. 15. Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. 16. Mas, por isso, alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna. 17. Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém! 18. Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia, 19. conservando a fé e a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio na fé. 20. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar. 1 Timóteo 2 1. Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, 2. pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. 3. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, 4. que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. 5. Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, 6. o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo. 7. Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade. 8. Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda. 9. Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, 10. mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras. 11. A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. 12. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. 13. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. 14. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. 15. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, na caridade e na santificação. 1 Timóteo 3 1. Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. 2. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3. não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; 4. que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia 5. (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); 6. não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. 7. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo. 8. Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, 9. guardando o mistério da fé em uma pura consciência. 10. E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 11. Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. 12. Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas. 13. Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus. 14. Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa, 15. mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade. 16. E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória. 1 Timóteo 4 1. Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, 2. pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, 3. proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; 4. porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças, 5. porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada. 6. Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. 7. Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade. 8. Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir. 9. Esta palavra é fiel e digna de toda a aceitação. 10. Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis. 11. Manda estas coisas e ensina-as. 12. Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza. 13. Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. 14. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. 15. Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. 16. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. 1 Timóteo 5 1. Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais; aos jovens, como a irmãos; 2. às mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, em toda a pureza. 3. Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas. 4. Mas, se alguma viúva tiver filhos ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus. 5. Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus e persevera de noite e de dia em rogos e orações; 6. mas a que vive em deleites, vivendo, está morta. 7. Manda, pois, estas coisas, para que elas sejam irrepreensíveis. 8. Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel. 9. Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido; 10. tendo testemunho de boas obras, se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou toda boa obra. 11. Mas não admitas as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se; 12. tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé. 13. E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém. 14. Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa e não dêem ocasião ao adversário de maldizer. 15. Porque já algumas se desviaram, indo após Satanás. 16. Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas. 17. Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. 18. Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. 19. Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas. 20. Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor. 21. Conjuro- te, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade. 22. A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro. 23. Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades. 24. Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; e em alguns manifestam-se depois. 25. Assim mesmo também as boas obras são manifestas, e as que são doutra maneira não podem ocultar-se. 1 Timóteo 6 1. Todos os servos que estão debaixo do jugo estimem a seus senhores por dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. 2. E os que têm senhores crentes não os desprezem, por serem irmãos; antes, os sirvam melhor, porque eles, que participam do benefício, são crentes e amados. Isto ensina e exorta. 3. Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade, 4. é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, 5. contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais. 6. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. 7. Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. 8. Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. 9. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. 10. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. 11. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão. 12. Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas. 13. Mando-te diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos deu o testemunho de boa confissão, 14. que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor Jesus Cristo; 15. a qual, a seu tempo, mostrará o bem-aventurado e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; 16. aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém! 17. Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; 18. que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis; 19. que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna. 20. Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência; 21. a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém! 2 Timóteo 1 1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus, 2. a Timóteo, meu amado filho: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai, e da de Cristo Jesus, Senhor nosso. 3. Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma consciência pura, porque sem cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia; 4. desejando muito ver-te, lembrando-me das tuas lágrimas, para me encher de gozo; 5. trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti. 6. Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos. 7. Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. 8. Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, 9. que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, 10. e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, 11. para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; 12. por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia. 13. Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus. 14. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós. 15. Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; entre os quais foram Fígelo e Hermógenes. 16. O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes me recreou e não se envergonhou das minhas cadeias; 17. antes, vindo ele a Roma, com muito cuidado me procurou e me achou. 18. O Senhor lhe conceda que, naquele Dia, ache misericórdia diante do Senhor. E, quanto me ajudou em Éfeso, melhor o sabes tu. 2 Timóteo 2 1. Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. 2. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros. 3. Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. 4. Ninguém que milita se embaraça com negócio d esta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. 5. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente. 6. O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos. 7. Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo. 8. Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho; 9. pelo que sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. 10. Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. 11. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; 12. se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; 13. se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo. 14. Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes. 15. Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 16. Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. 17. E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; 18. os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns. 19. Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade. 20. Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. 21. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra. 22. Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor. 23. E rejeita as questões loucas e sem instrução, sabendo que produzem contendas. 24. E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; 25. instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade 26. e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos. 2 Timóteo 3 1. Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; 2. porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, 3. sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, 4. traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, 5. tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. 6. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências, 7. que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. 8. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. 9. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles. 10. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência, 11. perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou. 12. E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. 13. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. 14. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. 15. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. 16. Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, 17. para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. 2 Timóteo 4 1. Conjuro- te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, 2. que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. 3. Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; 4. e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. 5. Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. 6. Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. 7. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. 8. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 9. Procura vir ter comigo depressa. 10. Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia. 11. Só Lucas está comigo. Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. 12. Também enviei Tíquico a Éfeso. 13. Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. 14. Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. 15. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. 16. Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. 17. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão. 18. E o Senhor me livrará de toda má obra e guardar-me-á para o seu Reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém! 19. Saúda a Prisca, e a Áqüila, e à casa de Onesíforo. 20. Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto. 21. Procura vir antes do inverno. Êubulo, e Pudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam. 22. O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém! Tito 1 1. Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, 2. em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos, 3. mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador, 4. a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador. 5. Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei: 6. aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. 7. Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; 8. mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, 9. retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. 10. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão, 11. aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância. 12. Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. 13. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé, 14. não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade. 15. Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes, o seu entendimento e consciência estão contaminados. 16. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra. Tito 2 1. Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. 2. Os velhos que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, na caridade e na paciência. 3. As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem, 4. para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, 5. a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seu marido, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada. 6. Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados. 7. Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, 8. linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós. 9. Exorta os servos a que se sujeitem a seu senhor e em tudo agradem, não contradizendo, 10. não defraudando; antes, mostrando toda a boa lealdade, para que, em tudo, sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador. 11. Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, 12. ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, 13. aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, 14. o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. 15. Fala disto, e exorta, e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze. Tito 3 1. Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam e estejam preparados para toda boa obra; 2. que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda mansidão para com todos os homens. 3. Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. 4. Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens, 5. não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, 6. que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, 7. para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. 8. Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens. 9. Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs. 10. Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, 11. sabendo que esse tal está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado. 12. Quando te enviar Ártemas ou Tíquico, procura vir ter comigo a Nicópolis; porque deliberei invernar ali. 13. Acompanha, com muito cuidado, Zenas, doutor da lei, e Apolo, para que nada lhes falte. 14. E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos. 15. Saúdam-te todos os que estão comigo. Saúda tu os que nos amam na fé. A graça seja com vós todos. Amém! Filemón 1 1. Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador, 2. e à nossa irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro, e à igreja que está em tua casa: 3. graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. 4. Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações, 5. ouvindo a tua caridade e a fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo e para com todos os santos; 6. para que a comunicação da tua fé seja eficaz, no conhecimento de todo o bem que em vós há, por Cristo Jesus. 7. Tive grande gozo e consolação da tua caridade, porque por ti, ó irmão, o coração dos santos foi reanimado. 8. Pelo que, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém, 9. todavia, peço- te, antes, por caridade, sendo eu tal como sou, Paulo, o velho e também agora prisioneiro de Jesus Cristo. 10. Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões, 11. o qual, noutro tempo, te foi inútil, mas, agora, a ti e a mim, muito útil; eu to tornei a enviar. 12. E tu torna a recebê-lo como ao meu coração. 13. Eu bem o quisera conservar comigo, para que, por ti, me servisse nas prisões do evangelho; 14. mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por força, mas voluntário. 15. Porque bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre, 16. não já como servo; antes, mais do que servo, como irmão amado, particularmente de mim e quanto mais de ti, assim na carne como no Senhor. 17. Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. 18. E, se te fez algum dano ou te deve alguma coisa, põe isso na minha conta. 19. Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi: Eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves. 20. Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor; reanima o meu coração, no Senhor. 21. Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que digo. 22. E juntamente prepara-me também pousada, porque espero que, pelas vossas orações, vos hei de ser concedido. 23. Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus, 24. Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores. 25. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito. Amém! Hebreus 1 1. Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, 2. a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. 3. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas; 4. feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. 5. Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho? 6. E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. 7. E, quanto aos anjos, diz: O que de seus anjos faz ventos e de seus ministros, labareda de fogo. 8. Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. 9. Amaste a justiça e aborreceste a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros. 10. E: Tu, Senhor, no princípio, fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos; 11. eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, 12. e, como um manto, os enrolarás, e, como uma veste, se mudarão; mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão. 13. E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? 14. Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação? Hebreus 2 1. Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas. 2. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, 3. como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram; 4. testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? 5. Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos; 6. mas, em certo lugar, testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do homem, para que o visites? 7. Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as obras de tuas mãos. 8. Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não esteja sujeito. Mas, agora, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas; 9. vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. 10. Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições, o Príncipe da salvação deles. 11. Porque, assim o que santifica como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos, 12. dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação. 13. E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me deu. 14. E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, 15. e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. 16. Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. 17. Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. 18. Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. Hebreus 3 1. Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, 2. sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. 3. Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. 4. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. 5. E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; 6. mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão-somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim. 7. Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, 8. não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto, 9. onde vossos pais me tentaram, me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas obras. 10. Por isso, me indignei contra esta geração e disse: Estes sempre erram em seu coração e não conheceram os meus caminhos. 11. Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso. 12. Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. 13. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado. 14. Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. 15. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação. 16. Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés. 17. Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi, porventura, com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? 18. E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? 19. E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade. Hebreus 4 1. Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás. 2. Porque também a nós foram pregadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram. 3. Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. 4. Porque, em certo lugar, disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia. 5. E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso. 6. Visto, pois, que resta que alguns entrem nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas não entraram por causa da desobediência, 7. determina, outra vez, um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. 8. Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia. 9. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. 10. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas. 11. Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência. 12. Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. 13. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar. 14. Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. 15. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. 16. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. Hebreus 5 1. Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados, 2. e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza. 3. E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados. 4. E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão. 5. Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. 6. Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. 7. O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. 8. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. 9. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem, 10. chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. 11. Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. 12. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento. 13. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. 14. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal. Hebreus 6 1. Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, 2. e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. 3. E isso faremos, se Deus o permitir. 4. Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, 5. e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, 6. e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério. 7. Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de Deus; 8. mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada. 9. Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. 10. Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. 11. Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; 12. para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas. 13. Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, 14. dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei. 15. E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa. 16. Porque os homens certamente juram por alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda. 17. Pelo que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento, 18. para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; 19. a qual temos como âncora da alma segura e firme e que penetra até ao interior do véu, 20. onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Hebreus 7 1. Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; 2. a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz; 3. sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. 4. Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. 5. E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham descendido de Abraão. 6. Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas. 7. Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. 8. E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. 9. E, para assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. 10. Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai, quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro. 11. De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? 12. Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. 13. Porque aquele de quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, 14. visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. 15. E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar outro sacerdote, 16. que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. 17. Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. 18. Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade 19. (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus. 20. E, visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, 21. mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.); 22. de tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador. 23. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de permanecer; 24. mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. 25. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. 26. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus, 27. que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. 28. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre. Hebreus 8 1. Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade, 2. ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem. 3. Porque todo sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; pelo que era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer. 4. Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, 5. os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou. 6. Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas. 7. Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo. 8. Porque, repreendendo- os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto, 9. não segundo o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquele meu concerto, eu para eles não atentei, diz o Senhor. 10. Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo. 11. E não ensinará cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. 12. Porque serei misericordioso para com as suas iniqüidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais. 13. Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar. Hebreus 9 1. Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. 2. Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. 3. Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, 4. que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; 5. e sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente. 6. Ora, estando essas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços; 7. mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; 8. dando nisso a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo, 9. que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço, 10. consistindo somente em manjares, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. 11. Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, 12. nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. 13. Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, 14. quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? 15. E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. 16. Porque, onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador. 17. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive? 18. Pelo que também o primeiro não foi consagrado sem sangue; 19. porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo, 20. dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado. 21. E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério. 22. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. 23. De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. 24. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus; 25. nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio. 26. Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, 28. assim também Cristo, oferecendo- se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação. Hebreus 10 1. Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam. 2. Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado. 3. Nesses sacrifícios, porém, cada ano, se faz comemoração dos pecados, 4. porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados. 5. Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste; 6. holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram. 7. Então, disse: Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade. 8. Como acima diz: Sacrifício, e oferta, e holocaustos, e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei). 9. Então, disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. 10. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. 11. E assim todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados; 12. mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus, 13. daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. 14. Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados. 15. E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque, depois de haver dito: 16. Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos, acrescenta: 17. E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. 18. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado. 19. Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, 20. pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, 21. e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22. cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa, 23. retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu. 24. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras, 25. não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia. 26. Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, 27. mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. 28. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. 29. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? 30. Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. 31. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo. 32. Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições. 33. Em parte, fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações e, em parte, fostes participantes com os que assim foram tratados. 34. Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente. 35. Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. 36. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. 37. Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará. 38. Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. 39. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma. Hebreus 11 1. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem. 2. Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho. 3. Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. 4. Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala. 5. Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque Deus o trasladara, visto como, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a Deus. 6. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam. 7. Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. 8. Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. 9. Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. 10. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. 11. Pela fé, também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido. 12. Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar. 13. Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando- as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. 14. Porque os que isso dizem claramente mostram que buscam uma pátria. 15. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. 16. Mas, agora, desejam uma melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade. 17. Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. 18. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar. 19. E daí também, em figura, ele o recobrou. 20. Pela fé, Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras. 21. Pela fé, Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou encostado à ponta do seu bordão. 22. Pela fé, José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel e deu ordem acerca de seus ossos. 23. Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei. 24. Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, 25. Escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; 26. tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. 27. Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível. 28. Pela fé, celebrou a Páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos lhes não tocasse. 29. Pela fé, passaram o mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os egípcios, se afogaram. 30. Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias. 31. Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias. 32. E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas, 33. os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, 34. apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos. 35. As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; 36. E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. 37. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados 38. (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. 39. E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, 40. provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados. Hebreus 12 1. Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, 2. olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. 3. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. 4. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado. 5. E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido; 6. porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho. 7. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? 8. Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos. 9. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? 10. Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. 11. E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. 12. Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados, 13. e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado. 14. Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, 15. tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem. 16. E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura. 17. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou. 18. Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, 19. e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual, os que a ouviram pediram que se lhes não falasse mais; 20. porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte, será apedrejado. 21. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado e tremendo. 22. Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos, 23. à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; 24. e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel. 25. Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus, 26. a voz do qual moveu, então, a terra, mas, agora, anunciou, dizendo: Ainda uma vez comoverei, não só a terra, senão também o céu. 27. E esta palavra: Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam. 28. Pelo que, tendo recebido um Reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e piedade; 29. porque o nosso Deus é um fogo consumidor. Hebreus 13 1. Permaneça a caridade fraternal. 2. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. 3. Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo. 4. Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará. 5. Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. 6. E, assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem. 7. Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. 8. Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente. 9. Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com graça e não com manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram. 10. Temos um altar de que não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo. 11. Porque os corpos dos animais cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o Santuário, são queimados fora do arraial. 12. E, por isso, também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. 13. Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério. 14. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura. 15. Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome. 16. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada. 17. Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. 18. Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente. 19. E rogo- vos, com instância, que assim o façais para que eu mais depressa vos seja restituído. 20. Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas, 21. vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém! 22. Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação; porque abreviadamente vos escrevi. 23. Sabei que já está solto o irmão Timóteo, com o qual (se vier depressa) vos verei. 24. Saudai todos os vossos chefes e todos os santos. Os da Itália vos saúdam. 25. A graça seja com todos vós. Amém! Êxodo 1 1. Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas: saúde. 2. Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, 3. sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. 4. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. 5. E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada. 6. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. 7. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. 8. O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos. 9. Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, 10. e o rico, em seu abatimento, porque ele passará como a flor da erva. 11. Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos. 12. Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. 13. Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. 14. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. 15. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. 16. Não erreis, meus amados irmãos. 17. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação. 18. Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas. 19. Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. 20. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus. 21. Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma. 22. E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. 23. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural; 24. porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era. 25. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. 26. Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes, engana o seu coração, a religião desse é vã. 27. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo. Tiago 2 1. Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. 2. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta, 3. e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado, 4. porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? 5. Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? 6. Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais? 7. Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado? 8. Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. 9. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redargüidos pela lei como transgressores. 10. Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos. 11. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei. 12. Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade. 13. Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo. 14. Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? 15. E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, 16. e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? 17. Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. 18. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. 19. Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o crêem e estremecem. 20. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? 21. Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? 22. Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, 23. e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. 24. Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. 25. E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho? 26. Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta. Tiago 3 1. Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. 2. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo. 3. Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. 4. Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. 5. Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. 6. A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. 7. Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; 8. mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. 9. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus: 10. de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. 11. Porventura, deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? 12. Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Assim, tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce. 13. Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria. 14. Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. 15. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. 16. Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa. 17. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. 18. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz. Tiago 4 1. Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? 2. Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. 3. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. 4. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. 5. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? 6. Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes. 7. Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração. 9. Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza. 10. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará. 11. Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. 12. Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem? 13. Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. 14. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. 15. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. 16. Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda glória tal como esta é maligna. 17. Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado. Tiago 5 1. Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. 2. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça. 3. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. 4. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos. 5. Deliciosamente, vivestes sobre a terra, e vos deleitastes, e cevastes o vosso coração, como num dia de matança. 6. Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu. 7. Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. 8. Sede vós também pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já a vinda do Senhor está próxima. 9. Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta. 10. Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor. 11. Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso. 12. Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim e não, não, para que não caiais em condenação. 13. Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. 14. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; 15. e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16. Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. 17. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. 18. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto. 19. Irmãos, se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, 20. saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados. 1 Pedro 1 1. Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, 2. eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas. 3. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4. para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós 5. que, mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo, 6. em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, 7. para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo; 8. ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso, 9. alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma. 10. Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, 11. indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir. 12. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, para as quais coisas os anjos desejam bem atentar. 13. Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo, 14. como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; 15. mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, 16. porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. 17. E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, 18. sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, 19. mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, 20. o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós; 21. e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus. 22. Purificando a vossa alma na obediência à verdade, para caridade fraternal, não fingida, amai-vos ardentemente uns aos outros, com um coração puro; 23. sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre. 24. Porque toda carne é como erva, e toda a glória do homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; 25. mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada. 1 Pedro 2 1. Deixando, pois, toda malícia, e todo engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações, 2. desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo, 3. se é que já provastes que o Senhor é benigno. 4. E, chegando-vos para ele, a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, 5. vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. 6. Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. 7. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina; 8. e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados. 9. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; 10. vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. 11. Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma, 12. tendo o vosso viver honesto entre os gentios, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no Dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem. 13. Sujeitai-vos, pois, a toda ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; 14. quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores e para louvor dos que fazem o bem. 15. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens loucos; 16. como livres e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. 17. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai o rei. 18. Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor ao senhor, não somente ao bom e humano, mas também ao mau; 19. porque é coisa agradável que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. 20. Porque que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas, se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus. 21. Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas, 22. o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano, 23. o qual, quando o injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente, 24. levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. 25. Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao Pastor e Bispo da vossa alma. 1 Pedro 3 1. Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra, 2. considerando a vossa vida casta, em temor. 3. O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura de vestes, 4. mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. 5. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus e estavam sujeitas ao seu próprio marido, 6. como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós sois filhas, fazendo o bem e não temendo nenhum espanto. 7. Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações. 8. E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis, 9. não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção. 10. Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano; 11. aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a. 12. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males. 13. E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem? 14. Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; 15. antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, 16. tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo, 17. porque melhor é que padeçais fazendo o bem (se a vontade de Deus assim o quer) do que fazendo o mal. 18. Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito, 19. no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, 20. os quais em outro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água, 21. que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo; 22. o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências. 1 Pedro 4 1. Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento: que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado, 2. para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus. 3. Porque é bastante que, no tempo passado da vida, fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borracheiras, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; 4. e acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós, 5. os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos; 6. porque, por isto, foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens, na carne, mas vivessem segundo Deus, em espírito. 7. E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração. 8. Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados, 9. sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações. 10. Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 11. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém! 12. Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; 13. mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. 14. Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus. 15. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; 16. mas, se padece como cristão, não se envergonhe; antes, glorifique a Deus nesta parte. 17. Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? 18. E, se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador? 19. Portanto, também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem- lhe a sua alma, como ao fiel Criador, fazendo o bem. 1 Pedro 5 1. Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: 2. apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; 3. nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. 4. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. 5. Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. 6. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte, 7. lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. 8. Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 9. ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo. 10. E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá. 11. A ele seja a glória e o poderio, para todo o sempre. Amém! 12. Por Silvano, vosso fiel irmão, como cuido, escrevi abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes. 13. A vossa co-eleita em Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos. 14. Saudai-vos uns aos outros com ósculo de caridade. Paz seja com todos vós que estais em Cristo Jesus. Amém! 2 Pedro 1 1. Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo: 2. graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. 3. Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude, 4. pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo, 5. e vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência, 6. e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência, e à paciência, a piedade, 7. e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, a caridade. 8. Porque, se em vós houver e aumentarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. 10. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. 11. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 12. Pelo que não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais e estejais confirmados na presente verdade. 13. E tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações, 14. sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado. 15. Mas também eu procurarei, em toda a ocasião, que depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas. 16. Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, 17. porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido. 18. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo. 19. E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração, 20. sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; 21. porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. 2 Pedro 2 1. E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 2. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade; 3. e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. 4. Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo; 5. e não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; 6. e condenou à subversão as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza e pondo- as para exemplo aos que vivessem impiamente; 7. e livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis 8. (porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, pelo que via e ouvia sobre as suas obras injustas). 9. Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados, 10. mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em concupiscências de imundícia e desprezam as dominações. Atrevidos, obstinados, não receiam blasfemar das autoridades; 11. enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. 12. Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, 13. recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer nos deleites cotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; 14. tendo os olhos cheios de adultério e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; 15. os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça. 16. Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta. 17. Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva; 18. porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, 19. prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. 20. Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. 21. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo- o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. 22. Deste modo, sobreveio- lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama. 2 Pedro 3 1. Amados, escrevo-vos, agora, esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero, 2. para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos, 3. sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências 4. e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. 5. Eles voluntariamente ignoram isto: que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; 6. pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio. 7. Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios. 8. Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia. 9. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. 10. Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão. 11. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade, 12. aguardando e apressando- vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? 13. Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. 14. Pelo que, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz 15. e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, 16. falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. 17. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados e descaiais da vossa firmeza; 18. antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade. Amém! 1 João 1 1. O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida 2. (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), 3. o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. 4. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra. 5. E esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. 6. Se dissermos que temos comunhão com ele e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade. 7. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 8. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. 9. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 10. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. 1 João 2 1. Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. 2. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. 3. E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. 4. Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. 5. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. 6. Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou. 7. Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes. 8. Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz alumia. 9. Aquele que diz que está na luz e aborrece a seu irmão até agora está em trevas. 10. Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. 11. Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos. 12. Filhinhos, escrevo-vos porque, pelo seu nome, vos são perdoados os pecados. 13. Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai. 14. Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno. 15. Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 16. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 17. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. 18. Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora. 19. Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós. 20. E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo. 21. Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. 22. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. 23. Qualquer que nega o Filho também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho tem também o Pai. 24. Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai. 25. E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna. 26. Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam. 27. E a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis. 28. E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por ele na sua vinda. 29. Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. 1 João 3 1. Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele. 2. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. 3. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro. 4. Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade, porque o pecado é iniqüidade. 5. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. 6. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu. 7. Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo. 8. Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo. 9. Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. 10. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus. 11. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. 12. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas. 13. Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos aborrece. 14. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte. 15. Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna. 16. Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. 17. Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele a caridade de Deus? 18. Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. 19. E nisto conhecemos que somos da verdade e diante dele asseguraremos nosso coração; 20. sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21. Amados, se o nosso coração nos não condena, temos confiança para com Deus; 22. e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista. 23. E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento. 24. E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele. E nisto conhecemos que ele está em nós: pelo Espírito que nos tem dado. 1 João 4 1. Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. 2. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3. e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo. 4. Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. 5. Do mundo são; por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve. 6. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro. 7. Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 8. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é caridade. 9. Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. 10. Nisto está a caridade: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. 11. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. 12. Ninguém jamais viu a Deus; se nós amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeita a sua caridade. 13. Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito, 14. e vimos, e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo. 15. Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus. 16. E nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é caridade e quem está em caridade está em Deus, e Deus, nele. 17. Nisto é perfeita a caridade para conosco, para que no Dia do Juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo. 18. Na caridade, não há temor; antes, a perfeita caridade lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em caridade. 19. Nós o amamos porque ele nos amou primeiro. 20. Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? 21. E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão. 1 João 5 1. Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. 2. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3. Porque esta é a caridade de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados. 4. Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. 5. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6. Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade. 7. Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. 8. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água, e o sangue; e estes três concordam num. 9. Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. 10. Quem crê no Filho de Deus em si mesmo tem o testemunho; quem em Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. 11. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. 12. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 13. Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna e para que creiais no nome do Filho de Deus. 14. E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. 15. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos. 16. Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. 17. Toda iniqüidade é pecado, e há pecado que não é para morte. 18. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. 19. Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno. 20. E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 21. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém! 2 João 1 1. O ancião à senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade, 2. por amor da verdade que está em nós e para sempre estará conosco. 3. A graça, a misericórdia, a paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, sejam convosco na verdade e caridade. 4. Muito me alegro por achar que alguns de teus filhos andam na verdade, assim como temos recebido o mandamento do Pai. 5. E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros. 6. E a caridade é esta: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes: que andeis nele. 7. Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo. 8. Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado; antes, recebamos o inteiro galardão. 9. Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho. 10. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. 11. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras. 12. Tendo muito que escrever-vos, não quis fazê-lo com papel e tinta; mas espero ir ter convosco e falar de boca a boca, para que o nosso gozo seja cumprido. 13. Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita. Amém! 3 João 1 1. O presbítero ao amado Gaio, a quem, na verdade, eu amo. 2. Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma. 3. Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade. 4. Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade. 5. Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos e para com os estranhos, 6. que em presença da igreja testificaram da tua caridade, aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás; 7. porque pelo seu Nome saíram, nada tomando dos gentios. 8. Portanto, aos tais devemos receber, para que sejamos cooperadores da verdade. 9. Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe. 10. Pelo que, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja. 11. Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz bem é de Deus; mas quem faz mal não tem visto a Deus. 12. Todos dão testemunho de Demétrio, até a mesma verdade; e também nós testemunhamos; e vós bem sabeis que o nosso testemunho é verdadeiro. 13. Tinha muito que escrever, mas não quero escrever-te com tinta e pena. 14. Espero, porém, ver-te brevemente, e falaremos de boca a boca. 15. Paz seja contigo. Os amigos te saúdam. Saúda os amigos pelos seus nomes. Judas 1 1. Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos chamados, queridos em Deus Pai e conservados por Jesus Cristo: 2. a misericórdia, e a paz, e a caridade vos sejam multiplicadas. 3. Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. 4. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. 5. Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram; 6. e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia; 7. assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. 8. E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as autoridades. 9. Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda. 10. Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais, se corrompem. 11. Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Corá. 12. Estes são manchas em vossas festas de caridade, banqueteando-se convosco e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; 13. ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações, estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas. 14. E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos, 15. para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade que impiamente cometeram e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. 16. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse. 17. Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, 18. os quais vos diziam que, no último tempo, haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. 19. Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito. 20. Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, 21. conservai a vós mesmos na caridade de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. 22. E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; 23. e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne. 24. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, 25. ao único Deus, Salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém! Apocalipse 1 1. Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo, 2. o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. 3. Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. 4. João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão diante do seu trono; 5. e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, 6. e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém! 7. Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém! 8. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso. 9. Eu, João, que também sou vosso irmão e companheiro na aflição, e no Reino, e na paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo. 10. Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, 11. que dizia: O que vês, escreve-o num livro e envia- o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia. 12. E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; 13. e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro. 14. E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo; 15. e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua voz, como a voz de muitas águas. 16. E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. 17. E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último 18. e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno. 19. Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer: 20. O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas. Apocalipse 2 1. Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro: 2. Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos; 3. e sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste. 4. Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. 5. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. 6. Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço. 7. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus. 8. E ao anjo da igreja que está em Esmirna escreve: Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu: 9. Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. 10. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. 11. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte. 12. E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios: 13. Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. 14. Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem. 15. Assim, tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu aborreço. 16. Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca. 17. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe. 18. E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão reluzente: 19. Eu conheço as tuas obras, e a tua caridade, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. 20. Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. 21. E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu. 22. Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. 23. E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda as mentes e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras. 24. Mas eu vos digo a vós e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei. 25. Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. 26. E ao que vencer e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, 27. e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai, 28. dar-lhe-ei a estrela da manhã. 29. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Apocalipse 3 1. E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. 2. Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. 4. Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. 7. E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre: 8. Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. 9. Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás (aos que se dizem judeus e não são, mas mentem), eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo. 10. Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. 11. Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. 12. A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome. 13. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. 14. E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. 15. Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! 16. Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. 17. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu), 18. aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas. 19. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. 21. Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. 22. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Apocalipse 4 1. Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. 2. E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono. 3. E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono e era semelhante à esmeralda. 4. E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre a cabeça coroas de ouro. 5. E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus. 6. E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal, e, no meio do trono e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos por diante e por detrás. 7. E o primeiro animal era semelhante a um leão; e o segundo animal, semelhante a um bezerro; e tinha o terceiro animal o rosto como de homem; e o quarto animal era semelhante a uma águia voando. 8. E os quatro animais tinham, cada um, respectivamente, seis asas e, ao redor e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, que era, e que é, e que há de vir. 9. E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre, 10. os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, adoravam o que vive para todo o sempre e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: 11. Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas. Apocalipse 5 1. E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. 2. E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? 3. E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. 4. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. 5. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. 6. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra. 7. E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono. 8. E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. 9. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; 10. e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra. 11. E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares, 12. que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. 13. E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. 14. E os quatro animais diziam: Amém! E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive para todo o sempre. Apocalipse 6 1. E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: Vem e vê! 2. E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer. 3. E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem e vê! 4. E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada. 5. E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi o terceiro animal, dizendo: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo preto; e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão. 6. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro; e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho. 7. E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem e vê! 8. E olhei, e eis um cavalo amarelo; e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra. 9. E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11. E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram. 12. E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue. 13. E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. 14. E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos do seu lugar. 15. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas 16. e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, 17. porque é vindo o grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir? Apocalipse 7 1. E, depois destas coisas, vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. 2. E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, 3. dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado na testa os servos do nosso Deus. 4. E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. 5. Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; 6. da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7. da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8. da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil. 9. Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; 10. e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. 11. E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seu rosto e adoraram a Deus, 12. dizendo: Amém! Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém! 13. E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? 14. E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. 15. Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. 16. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, 17. porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima. Apocalipse 8 1. E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. 2. E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas. 3. E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. 4. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. 5. E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos, e terremotos. 6. E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las. 7. E o primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada. 8. E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. 9. E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus. 10. E o terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas. 11. E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas. 12. E o quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas, para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite. 13. E olhei e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra, por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar! Apocalipse 9 1. E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. 2. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar. 3. E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra. 4. E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na testa o sinal de Deus. 5. E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem. 6. E naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles. 7. E o aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem. 8. E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de leão. 9. E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate. 10. E tinham cauda semelhante à dos escorpiões e aguilhão na cauda; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses. 11. E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego, Apoliom. 12. Passado é já um ai; eis que depois disso vêm ainda dois ais. 13. E tocou o sexto anjo a trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus, 14. a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates. 15. E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens. 16. E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles. 17. E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e de sua boca saía fogo, e fumaça, e enxofre. 18. Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam da sua boca. 19. Porque o poder dos cavalos está na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda é semelhante a serpentes e tem cabeça, e com ela danificam. 20. E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. 21. E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces. Apocalipse 10 1. E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava o arco celeste, e o rosto era como o sol, e os pés, como colunas de fogo; 2. e tinha na mão um livrinho aberto e pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra; 3. e clamou com grande voz, como quando brama o leão; e, havendo clamado, os sete trovões fizeram soar as suas vozes. 4. E, sendo ouvidas dos sete trovões as suas vozes, eu ia escrevê-las, mas ouvi uma voz do céu, que dizia: Sela o que os sete trovões falaram e não o escrevas. 5. E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a mão ao céu 6. e jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora; 7. mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos. 8. E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo e disse: Vai e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra. 9. E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o e come-o, e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel. 10. E tomei o livrinho da mão do anjo e comi-o; e na minha boca era doce como mel; e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo. 11. E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis. Apocalipse 11 1. E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo e disse: Levanta-te e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. 2. E deixa o átrio que está fora do templo e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses. 3. E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. 4. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. 5. E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. 6. Estas têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem. 7. E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e as vencerá, e as matará. 8. E jazerá o seu corpo morto na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado. 9. E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seu corpo morto por três dias e meio, e não permitirão que o seu corpo morto seja posto em sepulcros. 10. E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra. 11. E, depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. 12. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram. 13. E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados e deram glória ao Deus do céu. 14. É passado o segundo ai; eis que o terceiro ai cedo virá. 15. E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. 16. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre seu rosto e adoraram a Deus, 17. dizendo: Graças te damos, Senhor, Deus Todo-poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder e reinaste. 18. E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra. 19. E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos, e grande saraiva. Apocalipse 12 1. E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. 2. E estava grávida e com dores de parto e gritava com ânsias de dar à luz. 3. E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas. 4. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. 5. E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. 6. E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. 7. E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, 8. mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. 9. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. 10. E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. 11. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram a sua vida até à morte. 12. Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo. 13. E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o varão. 14. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. 15. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. 16. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca. 17. E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo. Apocalipse 13 1. E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia. 2. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés, como os de urso, e a sua boca, como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio. 3. E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta. 4. E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? 5. E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses. 6. E abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. 7. E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda tribo, e língua, e nação. 8. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. 9. Se alguém tem ouvidos, ouça. 10. Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e a fé dos santos. 11. E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. 12. E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. 13. E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. 14. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida de espada e vivia. 15. E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. 16. E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, 17. para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. 18. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, porque é número de homem; e o seu número é seiscentos e sessenta e seis. Apocalipse 14 1. E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai. 2. E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa. 3. E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. 4. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. 5. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus. 6. E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, 7. dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. 8. E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu! Caiu Babilônia, aquela grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição! 9. E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, 10. também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. 11. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome. 12. Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. 13. E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam. 14. E olhei, e eis uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e, na mão, uma foice aguda. 15. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e sega! É já vinda a hora de segar, porque já a seara da terra está madura! 16. E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada. 17. E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda. 18. E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras! 19. E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. 20. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios. Apocalipse 15 1. E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus. 2. E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. 3. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos! 4. Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos. 5. E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. 6. E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de ouro pelo peito. 7. E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete salvas de ouro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. 8. E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos. Apocalipse 16 1. E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus. 2. E foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem. 3. E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda alma vivente. 4. E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. 5. E ouvi o anjo das águas que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas. 6. Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste sangue a beber; porque disto são merecedores. 7. E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor, Deus Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos. 8. E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo. 9. E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória. 10. E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam a língua de dor. 11. E, por causa das suas dores e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu e não se arrependeram das suas obras. 12. E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente. 13. E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs, 14. porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso. 15. (Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.) 16. E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom. 17. E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito! 18. E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande terremoto. 19. E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira. 20. E toda ilha fugiu; e os montes não se acharam. 21. E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva, porque a sua praga era mui grande. Apocalipse 17 1. E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas, 2. com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição. 3. E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres. 4. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição. 5. E, na sua testa, estava escrito o nome: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA, A MÃE DAS PROSTITUICÕES E ABOMINACÕES DA TERRA. 6. E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração. 7. E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. 8. A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição. E os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que virá. 9. Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. 10. E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. 11. E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. 12. E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. 13. Estes têm um mesmo intento e entregarão o seu poder e autoridade à besta. 14. Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, eleitos e fiéis. 15. E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas. 16. E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. 17. Porque Deus tem posto em seu coração que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. 18. E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra. Apocalipse 18 1. E, depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória. 2. E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, e abrigo de todo espírito imundo, e refúgio de toda ave imunda e aborrecível! 3. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela. E os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias. 4. E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas. 5. Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela. 6. Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro. 7. Quanto ela se glorificou e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto, porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, não sou viúva e não verei o pranto. 8. Portanto, num dia virão as suas pragas: a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo, porque é forte o Senhor Deus, que a julga. 9. E os reis da terra, que se prostituíram com ela e viveram em delícias, a chorarão e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio. 10. Estarão de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai! Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo. 11. E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra, porque ninguém mais compra as suas mercadorias: 12. mercadorias de ouro, e de prata, e de pedras preciosas, e de pérolas, e de linho fino, e de púrpura, e de seda, e de escarlata; e toda madeira odorífera, e todo vaso de marfim, e todo vaso de madeira preciosíssima, de bronze e de ferro, e de mármore; 13. e cinamomo, e cardamomo, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e cavalgaduras, e ovelhas; e mercadorias de cavalos, e de carros, e de corpos e de almas de homens. 14. E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti, e todas as coisas gostosas e excelentes se foram de ti, e não mais as acharás. 15. Os mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando, e lamentando, 16. e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas. 17. E todo piloto, e todo o que navega em naus, e todo marinheiro, e todos os que negociam no mar se puseram de longe. 18. E, vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram, dizendo: Que cidade é semelhante a esta grande cidade? 19. E lançaram pó sobre a cabeça e clamaram, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai! Ai daquela grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência! Porque numa hora foi assolada. 20. Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas, porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela. 21. E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó e lançou- a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada. 22. E em ti não se ouvirá mais a voz de harpistas, e de músicos, e de flauteiros, e de trombeteiros, e nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti; e ruído de mó em ti se não ouvirá mais; 23. e luz de candeia não mais luzirá em ti, e voz de esposo e de esposa não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias. 24. E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra. Apocalipse 19 1. E, depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor, nosso Deus, 2. porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. 3. E outra vez disseram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre. 4. E os vinte e quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! 5. E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, tanto pequenos como grandes. 6. E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todo-poderoso, reina. 7. Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. 8. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. 9. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. 10. E eu lancei-me a seus pés para o adorar, mas ele disse-me: Olha, não faças tal; sou teu conservo e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia. 11. E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 12. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo. 13. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. 14. E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. 15. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso. 16. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES. 17. E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande Deus, 18. para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes. 19. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército. 20. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. 21. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes. Apocalipse 20 1. E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. 2. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. 3. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo. 4. E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. 5. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. 6. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos. 7. E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão 8. e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. 9. E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou. 10. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. 11. E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. 13. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. 14. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. 15. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 21 1. E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. 3. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus. 4. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. 5. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. 6. E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. 7. Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. 8. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte. 9. E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. 10. E levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. 11. E tinha a glória de Deus. A sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. 12. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e, nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel. 13. Da banda do levante, tinha três portas; da banda do norte, três portas; da banda do sul, três portas; da banda do poente, três portas. 14. E o muro da cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. 15. E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro. 16. E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e altura eram iguais. 17. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo. 18. E a fábrica do seu muro era de jaspe, e a cidade, de ouro puro, semelhante a vidro puro. 19. E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; 20. o quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista. 21. E as doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade, de ouro puro, como vidro transparente. 22. E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. 23. E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. 24. E as nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. 25. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. 26. E a ela trarão a glória e honra das nações. 27. E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. Apocalipse 22 1. E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. 2. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. 3. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. 4. E verão o seu rosto, e na sua testa estará o seu nome. 5. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia, e reinarão para todo o sempre. 6. E disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer. 7. Eis que presto venho. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. 8. E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo- as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. 9. E disse-me: Olha, não faças tal, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus. 10. E disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque próximo está o tempo. 11. Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda. 12. E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra. 13. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro. 14. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas. 15. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. 16. Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã. 17. E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida. 18. Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; 19. e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro. 20. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus! 21. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém!